Contos às Três Pancadas
Contos criados pelos E.Educação dos alunos das turmas 7ºA e B
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Os Vendedores de Sonhos Num país longínquo, atrás do sol posto, erguia-se um paraíso misterioso. Que mistério?!
Um lago envolto em brumas rodeava o palácio. A Dama do Lago, guardiã do palácio e cicerone dos visitantes, zelava constantemente pelas entradas. Quatro destemidos viajantes, pais de atrevidos alunos, são por ela abordados: - Onde ides? Que desejais? – Pergunta a estranha figura de cabelos longos, escuros e com uma linda trança de nenúfares brancos. 2
- Queremos apresentar-nos ao rei e à rainha! - Quem sois? – Retorquiu a Dama do Lago. - Somos vendedores de sonhos. A Dama, segurando uma linda flor mágica, afastou as brumas. Então, flutuámos até à porta do palácio. Encontrámos um par gracioso transformado em pedra! Estupefactos, abrimos o nosso baú dos sonhos. Retirámos as nossas vestes e transformámo-nos em crianças.
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Dançámos e cantámos à sua volta durante toda a noite, até que o primeiro raio de sol nos iluminou e, com a sua magia, mostrou o par a sorrir! O sol raiou e assim se quebrou o feitiço… … E o rei e a rainha voltaram a ser felizes! Adelaide Soares Ana Brito Alzira Figueira Manuel Soares
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O Viúvo, A Fada e A Lua Em tempos, existia um senhor viúvo que, ao se sentir sozinho, saía para o jardim da sua casa e falava com a sua fiel amiga Lua, expressando os seus sentimentos. Um dia, num desses passeios nocturnos, foi surpreendido por uma fada, que lhe trouxe novamente alegria à sua vida: mostrou-lhe que até uma rua restrita e mal iluminada poderia mudar, consoante o espírito de quem nela passeava. Assim, nas suas caminhadas, descobriu que não era o único solitário, e encontrou outros que, como ele, partilhavam aquela rua, as suas vidas, as suas mágoas e as suas alegrias…
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Texto de: David Machado Cristina Velhinho Alves Conceição Alves
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As Flores da Paz Após as longas chuvadas que encerraram a batalha, o ar fresco juntou-se ao cheiro da terra molhada. De pé, junto ao velho carvalho, duas figuras se destacavam, cambaleantes. Em seu redor, o seu silêncio era de morte. Para o cavaleiro, homem de idade e de ideais reforçados, o cenário era devastador e absurdo. O sabor da vitória perdia-se no cinzento da paisagem.
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O soldado inimigo, pequeno em hierarquia e leve nos anos, bendizia estar vivo e poder voltar para a sua casa. As pernas tremiam e sangrava abundantemente. Quebrou e levou os joelhos ao chão. Aturdido ainda, o velho cavaleiro ouviu o gemido e fixou o olhar naquele soldado. Num primeiro impacto, sob impulso de guerra, avançou de espada em riste. Mas ao erguer a arma, o seu olhar cruzou com o do pobre soldado. No coração do velho guerreiro, vibrou uma chama. Naquele cenário de guerra, a vida resumia-se aos dois, duas gerações, como pai e filho que se encontravam, e a guerra desvaneceu-se. O pobre está moribundo, pensou.
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Nesse instante, o cavaleiro ouviu o seu fiel cavalo, também ele um sobrevivente, mais uma vez a vir em socorro do seu velho companheiro. Apesar das suas magras forças, o velho cavaleiro conseguiu içar o jovem solado para a garupa do cavalo que, em ajuda, se ajoelhou. Tapou-o com a sua capa rasgada e levou-o para junto da igreja em ruínas.
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Nesse momento, um cheiro de flores invadiu todo o campo de batalha. A vida tinha outro sentido e vencera na adversidade. Uma chuva de pétalas caiu sobre os dois homens, curando-lhes as feridas no jovem soldado e a cicatriz no coração do velho guerreiro. Todos os anos, florescem os campos em volta do carvalho e no caminho da velha igreja, como lembrança da paz que se ouve construir e que começa nos corações. Paula Janeiro Maria José Palma Leonor Basílio
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O Cego, O Surdo e O Diabo Certo dia, na sapataria Fernandes, parece que o diabo andava à solta. Ninguém se entendia… O seu proprietário, de aspecto franzino e já muito surdo, andava muito atarefado, sem saber como organizar a sua nova colecção de sapatos. - Tantos números, modelos, cores… Isto já não é para a minha idade! – Resmungava para si mesmo o senhor Fernandes. E cada cliente que entrava, interrompia o seu meticuloso trabalho, que sempre servia de pretexto para dois dedos de conversa. O seu vizinho da drogaria próxima era cego e fazia um bom parceiro para uma jogatana de xadrez.
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Por fim, o negócio já pouco os importava. Agora, e ainda com sangue quente, gostavam de relembrar as façanhas já vividas e de lançar uns piropos e algumas flores que tinham à porta das lojas, às raparigas que passavam… Maria da Guadalupe Pataca Fernando Monteiro
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A Menina Mimada, a Santa e O Diabo Era uma vez uma menina muito mimada que estava a brincar no seu quarto. Este estava cheio de brinquedos e, no meio deles, havia um túnel para um comboio. A menina imaginava que, um dia, haveria de viajar neste comboio e que passaria no túnel, o qual a levaria a uma cidade cheia de flores. Mas, um dia, o seu sonho foi realizado: encontrou uma flor mágica, pegou nela e logo viu que dava para pedir um desejo. - Que desejo hei-de pedir? – Perguntou-se. Murmurando, concluiu – Já sei!!
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Pediu o que sempre quis mas, ao invés do que ela esperava, de dentro da flor mágica saiu-lhe um diabinho. Estupefacta, exclamou: - Ah! Como poderá ser?! O que fazes aqui?! - Não foste tu que me chamaste? – Respondeu ele. - Não! Na verdade, eu chamava aquela santa que a minha mãe sempre adorou. - Que hei-de agora fazer contigo? – Perguntou o diabinho, confuso. E triste, respondeu: -Fica comigo pois, apesar do meu nome, sou o mais fiel dos amigos que alguma vez tiveste! Profere as palavras mágicas e verás o teu desejo realizado!
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E começou a cantar: Diabo, Diabinha, Abre a caixinha, E de lá sairá a santinha! Vitória, Vitória, Acabou-se a história!
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Catarina Palma Filomena Machado Eglantina Janeiro
Todas as ilustrações foram retiradas do site VladStudio. 16
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