Goiânia, 6 de julho de 2008
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Governos anunciam novos prédios para a cultura. Os existentes, com exceções, padecem de programação
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Há pouco mais de uma semana, a Prefeitura de Goiânia anunciou a construção da Casa de Vidro, edifício de cunho paisagístico que abrigará também atividades artísticas. Se concretizado, será mais um centro cultural a se somar aos outros existentes em Goiânia, cidade que não pode reclamar da carência de espaços para esta finalidade, embora parte deles não tenha uma estratégia de funcionamento e uma programação freqüente. Dos principais espaços públicos destinados à cultura na capital, pelo menos metade não tem atividades culturais com freqüência. No interior, o quadro é ainda pior. Poucas prefeituras mantêm espaços próprios dedicados à cultura e o governo do Estado só tem, além de Goiânia, unidades em quatro cidades, mas em duas delas as obras culturais estão paralisadas (o Centro Cultural de Palmeiras de Goiás e o Cavalhódromo de Pirenópolis). As outras cidades (Goiás e Catalão) só têm programação sazonal. Essa metade capenga de espaços públicos culturais na capital corresponde à parte que cabe à Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira (Agepel), em muito reflexo da crise financeira que o governo estadual enfrenta. O inacabado Centro Cultural Oscar Niemeyer e o Centro Cultural Martim Cererê estão praticamente paralisados à espera de melhores dias nas contas públicas. Como vem noticiando O POPULAR, o Oscar Niemeyer vem tendo prorrogada sucessivamente sua conclusão. O novo prazo agora, segundo Marcílio Lemos, gerente de Centros Culturais da Agepel, é setembro ou outubro. Segundo Lemos, as obras devem ser retomadas depois de um novo levantamento do que falta concluir e “ajustes no contrato com a construtora”. Esses “ajustes” prevêem um aditivo no contrato ou até mesmo a realização de nova licitação. Isso porque, segundo o gerente da Agepel, há uma discussão sobre valores entre o governo e a Warre Engenharia, construtora responsável pela obra. Lemos, no entanto, diz não achar que a contenda chegue às vias judiciais. De qualquer forma, na mais otimista das hipóteses o centro cultural só deve ser entregue à população no final deste ano ou no início de 2009. E sem contar que não está definida a forma de administração que o governo vai adotar para o prédio, se por via direta ou terceirizada. Vila Cultural Além da Casa de Vidro (leia mais sobre o projeto à página 3), outro complexo cultural está prometido para 2009. É a Vila Cultural de Goiânia, a ser erguida na quadra em torno do Teatro Goiânia. O projeto, no valor de R$ 11,7 milhões, é fruto de convênio entre o governo do Estado (via Agetur) com o Ministério do Turismo. Segundo o gerente de projetos da Agetur, Vinicius Alves, o projeto vai entrar nos próximos meses em licitação, já que o imóvel tem plano aprovado de desapropriação. Conforme Alves, a obra deve começar assim que a licitação da construtora for concluída, o que pode ocorrer até agosto. A construção da Vila Cultural prevê várias outras ações de conservação predial do estilo art déco do Centro da cidade, além de ampla reforma do Teatro Goiânia. Enquanto os novos prédios culturais seguem como promessas, resta ao público aproveitar aqueles em funcionamento. Os mais visitados, porque com programação mais freqüente, são os administrados pela prefeitura. Dois dos principais deles frutificaram com a própria crise da Agepel. O Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro e o Centro de Tecnologia do Espetáculo (Cete) são tocados com o pessoal e a programação que agitavam o Cererê, quando tinha na administração o jornalista e compositor Carlos Brandão (hoje diretor do Goiânia Ouro). Brandão trocou de lado e levou junto idéias e protagonistas como o diretor teatral João Bosco Amaral. Os dois prédios usados pela Secretaria Municipal de Cultura de Goiânia são alugados, ao custo de R$ 16 mil mensais (Goiânia Ouro) e R$ 6,3 mil (Cete).
O Goiânia Ouro virou a menina dos olhos da administração Iris Rezende e deve ser comprado pela prefeitura. Outras unidades do Executivo municipal são mantidos sem o mesmo vigor, mas também com programação freqüente, caso do Grande Hotel (cujo prédio é cedido à prefeitura pelo INSS), Centro Livre de Artes, Museu de Arte de Goiânia, Palácio da Cultura (na Praça Universitária) e várias “Casas de Cultura” nos bairros, fruto de parcerias com ONGs. Depois do Goiânia Ouro, o Cete deve virar o novo “point” da Secult. “O Cete de fato estava subutilizado, só era usado para ensaios. Minha chegada aqui tem o propósito de revitalizá-lo e torná-lo um espaço aberto a todo tipo de arte”, diz o diretor João Bosco Amaral. O local passou há pouco por uma reforma interna e ganhará outra (externa).
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