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UFMA- Universidade Federal do Maranhão. Curso de Ciencias Econômicas Microeconomia Profª: Discente:

"Oligopólio e teoria da firma"

POSSAS, Mário Luiz, Estruturas de Mercados em Oligopólio. Editora: Hucitec, 1985.

São Luis, 2018

“A teoria da firma, como um corpo de analise, surge em resposta a uma problematica, algo distinto que dá lugar às teorias recentes de formação de preços e margens de lucro em Oligopólio, [...]” (p.43). “[...] Os trabalhos pioneiros nesse terreno, no cmapo conservador, foram o de Berle e Means, contemporâneos de Chamberlin e Robinson, e o Burnham, posteriror, ambos preocupados em extrair consequências da separação entre propriedade e controle administrativo, típica da grande empresa moderna. [...]” (p.43). “[...] Nesta abordagem, os aspectos relativos à organização, estrutura interna e estratégia de comportamento da empresa assumem lugar proeminente. À crescente insatisfação com a irrelevância da microeconomia neoclássica frente à presença avassaladora da grande empresa, a teoria da firma responde não com uma nova teoria de preços em oligopólio, tal como sua ‘companheira de viagem’ – a teoria moderna do oligopólio –, mas com o resgate da firma do seio do próprio mercado em que a teoria ortodoxia a diluíra[...]” (p. 44). “[...] Seguindo uma subdivisão já consagrada, as novas teorias de firma que focalizam o processo de decisão e os correspondentes objetivos da empresa são clássificados em ‘gerenciais’ e ‘comportamentais’, conforme dêem mais destaque ao papel da administração da empresa na definição dos seus objetivos, ou ao processo de decisões como tal, envolvendo permanente modificação e adptação dos objetivos. [...]” (p.43). “[...]Deixando de lado por ora as deficiências comuns aos modelos ‘gerenciais’ e afins, o de Baumol padece de alguns defeitos sérios. O principal, em opinião compartilhada pela maioria dos intérpretes, está na formulação estritamente estática em que ele é apresentado. [...]” (p.47). “[...]Outra insuficiência flagrante é a abstração pelo modelo das relações de interdependência das empresas numa estrutura de mercado reconhecidamente oligopolística. A argumentação de que, nas condições de uma grande empresa controlada por uma cúpula administrativa, a tomada de decisões atua frequentemente sob a suposição de que estas não afetarão o comportamento dos concorrentes [...]” (p.48).

“[...] A discussão das metas e objetivos da administração constitui um avanço, embora limitado, sobre o antecessor, em direção a uma concepção propriamente ‘gerencial’ da firma [...]” (p.50).

A contribuição mais original e que parece ter exercido maior influência, dentre o grupo de modelos ‘gerenciais’ para a teoria da firma foi a de Marris. Além de muito mais abrangente que as anteriores, teve a virtude de formular as variáveis de comportamento da firma diretamente em termos dinâmicos, e uma preocupação explicita com a elaboração formal e rigorosa do modelo de modo a propiciar conclusões mais claras e sem ambiguidades[...]” (p.51). “[...] A premissa mais elementar consiste, como não poderia deixar de ser numa teoria ‘gerencial’, na relativa independência da administração frente aos acionistas, [...]” (p.51). “[...] Pode-se assim estilizar três decisões relevantes da empresa frente as vendas: a definição da própria ‘curva’ de fronteira lucros x tamanho, aplicável a cada momento de tomada de decisões; o ponto da mesma curva onde operar, equivalente a estabelecer o tamanho desejado; e o ritmo de crescimento das vendas com a taxa de lucro associada[...]” (p.52). “[...] A argumentação em torno da suposição de que a demanda pode ser continuamente criada a meu ver merece pela sua importância considerações adicionais. A dificuldade não está em aceitar a ocorrência de retornos decrescentes dinâmicos, que parecem ter justificativas plausíveis (ainda que um tanto vagas), mas no modo como os elementos externos a firma, são incorporados na análise. [...]” (p.53). “[...] A interação da firma com seu mercado, notadamente no caso mais geral de oligopólio, é a ausência mais marcante e exemplo claro de um ambiente (ou superambiente) em última analise endógeno[...]” (p.54) “[...] As condições que limitam o crescimento pelo lado da oferta são no essencial de dois tipos: as que afetam os custos e/ou a eficiência administrativa e as restrições financeiras da empresa. As primeiras se resumem novamente no ‘efeito Penrose’, uma vez que o autor não põe em dúvida a predominância de economias[...]” (p.55).

“[...] Os custos unitários crescentes e a consequente redução da taxa de lucro surgem, portanto em face da perda de eficiência administrativa associada a taxas mais elevadas de expansão da firma a partir de certo nível[...]” (p.55). “[...] A resposta é que o crescimento da capacidade produtiva deve ser financiado, e a oferta de recursos financeiros não é limitada, mas depende diretamente da taxa de lucros[...]” (p.56). “[...] Logo, para cada nível da taxa de lucro existirá uma taxa de crescimento máximo, correspondente à taxa de retenção que assegure o fluxo de dividendos compatível com o limite inferior de segurança na avaliação das ações pelo mercado[...]” (p.57). “[...]Entre as deficiências que se poderia apontar no modelo de Marris, duas parecem mais graves porque comprometem a sua concepção mais geral. A primeira refere-se à insuficiência no tratamento da relação entre firma e o mercado, já abordadas anteriormente, que assume especial relevância em função do peso da ‘criação da demanda’ no crescimento da firma segundo Marris. A segunda diz respeito à própria opção metodológica central do modelo, que mantém o critério de maximização (do crescimento ou da utilidade gerencial) como representativo do comportamento real da empresa, e postula a taxa de crescimento constante os sustentada como variável-chave [...]” (p.60). “[...]Se a obtenção de informações sempre envolve custos, e estes fatalmente serão comparados com os benefícios que se espera advirem da sua disponibilidade, haverá então um ponto além do qual as tentativas de precisar melhor as metas da firma não serão mais compensadores e ela se contentará com níveis ‘sub-ótimos’ de performance, [...]” (p.64). “[...] O nível de aspiração da empresa será então determinado por uma combinação de metas relativas a crescimento, lucros, fatia de mercado, ordenados etc., que refletem a composição de forças dos grupos que compõem a organização e constantemente se adaptam a sua mudança[...]” (p.65).

“[...] Uma solução de compromisso para objetivos conflitantes como esse requer um padrão de tomada de decisões não otimizante, mas que se contente com ‘níveis de aspiração satisfatórios’. O alcance desse resultado é facilitado pelo processo sequencial, não simultâneo, em que a maioria das decisões são tomadas [...]” (p.66). “[...] O ponto de partida não é simplesmente o divórcio entre propriedade e gerência, mas as necessidades crescentes de especialização – notadamente tecnológicas – que a grande corporação cria, tornando o processo de decisão mais complexo e sua orientação mais autônoma em relação aos interesses imediatos dos acionistas [...]” (p.69). “[...] Embora originária da mesma insatisfação com os contornos estáticos e estreitos – limitados e preço e produção – em que o neoclassicismo confinou a teoria da firma tradicional, e impulsionada pela mesma convicção de que a complexidade de organização da grande empresa moderna justifica uma abordagem teórica própria dos seus processos internos, a contribuição de Edith Penrose afasta-se sensivelmente das que veem sendo tratadas até aqui [...]” (p.70). “[...]O grau e a direção que poderá assumir a expansão da empresa são determinados por condições externas, englobando os mercados com que se relaciona e as expectativas a eles associados, e internas, incluindo a capacidade empresarial e os níveis de risco e incerteza atribuídos as expectativas de crescimento [...]” (p.73). “[...] Ela abstrai os elementos decisivos da dinâmica dos custos, a saber, o progresso técnico, que deslocaria para baixo todos os custos nas diferentes escalas, e a introdução de novos procedimentos que permitem maior eficiência na gestão da empresa, afastando progressivamente o suposto ‘tamanho otimo’ a partir do qual os custos de administração tenderiam a ser crescentes [...]” (p.74). “[...] Os demais fatores ‘internos’ à firma que colocam obstáculos ao crescimento estão relacionados ao risco e a incerteza. Como é de amplo conhecimento, o primeiro abrange tanto a probabilidade de sofrer perdas como o montante provável destas, enquanto a incerteza refere-se em primeiro lugar (quando pode ser estimada) a margem de segurança atribuídas às expectativas [...]” (p.75). “[...] O risco envolve, basicamente, as previsões concernentes à possibilidade de êxito dos planos de expansão, compreendendo tanto o crescimento futuro do mercado quanto,

em particular, a futura disponibilidade de lucros capazes de remunerar suficientemente o capital investido, inclusive os recursos tomados de empréstimos [...]” (p.75). “[...] Para Penrose, a política de investimentos em pesquisa industrial (pesquisa e desenvolvimento) a política de promoção de vendas e a criação de uma adequada base tecnológica – todos eles influindo intensamente na quantidade, variedade e direção das oportunidades especiais de diversificação que venham surgir [...]” (p.79). “[...] Diversos outros autores produziram contribuições especificas para uma teoria do crescimento da firma onde o lado financeiro ocupasse lugar destacado entre os determinantes e o próprio objeto de investimento da firma[...]” (p.82). “[...] Uma das que mais se destacam, pela influência que exerceu, é a de Kalecki, em que o já várias vezes referido ‘princípio de risco crescente’ cumpre papel marcante[...]” (p.). “[...] A possibilidade de ampliar este limites mediante lançamento de ações é um fato, mas deve ser qualificada. Primeiro, dada a expectativas de lucros a serem proporcionados durante a vida útil do investimento programado, quanto maior a proporção das novas ações sobre as já existentes maior o risco de um fracasso do empreendimento reduzir os dividendos dos acionistas antigos em particular os que detêm o controle da empresa [...]” (p.83). “[...] Estas duas restrições à margem de lucros configuram, respectivamente, o que denomina ‘fronteira de oportunidades’ e ‘fronteira de financiamento’ cuja interseção fixaria, para cada nível de investimento, a margem de lucro e a taxa de crescimento das vendas desejadas a longo prazo [...]” (p.84). “[...] Por outro lado, a imposição do princípio maximizador (aplicado as vendas) ao comportamento da empresa, precisão criticável por razões já discutidas anteriormente [...]” (p. 85). “[...] A discussão do comportamento financeiro das empresas é, no entanto, a parte mais rica de seu trabalho. Concentra-se na análise dos determinantes dos três parâmetros mencionados: a taxa de retenção, a taxa de financiamento externo e a taxa de ativos financeiros [...]” (p.86).

“[...] O acesso a financiamento externo por sua vez se faz através de dois mecanismos principais, o empréstimo e o rendimento derivado do lançamento de ações novas, dos quais o primeiro é de longe o mais ponderável. Além da função de prover recursos de curto prazo para financiar capital de giro, cobri déficits de caixa e mesmo etapas de projetos de investimento fixos, interessam mais a presente analise os financiamentos de longo prazo voltados a formação de capital fixo e, portanto, ao crescimento da empresa[...]” (p.87). “[...] Por outro lado, como já notara Kalecki, o preço mais baixo (implicado menor taxa de avaliação) é desvantajoso para os acionistas antigos de vez que exigirá maior números de ações para financiar uma dada ampliação de capital (investimento) [...]” (p.88). “[...] as ‘teorias da firma’ se estabelecem, como foi visto em meio à crítica de vários supostos da ortodoxa dos preços em equilíbrio parcial, e assimilaram uma série de elementos dispersos, originários de observação empírica, objetivando fortalecer sua opinião crítica [...]” (p.89). “[...] Não creio que a falta de realismo da teoria ortodoxa seja resolvida quer pelo apelo ao empiricismo, quer ‘recortando’ indefinidamente os objetos de analise para ‘enxergalos mais de perto’ quer recolhendo ecleticamente sugestões tópicas de outras áreas de conhecimento [...]” (p.90). “[...] As teorias das firmas em seus melhores exemplares insurgiram-se, em diferentes gruas e formas, contra algumas das falhas mais notórias da teoria dos preços, opondo à anêmica firma que só define preço e produção uma organização que vive em conflitos[...]” (p.90).

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