SAÚDE DO TRABALHADOR A saúde do trabalhador em um ambiente de trabalho saudável são valiosos bens individuais, comunitários e do país. É uma importante estratégia não somente para garantir a saúde dos trabalhadores, mas também para contribuir positivamente para a produtividade, qualidade dos produtos, motivação e satisfação do trabalho e, portanto a melhoria geral da qualidade de vida. De acordo com a OMS, os maiores desafios para a saúde do trabalhador atualmente e no futuro são os problemas de saúde ocupacional ligados com a utilização de uma nova tecnologia de informação e automação, novas substâncias químicas e físicas entre outras.
ERGONOMIA Conceito – É a ciência que procura a adaptação confortável e produtiva entre o ser humano e o seu trabalho, adaptando as condições de trabalho as características do ser humano. Desta forma promovendo o bem estar, a saúde e o bom rendimento. Histórico – No final do século 19 já existia uma preocupação com a relação entre o trabalhador e a produtividade através de incentivos financeiros. Com a primeira guerra ocorreu a utilização de certos profissionais (fisiologistas e psicólogos) visando um aumento da produção de armamentos. Na segunda guerra já utilizou conhecimentos científicos tecnológicos na construção de instrumentos bélicos. Nesta fase ainda não existia a preocupação com a saúde do trabalhador, mais sim, com o aumento da produção. A Ergonomia surgiu na Inglaterra, em 1950. Chegou o Brasil em 1970, desenvolvendo-se com força nas diversas áreas, através de
um aumento nos investimentos, exigido por uma nova realidade, onde temos como determinantes as novas áreas de trabalho humano, colaboradores e consumidores mais exigentes, a competição industrial. FUNDAMENTOS DA INTERVENÇÃO ERGONOMIZADA 1º Principio – A força máxima de um músculo ou grupamento muscular, depende de: Idade, sexo, constituição física, grau de condicionamento e motivação. 2º Princípio - Redução e ou eliminação de posturas viciosas. 3º Princípio – Redução dos movimentos de alta receptividade. 4º Princípio – Redução da compressão mecânica sobre os tecidos dos membros superiores. 5º Princípio – Redução do grau de tensão no trabalho stress. FORMAS DE INTERVENÇÃO ERGONOMICA 1 – Ergonomia de Concepção 2 – Ergonomia de Correção. 3 – Ergonomia de Conscientização. ELABORAÇÃO DE UM PROGRAMA DE ERGONOMIA 1 – Definir objetivo. 2 – Colocar por escrito para evitar desvio do objetivo inicial.
FASES DE UMA INTERVEÇÃO ERGONOMIZADA A – Apreciação Ergonômica. 1 – Fase explorativa – Mapeamento dos problemas numa linguagem accessível. 2 – Observações no local de trabalho e, entrevistas com supervisores e trabalhadores. Foto e Vídeo. B – Diagnose Ergonômico. • Análise da tarefa até a situação real de trabalho. • Aplicação de questionário com escala de avaliação • Avaliação postural • Registro de freqüência, seqüência e ou duração das posturas assumidas. • Diagnostico Ergonômico, confirmando os pontos de prioridades, recomendações ergonômicas e programa de tarefas (exercícios preventivos). C – Projeção Ergonômica. • Adaptação do trabalho, equipamentos e ferramentas a característica física, psíquica e cognitiva dos trabalhadores. • Organização do trabalho. • Operacionalização das tarefas. D – Avaliação, Validação e ou Teste Ergonômico. • Apresentação dos problemas no sistema homem – tarefa – máquina. • Hierarquização dos problemas. • Priorização dos pontos que serão diagnosticados e modificados. • Sugestão preliminar de melhoria.
• Entrega do projeto. AVALIAÇÃO DE POSTO DE TRABALHO Esta etapa é de fundamental importância, qualquer erro cometido neste dimensionamento pode refletir em sofrimento musculoesquelético por muitos anos. Fatores Importantes • • • • • • • •
Postura adequada do corpo; Movimentos corporais necessários; Alcance dos movimentos; Antropometria dos ocupantes do posto; Necessidades ambientais; Dimensões das máquinas, equipamentos e ferramentas; Interações com grupos e ambiente externo; Considerações de custo e benefício. Tipos de Trabalho
Trabalho Estático X Trabalho Dinâmico Postura inadequada no trabalho. Má postura no trabalho tem como conseqüências: Fadiga, desconforto, stress, acidentes, lesões musculares, lesões articulares, lesões na coluna vertebral, alteração circulatória e baixa produtividade.
Levantamento e transporte de cargas Desencadeiam freqüentemente lesões osteomusculares e, tem como fatores causais: Variação individual das capacidades físicas, idade, sexo, biótipo, falta de mecanismos auxiliares, acessórios e equipamentos específicos, encurtamento de distâncias e treinamento. Atividade em posição ortostática Trabalho manual sentado XTrabalho delicado a curta distância visual - sentado Doença do Trabalho X Doença Profissional • • • •
As doenças do trabalho podem ser classificadas: Lesão por trauma acumulativo - LTC; Doença músculo-esquelética ocupacional – DMO; Lesão por esforço repetitivo – LER; Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho – DORT.
Fatores de risco 1 – Biomecânicos • Fosca excessiva para realizar a tarefa • Repetividade e postura inadequada • Compressão mecânica de estruturas delicadas 2 – Organizacionais • Mobiliário e organização do posto • Pressão de produção
• Esquema rígido e condições precárias de trabalho • Chefia desinteressada pelos problemas dos empregados 3 – Sociais. • Dupla jornada de trabalho • Repouso insuficiente • Correria das grandes metrópoles Incidência • Faixa etária variada • Ambos os sexos, porém a maior incidência é nas mulheres. Principais Alterações Relacionadas ao Trabalho • Cervicalgia, cervicobraquialgia, Dorsalgia, Lombalgia e Lombociatalgia. • Síndrome do Desfiladeiro Torácico. • Tendinite do Supraespinhoso e da Cabeça Longa do Bíceps • Epicondilite lateral do cotovelo • Síndrome do Túnel do carpo. • Tenosinovite do Extensores dos dedos • Dedo em Gatilho e Tenosinovite de DeQuervain Fases de evolução da tendinite 1ª fase. Ausência de sinais e sintomas específicos, sem dor. Desconforto e peso que melhoram ao repouso. Objetos pesados, presença de pontadas e agulhadas espontâneas.
Não há interferência na produtividade. 2ª fase. Dor na segunda metade da jornada de trabalho e dor noturna aumenta gradativamente durante a semana de trabalho. Presença de calor e formigamento. Alteração da sensibilidade tátil (dedos grossos). Sintomas melhoram com o repouso prolongado (final de semana, folgas e férias). Produtividade começa a ser afetada. 3ª fase. Dor ao movimento mais intensa, persistente e localizada. Distúrbios vaso motor (pele quente, sudorese, hiperemia e formigamento). Alteração de sensibilidade Repouso alivia, mas não desaparecem os sintomas. Produtividade bem comprometida. 4ª fase Dor intensa que piora ao movimento. Diminuição da força muscular e alteração da condução nervosa Repouso não desaparece os sintomas Distúrbios vaso motor e da sensibilidade. Estado emocional claramente afetado Pode chegar a infuncionabilidade. Cinesioterapia Laboral
São exercícios elaborados com características particulares e específicas, direcionados para um grupo de trabalhadores, com atividades em comum, visando promover a saúde, também denominada de ginástica laboral, exercícios preventivos compensatórios. Benefícios da Cinesioterapia Laboral. Redução das tensões musculares e dos níveis de ansiedade e stress. Liberação dos movimentos bloqueados por tensões emocionais. Relaxamento. Prevenção das lesões osteomusculares Melhora da circulação sanguínea Favorece a conscientização corporal e promove a saúde. Questionamento para a Implantação Espaço existente, tempo disponível, utilização de acessórios durante o exercício e música. NR 17 Norma regulamentadora do Ministério do Trabalho de número 17. Estabelece parâmetros permitindo a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológica dos trabalhadores, propiciando conforto, segurança e desempenho eficiente.
Inicialmente regulamentava as condições de trabalho da relacionadas a mobiliário e limite de peso Posteriormente, ficou mais abrangente incluindo riscos ambientais e a organização do trabalho.