Instantes Ii

  • Uploaded by: Helena Schaffner
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INSTANTES II Não é santo quem nunca pecou ou sempre se poupou Não é puro quem nunca se expôs a provas da dor, da raiva, do medo, dos desejos, das alegrias, dos prazeres Não é virtuoso quem nunca fraquejou Nem é forte quem nunca vacilou Não é sensato quem nunca ousou sair de sua área de conforto e segurança Nem quem nunca se aventurou Sabendo que há riscos que compensam E outros que representam desrespeito à vida! Ser Humano de verdade é um ser depurado pelas águas e pelo fogo das experiências da Vida! Que, portanto, viveu e aprendeu: - que o fogo da dor, do amor, da solidão, do desespero deveriam ter lapidado o ego e a alma para serem Servidores do Espírito Imortal ou, então, um Ser Humano de fato e real! O verdadeiro Ser Humano, portanto: Sabe usar a Vida e seus bens materiais e morais sem abusar e sem consumismo mas com singela sabedoria e salutar economia! Sabe que: Sabedoria não é mera filosofia, mas fruto de vivência e Economia não é ser mesquinho ou temeroso pelos bens! Sabe, sobretudo, o preço de ser um Ser Humano: Permitir (sempre de novo) que toda dor Sirva de maturação do coração Transformando-o num fruto doce e maduro E não amargo e duro! E então, este Ser Humano “imitaria genuinamente” Jorge Luis Borges e escreveria: Instantes II - por Helena Schaffner

HELE NA SCH AFFNER < <>> CAMP INAS 1 99 2 E JAR INU NOV 2 00 8 <<> > SP – BRA SIL < <> > PG 1 - 3

INSTANTES II Se eu pudesse viver novamente a minha vida, trataria de aprender o mais cedo possível a diferença entre errar por não saber e precisar aprender com o erro, do erro advindo da repetição, e disso sabendo, viveria sem mania de perfeição, mas de constante aperfeiçoamento, respeitando meus limites do momento, e do meu próximo também, mas lamentaria pelos que não fazem da pedra de tropeço um aviso ou dos que preferem ver tudo como castigo! Saberia que há um meio termo salutar para tudo, inclusive para a higiene pessoal e geral! E que existe uma fase de aprendizado na vida, que nos torna radical - muito mental! Até na área espiritual, focando só o dual! Mas depois de assimilada a dolorida lição: de que criticar, dissecar e julgar só produz feridas no Coração, deveria se viver a unidade, com a Alma e não com a Razão! Teria mais tempo para contemplar o amanhecer e o entardecer, quer seja do vale ou da montanha, pois saberia, que cada ângulo tem sua beleza! Também nadaria mais, mesmo que em águas rasas, pois aprenderia: que há riscos que compensam e que estimulam nossos limites, e outros que representam desrespeito à vida! Iria a lugares distantes para ampliar meus horizontes internos e externos, mas também saberia desfrutar melhor meu próprio lugar, pois saberia que o distante sempre nos parece mais fascinante que o próximo! Tomaria sim mais sorvetes e em compensação cuidaria de comer mais saladas e tomaria mais sucos ou comeria mais frutas, para enfim garantir a saúde para muitos passeios e desfrutes! Teria, sem dúvida, menos problemas do que de mim dependesse, ou seja, não fazendo de cada problema um problema maior e àquela quota normal, saberia encarar como parte da vida e não como um peso anormal, pois já teria percebido, que problemas são sinônimo de vida,

HELE NA SCH AFFNER < <>> CAMP INAS 1 99 2 E JAR INU NOV 2 00 8 <<> > SP – BRA SIL < <> > PG 2 - 3

INSTANTES II tendo como função ativar nosso potencial latente por meio da busca da solução! Saberia, sim, que há problemas mais complicados que exigem um bocado de paciência e persistência! Mas não seria um desses que viveu cada minuto como se a vida fosse apenas usufruir! E nada aprendeu com a mestra-dor e viveu como um ser sem consciência ou inteligência racional – como um animal! Nem seria um desses que nunca leva nada consigo, a não ser a contagiante vontade de usufruir e acaba (ab)usando da bondade dos amigos, estranhos e da natureza! Mas não levaria tanto quanto alguns levam nas viagens ou pela vida, porém, trataria de evitar que minha leveza causasse peso aos outros ou à natureza! Aproveitaria o frio ou um tempo livre qualquer, para ler bons livros, não como mera fonte de instrução ou informação, mas, sobretudo, como fonte de inspiração: para saber que viver é mais do que existir! Daria mais voltas na minha rua em troca de programas sem nexo, mas não deixaria de ver filmes de valor e de humor e de rir com sabor e de ver a cor da vida, no dia a dia, e não apenas nas grandes obras de arte. Trataria de aprender a fazer de cada momento um bom momento, porque já saberia que: Viver é a maior das artes! E toda arte de fato, requer maestria e a maestria requer: persistência, paciência e prática! Enfim, saberia que: Viver é um compromisso com a consciência pessoal coletiva e espiritual! E que Instantes ou Momentos Não são meros fragmentos isolados da Existência Mas as pérolas a formar o colar da Vida unidas pelo fio da Consciência!

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