Impactos sobre os recursos hídricos causados pelo uso de pesticidas e suas alternativas de mitigação
Ciclo Hidrológico
um bem precioso
• ÁGUA um recurso estratégico
BEM PRECIOSO • Principais fatores limitantes ao crescimento social e econômico de várias regiões do Brasil e do mundo: A ausência do recurso ÁGUA ou a sua presença em quantidade ou qualidade inadequadas. • A demanda por água doce em todo o mundo tem aumentado de maneira exponencial. Paralelamente, a degradação de sua qualidade tem reduzido ainda mais sua disponibilidade. • Os ecossistemas aquáticos continentais tornam-se cada vez mais indispensáveis à vida moderna, pois estão relacionados às mais variadas atividades humanas como: a obtenção de alimento, de energia elétrica, o abastecimento doméstico e industrial, o lazer e a irrigação entre outras.
BEM ESTRATÉGICO • O uso na irrigação se constitui hoje como um dos principais aspectos que contribuem para que a água seja hoje um recurso estratégico. Basta lembrar que 70% de toda a produção de alimento do mundo provêm de apenas 17% das áreas cultiváveis.
Poluição da água por resíduos não biodegradáveis Tais compostos também chamados recalcitrantes ou biologicamente resistentes
de
Não sendo degradados, eles vão se acumulando na água, atingindo concentrações tão altas que geram sérios riscos aos seres vivos.
Pesticidas • Os pesticidas usados na lavoura, principalmente os organoclorados e os organofosforados, são muitos tóxicos. - Os organismos aquáticos, desde os microscópios até as formas maiores, são afetados pelos defensivos agrícolas. - Os que não morrem acumulam tais materiais; quando são comidos por outros, o efeito tóxico é transferido para organismos maiores. Peixes, aves e mamíferos sofrem os efeitos tóxicos dos inseticidas. No homem, a intoxicação provoca dores de cabeça, diarréias, sudorese, vômitos, dificuldades respiratórias, choque e morte.
transporte de vapor e poeira pulverização aplicação direta no solo
precipitação degradação erosão e biológica carreamento
fotólise volatilização solo absorção por organismos biocida adsorvido decomposição química
biocida dessorvido
aplicação direta efluentes industriais esgotos municipais lavagem de materiais usados na aplicação
lixiviação
água subterrânea
Vias de entrada dos biocidas no ambiente aquático e mobilização a partir do solo
Por que se preocupar com o ambiente? • • • •
Gerações futuras Sustentabilidade da atividade agrícola Qualidade de vida Imagem dos produtores frente aos importadores
Potencialidades e limitações ao uso
Fatores que influenciam nos processos de contaminação • características do ambiente (meio físico e clima) onde o produto é aplicado, • sistema de cultivo empregado e • freqüência, dosagem, escolha de moléculas, tecnologia da aplicação dos pesticidas e condições meteorológicas no momento da aplicação
Contaminação do ambiente aquático por pesticidas • Depende dos seguintes processos: – carreamento das moléculas pelo escoamento superficial, tanto adsorvidos ao sedimentos quanto solubilizados na água do escoamento; – lixiviação das moléculas ao longo do perfil do solo até atingir o lençol freático ou águas sub-superficiais; – precipitação de moléculas volatilizadas pela água de chuva e precipitação seca de material particulado carreado pelo vento; – deriva durante a pulverização dos pesticidas
ALGUNS RESULTADOS
Medidas mitigadoras • contaminação de águas superficiais por agrotóxicos – carreamento superficial (água e sedimento carreado pela enxurrada) é o principal mecanismo – deriva – precipitação com chuva ou precipitação seca
• contaminação de águas subterrâneas ocorre via lixiviação, ou seja, a movimentação vertical dos agrotóxicos no perfil do solo com a água percolada. • quais medidas podem ser tomadas para minimizar essas vias de contaminação?
Redução do carreamento superficial • implantar: – sistemas de terraceamento, – semeadura em nível e – manutenção de faixa de cultura de contenção e de mata ciliar;
• não cultivar em áreas de ocorrência de solos muito erodíveis e/ou mal drenados, especialmente quando estes ocorrerem nas porções mais inferiores das vertentes.
3.1
LOCAL DE ESTUDO PRIMAVERA DO
LESTE : SOLO: LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO TÍPICO textura 3.1.1 PRIMAVERA DO LESTE média LATOSSOLO AMARELO DISTRÓFICO TÍPICO textura média SOB MANEJO: FAIXA DE CONTENÇÃO COM E SEM FAIXA DESOB CONTENÇÃO COM E SEM BRACHIARIA (fig. 2). BRACHIARIA
Vista da área sob Faixa de Contenção Com e Sem Bráchiaria
O thiamethoxan foi retido na camada de 0-10 cm sob faixa de contenção 87%
Redução do carreamento superficial • obedecer as leis ambientais vigentes com relação à preservação da vegetação em áreas de cabeceira de drenagem: – local com concentração de fluxos d’água tanto superficial como subterrânea e lençol freático aflorante a subaflorante; – locais extremamente susceptíveis à erosão e contaminação.
• adotar um sistema de manejo que permita rotacionar as culturas, pois a partir desta aumenta-se o estoque de matéria orgânica no ambiente de modo a reter mais, com maior eficiência, as moléculas dos agrotóxicos;
Redução do carreamento superficial • adotar práticas que reduzam a compactação do solo – solo compactado reduz a infiltração da água aumentando o escoamento superficial;
• dar preferência a sistemas de cultivo que revolvam menos o solo (semeadura direta, cultivo mínimo, etc) – semeadura direta reduz carreamento superficial e favorece o acúmulo de matéria orgânica ao solo.
Redução da lixiviação • sistema de manejo que promova o aumento do estoque de matéria orgânica no solo, maior retenção das moléculas dos agrotóxicos, reduzindo a lixiviação • usar nos sistemas de rotação e sucessão de culturas espécies vegetais que promovam o acúmulo de matéria orgânica no solo: – Ex.: capim Sudão, “pé-de-galinha”, sorgo, sistema Santa Fé (algodão/braquiária e milho/soja/milheto ou outro tipo de cobertura/algodão), dentre outros
Teor de potássio (K) na água de escoamento
Redução da lixiviação • plantio direto – aumenta o aporte de matéria orgânica no solo; e • não cultivar em áreas de Neossolo Quartzarênico: – tem alta permeabilidade e – baixa capacidade de retenção de água e de adsorção – permite uma rápida lixiviação das substâncias usadas no solo.
Redução da deriva • observar a boa calibração dos equipamentos de pulverização, seguindo-se as especificações adequadas a cada ponta de pulverização utilizada durante o trabalho; • condições climáticas no momento da aplicação, não aplicar em: – temperaturas > 30°C, – umidade relativa abaixo de 55% e – ventos (> 10 a 15 km/h), – estas condições aumentam a possibilidade de deriva da calda aplicada, principalmente se esta for formada por gotas finas
Redução da deriva • escolha da ponta de pulverização - considerar a necessidade de cobertura e penetração do produto na cultura, observando-se a ação do produto aplicado e o posicionamento do alvo. • o produto que efetivamente controla a praga é aquele que atinge o alvo → – maior quantidade de produto aplicado chegando ao alvo – mais eficaz e econômico será o tratamento fitossanitário e – menor o risco de impacto ambiental causado pela quantidade do produto que efetivamente não atingiu o alvo.
Uso dos pesticidas • adotar o manejo integrado de pragas e doenças; • plantar cultivares mais tolerantes às doenças e, portanto, menos exigentes em pesticidas; • escolher moléculas para os controles de pragas, doenças e plantas daninhas, mais seguras ao ambiente e à saúde humana; • substituir o endosulfan por outras moléculas menos tóxicas e menos persistentes;
Uso dos pesticidas • evitar o uso dos ingredientes ativos: – aldicarb, carbofuran, clorpirifós, diuron, endosulfan, metolaclor, monocrotofós, metil paration e teflubenzuron – principalmente nas situações de solo e de manejo que sejam potencialmente mais vulneráveis à contaminação de águas superficiais e subterrâneas
• programa de recolhimento de embalagens usadas de pesticidas
OBRIGADA Oscarlina Weber- Pesquisadora FAMEV/UFMT
[email protected]
Grupo de Estudos de Poluentes Ambientais (GEPA) líder: Eliana Dores e Grupo de Estudos em Residuos Orgânicos e Matéria Orgânica (GERMOS) líder: Oscarlina Weber