Insuficiência Renal Aguda pós
Desastres Dr. Rubens Escobar Pires Lodi Médico Assistente do Serviço de Nefrologia da ISCMS Professor Assistente da Disciplina de Nefrologia - UNIMES Professor Assistente da Disciplina de Farmacologia e Terapeutica II - UNIMES
"Nunca confie na probabilidade do inimigo não estar vindo, mas dependa de sua própria prontidão para o reconhecer"
Sun-Tzu - A Arte da Guerra - Sec IV ac
China - 2008
São Francisco -1906
Aeroporto de Barajas - Madrid - 2006
Conseqüências do Terremoto de Bam no IRÃ em 2003 • Mortos
30.000 ~ 45.000
• Feridos
> 20.000
• Desabrigados
> 50.000
• Crianças órfãs
> 5.000
• Mulheres s/ suporte familiar
> 3.000
• Ambos hospitais foram destruídos. • Faculdade de Enfermagem e seu dormitório foi destruída • Muitos profissionais de saúde foram mortos.
Conseqüências médicas agudas de um terremoto
• Cortes e escoriações. • Síndrome de esmagamento : Cabeça, membros, torax e abdome. • Insuficiência Renal Aguda. • Desordens psiquiátricas agudas. • Complicações agudas de doenças crônicas.
1909 - Van Colmers no Terremoto de Messina - Italia
Hipercalemia por Saída do K Compartimento intracelular
Crush Syndrome - Síndrome do Esmagamento • Lesões de Esmagamento em tecidos moles e osso. • Síndrome do esmagamento é a resposta sistêmica a lesão local. o Edema do músculo (Síndrome compartimental). o
Hipotensão, choque e coagulopatias.
o
IRA pré renal e `Renal´ (NTA)
o
Distúrbios eletrolíticos Aumento do K, P e Ac.Urico Diminuicao do Ca
o
Acidose Metabólica
Causas de Mortalidade em Crush Syndrome – Imediata o o o
Trauma Craneo Encefálico Asfixia traumática Lesão abdominal e torácica
– Precoce o o
Hipercalemia Choque hipovolêmico
– Tardia o o o
Insuficiência Renal Sepsis Coagulopatias
Tratamento da síndrome compartimental Reposição precoce fluído ainda em campo
– Na primeiras 6hs !! o Iniciar a reposição com SF 0,9%, seguida por Solução Hipotônica alcalina. o
Em pacientes com volume urinário adequado, adicionar manitol
o
Evitar administração empírica de soluções com potássio (Ringer)
Antes de chegar ao Hospital SF 0,9% 1.000 ml IV por hora (10~15 ml/kg/h)
Na Emergência do Hospital SF 0,45% 1.000 ml IV por hora BicNa 8,4% 50 ml (Até 200~300 mEq/dia) (10~15 ml/kg/h) Caso Volume urinário > 20 ml/h
SF 0,45% 1.000 ml BicNa 8,4% 50 ml Manitol 20% 50 ml
(Até 120g/dia)
Tratamento da síndrome compartimental Controle intensivo do balanço hídrico o
Administrar de 6 a 12 litros de fluído ao dia o
o
De 4 a 6 litros com BicNa.
Lembrem-se que pacientes com síndrome compartimental e outras causas de perdas de fluidos, o débito urinário pode ser significativamente menor que a infusão de líquidos. o
Acúmulo de líquido nos músculos lesados (aprox 4.000 ml)
o
Defina o volume administrado com base em padrões clínicos e PVC.
o
O débito urinário deve ser, idealmente, 300 ml/h.
Tratamento da síndrome compartimental Corrigir as anormalidades eletroliticas o
Hipercalemia é comumemente fatal e deve ser corrigida intesivamente. o
Potássio sérico deve ser medido 3 a 4 vezes ao dia, nos primeiros dias em paciente com trauma severo.
o
Hipocalcemia deve ser corrigida apenas se sintomática.
o
Lembre-se que outras anormalidades eletrolíticas (sódio, fosfato, magnésio) também podem ocorrer. E devem ser tratadas.
Hipercalemia
Tratamento da síndrome compartimental Considere diálise como um procedimento de salvaguarda o
Inicie diálise quando indicado por : – Oligúria ou anúria – Hipervolemia – Uremia sintomática – Hipercalemia refratária – Acidose metabólica refratária
o
Considere diálise precoce em pacientes em alto risco de hipercalemia.
o
Logísticamente lembrem-se que o tratamento de diálise aguda pode durar de 13 a 18 dias.
o
Considere manter suporte dialítico até recuperação da função renal.
Coordenação dos esforços locais Avalie a severidade do desastre "renal" o
Estimar o no. total de vítimas Estimar quem está ou vai precisar de internação hospitalar Estimar o no. de Síndromes compartimentais (SC) Estimar o no. de pessoas com ou sob risco de IRA.
Determine a situação atual de infraestrutura de saúde e remoção o Determine o estado de funcionamento dos hospitasi locais o
Evacuar os pacientes com SC da área do desastre Administrar Quelantes de potássio antes da remoção (Sorcal).
Coordenação dos esforços locais Antecipe as necessidades de Hospitalização e consumo de suprimentos médicos o o o
Alta para pacientes com lesões leves Lembrem-se que a maioria das admissões por SC ocorrem na primeira semana, e podem representar 25% das hospitalizações Use economicamente os equipamentos médicos.
Prepare Escalas para o pessoal médico e paramédico o o o o
Faça estratégias prévias em áreas de risco Escale pessoal mais experiente durante os primeiros dias. Regule as horas de trabalho para evitar "stress" e "Burnout" Por razões práticas e emocionais. O pessoal local pode não trabalhar tão eficientemente como usual, ou até podem não conseguir chegar ao trabalho em zonas de desastres.
Coordenação dos esforços locais Estime a necessidade de TRS (Diálises) o o o
Prepare um plano para o Programa de Hemodiálise no eventual desastre. Referencie pacientes crônicos, já em programa, para unidades externas ambulatoriais. Defina o método mais adequado para a diálise aguda no local (Hemodiálise, Hemofiltração, Diálise Peritonial).
Distribua equipamentos e pessoal médico o o
Evite organizar campanhas de suporte aleatório. Tente garantir para cada provavel paciente com SC 8 a 10 sets de diálise, 4 a 5 unidades de sangue, 5 litros de cristalóide 15 gramas de Enzimas de troca (Sorcal)
Nos desastres inevitáveis, muitas mortes são evitáveis.