Dimensionamento de pessoal de enfermagem na Unidade Semi- Intensiva do Hospital de Clínicas da UFPR por meio do Nursing Activities Score
2006
Dimensionamento de pessoal de enfermagem na Unidade Semi-Intensiva do Hospital de Clínicas da UFPR por meio do Nursing Activities Score Prof. Mda. Cíntia da Silva Mazur Prof. Dra Lillian Daisy G. Wolff Enf. Cristiane Wiezbicki Enf. Cristina Bello Barros Enf. Valdete Alves da S. de Quadros
Finalidade do CTSI
Destina-se a assistência a pacientes clínicos semicríticos portadores de diferentes patologias, que necessitam de: • controle hemodinâmico; • suporte ventilatório; • intervenção em caráter de urgência; • monitorização contínua;e • prevenção de agravamento do seu quadro clinico.
Quadro 1 – Número de leitos e pacientes/dia do CTSI segundo a especialidade, HC/UFPR, 2004 Especialidade
N° Leitos
Pacientes/dia
Clinica Médica
15 (SI)
15,8
Cardiologia
06 (UTI)
4,1
Neurologia
04 (UTI)
6,1
Método de Organização da Assistência de Enfermagem
Método Integral: • O profissional de enfermagem assume todos os cuidados ao paciente a quem foi designado
Problema da pesquisa
Observações da enfermagem do CTSI: • Mudança do perfil dos pacientes • Nível de dependência maior • Exigência de cuidados mais complexos • Aumento da carga de trabalho da enfermagem
Qual é a real carga de trabalho da enfermagem no CTSI para o dimensionamento de pessoal?
Objetivo Geral da pesquisa
Dimensionar o pessoal de enfermagem para o CTSI de acordo com as especificidades desta unidade.
Objetivos Específicos
Caracterizar o perfil dos clientes do CTSI.
Aplicar o Nursing Activities Score para estimar a carga de trabalho de enfermagem.
Determinar o Índice de Segurança IST do CTSI.
Metodologia
Local : CTSI – HC/UFPR
Comitê de Ética do HC
Tipo de pesquisa: descritiva, de abordagem quantitativa
Metodologia
Instrumentos de coleta de dados • Perfil dos pacientes e Nursing Activities Score (NAS) • Escalas de trabalho • Censo hospitalar
Coleta de dados
Amostragem: intencional, nãoprobabilística.
Critérios para seleção de pacientes: • internação: no mínimo 24h; • avaliação pelo NAS desde a admissão até a alta; • n° mínimo: 100 pacientes
Coleta de dados - NAS
Consulta ao prontuário e observação dos cuidados realizados
Realizada por enfermeiras da unidade e alunas voluntárias, previamente treinadas e acompanhadas
Período: 25.10 a 31.12.2004.
Resultados Perfil dos pacientes
Especialidade de internação 14%
INT-CM INT-CARDIO INT-NEU
18%
68%
Resultados Perfil dos pacientes
Procedência do paciente 2% 1% 8%
1% 2%
0% 1%
9%
76%
PRO-CC PRO-PA PRO-CM PRO-UTI PRO-OH PRO-INF PRO-CIR PRO-HEM PRO-NI
Resultados Perfil dos pacientes
Tipo de saída dos pacientes 3%
11%
29%
28%
1%
28%
SAÍ-CC SAÍ-UTI SAÍ-ÓBI SAÍ-TI SAÍ-PA-OBS SAÍ-ALT
Resultados Perfil dos pacientes
Sexo dos pacientes
48%
52%
SEXO F SEXO M
Resultados Perfil dos pacientes
Local de residência dos pacientes 11%
28%
2%
59%
R-C R-RM R-IE R-OE
Resultados Principais diagnósticos UTI CARDIO IAM
UTI NEURO AVC
CLÍNICA MÉDICA Pneumonia Sepses
Resultados - NAS
Escore médio do NAS - 45,85 % 45,85 + 15 (desvio padrão) = 60,85 Cada ponto NAS = 14,4 min
Portanto: 60,85 pontos NAS = 14,60 de assistência por paciente, nas 24 horas.
Resultados - NAS Horas de enfermagem x Idade Tabela 1- Horas de enfermagem por quartil de faixa etária Quartil/ Idade (25%) 16 a 40 anos
Horas-enf/ Pacientes/dia 13,52
(50%) 41 a 69 anos
15,09
(25%) 70 a 94 anos
14,01
Tabela 2- Horas de enfermagem por tipo de assistência Resolução 293 (COFEN/2004) Tipo de Assistência Autocuidado
Horas-enf / Pacientes/dia 3,8
Intermediaria
5,6
Semi-intensivo
9,4
Intensiva
17,9
CTSI – 14,60horas
Resultados – NAS
CTSI
UTI
Clínica Médica
14,60 horas
14,30 horas
15,81 horas
UTI - Neuro
UTI - Cárdio
16,20 horas
13,35 horas
Cálculo
Q=
( NAS + S NAS ) * 24 1 + E % * 1 + F % * 1 + V % * 1 + A % 100
t
100
100
Q=
( 45,85 + 15) * 24 1 +
Q=
60,85 24 * { [1,4 *1,0610 *1,0566 *1,0564]} 100 6
Q=
60,85 24 * *1,6580 100 6
100
6
100
100
40 6,10 5,66 5,64 * 1 + * 1 + * 1 + 100 100 100 100
Q = 0,60*4*1,6580 Q =2,4*1,6580= 3,97 aprox. 4 pessoas
Cálculo
Número de profissionais = 2,4 * 25= 60 pessoas Considerando absenteísmo = 4 * 25 = 100 pessoas 2,4 * 6= 14,4 h/pct/24 horas
Tabela 3 – Quadro de pessoal de enfermagem existente em 2004 e projetado para o CTSI Quadro de pessoal Existente Categoria Profissional
Projetado mantendo proporção das categorias
Projetado segundo a Res 293/004 COFEN
Enfermeiro
7 (10%)
10 (10%)
42 (42%)
Técnico
3 (4%)
4 (4%)
29 (58%)
Auxiliar
61 (86%)
86(86%)
29
Total
71 (100%)
100 (100%)
100 (100%)
Conclusões
Independente da complexidade do ponto de vista clínico, os pacientes do CTSI demandam uma carga horária expressiva destinada a cuidados de enfermagem, e que devem ser levadas em conta no planejamento de recursos humanos de enfermagem.
Conclusões
O Score NAS não varia com a idade dos pacientes A complexidade dos cuidados dos pacientes internados pela Clínica Médica é maior que a dos pacientes da UTI (Neuro e Cárdio)
Conclusões
A complexidade dos cuidados dos pacientes da UTI Neuro é maior que a dos pacientes da UTI Cárdio
Conclusões
Há necessidade de: • inclusão de 29 funcionários de enfermagem no quadro de profissionais do CTSI; • proporcionalidade entre as categorias profissionais; • reorganização do processo de trabalho
Considerações finais
Estudos futuros: • aprofundamento do conhecimento do processo de trabalho na unidade; • investigação do índice de gravidade de clientes do CTSI • auditorias de qualidade • clima organizacional • satisfação do usuário/familiares
Referências
GAIDZINSKI, Raquel Rapone . Dimensionamento de pessoal de enfermagem em instituições hospitalares. [tese]. São Paulo (SP): Escola de Enfermagem/USP; 1998.
______ ; Dimensionamento de pessoal de enfermagem. In: Paulina Kurcgant. (Org.). Administração em enfermagem. 1ª ed. São Paulo, 1991, v. , p. 9196. ______ ; FUGULIN, Fernanda Maria Togeiro ; CASTILHO, Valéria . Dimensionamento de pessoal de enfermagem em instituições de saúde. In: Paulina Kurcgant. (Org.). Gerenciamento em enfermagem. São Paulo, 2005. QUEIJO, A.F. Tradução para o português e validação de um instrumento de medida de carga de trabalho de enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva: Nursing Activities Score(N.A.S) São Paulo, 2002. Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo. MIRANDA, Dinis Reis; NAP, Raoul; DE RIJK, Angelique; SCHAUFELI, Wilmar ; IAPICHINO. Nursing activities score. Critical Care Medicine. 31(2):374-382, February 2003.