Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
Faculdade de Engenharia Departamento de Engenharia Mecânica e Mecatrônica
USINAGEM I
Conceitos Iniciais
Bibliografia
Diniz, A.E.; Marcondes, F.C.; Coppini, N.L. Tecnologia da Usinagem dos Materiais, Artliber Editora, São Paulo, 2000, 2ª ed. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6162 – Conceitos da Técnica de Usinagem – Movimentos e Relações Geométricas. http:\\www.cimm.com.br
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Usinagem Os processos de usinagem começaram a ser desenvolvidos quando o homem descobriu que podia transformar movimentos lineares em movimentos de rotação e realizar deteminadas tarefas com maior precisão e menor esforço físico.
Definições
Processo Mecânico de Usinagem Entende-se como o processo mecânico que mediante a remoção de cavaco por determinada ferramenta, visa conferir a uma peça, a forma, as dimensões, ou o acabamento especificados, ou ainda uma combinação qualquer destes três itens.
Cavaco Porção de material removida da peça pela ferramenta, podendo apresentar forma geométrica regular ou irregular.
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Definições
Ferramenta de Usinagem Ferramenta constituída de arestas remoção do cavaco.
cortantes, destinadas à
Ferramenta Mono-cortante
Caracteriza-se por possuir apenas uma superfície de corte, ou de saída.
Ferramenta Multi-cortante Possui mais de uma superfície de corte.
Tipos de Operações de Usinagem
Desbaste Operação de usinagem anterior ao acabamento, que visa obter dimensões próximas às dimensões finais da peça.
Acabamento Operação de usinagem destinada a obter na peça as dimensões finais, um acabamento especificado, ou ambos.
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Movimentos de Usinagem Tipos de movimentos Para atender ao propósito de uma máquinaferramenta é necessário que se realizem movimentos relativos entre a peça e a ferramenta. Por convenção, os movimentos ocorrem supondose a peça parada, sendo portanto, todo o movimento realizado pela ferramenta. Os movimentos relativos entre peça e ferramenta podem ser classificados como ativos ou passivos. Sendo considerados movimentos ativos, aqueles que provocam remoção de material.
Movimentos Ativos
Movimento de Corte – Movimento entre a ferramenta e a peça que, sem a ocorrência concomitante do movimento de avanço, provoca a remoção do cavaco, durante uma única rotação do curso da ferramenta. Movimento de Avanço – Movimento entre a ferramenta e a peça que, juntamente com o movimento de corte, possibilita uma remoção contínua do cavaco, durante várias rotações ou cursos da ferramenta. Movimento Efefivo de Corte – Movimento resultante dos movimentos de avanço e de corte, realizados simultaneamente.
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Movimentos Ativos - Torneamento
Movimentos Ativos - Furação
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Movimentos Ativos - Fresamento
Movimentos Passivos
Movimento de Ajuste – Pré-determinação da camada de material a ser retirada (não ocorre em operações de sangramento, furação e brochamento). Movimento de Correção – Utilizado para compensar alterações de posicionamento ocasionadas por desgastes e deformações inerentes ao processo de usinagem. Movimento de Aproximação – Movimento no qual a ferramenta é aproximada da peça antes do inicio da usinagem. Movimento de Recuo – Movimento de afastamento da ferramenta da peça, após o final da operação.
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Determinação dos Movimentos A todos os movimentos relativos entre peça e ferramenta estão associadas direções, sentidos, velocidades e percursos.
Direções: direções instantâneas
Sentidos: Considerando a peça parada e a ferramenta realizando o movimento.
Velocidade: Mede a rapidez com a qual o movimento se desenvolve.
Percurso: Medido na direção do movimento durante um tempo determinado de evolução do processo.
Determinação dos Movimentos Aos movimentos definidos anteriormente, correspondem as seguintes grandezas:
Direção efetiva, velocidade efetiva (ve) e percurso efetivo (Ie)
Direção de corte, velocidade de corte (vc) e percurso de corte (Ic)
Direção de avanço , velocidade de avanço (vf) e percurso de avanço(If)
Direção de ajuste , velocidade de ajuste (vz) e percurso de ajuste (Iz)
Direção de correção, velocidade de correção (vn) e percurso de correção (In) Direção de aproximação, velocidade de aproximação (va) e percurso de aproximação (Ia)
Direção de recuo, velocidade de recuo (vr) e percurso de recuo (Ir)
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Percursos - Fresamento
Velocidade de Corte A velocidade de corte é a velocidade tangencial instantânea resultante da rotação da ferramenta em torno da peça, para operações de usinagem como torneamento, furação e fresamento, onde os movimentos de corte e de avanço ocorrem concomitantemente. Neste caso:
π .d .n Vc = 1000
Vc Æ velocidade de corte (m/min) d Æ diâmetro da ferramenta (mm) n Æ rotação da ferramenta (rpm)
Para operações do tipo aplainamento e brochamento, onde os movimentos de corte e de avanço não ocorrem concomitantemente, a velocidade de corte é o resultado do deslocamento da ferramenta diante da peça, considerado no tempo.
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Velocidade de Corte Características que influem na especificação da velocidade de corte:
Material da peça
Maior velocidades).
Dureza
Æ
Maior
Aquecimento
(necessidade
de
menores
Material da ferramenta Materiais mais resistentes suportam maiores velocidades de corte.
Seção da peça formas delgadas (torneamento fino) Æ maiores velocidades. formas espessas (desbaste) Æ menores velocidades.
Refrigeração
Modelo construtivo da máquina.
Velocidade de Corte - Exercícios 1.
2.
Qual o número de rotações por minuto de uma peça de 125 mm de diâmetro sendo torneada a uma velocidade de 20 m/min?
Qual deve ser a relação entre os diâmetros dos seguintes materiais a serem usinados: Material 1 Æ σR = 50 Kgf / mm2 Material 2 Æ σR = 70 Kgf / mm2 Considerando que as velocidades de corte dos dois tornos são iguais e que o número de rotações utilizado no primeiro é três vezes superior ao utilizado no segundo.
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Velocidade de Avanço A velocidade de avanço, para operações em que os movimentos de corte e de avanço ocorrem concomitantemente (torneamento,etc.), é o produto entre o avanço e a rotação da ferramenta. Vf Æ velocidade de avanço (mm/volta)
1000.Vc V f = f .n = .f π .d
f Æ avanço (mm/volta) d Æ diâmetro da ferramenta (mm) n Æ rotação da ferramenta (rpm)
Para operações do tipo aplainamento a velocidade de avanço é dada diretamente em quantidade de deslocamento por curso.
Tempo de Corte (tempos ativos) O tempo de Corte (tc) resume a totalidade dos tempos ativos, pois representa o tempo em que os movimentos de corte ou de avanço estão efetivamente ocorrendo. Para uma operação de torneamento cilíndrico, o tempo de corte pode se calculado como:
tc =
If Vf
=
If f .n
=
π .d .I f 1000. f .Vc
Em operações nas quais a rotação não é constante ou quando a trajetória da ferramenta é complexa o tempo de corte deve ser calculado através da integração da relação dIf/dVf. Os tempos passivos normalmente são estimados através do estudo dos movimentos e cronometragem, para determinada situação.
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Conceitos Auxiliares Ângulo da direção de avanço (ϕ) – ângulo formado entre a direção de avanço e a direção de corte, podendo ser constante (furação, torneamento) ou variar continuamente (fresamento).
Ângulo da direção efetiva (η) – ângulo formado entre a direção efetiva e a direção de corte.
Estes ângulos obedecem a seguinte relação:
tgη =
sen ϕ
Vc + cos ϕ Vf
Plano de trabalho (Pfe) – plano imaginário contendo as direções de corte e de avanço, passando por um ponto escolhido sobre a aresta de corte. Sobre este plano acontecem os movimentos ativos. Plano de medida (PD) – plano perpendicular à direção de corte, passando pelo ponto de referência da aresta de corte.
Conceitos Auxiliares Superfícies definidas sobre a peça Superfície a usinar – é a superfície da peça antes da operação de usinagem.
Superfície em usinagem – é a superfície que está sendo gerada pela ferramenta. Caso diferentes arestas de corte atuem simultaneamente, mais de uma superfície pode ser gerada.
Superfície usinada – aquela superfície gerada pelo processo de usinagem
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Conceitos Auxiliares
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