Fernando Pessoa Fernando Pessoa 1888-1935 A sua poesia, construída e cerebral, não nasce apenas da fria inteligência. Exprime: solidão interior, frustração do desejo, inquietação perante o enigma do ser, o tédio Poesia ortónima Primeiro tipo: Modernista abrange várias tendências, ou seja vários «ismos» de vanguarda (paulismo, sensacionismo, futurismo, simbolismo, interseccionismo) Segundo tipo Caracteriza-se pelo gosto popularizante, pela delicadeza dos motivos, pela linguagem simples, íntima e sóbria, pela musicalidade e eufonia. Este modo insere-e na linha do lirismo tradicional . Neste tipo, insere-se Mensagem. Heterónimos - Alberto Caeiro É um empirista ingénuo Tem o prazer de ver, sentir e existir Tem uma sabedoria instintiva uma inteligência primitiva e uma filosofia natural Aspira a uma comunhão cósmica com a natureza Heterónimos - Ricardo Reis É médico, culto, um latinista e um helenista notável É grave, exacto, elegante Epicurista (o seu fim é iludir a dor, indo em busca do prazer relativo) Estóico (aceita o destino, procurando aproveitar o momento presente carpe diem) Heterónimos - Álvaro de Campos É o poeta do mundo actual. Celebra as conquistas da técnica Canta a Energia e o Progresso Procura uma estética baseada não na ideia de beleza (aristotélica) mas na de força. Álvaro de Campos
Um automóvel de corrida (…) é mais belo do que a Vitória de Samotrácia Marinetti Álvaro de Campos Três fases Opiário (3.1914 - data fictícia) Futurista (1914-1916) (Poeta da vertigem das sensações modernas, da imaginação, da energia explosiva) Pessoal (após 1916) (Poeta do abatimento, da atonia, do descontentamento de si e dos outros) Ode Triunfal Estética da força, A euforia, O triunfalismo, O sensacionismo, O espasmo da vertigem das sensações provindas das fábricas, das máquinas e dos ruídos das multidões “Sentir tudo de todas as maneiras” Encontram-se todas as sensações mesmo as que provêm de grupos marginais. Há sensações negativas ironicamente focalizadas, a sua presença manifesta a doença da civilização moderna. Aspectos modernistas (fábricas, transportes, cidades, multidões) Aspectos sensacionistas (“Sentir tudo de todas as maneiras”) Aspectos futuristas (discurso caótico, onomatopeias ousadas, variados tipos de letras, desvios sintácticos) Destruição das fronteiras entre passado, presente, futuro. O presente é o instante, concentração de todos os tempos Desejo de o sujeito se materializar nas máquinas e de as máquinas quererem ser humanizadas. Ode Triunfal “É uma coisa enorme, genial, das maiores entre a sua obra… Não se pode ser maior, mais belo, mais intenso de esforço… Não tenho dúvida em assegurá-lo, meu amigo, você acaba de construir a obra prima do Futurismo.” Mário de Sá-Carneiro
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