Filo.docx

  • Uploaded by: Pedro Henrique Balduci
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  • April 2020
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Platão  A república  A cidade justa: lugar em que as pessoas seriam felizes, pois viveriam de acordo com sua própria natureza, o que as tornaria mais aptas a fazer escolhas certas e agir corretamente. Seria necessário, por meio da educação, promover o autoconhecimento da população. Platão afirmava que cada uma das pessoas possui 3 almas distintas:  Alma inferior o Concupiscível: localizada no ventre, responsável pelos desejos e paixões. o Irascível: localizada no peito, responsável pelas emoções.  Alma superior o Racional: localizada na cabeça, é a responsável pelo pensamento. Em cada pessoa, uma das almas prevalece em relação à outra. O temperamento é a forma como as três almas se misturam, formando os caráteres.  Caráter concupiscível: há o predomínio dos desejos e das paixões. A vida dessa pessoa é controlada pelos desejos. A impulsividade prevalece.  Caráter irascível: predomínio das emoções.  Caráter racional: predomínio da razão. Não torna a pessoa fria e insensível, mas suas decisões são tomadas de forma bem pensada e avaliada. A condição ideal, para Platão, é existir o predomínio do caráter racional, de forma que a razão controle os desejos e emoções de forma equilibrada. Nem todos os humanos são assim. Uma cidade justa possui as três classes sociais. Pessoas com caráter concupiscível seriam os artesãos e profissionais em geral. Os de caráter irascível seriam os guardiões e os guerreiros. Os de caráter racional seriam os administradores, pois governariam com justiça. Com essa organização, todos viveriam conforme sua natureza – seriam felizes. Os que agem de acordo com sua natureza são virtuosos (pessoa capaz de fazer o bem para si e para os outros). A virtude – obtida através do autoconhecimento - é o principal valor compartilhado pelos cidadãos da cidade justa. Para Platão, felicidade, virtude e justiça são valores universais, não individuais. No final do século 19, Nietzsche fez uma grande critica à ideia de universalidade de valores criada por Platão. Ele argumentava que são produzidos historicamente, de acordo com a situação social do indivíduo. Alguns especialistas acreditam que Nietzsche antecipou a crítica às formas autoritárias de poder. Para Nietzsche, há o predomínio da moral de rebanho, uma ação em que grandes grupos seguem um líder. Para ele, ainda, são os fracos que procuram seus semelhantes e vivem sob ordens de um pastor. De onde provém essa moral? Para ele, vem de uma inversão de valores que passou a considerar o fraco como melhor que o forte. Ele afirma que todos os seres vivos são animados pela vontade de potência, algo orgânico e biológico que está sempre em expansão, reafirmando a vontade de permanecermos vivos. A vontade de potência pode ser forte – ativa, presente em indivíduos capazes de se afirmarem por meio de ações, que vivem de forma intensa, como um artista que cria sem pensar o que pensarão de sua obra – e a vontade de poder fraca – reativa, em que o indivíduo só é capaz de se afirmar através da negação do outro, ele reage à ação do outro, como um artista que cria para o mercado, visando vender e alcançar sucesso.

Os indivíduos fortes são capazes de dizer “eu sou bom”, são nobres, poderosos, superiores. Os fracos, por sua vez, olham para o forte e dizem que “você me domina, então você é mau e eu sou, por oposição, bom”. Na natureza, o forte é bom. A moral do fraco, reativa, é baseada na coragem, na força, na saúde e no orgulho. A moral fraca, de rebanho, é baseada na submissão, humildade, piedade e importância do sofrimento. Para Nietzsche, indivíduos fracos não conseguem esquecer e superar algumas ações, produzindo um sentimento de rancor, eles ficam remoendo essas sensações. Os indivíduos fortes não são ressentidos, superam as coisas que não gostam, vão além. Há, também, duas felicidades: a ativa, do nobre, representa a criação, a produção; e a passiva, dos fracos, algo que se espera algum dia possuir, quiçá no reino de deus. Assim, para Nietzsche, o que sustenta as escolhas humanas não são valores universais como o bem e o mal, mas valores construídos historicamente pelo próprio ser humano. Sartre, em sua obra o ser e o nada, discute a universalidade do valor. Para ele, o ser humano é consciente, e o valor é a forma de ser da consciência. O valor é uma falta, uma ausência, que faz com que atuemos para preenchê-la. Porém, assim que conseguimos preencher o vazio, a consciência quer se manifestar novamente, por meio de outros valores. O vazio retorna novamente e buscamos preenche-lo. Assim, só é possível falar em uma moral baseada em uma ação individual, sem regras gerais válidas para todos. Cada ação humana pode apenas ser julgada depois de realizada e caso a caso. Em lugar da universalidade, Sartre afirma uma relatividade da moral, onde o valor de um ato é sempre relativo à situação em que é praticado. O valor não é um ser em si mesmo, mas uma estrutura de consciência, só produzimos valores pois somos conscientes. O único valor para o ser humano é a realidade humana, pois tudo que fazemos é a construção da nossa realidade, da nossa vida. Sem o mundo, sem o humano, não haveria valor. O valor universal é uma abstração irreal usada com a finalidade de manipular as consciências e realidades humanas. O ser humano, para Sartre, está condenado a ser livre. O ser humano é livre e a liberdade consiste no ato de fazer escolhas. Assim, só avaliamos as coisas pois somos livres e só somos livres pois avaliamos as coisas. Cada um é completamente responsável pelos seus atos e ações.

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