Conhecimento E Sabedoria

  • November 2019
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Conhecimento e Sabedoria ABU: Culto do Calouro Natal, 24 de setembro de 2004

CONHECIMENTO E SABEDORIA -

Conhecimento e Sabedoria – Conhecimento e sabedoria são palavras sinônimas (conhecer e saber), entretanto no dinamismo da língua “conhecimento” adquire uma conotação de acúmulo de informações, fruto de uma educação formal e racionalmente conduzida, conceitos e valores cientificamente comprovados. “Sabedoria” estaria mais ligada a uma educação informal com ênfase na observação e experimentação espontâneas, na intuição, no conviver e no interagir das gerações. “Sabedoria” seria um conceito mais abrangente. A fé, por exemplo, estaria mais à vontade no campo da sabedoria. O calouro, normalmente, tem suas expectativas no conhecimento e será nesse sentido condicionado. O calouro estaria disposto a abandonar qualquer busca de sabedoria em função de uma corrida pelo conhecimento, esquecendo que a sua vida dependerá mais da sabedoria, no sentido de prudência e ponderação, do que do conhecimento científico sem sabedoria. A ciência humana sem sabedoria é diabólica.

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A Sabedoria na Bíblia – Essa compreensão do saber, a sabedoria, é o que a Bíblia chama de verdadeiro conhecimento: 1) Tiago 1:5 – “Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida” – Tiago está falando dos sofrimentos que experimenta a comunidade cristã da sua época e do propósito desses sofrimentos; 2) Salmo 111:10 – “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; todos os que cumprem os seus preceitos revelam bom senso” – Este salmo está falando da grandeza de Deus. Não demonstra bom senso negar a existência de Deus diante da grandeza da sua criação: “Diz o tolo em seu coração: ‘Deus não existe’. Corromperam-se e cometeram atos detestáveis; não há ninguém que faça o bem“ (Salmo 14:1); 3) Provérbios é o livro da sabedoria: “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento, mas os insensatos desprezam a sabedoria e a disciplina”; a ganância tira a vida de quem a ela se entrega; a disciplina faz bem aos filhos porque os conduz ao bom proceder; foge da mulher alheia; a preguiça produz a pobreza; Deus aborrece a balança enganosa; “o generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alívio receberá”; “a mulher sábia edifica a sua casa, mas com as próprias mãos a insensata derruba a sua”; “oprimir o pobre é ultrajar o seu Criador, mas tratar com bondade o necessitado é honrar a Deus”; “a resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira”; “é melhor ter pouco com o temor do Senhor do que grande riqueza com inquietação”; “a boa reputação vale mais que grandes riquezas; desfrutar de boa estima vale mais que prata e ouro”; “o prudente percebe o perigo e busca refúgio; o inexperiente segue adiante e sofre as conseqüências”.

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A universidade enfatiza o conhecimento – A universidade está associada à idéia de conhecimento, erudição. O saber é o seu produto, a sua motivação, a sua razão de ser e o seu orgulho. A universidade investiga o saber tecnológico; investiga o mundo dos homens nas suas mais diversas expressões; investiga, ainda, a alma humana. Na alma humana constata contradições, paradoxos. Recantos que parecem impenetráveis. A alma humana parece escapar aos mecanismos da investigação científica moderna. Aliás, muitas coisas escapam à razão humana, mas a alma, pelos mistérios que encerra, é o seu desafio maior. É preferencialmente na alma humana que se dá esse encontro da razão com aquilo que os cristãos chamam de revelação e fé. Muitos já admitem, nas universidades, que no homem cabe alguma coisa além da razão, reconhecida como insuficiente, mas, contraditoriamente, mantida como o juiz supremo do saber. Evidentemente se não há juiz do saber não sabemos como saber acertadamente, abrindo-se, assim, a porta para todo e qualquer conhecimento. Caso seja a razão o juiz supremo, excluir-se-á a revelação e a fé. Alguns na universidade ainda ignoram que o juiz-razão tem sido colocado, pela própria universidade, sob suspeição. A esse espírito da não-verdade, porque não há mais juiz, se tem chamado pós-modernidade. O homem está perplexo com essa percepção dos limites da razão humana como princípio integrador. Seria possível, e talvez necessário, pensar no nosso mundo como um sistema aberto? Aberto a quê? Deveríamos negar um princípio integrador, durante tantos anos perseguido, pelo fato de que a razão não o encontrou?

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Deus é o juiz – A chave da sabedoria está em Deus. Quando o homem, condicionado pelo espírito do iluminismo, coloca a razão no trono divino está sendo insensato – seria possível constatar esta afirmação? A fé não nega a razão, mas lhe é superior. É a essência mesmo da vida do homem, pois por ela, e somente por ela, tem ele o conhecimento de Deus.

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O cristão na universidade – O Rev. Alderi de Souza Matos, pastor presbiteriano e doutor em História, no seu artigo da Ultimato de set/out 2004, tratando desse tema do cristão na universidade sugere o seguinte: 1) permita a dúvida e a inquietação pessoal na sua vida de fé; 2) questione e coloque na perspectiva correta aquilo que as vezes lhe é ensinado na universidade como verdade inquestionável; 3) Leia. Informe-se. Aprenda a pensar através dos apologistas cristãos; 4) Busque o companheirismo de outros cristãos na universidade – este é o ministério da ABU – e a comunhão da igreja; 5) Deus haverá de sustentá-lo. Reflitamos primeiro sobre o homem. O homem emancipado. O homem pretensioso, por pretender-se autônomo, perplexo, por constatar que algo lhe transcende. Em segundo lugar sobre a fé cristã protestante contemporânea. O HOMEM

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Usarei, para ilustrar isso que chamo de pretensão e perplexidade do homem moderno, dois articulistas da revista Veja. Ambos escritores e que penso, refletem bem o que quero ilustrar. Citarei, ainda, uma entrevista da psicóloga Ana Bock, presidente do Conselho Federal de Psicologia e diretora da Faculdade de 2

Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, publicada pela revista Veja de 26 de abril de 2000. -

Entrevista da psicóloga Ana Bock – a entrevistada é autora da resolução que proíbe os psicólogos brasileiros de tratar a homossexualidade como doença: 1) A psicóloga Ana Bock argumenta no início da sua entrevista: “Na Europa, é cada vez maior o número de banheiros sem separação para homens e mulheres”. Observe o critério de verdade, aquilo que valida a sua tese: “na Europa se usa”. Ela “tem fé” de que a Europa é o padrão. Perceba como isso está distante de um pensar científico e próximo de um argumento popular descuidado; 2) Mais adiante ela afirma: “Em geral, os psicólogos que tratam o homossexualismo como doença estão ligados a grupos religiosos [...] se o psicólogo afirmar, no exercício da profissão ou em um meio de comunicação de massa, que a homossexualidade é doença ou fizer qualquer outra afirmação que contribua com a discriminação e o preconceito, poderá ser processado e ter o seu exercício profissional suspenso [...] é uma falha na profissão considerar a homossexualidade como doença”. Meu intuito não é discutir a homossexualidade mas evidenciar um dogmatismo universitário transformado em lei. Algo muito parecido com o fanatismo religioso. Esta senhora afirma claramente que nenhum psicólogo, pesquisando a homossexualidade humana, poderá chegar à conclusão de que a homossexualidade é uma doença. Aliás, está proibido por lei de chegar a essa conclusão. É a certeza “absoluta” da ciência. Como pode haver objetividade científica quando se exclui a priori uma das alternativas possíveis? A universidade tem os seus fanáticos.

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A escritora Lya Luft – outro dia a escritora expressou a sua perplexidade diante da imagem de uma criança iraniana, nos braços de sua mãe e que, por ela, estava sendo flagelada. Diante da violência para a qual ela, a escritora, não encontrava explicação afirma que aquela criança olha para ela, mas que ela não tem o que lhe dizer. No seu artigo publicado pela Veja de 22 de setembro de 2004 Lya Luft trata da morte: “A rainha da nossa perplexidade, que torna o presente tão importante, o amor tão urgente, a bondade tão necessária – ela, a majestade morte, deveria nos tornar muito melhores do que somos”. O trágico é que a morte, a despeito da sua certeza e força, não consegue fazer-nos melhores. A escritora não encontra nada nem ninguém: “Onde está a nossa essência? Onde estaremos nós um dia, um dia que pode ser hoje, amanhã, daqui a um mês? Por não saber a resposta, nos defendemos no cotidiano, no trabalho, na arte, na filosofia, na bebida, na droga, na frivolidade, na ideologia – não importa. [...] Porém o olho mágico da que fatalmente virá nos espreita, e dificilmente estaremos preparados. Ninguém nem ao menos sabe nos dizer o que é estar “preparado” para isso – isso que é a um tempo separação e encontro”. Mais adiante ela oferece a sua resposta: “Porque só com vida bem vivida, com decência, coragem e doçura, prepara-se alguém, ainda que sem muita habilidade, para isso que chamamos morte”. A escritora expressa, penso eu, uma desconcertante incapacidade humana diante de tão concreta e obscura realidade, a morte. O meu espírito não é o de uma crítica separatista do tipo os-santos-contra-o-mundo. Quero sugerir que a missão cristã se faz compreendendo as pessoas. Tomando tempo para ouvi-las. Dando atenção ao que elas dizem. Neste artigo pode-se perceber muitos pontos de contato para um bom diálogo, mas não vale simplisticamente afirmar que a 3

resposta é Jesus. A lógica do “se você não tem a resposta a resposta é esta” vale para todas as respostas que se queira impor. Ao amor sincero pelo que não tem fé; ao diálogo honesto e humilde com os homens, nos envia Jesus. Vejamos um outro exemplo: No seu artigo da Veja de 28 de abril de 2004 a escritora Lya Luft afirma: “Cada vez que um de nós consome uma droga qualquer, está botando no cano de uma arma a bala – perdida ou não – que vai matar uma criança, uma mãe de família, um trabalhador”. Note que ela se sente a vontade para responsabilizar a sociedade pela violência, vinculando esta ao consumo de drogas. Neste mesmo artigo, mais adiante, escreve: “Num jantar, há muitos anos, um conhecido disse que costumava fazer-se de pai amigão, fumando maconha com os filhos adolescentes. Um dos meninos viria a sofrer gravíssimos problemas de dependência pelo resto da vida. O pai era culpado? Não creio. A vida não é tão simples, nem eu sou tão moralista”. A escritora não é moralista. Não tem esse defeito dos religiosos. Responsabiliza a sociedade que usa droga e assim está matando alguém, e nega-se a reconhecer o vínculo entre a educação de um pai usuário de droga, em companhia dos seus filhos, e o vício que um desses filhos desenvolveu. Estranha abordagem. Ouvindo esta senhora, ela nos ajuda a entender, talvez, a nossa própria religião: “Porque somos imperfeitos podemos melhorar. A perfeição seria o tédio, e desse, sim, eu poderia morrer. Bocejar até o final, contemplando a ordem celeste, os anjos rechonchudos naquela disciplina: ninguém dando um escorregão, ninguém botando a língua para São Pedro. Quando era criança, eu morria de medo dessa ordem impenetrável na qual não haveria lugar para mim”. Será que podemos entender, talvez, um pouco, porque ela não aceita ser moralista. O deus que ela aborrece, e eu também, é esse deus moralista. Sugiro que você leia, não apenas ouça, a vida de Jesus nos evangelhos. Observe a sua humanidade. A severidade em relação aos religiosos moralistas, a quem escandalizou, e a compaixão em relação ao povo com as suas mazelas e contradições; sedento e sofrido. Aprecie a beleza encarnada, e a graça de Deus revelada em Jesus Cristo. -

Diogo Mainardi – Na sua coluna da Veja de 6 de setembro de 2000 ele critica a Igreja Católica, o Papa, por se imiscuir em “questões de competência exclusivamente civil”. Refere-se à eutanásia. “Eu gostaria de decidir como vou morrer”, diz o articulista. Ele explora a história do seu cachorro, que acometido de câncer e sem cura, podia ter o privilégio, que ele, o articulista, não tinha. E isso por causa do Papa. Ele marcou a data do sacrifício do seu cachorro e este morreu um dia antes da data marcada: “Foi um alívio não ter de matá-lo. Mas também teria sido um alívio matá-lo, poupando-o de um sofrimento inútil”. Na sua coluna de 9 de maio de 2001 ele comenta o diagnóstico de paralisia cerebral em seu filho de 7 meses. “É incurável. Mas há maneiras de ajudar a criança a conquistar certa autonomia, por meio de cirurgia, remédios ou fisioterapia”. Seu filho não terá cura e está em uma situação de sofrimento permanente. Mais adiante, em 10 de dezembro de 2003, ele protesta contra as escolas do Rio de Janeiro que não querem receber o seu filho: “Mais difícil que encontrar apartamento é encontrar escolinha para meu filho. Ele é deficiente físico”. Inegavelmente a discriminação do deficiente é condenável, mas a lógica do 4

articulista deveria levá-lo a praticar a “eutanásia” nesse seu filho. Por que não o faz? Por qual razão científica deveria ele conservar essa vida inútil e sofrida? Haveria nele algo mais além do seu frio racionalismo? Estaria ele tendo uma atitude de fé? -

Antes de passar ao ponto seguinte devo afirmar o meu apresso pelo conhecimento científico desenvolvido na universidade e reconhecer a honestidade e humildade de muitos dos seus pesquisadores. O espírito do nosso tempo é de superestimar as capacidades próprias do homem, do homem autônomo, e desprezar e ignorar, ou ignorar e desprezar, as questões da fé. Nem a ciência é Deus, nem o cristão, por causa da sua fé, é um alienado do saber. A FÉ CRISTÃ

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Fé e fanatismo – Devo dizer inicialmente que a fé, pela sua própria natureza, é bastante susceptível de desenvolver uma atitude fanática no crente. O espaço do mistério se presta às mais diversas especulações e o divino-absoluto não faz concessões. É radical.

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A Fé cristã é humilde – A fé cristã tem a sua base na revelação de Deus, historicamente revelado na pessoa de Jesus Cristo. Jesus nos chega através do testemunho das escrituras sagradas dos judeus e dos apóstolos (Antigo e Novo Testamento). O Deus das Escrituras escapa a todo e qualquer controle humano – os cristãos precisam aprender isso. São os deuses pagãos que se deixam manipular pelas oferendas e rituais religiosos. O segmento mais fervoroso da igreja evangélica tem tentado manipular Deus à semelhança do paganismo e o segmento mais tradicional tenta fazê-lo através do racionalismo das suas confissões. O fanatismo da fé cristã é prevenido pela imposição da humildade ao crente. Ele necessita – não tem. Ele não controla – depende. Ele não entende – confia. Gostaria de chamar a sua atenção para o fato de que a nossa fé cristã protestante moderna é bastante racionalista. Enfatiza o conhecer. Exclui o mistério da revelação. Deus é tão minuciosa e perfeitamente “compreendido” pelos nossos sistemas doutrinários, que cada um desses sistemas se torna absoluto para a sua respectiva denominação. Falei do Deus da Bíblia que nos impõe humildade e em segundo lugar, neste mesmo sentido, quero citar Jesus Cristo, o Deus encarnado, que se manifesta em humildade: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir”. Grande tolice é alegar que somos filhos do Rei no sentido de reivindicar um estilo de vida principesco. Somos filhos adotivos do Rei. Filho do seu amor, da sua graça e misericórdia. Esta é a bênção maior, a adoção. O verdadeiro Filho de Deus nasceu em um curral e o seu berço foi um coxo. Nasceu de pais pobres. Viveu entre o povo. Andou, na maioria das vezes, a pé e quando usou uma montaria foi um jumento emprestado. Finalmente morreu em uma cruz.

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A fé cristã não é necessariamente explicada, é vista – Embora a fé cristã tenha uma base transcendente ela tem uma expressão imanente. Não vemos a Deus nem podemos mostrá-lo ao mundo senão pelos frutos da fé nas nossas vidas. À semelhança da universidade que requer que uma boa teoria seja confirmada pela sua aplicabilidade naquilo que reivindica, o mundo deve esperar dos cristãos uma expressão concreta e verdadeira, embora incompleta e imperfeita, do caráter de Jesus. Não será necessário um esforço para ser diferente, como um alienígena proposital. A verdadeira diferença se fará, como que por milagre, sem que nem ao menos percebamos, pelas virtudes do nosso Senhor. A universidade não precisa, nem deve esperar dos cristãos uma análise cientificamente rigorosa – como se isso pudesse acontecer – sobre o Deus da Bíblia, mas deve esperar, e ver, a beleza de Jesus em nós. E não me refiro a uma fantasia juvenil romântica, nem a uma mera aparência fictícia, mas a uma concreta humanidade dos cristãos no meio, nas contingências e como parte do seu mundo e do seu tempo.

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Recapitulando: 1) O cristão não deve, nem precisa, endeusar a universidade. Isso é tolice. Deve participar da universidade, dialogar, questionar, contribuir, crescer com ela. A razão humana é um maravilhoso dom de Deus. Dom de Deus também aos incrédulos; 2) A fé cristã não é racionalmente assimilada, é a graça de Deus que nos assiste. Nela deve haver espaço para o mistério. Ela, muitas vezes, se expressa paradoxalmente; 3) A fé cristã precisa, abandonando o triunfalismo iluminista, substituir a palavra “conquistar” pela palavra “servir”. O nazareno nunca será visto senão em uma consistente expressão de humildade e serviço. Humildade que crer. Humildade que serve, mas não se deixa dominar. Humildade que participa, que faz, que arrisca. Humildade que erra e que cai. Humildade que se levanta e reinicia. Humildade que vence porque é capaz de sofrer e até mesmo de dá a sua vida por amor de muitos. “Jesus ia crescendo em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens” (Lucas 2:52)

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Deus lhes abençoe, dando-lhes um crescimento saudável.

Zwinglio de Andrade Costa

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