Estudo Vida De Zacarias.docx

  • Uploaded by: José Ribamar Alves
  • 0
  • 0
  • November 2019
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Estudo Vida De Zacarias.docx as PDF for free.

More details

  • Words: 27,651
  • Pages: 56
ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS

Witness Lee

CONTEÚDO 1. Uma Palavra Introdutória 2. As Visões de Consolação e Promessa (1) 3. As Visões de Consolação e Promessa (2) 4. As Visões de Consolação e Promessa (3) 5. As Visões de Consolação e Promessa (4) 6. As Visões de Consolação e Promessa (5) 7. As Visões de Consolação e Promessa (6) 8. A Advertência a Israel para Voltar-se da Vaidade da Sua Religião Ritualística para a Realidade de uma Vida Piedosa, e o Desejo de Jeová de Restaurar Israel 9. As Profecias de Encorajamento (1) 10. As Profecias de Encorajamento (2) 11. As Profecias de Encorajamento (3) 12. As Profecias de Encorajamento (4) 13. As Profecias de Encorajamento (5) 14. As Profecias de Encorajamento (6) 15. Uma Palavra Com Respeito ao Espírito Humano e o Cristo Revelado em Zacarias

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS MENSAGEM UM UMA PALAVRA INTRODUTÓRIA Leitura bíblica: Zc 1:1-6 Com esta mensagem começamos o Estudo-Vida de Zacarias. I. O STATUS DE ZACARIAS A. Neto de Ido e Filho de Berequias Zacarias era neto de Ido e filho de Berequias (Zc 1:1). Em hebraico o nome Ido quer dizer “em um tempo designado”; o nome Berequias quer dizer “Jeová abençoará”; e o nome Zacarias quer dizer “Jeová Se lembrará.” Enfim, o significado total dos três nomes Zacarias, Berequias e Ido é que num tempo designado Jeová abençoará e Jeová Se lembrará. B. Nascido de uma Família Sacerdotal no Cativeiro e Se Tornando um Profeta Que Retornou a Judá Zacarias nasceu numa família sacerdotal no cativeiro (Ne 12:1, 4, 12, 16). Ele foi primeiro um sacerdote, e então se tornou um profeta. Ele retornou à Judá com Zorobabel no tempo do profeta Ageu em cerca de 520 a.C. (Esdras 5:1). Zacarias e Ageu encorajaram a edificação do templo de Deus sob as mãos de Zorobabel e Josué. Josué era o sumo sacerdote, representando o sacerdócio, e Zorobabel, um descendente da família real, era o governador de Judá, representando o reinado. Assim, o templo de Deus foi edificado por meio do reinado com o sacerdócio. Da mesma forma, na edificação da igreja como o Corpo de Cristo, tanto o sacerdócio quanto o reinado são necessários. II. O TEMPO E O LUGAR DO MINISTÉRIO DE ZACARIAS A época do ministério de Zacarias foi do segundo ano de Dario Histapes (1:1; Esdras 4 – 6; diferente tanto do Dario em Daniel 9:1; 11:1 quanto daquele em Neemias 12:22), até cerca de 518 a.C., o quarto ano de Dario (7:1). III. A PALAVRA DE ABERTURA O livro de Zacarias inicia com uma palavra de exortação aos filhos de Israel para voltar a Jeová com a promessa de que Jeová Se voltará a eles (1:2-6). Eles tinham voltado da Babilônia para Jerusalém, mas provavelmente a maioria deles não tinha voltado ao SENHOR. O versículo 3 diz, “Tornai para mim, diz Jeová dos exércitos, e tornarei para vós, diz o SENHOR dos exércitos.” Aqui temos um princípio: primeiro temos que nos voltar ao Senhor, e então o Senhor Se voltará a nós. IV. O OBJETIVO DA PROFECIA DE ZACARIAS O objetivo da profecia de Zacarias é uma palavra amável de consolação de Jeová e a promessa para Seu povo escolhido castigado que por meio da redenção de Cristo, que em Sua humilhação se tornou o Companheiro de seus sofrimentos no cativeiro deles.

V. O PENSAMENTO CENTRAL DA PROFECIA DE ZACARIAS O pensamento central da profecia de Zacarias é que Jeová Se lembra de Seu povo castigado e simpatiza com eles em seu sofrimento da ação excessiva das nações, no levar a cabo a punição de Israel por Jeová. Deus usou as nações para punir Israel, porém as nações foram muito longe no levar a cabo a punição de Deus de Seus eleitos. Para o sofrimento de Israel pela Sua punição, Deus enviou Cristo como Seu Anjo para estar com eles e ir com eles por meio de seu cativeiro, que realizou uma excelente redenção para a sua salvação. Ele também levantou “ferreiros” para tratar com as nações que haviam tratado excessivamente com Israel (vv. 20-21). Por meio de Zacarias, um profeta da restauração, Deus deu a Seu povo castigado uma palavra amável de consolação e promessa, dizendo que Ele traria de volta, para seu próprio país, o Israel disperso, com a expectativa de um tempo de restauração e prosperidade (vv. 12-17; 2:1 – 4:14; 6:9-15; 8:1-23). Nesse pensamento central há vários fatores importantes: A simpatia de Deus, a redenção, a salvação, o Salvador, o Redentor e o Libertador. Por causa de Sua simpatia, Deus veio para consolar o povo a quem Ele tinha castigado. Nessa obra consoladora, Cristo foi enviado para cumprir a redenção para a salvação deles, fazendo de Cristo o Salvador deles como também o seu Redentor. Na redenção de Deus para salvação, Cristo é a centralidade. Cristo veio a primeira vez para resgatar o eleito de Deus ao ser crucificado e derramar Seu sangue. Sua segunda vinda não será para resgatar, mas para libertar o eleito de Deus das mãos do Anticristo e trazer um tempo de restauração e prosperidade. Assim Cristo é também o Libertador, fazendo de Cristo a universalidade. Neste único versículo vemos Cristo na cruz como o centro, e desse centro Cristo está Se espalhando para a circunferência. Essa é a universalidade de Cristo. Efésios nos diz que esse Cristo redentor que produziu o Corpo, a igreja, é Aquele que a tudo enche em todas as coisas (1:22-23). Ele seguramente é a centralidade e a universalidade no plano de Deus e na redenção de Deus. VI. UMA COMPARAÇÃO ENTRE OS PROFETAS ISAÍAS, DANIEL E ZACARIAS Precisamos fazer uma comparação entre os três profetas, Isaías, Daniel e Zacarias, em duas questões: na economia de Deus para com Seu povo escolhido e em Cristo para o povo de Seu interesse. A. Na Economia de Deus para com Seu Povo Escolhido 1. Em Isaías No que diz respeito à economia de Deus para com Seu povo escolhido, Isaías revela que todas as nações são para Seu povo escolhido quer seja de maneira positiva ou negativa. A verdadeira preocupação de Deus é por Israel, e todas as nações são utilizadas por Deus para o benefício de Israel, de maneira positiva ou negativa. Por exemplo, a Babilônia sob o governo de Nabucodonosor foi usada de maneira negativa, considerando que a Média-Pérsia governada por Ciro foi usada de maneira positiva. Ciro foi escolhido por Deus e era Sua alegria. Deus o considerou como o pastor do Seu povo no cativeiro deles. 2. Em Daniel Todas as nações estão soberanamente debaixo do governo divino de Deus para Israel ser a testemunha de Deus e testemunho na terra. Satanás usou Nabucodonosor para destruir

Judá e levar os judeus cativos para Babilônia. A intenção de Satanás era terminar o testemunho de Deus na terra com todas as Suas testemunhas. Mas ele não percebeu que entre esses cativos, Deus tinha quatro jovens vencedores. Tudo o que Satanás fazia, esses vencedores tinham uma maneira de se oporem a ela e anulá-la. Eles venceram a dieta demoníaca, a cegueira diabólica e a sedução de adoração de ídolo. Todos os dispositivos de Satanás somente resultaram no testemunho de Deus que foi fortalecido e engrandecido pelos Seus jovens vencedores. Por fim, a autoridade para governar a terra de Babilônia estava nas mãos de Daniel e seus três amigos. 3. Em Zacarias Em Zacarias os procedimentos de todas as nações com Israel são para Israel experimentar Cristo em sua ignorância. A preocupação de Deus por Israel é vista nos Seus procedimentos com todas as nações. B. Em Cristo para o Povo do Interesse de Deus 1. Em Isaías O livro de Isaías desvenda Cristo em muitos pontos, principalmente com respeito ao ser de Cristo, isto é, com respeito ao que Cristo é. Com relação à Cristo para com o povo do interesse de Deus, em Isaías vemos que Cristo é conduzido como Aquele que é todo-inclusivo para satisfazer as necessidades do Israel castigado e das nações julgadas. Deus é muito misericordioso em Seu procedimento não só para trazer Cristo para Israel, mas também para com as nações. Portanto, Cristo não só é o Salvador de Israel, mas também de todas as nações. 2. Em Daniel O livro de Daniel revela que Cristo é Aquele que é excelente que veio para ser crucificado para produzir a nova criação para unir-se a Ele como Sua noiva e que voltará com Sua noiva para dar fim ao governo humano e substituí-lo com o reino eterno de Deus. Em Daniel vemos que Cristo em Sua crucificação é o marco entre a velha e a nova criação de Deus. Em Sua aparição ao profeta, Ele era Aquele que é excelente e precioso para apreciação e expectativa do povo de Deus. Em Sua aparição aos poderes humanos na terra, Ele dará fim ao governo humano e se tornará o reino divino em toda a terra pela eternidade. 3. Em Zacarias Em Zacarias vemos que Cristo como o Enviado de Deus é um com o sofrimento do povo de Deus para ser seu Redentor. Também vemos que na Sua humilhação Ele continua com eles por meio do seu sofrimento para ser seu Salvador de maneira perfeita e consoladora. O livro de Zacarias não dá ênfase ao ser de Cristo ou Sua obra. Antes, revela Cristo como Aquele que foi enviado para Israel como seu Rei, de forma humilde, todavia Ele foi detestado, vendido, ferido, e transpassado, e, por meio disso, realizou a redenção para eles. Cristo como o Anjo do SENHOR estava com eles no seu cativeiro. Finalmente, Cristo lutará por Israel e será o Rei sobre toda a terra.

130

VII. AS SEÇÕES DESTE LIVRO A. A Palavra Introdutória A primeira seção do livro de Zacarias é a palavra introdutória em 1:1-6. B. As Visões de Consolação e Promessa A segunda seção de Zacarias consiste nas visões de consolação e promessa (1:7-6:15). Essas visões incluem a visão de um homem como o Anjo do SENHOR montando em um cavalo vermelho e parado entre as murteiras no fundo do vale (1:7-17); a visão dos quatro chifres e os quatro ferreiros (1:18-21); a visão de um homem com um cordel de medir em Sua mão (cap. 2); a visão de Josué o sumo sacerdote aperfeiçoado, estabelecido e fortalecido pelo Anjo do SENHOR com Zorobabel o governador de Judá (cap. 3); a visão do candelabro de ouro e duas oliveiras, uma à sua direita e a outra à sua esquerda (cap. 4); a visão do rolo volante (5:1-4); a visão do vaso de efa (5:5-11); a visão dos quatro carros (6:1-8); a palavra conclusiva para confirmar as oito visões por meio da coroação de Josué como um tipo de Cristo que edificará o templo de Deus e manterá os dois ofícios—o sacerdócio e o reinado—em paz no Seu trono (6:9-15). C. A Advertência a Israel e o Desejo do SENHOR de Restaurar Israel A próxima seção (caps. 7-8) consiste na advertência a Israel de voltar da vaidade de sua religião ritualística à realidade de uma vida piedosa, e o desejo do SENHOR de restaurar Israel. D. As Profecias de Encorajamento Centradas em Cristo A última seção (caps. 9-14) abrange as profecias de encorajamento centradas em Cristo. Essas profecias incluem a profecia relacionada às nações ao redor de Judá em relação a Israel (cap. 9); a profecia relacionada à visitação amorosa do SENHOR a Israel (cap. 10); a profecia relacionada ao viver de Israel sob a opressão do império romano (cap. 11); e a profecia relacionada ao destino de Israel na grande guerra do Armagedom, na salvação de sua casa, no milênio (caps. 12-14).

131

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS MENSAGEM DOIS AS VISÕES DE CONSOLAÇÃO E PROMESSA (1) Leitura bíblica: Zc 1:7-21 Nesta mensagem consideraremos as duas visões de consolação e encorajamento em 1:7-21. Ambas as visões são fortes consolações com doces promessas de expectativa para o sofrimento o Israel. I. A VISÃO DE UM HOMEM COMO O ANJO DO SENHOR MONTADO NUM CAVALO VERMELHO E PARADO ENTRE AS MURTEIRAS NO FUNDO DO VALE A. Um Homem O versículo 8a diz, “Tive de noite uma visão, e eis um homem montado num cavalo vermelho.” Este Homem é Cristo em Sua humanidade. Para Daniel, esse Homem era excelente; para Zacarias, Ele era muito zeloso. B. O Anjo do SENHOR O Homem aqui é o Anjo de Jeová (v. 11a). O Anjo do SENHOR é o próprio SENHOR como o Deus Triúno (Êx 3:2a, 4-6, 13-15). O Anjo do SENHOR também é Cristo como a corporificação do Deus Triúno (Cl 2:9) e como o Enviado de Deus (Jo 5:36-38; 6:38-39). O Anjo do SENHOR também é o Anjo de Deus que escoltou e protegeu Israel no caminho deles do Egito para a terra prometida (Êx 23:20; 32:34; Jz 6:19-24; Is 63:9). C. Montado num Cavalo Vermelho O Homem nesta visão está montado num cavalo vermelho (Zc 1:8a). Em Apocalipse 6 o cavalo vermelho representa guerra que sempre envolve matança, mas aqui o cavalo vermelho representa o mover rápido de Cristo em Sua redenção mediante o derramar do Seu sangue. D. As Murteiras O versículo 8b diz, “Ele estava parado entre as murteiras que estavam no vale; atrás dele estavam cavalos vermelhos, baios e brancos.” Essas murteiras retratam o povo humilhado de Israel no seu cativeiro. E. Permanecendo entre as Murteiras no Fundo do Vale Como Cristo estava montado num cavalo vermelho, Ele estava parado entre as murteiras que estavam no fundo do vale. O estar parado de Cristo entre as murteiras que estavam no vale significa que Ele permaneceu fortemente entre o Israel capturado na parte mais baixa do vale em sua humilhação. O Israel capturado estava na mais baixa parte do vale, e Cristo estava pronto para fazer qualquer coisa por eles rápida-mente. Como Aquele sobre o cavalo vermelho, Cristo, o Redentor, era o Protetor de Israel, pronto para fazer qualquer coisa por eles rapidamente de modo a cuidar deles no cativeiro. 132

F. Atrás do Anjo do SENHOR, Havia Cavalos Vermelhos, Baios e Brancos “Atrás dele estavam cavalos vermelhos, baios e brancos” (v. 8c). Cristo estava montando num cavalo vermelho, e seguindo O estavam cavalos de três cores diferentes. Os cavalos de três cores diferentes indicam que a redenção de Cristo (o cavalo vermelho) conduz o Israel arrependido (os cavalos baios) para ser justificado e aceito rapidamente por Deus (os cavalos brancos). Embora eles fossem o povo redimido de Deus (os cavalos vermelhos), todavia, visto que eles não eram puros, eles são retratados também pelos cavalos baios (a cor baia indica mistura). A palavra vermelho indica redenção, e a palavra baio indica uma mistura. Eles precisam contatar Deus e serem tratados por Ele de modo a ganhar Deus e serem justificados por Ele, e assim tornarem-se aqueles retratados pelos cavalos brancos. Uma vez que eles se arrependam, serão prontamente aceitos por Deus e justificados por Ele. Esta visão dos cavalos retrata a situação de Israel em seu cativeiro. Aos olhos de Deus, Cristo o Redentor estava com eles tomando a liderança, e eles, o povo redimido de Deus, estavam seguindo-O. Visto que eles eram o povo redimido de Deus, eles aparecem, à primeira vista, como cavalos vermelhos. Todavia, visto que eles não eram puros, eles são retratados também pelos cavalos baios (a cor baia indica mistura). Eles precisam contatar Deus e serem tratados por Ele de modo a ganhar Deus e serem justificados por Ele, e assim tornarem-se aqueles que são retratados pelos cavalos brancos. Uma vez que eles se arrependam, serão prontamente aceitos por Deus e justificados por Ele. G. Os Cavalos Vermelhos, Baios e Brancos Foram Enviados pelo SENHOR Para Percorrer a Terra “Então perguntei: Meu SENHOR, quem são estes? Respondeu-me o anjo que falava comigo: Mostrar-te-ei quem são estes. Respondeu o homem que estava parado entre as murteiras e disse: Estes são os que o SENHOR tem enviado para correrem a terra. Eles responderam ao anjo do SENHOR que estava parado entre as murteiras, e disseram: Nós temos percorrido a terra e eis que a terra toda está quieta e em descanso” (vv. 9-11). Aqui vemos que os cavalos vermelhos, baios e brancos, representando aqueles entre Israel que seriam resgatados e trazidos de volta a Deus para Sua justificação e aceitação, tinham sido enviados por Jeová para percorrer a terra; e eles responderam ao Anjo do SENHOR que estava parado entre as murteiras que eles tinham percorrido a terra e tinham visto que toda a terra estava quieta e em descanso. Esses versículos revelam que além de Cristo que tinha sido enviado como o Redentor para cuidar de Israel em seu cativeiro, outros tinham sido enviados por Deus para percorrer a terra para ver a situação das nações. Como indicado pelo movimento dos cavalos, o povo de Deus capturado ficou desestruturado e sem paz, sem descanso e sem o desfrute da vida. As nações, pelo contrário, estavam quietas e em descanso (v. 11). Isto indica que, aos olhos de Deus, todas as nações ao redor de Israel, naquele tempo, estavam sentadas e desfrutando sua vida em paz e quietude ao passo que os eleitos de Deus estavam sofrendo. H. O Anjo do SENHOR Intercede No versículo 12 vemos que o Anjo do SENHOR intercedeu por Israel. “Então respondeu o anjo do SENHOR: Até quando, SENHOR dos exércitos, não terás tu compaixão de Jerusalém e das cidades de Judá, contra as quais tens alimentado indignação estes setenta anos?”

133

I. O SENHOR Responde ao Anjo Que Falou com Zacarias Nos versículos de 13 a 17 temos a resposta do SENHOR à intercessão de Cristo por Israel. O SENHOR respondeu ao anjo que falou com Zacarias com palavras boas, com palavras consoladoras, e o anjo disse a ele, “Clama, dizendo: Assim diz o SENHOR dos exércitos: Zelo a Jerusalém e a Sião com grande zelo” (v. 14). Pelo fato de as nações estarem sentadas e em paz enquanto Jerusalém estava em dificuldade, o SENHOR estava com muito ciúme por Jerusalém. Ele estava extremamente indignado com as nações que estavam à vontade e ainda sentadas e quietas (v. 15a). Deus estava um pouco indignado com Israel, porém as nações, em seu levar a cabo a punição de Deus sobre Israel, tratou com Israel excessivamente (v. 15b). O versículo 16 continua dizendo, “Portanto assim diz o SENHOR: Acabo de voltar para Jerusalém com misericórdia; nela será edificada a minha casa, diz o SENHOR dos exércitos, e o cordel será estendido sobre Jerusalém.” Medir é para o propósito de posse. Para o SENHOR fazer com que um cordel de medir fosse estendido sobre Jerusalém, significa que Ele possuiria aquela cidade. Setenta anos foram determinados por Deus para Jerusalém, Agora, Ele estava voltando para repossuir a cidade; assim, Ele levou um cordel de medir para estendê-lo sobre ela (2:1). No versículo 17 o SENHOR continuou dizendo, “Torna a clamar, dizendo: Assim diz o SENHOR dos exércitos: As minhas cidades ainda se trasbordarão de bens; o SENHOR ainda confortará a Sião, e ainda escolherá a Jerusalém.” Essa maneira de orar de Cristo por Israel foi respondida por Deus. II. A VISÃO DOS QUATRO CHIFRES E DOS QUATRO FERREIROS Nos versículos de 18 a 21 temos a visão dos quatro chifres e dos quatro ferreiros. A. Uma Resposta para a Intercessão de Cristo Esta visão era a resposta à intercessão de Cristo por Sião e Jerusalém (vv. 12-17). B. Os Quatro Chifres “Levantei os meus olhos, e vi, e eis quatro chifres. Eu perguntei ao anjo que falava comigo: Que são estes? Ele me respondeu: Estes são os chifres que espalharam a Judá, a Israel e a Jerusalém.” (vv. 18-19). Os quatro chifres são os quatro reinos com seus reis—O império babilônico, medo-persa, grego e romano—também retratados pela grande imagem humana em Daniel 2:31-33 e pelas quatro bestas em Daniel 7:3-8, que danificaram e destruíram o povo escolhido de Deus. C. Os Quatro Ferreiros “O SENHOR mostrou-me quatro ferreiros. Então perguntei: Que vêm estes a fazer? Ele respondeu: Esses são os chifres que espalharam a Judá, de tal sorte que ninguém levantou a sua cabeça; mas estes são vindos para lhes meterem medo, para abaterem os chifres das nações que levantaram o seu chifre contra a terra de Judá a fim de a espalhar.” (vv. 20-21). Os quatro ferreiros (v. 20) são as habilidades usadas por Deus para destruir estes quatro reinos com seus reis. Cada um dos três primeiros reinos— Babilônico, Medo-Persa e Grego—foi assumido de maneira hábil pelo reino que o seguiu (cf. Dn 5; 8:3-7). O quarto ferreiro será Cristo, como a pedra cortada sem auxílio de mãos, que esmagará o império romano restaurado e, por meio disso, esmagará a grande imagem humana como a totalidade do governo humano em Sua volta (Dn 2:31-35). 134

Cada um dos três primeiros reinos—babilônico, medo-persa e grego—foi assumido de maneira hábil pelo reino que o seguiu. A Babilônia foi derrotada numa noite quando Dario o Medo veio e derrotou Belsazar. Quão hábil foi Dario! Assim, como Daniel 8 revela, o bode da Macedônia (o império grego sob as ordens de Alexandre o Grande) veio pisotear o carneiro da Pérsia. A história nos diz que Alexandre o Grande era muito hábil. Ele era um dos ferreiros que lidaram com os quatro chifres. Depois o império romano veio para lidar com a Grécia. Estes quatro impérios são os fatores centrais da história humana. Por fim, o império romano restabelecido será esmagado em pó por Cristo como o Ferreiro principal. Todos os quatro impérios devastaram e destruíram Israel. Mas todos eles foram ou, no caso do império romano restabelecido, será destruído pelos quatro ferreiros levantados por Deus. Esta é uma confortante e encorajadora palavra de promessa.

135

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS MENSAGEM TRÊS AS VISÕES DE CONSOLAÇÃO E PROMESSA (2) Leitura bíblica: Zc 2 Nesta mensagem chegamos ao capítulo dois de Zacarias que é um capítulo muito misterioso. III. A VISÃO DE UM HOMEM COM UM CORDEL DE MEDIR EM SUA MÃO Neste capítulo Zacarias viu uma visão de um Homem com um cordel de medir em sua mão. “Levantei os meus olhos, e vi, e eis um homem que tinha na mão um cordel de medir. Então perguntei: Para onde vais tu? Respondeu-me ele: Para medir a Jerusalém, a fim de ver qual é a sua largura, e qual o seu comprimento.” (vv. 1-2). A. Um Homem Este Homem é Cristo em Sua humanidade como o Anjo do SENHOR, Aquele que fala com Zacarias (vv. 1a, 2-3a; cf. Ez 40:3; Zc 1:9-11). B. Um Cordel de Medir A linha medindo (2:1b) significa medindo para possuir. Por exemplo, quando compramos terra ou tecido, podemos medir seu comprimento e largura primeiro. Depois que medimos a terra ou o tecido, então procedemos para possuí-lo. C. Medindo Jerusalém O homem com o cordel de medir tencionava medir Jerusalém de maneira que o SENHOR pudesse repossuí-la depois de setenta anos do cativeiro de Israel (vv. 2, 4b). Esta medição não era somente para saber a dimensão, mas também para saber a condição e a situação. A medição foi feita por um homem, não por um anjo. Um anjo não está qualificado para medir qualquer coisa humana, pois ele não tem a natureza humana. Somente Jesus, que tem tanto a natureza humana quanto a natureza divina, está qualificado para medir Jerusalém. Enquanto o templo é o sinal da casa de Deus, a cidade de Jerusalém é um sinal do reino de Deus para Sua administração. A cidade de Jerusalém foi medida e foi encontrada sem muros (v. 4), isto é, sem limite. Isto indica que o reino de Deus é ilimitado, a dimensão do próprio Deus, e que Deus mesmo é a dimensão de Seu reino. D. Um Muro de Fogo ao Redor e a Glória no Seu Centro “Pois eu, diz o SENHOR, lhe serei um muro de fogo ao redor, e serei a glória no meio dela” (v. 5). Aqui vemos que o muro da cidade de Jerusalém e a glória dentro dela é o próprio SENHOR, indicando que o SENHOR como Cristo será a proteção de Jerusalém em sua circunferência, e sua glória em seu centro. Isto mostra a centralidade e universalidade de Cristo na economia de Deus. Hoje, Cristo é a glória no centro da igreja, e é também o fogo ardente em redor da circunferência da igreja para sua proteção. Na Nova Jerusalém, o Deus 136

Triúno em Cristo será a glória em seu centro (Ap 21:23; 22:1,5), e esta glória brilhará mediante a muralha transparente da cidade (Ap 21:11,18a,24) para ser sua proteção de fogo. E. O Significado Crucial Desta Visão para o Povo de Sião Zacarias 2:6-13 nos diz o significado crucial desta visão para o povo de Sião. 1. O SENHOR Os Espalhou Como os Quatro Ventos dos Céus No versículo 6b o SENHOR declara algo com respeito ao Seu povo, “Porque vos tenho espalhado como os quatro ventos do céu, diz o SENHOR.” Podemos pensar que Deus espalhou seu povo Israel quando eles foram levados para o cativeiro. Entretanto, este versículo não diz que Deus os espalhou, mas que Ele os propagou. Isso é como a propagação dos crentes em Atos 8. Milhares de crentes estavam em Jerusalém, mas Deus não estava satisfeito. Uma perseguição foi levantada a qual os propagou. Aquela perseguição não foi boa, mas trouxe uma propagação gloriosa (At 11:19). Da mesma forma, se os filhos de Israel não tivessem sido capturados, o testemunho de Deus teria sido limitado à pequena cidade de Jerusalém com seu templo. Mas quando os filhos de Israel foram espalhados para a Babilônia, quatro jovens tornaram-se testemunhas de Deus e um testemunho para Ele (Dn 1:6). Desta maneira, o testemunho de Deus foi espalhado para a Babilônia. Deus é grande e soberano e Ele tem um coração alargado. Portanto, Ele quis que Seu testemunho fosse espalhado para lugares longínquos. 2. O SENHOR Desejava que Eles Fugissem da Terra do Norte Para Escapar “Ah, ah! fugi da terra do norte, diz o SENHOR.... Ah! Sião, escapa tu que habitas com a filha de Babilônia” (Zc 2:6a, 7). Aqui vemos que Deus quis que Seu povo deixasse a Babilônia e voltasse para a terra santa. 3. Cristo como o Enviado pelo SENHOR dos Exércitos e como o Emissário, Jeová dos Exércitos O versículo 8 diz, “Pois assim diz o SENHOR dos exércitos: Depois da glória, Ele Me enviou contra as nações que vos despojaram; porque aquele que tocar em vós toca na menina do Seu olho. Qual é o significado da expressão “depois da glória”? Significa depois do retorno dos cativos. Nos setenta anos do cativeiro de Israel, a glória esteve ausente do centro de Jerusalém (Ez 11:23 e nota 1). Porém, quando os filhos de Israel retornaram a Jerusalém, a glória também retornou. Embora Josué e Zorobabel fossem piedosos, muitos dos que voltaram para Jerusalém da Babilônia não eram. Não obstante, à vista de Deus, o retorno deles foi uma glória. Portanto, “depois da glória” significa “depois do retorno.” A primeira parte do versículo 8 diz, “Pois assim diz o SENHOR dos exércitos: Depois da glória, Ele Me enviou.” Quem é o Ele, e quem é o Me? O Ele se refere a Deus, o SENHOR dos exércitos, e o Me também se refere ao SENHOR dos exércitos. O SENHOR dos exércitos enviou o SENHOR dos exércitos. Isto significa que o SENHOR dos Exércitos é o Emissor (vv. 9,11) e o Enviado. No Antigo Testamento, Jeová é um título divino que se refere ao Deus Triúno. Isto é revelado em Êxodo 3, onde vemos que Jeová é o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Embora haja uma distinção entre o Deus de Abraão e o Deus de Isaque e também entre o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, isso não significa que há três Deuses. Dizer que há três Deuses é cair na heresia de triteísmo. Deus é triúno—o Pai, o Filho e o Espírito. Efésios 1 nos diz que Deus o Pai nos escolheu e predestinou, que Deus o Filho nos redimiu e que Deus o 137

Espírito nos selou. Assim temos o Pai escolhendo e predestinando com o Filho redimindo e o Espírito selando. Este é o Deus Triúno, o único Deus. A palavra triúno é composta do Latim tri, significando três, e uno, significando um; portanto, três-um. Temos um Deus, o Deus único, mas Ele tem três-um. O Pai, o Filho e o Espírito não são três Deuses separados, mas três “hypostases... do único não dividido e indivisível Deus” (Philip Schaff). A palavra grega para hypostasis, a forma singular de hypostases, é composta de duas palavras gregas: hupo que significa “embaixo” ou “debaixo de” e estase que significa “apoio significativo.” Portanto, hypostases refere-se a um apoio embaixo, um apoio em baixo de, que é, algo debaixo que sustenta, uma substância de sustentação. O Pai, o Filho, e o Espírito são a hypostases, um objeto de sustentação que compõe a única Deidade. Em Zacarias 2:8 um dos três na Deidade enviou um outro dos três. O Emissor é chamado de Ele, e o Enviado é chamado de Me. Certamente o Ele se refere ao Pai, e o Me, ao Filho. Depois da glória, o Deus Triúno decidiu fazer algo maravilhoso. A decisão era que o Pai enviaria o Filho. Isto corresponde ao que é revelado em João 5 e 6. “Quem não honra o Filho não honra o Pai que O enviou” (5:23). “Não busco a Minha própria vontade, e sim a vontade Daquele Me enviou” (v. 30). “As obras que o Pai Me deu para que Eu as terminasse, as próprias obras que faço, testificam a Meu respeito que o Pai Me enviou” (v. 36b). “O Pai que Me enviou, Ele mesmo tem dado testemunho de Mim” (v. 37a). “Porque Eu desci do céu, não para fazer a Minha própria vontade, e sim a vontade Daquele que Me enviou (6:38). “Ninguém pode vir a Mim se o Pai, que Me enviou, não o atrair” (v. 44a). “Assim como o Pai, que vive, Me enviou” (v. 57a). Zacarias 2 e João 5 e 6 todos falam do Pai enviando o Filho. Tanto o Pai quanto o Filho são Jeová. Cristo como o Enviado pelo SENHOR dos Exércitos e como o Emissor, o SENHOR dos Exércitos, será contra as nações que despojaram o povo de Sião e tocou-lhe como a menina do Seu olho. Nossos olhos são extremamente sensíveis e imediatamente rea-gem a qualquer coisa que os toca. “Seus olhos” referem-se aos olhos do Pai. O povo de Deus lhe é muito querido, e quem quer que os toque toca a menina do Seu olho. Esta foi uma palavra de conforto, encorajamento e consolação a Zorobabel, Josué e todos os outros que retornaram. Zacarias 2:9 continua dizendo, “Pois eis que agitarei a Minha mão sobre eles, e eles virão a ser o despojo dos que os serviam; e sabereis que o SENHOR dos exércitos Me enviou.” Aqui vemos novamente que o SENHOR dos exércitos enviou o SENHOR dos exércitos. 4. O Regozijo da Filha de Sião No versículo 10 é ordenado a filha de Sião dar um grito para cantar e regozijar, pois agora o SENHOR está vindo e habitará no meio dela. O Eu neste versículo é a mesma Pessoa como o Ele e o Eu nos versículos 8 e 9. 5. Muitas Nações Se Unem ao SENHOR e Se Tornam Seu Povo Naquele dia muitas nações se ajuntarão ao SENHOR, e serão o Meu povo; habitarei no meio de ti, e saberás que o SENHOR dos exércitos Me enviou a ti. (v. 11). Neste versículo, uma vez mais tanto o Eu quanto o Me refere-se ao SENHOR. 6. O SENHOR Herda Judá Como Sua Porção O SENHOR herdará a Judá como a sua porção na terra santa, e ainda escolherá a Jerusalém (v. 12).

138

7. Toda Carne Silencia Diante do SENHOR O versículo 13 diz, “Cala-te, toda a carne, diante do SENHOR; porque ele se levantou da sua santa habitação.” Antes que a glória retornasse para Jerusalém, o SENHOR estava silente, mas, depois da glória, Ele Se levantou de Sua santa habitação. Toda a carne—incluindo a carne dos babilônios, persas, gregos e romanos—deve estar silente. Somente o SENHOR tem o direito de falar, e somente Ele é o fator decisivo. Hoje nosso Deus Triúno não mais está silente em Sua habitação celestial. Ele está movendo, trabalhando e fazendo coisas na igreja. Isso indica que a glória está aqui na igreja. A medida leva a tal glória para que todos nós nos silenciemos e permitamos somente Deus falar.

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS MENSAGEM QUATRO AS VISÕES DE CONSOLAÇÃO E PROMESSA (3) Leitura bíblica: Zc 3 Nesta mensagem consideraremos a visão de consolação e promessa em Zacarias 3. Esta visão é para o fortalecimento e o estabelecimento dos cativos que voltassem a considerar a reconstrução do templo de Deus na sua angústia. IV. A VISÃO DE JOSUÉ O SUMO SACERDOTE APERFEIÇOADO, ESTABELECIDO E FORTALECIDO PELO ANJO DO SENHOR COM ZOROBABEL O GOVERNADOR DE JUDÁ Nos primeiros quatro capítulos de Zacarias, o Anjo do SENHOR está cuidando de cinco visões. Isto implica que Cristo como o Enviado de Deus está sempre com o povo de Deus para cuidar deles. No capítulo três temos uma visão que nos mostra que Josué o sumo sacerdote foi aperfeiçoado, estabelecido e fortaleceu pelo Anjo do SENHOR com Zorobabel o governador de Judá. Josué, um líder mais importante entre o povo de Deus, estava sob os cuidados do Anjo do SENHOR. A maneira do Anjo do SENHOR cuidar de Josué foi medi-lo. Assim, o medir no capítulo dois continua no capítulo três. Cristo veio medir Josué e assim cuidar dele. A. O Anjo Mostra Zacarias a Josué o Sumo Sacerdote O Anjo mostrou Josué o sumo sacerdote a Zacarias (v. 1a). Josué representa Cristo como o Sumo Sacerdote enviado por Deus ao Seu povo (Hb 3:1; 4:14-15; 7:26). Josué representa e significa Israel como uma nação de sacerdotes (Zc 8:20-23; Is 2:2-4a). B. Permanecendo Diante do Anjo do SENHOR Para Ser Aperfeiçoado, Estabelecido e Fortalecido Josué estava de pé diante do Anjo do SENHOR para ser aperfeiçoado, estabelecido e fortalecido (Zc 3:1b-10). O Anjo do SENHOR fez isto ao medi-lo. Então, Josué se levantou diante do Anjo do SENHOR com a finalidade de ser medido por Ele.

139

1. Resistindo a Satanás que Permanecia à Sua Destra Enquanto Josué estava de pé diante do Anjo do SENHOR, ele foi resistido por Satanás que estava à sua destra para acusá-lo (v. 1b). A palavra Satanás quer dizer “o acusador”, “o adversário”, e é a base para a palavra acusar no final do versículo 1. Um adversário é um inimigo interno. Por exemplo, se alguém fora de sua família se opuser a você, essa pessoa será sua inimiga. Mas se um membro de sua família o fizer, essa pessoa será sua adversária. Tal adversário é uma ameaça mais séria do que um inimigo. Como adversário, a intenção de Satanás era depreciar Josué diante de seus companheiros (v. 8) e frustrar a reconstrução do templo de Deus. 2. A Defesa de Jeová Estendeu a Ele O versículo 2 diz, “O SENHOR disse a Satanás: Que o SENHOR te repreenda, ó Satanás; sim, repreenda-te o SENHOR que escolheu a Jerusalém: acaso não é este um tição tirado do fogo?” A palavra do SENHOR aqui indica duas coisas. Primeiro, indica a determinação do SENHOR para reconstruir Jerusalém, desde que Ele a escolheu. Segundo, indica que o SENHOR faria algo por Josué, desde que ele fosse um tição tirado do fogo (Am 4:11; Jd 23a). Quando o Anjo do SENHOR reprovou a Satanás, Ele parecia estar dizendo, “Por que você veio aqui para nos aborrecer? Eu sei que você é o acusador de Josué e seu opositor. Também sei que, embora ele seja o sumo sacerdote do Meu povo, ele não é bom o bastante. Ele é um tição tirado do fogo, mas ele está em Minha mão. Satanás, Eu o repreendo.” Em Zacarias 3:1 e 2 temos três participantes: Josué, o Anjo do SENHOR e Satanás. Em nossa vida cristã, como povo escolhido de Deus, estamos sempre neste tipo de situação. Deus está de frente a nós, e o maligno está a nossa destra para nos resistir, nos opor, nos acusar e ser nosso adversário. Esta é uma repetição da cena no jardim do Éden descrito em Gênesis 2, onde Deus pôs o homem que tinha criado em frente às duas árvores—uma denotando o Senhor e a outra denotando Satanás. Zacarias 3 também é uma repetição de Gênesis 2. 3. A Perfeição de Cristo como o Anjo do SENHOR Estendida a Josué Zacarias 3:3-10 nos mostra como a perfeição de Cristo como o Anjo do SENHOR foi estendida a Josué. a. Removendo Suas Vestes Sujas “Ora Josué estava vestido de vestes sujas, e posto em pé diante do anjo. Este começou a falar e disse aos que estavam diante dele: Tirai-lhe estas vestes sujas. A Josué disse: Eis que hei feito passar de ti a tua iniquidade, e te vestirei de ricos trajos.” (vv. 3-4a). Recentemente, quando estava considerando como o sumo sacerdote ainda poderia estar vestido com vestes sujas, fui lembrado de como até mesmo os crentes na igreja poderiam roubar (Ef 4:28). Podemos não roubar exteriormente, mas intima-mente podemos desejar algo que pertence à outra pessoa. Isso é cobiça e ganância. Do mesmo modo, diariamente falamos muito, e os assuntos que abordamos em nossa conversa ou fofoca podem ser sujos ou com uma intenção maligna de difamar outros. É por isso que temos que orar freqüentemente, “Senhor, me limpa. Eu percebo que ainda estou sujo porque ainda vivo na carne que é completamente imunda.” O Anjo do SENHOR sabia de todas as coisas concernentes a Josué e não deu a Satanás nenhuma oportunidade para acusá-lo. Em tal situação Josué pode não ter ficado em paz. Satanás estava ao seu lado, as vestes sujas estavam nele e o Anjo do SENHOR estava diante dele. Porém, a perfeição de Cristo como o Anjo do SENHOR foi estendida a Josué pela remoção das suas vestes sujas, fazendo assim sua iniqüidade passar dele. 140

b. Vestindo-O com Finos Trajes “Eis que hei feito passar de ti a tua iniqüidade, e te vestirei de ricos trajos.” (vv. 4b, 5b). Um rico trajo, é uma veste apropriada ao ofício e status de uma pessoa. Por exemplo, os juizes são vestidos com finos trajes. Da mesma maneira, Josué também foi vestido com ricos trajos, com vestes apropriadas ao seu ofício e status como sumo. c. Coroando-O com uma Mitra Limpa Sobre Sua Cabeça “Eu disse: Ponham-lhe sobre a cabeça uma mitra limpa. Puseram-lhe, pois, sobre a cabeça uma mitra limpa, e vestiram-no de vestidos; e o Anjo do SENHOR estava perto, de pé” (v. 5). A mitra limpa significa que Josué tinha sido plenamente purificado e estava, agora, limpo na presença de Cristo como o Anjo do SENHOR. d. Incumbindo-O Nos versículos 6 e 7 Cristo como o Anjo do SENHOR incumbe a Josué. Aqui incumbir significa “dar responsabilidade.” Em Sua incumbência a Josué, Cristo como o Anjo do SENHOR disse, “Assim diz o SENHOR dos exércitos: Se andares nos meus caminhos, e observares o que tenho prescrito, também tu julgarás a minha casa, e bem assim guardarás os meus átrios, e te permitirei entrar e sair entre os que estão aqui.” Com respeito a essa incumbência, gostaria de mostrar que na administração de Deus entre o povo de Israel, havia três ofícios: os sacerdotes, os reis e os profetas. A responsabilidade do sumo sacerdote era ter clareza sobre as questões relacionadas ao povo de Deus e levar essas questões a Deus e esperar até que Deus o iluminasse e lhe desse uma resposta definida. O esclarecimento e a resposta vinham por meio do Urim e o Tumim. Então, o sumo sacerdote recebia a decisão e a instrução de Deus considerando as várias situações, e então passava a decisão e as instruções ao rei que era responsável na administração de Deus para realizá-las. Podemos comparar o dever do sacerdote àqueles da assembléia legislativa do governo, e o dever do rei ao do presidente do poder executivo. Da mesma maneira que o presidente é responsável por executar as leis passadas pelo poder legislativo, assim os reis em Israel eram responsáveis para levar a cabo as instruções recebidas de Deus pelo sumo sacerdote. Porém, às vezes os sacerdotes e os reis eram fracos e inadequados. Nessas ocasiões Deus levantava os profetas para falar para Ele. Aqui em Zacarias tanto Josué o sumo sacerdote quanto Zorobabel o rei estavam um tanto enfraquecidos e desencorajados. Então, Deus usou Zacarias o profeta para falar por Ele e fortalecer e encorajar Josué e Zorobabel. A visão no capitulo 3 está relacionada à decisão de Deus concernente a Josué. Como veremos, a visão no capitulo 4 está relacionada à Zorobabel e a sua responsabilidade de levar a cabo a decisão de Deus para continuar e concluir a reconstrução do templo. e. Fortalecendo-O com Zorobabel o Governador de Judá Nos versículos de 8 a 10 Cristo como o Anjo de Jeová fortaleceu Josué com Zorobabel o governador de Judá (Ag 1:1, 14).

141

1) Um Tipo de Cristo O versículo 8 diz, “Ouve, pois, Josué, sumo sacerdote, tu e teus companheiros que se assentam diante de ti; porque são homens de presságio; porquanto eis que farei vir o meu servo, o Renovo”. Isto se refere à Zorobabel que é um tipo de Cristo como o Servo do SENHOR, o Renovo de Davi, em sua humanidade e fidelidade real (Zc 6:12). 2) A Pedra Que o SENHOR Colocou Diante de Josué Zacarias 3:9 continua dizendo, “Eis a pedra que tenho posto diante de Josué; sobre uma só pedra estão sete olhos. Eis que eu esculpirei a sua escultura, diz o SENHOR dos exércitos, e tirarei a iniquidade desta terra num só dia.” Esta pedra (Zorobabel) posta diante de Josué também simboliza Cristo (Is 28:16; Mt 21:42). Zorobabel era uma pedra posta diante de Josué para levar a cabo a economia de Deus. a) Os Sete Olhos Estão Sobre Esta Pedra Sobre esta pedra única (Cristo) estão os sete olhos (Zc 3:9a; 4:10). Estes sete olhos representam o Espírito sete vezes intensificado (Ap 5:6). Cristo é a pedra com os sete Espíritos como Seus olhos. b) O SENHOR Esculpe a Escultura da Pedra Eis que eu esculpirei a sua escultura (Zc 3:9b). Isso indica que Deus trabalhará em Cristo como a pedra para a redenção, a salvação e a edificação de Deus. Esculpir é cortar. Quando Cristo estava na cruz, Ele foi esculpido, cortado, por Deus. c) O SENHOR Remove a Iniquidade da Terra Santa Num Só Dia Além disso, o SENHOR removerá a iniquidade desta terra num só dia (v. 9c). Isso indica que Cristo em quem Deus trabalhou redimirá o pecado da terra de Israel num só dia, o dia da Sua crucificação (1Pe 2:24). Por meio da Sua morte na cruz, Cristo o Cordeiro de Deus tirou o pecado do mundo (Jo 1:29). 3) Cada Um dos filhos de Israel Convida Seu Próximo Para Vir Debaixo da Videira e debaixo da Figueira Zacarias 3:10 conclui, “Naquele dia, diz o SENHOR dos exércitos, chamareis, cada um de vós ao seu próximo para debaixo da videira e para debaixo da figueira.” Após nosso pecado ser tirado e nossa situação com Deus ficar satisfeita, haverá paz entre nós e Deus e podemos vir para desfrutar a videira e a figueira juntos. Isso retrata como desfrutamos Cristo como a videira, a árvore de vida, e como a figueira, cheia do fruto de vida. Cristo veio primeiramente cumprir a redenção, liberando o Espírito e sendo cortado por Deus na cruz. Isso então resulta em Sua redenção para nosso desfrute Dele como a videira e como a figueira. O medir levado a cabo por Cristo como o Anjo do SENHOR resulta em tal situação maravilhosa.

142

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS MENSAGEM CINCO AS VISÕES DE CONSOLAÇÃO E PROMESSA (4) Leitura bíblica: Zc 4 Nesta mensagem consideraremos a visão de consolação e promessa no capítulo quatro de Zacarias. V. A VISÃO DO CANDELABRO DOURADO E AS DUAS OLIVEIRAS A. Uma Visão para Fortalecer Zorobabel o Governador de Judá no Reinado O sacerdócio e o reinado são os dois ofícios na administração de Deus entre Seu povo. Esses dois ofícios sempre caminham juntos como um par e nunca separarão. O sacerdócio pode ser comparado ao poder legislativo do governo, e o reinado, ao poder executivo. Na administração de Deus das questões legislativas são decididas pelo próprio Deus por meio do Urim e do Tumim usados pelo sumo sacerdote. As decisões tornam-se conhecidas por meio do sacerdócio e então são executadas, realizadas pelo reinado. Na vida da igreja hoje, precisamos do sacerdócio e do reinado. Por meio do exercício do sacerdócio, somos levados à presença de Deus. Por meio do exercício do reinado pelos mais velhos, os mais experientes, a igreja é salva da anarquia e preservada em uma boa ordem. Para a vida da igreja, nós como povo de Deus com Sua administração, devemos ter o sacerdócio e o reinado. Uma função do sacerdócio é nos ensinar a como adorar a Deus e como ter a lembrança adequada do Senhor à Sua mesa. Não devemos adorar a Deus ou devemos nos lembrar do Senhor segundo nosso conceito natural. Em João 4:24 o Senhor Jesus disse, “Deus é Espírito, e é necessário que os que O adoram O adorem em espírito e veracidade.” Esse capítulo também nos mostra que a adoração que Deus deseja é que bebamos Dele como a água viva. Quanto mais O tomarmos como nossa água viva, mais O adoramos. Não bebemos de Deus exercitando nossa mente, mas exercitando nosso espírito. Ao considerar a lembrança do Senhor à Sua mesa, também precisamos da instrução do sacerdócio. É crucial percebermos que a maneira para nos lembrar do Senhor não é exercitar nossa mente para recordar tudo o que Ele fez em Sua encarnação, viver humano, crucificação e ressurreição; a maneira para nos lembrar Dele é desfrutá-Lo ao comê-Lo e bebê-Lo. Quando participamos do pão e do cálice, lembramos Dele e O adoramos. As visões em Zacarias 3 e 4 estão respectivamente relacionadas com o sacerdócio e o reinado. A visão anterior no capítulo três concernente a Josué era para fortalecê-lo no sacerdócio. Fortalecer Josué era fortalecer o sacerdócio e estabelecê-lo. A visão do candelabro dourado e as duas oliveiras no capítulo quatro era fortalecer Zorobabel o governador de Judá no reinado. Zorobabel não era um rei, mas um governador na posição de um rei. Embora Zorobabel não fosse de fato um rei, ele era um renovo, um descendente da família real de Davi. No capitulo 3, Josué foi medido, e como resultado desse medir, ele foi fortalecido e estabelecido por meio do limpar. No capitulo 4, Zorobabel foi medido de modo que ele pudesse ser fortalecido e estabelecido para continuar e completar a reedificação do templo. O fortalecimento de Josué no sacerdócio e de Zorobabel no reinado ambos são para a reconstrução do templo.

143

B. O Significado do Sacerdócio de Josué e o Candelabro de Ouro O sacerdócio de Josué significa o sacerdócio da nação de Israel para com as nações para Deus. O candeeiro de ouro significa o testemunho brilhante da nação de Israel para com as nações para Deus. Deus escolheu Israel para ser uma nação de sacerdotes (Êx 19:6). Sua intenção era usar a nação de Israel como um sacerdócio para levar as nações a Deus para que elas pudessem entrar na presença de Deus para serem iluminadas, expostas, tratadas e transfundidas por Deus com as riquezas divinas. Ademais, os sacerdotes deviam ensinar as nações como adorar e servir a Deus. Além do mais, para que os sacerdotes fizessem isso, eles teriam que estar familiarizados com a lei de Deus e Seus regulamentos. Além de ser uma nação de sacerdotes, Israel era para ser um testemunho estável para Deus. Então, no capítulo três temos o sacerdócio, e no capítulo quatro, o candelabro. C. O Candelabro O anjo que falava com Zacarias o despertou e disse-lhe, “Que vês tu? Respondi: Vi, e eis um candeeiro todo de ouro, que tem o seu vaso em cima, e sobre si as suas sete lâmpadas; há sete canudos, e cada um deles vai unir-se a uma das lâmpadas que estão em cima do candeeiro” (Zc 4:2). O candelabro aqui significa a corporificação do Deus Triúno. 1. Sua Substância A substância do candelabro é ouro, retratando o Pai como sua fonte e natureza. 2. Sua Forma A forma do candelabro é um candelabro retratando o Filho como a corporificação. 3. Sua Expressão A expressão do candelabro é as sete lâmpadas, retratando o Espírito como a expressão sete vezes intensificada. 4. Seu Suprimento O suprimento do candelabro é os sete tubos para cada uma das lâmpadas, retratando o Espírito sete vezes intensificados de Deus como seu suprimento abundante (Fp 1:19b). 5. Cristo, a Nação de Israel e as Igrejas Locais Primeiramente, Cristo é o candelabro como o testemunho de Deus (Êx 25:31-39). Segundo, a nação de Israel é o candelabro como o testemunho de Deus. Terceiro, as igrejas locais são os candelabros como o testemunho de Cristo (Ap 1:12, 20b). D. As Duas Oliveiras nos Dois Lados do Candelabro Zacarias 4:3 diz, “Vi junto a ele duas oliveiras, uma à direita do vaso e a outra à sua esquerda.” Essas duas oliveiras representam Josué o sumo sacerdote e Zorobabel o governador na época, que era os dois filhos do óleo, enchido com o Espírito do SENHOR para a reconstrução do templo de Deus (vv. 3-6, 12-14). Os dois filhos do óleo também são as duas testemunhas nos últimos três anos e meio da presente era que serão testemunhas de Deus na 144

grande tribulação para o fortalecimento do povo de Deus—os israelitas e os crentes em Cristo (Ap 11:3-12; 12:17). Essas duas testemunhas são Moisés e Elias. Moisés, representando a lei, e Elias, representando os profetas, que ambos testificam por Deus. A expressão “a lei e os profetas” (Lc 16:16) refere-se ao Antigo Testamento. A lei está centrada em Moisés, e os profetas estão centrados em Elias. Esses dois, Moisés e Elias, darão suporte e suprimento aos israelitas perseguidos e os crentes durante a grande tribulação. A nação de Israel é o candelabro, representando o testemunho de Deus. O testemunho de Deus precisa brilhar. Para esse brilhar deve haver o queimar, e para que haja o queimar, deve haver o suprimento de azeite. Para ter o azeite, deve haver algumas oliveiras. As duas oliveiras nos dois lados do candelabro são os dois filhos do óleo, Josué e Zorobabel. Em Zacarias 4:11 o profeta diz ao anjo, “Que são estas duas oliveiras à direita do candelabro, e à sua esquerda?” No versículo 12 Zacarias continua perguntando, “Que são estes dois ramos de oliveira, que se acham junto às duas bicas de ouro, e que vertem de si ouro?” No versículo 11 há duas árvores, e no versículo 12, dois ramos. Os dois ramos fazem parte das duas árvores. Quando o vaso do candelabro estiver sem óleo, as duas árvores suprirão óleo pelo fluir dos ramos para dentro das duas bicas. O óleo fluirá então das bicas para o vaso, e do vaso para dentro do candelabro. O pronome relativo que no versículo 12 não refere às bicas, mas aos ramos. “Esses ramos vertem ouro deles mesmos.” Verter ouro é fazer o ouro fluir. A palavra ouro aqui se refere ao óleo. O óleo e o ouro são um. O óleo denota o Espírito, e o Espírito é Deus. Além disso, o ouro em tipologia tipifica Deus. O ouro que enche o vaso é o Espírito; o Espírito é Deus; e Deus é representado por meio do ouro. Quando aplicamos essa questão a nossa experiência hoje, vemos que o Espírito que flui de nós é Deus, e Deus é ouro. Então, quando ministramos Cristo a outros, suprindo-os com óleo, estamos suprindo-os de fato com Deus. Deus está fluindo de nós para dentro deles. Todos nós devemos ser oliveiras que vertem Deus de nós mesmos para os outros. Dessa maneira o óleo será suprido para o necessitado por aqueles que são oliveiras das quais Deus está fluindo. Vamos considerar mais além por que as duas árvores são chamadas de os dois ramos. Nos capítulos 3 e 4, a mesma pessoa, Zorobabel, é retratado por um renovo (3:8), uma árvore (vv. 3,11), e um ramo (v. 12). Isto indica que Zorobabel mesmo não é a fonte. Ele não é uma árvore completa em si mesmo; antes, ele é uma árvore que é, na verdade, um ramo de uma outra árvore, e esta árvore é a fonte. Além do mais, Zorobabel é também um renovo de outra árvore, que é Cristo. Cristo é a única oliveira; e Zorobabel e todos os crentes de Cristo são ramos, renovos, de Cristo (Jo 15:5a). Assim, todos os crentes são as muitas oliveiras, não no sentido de serem árvores separadas, mas no sentido de serem ramos de Cristo, a única oliveira. Ser ramo é ser uma ramificação. Embora Cristo seja a única oliveira, muitos ramos tem resultado Dele. A ramificação desses ramos é Cristo sendo ramificado. Esses ramos ou renovos, são hoje as muitas oliveiras na terra. Você não é tal oliveira? Assim, todos os crentes são as muitas oliveiras, não no sentido de serem árvores separadas, mas no sentido de serem ramos de Cristo, a única oliveira. Como ramos, precisamos suprir os outros com óleo, isto é, com o Espírito, para que eles possam ser estimulados. Louvado seja o Senhor que em Cristo somos oliveiras que suprem os outros com o Espírito sete vezes intensificado! E. Zorobabel, o Governador de Judá, Que Lançou o Fundamento da Reconstrução do Templo, Produziu a Pedra Angular “Respondeu-me o anjo que falava comigo: Não sabes o que são elas? Respondi: Não, meu senhor. Ele prosseguiu e me disse: Esta é a palavra do SENHOR a Zorobabel, a qual diz: Não por força nem por poder, mas por Meu Espírito, diz o SENHOR dos exércitos. Quem és tu, ó grande monte? diante de Zorobabel tornar-te-ás uma campina; ele produzirá a pedra angular, 145

dizendo com aclamações: Graça, graça a ela.... As mãos de Zorobabel têm posto os alicerces desta casa” (vv. 5-7, 9a). Zorobabel, o governador de Judá que lançou o fundamento da reconstrução do templo produziu a pedra angular, indicando que ele concluiria a reconstrução do templo de Deus pelo Espírito do SENHOR, não por força nem por poder. O profeta Zacarias disse essa palavra a Zorobabel para sustentar, encorajar, fortalecer e estabelecer a mão de Zorobabel para que ele pudesse continuar a edificação do templo até sua consumação. Enquanto que o capítulo três refere-se à morte de Cristo, a qual é para redenção, o capítulo quatro fala do Espírito para levar a cabo a economia de Deus. Conforme o Novo Testamento, a morte de Cristo para nossa redenção, é seguida pelo Espírito. Hoje não somente devemos ministrar Cristo aos outros, mas também devemos supri-los com o Espírito. O Cristo que ministramos é Aquele que foi crucificado, que ressuscitou dentre os mortos, e que em ressurreição tornou-se o Espírito que dá vida (1Co 15:45b). Quando falamos aos outros sobre Cristo, devemos supri-los com o Espírito. F. A Pedra angular com Gritos de Graça A pedra angular com aclamações de “Graça, graças a ela!” indica que Cristo, que é graça como pedra, sobre a qual estão os sete olhos do SENHOR, o Espírito sete vezes intensificado de Deus para a completação da reconstrução do templo de Deus (3:9; 4:7-10; Ap 5:6). Produzir a pedra angular é completar a edificação. Essa pedra angular é um tipo de Cristo. Para a edificação de Deus Cristo é uma pedra em três aspectos. Cristo é a pedra de fundamento para sustentar o edifício de Deus (Is 28:16; 1Co 3:11), a pedra de esquina para juntar os membros gentios e judeus do Seu Corpo (Ef 2:20; 1Pe 2:6), e a pedra angular para consumar o edifício de Deus. As aclamações de “Graça, graças a ela!” indica que a pedra é graça em si mesma. A pedra angular é a graça de Deus para nós, e esta graça é Cristo. “E a Palavra tornou-se carne e armou tabernáculo entre nós... cheio de graça e de realidade” (Jo 1:14). Isso revela que em Sua encarnação Cristo trouxe Deus a nós primeiramente como graça e então como realidade. Graça é Deus no Filho como nosso desfrute; realidade é Deus desfrutado por nós no Filho. Quando Deus é desfrutado por nós, temos graça. Quando Deus é percebido por nós, temos realidade. Tanto graça como realidade são Cristo. A pedra angular é, portanto o Cristo que é a graça de Deus para nós para ser a cobertura do edifico de Deus. Zacarias 4:10 diz, “Pois quem despreza o dia dos humildes começos, esse alegrar-se-á vendo o prumo na mão de Zorobabel. Aqueles sete são os olhos do SENHOR, que percorrem toda a terra.” “Estes sete”, que são os “olhos do SENHOR”, são os sete olhos sobre a pedra em 3:9. Apocalipse 5:6 fala de um Cordeiro com “sete olhos que são os sete Espíritos de Deus.” Os sete olhos da pedra são os sete olhos do SENHOR e também os sete olhos do Cordeiro, Cristo. É crucial percebermos que a pedra, o SENHOR, e o Cordeiro são um. Cristo o Cordeiro é a pedra, e Ele também é o SENHOR. Assim os sete olhos da pedra e os sete olhos do SENHOR são os sete olhos de Cristo. De acordo com Apocalipse 5:6, estes sete olhos são os sete Espíritos, que é, o Espírito sete vezes intensificado. Os sete Espíritos são os sete olhos de Cristo. Isso indica que o Espírito Santo é os olhos de Cristo. Isso indica que Cristo e o Espírito Santo, embora distintos, não estão separados. Da mesma maneira que nossos olhos são essencial-mente um com nosso corpo, assim o Espírito Santo é essencialmente um com Cristo. Cristo é a pedra esculpida por Deus o Pai (Zc 3:9). Este Esculpido é Cristo, e o escultor é o Pai. Embora o Pai e o Filho sejam distintos, eles são essencialmente um na realização da redenção eterna. Como resultado dessa redenção, podemos desfrutar agora Cristo como o Espírito, até mesmo como o Espírito sete vezes intensificado. Conforme a palavra de Paulo em 2 Coríntios 13:14, temos o amor de Deus o Pai como a fonte, a graça de Cristo como o curso, e a comunhão do Espírito Santo como a transmissão para nosso desfrute. De tudo isso vemos 146

que a redenção foi realizada pelo Filho, e agora o Espírito é suprido a nós para a edificação de Deus. A edificação da igreja será consumada por meio do Espírito.

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS MENSAGEM SEIS AS VISÕES DE CONSOLAÇÃO E PROMESSA (5) Leitura bíblica: Zc 5 As cinco primeiras visões que Zacarias viu (1:7–4:14), Deus falou uma palavra confortadora, consoladora e encorajadora a Josué, Zorobabel e ao povo. Deus disse que estaria com eles e faria algo por meio deles. Dessa maneira Ele os encorajou a que não parassem a obra de edificação no templo, mas que continuassem terminando a edificação do templo sob o governo do sacerdócio de Josué, o sumo sacerdote, e do reinado de Zorobabel, o governador. Considerando que as primeiras cinco visões eram positivas, as últimas três visões que Zacarias viu (5:1-6:8) eram negativas, porque dizem respeito ao juízo universal de Deus sobre as pessoas más e o mal sobre a terra. Essas três visões são a visão do rolo volante (5:1-4), a visão do vaso de efa (vv. 5-11), e a visão dos quatro carros (6:1-8). Nesta mensagem consideraremos as duas visões registradas no capítulo cinco. VI. A VISÃO DO ROLO VOLANTE A. O Significado do Rolo Volante “E outra vez levantei os meus olhos, e olhei, e vi um rolo volante. Perguntou-me o anjo: Que vês tu? Eu respondi: Vejo um rolo volante” (5:1-2a). O rolo volante significa a justa lei de Deus e sua justiça (justo juízo). Sem julgamento, pode haver retidão, mas não haverá justiça. Quando um caso particular estiver sujeito à julgamento justo, então haverá justiça. B. Seu Comprimento de Vinte Côvados e Sua Largura de Dez Côvados O comprimento do rolo volante sendo de vinte côvados e a largura é dez côvados significam o testemunho da lei por dois quadrados de dez côvados por dez côvados. O número dois é o número para testemunho, e o número dez significa completação em plenitude. Portanto, a lei de Deus é um testemunho ao mundo inteiro, e os dois quadrados de dez côvados por dez côvados indicam a completação em plenitude da lei. C. A Maldição O versículo 3a diz, “Ele me disse: Esta é a maldição que sai pela face de toda a terra.” A maldição significa a punição de Deus no julgar pecados conforme Sua lei justa. A lei de Deus é justa, e esta lei justa não tolera injustiça. O fato de que o juízo de Deus é uma maldição indica que isto é um assunto muito sério. Esse rolo volante será a base do juízo completo de Deus sobre todo o pecado na terra.

147

D. O Significado de Furtar Os versículos 3b e 4b falam daqueles que furtam. Furtar significa pecar contra o homem, que são o resultado de ganância e cobiça. Hoje é uma era de furtar. Negócios e comércios envolvem furtos. Todos são gananciosos e cheios de cobiça. O apóstolo Paulo poderia guardar muitos dos Dez mandamentos, mas ele não pôde cumprir o manda-mento que diz respeito à cobiça (Rm 7:7-8). E. O Significado de Jurar Falsamente pelo Nome do SENHOR Zacarias 5 também fala a respeito daqueles que juram falsamente pelo nome do SENHOR (vv. 3c, 4c). Jurar falsamente pelo nome do SENHOR significa pecar contra Deus, os quais são resultados de um relacionamento errado com Deus. Aqueles que juram falsamente dessa maneira não são honestos, fiéis e sinceros com Deus. Eles podem reivindicar falar e agir em nome de Deus, mas sua reivindicação é uma falsidade. Tal falsidade certamente é uma ofensa a Deus. A lei de Deus dada a Moisés tem duas seções: a primeira concernente ao relacionamento entre o homem e Deus, e a segunda concernente aos relacionamentos entre homens. Ser reto com Deus e com o homem é ser justo. Aqueles que não são retos com ambos, Deus e o homem, sofrerão o juízo de Deus. F. O Julgamento de Deus dos Pecados Atinge a Casa dos Pecadores e Reside Lá Falando do julgamento de Deus, o versículo 4 diz, “Fá-lo-ei sair, diz o SENHOR dos exércitos, e entrará ele na casa do ladrão, e na casa daquele que jurar falsamente pelo meu nome; ficará no meio da casa do tal e a consumirá juntamente com a sua madeira e com as suas pedras”. A descrição neste versículo indica que o exercício do juízo de Deus sobre os pecados será extremamente sério e também assaz completo. VII. A VISÃO DO VASO DE EFA Os versículos de 5 a 11 descrevem a visão do vaso de efa que é o vaso de medir, um recipiente capaz de conter um efa, usado para compra e venda em negócios. A. Seu Surgimento em Toda a Terra “Então saiu o anjo que falava comigo e me disse: Levanta os teus olhos, e vê que é isto que sai. Eu perguntei: Que é isto? Ele disse: É o vaso de efa que sai. Disse ele mais: Esta é a sua semelhança em toda a terra” (vv. 5-6). Uma grande porcentagem da população mundial está envolvida com negócios ou comércio. A aparência do comércio não é ruim; antes, em toda a terra o comércio parece ter uma aparência adequada. Mas como veremos, realmente o comércio de hoje é totalmente maligno. B. Uma Mulher Sentada dentro do Vaso de Efa “E uma mulher estava sentada dentro do vaso de efa. Prosseguiu o anjo: Esta é a impiedade” (vv. 7b-8a). Isto significa que a iniqüidade contida no comércio, é como a cobiça, o engano e o amor ao dinheiro. O vendedor ama dinheiro e tenta tirar dinheiro do bolso do comprador; o comprador também ama dinheiro e tenta obter as coisas para si a um preço baixo, por meio disso economizando dinheiro. 148

A visão em Zacarias 5 corresponde àquela de Babilônia, a Grande, em Apocalipse 18. Essas visões nos mostram que, aos olhos de Deus a iniquidade contida no comércio é uma forma de idolatria e fornicação. Comércio é uma mulher adúltera cobiçosa por ganhar dinheiro. C. Uma Tampa de Chumbo Sobre Abertura do Vaso de Efa Em Zacarias 5:7 e 8 vemos que uma tampa de chumbo, um peso de chumbo, colocado sobre a abertura do vaso de efa. Isto significa a restrição da iniquidade no comércio pela soberania de Deus. A iniquidade está escondida e restrita no comércio internacional. Se o comércio, especialmente o comércio internacional, pudesse ser restringido, toda a terra seria santa. D. Duas Mulheres que Vão Adiante “Então levantei os meus olhos, e vi: eis que saíram duas mulheres” (v. 9a). A mulher tornando-se duas mulheres significa o duplo efeito do comércio uma vez que ele se torna livre de restrição. E. Duas Mulheres Saíram do Vaso de Efa entre a Terra e os Céus “E o vento estava nas suas asas (ora tinham elas asas como as asas da cegonha) e elevaram o efa entre a terra e o céu” (v. 9b). Tudo isso significa a rápida difusão do comércio iníquo. F. Uma Casa Edificada pela Mulher na Terra de Sinear “Perguntei ao anjo que falava comigo: Para onde levam elas o efa? Respondeu-me: Para lhe edificar uma casa na terra de Sinear; quando a casa tiver sido preparada, ela será estabelecida no seu lugar” (vv. 10-11). Isto significa que a soberania de Deus fará a iniquidade no comércio, a qual o povo de Israel aprendeu dos babilônios em seu cativeiro, voltar para a Babilônia (a terra de Sinear). Deixe esta iniquidade voltar à Babilônia. Todas as pessoas entre os eleitos de Deus devem ser honestas e simples em seu viver.

149

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS MENSAGEM SETE AS VISÕES DE CONSOLAÇÃO E PROMESSA (6) Leitura bíblica: Zc 6 As visões em Zacarias 5 e 6 são todas concernentes ao julgamento de Deus. No capítulo cinco a visão do rolo volante (vv. 1-4) revela que a justa lei de Deus e sua justiça não podem permitir nenhuma injustiça na terra. Devemos ser corretos com Deus e o homem; caso contrário, sofreremos o julgamento de Deus. A visão do vaso de efa (vv. 5-11) mostra-nos que a pior coisa na terra é o comércio. Aparentemente o comércio é algo bom, mas, na verdade, é maligno, cheio de maldade. Nesta mensagem continuaremos a considerar os dois assuntos revelados no capítulo seis: a visão dos quatro carros (vv. 1-8) e a palavra final para confirmar as oito visões neste livro (vv. 9-15). VIII. A VISÃO DOS QUATRO CARROS

carros.

Em 6:1-8 temos a última das oito visões no livro de Zacarias—a visão dos quatro A. O Significado dos Quatro Carros

“De novo levantei os meus olhos, e vi: eis que quatro carros saíam dentre dois montes” (6:1a). Os quatro carros significam os quatro ventos (vv. 4-8) dos quatro cantos da terra (Ap 7:1-3) para o julgamento de Deus dos pecados sobre a terra. Estes quatro ventos são usados por Deus para levar a cabo Sua administração em todo o universo. Em particular, eles são usados por Deus para levar a cabo Seu juízo, não principalmente sobre pessoas individuais, mas sobre nações, governos e reinos. Na visão em Zacarias 1:18-21, Zacarias viu quatro chifres que foram levantados para prejudicar e destruir o povo de Deus, Israel. Então Deus preparou esses quatro “ferreiros” para destruir esses quatro chifres. O primeiro desses ferreiros foi o império persa, soberanamente usado por Deus para destruir a Babilônia, o primeiro chifre. A Pérsia era um grande império; seu território estendia desde o Mar Mediterrâneo até o Oceano Índico. Certamente não era fácil para ninguém conquistar esse vasto império. Mas Alexandre o Grande, um homem jovem, veio e rapidamente derrotou tudo do império persa. Tudo isso estava debaixo do soprar do vento soberano de Deus para trazer o segundo ferreiro para destruir o segundo chifre. Então Júlio César veio com o exército romano e em pouco tempo conquistou o império grego, fundado por Alexandre. O império romano, o último chifre, tem perdurado até agora por mais de dois mil anos. 1. Cada Carro é Equipado com Cavalos “No primeiro carro eram cavalos vermelhos, no segundo carro cavalos pretos, no terceiro carro cavalos brancos, e no quarto carro cavalos baios com malhas” (6:2-3). O fato de cada carro estar equipado com cavalos retrata o mover rápido do julgamento de Deus. De nosso ponto de vista, o julgamento de Deus pode estar vindo lentamente. Entretanto, segundo a visão de Deus, Seu julgamento vem rapidamente com um mover rápido. 150

2. Cavalos de Cores Diferentes Esses cavalos de cores diferentes, vermelho, preto, branco e salpicado, representam as diferentes maneiras do julgamento de Deus. Quando o Senhor Jesus vier, Ele será mais rápido que o vento; Ele será como o relâmpago. O último vento trará Cristo como o último Ferreiro, o consumador, que destruirá o Anticristo com seu reino e pisará o grande lagar. Num instante Ele esmagará a grande imagem humana (Dn 2) dos dedos do pé para a cabeça, terminando todo o governo humano nesta terra. B. O Significado dos Dois Montes Zacarias 6:1 fala de dois montes. Os dois montes significam um testemunho do juízo de Deus na terra. Dentre os dois montes, os quatro ventos vêm para testificar a toda à terra que Deus está no trono e que a terra está sob Sua administração. C. O Significado das Montanhas de Bronze “E os montes eram de bronze” (v. 1b). Em tipologia o bronze tipifica julgamento. Assim, esses dois montes de bronze tipificam montes de julgamento. O julgamento de Deus vem para levar a cabo Seu testemunho. D. Aqueles Que Saíram da Terra do Norte Fazem Repousar o Espírito de Deus na Terra do Norte “E me chamou e me disse: Eis que aqueles que saíram para a terra do Norte fazem repousar o meu Espírito na terra do Norte” (v. 8). Isto significa que os julga-mentos sobre os países do norte, Assíria e Babilônia (Jr 1:14-15; 4:6; 6:1; 25:9; 46:10; Ez 1:4), deu descanso ao Espírito de Deus. O julgamento sobre esses países foi um conforto para Deus. IX. A PALAVRA CONCLUSIVA PARA CONFIRMAR AS OITO VISÕES Deus deu oito visões para confortar Israel. Zacarias 6:9-15 é a palavra final para confirmar as oito visões de conforto, consolação e encorajamento. A. Por Meio da Coroação de Josué o Sumo sacerdote As visões são confirmadas pela coroação de Josué o sumo sacerdote—tipificando Cristo em Seu sacerdócio—unido a Zorobabel o governador de Judá, tipificando Cristo como o renovo de Davi em Seu reinado, que mantém os dois ofícios, o sacerdócio e o reinado, em paz no Seu trono. Antes da época de Zacarias, ninguém tinha mantido ambos os ofícios, pois o sacerdócio é da tribo de Levi e da família de Arão, e o reinado é da tribo de Judá e da família de Davi. Porém, o rei Uzias tentou usurpar o oficio do sacerdócio (2Cr 26:18-21), mas Deus o castigou com lepra, e ficou leproso até o dia de sua morte. Em Zacarias 6:9-13 tanto Josué quanto Zorobabel são um tipo de Cristo. Isso significa que duas pessoas tipificam uma pessoa. Cristo é o Único a manter os dois ofícios do sacerdócio e do reinado. Quando Ele vier, Ele reunirá o sacerdócio e o reinado sobre Seus ombros. Em toda história, Ele é a única pessoa qualificada para conduzir os encargos destes dois ofícios na administração de Deus. Por conseguinte, em Hebreus 7, Cristo é tanto o Sumo Sacerdote quanto o Rei, como tipificado por Melquisedeque (cf. Gn 14:18). Visto que Melquisedeque 151

carregava os dois ofícios, do sacerdócio e do reinado, ele foi um tipo de Cristo como Aquele que carregaria tanto o sacerdócio quanto o reinado na administração de Deus. B. A Garantia da Conclusão da Reconstrução do Templo de Deus “Eis o homem cujo nome é o Renovo; brotará do seu lugar, e edificará o templo do SENHOR. Ele edificará o templo do SENHOR” (Zc 6:12b-13a). Isto indica que a palavra conclusiva no capítulo 6 é para a segurança da completação da edificação do templo de Deus (v. 15). A coroação de Josué, foi uma garantia para o povo de que Deus faria algo para completar a reedificação do templo. C. A Esplêndida Coroa Sendo como um Memorial no Templo do SENHOR “A coroa esplêndida será como um memorial no templo do SENHOR” (v. 14). Isto significa o lembrar do Messias vindouro (Cristo) pelo povo escolhido de Deus. A coroa com a qual Josué foi coroado foi removida de sua cabeça e posta no templo. Ela devia ser um memorial para os filhos de Israel a fim de lembrar o Messias vindouro, Aquele que viria para ser o Rei e o Sacerdote, a fim de executar a administração de Deus, para o cumprimento da economia de Deus.

152

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS MENSAGEM OITO A ADVERTÊNCIA A ISRAEL PARA SE VOLTAR DA VAIDADE DE SUA RELIGIÃO RITUALÍSTICA PARA A REALIDADE DE UMA VIDA PIEDOSA, E O DESEJO DO SENHOR DE RESTAURAR ISRAEL Leitura bíblica: Zc 7-8 Nesta mensagem consideraremos Zacarias 7 e 8. Estes capítulos abrangem a advertência a Israel para se voltar da vaidade da religião ritualística (7:3-6; 8:19a) para a realidade de uma vida piedosa (7:7-14; 8:16-17, 19b) e também o desejo do SENHOR de restaurar Israel (8:2-23). I. A ADVERTÊNCIA A ISRAEL PARA SE VOLTAR DA VAIDADE DE SUA RELIGIÃO RITUALÍSTICA PARA A REALIDADE DE UMA VIDA PIEDOSA A. Voltar da Vaidade de Sua Religião Ritualística Zacarias 7:3-6 fala da vaidade da religião ritualística. Em particular, esses versículos mencionam o choro e o jejum. O povo de Israel chorou, jejuou e separou a si mesmo no décimo mês para expressar sua dor pelo ataque e sítio a Jerusalém pelos babilônios (Jr 52:4). O povo chorou, jejuou e separou a si mesmo no quarto mês para expressar sua dor pela demolição da cidade de Jerusalém (2Rs 25:3-4). Israel chorou, jejuou separou a si mesmo no quinto mês para expressar sua dor pela queima do templo de Deus e a cidade de Jerusalém (Jr 52:12-13), e no sétimo mês para expressar sua aflição pelo assassinato de Gedalias (2Rs 25:22-26). B. Voltar para a Realidade de uma Vida Piedosa Israel não foi somente advertido para voltar da vaidade da sua religião ritualística, mas também voltar à realidade de uma vida piedosa. 1. Para Ouvir a Palavra de Deus Primeiro, foi dito a Israel que desse ouvidos à palavra de Deus proclamada pelos profetas (Zc 7:7, 11). 2. Julgar com Juízo Verdadeiro Se o povo de Israel quisesse ter a realidade de uma vida piedosa, eles teriam que julgar com juízo verdadeiro, mostrar misericórdia e compaixão, cada um para com seu irmão, não oprimir a viúva e o órfão, nem o estrangeiro e o pobre, e nenhum deles intentassem no seu coração o mal contra seu irmão (vv. 9-10; 8:16b-17a). 3. Cada Homem Falando a Verdade ao Seu Próximo Além disso, o povo de Deus foi incumbido de cada homem falar a verdade ao seu próximo. Não era para eles intentarem mal em seus corações contra o seu próximo, nem amassem o juramento falso, porque todas essas eram odiadas pelo SENHOR (8:16a, 17b). 153

4. Amar a Verdade e a Paz Finalmente, os filhos de Israel deveriam amar a verdade e a paz (v. 19b). Eles foram advertidos para que voltassem da sua religião ritualística com choro e jejum à realidade de uma vida piedosa, uma vida plena de justiça, bondade, compaixão, verdade, e paz. II. O DESEJO DO SENHOR DE RESTAURAR ISRAEL Zacarias 8 revela o desejo do SENHOR para restabelecer Israel. Esta é uma questão preciosa. A. O Desejo do SENHOR e a Restauração de Israel 1. O SENHOR dos Exércitos Zela por Sião com um Grande Zelo O SENHOR dos exércitos zela por Sião com grande zelo. Sem dúvida, Ele zela por ele com grande furor contra seus inimigos (v. 2). Embora Deus seja amor, Ele tem grande furor contra os inimigos de Seu povo. Ele tem zelo pelos Seus amados eleitos. 2. O SENHOR Retorna a Sião e Habita no Meio de Jerusalém Assim diz o SENHOR: Tenho voltado para Sião, e habitarei no meio de Jerusalém, e Jerusalém será chamada a cidade da verdade, e o monte do SENHOR dos exércitos, o monte santo (v. 3). 3. Os Velhos e Velhas Habitarão nas Ruas de Jerusalém Assim diz o SENHOR dos exércitos: Ainda nas ruas de Jerusalém habitarão velhos e velhas, tendo cada um na mão o seu cajado por causa da sua muita idade (v. 4). Isso indica que a cidade estará numa situação maravilhosa e que os velhos e velhas terão o verdadeiro desfrute de vida. 4. As Ruas da Cidade Estarão Cheias de Meninos e Meninas Brincando As ruas da cidade serão cheias de meninos, que brincarão nas suas ruas (v. 5). Isso indica que a cidade estará tranquila e muito agradável. 5. Será Maravilhosa Tanto aos Olhos do Resto de Israel Quanto aos Olhos do SENHOR A situação de Jerusalém na restauração será tão maravilhosa tanto aos olhos do resto do povo quanto aos olhos do SENHOR (v. 6). Quando as pessoas virem o deleite de Jerusalém, elas poderão dizer, “Isso é maravilhoso!” e Deus poderá dizer, “Sim, isso é maravilhoso!” 6. O SENHOR Salva Seu Povo da Terra do Oriente e da Terra do Ocidente Assim diz o SENHOR dos exércitos: Eis que salvarei o meu povo, tirando-o da terra do oriente e da terra do ocidente; eu os trarei, e eles habitarão no meio de Jerusalém; eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus em verdade e em justiça (vv. 7-8). Acredito que a terra do oriente é a Babilônia e que a terra do ocidente é a Espanha, pois naquela época a Espanha era considerada a maior parte da terra, o lugar do pôr-do-sol. 154

7. Os Filhos de Israel São Encorajados à Serem Fortes Assim diz o SENHOR dos exércitos: Sejam fortes as vossas mãos, ó vós que nestes dias ouvis estas palavras da boca dos profetas, que existiam nos dias em que foi posto o fundamento da casa do SENHOR dos exércitos, isto é, do templo, a fim de que fosse edificado (v. 9). Esta é uma palavra encorajando os filhos de Israel a serem fortes e valentes e finalizar a obra de reedificação da casa de Deus. 8. O Resto dos filhos de Israel Ganham Salários e Também Seus Animais Pois antes daqueles dias não tinham os homens salários, nem os animais lhes davam ganhos; nem havia paz para o que saía, nem para o que entrava por causa do adversário; porque incitei todos os homens, cada um contra o seu próximo (vv. 10-11). 9. O SENHOR Faz Com que o Resto de Israel Herde Bênçãos Pois haverá a semente da paz: a vide dará o seu fruto, e a terra produzirá a sua novidade, e os céus darão o seu orvalho; e farei que o resto deste povo herde todas estas coisas (v. 12). Por causa dessas bênçãos, toda a região será frutífera e produtiva para o desfrute do povo. 10. O SENHOR Salva o Povo e o Povo Torna-se uma Bênção Como vós éreis uma maldição entre as nações, ó casa de Judá e ó casa de Israel, assim eu vos salvarei, e sereis uma bênção; não tenhais medo, mas sejam fortes as vossas mãos. Pois assim diz o SENHOR dos exércitos: Como resolvi fazer-vos o mal, quando vossos pais me provocaram à ira, diz o SENHOR dos exércitos, e não me arrependi; assim tornei a resolver nestes dias fazer o bem a Jerusalém e à casa de Judá; não tenhais medo (vv. 13-15). Deus será bom para eles em todos os sentidos. 11. Os Jejuns Tornam-se Gozo e Alegria e em Festas Alegres para a Casa de Judá Assim diz o SENHOR dos exércitos: O jejum do quarto, e o jejum do quinto, e o jejum do sétimo, e o jejum do décimo mês se tornará para a casa de Judá em gozo e em alegria, e em festas alegres; portanto amai a verdade e a paz (v. 19). Em vez de jejuns haverá festas alegres cheia de boa comida para o desfrute do povo de Israel. B. As Nações Vêm a Israel Pedir o Favor do SENHOR, e os filhos de Israel São Sacerdotes a Elas As nações virão a Israel para pedir o favor, a graça, do SENHOR, e os filhos de Israel serão sacerdotes para elas (vv. 20-23). Antes desse tempo toda a nação de Israel será um sacerdócio. Eles ensinarão os gentios, as nações, a conhecer o caminho de Deus e a pessoa de Deus, e eles lhes ensinarão a adorar e servir a Deus. Como sacerdotes, eles trarão as nações à presença de Deus para que elas possam ser iluminadas, corrigidas e favorecidas com todas as riquezas de Deus. Isto é o sacerdócio. No reino milenar, depois que os judeus forem salvados na vinda do Senhor, eles se tornarão os sacerdotes para ensinar todas as nações a se arrependerem.

155

1. Os Povos, Até mesmo os Habitantes de Muitas Cidades, Virão à Israel “Os habitantes de uma cidade irão à outra cidade, dizendo: Vamos apressadamente para suplicar o favor [graça] do SENHOR, e para buscar o SENHOR dos exércitos; eu também” (v. 21). O versículo 22 continua dizendo, “Muitos povos e poderosas nações virão a buscar em Jerusalém ao SENHOR dos exércitos e a suplicar o favor do SENHOR.” Espero que naquele dia em todas as igrejas locais que a situação seja como essa. Sempre que alguém disser, “Vamos à reunião”, outros possam dizer, “Eu também irei.” Essa será a situação no milênio. Não somente todo o povo de Israel, mas também os gentios que estarão vivendo com eles buscarão a Deus. 2. Dez Homens Pegarão na Orla da Veste de um Judeu Dizendo Que Irão Com Eles “Assim diz o SENHOR dos exércitos: Naqueles dias pegarão dez homens de todas as línguas das nações, sim, pegarão da orla da veste daquele que é judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus é convosco.” (v. 23; Is 2:2-3a). De alguma maneira o Senhor reverterá a situação de Babel e lidará com o problema causado pelas diferentes línguas entre as nações. Deus já fez isso uma vez, em Pentecostes (At 2). O que aconteceu em Pentecostes é uma prefiguração do que ocorrerá durante a era do reino milenar. 3. Os Filhos de Israel Serão Sacerdotes para as Nações Os filhos de Israel serão os sacerdotes para as nações (Isa. 2:3b-4a). A intenção de Deus segundo Êxodo 19:6 era ter Israel como uma nação de sacerdotes, e Ele nunca esqueceu isso. Deus tem esperado por um tempo oportuno para fazer isso, mas não tem, contudo, havido a chance de fazê-lo. Na época da restauração, todos os Israelitas serão os sacerdotes. Eles estarão muito ocupados como sacerdotes para as nações, ensinando-as como adorar e servir o SENHOR. As nações antigamente eram idólatras ou ateístas, mas todas elas se voltarão a Deus, e Deus se voltará a elas para ser o Seu Deus. Portanto, elas precisarão aprender a como adorar e servir o SENHOR. Essa foi a palavra encorajadora falada aos filhos de Israel. Zacarias parecia estar dizendo, “Se esqueçam de jejuar e lamentar. Voltem-se para Deus e voltem-se para uma vida piedosa. Então um tempo de restauração virá entre vocês, e as nações se voltarão a vocês e voltarão a habitar com vocês como povo de Deus. Vocês tomarão a frente para ajudá-los, ensiná-los e acompanhá-los na adoração de Deus.” Durante o reino milenar, Israel estará na parte terrena, ao passo que nós, os crentes do Novo Testamento, estaremos na parte celestial. Seremos os reis, os co-reis com Cristo, e também seremos os sacerdotes, os sacerdotes celestiais para servir a Deus. Porém, nem todos os crentes estarão lá, mas somente os crentes vencedores. Estar ou não no reino milenar que será um tempo de provas para nós, dependerá se formos ou não vencedores em nossa vida cristã nesta era. Se formos vencedores, estaremos na parte celestial do reino milenar como os reis e sacerdotes. Se não, estaremos em algum outro lugar para sermos disciplinados e nos tornarmos amadurecidos.

156

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS MENSAGEM NOVE AS PROFECIAS DE ENCORAJAMENTO (1) Leitura bíblica: Zc 9 O encargo de Zacarias era ajudar o povo de Israel que retornou a ver o propósito de Deus. Naquela época o propósito de Deus era restaurar o templo como o centro do Seu interesse. Por meio de Zacarias o Senhor parecia estar dizendo a eles, “Eu não quero seu jejum e lamentação. Esqueçam essas coisas. Eu peço-lhes até mesmo que esqueçam o que fiz no passado para lidar com vocês. Vocês precisam saber o que quero que façam hoje. Quero que vocês percebam que Meu desejo é que o templo seja edificado pelo Meu povo para ser o centro e realidade do Meu interesse na terra.” Hoje a intenção de Deus, Seu desejo, é que sejamos um com Ele. Ele trouxe-nos de volta ao lugar genuíno, para a base, para a fundação do templo. Deus quer que vejamos que o Seu interesse, desejo e encargo é terminar a edificação desse templo. Deus tem um encargo. Este encargo é que Ele possa ganhar um povo nesta era para conhecer Seu coração, perceber Seu desejo e ser um com Ele para edificar o Corpo de Cristo. Este é o desejo de Deus. O desejo de Deus está relacionado à Sua economia. A economia de Deus é ter Cristo como tudo, tê-Lo como o centro e a circunferência, a centralidade e a universalidade do mover de Deus nesta terra. Todos nós precisamos ver isso. Ao longo do livro de Zacarias Cristo é revelado. No capitulo um vemos Cristo como o Homem montado num cavalo vermelho para cuidar do sofrimento do povo de Deus; no capítulo dois, como Aquele que está medindo Jerusalém; no capítulo três, como Aquele que é o Sumo Sacerdote, tipificado por Josué o sumo sacerdote e retratado pela pedra com sete olhos; no capítulo quatro, como Aquele que é o verdadeiro Rei, tipificado por Zorobabel e no capítulo seis, como o Único que está qualificado para sustentar tanto o oficio do sacerdócio quanto do reinado para a consumação da edificação do templo de Deus. Agora devemos continuar a ver que esse Cristo todo-inclusivo está completamente envolvido com a história humana. A história humana desde Adão até a última pessoa da raça humana não é nada sem Cristo. Entretanto, segundo a economia de Deus, Cristo está intimamente envolvido com a história humana. Isso significa que Cristo está envolvido com cada aspecto crucial dos quatro impérios representados pela grande imagem humana em Daniel 2. Como veremos, o Cristo revelado em Zacarias 9-14 é um Cristo que está envolvido com a história humana de maneira refinada, particular e até mesmo íntima. As visões nos capítulos de um a seis de Zacarias eram principalmente para consolação dos filhos de Israel, ao passo que as profecias nos capítulos de nove a quatorze são principalmente para o encorajamento deles. Sem Cristo não há nem consolação nem encorajamento. A consolação em Zacarias de 1—6 é Cristo, e o encorajamento em Zacarias de 9—14 também é Cristo. Nesta mensagem considera-remos a primeira das profecias de encorajamento. I. A PROFECIA CONCERNENTE ÀS NAÇÕES AO REDOR DE JUDÁ EM RELAÇÃO A ISRAEL A profecia em Zacarias 9 diz respeito às nações ao redor de Judá em relação a Israel.

157

A. Concernente à Destruição Realizada sobre as Nações ao redor de Judá por Alexandre o Grande A profecia nos versículos de 1 a 7 diz respeito a destruição realizada sobre as nações ao redor de Judá por Alexandre o Grande, rei do império grego (336-323 a.C., com a influência de seus quatro sucessores até 44 a.C.), profetizada por Daniel em seu livro como o abdômen e as coxas da grande imagem humana em 2:32c, como a terceira besta em 7:6, como o bode em 8:5, e como um rei poderoso em 11:3. B. O SENHOR Protegendo Jerusalém com Seu Templo como Sua Casa Zacarias 9:8 diz, “Ao redor da Minha casa acamparei contra o exército, para que ninguém passe nem volte; e não passará mais por eles o exator: pois agora o tenho visto com os meus olhos.” Isso revela que durante o ataque de Alexandre o Grande, o Senhor protegeu Jerusalém com seu templo como Sua casa. Embora Alexandre, um rei poderoso, tenha causado dano a tantas nações ao redor de Judá, ele não causou muito dano à Judá e Jerusalém, e não danificou em nada o templo. C. Cristo É Bem Recebido Temporariamente como o Rei em Jerusalém de Forma Humilde Os dois versículos no capítulo nove estão relacionados com Cristo, os versículos 9 e 10, são uma inserção. Isso significa que o versículo 11 é na verdade a continuação do versículo 8. O versículo 9 diz, “Regozija-te muito, filha de Sião; exulta, filha de Jerusalém; eis que vem a ti o teu rei. Ele é justo, e trás a salvação; ele é pobre e vem montado sobre um jumento, sobre um potrinho, filho de uma jumenta.” Isso revela que Cristo viria de maneira justa com salvação para nós e que Ele montaria num jumento, filho de uma jumenta. Esse versículo foi cumprido nos quatro Evangelhos quando Jesus Cristo entrou em Jerusalém a última vez. Ele veio como um Rei, mas como um Rei humilde, um Rei humilhado, não montando em um cavalo majestoso, mas em um jumentinho. D. O Reino Milenar como um Tempo de Restauração O versículo 10 diz, “E destruirei os carros de Efraim e os cavalos de Jerusalém, e o arco de guerra será exterminado. Ele anunciará a paz às nações; o seu domínio se estenderá de mar a mar, e desde o Rio até as extremidades da terra.” Isso se refere ao reino milenar que será um tempo de restauração. No milênio, Deus fará cessar toda guerra. Esta palavra concernente ao reino certamente deve ter sido um conforto e um encorajamento ao povo de Israel. A sequência nesse capítulo é muito significativa. Os versículos de 1 a 7 dizem respeito ao dano e devastação causados por Alexandre o Grande às nações ao redor de Judá. Então o versículo 8 continua a dizer que o próprio Senhor se acampou ao redor do Seu templo dentro da cidade santa. Isso salvou Judá, Jerusalém e o templo da devastação de Alexandre. Jerusalém e o templo foram poupados e salvos da devastação do inimigo. Isso foi uma boa libertação e um sinal da restauração vindoura. Porém, a restauração vindoura precisa da vinda de Cristo. Por isso, depois da palavra no versículo 8 concernente à libertação de Jerusalém e o templo, o versículo 9 diz que Cristo está vindo, sendo justo e trazendo salvação. Finalmente, a situação está correta e adequada para a vinda de Cristo, e Ele virá humildemente, e também de maneira íntima, montado num jumento. Qual deve ser o resultado da vinda de Cristo? Como o versículo 10 indica, após a Sua vinda, paz e restauração deverá estar aqui, e o domínio de Deus também deverá estar aqui. Na 158

restauração o primeiro item é paz: “Ele anunciará paz às nações.” O segundo item é domínio: “Seu domínio se estenderá de mar a mar.” Entretanto, quando Cristo veio a primeira vez, Ele foi bem recebido temporariamente e por fim foi rejeitado, detestado ao máximo, e levado à morte para ser crucificado. Com relação à Sua rejeição pelos filhos de Israel, o Senhor Jesus disse, “Jerusalém, Jerusalém! Que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes Eu quis reunir os teus filhos, como a galinha ajunta a sua ninhada debaixo das asas, e vós não quisestes! Eis que a vossa casa vos é deixada deserta” (Mt 23:37-38). A palavra casa denota a casa de Deus, a qual era o templo. Ela era a casa de Deus, mas aqui ela é chamada “sua casa.” A casa de Deus tinha se tornado a casa deles, e ela seria totalmente destruída por Titus em 70 d.C. (Mt 24:2). Porque os filhos de Israel rejeitaram Cristo o Rei, a restauração foi suspensa por um templo, e o momento do julgamento sobre os filhos de Israel começou, o qual durou aproximadamente vinte séculos. Portanto, Cristo precisa vir uma segunda vez, desta vez não montando um jumento, mas vindo como relâmpago (Mt 24:27). Então a paz e o reino eterno, como o domínio de Deus, estarão na terra de mar a mar. Esta é a sequência de acordo com o significado espiritual. E. Concernente à Vitória dos Heróis Judeus Macabeus Sobre Antíoco Epifânio A profecia nos versículos 11 a 17 de Zacarias 9 diz respeito à vitória dos heróis judeus Macabeus sobre Antíoco Epifânio, o rei da Síria (175-163 a.C.), o reino do norte, profetizado por Daniel em seu livro em 8:9-14, 23-25 e 11:28-35. Antíoco Epifânio foi o primeiro tipo da vinda do Anticristo, que fará as coisas malignas profetizado em Daniel 8:10-13, 23-25,; 11:3032a. Deus levantou os heróis Macabeus para encontrar Antíoco e derrotá-lo. Daniel 11:32b diz, “Mas o povo que conhece o seu Deus se tornará forte e ativo.” Creio que os Macabeus e os seus seguidores sabiam que esta palavra se aplicava a eles e que eles foram encorajados por ela. Eles mostraram força e agiram contra Antíoco Epifânio. Zacarias 9:13 diz, “Porque para mim curvei Judá como um arco e o enchi de Efraim; suscitarei a teus filhos, ó Sião, contra os teus filhos, ó Javã! E te porei, ó Sião, como espada de valente.” A palavra Javã aqui refere-se à Grécia e é a chave para compreender os versículos de 11 a 17. Os filhos da Grécia são Antíoco e os que estão com ele, e os filhos de Sião são os Macabeus. Assim, o versículo 13 está dizendo que na época de Antíoco Epifânio Deus despertaria Seus filhos, os filhos de Sião, contra os filhos da Grécia. Os versículos 14 e 15 continuam dizendo, “Por cima deles será visto o SENHOR, e as suas flechas sairão como o relâmpago; o Senhor Jeová tocará a trombeta, e irá com o redemoinho do sul. O SENHOR dos exércitos os defenderá; eles devorarão, e pisarão aos pés as fundas; beberão, e farão alvoroço como de vinho; e ficarão cheios como as bacias de sacrifício, como os cantos do altar.” Nestes versículos deles e eles se referem aos Macabeus que seriam defendidos por Deus. O versículo 16 continua, “O SENHOR seu Deus os salvará naquele dia como o rebanho do seu povo; porque eles serão como as pedras de uma coroa, elevadas sobre a terra dele. “Aquele dia” refere-se a 25 de dezembro de 161 a.C. O versículo 17 conclui, “Pois quão grande é a sua bondade, e quão grande é a sua formosura! O trigo fará florescer os mancebos, e o mosto as donzelas”. Esta é uma palavra falada em congratulações aos Macabeus por sua vitória. A primeira parte deste capítulo está relacionada a Alexandre o Grande, e a última parte, com Antíoco Epifânio. A palavra concernente à Cristo, que está envolvido com a história humana, é inserida nos versículos 9 e 10. Cristo, claro que, não veio durante o tempo do império grego, mas durante o tempo do império romano. Como veremos em uma mensagem posterior, Zacarias também profetizou com respeito ao império romano. 159

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS MENSAGEM DEZ AS PROFECIAS DE ENCORAJAMENTO (2) Leitura bíblica: Zc 10 Nesta mensagem consideraremos a profecia de encorajamento em Zacarias 10. II. A PROFECIA CONCERNENTE À VISITAÇÃO AMOROSA DO SENHOR A ISRAEL A profecia no capítulo dez de Zacarias diz respeito à visitação amorosa do Senhor a Israel. Como veremos, esta visitação amorosa é de fato a vinda de Cristo a Israel. A. O Senhor Encoraja os filhos de Israel a Buscar Mais Bênçãos “Pedi ao SENHOR chuva no tempo das chuvas serôdias, ao SENHOR, que faz as nuvens de chuva, dá aos homens aguaceiro e a cada um, erva no campo” (v. 1). A palavra chuva aqui significa bênção. Pedir por mais chuvas é buscar mais bênção. Assim, nesse versículo o Senhor está encorajando os filhos de Israel a buscar mais bênçãos enquanto Ele é favorável a eles. Enquanto o Senhor for tão favorável a nós, devemos pedir-Lhe que nos envie ainda mais favor. Considerando que Deus está nos dando abundância de chuva, devemos pedir-Lhe mais chuva. Isso indica que todos nós precisamos orar pelas bênçãos abundantes do Senhor. B. O Senhor Punirá os Falsos Pastores Os versículos que 2 e 3a dizem, “Porque os ídolos do lar falam coisas vãs, e os adivinhos veem mentiras, contam sonhos enganadores e oferecem consolações vazias; por isso, anda o povo como ovelhas, aflito, porque não há pastor. Contra os pastores se acendeu a minha ira, e castigarei os bodes-guias.” Entre os judeus no tempo antigo, muitos possuíam ídolos domésticos, os quais eram imagens ou falsos deuses que guardavam em suas casas. Todos esses falsos deuses e todos os adivinhos falavam mentiras e falsos sonhos; eles confortavam em vão. Então, as pessoas vagavam como ovelhas. Eles eram afligidos porque não havia nenhum pastor. O versículo 3 nos diz que a ira do Senhor foi acendida contra os pastores e que Ele castigaria os bodes-guias. Os pastores aqui são os bodes-guias. Os pastores adequados são os profetas, as pessoas adequadas que falam por Deus. Hoje temos uma prática maravilhosa na vida da igreja. Encorajamos todos os santos a profetizarem; fazemos de cada santo um profeta. No mover do Senhor entre Seu povo hoje, o mais importante é falar por Ele. Paulo encorajou todos os santos a profetizarem (1Co 14:1, 24, 31, 39a). C. O Senhor Visita a Casa de Judá como o Seu Rebanho “Mas o SENHOR dos Exércitos tomará a seu cuidado o rebanho, a casa de Judá, e fará desta o seu cavalo de glória na batalha” (Zc 10:3b). Deus veio ao Seu povo de tal maneira graciosa para visitá-los. Sua visita a eles foi a vinda de Cristo a eles. Claro que, o capítulo dez não menciona o nome Jesus Cristo ou Messias, mas a palavra visita aqui deve ser compreendida como a vinda de Cristo. Dois mil anos atrás Ele veio na forma de um homem. Esta porção da Palavra fala sobre o Pastor do rebanho de Deus. No Novo Testa-mento o Senhor Jesus se comparou a um pastor. Ele veio como o verdadeiro Pastor e condenou os 160

outros pastores que eram os anciões, os escribas e os sacerdotes. Eles eram pastores iníquos, mas o Senhor Jesus era o único Pastor. Ele até mesmo nos disse que Ele era o bom Pastor que dava Sua vida pelas ovelhas (Jo 10:11, 14-15). Por um lado, o Senhor puniu os falsos pastores; por outro lado, Ele, o verdadeiro Pastor, visitou Seu rebanho. Ao visitar Seu rebanho Ele faz dele como um cavalo de majestade. Você é uma ovelha ou um cavalo de majestade? Todos nós precisamos progredir de forma que não sejamos mais ovelhas, mas cavalos de majestade. Depois de ser visitada pelo Senhor como o Pastor, cada ovelha fraca entre o povo de Deus torna-se um cavalo de majestade. D. De Judá Sairá a Pedra Angular, o Prego, o Arco de Batalha, e Todos os Chefes Juntos Zacarias 10:4 continua, “De Judá sairá a pedra angular, dele a estaca da tenda, dele o arco de guerra, dele sairão todos os chefes.” O pronome dele três vezes usado neste versículo refere-se a Judá no versículo anterior. O versículo 4 indica que quando nos tornamos cavalos de majestade, nos tornamos uma pedra angular, estacas, arcos de guerra e chefes. Quando nos tornamos cavalos, produzimos esses quatro tipos de coisas. E. A Casa de Judá e o Povo de Efraim São como Homens Poderosos que Pisoteiam Seus Inimigos A casa de Judá e o povo de Efraim serão como homens poderosos que pisoteiam seus inimigos, porque o SENHOR está com eles (v. 5). O SENHOR fortalecerá a casa de Judá e salvará a casa de José. O SENHOR os trará de volta, porque Ele tem compaixão deles, e será como se Ele não os tivesse rejeitado. O SENHOR é o seu Deus, e Ele lhes responderá (v. 6). Seus corações se alegrarão como que pelo vinho, e corações se exultarão no SENHOR (v. 7). Esta deve ser nossa situação e condição na vida da igreja hoje. F. O SENHOR Assobia para Eles e Os Ajuntam Os versículos de 8 a 12 revelam aspectos adicionais da visitação amorosa do Senhor a Israel. O versículo 8 diz, “Eu lhes assobiarei, e os ajuntarei; porque os tenho remido; multiplicar-se-ão, como se têm multiplicado”. O assobio do Senhor não é estridente, mas moderado e suave, algo como o cantar de um pássaro. Frequentemente durante nosso tempo de reavivamento matinal, o Senhor assobia a nós, nos chamando e nos ajuntando a Ele. Os versículos 9 e 10 continuam, “Eu os semearei por entre os povos, e em terras remotas se lembrarão de mim; viverão com seus filhos, e tornarão a vir. Também os farei voltar da terra do Egito, os congregarei da Assíria e os trarei para a terra de Gileade e do Líbano; não se achará lugar para eles.” O povo do Senhor certamente se multiplicará. Creio que veremos muitos novos nas igrejas locais. Isso será a verdadeira multiplicação da nova maneira. O versículo 11 continua a dizer, “Ele passará o mar de aflição e ferirá as ondas no mar, e todas as profundezas do Nilo secarão; a soberba da Assíria será abatida, e o cetro do Egito se retirará. O mar mencionou que aqui é o Mar Vermelho que, junto com o Nilo, protege o Egito e o mantém separado. Porém, Deus golpeará as ondas no Mar Vermelho e secará o Nilo. O versículo 12 conclui, “Eu os fortalecerei no SENHOR; e no seu nome andarão, diz o SENHOR.” O Eu aqui é o SENHOR, indicando que o SENHOR fortalecerá Seu povo Nele mesmo. Eles então andarão no Seu nome. Estar no nome de alguém é ser um com a pessoa que é a realidade daquele nome. Estar no nome de Deus é ser um com Deus em nosso andar diário, viver, caminhada e ter nosso ser no nome de Deus. Tudo do capítulo dez fala sobre a visitação amorosa de Deus. Precisamos perceber e lembrar que esta visitação é na verdade a vinda de Cristo. Posso testemunhar pela minha 161

experiência que quando desfrutamos a visitação amorosa do Senhor, nossa situação é exatamente igual a do povo de Deus descrita neste capítulo. Frequentemente após desfrutarmos tal visitação amorosa, nossa situação muda. Em Sua visitação amorosa, Ele nos encoraja para que busquemos mais bênçãos. Somos pequenos cordeiros, mas depois da Sua visitação amorosa, nos tornamos cavalos. Não é que somos ousados ou fortes, mas depois da visitação do Senhor com Seu querido toque, somos fortalecidos para nos tornar cavalos de majestade na batalha. Por fim, o Senhor nos fortalece em Si mesmo de maneira que possamos andar em Seu nome.

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS MENSAGEM ONZE AS PROFECIAS DE ENCORAJAMENTO (3) Leitura bíblica: Zc 11 Nesta mensagem consideraremos a profecia no capítulo onze de Zacarias. III. A PROFECIA CONCERNENTE AO VIVER DE ISRAEL DEBAIXO DA OPRESSÃO DO IMPÉRIO ROMANO A profecia em Zacarias 11 aborda o viver de Israel debaixo da opressão do império romano. Como veremos, neste capítulo há evidência que prova que está relacionado à tirania do império romano. A. A Destruição Realizada na Vizinhança de Israel pelo Império Romano Os versículos de 1 a 3 revelam a destruição realizada na vizinhança de Israel pelo império romano. O fogo no versículo 1 refere-se à vinda do César romano para devastar o Líbano e o Jordão. B. Os Filhos de Israel Caem nas Mãos dos Seus Vizinhos e na Mão de Seus Reis O viver de Israel sob a tirania do império romano é visto nos versículos de 4 a 6. Os filhos de Israel caíram nas mãos dos seus vizinhos e nas mãos de seus reis. Os vizinhos mencionados no versículo 6 se referem aos reis e governadores subordinados ao império romano, como Herodes e Pilatos, na região da Palestina. O rei no versículo 6 é César. C. O SENHOR como Jesus Apascenta o Aflito do Rebanho de Israel Nos versículos de 7 a 11 e 14, vemos o SENHOR como Jesus que apascenta o aflito do rebanho de Israel. O versículo 7a diz, “Assim apascentei as ovelhas destinadas para o matadouro, verdadeiramente as ovelhas mais miseráveis.” O “Eu” aqui se refere ao SENHOR, como indicado no versículo anterior. O SENHOR como Jesus veio para alimentar Seu povo, que estavam prestes a ser massacrado, os aflitos do rebanho. 162

Os versículos 7b a 11 dizem, “Tomei para mim duas varas; a uma chamei Formosura, a outra chamei União; e apascentei as ovelhas. Exterminei os três pastores num só mês; porque a minha alma se enfastiou deles, e a sua alma também teve nojo de mim. Então eu disse: Não vos apascentarei: o que morre, morra; o que há de ser exterminado, seja exterminado, e os que restam, comam cada um a carne do seu próximo. Tomei a minha vara Formosura e a fiz em pedaços, para destruir a minha aliança que tinha feito com todos os povos. Foi quebrada naquele dia; assim as miseráveis dentre as ovelhas que me respeitaram, reconheceram que isto era a palavra do SENHOR.” Aqui vemos que o SENHOR como Jesus trouxe duas varas — Formosura e União. Formosura refere-se à graça, e União refere-se a estar vinculado na unidade. Jesus veio como o Pastor para alimentar o rebanho de Deus com graça, de modo que eles possam ter unidade. Então o SENHOR como Jesus, pôs à parte os três pastores—os sacerdotes, os anciões e os escribas. Ele os destruiu, e as suas almas O detestaram. O Senhor Jesus como o Pastor adequado, foi rejeitado, deixando os filhos de Israel como um rebanho sem qualquer pastor (Jo 10:11). Com respeito a Israel estar sem um pastor, Mateus 9:36 diz, “Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e errantes, como ovelhas que não têm pastor.” Além disso, Ele quebrou a vara, Formosura (Zc 11:10). Isso indica que Ele quebrou a aliança que Deus fez por intermédio de Moisés, deixando o povo sem uma aliança para cobri-los. Deste modo, Ele tirou a graça (Formosura). O versículo 14 continua, “Então fiz em pedaços a minha segunda vara União, para dissolver a irmandade entre Judá e Israel.” Isso indica que o amor unidor também foi tirado. Como resultado, a nação estava dividida e cheia de guerras internas (v. 9). Desde o dia da crucificação de Cristo, não tem existido nenhuma unidade entre os judeus. Embora os do reino do norte, Israel, e os do reino do sul, Judá, fossem irmãos, a irmandade entre eles foi feita em pedaços por causa do amor unidor que foi feito em pedaços. Isso aconteceu enquanto eles estavam vivendo sob a opressão do império romano. D. O Messias, como o Pastor Adequado de Israel, Foi Detestado, Agredido, Rejeitado e Vendido por Trinta Moedas de Prata Zacarias 11:12 e 13 revelam que o Messias, como o Pastor adequado de Israel, foi detestado, agredido, rejeitado e vendido por trinta moedas de prata, o preço de um escravo (Êx 21:32). O que é profetizado aqui foi cumprido nos Evangelhos. O Senhor Jesus foi vendido sob o reinado do império romano, e foi julgado pelas leis romanas. Zacarias que 11:12 e 13 diz, “Eu lhe disse: Se vos parecer bem, dai-me a minha paga; e se não, deixai-vos disso. Pesaram, pois, por minha paga trinta moedas de prata. O SENHOR disse-me: Arroja-as ao oleiro, esse belo preço em que fui apreçado por eles. Tomei as trinta moedas de prata, e arrojei-as ao oleiro na casa do SENHOR”. Isso indica claramente que Cristo foi detestado, agredido, rejeitado e vendido. A fim de compreender estes versículos e saber o que a prata proporcionou e quem a lançou na casa do SENHOR, precisamos estudar os quatro Evangelhos. E. Os Filhos de Israel Deixados aos Cuidados dePastores Insensatos e Imprestáveis Os sacerdotes, os anciãos, e os escribas como os pastores malignos foram exterminados e Jesus como o Pastor apropriado foi crucificado, rejeitado ao máximo. Portanto, os filhos de Israel foram deixados aos cuidados de pastores insensatos e imprestáveis, que não quiseram cuidar deles (vv. 15-17). Isto significa que após a crucificação de Cristo, não houve liderança apropriada entre o povo de Israel. Eles lutaram um com o outro, devorando um ao outro. Os pastores insensatos, imprestáveis, que se levantaram entre eles, levaram-nos a mais 163

sofrimentos. Esta espécie de situação permitiu a Titus, o príncipe romano, devastar todo o país de Judá em 70 d.C. Este capítulo seguramente refere-se ao viver de Israel sob a tirania do império romano. O próprio Senhor Jesus viveu sob o reinado das leis romanas; Ele viveu sob o reinado de César, a mais alta lei, e também sob o reinado de Herodes e Pilatos que eram governantes subordinados. Sob esse reinado, Ele, o verdadeiro e adequado Pastor, foi rejeitado, agredido, vendido e crucificado. Com respeito a isto, Mateus 26:31, uma citação Zacarias 13:7, diz, “Fere ao pastor, e espalhar-se-ão as ovelhas do rebanho”. Quando Cristo, o Pastor, foi posto à cruz, todas as ovelhas do seu rebanho se espalharam. Os capítulos de nove a onze de Zacarias desvendam Cristo de maneira muito íntima. O centro das profecias nestes capítulos é Cristo como o Messias rejeitado. No capítulo nove, Cristo veio e entrou em Jerusalém como o Rei numa forma humilde. Em seguida, o capítulo dez revela essa Pessoa amável, íntima e gentil como o Pastor vindo em Sua visitação amorosa a Israel. Quando Ele tinha trinta anos de idade, Ele veio para pastorear as pessoas. Durante os três anos e meio do Seu ministério na terra, Ele ministrou suprimento espiritual ao povo escolhido de Deus. O tempo do Seu ministério foi um tempo de pastorear, e muitos foram ajudados pelo Seu pastorear. Porém, porque Sua ajuda se tornou muito popular, os anciões, escribas e sacerdotes ficaram com inveja. Em sua inveja, eles prenderam Jesus por meio da traição de Judas. Seguindo isto, Ele foi julgado primeiro pelo sumo sacerdote segundo a lei de Deus e então pelas leis do governo romano, Herodes e Pilatos, segundo a lei romana. O Senhor Jesus foi completamente justificado. Pilatos falou para os judeus que ele não podia encontrar nada errado com Jesus (Jo 18:38; 19:4), mas eles não lhe deram ouvidos, e suas vozes o superaram. “Quando, pois, O viram os principais sacerdotes e os servidores, gritaram: Crucifica-O! Crucifica-O! Disse-lhes Pilatos: Tomai-O vós e crucificai-O, porque eu não acho culpa Nele” (Jo 19:6). Em vez de agir justamente, Pilatos entregou Jesus nas mãos dos judeus. Eles levaram Jesus e então O conduziram para um lugar chamado Gólgota, e lá eles O crucificaram. Eles rejeitaram o Seu Rei ao máximo. O Messias veio de maneira gentil, como um amigo íntimo para visitar Seu povo Israel como Seu Rei. Se eles estivessem preparados, eles teriam Lhe dado boas-vindas. Então o reino dos céus teria sido estabelecido na terra, e o tempo da restauração teria chegado. Isto deveria ter acontecido dessa maneira, mas por causa da rejeição de Israel de Cristo, isso não aconteceu. Se percebermos isto, então compreenderemos o que é revelado com respeito a Cristo em Zacarias de 9-11. Mais detalhes com respeito a Cristo são revelados em Zacarias do que em Daniel. Daniel revela principalmente que Cristo é Aquele que vai a Deus para receber poder, autoridade e o reino. Tendo recebido o reino, Ele virá para a terra como a pedra que esmaga golpeando a grande imagem humana, isto é, para esmagar completamente o governo humano. Zacarias desvenda Cristo intimamente como o Salvador e Redentor vindouro. Inicialmente, Ele foi bem recebido pelo povo, porém, mais tarde, sob a influência dos anciões, sacerdotes e escribas, eles mudaram sua opinião e O detestaram. O Senhor Jesus foi vendido, julgado, sentenciado e posto na cruz para morrer. Portanto, o Messias, que foi bem recebido temporariamente, foi totalmente rejeitado. Como resultado, o povo de Israel foi dividido, perseguido pelo império romano e disperso por toda a terra.

164

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS MENSAGEM DOZE AS PROFECIAS DE ENCORAJAMENTO (4) Leitura bíblica: Zc 12 Leitura bíblica: Zc 12:1-9; 14:1-7, 12-15, O Cristo desvendado no livro de Zacarias é um Cristo que está intimamente envolvido com a história humana. Os primeiros seis capítulos revelam que Ele está envolvido com o império persa, e os últimos seis capítulos revelam que Ele está envolvido com o império grego e o império romano. Como temos visto, o centro das profecias nos capítulos de nove a onze é Cristo como o Messias rejeitado. Nos capítulos de doze a quatorze, Cristo é desvendado como o Messias que volta para ser entronizado como o Rei, não somente sobre Israel, mas sobre todo o mundo. Sua primeira vinda, descrita em Zacarias 9—11, foi humilde e íntima; Sua volta, descrita em Zacarias 12—14, será com poder e autoridade. Zacarias 12—14 aborda a profecia concernente ao destino de Israel em três assuntos: na grande guerra do Armagedom (12:1-9; 14:1-7, 12-15), na salvação de sua casa (12:1013:9), e no milênio (14:8-11, 16-21). Nesta mensagem consideraremos a profecia de encorajamento relacionada ao destino de Israel na grande guerra do Arma-gedom. Porém, primeiro eu gostaria de dar uma palavra com respeito ao significado do espírito humano como revelado em 12:1. Este versículo diz, “Sentença pronunciada pelo SENHOR contra Israel. Fala o SENHOR, o que estendeu o céu, fundou a terra e formou o espírito do homem dentro dele.” Os céus são para a terra, a terra é para homem, e o homem foi criado por Deus com um espírito para que ele possa contatar Deus, receber Deus, viver Deus, cumprir o propósito de Deus para Deus, e ser um com Deus. É maravilhoso que tal versículo como este esteja em um livro do Antigo Testamento que desvenda um Cristo que está tão envolvido com a história humana e políticas. Isso indica que em Sua economia Deus planejou ter Cristo como a centralidade e a universalidade de Seu mover na terra. Como o próprio Deus, Ele reina sobre toda a raça humana, administrando a situação mundial era após era por milhares de anos. Para Seu povo escolhido, que se importa com Ele como o Criador e como o Redentor, há a necessidade de Ele criar um receptor de forma que ele tenha a capacidade para receber tudo aquilo que Deus tinha planejado para Cristo ser. Cristo é maravilhoso, mas se nós não tivéssemos um espírito, como poderíamos recebê-Lo? Hoje em cada círculo de sociedade, as pessoas não exercitam seu espírito. Até mesmo nos círculos religiosos, a questão do espírito humano é negligenciada ou até mesmo oposta e negada. Se negligenciarmos nosso espírito humano, não haverá maneira para contatarmos Deus. Em João 4:24 o Senhor Jesus disse claramente que Deus é Espírito e que os que O adoram O adorem em espírito. Este é o princípio básico. Adorar Deus é contatar Deus, receber Deus, desfrutar Deus e experienciar Deus. Entretanto, muito poucos entre a raça humana hoje sabe que Deus é um Espírito e que fomos criados por Deus com um espírito. Deus ordenou que devêssemos contatá-Lo e recebê-Lo por meio do exercitar do nosso espírito humano. Na criação de Deus há princípios. Por exemplo, se quisermos ver cores diferentes, temos que usar nossos olhos. Suponha que eu seja cego. Eu posso ouvir as cores? Eu posso cheirá-las? Certamente não! Para ver cores, temos que usar o órgão adequado. O princípio é o mesmo em relação a nós e Deus. Deus é real, contudo alguns ousam dizer que não há Deus. Claro que, se não exercitarmos nosso espírito, seguramente não haverá Deus para nós. Não podemos tocar Deus por meio de nosso corpo físico. Nem podemos compreendê-Lo por meio de nossa mentalidade, por meio da nossa mente, pois este não é o órgão adequado para usar 165

ao contatar o Senhor. Deus é Espírito. Se quisermos adorá-Lo, contatá-Lo e recebê-Lo, temos que exercitar nosso espírito. Agradeça a Deus que em Sua criação Ele fez três coisas cruciais, igualmente importantes—céus, a terra, e nosso espírito. Nosso espírito, portanto, é tão crucial, tão importante, como os céus e a terra. Zacarias é um livro que desvenda Cristo como o centro e a circunferência de Deus, contudo este Cristo está intimamente envolvido com a história humana. Não somente qualquer um pode conhecer esta Pessoa, mas o povo escolhido de Deus que percebem que têm que um espírito pode conhecê-Lo. Ao ler o livro de Zacarias e contatar o Cristo revelado neste livro, temos que saber primeiro que temos um espírito. Então precisamos exercitar nosso espírito para orar, dizendo, “Senhor, quero ganhar o Cristo que é revelado em Zacarias.” Se exercitarmos nosso espírito dessa maneira, sentiremos algo vivo tocando-nos profundamente. É por isso que há neste livro tal versículo como 12:1, um versículo que nos encarrega de prestar toda atenção ao receptor dentro de nós, nosso espírito humano, para que possamos receber o Cristo revelado no livro de Zacarias. O propósito de Deus é para que recebamos Cristo. Entretanto, Cristo é complexo em tudo o que Ele é. Ele é todo-inclusivo, porque Ele é muitos itens. Além disso, este Cristo todoinclusivo está muito envolvido com a história, políticas e governos. Como podemos entender tal Pessoa? A única maneira é, depois de ler e estudar, nos voltar a oração. Quando nos voltamos à oração, exercitamos nosso espírito. Nesse momento, Cristo dispensa a Si mesmo para dentro de nós. Este é o dispensar celestial, divino. Por intermédio deste dispensar recebemos Cristo como nossa vida, nossa luz, nossa paciência, nosso amor, nosso tudo. Embora Zacarias fosse um jovem, ele conhecia o segredo de contatar Deus para receber o que Deus tinha revelado. Todos nós precisamos aprender dele a exercitar nosso espírito para receber Deus e receber o que Ele revelou. Vamos agora continuar considerando a profecia no capítulo doze. IV. A PROFECIA COM RESPETIO AO DESTINO DE ISRAEL NA GRANDE GUERRA DO ARMAGEDOM, NA SALVAÇÃO DA CASA DELES, E NO MILÊNIO A. Na Grande Guerra do Armagedom Os capítulos doze e quatorze nos mostram muitos aspectos do destino de Israel na grande guerra do Armagedom. 1. A Maior Guerra entre Humanidade A guerra do Armagedom será a maior guerra entre humanidade. Ela terminará o governo humano na terra no final da grande tribulação que virá; num curto período de tempo esta era se consumará. 2. Uma Guerra no Final da Grande Tribulação Esta guerra acontecerá no final da grande tribulação de três anos e meio (Mt 24:21; Dn 7:25; 12:7; Ap 11:2; 13:5). 3. Uma Guerra Motivada pelo Anticristo A guerra do Armagedom será uma guerra motivada pelo Anticristo para destruir Israel (Ap 16:12-16; 9:13-16; 19:19).

166

4. Uma Guerra Empreendida por Satanás por meio de Seus Seguidores Humanos Embora essa guerra seja motivada pelo Anticristo, será empreendida por Sata-nás por meio de seus seguidores humanos contra Deus com Seus santos (Ap 16:13-14; 17:14; 19:14; Zc 14:5b). Satanás tem seus seguidores, e Deus tem Seus santos. Por milhares de anos, Satanás tem exercitado seus dispositivos para ganhar pessoas para o seu exército. Deus também tem trabalhado para preparar Seus escolhidos para ser Seu exército. Finalmente, na grande guerra do Armagedom, haverá dois exércitos—o exército terreno de Satanás e o exército celestial de Deus. 5. Uma Guerra Travada pelo Anticristo com Seus Seguidores Diretamente contra Cristo com Seus Vencedores A guerra do Armagedom será travada diretamente pelo Anticristo com seus seguidores contra Cristo com Seus vencedores (Ap 19:19, 11, 14; 17:14). O Anticristo, a corporificação de Satanás, será o comandante do seu exército, e Cristo, a corporificação de Deus, será o Comandante do exército de Deus. Assim, por um lado, será uma guerra diabólica; por outro lado, será uma guerra divina. Nessa guerra divina, Cristo destruirá o Anticristo “pelo sopro da Sua boca” e o aniquilará “pela manifestação da Sua vinda” (2Ts 2:8). Estas são as armas que Cristo usará para derrotar o Anticristo. 6. Uma Guerra que Será o Grande Lagar da Cólera de Deus Pisoteado por Cristo Esta guerra será o grande lagar da cólera de Deus pisoteado por Cristo em Sua vinda para julgar o mundo (Ap 14:17-20; Is 63:1-6). Muitas pessoas malignas que odeiam Deus se unirão ao Anticristo para lutar contra Deus. Quando essas pessoas malignas se juntarem ao Armagedom, elas na verdade serão as uvas a serem pisadas por Deus no lagar da cólera de Sua ira. Ao reunir seus exércitos e muitas pessoas malignas, o Anticristo, na verdade estará fazendo um trabalho para Deus. 7. As Nações Que Participarem Também Serão Ajuntadas pelo SENHOR Deus As nações que participarem naquela guerra internacional contra Jerusalém também serão ajuntadas por Deus. A metade da cidade de Jerusalém será levada em cativeiro, mas o restante do povo não será expulso da cidade (Zc 14:2). Em Sua misericórdia Deus ainda preservará metade do Seu povo eleito. 8. O SENHOR Fará de Jerusalém um Cálice de Tontear e uma Pedra Pesada para Todos os Povos ao Redor O SENHOR fará de Jerusalém um cálice de tontear para todos os povos em redor e também para Judá, durante o sítio contra Jerusalém, isto é, para os exércitos do Anticristo e para todas as pessoas malignas com ele. Deus causará espanto nos seus cavalos e loucura nos seus cavaleiros (12:2-4). Jerusalém não só precisará de proteção divina contra o Anticristo e seus exércitos, mas também contra Satanás e seus demônios e espíritos malignos. Podemos não saber como Deus fará de Jerusalém um cálice de tontear e uma pedra pesada, mas sabemos que Ele fará isto.

167

9. O SENHOR Golpeará Todos Aqueles Que Sitiarem Jerusalém durante Esta Guerra O SENHOR golpeará todos aqueles que sitiarem Jerusalém durante a guerra do Armagedom. A carne deles apodrecerá, estando eles de pé; apodrecer-se-lhes-ão os olhos nas suas órbitas, e lhes apodrecerá a língua na boca. Uma grande confusão da parte do SENHOR estará entre eles; cada um agarrará a mão do seu próximo, cada um levantará a mão contra o seu próximo. Além disso, se ajuntarão as riquezas de todas as nações circunvizinhas, ouro, prata e vestes em grande abundância. A mesma praga, estará nos cavalos, nos mulos, nos camelos, nos jumentos e em todos os animais que estiverem naqueles arraiais (14:12-15). 10. O SENHOR dos Exércitos Será a Força dos Habitantes de Jerusalém O SENHOR dos exércitos será a força dos habitantes de Jerusalém e fará dos líderes de Judá como um braseiro ardente debaixo da lenha e como uma tocha entre a palha; eles devorarão, à direita e à esquerda, a todos os povos em redor, e Jerusalém será habitada outra vez no seu próprio lugar. O SENHOR salvará primeiramente as tendas de Judá, para a glória da casa de Davi e a glória dos habitantes de Jerusalém. Naquele dia, o SENHOR protegerá os habitantes de Jerusalém; e o mais fraco dentre eles, naquele dia, será como Davi, e a casa de Davi será como Deus, como o Anjo do SENHOR (Cristo) diante deles. (Em 12:8 o Anjo do SENHOR está em aposição a Deus.) Além disso, o SENHOR procurará destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém (12:5-9). 11. O SENHOR como Cristo Vem com Seus Santos Zacarias 14:3-7 revela que o SENHOR como Cristo virá então com Seus santos e irá lutar contra Satanás, corporificado no Anticristo, e seus seguidores, as nações. a. Os Pés do SENHOR como Cristo Estarão Sobre o Monte das Oliveiras Os pés do SENHOR como Cristo, estarão sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente. O monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade, para o sul (v. 4). b. O Restante de Israel Fugirá para o Vale das Montanhas do SENHOR O restante de Israel fugirá para o vale das montanhas do SENHOR (v. 5). c. Naquele Dia não Haverá Luz Naquele dia não haverá luz; as estrelas luzentes (o sol, a lua e as estrelas) se retirarão. Será um tipo de dia conhecido apenas ao SENHOR, não dia nem noite. Mas acontecerá que a tarde haverá luz (vv. 6-7). Isso indica que Deus mudará varias coisas no universo de modo a julgar os seres humanos malignos e salvar Seus eleitos.

168

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS MENSAGEM TREZE AS PROFECIAS DE ENCORAJAMENTO (5) Leitura bíblica: Zc 12:10-14; 13:1-9 Na mensagem anterior vimos o destino de Israel na grande guerra do Armagedom. Nesta mensagem consideraremos a profecia de encorajamento com relação à salvação de casa de Israel. Na Salvação da Casa de Israel 1. O Endurecimento Veio Sobre uma Parte de Israel Romanos 11:25b diz que veio um endurecimento sobre uma parte de Israel até que tenha entrado toda a plenitude dos gentios. No tempo presente, Deus aparente-mente abandonou Israel, e Israel tornou-se um tanto endurecido. Este endurecimento continuará até que o tempo dos gentios seja cumprido. 2. Todo o Israel Será Salvo Quando a completação da plenitude dos gentios chegar, todo o Israel será salvo (Rm 11:26-27). Esta será a salvação da casa de Israel. No mesmo dia e ao mesmo tempo, serão salvos milhares de israelitas. 3. Talvez Aconteça Enquanto a Grande Guerra do Armagedom Estiver Prestes a Terminar Pode ser que esta salvação da casa de Israel aconteça enquanto a grande guerra do Armagedom estiver prestes a terminar (cf. Zc 14:2-3). Ao término da guerra do Armagedom, Cristo virá para terra, e o restante de Israel verão Aquele a quem transpassaram, se arrependerão e lamentarão, e crerão em Cristo e O receberão (Ap 1:7; Zc 12:10). Desta maneira todo o Israel será salvo. Esta será a salvação da casa de Israel atribuída por Deus. 4. O SENHOR Deus Derramará sobre a Casa de Davi e sobre os Habitantes de Jerusalém o Espírito de Graça e de Súplicas Zacarias 12:10a diz, “E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram.” Em Atos 2 Deus derramou Seu Espírito sobre toda a carne (v. 17), e três mil foram salvos. Mas quando o Senhor derramar o Espírito de graça sobre os habitantes de Jerusalém, muitos milhares de Israel, até mesmo toda a raça de Israel, será salva. O Espírito de graça em Zacarias 12:10 é um termo doce, e está em contraste ao Espírito de poder em Atos 1:8 e 2:1-4. Devemos experienciar o Espírito tanto como o Espírito de poder como o Espírito de graça. O Espírito de poder é para nos fortalecer, mas o Espírito de graça é para levar-nos ao desfrute do Deus Triúno. Em Atos 2 havia a participação no poder divino por meio do Espírito Santo, mas não havia tanto desfrute do Deus Triúno. Em Atos 2, no inicio da era da graça, a era da igreja, o Espírito era principalmente o Espírito de poder. Mas em 169

Zacarias 12, no final, a consumação, da era da graça, o Espírito será principalmente o Espírito de graça para o desfrute do Deus Triúno. Na época da aparição da segunda vinda do Senhor, a restante de Israel terá sofrido todos os tipos de sofrimentos. Eles sofreram a destruição de Jerusalém em 70 d.C. e se espalharam para outros países. Nesses outros países eles continuaram sofrendo perseguição. Hoje a maioria dos judeus permanece na dispersão, mas muitos estão voltando à nação de Israel. Na época do Anticristo, serão mortos dois terços em toda a terra de Israel (13:8-9a). A metade da cidade de Jerusalém sairá para o cativeiro (14:2). A metade que permanecer já não mais terá nenhum prazer pela vida humana ou em adquirir bens e altas posições. Eles perceberão que estão carentes de Deus e exercitarão seu espírito (12:1), não suas mentes. Nessa conjuntura, eles se arrependerão, porque perderam o seu prazer por tudo. O Espírito Santo será derramado sobre neles, e eles seguirão seu espírito e estarão plenamente ocupados com Deus. Creio que por eles terem aprendido que tudo aparte de Deus é vaidade e por exercitarem seu espírito, o derramar do Espírito de Deus sobre eles será intensificado. Os judeus no dia de Pentecostes eram teimosos e duros. Consequentemente, o Espírito de poder foi derramado para inspirá-los a se arrependerem. Mas os habitantes de Jerusalém em Zacarias 12:10 já terão se arrependido; então, o Espírito de graça será derramado sobre eles para que possam receber o Deus Triúno como o seu desfrute. Zacarias 12:10a também nos fala que eles olharão para Aquele a quem traspassaram. Isto significa que eles olharão para Cristo que foi traspassado por eles. Apocalipse 1:7a se refere a isto: “Eis que Ele vem com as nuvens, e todo olho O verá, até mesmo aqueles que O traspassaram.” O traspassar de Cristo é o fundamento da redenção. Separado do ser traspassado de Cristo, não haveria base para nossa redenção. Os judeus arrependidos olharão para Aquele a quem traspassaram. Embora tenha sido seus antepassados que traspassaram o Senhor Jesus, Deus conta como se fosse feito por esses que se arrependeram. A razão para isto é que aos olhos de Deus todo o povo de Israel é uma só pessoa. a. Prantearão Sobre Ele com Prantos e Chorarão Amargamente Sobre Ele com Choro Amargo Zacarias 12:10b continua dizendo, “Pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito.” Um filho único é muito querido de seus pais, e um filho primogênito tem honra entre os muitos filhos. O Israel arrependido pranteará sobre Cristo como o único Filho de Deus e chorará amargamente sobre Ele como o Filho de primogênito de Deus. No Novo Testamento Cristo é revelado primeiro como o Filho unigênito de Deus e então como o Filho primogênito de Deus. João 1:18 diz que o Filho unigênito que está no seio do Pai O deu a conhecer. João 3:16 nos fala que Deus amou o mundo de tal maneira que Ele deu Seu Filho unigênito. Pela Sua morte e ressurreição, o Filho unigênito se tornou o Filho primogênito (Rm 8:29; Hb 1:6a). Segundo o Novo Testa-mento, Cristo ser o Filho unigênito é para sermos redimidos e recebermos vida eterna. O tornar-se de Cristo como o Filho primogênito por meio da morte e ressurreição é para nós nos tornarmos os filhos de Deus como herdeiros para herdar todas as riquezas do que Deus é, isto é, receber, participar em, e desfrutar todas as riquezas do Deus Triúno. No seu arrependimento, Israel reconhecerá Cristo tanto como o Filho unigênito como o Filho primogênito de Deus. Eles perceberão que como o Filho unigênito Cristo os resgatou e trouxe-lhes a vida eterna e que como o Filho primogênito, Ele fez deles os herdeiros para herdar as riquezas do Deus Triúno como o seu desfrute.

170

b. Haverá Grande Pranto em Jerusalém Naquele dia, será grande o pranto em Jerusalém, como o pranto de Hadade-Rimom, no vale de Megido. A terra pranteará, cada família à parte; a família da casa de Davi à parte, e suas mulheres à parte; a família da casa de Natã à parte, e suas mulheres à parte; a família da casa de Levi à parte, e suas mulheres à parte; a família dos simeítas à parte, e suas mulheres à parte. Todas as mais famílias, cada família à parte, e suas mulheres à parte (Zc 12:11-14). Aqui temos três tipos de famílias: a família real de Davi, a família do sacerdócio (Natã e Levi), e a família de um homem maligno (Simei que amaldiçoou a Davi). Zacarias usa essas famílias como ilustrações. Todos aqueles que olharem para Cristo, O traspassado, com um espírito arrependido, prantearão sobre Ele. 5. A Provisão Divina e a Preparação Soberana para a Salvação da Casa de Israel Chegamos agora a Zacarias 13, um capítulo sobre a provisão divina e a preparação soberana para a salvação da casa de Israel. a. A Provisão Divina de um Redentor com Sua Redenção Esta provisão divina inclui um Redentor com Sua redenção (vv. 1-7a). 1) Deus Providencia uma Fonte Aberta Deus providenciou para a casa de Davi e os habitantes de Jerusalém uma fonte aberta (o lado traspassado de Cristo—Jo 19:34, 37) para o pecado e para a impureza. “Naquele dia, haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para remover o pecado e a impureza” (Zc 13:1). O traspassar de Cristo abriu tal fonte. Esta é uma questão de redenção. 2) Deus Cortou os Nomes dos Ídolos e Fez com que os Falsos Profetas e o Espírito Imundo Fossem Removidos da Terra Deus cortará os nomes dos ídolos e fará com que os falsos profetas e o espírito imundo sejam removidos da terra (vv. 2-4). Ele limpará essas coisas negativas para o povo de Israel possa ser esvaziado para receber Cristo. 3) Cristo Veio para Ser o Verdadeiro Profeta, Mas Foi Rejeitado e Ferido em Seu Lado na Casa de Israel, Seus Parentes na Carne Cristo veio ser o verdadeiro Profeta (Mt 13:57) mas foi rejeitado e ferido em Seu lado na casa de Israel, Seus parentes na carne (Zc 13:5-6; 12:10); e a ferida se tornou a base da redenção deles realizada para eles na Sua morte (Jo 19:34, 37; Ap 1:7). Zacarias 13:5 diz, “Cada um, porém, dirá: Não sou profeta, sou lavrador da terra, porque fui comprado desde a minha mocidade.” Os versículos 2 a 4 falam de Deus fazendo com que os falsos profetas sejam removidos da terra. Isso limpou o caminho para Cristo vir como o verdadeiro Profeta. Porém, de acordo com o versículo 5, Ele disse que não era um profeta, mas um lavrador da terra. Isto significa que Ele não era o tipo de profeta, um falso profeta, mencionado nos versículos precedentes. Ele veio como o verdadeiro Profeta. O versículo 6 continua a dizer, “Alguém lhe perguntará: Que são estas feridas entre os teus braços? Então responderá ele: As com que fui ferido na casa dos que Me amam. Neste versículo a frase “dos que Me amam” se refere aos parentes de Cristo, os filhos de Israel. Os 171

filhos de Israel O mataram, mas Ele considerou a ação deles como feridas daqueles que O amavam. Isto é muito doce. 4) Cristo, o Companheiro do SENHOR, Vindo como o Pastor Enviado de Deus aos Filhos de Israel, Porém Foi Ferido até Morte por Eles Cristo, o Companheiro do SENHOR, veio como o Pastor enviado de Deus aos filhos de Israel, porém foi ferido até a morte por eles (v. 7a; Mt 9:36; Jo 10:11; Mt 26:31; At 2:23). Zacarias 13:7a diz, “Desperta, ó espada, contra o meu pastor e contra o homem que é o meu companheiro, diz o SENHOR dos Exércitos; fere o pastor, e as ovelhas ficarão dispersas.” Cristo era tanto um parente dos filhos de Israel como um Companheiro do SENHOR. Quando Ele estava pendurado na cruz, seus parentes O feriram, e Deus chamou a espada para golpeá-Lo. Ele estava numa situação onde Seus parentes estavam contra Ele e onde Deus, de quem Ele é um Companheiro, também estava contra Ele. A palavra no versículo 7a sobre ferir o Pastor é citada pelo Senhor Jesus em Mateus 26:31. Ferir o Pastor significa atacar o Pastor. Imediatamente após estabelecer a mesa, Ele disse aos Seus discípulos que seria atacado e que eles, as ovelhas, seriam dispersas. b. A Preparação Soberana de um Povo para Receber o Redentor com Sua Redenção Em Zacarias 13:7b a 9 vemos a preparação soberana de Deus de um povo para receber o Redentor com Sua salvação. Em Sua salvação para a casa de Israel, Deus proveu não somente redenção, mas também um povo para receber Sua redenção. Da mesma maneira, Deus nos preparou antes mesmo de nascermos para ser os recipientes da Sua salvação. 1) Deus Reage à Rejeição de Cristo pelos Filhos de Israel e Volta a Sua Mão Sobre Eles como os Pequeninos O versículo 7b diz, “Voltarei a minha mão para os pequeninos.” Aqui os “pequeninos” se refere ao povo de Israel. Isso indica que na Sua preparação, Deus reagiu à rejeição de Cristo pelos filhos de Israel, e voltou Sua mão sobre eles como os pequeninos, punindo-os por intermédio de Titus o príncipe romano e seu exército em 70 d.C. e os espalhou para as nações para serem desprezados, humilhados, perseguidos e destruídos ao longo da era da graça até hoje (Mt 21:41a; 23:38; 24:2). 2) Na Grande Tribulação Dois terços Deles Serão Exterminados pelo Anticristo Na grande tribulação na consumação da era atual, em toda a terra de Israel, dois terços deles serão exterminados pelo Anticristo em sua perseguição dos judeus (Zc 13:8a; Ap 11:2; 13:7). 3) Um Terço do Restante Será Deixado na Terra Um terço do restante será deixado na terra e será passado pelo fogo e purificado como a prata e provados com se prova o ouro pela perseguição do Anticristo (Zc 13:8b-9a). Estes serão aqueles que são inscritos no livro como o registro secreto (Dn 12:1b). 4) Eles Invocarão o Nome do Senhor o Senhor Lhes Responderá Eles invocarão o nome do Senhor, e o Senhor lhes responderá. O Senhor dirá que eles são o Seu povo, e eles dirão que o Senhor é o Deus deles (Zc 13:9b). Eles serão salvos para o 172

desfrute das riquezas do Deus Triúno, primeiro no milênio para serem os sacerdotes para ensinar as nações e então na Nova Jerusalém para participar em todas as bênçãos que Deus tem ordenado de eternidade a eternidade. Esta é a salvação da casa para Israel.

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS MENSAGEM QUATORZE AS PROFECIAS DE ENCORAJAMENTO (6) Leitura bíblica: Zc 14:8-11, 16-21, O centro das profecias nos capítulos de doze a quatorze é Cristo como o Messias rejeitado vindo para ser entronizado. Nas duas mensagens anteriores consideramos a profecia concernente ao destino de Israel na grande guerra do Armagedom e na salva-ção da sua casa. Nesta mensagem consideraremos primeiro a profecia de encoraja-mento com respeito ao destino de Israel no milênio e então faremos uma comparação de duas categorias principais dos acontecimentos nos livros de Daniel e Zacarias. Seguindo isto, gostaria de dar uma palavra concernente à nossa necessidade de sermos introduzidos na esfera da economia de Deus. D. No Milênio 1. Águas Vivas Sairão de Jerusalém No milênio não haverá sede. Águas vivas sairão de Jerusalém, a metade delas irão para o mar oriental, o Mar Morto, e metade delas para o mar ocidental, o Mar Mediterrâneo (14:8). Isto é semelhante ao registro no livro de Ezequiel com respeito à água viva que flui do templo de Deus (Ez 47:1-2). 2. O SENHOR como Cristo É o Rei Sobre Toda a Terra No milênio o SENHOR como Cristo será o Rei sobre toda a terra, e Ele será um só Deus e o Seu nome um só nome (Zc 14:9). 3. Jerusalém Será Exaltada e Habitará em Seu Lugar Jerusalém Será Exaltada e Habitará em Seu Lugar (v. 10). 4. O Povo Habitará em Jerusalém e Não Haverá Mais Maldição E habitarão nela, e não haverá mais destruição, porque Jerusalém habitará segura (v. 11). Em vez de maldição, haverá bênção com segurança. 5. Todos Os que Restarem de Todas as Nações que Vieram Contra Jerusalém, Subirão de Ano em Ano para Adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, e para Celebrarem a Festa dos Tabernáculos. 173

E acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, e para celebrarem a festa dos Tabernáculos (v. 16). Aquele que não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, não virá sobre ele a chuva, mas haverá praga com que o SENHOR ferirá as nações. Este será o pecado deles (vv. 17-19). Porque a presente era é a era da graça, Deus envia chuva sobre o justo e o injusto semelhante-mente (Mt 5:45). Mas a era vindoura será a era da justiça. Aqueles que não subirem para Jerusalém para adorar o Rei e celebrar a Festa dos Tabernáculos não receberão chuva. Isto é justo. 6. Santidade ao SENHOR dos Exércitos No milênio, nas campainhas dos cavalos será gravado, “Santidade ao SENHOR”; e as panelas da casa do SENHOR serão como as bacias diante do altar (Zc 14:20). As panelas são algo pequeno, e as bacias são algo grande. Mas no milênio as panelas na casa de Deus serão tão grandes quanto às bacias diante do altar. Sem duvida, cada panela em Jerusalém e Judá será santidade ao SENHOR dos exércitos; todos os que oferecerem sacrifícios virão e delas tomarão e nelas cozerão; e nunca mais haverá novamente um cananeu (ou, mercador) na casa do SENHOR dos exércitos por aquele dia (v. 21). Este é o destino de Israel no milênio. UMA COMPARAÇÃO DE DUAS PRINCIPAIS CATEGORIAS DE FATOS NOS LIVROS DE DANIEL E ZACARIAS Vamos agora continuar a fazer uma comparação de duas principais categorias de fatos nos livros de Daniel e Zacarias. I. DAS COISAS CONCERNENTES AO GOVERNO HUMANO A. No Livro de Daniel Em Daniel a grande imagem humana significa todo o governo humano na terra como um esqueleto (cap. 2). As quatro bestas que saem do Mar Mediterrâneo dão um esboço do governo humano na terra (cap. 7). Um carneiro e um bode com seus sucessores dão um esboço do império persa e o império grego com seus sucessores, terminando com Antíoco Epifânio, que é o primeiro tipo de Anticristo (cap. 8). O rei do sul e o rei do norte dão um registro das guerras entre os sucessores do império grego, terminando com Antíoco Epifânio, o primeiro tipo de Anticristo (cap. 11). As setenta semanas dão um esboço do destino de Israel, do retorno do seu cativeiro para a consumação da presente era, terminando com o Anticristo (cap. 9). B. No Livro de Zacarias Em Zacarias a profecia concernente às nações ao redor de Judá em relação a Israel dá alguns detalhes da invasão do império grego na terra santa e a derrota de seu sucessor pelos heróis judeus (cap. 9). A profecia concernente ao viver de Israel sob a opressão do império romano dá alguns detalhes sobre o viver sob a tirania do império romano (cap. 11). A profecia concernente ao destino de Israel na grande guerra do Armagedom dá os detalhes de como o governo humano, tipificado pela grande imagem humana em Daniel 2, será destruído em sua parte final, representado pelos dedos do pé da grande imagem humana (caps. 12, 14).

174

II. DAS COISAS CONCERNENTES À CRISTO A. No Livro de Daniel O livro de Daniel revela certos fatos cruciais com relação à Cristo. De acordo com 9:26, a crucificação de Cristo, o Messias, foi a terminação da velha criação e a germinação da nova criação de Deus em Sua ressurreição. Em 10:4-9 vemos o aparecimento do Cristo excelente, a centralidade e universalidade do mover de Deus na terra, para Daniel para sua apreciação, consolação, encorajamento, expectativa e estabilização. Daniel 7:13-14 desvenda a vinda de Cristo como o Filho do Homem com o domínio eterno, glória e reino dados a Ele pelo Ancião de Dias, para que todos os povos, nações e línguas possam servi-Lo. Finalmente, Daniel fala acerca da aparição de Cristo como a pedra cortada sem auxilio de mãos para golpear a grande imagem humana para terminar todo o governo humano na terra e se tornar uma grande montanha, representando o reino eterno de Deus que enche toda a terra (2:34-35). B. No Livro de Zacarias O livro de Zacarias revela muitas coisas concernentes à Cristo. Primeiro, o Cristo redentor, como um homem e como o Anjo do SENHOR, a corporificação do Deus Triúno, foi enviado por Deus para estar com Seu povo humilhado Israel no seu cativeiro, tipificado pelas murteiras nos vales (1:8-11). Então Cristo, como um homem em Sua humanidade, era o Enviado pelo SENHOR dos exércitos e também era o Emissor, o SENHOR dos exércitos, lidando com as nações que despojaram o povo de Sião e os tocaram como tocam a menina do Seu olho (2:1, 8-10). Seguindo isto, Cristo era o Servo do SENHOR e o Renovo para ser a pedra com sete olhos esculpida por Deus para a remoção da iniquidade da terra santa para a edificação do templo de Deus (3:8-9). Cristo também era a pedra angular de graça para a conclusão do edifício do templo de Deus (4:7-9). Cristo como o Renovo para a edificação do templo de Deus se assentará e reinará no Seu trono como um Sacerdote e como um Rei (6:12-13). Cristo como o Rei de Israel veio humildemente para Jerusalém montando em um jumento, sobre um jumentinho (9:9), contudo Cristo como o Pastor dos eleitos de Deus foi rejeitado e vendido ao preço de um escravo, trinta moedas de prata (11:12-13). Cristo como o Companheiro de Deus era o Pastor enviado de Deus, mas foi ferido até a morte (13:7). Em Sua vinda, Cristo aparecerá aos filhos de Israel como seu Redentor e Salva-dor, Aquele que foi transpassado por eles, e eles olharão para Ele e prantearão sobre Ele (12:10). Cristo veio como o verdadeiro Profeta, mas foi rejeitado e ferido por Israel que era Seus parentes, para preparar uma base para a salvação deles e uma fonte aberta para o pecado e a iniquidade deles (13:5-6, 1). Ao término desta era, Cristo virá para permanecer sobre o Monte das Oliveiras e pelejará com as nações que sitiam Jerusalém (14:3-4). Então Cristo como SENHOR será Rei sobre toda a terra no milênio (v. 9). O Cristo desvendado em Zacarias, O traspassado com quem havia uma fonte aberta, é a centralidade e universalidade da economia de Deus. Como tal Pessoa, Ele está intimamente envolvido com a história humana, em particular, com o império persa, o império grego, e o império romano. O império romano foi especialmente útil para Cristo. Cristo nasceu sob o governo do império romano. Sem o império romano, não teria sido possível para Cristo nascer. Ele cresceu, levou a cabo Seu ministério, foi crucificado, ressuscitado e ascendido sob o governo do império romano. A morte de Cristo para a realização da redenção eterna de Deus foi consumada sob o governo do império romano. A formação da igreja e também a pregação do evangelho aconteceram sob o governo do império romano. Seguramente, o império 175

romano cuja influência na lei e cultura continua ainda hoje, tem sido usado por Deus para cumprir Sua intenção para fazer de Cristo a centralidade e universalidade da Sua economia. UMA PALAVRA CONCERNENTE A NOSSA NECESSIDADE DE SERMOS LEVADOS PARA A ESFERA DA ECONOMIA DE DEUS Neste momento gostaria de dizer uma palavra concernente a nossa necessidade de sermos levados para a esfera da economia de Deus. A maioria dos cristãos considera que a Bíblia é um livro que lhes ensina a serem bons, éticos, religiosos e espirituais. Isto não está errado; é certo e bom. Mas isto é bom somente para seus próprios benefícios; isto não é tudo para Deus. Ensinar pessoas a serem boas, morais, éticas, religiosas e espirituais é apenas uma questão secundária na Bíblia. O ponto principal na Bíblia diz respeito à economia de Deus, contudo, no cristianismo hoje quase ninguém fala sobre a economia de Deus. Os livros de Isaías, Daniel e Zacarias são sobre Cristo, não somente como nosso Salvador, Redentor e Libertador, mas também como a centralidade e universalidade do mover de Deus para cumprir Sua economia na terra. Fora da restauração do Senhor, onde você pode ouvir tal palavra? Por alguém dificilmente se importar com a economia de Deus, o Senhor tem-se demorado por quase dois mil anos. A situação mundial está pronta para o Senhor Jesus voltar, mas e quanto à economia de Deus? O centro da economia de Deus é ter um Corpo para expressar Cristo. Por fim, este Corpo será a noiva de Cristo para encontrá-Lo como Seu complemento [reprodução] e virá para a terra com Ele para levar a cabo o passo final da economia de Deus. Hoje, a situação mundial está pronta para Sua vinda, mas o Senhor, contudo, não tem conseguido Seu complemento. Portanto, Ele não tem caminho para voltar. Ele ainda está esperando. Ao longo dos séculos, o Senhor tem trabalhado continuamente por meio daqueles que O amam para restaurar as verdades perdidas. Mas por causa da estagnação deles, o Senhor tem que mover muito lentamente. Martinho Lutero era forte em relação à justificação pela fé, um item básico, mas não com relação à prática da igreja. Seguindo Lutero, os místicos foram usados por Deus para restaurar a vida interior, e com Zinzendorf e seus companheiros houve a restauração da prática da vida da igreja de um modo inicial. Mais tarde, no décimo nono século, Deus usou os Irmãos Unidos para restaurar a prática da vida da igreja de um modo muito mais pleno. Porém, eles logo se degradaram. Então, no início deste século o Senhor fez algo na China para obter a restauração da vida da igreja de maneira plena. Hoje a restauração nesse sentido pleno chegou a nós. Estou preocupado que os queridos santos que tem sido trazidos para a restauração do Senhor tenham principalmente recebido primeiro ajuda quanto à certeza da salvação e então em tais questões como piedade, éticas, espiritualidade e vitórias. Todas essas coisas são muito boas. Apesar disso, não creio que muitos entre nós na restauração do Senhor tenhamos clareza quanto à economia de Deus. A economia de Deus é dispensar Cristo aos Seus eleitos para que possam se tornar o Corpo de Cristo primeiro para expressá-Lo e então a noiva de Cristo para se unir a Ele e cumprir a economia de Deus no dispensar divino. Claro que, estou contente que tantos tenham vindo receber ajuda para buscar Deus, buscar Cristo, crescer em vida, e ser mais piedoso, mais espiritual, e mais vencedor, mas não estou satisfeito com isto. Eu antes prefiro que todos nós tenhamos olhos para ver a economia de Deus. Minha intenção, minha meta, em todas estas mensagens é ajudá-los a avançar além da esfera da busca pela espiritualidade para outra esfera para ver o desejo de Deus, o bom prazer de Deus. Segundo o Seu arranjo eterno, ou economia, Deus deseja ter a igreja, uma igreja adequada no sentido bíblico. O cristianismo é a totalidade de organização, mas a igreja revelada na Bíblia deve ser absolutamente orgânica e cheia de Cristo como vida, cheia do Deus Triúno em Sua consumação—o Espírito todo-inclusivo que dá vida—para edificar-nos com a 176

vida e natureza de Deus e nos unir com Ele como um só espírito. Esta é a economia de Deus por meio do Seu dispensar. Hoje no cristianismo, até mesmo entre os mais espirituais, o que é ensinado não é alimento, mas açúcar. Este tipo de ensinamento prejudica você mais do que o nutre. Se você ler estas mensagens somente com o propósito de receber ajuda para ser um buscador de Deus, um buscador de Cristo, e até mesmo crescer em vida, mesmo isto está na esfera do açúcar. Você precisa de alimento sólido (Hb 5:11-14). Considerando que leite é para bebês, alimento sólido é para os maduros. Entre os milhões de cristãos hoje, quem não é um bebê? Temos conduzido os estudos-vida da Bíblia durante dezessete anos, contudo muitos santos ainda estão estagnados, demorando-se, vague-ando, na esfera de ser espiritual, vitorioso, vencedor, e assim por diante. Muito poucos, até mesmo entre os cooperadores, estão qualificados para dar uma mensagem sobre a economia de Deus com o dispensar divino. Precisamos ser levados para outra esfera, não a assim chamada esfera espiritual, mas a da economia de Deus, o dispensar de Deus. Não ficarei satisfeito até que veja isso. Estou um tanto contente que o Senhor tenha liberado todas estas verdades entre nós, e tenho plena fé e segurança de que todas estas coisas serão finalmente percebidas; contudo ainda anseio ver o cumprimento delas.

ESTUDO-VIDA DE ZACARIAS MENSAGEM QUINZE UMA PALAVRA CONCERNENTE AO ESPÍRITO HUMANO E O CRISTO REVELADO EM ZACARIAS Leitura bíblica: Zc 12:1; Is 42:5-6; Jo 4:24; 2Tm 4:22; Zc 3:9; Ap 5:6; Zc 1:8-11, 20-21; 2:1-2, 5, 8-9, 11; 4:7, 2-3, 11-14; 9:9; 11:7-13; 14:9, 16-17; 4:9; 6:12-15, 1, O livro de Zacarias revela que Cristo é maravilhoso e que Ele é a centralidade e a universalidade da economia de Deus. Mas como podemos receber tal Cristo? A forma e o instrumento pela qual podemos receber Cristo é nosso espírito humano. Nesta mensagem, portanto, gostaria de dar uma palavra concernente ao espírito humano e o Cristo revelado em Zacarias. VERSÍCULOS SEMELHANTES EM ZACARIAS E ISAÍAS Nos livros de Zacarias e Isaías, ambos têm muito a dizer sobre Cristo, há versículos semelhantes que falam claramente a respeito do espírito humano. Zacarias 12:1 diz, “Fala o SENHOR, o que estendeu o céu, fundou a terra e formou o espírito do homem dentro dele.” Isto revela que os céus são para a terra, a terra é para o homem, e o homem foi criado por Deus com um espírito para que ele possa contatar Deus, receber Deus, viver Deus, cumprir o propósito de Deus para Deus, e ser um com Deus. Isaías 42:5 é um versículo semelhante a Zacarias 12:1. “Assim diz Deus, o SENHOR, que criou os céus e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto produz, que dá fôlego de vida ao povo que nela está e o espírito aos que andam nela.” A palavra hebraica traduzida por fôlego 177

aqui também pode ser traduzida como espírito (cf. Pv 20:27). Estes versículos semelhantes ambos mencionam três assuntos: os céus, a terra, e o espírito humano. Considerando que Zacarias 12:1 fala de Deus formando o espírito humano, Isaías 42:5 simplesmente fala de Deus dando um espírito ao homem. O versículo 6 continua a falar com respeito ao propósito de Deus ao dar ao homem um espírito. “Eu, o SENHOR, te chamei em justiça, tomar-te-ei pela mão, e te farei mediador da aliança com o povo e luz para os gentios”. Aqui vemos que Deus pretende dar Seu Filho Cristo a nós como uma aliança e como uma luz aos gentios. Tal Cristo é maravilhoso, mas a menos que possamos recebê-Lo, Ele nada tem a ver conosco. Para receber este Cristo, temos que ter um receptor dentro de nós, e este receptor é nosso espírito humano. Deus nos deu um espírito de forma que possamos receber, participar de, participar em e desfrutar Cristo como a aliança e como a luz. ADORADORANDO DEUS EM ESPÍRITO Neste ponto gostaria de lembrá-lo da conversa do Senhor com a mulher sama-ritana em João 4. O Senhor Jesus disse a ela, “Aquele, porém, que beber da água que Eu lhe der, de modo algum terá sede, para sempre; pelo contrário, a água que Eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (v. 14). Quando ela Lhe pediu que lhe desse desta água, Ele lhe disse para ir e chamar seu marido (vv. 15-16). A intenção Dele era ajudá-la a conhecer seus pecados. Porém, ela imediatamente mudou a conversa para a questão de adoração, dizendo, “Nossos pais adoraram neste monte, vós, contudo, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar” (v. 20). O Senhor Jesus replicou, “Mulher, crê-Me, que vem a hora em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.... Mas vem a hora, e agora é, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e veracidade... Deus é Espírito, e é necessário que os que O adoram O adorem em espírito e veracidade” (vv. 21, 23-24). João 4:24, um versículo maravilhoso, iguala-se à Zacarias 12:1 e Isaías 42:5. Em Sua palavra à mulher samaritana, o Senhor Jesus parecia estar dizendo, “Mulher, você não sabe o que é adorar Deus. A verdadeira adoração de Deus não é em um monte ou em Jerusalém—é em seu espírito. Somente usando seu espírito você pode tocar Deus. Eu sou seu Deus, e estou aqui como água viva para você beber de Mim. A maneira de beber esta água viva é exercitar seu espírito. Isto é o que significa adorar o Pai.” Deus nos deu um espírito para que possamos adorá-Lo por beber Dele. O SENHOR É COM NOSSO ESPÍRITO Outro versículo crucial concernente ao espírito humano é 2 Timóteo 4:22. “O Senhor seja com o teu espírito. A graça seja convosco.” Este versículo não diz que o Senhor seja com nossa mente, alma ou coração; ele nos diz que Ele seja com nosso espírito. Dentro do mais profundo, no centro de nosso ser, temos um órgão particular—o espírito humano—criado por Deus com a finalidade de recebê-Lo e contê-Lo. Todos nós, especialmente os jovens, precisamos ver que hoje o Senhor Jesus Cristo é com nosso espírito. NOSSO ESPÍRITO E O ESPÍRITO SETE VEZES INTENSIFICADO Nosso espírito humano regenerado se assemelha a Cristo, que é o Espírito (2Co 3:17). Considerando isto, Zacarias 3:9 diz, “Porque eis aqui a pedra que pus diante de Josué; sobre esta pedra única estão sete olhos; eis que eu esculpirei a sua escultura, diz o SENHOR dos Exércitos, e tirarei a iniquidade desta terra num só dia.” Esta pedra que foi esculpida com a escultura de Deus para tirar o pecado do povo de Deus é Cristo. Os sete olhos da pedra são “os olhos do SENHOR que percorre toda a terra de um lado para outro” (4:10). Para entender o 178

significado dos sete olhos, precisamos considerar Apocalipse 5:6. “Eu vi... um Cordeiro em pé, como recém-imolado, tendo sete chifres e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra.” O Cordeiro aqui, que é a pedra em Zacarias 3:9, é Cristo, e os sete olhos são o Espírito sete vezes intensificado. Assim, o Cristo que foi esculpido por Deus para tirar nosso pecado possui o Espírito sete vezes intensificado. De fato, Ele, o último Adão, tornou-se Espírito que dá vida (1Co 15:45b), até mesmo o Espírito sete vezes intensificado. Cristo hoje é o Espírito, e nós temos um espírito particularmente formado por Deus para se igualar a Cristo. Agora vamos continuar a considerar o Cristo que é desvendado no livro de Zaca-rias. Na primeira parte deste livro (caps. 1-6), há cinco visões concernentes à Cristo, e na última parte (caps. 9-14), muitos detalhes concernentes a Ele. VISÕES CONCERNENTES À CRISTO Na primeira das cinco visões concernentes à Cristo, Cristo é desvendado como o Homem como o Anjo do SENHOR montando em um cavalo vermelho e parado entre as murteiras no fundo do vale (1:7-17). As murteiras representam os humilhados, contudo precioso povo de Israel no seu cativeiro. O fato de Cristo estar montando um cavalo vermelho indica que Ele era O redentor. O fato de ser o Anjo do SENHOR indica que Ele era o Enviado por Deus para cuidar do Seu povo com muita expectativa enquanto estavam no cativeiro. Na segunda visão (vv. 20-21) Cristo é o último Artesão usado por Deus para quebrar os quatro chifres—Babilônia, Pérsia, Grécia e o império romano—o qual danificou e destruiu o povo escolhido de Deus (vv. 18-19). Cristo não só será o Único para quebrar os quatro chifres, mas também para esmagar todo o governo humano dos dedos dos pés até a cabeça, como retratado pela grande imagem humana em Daniel 2. Na visão seguinte Cristo é Aquele que mede Jerusalém para possuí-la (Zc 2:1-2). Este não só possui Jerusalém, mas também se torna o centro de Jerusalém como a glória no meio dela e a circunferência de Jerusalém como o muro de fogo em redor dela (v. 5). Além disso, Ele é o Emissor e o Enviado. Ele, o SENHOR dos exércitos, enviou-Se como o Anjo do SENHOR (vv. 89, 11). Na quarta visão Cristo é desvendado como a pedra angular de graça (4:7). Como indicado em 3:9, nesta pedra estão sete olhos, tipificando os sete Espíritos, isto é, o Espírito sete vezes intensificado. Cristo é então a pedra angular de graça para consumar a edificação de Deus com o Espírito sete vezes intensificado. A quinta visão envolvendo Cristo é a visão do candelabro de ouro e as duas oliveiras (4:2-3, 11-14). O candelabro aqui significa a nação de Israel como o testemunho coletivo de Deus que reflete todas as Suas virtudes. Podemos dizer que este candelabro também é um tipo de Cristo, a corporificação do Deus Triúno. Na época de Zacarias as duas oliveiras eram Josué e Zorobabel, mas durante os três anos e meio da grande tribulação, as duas oliveiras serão Moisés e Elias. DETALHES CONCERNENTES À CRISTO Os últimos seis capítulos de Zacarias são divididos em dois grupos: capítulos de nove a onze, que falam da primeira vinda humilde de Cristo, e capítulos doze a quatorze, que falam da segunda vinda vitoriosa de Cristo. Em Sua Primeira Vinda Em Sua primeira vinda, Cristo veio como um Rei humilde e foi bem recebido temporariamente como o Rei em Jerusalém de forma humilde. Com relação a isto, 9:9 diz, 179

“Alegra-te muito, ó filha de Sião; exulta, ó filha de Jerusalém; eis que o teu rei virá a ti, justo e salvo, pobre, e montado sobre um jumento, e sobre um jumentinho, filho de jumenta.” Cristo também veio como um Pastor (11:7-11), pastoreando em Formosura (graça) e União (unidade). Porém, Ele, o Pastor adequado de Israel, foi detestado, ferido, atacado, rejeitado e vendido por trinta moedas de prata (vv. 1213). Os filhos de Israel foram abandonados pelos falsos pastores, inúteis e imprestáveis—os anciãos, os sacerdotes e os escribas—que não cuidavam deles (v. 17). Em sua Segunda Vinda Nos capítulos de doze a quatorze, vemos Cristo na Sua segunda. Em Sua segunda vinda, Ele será não somente o Rei sobre Israel, mas também sobre todo o povo na terra. “O SENHOR será rei sobre toda a terra; naquele dia um só será SENHOR, e um só o seu nome” (14:9). Ele reinará sobre toda a terra, e todos os povos da terra subirão para Jerusalém de ano em ano para adorarem o Rei, o SENHOR dos exércitos, e celebrar a Festa dos Tabernáculos (v. 16). Para aqueles que se recusarem a subir para Jerusalém para adorar o Rei, não haverá chuva (v. 17). O CRISTO E O TEMPLO DE DEUS O livro de Zacarias revela claramente que Deus deseja a reconstrução do templo (4:9; 6:1215). Porém, sem Cristo, tudo, inclusive o templo, é vazio. Precisamos de Cristo, contudo, Cristo precisa de um Corpo. Este Corpo é o templo de Deus, a casa de Deus, a expressão de Deus, a satisfação de Deus. Portanto, hoje devemos enfatizar tanto Cristo quanto a igreja. Concernente a Cristo, precisamos prestar atenção a ambos os aspectos cruciais desvendados nos capítulos de um a seis e os detalhes desvendados nos capítulos de nove a quatorze. O JULGAMENTO DE CRISTO SOBRE TRÊS CATEGORIAS DE COISAS Finalmente, gostaria de mostrar que no livro de Zacarias podemos ver o julgamento de Cristo. A visão do Rolo Volante (5:1-4), a visão do vaso de efa (vv. 5-11), e a visão dos quatro carros (6:1-8) são visões de julgamento. O julgamento de Cristo será levado a cabo pelos quatro carros que saem de entre dois montes de bronze (v. 1). Bronze aqui significa julgamento. Embora os dois montes de bronze não representem Cristo, eles estão estreitamente relacionados com Cristo, porque Ele foi designado por Deus para levar a cabo o julgamento sobre os vivos e os mortos (Jo 5:22; At 10:42; 17:31; 2Tm 4:1). Por um lado, Cristo é o Redentor e o Salvador; por outro lado, Ele é o Juiz. Como o Juiz, Ele levará a cabo o julgamento de Deus. De acordo com Zacarias, o julgamento de Cristo por toda a terra será sobre três categorias de coisas negativas. Primeiro, Ele julgará o roubo (5:3b, 4b). Roubar significa pecar contra o homem que é a questão de ganância e cobiça. Segundo, Cristo julgará a questão de jurar falsamente pelo nome do SENHOR (vv. 3c, 4c). 180

Jurar falsamente pelo nome do SENHOR significa pecar contra Deus que é a questão de um relacionamento errôneo com Deus. Aqueles que juram falsamente dessa maneira, não se relacionam com Deus em fidelidade e honestidade. Terceiro, Cristo julgará todo o governo humano tipificado pela grande imagem humana em Daniel 2. Ele, o último Artesão, virá como a pedra cortada sem auxilio de mãos e esmagará esta grande imagem dos dedos dos pés até a cabeça. Assim, Ele limpará a terra de todo roubo, todo falso juramento pelo nome do SENHOR, e tudo do governo humano. Precisamos ver como o julgamento de Cristo está relacionado a nós hoje. Devemos ter cuidado para não roubar dos outros de maneira alguma, e também devemos ter cuidado para sermos honestos e fiéis com Deus. Então, seremos corretos com o homem e também corretos com Deus. Finalmente, precisamos ver que Cristo virá como a pedra cortada sem auxilio de mãos e esmagará todo o governo humano e assim trazer o reino eterno de Deus.

181

Related Documents

Sala De Estudo
November 2019 12
Edital Grupo De Estudo
April 2020 13
Estudo De Caso- Swot.docx
December 2019 22

More Documents from ""

Freindship
October 2019 124
October 2019 155
Industria Iso099.docx
November 2019 83
S2.pdf
December 2019 90
Humn1.docx
December 2019 93