Olá, amigo! O manual da disciplina Comunicação Empresarial foi elaborado com o objetivo de fazer com que você se sinta mais engajado no processo do desenvolvimento da comunicação para as empresas, bem como possibilitar a compreensão de algumas mudanças culturais que ocorreram e outras que ainda irão ocorrer em função de tal atividade. Sabe por quê? Porque se trata de uma disciplina, de uma das ferramentas mais importantes para o funcionamento de uma empresa/organização, ferramenta essa que está inserida no conceito de qualidade de uma empresa. Ela abrange todas as formas de comunicação utilizadas pela instituição para relacionar-se e interagir com seus públicos, englobando a propaganda corporativa, a comunicação interna - nessa modalidade utiliza-se uma importante ferramenta, que é o endomarketing - e externa. Saiba também que é através da comunicação, da integração que esta proporciona, que se chega a um consenso para se atingir as metas organizacionais. E isso é feito através de um trabalho harmonioso que vise a integração, a legitimação da hierarquia e de um funcionamento ordenado e eficiente. Todos eles dependem da comunicação. Nenhuma organização poderá resistir às pressões de um mercado cada vez mais competitivo, de clientes mais exigentes, conscientes de seus direitos, se não estiver ajustada numa atividade de comunicação eficiente e eficaz, pois é impossível se pensar em uma empresa em que não haja algum tipo de relação entre os seus integrantes, seus públicos interno e externo. Pôr em comum ou comunicar: este será o nosso objetivo com o presente material.
A COMUNICAÇÃO E A ATIVIDADE EMPRESARIAL vamos conhecer a definição de linguagem e o seu papel no processo da comunicação. Iremos mergulhar na compreensão da Instituição e entender o objetivo da Comunicação e o que representa a cultura organizacional para elas. Para isso, serão trabalhados conceitos básicos de linguagem, leitura, teorias da Comunicação, as definições de comunicação, comunicação humana e comunicação empresarial propriamente dita, com suas direções, fluxos, canais e redes. Abordaremos também alguns conceitos de cultura organizacional, bem como o desenvolvimento da Comunicação Empresarial no Brasil. Acredite! Tudo isso é muito interessante e proveitoso para as nossas vidas pessoal e profissional. COMUNICAÇÃO E COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Vamos entender como tudo começou... Para iniciar, falaremos sobre a linguagem, abordaremos questões importantes como a leitura e sua importância e as teorias da Comunicação e sua relação com as teorias das Organizações.
1.
Linguagem, LEITURA e Comunicação
A NATUREZA DA COMUNICAÇÃO HUMANA O QUE É LINGUAGEM? São várias as maneiras empregadas pelo homem para se comunicar: cores, sons, formas... Se essa maneira de se comunicar possui uma organização e eficiência, se está sistematizada, aí teremos uma linguagem. Linguagem é todo sistema organizado de sinais que serve como meio de comunicação entre os indivíduos. Linguagem é um conjunto articulado de sinais ou signos, que pode ser de dois tipos:
Linguagem verbal
Trata-se de uma capacidade humana que se manifesta por meio de diversas línguas existentes no mundo. Cada uma delas emprega um número reduzido de sons produzidos pelos órgãos vocais, aos quais se associam determinados sentidos, o que possibilita a transmissão de um número infinito de informações com grande economia de recursos. A linguagem verbal é, antes de tudo, uma manifestação oral. Linguagem não-verbal A linguagem não-verbal é aquela que é expressada por outros meios que não a linguagem humana. Distingue-se, portanto, das línguas naturais – como o português, o inglês, entre outras. Pode explorar sinais visuais, sonoros ou outros recursos que sejam estabelecidos pela sociedade. Lembre-se: Eles deverão ser estabelecidos pela sociedade! Exemplos: fotos, sinais de trânsito - como o semáforo-, expressões fisionômicas, obras de arte (visual); sinais produzidos por despertadores, campainhas, sinos (auditivos), etc. NÍVEIS DE LINGUAGEM Em português temos vários níveis de linguagem, várias formas de dizer a mesma mensagem, uma vez que não falamos sempre do mesmo jeito. Exemplificando: se você conversa com um colega, um amigo, você fala de um modo, usa uma linguagem. Se esse mesmo assunto for falado com uma autoridade, por exemplo, seu jeito de se comunicar será diferente. E mais, se esse mesmo conteúdo for dirigido a uma criança pequena, também você terá de mudar sua forma de comunicação. Portanto, você deve usar níveis de linguagem diferenciados para cada destinatário de sua mensagem. Para efeitos didáticos, vamos considerar apenas dois níveis de linguagem, embora existam outros: • Informal ou coloquial - usado mais comumente em conversas entre amigos, conhecidos mais íntimos; Formal ou culto - usado em situações de maior cerimônia, quando devem ser observadas as normas gramaticais. AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM Quando estudamos Comunicação verificamos que cada ato comunicativo apresenta seis elementos: emissor ou remetente, mensagem, código, canal, receptor ou destinatário e referente e que estes estão estreitamente ligados às seis funções.
Função Referencial
O referente é o objeto ou situação de que a mensagem trata, sem que haja manifestações pessoais ou persuasivas; A função referencial privilegia o referente da mensagem, buscando transmitir informações objetivas sobre ele. Ex.: é a função que predomina em textos de caráter científico e em grande parte dos textos jornalísticos. Função Emotiva ou Expressiva Por meio da função emotiva ou expressiva o emissor imprime no texto as marcas de sua atitude pessoal: emoções, opiniões, avaliações. Podemos sentir no texto a presença do emissor (que pode ser clara ou sutil). Ex.: cartas pessoais, resenhas críticas, poesia confessional, canções sentimentais, etc. Função Conativa ou Apelativa A palavra conativo provém do latim conatus, que significa “esforço ou ação que procura impor-se a uma resistência”.
Essa função busca organizar o texto de forma que ele se imponha sobre o receptor da mensagem, persuadindo-o, seduzindo-o. Nas mensagens em que ela predomina (como, por exemplo, as publicitárias) busca-se envolver o leitor com o conteúdo transmitido, levando-o a adotar determinado comportamento. Essa persuasão pode ser construída de forma sutil, utilizando artifícios de linguagem que a mascaram. Função Fática A palavra fático vem do grego phátis, que significa “ruído, rumor”. Foi utilizada inicialmente para designar certas formas empregadas para chamar a atenção (verdadeiros “ruídos”, como psiu, ahn, ei). Essa função ocorre quando a mensagem se orienta sobre o canal de comunicação ou contato, buscando verificar e fortalecer sua eficiência. Para ela contribuem, nos textos escritos, desde a disposição gráfica sobre o papel até a seleção vocabular e as estruturas de frase utilizadas Função Metalingüística Caracteriza-se pela linguagem que se volta sobre si mesma, transformando-se em seu próprio referente. Nos textos metalingüísticos a mensagem se orienta para os elementos do código, explicando-os, definindo-os ou analisando-os. Ex.: é o que acontece nos dicionários, nos textos que estudam e interpretam outros textos, nos poemas que falam da própria poesia, nas canções que falam de outras canções ou de como fazer canções. Função Poética A função poética da linguagem se manifesta quando a mensagem é elaborada de forma inovadora e imprevista, utilizando combinações sonoras ou rítmicas, jogos de imagens ou de idéias. Ex.: a função poética predomina na poesia, mas pode também ser encontrada em textos publicitários, em determinadas formas jornalísticas e populares (linguagem dos cronistas e provérbios, por exemplo). O QUE É COMUNICAÇÃO? A Comunicação Humana As pessoas não vivem isoladas e nem são auto-suficientes. Elas se relacionam continuamente com as outras pessoas e seus ambientes através da comunicação.
Existem três conceitos preliminares que são importantes para a compreensão da comunicação: Dado: é um registro a respeito de determinado evento ou ocorrência ou pessoa. Um banco de dados é um meio de acumular conjuntos de dados para serem posteriormente combinados e processados. Quando um conjunto de dados possui um significado temos uma informação. Ex.: um conjunto de números, ao formar uma data; ou um conjunto de letras, ao formar uma frase. Informação: é um conjunto de dados com determinado significado, ou seja, que reduz a incerteza a respeito de algo ou que permite o conhecimento a respeito de algo. Comunicação: ocorre quando uma informação é transmitida a alguém e é, então, compartilhada também por esse alguém. Para que haja comunicação é necessário que o destinatário da informação receba-a e compreenda-a. A comunicação envolve transações entre pessoas. Toda comunicação envolve pelo menos duas pessoas: a que envia e a que recebe uma mensagem. Uma pessoa sozinha não pode comunicar; somente com outra pessoa receptora é que pode completar o ato de comunicação. Comunicação é a troca de informações entre indivíduos. Significa tornar comum uma mensagem ou informação. A palavra “comunicar” vem do latim “comunicare”, com a significação de “pôr em comum”. Consenso quer dizer acordo, consentimento, e essa acepção supõe a existência de um fator decisivo na comunicação humana: a compreensão que ela exige para que se possam colocar em “comum” idéias, imagens e experiências. BORDENAVE, Juan E. Diaz. Além dos Meios e Mensagens – Introdução à Comunicação como processo, tecnologia, sistema e ciência. 10 ed. – Petrópolis: Editora Vozes, 2002. Considerações: A comunicação humana, portanto, através da compreensão, põe idéias “em comum”. Seu grande objetivo é o entendimento entre os homens. Para que exista entendimento é necessário que se compreendam mutuamente indivíduos que se comunicam. O PROCESSO DA COMUNICAÇÃO HUMANA Este conteúdo, prezado aluno, é muito importante para o entendimento da comunicação e sua influência na cultura de cada povo, bem como de suas tantas influências para a nossa sociedade.
O processo de comunicação ocorre quando o emissor (ou codificador) emite uma mensagem ao receptor (ou decodificador) através de um canal (ou meio) utilizando códigos (signos), por meio de um referente (contexto). Emissor – este, num dado momento, emite, codifica uma mensagem para um receptor ou destinatário. Receptor - aquele a quem se dirige a mensagem; aquele que recebe a informação e a decodifica. Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor. É, no sentido geral, o objeto da comunicação. Dependendo do contexto, o termo pode se aplicar tanto ao conteúdo da informação quanto à sua forma de apresentação. Código - conjunto de signos usados na transmissão e recepção da mensagem. Referente - contexto relacionado ao emissor e ao receptor. Canal - meio pelo qual circula a mensagem.
A necessidade de uma nova forma de comunicação se deu a partir de uma mudança radical no tipo de mensagem a ser transmitida. A tradição oral dava sinais de cansaço e necessitava de um outro tipo de linguagem que ficasse registrada e à disposição daqueles que necessitassem ler posteriormente o que havia sido dito. A nova técnica deveria ter, pelo menos, três características: durabilidade, profundidade e clareza. Com isso, daria àqueles que a possuíssem a capacidade de ler, reler, meditar e analisar o que fosse produzido e registrado. A partir dessa necessidade, foi criada a escrita. A escrita fonética foi se desenvolveu muito rapidamente, mais precisamente na Grécia. A partir daí, houve necessidade de facilitar a comunicação, dando nomes às letras, como as consoantes e vogais. No século XV os indivíduos já se preocupavam em preparar e reproduzir os livros através da técnica de copiar, a mão, os livros já existentes.
Infelizmente, porém, esses livros ficavam restritos a pessoas que possuíam recursos financeiros suficientes para ter em mãos tal reprodução. Com o advento da impressão, no entanto, milhares de livros poderiam ser impressos. Tal invento espantou o mundo. Logo depois veio a prensa, e sabe-se que o papel foi inventado bem antes, provavelmente na China no século VII. Os "possuidores" do poder na época, isto é os escribas, os padres, as elites políticas, os eruditos, etc., começaram a se preocupar, pois começavam a perder o monopólio da escrita e da leitura. Sabe-se que, com a quebra deste monopólio, a alfabetização disseminou-se em todas as direções. A descoberta da impressão conforme se conhece hoje se deu graças à invenção de Gutemberg, que conseguiu, depois de muitas experiências, uma impressão nítida e perfeita. Com o tempo, chegou até os dias atuais a prensa móvel, que conseguia produzir milhares de livros em pouco tempo. Tal disponibilidade levou um número muito grande de pessoas a se interessar pela leitura e, conseqüentemente, por aprender mais e melhor. Thomas Edison, em 1870, consegue gravar e conservar a voz humana em um fonógrafo. Esse instrumento conseguia levar as casas um novo som, capaz de se tornar uma alternativa de comunicação. Só mais tarde, precisamente em 1906, Reginald A. Fessenden conseguiria tal intento, pois construiria uma aparelhagem capaz de irradiar sinais. Pessoas falavam através de um transmissor e as vozes eram recebidas em um aparelho receptor, dando origem à radiotelefonia. No mesmo ano, foram descobertas substâncias capazes de melhorar a transmissão e com um preço bastante acessível. Entre 1923 e 1926 muitos países dão início às transmissões no rádio. Em 1843, Bain e Backwell imaginaram poder realizar uma transmissão de imagens a distância. Entretanto esta idéia só veio a realizar-se muito tempo depois. Com a deflagração da Segunda Grande Guerra houve uma interrupção no processo de desenvolvimento da produção durante o período que durou o conflito. Segundo BallRokeach, DeFleur (1997) a televisão herdou as tradições do rádio e promoveu, conseqüentemente, uma grande mudança social. Sua tecnologia, já bem avançada, passou a ajudar a fabricação em série e a servir a um público que ansiava por novas tecnologias. Modernamente o homem vive a febre da internet, a rede mundial de computadores que interliga pessoas de todos os continentes. Para tanto, basta que se tenha uma linha telefônica, um computador com fax-modem e um programação de navegação na rede. Vive-se a expectativa da união texto-imagem-som em um aparelho mais sofisticado que o computador, a TV de alta definição (HDTV), que será capaz de inserir o homem moderno na era da telemática através de um mero aparelho eletrodoméstico. Nos estudos de Comunicação distinguem-se duas grandes correntes de investigação: uma, que entende a comunicação sobretudo como um fluxo de informação; e outra, que a entende como uma "produção e troca de sentido". A primeira corrente é a Escola Processual da Comunicação e a segunda é a Escola Semiótica. Escola Processual e Escola Semiótica A Escola Processual aproxima-se das Ciências Sociais, da Psicologia e Sociologia em particular. O seu estudo incide sobre os atos de comunicação.
A Escola Semiótica aproxima-se da lingüística e das disciplinas de arte. O seu estudo tende a debruçar-se sobre os trabalhos de Comunicação.
COMUNICAÇÃO: FUNÇÕES E TEORIAS Você sabia que existem funções da comunicação? Considerada a comunicação como processo de interação humana que se realiza mediante signos organizados em mensagens, talvez a sua função mais básica seja A DE SER O ELEMENTO FORMADOR DA PERSONALIDADE, pois, sem a comunicação, o homem não pode existir como pessoa humana. Além disso, desempenha algumas funções, que são: a função de identidade, a função expressiva, a função de relacionamento e a função informativa, que também são de fundamental importância para o ser humano. Funções da comunicação: Função de identidade – a personalidade é um produto social, gerado graças à interação com as demais pessoas. A sociedade existe na comunicação e por meio da comunicação, porque é através do uso de símbolos significativos que nos apropriamos das atitudes de outros, assim como eles, por sua vez, se apropriam de nossas atitudes. A comunicação constrói a pessoa. Função expressiva – as pessoas não só desejam e precisam receber comunicação, participar da comunicação, mas, ainda mais, basicamente desejam expressar suas emoções, idéias, temores e expectativas (pode ser por meio da conversação, expressão corporal, poesia, canto, dança, pelo ritual e a liturgia, ou ainda pelo próprio silêncio partilhado). Função de relacionamento – “Nenhum homem é uma ilha” (Thomas Merton). Função informativa – além de existir na sociedade, o homem existe primeiro no mundo físico, por isso precisa de conhecimento do mundo objetivo que pode vir através de outras pessoas ou de seus produtos (livros, história, imprensa, fotografias, etc) ALGUMAS TEORIAS DA COMUNICAÇÃO Ao se falar ou se pensar em comunicação recorre-se a uma multiplicidade de disciplinas e suscita o interesse de diversas ciências, como a Psicologia, a Sociologia, a Antropologia, a Biologia, dentre outras. Para ARMAND e MATTELART (1997, pp. 13-14), é a partir do século XIX que se abre uma procedência evolutiva em que se desdobram todas as relações possíveis entre liberalismo econômico e sistemas de comunicação como organismo social, que teve suas noções fundadoras da visão da comunicação como fator de integração das
sociedades humanas a partir da criação dos sistemas técnicos básicos da comunicação e do princípio do livre comércio. Localizada, de início, na questão das redes físicas e projetada no núcleo do sistema de idéias do progresso, a noção de comunicação englobou, no final do século XIX, a gestão das aglomerações humanas. O pensamento da sociedade como organismo, como conjunto de órgãos desincumbindo-se de funções determinadas, inspira as primeiras concepções da Comunicação como ciência. Para ARMAND e MATTELART (1997, p. 13, apud SMITH, 1723-1790), no que se refere à comunicação e a divisão do trabalho, que representou um primeiro passo teórico, “A comunicação contribui para a organização do trabalho coletivo no interior da fábrica e na estruturação dos espaços econômicos”. Ainda para os autores (1997, pp. 30-33), na década de 1910, nos Estados Unidos, tendo como sede a Escola de Chicago, a sua emergência encontra-se ligada ao projeto de construção de uma ciência social desprovida de um embasamento científico, passando pelas suas primeiras elaborações teóricas e estudos empíricos dos modos de comunicação na organização da comunidade, ainda adaptados à reflexão sobre o papel da ferramenta científica na resolução dos grandes desequilíbrios sociais, até se tornar um verdadeiro símbolo das sociedades contemporâneas. Ainda para os autores acima citados (1997, p. 36), na década de 40 instala-se outra corrente: a Mass Communication Research, com uma espécie de visão generalista da comunicação, cujo esquema de análise funcional desloca a pesquisa para medidas quantitativas, mais aptas a responder à exigência proveniente dos administradores da mídia, notando-se aí um grande avanço da comunicação. Observa-se, nesse discurso, um profundo enraizamento desse pensamento nas Ciências Sociais. Para os autores, no que se refere às primeiras idéias mais completas acerca do conceito de um sistema de trocas e fluxos acontecem no campo das preocupações econômicas. Uau! Excelente conteúdo! Agora que entendemos a Comunicação e quais as sua funções, assimilamos um pouco do desenrolar da história dessa ciência social como fator de integração das sociedades humanas, veremos a importância e o funcionamento da mesma nas empresas. Ainda falando em comunicação... A FÓRMULA DE LASSWELL Malgrado a individualidade própria da comunicação humana, o prof. Lasswell, da Universidade de Michigan, procurou estabelecer-lhe normas, em benefício de sua efetividade, e afirmou que na comunicação devem ser analisadas algumas questões como: Quem? Diz o que? A quem? Através de que meio?
Com que finalidade? 1ª Questão: Quem? Na comunicação humana devemos precisar, inicialmente, quem faz a comunicação. A resposta parece óbvia: se sou eu que vou comunicar-me com alguém, quem faz a comunicação sou eu. Não é tão simples quanto parece. Sou eu, sim, o transmissor, mas, nessa comunicação específica que pretendo fazer, quem sou eu? Escrevo a meu filho; nessa comunicação, sou o pai. Converso no ônibus; nessa comunicação já sou um passageiro. Chamo à ordem um subordinado; nessa comunicação, sou o chefe. Na sociedade moderna o homem representa grande variedade de papéis, e a comunicação humana será tanto mais inteligível quanto mais claro estiver definido em que capacidade o transmissor se comunica. O papel que represento elucida a comunicação. Se não defino quem sou, ao comunicar-me com alguém, pode estabelecer-se a confusão. Realiza-se uma reunião na sede da Associação dos Pais e Mestres. Levanto-me: - Senhores, falo como pai de quatro filhos... A elucidação no início da comunicação oral situa-me perante a audiência. - Senhores, devem unir-se todos aqueles que têm responsabilidades de família... Inúmeros assistentes não sabem se sou, ou não, pai de família. A definição inicial do papel que represento facilita a compreensão do que desejo comunicar. Para a efetividade da comunicação humana cumpre a definição inicial de quem é o transmissor, qual o seu papel e em que capacidade se comunica. 2ª Questão: Diz o que? Sobre a mensagem na comunicação humana é oportuno lembrar que se cada pessoa que se comunica pensasse, antes, no que vai comunicar, reduziria de cinqüenta por cento as suas comunicações. Chesterton adorava “compartilhar o silêncio” de seu melhor amigo. A comunicação, porém, é normal entre os homens em sociedade e a educação intervém para provocá-la, mesmo que não exista nada a comunicar. Na comunicação humana a regra é o excesso, o que se nota no lar, na escola, no trabalho, em toda parte. Lasswell recomenda cuidado na interpretação de imagens, emoções ou sentimentos através das palavras. Rignano assombrou-se com a “orgia do verbalismo” no pensamento moderno, essa tendência de amontoar palavras em substituição a idéias. O que comunicar depende, para a significação, de palavras bem escolhidas, organizadas em frases; palavras e frases que devem traduzir, com clareza, o sentido do que se procura transmitir. 3ª Questão: A quem?
Constitui motivo de controvérsia o grau de importância do transmissor, em comparação ao grau de importância do receptor no processo da comunicação humana. Acreditamos que a forma de comunicação humana é condicionada pelo receptor. É a minha capacidade como receptor que condiciona a maneira da representação da comunicação humana pelo transmissor. Na prática, nem sempre acontece que o transmissor e receptor falem a mesma língua e se coloquem no mesmo plano. Posso dar a uma palavra determinado significado que você não compartilha. A condição social diferencia os significados das palavras e uma mesma palavra pode ter significação diferente, se sou o chefe ou o subordinado. A efetividade da comunicação humana depende do condicionamento da mensagem ao receptor. Com quem falo condiciona minha maneira de expressar: Creio que Vossa Excelência bem poderia adotar outra atitude! Você deve fazer um esforço para mudar! Não é fácil escolher, entre estas duas frases, a que mais se coaduna – sob o ponto de vista da forma – com a observação que desejo fazer a um subordinado. Ora, não seja teimoso! O senhor vai me desculpar se a minha insistência parece um tanto excessiva... Também é fácil selecionar a frase que eu dedicaria a meu chefe, entre essas duas. É o receptor, portanto, que condiciona a forma da comunicação. Para ser compreendido devo falar a mesma língua do receptor, ater-me a seu vocabulário e preferir as expressões que lhe são familiares. 4ª Questão: Através de que meio? A escolha do meio adequado pode, em certas circunstâncias, garantir o êxito da comunicação humana. Certa vez, um dirigente resolveu instituir o salário móvel na sua empresa. Com esse objetivo, chamou um especialista e confiou-lhe os estudos preliminares. Um mês depois, reuniu a Diretoria, que aprovou na íntegra esses estudos. Convocou-se uma comissão constituída por elementos da Seção do Pessoal e do Contencioso para pôr em prática o sistema e, em duas semanas, tudo estava pronto. Na véspera do dia do pagamento, com as tabelas já organizadas e as pesquisas do custo de vida feitas conforme os dados oficiais, o dirigente convocou os 1.600 operários da empresa para uma reunião no principal galpão da fábrica. Num improviso de 40 minutos, comunicou aos homens a decisão da Diretoria. Na manhã seguinte, com espanto do dirigente e da Diretoria estalou greve geral na empresa; os operários não haviam compreendido a comunicação oral e os mais desencontrados rumores começaram a circular: o sindicato decidiu decretar a greve, baseando-se em que a empresa adotara sistema de remuneração prejudicial para os empregados. O dirigente pensara em tudo, menos no meio de levar a comunicação aos seus homens. 5ª Questão: Com que finalidade? É chocante ouvir alguém dizer, após a leitura de uma carta: Não entendi porque me escreveram... É fonte de desentendimento esta queixa:
- Mas o que ele queria dizer com esse relatório todo? A finalidade da comunicação humana deve ser evidente, para prevenir distorções e malentendidos. Nas cartas comerciais modernas coloca-se, antes mesmo do início formal da carta, o assunto de que tratam. Isto se faz para clareza do objetivo, para evitar os desagradáveis “por quês”. Todas estas perguntas são simples. As respostas são, contudo, um pouco mais trabalhosas. Afinal, as mesmas dependem do tratamento e cruzamento (correlação entre itens) e da análise dos dados obtidos. COMUNICAÇÃO – EXPRESSÃO ORAL E ESCRITA Comunicação Oral Traços característicos da exposição oral É claro que o grande número de traços característicos da exposição oral, ausentes na escrita, impõe o dever de bem utilizá-los para que a linguagem seja boa: - Quem fala em público tem de atentar para o timbre de voz; - Para a altura da emissão vocal; - Para o complexo fenômeno que se chama entoação das frases; - Bem como saber jogar, adequadamente, com gestos do corpo, dos braços, das mãos e da fisionomia. - Há aí uma enorme riqueza de recursos que facilitam extraordinariamente a comunicação lingüística quando são bem empregados. Comunicação Escrita - Existe para dar suporte à eficácia dos agrupamentos criados pelos seus administradores encarregados de realizar tarefas específicas destinadas a ajudar a organização a atingir seus objetivos; - Auxiliar a rede de interações e organizar as unidades de trabalho; - Possibilita aprendizagem organizacional. Alguns casos importantes na observação da eficiência da comunicação escrita: - Mensagens longas; - Aquelas que contenham dados financeiros, de produção, quantitativos; - Para complementar a comunicação oral; - Evita mudanças no conteúdo simbólico das mensagens; - Evita distorções de significado; - Serve como prova testemunhal; - Ratifica acordo; - Protege nas relações de obrigações contratuais; - Registros escritos são necessários para satisfazer exigências legais (CÂMARA JÚNIOR, 1986, pp. 15-16).
A COMUNICAÇÃO E AS TEORIAS DAS ORGANIZAÇÕES Antes de a comunicação ter a atual importância no meio organizacional, a única aptidão exigida à chefia, à direção de uma organização era estabelecer procedimentos administrativos, instruções de produção e todas as informações necessárias ao funcionamento da empresa. Mas podemos observar que, a partir da evolução social e econômica, a comunicação passou a ter um lugar de destaque na agenda dos administradores e pode ser analisada a partir das Teorias das Organizações. Comunicação e Teoria Clássica No taylorismo a comunicação era vista apenas como uma forma de transmissão de ordens, ou seja, só havia a comunicação no fluxo descendente, seguindo as informações do top decisório para a base. Comunicação e a Teoria da Burocracia Essa teoria considera a comunicação como elemento secundário para a gestão organizacional (Oliveira, 2001, p. 68). Comunicação e a Escola das Relações Humanas Na Escola das Relações Humanas passa-se a ter uma preocupação com os fluxos descendente e ascendente, o que contribuiu para a diminuição dos conflitos internos. Há uma valorização da rede informal. Comunicação e a Teoria Estruturalista Os estruturalistas estudam a organização como sendo um sistema aberto, com o fim de manter redes de comunicação com outras organizações e com a sociedade. Comunicação e a Teoria dos Sistemas Para os teóricos filiados à Teoria dos Sistemas a comunicação é vista como um processo que não pode ser observado como um sistema linear e estático, e sim como um fenômeno de interação entre seus elementos componentes e destes com o seu meio ambiente. A Teoria dos Sistemas privilegia a comunicação como algo fundamental no processo das entradas (inputs), transformações (throughputs) e saídas (outputs). Comunicação e a Teoria da Contingência A Teoria Contingencial idealiza as organizações com as características de sistemas orgânicos, com sua estrutura fluxível e integradora, cujo fluxo de comunicação predominante é o horizontal, capaz de estabelecer melhor sinergia entre os níveis hierárquicos e coordenação de esforços.
Nesta teoria uma melhor integração do indivíduo com os processos organizacionais, existe uma maior confiabilidade nas redes informais, reconhecendo-a como parte integrante nas redes de comunicação. A Teoria dos Sistemas estuda a organização abstrata de fenômenos, independente de sua formação e configuração presente. Investiga todos os princípios comuns a todas as entidades complexas e modelos que podem ser utilizados para a sua descrição. O Sistema é um conjunto de partes interagentes e interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função (OLIVEIRA, 2002, p. 35). Sistema pode ser definido como um conjunto de elementos interdependentes que interagem com objetivos comuns formando um todo, e onde cada um dos elementos componentes comporta-se, por sua vez, como um sistema cujo resultado é maior do que o resultado que as unidades poderiam ter se funcionassem independentemente. Qualquer conjunto de partes unidas entre si pode ser considerado um sistema, desde que as relações entre as partes e o comportamento do todo sejam o foco de atenção (ALVAREZ, 1990, p.17). Vejamos alguns tipos de sistema: Sistemas abertos Basicamente a teoria de sistemas afirma que estes são abertos e sofrem interações com o ambiente em que estão inseridos. Desta forma, a interação gera realimentações que podem ser positivas ou negativas, criando, assim, uma auto regulação regenerativa, que por sua vez cria novas propriedades que podem ser benéficas ou maléficas para o todo, independente das partes. Sistemas fechados Esses sistemas são aqueles que não sofrem influência do meio ambiente no qual estão inseridos, de tal forma que ele se alimenta dele mesmo. Em Administração organização tem dois sentidos: 1. Grupo de indivíduos associados com um objetivo comum. Exemplo: empresas, associações, órgãos do governo, ou seja, qualquer entidade pública ou privada. As organizações são compostas de estrutura física, tecnológica e pessoas. 2. Modo como foi estruturado, dividido e seqüenciado o trabalho.
4. A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL - DIREÇÕES, FLUXOS, CANAIS E REDES Direções e Fluxos da Comunicação Empresarial Segundo análise de Rego (1995, p. 54), a comunicação organizacional se processa em duas direções, a vertical e a horizontal, respectivamente com os fluxos ascendente, que é responsável pelo encaminhamento das mensagens aos níveis superiores da organização, e descendente, que ajuda a legitimar a hierarquia por seguir o padrão de autoridade das posições hierárquicas, é responsável pelo encaminhamento das mensagens que saem do
top decisório e descem até as bases, e o fluxo lateral, que permite grande entrosamento nos grupos de pares e de mesmo nível funcional e contribui para o aperfeiçoamento da coordenação. Para o autor são esses fluxos que produzirão, determinarão o caminho que percorrerá a mensagem, originando o equilíbrio do sistema organizacional. Direção vertical, fluxo descendente, as mensagens, em geral - procedimentos e metas –, saem dos cargos de níveis hierárquicos mais altos para os de níveis mais baixos... Fluxo ascendente, as mensagens, em geral - anseios, expectativas, resultados e sugestões –, saem dos cargos de níveis hierárquicos inferiores para os superiores... Direção horizontal, fluxo lateral, “As mensagens – que incluem as dos tipos anteriores e outras – circulam entre os funcionários ou grupos de um mesmo nível hierárquico (PIMENTA, 2002, p. 67). Alguns autores ainda citam um outro fluxo de comunicação organizacional, que é o diagonal, que se trata do fluxo de informação entre uma chefia funcional e elementos de outro grupo de trabalho quando ela exerce autoridade funcional. Visa o fluxo de informação entre especialistas de diferentes áreas funcionais em diferentes níveis de gestão. Em suma, a comunicação pode fluir de forma vertical (descendente e ascendente) e horizontal (lateral) e diagonal. A direção vertical pode ser dividida em descendente, que se dá dos níveis mais altos para os mais baixos, e ascendente, que se dá dos níveis mais baixos aos mais altos. Já a comunicação horizontal, fluxo lateral, caracteriza-se pela sua maior informalidade, podendo ocorrer entre pessoas do mesmo grupo ou entre os diferentes grupos. No entanto, para que a comunicação flua em todos os sentidos na organização, é necessário que haja um equilíbrio entre as redes formal e informal. As organizações devem trabalhar seus fluxos de comunicação valorizando todas as direções que a mensagem percorre, a fim de ter um maior controle sobre a disseminação de informações importantes, assegurando que elas cheguem a todos os níveis hierárquicos. Para Rego (1986, pp. 64-65), “Os métodos utilizados na comunicação descendente centrífuga estão divididos em três grupos: visuais, auditivos e visuais/auditivos, cada um compreendendo diversos canais (veículos) formais”. A relação a seguir mostra estes métodos com os seus respectivos veículos: I – VISUAIS a) escritos - instruções e ordens escritas - circulares - cartas pessoais - manuais - quadro de avisos - boletins - panfletos
- jornais e revistas - relatórios de atividades - formulários. b) pictográficos - pinturas - fotografias - desenhos - diagramas - mapas - ideografias. c) escritos-pictográficos - cartazes - filmes mudos com legendas - gráficos - diplomas. d) simbólicos - luzes - bandeiras e flâmulas - insígnias. II – AUDITIVOS a) Diretos - conversas - entrevistas - reuniões - conferências. b) Indiretos - telefone - rádio - intercomunicadores automáticos - alto-falantes. c) Simbólicos - sirenas - apitos e buzinas - sinos - outros sinais. III – VISUAIS/AUDITIVOS - filmes sonoros - diafilmes sonoros - televisão. Canais, Redes e Tipos de Comunicação Empresarial
A comunicação interna é formada por canais formais e informais. Os primeiros são compostos pela estrutura da organização, correspondem às linhas da hierarquia da organização formal. Transmitem, acima de tudo, comunicações descendentes, ou seja, de superior para subordinados, provavelmente as de maior frequência [ordens de serviço, regulamentos, definição de objetivos, etc.] bem como comunicações ascendentes, isto é, dos subordinados para os superiores [como feedback sobre as comunicações descendentes, informação sobre a evolução dos trabalhos, relato de problemas correntes, etc.], e os canais informais não estão estruturados, transmitem informações em todas as direções, nomeadamente horizontais [entre membros da organização situados no mesmo nível hierárquico], geralmente não seguem a estrutura formal da organização, emergem da interação natural entre os indivíduos que compõem a organização. Em um sistema organizacional, a circulação das mensagens perpassa por duas redes de comunicação que contribuirão para a construção de um modelo sinérgico de comunicação. Segundo análise de Pimenta (2002, p. 68), nas empresas funcionam duas redes de comunicação: a formal e a informal. Na primeira, circulam as mensagens oficiais e legitimadas pela estrutura da empresa, utilizando os canais formais, que são os meios por onde passam tanto as comunicações ascendentes (da base para o topo) quanto as descendentes (do topo para a base). Na segunda, conhecida como Rádio Peão ou Rádio Corredor, circulam todas as mensagens consideradas inadequadas para a circulação na primeira, por se tratar de manifestações espontâneas e que fogem ao controle das diretorias, por exemplo. Para Rego, duas redes de comunicação permeiam o sistema organizacional. A rede formal e a rede informal. A rede formal comporta todas as manifestações oficialmente enquadradas na estrutura da organização e legitimada pelo poder burocrático. A rede informal abriga as manifestações espontâneas da coletividade, incluindo-se aí a famosa rede de boatos, estruturada a partir da chamada cadeia sociológica dos grupinhos (1995, p. 55). Conforme exposto no parágrafo anterior, vimos que a comunicação formal está diretamente ligada à administração e é por meio dela que são repassadas as informações necessárias ao bom andamento da organização. Segundo Kunsch (2003, p.84), a comunicação formal se relaciona com “o sistema expresso de normas que regem o comportamento, os objetivos, as estratégias e conduzem as responsabilidades dos integrantes das organizações”. Contudo, é mister afirmar que não será suficiente apenas a sua formalização, ou seja, a utilização dos canais formais, além da sua utilização adequada, é importante, essencial que ela seja informada, conhecida e plenamente divulgada para todos os seus integrantes.
No que se refere à rede informal da comunicação organizacional, (DAVIS, 1999, p. 164) destaca a importância de a empresa usá-la a seu favor, quando inserir informações e monitorar esse fluxo, afirmando que o seu uso possibilitará à empresa utilizá-la a seu favor. O que se deve destacar na rede informal da comunicação é que por meio dela é que são destacadas as lideranças, em meio às reuniões realizadas pelos trabalhadores, dentre outras vantagens. Isto posto, as empresas devem, cada vez mais, estar atentas a essa rede e investir nesse canal de comunicação. Os Tipos de Comunicação na Organização Direção vertical, fluxo descendente, as mensagens, em geral - procedimentos e metas –, saem dos cargos de níveis hierárquicos mais altos para os de níveis mais baixos... Fluxo ascendente, as mensagens, em geral - anseios, expectativas, resultados e sugestões –, saem dos cargos de níveis hierárquicos inferiores para os superiores... Direção horizontal, fluxo lateral, “As mensagens – que incluem as dos tipos anteriores e outras – circulam entre os funcionários ou grupos de um mesmo nível hierárquico (PIMENTA, 2002, p. 67). Alguns autores ainda citam um outro fluxo de comunicação organizacional, que é o diagonal, que se trata do fluxo de informação entre uma chefia funcional e elementos de outro grupo de trabalho quando ela exerce autoridade funcional. Visa o fluxo de informação entre especialistas de diferentes áreas funcionais em diferentes níveis de gestão. Em suma, a comunicação pode fluir de forma vertical (descendente e ascendente) e horizontal (lateral) e diagonal. A direção vertical pode ser dividida em descendente, que se dá dos níveis mais altos para os mais baixos, e ascendente, que se dá dos níveis mais baixos aos mais altos. Já a comunicação horizontal, fluxo lateral, caracteriza-se pela sua maior informalidade, podendo ocorrer entre pessoas do mesmo grupo ou entre os diferentes grupos. No entanto, para que a comunicação flua em todos os sentidos na organização, é necessário que haja um equilíbrio entre as redes formal e informal. As organizações devem trabalhar seus fluxos de comunicação valorizando todas as direções que a mensagem percorre, a fim de ter um maior controle sobre a disseminação de informações importantes, assegurando que elas cheguem a todos os níveis hierárquicos. Para Rego (1986, pp. 64-65), “Os métodos utilizados na comunicação descendente centrífuga estão divididos em três grupos: visuais, auditivos e visuais/auditivos, cada um compreendendo diversos canais (veículos) formais”. A relação a seguir mostra estes métodos com os seus respectivos veículos: Os fluxos, métodos e canais permitem que estabeleçamos diferentes tipos de comunicação na empresa, de acordo com os elementos relacionados e combinados por Gerhard Meletzke para os atos comunicativos (Rego, 1986). São esses os elementos:
- Direto – Indireto - Unilateral – Recíproco - Público – Privado - Direto – quando a comunicação é feita pela modalidade presencial, face a face. - Indireto – quando é feita por outros meio, por exemplo: telefone, e-mail, teleconferência, etc. - Unilateral – quando, geralmente, só um fala. - Recíproco – quando há uma interação, quando há um diálogo, uma retroalimentação. - Privado – quando a comunicação é direcionada a um grupo específico da empresa. - Pública – quando esta for direcionada a grupos distintos. Vejamos os diferentes tipos de comunicação na empresa: - Comunicação direta-recíproca-privada: conversação entre dois gerentes ou dois funcionários. - Comunicação direta-recíproca-pública: uma assembléia geral com todos os funcionários, onde cada um exporá publicamente ao gerente, por exemplo, problemas existentes na empresa. - Comunicação direta-unilateral-privada: uma conferência do diretor para um grupo de gerentes. - Comunicação direta-unilateral-pública: um discurso do presidente para todos os funcionários, por ocasião do aniversário da empresa. - Comunicação indireta-recíproca-privada: conversa entre dois funcionários por telefone. - Comunicação indireta-recíproca-pública: troca de idéias entre um supervisor e subordinados, através da publicação da empresa. - Comunicação indireta-unilateral-privada: um comunicado interno, escrito, de um gerente para um supervisor. -Comunicação indireta-unilateral-pública: comunicação coletiva: mensagens transmitidas através de publicações para empregados. A Comunicação Empresarial e a Rádio Peão No decorrer das etapas do processo de comunicação geralmente ocorrem perturbações que podem prejudicar o seu processo e esses são denominados de ruídos, perturbações indesejáveis e que podem provocar perdas ou desvios na mensagem. Rego (1986, p. 55) afirma que a principal causa da formação de ruídos na comunicação organizacional é a grande quantidade de comunicação instrumental, no fluxo descendente, o qual inibe e bloqueia as comunicações expressivas (que impedem que os escalões inferiores se expressem), que, pela dificuldade de subirem até o topo, correm lateralmente e formam as redes informais, onde está inserida a famosa rede de boatos ou
rádio peão, como veremos no artigo abaixo, do próprio autor, intitulado “Comunicação em tempos de crise: Rumor, Rádio-peão, Rede Informal e os Gargalos da Comunicação Organizacional” – Gaudêncio Torquato. Vejamos a seguir trecho do artigo de Gaudêncio Torquato, in “Cultura, poder, comunicação e imagem – Fundamentos da nova empresa” e “Tratado de Comunicação Organizacional e Política” que versa sobre os boatos da comunicação organizacional: Como tratar o boato O boato varia na razão direta da importância e ambigüidade de um determinado assunto. Por aqui, percebe-se que temas como salários, mudanças, promoções, transferências, implantação de novos sistemas e questões de insalubridade, entre outros, constituem o prato predileto da rede informal, principalmente em momentos de tensão, crise e dúvidas. A comunicação exerce papel fundamental na eliminação dos focos de boato. Sabe-se que, nas crises, os climas informais, os agentes informais de comunicação, trabalham celeremente. O boato é como pólvora. Há um rastilho aqui, queima-se esse rastilho e, imediatamente, a pólvora corre e incendeia toda a organização. O boato se espalha por meio da chamada rede sociológica de grupinhos. O que significa isso? Uma certa pessoa chega para um grupo com três pessoas e, com sua interpretação, ela passa uma informação: - “você sabia disso e daquilo?” E nesta passagem de informação ela adiciona algo, elimina parte da informação, ou, ainda, interpreta algo de maneira parcial. Deste grupinho de quatro, cada um sai para um lado diferente dando a sua versão do que ouviu, adicionando algo que não ouviu e também dando o seu posicionamento pessoal. Esses grupinhos vão se espalhando numa rede. Cada grupinho circula pela organização e, como um rastilho de pólvora, incendeia o ambiente. Nesse momento, a comunicação se torna vital para evitar os conflitos existentes, gerados pela onda de boatos. Quando a empresa age com comunicação adequada, ágil e eficiente, o boato se extingue. Em resumo: não se pode deixar que a lagartixa se transforme em jacaré. Não se deve esquecer que o boato é, freqüentemente, produto de um sistema de comunicação mal ajustado, incoerente, pouco transparente, confuso. Nesse caso, as providências de saneamento e planejamento devem levar em consideração os tipos de canais de comunicação existentes na empresa, a linguagem, os conteúdos, a freqüência com que a comunicação chega à comunidade, os reforços para apoio e compreensão das mensagens, a origem das informações, entre outros aspectos. Os ajustes de comunicação diminuirão os boatos. E a utilização da rede de comunicação informal dará mais agilidade às mensagens, principalmente quando se conhece a extensão dos grupos e se identificam as zonas de alta sensibilidade na empresa. O boato, bem administrado, não faz mal. Faz mal querer combatê-lo sem a compreensão da sua natureza. Como se fosse possível matar uma característica inata dos grupos.
A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL E A CULTURA ORGANIZACIONAL Neste tema iremos abordar, além dos fundamentos e princípios que norteiam a Comunicação Empresarial, a relação entre comunicação e cultura à luz da interferência da cultura brasileira no modelo de Comunicação Empresarial. Mãos à obra! A Comunicação Empresarial (Organizacional, Corporativa ou Institucional) admitese como um conjunto de esforços, ações, estratégias, produtos e processos trabalhados para fixar e fortalecer a imagem de uma empresa ou entidade (sindicato, órgãos governamentais, ONGs, associações, universidades, etc.) junto aos seus públicos de interesse (consumidores, empregados, formadores de opinião, classe política ou empresarial, acionistas, comunidade acadêmica ou financeira, jornalistas, etc.) ou junto à opinião pública.
É importante saber que... “A formação de opiniões é resultante de várias formas de comunicação que nos chegam de partes diversas e que acabam por nos permitir expressar juízos de valor sobre determinados fatos ou acontecimentos, não sendo mais do que a expressão de uma atitude. Quando existe um consenso generalizado de opiniões, estamos perante um fenômeno de opinião pública.” Formando opinião = influências internas + influências externas. Influências internas: a maneira de agir e pensar difere de indivíduo para indivíduo, variando de acordo com as características de cada um. Influências externas: mais importantes por causa dos circuitos de comunicação humana: através das técnicas de comunicação da TV, dos jornais, das revistas, da fala, de ouvir outras pessoas mais experientes. A Persuasão – Credibilidade das Fontes de Informação Persuadir pode ser definido como o ato de induzir alguém a crer, ou aceitar alguma coisa. Vance Packard e Ernest Dichter têm sido os donos do tema com os seus livros sobre técnicas de convencer e motivação. Ambos os assuntos pertencem mais à esfera das comunicações de massa, embora alguns dos seus aspectos possam ser eventualmente considerados quando se estuda a comunicação humana individual. Opinião é, em sentido geral, a representação de interpretações, expectativas e avaliações, tais como crenças sobre as intenções de outras pessoas, antecipações sobre acontecimentos futuros e avaliações de conseqüências boas ou más de cursos de ação, passíveis de modificação.
Sob o ponto de vista filosófico opiniões são quaisquer tópicos de controvérsia e, operacionalmente, são respostas verbais que os indivíduos externam para corresponder a situações estimulantes, nas quais alguma questão é levantada. I – Origem da Opinião A opinião é uma afirmação da individualidade humana: é a aceitação pessoal de uma, entre duas ou mais acepções diversas, sobre determinado assunto. II – Graus da Opinião 1) Sólido – que corresponde ao consenso, estado de pleno acordo, em que uma idéia lota a mente, não ficando lugar para a dúvida ou controvérsia. 2) Líquido – é o estado normal das nossas idéias e dos nossos pensamentos que, isolados, em grupos ou nas mais diversas combinações, vêm a constituir as nossas opiniões. 3) Gasoso (ou poderia ser qualificado de pré-opinião) – são simples noções que se podem modificar com a volubilidade das nuvens, ou sopro dos ventos. Tönnies as denomina opiniões em gestação. A comunicação humana procura modificar o comportamento dos indivíduos, influenciando suas opiniões através da informação. Na formação da opinião, dois fatores pesam decisivamente: 1) A maneira de a mensagem ser comunicada. 2) A credibilidade da fonte. III – Forma da Mensagem Experiências têm demonstrado existir relação constante entre a aceitação de uma mensagem e a forma pela qual ela é transmitida. Embora os resultados sejam passíveis de controvérsia, Wilke registra-os da seguinte maneira: entre pessoas de nível médio e inferior a apresentação oral faculta retenção melhor, e por mais tempo, do que a apresentação escrita isolada. Sua experiência clássica baseou-se em três grupos de estudantes universitários, estimulados a se interessarem por assuntos relativos à guerra, religião, controle de natalidade e economia. Idêntico material de exposição foi apresentado a cada um dos três grupos sob diferentes formas: 1º Grupo: A comunicação foi feita em pessoa por um conferencista. 2º Grupo: A comunicação foi feita através de um aparelho gravador, no qual o mesmo conferencista gravara sua palestra. 3º Grupo: A comunicação foi feita por escrito.
Os resultados revelaram os seguintes graus de eficiência na modificação ou na influência sobre as opiniões dos universitários, a saber: Eficiência máxima: apresentação pessoal do conferencista. Eficiência média: gravação da conferência. Eficiência mínima: apresentação escrita da conferência. Embora esta mesma experiência, com algumas variações, tivesse sido repetida com êxito por Allport, Knower e Cantrill, a controvérsia entre “olho e ouvido” deverá continuar ainda por muito tempo. IV – Percepção A percepção é o fenômeno individual e, se a comunicação humana procura modificar as imagens dentro de nossas cabeças, teremos de levar em consideração que embora os homens vivam no mesmo mundo, pensam e sentem em mundos diferentes, pessoais, individuais. A percepção pode ser definida como um processo interpretativo através do qual fazemos passar todos os estímulos que nos chegam do meio ambiente. A significação é a resultante desse processo, é a imagem dentro da nossa cabeça. A significação é o produto final da percepção e da interpretação. Percebemos o mundo em termos de sua significação para nós, “toda reação cognitiva humana, percepção, imaginação, pensamento e racionalização são um esforço para a significação”. Qualquer nova experiência a que sejamos submetidos tem de ser estruturada por nós, a fim de ganhar significação. Essa estruturação dependerá, em cada caso, dos nossos referentes, do ponto de vista em que se coloca a nossa capacidade de observação: um desastre de automóvel é estruturado significativamente, de maneira diversa, pela percepção de um mecânico, um médico, um repórter de jornal ou um simples transeunte, não porque o desastre tenha sido diferente para cada pessoa; o desastre foi o mesmo – o que se modificou foram as interpretações. A percepção é sempre pessoal e cada experiência é estruturada de acordo com os nossos termos. V – Credibilidade das Fontes de Informação Os publicitários costumam dizer que a credibilidade de um anúncio parece ter alguma relação com a reputação da revista onde é impresso. Esta crença baseia-se no princípio de que a efetividade de uma comunicação depende, em grande parte, de quem a faz, pois a maneira da recepção da mensagem depende fundamentalmente da autoridade da fonte. Curiosidade! Roger Cahen (1990. 302, p. 25) coloca a Comunicação Empresarial como um dos mais poderosos instrumentos de marketing à disposição dos empresários. No livro “Tudo que seus gurus não lhe contaram sobre comunicação empresarial” (1990. 265), ele compara a comunicação a uma pirâmide de cristal dividida em quatro blocos: atividades, atitudes, políticas e filosofias.
Atividades Atitudes Políticas Filosofias Não é novidade que a comunicação causa efeitos tanto positivos quanto negativos na imagem da empresa/organização. Elevar ou danificar a imagem da organização trata-se, na verdade, de um processo de causa e efeito, a depender da sua eficiência e eficácia. Quando positiva, exercerá, certamente, influência positiva na imagem da empresa perante o mercado em que atua. A Comunicação Empresarial tem assumido, nos últimos anos, maior complexidade, tendo em vista a necessidade de trabalhar com diferentes públicos (portanto diferentes conteúdos, discursos ou linguagens), o acirramento da concorrência, a segmentação da mídia e a introdução acelerada das novas tecnologias. O sucesso de uma organização, principalmente no momento atual, depende diretamente da habilidade do corpo gestor em comunicar, não somente em informar, mas, mais do que um simples executor de tarefas, o profissional de comunicação empresarial deve ser capaz de planejar estrategicamente o esforço de comunicação da empresa ou entidade. Ou seja, deve saber comunicar e certificar-se de que sua mensagem foi entendida por seus clientes, receptores internos e externos. Mas que fenômeno é esse chamado cultura? Ao se falar em cultura, refere-se caracteristicamente a um padrão de desenvolvimento que se reflete nos sistemas sociais de ideologias, valores, leis, assim como é também utilizada habitualmente para referir-se ao grau de refinamento em tais sistemas de crenças e práticas (MORGAN, 1996, pp. 115-116). Ainda para Morgan (1996), “Ambos derivam das observações do século XIX a respeito das sociedades ‘primitivas’ ao transmitir a idéia de que diferentes sociedades manifestam diferentes níveis e padrões de desenvolvimento social. Nos dias de hoje, todavia, o conceito de cultura não carrega necessariamente esta antiga postura de avaliação, sendo usado mais genericamente para significar que diferentes grupos de pessoas têm diferentes estilos de vida”. O cientista político Robert Presthus sugeriu que vivemos atualmente numa “sociedade organizacional”, a partir do momento em que organizações são capazes de influenciar “a maior parte do dia-a-dia das pessoas... são todas membros de uma sociedade do tipo organizacional”. Por outro lado, as mudanças sociais ocorridas nos últimos tempos, como por exemplo o advento da mulher como mola propulsora da sociedade, obrigam as organizações a terem discernimento na hora do desenvolvimento de produtos para satisfazer a este novo público consumidor e forçar automaticamente o uso das atribuições da administração de empresas.
A Indústria Cultural – Uma Visão Internacional As modificações por que passa o mundo alteram por completo o comportamento da sociedade e, por conseguinte, as empresas. Como será que os impactos sociais e tecnológicos dos conflitos mundiais deram margem à passagem histórica da industrialização de massa para a fase de conscientização de massa? É muito fácil! Basta analisarmos a evolução do desenvolvimento econômico de alguns países. , Os Cinco Estágios de Desenvolvimento da Comunicação Externa Vamos ver aqui como um senhor chamado Walt Rostow definiu essa evolução. Walt Rostow, do Massachusetts Institute of Technology, identificou cinco estágios que, analogicamente, são utilizados para a compreensão evolutiva do sistema de comunicação externa das organizações (REGO, apud Francisco Gracioso, p. 81): Ele, assim, classificou: Estágio de preparação da decolagem – as atividades produtivas são limitadas e empíricas, a ênfase é dirigida para a agricultura e pecuária, a mobilidade social é mínima e o sistema de comunicação, conseqüentemente, muito limitado; - Estágio da sociedade tradicional (séculos XVII e XVIII) – surgem, na Europa, os primeiros empreendedores dispostos a investir e começa a aparecer um modelo mais organizado de comunicação; - Estágio da decolagem – nessa fase aumentam os investimentos e poupança, aplicamse novos métodos de produção e há um grande crescimento na economia; - Estágio de maturidade – cresce a tecnologia, as bases econômicas mudam, surgem novas indústrias e um aumento vertiginoso de bens não-duráveis; - Estágio de consumo de massa – é a fase de pós-maturidade econômica. Aumentamse os sistemas de comunicação, avolumam-se as verbas publicitárias, fomentam-se os mecanismos de marketing. Daí, as empresas passam a orientar-se em função das oportunidades atuais e potenciais do mercado. (REGO, 1986, p. 81) Foi assim que ele explicou a evolução da comunicação empresarial até chegar ao nascimento da indústria cultural, que ocorreu no final do século XIX para o início do século XX e que floresceu dentro desse panorama econômico, histórico e social.
2. A atividade de Comunicação Empresarial no Brasil
O desenvolvimento da Comunicação Empresarial no Brasil está relacionado ao próprio processo de industrialização do País e ao seu desenvolvimento sócio-político. Segundo Rego, a Comunicação Empresarial está consolidada e o amadurecimento desta atividade se deu enquanto se “fortalecia um novo espírito de cidadania nascido de uma sociedade civil mais organizada e cada vez mais consciente de seus direitos e deveres”. Desde a década de 60 as organizações “passaram a dizer para os empregados que deveriam se orgulhar do lugar em que trabalhavam”. Na década de 70, com o surto de modernização causado pela chegada das empresas multinacionais, houve a necessidade de as empresas exporem sua identidade e buscarem a integração interna. Normalmente os programas que buscavam essa meta estavam sob a responsabilidade da área de recursos humanos que, contudo, não tinha a eficiência necessária. Historicamente, os profissionais de relações públicas, jornalismo e recursos humanos sempre discutiram sobre quais atividades seriam de responsabilidade de cada área. Mas, com as novas exigências do mercado, os velhos preconceitos foram caindo, principalmente porque o corporativismo dos respectivos setores cedeu lugar à competência. Além das novas exigências do mercado, a transição para a democracia no Brasil, em meados dos anos 80, trouxe a emergência de novos agentes com poder de influenciar o andamento dos negócios, o que fez com que os empresários passassem a valorizar mais o seu público. Com isso, há naturalmente uma valorização da Comunicação Empresarial. Até então eram feitas ações isoladas, sem nenhuma relação com planejamento estratégico da organização. Contudo, é com a abertura do mercado brasileiro, no início da década de 90, ainda no governo Collor, que a Comunicação Empresarial passa a ser uma ferramenta fundamental para a sobrevivência e o sucesso dos negócios. As empresas passam a vivenciar um jogo irreversível de abertura comercial, privatização das empresas estatais, desregulamentação de inúmeras atividades econômicas, aquisições maciças de empresas nacionais por grupos transnacionais, além de um forte movimento de fusões empresariais. A tudo isso se soma a paulatina integração do País ao mercado global e ao bloco dos países do hemisfério sul-americano. Nesse contexto de profundas mudanças que se estabeleceu e que permanece até hoje, em que a instabilidade e a insegurança se fazem presentes na vida de empregados e empresários, a Comunicação Empresarial se afirma como uma ferramenta estratégica de gestão, ligada ao sucesso na transição para novos modelos organizacionais.
Fique por dentro! O mercado brasileiro, assim como o internacional, já dispõe de empresas especializadas na realização deste trabalho e, internamente, as empresas ou entidades também têm experimentado gradativa profissionalização.
Hoje, a Comunicação Empresarial desempenha papel fundamental, definindo-se como estratégica para as organizações, superada a fase anterior, em que suas ações, produtos e profissionais eram vistos como acessórios descartáveis ao primeiro sinal de crise. Cultura e Organização Vamos começar a evidenciar a relação entre comunicação e cultura, buscando identificar como os traços culturais de uma organização influenciam no seu processo de comunicação. A Indústria Cultural Para Rego (1986, p. 81), “Seu nascimento se deu na passagem do século XIX para o século XX, com o aparecimento, em São Paulo e Rio de Janeiro, dos primeiros veículos de comunicação, organizados comercialmente”. Mas, na verdade, o que vem a ser Indústria Cultural? A Indústria Cultural são os MCM (Meios de Comunicação de Massa) organizados comercialmente. O que, de início, foi criado para ser promotor cultural, possuía uma visão culturalista, mudou a orientação para uma programação voltada à perspectiva mercadológica, comercial. Os Cinco Estágios de Desenvolvimento da Comunicação Externa A cultura empresarial pode ser vista como resultado de um aprendizado coletivo e que identifica as instituições. Tem sido comum contrapor as empresas tradicionais e as empresas da nova economia, conferindo-lhes traços culturais distintivos: as primeiras, injusta e adequadamente consideradas pré-históricas, pesadas e fadadas ao desaparecimento; e as segundas, vistas como arrojadas, ágeis e comprometidas com o futuro, o que nem sempre é verdade. Ainda que esta distinção entre empresas da nova e da velha economia venha sendo contestada, ela reforça a idéia de que as empresas, analisadas isolada ou conjuntamente, professam uma cultura e que a mesma está em permanente mudança. Diversidade Cultural Para Thomas (1996), a gestão da diversidade cultural implica conferir um enfoque holístico para criar um ambiente organizacional que possibilite a todos o pleno desenvolvimento de seu potencial, na realização dos objetivos da empresa. Não se trata de um pacote com soluções prontas, nem um programa fechado para resolver a questão da discriminação e do preconceito. Cox (1994) afirma que as diferenças de identidade individuais interagem com uma complexa gama de fatores individuais, grupais e organizacionais (o clima da diversidade) para determinar o impacto da diversidade nos resultados individuais e organizacionais.
Os resultados individuais são divididos em variáveis de resposta afetiva (satisfação, identificação organizacional e envolvimento no trabalho) e em variáveis de desempenho (performance, mobilidade no cargo e compensação). Os resultados organizacionais podem impactar o nível de atendimento, de turnover, de qualidade do trabalho e de lucratividade. Em meio a essa proposta existe a noção de que a diversidade presente nas instituições tende a provocar impacto tanto da eficácia organizacional como individual. Nesse sentido, o contexto organizacional é relevante para determinar se esse impacto será positivo ou negativo. É facilmente notado que o não-gerenciamento da diversidade pode conduzir a forte conflito intergrupal entre membros da maioria e da minoria, reduzindo os resultados efetivos do trabalho para homens de ambos os grupos (Knomo e Cox, 1996). Cultura Empresarial Cultura empresarial ou organizacional, então, compreende um conjunto ou sistema de significados que são compartilhados por uma determinada empresa ou entidade num tempo específico. Ela inclui valores e crenças, ritos, histórias, formas de relacionamento, tabus, tipos de gestão, de distribuição da autoridade, de exercício da liderança e uma série de outros elementos. A cultura da empresa tem sido definida de diferentes maneiras e incorpora aspectos como: • A filosofia empresarial - serve para orientar a política da empresa ou organização face aos diferentes públicos com que se relaciona: internos/externos. • Os valores dominantes na organização - são os eixos de conduta da empresa. • O ambiente ou clima empresarial - estabelecido na empresa para a estrutura de relações dos seus membros com os diferentes públicos externos. • As normas que regem os grupos de trabalho na empresa - todas as organizações as possuem e ajudam a controlar o seu comportamento. Muitas vezes constituem uma ideologia que cria uma verdadeira cultura de organização. • As regras de jogo - reger o sistema de aceitação como membro da comunidade empresarial e para o progresso profissional dentro da organização. • As tradições – que devem ser passadas de geração para geração. • Os comportamentos organizativos - um modelo de presunções básicas, inventadas, descobertas ou desenvolvidas por um determinado grupo ao ir aprendendo a confrontarse com os seus problemas de adaptação externa e integração interna e que tenham exercido influência suficiente para serem consideradas válidas. Em verdade, a cultura empresarial ou organizacional tem sido contemplada com um número grande de definições, mas, se aceita a idéia de que ela pode sofrer mudanças, por vezes radicais, ao longo do tempo, ainda que a organização (e seus integrantes) resista a elas. Para Edgar Schein (1992), entende-se: “o conjunto de pressupostos básicos que um
determinado grupo inventou, descobriu ou desenvolveu ao aprender a lidar com os problemas de adaptação externa e de integração interna, e que funcionou bem o bastante para serem considerados válidos e ensinados aos novos membros como a forma correta de perceber, pensar e sentir em relação a esses problemas” (p.12). A cultura de uma organização representa, também, um recorte da cultura social vigente, em que essa mesma organização está inserida. O tema é bastante complexo, mas, felizmente, a literatura nesta área, nacional e internacional, é generosa e consistente.
GESTÃO DA COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 2 Neste bloco vamos conhecer as principais vertentes da Comunicação Empresarial que estão sendo seguidas atualmente, pois um bom profissional precisa do conhecimento das ferramentas que esta disciplina nos fornece, a fim de dominá-las para alcançar o sucesso da organização. Então, o que estamos esperando? Vamos lá! As empresas necessitam de programas e estratégias que lhes dêem assistência no desenvolvimento pessoal e profissional para poder transformá-los em diferenciais competitivos para a organização. O desenvolvimento de ações que visam melhorar o desempenho individual e coletivo pode assegurar um aumento de produtividade e uma maior competitividade no mercado. Mas, para isso, é necessária uma cultura organizacional baseada em fatores como liderança, motivação e trabalho em equipe, mesmo que, muitas vezes, signifiquem mudanças radicais, transformações na mentalidade interna que requerem, sobretudo, estratégias comunicacionais coerentes, consistentes e eficazes. Vamos lá! COMUNICAÇÃO COMO INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL A comunicação como inteligência empresarial procura favorecer a adesão, a cooperação, o sentimento de pertencimento no seio da empresa entre a empresa e os seus parceiros. A comunicação, sem dúvida alguma, se tornou uma ferramenta imprescindível no sucesso dos negócios em qualquer organização. A comunicação nas empresas deve manter os empregados com informação e compreensão necessárias que os instigue e possibilite realizar suas tarefas com eficiência e eficácia. 1. MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA Os Meios de Comunicação de Massa
Por convenção, os Meios de Comunicação de Massa (MCM) são os meios que veiculam uma grande variedade de informação para as massas. Uma das principais características é que esses veículos atingem uma vasta audiência de forma simultânea ou dentro de um breve período de tempo. Por sua vez, massa é considerada por alguns estudiosos como sendo um grande agregado de indivíduos ou pequenos grupos, desligados, heterogêneos, ou seja, com diferentes idades, níveis sociais, culturais, sexo, etc. Relação entre Comunicação Empresarial, Meios de Comunicação de Massa e Indústria Cultural Como já vimos anteriormente, a Indústria Cultural surgiu com a evolução econômica e social (principalmente com a evolução da industrialização, que ocorreu por volta de 1905 e que teve um impulso maior entre 1910 e 1919, infelizmente a partir do estímulo da guerra). No Brasil, na década de 30, foi com o café, depois, na década de 50, foi o petróleo. Entre 64-67, a economia brasileira atravessa uma fase de recessão econômica; de 68 a 73, recupera-se dessa recessão e, com a implantação das multinacionais no nosso país (desde 1950), a atividade econômica cresce orientada para o consumo interno (Rego, 1986, pp. 79-80). Ainda para o autor (1986, p. 80), “A nível político, a principal característica do modelo foi o autoritarismo que se manifestou pela concentração de poderes no núcleo executivo do estado, em detrimento do poder legislativo, que continuou a funcionar, mas com poderes mais limitados.E foi nesse panorama que floresceu a indústria cultural”. Ah, como intencionávamos falar no início do parágrafo: A Indústria Cultural nasceu na passagem do século XIX para o século XX, com o aparecimento do jornal; na década de 20, surge o rádio; na década de 50, a televisão. O que possuía uma visão culturalista, de início, muda para uma programação prioritariamente voltada para o ponto de vista mercadológico. Em resumo, Indústria Cultural são os meios de Comunicação de Massa organizados comercialmente. Pimenta (apud Coelho, 1989, p. 35) aborda a questão da cultura de massa e da indústria cultural da seguinte maneira: “sobre a origem dos Meios de Comunicação de Massa e da Indústria Cultural são consideradas duas vertentes importantes: a. A cultura de massa inicia-se com os primeiros jornais a partir da invenção da imprensa, no século XV. Seria um fenômeno relacionado à ampliação do acesso a uma população maior do que antes era restrito a uma elite. Seus veículos seriam: folhetim (uma versão escrita, equivalente à novela atual) teatro de revista2 (simplificação do teatro clássico), opereta (simplificação da ópera) e o cartaz (simplificação da pintura). b. A cultura de massa inicia-se a partir da Revolução Industrial, no século XVIII. Seria um fenômeno relacionado à industrialização e à criação da sociedade de consumo. Um aparato industrial voltado para produzir cultura de massa, ou seja, ser consumida por muitas pessoas. A Utilização dos Meios de Comunicação de Massa nas Empresas
Os meios de Comunicação de Massa são instrumentos muito importantes para a comunicação empresarial e, nesse sentido, podem ser utilizados de forma positiva ou negativa. Tudo vai depender de quem os possua e/ou quem esteja no controle da empresa e da comunicação. Dentro da empresa, jornais, revistas e vídeos são instrumentos valiosos para veicular campanhas de, por exemplo: prevenção de acidentes, de saúde e higiene, de integração, etc., e várias outras mensagens para o público interno. É importante ressaltar que os funcionários fazem parte de um público maior, espectadores e leitores de vários veículos de comunicação e com interesses variados. Eles são acostumados a consumirem jornais e programas de TV de alto padrão técnico em suas casas. Sendo assim, o conteúdo veiculado na empresa através de um jornal ou vídeo será comparado com os de outros jornais ou vídeos, da mesma forma que apresentá-los. Por isso, na empresa, o padrão de qualidade na elaboração desses veículos deve ser o melhor possível, caso contrário serão preteridos e desconsiderados. Outros fatores que ajudam na comunicação com o público interno através dos meios de Comunicação de Massa são: • Conhecer como o público se comporta como espectador: de que gosta ou não, seu padrão de qualidade, suas expectativas em relação aos meios de Comunicação de Massa, etc.; • Como são os mecanismos de recepção (linguagem audiovisual); • Como a mensagem transmitida sofre ruídos: o que de fato chega ao receptor e como ele incorpora ao seu universo cultural. Vejamos a visão positiva de Pimenta (2002, p. 37), no que se refere à utilização desses meios de Comunicação de Massa: “As empresas utilizam os Meios de Comunicação de Massa para interagirem com a sociedade (público externo) e com os seus funcionários (público interno). Para o público externo, eles são usados para: • veicular propagandas – elas constituem uma das formas de as empresas fazerem marketing de seus produtos; além disso, a Indústria Cultural é financiada pela propaganda; • Fazer comunicados sobre suas atividades e projetos – construindo a imagem institucional da empresa.
A comunicação como inteligência empresarial procura favorecer a adesão, a cooperação, o sentimento de pertencimento no seio da empresa entre a empresa e os seus parceiros. A comunicação, sem dúvida alguma, se tornou uma ferramenta imprescindível no sucesso dos negócios em qualquer organização. A comunicação nas empresas deve manter os empregados com informação e compreensão necessárias que os instigue e possibilite realizar suas tarefas com eficiência e eficácia.
1. MEIOS DE COMUNICAÇÃO DE MASSA Os Meios de Comunicação de Massa Por convenção, os Meios de Comunicação de Massa (MCM) são os meios que veiculam uma grande variedade de informação para as massas. Uma das principais características é que esses veículos atingem uma vasta audiência de forma simultânea ou dentro de um breve período de tempo. Por sua vez, massa é considerada por alguns estudiosos como sendo um grande agregado de indivíduos ou pequenos grupos, desligados, heterogêneos, ou seja, com diferentes idades, níveis sociais, culturais, sexo, etc. Relação entre Comunicação Empresarial, Meios de Comunicação de Massa e Indústria Cultural Como já vimos anteriormente, a Indústria Cultural surgiu com a evolução econômica e social (principalmente com a evolução da industrialização, que ocorreu por volta de 1905 e que teve um impulso maior entre 1910 e 1919, infelizmente a partir do estímulo da guerra). No Brasil, na década de 30, foi com o café, depois, na década de 50, foi o petróleo. Entre 64-67, a economia brasileira atravessa uma fase de recessão econômica; de 68 a 73, recupera-se dessa recessão e, com a implantação das multinacionais no nosso país (desde 1950), a atividade econômica cresce orientada para o consumo interno (Rego, 1986, pp. 79-80). Ainda para o autor (1986, p. 80), “A nível político, a principal característica do modelo foi o autoritarismo que se manifestou pela concentração de poderes no núcleo executivo do estado, em detrimento do poder legislativo, que continuou a funcionar, mas com poderes mais limitados.E foi nesse panorama que floresceu a indústria cultural”. Ah, como intencionávamos falar no início do parágrafo: A Indústria Cultural nasceu na passagem do século XIX para o século XX, com o aparecimento do jornal; na década de 20, surge o rádio; na década de 50, a televisão. O que possuía uma visão culturalista, de início, muda para uma programação prioritariamente voltada para o ponto de vista mercadológico. Em resumo, Indústria Cultural são os meios de Comunicação de Massa organizados comercialmente. Pimenta (apud Coelho, 1989, p. 35) aborda a questão da cultura de massa e da indústria cultural da seguinte maneira: “sobre a origem dos Meios de Comunicação de Massa e da Indústria Cultural são consideradas duas vertentes importantes: a. A cultura de massa inicia-se com os primeiros jornais a partir da invenção da imprensa, no século XV. Seria um fenômeno relacionado à ampliação do acesso a uma população maior do que antes era restrito a uma elite. Seus veículos seriam: folhetim (uma versão escrita, equivalente à novela atual) teatro de revista2 (simplificação do teatro clássico), opereta (simplificação da ópera) e o cartaz (simplificação da pintura). b. A cultura de massa inicia-se a partir da Revolução Industrial, no século XVIII. Seria um fenômeno relacionado à industrialização e à criação da sociedade de consumo.
Um aparato industrial voltado para produzir cultura de massa, ou seja, ser consumida por muitas pessoas. A Utilização dos Meios de Comunicação de Massa nas Empresas Os meios de Comunicação de Massa são instrumentos muito importantes para a comunicação empresarial e, nesse sentido, podem ser utilizados de forma positiva ou negativa. Tudo vai depender de quem os possua e/ou quem esteja no controle da empresa e da comunicação. Dentro da empresa, jornais, revistas e vídeos são instrumentos valiosos para veicular campanhas de, por exemplo: prevenção de acidentes, de saúde e higiene, de integração, etc., e várias outras mensagens para o público interno. É importante ressaltar que os funcionários fazem parte de um público maior, espectadores e leitores de vários veículos de comunicação e com interesses variados. Eles são acostumados a consumirem jornais e programas de TV de alto padrão técnico em suas casas. Sendo assim, o conteúdo veiculado na empresa através de um jornal ou vídeo será comparado com os de outros jornais ou vídeos, da mesma forma que apresentá-los. Por isso, na empresa, o padrão de qualidade na elaboração desses veículos deve ser o melhor possível, caso contrário serão preteridos e desconsiderados. Outros fatores que ajudam na comunicação com o público interno através dos meios de Comunicação de Massa são: • Conhecer como o público se comporta como espectador: de que gosta ou não, seu padrão de qualidade, suas expectativas em relação aos meios de Comunicação de Massa, etc.; • Como são os mecanismos de recepção (linguagem audiovisual); • Como a mensagem transmitida sofre ruídos: o que de fato chega ao receptor e como ele incorpora ao seu universo cultural. Vejamos a visão positiva de Pimenta (2002, p. 37), no que se refere à utilização desses meios de Comunicação de Massa: “As empresas utilizam os Meios de Comunicação de Massa para interagirem com a sociedade (público externo) e com os seus funcionários (público interno). Para o público externo, eles são usados para: • veicular propagandas – elas constituem uma das formas de as empresas fazerem marketing de seus produtos; além disso, a Indústria Cultural é financiada pela propaganda; • Fazer comunicados sobre suas atividades e projetos – construindo a imagem institucional da empresa.
Jornal é um meio de comunicação impresso (os vários títulos, como por exemplo: Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, O Globo, etc., são chamados de "veículos de comunicação") e tem como característica: o uso de "papel de imprensa" - mais barato e de menor qualidade que os utilizados pelas revistas -, as folhas geralmente não são grampeadas, sendo usados os grampos com freqüência em cadernos especiais e/ou
edições destinadas a coleção, as capas não usam papel mais grosso (de maior gramatura), como acontece com as revistas, e os mais importantes possuem periodicidade diária. Os jornais diários da chamada "grande imprensa" possuem conteúdo genérico, pois publicam notícias e informações de interesse público. Mas há também jornais diários com conteúdo especializado em economia, negócios ou desporto, e outros com periodicidade semanal, quinzenal, mensal, tanto de conteúdo genérico como também voltados a assuntos específicos destinados a públicos segmentados. Rádio (Comunicação) A radiocomunicação é um meio de comunicação por transcepção de informação, podendo ser transmitida por que se propaga através do espaço. Televisão Cinema . As múltiplas faces da comunicação A idéia prima é demonstrar como a comunicação pode ser fundamental em diversos aspectos e como a atenção a pequenos, e aparentemente insignificantes, detalhes ou comportamentos inconscientes (?) pode ser determinante em relação ao sucesso pessoal. Algumas questões ligadas à Comunicação - A influência da mídia no comportamento da classe média brasileira Faltam cinco minutos para as vinte horas. É hora da novela! E a mocinha da trama lança um novo corte de cabelos, usa um brinco, uma roupa diferente, e aí, independentemente da sua cultura, no dia seguinte surge um batalhão de mulheres com o mesmo estilo de cabelo, mesma roupa... Mas não se enganem, esse fenômeno também acontece com os homens, pois a insatisfação dos jovens brasileiros com a sua condição social é imensurável e demonstra ser um sentimento crescente. A busca por uma posição de destaque, de superioridade é uma marca deste século. Essa insatisfação pessoal permanente, essa necessidade de auto-afirmação é utilizada como mecanismo eficiente pelos meios de comunicação de massa, principalmente pela TV, para a promoção de seus produtos, resultando na formação de uma nova juventude, em que a prioridade é a conquista da fama, do sucesso e dinheiro, conseqüentemente de uma suposta felicidade ditada pela TV. Dentro deste cenário o que é mais preocupante nesse tipo de comportamento é o que está relacionado à violência, que muitas vezes pode estar sendo culminada pela incansável busca por um lugar no mundo dos famosos. Rosa Maria Bueno Fischer (2001, p.28), analisa da seguinte maneira: “‘Imagem é tudo!’ – esse é o conselho que ouvimos todos os dias: é preciso não apenas ser, mas ‘parecer ser’; e se não pudermos ser, que nos esforcemos para parecer, e isto até pode bastar,
porque cultivar a imagem (de si mesmo, de um produto, de uma idéia) mostra-se como algo tremendamente produtivo.” A pergunta para estas questões é: a televisão incita uma mudança no comportamento, afirmando que aquele estilo sugerido é o correto, é o mais bonito? A depender da educação que o ser humano recebe, acaba por acreditar que seguindo o modo de se vestir, de se portar, fará com que este seja inserido em determinado grupo social, encontrar aquele que mais se destaca e buscar um lugar nele, como a maneira mais rápida de demonstrar ser alguém já bem-sucedido. O papel dos veículos de comunicação de massa é, sim, muito relevante, porém existem os dois lados de uma mesma moeda: traz benefícios na busca pela divulgação de informações como forma de reforçar o conceito de mundo globalizado, mas também procura incitar uma verdadeira ditadura de comportamentos. Seria isto correto? Verifica-se então, uma espécie de "ditadura às avessas", na qual pode se usar tudo que se tem vontade; contudo a mídia acaba sendo o fator decisivo no momento de se inserir ou não em um contexto social. Há uma outra abordagem centrada no consumidor, no espectador: o consumo dos produtos não é compulsório, pois qualquer pessoa pode mudar de canal, deixar de usar um determinado produto ou apertar o botão off do controle que tem em mãos. A questão é: por que certos programas e filmes que incitam a violência fazem tanto sucesso no nosso país? O risco de manipulação através dos meios de comunicação (que, de fato, se dá) ocorre porque: a) O interesse econômico, na sua exploração, é preponderante. Os MCM, na sua quase totalidade, no Brasil são explorados como um negócio (e é um dos mais rentáveis negócios do mundo). Portanto, visam antes e acima de tudo (de qualquer outro valor transcendente) a busca do lucro. Vale dizer que todos os outros valores se tornam secundários, estão em segundo plano. Servem ao poder econômico, ao sistema sócioeconômico no qual estão inseridos; convertem-se, pois, em aparelhos ideológicos do sistema, veiculam a ideologia da classe dominante. Enquanto forem explorados como negócio, correm esse risco e desempenham esta função. b) Os apelos, as estimulações (mormente na TV) são dirigidos muito mais aos sentidos do telespectador, às suas emoções, instintos e fantasias do que à razão. Pode-se dizer que são escassamente racionais, o que quer dizer que trabalham com "chantagens" emocionais. c) "O meio é a mensagem" (McLUHAN). Os MCM são fins em si mesmos = objetos de consumo, simplesmente. d) Há um problema crucial, que é o direito de motivar... Questiona-se se é lícito, legítimo e justo motivar as pessoas, isto é, despertar nelas desejos, aspirações e interesses que, claramente, não podem ser satisfeitos. Os desejos criados que não podem ser satisfeitos geram frustrações, profundas frustrações, decepções. Tais frustrações, por sua vez, geram revolta e agressividade, a ser descarregada. Esta é a tal de violência da TV, principalmente. O insigne Professor Psico-Pedagogo Lauro de Oliveira LIMA defende a tese de que não são as cenas de violência (mortes, tiros, sangue) apresentadas fartamente na TV que incutem a violência nas crianças e adultos. Estas se situam no
mundo lúdico e irreal da fantasia, sendo, de certa forma, até úteis e benéficas para o desenvolvimento das estruturas mentais. O que gera violência é muito mais a apresentação de produtos e bens de consumo (através de sofisticados comerciais) que os indivíduos não podem ter ou adquirir... Cria-se um desejo que não pode ser satisfeito. Desde os brinquedos e artigos infantis até a casa, automóvel e outros luxos que o trabalhador comum nem em sonhos pode pensar em possuir algum dia. Sem falar das novelas, por exemplo, com os mais belos e selecionados espécimes da raça humana, que jantam todos os dias numa mesa farta (...), todos bem de vida, com empregos sofisticados e onde a própria empregada doméstica vive nababescamente... Habilidades dos Gestores para a Comunicação Diretores e gestores de RH proclamam que precisam fazer alguma coisa pela comunicação interna nas suas empresas. As críticas são recorrentes no que se refere à comunicação, mas quais as resoluções para esse problema? O certo é que muitos já admitem que a comunicação interna é uma das mais importantes ferramentas de gestão e marketing que surgiram nos últimos tempos. Como instrumento de gestão, a comunicação proporciona a ligação entre as partes, faz a inter-relação das pessoas, ela é eficaz para promover a tão almejada motivação da equipe. Só a comunicação é capaz de criar senso de pertencimento. Explico: o ser humano tem necessidade atávica em participar de grupos. É a comunicação, plantada aos poucos, com inteligência, coerência e consistência que faz os funcionários de uma organização se sentirem participantes de alguma coisa maior do que eles: da história bem contada da instituição onde trabalham. As empresas são organismos vivos, e como tais vivem em constante movimento e mutação. E uma das habilidades do gestor é a eterna observação das mudanças, um agudo olhar sobre as circunstâncias (círculo+instância). O que é que está acontecendo no círculo ao meu redor neste instante, ele deve se perguntar sempre. E é deste observar, prever e antecipar as dificuldades que nasce a criatividade. O bom gestor vê a dificuldade, analisa, convive e tira proveito dela. Mas e o restante do grupo? Aqueles que não sabem para onde o barco está indo? É a comunicação promovida de forma sistemática pelo líder que vai ajustar as coisas e dizer aos seus comandados para onde ela está indo. Isto é tão necessário quanto à matéria-prima que sua empresa processa nas linhas de produção. A comunicação conta e ajusta o rumo da empresa. Ela ajuda a administrar melhor. O papel do gestor é o papel, dentre outros, de gerir parcerias. E a comunicação interna ajuda. Sem comunicação não há relacionamento, sem relacionamento não há vendas, sem vendas não há empresa. A comunicação se processa na linha do tempo, em trabalho contínuo de sedimentação. Empresas fortes demonstram sua fortaleza nas atitudes dos seus funcionários e quem promove isto é o fluir suave da comunicação entre eles. A comunicação necessita de “dono” – alguém que zele por ela. Este profissional poderá vir de qualquer área, se vier das ciências humanas, melhor. Deverá ser hábil negociador, bom político e caminhar com desenvoltura pelos espaços do poder. Ser um editor refinado, saber montar as pautas com extrema competência, andar pela empresa, seja ela
do tamanho que for, buscando assuntos como um perdigueiro atrás da caça. Assuntos importantes acontecem nos chãos de fábrica, nos laboratórios e nos espaços de vendas. Processar a comunicação empresarial é trabalho para 24 horas por dia, 365 dias por ano. Acessado em 08-5-2008, às 01h17min. 3.A importância de uma comunicação eficiente Eficiência e a Eficácia da Comunicação Organizacional O objetivo agora é explanar, através desse conteúdo, como o processo comunicativo empresarial pode ser mais eficaz. Vejamos o que diz Rego (1986, p. 31) sobre o tema: Entendendo-se a comunicação como um processo simbólico, pelo qual os sentimentos dos empregados dos níveis inferiores para com a organização são reforçados e modificados, sugerimos direcionar o discurso simbólico da empresa, a um certo ponto hipotético central, a uma escala média, a um nível de congruência que aproxime as diferenças entre: a) as comunicações técnicas, geralmente pouco atrativas; b) as comunicações cognitivas, intrínsecas aos comportamentos individuais e c) as comunicações normativas, orientadas para a transmissão de normas e valores a serem desempenhadas nas diversas situações funcionais. O que se busca, na verdade, é aproximar essas comunicações ao nível de expressividade maior dos empregados, dos colaboradores, pois comunicação é, antes de tudo, interação, diálogo, comunicar significa “tornar comum”, por isso não pode ser confundida com uma simples transmissão de informação (não esquecendo que informação é um conjunto de dados com um significado). Mas, no ambiente empresarial, a dimensão da comunicação está quase sempre reduzida a um instrumento de divulgação e de controle. A Meta final da comunicação organizacional é gerar a concordância e o objetivo dos profissionais que trabalham com comunicação na empresa é o de produzir aceitação, por meio de comunicação expressiva-emocional. Para isso, o primeiro passo para a viabilização da meta integrativa - uma comunicação eficaz, com o objetivo de aproximar a comunicação ao nível da expressividade maior dos seus empregados (Rego, 1986). Eficiência e Eficácia na Comunicação Organizacional Como o processo comunicativo nas empresas pode ser mais eficaz? Sugere-se direcionar o discurso simbólico da empresa a um patamar intermediário, a um certo ponto hipotético central, a uma escala média, a um nível de congruência que aproxime as diferenças entre: - As comunicações técnicas; - As comunicações cognitivas, intrínsecas aos comportamentos individuais e; - As comunicações normativas, orientadas para a transmissão de normas e valores a serem desempenhados nas diversas situações funcionais.
O objetivo deve ser o de aproximar a comunicação ao nível da expressividade maior dos empregados. O centro de processamento da eficiência organizacional: - O volume da comunicação – muita informação; - O tipo de comunicação – informação instrumental-técnica; - A direção da comunicação: - Direção descendente – descendo para os níveis inferiores; - Direção ascendente – sem muito retorno (geram distorções e freqüentemente criam problemas de engajamento). A Comunicação para consenso A comunicação visa a uma finalidade: - Obter certa dose de consenso sobre um sistema de valores, através do uso adequado e sinérgico3 da comunicação. • Como? - Oferecendo aos empregados meios para reforçar a trazer à tona seus valores básicos, numa forma de socialização; Através de funções integrativas, segundo Thayer, pela capacidade dos meios de comunicação em promoverem consenso. • Condições necessárias para que a comunicação preencha as funções integrativas: - São necessários os meios pelos quais os empregados possam se identificar e se relacionar mutuamente. • Como conseguir a integração na organização? Buscando as práticas e convenções adotadas pelos empregados; Estabelecendo integração entre os fluxos; Descobrir a natureza e os tipos de canais de comunicação melhores para as ligações com as diversas posições da estrutura; Compatibilizar os comportamentos globais da sociedade com os comportamentos do sistema organizacional. Agora veremos alguns conceitos importantes para a compreensão da necessidade de se ter uma comunicação eficiente e eficaz: • Eficácia organizacional É a extensão em que todas as formas de rendimento para a organização são maximizadas4 . • Eficiência
É o uso sinérgico de todas as formas para a geração de um produto. Objetiva conseguir perdas mínimas de energia. A eficiência deve ser analisada à luz de alguns fatores, a saber: - a tecnologia, - o porte da unidade, - o tipo de trabalho, - os recursos humanos, - os lucros, etc. Tipos de Estratégias de Comunicação A estratégia5 de comunicação define as escolhas fundamentais, programando, definindo metas e cronologia das ações, não garante a criatividade, mas cria as condições para que a criatividade seja eficaz. Tipos de Estratégias: 1. Estratégias Competitivas Objetivo: Conquistar vendas à concorrência. 1.1. Estratégias Comparativas: Mostram as vantagens da marca face a concorrência (limitações legais). 1.2. Estratégias Financeiras: Presença superior à concorrência. Recorrem à publicidade convencional. Objetivos: notoriedade, cobertura de audiência. 1.3. Estratégias de Posicionamento O objetivo é dar à marca um lugar na mente do consumidor face as posições da concorrência. Associa uma série de valores ou significações positivas afins aos destinatários. Apóia-se numa razão do produto ou da empresa que tenha valor e importância para os consumidores. 1.4. Estratégias Promocionais São geralmente agressivas e seus objetivos podem ser: - manter ou incrementar o consumo do produto; - contrariar alguma ação da concorrência e; - incitar à prova de um produto. A publicidade torna conhecida a existência e as características da promoção. Para isso, recorre a: Estratégias Push
Têm como objetivo motivar os pontos de venda, os distribuidores, força de vendas (aumentando as margens, bônus, melhor serviço, publicidade cooperadora, subsídio para promoções). Trata-se de forçar a venda. Estratégias Pull Visam estimular o consumidor final a que leve os produtos, incita-o a comprar (lembra da função apelativa da linguagem, que busca organizar o texto de forma a que ele se imponha sobre o receptor da mensagem, persuadindo-o, seduzindo-o?). São estratégias complementares e é freqüente o uso simultâneo. 1.5. Estratégias de Imitação Consiste em imitar o que faz o líder ou a maioria dos concorrentes. São perigosas e contraproducentes: só ajudam o líder. 2. Estratégias Publicitárias de desenvolvimento A sua finalidade é potencializar o crescimento da procura. 2.1. Estratégias extensivas Pretendem conquistar novos consumidores. Geralmente, em mercados de forte e rápido crescimento, recorre-se à distribuição e à publicidade: criando uma forte imagem de marca. Em mercados maduros a publicidade pode provocar ou apurar uma inovação técnica, novos sistemas de distribuição, diminuição de preços, mudanças de atitudes ou hábitos de consumo. 2. 2. Estratégias intensivas Pretendem conseguir fazer com que os clientes atuais consumam mais. Procuram-se objetivos como: incrementar o número de unidades compradas, aumentar a freqüência de compra. Destina-se a cumprir objetivos em curto prazo. 3. Estratégicas Publicitárias de fidelização São estratégias complementares das anteriores. Trata-se de manter os consumidores do produto através da sua fidelidade de compra e consumo, conseguir um mercado cativo e principalmente garantir vendas futuras (apesar de aumentos de preço). Os Objetivos dos Publicitários são: - Salientar a presença da marca, aumentando a quantidade e freqüência das campanhas publicitárias; - Atualizar a marca, modificando o logotipo, conseguir um novo posicionamento, mudar os eixos da comunicação.
A comunicação empresarial deve ser gerida integrando valores como: - Compreensão - Interatividade - Solidariedade - Compreensão no sentido de se fazer entender e melhor motivar os públicos internos. - Interagindo no sentido de integrar as trocas, gerar a união e o espírito de equipe. - Solidariedade como elo e partilha dos objetivos. Comunicação Estratégica versus Administração Estratégica Um bom diagnóstico de comunicação de uma empresa será bastante completo se lhe juntarmos o estudo do orçamento de comunicação e a análise das ações da concorrência, visando obter impacto com ações direcionadas a (o): - Notoriedade - Cultura Interna - Aproximação - Fornecedor - Imagem - Vendas - Credibilidade - Situações de Crise A comunicação empresarial implica uma estratégia a ser praticada de forma competente, por isso, ao se estabelecer as estratégias organizacionais, deve-se incluir na estrutura da empresa um processo de comunicação que acrescente valor às estratégias organizacionais, e essas, por sua vez, devem ser condizentes com a estrutura da organização, com sua realidade e com o mercado em que atua. É importante também utilizar uma comunicação que chegue a um nível de equilíbrio em que todos os clientes internos participem, conheçam a realidade para que possam se comprometer com os objetivos organizacionais. A Comunicação Empresarial é uma atividade estratégica para o top decisório, ou seja, para as diretorias, chefias das empresas. Ela abrange o planejamento, implementação e conduz as ações de Comunicação Interna e todo o relacionamento com o público externo, ou seja, com fornecedores, parceiros, além de englobar o cuidado com a imagem corporativa. A comunicação, diz Kreps (1995), gera a possibilidade de compartilhar informações, proporcionando ferramentas para a cooperação e sistematização das ações, pois, quando os indivíduos se comunicam, estão criando significados, estabelecem trocas e respondem a mensagens. A estratégia da comunicação Para Kunsch ((1993, p. 289, apud Ansoff), administração estratégica é definida como “um processo de gestão do relacionamento de uma empresa com o seu ambiente.
Compreende planejamento estratégico, planejamento de potencialidades e gestão de mudanças” (1993, p. 553). Em outras palavras, de acordo com os autores essa atividade está voltada para o estabelecimento de objetivos e metas para a organização e com a manutenção de um conjunto de relações entre a organização e o ambiente, que produzem os efeitos, a saber: a) que lhe permitiram perseguir seus objetivos; b) que sejam compatíveis com as potencialidades organizacionais e; c) que lhe possibilitam continuar a ser sensível às exigências do ambiente. Como podemos observar, a administração estratégica, na percepção do autor, está intrinsecamente relacionada com a implementação do planejamento estratégico. Para Fernandes, [..] a administração estratégica é definida como um processo contínuo e interativo que visa manter uma organização como um conjunto apropriadamente integrado com o seu ambiente. Por sua vez, Oliveira (1991 a) define a administração estratégica como o estabelecimento de providências a serem tomadas pelo administrador para que a situação futura seja diferente da situação passada (2005, p. 9, apud Certo). Trata-se, na verdade, de um processo contínuo e interativo, de planos administrativos para alcançar resultados na missão, visão e valores de uma organização. Em sentido mais amplo, consiste em decisões e ações administrativas que ajudam a assegurar que a organização legisle e ajuste, crie adaptações benéficas com seu ambiente. Comunicação Informal Segundo Santos (1980, p. 34), “os principais problemas de comunicação são originados pela complexidade do comportamento humano”. Para o autor, alguns acontecimentos podem colaborar para que aconteçam falhas na comunicação, tais como: o estado emocional, a auto-suficiência, o meio, a diferença de interesses, a religião, o status, a especialização, a educação, a cultura, o sexo, a idade e a diferença entre a realidade do emissor e a do receptor. Para Robbins (2002), a conversa face a face tem uma alta pontuação em relação à riqueza do canal, pois nela, além dos sinais de informação que estamos vendo e escutando, como as palavras, posturas, expressão facial, gestos e entonações, temos também o feedback (verbal ou não verbal), proporcionado pelo ato presencial. Além disso, o receptor irá decodificar a mensagem conforme a sua realidade e experiência de vida e, nem sempre, irá interpretar da maneira esperada, gerando distorções na mensagem. Aí é que podemos relembrar o conceito de comunicação quando é concebida como “tornar comum”, pois é necessário que aconteça a transmissão pelo emissor e a compreensão por parte do receptor. O que não devemos esquecer é que para que a comunicação flua em todos os sentidos na organização e de forma eficiente e eficaz, é necessário que haja uma harmonia entre as redes formal e informal. A rede informal flui em qualquer direção, passando, muitas vezes, por cima dos níveis de autoridade (Robbins, 2002). Os profissionais costumam preocupar-se muito mais com a rede formal, que é caracterizada pelos canais descendentes. Enquanto a rede
informal, ou por falta de conhecimento do seu potencial, ou porque não se apresenta de maneira tão visível, fica sempre relegada a um segundo plano. Rego (1991) alerta que é preciso ter muito cuidado e compreensão com a rede informal, pois é por ela que vazam os sentimentos do público interno. Podemos afirmar que a comunicação informal trata das interpretações subjetivas dos enunciados emitidos formalmente pela organização. Uma das formas mais correntes, e ainda não suficientemente investigada, de interpretação dos enunciados emitidos pelas empresas é o boato, assunto que trataremos a seguir. Por mais perfeita que seja a rede formal de comunicação, entender e valorizar a rede informal possibilitará à empresa usá-la a seu favor, pois ela contribui no melhor desempenho das tarefas, através do compartilhamento de informações, do fortalecimento das relações, dentre outras. É por meio dela que as informações correm com maior rapidez, ela influencia nas práticas comunicacionais cotidianas da empresa. A Rede Informal de Comunicação Organizacional ou Sistema Informal de Comunicação ultimamente tem sido tema recorrente, pois, nas empresas, têm-se dado uma maior ênfase, uma maior credibilidade a esse tema, tendo em vista a descoberta do seu potencial e da sua importância. Descobriu-se que é através dela que são exteriorizados os sentimentos de satisfação, insatisfação, de frustrações, de modo geral, dos anseios do seu público interno e, assim, contribuindo sobremodo para a tomada de decisões, para o fortalecimento da gestão da comunicação organizacional, bem como no aplanamento da tomada de decisões. No que se refere à atratividade dos escalões inferiores à rede informal, atribui-se ao fato de elas fluírem em qualquer direção, de que, muitas vezes, seus fluxos são priorizados na prática, independendo do nível hierárquico. Pelo fato da rede informal se basear nas relações intra-organizacionais, ou seja, tratar das interpretações subjetivas das informações lançadas pelo poder burocrático, que engloba os níveis cognitivos de cada um dos receptores, deve haver uma preocupação maior, por ela não possuir, não se apresentar de maneira mais visível. É importante que se tenha muita consciência e compreensão, pois é através dela que são exteriorizadas as expressões, percepções do seu público interno. Margarida Kunsch diz que o sistema de comunicação informal das organizações surge das relações sociais dos seus membros, no qual a formação de lideranças desempenha um papel importante. Os meios de comunicação informal são vários, entre os quais a conversa, o murmúrio, os rumores, a rede de boatos e muitos outros tipos, dependendo da organização. Este tipo de comunicação deve ser utilizado com vista ao crescimento da organização e não constituir, contrariamente, qualquer entrave, uma vez que os rumores distorcem a verdade e se propagam de uma forma incontrolável. Para encerrar, entraremos agora no tema 4 com os conceitos do modelo administrativo usados atualmente no nosso mercado. Cultura Organizacional
A existência de padrões, normas, atitudes que consinta a interação de pessoas faz-se necessária quando há objetivos comuns. A constituição desses modelos, indispensáveis à sobrevivência do grupo, é o que chamamos de cultura. Sendo assim, o estudo da cultura permite mapear campos de relações sociais, definir modelos de atitudes e regras sociais e, também, avaliar a interferência das subjetividades nessas relações. No que se refere à cultura, ela retrata a personalidade de uma organização, que pode ser manifestada por valores, princípios e códigos; conhecimentos e técnicas; tabus e crenças; estilos, juízos e normas morais; tradições, usos e costumes; convenções sociais, protocolos e regras de etiqueta; estereótipos, clichês; preconceitos; imagens, mitos e lendas; dogmas, superstições e fetiches, entre outros elementos, e não estudá-la é desprezar as relações simbólicas que articulam as relações de poder e se efetivam nas relações sociais e se esse conjunto de valores for compartilhado por todas as pessoas que fazem parte da organização, a organização terá equilíbrio e mais concordância e isso, certamente, refletirá no clima organizacional. A comunicação é um instrumento muito importante para a assimilação da cultura, a cultura é quem determina o tipo de comunicação da empresa, bem como sua forma e veículos e, também, seu conteúdo e fluxos. A comunicação faz parte do processo cultural de uma organização e, desse modo, as formas como essa comunicação é, estrategicamente, utilizada e compreendida são processos constitutivos da sua cultura. COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL: INSTRUMENTO DE COMPETITIVIDADE Em função das mudanças implantadas nas organizações, por força das transformações sociais, ampliou-se nos últimos anos o estudo da comunicação praticada na organização, pois esta se constitui num dos elementos essenciais no processo de crescimento e, sobretudo, de sua sobrevivência. 1. O PLANO INTEGRADO DE COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL (PICE) A comunicação é responsável por conduzir a organização junto ao mercado, construir uma imagem corporativa junto aos seus públicos e manter uma rede de relacionamentos. Atualmente é vital para o sucesso das empresas o planejamento da comunicação, pelo fato de as empresas estarem sempre sujeitas a constantes influências do ambiente externo, portanto devem estar preparadas para responder às demandas de seus públicos. As empresas costumam investir em marketing e esquecem a importância de cultivar bons relacionamentos com seu principal público: o interno, pois é ele que vai garantir o desenvolvimento dos negócios e a boa imagem da empresa perante a sociedade. Para Kunsch (2003, p.149), a comunicação organizacional abrange “as diferentes modalidades comunicacionais que permeiam sua atividade. Compreende, dessa maneira, a comunicação institucional, a comunicação mercadológica, a comunicação interna e a comunicação administrativa”. Plano Integrado de Comunicação Organizacional (PICE) Hoje é cada vez mais necessário comunicar-se com seu mercado e seus consumidores, conhecê-los e saber o que eles esperam do seu produto/serviço. Para isso é necessário
não só uma boa propaganda, mas toda uma estrutura de Comunicação Empresarial. É preciso Comunicação Integrada ou um PICE. O que é PICE? É a estruturação da comunicação da empresa integrando todos os meios funcionais ao seu segmento - Imagem Institucional e Corporativa, Publicidade e Propaganda, Endomarketing, Merchandising, Promoção de Vendas, Marketing Direto, Assessoria de Imprensa, Relações Públicas e Internet. Um trabalho realizado mediante estudo e planejamento, que possibilita sua execução de modo eficaz e econômico para a empresa. Segundo Pimenta, “A Comunicação Empresarial (CEMP) caracteriza-se, atualmente, como o somatório de todas as atividades de comunicação da empresa. É uma atividade multidisciplinar que envolve métodos e técnicas de relações públicas, jornalismo, assessoria de imprensa, lobby, propaganda, promoções, pesquisa, endomarketing e marketing. O público, ao qual se destina, pode ser dividido em externo e interno (2002, p. 99). Bahia (1995, p. 15) faz a seguinte análise: “comunicação empresarial é o processo – conjunto de métodos, técnicas, recursos, meio, etc. – pelo qual a empresa se dirige ao público interno, ou seja, ao público interno e todo e qualquer relacionamento com o público externo, no âmbito corporativo. Além do retorno positivo na imagem organizacional que pode ser obtido, já que a comunicação interna contribui para a eficiência operacional e a busca da qualidade dos produtos e serviços, assim como para o cumprimento da missão de uma organização, o empregado será um potencial porta-voz da empresa junto à família e grupos de convívio. O engajamento do empregado na organização, a credibilidade que ela desperta e a confiança nos produtos e serviços que ela oferece também poderão ser reforçados graças à comunicação interna. Como é feito? Com base em estudos e planejamentos de toda a comunicação da empresa desenvolvese uma estrutura e esta se dá em duas etapas: Comunicação Interna e Comunicação Externa. Rego (1995) dividiu as comunicações da organização em duas grandes categorias, que é a Comunicação Interna, aquela elaborada para a construção da consciência coletiva, responsável pelas comunicações que ocorrem no interior do sistema organizacional, envolvendo o público interno nesse sistema. A Comunicação Interna A comunicação interna tem função importante em uma organização, no sentido de fazer circular as informações novas, promover o debate e a interação entre vários segmentos e, sobretudo, capacitar os funcionários para os novos desafios, tornando-os, assim, uma ferramenta imprescindível para a obtenção de resultados. Partindo da análise de Bahia (1995, p. 31), a comunicação interna “Deriva da necessidade de transmitir ao público de casa, com freqüência e clareza, o pensamento e
ação da empresa, destacando-se as posições que assumem seus dirigentes e a consciência da função social que têm”. A comunicação interna engloba todos os atos de comunicação que se produzem no interior de uma organização e que variam nas modalidades em que são utilizados, nos instrumentos de veiculação e nas funções que desempenham. A comunicação interna é dedicada principalmente aos colaboradores da organização, que merecem atenção especial, pois ela depende deles para se desenvolver. O principal objetivo da comunicação interna é integrar os interesses da organização e os de seus colaboradores. Princípios da Comunicação Interna A comunicação pode ser definida como o processo pelo qual uma pessoa transmite a informação a outra pessoa. A boa comunicação requer diariamente diferentes ações internas, diferentes solicitações e métodos. Emmanuel Dupuy apresenta doze princípios da comunicação que devem guiar uma organização interessada em desenvolver as suas mudanças internas. Estes princípios surgiram de dificuldades encontradas na realidade empresarial e devem guiar os atos de comunicação das empresas que pretendem alcançar o sucesso. Os princípios são: a) Lucidez: este princípio traduz-se na pré-identificação pessoal e consiste na necessidade de adaptação a um público específico e aos valores da cultura. Assim, a empresa tem de se conhecer antes de se dar a conhecer e definir os seus fins, «[…] a comunicação lúcida apoia-se na cultura dos empregados, por isso compreendê-los é essencial a uma boa comunicação»;[5] b) Vontade: o princípio da vontade traduz-se em estabelecer um serviço de comunicação e o respectivo orçamento. A aplicação deste princípio atribui à comunicação um papel importante na gestão e na condução do negócio; c) Transparência: este princípio opõe-se ao hábito do secretismo para as informações em geral, exceto no caso de informações que podem ser usadas pela concorrência. É aquele segundo o qual a comunicação tem início com a estratégia e admite o direito ao erro. Para comunicar com transparência é preciso racionalizar em termos de análise de objetivos e resultados organizacionais - a informação que pode prejudicar a empresa deve ser imediatamente divulgada para que os rumores alarmistas não surjam - é mais fácil a organização pôr um problema que escondê-lo. d) Simplicidade: a comunicação deve permitir que todos os empregados compreendam as mensagens de forma clara. As mensagens devem ser simples e acessíveis e os suportes devem ser adequados à mensagem para que cada um se reveja nela. Um determinado ato da gestão pode ser um signo mais significativo tendo mais impacto do que uma mensagem num editorial ou até propriamente os grandes discursos; e) Rapidez: a rapidez de difusão da informação garante o interesse do destinatário, evita a formação de rumores de forma descontrolada e evita que os empregados sejam informados em primeiro lugar, pelos meios exteriores à organização, em vez de serem informados por ela.
f) Duração: a duração da comunicação numa organização deve apresentar uma certa permanência independentemente dos resultados momentâneos. A comunicação com os empregados baseia-se num processo evolutivo e irreversível em que a organização e os seus membros se envolvem. Segundo este princípio, os suportes de comunicação interna devem evoluir para que os seus destinatários não se aborreçam deles devendo ser postos em causa, relativamente à sua perenidade, para não os cansar. g) Tenacidade: este princípio pressupõe que uma mensagem, para ser compreendida, deve ser veiculada em todos os instrumentos de comunicação, o que deve implicar uma certa repetição da comunicação; h) Realismo: segundo este princípio, a comunicação permite compreender melhor a organização, faz evoluir lentamente as atitudes, cabendo aos empregados mudar o seu modo de relacionamento. O desenvolvimento da comunicação é, portanto, um investimento cuja rendibilidade só é visível a longo prazo; i) Adaptação: este princípio tem por base a cultura da empresa. Segundo este princípio, as publicações devem ser adaptadas às necessidades dos trabalhadores, tendo por base a cultura existente e não as estruturas estabelecidas. Isto evita uma diversificação exagerada dos instrumentos de comunicação em função dos públicos visados e uma perda de informação; j) Envolvimento: o envolvimento não é objetivo, porque a empresa tem sempre em vista um proveito. Baseia-se na escuta e na troca de impressões com os empregados, na afirmação de uma transparência real, sem manipulações, traduzindo-se não só pela presença do discurso da direcção em todos os suportes de comunicação mas, também, pela transmissão do discurso dos trabalhadores nos suportes de comunicação ascendente; k) Sedução: a comunicação interna deve seduzir para poder chamar a atenção e despertar o interesse e sobretudo persuadir. A empresa deve aplicar este princípio na comunicação com os seus colaboradores, como aplica com os seus clientes na venda dos seus produtos, porque eles conhecem a comunicação que a organização estabelece com o grande público, da qual são também destinatários; l) Antecipação: segundo este princípio a organização tem de estar preparada, em termos de comunicação, para poder responder aos possíveis acontecimentos, às reações dos empregados e às mudanças que decorrem normalmente na organização. Numa organização, a aplicação destes princípios facilita o desenvolvimento da comunicação interna. Olha que interessante este texto! A VISÃO ESTRATÉGICA DO ENDOMARKETING Endomarketing Para Pimenta (2002, p. 33), o endomarketing foi criado em 1975, por Saul Faingus Bekin, ao observar os seguintes problemas na sua empresa: - faltas e atrasos constantes;
- falta de motivação para trabalhar; - pouca produtividade ou de baixa qualidade; - baixa integração entre os departamentos; - visões discrepantes sobre as funções de cada um. Ainda segundo a autora (2002, 33), Bekin concluiu que as pessoas não estavam efetivamente comprometidas com seu trabalho, não se conheciam e, também, não conheciam a empresa onde trabalhavam. A falta de conhecimento e o descompromisso eram (e são) extremamente prejudiciais em um contexto de intensas mudanças e competitividade nos mercados com o objetivo de: - comprometer o funcionário com seu trabalho e com as metas da empresa; - promover a integração entre as pessoas e os departamentos; e, conseqüentemente, - melhorar a qualidade da produção e dos serviços. Bekin utilizou estratégias de marketing na comunicação interna. Definição A função do endomarketing é integrar a noção de cliente nos processos internos da cultura organizacional, propiciando melhoria da qualidade dos produtos e serviços com produtividade pessoal e de processos, construindo um relacionamento com os funcionários, compartilhando os objetivos da empresa e fortalecendo a relação. O Endomarketing envolve ações de marketing para o público interno ressaltando, ao mesmo tempo, a importância do funcionário no processo produtivo e o respeito com o ser humano, com potencialidades e dificuldades. Premissas básicas para a implantação de um programa de endomarketing: - clientes merecem um serviço excelente; - funcionários são um ativo valioso e devem ser tratados como tal; - excelência de serviços aos clientes e de gerenciamento de recursos humanos é bem mais que sorrisos e elogios informais; é necessário motivação. Para motivar os funcionários é recomendável: - ouvi-los e, a partir de suas sugestões, criar formas de integração; - retribuir seu empenho com o que for possível (melhor remuneração ou brindes); - suprir suas necessidades físicas e psicológicas; - respeitar a sua personalidade e seu humor; - proporcionar segurança no ambiente de trabalho. Para escolha da estratégia a ser usada devem ser considerados: - o público: pessoal de vendas, da produção e da gerência; - o tipo de mensagem, que depende do objetivo; - objetivo, que pode ser: integrar, melhorar qualidade, criar compromisso, etc. Alguns requisitos para a implantação de um programa de endomarketing:
- bom senso para admitir que há problemas; - reconhecer a importância do funcionário na solução de problemas; - informar ao funcionário sobre tudo que acontece na empresa; - avaliar constantemente o processo com os envolvidos, redirecionando, se necessário; - enfrentar os conflitos e as resistências naturais e eventuais. O ideal para um bom relacionamento interno é que os funcionários sejam informados sobre as decisões tomadas, e, sempre que possível, consultados, transformando a relação com empresa em uma ligação de confiabilidade e segurança. Ouvir a opinião dos colaboradores e estimular sua participação permite que ele se integre com os objetivos e metas da organização, fazendo com que se dedique cada vez mais em busca de seu sucesso. A integração e o comprometimento do público interno são essenciais, pois sem isso programas de qualidade e mudanças de normas tornam-se inviáveis. No entanto, para que exista um real envolvimento dos funcionários com as metas da organização, os principais dirigentes devem ter uma preocupação constante com a comunicação. Investir em comunicação interna é vantajoso para a organização, pois o público interno é um multiplicador de opiniões. Em todos os outros ambientes em que convive (família, comunidade, circulo social), o funcionário é como um porta-voz da organização, para quem o vê de fora o funcionário é a própria empresa. Neste sentido, é necessário que eles estejam bem informados e satisfeitos (PIMENTA, 2002, p. 33). Comunicação Externa Apresenta a empresa, a organização ao mercado. Refere-se à relação entre a organização e o ambiente externo. Exemplos: • • • • •
Imprensa; Consumidor; Acionistas; Agentes financeiros; A própria opinião pública.
Estudo, concepção e execução de: Promoção de vendas e Merchandising • Publicidade e Propaganda • Relacionamento com o ambiente externo, de modo geral • Marketing direto • Assessoria de Imprensa e Relações Públicas e a Comunicação Externa, que é aquela responsável, que regula a comunicação interna com o ambiente externo, como acionistas, poderes públicos, os formadores de opinião, bancos, etc. Para Bahia (1995, p. 33), na comunicação externa se incluem toda veiculação de informações e comunicados emitidos pela organização para o público externo, preocupados com o relacionamento da empresa como um todo com a sociedade e seus interlocutores, para um público ou uma opinião pública fora dos limites internos. Em
geral, o uso que a empresa faz dos meios de comunicação para o fim de tornar conhecidas as suas mensagens. Essas comunicações permitirão, sobretudo, conhecer o ambiente interno e externo, potencializando os administradores a atuarem no mercado, além de contribuir na organicidade empresarial. Benefícios + Benefícios Econômicos a) Preços menores - custos operacionais reduzidos; b) Maior economia - profissionais conhecedores da qualidade e custos reais de mercado; c) Praticidade - a centralização dos serviços propicia uma maior funcionalidade administrativa. + Benefícios Profissionais a) Equipe de profissionais de comunicação; b) Maior qualidade em estudo, concepção e execução; c) Padronização da comunicação e harmonização dos seus meios; d) Contrato garantindo direitos e deveres de ambas as partes; e) Exclusividade ao cliente, em seu segmento, durante a vigência do contrato. + Benefícios de Tempo a) Isenção total de estudo, concepção, execução e administração de produção e distribuição/veiculação da comunicação da empresa, ganhando-se, assim, mais tempo para administrá-la. + Benefícios de Credibilidade Empresarial a) Uma empresa que tem uma assessoria em comunicação ganha mais credibilidade junto aos seus clientes, funcionários e o mercado em que atua. Como Implantar um Plano Integrado de Comunicação Empresarial? Listaremos aqui um passo a passo do processo de elaboração de um PICE: I – Análise da situação 1. Caracterização da empresa 2. Caracterização dos produtos 3. Pontos fortes e pontos fracos 4. Ameaças e oportunidades 5. Como a concorrência se comunica II – Estabelecimento dos objetivos
1. Objetivos do cliente 2. Objetivos de comunicação 3. Posicionamento 4. Grupos-alvo III – Estratégia de comunicação 1. Comunicação interna 1.1. Alvos e ações 2. Comunicação externa 2.1 Comunicação institucional 2.2.1 Alvos e técnicas 2.2 Comunicação promocional 2.2.2 Alvos e técnicas 3. Cronograma das ações ou direcionamento do plano de mídia. IV - Orçamento O consumerismo é um movimento em que os consumidores e outros agentes da sociedade utilizam o seu poder de compra para garantir os seus direitos e equilibrar forças com as empresas fornecedoras de produtos e serviços. Segundo Ângela Rocha e Carl Christensen, no livro "Marketing: teoria e prática no Brasil" (1999), foi nos Estados Unidos que o movimento consumerista assumiu maior destaque, um fato curioso, se pensarmos que nesse país o marketing teve maior importância e desenvolvimento. Talvez tenha sido por esse fato curioso que Peter Druker, notório expoente da administração, tenha afirmado que o consumerismo é a vergonha do marketing. Considerando que a essência do conceito de marketing é a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, a emergência de um movimento que expressa o descontentamento deste segmento de público poderia ser considerada uma vergonha? Sim e não. O consumerismo pode ser considerado uma vergonha para o marketing se a concepção estratégica da atividade não estiver focada na satisfação do cliente e, de modo proposital, as ferramentas de veiculação, como a mídia, por exemplo, forem utilizadas para fins enganosos. Nesses casos, a revolta dos consumidores será uma conseqüência natural. Por outro lado, o consumerismo pode não ser razão alguma de desonra para o marketing se lembrarmos que vivemos num sistema democrático, onde o direito de ir e vir e a liberdade de expressão devem ser inquestionáveis. E se o marketing tiver no consumerismo um aliado, esta relação pode ser transformada em elemento de vantagem competitiva para as organizações que assim resolvam perceber. Independentemente do estágio do ciclo de vida do produto ou serviço - introdução, crescimento, maturidade ou declínio -, desse modo é importante que a concepção do marketing esteja de mãos dadas com a verdade. Podemos citar como exemplos hipotéticos o fato de uma empresa omitir a data de validade de um produto para vendê-lo a preço "promocional", ou de uma escola utilizar
o elemento preço para atrair novos alunos e, pouco depois, reajustar demasiadamente as suas mensalidades. Naturalmente, se o consumidor soubesse das informações omitidas sua decisão de compra seria inibida, podendo até não ser efetivada, mas estaria desfrutando da tranqüilidade de não ter sido enganado. E a empresa continuaria com a sua credibilidade preservada. É interessante, assim, que as organizações estejam cientes de que a relação do tipo perde-ganha com o consumidor pode até ser financeiramente vantajosa para a empresa por um período, mas os prejuízos de imagem institucional poderão ser danosos e até irreversíveis. E na circunstância de insatisfação no período após a compra, o consumidor pode experimentar uma sensação desagradável, chamada dissonância cognitiva, certo arrependimento. Caso esse consumidor não seja corretamente esclarecido e nenhuma atitude seja tomada para reverter seu desconforto, esperar a fidelidade dele para com a empresa, o produto ou o serviço será ilusório. Não se pode esquecer também que serão aumentadas as chances desse cliente ser prospectado pela concorrência, que poderá fazer tudo para encantá-lo e conquistá-lo. Se em lugar de a empresa proporcionar a satisfação plena do consumidor, fornecendolhe informações verdadeiras, ainda que isso possa momentaneamente fazer decrescerem as vendas, prefere oferecer ao cliente uma satisfação falsa e imediatista, como pode construir uma relação de confiança com este consumidor? Recorrer ao consumerismo será, desse modo, uma tentativa de o consumidor recuperar os seus direitos. O marketing, executado nos planos de comunicação empresarial, não é, então, uma simulação, mas uma atividade estratégica que deve ser tratada com muita responsabilidade e criatividade, alguns dos requisitos fundamentais para o seu sucesso. Um aliado ou um inimigo, depende apenas da orientação estratégica dedicada pela organização às suas iniciativas mercadológicas, assim pode ser entendido o consumerismo para o marketing, um motivo de vergonha ou de orgulho. Ter um bom serviço, só, já não basta; é preciso divulgá-lo. A recomendação boca-aboca ainda é um fator importante na ampliação da demanda de serviços e procura por produtos, mas o PICE vem trazendo novidades ao mercado quanto ao número de formas e meios de comunicação. Não precisamos ir muito longe! As mensagens de comunicação invadem nossas vidas por segundo, seja através das mídias convencionais, supracitadas, seja através dos modernos celulares, notebooks e afins. As pessoas que têm necessidades de serviços e (ou) consumo de produtos são estimuladas a exercer o ato de comprar, a exercer seu “direito de escolha” influenciadas pelos amigos e também pela propaganda.
Mesmo os grandes conglomerados empresariais mais famosos sentem a necessidade de lembrar a seus clientes que eles existem, por meio de alguma comunicação. Contudo, o enfoque da comunicação varia muito de empresa para empresa. Enquanto para algumas a comunicação é usada apenas em serviços de utilidade pública ou para publicação anual de balanço, em outras a propaganda e publicidade são vitais para a saúde do negócio. Também não é só na propaganda e na promoção de vendas de serviços que a comunicação deságua, é também na comunicação social e até mesmo no lobbying – ou seja, uma empresa deve ter um bom relacionamento com seu público cativo e com a comunidade. É o chamado poder da opinião pública, e é exatamente aí que cresce a importância da comunicação social, ou relações públicas. Relacionar-se bem com a comunidade é essencial para qualquer empresa, que, além da propaganda, usa de outras ferramentas de comunicação de grande importância: promoção de eventos, tanto institucionais como educacionais, e/ou comemorativos. Enfim, é preciso haver uma sincronia no ambiente de comunicação de uma empresa, sem o qual a máquina emperra, e até mesmo os previsíveis sucessos correm risco de se transformarem em fracassos. Na sociedade de consumo a função da comunicação é aflorar ou mesmo incitar os desejos individuais, relegando para segundo plano as necessidades sociais. Isso faz com que ocorra uma descredibilidade de algumas das suas ferramentas mais importantes, como a Publicidade e Propaganda. Para reverter esta visão, é preciso desenvolver a função bilateral das mesmas, que dará ênfase também às responsabilidades sociais, tentando se adaptar ao movimento do consumerismo. O consumerismo é exatamente uma força social que busca não apenas melhorar o tratamento ao consumidor, mas também o respeito à sociedade. Este movimento emerge na sociedade de consumo, que é conduzida pela vulgarização e uso irresponsável das ferramentas de comunicação (que tem, além do viés comercial, o social), para enfrentá-la e proteger o indivíduo dessas engrenagens tão poderosas. No Brasil, o consumerismo diferencia-se da Defesa do Consumidor. Enquanto o consumerismo constitui-se numa luta coletiva pela sociedade, a Defesa do Consumidor constitui-se de batalhas individuais e/ou específicas de cunho monetário e com efeitos limitados. Consumerismo trata-se, portanto, de um fator externo que atua no mercado de consumo, influenciando nas empresas. No chamado “capitalismo selvagem” desenvolvido pelo Brasil durante tempos e patrocinado pelo Estado, a comunicação, movida por objetivos mercadológicos, se baseia em teorias avassaladoras, como a Teoria da Bala Mágica, colocando os interesses empresariais e estatais acima dos sociais. Com o consumerismo, chamando as empresas à responsabilidade, surge o marketing social, que conduz a uma preocupação crescente com a proteção do consumidor.
Este tem maior eficiência em entidades não lucrativas. Faz-se necessária uma reavaliação da publicidade, amparada no conceito social do marketing, para empreender uma comunicação societal. Quais são as Correspondências entre o Marketing e a Comunicação Começaremos pelos seus objetivos: - Marketing •Conquistar quota de mercado •Obter determinado volume de vendas •Atingir X notoriedade •Satisfazer os clientes - Comunicação •Fazer conhecer •Fazer gostar •Fazer agir Agora observemos os seus principais alvos: •Clientes atuais •Clientes potenciais Comunicação •Público interno •Clientes, atuais e potenciais •Influenciadores •Entidades oficiais E quanto ao Mix... Para o Marketing: Política a traçar para as quatro variáveis, definindo o seu papel: produtos, preço, distribuição e comunicação. Para a Comunicação: •Mix é a conjugação de diferentes técnicas de comunicação •O Plano Global de Comunicação engloba o Mix da Comunicação •O Mix deve prever ações de comunicação interna e externa O composto de Marketing O Composto de Marketing contempla as quatro principais variáveis que uma empresa pode administrar para a implementação de sua estratégia mercadológica:
(1) PRODUTO - contempla suas características tangíveis, intangíveis e benefícios associados; (2) PREÇO - compreende a política de fixação de preços e financiamento das vendas; (3) PROMOÇÃO - abrange os principais níveis de abordagem do mercado: propaganda, promoção de vendas e venda pessoal e (4) "PRAÇA" – é a maneira um tanto artificial de se designar aspectos como localização e distribuição física. Em muitos tipos de produtos e mercados é necessário considerar-se o item SERVIÇOS como parte do Composto de Marketing. Segurança, Responsabilidade de Todos e Auditoria Comportamental O sistema de trabalho sempre foi dividido em seções e departamentos, por exemplo: departamento de produção, seção de produção de frascos de PEAD (Polietileno de Alta Densidade), departamento de manutenção, departamento de qualidade, dentre outros. Por muitos anos essa divisão do trabalho foi passada também para a área de segurança, na qual os profissionais desta área eram os únicos responsáveis pela segurança em toda a organização, sendo verdadeiros vigias, punindo e advertindo quem descumpria uma norma, praticava algum ato inseguro ou deixava de usar algum EPI (Equipamento de Proteção Individual). Com o advento da qualidade, no início dos anos 90, surgiu uma nova mentalidade trazida principalmente pelas empresas multinacionais, em que a qualidade deixou de ser responsabilidade única e exclusiva do departamento de qualidade e ficou sob a responsabilidade de todos os funcionários da empresa, em queo bom desempenho do seu trabalho reflete na boa qualidade dos produtos fabricados. Aproveitando essa nova forma de pensar e de encarar o desafio da melhoria da qualidade é que verificou que o papel dos profissionais da área de segurança estava subdimensionado, fadado a distribuir EPIs, obrigar o seu uso, vigiar o comportamento dos funcionários e atuar nas medições de explosividade e níveis de oxigênio. Vocês sabem o que é medir explosividade? Todo o ambiente confinado, como tanques, vasos, esferas e containers armazenam produtos químicos, muitos dos quaissão explosivos a determinadas temperaturas. Por isso, antes de entrar num ambiente deste faz-se necessário colocar um aparelho no seu interior, chamado explosímetro, para verificar se a atmosfera do local está propícia à explosão e, em caso positivo, não permitir a entrada. A partir da expansão da cultura da qualidade, da certificação ISO 9000, as empresas entenderam que, da mesma forma que na qualidade, onde envolveram e responsabilizaram os funcionários para a melhoria da qualidade, o mesmo poderia ser feito para as questões ambientais e para segurança. Ou seja, a segurança deixa de ser responsabilidade apenas do departamento de segurança e passa a ser responsabilidade de todos os funcionários, sem que com isso tenha acarretado em aumento das tarefas diárias.
Com a disseminação da cultura de “segurança, responsabilidade de todos”, os funcionários começam a enxergar que a segurança está ao seu lado e não é a sua inimiga, a que atrapalha o andamento dos serviços. Quando a empresa adota essa postura ela está liberando a equipe do departamento de segurança para tarefas mais nobres, como a pesquisa de novos EPIs, mais confortáveis e resistentes, o treinamento de equipes operacionais na nova FISPQ (Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos) - que substituiram a antiga MSDS (Material Safety Data Sheet), é a folha de informações de Segurança do Material - o treinamento de aplicação de auditorias comportamentais, treinamento de combate a incêndios, formação de novos brigadistas e aplicação do DDS (Diálogo Diário de Segurança). Quando se aplica a cultura da “segurança, responsabilidade de todos” o funcionário, por menor qualificação e cargo que ocupe na empresa, é responsável pela segurança do seu colega de trabalho, orientando-o quando este estiver errado. Vocês sabem o que é FISPQ? FISPQ é a Ficha de Informação de Segurança de Produtos Químicos. É um documento que mostra todos os perigos do produto. A FISPQ é dividida em 16 itens. – Identificação do produto – Composição e informações sobre ingredientes – Identificação de perigos - Medidas de primeiros socorros - Medidas de combate a incêndio - Medidas de controle e derramamento ou vazamento - Manuseio e armazenamento - Controle de exposição e proteção individual - Propriedades físico-químicas - Estabilidade e reatividade - Informações toxicológicas - Informações ecológicas - Condições sobre tratamento e disposição - Informações sobre transporte - Regulamentações - Outras informações
Auditoria Comportamental: Auditoria comportamental é uma técnica de abordagem proativa que tem por finalidade a orientação e conscientização sobre atos inseguros, condições inseguras, uso de EPIs e atividades que estejam fora dos padrões comportamentais da empresa. A abordagem de segurança aplicada a essa nova cultura organizacional sofreu alterações radicais, pois antigamente, quando um funcionário praticava um ato inseguro, apenas o profissional de segurança tinha a autoridade de realizar a intervenção, de maneira grosseira e ameaçadora.
Atualmente, abordagem é voltada para a conscientização do funcionário que está praticando um ato inseguro ou não consegue enxergar uma condição insegura dentro de sua área de trabalho, justamente por estar tão acostumado com aquele ambiente que para ele tudo é normal. Quando o profissional de segurança aborda um funcionário, o faz de forma educada e sem perguntar o seu nome para que o funcionário não pense que, ao perguntar o seu nome, ele será punido pelo seu superior posteriormente. Para que tenhamos uma rotina pré-determinada sobre como realizar uma auditoria comportamental, abaixo é apresentado um pequeno roteiro de abordagem. 1. Observe o serviço realizado ou o comportamento do funcionário 2. Aproxime-se e peça a atenção do funcionário 3. Identifique-se e o cumprimente 4. Pergunte o que ele está fazendo 5. Pergunte a ele se aquela é a melhor maneira de se executar aquela tarefa 6. Pergunte se ele não poderia realizar aquela tarefa de uma maneira mais segura 7. Pergunte sobre a utilização dos EPIs 8. Mostre a ele a importância da utilização dos EPI`s adequados 9. Mostre a ele que em caso de acidente, ele será o grande prejudicado 10. Pergunte se ele entendeu o que foi explicado 11. Agradeça a atenção e retire-se do local Observe que a abordagem é de forma amigável e educada. O tecnólogo de segurança encontrará funcionários resistentes e que não aceitam mudar a maneira de trabalhar. Isso é muito comum e você ouvirá coisas do tipo: “Não tem problema não! Faço essa tarefa há 20 anos e nunca aconteceu nada comigo”. “Se eu usar o EPI que você quer que eu use, aí sim é que eu vou me acidentar, pois ele me atrapalha na realização da minha tarefa”. “Olhe, é rapidinho, só vou abrir aquela válvula e já volto”. Essas reações são as mais comuns e o tecnólogo de segurança deve estar preparado para rebater essa reatividade a trabalhar correto e com segurança. Para isso, mantenha sempre a calma, não altere o tom de voz e, em caso de resistência, o tecnólogo de segurança tem autoridade para solicitar a retirada do funcionário do local de trabalho, encaminhando-o ao seu superior. Importante Jamais grite para chamar a atenção de um funcionário. Caso esse funcionário esteja em cima de um caminhão tanque executando a abertura de uma boca de visita, espere o melhor momento, quando ele dirijir o olhar para você, ou faça sinais com os braços. Ato de gritar pode levar o funcionário a se assustar e a desviar a atenção do seu serviço, por pior que ele esteja sendo feito, podendo causar um outro tipo de acidente
A auditoria comportamental ajuda muito na redução de pequenos acidentes que contribuem para que ocorra um grave acidente no futuro, conforme a pirâmide de Bird que foi apresentada no módulo de Segurança do Trabalho I. - Frank BirdNos anos de 1967 e 1968, o norte americano Frank Bird analisou 297 companhias nos Estados Unidos da América, sendo envolvidas nessa análise 170.000 pessoas de 21 grupos diferentes de trabalho. Neste período, houveram 1.753.498 acidentes comunicados. A partir desses dados foi criada a pirâmide de Frank Bird, onde chegou-se a conclusão que, para que aconteça um acidente que incapacite o trabalhador, anteriormente acontecerão 600 incidentes sem danos pessoais e/ou materiai Em uma auditoria comportamental, o tecnólogo de segurança do trabalho deve ter em mente o que será observado durante o tempo em que estiver na área industrial. Veja abaixo um pequeno roteiro para orientá-lo: Observe os indivíduos Observe se os EPIs, se estão sendo usados da maneira correta, se estão em bom estado de conservação. Uma dica! Peça para olhar o solado da bota do funcionário, pois quanto mais gasto, maior o risco de escorregões. Outro ponto muito importante é o estado de conservação das luvas. Observe a posição de trabalho das pessoas, se não estão executando tarefas distintas muito próximas umas das outras, o que acarreta maior probabilidade de acidentes. Observe a reação das pessoas. Acontece com freqüência o funcionário não estar usando o EPI necessário e quando ele vê algum superior ou o tecnólogo de segurança do trabalho chegar, trata logo de colocar o EPI, achando que está enganando. Ergonomia. É verificar se na posição em que o funcionário está não poderá causar uma lesão. Ergonomia será visto por vocês posteriormente, em outra disciplina. Observe se as ferramentas e equipamentos estão em perfeito estado de conservação e se não existem adaptações. É muito comum, na área industrial, o profissional de manutenção improvisar ferramentas para “facilitar”o seu trabalho ou trabalhar com ferramentas quebradas. Observe a conservação da área de trabalho e dos equipamentos como esmeril e serras de corte. A limpeza e a organização do ambiente de trabalho também são itens importantes a serem observados pelo tecnólogo de segurança do trabalho, pois um ambiente limpo pode evitar que alguns incidentes ocorram, como por exemplo bater contra uma superfície, cortar-se ou escorregar. O princípio de um ambiente de trabalho limpo faz parte de uma ferramenta da qualidade chamada housekeeping, termo em inglês que quer dizer casa arrumada. Observem se no local de trabalho existem equipamentos de combate a incêndio, como extintores de incêndio e outros EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva) que você julgue necessários. É muito comum vocês encontrarem um funcionário executando um serviço de corte e solda e não ter um extintor no local, ou o extintor que está no local já foi usado ou está fora do prazo de validade.
Vocês perceberam? Que a limpeza e a organização do local de trabalho são importantes para reduzirmos os incidentes? Esse conceito foi aproveitado do Sistema de Gestão da Qualidade, conhecido como SGQ, um dos itens da ISO 9001. Na qualidade, a arrumação, limpeza, ordem, e organização são muito importantes para que não ocorram falhas no processo de produção. Vocês não acham que isso também ajuda na prevenção de incidentes e acidentes? Atenção! A técnica de abordagem da auditoria de segurança é para ser repassada para toda a chefia da unidade, pois todos os líderes devem fazer as suas auditorias. A segurança é responsabilidade de todos, por isso TODAS AS LIDERANÇAS devem realizar as suas auditorias comportamentais. Essa prática deve ser disseminada por toda a empresa. Lembrem-se Durante as auditorias comportamentais vocês encontrarão muitos funcionários que estão trabalhando de maneira correta. NÃO DEIXE ISSO PASSAR EM BRANCO! Dirija-se ao funcionário, peça a sua atenção e ELOGIE a sua postura proativa de segurança. Faça o elogio em grupo, pois isso vai mostrar à equipe que a auditoria não serve apenas para apontar falhas, mas também para mostrar a forma correta de se trabalhar com exemplo dos próprios funcionários. Para reflexão: Quando praticamos as auditorias comportamentais, estamos na verdade trabalhando para a redução dos pequenos acidentes, também chamados de incidentes, que na verdade são a base da pirâmide de Bird, para assim não chegarmos ao topo da pirâmide. O princípio da auditoria comportamental é mudar o comportamento através da educação continuada. O trabalho é longo e árduo, mas, como profissionais da área de segurança do trabalho, não devemos desistir nunca e insistirmos que a conscientização das pessoas para a sua própria segurança é o melhor caminho, melhor que a punição somente por aplicar. A resistência dos trabalhadores será vencida gradativamente, um pouco a cada dia, 365 dias no ano. Existem outras ferramentas organizacionais que vocês terão a oportunidade de conhecer ao longo do curso e que também fazem parte do conceito de educação continuada para segurança do trabalho.
Tenham em mente que voc ês quando forem fazer uma auditoria comportamental, não estarão procurando “culpados” e sim oportunidade de melhorias. A base de todo o estudo de Bird é em cima dos pequenos incidentes que acumulados, podem gerar uma vítima fatal. Por essa razão, grandes corporações adotam o conceito de incidente nível zero, que basicamente é o registro de qualquer pequeno incidente que ocorra e é um indicador de desempenho de segurança pré-perda, ou seja, se antecipa ao fato, também chamado de proativo. Como esse indicador “incidente nível zero” é medido? São distribuídas cartelas que cabem no bolso da farda do funcionário e este sempre que presenciar ou sofrer qualquer pequeno incidente, deve registra-lo nesta cartela e, no final do mês, entregar ao chefe do departamento que fará um levantamento prévio do que ocorreu na área e em seguida passará ao departamento de segurança. Observem a mudança de postura: No passado, conforme foi visto anteriormente, as questões de segurança eram de responsabilidade apenas do departamento de segurança; a mudança ocorre quando o chefe da área toma para si a responsabilidade de analisar as cartelas de incidente nível zero. Com essa análise o chefe ou responsável da área, que é quem tem um bom conhecimento da área; pode verificar se existem condições inseguras, se essas condições já estão no plano de manutenção e; se não estiverem programar para que a condição seja retirada o mais breve possível. Em seguida , as cartelas seguem para o departamento de segurança do trabalho onde o tecnólogo poderá trabalhar estatisticamente os dados contidos nas cartelas, como por exemplo: quantos tropeções ocorreram no mês, quais os dias em que ocorreram mais registros de incidente nível zero, quantas condições inseguras há na área e etc. O tecnólogo de segurança do trabalho tem por obrigação colocar em planilha os dados que considerar de interesse para futuros treinamentos e ter pleno conhecimento da real situação na qual se encontra a área. Isso é agregar valor ao departamento de segurança do trabalho, isso é mudança de postura.
Atenção! No início da implantação de qualquer sistema de controle vocês encontrarão muita resistência, conforme já foi citado anteriormente. Mas, além da persistência que todo o profissional da área de segurança do trabalho tem de ter, deve também ficar atento aos desvios causados propositalmente pelos funcionários. Três exemplos para ilustrar: •
Fiquem sempre atentos às datas das cartelas, pois com a rotina de trabalho, muitos funcionários não anotam o que aconteceu no dia, “deixando para anotar
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depois”, e não anotam o que ocorre: chega no final do mês o funcionário ABDC fez 10 cartelas de incidente nível zero no mesmo dia, o que não reflete a realidade do dia, nem da seção. Ocorre muito a repetição de eventos somente para fazer número de cartelas preenchidas. Pequena quantidade de cartelas entregues no mês também não reflete a realidade da área, pois, por mais organizada que esteja, sempre ocorrerão incidentes nível zero. Isso mostra na maioria das vezes que os funcionários não acreditam no sistema implantado. sendo assim converse com o chefe da área e agende um novo treinamento para reciclar as idéias. Se isso for feito, vocês verão que o sistema acaba operando por si.
Boas Práticas de Segurança Conforme citado acima, a partir do momento em que a empresa adota a cultura de que a segurança é de responsabilidade de todos, o departamento de segurança do trabalho agrega mais valor, pois deixará de ser o departamento fiscalizador e punitivo para desenvolver novas técnicas, novos controles, buscar novos materiais, etc. Todas as boas práticas de segurança são iniciadas pelos profissionais de segurança do trabalho, porém a responsabilidade pela continuidade do sistema é do chefe da área. Apresentaremos algumas boas práticas de segurança com as suas respectivas ferramentas operacionais: 1 – PT – Permissão de Trabalho: É um dos documentos mais importantes dentro de uma indústria. Sem esse documento o funcionário não pode executar nenhuma manutenção. A PT nada mais é do que uma análise preliminar de riscos simplificada, em que o responsável pela área, geralmente o operador líder ou o supervisor, juntamente com o executante do serviço, preenchem o documento passo-a-passo analisando as etapas e os riscos envolvidos. Após isso, o supervisor de área e o executante da tarefa assinam o documento e depois seguem juntos para a área onde o executante irá mostrar o local exato do serviço e ambos vão checar as condições do ambiente para a liberação do serviço. Essa prática é conhecida como show me que, traduzindo, quer dizer mostre-me. Show me, saiba mais um pouco. Show me, traduzindo, é mostre-me. É uma técnica utilizada durante o preenchimento da PT para que o executor mostre ao responsável da área o que ele vai executar e, o mais importante, como ele fará. Isso se faz necessário pois o executante, na maioria das vezes, não conhece os riscos da área e, mostrando o que ele quer fazer, o responsável pela área pode re-orientar o seu trabalho de forma a torná-lo mais seguro. Para reflexão...
A aplicação do DDS é mais uma ferramenta de educação continuada, pois tudo que é discutido nessas reuniões serve para que o funcionário pense antes de agir e questione sobre a sua segurança. Essa postura ele acaba levando para casa, educando também os seus familiares nas ações mais elementares do nosso dia-a-dia, mudando hábitos e criando dentro de sua família uma visão de segurança, organização, limpeza e ordem. Atenção! Faça uma coisa de cada vez. Comece pelo DDS, depois converse com o seu superior sobre expandir o DDS para o DDSMA. Sabemos que isso entusiasma, motiva: verificar que está ocorrendo uma mudança positiva de comportamento. Porém não jogue muita informação em curto espaço de tempo para os funcionários, deixe que eles primeiro criem o hábito do DDS e, depois de 6 meses a 1 ano, aplique o DDSMA. Lembre que a educação é continuada e não tem prazo para finalizar e o processo é constante.
Sinalização Como Efeito Prevenção Contra Acidentes Veremos agora uma área muito importante da segurança do trabalho que trata da sinalização. A sinalização de segurança é uma importante ferramenta que apóia não só os profissionais da área de segurança do trabalho, mas também os funcionários nas suas rotinas normais de trabalho. Cabe ao profissional da área de segurança do trabalho a responsabilidade pelo treinamento dos funcionários para que os mesmos não se confundam durante a execução das suas tarefas. Sinalizar é avisar, alertar às pessoas para as condições nas quais se encontram de um ambiente, para evitar a passagem de pessoas que não fazem parte da equipe de trabalho, para avisar sobre substâncias químicas armazenadas ou sobre a entrada de pessoas em ambientes confinados. A sinalização é padronizada e essa padronização deverá ser respeitada para que no futuro, o funcionário caso esteja em outra empresa, possa facilmente identificar os perigos e riscos encontrados na sua área de trabalho. Cabe também ao profissional de segurança do trabalho, além de treinar os funcionários, conscientizá-los sobre a importância de se dar valor aos avisos encontrados na área industrial, isso fará a diferença entre a ocorrência de um acidente ou não. Alguns exemplos de sinalização industrial, você poderá encontrar nas cores das tubulações, nos isolamentos de área e nos avisos espalhados pela área, como por exemplo: “é proibido fumar neste local”. Você não acredita que a sinalização pode evitar um acidente? Preste atenção! Em uma unidade industrial, uma torre de andaime de 7 metros de altura está montada ao lado de um equipamento para que a equipe de manutenção abra as bocas de visita desse equipamento. A primeira sinalização que deve constar na base do andaime é uma plaqueta na cor verde com os seguintes dizeres: “Andaime Liberado”. Isso significa que o andaime foi montado conforme padrões que envolvem além da confiabilidade, a segurança. Caso no local, você encontrasse a seguinte placa vermelha com os dizeres: “Andaime Interditado”, você subiria? Viram como uma simples sinalização poderá evitar um acidente? Pois, imaginem que no caso de não existir a placa de andaime interditado e o montador tivesse saído da área e nesse momento uma pessoa alheia ao serviço resolve subir no andaime. Muito provavelmente ocorrerá um acidente.
Por isso, no caso de andaimes, você não encontrar uma placa indicando a condição do andaime, isole a área e procure imediatamente os responsáveis pela montagem e explique a importância da sinalização. Viram como é muito importante a presença de um profissional da área de segurança do trabalho? Como o treinamento e a conscientização das pessoas é de responsabilidade, neste caso, dos profissionais de segurança do trabalho, por terem o conhecimento técnico para responder qualquer questionamento sobre a real importância da sinalização de área. Após dado o treinamento, a responsabilidade em re-treinar e conscientizar é do gerente ou chefe da área, isso mostra que eles estão comprometidos com as questões de segurança. Como já foi citado anteriormente,vocês, futuros profissionais da área de segurança do trabalho, encontrarão grande resistência a mudança e isso ocorre em todos os níveis da organização, principalmente com os funcionários mais novos que estão ávidos por trabalhar e não dão muita importância para área de segurança e na outra extremidade, estão aqueles funcionários mais velhos, que acreditam que conhecem tudo na área e que eles não precisam que uma pessoa de fora do setor, no caso o tecnólogo de segurança do trabalho,os treine. Os mais velhos são de uma resistência muito maior do que os mais jovens, pois, primeiro, eles acham que aquele local é uma extensão da casa deles, que eles conhecem mais aquela unidade do que os próprios filhos, e que ele faz a mesma tarefa há mais de 20 anos e que em todos esses anos nenhum acidente ocorreu. Porém ele teve ao lado dele durante todos esses tempos o elemento chamado SORTE! E não TÉCNICA! O profissional de segurança do trabalho não trabalha com o fator sorte e sim com técnica, treinamento e conscientização. Vocês já observaram como a sinalização de segurança está inserida no nosso dia a dia? Não percebeu ainda? Preste atenção! • • • • •
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Alguns exemplos de sinalização de segurança que fazem parte do nosso dia a dia; Sinalização vertical de trânsito, como as placas de proibido estacionar, não dobre a esquerda, ou não siga em frente; Sinalização horizontal de trânsito, como as marcações de faixa de pedestre que são de fundamental importância; Placa ao lado do elevador que diz: "Em caso de incêndio não utilize o elevador"; A marcação no chão e na parede onde fica o extintor de incêndio. Isso mostra que a área em volta e à frente do extintor deverá estar desobstruída para que em caso de incêndio, o extintor possa ser facilmente utilizado; No conta-giros do seu carro, onde registra as rotações do motor, observem que quando chega a um determinado número (6 ou 7) existe uma tarja vermelha, que
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indica que naquela rotação você está forçando o motor e que isso pode ser perigoso; A própria sinalização de trânsito com o semáforo verde, amarelo e vermelho, é um exemplo de sinalização padronizada mundialmente.
Viram como a sinalização com a finalidade de evitar acidentes não é uma exclusividade da área industrial? Em todas as áreas utilizam-se da sinalização de segurança, comércio e principalmente na área de saúde, pois os profissionais dessa área convivem com os riscos e perigos diariamente e necessitam de uma boa sinalização para reduzir os riscos que envolvem a profissão. Claro que o resultado da sinalização foi de responsabilidade de profissionais da área de segurança do trabalho. A sinalização, conforme citado acima deve ser padronizada e esta padronização deve ser a mesma seguida pela NR 26 – Norma Regulamentadora 26, que trata de sinalização de segurança, e tem por objetivo fixar as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas, identificando as canalizações empregadas nas indústrias para a condução de líquidos e gases e advertindo contra riscos. Segundo a NR, no item 26.1.2, diz que os locais de trabalho deverão adotar cores com a finalidade de indicar e advertir sobre os riscos existentes. Segundo ainda a NR 26, a utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas de prevenção de acidentes, conforme foi estudado acima. Porém cuidado com a utilização das cores pois em demasia pode ocasionar em distração, confusão ou fadiga do trabalhador. Devido a isso, a utilização das cores deverá ser reduzido. As cores utilizadas, segundo a NR 26 são as seguintes:
Vermelho Utilizado para distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de proteção e combate a incêndio. Não deverá ser usada na indústria para assinalar perigo, devido a sua pouca visibilidade, em comparação ao amarelo, que possui grande visibilidade. A cor vermelha é empregada para identificar:
Caixa de alarme de incêndio; Hidrantes; Bombas de incêndio; Sirene de alarme de incêndio; Caixas com cobertores para abafar chamas; Extintores e sua localização;
Indicações de extintores (visível à distância, dentro da área de uso do extintor); Localização de mangueiras de incêndio (a cor deve ser usada no carretel, suporte, moldura da caixa ou nicho); Baldes de areia ou água, para extinção de incêndio; Tubulações, válvulas e hastes do sistema de aspersão de água; Transporte com equipamentos de combate a incêndio; Portas de saídas de emergência; Rede de água para incêndio (sprinklers); Mangueira de acetileno (solda oxiacetilênica);
Observação: A cor vermelha será usada excepcionalmente com sentido de advertência de perigo: Nas luzes a serem colocadas em barricadas, tapumes de construções e quaisquer outras obstruções temporárias Em botões interruptores de circuitos elétricos para paradas de emergências Amarelo:
Utilizado em canalizações para identificar gases não liquefeitos O amarelo deverá ser utilizado para indicar “Cuidado!” assinalando:
Partes baixas de escadas portáteis; Corrimões, parapeitos, pisos e partes inferiores de escadas que apresentem risco; Espelhos de degraus de escadas; Bordos desguarnecidos de aberturas no solo (poço, entradas subterrâneas etc) e de plataformas que não posam ter corrimões; Bordas horizontais de portas de elevadores que se fecham verticalmente; Faixas no piso da entrada de elevadores e plataformas de carregamento; Meio-fios, onde haja necessidade de chamar a atenção; Paredes de fundo de corredores sem saída; Vigas colocadas à baixa altura; Cabines, caçambas e gatos de pontes rolantes, guindastes, escavadeiras etc. Equipamentos de transporte e manipulação de material tais como: empilhadeiras, tratores industriais, pontes-rolantes, vagonetes, reboques etc.; Fundos de letreiros e avisos de advertência; Pilastras, vigas, postes, colunas e partes salientes da estrutura e equipamentos em que se possa esbarrar; Cavaletes, porteiras e lanças de cancelas; Bandeiras como sinal de advertência (combinado com o preto); Comandos e equipamentos suspensos que ofereçam risco; Pára-choques para veículos de transporte pesados, com listas pretas; Listras (verticais ou inclinadas) e quadrados pretos serão usados sobre o amarelo quando houver necessidade de melhorar a visibilidade da sinalização.
Branco: O branco será utilizado em:
Passarelas e corredores de circulação por meio de faixas (localização e largura). Direção e circulação, por meio de sinais. Localização e coletores de resíduos Localização de bebedouros Áreas em torno dos equipamentos de socorro de urgência, de combate a incêndio ou outros equipamentos de emergência. Áreas destinadas à armazenagem. Zonas de segurança.
Preto: O preto será utilizado para indicar as canalizações de inflamáveis e combustíveis de alta viscosidade (ex.: óleo lubrificante, asfalto, óleo combustível, alcatrão, piche etc). O preto poderá ser utilizado em substituição ao branco, ou combinado a este quando condições especiais exigirem.
Azul: O azul será utilizado para indicar “Cuidado!”, ficando o seu emprego limitado a avisos contra uso e movimentação de equipamentos que deverão permanecer fora de serviço. Utilizado em barreiras e bandeirolas de advertência a serem localizadas nos pontos de comando, de partida, ou fontes de energia dos equipamentos. Será também empregado em:
Canalizações de ar comprimido Prevenção contra movimento acidental de qualquer equipamento em manutenção. Avisos colocados no ponto de arranque ou fontes de potência.
Verde: O verde é a cor que caracteriza “segurança”. Deverá ser empregado para identificar:
Canalizações de água; Caixas de equipamento de socorro e urgência; Caixas contendo máscaras contra gases; Chuveiros de segurança; Macas; Fontes lavadoras de olhos; Quadros para exposição de cartazes, boletins, avisos de segurança etc.;
Porta de entrada de salas de curativos de urgência; Localização de EPI; caixas contendo EPI.; Emblemas de segurança; Dispositivos de segurança; Mangueiras de oxigênio (solda oxiacetilênica); Laranja:
O laranja deverá ser empregado para identificar:
Canalizações contendo ácidos. Partes móveis de máquinas e equipamentos. Partes internas de caixas protetoras de dispositivos elétricos Faces externas de polias e engrenagens Botões de arranque de segurança. Dispositivos de corte, bordas de serras, prensas.
Púrpura: A cor púrpura deverá ser utilizada para indicar os perigos provenientes das radiações eletromagnéticas penetrantes de partículas nucleares. Deverá ser empregada também em: • • • •
Portas e aberturas que dão acesso a locais onde se manipulam ou armazenam materiais radioativos ou materiais contaminados pela radioatividade. Locais onde tenham sido enterrados materiais e equipamentos contaminados. Recipientes de materiais radioativos ou de refugos de materiais e equipamentos contaminados Sinais luminosos para indicar equipamentos produtores de radiações eletromagnéticas penetrantes e partículas nucleares.
Lilás: A cor lilás deverá ser utilizada para indicar canalizações que contenham álcalis. As refinarias de petróleo poderão utilizar o lilás para identificação de lubrificantes. Cinza: •
Cinza claro: O cinza claro deverá ser utilizado para identificar canalizações em vácuo
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Cinza escuro: O cinza escuro deverá ser usado para identificar eletrodutos
Alumínio:
O alumínio será utilizado em canalizações contendo gases liquefeitos, inflamáveis e combustíveis de baixa viscosidade (ex. óleo diesel, gasolina, querosene, óleo lubrificante etc) Marrom: O marrom pode ser utilizado, a critério da empresa, para identificar qualquer fluido não identificável pelas demais cores. A sinalização de segurança passa por um item muito importante que é a rotulagem preventiva. Ela é utilizada não só no laboratório, onde temos diversos reagentes químicos, alguns corrosivos, outros que provocam queimaduras e a grande maioria causa algum dano à saúde, por esse motivo, a rotulagem preventiva é muito utilizada nesta área. Pensando nessa aplicação, as indústrias ampliaram além das fronteiras dos laboratórios e começaram a se preocupar com os produtos químicos que circulam diariamente pelas dependências da empresa, os produtos que estão armazenados no almoxarifado e os que estão aguardando a liberação do laboratório. Muitos desses reagentes industriais são importados e as suas etiquetas não estão em português, mais um motivo de preocupação, no tocante a tradução da etiqueta de identificação desse material. Imaginem se as indústrias não se preocupassem com a etiquetagem preventiva? Como seria para identificar um produto? Pela embalagem? E se mudassem de fornecedor? Pela posição do material no almoxarifado? E se num final de semana resolvessem fazer um housekeeping no almoxarifado e aproveitaram para aplicar um novo layout sugerido por um funcionário? Na segunda feira seguinte, os funcionários que não participaram da nova arrumação, pegariam o material errado e isso causaria um grande problema na linha de produção, quando não, um grande acidente, pois imaginem mais uma vez, que ao invés de adicionar um ácido ao processo, adicionasse uma base? Essa mudança poderá levar a uma explosão no processo químico. Pensando nisso, é que a rotulagem preventiva segue algumas regras, as quais vocês devem ficar atentos: • •
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Todas as instruções dos rótulos deverão ser breves, precisas, redigidas em termos simples e de fácil compreensão; A linguagem deverá ser prática, não se baseando somente nas propriedades inerentes a um produto, mas dirigida de modo a evitar os riscos resultantes do uso, manipulação e armazenagem do produto; Onde possam ocorrer misturas de duas ou mais substâncias químicas, com propriedades que variem, em tipo ou grau daquelas dos componentes considerados isoladamente, o rótulo deverá destacar as propriedades perigosas do produto final.
Do rótulo deverão constar os seguintes tópicos: •
Nome técnico do produto;
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Palavra de advertência, designando o grau de risco; Indicações de risco; Medidas preventivas, abrangendo aquelas a serem tomadas; Primeiros socorros; Informações para médicos, em caso de acidentes.
Um cuidado que o tecnólogo de segurança do trabalho deverá ter é se certificar que o departamento médico da empresa conhece os produtos químicos manipulados nas suas dependências e que possuem uma cópia da FISPQ (Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico), para facilitar o atendimento na hora de uma acidente. A sinalização de segurança não se limita apenas as cores, existem diversos símbolos que são utilizados para alertar as pessoas dos riscos que elas estão expostas. Transgredir a sinalização de segurança é muito grave, pois a sinalização bem feita pode ser considerada um EPC (Equipamento de Proteção Coletiva), que protege as pessoas, isola uma área perigosa e alerta para os perigos que muitas vezes não são visíveis por pessoas leigas e que não conhecem a área. Sinalização de Segurança para Transporte de Produtos Químicos, Diagrama de Hommel Diariamente vemos trafegar por nossas estradas caminhões carregados de produtos e matérias primas para abastecer mercados, comércios e principalmente indústrias. Quando falamos em indústrias nos lembramos logo dos caminhões tanque que circulam carregados de produtos perigosos, porém não podemos esquecer que muitos produtos químicos utilizados nas indústrias estão no estado sólido, dispostos em sacos de 25 a 50 Kg ou líquidos, porém acondicionados em bombonas de 200 litros e que são transportados em caminhões abertos, cobertos por lonas ou caminhões do tipo baú... Vocês podem observar que os caminhões-tanque tem na sua lateral, placas de identificação e números. Isso tudo é sinalização de segurança e que o profissional da área de segurança do trabalho tem por obrigação conhecer, não é decorar, é saber como os produtos são classificados e identificar na sua unidade fabril quais os principais produtos, para que na ocorrência de algum acidente as providências para sanar os problemas causados sejam tomadas de forma eficaz. Legislação ONU. Esta legislação é utilizada no transporte rodoviário de produtos perigosos. No Brasil está regulamentado pela portaria 204/97 do Ministério dos Transportes, abrangendo classes e números de risco, embalagem, prescrições para transporte, relação de produtos classificados como perigosos. Também é utilizada em embalagens em tamanho menor. Esses produtos são analisados por uma comissão de especialistas da ONU de acordo com suas características, são classificados ou não com perigosos para fins de transporte,
aqueles produtos que não possuem número de ONU não são isentos de perigo, principalmente à saúde, por isso o cuidado deve ser o mesmo. As outras legislações tratam melhor esses produtos não classificados, especificando os perigos e as medidas preventivas em caso de emergência. Para fins de transportes os explosivos e os radioativos precisam de autorização dos órgãos competentes, como o Ministério do Exército e a CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) respectivamente. No transporte em navios existe o código da IMO (International Maritime Organization) que prescreve regras para o armazenamento de contêineres e no transporte aéreo a regulamentação fica sob a responsabilidade da IATA (International Association Transport Air), que também possui regras e restrições para produtos químicos e , ambas adotam a classificação da ONU. Para o transporte de produtos perigosos há necessidade de atender a certos requisitos: • • • • • •
Kit de segurança para emergência (depende do tipo do produto); Certificado de capacitação do veículo e tanque, emitido por entidade credenciada pelo INMETRO; O condutor deve ter o curso de Movimentação de Produtos Perigosos (MOPP), realizados por entidades credenciadas, como o SENAT; Ficha de emergência do produto que está sendo transportado fornecida pelo fabricante; Veículos em boas condições (pneus, lanternas, freios, etc..); Carroceria deve estar em boas condições quando se tratar de carga seca (tambores, sacaria, cilindros, etc...).
Classe de risco: Classe 1 – Explosivo
Figuras 1.1. Substâncias e artigos que tem perigo de explosão da massa.
1.2. Substâncias e artigos que tem perigo de projeção, mas não um perigo de explosão da massa . 1.3. Substâncias e artigos que tem perigo de fogo e um perigo de explosão secundário ou um perigo de projeção secundário, mas não um perigo de explosão da massa. 1.4. Substâncias e artigos que não apresentam qualquer perigo significante. 1.5. Substâncias muito insensíveis que não tem perigo de explosão da massa. 1.6. Artigos extremamente insensíveis que não tem perigo de explosão da massa. Classe 2 - Gases
Fig. 01 2.1 Gases inflamáveis 2.2 Gases não inflamáveis/Gases não tóxicos 2.3 Gases tóxicos 2.4 Gases venenosos (Canadá) Classe 3 - Líquidos inflamáveis
Classe 4 - Sólidos inflamáveis
Fig. 03 4.1 Sólidos inflamáveis 4.2 Substâncias sujeitas à combustão espontânea 4.3 Substâncias que em contato com água emitem gases inflamáveis Classe 5 - Substâncias oxidantes/Peróxidos orgânicos
Fig. 04 5.1 Substâncias oxidantes 5.2 Peróxidos orgânicos Classe 6 - Substâncias venenosas (tóxicas)
Fig. 06 6.1 Substâncias tóxicas 6.2 Substâncias infecciosas Classe 7 - Material radioativo
Classe 8 - Substâncias corrosivas
Classe 9 - Substâncias perigosas diversas
Fig. 09 9.1 Substâncias perigosas misturadas (Canadá) 9.2 Substâncias perigosas ao meio ambiente (Canadá) 9.3 Desperdícios perigosos (Canadá) Número de risco Acompanha a placa do sistema ONU e caracteriza juntamente com a classe do risco a substância transportada 0 22 223 225 23 236 239 25 26 265 266 268 286 30 323 X323 33 333 X333
Gás inerte Gás refrigerado Gás refrigerado inflamável Gás refrigerado oxidante Gás inflamável Gás inflamável tóxico Gás inflamável que pode conduzir espontaneamente à reação violenta Gás oxidante Gás tóxico Gás tóxico oxidante Gás altamente tóxico Gás tóxico corrosivo Gás corrosivo tóxico Líquido inflamável ou líquido que se aquece sozinho Líquido inflamável que reage com água que emite gases inflamáveis Líquido inflamável que reage perigosamente com água emitindo gases inflamáveis Líquido altamente inflamável (ponto de fulgor abaixo de 21°C) Líquido pirofórico (extremamente inflamável) X333 Líquido pirofórico (extremamente inflamável) que
336 338 X338 339 36 362 X362 38 382 X382 39 40 423 X423 44 446 46 462 48 482 50 539 55 556 558 559 56 568
reage violentamente com água Líquido altamente inflamável tóxico Líquido altamente inflamável corrosivo Líquido altamente inflamável corrosivo que reage perigosamente com água Líquido altamente inflamável que pode conduzir espontaneamente a reação violenta Líquido tóxico que se aquece sozinho Líquido inflamável que emite gases inflamáveis Líquido inflamável tóxico que reage perigosamente com água emitindo gases inflamáveis Líquido corrosivo que se aquece sozinho Líquido inflamável corrosivo que reage com água emitindo gases inflamáveis Líquido inflamável corrosivo que reage perigosamente com água emitindo gases inflamáveis Líquido inflamável que pode conduzir espontaneamente à reação violenta Sólido inflamável que se aquece sozinho Sólido inflamável que reage com água emitindo gases inflamáveis Sólido inflamável que reage perigosamente com água emitindo gases inflamáveis Sólido inflamável em estado fundido (derretido) à temperatura elevada Sólido inflamável tóxico em estado fundido (derretido) à temperatura elevada Sólido inflamável tóxico ou que se aquece sozinho Sólido inflamável tóxico ou que se aquece sozinho Sólido tóxico que reage com água emitindo gases inflamáveis Sólido inflamável corrosivo ou que se aquece sozinho Sólido inflamável corrosivo que reage com água emitindo gases inflamáveis Substância oxidante Peróxido orgânico inflamável que pode conduzir espontaneamente à reação violenta Substância fortemente oxidante Substância fortemente oxidante tóxica Substância fortemente oxidante corrosiva Substância fortemente oxidante que pode conduzir espontaneamente à reação violenta Substância oxidante tóxica Substância oxidante tóxica corrosiva
58 59 60 63 638 639 66 663 68 69 70 72 723 73 74 75 76 78 80 X80 83 X83
839
X839 85 856 86
Substância oxidante corrosiva Substância oxidante que pode conduzir espontaneamente à reação violenta Substância tóxica ou prejudicial (nociva) Substância tóxica ou prejudicial (nociva) inflamável (ponto de fulgor entre 21°C e 55°C) Substância tóxica ou prejudicial (nociva) inflamável (ponto de fulgor entre 21°C e 55°C) corrosiva Substância tóxica ou prejudicial (nociva) inflamável (ponto de fulgor entre 21°C e 55°C) que pode conduzir espontaneamente à reação violenta Substância altamente tóxica Substância altamente tóxica (ponto de fulgor não acima de 55°C) Substância tóxica ou prejudicial (nociva) corrosiva Substância tóxica ou prejudicial (nociva) que pode conduzir espontaneamente a reação violenta Material radioativo Gás radioativo Gás radioativo inflamável Líquido radioativo inflamável (ponto de fulgor não acima de 55°C) Sólido radioativo inflamável Material radioativo oxidante Material radioativo tóxico Material radioativo corrosivo Substância corrosiva ou ligeiramente corrosiva Substância corrosiva ou ligeiramente corrosiva que reage perigosamente com água Substância corrosiva ou ligeiramente corrosiva inflamável (ponto de fulgor entre 21°C e 55°C) Substância corrosiva ou ligeiramente corrosiva inflamável (ponto de fulgor entre 21°C e 55°C) que reage perigosamente com água Substância corrosiva ou ligeiramente corrosiva inflamável (ponto de fulgor entre 21°C e 55°C) que pode conduzir espontaneamente à reação violenta Substância corrosiva ou ligeiramente corrosiva inflamável (ponto de fulgor entre 21°C e 55°C) que pode conduzir espontaneamente à reação violenta reagindo perigosamente com água Substância corrosiva ou ligeiramente corrosiva oxidante Substância corrosiva ou ligeiramente corrosiva oxidante tóxica Substância corrosiva ou ligeiramente corrosiva tóxica
88 X88 883 885 886 X886 89 90
Substância altamente corrosiva Substância altamente corrosiva que reage perigosamente com água Substância altamente corrosiva inflamável (ponto de fulgor entre 21°C e 55°C) Substância altamente corrosiva oxidante Substância altamente corrosiva tóxica Substância altamente corrosiva tóxica que reage perigosamente com água Substância corrosiva ou ligeiramente corrosiva que pode conduzir espontaneamente à reação violenta Substância perigosa diversa
Diagrama de Hommel: O Diagrama de Hommel ou Diamante do Perigo possui a simbologia de risco da National Fire Protection Association (NFPA), dos EUA, que é a Associação Nacional de proteção contra fogo. Essa técnica é de fácil reconhecimento e entendimento do grau de periculosidade das substâncias, porém ela não pode, por si só, identificar completamente um reagente químico, essa técnica dá as informações preliminares sobre a substância que está armazenada. Na rotulagem, deverão ser utilizados os códigos das substâncias com características de: danos à saúde (azul), inflamabilidade (vermelho), reatividade (amarelo) e riscos específicos (branco). O diagrama de Hommel é muito utilizado na rotulagem de produtos químicos em laboratórios e também para identificação de produtos químicos em tanques de armazenamento, isso facilita a identificação parcial do produto químico armazenado, já no laboratório, o diagrama de Hommel, normalmente é acompanhado de informações complementares. Vocês perceberam que somente com a utilização da técnica do diagrama de Hommel, não é possível a identificação completa do produto químico? Os seus campos são preenchidos conforme descrito abaixo: Riscos à Saúde 4 - Letal 3 - Muito Perigoso 2 - Perigoso 1 - Risco Leve 0 - Material Normal Riscos Específicos OX - Oxidante ACID - Ácido
Inflamabilidade 4 - Abaixo de 23ºC 3 - Abaixo de 38ºC 2 - Abaixo de 93ºC 1 - Acima de 93ºC 0 - Não queima Reatividade 4 - Pode explodir 3 - Pode explodir com choque
mecânico ou calor ALK - Álcali (Base) 2 - Reação química violenta COR - Corrosivo 1 - Instável se aquecido W - Não misture com 0 – Estável água
Fig. 10 - Diagrama de Hommel Para o preenchimento do Diagrama pode-se consultar sites de universidades internacionais ou livros que contenham fichas MSDS (Material Safety Data Sheet), ou também as chamadas FISPQ (Ficha de Informação de Segurança de Produto Químico), onde a classificação de cada produto químico pode ser encontrada. Equipamento de Proteção Individual e Coletiva: Aspectos Práticos A todo momento o trabalhador pode estar correndo o risco de sofrer um acidente, nas coisas mais elementares em que faz, como por exemplo, subir em uma escada para trocar uma lâmpada, carregar um balde, sofrer um escorregão em um piso molhado ou tropeçar. Tudo isso pode ocorrer também na sua casa, por isso, pensem sempre “fora da caixa”, não fiquem pensando que segurança do trabalho se aplica somente no ambiente fabril, mas deve ser aplicado também no seu lar e com os seus familiares. Todo e qualquer acidente pode e deve ser evitado e para que isso seja uma realidade necessitamos de ferramentas que garantam que isso realmente vá ocorrer e duas dessas ferramentas são o EPC (Equipamento de Proteção Coletiva) e o EPI (Equipamento de Proteção Individual). O EPC, como o próprio nome já diz, protegerá um determinado contingente de trabalhadores que estejam em uma determinada área e dentro dessa categoria, podemos citar os precipitadores eletrostáticos e filtros de manga para abatimento de pó e os abafadores de ruídos para grandes equipamentos, que são enclausuramentos para confinar o ruído. Saiba mais sobre filtro de manga Os Filtros de Mangas tem por finalidade separar as partículas existentes no fluxo de gases industriais. A filtragem nos filtros de manga é realizada pela passagem do ar carregado de partículas
através de mangas onde partículas ficam retidas na superfície e nos poros dos fios, formando um bolo que atua também como meio filtrante. Para reduzir a resistência ao fluxo do ar o bolo deve ser periodicamente desalojado. Os filtros de manga podem operar sob pressões positivas ou negativas. A pressão é limitada pela perda de carga através das mangas porque a descarga é diretamente enviada para a atmosfera. A maioria dos filtros de manga operam sob pressão negativa o que impõe um dimensionamento exigente para o corpo que enclausura as mangas, principalmente no que se refere a vedação. A separação de partículas do fluxo de ar gases industriais é frequentemente realizada por filtros de fibras naturais ou sintéticas. Estes elementos filtrantes têm a forma tubular e ficam fixos em estruturas denominada corpo do filtro de manga.
Saiba mais sobre filtros eletrostáticos: •
Dispositivo utilizado para remover material particulado de fumaça, poeira, alcatrão, gases de combustão ou de outras correntes gasosas.
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As partículas de um fluxo gasoso recebem uma carga elétrica e são mecanicamente coletadas num eletrodo.
Já os EPI´s protegem o trabalhador individualmente e tenham sempre isso com vocês. O EPI é última barreira de proteção utilizada entre o funcionário e o risco ao qual ele está exposto. Deve-se tentar de tudo antes de utilizarmos o EPI, porém, como os EPI’s geralmente são mais baratos que outras soluções de engenharia que envolvem tempo e dinheiro, acabam aplicando o EPI antes mesmo da solução definitiva. Um bom exemplo é vocês imaginarem a área que tem um filtro de mangas, que abate partículas, e que este está quebrado, o que pode ser feito é a aplicação de máscaras de pó, o mesmo raciocínio pode ser aplicado ao abafador de ruídos de uma grande máquina, ao invés de instalá-lo, fornecer protetores auriculares ao funcionários. Perceberam a diferença? Como os EPC’s são grandes e necessitam de estudos de engenharia para a sua aplicação, vamos nos deter nos EPI’s, que é onde o profissional da área de segurança do trabalho deve ter um bom e amplo conhecimento, vamos agora apresentar os EPI’s mais utilizados por trabalhadores de diversos ramos de atividade fabril. Óculos, protetores e máscaras Por que eles servem? Os EPIs indicados para proteger os trabalhadores de traumas oculares e faciais são, respectivamente, os óculos de segurança, protetores de face e as máscaras de solda. Esses EPIs protegem os olhos e a face dos trabalhadores de partículas multidirecionais e radiações. A escolha entre um protetor facial ou óculos de proteção dependente da analise de risco, ou seja, se a pessoa precisa proteger a face toda ou precisa proteger somente os olhos. No entanto, a proteção da face é opcional e depende da atividade. Já os olhos é obrigatória independente do caso. Os óculos de segurança têm diversos modelos, que variam quanto ao tipo de armação, de lentes e de materiais que os compõem. Antes de adquiri-los é necessário avaliar a situação de trabalho para a qual de destinam. Os protetores faciais podem ser transparentes com o visor fabricado em policarbonato ou PETG (Polietileno Tereftalado) para riscos de impactos; aluminizados para ambientes de calor intenso; em Celeron ou outros materiais termoplasticos para as opções de solda. As máscaras de solda previnem contra a radiação da solda, pois possuem filtro de radiação. Os filtros variam conforme o tipo de alumínio como indicado pelo fabricante. Tanto os EPIs oculares como os faciais só podem ser colocados á venda ou utilizados com CA.
Os protetores oculares e faciais são importantes não somente por serem necessários em vários setores, mas principalmente por protegerem os olhos e a face de trabalhadores de diversos danos, que podem ser irreversíveis. Acidentes oculares de trabalho geram incapacidade e limitações do indivíduo. Tipos Óculos de segurança. Os metais utilizados na armação dos óculos de segurança devem ser resistentes à corrosão e os materiais poliméricos não devem ser inflamáveis ou de combustão rápida. As armações em nylon, acetato, policarbonato, propionato, PVC, ou ABS, devem ter proteção lateral. As lentes devem conter a marca do fabricante, ser livres de prismas ou distorções ópticas, resistentes impactos, lisas, com as bordas chanfradas. As lentes graduadas devem ser manufaturadas pelo fabricante ou por terceiro autorizado.
Onde usar Indicados contra partículas volantes multidirecionais, pós e poeiras, gases, respingos de líquidos, calor, luminosidade intensa, radiações ultravioletas e infravermelhas e as radiações específicas como raio X e laser. Os setores em que esses agentes agressivos estão mais presentes são siderurgia, metalurgia, setor de transformação e construção civil. Cada trabalhador deve ter o óculos adequado ao seu biotipo. Não é recomendável o fornecimento de um modelo e tamanho para todos os trabalhadores da empresa. Protetores faciais São equipamentos caracterizados por um visor articulado fixado a uma testeira, que se ajusta ao usuário por meio de uma carneira, com regulagem por furos ou catraca. Não deve dispensar o uso dos óculos de segurança. Devem ser em policarbonato ou PETG. A resina e o acrílico não podem mais ser utilizados. Há muitas variações de protetores incluindo as utilizadas pelos bombeiros; apicultores; trabalhadores de cana-de áçúcar, entre outros.
Onde usar Em ambientes de projeções de partículas volantes mulitdirecionais, pós e poeiras, gases, respingos de líquidos, calor, luminosidade intensa, radiações ultravioletas e infravermelhas e raios-X e laser. A diferença é que para o uso do protetor facial as projeções são grandes oferecendo maior risco de atingir não somente os olhos, mas também áreas próximas como face, nuca, orelhas, etc. Seu uso é mais comum nos operadores de equipamentos em indústrias madeireiras, serralherias, de bebidas. Ainda há aqueles para proteção contra riscos químicos e biológicos. Máscaras de solda As máscaras de solda previnem contra a radiação da solda, pois possuem contra a radiação. Os mesmos variam conforme o tipo de luminosidade e também de acordo com o indicado pelo fabricante. Dividem-se em tipo escudo, para soldas mais simples, de pequena duração, e a do tipo capacete, que cobre todo o rosto e é encontrada com autofiltro, que faz com que o filtro só escureça quando sentir a radiação do ar. A máscara deve cobrir o rosto, o pescoço, a orelha e parte da cabeça. Onde usar
Em locais em que o trabalhador corra o risco de respingos de solda que provocariam queimaduras e contra a radiação. São indicadas para todos os tipos de solda e corte, como a comum, a oxiacetileno, laser, etc. O processo de soldagem está presente, nos mais diversos setores. Alguns exemplos: Indústria automobilística, de auto-peças, construção naval, mecânica, forjaria, ferroviárias, construção civil, etc. As lentes e suas característIcas Tipos de Lentes Policarbonato Tem excelente resistência a impactos. As incolores absorvem mais de 99,9% da radiação ultravioleta para 385 nanômetros (VLT = 92%), e são também ideais para
condições normais de iluminação para ambientes fechados protegendo 99,9% contra impactos de partículas. São mais leves que lentes orgânicas e de cristal. Possuem um alto índice de refração, têm um peso muito baixo. Sua desvantagem é que a proteção correta (coating) podem arranhar mais facilmente que as de cristal e orgânica. Onde usar
Proteção eficiente contra raios ultravioletas e alta resistência ao calor. Ideal para usuários expostos aos riscos de partículas multidirecionais, por ser de material usado para blindagem. Como em serralheria, metalurgia, extração, operação de máquinas em geral, Trivex As mesmas características das lentes de policarbonato, porém com qualidade óptica superior (visão melhor) e mais resistentes a arranhões. Têm também ótima resistência a impactos. Lentes trivex incolores absorvem mais de 99,9% da radiação ultravioleta. São mais leves que lentes orgânicas e cristal. Possuem um alto índice de refração (ficam mais fina, porém tem um limite mínimo de espessura determinado pelo Ministério do Trabalho), têm um peso muito baixo. Perdem na relação custo se comparadas aos demais materiais. Onde usar
Aplicação igual as lentes de bicarbonato, sendo que são mais apropriadas para trabalhos de alta precisão, pela qualidade óptica superior que proporciona. Podem ser utilizadas em todas as áreas em que as lentes de policarbonato são indicadas e ainda nas áreas de informática (TI), energia elétrica (transformadores e equipamentos de precisão) e industria química. Orgânica Não tão resistentes como as de policarbonato e trivex, mas também podem ser utilizadas em segurança, desde fabricadas dentro das normas. Índice de refração menor e peso maior que as de policarbonato. Ganha na relação custo, são mais acessíveis. Possui alta resistência a impactos, porém risca com mais facilidade que as de cristal. Onde usar
Em alguns casos de solda são mais eficientes do que cristal e policarbonato, pos desviam as partículas, proporcionando mais longevidade ao produto. Indicadas para a industria em geral por possuir custo mais baixo. Porém, nos locais de maior periculosidade aos impactos de partículas multidirecionais, como na operação de máquinas de corte, é mais indicado o policarbonato. Cristal Em desuso devido ao peso à possibilidade de quebra mesmo com a temperatura correta. Tem excelente transparência, visibilidade, resistência contra riscos, qualidade ótica, mas perdem no peso e na resistência contra impactos. Para torna-se lente de segurança passa por processo de endurecimento que lhes confere a resistência. Onde usar
Ainda indicada em alguns casos de solda, áreas muito quentes ou que recebem partículas incandescente ou locais onde ocorre muita poeira, pois são as mais resistentes a arranhões. Podem ser usadas nas atividades realizadas por soldadores, por ambientes com poeira e grãos como no setor alimentício. Em resumo: A maioria dos óculos de segurança apresentam 3 tipos de lentes que podem ser utilizadas em situações diferentes a saber: Lentes transparentes. São as lentes mais tradicionais e utilizadas no dia a dia dos trabalhadores de indústrias e principalmente laboratórios, protegendo os trabalhadores de respingos de produtos químicos que na sua maioria são perigosos. Lentes fumê. São lentes escuras, que parece com um óculos escuros normal. A sua utilização é para além de proteger de partículas sólidas e respingos líquidos, também protege de iluminação excessiva, a qual faz com que o trabalhador feche os olhos para reduzir a irritabilidade que a alta luminosidade traz, podendo levar assim a um acidente.
Esse tipo de lentes é usado em depósitos de enxofre sólido a céu aberto, onde a coloração amarela do enxofre fica mais intensa com os raios solares causando assim grande irritabilidade aos olhos. Lentes amarelas: São lentes utilizadas normalmente à noite ou em ambientes escuros. As lentes amarelas, quando utilizadas em ambientes com pouca luminosidade, dão a sensação de maior claridade ao usuário, proporcionando assim mais conforto e segurança. Dicas O embasamento da lentes está entre as causas de abandono dos óculos de segurança pelo trabalhador. Uma alternativa são óculos semelhantes aos utilizados para esquiar, quando estes possuem ventilação lateral possibilitando maior troca de ar, ou óculos com elástico, que reduzem o embasamento. Os supervisores devem observar as instruções de conservação, trocar os equipamentos de proteção quando necessário, verificar se são adequados para a atividade e providenciar exames oftalmológico anualmente em todos os funcionários. Orientação especial deve ser dada aos usuários de lentes de contato para que utilizem óculos planos associados. No caso de óculos com grau, alguns tipos de lentes como as progressivas (multifocais), quando usadas pela primeira vez, requerem um tempo maior de adaptação, além de exigirem maior rigor e precisão. As lentes de segurança graduada devem sempre ser fabricadas e dentro dos padrões exigidos pela Ministério do Trabalho e Emprego.