Organização Sete de Setembro de Cultura e Ensino– LTDA Faculdade Sete de Setembro – FASETE Curso de Bacharelado em Administração
Bianca Pinheiro Rodrigues Nobre
PENSAMENTOS E IDEIAS DE SÓCRATES, RENÉ DESCARTES E JOHN LOCKE COMO BASE PARA DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA MODERNA, EM PARTICULAR A PSICOLOGIA
Paulo Afonso-BA Fevereiro/2019
Bianca Pinheiro Rodrigues Nobre
PENSAMENTOS E IDEIAS DE SÓCRATES, RENÉ DESCARTES E JOHN LOCKE COMO BASE PARA DESENVOLVIMENTO DA CIÊNCIA MODERNA, EM PARTICULAR A PSICOLOGIA
Trabalho apresentado a disciplina de Fundamentos Epistemológicos e Históricos da Psicologia, no curso de Bacharelado em Psicologia, na faculdade Sete de Setembro (FASETE), 1º período, turno noturno, como requisito parcial para avaliação semestral. Orientador: Prof. Prof. Elisangela Lima, Gilvanira Gomes e Wilma Clea.
Paulo Afonso-BA Fevereiro/2019
1. INTRODUÇÃO
O presente relatório discorre sobre o pensamento dos filósofos John Locke, Sócrates e René Descartes e sua influência no desenvolvimento do conhecimento científico.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 SÓCRATES Para Sócrates, o conhecimento deveria vir de dentro para ser verdadeiro, e o conhecimento da própria ignorância não seria a conclusão final do filosofar, mas o momento inicial e preparatório. Sócrates afirmava que a base de constituição da alma era o caráter moral e a razão, e que a alma era a consciência e a personalidade intelectual e moral. Para ele, a virtude do homem é o que faz com que sua alma seja perfeita e boa, tal qual a natureza exige, e acreditava que a virtude se adquiria por meio do conhecimento (ciência). Considerava a ignorância a causadora do mal, pois o conhecimento e a ciência seriam as condições necessárias para fazer o bem e para atingir a felicidade. A racionalização nos libertaria das pseudoverdades, ou do falso saber, nos levando a identificar nossos equívocos e por meio do seu método seríamos capazes de tornarmos nos aptos á revisão. Sócrates incentivava o desenvolvimento da subjetividade e da crítica. Ao afirmar que “nada sabe”, dá origem ao processo de desconstrução do pensamento deixando o caminho livre para dar luz á ideias novas e consistentes. A psicologia socrática impulsiona o homem ao conhecimento de si mesmo e direciona a sua inclusão como participante integrante e dinâmico na natureza, influenciando mais tarde nas pesquisas entorno das relações do homem e seu meio, contribuindo para o surgimento da Psicologia séculos depois.
2.2 RENÉ DESCARTES Descartes elegeu a consciência como pontapé para a investigação filosófica, e ao enfatizar a capacidade humana de construir o próprio conhecimento, abriu caminho para a discussão sobre conhecimento, ciência e ética. Descartes se interessava na problemática da distinção entre as qualidades física e mental, tendo sido sua tentativa de resolver o problema mente-corpo
sua maior contribuição para o desenvolvimento da Psicologia moderna. Ele trouxe uma abordagem diferenciada para a questão que tanto intrigava havia tanto tempo, concentrando sua atenção na dualidade físico-psicológica. Redirecionando o objeto de estudo dos pesquisadores que era a ideia de uma alma abstrata para o estudo científico da mente e dos processos mentais. Os cientistas acabaram por aceitar a ideia de mente e corpo sendo entidades separadas e distintas. Suas ideias supunham que a mente influenciava diretamente no corpo tanto como este podia exercer influência sobre a mente, indicando uma interação mútua. Contribuindo para que estudiosos mais tarde descobrissem que a mente controlava as duas entidades, e era responsável por pensar somente e que todas as outras funções eram atribuídas ao corpo. Descartes também foi de grande contribuição para a Psicologia moderna ao sugerir que a mente origina dois tipos de ideias, as ideias derivadas e as ideias inatas. Contribuindo diretamente nos estudos sobre empirismo, mais tardes discutidos por John Locke. As ideias derivadas como o próprio nome diz, derivariam o aprendizado e o conhecimento a partir de um estímulo externo, resultante de experiências sensoriais. As ideias inatas passam a ideia de que a nossa capacidade de compreender e associar são antes inatas que adquiridas. Não demorou para que após Descartes, o desenvolvimento da ciência moderna e particularmente da Psicologia fosse impulsionado.
2.3 JOHN LOCKE
John Locke foi outro filósofo que se interessava pelo processo cognitivo do pensamento humano. Discordando das ideias de Descartes em torno da existência das ideias inatas, alega que os seres humanos nascem desprovidos de qualquer conhecimento no nascimento e que ao longo da vida é que o molda a partir de suas experiências, sendo o aprendizado somente aprendido por meio de estímulos externos, desencadeados pelos sentidos. Prega que todo conhecimento é de base empírica, e distingue dois tipos de experiência, a experiência que deriva dos sentidos e a outra da reflexão. A dos sentidos sendo as primárias a partir das quais as de reflexão seriam derivadas e baseadas nas experiências já antes vivenciadas pelos sentidos. A partir do estudo sobre essa combinação e composição das ideias sugeriam a ideia da teoria da associação, que mais tarde foi parte do cerne da nova psicologia científica. Ele também ajudou a maturar a ideia de que algumas coisas eram parte da realidade e outras eram interpretadas pela nossa percepção em um conceito de qualidades primárias e secundárias, afirmando que toda a matéria era objetiva, e tudo que existia eram as qualidades primárias, e tudo que era percepção caracterizava as qualidades subjetivas. Para Locke, o conhecimento nada mais é do que a percepção do acordo ou desacordo das nossas ideias.
3. CONCLUSÃO Esse trabalho teve o objetivo de destrinchar um pouco do pensamento dos filósofos a que se refere neste relatório, acerca de suas ideias em volta do conhecimento. Ao seu discorrer, é possível notar a enorme dificuldade e contrapontos que envolveram as discussões sobre o conhecimento e o processo de aprendizagem (cognitivo). É explicitado também o quanto as ideias dos primeiros filósofos contribuíram para a Psicologia moderna, e quão importante foram suas indagações. O processo de formação das ideias, da nossa capacidade de associação, de onde elas partem, seus responsáveis, até que ponto mente e corpo influenciam nesse processo, a relação entre a percepção humana e a experiência sensorial foram fundamentadas a partir de ideias de tais filósofos. Iniciando com Sócrates ao definir o ser humano como ser em conexão com a natureza, atuante e passível de sofrer reações com seu meio. Partindo para Descartes ao dar a ideia de mente e corpo como duas entidades distintas e ao estudar sua correlação. Seguindo se de Locke, que com suas ideias de que o conhecimento era dado somente a partir do convívio com o exterior e que nasceríamos como uma folha em branco, que estaria aop nascer pronta para ser preenchida. Todos esses estudos e indagações contribuíram para formar o núcleo da Psicologia moderna.
4. REFERÊNCIAS CARPIGIANI, B. Psicologia: das raízes aos movimentos contemporâneos. São Paulo:Cengage Learning,2010. (Cap. 1, 2, 3) SCHULTZ, Duane P; SCHULTZ, Sydney Ellen. História da psicologia moderna. São Paulo: Cengage Learning, 2013. (Cap 2 e 3).