Fragmentos Florestais

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Fragmentos Florestais De um modo geral, as áreas naturais e florestais – quaisquer que sejam seus tipos- não são encaradas como sociedades complexas de seres vivos. Enfim, como ecossistemas cujas variedades e complexidades muitas vezes nos escapam e cujo valor é, além do intrínseco, que nos escapa quase sempre, um valor avaliado pelos serviços que pode nos prestar, ou seja , um valor de uso ao longo do tempo. Este último tipo está ligado a uma tradição baconiana de domínio e exploração e é encarado como fonte de recursos renováveis a serem legados às futuras gerações. A idéia de complexidade natural de uma floresta relaciona-se a noção de escala de maneira muito clara. Uma paisagem, vista de uma grande altitude, é algo enorme e complexo , tão difícil de apreender quanto quando é vista bem de perto quando se caminha nela, um panorama inapreensível como puderam constatar diversos exploradores e naturalistas como Darwin e Von Martius. Sistemas vivos apresentam características semelhantes, pois podem, sendo pequenos, assemelharem-se a panoramas grandes. Assim, uma célula pode se parecer com a vista aérea de uma floresta tropical. Este componente escalar une as diversas abordagens selecionadas para o estudo de fragmentos florestais feito aqui. Ou seja, uma relação escalar é analógica; a geometria fractal é escalar e assim, analógica; uma perspectiva orgânica da paisagem permite que um mosaico da paisagem seja analógico entre suas partes; a paisagem entendida como landschaftszelle proposta por Paffen e entendida como parcela mínima da paisagem é de fundo analógico. O motivo de todas estas idéias e noções serem de base analógica/escalar pode ser entendido e estudado a partir da idéia base do sistema leibniziano: a representatividade da unidade na multiplicidade, ou , de macrocosmo no microcosmo e que caracteriza a noção de substância ( a mônada ) em que fundamenta seu sistema filosófico. É por meio deste mesmo ponto que a geometria fractal se vincula ao sistema leibniziano. A noção de organismo ou de orgânico presente no sistema leibniziano representa mais uma vez a questão da analogia. Na Monadologia § 64 Leibniz afirma : “ cada corpo orgânico de um vivente é uma espécie de máquina ou de autômato natural que supera infinitamente os autômatos artificiais. Porque uma máquina construída pela arte humana não é uma máquina em cada uma de suas partes.” Segue-se desta afirmação que mosaicos de paisagens, construídos pela ação humana, assim como os mosaicos artísticos que emprestam-lhes o nome, não refletem o todo de que são parte. O elemento orgânico poderia permitir esta reflexão analógica, e isto nada mais é do que a característica de auto similaridade a que se refere a geometria fractal. Seria possível criar mosaicos e/ou fragmentos artificiais que preservassem essa analogia do grande no pequeno? O aspecto orgânico atribuível à mônada pode ser relacionado com duas características muito enfatizadas por Leibniz a respeito de sua concepção de universo: ele é pleno e dinâmico. Em conseqüência, a substância também o é. Todo o dinamismo deste universo pleno se dá como ocorre no processo da metamorfose. Isto faz com que toda mudança ocorra dentro ou mantendo a identidade, isto é: algo se modifica mas , simultaneamente , algo se mantém, como a lagarta que pode ser vislumbrada na forma posterior da borboleta. A representação ocorre por analogia entre parte e todo. A individualidade é, então, análoga à multiplicidade, o que permitiria que o fragmento fosse pensado como sendo análogo à matriz. Em que condições seria isso possível? A noção de metamorfose remete à de plenitude. O tipo de transformação ocorrido em uma metamorfose expressa a idéia de continuidade e assim, de plenitude. Nas palavras de Leibniz: “ todo corpo se ressente de tudo quanto se faz no Universo”. Todas estas noções presentes no pensamento filosófico de Leibniz são indícios, para nós, da atualidade se deu pensamento e de sua utilidade para este estudo. Sua noção de organismo parece bastante próxima de sua noção de substância. O mundo, como a parte e o todo, se coordena por meio do fundamental Princípio da Harmonia Preestabelecida , e , assim, se assemelha a um organismo. A melhor analogia

explicativa é com a genética. Uma célula de qualquer tecido do corpo humano contém uma “mapa” genético do todo o organismo que é este corpo, porém ao ser uma célula pertencente de um determinado tecido, ela expressa apenas uma parte especifica deste “mapa” total. Ela é o todo em potencial e a parte em ato. A representação do todo na parte revela na mônada uma estrutura de emboîtement. Mas é importante que a relação mônada/organismo é a de analogia. A mônada como organismo e como autônomo natural é auto similar. É interessante notar que nos primeiros trabalhos de Humboldt sobre paisagem, este tipo de espaço é comparado com uma unidade de tipo orgânica. Veremos isso também no texto de Troll que embora afirme que a noção de paisagem não seja a de um organismo, no sentido de W.Driesch, concorda coma a célula de Paffen ao relacionar ecótopo com landschaftszelle . Em seu texto A paisagem geográfica e suas investigações , Carl Troll apresenta a paisagem como o objeto da geografia desde, pelo menos, 1919 com Hassinger. O que é importante aqui é que para ele esta paisagem pode ser subdividida em diversas unidades constituintes. Tais unidades de paisagem são de tamanho muito variado, tendo sido denominadas em 1945 de ecotopos , como variantes do termo biotopo, o que já havia sido feito desde 1939 pelo ecólogo inglês Tansley, enquanto os russos se referiam às unidades topo-ecológicas. Paffen propôs então o uso do termo landschaftszelle , isto é, célula de paisagem. Nesta idéia três elementos se combinam. Ela reflete o desejo de dar um cunho científico ao estudo geográfico, uma vez que procura dar à geografia um objeto de estudo e ao mesmo tempo procura dar também a este estudo uma unidade básica. O terceiro elemento diz respeito ao cunho orgânico desta unidade fundamental de espaço. Forman menciona o uso de fractais na abordagem das paisagens devido à sua característica de auto similaridade, que acreditamos se ajustar à característica monádica de representar em sua particularidade o todo do universo. Em um sentido hierárquico, o fragmento é composto por um grupo de fragmentos ainda menores, de modo a tornar o todo análogo à parte, do mesmo modo que ocorre no pensamento leibniziano. Com relação a isso, Forman afirma ser bastante possível que a forma presente de um fragmento possa indicar sua origem, bem como seu funcionamento e seu futuro. A origem pode ser determinada a partir de formas indicativas , da mesma maneira se pode conhecer o passado e como que prever o futuro. Leibniz afirma “ todo o estado presente de uma substância simples é uma continuação natural do seu passado, assim também o presente está prenhe do futuro.” De modo similar ao que ocorre com a dimensão temporal dos fragmentos, podemos aprender, pelos padrões de escala, como outra escala poderá funcionar. Há, portanto, uma analogia válida entre as fronteiras da paisagem, as da membrana de uma célula e as fronteiras entre países. Este modo de pensar está de acordo com a visão leibniziana . Fenômenos chamados “caóticos” não podiam ter seu comportamento previsto por leis ou equações matemáticas. Isto tornou-se possível com o desenvolvimento da geometria fractal. Com ela uma forma dita caótica pode então ser observada como um todo e pode-se igualmente verificar que cada parte sua é análoga ao seu todo. Como no organismo de Leibniz, o todo está na parte, uma parte não é um pedaço mas o todo novamente representado. Para ser chamado fractal duas características básicas devem ser apresentadas: auto similaridade e resolução infinita. A primeira se refere ao fato de que, se observamos um pequeno detalhe de uma figura, é possível perceber que sua forma é análoga à figura como um todo. A Segunda, significa que os detalhes são infinitos em número. O universo pleno de Leibniz também apresenta detalhes infinitos: “ Por ser cada porção de matéria não só divisível ao infinito ( como os antigos reconheceram ), mas estar ainda atualmente subdividida sem fim, cada parte em partes, tendo cada uma delas movimento próprio. De outro modo seria impossível poder cada porção de matéria exprimir todo o universo.” Uma lei básica da teoria dos fractais afirma que a evolução de um sistema dinâmico depende crucialmente de suas condições iniciais. Isto seria

transponível, em termos leibnizianos, para a característica monádica do ponto de vista. O comportamento do sistema dependerá , então, de sua situação de início. Se analisarmos um mesmo sistema em condições inicias diferenciadas, logicamente ele assumirá outros aspectos finais e se desenvolverá por caminhos também diversos. Esta idéia guarda também analogia com as diversas situações de início da matriz florestal, enquanto originadora de diferentes fragmentos ao longo do tempo. Segundo Christofoletti a geometria fractal é uma nova linguagem, uma geometria que difere da euclidiana. No mundo euclidiano a escala não é importante , de modo que qualquer ampliação de uma figura não produz informações novas a respeito do objeto analisado. Por outro lado, no mundo fractal, as irregularidades podem apresentar detalhes infinitos, de modo que a ampliação e a mudança de escala acrescentam informações novas. Neste mundo as dimensões se entrelaçam e os objetos não são bi ou tridimensionais, mas ficam entre um e outro. Três são os atributos básicos dos fractais: escalante; auto similaridade e complexidade. O escalante significa que os detalhes se mostram similares em qualquer escala que seja. É acompanhado pelo atributo da auto similaridade. Segundo este atributo , os detalhes em uma escala são similares àqueles em outra escala. O atributo da complexidade se relaciona com a configuração interativa dos componentes que se entrosa com a dinâmica caótica do sistema e, assim, relacionase com a imprevisibilidade das formas. Na geometria fractal os padrões geométricos se repetem nas diversas escalas de grandeza espacial. Embora as escalas de observação se alterem, pode-se verificar em cada uma a presença do elemento constituinte com o mesmo padrão geométrico. Essa representatividade expressa a auto similaridade fractal. A mudança na espacial acarreta a diferença na quantidade de ocorrências em cada escala de observação. A proporcionalidade que existe entre as grandezas que ocorrem entre as diversas escalas diferentes é definida como sendo a dimensão fractal. Em termos estritamente geográficos, no que diz respeito aos mosaicos formados pelos fragmentos florestais e sua matriz, apresenta-se o problema da relação possível entre parte e todo. Em seu Livro Forman afirma, ao falar em fractais no caso da propriedade da auto similaridade, que o padrão ( ou relação como o todo ) é o mesmo ou similar em escalas diferentes. E acrescenta: “ a dimensão fractal simplesmente relaciona o número de partes componentes da forma básica a uma razão de similaridade entre duas escalas”. Salienta ainda que : “ embora auto similares não são cópias exatas, apenas em outra escala. Processo diferentes causam padrões diferentes em diferentes escalas.” Para ele a paisagem de fronteira que melhor corresponde a este conceito de auto similaridade seria a do sistema de corredor de águas correntes( dendritic stream-corridor system ) . É importante prestar atenção no fato de que não se tratam de cópias exatas, pois Leibniz afirma que há diferença do que ele chama de ponto de vista entre as mônadas e também há diferença quanto ao nível de clareza das mesmas, de modo que embora cada uma delas represente todo o universo, não são redundantes. Da mesma forma é necessário dizer que Leibniz não estava tentando produzir um modelo fractal, mas estava raciocinando no mesmo sentido ao conceber o problema das séries infinitas, da subdivisão infinita e da auto similaridade entre todo e parte. Há ainda uma outra propriedade fractal citada por Forman chamada propriedade de preenchimento espacial que foi calculada para a curvilinearidade de qualquer borda. Um linha reta corresponderia a D = 1 e este D aumenta progressivamente de acordo com o “retorcimento” da linha de borda. Processos naturais como erosão, correntes meandrantes e irrupção de pestes, tendem a produzir bordas com alta dimensão de preenchimento espacial fractal. Tal idéia tem grande utilidade quando se procura pensar a questão do formato dos fragmentos em relação com sua sustentabilidade ou não. A proporcionalidade que existe entre as grandezas ( quantidade de elementos ) ocorre entre as diferentes escalas é definida como sendo a dimensão fractal ( D ) , a qual pode ser definida como um valor do expoente do escalante relacionando o número de ocorrências desses elementos com a categoria dos seus diversos tamanhos. Neste sentido, a auto similaridade é o valor pelo qual a relação entre o número de

elementos constituintes em cada etapa e a grandeza de mensuração é realmente linear. A existência de uma linearidade entre os valores obtidos nas escalas de mensuração implica a existência da invariante escalar. Da mesma forma, as escalas de mensuração encaixam-se com a noção de hierarquia. No contexto da relação fragmento/matriz, a escala, é, portanto, fundamental. Há uma correspondência entre a variação de escala espacial e a idéia de que o todo está contido na parte, ou seja, que o macrocosmo está presente no microcosmo. Da mesma forma, o grau de clareza de cada mônada ( no sistema de Leibniz ) por ser comparado ao grau de clareza com que se pode distinguir determinada feição da paisagem de acordo com a escala empregada. A importância do conhecimento espacial sempre esteve presente através dos tempos, e a necessidade de conhecimento vincula-se com as perspectivas de futuro. As questões centrais relacionam-se com a localização de fenômenos no espaço e a sua distribuição no espaço. Procura-se prever situações bem como desenvolver a capacidade de diagnose e prognose de fenômenos para melhor administra-los. A formação natural ou criada de fragmentos florestais se encaixa claramente nesta situação, uma vez que diz respeito à manutenção de sua sustentabilidade e viabilidade ecológica. Silva afirma que é importante distinguir entre os conceitos de escala e de resolução. Escala é uma relação ou razão entre duas medidas lineares tomadas, sendo assim, uma relação entre duas distâncias mutuamente correspondentes. Resolução é uma medida territorial “ que se manifesta em área e que exprime a capacidade de representar entidades ambientais, a partir de um mínimo de deformação aceitável a ser apresentada.” E que a “resolução seria a capacidade de distinção entre entidades adjacentes componentes de uma situação analisada”. Forman salienta que as mudanças ambientais bem como os distúrbios ilustram bem a relação entre espaço e tempo, e, assim, também entre as escalas. A maioria das mudanças de curta duração afetam áreas pequenas enquanto a maioria das de longa duração afetam áreas grandes. Este princípio de espaço-tempo generalizado é, porém, muito grosseiro em detalhes e em capacidade de previsão. A escala de tempo para paisagens em geral é de anos a séculos. Este princípio traz também a implicação de que os fenômenos em escalas maiores são mais persistentes ou estáveis do que aqueles em escala mais fina. Estas podem ser mais variáveis em termos de espaço e de tempo. Assim, em termos de uma teoria hierárquica, uma paisagem florestal deve ser composta por bacias de drenagem as quais, por sua vez, são compostas por ecossistemas, por sua vez podem ser compostos por árvores individuais. Na visão de Forman , podemos ver claramente todo um campo fértil para o uso do pensamento leibniziano, especialmente quanto àquelas que estão vinculadas aos postulados da geometria fractal, com sua resolução infinita e sua hierarquia de auto similaridade. Para Forman, cada elemento, desde uma árvore até uma paisagem florestal, funciona como uma unidade, possui seus próprios elementos restritivos e exibe seus próprios graus de estabilidade ou de variação. A paisagem é uma hierarquia de nichos interligados, de modo que deve também estar ligados aos elementos que lhe estejam próximos na mesma escala. Este autor menciona também o conceito de domínios de escala. De acordo com esta idéia, cada domínio exibe um certo padrão espacial o qual é, por sua vez, produzido por um certo mecanismo causador ou grupo de processos. Assim, temos alguns domínios que podem ser considerados interessantes para o estudo em questão: planeta, região, paisagem e ecossistema local. O planeta é espacialmente subdividido de muitas maneiras, de modo que há uma hierarquia baseada em energia e massa, incluindo retração e fluxo. A biosfera se subdivide em continentes ( e oceanos ). Os continentes, em regiões e estas em paisagens. As paisagens, por sua vez, um ecossistemas locais e em tipos de uso da terra. Os ecossistemas locais, como campos ou bosques, podem também ser subdivididos para mostrar uma padronagem interna e assim por diante, cada nível hierárquico representando uma escala particular. Os continentes tendem a apresentar fronteiras bem marcadas, mas estas podem se mostrar flexíveis devido a fatores como transportes, economia e cultura.

Uma região é uma extensa área geográfica com um microclima comum, biomas e tipos de solo também relativamente homogêneos e com condições humanas de política, estrutura social, cultura e consciência expressos pela idéia de regionalismo. Uma região pode manter sua coesão devido a fortes laços de transporte, comunicação ou cultura mas freqüentemente é extremamente diversificada ecologicamente. A paisagem, em contraste, é um mosaico onde o conjunto de ecossistemas locais e usos da terra se reflete de modo similar ao longo de extensas áreas que podem chegar a quilômetros. Esta concepção de paisagem está ,segundo este autor, vinculada à questão de padrão espacial, área visualizada por foto aérea ou a partir de um ponto elevado da terra e a unidade proporcionada por padrões repetidos. Esta unidade a que se refere em sua definição de paisagem é muito relevante e útil. Ela oferece padrões de unidade para o elemento espacial denominado paisagem que se adequam à idéia de tomá-la como elemento de base para o tripé tamanho/forma/composição do fragmento florestal mais apto a subsistir. Quanto ao ecossistema local, como elemento interno, a paisagem apresenta relativa homogeneidade e boa distinção de suas fronteiras. Entretanto, todos os objetos apresentam variação e heterogeneidade internas. Normalmente é fácil distinguir fragmentos e corredores individuais como ecossistemas locais na paisagem, e também, distinguir tipos diferentes de paisagem. Resta saber se na hierarquia espacial haveria nível imediato, útil e reconhecível, entre ecossistema local e paisagem. As diversas estruturas que compõem a paisagem se interrelacionam no tempo e no espaço. A delimitação da paisagem é algo não muito consensual, variando conforme o objetivo e a interpretação dada ao fenômeno estudado. Qualquer recorte espacial deve apresentar um referencial espaço-temporal , o que significa referenciá-lo em uma escala. Um espaço ambiental organiza-se em várias escalas que se organizam entre si de forma hierarquizada. Qualquer recorte, depende, para sua conceituação bem como para sua interpretação da escala. Para ecólogos da paisagem uma escala fina significa pouca resolução , áreas pequenas ou curto espaço de tempo, ao passo que a larga escala se refere à alta resolução, com áreas e/ou tempo de estudo longos. A escala geográfica, por sua vez, procura representar em quê a escala de um fenômeno é perceptível e em quais escalas é atuante. A escala pode ser definida como a dimensão espacial ou temporal de um objeto ou processo. Para fins de analise espacial no caso de fragmentos florestais, a delimitação dos mesmos, em termos de tamanho ideal, pode ter por base um único indivíduo, uma comunidade ou várias comunidades na medida em que se interliguem ecossistemicamente . mesmo um único indivíduo pode abrigar ecossistemas completos se pensarmos na escala dos fungos, liquens, insetos ou microorganismos contidos em uma gota de água no interior de uma bromélia. A escala dependerá daquilo que se tem como objetivo investigar e das próprias características das espécies envolvidas, no sentido de ter garantida a sua sobrevivência. Dependendo da escala, domínios específicos do mosaico da paisagem podem passar por áreas homogêneas. Mapeamentos de vegetação feitos em larga escala podem mascarar a existência de atributos da comunidade, como a existência de unidades que ainda devem ser descobertas, descritas e classificadas. Os sistemas ambientais, por serem multiescalonados, são complexos. Muitas vezes é necessário proceder à articulação de escalas para melhor avaliar os fenômenos. Há situações que só emergem a partir de um dado nível hierarquico.

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