Escolas Finisseculares

  • June 2020
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escola secundária com 3º ceb gil eanes 2000/2009 .

professora antónia mancha .

literatura portug

ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES

literatura portug

Surgem assim …

escola secundária com 3º ceb gil eanes 2000/2009

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professora antónia mancha

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ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES O fim de século (XIX) foi marcado pela coexistência de diversas escolas literárias, cujas características se confundiam, na medida em que, na maior parte dos casos afunilavam num mesmo sentido: a da busca de um ideal estético capaz de suplantar o vazio existencial, deixado pelas correntes Realista e Naturalista, cuja preocupação se virava para o cientifismo e progresso social.

Decadentismo Simbolis mo Neogarretismo

Como reacção contra:

(típico do caso português)

• a hegemonia racionalista; • industrialização desenfreada; • o realismo e o naturalismo

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ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES

Decadenti smo Nascido em França, refere-se a um conjunto de manifestações, oriundas principalmente das composições de poetas denominados malditos, tais como Baudelaire, Mallarmé, Rimbaud ou Verlaine. Marcaram também este período filósofos pessimistas como Shoppenhauer e Kierkegaard .

Decadenti Principais smo características:

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ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES

• Busca de sensações novas, mais intensas, fruídas no extravagante, no mórbido, no pessimismo, no gosto e exaltação do patológico ( na loucura); • Exaltação da individualidade; • Melancolia; tédio; evasão; • Satanismo, etc.

Ó tu, o Anjo mais belo e o mais sábio Senhor, Deus que a sorte traiu e privou de louvor, Tem piedade, Satã, desta longa miséria! Charles Baudelaire, Les Fleurs du Mal

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ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES

Simbolism o Nascido em França , teve como os seus mais autênticos representantes Mallarmé e Verlaine. Estes poetas abandonam os princípios da escola realista e parnasiana e dedicam-se ao “culto do etéreo, do subjectivo, do obscuro, do vago, do sugestivo”; rejeitam o mito da precisão descritiva; para eles, a palavra poética deve antes sugerir que nomear. No campo filosófico, Henry Bergson propõe a busca do euprofundo, ou seja, das realidades interiores, da verdadeira essência do ser humano. Este eu-profundo, porém, não pode ser “traduzido” em palavras, nem explicado, apenas evocado ou sugerido. Arthur Schoppenhauer afirma que é impossível atingir a percepção profunda da realidade, extremamente pessimista, Schoppenhauer acredita estar a salvação do homem na fuga para o Nada e na renúncia ao mundo exterior.

Simbolism o

Na pintura, encontramos nomes como :

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ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES

Gustav Klimt

Gustave Moreau.

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ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES

Simbolism o

Aparição, Gustave Moreau

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Simbolism o

O Beijo, Klimt

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Simbolism o

Vida e Morte, Klimt

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Simbolism Principais características: o a) A poesia como mistério: ideias vagas e obscuras, imprecisão. b) A poesia como evocação: distanciamento do real, culto do etéreo, espiritualismo, misticismo, ânsia de superação.

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ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES

c) A poesia como fruto do inconsciente: evocação do mundo íntimo, incompreensível através de confissões indirectas (opostas ao lirismo romântico). d) A poesia como fruto do conflito eu versus mundo: tédio, desilusão, pessimismo, melancolia, consciência da efemeridade da vida. e) A poesia como símbolo: uso de alegorias, metáforas, comparações, sinestesias .

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ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES

Decadentismo/Simbolismo em Portugal O simbolismo e o Decadentismo em Portugal, ao contrário do que aconteceu em França, não passaram em grande parte de uma atitude de pose: enquanto os verdadeiros decadentes como Paul Verlaine (1844-1896) ou Arthur Rimbaud (1854-1891) eram vagabundos, pobres, boémios, viciosos, doentes fisicamente, e por vezes mentalmente, genuinamente anti-burgueses e anti-sistema, os decadentistas portugueses eram filhos de boas famílias, saudáveis, burgueses e pouco criativos, limitando-se, em grande parte dos casos, a imitar as fórmulas dos seus ídolos franceses como forma de dar largas a uma leve irreverência própria da idade. De facto, grande parte destes autores tinha formação universitária e acabou por enveredar por carreiras na diplomacia, na política, na medicina, etc., tendo tido uma longa e perfeitamente normal vida burguesa, o que acabou por os afastar de vez das suas atitudes mais inconformistas, genuínas ou não..

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ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES

Decadentismo/Simbolismo em Portugal Houve, no entanto, excepções: António Nobre (1867-1900), Camilo Pessanha (1867-1926), Ângelo de Lima (1872-1921) e Gomes Leal, são exemplos de verdadeiros decadentes em Portugal: o sentimento de angústia que procuram transmitir é tremendamente real (o primeiro morreu muito novo, vítima de tuberculose; Pessanha, apesar de diplomata, levou, nos últimos anos, uma vida de marginal, isolado em Macau e viciado em ópio; o desconcertante Lima viveu grande parte da sua vida internado no Hospital de Rilhafoles, actualmente Hospital Miguel Bombarda; Gomes Leal, viveu os últimos vinte anos da sua vida mergulhado no álcool e na miséria).

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ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES

Decadentismo/Simbolismo em Portugal A formação que esses autores, uns mais genuínos que outros como já vimos, tiveram na cultura decadentista não iria desaparecer, mas transformar-se. Esta geração, chamada de 90, inicialmente cosmopolita, ávida da novidade que vinha do estrangeiro, parece assim adoecer com o excesso de civilização e encontra no seu país a solução: a ruralidade, a calma, a tradição são os remédios. Dá-se, assim, o regresso à ruralidade; à apologia da vida simples e do nacionalismo; ao anti-intelectualismo; à exaltação do folclorismo e do misticismo das antigas tradições populares . A esta viragem deu-se o nome de Neogarretismo.

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Decadentismo/Simbolismo em Portugal Porquê

Neogarretismo?

De Almeida Garrett, este que foi um dos escritores que cultivou a paixão e a admiração à Pátria. Defendia que toda e qualquer literatura devia ter algo de nacional e que é no folclore, nas tradições, que se encontram os grandes temas literários e a pureza do ser português, do orgulho da nacionalidade.

Importa-nos, agora, conhecer António Nobre.

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ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES

Decadentismo, Simbolismo e Neogarretismo António Nobre António Nobre nasceu na cidade do Porto a 16 de Agosto de 1867, numa família abastada. Passou a sua infância em Trás-osMontes e na Póvoa de Varzim. Em 1888 matriculou-se no curso de Direito da Universidade de Coimbra, mas não se inseriu na vida estudantil coimbrã, reprovando por duas vezes. Optou então por partir, em 1890, para Paris onde frequentou a Escola Livre de Ciências Políticas, licenciando-se em Ciências Políticas no ano de 1895.

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ESCOLAS LITERÁRIAS FINISSECULARES

Decadentismo, Simbolismo e Neogarretismo António Nobre Durante a sua permanência em França familiarizou-se com as novas tendências da poesia do seu tempo, aderindo ao simbolismo. Foi também em Paris que contactou com Eça de Queirós, na altura cônsul de Portugal naquela cidade, e escreveu a maior parte dos poemas que viriam a constituir a colectânea Só, que publicaria naquela cidade em 1892. Vítima da tuberculose pulmonar, faleceu na Foz do Douro, a 18 de Março de 1900, com apenas 33 anos de idade, em casa de seu irmão Augusto Nobre.

Nostalgia da Infância e da Pátria mitificadas

Vida/Morte Temática

Sagrado/Profano Povo e Tradições

(olhar

saudoso)

e

Spleen

(estado de alma ligado ao tédio, à nostalgia e à tristeza)

Forma Neogarretismo (gosto do nacional e popular, primazia do sentimento)

Decadentismo Ligadas ao

(gosto do fúnebre e do macabro, pessimismo, fatalismo, tédio, desengano, morte redentora, etc.)

Simbolismo (maior liberdade rítmica e estrófica, imagens)

Estilo coloquial e poético

LAS LITERÁRIAS FINISSECULARES

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A poesia de António Nobre

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