ANÁLISE DO MERCADO E DO MACRO AMBIENTE AFTER SHAVE Ariana Dantas Marques – 4617 Hugo Filipe Pereira – 4722 Rodolfo Adriano Barros – 4664 Rui Samuel Dias Costa – 4689
ESCOLA SUPERIOR DE MATOSINHOS, DEZEMBRO 2008
ÍNDICE
- Introdução -----------------------------------------------------------------------------
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- Dimensão do Mercado e Taxa De Crescimento --------------------------------
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- Segmentação de Mercado ----------------------------------------------------------
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- Tendências para Procura -----------------------------------------------------------
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- Identificação e breve caracterização dos principais concorrentes -----------
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- Identificação do perfil da Procura ------------------------------------------------
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- Analise Sócio demográfico dos consumidores ---------------------------------
12
- Evolução do perfil dos consumidores -------------------------------------------
13
- Cruzamento de dados de consumidores ----------------------------------------
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- Identificação do perfil dos Consumidores --------------------------------------
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- Bibliografia----------------------------------------------------------------------------
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- Conclusão --------------------------------------------------------------------- --------
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ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1 ---------------------------------------------------------------------------- 6 Gráfico 2 ---------------------------------------------------------------------------- 7 Gráfico 3 ---------------------------------------------------------------------------- 8 Gráfico 4 ---------------------------------------------------------------------------- 9 Gráfico 5 ---------------------------------------------------------------------------- 9 Gráfico 6 ---------------------------------------------------------------------------- 10 Gráfico 7 ---------------------------------------------------------------------------- 10 Gráfico 8 ---------------------------------------------------------------------------- 11 Gráfico 9 ---------------------------------------------------------------------------- 16
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INTRODUÇÃO Este trabalho foi realizado no âmbito da disciplina de Fundamentos de Marketing leccionada pelo Professor Francisco Coelho e tem como objectivo a elaboração de um estudo ao mercado de After-Shave’s em Portugal. Iremos então conduzir o leitor a uma análise detalhada das oscilações de mercado e da taxa de crescimento nos anos de 2004, 2005 e 2006. Numa segunda fase, estudamos a Segmentação deste mercado, os Principais Canais de Distribuição e as principais Tendências de Procura. Por último, traçamos o perfil do consumidor-alvo do mercado de After-Shave’s e a sua evolução ao longo dos três anos em análise. Esperamos que a leitura seja fácil, objectiva e que contribua para um maior esclarecimento do leitor nesta questão.
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1. IDENTIFICAÇÃO DAS CARACTERISTICAS DO MERCADO Dimensão do Mercado e Taxa de Crescimento Ao analisarmos os dados fornecidos pela base de dados da AC Nielsen, podemos constatar que a dimensão de mercado dos produtos de barbear manteve-se estável nos anos de 2004, 2005 e 2006 e que todas as tendências e oscilações foram acompanhadas na mesma medida pelo mercado de after-shave’s. Estas oscilações ocorreram em duas vertentes: no Valor e no Volume de Mercado.
VALOR DE MERCADO: Em 2004 a dimensão do mercado de after-shave foi de 17 %, isto significa que num valor de mercado total de 72 822€ correspondente ao mercado de produtos de barbear, o mercado de aftershave’s ficou estimado em 12 180 mil €. No ano de 2005, o valor total do mercado de produtos de barbear registou um ligeiro decréscimo: 72 101€. O valor de mercado de after-shave’s não ficou indiferente a este decréscimo, ficando-se por uma quota de valor de 16%, isto é, 11 991€ No ano de 2006 a dimensão de mercado cresceu, chegando aos 18%. Mais uma vez, esta tendência deve-se a um aumento do mercado de produtos de barbear que registou um valor total de mercado de 72 361€. Note-se porém que existiu um aumento real do mercado de after-shave’s já que, relativamente ao ano de 2004, a quota total de mercado do ano de 2006 é inferior mas a quota de mercado de after-shave’s teve um aumento de 1 %.
VOLUME DE MERCADO: No ano de 2004 o volume de mercado de after-shave’s foi de 1 944 941 unidades. Em 2005, este desce para 1 937 578 unidades, o que, naturalmente, terá causado o decréscimo acima analisado no valor de mercado. No entanto no ano 2006 regista-se um aumento do volume anual, que ascende aos 1.967.177. Mais uma vez pode-se verificar que, relativamente ao ano de 2004, o volume de vendas foi superior mas o valor de mercado foi inferior. Este fenómeno pode ter a sua génese numa possível descida de preços face ao decréscimo registado ao nível do valor e do volume de mercado em 2005. Ariana Marques, Hugo Pereira, Rodolfo Barros, Samuel Costa – G1DA
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Segmentação de Mercado O mercado de After-Shave’s Shave’s é algo vasto: Temos os bálsamos, loções, gel, cremes com funções revigorantes, hidratantes, suaves, para o barbear matinal, para o barbear ao fim do dia, etc… De modo a simplificar a recolha de dados, decidimos então ter em conta a forma do produto e não a sua função especializada e, assim sendo, segmentamos o mercado em quatro categorias principais: Bálsamo, Gel, Loção ão e Creme. Dentro destes segmentos de mercado constatamos que existiram variações significativas em alguns produtos de ano para ano. A variação mais importante deu-se deu se no gel que, depois de um aumento significativo de 2003 para 2004, decresceu 3% em 2005 e manteve--se com a mesma quota de mercado em 2006.
50 40 30 20 10 0 Balsamo
Gel 2004
Loção 2005
Creme
2006
Gráfico 1, Fonte: AC Nielson
Se analisarmos o gráfico, podemos concluir que o Bálsamo e a Loção assumem os papéis mais relevantes nas percentagens de vendas. O bálsamo assume assume uma quota de mercado de cerca de 31% em 2004, 36% em 2005 e cresce novamente em 2006 com 37%. Por sua vez, a Loção assume a maior quota de mercado do segmento After-Shave’s After com 50% em 2004 e 48% em 2005 e 2006.
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Tendências para procura As tendências paraa a procura de After-Shave’s After Shave’s são divididas pelas seguintes Áreas Marktest: Área 1 – Grande Lisboa Área 2 – Grande Porto Área 3 Norte – Viana do Castelo, Porto, Braga, Coimbra e Aveiro Área 3 Sul – Leiria, Santarém, Lisboa, Setúbal Área 4 – Bragança, Vila Real, Real, Guarda, Viseu, Coimbra, Leiria e Castelo Branco Área 5 – Portalegre, Santarém, Setúbal, Évora, Beja e Faro
Número de Vendas por Áreas Marketest
25 20 15 10 5 0 Área 1
Área 2
2004
Área 3 Norte 2005
Área 3 Sul
Área 4
Área 5
2006
Gráfico 2, Fonte: AC Nielson
De acordo com o gráfico, as áreas 1 e 3 são os locais com maior tendência de procura, já que detêm a maior percentagem de vendas em 2004, 2005 e 2006. Este fenómeno não indica necessariamente que estas áreas registem o maior valor de mercado mas, antes, o maior volume. Por outro lado, observando a distribuição dis no território português, verificamos que são precisamente estas áreas que detêm o maior poder de compra.
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Canais de Distribuição Gráfico representativo da importância dos canais de distribuição em % 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Hipermercados
Supermercados 2004
Tradicionais Norte 2005
Tradicionais Sul
2006
Gráfico 3, Fonte: AC Nielson
Dentro dos canais de distribuição, os supermercados e hipermercados têm um peso preponderante nas vendas de after-shave. after shave. Só 2004 detiveram 84% do volume de mercado deste produto, deixando para os mercados tradicionais a modesta quantia de 16%. Esta tendência é matem-se em 2005 e 2006. Importa ainda referir dois aspectos de enorme importância: Podemos verificar que existe um padrão de crescimento dos supermercados face aos hipermercados. Esta tendência pode ser facilmente explicada se tivermos tivermos em conta que os supermercados apostam muito na localização e nas áreas de maior consumo. Por outro lado, os hipermercados não têm uma vantagem muito mais competitiva, em matéria de preços, face aos supermercados. De realçar ainda a tendência dos mercados tradicionais para desaparecerem. A variedade de produtos, a vantagem logística e o preço são as principais armas dos super e hipermercados que ameaçam, cada vez mais, extinguir o comércio tradicional de rua.
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2. IDENTIFICAÇÃO E BREVE CARACTERIZAÇÃO DOS PRINCIPAIS CONCORRENTES CONCO Evolução do valor de vendas em 2004, 2005 e 2006
70 60 50 40 30 20 10 0 Nivea, Gillette, Old Spice 2004
2005
Restantes Marcas 2006
Gráfico 4,, Fonte: AC Nielson
Evolução do volume de vendas em 2004, 2005 e 2006
2004
Nivea, Gillette, Old Spice
Restantes Marcas
Gráfico 5,, Fonte: AC Nielson
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2005
Nivea, Gillette, Old Spice
Resantes Marcas
Gráfico 6, Fonte: AC Nielson
2006
Nivea, Gillette, Old Spice
Restantes Marcas
Gráfico 7,, Fonte: AC Nielson
No mercado de After--Shave’s Shave’s predominam três marcas, detentoras de mais de 60% do mercado em volume e valor: a Nivea, Gillette e Old Spice. Em conjunto, estas três marcas alcançaram só em 2004 61% do valor de mercado e 65% do volume. Em 2005, obtiveram resultados na ordem dos 61% em valor e volume de mercado. No entanto, em 2006 verificou-se verificou se uma ligeira retracção de mercado ao registarem uma quota de 60% em ambos os mercados.
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Identificação do Perfil da Procura
Número de utilizadores e taxa de crescimento
O número de utilizadores de after-shaves after shaves em 2004 foi de 2752 mil indivíduos, cerca de 69,3% do universo. Em de 2005, foi de 2971 mil indivíduos, isto é, 74,9% do universo. Em 2006, o número de utilizadores foi de 2873 mil indivíduos, 72.4% do universo.
3000 2950 2900 2850 2800 2750 2700 2650 2600 2004
2005
2006
Gráfico 8, Fonte: Marktest
Podemos então verificar que existiu um aumento exponencial de 2004 para 2005 (+3,7%) e uma ligeira retracção (- 2,5%) em 2006.
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Análise sócio demográfico dos consumidores
Variáveis Socio-demográficas em 2006 Regiões Marktest: Interior Norte
Publico Alvo: O público-alvo em 2006 é mais relevante entre as idades dos 25 aos 34 anos na classe média baixa e, entre os diversos sectores laborais, é mais popular no sector qualificado/especializado. Rádio: Na rádio, a hora que teve mais ouvintes ao fim de semana foi às 24h. A rádio RFM, com 15.5%, teve a maior percentagem de público-alvo. Esta é mais ouvida ao fim-de-semana Televisão: Durante a semana, a televisão que obteve mais audiências foi a TVI, durante o horário nobre, com 10% de público-alvo. No fim-de-semana mantêm-se a TVI, com mais audiências, com 9,9% de público-alvo no horário nobre. Cinema: Do público-alvo 22,9% foram ao cinema no último mês. Imprensa: Das publicações especializadas a mais relevante foi A Bola com 15,8% de público-alvo. Nas publicações de Informação Geral foi o Jornal Noticias com mais público-alvo com 16,4%.
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Evolução do perfil dos consumidores
Em 2004 a zona de maior consumo foi a região norte interior. O público-alvo rondou as idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos, inserindo-se maioritariamente na faixa socioeconómica média baixa. Podemos ainda verificar que este público é por norma mão de obra qualificada e/ou especializada. O público-alvo registou uma maior afluência no número de ouvintes da rádio ao fim de semana às 24h, com a Rádio Renascença a liderar as audiências - 11.6%. Durante a semana, a rádio mais ouvida foi a RFM, às 24h com 18,5% de público-alvo. Outro aspecto de grande relevância da região norte foi o nível de audiências televisivas. O canal de televisão que obteve mais audiências foi a TVI, durante o horário nobre com 10,4% de público-alvo. No fim-de-semana mantêm-se igualmente a TVI, com mais audiências, 9,8% de público-alvo no horário nobre. No ramo de cinema sabe se que 26% do público-alvo foi ao cinema no ultimo mês. A nível de publicações de imprensa o mais relevante foi o Jornal Record com 16,4% de público-alvo. Nas publicações de Informação Geral foi o Jornal Noticias com um público-alvo de 16,5%. Em 2005 a zona de maior consumo continua a ser a região norte interior. O público-alvo ronda igualmente as mesmas idades 25/34 anos, inserindo-se maioritariamente na faixa socioeconómica média baixa. Podemos ainda verificar que este público continua a trabalhar por norma à mão-de-obra qualificada e/ou especializada como no ano 2004. Na rádio, por sua vez, uma maior afluência de ouvintes registou-se no fim-de-semana das 17h às 20h, passando a rádio RFM a tomar os comandos de liderança em 2005 com uma percentagem de audiências de 7,7% do público-alvo. À semana a rádio mais ouvida continua a ser a RFM no horário das 24h com 16,1% de público-alvo. Em 2005, os canais que obtiveram maior percentagem de audiências foram a RTP1 e a TVI, durante o horário nobre, ambas com 10% de público-alvo. Aos fins-de-semana foi a TVI, com mais audiências, com 10,8% de público-alvo no horário nobre. O número de visitas ao cinema no último mês decresce 3,7% em relação a 2004.
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A nível de publicações o mais relevante foi o Jornal A Bola com 16,2% de público-alvo. Nas publicações de Informação Geral foi o Jornal Noticias com um público-alvo de 17,1% ou seja, um crescimento de 0,6% em relação ao ano anterior. No ano 2006 o local de maior consumo continua a ser a região norte com o público-alvo a rondar as mesmas idades e a com a predominância da classe média baixa como nos anos anteriores. O estereótipo de trabalho contínua o mesmo. Na rádio, a RFM continua a ser a líder de audiências de ouvintes tanto no fim-de-semana como à semana as 24h. A televisão que obteve mais audiências em 2006, foi a TVI durante o horário nobre, com 10% de público-alvo. No fim-de-semana manteve-se a TVI, com 9,9% de audiências no horário nobre. O número de visitas ao cinema aumenta 0.6% com 22,9% de público-alvo. Finalmente, a nível das publicações especializadas, a mais relevante foi A Bola com 15,8% de público-alvo e nas publicações de Informação Geral foi o Jornal Noticias um público-alvo de 16,4%.
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3. CRUZAMENTO DE DADOS ENTRE CONSUMIDORES No seguimento da análise do perfil do consumidor de after shave, analisamos os seguintes factores: Usam lentes de contacto Taxa de Penetração
Público-alvo 4,7%
82,3%
Universo 4.1%
Costumam comprar antiguidades Taxa de Penetração
Público-alvo
Universo
84,3%
9,6%
8,3%
Taxa de Penetração
Público-alvo
Universo
77,4%
38,6%
36,1%
Utilizadores diários de Internet
Frequentam ginásios/ clubes/ health clubs/ academias Taxa de Penetração
Público-alvo
Universo
82,1%
18,2%
16,1%
Fonte: Marktest
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Com o gráfico seguinte mostramos a taxa do público-alvo público alvo de after shave noutras vertentes do seu consumo:
Cruzamento de dados entre consumidores 45 40 35 30 25 20 %
15 10 5 0 Uso de lentes de contacto
Costumam comprar antiguidades
Utilizadores diários Frequentam Ginásios, da Internet clubes …
Gráfico 9, Fonte: Marktest
Do cruzamento de dados dos consumidores podemos verificar que os resultados mais elevados são os utilizadores diários da internet com 38,6%, e 18,2% frequentam ginásios, clubes, health clubs e academias. Por sua vez os utilizadores de lentes de contacto (4,7%) (4 e os que costumam comprar antiguidades (9,6%) apresentam os valores mais baixos do gráfico com níveis bem abaixo dos outros referidos.
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4. IDENTIFICAÇÃO DOS FACTORES MACRO-AMBIENTAIS
Análise Macro-Ambiental
Esta análise é de extrema importância, uma vez que em qualquer mercado e em qualquer altura, os factores de carácter político, económico, sócio-cultural, tecnológico, ambiental e demográfico influenciam e delimitam, não só a configuração, como também, o desenvolvimento do mercado em questão. Todos estes factores, podem constituir ameaças, condicionantes ou ate oportunidades para a evolução das actividades e produtos das empresas. Neste sentido, as empresas deverão ter em conta o seu ambiente macro-ambiental, adaptando-se ao mesmo de forma constante. Tal facto torna-se ainda mais importante, quando nos deparamos perante esta nova era onde o ambiente macro-marketing se altera constantemente, principalmente com o alargamento do mercado da UE e o com os novos padrões de consumo.
Factores Político-Legais
Neste âmbito, é fundamental enquadrar o nosso estudo na análise do contexto político e legislativo português, de forma a perceber em que medida essas circunstâncias irão influenciar a estrutura do mercado, bem como a evolução dos negócios nos mais variados sectores. Assim, Portugal caracteriza-se por ser um pais dotado de estabilidade politica e institucional adquirida e mantida ao longo dos últimos anos, sendo um Estado de Direito, Democrático e com preocupação pela igualdade social e legal, permitindo a todos os agentes, igual acesso ao mercado; nesta lógica, o mercado é livre, havendo regulamentação por parte do poder político-legal no sentido de impedir, por exemplo, a formação de monopólios. A estrutura política portuguesa é caracterizada pelo domínio de dois partidos políticos de centro e por eleições legislativas realizadas em intervalos de 4 anos, o que contribui também para a referida estabilidade, nomeadamente ao nível de implementação das políticas macroeconómicas.
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Porém, em 2005, poder-se-á ter verificado alguma instabilidade com a mudança de governo e consequentes reformas, algumas delas com grandes impactos de reestruturação, especialmente a nível orçamental e fiscal, com a alteração da taxa normal do IVA de 19% para 21%, influenciando significativamente a estrutura do consumo (no entanto, as taxas reduzida e intermédia mantiveramse nos 5% e 12%, respectivamente. Outras medidas tiveram também impactos significativos, como por exemplo, os cortes orçamentais, politicas de cariz social e ambiental, que inquietaram em certa medida a actuação dos indivíduos e das empresas. Apesar disso, com a adaptação das novas politicas, actualmente assiste-se a uma retoma da estabilidade politica que tem devolvido confiança aos agentes económicos e potenciou, em certa medida, o investimento e crescimento económico verificados em 2006 e 2007. Em 2008 todas as expectativas e previsões económicas saíram goradas: o crash bolsista (o maior desde 1929), a subida do petróleo, a subida das taxas de juro, o endividamento junto da banca, os escândalos fiscais, entre outros, fizeram com que os índices de confiança caíssem abruptamente levando a uma desaceleração do consumo. No entanto, graças ao financiamento da banca junto dos estados, das recentes intervenções junto das petroleiras e dos planos de ajuda económica europeus e americanos e às recentes descidas acentuadas da Taxa Euribor muitos acreditam que já nos encontramos numa era pós-subprime e que o “susto” já passou. Em 2009, a expectativa aumenta. Depois de 2008, poucos (nem mesmo o FMI) se arriscam a fazer previsões muito optimistas e, como tal, espera-se uma desaceleração expectante do consumo no inicio do ano com boas hipóteses de uma possível aceleração se os sinais certos aparecerem na altura certa e as taxas de juro se mantiverem, ou mesmo descerem. É pertinente referir ainda que o panorama politico-legislativo é, em grande medida, determinado pelo facto de Portugal pertencer à União Europeia, à qual aderiu em 1986. Nesse sentido, é fundamental acompanhar a evolução da legislação comunitária, uma vez que estas, impositivas ou mesmo orientadoras, afectam as legislações nacionais. Consequentemente, esta atenção especial à produção normativa da União Europeia poderá antecipar muitas situações, quer negativas quer de oportunidade, especialmente se houver intenção de internacionalização por parte da empresa.
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Factores Económicos Perspectiva-se que a economia portuguesa continue a gradual aceleração da actividade económica que tem evidenciado nos últimos anos. Após um baixo crescimento registado em 2005 (0.5 por cento), o Produto Interno Bruto (PIB) português cresceu 1.3 por cento em 2006 e 1.8 em 2007, sendo que em 2008, segundo o FMI, devido ao crash bolsista (cujo impacto em Portugal não foi tão desastroso quanto os seus vizinhos, devido à falta de capacidade de captação de grandes investimentos estrangeiros), o PIB português deverá crescer na casa dos 0,6%. Contudo, apesar deste aumento do ritmo de crescimento, o mesmo não deverá permitir que Portugal reinicie já no próximo ano o processo de convergência real em relação a zona euro. Esta perspectiva de aceleração da actividade económica portuguesa, em muito se deve ao crescimento de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), 2.1 por cento em 2007 e das recentes projecções de 3.1 por cento em 2008, contrastando com o crescimento negativo de 1.8 por cento registado em 2006. As exportações portuguesas depois do ritmo negativo de crescimento registado em 2006, 9.1%, deverão manter uma tendência positiva depois do aumento de 6.7 por cento em 2007 e das projecções de 6.5 por cento, em 2008. Quanto ao consumo privado, em 2008 prevê-se uma desaceleração grave depois do crescimento moderado verificado em 2006 e 2007 (1.2 por cento). Este baixo crescimento deve-se essencialmente a subida constante das taxas de juro imposta pelo BCE, à progressiva deterioração das condições no mercado de trabalho com um crescimento líquido do emprego modesto e um aumento progressivo da taxa de desemprego. O assumir por parte do Governo como um dos grandes objectivos o cumprimento do Pacto de Estabilidade e Crescimento, o qual não permite que o défice orçamental ultrapasse os 3% do PIB, fez com que o consumo público tenha registado um crescimento negativo em 2006 e 2007 e, segundo o que se prevê, ainda mais negativo em 2008.
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Relativamente às prospecções para 2009, o FMI voltou a rever em baixa, antecipando uma expansão de 0,1%. Esta previsão, bem abaixo da Zona Euro, acontece quando, o próprio Fundo Monetário Internacional, corta também as previsões para as principais economias internacionais, tendo por base um cenário em que tanto o crescimento da Zona Euro como dos EUA deve ficar pouco acima do crescimento. Já Espanha, o principal parceiro comunitário de Portugal, deverá entrar em recessão no próximo ano, com a economia a contrair-se 0,2 por cento, depois de um crescimento de 1,4 por cento em 2008, segundo o FMI. Por outro lado, o Banco Federal Americano, baixou as taxas de juro entre 0% e 0,25% e diz-se disposto a tudo fazer para evitar a recessão. Quanto aos parceiros europeus, depois de uma descida dos juros em 0,75%, situando-se agora em 2,5%.
Factores Socioculturais Estudar, perceber, saber interpretar e antever fenómenos sociais é, talvez, a maior arma empresarial que um gestor pode possuir. Os moldes capitalistas levaram a uma sociedade de consumo desenfreado, ao endividamento na banca e a situações recentes como o subprime. Assim, é fácil de perceber como é que um mercado, à partida, tão especializado como o mercado de After-Shave’s conseguiu expandir-se e inovar-se ao ponto de preencher os mais variados requisitos e de satisfazer as mais variadas necessidades. O mercado actual está repleto de produtos, se não, veja-se: Começando pela forma, temos After-Shave’s em gel, creme, espuma, loção ou bálsamo em embalagens grandes, pequenas ou médias. Se falarmos da função, temos um mercado variado como os After-Shave’s hidratantes, suavizantes, com álcool, sem álcool, com odores fortes ou fracos, refrescantes, after-bath, morning-shave… Posto isto, é vital um acompanhamento das necessidades constantes, actuais e graduais dos consumidores de modo a que este mercado possa continuar a proliferar.
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Factores Tecnológicos “Inovações tecnológicas podem constituir importantes fontes de diferenciação no mercado…” Freire (1997)
A análise da actualidade económica mostra a importância da tecnologia e do progresso tecnológico para a competitividade e sucesso de qualquer empresa e mesmo para o desenvolvimento económico e social de qualquer sociedade. Assim, a inovação revela-se indispensável a viabilidade e ao êxito da economia moderna. É necessário acompanhar as necessidades e exigências do mercado, tentando melhorar sempre e cada vez mais os produtos. Cada empresa deve ter a preocupação de possuir um laboratório de investigação e desenvolvimento conduzindo ao lançamento no mercado de produtos inovadores e diferenciadores. No entanto, são várias as dificuldades que se põem ao processo de inovação, nomeadamente o problema de apropriação da inovação. De forma a garantir os ganhos de inovação e, assim, incentivar o progresso tecnológico existem vários instrumentos para minimizar o risco de apropriação, destacando-se as patentes. As patentes conferem ao seu titular o direito exclusivo de explorar a invenção e impede terceiros de fabricar, oferecer, armazenar, ou introduzir no comércio. A duração legal de uma patente em Portugal, no espaço comunitário é de 20 anos. Apesar de toda a evolução verificada no desenvolvimento tecnológico, Portugal encontrasse ainda numa situação bastante precária, esperando que se altere o mais rapidamente possível, devido a crescente importância que assume a inovação na competitividade e crescimento económico.
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Factores Ambientais Com os temas ambientais em voga não só se torna imprescindível a uma marca ter como parte da sua imagem a protecção do ambiente como, também, ter em conta um crescimento e desenvolvimento sustentável de modo a não comprometer seriamente o panorama ecológico em que está inserida. É pertinente falar ainda neste contexto sobre o Protocolo de Kyoto (1998 – 2012). Uma empresa deve ter em conta se a sua localização está inserida no protocolo e estar consciente de todas as condicionantes que isso pressupõe.
Factores Demográficos Com uma população de 10,676,910 (Julho, 2008), e uma média de idade de 39,1 anos, Portugal, vê a sua estrutura etária dentro dos moldes Ocidentais…envelhecida. No entanto, para o mercado de After-Shave’s isto é, sem dúvida, uma boa noticia já que o seu público-alvo (25-34 anos) se encontra em grande número. Portugal, trata-se portanto de um mercado com grandes potencialidades, dispondo de um público vasto, amadurecido e potencial cliente deste mercado.
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BIBLIOGRAFIA
Estudo Marktest - referente aos anos: 2003, 2004 e 2005
Estudo Ac Nielsen - referente aos anos: 2003, 2004 e 2005
Agencia Lusa
INE
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CONCLUSÃO Após um estudo aprofundado do mercado de after-shave’s podemos concluir que segundo os dados fornecidos pela AC Nielsen, a dimensão de mercado dos produtos de barbear manteve-se estável nos anos de 2004, 2005 e 2006. No entanto, ocorreram algumas oscilações entre o Valor Total de Mercado e o Volume de Mercado. Em 2004 a dimensão do mercado de after-shave foi de 17 %, enquanto em 2005, a dimensão de mercado regista um decréscimo de 1%, ou seja, decresce para os 16%. Em contrapartida, no ano 2006 a dimensão de mercado cresceu, chegando aos 18%. Note-se, no entanto, que o volume de vendas foi superior mas o valor de mercado foi inferior, sendo este fenómeno, sinónimo de uma possível descida de preços face ao decréscimo anual registado ao nível do valor e do volume de mercado em 2005.
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