Entrevistas

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Entrevista em 14 de abril 2009 Cuidados com queimaduras Entrevista com o Dr. Esterlin Nahmatallah Obeid Alunas: Barbara Machado, Beatriz Kisa, Natália Biagini, Talita Terra e Victória Obeid Seis anos de medicina, três anos de cirurgia geral e três anos de cirurgia plástica foi o tempo que o Dr. Esterlin Nahmatallah Obeid, de 42 anos, se tornou especialista em cirurgia plástica. Ao contrario do que muitas pessoas pensam. Um cirurgião plástico, não faz só “plástica de beleza”, um cirurgião plástico pode salvar vidas, prevenindo e tratando pacientes queimados (exemplo: no caso de grandes queimados). Queimaduras será o assunto dessa entrevista, onde o Dr. Esterlin nos explicará como nos prevenir delas, nos explicará também sobre os maiores causadores de queimaduras. Entrevista: Studium+s: Quais são os tipos de queimaduras que existem? Dr. Esterlin Nahmatallah: Os tipos de queimaduras que existem são: as queimaduras de primeiro grau, as de segundo grau, e as de terceiro grau. A queimadura de primeiro grau ela é considerada superficial, aquela que só pega a pele. A de segundo grua é uma queimadura um pouco mais profunda, e é aquela que dá bolha. A queimadura de terceiro grau é caracterizada pela pele que é totalmente queimada em toda sua espessura. ST.: O que é uma queimadura química? E.N.: Queimadura química é aquela causada por agentes químicos, exemplo:soda cáustica ácida. ST.: Pode ocorrer mortes por causa de uma queimadura? E.N.: Nos casos de queimaduras de terceiro grau, considerados grandes queimados. ST.: O que fazer diante de uma queimadura? E.N.: se você vir uma pessoa queimada, o que você tem que fazer com essa queimadura é dar um resfriamento nela, pois ela está quente então você usa uma água fria, têm que resfriar essa pele, primeiramente com água de preferência filtrada ou água considerada limpa (poço artesiano). ST.: Quais os critérios utilizados para definir o grau de uma queimadura? E.N.: Os critérios utilizados para definir o grau de uma queimadura é uma avaliação médica, sabendo que a de primeiro grau é superficial e se tocar dói, a de segundo grau, se tocar dói muito e é uma queimadura um pouco mais profunda e a de terceiro grau se tocar não dói, pois a queimadura de terceiro grau acaba com os nervos do local queimado e ela é bem profunda quase chegando na gordura. ST.: quais são as principais prevenções para evitar as queimaduras? E.N.: As principais prevenções que podem ser tomadas: não deixar crianças na cozinha, que é onde ocorre à maioria dos acidentes, para não haver queimaduras com água, leite quente. Não deixar os cabos das panelas para o lado de fora do fogão. ST.: Todas as queimaduras necessitam de raspagem?

E.N.: As queimaduras de primeiro e segundo grau não necessitam de raspagem é só tratar e ter um acompanhamento médico e tomar os remédios receitados. Queimaduras de terceiro grau têm que fazer raspagem. Há médicos que optam e fazer a raspagem nas queimaduras de segundo e alguns não optam por fazer a raspagem, eu prefiro não fazer. ST.: Qual a maior causa de acidente com crianças? E.N.: A maior causa de queimaduras com crianças é com: água, leite quente, álcool e frituras. ST.: O gelo pode provocar algum tipo de queimadura? E.N.: O gelo pode provocar algum tipo de queimadura, um tipo comum é aquela que queima através da temperatura abaixo de zero grua Celsius, pois os nervos ficam dormentes e vai queimando aos poucos, falta de circulação do sangue. Entrevista em abril 2009 Para busca do conhecimento não há limite de tempo nem idade Entrevista com a professora Maria de Lourdes Coelho Castro de Agüero Alunos: Amanda, Ana Luísa Marcella Paulo Roberto e Pedro Antônio Devido as dúvidas e interesses da população sobre a terceira idade, fizemos uma entrevista com a professora Maria de Lourdes Coelho Castro de Agüero, “na busca do conhecimento não há limite de tempo nem idade. Em qualquer época, em qualquer momento, você pode busca-lo”. Entrevista: Studium+s: Quais são as maiores dificuldades encontradas no decorrer do curso? Professora Maria de Lourdes: Como professora universitária, tenho observado que, como a maioria de todos os jovens, as pessoas da terceira idade têm maior dificuldade em relação à compreensão do texto. Então, a partir do momento que eles não compreendem o texto, têm dificuldade também em expor oralmente suas idéias; a leitura oral em sala de aula constitui outra dificuldade, até porque eles não tiveram, talvez, um embasamento inicial de estudo bem orientado, e que, com o passar do tempo vão perdendo ou esquecendo aquilo que aprenderam. ST.: Por que a sociedade de hoje promove várias oportunidade para as pessoas da terceira idade? Professora Maria de Lourdes: Atualmente, a sociedade tem uma preocupação com a questão da inclusão social. O que é a inclusão social? È incluir na sociedade as pessoas que não têm muita oportunidade, como por exemplo: o negro e as pessoas de classes sócias menos favorecidas terem as mesmas condições de freqüentar uma boa escola. Então, a sociedade preocupa em dar as pessoas terceira idade, melhores condições de vida, para que elas conversem mais, adoeçam menos e se entrosem com outras pessoas, ou seja, façam novas amizades, fugindo da monotonia de casa e da solidão. ST.: Há preconceito contra essas pessoas? Por que? Professora Maria de Lourdes: A questão do preconceito acredito que seja cultural. No Brasil, ainda há muito preconceito com relação à velhice, apesar de ter melhorado bastante, enquanto que em países mais desenvolvidos, as pessoas da terceira idade são mais valorizadas, até porque tem mais sabedoria e participam, ativamente, da sociedade

em que vivem. Então, acredito que com o desenvolvimento intelectual do nosso país, esse preconceito vai desaparecer. Observa-se que hoje, os netos ficam mais perto dos avós, vão ao cinema com eles, e os familiares procuram sempre leva-los para festas. ST.: Que objetivos de vida essas pessoas, já aposentadas, têm para encarar de frente o estresses de um vestibular e o desafio de uma nova profissão? Professora Maria de Lourdes: Essa questão de enfrentar o estresse de vestibular é uma questão que as pessoas da terceira idade querem mostrar que ainda são capazes de adquirir mais conhecimento e, ter mais possibilidade de fazer novas amizades e sentirem-se mais úteis junto aos seus familiares e às pessoas com quem convivem. ST.: Quais são os principais cursos para pessoas de terceira idade? Professora Maria de Lourdes: Como professora de universidade, eu tenho vários alunos dessa faixa etária e eles ainda procuram muito, os cursos de direito, de pedagogia, de antropologia, de gastronomia, de artes, de cerâmica, e até mesmo de informática. ST.: O que os familiares acham quando essas pessoas voltam a estudar? Professora Maria de Lourdes: Acredito que todos os familiares das pessoas da terceira idade, se sentem muito felizes por saberem que sua mãe, seu avô, sua avó estão participando de alguma atividade, estudando e, sobretudo, adquirindo maior conhecimento. ST.: Que mudanças ocorrem na vida dessas pessoas? Professora Maria de Lourdes: Com certeza, a grande mudança que ocorre na vida dessas pessoas é uma mudança interior; ela vai fugir da depressão, da tristeza, vai se sentir auto-suficiente para conversar com os amigos e familiares. Então, essa é a maior realização como ser. Por dentro, ela vai se sentir melhor, sentir-se uma pessoa muito mais capaz, porque está em busca do conhecimento e, para a busca do conhecimento, não há limite de idade. Em qualquer época, em qualquer momento, você pode buscá-lo. Entrevista em abril 2009 HDT Entrevista com o Dr. Boaventura Braz de Queiroz Alunos: Cléo Mendez, Guilherme Servidoni da Silva, Lara Baima Lira Arantes Moraes, Lucas de Arruda Hidalgo, Raphael Rodrigues de Oliveira e Vitor Franco Vieira. O Hospital de doenças tropicais, mais conhecido como HDT, é o único no Centro Oeste que trata de doenças infectocontagiosas. È uma instituição pública gerenciada pela Secretaria Estadual de Saúde. Possui médicos especializados que se preocupam com o ser humano e entre eles está o diretor geral do HDT o Dr. Boaventura Braz de Queiroz. Segue abaixo uma entrevista. Entrevista: Studium+s: O que é o HDT? Que doenças ela trata? Dr. Boaventura Braz: O hospital de doenças tropicais é um hospital que foi criado em 1978 através da junção de dois serviços que já existiam antes: o hospital de Pênsido, e o Hospital Oswaldo Cruz, mas devido a pequena estrutura que ele possuía, não se a idéia de trazer o hospital Oswaldo Cruz junto ao HDT. A partir de 1978 se criou o hospital de

doenças tropicais. Ele é considerado uma referência no Centro- Oeste e no Brasil, na área de doenças infectocontagiosas. Essas são todas as doenças causadas por vírus e bactérias que possuam algum risco de contágio, como a meningite, tanto viral quanto bacteriana, catapora e tuberculose. Ele é o único do Centro-Oeste que as trata. ST.: O HDT é uma referência nacional. Como é ser uma referência nacional? Dr. Boaventura Braz: Ser uma referência nacional é ser um hospital que recebe pessoas de todo o Brasil, pois não há estrutura para tratar doenças como a nossa nos locais de origem desses pacientes. ST.: Comente sobre a importância de um hospital, como o HDT, para o estado de Goiás. Dr. Boaventura Braz: A importância é enorme, pois os pacientes infectados onde procurar. Como um paciente como AIDS, que já sabe que deve nos procurar, caso ele descubra o diagnóstico, pois aqui há médicos especializados em tratar essa doença. ST.: Existe alguma maneira da população ajudar o HDT nas doenças que ele atende? Como? Dr. Boaventura Braz: Existe, pois a população que atendemos é muito carente, socialmente falando. Geralmente, as pessoas que são acometidas por Tuberculose, Meningite e Catapora, não têm a oportunidade de serem atendidas em um serviço conveniado, e necessitam de coisas básicas, como a escova de dente, o creme dental e o sabonete. São coisas que se a população colaborar, pode facilitar no nosso atendimento desses pacientes. ST.: Que tipo de instituição é o HDT? Dr. Boaventura Braz: O HDT é uma instituição pública que está sob a gerência da Secretaria de Saúde, que faz parte do governo de Goiás. ST.: Como é para um médico ser diretor de um hospital? Dr. Boaventura Braz: Isso nasce de uma inquietação que possuímos. O trabalho médico é individualizado na maioria das vezes em que se está atuando. Gerir um serviço público é uma questão social e isso atende à uma característica pessoal minha, já que não fico satisfeito quando fico restrito à um individuo. Eu também gosto de trabalhar para os demais, e eu também penso que o caminho para isso é colaborar na construção de uma instituição melhor. E esse é o meu ideal de trabalho. Entrevista em abril 2009 Impulsos na adolescência: consumismo e liberdade Entrevista com a psicóloga Lucila Monferrari Alunos: Frederico Porto Luciano, Isabella Martins Ferreira Guimarães, Isadora Rosal Dantas Disconde de Sá, Luisa Soare Dantas e Marco Túlio Dias do Couto. Percebendo as mudanças de comportamento dos adolescentes de atualmente, fomos a campo entrevistar a psicóloga Lucila Monferrari para tirar nossas dúvidas sobre o assunto. “A liberdade é aproveitada por cada adolescente de acordo com toda a história vivida e aprendida por ele na relação com os pais”. Entrevista:

Studium+s: O que influencia um adolescente a ser consumista? Psicóloga Lucila Monferrari: Somos todos “eternos aprendizes”, com já dizia Gonzaguinha. Sendo assim, aprendemos, em primeiro lugar na família e com ela. Depois aprendemos com o mundo. O mundo hoje vive a cultura do descartável, do fast e da banalidade. Ensina, portanto, a ser comunista. O adolescente, de um modo especial. Aprende a construir e descartar objetos e pessoas. Tem também necessidade de pertencer a um grupo e para isto acontecer, todos têm que ter mesmas coisas para se sentirem semelhantes: bolsas, relógios, mochilas, camisetas e cortes de cabelo. ST.: No que isto prejudica os adolescentes? Psicóloga Lucila Monferrari: O consumismo prejudica os adolescentes e a todas as pessoas, no sentido da superficialidade das relações: com objetos e pessoas. Trocar de objetos se torna fácil, assim como trocar de sentimentos e valores. Os amigos ficam descartáveis e os amores também. Não aprendem assim a cativar, cultivar e cuidar dos objetos e pessoas. ST.: Como os pais podem reagir aos impulsos dos adolescentes? Psicóloga Lucila Monferrari: Os pais, em primeiro lugar, devem pensar neles próprios. Ensinamos muito mais pelo que fazemos do que pelo que dizemos. Uma “receita” se é que tem que pode amenizar bastante o consumismo dos filhos, é a mesada. É educativa se não for valor abusivo e nem de valor insignificante. Deve também ser combinada e rigorosamente cumprida, pois estabelecer regras á fundamental. ST.: Como os adolescentes aproveitam a liberdade oferecida por seus pais? Psicóloga Lucila Monferrari: A liberdade é aproveitada por cada adolescente de acordo com toda história vivida e aprendida por ele na relação com os pais. É aproveitada por cada filho dependendo de como os pais educam e impõem limites a eles. Toda decisão de uma família, no que se refere à educação dos adolescentes, tem que ter mito diálogo e regras a serem cumpridas. ST.: Qual a causa do consumismo desnecessário dos adolescentes? Psicóloga Lucila Monferrari: Podemos pensar em faltas! Falta de limites e diálogo. O diálogo com a família poderia resgatar algumas coisas boas, entre elas, os verdadeiros valores que nos fazem sentir úteis. E aceitos pelo grupo em que vivemos, sem precisar gastar. Entrevista em abril 2009 Pedofilia: O mal enfrentado por crianças e adolescentes Entrevista com a Dra. Ana Elisa Gomes Martins, Delegada da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Aparecida de Goiânia/Go - DPCA Alunos: Célio Gomes, Lúcio Ribeiro, Luíza Daher, Talyta Morgana e Vitória Caruso De acordo com a delegada Ana Elisa, pedofilia é todo e qualquer tipo de estupro e atentado violento ao pudor. Estupro é a conjunção carnal, e o atentado violento ao pudor é tudo com a natureza sexual, com exceção da conjunção carnal. “Só o fato de você ter foto de crianças nuas no seu computador é crime, pois se a polícia entrar na sua casa, mexer no seu computador e achar essas fotos, é crime de pedofilia”- disse-nos a Delegada.

Entrevista: Studium+s: Como evitar ser enganado por um pedófilo? Dra. Ana Elisa: Em primeiro lugar, temos que estar sempre muito atentos. Atentos às pessoas que nos rodeiam, aos amigos dos nossos amigos, aos pais dos nossos amigos, aos nossos vizinhos... Não é criar uma regra que qualquer pessoa que se aproxime de nós é um pedófilo, mas temos que estar atentos aos pequenos atos de pessoas adultas que buscam muito contato físico, como por exemplo, abraços, beijos e convites para ficarmos afastados do nosso grupo. Evitar a ação do pedófilo é mito mais complicado do que parece. Então, crianças e adolescentes da idade de vocês têm que estar muito atentos às pessoas à sua volta. Assim, ao saírem de casa, sigam sempre as orientações dos seus pais, procurem estar em grupos grandes e não se afastar dele. Cuidado também com os sites de relacionamento em que a gente coloca o perfil, como o Orkut, pois muitas vezes a pessoa que está de lá, não é aquela que está identificada. Saibam que o pedófilo usa de todos os artifícios para te convencer de que ele não é pedófilo e que a pessoa mais confiável do mundo. Então, o que faz você se afastar da violência sexual é realmente estar alerta e se por acaso suspeitarem de alguém, conversem com seus pais, pois é o papel deles fechar o círculo de relacionamento de vocês. ST.: Quando presos os policiais tem muita dificuldade em controlar os pedófilos? Dra. Ana Elisa: Os pedófilos, depois que são presos, são encaminhados à Casa de Prisão Provisória (CPP). Mas existe uma resistência dos próprios presos contra os pedófilos, pois eles não aceitam essas atitudes. Então eles agridem os pedófilos quando eles chegam à carceragem. Então ele tem que mentir sobre o que ele fez, porque se ele falar o artigo que ele praticou (Art. 213: Estupro ou Art. 214: Atentado Violento ao Pudor), eles podem ser agredidos e maltratados. Então quando prendemos um pedófilo, precisamos ter muito cuidado e se possível, colocá-lo separado dos outros presos. Na CPP tem uma ala exclusiva para as pessoas que praticam esse tipo de crime. ST.: Geralmente por quem os jovens sofrem os abusos? Onde ocorrem? Dra. Ana Elisa: A maioria desses crimes sexuais ocorre perto da gente, por pessoas próximas, como o padrasto, o tio, o primo,o namorado da tia, o namorado da irmã... Esses são os mais comuns, O ato sexual, se ele for praticado contra a vontade da pessoa, é crime, mas te situações em que a vontade é irrelevante. O Código Penal estabelece que crime sexual (estupro e atentado violento ao pudor), quando praticado com menores de 14 anos, é presumido. Por exemplo: um senhor de 35 anos convence uma menina de 11, que se ela namorar com ele será a melhor coisa do mundo e ela resolve namorar. Ela não foi obrigado a decidir isso, mas para a lei, o fato dela ter consentido é irrelevante, pois o Código Penal diz que o menor de 14 anos não tem condição de distinguir entre o certo e errado. Então, este adulto está colocando a integridade da menina em risco. Ele tem que esperar ela completar 14 anos para namorá-la, pois antes disso, ela não é dona de suas decisões. Assim mesmo que ela tenha consentido, essa ação é estupro ou atento violento ao pudor e a violência é presumida. Mas vocês ainda me perguntaram onde ocorrem os abusos. Bem, aqui em Aparecida de Goiânia, o tarado, quando pega a criança na rua leva-a para o mato mesmo. Mas quando o abuso é praticado por pessoas próximas, que são as ocorrências mais freqüentes, acontece dentro de casa mesmo. ST.: Geralmente isso ocorre com pessoas de qual classe social? Dra. Ana Elisa: Quem mais nos procura são pessoas de classe social mais baixa, pessoas de família mais pobre por que como não tiveram uma formação cultural, talvez

com o rigor das regras feitas pela sociedade que exige uma determinada postura, um determinado comportamento... Mas eu diria que são as pessoas que não tem dificuldade em procurar a policia. As classes sociais mais abastadas, a classe média, são as pessoas de maior pudor, mais vergonha em procurar, porque muitas vezes o abusador é pessoas da sua família. Então, eles ficam com vergonha de procurar a policia e a família saber do fato. Então o crime de pedofilia acontece em qualquer classe social, mas as classes mais baixas denunciam mais. Um tempo atrás, um medico famoso foi preso praticando crimes de abusos sexuais. Ele era uma pessoa bem colocada, reconhecida socialmente e acabou se envolvendo em caso de pedofilia. Então, realmente, não tem como definir a classe social para a ocorrência deste crime. ST.: Como a vitima se depara após o ato de pedofilia? Dra. Ana Elisa: Muitas crianças começam a ter dos de estômago, perada de sono durante a noite, dores do corpo, na barriga, na região genital, na região anal. Isso são marcas de que aconteceu alguma coisa. Se o pedófilo for uma pessoas do convício da criança, ela passa a não querer mais freqüentar lugares com esta pessoas, começa a mudar o comportamento. Às vezes, a criança é dócil e começa a ficar agressiva, todas essas situações indicam a possibilidade de que tenha acontecido algo. E quais as seqüelas quando adultos? Eu já li sobre o assunto e vi que tem crianças que criam essa mesma tendência ao atingirem a fase adulta, tem crianças que não apresentam seqüelas, e outras, infelizmente, sofrem com o silêncio da própria mãe que não aceita a apuração dos fatos. É necessário um acompanhamento de um psicólogo? Eu acho que em 100% dos casos é necessário. Aqui na delegacia, a gente tem uma psicóloga, só que não é para fazer o tratamento psicológico. Ela atende para ver se no relato da criança ou do adolescente existe alguma confusão. Infelizmente, há casos em que a situação relatada é criada. A criança,às vezes, cria um abusador, acusa alguém e esse alguém é prejudicado arroneamente pela polícia, pois a polícia trabalha muito com o sentimento da pessoa que está contando os fatos. Então com o acompanhamento psicológico, a criança passa a ter mais entendimento de si mesma e quando chegar a idade de construir uma família, se ela sofreu algum tipo de abuso sexual, ela não vai estar 100% tranqüila pra viver um relacionamento, se aquela primeira experiência que ela teve foi algo violento. Então.o apoio psicológico, da família e dos amigos é muito importante para que não haja essas seqüelas. ST.: Qual a pena sofrida pelos pedófilos? Dra. Ana Elisa: Para responder isso, temos que saber existem vários tipos de crimes considerados crimes de pedofilia: o estupro e a o atendo violento ao pudor. O estupro é a conjunção carnal e o atentado violento ao pudor é tudo que tem natureza sexual, com exceção da conjunção carnal, é pegar no bumbum, na região genital... A pena dos dois é a mesma e se a vitima for menor de 14 anos, essa pena aumenta a metade. Quando a vitima é maior de 14 anos essa pena é de 3 a 10 anos, mas se essa vitima de menos de 14 anos, aí essa pena é aumentada a metade. Esta pena está prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente, que também prevê funções semelhantes, de 2 até 10 anos de reclusão ou quando ocorre a formação de leis novas, como aconteceu no ano passado, que as pessoas ficaram sabendo desses casos pela internet. Assim, são penas duras, mas justas pelo tamanho da violência que eles praticaram. ST.: A que órgãos devemos recorrer quando nos deparamos com esses casos? E.N.: Especialmente, essencialmente e necessariamente à policia. Por mais que você vá ao psicólogo, ao médico, todos eles vão te orientar a procurar a policia, porque é ela

quem tem o poder, a autoridade para apurar as provas e mandá-las ao IML ( Instituto de Medicina Legal). Quem tem autoridade para isso é o delegado e é também o delegado que tem a autoridade para mandar a criança violentada (é quase sempre de classe social mais baixa) para o Hospital Materno Infantil de Goiânia para aplicação da injeção da pílula do dia seguinte, se for menina, para evitar a gravidez. ST.: Em relação às outras cidades do Brasil, Aparecida de Goiânia recebe muitas denúncias de abusos sexuais? Dra. Ana Elisa: Aqui é como se fosse duas delegacias em uma só: o DEPAI, que cuida dos crimes praticados por adolescentes e o DPCA, que cuida dos crimes praticados contra adolescente. (em Goiânia, essas duas delegacias ficam em lugares diferentes: O DEPAI, perto do Flamboyant e a DPCA, perto do DETRAN). Mas Aparecida de Goiânia ganhou a DPCA só em outubro do ano passado. Então, temos números e datas somente a partir daí, e por incrível que pareça, existem grandes números de ocorrências sim. De outubro do ano passado até o inicio de março deste ano, já temos 400 ocorrências de crimes praticados contra crianças e adolescentes. Eu acho que esse número esta bem abaixo do numero real de acontecimentos, mas agora é que a população está se acostumando com a idéia de que a gente tem de denunciar esses crimes. Mas o fato de denunciar e investigar os crimes, não se faz com tanta rapidez. Ao se pedir a medida cautelar e a prisão preventiva, o juiz decreta a prisão e as pessoas, assistindo essa atuação, vendo a ação policial e do Ministério Publico, começam a se intimidar. Acho que o problema de lidar com o pedófilo é porque ele não é pedófilo porque ele quer. Em nenhum caso, ele nasce, cresce e pensa ‘Ahhh! Eu vou ser pedófilo”. Isso está no seu comportamento. Então, se ele vai preso hoje, daqui a dez anos, quando for solto, ele vai continuar sendo pedófilo. Na primeira oportunidade que ele tiver, ele vai continuar a praticar o crime de pedofilia de novo, porque a pedofilia não é uma escolha, ela é um estado da sua pessoa. Ele gosta, se sente atraído por crianças e adolescentes e ocorre muito, independente de classe social. Por isso, temos que estar sempre muito atentos. Entrevista em abril 2009 Você tem dificuldades na aprendizagem? Entrevista com a psicopedagoga Valéria F. Mendes Costa Alunos: Davi Sidarta V. R. de Oliveira, Guilherme, Ian dos Reis e Aragão, Pedro Luiz Padilha e Rodrigo Mendes Costa Valéria F. Mendes Costa é pedagoga, trabalhou por algum tempo no seu consultório particular, em Goiânia, onde atendia mais adolescentes do que crianças. Os seus pacientes eram casos mais graves e específicos, com problemas psiquiátricos. Fez estágio e supervisão com a professora Nádia Bossa, uma renomada profissional da área em São Paulo, que foi sua orientadora no mestrado. Teve bom relacionamento com a professora Alícia Fernandes, também da área, e esteve em sua clinica em Buenos Aires, observando o seu trabalho, fazendo supervisão e cursos que ela oferecia especificamente em dificuldade de aprendizagem. Em que pese a sua grande experiência com pedagoga, em sua entrevista respondeu modestamente que a sua experiência clinica não é grande, que dedicou mais em estudar e pesquisar sobre o assunto. Entrevista:

Studium+s: Qual o trabalho de um psicopedagogo? Valéria: O trabalho do psicopedagogo é tentar compreender o processo de aprendizagem, trabalhando com a complexidade do sujeito quando se refere ao fator aprendizagem, tendo como objetivo de estudo e observação as características de aprendizagem humana, principalmente o aprendizado, bem como o tratamento e a prevenção. Na clinica, como diz a professora Nadia Bossa, acontece a relação do sujeito com sua história pessoal e o tipo de aprendizagem. Na prevenção são avaliados os procedimentos que interferem no processo de aprendizagem, onde há a participação biológica - afetiva - intelectual. Clinicamente, o psicopedagogo tem que distinguir as teorias que lhe permitam conhecer de que modo se dá a aprendizagem, o que é ensinar e aprender. Essa sabedoria se estabelece através da pratica clinica, da constituição teórica e do tratamento psicopedagógico-didático. Uma reflexão sobre as origens teóricas é fundamental. ST.: Qual a dificuldade de aprendizagem mais comum entre as crianças e adolescentes em idade escolar? Valéria: As dificuldades mais detectadas na prática escolar, principalmente pelos professores, são atenção, hiperatividade, dificuldade na leitura e na escrita e, dificuldade de relacionamento. Segundo os grandes autores os transtornos mais comuns são: Dislexia - incapacidade de aprender a ler de uma pessoa que tem suas capacidades intelectuais normais. Dislalia - se refere ao atraso da fala, tendo uma linguagem de bebê. Atenção - que se refere à seleção de estímulos dentre os vários adequados para se obter uma boa aprendizagem. O sujeito deve focar no conteúdo e no está sendo dito ou mostrado, se não houver foco e atenção este conteúdo de desviará, não observando o essencial. ST.: Essas dificuldades de aprendizagem são consideradas doenças? Existe tratamento? Valéria: Como podem perceber, existem sim problemas de aprendizagem que são gerados por fatores de doenças e são tratados com excelentes resultados. Ecolalia - Repetição da fala do professor ou de qualquer outra pessoa. Disortografia - Escrita com erro, pode ser o primeiro ou o único achado da dislexia. Erros de omissão, o mais comum é não escrever e sumir com as vogais, letras mudas e dificuldades na pontuação com virgula. Memória - podendo ser definido em matérias. Memória de curto prazo - É retida somente as lembranças imediatas. Memória de longo tempo - Só são lembradas as coisas passadas, no mínimo o que se passou em 30 minutos atrás. Memória remota - somente se lembra de coisas vividas a mais de 24 horas passadas. Problemas psicológicos - São aqueles de ordem psicológicas, trauma, medo ou até mesmo doenças orgânicas que devem ser tratadas com ajuda de medicação do terapeuta e da psicopedagoga. O papel do psicopedagogo é fazer com que o sujeito (criança ou adolescente) com algum destes problemas que pode acarretar a falta de retenção do conteúdo abordado, este auxilia para que a pessoa possa fazer uma relação com o objeto de estudo. Um dos mais comentados e polêmicos: Hiperatividade - São crianças que tem dificuldade em ficar quietas, brincar ou estudar por um tempo determinado no mesmo lugar.

Uma características dessas crianças ainda bebê é percebida na dificuldade de alimentar, dormir, às vezes só vão falar após 3 anos de idade. Muitas vezes a hiperatividade, não se associa a transtorno de aprendizagem. A falta de aprendizagem surge pela inquietação, às vezes, pela falta de atenção que pode também não ser o chamado déficit de atenção, já é provocado que nem toda hiperatividade vem acompanhada de falta de atenção. ST.: Como essas dificuldades podem ser identificadas pelos pais e professores? Valéria: Para ser diagnosticada a dificuldade deve ser feita em uma junta de médicos, psicológicos, psicopedagogos, escola e família. Deve haver uma avaliação criteriosa e sim tendo uma resposta positiva, a criança deve ser encaminhada para o tratamento mais adequado. Como também os transtornos de aprendizagem gerados por outros fatores que não são orgânicos, a ajuda de um profissional da área é fundamental. Tratamentos como orgânicos os problemas meramente físicos como, audição, visão. Enfim, antes de qualquer diagnostico, o psicopedagogo, os pais, a escola, precisam de uma boa avaliação médica para ser descartada qualquer interferência orgânica. ST.: Muitas vezes a criança com dificuldade de aprendizagem é considerada “burra”, “distraída” ou “desatenta”. Qual o seu conselho para os colegas que pensam assim e para as crianças que acabam sendo discriminadas na sala por estas dificuldades? Valéria: Isto acontece se primeiro houver alguma manifestação ou discriminação dos adultos ou da escola que não está preparada para lidar com as diferenças. As crianças são muito fáceis de lidar com estas questões se são tratadas de forma natural e bem conduzidas. O meu conselho é não deixar despertar este sentimento e passar a mensagem de que cada um tem o seu tempo de aprendizagem, todos nós somos passíveis a erros e acertos, e principalmente que todos podem e têm direito a aprendizagem. Caso já tenha acontecido a discriminação, deve-se mostrar para as crianças que às vezes o tempo do colega não é o mesmo que o seu, ele pode ser muito bom ou em outra atividade como esporte, música e que eles também podem ter dificuldades nestas áreas e não nada disso. Quanto à criança discriminada pode fazer um trabalho com ela e com todos os colegas, para levantar a sua auto-estima.

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