Terminologia Documental e sua aplicação: circuito do documento, análise documental, acesso e recuperação da informação
Cadeia documental • REUNIÃO – Identificação – Selecção – Aquisição
• TRATAMENTO PRELIMINAR – Carimbagem – Registo – Cotação (localização)
• TRATAMENTO FÍSICO – Catalogação
Cadeia documental TRATAMENTO INTELECTUAL – Indexação – Classificação
• ARMAZENAMENTO – Arrumação nas estantes (utilizando as cotas)
• DIFUSÃO – Serviços (Referência, empréstimo…) – Produtos (Catálogos, bibliografias, Web OPACs, bases de dados…)
A análise documental “Conjunto de operações realizadas para representar o conteúdo de um documento de forma diferente do documento original. O resultado da análise serão as referências ou notícias bibliográficas que formarão os documentos secundários, tais como catálogos e bibliografias”.
Operações de análise documental
• Descrição bibliográfica ou catalográfica: conjunto de informações que descrevem um documento de forma única e normalizada resultam em Bibliografias e Catálogos;
• Indexação: extracção de um ou mais conceitos que descrevem o conteúdo de um documento de forma normalizada - resultam em Índices;
• Resumo: descrição abreviada e precisa do conteúdo de um documento; podem ser analíticos (mais detalhados) ou indicativos (mais genéricos) - resultam em Boletins de resumos.
NORMAS de Catalogação: ISBD (International Standard Bibliographic Description) • • • • • • • • •
Descrição bibliográfica - Norma específicas: Geral - ISBD (G) Monografias - ISBD (M) Publicações em série - ISBD (S) Documentos cartográficos - ISBD (CM) Livro antigo - ISBD (A) Música impressa - ISBD (PM) Parte de documentos - ISBD (CP) Doc. Não-livro, registos sonoros, registos visuais, audiovisuais, objectos - ISBD (NBM) • Documentos electrónicos – ISBD (ER)
Catalogação - ZONAS DA ISBD Zonas
Fontes de informação em Monografias
1. Zona do título e menção de responsabilidade
Página de título ou seu substituto
2. Zona da edição
Página de título ou seu substituto, págs. preliminares e colofão
3. Zona da numeração
Só se aplica às Publicações Periódicas – 1ª página ou capa.
4. Zona da publicação ou pé de imprensa
Página de título ou seu substituto, págs. preliminares e colofão.
5. Zona da descrição física ou colacção
A própria publicação
6. Zona da colecção
Qualquer parte da publicação
7. Zona das notas
Qualquer parte
8. Zona do ISBN
Qualquer parte
INDEXAÇÃO A actividade de indexação/classificação por assuntos visa a organização do catálogo de assuntos, ou a preparação de índices de assuntos, com o principal objectivo de facilitar o acesso à informação contida nos documentos. Na verdade, a questão central nas actividades informacionais/documentais pode ser resumida na busca de soluções para alcançar o acesso ao conteúdo, sem descuidar o acesso físico ao documento
INDEXAÇÃO A indexação requer um trabalho intelectual de análise, síntese e representação, e para determinar os assuntos dos documentos deve se estar apoiado por uma terminologia que atenda aos diversos perfis socio-culturais e socio-profissionais dos utilizadores. Nesse sentido a biblioteconomia e a ciência da informação vêm elaborando, ao longo dos tempos, ferramentas para apoiar a representação dos conteúdos dos documentos, facilitando a busca e recuperação da informação.
INDEXAÇÃO POR ASSUNTOS: LINGUAGENS DOCUMENTAIS • Linguagem natural ≠ • Linguagem científica ≠ • Linguagem documental
Linguagem documental Linguagem constituída por vocabulário controlado que procura resolver os problemas inerentes à linguagem natural (sinonímia, evolução da linguagem e da ortografia, etc.), de maneira a poder ser aplicada à determinação dos assuntos exactos dos documentos.
Tipos de linguagens documentais Baseadas na informação: • Linguagens pré-coordenadas (Classificações) • Linguagens pós-coordenadas (Thesaurus, listas estruturadas de termos) Baseadas na relação entre o utilizador e a informação: • Linguagens pós-coordenadas estabelecidas a partir das teorias cognitivas da recuperação da informação
Classificações: a CDU (Classificação Decimal Universal) A Classificação Decimal Universal CDU) é um esquema internacional de classificação de documentos. Baseia-se no conceito de que todo o conhecimento pode ser dividido em 10 classes principais, e estas podem ser infinitamente divididas numa hierarquia decimal.
A CDU As principais divisões são: • 0 Generalidades. Informação. Organização. • 1 Filosofia. Psicologia. • 2. Religião • 3 Ciências Sociais. Economia. Direito. Política. Assistência Social. Educação. • 4 Classe vaga • 5 Matemática e Ciências Naturais. • 6 Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia. • 7 Arte. Belas-Artes. Recreação. Diversões. Desportos. • 8 Linguagem. Linguística. Literatura. • 9 Geografia. Biografia. Historia.
Usos da CDU Usa-se para determinar os assuntos dos documentos de forma muito precisa; Na maior parte das bibliotecas portuguesas, é usada para arrumar os documentos nas estantes, de acordo com os assuntos genéricos ou mais específicos em que se enquadram – é a partir da CDU que se fazem as cotas.
Se tomamos uma classe principal, por exemplo: 6 Ciências Aplicadas. Medicina. Tecnologia. podemos ver como se sub divide: • 61 Ciências Médicas. • 62 Engenharia. Tecnologia em Geral. • 63 Agricultura. Silvicultura. Agronomia. Zootecnia. • 64 Economia Doméstica. Ciência Doméstica. • 65 Organização e Administração da Indústria, do Comércio e dos Transportes.. • 66 Indústria Química. Tecnologia Química. • 67 Indústrias, Artes Industriais e Ofícios Diversos. • 68 Indústrias, Artes e Ofícios de Artigos Acabados ou Montados. • 69 Indústria da Construção. Materiais de Construção. Prática e Processos de Construção.
A subclasse 62 Engenharia. sub divide-se por sua vez em: • • • • • • •
620 Engenharia em Geral. Testes dos Materiais. Energia 621 Engenharia Mecânica 622 Minas 623 Engenharia Naval e Militar 624 Engenharia Civil............etc.. 624 Engenharia Civil divide-se em áreas diferentes que podem por sua vez ser divididas novamente em áreas ainda mais especializadas: 624.0 Engenharia civil e estrutural em geral. – 624.011 Estruturas e materiais de origem orgânica. – 624.012 Estruturas de alvaneleria. • 624.012.45 Estruturas de betão armado.
•
624.1 Sub-estruturas. Terraplenagem. Fundações. Alicerces. Túneis. • 624.2 Construção de pontes..........etc. e assim infinitamente...
Acesso e recuperação da informação • Acesso: tudo aquilo que se relaciona com a actividade do indivíduo quando procura satisfazer uma necessidade de informação – implica aquisição de um novo conhecimento; • Recuperação: operações realizadas por intermédio de um sistema de recuperação da informação – o sistema recupera informação que já reconheceu anteriormente.
Acesso e recuperação da informação O utilizador acede à informação, mas é o sistema que a recupera. Recuperação: aplica-se à gestão de bases de dados Acesso: aplica-se às necessidades informativas ou à aprendizagem do utlizador
Sistemas formais de acesso à informação Fontes de informação externas: • Unidades de informação (Bibliotecas, Arquivos, Centros de Documentação…) Fontes de informação internas: • Redes e sistemas de informação (Bases de dados, catálogos…)
Estratégias analíticas e de browsing no acesso à informação • Estratégias analíticas: implicam planificação, precisão nos termos de consulta, capacidade de reformular pesquisas e avaliar resultados (uso de linguagens documentais e estratégias formalizadas de pesquisa); realizam-se por fases e requerem conhecimentos prévios.
Estratégias analíticas e de browsing no acesso à informação • Estratégias de browsing: são casuais, dependem do reconhecimento por parte do utilizador da informação pertinente; são interactivas, implicando uma colaboração em tempo real entre o utilizador e o sistema de informação; requerem menos conhecimentos prévios e são frequentemente uma forma de aprendizagem; usam-se muito quando não há um objectivo claramente definido; são permitidas actualmente, nos sistemas que usam formas de acesso à informação em texto livre.
Estratégias analíticas e de browsing no acesso à informação • Os sistemas de informação tradicionais (manuais ou semi-automatizados) e os primeiros sistemas de informação automatizados exigiam estratégias de pesquisa analíticas; • Os sistemas de informação actuais são mais inteligentes e prestam mais atenção às estratégias cognitivas do utilizador, utilizando principalmente técnicas de browsing. – Na realidade, os utilizadores tendem a usar uma combinação das duas estratégias nas suas pesquisas de informação: muitas vezes começam no browsing e passam para estratégias analíticas, ou ao contrário.
Termos de pesquisa • Autores • Títulos • Assuntos – Exigem um tratamento documental prévio dos documentos e associam-se a pesquisas de tipo analítico; – As pesquisas podem combinar as três variáveis, ou ainda outras incluídas no sistema (ISBN, datas, etc.)
Termos de pesquisa – A automatização dos processos de armazenamento e recuperação da informação tornou possível a realização de pesquisas em texto livre, ou por termos que se encontrem em qualquer parte da descrição do documento. – A automatização tornou também possível a realização de pesquisas usando a lógica booleana, através de três operadores: e, ou, não.
Operadores Booleanos um dos percursores da lógica moderna)
(Boole: matemático inglês do séc. XIX,
Português
Inglês
Símbolos
E
AND
+
&
OU
OR
|
!
NÃO
NOT
-
Operador E (AND): Pesquisa dos termos biblioteca E Internet
Biblioteca
Biblioteca E Internet (recupera os dados ao centro, que conjugam as duas expressões)
Biblioteca
Internet
B. & I.
Internet
Operador NÃO (NOT): Pesquisa dos termos biblioteca NÃO Internet Biblioteca NÃO Internet Biblioteca
(recupera apenas os dados com o termo Biblioteca, excluindo os que integram também o termo Internet)
Biblioteca
Internet
NÃO Internet
Operador OU (OR): Pesquisa dos termos biblioteca NÃO Internet Biblioteca OU Internet Biblioteca
(recupera todos os dados que contêm o termo Biblioteca, e todos os que contêm o termo Internet)
Biblioteca Internet
Internet
A Lógica Booleana na Internet • Os motores de pesquisa da Internet assumem automaticamente as expressões AND ou OR quando se faz uma pesquisa simples; • Muitos permitem a realização de pesquisas avançadas, utilizando os operadores booleanos e ainda outras formas de delimitação (língua, país, domínio, etc.)
Sistemas de recuperação da informação • Actualmente, os Web OPACs permitem realizar todos estes tipos de pesquisa, interagindo com o utilizador no processo de recuperação da informação. • No entanto, o facto de existir um tratamento técnico prévio da informação, feito por profissionais com bases científicas, aliado a um desenho amigável e fácil de usar do SRI, ao nível das possibilidades de pesquisa, da interactividade com o utilizador e do desenho gráfico, permite uma recuperação mais eficaz, evitando os níveis de ruído e silêncio que caracterizam os sistemas não profissionais (vide a Internet).