Exemplo Dos Blogs

  • December 2019
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Anais do VI Simpósio de Informática da Região Centro do RS - SIRC/RS 2007 - ISBN 978-85-88667-76-1 Santa Maria - RS, outubro de 2007.

Comunidades Virtuais como Tecnologia Educacional: O Exemplo dos Blogs Catiane Mazocco Paniz , Vanessa dos Santos Nogueira Província Marista do Rio Grande do Sul Escola Marista Santa Marta Santa Maria, RS {catiane.paniz,vanessa}@maristas.org.Br Resumo. Na constante busca de atualizar os processos educacionais as comunidades virtuais vem desmistificando o aprendizado no ciberespaço. Os blogs oferecem hoje a possibilidade de construção de conhecimento colaborativo dando autonomia aos seus usuários, eliminando as barreiras de tempo e espaço. Contemplamos aqui os aspectos dos blogs como comunidades virtuais de aprendizagem e suas implicações na educação contemporânea. Abstract. In the never ending search to improve the educational processes, virtual communities are desmystifying cyberspace learning. Blogs offer today the possibility of collaborative knowledge building, giving autonomy to the users, eliminating the time and space barriers. We contemplate here some aspects of blogs as learnship virtual communities and it´s implications on contemporary education. 1. Introdução A tecnologia hoje está presente no nosso dia-a-dia, em vários espaços que na maioria das vezes nem notamos sua presença. Esse crescimento vem alterando a nossa cultura de forma significativa e re-configurando nossos hábitos e a nossa estrutura social. A comunicação mediada por computador traz atualmente um novo conceito de comunidade. Um dos primeiros a definir comunidades virtuais foi Howard Rheingold em The Virtual Community, de 1998, definindo comunidades virtuais como “agregações sociais que emergem na Internet quando uma quantidade significativa de pessoas promove discussões públicas num período de tempo suficiente, com emoções suficientes, para formar teias de relações pessoais no ciberespaço” gerando a possibilidade de sentir-se parte de um contexto no ciberespaço, aproximando pessoas e criando uma nova forma de construção de conhecimento. A reflexão sobre redes e sua natureza na sociedade humana é, deveras, bastante ampla, encontrando ressonância em todos os campos das ciências. Nesse sentido, é

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importante referenciar o que pensa CAPRA (1996) sobre esse assunto. Para o autor, a rede é um elemento intrínseco do ser humano, sendo parte da constituição do homem desde seu nascimento até sua morte. A essa idéia se soma a questão virtual que, paulatinamente, vem integrando a humanidade numa nova rede de relações que passa também a ser da nossa constituição e natureza. As comunidades virtuais são, nesse caso, um dos elementos desse fenômeno com explicações que transcendem o entendimento no campo da educação. O uso de ferramentas como o blog para despertar o interesse pela aula é extremamente significativo, mas também muito complexo, porque não existem receitas prontas de como fazer funcionar de forma eficaz. É um exercício de erros e acertos, que não deve ser deixado de lado, pois seu uso pode trazer benefícios para educadores e educandos e auxiliar no processo de reflexão e construção do conhecimento. 2. Comunidades virtuais na educação As comunidades virtuais fazem com que o tempo e o espaço deixem de ser barreiras para a comunicação alterando o cotidiano escolar e desta forma tornando-o mais interessante e significativo. Pertencer a uma comunidade requer o sentimento de ligação e de participação. Considerando essa realidade virtual professor e aluno vem utilizando essa forma de socialização para enriquecer seus conhecimentos, fazendo assim com que a formação de professores seja discutida e repensada mudando os estilos convencionais de comunicação entre professor e aluno. Ninguém tem dúvidas que, atualmente, o mundo vive a era da informação e da comunicação. Observa-se que muitas atividades humanas trazem, agregadas a necessidade e a possibilidade da informatização. A informática está presente em quase todos os ramos das atividades humanas, quer seja um cálculo ou guardar uma informação. A invenção da escrita deu vida própria às palavras que, desde então, desprenderamse de seus autores. As palavras são transcendentes ao tempo, não dependendo mais de quem as retenha na memória e as reproduza quando lhe convir. A imprensa multiplica a palavra, tornando-a acessível a números cada vez mais elevados de pessoas. O computador, além de armazenar palavras e conceitos, facilita o acesso às informações, distribuindo, de forma antes inesperada, os dados que registrou. Diante dessa realidade, faz-se necessário que o ensino seja reestruturado para adequar-se às transformações do meio, já que na sociedade do conhecimento a escola passa a ser responsável pelo desempenho e resultados no processo de transformação da realidade. O que não pode ocorrer é o isolamento e a separação, como cita Lévy (1993) , “estamos na direção de uma potencialização da sensibilidade, da percepção, do pensamento, da imaginação. (...) então o inimigo necessário de ser evitado é o isolamento, a separação”. Nunca em toda história as informações e produtos circularam com tanta rapidez. Os novos meios de comunicação, especialmente a internet, fizeram cair às barreiras fronteiriças do mundo e qualquer cidadão hoje acessa jornais, museus, bibliotecas, enfim, o que se possa imaginar está ali. Isso democratizou o saber e facilitou o progresso individual.

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A tecnologia criou novos hábitos e padrões de comportamento. Uma das diversas formas de utilização desta tecnologia como ferramenta de comunicação são as comunidades virtuais. 2.1. O exemplo dos blogs Nas comunidades virtuais o tempo e o espaço não são mais barreiras para a comunicação mundial. Ter o sentimento de pertencimento passa a ser característica básica para se formar qualquer tipo de comunidade. Nas comunidades tradicionais as pessoas estão limitadas ao espaço geográfico onde nasceram, mas hoje com a diversidade de conhecimentos e informações que a realidade virtual proporciona é possível escolher o tipo de cultura que se quer conhecer. Essa alteração no cenário social provoca uma mudança de percepção temporal e geográfica. É possível hoje uma comunicação interativa com pessoas de diversos lugares do mundo com interesses em comum ou não e este encontro acontece no ciberespaço (ambiente gerado em três dimensões através de computadores conectados a internet). O ciberespaço cria uma realidade virtual onde não existem só informações, o desenvolvimento tecnológico trouxe junto novas formas de socialização, com essas ferramentas é possível criar vínculos afetivos e profissionais. Temos como exemplos de comunidades virtuais a Wikipédia, enciclopédia construída somente com colaboração de usuários da internet. O Orkut, Gazzag, beltrano, Multiply são redes de amigos que oferecem diversas formas de interação entre os usuários. O Modlle e o Twiki são softwares livres para construção de escrita colaborativa. O AulaNet, e-Proinfo, WebCT, Teleduc são ambientes de ensino on-line. Dentro desses ambientes virtuais onde se formam as comunidades existem diversas formas de comunicação síncrona e assíncrona como: fórum, e-mail, flogs, listas de discussão, chats conforme os interesses e necessidades dos integrantes de cada grupo.Isto tudo possibilita discussões, reflexões e troca de informações sobre diversos temas. As comunidades virtuais possibilitam aos indivíduos manifestarem suas individualidades e formar vínculos por afinidades, compartilhar experiências com um acesso rápido a informação e a comunicação. Assim o ciberespaço com todas possibilidades que oferece deve ser utilizado para aproximar pessoas e agregar conhecimentos. Quando se consegue um emprego, conclui um curso, conquista uma amizade entre pessoas que se conheceram no mundo virtual, percebemos que toda essa tecnologia está a serviço do ser humano. Com o crescimento das comunidades virtuais em especial os blogs, esse pode ser um canal de comunicação entre os educadores e alunos que buscam juntos o conhecimento, criando elementos para a promoção da inclusão social proporcionando acesso ao mundo de informação oferecido pela internet criando um conhecimento coletivo, Não basta somente oferecer acesso a tecnologia, um computador conectado a internet não é garantia de inclusão.

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Uma das dificuldades atuais é conciliar a extensão da informação e a variedade das fontes de acesso com o aprofundamento da sua compreensão, em espaços menos rígidos, menos engessados. Temos muitas informações e dificuldades em escolher quais são as significativas para nós e em conseguir integrá-las dentro da nossa mente e da nossa vida, cabe ao professor não só orientar o aluno em relação às fontes de conhecimento existentes, mas também a melhor forma de selecionar as diversas informações, transformando-as em conhecimento. Com o objetivo de preparar o aluno para o mundo, nas diversas formas que ele se apresenta, formando um cidadão capaz de fazer escolhas que contribuam para o crescimento social e diria até virtual, o blog é um dos meios de provocar no aluno um censo crítico, capaz de refletir sobre suas ações, a partir do momento que é levado a fazer escolhas e tornar pública sua opinião como nos diz Nóvoa, 1992, “a experiência não é nem formadora nem produtora. É a reflexão sobre a experiência que pode provocar a produção do saber e a formação”. 2.2.Blogs: Linkando idéias do real ao virtual Tendo em vista a necessidade de trabalhar com as ferramentas oferecidas pela tecnologia e buscando oferecer aos nossos educadores e alunos a possibilidade de interagir e construir cooperativamente, utilizamos a internet para tecer conhecimentos na rede através de blogs que possibilitam aos alunos discutirem e refletirem sobre vários assuntos estudados em aula. Por exemplo, nas aulas de ciências a utilização de blogs favoreceu discussões sobre a situação ambiental no mundo e principalmente na comunidade em que os educandos vivem. Além disso a utilização dos blogs possibilitou a integração dos educandos entre si, bem como entre os educandos e a professores e também a reflexão e utilização de outras formas de ensino pela professora. Foram criados blogs de acordo com o projeto de cada turma envolvida e um blog onde os professores encontram textos para reflexão e a divulgação de alguns trabalhos desenvolvidos no laboratório de tecnologias, no blog Informática na Educação, disponível em: encontramos o trabalho desenvolvido com os professores e os links para os blogs dos alunos. A escola onde as referidas experiências foram vivenciadas está situada à Vila Pôrdo-Sol, numa região de ocupação, nascida da antiga fazenda Santa Marta, local que um grupo de famílias pertencentes ao Movimento Nacional de Luta pela Moradia ocupou em dezembro de 1991. Atualmente, o local é de propriedade do Estado do Rio Grande do Sul e está em processo de regularização fundiária. A escola nasceu com a intenção de transformar a vida e a situação das crianças e dos jovens, especialmente dos menos favorecidos, oferecendo-lhes uma educação integral, humana e espiritual, baseada em um amor pessoal para com cada um deles. Os alunos só tem contato com a tecnologia do computador no ambiente da escola e este trabalho mostra aos educandos uma nova visão de mundo, novas possibilidades e perspectivas.

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Antes de iniciar o trabalho foi realizada uma pesquisa em diversos blogs utilizados para fins educacionais onde foi possível perceber o crescente número de professores que estão ingressando em comunidades virtuais em busca de conhecimento e atualização. O interesse dos alunos quando se deparam com as possibilidades oferecidas pelo ciberespaço, surgindo assim a questão de como aproveitar ao máximo esse recurso e quais as direções, guiados nessa reflexão pelo pensamento de CASTELLS (1999, p.436) sobre o surgimento de um novo sistema de comunicação global que “está mudando e mudará para sempre nossa cultura” atribuindo à tecnologia as mudanças culturais a ela associada.” O blog é hoje uma forma de publicação na web de fácil acesso que oferece opções de se trabalhar além do conteúdo, mas também a autonomia, o respeito pela opinião do outro, o trabalho em equipe, construção coletiva e a inclusão social. O blog é um ambiente aberto, não foi desenvolvido para um uso educacional, mas se afirmamos que a educação deve preparar o aluno para a vida, e oferecer situações que o aluno seja capaz de resolver problemas e fazer escolhas os blogs podem ser um meio de se trabalhar os valores, esse contato com uma comunidade virtual que nos apresenta diversas escolhas, que além do conteúdo a ser desenvolvido podemos aproveitar a tecnologia para aproximar pessoas, que a máquina pode ser utilizada pra expressar sentimentos. Atrás do computador têm uma pessoa com emoções, medos, angústias, sonhos e conhecimentos a compartilhar. A utilização dos blogs favoreceu também aos educandos tornarem-se mais reflexivos e críticos em relação aos assuntos e notícias lidas e estudadas por eles, além de possibilitar a integração com outros educandos. 3. Considerações finais O desejo de mudança da prática pedagógica se amplia na sociedade da informação quando o docente se depara com uma nova categoria do conhecimento, denominada digital. Segundo Pierre Lévy (1993), “o conhecimento poderá ser apresentado de três formas diferentes: a oral, a escrita e a digital”. Embora as três formas coexistam, torna-se essencial reconhecer que a era digital vem se apresentando com uma significativa velocidade de comunicação. O trabalho com blogs tem apresentado resultados notáveis na construção do conhecimento dos alunos transformando informação em conhecimento, expondo seus pensamentos e respeitando a opinião do outro, que demonstram cada vez mais interesse pela tecnologia. A aquisição de informação, dos dados dependerá cada vez menos do professor. As tecnologias podem trazer hoje dados, imagens, músicas, resumos de forma rápida e atraente. O papel do professor – o papel principal – é ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los. Sobre a formação docente Nóvoa, afirma que:

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Portanto, uma perspectiva para a formação do professor é a formação-ação proposta: É preciso trabalhar no sentido diversificado dos modelos e das práticas de formação, instituindo novas relações dos professores com o saber pedagógico e cientifico. A formação passa pela experimentação, pela inovação, pelo ensaio de novos modos de trabalho pedagógico. E por uma reflexão crítica sobre a sua utilização. A formação passa por processos de investigação, diretamente articulados com as práticas educativas (1992, p.28)

Na perspectiva transformadora de uso das TIC’s na educação, o professor é desafiado a assumir uma postura de aprendiz ativo, crítico e criativo, constante pesquisador sobre o aluno, seu nível de desenvolvimento cognitivo, emocional e afetivo, sua forma de linguagem, expectativas e necessidades, seu contexto e cultura. Para Fazenda: O professor é o consultor, articulador, mediador e orientador do processo em desenvolvimento do aluno. A criação de um clima de confiança, respeito às diferenças e reciprocidade encoraja o aluno a reconhecer seus conflitos e a descobrir a potencialidade de aprender a partir dos próprios erros. Da mesma forma, o professor não terá inibições em reconhecer seus próprios conflitos, erros e limitações e em buscar sua depuração, numa atitude de parceria e humildade diante do conhecimento, que caracteriza a postura interdisciplinar (1994, p 84).

A partir de uma mudança pessoal e profissional é que se começa a refletir sobre a mudança da escola tradicional para uma escola que incentive a imaginação, a leitura prazerosa, a escrita criativa, favorecendo a iniciativa, a espontaneidade, o questionamento e a inventividade, de maneira a promover e vivenciar a cooperação, o diálogo, a partilha e a solidariedade. Cabe, desta forma, ao professor assumir o papel de protagonista da sua própria formação devendo refletir sobre sua própria prática para superar os obstáculos e aperfeiçoar o processo de ensino – aprendizagem, possibilitando assim um ensino mais reflexivo e autônomo. 4. Referências bibliográficas CAPRA, Fritjof. A Teia da Vida. Ed. Cultrix: São Paulo-SP, 1996. FAZENDA, Ivani C. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. São Paulo: Papirus, 1994.

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NEGROPONTE, Nicholas. A Vida Digital. São Paulo. São Paulo. Cia das Letras, 1995 RHEINGOLD, Howard. The Virtual Community, 1988. Disponível . Acesso em: 01 de abril de 2007

em

LÉVI, Pierre. A inteligência coletiva. São Paulo: Loyola, 1998. LÉVI, Pierre.As tecnologias da inteligência. O futuro do pensamento na era da informática, São Paulo, 1993. NÓVOA, Antônio. Os professores e sua formação. Lisboa, Dom Quixote, 1992. NOGUEIRA, Vanessa dos Santos. Informática na Educação. Disponível em: Acesso em: 01 de setembro de 2007 VALENTE, José Armando. Formação de Educadores para o Uso da Informática na Escola. Campinas: UNICAMP-NIED, 2003. VALENTE, José Armando. O Computador na Sociedade do Conhecimento. Campinas: UNICAMP/NIED, 1999. VALENTE, José Armando. O uso inteligente do computador na educação. Disponível em: Acesso em: 01 de abril de 2007

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