Enzimas

  • October 2019
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Enzimas as PDF for free.

More details

  • Words: 4,030
  • Pages: 68
ENZIMAS • Transaminases AST – Aspartato aminotransferase ALT – Alanina aminotransferase As abreviaturas de GOT e GPT caíram em desuso Embora se conheça um grande número de transaminases são estas as duas de maior interesse clínico Acção: São aminotransferases que catalisam a transferência do grupo amino (NH2), de um α-aminoácido para um α-cetoácido, formando um novo aminoácido e um novo cetoácido, a um pH óptimo de 7,4

ENZIMAS • AST – Aspartato aminotransferase

• ALT – Alanina aminotransferase

ENZIMAS • Transaminases Estão muito distribuídas pelos tecidos encontrando-se no plasma, bílis, LCR e saliva Não se encontram na urina excepto se houver lesão renal

Coração Fígado Músculo esquelético Rins Pâncreas Baço Pulmões Eritrócitos Soro

AST

ALT

7.800 7.100 5.000 4.500 1.400 700 500 15

450 2.850 300 1.200 130 80 45 7

1

1

ENZIMAS • Transaminases Isoenzimas Para a ALT só é conhecida uma isoenzima citosólica Por separação electroforética e conforme o suporte utilizado podem obter-se de 2 a 5 isoenzimas para a AST que têm duas proveniências – Citoplasma → cAST – Mitocôndria → mAST (representa 80% do total e só 12% se encontra em circulação)

Quando a lesão tissular não é severa predomina a forma cAST Nas lesões mais graves há libertação de mAST por rotura da membrana mitocondrial

ENZIMAS • Transaminases Alterações fisiológicas: A AST está elevada no RN e só ao fim do primeiro ano é que se aproxima dos valores do adulto Valores mais elevados no homem do que na mulher

Valores de referência: Embora esteja em curso um esforço de padronização da determinação da actividade das aminotransferases, continua a haver muitos métodos que diferem entre si no que respeita à concentração do substrato, tempo de ensaio e adição ou não de P-5’-P (piridoxal-5’-fosfato/ acção coenzima) o que faz com que os intervalos de referência variem com o método usado

ENZIMAS • Transaminases ↑↑↑Aumentos no soro – Necrose hepática de qualquer etiologia – Hepatite viral fulminante – Envenenamento por tetracloreto de carbono

↑↑Aumentos – Mononucleose infecciosa – Colestase intra e extra-hepática

↑Aumentos – – – –

Neoplasia primária e secundária do fígado Ingestão de álcool Administração de fármacos: opiáceos, salicilatos, ampicilina Cirrose (embora os aumentos dependam da gravidade do processo)

ENZIMAS • Transaminases Razão de Ritis (ALT/AST) Nas hepatites infecciosas e outras situações inflamatórias que afectem o fígado, a razão de Ritis é >1 porque a ALT é mais específica de lesão hepática. Raramente se eleva noutras situações que não as de doença hepática e perdura por mais tempo do que as de AST O seu grau de elevação é grosseiramente proporcional à extensão da lesão, com um pico entre o 7º e o 12º dias de doença e regresso ao normal pela 3ª à 5ª semana após a cura A razão de Ritis pode ser <1 quando há libertação de mAST, que é sempre tardia e mais persistente do que a de cAST, porque indicia uma lesão tissular mais profunda e porque tem uma depuração mais lenta

ENZIMAS • Transaminases A determinação da actividade das 2 transaminases permite distinguir as lesões hepáticas de outras lesões parenquimatosas São esperados aumentos de AST em: – 97% de EAM com início às 6-8 h – – – – – – – –

pico às 18-24 h, após o início da pré-cordialgia retorno ao normal pelo 4º ou 5º dia

Embolia pulmonar Distrofia muscular progressiva Gangrena Exercício intenso Queimaduras graves Pancreatite aguda Doença hemolítica Hipotiroidismo

ENZIMAS • Gama-glutamiltransferase (GGT) É uma peptidase que catalisa a clivagem do resíduo glutamilo terminal de um péptido que o possui e o transfere para outro péptido ou, em alguns casos, para um aminoácido Por esta razão a designação transpeptidase caiu em desuso e foi substituída por transferase Das acções de hidrólise, transpeptidação interna e externa conhecidas a esta enzima, é a última reacção, que à excepção da prolina, está na base do transporte de todos os aminoácidos e pequenos péptidos para dentro das células, sob a forma de γ-glutamil-péptidos

ENZIMAS • GGT

ENZIMAS • GGT Foi inicialmente identificada no rim onde, a nível do TCP se encontra em elevada concentração e reabsorve os aminoácidos do filtrado glomerular Posteriormente percebeu-se que está presente no soro e em todas as células à excepção das musculares Cerca de 10% de enzima encontra-se sob a forma solúvel no citosol e 90% está ligada à membrana celular • Aumentos na urina:

– Doenças uro-renais como a infecção e casos de destruição do tecido renal

• Diminuições na urina:

– Doença renal crónica – Idosos

ENZIMAS • GGT ↑↑Aumentos no soro: – Obstrução biliar intra e pós-hepática A sua elevação é mais precoce, mais marcada e persiste por mais tempo do que a de 5’-Nucleotidase (NTP)

↑ Aumentos – Hepatites infecciosas – Fígado gordo – Neoplasia primária e secundária do fígado Nestes casos a GGT tem vantagem sobre a ALP porque não aumenta como esta nas situações de doença de Paget, tumores ósseos, gravidez e infância

– Irradiação de tumores – Neoplasias prostáticas Isto porque a GGT está normalmente presente na próstata, o que também determina que a actividade desta enzima seja maior no homem do que na mulher

ENZIMAS • GGT ↑ Aumentos no soro: – Intoxicações medicamentosas: • Anticonvulsivantes (fenobarbital e fenitoína) • Tuberculostáticos (rifampicina) • Etanol Nestas situações há uma indução enzimática devido ao efeito destas substâncias sobre as estruturas microssomais do hepatócito

– Pancreatite aguda e crónica – Diabetes Mellitus – Mononucleose infecciosa

Diminuições no soro: – Hipotiroidismo

ENZIMAS • 5’-Nucleotidase (NTP) É uma fosfatase alcalina que hidrolisa os nucleótidos que apresentam um radical fosfato na posição 5’, libertando fósforo inorgânico Encontra-se principalmente na membrana citoplasmática das células do fígado, canais biliares, pulmão, cérebro e rim, onde participa no catabolismo dos ácidos nucleicos

ENZIMAS • NTP

AMP=Adenosina-5’-monofosfato

ENZIMAS • NTP Aumentos no soro: – Aumentos de 2 a 6x em todas as doenças hepato-biliares que interfiram com a secreção da bílis, sejam elas de causa Intra-hepática: • Colestase induzida por drogas (clorpromazina) • Infiltração maligna do fígado • Cirrose biliar primária Ou extra-hepática: • Cálculo • Neoplasia

ENZIMAS • NTP NTP acompanha ALP nas situações de doença hepatobiliar com a vantagem de praticamente não se alterar nas doenças que envolvam o sistema ósseo Também é melhor que ALP no diagnóstico de tumores secundários e linfomas do fígado O uso de NTP tem declinado a favor de GGT porque esta tem maior sensibilidade diagnóstica e ensaio mais fácil

ENZIMAS • Fosfatase alcalina (ALP) Hidrolisa, a pH 9,0-10,3, uma grande variedade de ésteres monofosfato com formação de um álcool ou fenol e de um ião fosfato

ALP R – P + H2O ←⎯→ R – OH + Pi PH>9 Também pode funcionar como transferase, ligando o fósforo libertado a um receptor adequado

ENZIMAS • ALP

A ALP é uma metaloglicoproteína que se encontra no soro em formas diméricas, solúveis e simétricas com dois centros activos que contém 2 átomos de zinco e um átomo de magnésio Estas formas provém, por acção de uma fosfolipase, das formas tetraméricas que se encontram unidas às membranas citoplasmáticas mediante uma ponte fosfatidilinositolglicano com o C-terminal da cadeia polipeptídica

ENZIMAS • ALP Essa inositol-fosfolipase específica encontra-se no soro onde actua, mas não na bílis. Por isso acontece que, em casos de colestase, podem entrar em circulação complexos de alto PM constituídos pela enzima e outras moléculas como lípidos e lipoproteínas, que vêm a constituir a “fracção hepática rápida” Pela localização celular da ALP admite-se que tenha uma acção de transporte específico de determinadas substâncias Também tem sido sugerido que intervenha na hidrólise de metabolitos intracelulares

ENZIMAS • ALP Isoenzimas Sob a designação ALP, existe uma família de várias formas enzimáticas Algumas delas são enzimas codificadas por genes distintos, enquanto outras são codificadas por um único gene e são modificações posteriores que dão origem às diferentes formas moleculares Conhecem-se 4 locus implicados na síntese de ALP, que produzem 4 grupos de formas múltiplas com diferenças: • • • •

Estruturais Imunológicas Catalíticas e de expressão tecidular

ENZIMAS • ALP Essas formas são as de origem: 1. Óssea* Hepática* Renal 2. 3. 4.

Intestinal Placentar e das células germinativas

Um único gene situado no cromossoma 1 codifica as formas que se expressam no osso, fígado e rim, que diferem entre si pelos CH das cadeias laterais Os locus intestinal, placentário e das células germinativas estão estreitamente relacionadas entre si e encontramse perto do final do braço longo do cromossoma 2

ENZIMAS • ALP No soro de doentes com tumor primitivo do fígado detectou-se uma forma atípica de isoenzima, designada de Kasahara, que tem sido proposta como marcador tumoral para esta patologia A isoenzima placentar que está presente na grávida a partir da 12ª semana de gestação pode sofrer reexpressão em doenças malignas como é o caso do carcinoma do ovário e produzir a forma atípica de Regan A isoenzima das células germinativas que se encontra em pequenas quantidades no testículo e timo de indivíduos sãos, também pode desenvolver uma forma atípica designada de Nagao, nos seminomas do testículo

ENZIMAS • ALP

ENZIMAS • ALP Macro – ALP – Imunocomplexos de enzima com imunoglobulinas Surgem em doenças autoimunes, carcinomas hepatocelulares e hepatite viral – Formas de alto PM que resultam da associação da isoenzima, característica de cada tecido, com fragmentos de membrana celular A mais conhecida é a biliar que é um indicador de grande sensibilidade diagnóstica na colestase e metastização hepática ALP urinária é provavelmente derivada do tecido renal

ENZIMAS • ALP Variações fisiológicas Há valores mais elevados: – Desde o nascimento até cerca dos 15 anos de idade – Na gravidez (último trimestre) regularizando em 3 a 6 semanas pós-parto – Na menopausa – Após as refeições devido à actividade da isoenzima intestinal, especialmente em indivíduos com grupos de sangue 0 ou B e que sejam secretores Lewis+

ENZIMAS • ALP Aumentos no soro: – Doença hepatobiliar ↑↑↑ Obstrução extra-hepática (Cálculo) ↑↑ Obstrução intra-hepática ↑ Hepatites de diversas etiologias Tumores primitivos e secundários do fígado Mononucleose infecciosa Colangites

– Doença óssea (osteoclasto activo) (osteoporose-normal) ↑↑↑ Doença de Paget ↑↑ Osteomalácia Raquitismo Tumores ósseos Hiperparatiroidismo primário ou secundário Consolidação de fracturas

ENZIMAS • ALP Aumentos no soro: – Situações diversas Colite ulcerosa Tirotoxicose Enfarto pulmonar Enfarto renal Pancreatites Hiperfosfatémia benigna transitória Ingestão de álcool Tratamento com fenitoína

ENZIMAS • ALP Diminuições no soro: Hipotiroidismo Cretinismo Hipofosfatémia (hereditária) Deficiência em vitamina B12 Kwashiorkor Deficiência nutricional em zinco e magnésio

ENZIMAS • Colinesterases – Acetilcolina acetilhidrolase (Acetilcolinesterase) – Acilcolina acilhidrolase* (Colinesterase/SchE) Basicamente são esterases que hidrolisam os ésteres da colina, apresentando ambas a capacidade de hidrolisar a acetilcolina A acetilcolina libertada nas membranas pré e pós-sinápticas do SNC e periférico tem de ser degradada para que se faça a despolarização do nervo e para que este fique capaz de se repolarizar no impulso nervoso seguinte

ENZIMAS • Colinesterases

ENZIMAS • Colinesterases Localização • Acetilcolinesterase Encontra-se no pulmão, baço, terminações nervosas, massa cinzenta do cérebro e especialmente à superfície do eritrócito, diminuindo a sua actividade à medida que o GV envelhece • Colinesterase Encontra-se fundamentalmente no soro e também no fígado, pâncreas, miocárdio e substância branca do cérebro

ENZIMAS • Colinesterases Variações fisiológicas O RN tem valores baixos ao nascer que mantém até aos 6 meses altura em que começa a aumentar para ficar 30 a 50% acima dos do adulto até aos 5 anos de idade Durante a puberdade os valores descem até igualarem os do adulto Na gravidez e pós-parto os valores descem As mulheres, entre os 25 e os 45 anos, apresentam valores cerca de 18% mais baixos do que os do homem Na menopausa há um aumento de actividade No homem não há variações com a idade O obeso tem uma actividade ligeiramente superior

ENZIMAS • Colinesterases Interesse clínico – Avaliação da função hepática – Diagnóstico de envenenamento por pesticidas e insecticidas – Detecção de pessoas com formas atípicas

ENZIMAS • Avaliação da função hepática Como após a sua síntese a enzima entra imediatamente em circulação, na ausência de inibidores, as alterações na sua concentração plasmática reflectem fielmente a capacidade de síntese pelo fígado Diminuições de 50 a 76% da actividade em: – Cirrose avançada – Carcinomas com metástases hepáticas

Diminuições de 30 a 50% em:

– Hepatite aguda – Hepatite crónica de longa duração

Valores praticamente normais em: – Cirrose ligeira – Hepatite crónica – Icterícia obstrutiva

ENZIMAS • Diagnóstico de envenenamento por pesticidas e insecticidas Os organofosforados ao inibirem a acção das colinesterases, levam à formação de um excesso de acetilcolina nas sinapses do que resulta estimulação dos receptores muscarínicos, tanto centrais como periféricos, e estimulação seguida de paralisia dos receptores nicotínicos Aos primeiros sintomas já a actividade da enzima baixou de 40% Quando os efeitos neuromusculares se observam, já ela baixou de 80% A morte surge quando todo a colinesterase for inactivada

ENZIMAS • Detecção de pessoas com formas atípicas Há interesse em despistar pessoas que são incapazes de degradar a succinilcolina que se usa como relaxante muscular durante a anestesia geral, com vista a facilitar a intubação traqueal Este anestésico, que é um inibidor reversível da SchE, provoca a despolarização das fibras nervosas e inexcitabilidade do músculo esquelético durante uns minutos. É hidrolisado na sua grande parte pela colinesterase, excepto nas pessoas com determinado fenótipo, em que o tempo de apneia se prolonga e é necessário recorrer à ventilação artificial

ENZIMAS • Colinesterases Aumentos no soro: Tirotoxicose Hemocromatose Diabéticos obesos Ansiedade Doentes mentais

Diminuições no soro: Infecções agudas Embolismo pulmonar Doença renal crónica Distrofia muscular Estados post-cirurgia EAM (diminui até ao 5º dia, recuperando depois)

ENZIMAS • Colinesterases Valores no LCR: São normalmente baixos e aumentam sempre que haja destruição de tecido cerebral como acontece em: Abcesso cerebral Hidrocefalia Doença de Guillan-Barré E por vezes na meningite e esclerose múltipla A actividade que se observa é independente da concentração proteica e da presença de leucócitos, dado que estas células não têm qualquer actividade colinesterásica

Valores na urina: A SChE não existe na urina

ENZIMAS • α-Amilase Acção É uma endoglicosidase que catalisa a hidrólise das ligações α-1,4-glicosídicas do amido, glicogénio e outros polímeros da glicose que contenham 3 ou mais destas unidades

Isoenzimas Existem, em circulação, 2 isoenzimas da α-amilase: - salivar - pancreática

(tipo-S) (tipo-P)

60% 40%

Na urina é a isoenzima pancreática que predomina

ENZIMAS • α-Amilase Macro-Amilase É uma variante rara, de elevado PM (> 200 KDa), habitualmente do tipo-S e que se pode complexar com IgG, IgA e outras grandes proteínas plasmáticas normais e anormais Como estes complexos não são filtrados pelo glomérulo, observam-se elevados níveis de actividade no soro e baixos na urina Esta é uma situação benigna que se encontra em ~ 1 % de pessoas saudáveis e em 2,5 % de doentes com actividade enzimática elevada Passa despercebida porque cursa sem grande sintomatologia, mas a sua presença deve ser pesquisada

ENZIMAS • α-Amilase Metabolismo A isoenzima-P é sintetizada nas células acinosas do pâncreas e é excretada para o intestino. Embora venha a ser destruída pela tripsina na porção terminal do intestino, pode encontrar-se actividade de amilase nas fezes A isoenzima-S segregada pelas glândulas salivares, inicia logo na boca a hidrólise dos amidos, mas é inibida pelo pH ácido do estômago 25% da amilase sérica é eliminada pela urina É a única enzima sérica que se encontra na urina, onde os seus aumentos são mais frequentes e atingem níveis mais elevados e mais persistentes do que no soro

ENZIMAS • α-Amilase Localização Para além do pâncreas e da parótida também se encontra actividade enzimática em: .Testículos .Ovários .Lágrimas .Pulmão .Tecido adiposo

.Esperma .Colostro .Leite .Trompas de Falópio .Músculo estriado

ENZIMAS • α-Amilase Alterações fisiológicas Desde o nascimento e até aos 5 anos o tipo-S vai progressivamente aumentando a sua actividade até atingir os valores do adulto O tipo-P não tem actividade demonstrável no soro até ao ano, altura a partir da qual começa a subir lentamente para atingir os valores do adulto por volta dos 10 aos 15 anos Não há diferenças significativas entre os sexos

ENZIMAS •

α-Amilase

Aumentos no soro: •

Doença pancreática Pancreatites agudas, crónicas e traumáticas Pseudoquistos Carcinomas do pâncreas



Doenças não pancreáticas Insuficiência renal (mista) Tumores do pulmão e do ovário Lesões das glândulas salivares (S) . Parotidite . Cálculos Macro-amilasémia

ENZIMAS Aumentos no soro: •

Situações complexas Doenças do trato biliar (colecistites) Doenças intra-abdominais .Perfuração de úlcera péptica (P) .Obstrução intestinal (P) .Peritonite (mista) .Apendicite aguda .Rotura de gravidez ectópica (S) .Aneurisma dissecante da aorta Trauma cerebral Queimaduras e choque traumático Hiperamilasémia post-operatória (S) Cetoacidose diabética (mista) Transplantação renal (P) Alcoolismo agudo (mista) Drogas - opiáceos (P)

ENZIMAS • α-Amilase Diminuições no soro: Insuficiência pancreática Fibrose quística muito avançada Doença hepática severa Pancreatectomia

Diminuições na urina: Insuficiência renal Macro-amilasémia

ENZIMAS • α-Amilase Aumentos em líquido ascítico Pancreatite Quistos ou pseudoquistos pancreáticos Obstrução ou enfarto intestinal Carcinoma do ovário Rotura de gravidez ectópica Peritonite Neoplasia disseminada

Aumentos em líquido pleural Tumor do pulmão produtor de amilase Tumor do ovário Rotura do esófago Perfuração do canal torácico Tuberculose, embolia ou enfarto pulmonar ICC

ENZIMAS • PANCREATITE AGUDA A actividade sérica da amilase: – aumenta após 2 a 12 horas sobre o início – atinge um pico entre as 12 e as 72 horas – volta ao normal entre o 3º e o 4º dia

A grandeza do aumento não está relacionada com a gravidade da lesão A pancreatite associada à hiperlipémia, cursa com valores de actividade enzimática normais Em termos de estudo e diagnóstico de lesão pancreática deve-se também determinar a actividade da lipase

ENZIMAS • Lipase (LPS)

A lipase catalisa a hidrólise dos ésteres dos triglicéridos em posição alfa para dar um β-monoglicérido (2-acilglicerol) e ácidos gordos

O β-monoglicérido é resistente à hidrólise, mas como se isomeriza espontâneamente na forma alfa (3-acilglicerol) acaba mais tardiamente por levar à formação de um terceiro ácido gordo

ENZIMAS • LPS

ENZIMAS • LPS É uma glicoproteína que necessita da presença de ácidos biliares e do co-factor colipase para exercer a sua acção catalítica Tanto a lipase como a colipase são sintetizadas nas células acinosas do pâncreas em quantidades equimoleculares, e alguma lipase é também secretada pelas glândulas salivares e mucosas gástrica, pulmonar e intestinal A colipase é secretada como procolipase que é posteriormente activada por acção da tripsina Fisiológicamente a lipase hidrolisa os Triglicéridos de cadeia longa no intestino delgado Sendo muito pequena, é filtrada pelo glomérulo renal e é totalmente reabsorvida pelos túbulos renais pelo que habitualmente não se encontra na urina

ENZIMAS • LPS Aumentos no soro: Pancreatite de qualquer etiologia Quisto pancreático Pseudoquisto pancreático Cólica biliar Obstrução do canal pancreático por cálculo ou neoplasia Endoscopia para pancreatografia retrógrada Tratamento com fármacos que promovam a contracção do esfíncter de Oddi (exº. opiáceos) Ausência no soro: Doença congénita que impede a produção de colipase e lipase, o que leva a uma severa esteatorreia

ENZIMAS • LPS Presença na urina: Doença renal aguda ou crónica Actividade no líquido ascítico: Pancreatite aguda Actividade no Líquido pleural: Pancreatite aguda Neoplasia pulmonar (muito raramente)

ENZIMAS • PANCREATITE AGUDA A actividade sérica da LPS: – aumenta entre as 4 e 8 horas – atinge um pico às 24 horas – desce em 8 a 14 dias A grandeza do aumento não reflecte necessariamente a gravidade da lesão e é sempre maior e mais persistente do que a da amilase Clinicamente a LPS tem maior sensibilidade e especificidade do que a amilase, até porque 20% das pancreatites cursam com amilasémias normais e a parotidite aguda causa aumentos de amilase sérica o que não acontece com a LPS • PANCREATITE CRÓNICA E NEOPLASIAS PANCREÁTICAS Os valores que se obtém variam em função da quantidade de tecido orgânico funcionante

ENZIMAS • Tripsina Acção A tripsina hidrolisa as ligações peptídicas que os grupos carboxil da lisina e da arginina têm com outros aminoácidos A tripsina é uma serinoprotease que tem no seu centro activo, serina e histidina que participam no processo catalítico

ENZIMAS • Tripsina As duas que existem são sintetizadas pelas células acinosas do pâncreas sob a forma de pro-enzimas inactivas (ou zimogéneos) que são: • Tripsinogéneo-1* e 2

São armazenados em grânulos e excretados para o duodeno sob estimulação vagal ou da hormona intestinal, a colecistoquinina-pancreozimina onde são convertidos em tripsina activa, pela enzima enteroquinase intestinal Tripsina-1 livre não se encontra habitualmente no soro, está sempre complexada e é o Trisinogéneo-1 que predomina A tripsina-2 existe normalmente como tripsinogéneo-2 e em doença surge complexada à α1-antitripsina e à α2macroglobulina

ENZIMAS • Tripsina Alterações fisiológicas: A tripsina-1 sérica aumenta com a idade Os valores na mulher são mais elevados do que no homem Os valores aumentam à medida que a função renal diminui Os níveis de tripsina têm variação diurna sendo mais elevados ao fim da tarde

ENZIMAS • Tripsina Determinação semiquantitativa pelo teste da película de RX de tripsina presente no líquido duodenal e/ou fezes: As amostras destes 2 produtos são diluídas em tampão barbital e é a mais alta diluição que não promove a digestão da película que deve ser tida como medida da actividade da tripsina presente A digestão da película traduz a hidrólise da camada de gelatina por acção da enzima presente

ENZIMAS • Tripsina Resultados: • Nas fezes – Na criança com menos de 1 ano, as actividades devem ser ≥ 1/80 Na criança com mais idade, a actividade anda pelas diluições de 1/20 ou 1/40 Na criança com fibrose quística, são raros os valores que ultrapassam a diluição de 1/10 • No líquido duodenal – Na criança normal os valores são de 1/32 ou 1/64 Nas criança com fibrose quística, são ≤ 1/4

ENZIMAS • Tripsina Aumentos no soro: Pancreatite aguda Recaídas de pancreatite crónica Insuficiência renal crónica Doença hepática Ocasionalmente na úlcera péptica e litíase biliar Fibrose quística (sangue do cordão) Má-nutrição aguda Infecções virais que envolvam o pâncreas de forma silenciosa Papeira e infecções a vírus Coxsackie B Meningite Infecções respiratórias

ENZIMAS • Tripsina Diminuições no soro: Pancreatite crónica Carcinoma do pâncreas (Tripsina-2 parece ser mais específica de órgão, mas esta patologia também pode cursar com valores normais e até aumentados)

Má-nutrição crónica Fibrose quística (em que os valores vão declinando com a progressão da doença)

Diabetes tipo 1 e 2

O tripsinogéneo-2 é útil como marcador de rejeição de transplante pancreático e os seus níveis séricos constituem-se como indicadores da necessidade de fazer biópsia de controlo ao enxerto ou utilizar agentes imuno-supressores

ENZIMAS • Quimotripsina (sem nome sistemático) Acção A Quimotripsina é uma serinoprotease que hidrolisa as ligações peptídicas que envolvam os grupos carboxil do triptofano, leucina, tirosina e fenilalanina com preferência pelo resíduo aromático

ENZIMAS • Quimotripsina As duas que existem são sintetizadas pelas células acinosas do pâncreas sob a forma de pro-enzimas inactivos (ou zimogéneos): • Quimotripsinogéneo-1 e 2

Os zimogéneos são armazenados em grânulos até à sua libertação através do canal pancreático No intestino são convertidos, por acção da tripsina, em: – Quimotripsina-1 e Quimotripsina-2*

A Quimotripsina é mais resistente do que a tripsina à degradação que sofrem no intestino, o que faz com que seja a enzima de escolha para o ensaio nas fezes Tal como acontece com a tripsina também estas circulam no plasma ligadas à α1-antitripsina e à α2-macroglobulina

ENZIMAS • Quimotripsina Aumentos no soro: Fibrose quística (sangue do cordão) Pancreatite aguda Carcinoma gástrico Doença hepatobiliar Insuficiência renal Carcinoma pancreático ( ou normal )

Diminuições no soro: Pancreatectomia total (Quimotripsina-2 desaparece) Pancreatite crónica Estadios avançados de doença fibroquística

ENZIMAS • Aldolase (ALD) Acção É uma enzima glicolítica que cliva a frutose-1,6-difosfato (FDP) em fosfato de dihidroxiacetona (DAP) e gliceraldeído-3-fosfato (GLAP), que é uma reacção importante na passagem da glucose a lactato

ENZIMAS • ALD Alterações fisiológicas Desde o nascimento e até cerca dos 18 a 20 anos os valores são superiores aos do adulto O homem tem valores superiores aos da mulher A população activa apresenta valores superiores em 50 a 70%, comparativamente com os inactivos ou acamados

ENZIMAS • ALD No geral, a determinação da actividade enzimática da ALD não fornece mais informação do que a que se obtém através da AST, LD e CK Dada a sua grande sensibilidade diagnóstica e facilidade de determinação, a CK é a enzima a escolher quando se tenha de investigar alterações do músculo esquelético As avaliações da actividade da ALD não se recomendam

Related Documents

Enzimas
November 2019 31
Enzimas
June 2020 12
Enzimas
October 2019 22
Enzimas
June 2020 15
Enzimas
May 2020 15
Enzimas
June 2020 9