Indic Atmosf Uni Maritimas Oleo E Ga

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III CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 17, 18 e 19 de agosto de 2006

UTILIZAÇÃO DE INDICADORES DE EMISSÕES ATMOSFÉRICAS COMO FERRAMENTA DE DECISÃO EM PROJETOS DE UNIDADES MARÍTIMAS DE PRODUÇÃO DE ÓLEO E GÁS

Gladston Francisco Paolucci Pimenta (PETROBRAS) - [email protected] Fernando Toledo Ferraz (UFF) - [email protected]

RESUMO Este artigo apresenta um estudo da utilização de indicadores ambientais em projetos de unidades marítimas de produção de óleo e gás. Os indicadores utilizados representam a taxa de emissão de gases de efeito estufa (GEE) por unidade de óleo equivalente produzido (I1) e a taxa de emissão de gases de efeito estufa por unidade de energia gasta com combustíveis (I2). Foram apresentados os resultados da avaliação dos indicadores propostos para 31 (trinta e uma) unidades marítimas de produção existentes. Os dados de emissão de poluentes, produção de óleo e gás e de consumo de energia e combustíveis obtidos das unidades marítimas foram alterados com o auxílio de um multiplicador, de forma que os valores apresentados não correspondem aos valores reais. Palavras-chaves: Gestão Ambiental, Prevenção da Poluição, Indicadores Ambientais, Gases de efeito estufa.

ABSTRACT This essay presents the study of utilization of environmental indicators in oil and gas offshore production unit design. The indicators in question represent the tax of greenhouse gas emissions per produced equivalent oil (I1) and the tax of greenhouse gas emissions per energy consumption with fuels (I2). This essay also describes international legislation and agreements concerning GEE emission. In the end is presented the results of the evaluation of the proposed indicators for 31 existing offshore units. The presented values of emissions, oil and gas production, energy and fuel consumption of the units were multiplied by factors and do not match with the real values. Key-words: Environmental Management, Pollution Prevention, Environmental Indicators, Greenhouse gases.

III CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 17, 18 e 19 de agosto de 2006

1. INTRODUÇÃO

As unidades marítimas de produção de óleo e gás possuem sistemas que contribuem para a emissão de GEE, como, por exemplo, o sistema de geração de energia, o sistema de tocha e as emissões fugitivas inerentes à própria instalação. O presente trabalho se propõe a apresentar uma metodologia que venha a auxiliar no projeto de unidades marítimas de produção de óleo e gás, especificamente na estimativa de emissão de gases de efeito estufa durante a sua operação. A utilização de indicadores de desempenho ambiental, sendo aplicada durante o projeto, pode auxiliar na obtenção de uma unidade com menor nível de emissões destes gases. O objetivo principal deste estudo é apresentar uma metodologia para a avaliação do desempenho ambiental de unidades marítimas de produção, a ser aplicada durante a fase de projeto destas unidades, no que se refere à emissão de gases de efeito estufa, utilizando dados obtidos a partir de um sistema de gestão de emissões atmosféricas já existente e de outras ferramentas de gestão.

2. OS GASES DE EFEITO ESTUFA

Os principais gases de efeito estufa naturalmente encontrados na atmosfera são o vapor dágua, ozônio (O3), metano (CH4), óxido nitroso (N2O) e o dióxido de carbono (CO2). Estes são os que têm maior influência na determinação da temperatura da atmosfera e da superfície terrestre. O CO2 é hoje o GEE que mais contribui para a intensificação do problema. Decorre do uso de recursos fósseis – carvão, petróleo e gás natural – resultando da combustão completa destes combustíveis, bem como da destruição de florestas e ecossistemas, que funcionam como “sumidouros” e “reservatórios” naturais de absorção do dióxido de carbono. A tabela a seguir mostra uma comparação entre os valores da concentração dos gases citados acima no período pré-industrial e no ano de 2000, destacando o aumento aproximado dessa concentração.

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TABELA 1 – Comparação entre a concentração de CO2, CH4 e N2O na atmosfera entre o período do ano 1000 até 1750 e o ano 2000.

Mudança observada Indicador 1000-1750

2000

Aumento

Concentração de CO2 na atmosfera

200 ppm

368 ppm

31 ± 4%

Concentração de CH4 na atmosfera

700 ppb

1750 ppb

151 ± 25%

Concentração de N2O na atmosfera

270 ppb

316 ppb

17 ± 5%

Fonte: Adaptado de Climate Change 2001: Syntesis Report – Summary for Policymakers (IPCC, 2001, p.5) 3. INDICADORES DE DESEMPENHO AMBIENTAL

O Sistema de Gestão de Emissões Atmosféricas (SIGEA) da empresa Petrobras, utilizado para inventariar os poluentes atmosféricos da empresa, reporta a quantidade de emissões de poluentes (saída) em base anual. No interesse deste estudo, o SIGEA será utilizado para obter a quantidade de emissões atmosféricas com potencial de mudança climática global, no caso, os gases de efeito estufa. Na consolidação dos dados do inventário os indicadores são utilizados na forma megagramas (Mg) de poluentes por miligramas (mg) de hidrocarbonetos produzidos. A proposta deste trabalho é mostrar a viabilidade da utilização de indicadores de desempenho ambiental (indicadores I1 e I2) de forma pró-ativa, na fase de projeto, possibilitando a ação do ciclo PDCA durante a fase de concepção de uma unidade de produção, propiciando uma comparação da eficiência ambiental, em termos de emissão de GEE, de uma unidade marítima de produção com as outras unidades já projetadas pela empresa e que têm um histórico de emissões registradas (SIGEA).

4. LEVANTAMENTO E TRATAMENTO DOS DADOS

4.1. LEVANTAMENTO DE DADOS

Utilizando os dados disponíveis no SIGEA, obtivemos o total de emissões dos gases de efeito estufa inventariados para cada unidade de produção, em termos de carbono equivalente, nos anos de 2003 e 2004.

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Utilizando o Sistema de Informação da Produção (SIP) foram obtidos os dados de produção de óleo e gás para os mesmos anos acima citados. Da mesma forma utilizou-se o Sistema de Atividades do Gás (SAG) para se obter as vazões de gás combustível consumido. O Sistema de Transporte Marítimos (STM) foi utilizado para saber qual foi o volume de óleo diesel entregue às unidades marítimas de produção durante os anos de 2003 e 2004.

4.2. INDICADOR I1

Com os dados citados anteriormente pode-se calcular o indicador que relaciona o total de emissão de CO2 equivalente durante o ano com o total de óleo equivalente (óleo+gás) produzido em cada unidade de produção.

I1 =

emissão total de CO2 equivalente (ton CO2 / m3 óleo equivalente) (1) óleo equivalente produzido

onde: − emissão total de CO2 equivalente: emissão dos gases de efeito estufa considerados, expressa em toneladas de CO2 equivalente − óleo equivalente produzido: quantidade de hidrocarbonetos (óleo + gás) produzida, expressa em metros cúbicos de óleo equivalente

TABELA 2 – Indicador I1. Indicador I1 (ton/m3)

UNIDADE

Indicador I1 (ton/m3)

UNIDADE

2003

2004

acumulado

2003

2004

acumulado

U-01

2.47

3.84

3.04

U-17

1.93

2.09

2.01

U-02

1.72

1.09

U-03

1.47

1.65

1.43

U-18

2.80

3.97

3.39

1.56

U-19

1.80

1.34

1.58

U-04

2.00

1.37

1.65

U-20

1.82

2.52

2.15

U-05 U-06

1.45

1.81

1.62

U-21

4.99

4.89

4.94

2.19

1.04

1.62

U-22

2.73

3.58

3.16

U-07 U-08

1.73

0.78

1.24

U-23

2.83

2.44

2.60

6.37

10.05

7.78

U-24

2.03

3.08

2.52

U-09

2.66

3.56

3.09

U-25

1.50

1.37

1.44

U-10

7.92

9.02

8.47

U-26

0.01

0.05

0.03

U-11

1.61

1.62

1.61

U-27

0.02

0.04

0.03

U-12

9.02

11.16

10.18

U-28

0.17

0.38

0.28

U-12

5.17

4.82

4.96

U-29

0.24

0.37

0.30

U-14

1.63

2.07

1.85

U-30

0.19

0.25

0.22

U-15

1.94

1.72

1.85

U-31

0.03

0.08

0.05

U-16

0.73

0.90

0.81

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4.3. INDICADOR I2

Com os dados citados pode-se calcular o indicador que relaciona o total de emissão de CO2 equivalente durante o ano com o total de energia consumida com combustíveis na unidade de produção.

I2 =

emissão total de CO2 equivalente (ton CO2 / GJ energia consumida) (2) energia consumida com combustíveis

onde: - emissão total de CO2 equivalente: emissão dos gases de efeito estufa considerados, expressa em toneladas de CO2 equivalente − energia consumida com combustíveis: quantidade de energia consumida na forma de combustíveis (gás combustível e óleo diesel) expressa em giga joules TABELA 3 – Indicador I2. Indicador I2 (ton/GJ)

UNIDADE

Indicador I2 (ton/GJ)

UNIDADE

2003

2004

acumulado

2003

2004

acumulado

U-01

2.56

3.97

3.15

U-02

4.13

2.60

3.42

U-17

2.52

2.40

2.46

U-18

1.46

1.78

1.63

U-03

1.93

2.00

1.97

U-19

5.38

2.22

3.38

U-04

3.12

U-05

4.65

2.00

2.47

U-20

4.52

5.58

5.05

4.88

4.77

U-21

2.40

3.91

3.06

U-06 U-07

3.05

1.38

2.21

U-22

1.96

2.03

2.00

3.55

1.33

2.30

U-23

3.78

4.07

3.93

U-08

1.42

1.69

1.54

U-24

1.69

2.00

1.85

U-09

1.54

1.83

1.69

U-25

3.89

3.36

3.62

U-10

1.45

1.78

1.61

U-26

52.12

104.62

87.05

U-11

1.96

1.96

1.96

U-27

68.75

122.33

91.89

U-12

1.39

1.67

1.54

U-28

4972.93

18513.51

10241.64

U-12

2.08

2.35

2.23

U-29

634.81

69.21

113.12

U-14

3.30

4.49

3.87

U-30

358.02

583.00

454.83

U-15

3.48

2.18

2.85

U-31

65.05

23.72

28.16

U-16

2.72

2.85

2.78

5. ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS Neste tópico iremos analisar os dados obtidos para os indicadores I1 e I2.

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5.1. INDICADOR I1

INDICADOR I1 - TODAS AS UNIDADES

8

6

3

Indicador I1 (Mg CO2/m óleo equivalente)

10

4

2

0

GRÁFICO 1 – Indicador I1 para todas as unidades avaliadas. U-27 U-26 U-31 U-30 U-28 U-29 U-16 U-07 U-02 U-25 U-03 U-19 U-11 U-06 U-05 U-04 U-14 U-15 U-17 U-20 U-24 U-23 U-01 U-09 U-22 U-18 U-21 U-13 U-08 U-10 U-12

Unidade de Produção

Pode ser observada no gráfico 1 uma variação razoável nos valores deste indicador para as unidades inicialmente selecionadas. Esta observação dos valores obtidos sugere que se deve caracterizar grupos de unidades que possam ser utilizados como comparação para os novos projetos. Separando-se as unidades por tipo (Fixa, FPSO e SS), obtém-se os resultados mostrados a seguir.

5.1.1. INDICADOR I1 PARA UNIDADES FIXAS

Considerando somente as unidades de produção do tipo fixa, o seguinte gráfico para o 10

INDICADOR I1 - UNIDADES TIPO FIXA

8

6

3

Indicador I1 (Mg CO2/m óleo equivalente)

indicador I1 foi obtido:

4

2

0 U-27 U-26 U-31 U-30 U-28 U-29 U-17 U-09 U-18 U-13 U-08 U-10 U-12 Unidade de Produção

GRÁFICO 2 – Indicador I1 para as unidades do tipo fixa.

O gráfico acima mostra que existe um grupo de unidades (de U-27 a U-29) que possuem valores menores para o indicador I1. Analisando as características das unidades tipo

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fixa, foram separadas as que recebem geração de energia de outra unidade daquelas que possuem geradores próprios, obtendo os seguintes resultados: INDICADOR I1 - UNIDADES TIPO FIXA

0.5

Indicador I1 (Mg CO2/m óleo equivalente)

0.4

COM GERAÇÃO PRÓPRIA

10

SEM GERAÇÃO PRÓPRIA

0.3

8

6

3

3

Indicador I1 (Mg CO2/m óleo equivalente)

INDICADOR I1 - UNIDADES TIPO FIXA

0.2

0.1

0.0

4

2

0 U-26

U-27

U-31

U-30

U-28

Unidades de Produção

U-29

U-17

U-09

U-18

U-13

U-08

U-10

U-12

Unidade de Produção

GRÁFICO 3 – Indicador I1 para unidades tipo fixa com e sem geração própria.

Observa-se que as unidades que não possuem geração de energia própria, ou seja, não queimam combustível para geração de energia, possuem um indicador I1 mais favorável, pelo fato de emitirem menos GEE para atmosfera (ver tabela 3). Apesar da escala utilizada ainda sugerir uma diferença no valor do indicador para estas unidades, indicando a existência de 2 sub-grupos, julgou-se que esta diferença (0,03 a 0,30) nos fornece uma faixa de trabalho bem menor do que a anterior (0,03 a 10,18). Para as unidades com geração de energia própria, observa-se que as unidades U-08, U10 e U-12 são chamadas de unidades centrais, que recebem correntes (óleo, gás ou água) de outras unidades de produção. Pode-se, então, dividir o gráfico em duas áreas de trabalho em função do tipo de unidade: centrais (7,78 a 10,18) e não-centrais (2,01 a 4,96). As faixas de trabalho resultantes são bem menores que a obtida sem a divisão proposta (2,01 a 10,18).

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INDICADOR I1 - UNIDADES TIPO FIXA

8

6

3

Indicador I1 (Mg CO2/m óleo equivalente)

NÃO-CENTRAIS CENTRAIS

COM GERAÇÃO PRÓPRIA

10

4

2

0 U-17

U-09

U-18

U-13

U-08

U-10

U-12

Unidade de Produção

GRÁFICO 4 – Indicador I1 para unidades tipo fixa com geração própria.

5.1.2 Indicador I1 para unidades do tipo FPSO Considerando somente as unidades de produção do tipo FPSO, o seguinte gráfico foi obtido para o indicador I1:

INDICADOR I1 - UNIDADES TIPO FPSO

3

Indicador I1 (Mg CO2/m óleo equivalente)

1.8 1.6 1.4 1.2 1.0 0.8 0.6 0.4 0.2 0.0 U-07

U-11

U-05

U-04

U-14

U-15

Unidade de Produção

GRÁFICO 5 – Indicador I1 para unidades tipo FPSO.

Pode-se observar que os resultados obtidos proporcionam uma boa faixa de trabalho (1,24 a 1,85), o que mostra uma semelhança entre o desempenho das unidades em relação à emissão de gases de efeito estufa. Pode-se acrescentar que as unidades do tipo FPSO são razoavelmente novas, pois este tipo de tecnologia veio com a necessidade da exploração e produção de petróleo em grandes lâminas d’água (profundidade do leito marinho em relação ao nível do mar). Como são mais novas, as tecnologias aplicadas nos equipamentos e sistemas são razoavelmente similares, resultando em desempenhos também similares em relação à emissão de poluentes.

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5.1.3 INDICADOR I1 PARA UNIDADES DO TIPO SS

Considerando agora somente as unidades de produção do tipo SS, o seguinte gráfico foi obtido para o indicador I1:

INDICADOR I1 - UNIDADES TIPO SS

4

3

3

Indicador I1 (Mg CO2/m óleo equivalente)

5

2

1

0 U-16 U-02 U-25 U-03 U-19 U-06 U-20 U-24 U-23 U-01 U-22 U-21 Unidade de Produção

GRÁFICO 6 – Indicador I1 para unidades tipo SS.

O gráfico 6 fornece uma faixa de trabalho de 0,81 a 4,94. A unidade U-21 possui um valor absoluto um pouco maior que o restante das outras unidades. Durante este trabalho não foi encontrado o motivo pelo qual esta diferença existe. Caso este valor seja desprezado para a comparação durante o projeto de uma unidade, a faixa de trabalho se apresenta mais fechada, entre 0,81 e 3,16.

5.2. INDICADOR I2

Pode-se observar no gráfico abaixo uma variação bastante acentuada nos valores do indicador I2 para as unidades inicialmente selecionadas:

III CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 17, 18 e 19 de agosto de 2006 INDICADOR I2 - TODAS AS UNIDADES

Indicador I2 (Mg CO2/GJ energia consumida)

10000

8000

6000

4000

2000

0 U-08 U-12 U-10 U-18 U-09 U-24 U-11 U-03 U-22 U-06 U-13 U-07 U-17 U-04 U-16 U-15 U-21 U-01 U-19 U-02 U-25 U-14 U-23 U-05 U-20 U-31 U-26 U-27 U-29 U-30 U-28

Unidade de Produção

Observa-se que o valor do indicador I2 para a unidade de produção U-28 é bastante superior aos outros. Esta unidade faz parte do grupo de unidades que recebe geração de energia de outras unidades (U-26 a U-31). Comparando com as outras similares, tem-se que os valores de emissão de GEE para os anos de 2003 e 2004 relativamente superiores aos das outras unidades. O consumo de óleo diesel desta unidade não foi expressivamente alto para os anos de 2003 e 2004. Um alto consumo deste combustível, utilizado em processos de queima, poderia explicar os altos valores de GEE emitidos. Pode-se chegar à conclusão que, para análise deste indicador, esta unidade deve estar operando em condições atípicas durante o tempo considerado neste estudo ou porque os dados de entrada no SIGEA estão incorretos. Segue, então, o gráfico do indicador I2 desprezando a unidade U-28:

Indicador I2 (Mg CO2/GJ energia consumida)

INDICADOR I2 - TODAS AS UNIDADES (desprezando U-28) 400

300

200

100

0 U-08 U-12 U-10 U-18 U-09 U-24 U-11 U-03 U-22 U-06 U-13 U-07 U-17 U-04 U-16 U-15 U-21 U-01 U-19 U-02 U-25 U-14 U-23 U-05 U-20 U-31 U-26 U-27 U-29 U-30

Unidade de Produção

P

GRÁFICO 8 – Indicador I2 para todas as unidades avaliadas (desprezando U28).

Pode-se observar, ainda, uma expressiva variação nos valores encontrados para o indicador I2. Da mesma forma que para o indicador I1, inicialmente as unidades foram agrupadas por tipo (Fixa, FPSO e SS), obtendo os resultados mostrados a seguir.

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5.2.1. INDICADOR I2 PARA UNIDADES FIXAS Considerando somente as unidades de produção do tipo fixa, o seguinte gráfico foi obtido para o indicador I2:

Indicador I2 (Mg CO2/GJ energia consumida)

500

INDICADOR I2 - UNIDADES TIPO FIXA (desprezando U-28)

400

300

200

100

0 U-12 U-08 U-10 U-18 U-09 U-13 U-17 U-31 U-26 U-27 U-29 U-30 Unidade de Produção

GRÁFICO 9 – Indicador I2 para as unidades tipo fixa (desprezando U-28).

Pode-se observar que o lado direito do gráfico, cujas unidades apresentam os maiores valores para o indicador, é composto pelas mesmas unidades já avaliadas para o indicador I1 como sendo aquelas que não possuem geração própria, recebendo energia gerada em outra unidade. Isto sugere a mesma separação já utilizada, conforme segue:

3.0

INDICADOR I2 - UNIDADES TIPO FIXA SEM GERAÇÃO PRÓPRIA (desprezando U-28)

Indicador I2 (Mg CO2/GJ energia consumida)

Indicador I2 (Mg CO2/GJ energia consumida)

500

400

300

200

100

INDICADOR I2 - UNIDADES TIPO FIXA COM GERAÇÃO PRÓPRIA (desprezando U-28)

2.5

2.0

1.5

1.0

0.5

0.0

0 U-31

U-26

U-27 Unidade de Produção

U-29

U-30

U-12

U-08

U-10

U-18

U-09

U-13

U-17

Unidade de Produção

GRÁFICO 10 – Indicador I2 para as unidades tipo fixa com e sem geração própria (desprezando U-28).

Observa-se que as unidades que não possuem geração própria têm um indicador I2 mais desfavorável, ou seja, emitem mais GEE pos cada unidade de combustível consumido.

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A unidade U-29 apresentou um comportamento singular, pois o indicador I2 caiu de 634,81 ton CO2/GJ em 2003 para 69,21 ton CO2/GJ em 2004. Pela tabela 4 pode-se notar que houve um aumento expressivo no consumo de óleo diesel de um ano para o outro, sem que fosse registrado um aumento nas emissões de GEE neste mesmo período (ver tabela 3). Observando os mesmos dados para as unidades U-26 e U-31, tem-se uma coerência nos dados de emissão de GEE, pois o aumento das emissões em 2004 está associado ao aumento de consumo de óleo diesel neste mesmo ano. Pode-se concluir que a unidade U-29 está com um consumo atípico de óleo diesel que não resulta em emissão de GEE (não é um processo de queima) ou os dados de entrada para o ano de 2004 no SIGEA estão incorretos. A unidade U-30 apresenta uma variação também atípica, pois teve uma redução no consumo de diesel de 2003 para 2004 e um aumento nas emissões de GEE neste mesmo período. Para as unidades com geração de energia própria, tem-se uma faixa de trabalho razoável para I2 (1,54 a 2,46), o que mostra uma semelhança entre o desempenho das unidades em relação à emissão de GEE. Observa-se ainda uma faixa inicial no lado esquerdo do gráfico com variação bem pequena (1,54 a 1,69).

5.2.2. INDICADOR I2 PARA UNIDADES DO TIPO FPSO

Consideremos agora somente as unidades de produção do tipo FPSO.

Indicador I2 (Mg CO2/GJ energia consumida)

5

INDICADOR I2 - UNIDADES TIPO FPSO

4

3

2

1

0 U-11

U-07

U-04

U-15

U-14

U-05

Unidade de Produção

GRÁFICO 11 – Indicador I2 para as unidades tipo FPSO.

III CNEG – Niterói, RJ, Brasil, 17, 18 e 19 de agosto de 2006

Pelo gráfico 11 obtido para o indicador I2 pode-se observar que os resultados proporcionam uma faixa razoável de trabalho (1,96 a 4,77).

5.2.3. INDICADOR I2 PARA UNIDADES DO TIPO SS

Considerando agora somente as unidades de produção do tipo SS, o seguinte gráfico foi obtido para o indicador I2, que fornece uma faixa de trabalho de 1,85 a 5,05.

Indicador I2 (Mg CO2/GJ energia consumida)

5

INDICADOR I2 - UNIDADES DO TIPO SS (desprezando U-28)

4

3

2

1

0 U-24 U-03 U-22 U-06 U-16 U-21 U-01 U-19 U-02 U-25 U-23 U-20 Unidade de Produção

GRÁFICO 12 – Indicador I2 para as unidades tipo SS.

5.3 Utilização dos indicadores I1 e I2 durante a fase de projeto

O SIGEA possui um modo de cálculo que permite calcular a previsão de emissão de CO2 equivalente da unidade de produção em fase de projeto. A equipe de projeto poderá criar uma unidade hipotética no módulo de cálculo, com os equipamentos e sistemas selecionados até aquele momento, de forma a obter uma estimativa das emissões de GEE para a unidade em projeto. Cabe ressaltar que este recurso já está disponível hoje no SIGEA.

5.3.1 INDICADOR I1

Com os valores de CO2 equivalente emitido obtidos da simulação no SIGEA, em conjunto com a curva de produção de óleo e gás prevista para a unidade em projeto, pode-se

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calcular o indicador I1 para cada ano de produção, obtendo ainda um valor médio para o tempo de vida previsto para a unidade. Utilizando, agora, o módulo de relatório, pode-se selecionar as unidades ou grupos de unidades para obter os dados de emissão de GEE. Neste passo é importante a seleção de unidades que possuem características similares àquela que está sendo projetada. A análise do indicador I1 apresentada neste capítulo vem suibsidiar esta seleção. Utilizando o Sistema de Informação da Produção (SIP), podemos obter os dados de produção de óleo e gás para as unidades selecionadas previamente no SIGEA, o que nos permite calcular o indicador I1 para cada uma destas unidades, conforme descrito no capítulo 3 deste trabalho. Desta forma, podemos fazer uma comparação entre o valor obtido para o indicador I1 da unidade em projeto com os valores obtidos para as unidades ou grupo de unidades considerados similares àquela em projeto. Um retorno ao modo de cálculo do SIGEA nos permite simular a troca de equipamentos ou sistemas na unidade em projeto, modificando o valor do indicador I1 obtido, o que possibilita a inclusão de uma decisão econômica e ambiental na seleção de equipamentos e sistemas a serem utilizados na instalação. O fluxograma a seguir esclarece os passos descritos acima.

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SIGEA Modo de relatório

CO2 equivalente

CO2 equivalente

SIP

Produção de óleo e gás

Curvas de produção de óleo e gás Produção de óleo e gás

SIGEA Modo de cálculo

Cálculo da produção de óleo equivalente

Cálculo do indicador I1 para a unidade em projeto

Cálculo da produção de óleo equivalente

Cálculo do indicador I1 para as unidades selecionadas

3

Indicador I1 (Mg CO2/m óleo equivalente)

INDICADOR I1 - UNIDADES TIPO XXX

Comparar

Unidade de Produção

Não

Valor aceitável?

Sim

Fim

FIGURA 1 – Fluxograma de comparação do indicador I1 na fase de projeto. 5.3.2. INDICADOR I2 Com os valores de CO2 equivalente emitido, obtidos da simulação no SIGEA, em conjunto com os dados de consumo de combustíveis, obtidos nas memórias de cálculo dos sistemas de gás combustível e de óleo diesel da unidade em projeto, pode-se calcular o

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indicador I2 para cada ano de produção, obtendo ainda um valor médio para o tempo de vida previsto para a unidade. Utilizando, agora, o módulo de relatório, pode-se selecionar as unidades ou grupos de unidades para obter os dados de emissão de GEE. Neste passo é importante a seleção de unidades que possuam características similares àquela que está sendo projetada. A análise do indicador I2 apresentada neste capítulo vem suibsidiar esta seleção. Utilizando o Sistema de Atividades do Gás (SAG) e o Sistema de Transporte Marítimos (STM), pode-se obter, respectivamente, os dados de consumo de gás e de óleo diesel para as unidades selecionadas previamente no SIGEA, o que permite calcular o indicador I2 para cada uma destas unidades, conforme descrito no capítulo 3 deste trabalho. Desta forma, pode-se fazer uma comparação entre o valor obtido para o indicador I2 da unidade em projeto com os valores obtidos para as unidades ou grupo de unidades considerados similares àquela em projeto. Da mesma forma que para o indicador I1, é possível retornar ao modo de cálculo do SIGEA e trocar de equipamentos ou sistemas na unidade em projeto, obtendo um novo valor para o indicador I2 da unidade em projeto. O fluxograma a seguir esclarece os passos descritos acima.

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Memórias de cálculo dos sistemas de gás combustível e de óleo diesel

SIGEA Modo de relatório

Cálculo da energia consumida com combustíveis

Cálculo do indicador I2 para a unidade em projeto

SAG e STM

Consumo de gás combustível e óleo diesel

CO2 equivalente

Consumo de gás combustível e óleo diesel

CO2 equivalente

SIGEA Modo de cálculo

Cálculo da energia consumida com combustíveis

Cálculo do indicador I2 para as unidades selecionadas

Indicador I2 (Mg CO2/GJ energia consumida)

INDICADOR I2 - UNIDADES TIPO XXXX

Comparar

Unidade de Produção

Não

Valor aceitável?

Sim

Fim

FIGURA 2 – Fluxograma de comparação do indicador I2 na fase de projeto.

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6. CONCLUSÕES

Entende-se que a metodologia de comparação entre as unidades em projeto com as unidades existentes, utilizando os indicadores propostos, fornece uma componente ambiental a ser utilizada no processo de escolha de equipamentos ou sistemas a serem utilizados em unidades marítimas de produção. Adicionalmente, a metodologia apresentada vem colaborar como instrumento de grande valia no acompanhamento da vida operacional da unidade de produção, permitindo a comparação do desempenho de determinada unidade de produção com os valores obtidos para unidades similares, subsidiando as decisões de intervenções para modificações que visem à redução de emissão de gases de efeito estufa. Para os três tipos de unidades citados (fixas, FPSO e SS), durante o projeto de novas unidades a comparação será feita por técnicos que conhecem as unidades existentes, tendo disponíveis dados de produção, tipos de equipamentos e sistemas que compõem estas unidades. Isto permite comparar se as características do projeto em andamento são similares à das unidades cujos valores no gráfico selecionado se aproximam do valor indicador obtido no projeto. A divisão das unidades por similaridade, em grupos, resultou em um pequeno número de amostras para cada caso. Uma maior quantidade de dados poderá ser utilizada com a continuidade do sistema, não só pela quantidade de unidades marítimas que entraram em operação a partir de 2004, mas também porque uma maior massa de dados poderá permitir a utilização de dados anuais de cada unidade, aumentando a massa de dados disponíveis. Uma integração entre os sistemas de gestão existentes se torna necessária, de forma a reduzir a margem de erro inerente à manipulação de dados. O sistema integrado poderia ter a facilidade de geração dos gráficos desejados, escolhendo as unidades ou grupos de unidades similares à que se está projetando. O nível de prioridade de consulta do autor nos sistemas de gestão utilizados é restrito, de forma que não foi possível a execução de testes deste tipo. O Indicador I1 permite que a eficiência de uma determinada unidade, em relação à emissão de GEE, seja avaliada em função do tempo. A continuidade do SIGEA irá nos permitir, futuramente, efetuar este tipo de comparação.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAILE ENGENHARIA AMBIENTAL. Pesquisas e Análises da Legislação Mundial Aplicável ao Controle da Poluição do Ar no setor de Exploração e Produção de Óleo e Gás – Offshore. Relatório Petrobras. Maio de 2004. ERM ECONSULT. Relatório Final da fase IIA - Sistema de Inventário de Emissões Atmosféricas. Relatório Petrobras. Junho de 2003. FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO - FIESP. Cartilha Indicadores de desempenho ambiental na indústria. São Paulo: FIESP, 2003. INTERNATIONAL PANEL ON CLIMATE CHANGE IPCC. Climate Changes 2001: Syntesis report – Summary for policymakers. Genebra: Secretariat of the WMO, 2001. ______. Mudança do clima 1995 - Sumário técnico do relatório do grupo de trabalho I. Tradução de Alexandre Ávila Ribeiro. Brasília: Ministério da Ciência e Tecnologia, 2000. ______. Why the IPCC was created? Gênova: World Meteorological Organization, 2004. MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA (Brasil). Convenção-quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima – O que significa?. Disponível em: http://www.mct.gov.br/clima/convencao/oque.htm. Acesso em 03 de agosto de 2005. ______. Decisão 2/CP.3 -Questões metodológicas relacionadas ao Protocolo de Quioto. Disponível em: http://www.mct.gov.br/clima/convencao/oque.htm. Acesso em 01 de agosto de 2005. STELLING, Glenda R.R. Estudo de Caso: a implantação e utilização de indicador de emissões atmosféricas como ferramenta de gestão em refinarias de petróleo. 2004. Dissertação (Mestrado Profissional em Sistemas de Gestão) – Laboratório de Tecnologia, Gestão de Negócios & Meio Ambiente, Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro. UNITED NATIONS. United Nations Framework Convention on Climate Change. Rio de Janeiro: Cúpula da Terra, 1992. WORLD METEOROLOGICAL ORGANIZATION. Climate Changes: lecture notes for meteorologists - Lecture prepared by David D. Houghton. WMO nº 926. Genebra: Secretariat of the WMO, 2002.

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