UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE
INDISCIPLINA NA ADOLESCÊNCIA
Por: Andréa Fernandez Figueiredo Rocha
Orientadora Profª. Diva Nereida
RIO DE JANEIRO JANEIRO/2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE
INDISCIPLINA NA ADOLESCÊNCIA
Apresentação
de
monografia
à
Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para obtenção
do
grau
de
especialização
Psicopedagogia... Por: Andréa Fernandez Figueiredo Rocha
em
3
AGRADECIMENTOS
A minha família e em especial aos meus pais que estão presente em todos os momentos da minha vida.
4
DEDICATÓRIA
...dedico esse trabalho a minha mãe Nieves que sempre me ajudou para o término desse trabalho e os profissionais de educação que passaram na minha vida e me ajudaram na busca para uma nova perspectiva escolar.
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RESUMO A adolescência é um período da vida em que acima de tudo, o jovem tem necessidade de ser reconhecido pelos outros, o que faz acentuar o desejo de pertencer a um grupo de referência e proceder a um afastamento progressivo das influências familiares. O problema da disciplina na sala de aulas é um dos que atualmente preocupa mais os professores, sobretudo os mais novos ou inexperientes. Sem o mínimo de silêncio e de ordem, não é possível concentrar-se no ensino e aprendizagem. A indisciplina na escola é um dos temas
mais
prementes
e
inquietantes
do
discurso
e
da
prática
psicopedagógica, absorvendo esforços significativos de todos os envolvidos no contexto educativo.
A importância desta problemática tem justificado
sucessivos estudos, contribuindo para um maior esclarecimento do fenômeno, adaptando como ponto de partida esta idéia de que a indisciplina é efetivamente
um
problema
educativo
que
parece
manifestar-se
simultaneamente com a ocorrência de insucessos acadêmicos no seu sentido mais estrito. Portanto, a presente monografia faz um levantamento das possíveis respostas para os questionamentos importantes sobre a origem da indisciplina, identificando fatores condicionantes no aspecto da indisciplina na adolescência.
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METODOLOGIA
O trabalho monográfico a seguir apresenta uma fonte de pesquisa bibliográfica das obras de alguns autores com base na realidade educacional, bem como o, questionamento das causas indisciplinares, a reflexão psicopedagógicas e as medidas que podem ser tomadas para amenizar o problema. As informações abordadas têm como objetivo explorar o assunto para um maior esclarecimento às pessoas que estejam ligadas à área educacional ou mesmo àquelas interessadas em conhecer a questão da indisciplina dos adolescentes.
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SUMÁRIO INTRODUÇÃO
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CAPÍTULO I - O ADOLESCENTE
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CAPÍTULO II - A INDISCIPLINA NA ADOLESCÊNCIA
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2.1 - Fatores Indisciplinares na escola
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CAPÍTULO III – REPENSANDO NAS PRÁTICAS
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3.1 – Um olhar para as práticas pedagógicas
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3.2 - Os desafios dos professores
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3.3 - A relação professor x aluno
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CAPÍTULO IV - A FAMÍLIA 4.1 - A influência da família na indisciplina
29
CAPÍTULO V - CONSIDERAÇÕES FINAIS
5.1 - Reflexões psicopedagógicas
35
CONCLUSÃO
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
41
ÍNDICE
43
FOLHA DE AVALIAÇÃO
44
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INTRODUÇÃO
Na tarefa de educar um filho, a adolescência é certamente o período mais difícil para os pais. Provavelmente também para o filho adolescente. Para entendermos o adolescente, faz-se necessário que entendamos o que é a adolescência afinal. Falar de disciplina na fase da adolescência pareceria algo impossível, visto que justamente nesta crise vivenciada da passagem da infância à vida adulta, o jovem enfrenta um grande número de dificuldades, mudanças e adaptações que o desajustam, não ficando fora o respeito às normas e leis estabelecidas. O adolescente vive um permanente desajustamento que o impulsiona a se encontrar consigo mesmo e a se reconhecer como a pessoa que é e quer chegar a ser em um futuro. A isto chamamos “procura da identidade”, que é a tarefa mais importante a ser realizada nestes anos tempestuosos. Uma das questões mais discutidas no âmbito escolar está ligada à indisciplina, essa constantemente gera muita polêmica, as causas são inúmeras e dificilmente se chega a uma conclusão. Nesse sentido, o primeiro passo a ser traçado é a realização de uma análise no “embrião” do problema, ou seja, na origem da questão, é partir daí que se conhecem os motivos que levam os indivíduos a comportar de forma indisciplinada. Antes de julgar o comportamento de alguns é preciso verificar a realidade da escola, da família, o psicológico, o social, além de muitos outros. As manifestações de indisciplina, muitas vezes, podem ser vistas como uma forma de se mostrar para o mundo, mostrar sua existência, em muitos casos o indivíduo tem somente a intenção de ser ouvido por alguém, então para muitos alunos indisciplinados a rebeldia é uma forma de expressão. Muitas escolas não oferecem espaços adequados para a prática de esportes, para brincar ou correr nos intervalos. Diante disso, o espaço escolar
9 fica limitado somente à sala de aula, como os adolescentes detêm muita energia, a falta de locais para gastar essa energia conduz à indisciplina. Outro aspecto de grande relevância é a família, problemas de diversas ordens podem acarretar na indisciplina escolar, talvez esse aluno conviva em um lar desestruturado onde os pais não se respeitam e assim reproduzem o que presencia em casa na escola. A ação da Família começa desde o berço, muito antes da ação da escola. Sendo a importância da ação familiar na tarefa educativa reconhecida pela escola, impõe-se uma íntima colaboração, que deverá significar a ajuda mútua na consecução do ideal educativo. Além disso, problemas psicológicos e sociais atingem diretamente o rendimento escolar, mais precisamente no fenômeno da indisciplina que se tornou, nos últimos anos, um dos principais problemas da educação no Brasil. A indisciplina cresce constantemente, produto de uma sociedade na quais os valores humanos tais como o respeito, o amor, a compreensão, a fraternidade, a valorização da família e diversos outros foram ignorados. Tendo em consideração a amplitude deste tema, serão tratadas apenas algumas reflexões, não numa perspectiva de meta de chegada de conhecimentos definitivos, mas de ponto de partida para outras abordagens interativas do ato educativo. Como a indisciplina constitui, atualmente, um dos problemas mais graves que a escola enfrenta, é questionado já algum tempo os efeitos negativos que ela produz em relação aos docentes. A temática desta pesquisa surgiu também por se considerar que tal questão, no cotidiano das salas de aula, tem se constituído em uma das maiores dificuldades encontradas por muitos educadores em sua prática educativa. A busca de respostas, com algumas reflexões, como o do porque da indisciplina, como resgatar os alunos deste pedido de socorro, e como resgatar os professores, em quanto verdadeiros educadores, são caminho árduos, porém certos para bons resultados.
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CAPÍTULO I
O ADOLESCENTE Adolescência é uma etapa intermediária do desenvolvimento humano, entre a infância e a fase adulta. Não se trata apenas de uma mudança na altura e no peso, nas capacidades mentais e na força física, mas, também, de uma grande mudança na forma de ser, de uma evolução da personalidade. Este período é marcado por diversas transformações corporais, hormonais e até mesmo comportamentais. Não se pode definir com exatidão o início e fim da adolescência (ela varia de pessoa para pessoa), porém, na maioria dos indivíduos, ela ocorre entre os 10 e 20 anos de idade (período definido pela OMS – Organização Mundial da Saúde). Muitas
pessoas
confundem
adolescência
com
puberdade.
A
puberdade é a fase inicial da adolescência, caracterizada pelas transformações físicas e biológicas no corpo dos meninos e meninas. É durante a puberdade (entre 10 e 13 anos entre as meninas e 12 e 14 entre os meninos) que ocorre o desenvolvimento dos órgãos sexuais. Estes ficam preparados para a reprodução. Na puberdade, acontece a culminância de um período de maturação hormonal próprio do ser humano. Dentro desse período que se inicia também a adolescência que é um processo psicológico e social, uma iniciação ao “mundo dos adultos”. É um período onde o jovem vive cheio de ansiedade, alterações no comportamento e grandes tensões. Está claro que os fatores culturais estabelecidos pela sociedade irão afetar todos os sentimentos aflorados pela própria puberdade, trazendo muitas vezes dificuldades de ajustamentos. Durante a adolescência ocorrem significativas mudanças hormonais no corpo. Além de favorecer o aparecimento de acnes, estes hormônios acabam influenciando diretamente no comportamento dos adolescentes. Nesta fase, os adolescentes podem variar muito e rapidamente em relação ao humor e
11 comportamento. Agressividade, tristeza, felicidade, agitação e preguiça são comuns entre muitos adolescentes neste período. Por se tratar de uma fase difícil para os adolescentes, é importante que haja compreensão por parte de pais, professores e outros adultos. O acompanhamento e o diálogo neste período são fundamentais. Em casos de mudanças
severas
(comportamentais
ou
biológicas)
é
importante
o
acompanhamento de um médico ou psicólogo. Uma marca comum da maioria dos adolescentes é a necessidade de fazer parte de um grupo. As amizades são importantes e dão aos adolescentes a sensação de fazer parte de um grupo de interesses comuns. Atualmente se fala muito em adolescência, em crise adolescente. As tentativas de lançar luz sobre o fenômeno trazem consigo uma infinidade de questões, atuais e complexas, que envolvem, sobretudo, os jovens de nossa sociedade. Adolescência
é
uma
das
etapas
do
desenvolvimento
humano
caracterizada por alterações físicas, psíquicas e sociais, sendo que estas duas últimas recebem interpretações e significados diferentes dependendo da época e da cultura na qual está inserida. Os jovens não são crianças, mas também não são adultos. É normal oscilar entre uma fase e outra do desenvolvimento. Assim os pais cobram atitudes de responsabilidade, de adultos, mas também os acham crianças para outros padrões de comportamento. É uma etapa de buscar informações, e podem sofrer por não terem as informações. Cabe aos pais, professores ou psicoterapeutas exercer o papel de provedor da informação. Jovens em fase de adolescência ficam constantemente aborrecidos com as limitações impostas por adultos e podem sentir revoltas. Limites são muito importantes e devem ser colocados, todavia, os meios pelos quais serão colocados podem ser inúmeros, e não precisam ser limitantes nem “aborrecentes”. Os adolescentes costumam serem dóceis e amáveis, mas são flexíveis quando conseguem na hora um diálogo onde são compreendidos, assim então acaba criando-se um ambiente de confiança, amizade e ajuda na busca de soluções com maior rapidez e eficiência.
12 Levando em conta o cenário existente, o jovem da sociedade atual sendo sensível aos acontecimentos, percebe e sente como ninguém, a(s) crise(s) da qual (os adultos, também) vivem; seja ela de qualquer valor, educacional, ética, moral, econômica, política, etc.
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CAPÍTULO II
A INDISCIPLINA NA ADOLESCÊNCIA O conceito de indisciplina é susceptível de múltiplas interpretações. Um aluno ou professor indisciplinado é em princípio alguém que possui um comportamento desviante em relação a uma norma explicita ou implícita sancionada em termos escolares e sociais. Estes desvios são, todavia denominados de forma diferente conforme se trate de alunos ou de professores. Os primeiros são apelidados de indisciplinados, os segundos de incompetentes. Com efeito, para fins deste estudo serão abordados os comportamentos desviantes dos alunos. Portanto, a indisciplina pode implicar violência, mas não é necessário que esta ocorra. É neste sentido que alguns autores distinguem vários níveis de indisciplina, tais como: perturbação pontual que afeta o funcionamento das aulas ou mesmo da escola; conflitos que afetam as relações formais e informais entre os alunos, que podem atingir alguma agressividade e violência conflitos que afetam a relação professor-aluno, e que em geral colocam em causa a autoridade do professor; vandalismo contra a instituição escolar, que muitas vezes procura atingir tudo aquilo que ela significa. A indisciplina é um dos temas que atualmente mais preocupam pais e professores, mas apesar disso ainda é um assunto pouco debatido. Para alguns professores, a indisciplina, é a falta de noções de regras e limites por parte do aluno. E essa falta de noção se deve á inúmeras causas, como por exemplo, á sua formação, á educação que recebe em casa, sua realidade, a diversidade de cultura existente. Ainda existe uma certa indefinição sobre o que é ou não permitido, sobre o que deve ou não ser aceito numa sala-de-aula, o que é ser aluno “disciplinado" e “indisciplinado”. Não é porque o aluno sempre obedece nada questiona, nunca pergunta, não fala nada em sala-de-aula, é comportado e só fala quando o professor pergunta que ele é o disciplinado.
14 A indisciplina não é um tema inovador. Inovador é o ser humano em sua infinita complexidade e sensibilidade às mudanças. No seio de uma sociedade que atravessa uma era de globalização onde a insegurança geral é avassaladora, não é de surpreender que o jovem enfrente problemas de indisciplina. A adolescência já é por si só um período de contestações. O jovem contesta tudo o que pode, inclusive a si mesmo. O problema não é a indisciplina ou o comportamento. O problema reside na escola e no profissional que não sabe lidar com a contradição do adolescente que incomoda os colegas e os professores com sua agressividade. Tendo em vista a grande reprovação de alunos adolescentes e as dificuldades
encontradas
pelos
professores
durante
suas
atividades
pedagógicas, torna-se necessário uma reflexão mais acentuada sobre a problemática da indisciplina escolar, questionando-se que atitudes a escola e o professor podem tomar diante dos mais diferentes aspectos do mau comportamento do aluno em sala de aula e na escola em geral? A indisciplina escolar atravessa todo o processo educativo e vem-se constituindo como grande deficiência do processo pedagógico, comprometendo as aprendizagens dos alunos e afetando, de forma substantiva, a estabilidade emocional e o desempenho profissional dos docentes. É por isso que se faz necessário procurar o real sentido do que quer dizer indisciplina no âmbito escolar, e não apenas simplesmente considerá-la como sua descrição no dicionário de não acatamento de uma ordem imposta ou não subordinação do aluno ao seu mestre. Por outro lado o comportamento indisciplinado também não resulta de fatores isolados (educação familiar, falta autoridade do professor, violência, etc.), mas sim da multiplicidade destes durante o desenvolvimento do indivíduo. Porém também não deve ser encarado como alheio à família nem tampouco à escola, já que na nossa sociedade, elas são as principais agencias educativas. Os professores por sua vez, serão aqueles que ao invés de lamentar-se pela falta de apoio familiar, ou pelos traços comportamentais do aluno, irão
15 analisar as verdadeiras causas da indisciplina e se as regras por eles impostas são realmente coerentes. E nessa análise poderão muitas vezes perceber que o argumento desse aluno “indisciplinado” pode ser realmente válido! E finalmente há os que crêem que a indisciplina está relacionada à personalidade do indivíduo, faz parte dele, já nasce com ele, é algo inato, ou faz parte de traços inerentes ao período no qual este se encontra (infância, adolescência), e em ambos os casos, a responsabilidade é totalmente desse individuo, onde a escola não pode surtir nenhum tipo de mudança. Os responsáveis pela organização escolar (diretores, coordenadores), reduzem o problema da falta de disciplina a simples fraqueza de autoridade do professor e sua falta de controle em sala-de-aula defendendo a idéia de que quando se tem pulso firme a tendência é o maior controle sobre os alunos. Para os alunos esse ato de indisciplina tem uma causa justa, pois alegam que ainda há grande existência de autoritarismo, aulas monótonas e desestimulantes, tempo curto de recreio e má organização de horários, má qualidade de material e clareza dos professores e por aí vai. Porém todas essas justificativas quanto à indisciplina são apenas superficiais, além de não possuírem um embasamento sólido, os fatores extraescolares acabam ocupando o primeiro lugar para os educadores e servindo muitas vezes como desculpa para não haver uma mudança, uma reorganização que visa à melhora.
2.1 - Fatores Indisciplinares na escola
De acordo com a teoria de Içami TIBA (1996), a disciplina escolar é um conjunto de regras que devem ser obedecidas para êxito do aprendizado escolar. Portanto, ela é uma qualidade de relacionamento humano entre o corpo docente e os alunos em uma sala de aula e conseqüentemente, na escola.
16 O autor aponta que em qualquer relacionamento humano, leva-se em conta a personalidade, as características de cada um dos envolvidos: professor, aluno e ambiente. O aluno (e não só o professor) é uma peça importante para a disciplina escolar e o sucesso do aprendizado. TIBA (1996) observa ainda, que os melhores alunos são os que têm interesse em aprender, pois o apreço pelo conhecimento é um valor desde cedo muito bem considerado na educação familiar. Em suma, da mesma maneira que a mãe protege um filho, crê que o professor também deve intervir para proteger o aluno mais despreparado. Cita que nem sempre o problema está solucionado só porque o aluno sofreu uma punição severa. Ocasionalmente, é conveniente encaminhar o aluno para que ele receba orientação. (TIBA, 1996)
Como causas da indisciplina na escola, são citadas por Tiba (1996, p.117):
1.CARACTERÍSTICAS PESSOAIS distúrbios psiquiátricos; distúrbios neurológicos; deficiência mental; distúrbios de personalidade; distúrbios neuróticos; etapas do desenvolvimento: confusão pubertária; onipotência pubertária; menarca/mutação; síndrome da quinta série; distúrbios de comportamento que incomodam pouco.
2. CARACTERÍSTICAS RELACIONAIS distúrbios entre os próprios colegas; distorções de auto-estima.
17 Outro aspecto importante que pode interferir no comportamento indisciplinado é o ambiente escolar, no qual o aluno está inserido. Salas pequenas e apertadas com pouca iluminação, onde os alunos não conseguem se acomodar, bagunça com objetos (papéis, carteiras, brinquedos, etc), gritos próximos a sala de aula, e calor intenso prejudicam a concentração e aprendizagem, provocando sem dúvidas a indisciplina. Para Tiba (1996, p.101) o fator ambiental que mais prejudica é o “estado psicológico” do indivíduo, ou seja, escolas em crise, greves, brigas entre professores, aluno e professores, são aspectos que “dificultam a aprendizagem”.
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CAPÍTULO III
REPENSANDO NAS PRÁTICAS Os estudiosos têm encarado a indisciplina como expressão de uma vontade interna do sujeito. Para que a libertação seja possível, é necessário construir uma moral com acento na ética e não nos códigos impostos a todos, por igual, com a finalidade de normalizar uma população. O ato indisciplinado deve ser considerado, então, matéria do exercício ético: Se diariamente nós, professores, nos queixamos que as normas e regras de conduta presentes na sala de aula se fizeram opacas, quando não diluídas completamente, e também lamentamos que a relação professor-aluno e a hierarquia nela implicada ora se apresentam sob a forma de submissão inconteste levando ao conformismo e apatia, ora materializam-se em atos de negligência para com o material de estudo ou atos de violência radicais, é justamente por termos perdido de vista as dimensões ética e política que fundam o processo educacional. Esquecemo-nos de que o ato de pensar, embora seja um exercício solitário, nunca se realiza inteiramente sem um parceiro. (FRANÇA In AQUINO, 1996, p.146)
Em outras palavras, precisa-se dos outros para que o pensamento se aprofunde. Quando o aluno se comunica mesmo que tumultue a aula, não necessariamente é um comportamento totalmente negativo. É na sala de aula o lugar onde o aluno vai experimentar os valores e crenças de que é feita a cultura. É um campo de experimentação onde o aluno tem contato com suas infinitas possibilidades como ser humano. Se o aluno perder o espaço público, perderá também o contato com os outros e um senso ético: "o ato indisciplinado é, enfim, uma força que precisa ser trabalhada a fim de explicar a que veio". (FRANÇA In AQUINO, 1991, p.147)
19 Todavia, a falta de orientação não permitiu que aflorasse e se desenvolvesse o "lado positivo" da indisciplina. Em resultado, há muito a indisciplina deixou de ser um evento esporádico e particular no cotidiano das escolas. Acabou por se tornar, então, um grande obstáculo pedagógico nos dias atuais. Dessa maneira, grande parte dos educadores tem procurado a maneira adequada de administrar o ato indisciplinado. A maioria não sabe se compreende ou reprime, ou até se encaminha ou ignora. A escola deve assegurar ao aluno a condição de poder ser dirigente. Contudo, isso não pode ser alcançado espontaneamente e num clima de liberdade entendido de maneira abstrata e metafísica. A escola, assim, não pode ser um local de ensino fácil e atraente em todos os momentos, mas um local que, dentro do respeito ao aluno, impõe sacrifícios, renúncias e esforço. De fato, o progresso do aluno, rumo aos conhecimentos elaborados historicamente pelo homem, não pode acontecer a não ser através de muita concentração e dedicação. A disciplina significa a capacidade de comandar a si mesmo, de se impor aos caprichos individuais, às veleidades desordenadas. Significa, enfim, uma regra de vida. Além disso, significa a consciência da necessidade livremente aceita, na medida em que é reconhecida como necessária para que um organismo social qualquer atinja o fim proposto. A disciplina não é o oposto da liberdade e tampouco algo que pode ser fixado de fora, do exterior. O problema é que para que um aluno se aproprie dos conteúdos escolares, ele precisa conquistá-los: Essa conquista, ao contrário, é resultado de uma série complexa de esforços da vontade e de atos de autocontrole, sem os quais o aluno não melhora, não enriquece e tampouco supera os saberes colhidos no meio ambiente. Com efeito, o aluno não nasce com tendências naturais para se apropriar dos conhecimentos elaborados. Não sendo agradável para o aluno a aquisição do conhecimento, tal tarefa torna-se para ele um peso.
20 Neste aspecto, a tarefa fundamental da escola é a de promover o desenvolvimento efetivo do aluno, formando-o o mais competentemente possível. Este processo de formação não acontece através da brincadeira, ou do ensino facilitado:
“ disciplina parece ser vista como obediência cega a um conjunto de regras principalmente um pré-requisito para o bom aproveitamento escolar. Nessa visão, as regras são fundamentais ao desejado ordenamento, ajustamento, controle e coerção de cada aluno e da classe como um todo. Dentro desta perspectiva qualquer manifestação de inquietação, questionamento, discordância, conversa será percebido como indisciplina, já que se espera obter a tranqüilidade, o silêncio, a docilidade, a passividade das crianças de tal forma que não haja nada nelas nem fora delas que as possa distrair dos exercícios passados pelo professor, nem fazer sombra à sua palavra.” (Wallon, 1975, p.379).
Especificamente, tal processo de adaptação envolve disciplina minuciosamente planejada. O pressuposto teórico enfatiza a importância da disciplina e ao mesmo tempo indica a necessidade de evitar a coação e o arbítrio. Em suas palavras colocar acento na disciplina, na sociabilidade, e pretender, todavia, sinceridade, espontaneidade, originalidade, personalidade, eis o que é verdadeiramente difícil e árduo. Isso só pode ser alcançado se a disciplina for fixada pelos próprios membros da coletividade que devem pôr-se de acordo entre si, discutindo com a máxima tolerância e respeito. Portanto, a disciplina não pode ser entendida como imposição externa e contrária aos anseios da coletividade, mas sim como um meio necessário para que esta crie e encaminhe uma assimilação responsável e lúcida das diretrizes a realizar.
3.1 - Um olhar para as práticas pedagógicas Sabe-se que a escola é o único lugar que garante efetivamente a relação de cidadania; nela o indivíduo pode estabelecer pactos, contratos,
21 reações sociais, não se limitando à sua singularidade de ensinar a ler, escrever, fazer contas, raciocinar. No fato da indisciplina vir-se repetindo constantemente, pode-se pensar que o adulto/professor não tenha percebido que em seu papel está previsto ser desafiado pelo jovem. É preciso saber que essa oposição do aluno pode ter um papel constitutivo e que, para se diferenciarem, os jovens precisam disso como um jogo necessário. Na prática educativa diária, podemos perceber claramente que os alunos que hoje freqüentam os bancos escolares apontam, embora de forma inconsciente, que não aceitam o ensino da forma que está. As salas de aula apresentam-se isoladas umas das outras e limitadas em recursos; mesas e cadeiras dispostas em filas; o professor desempenhando a função de dono e entregador principal do conhecimento; a apresentação de informação limitada ao uso de livros-texto e do quadro-negro e quase sempre de forma linear e seqüencial. Neste cenário, o papel ativo é exercido pelo professor; o aluno é um elemento passivo, um mero receptor dos pacotes de informação, o que contradiz o regido nos Parâmetros Curriculares Nacionais, onde o professor é encontrado como um professor aprendiz, ou seja, um professor reflexivo que não pode simplesmente jogar conteúdos para os alunos e sim, analisá-los, discuti-los e concluí-los juntamente com eles. Os conteúdos e metodologias mal aplicados amiúde ocasionam a ausência da disciplina. A aprendizagem significa mudança na forma de entender o mundo, resultante da experiência vivenciada, visto que ela pressupõe uma organização lógica da realidade. Partindo desta premissa, os conteúdos a serem ministrados devem partir do pressuposto que o aluno já traz consigo uma determinada compreensão de mundo. À medida que o professor desconsidera este fato o aluno não agüenta ser passivo o tempo todo num processo que deveria lhe proporcionar atividades. Em conseqüência, acaba por ser classificado como indisciplinado, como quem veio para perturbar a paz e a ordem.
22 Sabendo que o critério de aprovação recai única e exclusivamente na aquisição do conhecimento estabelecido e que, por muitas vezes, não necessita do professor para adquiri-lo, fazem da sala de aula momentos de encontro com colegas, momentos de lazer. Sem o entendimento do ato de educar e de avaliar como sendo um processo, o aluno tende a se indisciplinar e por sua vez, o professor tende a posturas coercitivas. A escolha dos conteúdos deve conter uma preocupação para com a aquisição de conhecimentos, para com a formação de habilidades e hábitos por parte do aluno, bem como a formação de convicções, através de conhecimento e experiência humanos. Deve-se também aliar a cultura do dia a dia à cultura elaborada, da mesma forma que deve-se retratar a realidade do aluno, ou do contrário, haverá uma ruptura entre a vida do aluno fora e dentro da escola. O professor que não cria situações que despertem o interesse do aluno pela aprendizagem é um mero repassador de conhecimentos dos outros. Um ensino pautado apenas pela exposição de conteúdos por parte do professor, sem diálogo, sem troca de experiências, mecânico e repetitivo, está fadado ao fracasso, gerando a não disciplina. A participação do aluno é imprescindível para despertar-lhe o interesse pela aprendizagem. Esta participação deve ser de modo organizado e disciplinado, sempre orientada pelo professor. Uma atitude pedante por parte do professor, afasta o interesse inicial do aluno.
3.2 - Os desafios dos professores
Corresponde à escola, favorecer e estimular essa progressiva maturação interior dos adolescentes, sem prejudicar a evolução sadia e normal de sua personalidade. Algumas normas práticas de conduta pessoal do professor em classe que dão resultados positivos:
23 - Cultivar com os alunos uma atitude fundamental de interesse, entendimento e simpatia. Ser, acima de tudo, humano e razoável para com eles; não se deve permitir, no entanto, os excessos de familiaridade nem se deve ser demasiado condescendente; é necessário ser firme e insistente nas exigências, mas explicando o porquê das mesmas. - Evitar durante as aulas falar de si mesmo, da vida, méritos ou problemas e negócios particulares; não desperdiçar o tempo de classe em confidências pessoais ou em assuntos alheios à matéria. - Não ser autoritário, arrogante nem afobado; não manifestar desprezo para os alunos; ser paternalmente firme e empregar a necessária energia de modo sereno, prudente e digno. Impor respeito aos alunos sem humilhá-los nem intimidá-los. - Cuidar a própria autoridade e não a expor ao desgaste, abusando dela em incidências triviais; em tais casos, é melhor recorrer ao manejo preventivo ou indireto. - Terminar, no entanto, de forma cortante e sem titubeios, qualquer movimento mais sério de indisciplina ou de desordem coletiva; não deixar navegar o barco até que a tempestade estoure. - Não fazer promessas nem ameaças que depois não se poderão ou não se quererão cumprir; quando se faça uma advertência, não devem tolerar-se reincidências. As sanções, se necessárias, devem ser aplicadas sem tardança e não dias ou semanas depois; mas se deve ser moderado e impessoal em sua aplicação. - Tratar as infrações mais graves de modo objetivo e impessoal, sem mostrar-se ofendido ou enojado pessoalmente. A indisciplina deve ser reprovada como conduta inconveniente e anti-social que fala dos indivíduos que a praticam. - Não a interpretar como afronta ou desacato à autoridade pessoal do professor. Terminado o incidente, não demonstrar ressentimento ou intenções de perseguição ou vingança; tratar aos alunos com naturalidade, como se nada tivesse sucedido antes.
24 - Não repreender nunca à classe inteira por faltas cometidas por alguns alunos; muito menos se deve castigar a toda a classe; além de injusto, seria anti-didático e contraproducente. Tentar, pelo contrário, isolar aos agentes da indisciplina, contrastando sua conduta com a dos demais membros da classe. Quando não se consiga identificá-los, não exigir que os outros os denunciem; convidar aos infratores a apresentar-se depois da classe para dar explicações pessoais. - Fazer compreende aos alunos que a boa conduta é uma exigência social que deve ser acatada em todas as circunstâncias da vida e que a escola dá grande importância. - Nunca ofenda pessoalmente aos alunos com apelidos depreciativos, indiretas sarcásticas, alusões a defeitos físicos ou insultos pessoais. Não provocar suscetibilidades nem ofender o sentimento de dignidade pessoal ou familiar dos alunos. (OUTEIRAL, 1994, p. 49)
Em suma, tentar criar e manter nas classes uma atmosfera sadia de responsabilidade, interesse e calor humano, espírito de trabalho e amor aos estudos. Acima de tudo se deve ser educador, nunca fiscal nem um perseguidor dos alunos. A indisciplina, dentro de um âmbito escolar, tem três formas principais, nenhuma delas é menos ou mais importante e podem ser apresentadas em qualquer ordem. Um foco é a própria escola. Quando a escola não tem regras claras, definidas; quando a escola não transforma em conhecimento de todos o que pode e o que não pode; quando a escola não viabiliza canais para que o aluno possa levar a sua crítica; quando a escola não oferece ao aluno a perspectiva de construir junto com ela as regras de um convívio, de interação, ela está agindo como um foco de indisciplina. O segundo foco seria o professor. Quando o professor não constrói uma aula significativa; quando ele não percebe as razões que levam o ser humano a aprender; quando ele não critica este aluno a partir de conceitos que
25 foram estabelecidos sobre os limites que o aluno tem, então ele está, indiretamente, gerando uma situação de indisciplina. E o terceiro foco seria o próprio aluno, quando procura capturar a atenção do professor de uma maneira excessiva, ou quando, às vezes, traz do lar, traz da rua, certas posturas que não se enquadram aos valores que a escola tem, desde que estes valores sejam discutidos. O papel do professor é importante não como figura central, mas como coordenador do processo educativo, já que, usando de autoridade democrática, cria, em conjunto com os alunos, espaços pedagógicos interessantes, estimulantes e desafiadores, para que neles ocorra a construção de um conhecimento escolar significativo. Esta dificuldade se constitui em motivo de preocupação para instituições escolares, profissionais da educação de um modo geral, e pais. Esta realidade presente, nas salas de aula, tem deixado estes profissionais impotentes e sem saber o que fazer diante de tal preocupação. É necessário que entre o professor e o aluno seja estabelecido a forma de comunicação necessária para que a aprendizagem significativa ocorra realmente.
O professor desempenha neste processo o papel de modelo, guia, referência (seja para ser seguido ou contestado); mas os alunos podem aprender a lidar com o conhecimento também com os colegas. Uma coisa é o conhecimento “pronto”, sistematizado, outro, bem diferente, é este conhecimento em movimento, tencionado pelas questões da existência, sendo montado e desmontado (engenharia conceitual). Aprende-se a pensar, ou, se quiserem, aprende-se a aprender. (Vasconcellos 2003, p. 58)
Ciente do que está acontecendo com seus alunos, o professor deve evitar os atritos, tomando um cuidado extremo para não dar ordens que favoreçam a oposição, o enfrentamento e o questionamento. Ao definir objetivos de aprendizagem, apresentar a informação, propor tarefas, responder a demanda aos alunos, avaliar a aprendizagem e exercer o controle e a autoridade, os professores criam ambientes que afetam a motivação e a aprendizagem. Em conseqüência, se queremos motivar nossos
26 alunos, precisamos saber de que modo nossos padrões de atuação podem contribuir para criar ambientes capazes de conseguir que os alunos se interessem e se esforcem por aprender e, em particular, que formas de atuação podem ajudar concretamente a um aluno.
“Disciplina não é um conjunto de regras, regulamento e proibições rotineiras pelas quais se controla o comportamento, embora muitas vezes seja necessário uma série de procedimentos para assegurar a ordem e garantir um ambiente de estudo eficaz, mas é aquela que permite a atuação dos alunos numa escolha pessoal, desenvolvendo trabalhos ajustados às suas necessidades fundamentais” (AMOS, OREM – 1968, p. 81).
Podemos concluir que esta incompatibilidade entre as percepções do professor e do aluno adolescente nos leva a refletir sobre uma conduta que poderá perpetuar-se e tornar-se difícil de mudar. Portanto, faz-se necessário e importante um trabalho de conscientização junto a esses adolescentes. Também propor um projeto de formação para os professores.
3.3 - A relação professor x aluno Outro fator a ser abordado, no âmbito escolar, é a qualidade das relações entre professor-aluno. Atualmente, o educando, ao ingressar na vida escolar, traz consigo o início de sua história pautada nos hábitos e costumes vivenciados no bojo familiar. O educador, por sua vez, não estando pronto para responder a tais questionamentos, tendo em vista ser ele produto da educação tradicional, desequilibra-se emocionalmente originando conflitos na relação professor-aluno. É necessário que o professor desenvolva e conquiste maior autonomia para lidar com a indisciplina na sala de aula. Isso não significa deixar o professor sozinho com a indisciplina, mas fomentar um trabalho em parceria, baseado em responsabilidades claramente definidas e no auxílio estratégico da equipe de apoio pedagógico em situações que requerem intervenção. Embora seja difícil e complexo lidar com o problema da indisciplina, o professor não pode desistir e nem se acomodar. Não pode deixar que a
27 educação silencie e limite os alunos e que impeça seu desenvolvimento criativo e participativo em sala de aula. Precisa-se de uma educação que valorize as organizações coletivas e que contribua para a construção da autonomia e para o desenvolvimento intelectual dos alunos, a fim de que se conquiste uma sociedade democrática. Conclui-se que as escolas precisam desenvolver políticas internas para lidar de forma preventiva com a indisciplina, havendo também a necessidade de programas de formação de professores em serviço voltados para a discussão de problemas vivenciados nas rotinas das escolas, para a idealização de soluções e para sua implementação.
A educação sem esperança não é educação. Enquanto necessidade ontológica a esperança precisa da prática para se tornar concretude histórica. É por isso que não há esperança na pura esperança, nem tampouco se alcança o que se espera na esperança pura, que vira, assim, esperança vã. (FREIRE, 1998b, p. 11).
Sabe-se que para obter disciplina em qualquer ambiente nos dia de hoje, não podemos deixar de falar de respeito. O papel do professor dentro da escola é muito mais abrangente, pois ele precisa estar atento às capacidades cognitivas, físicas, afetivas, éticas e para preparação do educando para o exercício de uma cidadania ativa e pensante. O respeito constitui o sentimento fundamental que possibilita a aquisição das noções morais, assim consegue-se atingir a responsabilidade, desenvolvendo a cooperação, a solidariedade, o comprometimento com o grupo, criando contratos e regras claras e que precisarão ser cumpridas com justiça. Entretanto quem define a indisciplina é o educador, o adulto do processo e que deve deter a autoridade. Assim, o dilema atual não é voltar à escola de antes, mas reinventar a escola de hoje, que faça funcionar a cena escolar. Para tanto, o educador não pode ignorar a tradição, senão vai querer educar a partir do nada, e não vai conseguir. Ele precisa repor no cenário que cada um tem que fazer a sua parte: a do aluno e aprender por amor,
28 respeitando a autoridade do professor que educa por dever. Este decide com vistas ao conhecimento e declara como será seu trabalho, bem como que não haverá negociação.
29
CAPÍTULO IV
A FAMÍLIA 4.1 - A influência da família na indisciplina Sabe-se que o homem é um ser extremamente social que constrói seus conhecimentos e relações a partir de uma total interação com o meio em que está inserido. Entendemos então que o meio social nos primeiros anos de vida influenciará de forma decisiva na formação de seu caráter e na construção de seu futuro. Se nesse contexto for recebido desde cedo noções de regras, limites e respeito, certamente será desenvolvido a disciplina, e será formado em si o conceito da reciprocidade: ter respeito para ser respeitado. Inserida em um contexto social bem mais amplo, a família, numa certa perspectiva, trata-se de uma cultura dentro de outra mais extensa, sobre a qual age e em relação a qual reage. Diante disso, a família não transmite todos os valores sociais, pois a formação de um jovem é fortemente influenciada pela estrutura das escolas e por uma sociedade conflituosa instável, atingida por constantes
mudanças.
Nesse
cenário,
a
família
deve
assumir
sua
responsabilidade educativa, pois é nela que cada jovem aprende a desenvolver a individualidade, a tornar-se pessoa criativa em busca da auto-realização e a manifestar as qualidades fundamentais para o convívio social. Devemos
para
isso
ter
bem
claro
no
processo
educativo,
principalmente no meio familiar, o momento de dizer não, fazendo isso com segurança e sem medo. A importância da colaboração escola-família é notória, pois, quando as famílias participam da vida escolar, torna-se mais fácil a integração dos alunos e melhora a qualidade do processo de ensino- aprendizagem. Na concepção de AQUINO (1996: p.47), a escola e a família são as duas instituições responsáveis pela educação num sentido amplo. O processo educacional depende da articulação desses dois âmbitos institucionais. Um não substitui o outro; devem, sim, complementar-se. Se tanto a família como a
30 escola são as principais responsáveis pela formação da criança ou do adolescente, é preciso que haja coerência entre princípios e valores de uma e outra, evitando confrontos entre professores e alunos e família e escola, o que favoreceria a rebeldia e a indisciplina dos alunos. O excesso de permissividade dos pais acarreta sérios problemas posteriores de indisciplina. Segundo ela, essa falta de limites poderá ser responsável por grandes e hediondos crimes como a queima do índio Pataxó em Brasília. Zagury (2001, p. 31) afirma que “algumas pessoas acham que dar limites aos filhos é uma questão de opção, mas essas pessoas não sabem que há uma progressão de problemas que podem derivar a falta de limites”.
“Em virtude de algumas dificuldades familiares em relação à educação, muitos pais erram por falta de limites na educação de seus filhos, sendo extremamente permissivos; não desenvolvem na criança hábitos de obediência e respeito a regras. Desse modo, essas crianças no contexto escolar são muito difíceis de se relacionar tanto com os colegas quanto com o pessoal adulto, pois só fazem o que querem e na hora que querem, perturbando o andamento das atividades para os outros e não conseguindo aprender, muitas vezes apenas porque não querem fazer nada que não estejam dispostas” (LOPES, 2000, p. 39).
Assim vemos que muitas vezes, o adolescente é quem sofre com as conseqüências de uma educação permissiva. Em outras a sociedade também é afetada com atitudes de intolerância e agressão. Tiba (1996 p.22) ressalta que “é importante estabelecer limites bem cedo e de maneira bastante clara, pois, mais tarde, será preciso dizer ao adolescente de quinze anos que sair para dar uma volta com o carro do pai não é permitido, e ponto final”. O perfil da família mudou muito nos últimos anos e isso interferiu de maneira contundente no perfil da criança e do jovem. A criança que antes vivia seus primeiros anos em contato direto com seus pais, recebendo carinho, informações e formações importantes para sua vida, hoje experimenta logo nos primeiros dias a ausência dos pais, ficando entregue aos avós, tios, babás ou creches. Os pais nem sempre são informados do que os filhos fizeram ou
31 deixaram de fazer durante o dia e muitas vezes tentam suprir essa ausência com bens materiais, acreditando que isso amenizará tais deficiências. Com essas mudanças e com o avanço da mídia a educação dos filhos escapou das mãos dos pais. Desde muito cedo a criança recebe influências do meio externo, de pessoas alheias à família, da mídia e Internet. Assim começa muito mais cedo a conviver com modelos diferentes de atuação. Mas mesmo assim o peso maior da responsabilidade da educação dos filhos recai sobre a mulher apesar de ela, hoje também fazer parte do mercado de trabalho e contribuir com o orçamento familiar. Quanto a isso Tiba (1996 p. 40) diz: “Quando trabalha fora, a mulher de hoje, ainda atropelada pelo ‘instinto’ materno, tende a se sentir culpada por ficar fora de casa o dia todo”. Mas, o autor afirma que o que mais vale é a qualidade do tempo dedicado aos filhos e não a quantidade. Portanto se o pouco tempo que a mãe fica com os filhos for proveitoso e rico em informações e formações, com certeza ela não terá motivos para se sentir culpada. E com certeza os filhos não lhe cobrarão maior presença, pois saberão que na hora certa ela ou eles – os pais – estarão presentes para orientá-los e ampará-los.
“Não é o fato de trabalhar fora que prejudica a mulher, a criança e a família. Mas a postura de culpa que a mãe assume na volta ao lar. Mal entra em casa ela corre a atender todo mundo sem se dar sequer o direito a um descanso” (TIBA, 1996, p. 42).
Cury (2003 p.25) também fala com relação à qualidade do tempo disponível que os pais têm com seus filhos: “Mesmo que você trabalhe muito, faça do pouco tempo disponível, grandes momentos de convívio com seus filhos. Role no tapete. Faça poesias. Brinque, sorria, solte-se. Perturbe-os prazerosamente”. Se a mulher for integrada, saberá conduzir o lar e seus filhos de maneira cooperativa, dividindo funções que não cabe só a ela, mas que são de responsabilidade de toda família. Filhos mais independentes, e que colaboram com a rotina da casa, são normas dessa mulher. Não se sentindo culpada, saberá com certeza impor limites e regras favoráveis ao bom andamento da educação dos filhos. Saberão que sem
32 limites é impossível a formação do bom cidadão e que disciplina não causa traumas e sim forma bons seres humanos. Bons pais dão presentes, pais brilhantes dão cultura e educação, nada substitui o amor paterno, portanto não se deve tentar suprir nossa ausência oferecendo presentes por mais valiosos que sejam. A presença paterna, o carinho e principalmente o dialogo é que forma a personalidade e o caráter do cidadão. Há autores que afirmam que a educação começa mesmo antes do nascimento e se forma por um processo contínuo de permanente integração com o meio, como é o caso de Puebla, o qual afirma que:
“A educação é um processo contínuo, permanente de integração, que tem início antes do nascimento do indivíduo, com a educação de seus pais, e dura toda vida, desenvolvendo-se em instituições específicas e além delas. Nesse encontro com a sabedoria interior, nós, educadores, podemos ser meros transmissores de informação ou estabelecer como objetivo um verdadeiro conceito de educação. Se assumirmos ser educadores poderemos contribuir para uma mudança social a partir do desenvolvimento individual e coletivo. Para isso temos que participar da mudança e vivê-la como um desafio essencial. Assim poderemos colaborar na construção de uma comunidade harmoniosa, apoiada em VALORES HUMANOS como base do crescimento pessoal e comunitário” (PUEBLA, 1997, p.19).
Por esse texto pode-se perceber o tamanho da responsabilidade que temos ao educar um jovem. A educação toma dimensões incalculáveis com relação à vida social do ser humano. Os conflitos sociais advêm da diversidade dos parâmetros de educação. Cada família tem seu modo peculiar de educar seus filhos. Isso deve ser respeitado. Mas também é preciso que cada família respeite as regras sociais e as façam respeitar por seus filhos, para que haja possibilidade de uma vida saudável e uma sociedade tolerante e justa. A vida conturbada dos tempos modernos, o crescimento acelerado da cibernética, os novos conhecimentos científicos, a rapidez da invasão da mídia, deixaram de lado certos valores e certos conhecimentos individuais necessários ao bom convívio.
“A vida nessa nossa complexa e comprometida época é difícil porque o desenvolvimento de nossos conhecimentos intelectuais levou-nos a explorar milhões de quilômetros de um espaço até há
33 pouco inexplorado, mas a habilidade e o esforço para explorar um milímetro do nosso próprio espaço interior foram diluídos” (PUEBLA,1997, p.19).
Insistimos, novamente, que precisamos rever nossos conceitos de valores e buscar repassá-los para nossas crianças e jovens se quisermos formar uma sociedade justa, solidária, compreensiva e participativa. Ainda é comum, atualmente, dizer que a educação vem de casa ou do “berço”, mas é no ambiente escolar que percebemos o quanto crianças e jovens não têm educação embora tenham família e “berço”. O que entendemos em todas as pesquisas realizadas é que os pais enfrentam um grande conflito com relação à maneira de educar seus filhos. Com medo de repetir os mesmos “erros” cometidos por seus pais, muitas vezes terceirizam a responsabilidade de educar as suas crianças cobrando da escola os valores que deveriam ser ensinados por eles.
“Há pais terceirizando a educação de seus filhos para a escola, declarada ou subterraneamente, principalmente nas questões nas quais eles perderam o controle. Disciplina e responsabilidade, valores familiares, são o que os pais mais cobram da escola” (TIBA, 1996, p.131).
As mudanças sociais são claras e percebemos uma inversão de papéis. Antes o papel da Escola era o de ensinar e preparar para o mercado de trabalho. Hoje ela tem o papel de educar e formar o cidadão com seus valores e personalidades. Isso faz parte das mudanças sociais contemporâneas. Entretanto, a Escola não pode se responsabilizar por um papel que na é dela. Ela tem que fazer sua parte sim, mas a família também tem que fazer a sua e os filhos também.
“A escola se encarrega de uma parte, mas ela não pode se responsabilizar pela parte que cabe única e exclusivamente à família”. A educação pode não vir de casa, mas a escola não pode ser conivente com a falta dela. Em muitos casos, a indisciplina também está nos pais. A escola tem que voltar suas atenções para esses pais, com orientações, exigências, palestras, leituras obrigatórias e muitos outros recursos (como atendimentos por profissionais especializados) para os ajudar a serem educadores” (TIBA, 1996, p. 133).
34 Todavia, ao analisar esta citação de Tiba, nota-se uma incoerência: o papel da escola não é assumir e responsabilidade da família. Mas tem a responsabilidade de preparar a família para o ato de educar. Seria mais curto o caminho se ela assumisse então o dever de educar. Se o papel da Escola é preparar a família para a educação dos filhos, então volta-se no mesmo erro de dar à escola, responsabilidades para as quais ela não foi criada. Portanto, a família e a escola devem apresentar objetivos comuns e integrados, capazes de desenvolverem a aliança educacional. Desta forma, estará contribuindo na possível formação de uma identidade saudável do educando, visto que a incumbência primária da escola é desenvolver a competência intelectual, formando o educando para a profissionalização e ao exercício da cidadania; enquanto a família tem por finalidade assegurar o desenvolvimento das diversas habilidades humanas.
35
CAPÍTULO V - CONSIDERAÇÕES FINAIS 5.1 - Reflexões psicopedagógicas O trabalho do profissional de ensino nos dias de hoje é um trabalho tem se tornando cada vez mais difícil e estressante, principalmente quando se trata de trabalhar com adolescentes. As mudanças na adolescência, tanto físicas quanto psicológicas, são expressas através da falta de interesse pelos assuntos abordados, bem como por meio de problemas de relacionamento com colegas e com o próprio professor. Estas questões quando acentuadas em sala de aula, cada vez mais, contribuem para que o professor perca a autoridade. Diante disto, o professor precisa impor regras que os alunos não aceitam, porque consideram-se auto-suficientes para decidir o que devem ou não fazer. O educador deve saber que é preciso oportunizar um ambiente democrático
e
propício
ao
desenvolvimento
harmonioso
dos
alunos,
objetivando a participação e a responsabilidade de cada um nesse ambiente, pois quando o mesmo é agradável, a aprendizagem ocorre com mais facilidade e torna-se prazerosa. Mas, para que isto aconteça, é necessário que o professor reflita e analise as formas com que está desenvolvendo seus trabalhos, se estão condizentes com a realidade dos alunos, se esta é a melhor forma de desenvolvê-los para que os resultados sejam positivos. O professor precisa investir cada vez mais em conhecimentos e práticas diferenciadas, pois a realidade está mudando a cada dia, os alunos de hoje estão em contato constante com o desenvolvimento tecnológico e a cada dia recebendo informações em excesso, isto faz com que percebam mais rapidamente a falta de conhecimento do professor sobre assuntos abordados em aula. Quando isto acontece, o aluno acaba tomando certas atitudes que não condizem com a realidade da sala de aula, e o trabalho do professor então torna-se desvalorizado. Isto leva os professores a concluírem que os alunos não gostam de estudar, não vêm importância nos estudos para seu futuro ou não gostam
36 de sua disciplina. Através desta análise será possível avaliar as questões apresentadas, bem como apontar possíveis soluções que favoreçam o bom andamento escolar que vem dificultando o trabalho do professor e seu relacionamento com os alunos. Sendo assim, os trabalhos desenvolvidos em aula terão maior proveito e a aprendizagem poderá ocorrer num clima participativo, em que os alunos realmente sejam educados para viver e praticar a verdadeira cidadania, exercendo seu papel com responsabilidade e respeito numa sociedade mais digna. Motivar para a aprendizagem escolar não é uma tarefa fácil, pois é notório que os alunos não encontram razões para aprender. Se o aluno não encontra significado no trabalho que tem a realizar, se não vê perspectiva futura nesta aprendizagem, provavelmente não terá interesse em aprender. Para que estes problemas não se tornem um caos, o professor precisa analisar cada caso e aprender a olhar de forma diferente, procurando entender quais as causas que levam os alunos a agirem dessa forma e o que é possível fazer para que esta realidade reverta em benefícios positivos. A compreensão dos fenômenos de (in)disciplina não se pode desligar da relação triangular professor-aluno-saber. Sem a construção de uma relação positiva com o saber, a relação psicopedagógica perde muito da sua razão de ser, ficando relegada para o plano de uma afetividade difusa, positiva ou negativa. E, numa época em que caminhamos abertamente para uma sociedade de informação, de livre acesso ao saber, o desafio da escola joga-se na capacidade de redefinição de uma relação com o saber, que não acentue as desigualdades sociais, através de novas formas relacionais que essa construção inevitavelmente gerará. Caso contrário corre-se o risco da escola se transformar numa mera instância de socialização concorrente com outras instâncias exteriores à escola, mas que não potencializará a mobilidade social que ela é suposta promover. Muitas vezes, a escola não tem condições físicas de oferecer atividades variadas e estimulantes, semelhantes àquelas com que o aluno está acostumado no seu dia-a-dia, como televisão, computador e internet.
Assim,
os recursos em sala de aula lhe parecem por demais cansativos.
Alguns
37 enfrentam problemas familiares e, muitas vezes, não estão acostumados a assumir responsabilidades e a respeitar normas de comportamento. Somandose a isso, o professor tem um programa a ser cumprido, uma carga de trabalho às vezes, desumana, não tem tempo de refletir sobre a sua atuação profissional,
assim
como
não
tem
tempo
para
aprimorar-se
profissionalmente. Só esses já são ingredientes suficientes para gerar conflitos em sala de aula. Nesse contexto, é possível entender a dificuldade do professor em refletir com os alunos sobre o que acontece na aula, mesmo porque essa não é uma prática comum na maioria das escolas, e é certo que a formação de hábitos e atitudes é obrigação da família. É verdade que a maioria dos problemas que acontecem em sala de aula é causada por falta de preparação do professor. Mas enquanto seu trabalho não for mais valorizado pelos sistemas educacionais e sociais, a situação não será resolvida, porque isto exige investimentos e tempo por parte do professor em cursos de preparação. Infelizmente ele precisa sobrecarregarse de aulas para que tenha um salário mais digno, restando um mísero tempo para preparação e dedicação, e a cobrança é muito grande pelo seu trabalho. É preocupante constatar que à escola parece ser atribuído somente o papel disciplinador, quando, na verdade, o seu objetivo primeiro é a reposição e a recriação do legado cultural. É preciso formar seres felizes, participativos, empreendedores e profissionais importantes para a humanidade, mas enquanto não houver um trabalho de conscientização a toda a sociedade, da importância de uma boa formação e da valorização do professor, como intermediário de novas aprendizagens, e conseqüentemente de um investimento mais justo e digno para esta profissão, a educação continuará sendo um sistema caótico, sem perspectiva futura. Na jornada educativa, a escola tem que cumprir seu papel de formadora e disciplinadora, que seus referenciais estimulem o jovem a não ir para a indisciplina, que ele se sinta respeitado e apoiado para retribuir com respeito e adesão. Há que se olhar para os casos de insucesso para se aprender com eles. Há que se olhar para os casos clínicos, para a teoria
38 psicanalítica e aprender com ela, e procurar recuperar o papel da escola e a autoridade do professor, ao invés de inventar mil programas que não dão certo, mas dão gasto do ponto de vista econômico e produzem desgastes impressionantes.
39 CONCLUSÃO
A Indisciplina na adolescência, o tema que foi abordado nessa monografia, veio mostrar que quando traçado a panorâmica da disciplina, a questão de educar com decisão e responsabilidade, destacando questões da escola e da família, algumas considerações sobre transferência se fazem necessárias, pois cada um tem que fazer a sua parte. Essa temática convida à reflexão, principalmente por parte dos pais e encarregados de educação, agentes que, levados pela correria desta sociedade atual, se furtam ao acompanhamento escolar dos seus educandos, numa atitude que, inevitavelmente, não deixa de ter reflexos aos mais diversos níveis, presentes e futuros. Sabe-se que nenhum professor tem total domínio e controle do que está transmitindo, pois sua função como tal é de transmitir conteúdo e valores, mas muitas coisas ele pode estar passando nas entrelinhas, que vêm do inconsciente, como, por exemplo, um descontentamento com a profissão. Quando falamos de indisciplina, temos que considerar, também, que professores que não tem se atualizado, têm dificuldade de entender a questão da postura do aluno atual. O problema da indisciplina tem sido um dos focos das dificuldades da escola na atualidade, tornando-se um desafio a todos os que estão comprometidos com a educação. Os educadores, teóricos, vê na prática educacional, um dos caminhos, para trabalhar os problemas apresentados pelos alunos na questão da indisciplina. Mas percebe-se que essa questão não é somente problemas escolar, o contexto da indisciplina está inserida no meio social e familiar que esse aluno traz de casa. Os pais dos alunos de hoje, muitas vezes mal terminaram ou pararam no meio da escolaridade, para serem pais, e com isso pararam de estudar, pois tenham que trabalhar para sustentar a família precoce que formaram.
40 Todas essas dificuldades tornam-se motivo de grande preocupação para instituições escolares, profissionais da educação de um modo geral, pois a escola está prepara para trabalhar conteúdos, formar cidadão, e não tem tempo de fazer a parte dos pais que é educar. Essa realidade está presente, em todas as salas de aula, tem deixado estes profissionais impotentes e sem saber o que fazer diante de tal preocupação, pois a realidade das famílias de hoje também são diferentes com as do passado. O comportamento indisciplinado do adolescente que pela gravidade e transtornos, pode prejudicar o andamento normal da classe e o ambiente de convivência entre os alunos. Nessa ocasião, em que se põe a prova à qualidade humana e profissional, o ofício do professor e a organização da vida familiar. Este tema deve estar entre as preocupações da sociedade e dos profissionais de educação, já que gera uma discussão constante sobre o futuro de qualidade para o adolescente e o que realmente está sendo feito, para essa formação.
41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA AMOS, Willian E, e OREM, Reginald C. Mestres, alunos e disciplina, – Barcelos:Companhia Editora de Minho, 1968.
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Alternativas
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43
ÍNDICE FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO DEDICATÓRIA
3 4
RESUMO
5
METODOLOGIA
6
SUMÁRIO
7
INTRODUÇÃO
8
CAPÍTULO I - O ADOLESCENTE
10
CAPÍTULO II - A INDISCIPLINA NA ADOLESCÊNCIA
13
2.1 - Fatores Indisciplinares na escola
15
CAPÍTULO III – REPENSANDO NAS PRÁTICAS
18
3.1 – Um olhar para as práticas pedagógicas
21
3.2 - Os desafios dos professores
23
3.3 - A relação professor x aluno
26
CAPÍTULO IV - A FAMÍLIA 4.1 - A influência da família na indisciplina
29
CAPÍTULO V - CONSIDERAÇÕES FINAIS 5.1 - Reflexões psicopedagógicas
35
CONCLUSÃO
39
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
41
ÍNDICE
43
44
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por:
Conceito: