Henry S. Lodge, M. D

  • November 2019
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PARE DE COMER AMIDOS, OS ALIMENTOS BRANCOS Henry S. Lodge, M. D. Clínico geral e gerontologista, lidera uma equipe de 23 clínicos em Manhattan, Nova York, e é membro da Faculdade de Medicina clínica do Colégio de Médicos e Cirurgiões da Universidade de Colúmbia Um dos alimentos que estão cavando sua sepultura é o amigo (carboidrato refinado). Por isso, o atual alvoroço a respeito dos maus carboidratos está basicamente correto. Os maus carboidratos são os alimentos brancos – batata – arroz branco e quase todos os itens elaborados com farinha de trigo refinada. Os bons carboidratos são aqueles encontrados na natureza – nas frutas, nas hortaliças e em todos os grãos que contêm relativamente poucas calorias. O amido é ruim porque envia ao corpo sinais constantes que provocam o desejo de consumir mais um pedaço. Gorduras e proteínas mandam sinais para que paremos de comer após certo ponto, mas os carboidratos, bons ou maus, não. Na natureza precisávamos ingeri-los em quantidades substanciais, a fim de obtermos calorias suficientes para continuarmos vivos. Assim, o estômago cheio era o sinal que nos fazia interromper a ingestão desses alimentos. Embora o amito que consumimos hoje seja misturado com calorias, o sinal de parar não surge mesmo quando já comemos o bastante. Pior do que isso: o amigo deflagra uma rápida sensação de fome intensa pouco tempo depois de termos nos alimentado. Ele vicia. Cheio de calorias, praticamente não possui valor nutritivo. Além disso, volta a nos deixar famintos 30 minutos após o término da refeição. O amigo é prejudicial porque se constitui basicamente de açúcar, e este desempenha um papel-chave na maneira como o corpo interpreta seu próprio suprimento de comida. Resumindo, o acúmulo de açúcar diz ao corpo quanto comemos. Isso parece estranho, no entanto é verdade. E por isso é importante. As substâncias químicas que usamos para digerir a comida são poderosas e perigosas. Sua função é destruir e absorver os alimentos que ingerimos. Sendo assim, têm a capacidade de danificar partes do corpo. O ácido gástrico, por exemplo, pode queimar as paredes do estômago, enquanto o excesso de insulina –

substância que é um agente essencial da digestão – chega a causar a morte repentina. Por esse motivo, precisamos liberar ácido gástrico e insulina nas quantidades exatas para a digestão. Não podemos errar para menos porque precisamos absorver toda a energia que conseguirmos. Por outro lado, se exagerarmos na dose, começaremos a digerir nosso próprio corpo. Portanto, precisamos receber um sinal digno de confiança por parte da comida que ingerimos para que sejamos capazes de regular o fluxo desses elementos digestivos. O açúcar é esse sinal. Na natureza, o conteúdo de açúcar era proporcionalmente muito próximo à quantidade de gordura e de proteína em cada refeição. E essa taxa era surpreendentemente constante na maioria das plantas e das espécies animais. O aumento do açúcar livre na corrente sangüínea depois de uma refeição era um indicador preciso de quantas calorias havíamos acabado de consumir. Por isso mesmo se tornou o principal sinal de controle para a digestão. Não o único, entretanto, o mais importante. Hoje, a quantidade de açúcar livre nos alimentos é conhecida como índice glicêmico (IG) e é um indicador essencial em nutrição. O IG não consta dos rótulos nutricionais, porém quem sofre de diabetes e lida com essa doença de modo sério sabe de cor os índices glicêmicos de todos os alimentos que consome. Como não existe muito açúcar livre na natureza, uma pequena elevação na sua quantidade marca o fim de uma lauta refeição. E lembre-se de que todas as substâncias envolvidas no processo digestivo, como a insulina, mostram as mudanças no nível de açúcar presente no sangue. Mas essa resposta cuidadosamente equilibrada, desenvolvida ao longo de milhões de anos por peixes, aves, e dinossauros, acabou se tornando uma verdadeira barafunda neste mundo de fast-food. Pense no tempo em que éramos caçadores-coletores. Antes de inventarmos a agricultura, comíamos mais de 200 plantas diferentes, frutas, nozes e uma centena de animais selvagens, além de minhocas e insetos. Havia muito pouco amido ou açúcar nesses alimentos. Grãos como o trigo e raízes vegetais como batatas, todos altamente ricos em amido, são criações da agricultura introduzidas apenas há 10 mil anos. Embora isso pareça muito tempo para nós, não é nada comparado com a evolução do nosso aparelho digestivo. Por um longo período, mal conseguíamos coletar alimentos suficientes na savana para sobreviver, mas, agora, dispomos de quantidades excessivas de comida, que, em combinação com a vida sedentária e as gorduras prejudiciais, estão nos matando.

Vou dizer algo sobre o que você deve pensar na hora do jantar hoje à noite: há mais açúcar livre (a substância que flui diretamente na corrente sangüínea para acionar a resposta digestiva) no purê de batata do que no açúcar branco. Agora, tenha em mente o tempo em que comíamos carne de caça.pois bem, uma lata de coca-cola contém mais açúcar livre do que 2,5 kg de carne de veado. E veja: há mais açúcar livre – para não falar de gordura saturada – num pacote de batata frita do que em 2,5 kg de carne de alce. Como o corpo reage a isso? O sinal que enviamos com uma refeição de mil calorias, composta por refrigerante, batata frita e hambúrguer, é o de que acabamos de ingerir 10 mil calorias de “comida natural”. E o corpo enlouquece, apressando-se em liberar mais insulina e outras substâncias digestivas como resposta. Esse é o verdadeiro problema com o amido. Numa refeição como essa, mobilizamos um poder digestivo 10 vezes maior do que realmente precisamos, ou seja, uma quantidade 10 vezes maior de insulina, de ácido gástrico e de algumas dúzias de outras substâncias químicas perigosas. E as coisas começam a acontecer. Primeiro, absorvemos até a última caloria da comida que ingerimos. Segundo, por entender que obviamente “matamos um enorme animal”, o corpo tenta armazenar cada fração do excesso de energia sob a forma de gordura. Terceiro, como agora dispomos de insulina suficiente para digerir uma caça imensa – embora só tenhamos “matado refrigerante, hambúrguer e batata frita” –, o nível de açúcar no sangue desaba e ficamos de novo com fome. Com muita fome. E comemos de novo, em geral mais uma farta porção. Para o corpo darwiniano, passamos da gula à inanição e, depois, novamente à gula em cerca de duas horas – e não há nenhuma explicação possível para isso! Esse ciclo ultra-rápido entre essas duas situações não tem paralelo na natureza. Falei a respeito dos sinais específicos que enviamos quando nos exercitamos e quando somos sedentários, no entanto a alimentação moderna está tão fora dos parâmetros do nosso projeto original que acabamos não transmitindo nenhum sinal coerente. O sistema inteiro se desmonta num tumulto de hiperabsorção de calorias e decadência. É como se houvesse muitos roqueiros destruindo guitarras no palco: a cena produz um tremendo barulho, mas nada de música. Um dos resultados desse desmoronamento é a ocorrência de diabetes em adultos. Outros são obesidade, artrite, doenças do coração, câncer e derrame. Portanto, atenha-se a esta mensagem simples: pare de comer bobagens. Elimine os amigos e o açúcar e substitua-os por frutas, hortaliças e grãos integrais – grãos por refinar, como os do pão de

sete cereais. Não consuma mais comida do que deseja. Diga não às porções exageradas – da batata frita na lanchonete à pipoca no cinema. Considere seriamente a possibilidade de pedir uma entrada e uma salada como refeição completa. Até isso costuma ter mais calorias do que precisamos, em todo caso já é um começo.

Gordura como combustível [...............] Fonte: Páginas 162 a 165 – “Fique mais jovem a cada ano”, atrase seu relógio biológico”, Chegue aos 80 anos com a saúde, o vigor e a forma física de um cinqüentão; Chris Crowley e Henry S. Lodge, M. D.; GMT Editores Ltda, Rio de Janeiro, Sextante, 2007 OBS: NÃO DEIXE DE LER ESTE LIVRO. SE VOCÊ DESEJA TER SAÚDE, SER SAUDÁVEL, MAGRO, FORTE, TER VIGOR E QUALIDADE DE VIDA, ESTE LIVRO FOI FEITO PARA VOCÊ. RECOMENDO VIVAMENTE.

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Medicina Preventiva Molecular Dr. Wilson Rondó Jr. é especialista em medicina preventiva, nutrólogo e cirurgião vascular. Mantenha-se informado sobre seu trabalho e sobre os serviços oferecidos pela W.Rondó Medical Center pelo site www.drrondo.com A vida humana é um constante caleidoscópio de mosaicos moleculares. Saúde e doença, em nível molecular e de transferência de elétrons, podem ser definidas como um estado criado pelo impacto sobre a genética individual, transformando as moléculas no ambiente interno e externo.

Saúde, nessa visão, pode ser vista como a dinâmica molecular que preserva a integridade estrutural e funcional de células, tecidos e órgãos. Doença, ao contrário, pode ser definida como eventos moleculares que causam agressões celulares e tissulares. Considero a prática clínica da medicina baseada nesses conceitos como Medicina Preventiva Molecular.

Considerações Moleculares A essencial distinção aqui é que antes se tratavam as doenças somente após diagnósticos morfológicos estabelecidos por estudos microscópicos que nos diziam sobre a agressão aos tecidos depois que estes já haviam sido lesados. O estudo da dinâmica molecular, ao contrário, nos dá uma visão do trabalho das células e tecidos antes da lesão ter ocorrido. Estamos progredindo nos meios diagnósticos e nos planos da matéria, o que causa dificuldades de adaptação pela resistência que o novo apresenta normalmente. O uso de terapias nutricionais baseadas na compreensão da dinâmica molecular na saúde e doença (Medicina Preventiva Molecular), em contraste com a terapia das drogas químicas baseadas no quadro morfológico estabelecido de doença (Medicina de Lesão Tecidual), requer uma rápida e profunda adaptação intelectual. Precisa ser bem entendida também a diferença entre correção de deficiências nutricionais por terapias nutricionais e o uso de nutrientes por seu papel metabólico. O dogma de que nutrientes essenciais devem ser usados para correção de deficiências nutricionais é o principal bloqueio para a clara compreensão da Medicina Preventiva Molecular. Esta medicina não pode ser praticada até que essa barreira seja quebrada. Por exemplo, o uso da vitamina C somente para tratar escorbuto é irrelevante para os problemas clínicos que nós vemos atualmente. Pensa-se em uso clínico de nutrientes com grande perspectiva de correção de um processo desregulado de redução química, causando doenças, e não simplesmente na correção de deficiências, tais como o escorbuto. Aprendemos medicina sob o dogma dos três D (Filosofia Osteriana): doença, diagnóstico, drogas. É a filosofia na qual se usam todos os dados clínicos para se chegar ao diagnóstico de uma simples doença, para ser tratada por um único agente terapêutico.

Drogas, sabemos, agem alterando as reações bioquímicas, inibindo, acelerando ou até inativando esses processos. Drogas são desenvolvidas para esse propósito. Em tratamento de doenças agudas esses efeitos moleculares das drogas salvam vidas (apesar dos efeitos secundários). em doenças crônicas, imunes e degenerativas, drogas xenobióticas* apresentam maior potencial para efeitos colaterais, pois são usadas por longos períodos de tempo, freqüentemente anos. Este é o momento em que o tratamento com nutrientes com conhecido complexo estrutural e funcional em nível molecular mantendo a saúde oferece benefícios superiores sem qualquer risco de efeitos colaterais. ______________________ * Substâncias sintéticas, não encontradas naturalmente no corpo humano.

O essencial também é entender que terapia com um único nutriente (mononutriente) não tem lugar na prática clínica de Medicina Preventiva Molecular. Há momentos em que os médicos devem usar somente drogas químicas sintéticas; outras situações em que devem associar drogas e nutrientes, e situações em que devem só usar nutrientes. Compete ao médico ter a “cabeça-aberta” para assim melhor beneficiar o paciente. Drogas químicas são essenciais para doenças agudas, mas não são substitutos para nutrientes na reversão de desordens crônicas moleculares.

Pensar Molecular O “pensar molecular” em doenças degenerativas, imunológicas, infecciosas e ambientais é muito facilitado pelo conceito de “moléculas envelhecedoras” oxidantes) e moléculas conservadoras” (antioxidantes). Moléculas envelhecedoras são a família de moléculas que causam ou facilitam as mudanças na fisiologia ou na fisiopatologia molecular do envelhecimento e da agressão causados por infecções ou agentes ambientais. Moléculas conservadoras são a família de moléculas que promovem a neutralização da atividade envelhecedora das moléculas e previnem a agressão molecular causada pelas moléculas envelhecedoras. Oxigênio é o início da vida. Oxigênio é o fim da vida.

Os tecidos e células necessitam de oxigênio para viver. Isso entendemos bem no nosso estudo básico de ciência. Os tecidos e as células são também “envelhecidos” pelo oxigênio no processo de vida; porém, na prática médica diária, isso ainda é pouco compreendido. Oxidação é um processo espontâneo, redução requer gasto energético. Qual é a linguagem da agressão molecular? Oxidação. Qual é a linguagem da recuperação molecular? Redução. Qual é a linguagem do processo de envelhecimento? Agressão Oxidativa Molecular. Existem duas teorias prevalentes no envelhecimento. Na primeira teoria, a dos radicais livres, espécies altamente reativas de oxigênio seriam a causa do envelhecimento celular. Radicais livres, é claro, são produzidos pelo processo de oxidação. Na segunda teoria de envelhecimento, protrein cross-linkage, várias permutações de moléculas protéicas causadas pelos crosslinking (ligamento em forma de rede) são vistas como as causadoras do envelhecimento. Novamente, protein cross-linking por si só depende da agressão oxidativa. Então ambas as teorias estão claramente implicadas na bioquímica do envelhecimento. Oxidação espontânea é o fenômeno de base do processo de envelhecimento. O processo bioquímico e celular envolvido no envelhecimento inicia-se lentamente, sendo preservada a saúde pelas moléculas conservadoras. Nesse processo oxidativo pode haver doenças e envelhecimento precoce. Este é o meu modo de entender a saúde e estado de doença: todas as nossas estratégias terapêuticas para doenças degenerativas e imunológicas resumem-se em atuar diretamente reduzindo o oxidação molecular. Como o processo oxidativo molecular causador de agressões pode ser reduzido? • Reduzindo as agressões dos agentes ambientais químicos. • Minimizando o potencial microbiano. • Diminuindo os desencadeadores de alergia. Esta é a verdadeira Medicina Preventiva. É onde o modelo prevalente do tratamento das doenças com drogas, estabelecido para diagnóstico morfológico, falha.

A agressão molecular oxidativa é a verdadeira “lesão molecular” na patogênese das doenças. O estudo da dinâmica molecular nos dá a visão dos eventos eletromagnéticos e moleculares antes de iniciar a lesão celular e tecidual. Esta é a diferença essencial entre Medicina Clássica e Medicina Molecular. Rudolf Virchow, o criador da Patologia, publicou seu clássico livro Patologia Celular em 1858, nos livrando dos caminhos restritos da patologia medieval. Agora a “patologia molecular” deve nos livras das restrições da “patologia celular” em áreas onde as mudanças celulares não nos dizem como as doenças começaram. Medicina Preventiva Molecular é a aplicação dos princípios da medicina ambiental, medicina nutricional e medicina de boa forma física. Medicina Preventiva Molecular é a aplicação dos princípios da medicina ambiental, medicina nutricional e medicina de boa forma física.

Lesões Moleculares O claro entendimento das lesões moleculares inicialmente envolve a exploração de novo conhecimento em diversos campos de pesquisa científica. O claro entendimento das bases moleculares e energéticas das síndromes clínicas causadas por lesões moleculares exige familiarização com vários aspectos estabelecidos na genética, como passagens bioquímicas de defesa molecular, resposta molecular a agentes ambientais, ativação e inativação das enzimas, alterações do sistema imune e da molécula essencial de traços genéticos (parentesco) na biologia humana. Trabalhos no projeto de genoma humano, contendo neste projeto o mapeamento genético, revelarão os mistérios moleculares da “doença molecular”. Isso certamente resolverá muitas das controvérsias nos campos da Medicina Ambiental e Nutricional. Mas o reconhecimento de como os genes são mudados (e mutilados) pelos agentes químicos (xenobióticos) e causam doenças é uma coisa, prevenir e tratar essas desordens é outra. Nenhuma doença que pode ser tratada através da dieta

deveria ser tratada por qualquer outro meio. Moisés Maimônides (trecho do livro “Prevenção: A Medicina do Século XXI”, páginas 27 a 33). “Prevenção: A Medicina do Século XXI”, A guerra ao envelhecimento e às doenças; Dr. Wilson Rondó Jr., São Paulo, Editora Gaia, 2000. Para adquirir este livro: Editora Gaia Ltda (uma divisão da Global Editora e Distribuidora Ltda) Rua Pirapitingüi, 111-A – Liberdade CEP 01508-020 – São Paulo – SP Tel: (11) 3277-7999 – Fax (11) 3277-8141 e-mail: [email protected] Livraria Saraiva http://www.livrariasaraiva.com.br/index.htm

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