Esclarecimentos Iniciais: Essa postagem é simplesmente uma tradução literal do Original, obtida na Internet através do link abaixo: Full text of "Caesar's Messiah [The Roman Conspiracy To Invent Jesus] e ilustrada com imagens também recolhidas da Internet através do Google Imagens.
O MESSIAS DE CESAR
A CONSPIRAÇÃO ROMANA PARA INVENTAR JESUS JOSEPH ATWILL Índice
Introdução 1. Os primeiros Cristãos e os Flavianos 2. Pescadores de homens: homens que foram pegos como peixes 3. O Filho de Maria, que foi um sacrifício da Páscoa 4. Os Demônios de Gadara 5. Eleazar Lázaro: O verdadeiro Cristo 6. O quebra-cabeça do túmulo vazio 7. A Nova Raiz e Ramos 8. Até que tudo seja cumprido 9. Os Autores do Novo Testamento
10. O Método Tipológico 11. O quebra-cabeça de Decius Mundus 12. O Pai e o Filho de Deus 13. Uso de Josefo do livro de Daniel 14. Construindo Jesus 15. Os Apóstolos e os Macabeus 16. A Mulher Samaritana e Outros Paralelos Conclusão Apêndice Guia do leitor para os nomes e termos Uma Linha do Tempo das Vidas de Jesus e Tito Notas finais Bibliografia Selecionada Sobre o autor
Introdução
Na mente popular, e nas mentes da maioria dos estudiosos, é claro, a origem do cristianismo: a religião, começou como um movimento dos seguidores de classe baixa de um mestre judeu radical durante o primeiro século. Por diversas razões, no entanto, eu não compartilhei deste frágil argumento. Haviam muitos deuses adorados durante a era de Jesus que são agora vistos como fictícios, e nenhuma evidência arqueológica sua foi encontrada. O que mais contribuiu para o meu cepticismo foi que no momento exato em que os seguidores de Jesus eram puros organizando-se pontualmente em uma religião que exortava seus membros a "dar a outra face" e "dar a Cesar o que é de Cesar", outra seita judaica estava travando uma guerra religiosa contra os romanos Esta seita, os Sicarii, também acreditava na vinda de um Messias, mas não naquele que defendia a paz. Eles procuravam um Messias que os guiaria militarmente. Parece implausível que duas formas diametral e radicalmente opostas do judaísmo messiânico teriam surgido na Judeia ao mesmo tempo.
Sicarii em Massada É por isso que os Manuscritos do Mar Morto foram de tal interesse para mim, e comecei o que se transformou em um estudo de uma década deles. Igual a muitos outros, eu estava esperando aprender algo da orientação original nos documentos de 2.000 anos encontrados em Qumran.
Manuscritos do Mar Morto Eu também comecei a estudar as outras duas grandes obras dessa época, o Novo Testamento e "Guerra dos Judeus" por Flávio Josefo, um membro adotado da família imperial;
Flavio Josefo - também conhecido pelo seu nome hebraico Yosef ben Mattityahu Eu esperava determinar como os pergaminhos estavam relacionados a eles. Ao ler estes dois trabalhos lado a lado, notei uma conexão entre eles. Certos eventos do ministério de Jesus parecem paralelamente relacionados a episódios da campanha militar do imperador romano Tito Flávio, enquanto ele tentava ganhar o controle dos judeus rebeldes na Judeia.
Tito Flavio Meus esforços para entender esse relacionamento me levaram a descobrir o incrível segredo que é o assunto deste livro: Esta família imperial, os Flavianos, criaram o Cristianismo, e, ainda mais incrivelmente, eles incorporaram uma hábil sátira dos judeus nos Evangelhos e em "Guerra dos Judeus" para informar a posteridade desse fato.
A Dinastia Flaviana: Ao centro Vespasiano, à esquerda Domiciano e à direita Tito A dinastia Flaviana durou de 69 a 96 EC, o período em que a maioria dos estudiosos acredita que os evangelhos foram escritos. Ela consistia em três Césares: Vespasiano e seus dois filhos, Tito e Domiciano. Flávio Josefo, o membro adotivo da família que escreveu "Guerra dos Judeus", foi seu historiador oficial. A sátira que eles criaram é difícil de enxergar. Se fosse de outra forma, não teria permanecido desapercebida por dois milênios. No entanto, como os leitores podem julgar por si mesmos, o caminho que os Flavianos deixaram para nós é claro. Tudo o que é realmente necessário para compreender é ter um espaço aberto na mente. Mas por que então a relação satírica entre Jesus e Tito não foi notada antes? Esta questão é especialmente adequada à luz do fato de que as obras que revelam sua sátira - o Novo Testamento e as histórias de Josefo - são talvez os mais escrupulosos livros especializados desse tipo de literatura. A única explicação que posso oferecer é que a visualização dos Evangelhos como sátira - isto é, como uma composição literária (em oposição a uma história) em que loucura humana é levada ao ridículo - requer que o leitor contradiga uma crença profundamente arraigada. Uma vez que Jesus foi universalmente estabelecido como um indivíduo histórico mundial, qualquer outra possibilidade tornou-se, evidentemente, invisível. Quanto mais acreditamos em Jesus como uma figura histórica mundial, menos conseguimos compreendê-lo de qualquer outra maneira.
Para entender por que os Flavianos decidiram criar o cristianismo, é preciso entender as condições políticas que a família enfrentou na Judeia em 74 EC, após a derrota dos Sicarii, um movimento de judeus messiânicos. O processo que finalmente levou ao controle dos Flavianos sobre a Judeia fez parte de uma luta mais ampla e mais longa, que entre Judaísmo e Helenismo. O Judaísmo, que foi baseado no monoteísmo e na fé, era simplesmente incompatível com o Helenismo, a cultura grega que promoveu o politeísmo e o racionalismo.
O Helenismo se espalhou pela Judeia depois que Alexandre, o Grande, conquistou a área, em 333 AEC, Alexandre e seus sucessores estabeleceram cidades em todo o seu império para atuar como centros de comércio e administração. Eles montaram mais de 30 cidades gregas dentro da própria Judeia. O povo da Judeia, apesar de sua resistência histórica à influência externa, começou a incorporar certas características da classe dominante grega em sua cultura. Muitos semitas acharam desejável e serem capazes, mesmo se não for necessário, de falar grego. Judeus ricos procuraram uma educação grega para seus jovens.
A Gymnasia apresentou aos estudiosos judaicos, mitos gregos, esportes, música e artes.
Antiga Gymnasia em Sardis
Seleuco
Os selêucidas, descendentes de Seleuco, o comandante da guarda de elite de Alexandre, ganhou o controle sobre a região dos Ptolomeus, os descendentes de outro dos generais de Alexandre, em 200 AEC, quando Antíoco IV (ou como ele preferia, Epifânio - isto é, deus manifesto) tornou-se o governante selêucida em 169 AEC, com ele começou o pesadelo da Judeia.
Antíoco IV - Epifânio Antíoco era abertamente desdenhoso do judaísmo e queria modernizar a religião e a cultura judaica. Ele instituiu sumos sacerdotes que apoiaram suas políticas. Quando uma rebelião contra a helenização explodiu, em 168 AEC, Antíoco ordenou que seu exército atacasse Jerusalém. II Macabeus registra o número de judeus mortos em batalha como 40.000, com outros 40.000 capturados e escravizados.
Antíoco esvaziou o templo de seu tesouro, violou o santo de santos e intensificou sua política de helenização. Ele ordenou o que as observâncias do culto hebraico fossem substituídas por helenísticas. Ele proibiu a circuncisão e sacrifício, instituiu a cobrança de uma mensalidade e a observância de seu aniversário, e colocou uma estátua de Zeus no Templo do Monte. Em 167 AEC, os Macabeus, uma família de Judeus religiosamente zelosos, liderou uma revolução contra a imposição dos costumes e da religião Helenística por Antíoco. Eles procuraram restaurar o poder da religião a qual eles acreditavam ter sido enviada por Deus à sua terra santa. Os Macabeus obrigaram os habitantes das cidades que conquistaram a se converterem ao judaísmo. Os homens ou se permitiam ser circuncidados ou eram mortos. Depois de uma luta de 20 anos, os Macabeus prevaleceram contra os selêucidas. Para citar 1 Macabeus ", o jugo dos gentios foi removido de Israel"(13:41). Embora os Macabeus tenham passado a governar Israel por mais de 100 anos, seu reino nunca esteve seguro. A ameaça selêucida à região foi substituída por uma ainda maior de Roma. O expansionismo romano e a cultura helenística constantemente ameaçavam engolfar o estado religioso que os Macabeus estabeleceram. Em 65 AEC, uma guerra civil eclodiu entre dois rivais Macabeus pelo trono. Foi nessa época que Antipater o Edomita, o pai astuto de Herodes, apareceu em cena. Antipater ajudou a trazer uma intervenção romana à guerra civil, e quando Pompeu enviou sua "Legate Scaurus" à Judeia com um exército romano, isso marcou o começo do fim do estado religioso dos macabeus.
A Legião de Pompeu no Templo de Jerusalém Nos próximos 30 anos (65-37 AEC), a Judeia sofreu uma guerra depois da outra. Em 40 AEC, o último governante dos Macabeus, Matatias foi derrotado e Antígono, apreendeu o controle do país. Por esta altura, como sempre, a família herodiana foi firmemente estabelecida como aliada de Roma na região e, com o apoio romano, derrotou o exército de Matatias e ganhou o controle da Judeia.
Matatias O Sacerdote Guerreiro Após a destruição do estado dos Macabeus, os Sicarii, um novo movimento contra o controle romano e herodiano, surgiu. este foi um movimento de judeus de classe baixa, originalmente chamado de zelotes, que continuou a luta religiosa dos Macabeus contra o controle da Judeia por pessoas de fora e procurou restaurar o "Eretz Israel".
Eretz Israel Os esforços dos Sicarii atingiram o clímax em 66 EC quando conseguiram enfrentar as forças romanas do país. O Imperador Nero ordenou que Vespasiano entrasse na Judeia com um grande exército e acabasse com a revolta. A luta violenta que se seguiu deixou o país devastado foi concluída quando Roma capturou Massada em 73 EC.
Massada e o Cerco Romano No meio da guerra da Judeia, forças leais à família Flaviana que vivia em Roma se revoltou contra o último dos
imperadores Julio-Claudianos, Vitélio, e tomou a capital. Vespasiano voltou a Roma para ser proclamado imperador, deixando seu filho Tito na Judeia para acabar com os rebeldes. Após a guerra, os Flavianos compartilharam o controle sobre esta região entre o Egito e a Síria com duas famílias de poderosos judeus helenizados: os Herodes, e, os Alexanders. Essas três famílias compartilhavam de um interesse financeiro comum na prevenção de futuras revoltas. Eles também compartilhavam um intrincado relacionamento pessoal de longa data que pode ser rastreada até a casa de Antônia, a mãe do Imperador Cláudio. Antônia empregou Julius Alexander Lysimarchus, o alabarca, ou governante, dos judeus de Alexandria, como seu administrador financeiro por volta de 45 EC. Júlio era o irmão mais velho do famoso filósofo judeu Philo Judeaus, a principal figura intelectual do judaísmo helenístico. Os escritos de Philo tentaram fundir o judaísmo com a filosofia platônica. Os estudiosos acreditam que seu trabalho forneceu aos autores dos evangelhos algumas de suas perspectivas religiosas e filosóficas. O secretário particular de Antônia, Caenis, também foi a causa de miséria a longo prazo. de Vespasiano. Julius Alexander Lysimarchus e Vespasiano teriam, portanto, conhecido um ao outro através de suas conexões com a casa de Antônia. Júlio teve dois filhos. O mais velho, Marcus, foi casado com a sobrinha adolescente de Herodes, Berenice, criando um vínculo entre os Alexanders e os Herodes, a família governante da Judeia Romana. Marcus morreu jovem e Berenice acabou se tornando a amante do filho de
Vespasiano, Tito. Berenice, assim, conectou os Flavianos e os Alexanders, a família de seu primeiro marido, à sua família, os Herodes.
Tito e Berenice O filho mais novo de Júlio, Tibério Alexandre, foi outra importante ligação entre as famílias. Ele herdou toda a propriedade de seu pai depois da morte de seu irmão Marcus, fazendo dele um dos homens mais ricos do mundo na época. Ele renunciou ao judaísmo e ajudou os Flavianos com sua guerra contra os judeus, contribuindo com dinheiro e tropas, como fez a família de Herodes. Tibério foi o primeiro a declarar publicamente sua fidelidade a Vespasiano como imperador e, assim, ajudou a iniciar a dinastia Flaviana. Quando Vespasiano retornou a Roma para assumir o poder como imperador, ele deixou
Tibério para ajudar seu filho Tito com a destruição de Jerusalém.
Cerco e destruição de Jerusalém Embora as três famílias tivessem conseguido acabar com a revolta, eles ainda enfrentavam uma ameaça potencial. Muitos judeus continuaram a acreditar que Deus enviaria um Messias, um filho de Davi, que os lideraria contra os inimigos da Judeia. Flávio Josefo registra que: o que "mais influenciou" os Sicarii a lutar contra Roma foi sua crença de que Deus iria enviar um Messias para Israel, que levaria seus fiéis à vitória militar. Embora os Flavianos, Herodes e Alexanders terminaram com a revolta judaica, as famílias não haviam destruído a religião messiânica dos rebeldes judeus. Portanto elas precisavam encontrar uma maneira de evitar que os zelotes inspirassem revoltas futuras com sua crença em um guerreiro vindouro "O Messias". Então alguém de dentro deste círculo teve uma inspiração, e isso mudou a história. A maneira de domar o judaísmo messiânico seria simplesmente transformá-lo em uma religião que cooperaria com o Império Romano. Para alcançar este objetivo, seria necessário um novo tipo de
literatura messiânica. Assim, sabemos como, por essa razão, os evangelhos cristãos foram criados. Em uma convergência única na história, os Flavianos, Herodes e Alexanders reuniram os elementos necessários para a criação e implementação do cristianismo. Eles tinham a motivação financeira para substituir a religião militarista dos Sicarii, a experiência em Judaísmo e filosofia necessários para criar os Evangelhos, e os conhecimento e burocracia necessários para implementar uma religião. Os Flavianos criaram e mantiveram um grande número de religiões além da Cristandade. Além disso, essas famílias eram os governantes absolutos dos territórios onde as primeiras congregações cristãs começaram. Para produzir os Evangelhos, era necessário um profundo entendimento da literatura judaica. Os Evangelhos não substituiriam simplesmente a literatura da antiga religião, mas seria escrita de tal forma a demonstrar que o cristianismo foi o cumprimento das profecias do judaísmo e, portanto, cresceu diretamente a partir dele. Para alcançar esses efeitos, os intelectuais Flavianos fizeram uso de uma técnica usada em toda literatura judaica - "tipologia". Em seu sentido mais básico, a tipologia é simplesmente o uso de eventos anteriores para fornecer forma e contexto para validar a seguinte. Se alguém se senta para uma pintura, por exemplo, ele ou ela é o "tipo" da pintura, daquilo em que foi baseado. Tipologia é usada em toda a literatura judaica como uma forma de transferir informações e significado de uma história para outra. Por exemplo, o livro de Esther usa cenas do tipo da história de José no Livro de Gênesis, para
que o leitor alerta entenda que Esther e Mordecai estão repetindo o papel de José como um agente de Deus. JOSÉ •
José sobe para alta posição no governo egípcio através de sua beleza e sabedoria
•
Boa ação de José (interpretação o sonho do mordomo) é esquecido por um muito tempo
•
Um personagem se recusa a ouvir - "ela falou com José todos os dias, mas ele se recusou a ouvir "(Gen 38:10)
•
O chefe dos servos do faraó é enforcado
•
José revela sua identidade para o faraó depois de uma festa
ESTHER / MORDECAI •
Esther sobe para alta posição no governo persa através de sua beleza e sabedoria
•
A boa ação de Mordecai (salvar a vida do rei) é esquecida por muito tempo
•
Personagem se recusa a ouvir - "eles disseram a ele todos os dias, mas ele se recusou a ouvir "(Est. 3: 4)
•
O chefe dos servos do rei é enforcado
•
Esther revela sua identidade para o rei depois de uma festa
Os autores dos Evangelhos usaram tipologia para criar a impressão que eventos da vida dos profetas hebraicos anteriores eram tipos de eventos da vida de Jesus. Ao fazer isso, eles estavam tentando convencer seus leitores que sua história de Jesus foi uma continuação do divino relacionamento que existia entre os profetas hebreus e Deus. No início dos Evangelhos, os autores criaram uma clara e cristalina relação tipológica entre Jesus e Moisés. os autores colocaram essa sequência no início de seu trabalho para mostrar ao leitor como o verdadeiro significado do Novo Testamento será revelado. (1)
A sequência começa em Mateus 2:13, onde José é descrito como trazendo Jesus, que representa o "novo Israel", até o Egito. Este evento é paralelo ao Gênesis 4550, onde um José anterior trouxe o "velho Israel" até o Egito.
Fuga de José para o Egito
José recebe os irmãos no Egito
Os autores dos Evangelhos associaram o seu José com o anterior por meio de mais do que apenas um nome compartilhado e uma viagem para o Egito. No Novo Testamento José é descrito, como o seu correspondente na Bíblia hebraica, como um sonhador e interpretador de sonhos e como tendo encontros com uma estrela e homens sábios. Ambas as histórias sobre a jornada de um José para o Egito são imediatamente seguidas por uma descrição de um massacre de inocentes. As histórias sobre o massacre de inocentes não são exatamente paralelos. Jesus não é salvo, por exemplo, ao ser colocado em um cesto no rio Jordão e depois sendo adotado pela filha de Herodes. A tipologia usada na literatura judaica não requer textualmente citações ou descrições; em vez disso, o autor usa apenas suficientes informações do evento que está sendo usado como o tipo para permitir ao leitor reconhecer que o evento anterior diz respeito ao que está sendo descrito. Neste caso, cada massacre da história dos inocentes retrata crianças pequenas sendo abatidas por um tirano temeroso, porém o futuro salvador de Israel sendo salvo. Os autores do Novo Testamento continuam espelhando Êxodo por um anjo que diz a José: "Levanta-te, e toma o menino e sua mãe, e vai para a terra de Israel; porque já estão mortos os que procuravam a morte do menino."(Mateus 2:20). Esta afirmação é um claro paralelo a declaração feita a Moisés, o primeiro salvador de
Israel, em Êxodo 12:30,31: "E Faraó levantou-se de noite, ele e todos os seus servos, e todos os egípcios; e havia grande clamor no Egito, porque não havia casa em que não houvesse um morto. Então chamou a Moisés e a Arão de noite, e disse: Levantaivos, saí do meio do meu povo, tanto vós como os filhos de Israel; e ide, servi ao Senhor, como tendes dito." "Os paralelos então continuam com Jesus recebendo um batismo (Mt 3:13), que espelha o batismo dos israelitas descritos em Êxodo 14. Em seguida, Jesus passa 40 dias no deserto, que é paralelo aos 40 anos que os israelitas passam no deserto. Ambas as estadas no deserto envolvem três conjuntos de tentações. Em Êxodo, é Deus quem é tentado; nos Evangelhos, é Jesus, o filho de Deus. Em Êxodo, são os israelitas que tentam a Deus. Eles primeiro o tentam pedindo-lhe pão, quando eles aprendem que "o homem não vive só de pão "(Ex. 16). A segunda vez é em Massá, onde eles são instruídos a não "tentar o Senhor" (Êxodo 17). A terceira ocasião é quando eles fazem o bezerro de ouro no Monte Sinai (Ex. 32), e eles aprendem a "temer o Senhor teu Deus e servir somente a ele".
E o Senhor falou a Moisés, dizendo: Tenho ouvido as murmurações dos filhos de Israel. Fala-lhes, dizendo: Entre as duas tardes comereis carne, e pela manhã vos fartareis de pão; e sabereis que eu sou o Senhor vosso Deus. E aconteceu que à tarde subiram codornizes, e cobriram o arraial; e pela manhã jazia o orvalho ao redor do arraial Êxodo 16:11- 13
As três tentações de Jesus são pelo diabo e são um espelho das tentações de Deus pelos israelitas, como mostram suas respostas. Para a primeira tentação (Mt 4: 4) ele responde:
"O homem não viverá só de pão". À segunda (Mt 4: 7) ele responde:" Não tentarás o Senhor teu Deus ". E à terceira (Mt 4:10) ele responde:" Tu adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás."
As tentações de Jesus
Embora os paralelos entre Jesus e Moisés sejam tipológicos e não textualmente, a sequência na qual esses eventos ocorrem e isto certamente não é por acaso, mas a prova de que Moisés, o primeiro salvador de Israel, é usado como um tipo para Jesus, o segundo salvador de Israel. ANTIGO TESTAMENTO / MATEUS Gn 45-50 José traz o antigo Israel até o Egito / Mt 2:13 José traz o novo Israel até o Egito Ex. 1 Faraó massacra meninos / Mt 2:16 Herodes massacra meninos
Ex. 4 "Todos os homens estão mortos ..." / Mt 2:20 "Eles estão mortos ..." Ex. 12 Do Egito para Israel / Mt 2:21 Do Egito para Israel Ex. 14 Passando pela água (batismo) / Mt 3:13 Batismo Ex. 16 Tentado pelo pão / Mt 4: 4 Tentado pelo pão Ex. 17 Não tentes a Deus / Mt 4: 7 Não tentes a Deus Ex. 32 Adore somente a Deus / Mt 4:10 Adore somente a Deus A sequência tipológica em Mateus que estabelece Jesus como o novo salvador de Israel é bem conhecida dos estudiosos. O que não é amplamente reconhecido é que a história também revela a perspectiva política dos autores do Novo Testamento. Na Bíblia hebraica são os israelitas que tentam a Deus, mas percebem que o diabo toma seu lugar na história paralela do Novo Testamento. Este equacionamento dos Israelitas com o diabo é consistente com o que os Flavianos pensavam dos judeus messiânicos; que eles eram demônios. Além disso, as sequências paralelas demonstram que os Evangelhos foram projetados para serem lidos intertextualmente, ou seja, em relacionamento direto aos outros livros da Bíblia. Essa é a única maneira pela qual a literatura baseada em tipos pode ser entendido. Em outras palavras, como o exemplo sobre a infância de Jesus ilustra, para entender os Evangelhos ou seja, um leitor deve
reconhecer que os conceitos, sequências e localizações em Mateus são paralelas aos conceitos, sequências e localizações em Gênesis e Êxodo, onde seu contexto já foi estabelecido. Usando cenas da literatura judaica como tipos de eventos do Ministério de Jesus, os autores esperavam convencer seus leitores de que os evangelhos eram uma continuação da literatura hebraica que tinha inspirado os sicários a se revoltarem e que, portanto, Jesus era O Messias a quem os rebeldes esperavam e que Deus o havia enviado. Dessa maneira, eles tirariam do judaísmo messiânico o seu poder de insuflar insurreições, uma vez que o Messias não estava mais vindo, mas já havia chegado. Além disso, o Messias não era o militar xenófobo e o líder que os Sicarii estavam esperando, mas sim um multiculturista que instou seus seguidores a "dar a outra face". Se os Evangelhos alcançaram apenas a substituição do militarista movimento messiânico com um pacifista, eles teriam sido uma das peças de propaganda mais bem sucedidas da história. Mas os autores queriam ainda mais. Eles não queriam apenas pacificar os guerreiros religiosos da Judeia, mas fazê-los adorar César como um deus. E eles queriam informar a posteridade de que eles haviam feito isso. As populações das províncias romanas foram autorizadas a adoração de qualquer maneira que desejassem, com uma exceção; eles tiveram que permitir que César fosse adorado em seus templos. Isso foi incompatível com o judaísmo monoteísta. No final da guerra 66-73 CE Flávio Josefo registrou que não importa como Tito torturou os Sicarii,
eles se recusaram a chamá-lo de "Senhor". Para contornar a teimosia religiosa dos judeus, os Flavianos, portanto, criaram uma religião que adorava a César sem que seus seguidores soubessem disso. Para conseguir isso, eles usaram o mesmo método tipológico que tinham usado para ligar Jesus a Moisés, criando conceitos paralelos, sequências, e locais. Eles criaram o ministério inteiro de Jesus como um "tipo" da campanha militar de Tito. Em outras palavras, eventos do ministério de Jesus são eventos paralelos tradicionais da campanha de Tito. Para provar que essas cenas lógicas não foram erros acidentais, os autores as colocaram na mesma seqüência e nos mesmos locais nos Evangelhos como elas tinham ocorrido na campanha de Tito. As cenas paralelas foram projetadas para criar outro enredo do que aquele que aparece na superfície. Este enredo tipológico revela que o Jesus que interagiu com os discípulos seguido da crucificação, o Jesus real que os cristãos têm inconscientemente adorado por 2.000 anos, foi Tito Flavio. A descoberta da invenção Flaviana do cristianismo cria uma nova compreensão de todo o primeiro século EC. Tal revelação é desorientadora, e o leitor encontrará os seguintes pontos úteis na nova compreensão da história que este trabalho apresenta. •
O cristianismo não se originou entre as classes mais baixas da Judeia. Foi uma criação de uma família imperial romana, os Flavianos.
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Os Evangelhos não foram escritos pelos seguidores de um judeu Messias, mas pelo círculo intelectual em torno dos três Imperadores Flavianos: Vespasiano e seus dois filhos, Tito e Domiciano
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Os Evangelhos foram escritos após a guerra de 66-73 EC entre os romanos e os judeus, e muitos dos eventos do ministério de Jesus são representações satíricas de eventos daquela guerra.
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O propósito do cristianismo foi a superação. Foi projetado para substituir o movimento messiânico nacionalista e militarista na Judeia como uma religião que era pacifista e que aceitava o domínio romano.
Desenvolvi estas descobertas ao longo dos últimos anos, mas atrasei a publicação por várias razões. Embora eu não seja mais um Cristão, vejo o cristianismo como um todo valioso para a sociedade. Eu certamente não desejava publicar um trabalho que pudesse levá-lo a um dano substancial. Além disso, eu sabia que a natureza da descoberta e as afirmações podem ter algum efeito negativo mesmo em alguns não-cristãos. Eu não queria contribuir para o cinismo da nossa época. Ao mesmo tempo, eu sabia que essa informação seria valiosa para muitos. Eventualmente, a minha preocupação em não divulgar estas descobertas simplesmente superaram
meu medo do possível impacto. Então depois 2.000 anos de mal-entendidos, um novo significado dos Evangelhos é revelado dentro deste trabalho. Ao virar esta página, os leitores entrarão em um novo Mundo. Eu não sei se é um mundo melhor. Eu só sei que eu acredito que é mais verdadeiro.
CAPÍTULO 1
Os primeiros Cristãos e os Flavianos
Este livro fornece uma nova abordagem para entender o que são os evangelhos e quem os compôs. Eu mostrarei que os intelectuais trabalhando para Tito Flávio, o segundo dos três Césares Flavianos, criaram o cristianismo. Seu objetivo principal era substituir o xenofóbico messianismo judaico, que travou guerra contra o Império Romano, em uma versão do judaísmo que seria obediente a Roma. Um dos indivíduos envolvidos com a criação dos Evangelhos foi o historiador do primeiro século Flávio Josefo, que, como ele se relaciona e isso levou uma vida fabulosa. Ele nasceu em 37 EC na família real da Judeia, os Macabeus. Como Jesus, Josefo era uma criança prodígio que surpreendeu os mais velhos com seu conhecimento da lei judaica. Josefo também afirmou ter sido membro de cada uma das seitas judaicas de sua época, os saduceus, os fariseus e os essênios.
Quando a rebelião judaica contra Roma eclodiu, em 66 EC, embora ele não tivesse descrição de antecedentes militares e acreditava que essa era uma causa sem esperança, a Josefo foi dado o comando do revolucionário "Exército da Galileia". Levado em cativeiro, ele foi conduzido perante ao general romano Vespasiano, a quem ele se apresentou como profeta. Neste ponto, Deus, convenientemente, falou com Josefo e informou a ele que seu auxílio mudara dos judeus para os romanos. Josefo então alegou que as profecias messiânicas do judaísmo não previam um Messias judeu, mas Vespasiano, a quem Josefo predisse tornar-se o "senhor de toda a humanidade". Depois disso assim aconteceu, por assim dizer, e Vespasiano foi proclamado imperador, e ele recompensou a clarividência de Josefo adotando-o. Assim, o rebelde judeu "Yosef ben Mattityahu" se tornou Flavio Josefo, filho de César. Ele transformou-se em um fervoroso defensor da "Conquista de Roma na Judeia", e quando Vespasiano retornou a Roma para ser coroado imperador, Josefo ficou para trás para ajudar o novo filho do imperador Tito com o cerco de Jerusalém. Depois que a cidade foi destruída, Josefo passou a residir dentro da corte Flaviana em Roma, onde ele desfrutou do patrocínio de Vespasiano e dos imperadores Flavianos subsequentes, Tito e Domiciano. Foi enquanto ele morava em Roma que Josefo escreveu suas duas principais obras, "Guerra dos Judeus", uma descrição da guerra entre os romanos e os judeus "66-73 EC ", e "Antiguidades Judaicas", uma história do povo judeu.
As histórias de Josefo são de grande importância para o cristianismo. Virtualmente tudo o que sabemos sobre o contexto social do Novo Testamento é derivado delas. Sem essas obras, a estipulação de datas de muitos dos eventos do Novo Testamento seria impossível. As histórias de Josefo forneceram a Jesus uma documentação histórica , fato amplamente conhecido. Elas também forneceram a Jesus outro tipo de documentação, um fato amplamente esquecido. Inicialmente os cristãos acreditavam que os eventos que Josefo descreveu em "Guerra dos Judeus" provavam que Jesus tinha sido capaz de prever o futuro. É difícil encontrar até mesmo um cristão primitivo que ensinou outra posição. Estudiosos da Igreja, como Tertuliano, Justino o Mártir e Cipriano, foram unânimes em proclamar que a descrição de Josefo sobre a conquista da Judeia por Tito Flávio na "Guerra dos Judeus" provavam que as profecias de Jesus haviam se cumprido. Como Eusébio escreveu em 325 EC: "Se alguém comparar as palavras do nosso Salvador com os outro relatos do historiador [Josefo] sobre toda essa guerra, como alguém pode deixar de se perguntar, e admitir que o conhecimento e a profecia do nosso Salvador foram verdadeiramente divinas e maravilhosamente surpreendente. (2) Um exemplo da presciência que tanto impressionou Eusébio foi a predição de Jesus, de que os inimigos de Jerusalém a cercariam com um muro, demoliriam a cidade e seu templo e subjugariam seus habitantes.
"E, quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela, Dizendo: Ah! se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora isto está encoberto aos teus olhos. Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão de todos os lados; E te derrubarão, a ti e aos teus filhos que dentro de ti estiverem, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não conheceste o tempo da tua visitação." Lucas 19: 37-43 Josefo registrou em "Guerra dos judeus" que todos os detalhes precisos que Jesus previu sobre Jerusalém realmente aconteceram. Tito ordenou a seus soldados "construir uma parede em volta de toda a cidade".(3) Tito, como Jesus, viu o cerco da cidade como um evento sancionado por Deus, que inspirou seus soldados com uma "fúria divina". Josefo também registrou que Tito não apenas queimou Jerusalém e profanou seu templo, mas ordenou que eles fossem deixados exatamente como Jesus previra "nem uma pedra sobre a outra". [Tito] deu ordens para eles que deveriam agora demolir o cidade inteira e o Templo. . . (4) Jesus afirmou que essas calamidades se abateriam sobre os habitantes de Jerusalém, porque eles não sabiam o "tempo de sua visitação". A chegada da visitação era para ser feita por alguém a quem ele chamou de "O Filho do Homem",
um título usado pelo profeta Daniel para o Messias judeu. Embora tenha sido universalmente acreditado que Jesus estava se referindo a ele mesmo quando usou a expressão "Filho do Homem", ele geralmente falou deste indivíduo na terceira pessoa e não como ele mesmo. Jesus repetidamente advertiu os judeus que durante a "Visitação do Filho do Homem", vários desastres, como aqueles que ele previra acima, ocorreriam. "Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Por isso, estai vós apercebidos também; porque o "Filho do Homem" há de vir à hora em que não penseis." Mateus 24:42-44 "Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o "Filho do Homem" há de vir." Mateus 25:13 Embora Jesus não tenha dito exatamente quando a visitação do "Filho do Homem" ocorreria, ele afirmou que viria antes da geração que vivia durante o seu ministério houvesse falecido. "Igualmente, quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas.
Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam." Mateus 24:33,34 Os judeus desta época viram uma geração com a duração de 40 anos, então a destruição de Jerusalém em 70 CE se encaixa perfeitamente no prazo que Jesus deu em sua profecia. No entanto, enquanto Jesus previu precisamente eventos da guerra vindoura, havia uma falha em sua previsão - isto é, que a pessoa cuja visitação realmente trouxe a destruição sobre Jerusalém não foi Jesus, mas Tito Flávio. Se sua profecia previa (como Eusébio e outros eruditos da igreja sustentavam), sobre eventos da próxima guerra entre os romanos e os judeus, então o "Filho do Homem" sobre o qual Jesus advertiu parece não ter sido ele mesmo, mas Tito, um ponto ao qual voltarei. Haviam poucos escritos entre o quinto e o décimo quinto século, comentando sobre os numerosos paralelos entre os eventos Josefo registrados em "Guerra dos Judeus" e nas predições de Jesus. Isso não é surpresa, como a igreja é conhecida por ter desencorajado ativamente a análise estrutural durante esse tempo que provas foram deixadas, no entanto, sugere que, durante toda a Idade Média, para os cristãos que a representação de Josefo da guerra entre os romanos e os judeus fosse aceita como prova da divindade de Cristo. Ícones, esculturas em caixões e pinturas religiosas a partir desta época, todos retrataram a destruição de Jerusalém em 70 EC. como o cumprimento da profecia do juízo final de Jesus.
Cerco a Jerusalém - Malte Blom
A importância das obras de Josefo para os cristãos durante este período também pode ser avaliado pelo fato de que alguns das igrejas cristãs da Síria e da Armênia incluíam seus livros como parte de sua Bíblia manuscrita. Na Europa também, seguindo a invenção da imprensa, edições latinas da Bíblia incluíam "As Antiguidades" e "Guerra dos Judeus". Após a Reforma, os estudiosos conseguiram gravar suas opiniões, e seus escritos mostram que eles continuaram a enxergar a relação entre o "Novo Testamento" e a "Guerra dos Judeus" como prova da divindade de Cristo. Sobre o significado de 70 EC, por exemplo, Dr. Thomas Newton escreveu em seu trabalho de 1754, dissertações sobre as profecias: Como um general nas guerras [Josefo] deve ter tido um exato conhecimento de todas as transações ... Sua história foi aprovada por Vespasiano e Tito [que ordenou que fosse publicado]. Ele não projetou nada menos, e ainda como se ele não tivesse projetado mais, sua história das guerras judaicas pode servir como maior comentário sobre as
profecias do nosso Salvador sobre a destruição de Jerusalém. A posição de Newton era a mesma que a de Eusébio. Ambos estudiosos acreditavam que Josefo "projetou nada menos" do que honestamente gravar a guerra entre os romanos e os judeus. Os eventos que Josefo teria gravado parecia ser o cumprimento da profecia de Jesus e não golpeia-os como, de qualquer maneira, suspeitos. Pelo contrário, eles viram a relação entre as duas obras como prova da divindade de Jesus. Eles não eram de modo algum incomuns em sustentar essa visão; foi realizada pela maioria dos estudiosos cristãos até o final do século XIX. A crença de que a representação de Josefo sobre a destruição de Jerusalém provou que Jesus tinha previsto o futuro era em grande parte aceito durante o século XX. Apenas uma denominação de Cristãos, os Preteristas, ainda cita os paralelos entre a Guerra dos Judeus e o Novo Testamento como uma prova da divindade de Jesus. Atualmente, a maioria dos Cristãos ou acreditam que o apocalipse que Jesus imaginou ainda não ocorreu ou eles ignoram essas profecias completamente. Com o início do terceiro milênio para a cristandade , poucos de seus membros estão cientes dos paralelos que antes eram tão importantes para a religião. No entanto, acredito que Eusébio estava correto em afirmar que quando se compara a Guerra dos Judeus ao Novo Testamento, é preciso admitir um relacionamento que, se não for divino, é no mínimo estranho. os paralelos entre as profecias de Jesus e a campanha de Tito de fato parecem
muito precisos para terem sido o resultado do acaso. Se alguém aceita a compreensão tradicional, que o Novo Testamento e "Guerra do Judeus" foram escritos em diferentes épocas por diferentes autores, seria a única explicação para os paralelos pareça ser aquela dada por Eusébio, que eles foram causados por algo verdadeiramente divino. Claro, antes de aceitar qualquer fenômeno como milagroso, deve-se primeiro determinar se existe uma explicação não sobrenatural para ela. A proposta deste trabalho é apresentar tal explicação. Todos os estudiosos da Judeia no primeiro século, enfrentaram a mesma dificuldade ao tentar: a falta de material de origem. Antes dos "Pergaminhos do Mar Morto" serem descobertos, a literatura mais importante que descreve os eventos da Judeia no primeiro século foram o Novo Testamento e as obras de Josefo. Por dois milênios, apenas estas duas forneceram esclarecimentos sobre uma era tão seminal para a civilização ocidental. Essa ausência é incomum. Na Grécia, milhares de textos da mesma época foram descobertos. Jesus constantemente reclamava sobre os escribas, que, deve-se assumir, estavam escrevendo alguma coisa. "Desde então começou Jesus a mostrar aos seus discípulos que convinha ir a Jerusalém, e padecer muitas coisas dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e dos escribas, e ser morto, e ressuscitar ao terceiro dia." Mateus 16:21 A ocupação da Judeia por Roma durou todo o primeiro
século. Josefo registra que, durante esse período, um movimento de judeus os Zelotes chamados Sicarii continuamente encenaram insurreições contra o Império e seu substituto, a família de Herodes. Os Sicarii, como os Cristãos, eram messiânicos e aguardavam a chegada do filho de Deus, que os levaria contra Roma. Josefo data a origem desse movimento messiânico ao censo de Quirino, curiosamente também é dada nos Evangelhos como a data do nascimento de Cristo. este movimento existiu por mais de 100 anos, mas até os Manuscritos do Mar Morto serem descobertos, nenhum documento que poderia ter sido parte de sua literatura já havia sido encontrada. A literatura do movimento Sicarii está muito provavelmente ausente porque os romanos a destruíram. Alguns dos Manuscritos do Mar Morto (encontrados escondidos em cavernas) descrevem uma seita intransigente que esperava um Messias, que seria um líder militar. Literatura messiânica deste tipo foi certamente um catalisador para a rebelião dos Sicarii, seria, e foram alvo de destruição pelos romanos, que são conhecidos por terem destruído a literatura judaica. O Talmude, por exemplo, registra a prática romana de envolver os judeus em seus pergaminhos religiosos e queima-los vivos. Josefo observa que após sua guerra com os Judeus, os romanos levaram os rolos da Torá e outras literaturas religiosas e trancaram-nas dentro do palácio Flaviano em Roma. A única obra que sobreviveu a este século de guerra religiosa foram os Evangelhos e as histórias de Josefo, pois tinham uma tradicional perspectiva pró-romana. No caso das histórias de Josefo isso dificilmente seria uma surpresa,
como é sabido ele era um membro adotado da família imperial. Isto é notável, no entanto, que o Novo Testamento também tivesse um ponto de vista positivo para os romanos. O primeiro século não foi uma época em que se esperaria ter surgido um culto judaico que tivesse um ponto de vista favorável ao Império. No entanto, os textos do Novo Testamento nunca retrataram os soldados romanos sob uma luz negativa, e realmente os descrevem como "devotos" e tementes a Deus. "E havia em Cesareia um homem por nome Cornélio, centurião da coorte chamada italiana, Piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo, e de contínuo orava a Deus." Atos 10:1,2 O Novo Testamento também apresenta coletores de impostos, que embora tendo trabalhado para os romanos, são apresentados sob uma luz favorável. O apostolo Mateus, por exemplo, é na verdade descrito como um publicano, ou seja, coletor de impostos. A cidadania adotada, nas obras de Josefo e no Novo Testamento, teria sido vista favoravelmente por Roma. Cada programa de trabalho reivindica a santidade da subserviência. E cada um assume a posição que: como é Deus quem deu aos romanos seu poder, é, portanto, contra a vontade de Deus resistir a eles. Por exemplo, o apóstolo Paulo ensina que os juízes e magistrados romanos eram uma ameaça apenas aos malfeitores. Portanto, o homem que se rebela contra seu governante está
resistindo à vontade de Deus; e aqueles que assim resistem trarão punição sobre si mesmos. Os juízes e magistrados devem ser temidos não por pessoas direitas, mas sim por malfeitores. Você deseja - não é? - não ter motivos para temer seu governante. Bem, faça o que está certo, e então ele irá elogiar você. "Por isso quem resiste à potestade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a potestade? Faze o bem, e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus, e vingador para castigar o que faz o mal. Portanto é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo, mas também pela consciência. Por esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus, atendendo sempre a isto mesmo." Romanos 13:2-6 Josefo compartilhou a crença de Paulo de que os romanos eram servos de Deus e punia apenas os malfeitores. Na verdade, o que pode ter despertado um exército de romanos contra a nossa nação? Não foi a impiedade dos habitantes? De onde a nossa servidão começou? Não foi isso derivado das sedições que estavam entre os nossos antepassados, quando a loucura de Aristóbulo e Hircano, e nossas brigas mútuas, trouxeram Pompeu sobre esta
cidade, e quando Deus reduziu aqueles sob sujeição aos romanos que eram indignos da liberdade que desfrutaram? (6) Assim, os únicos trabalhos que descrevem a Judeia do primeiro século compartilham um mesmo ponto de vista para Roma. Por que é que só eles sobreviveram? Eu acredito que o Novo Testamento e as obras de Josefo sobreviveram porque ambos foram criados e promulgados por Roma. Este trabalho apresenta evidências indicando que os Evangelhos foram criados por Tito Flávio, o segundo dos três imperadores Flavianos. Tito criou a religião por dois motivos, sendo o mais óbvio, que funcionavam como uma barreira teológica contra a propagação das mensagens dos militantes do judaísmo messiânico, da Judeia para outras províncias. Josefo menciona esta ameaça em "Guerra dos Judeus": . . . os judeus esperavam que toda a sua nação, que estava além do Eufrates, teriam se levantado em uma insurreição junto com eles. (7) Tito tinha outra razão mais pessoal para criar os evangelhos - sendo que os zelotes judeus se recusaram a adorá-lo como um deus. Embora ele fora capaz de travar sua rebelião, Tito não podia forçar os zelotes, mesmo através de tortura ou morte, a chamá-lo de Senhor. Josefo notou a firmeza com que os zelotes aderiram a sua fé monoteísta, afirmando que os Sicarii "não se importavam em sofrer qualquer tipo de morte, nem de fato
eles se importam com a morte de qualquer um de suas relações, nem qualquer medo pode fazê-los chamar a qualquer homem de Senhor ". (8) Como eu observei na Introdução, para contornar o nascimento da história dos judeus, Tito projetou uma mensagem oculta dentro dos Evangelhos. esta mensagem revela que o "Jesus" que interagiu com os discípulos e seguiu à crucificação não era um Messias judeu, mas ele mesmo. Incapaz de torturar os judeus para renunciar a sua religião e adoração Tito e seus intelectuais criaram uma versão do judaísmo que adorava a Tito sem que seus seguidores soubessem disso. Quando seu esperto dispositivo literário fosse finalmente descoberto, Tito seria capaz de mostrar posteridade que ele não tinha falhado em seus esforços para fazer os judeus o chamarem de "Senhor". Embora sempre visto como um documento religioso, o Novo Testamento é na verdade um monumento à vaidade de um César - um que finalmente foi descoberto. Tito retroagiu o ministério de Jesus a 30 EC, permitindo, desse modo, que ele predissesse eventos no futuro. Em outras palavras, Jesus foi capaz de precisamente profetizar eventos da próxima guerra com os romanos porque eles já haviam ocorrido. Como parte desse esquema, as histórias de Josefo foram criadas para documentar o fato de que Jesus havia vivido e que suas profecias haviam se cumprido. Embora as alegações acima possam, e devam desencadear o ceticismo, é preciso lembrar que, como o cristianismo descreve suas origens, foi não apenas sobrenatural, mas também historicamente ilógico. O cristianismo, que foi
um movimento que encorajou o pacifismo e a obediência a Roma, afirma ter surgido de uma nação envolvida em uma luta de um século com Roma. Uma analogia às origens alegadas do cristianismo pode ser um culto estabelecido pelos judeus poloneses durante a Segunda Guerra Mundial que montou sua sede em Berlim e encorajou seus membros a pagar impostos para o Terceiro Reich. Quando se olha para a forma do cristianismo primitivo, não se enxerga a Judeia, mas Roma. As estruturas de autoridade da igreja, seus sacramentos, seu colégio de bispos, o título de chefe da religião - o supremo pontífice - eram todos baseados em tradições romanas, não judaicas, de alguma forma, a Judeia deixou pouco traço sobre a forma de uma religião que supostamente teria se originado dentro dela. O cristianismo primitivo também era romano em sua cosmovisão. Isto é, como o Império Romano, o movimento viu-se ordenado por Deus para espalhar-se pelo mundo. Antes do cristianismo, nenhuma religião é conhecida por ter se visto tão destinada a conquistar, a se tornar a religião de toda a humanidade. O tipo de judaísmo descrito nos "Pergaminhos do Mar Morto", por exemplo, eram muito seletivos quanto a quem teria permissão para se juntar à sua comunidade, como a seguinte passagem do "Documento de Damasco" mostra: Nenhum louco, lunático, simplório, tolo ou cego; mutilado, aleijado ou surdo, e nenhum menor entrará na comunidade, pois os Anjos da Santidade estão com eles ... (9) Esta abordagem excludente foi o oposto da cristandade.
"E veio ter com ele grandes multidões, que traziam coxos, cegos, mudos, aleijados, e outros muitos, e os puseram aos pés de Jesus, e ele os sarou." (10) Mateus 15:30. Para tentar entender como o cristianismo se estabeleceu dentro do Império Romano há que se examinar minuciosamente os mistérios empilhados no topo do invulgar. Por exemplo, como uma religião que começou como tradição verbal em hebraico ou aramaico mudar para uma cuja a literatura sobrevivente é escrita quase inteiramente em grego? De acordo com Albert Schweitzer, a grande e ainda não cumprida tarefa que confronta aqueles envolvidos no estudo histórico da cristandade primitiva é explicar como o ensinamento de Jesus se desenvolveu com a antiga teologia grega. O aspecto mais historicamente ilógico da origem do cristianismo, no entanto, foi o seu Messias. Jesus tinha uma perspectiva política que era precisamente o oposto da do filho de David, que era esperado pelos judeus dessa época. Josefo registra que o que mais inspirou os judeus rebeldes era sua crença nas profecias judaicas que previam um governante do mundo, ou Messias, emergindo da Judeia - as mesmas as afirmações das profecias do Novo Testamento que previam um pacifista. Mas agora, o que mais fez para elevá-los no empreendimento esta guerra foi um oráculo ambíguo que também foi encontrado em suas escrituras sagradas, como, "naquela época, um de seu país deve tornar-se governador
da terra habitável ". Os judeus levaram esta previsão a pertencer a si mesmos em particular . . . (11) Os Manuscritos do Mar Morto confirmaram que os judeus desta época "levaram esta previsão a pertencer a si mesmos" e aguardavam um Messias que seria o filho de Deus. Filho de Deus ele será chamado e Filho do Altíssimo ele será nomeado ... Seu reino será um reino eterno . . . ele julgará a terra em verdade. . . O Grande Deus . . .vai tomar as pessoas em sua mão e todos eles serão lançados diante dele. Sua soberania é soberania eterna. (12) Na passagem seguinte do Documento de Damasco, observe que o Messias previsto pelo autor foi, como Jesus, um pastor, embora não aquele que traria a paz. "Ó espada, desperta-te contra o meu pastor, e contra o homem que é o meu companheiro, diz o Senhor dos Exércitos. Fere ao pastor, e espalhar-se-ão as ovelhas; mas volverei a minha mão sobre os pequenos." Zacarias 13:7 Agora aqueles que o ouvem são o rebanho aflito, estes escaparão no período da visitação [de Deus]. Mas aqueles que permanecerem serão até pela espada serão oferecidos, quando o Messias de Arão e Israel vier, como era no período da primeira visita, conforme relatado pela mão de Ezequiel: "E disse-lhe o Senhor: Passa pelo meio da cidade, pelo meio
de Jerusalém, e marca com um sinal as testas dos homens que suspiram e que gemem por causa de todas as abominações que se cometem no meio dela." Ezequiel 9:4 Mas aqueles que ficaram foram entregues à espada da vingança, do vingador do pacto. (13) A seguinte passagem do Targum (versões aramaicas do Antigo Testamento) também descrevem claramente um guerreiro Messias. Essa tem sido a natureza do "rei Messias" dos judeus que, nas palavras de Josefo, "a maioria os eleva ao empreender esta guerra". Quão amável é o rei Messias, que deve se levantar do casa de Judá. Ele cinge seus lombos e sai para guerrear contra aqueles que o odeiam, matando reis e governantes. . .e avermelhando as montanhas com o sangue de seus mortos. Com suas roupas mergulhadas em sangue, ele é como alguém que pisa uvas no lagar. (14) No entanto, o Novo Testamento e as histórias de Josefo cada uma implica que o Messias não era esse líder nacionalista que tinha sido previsto, mas sim um pacifista que encorajou a cooperação com Roma. Por exemplo, considere a instrução de Jesus em Mateus 5:41: "quando alguém recruta você por uma milha, vá ao longo de duas." A lei militar romana permitia que seus soldados
recrutassem civis, que era para exigir que carregassem suas mochilas de 65 libras por uma distância de uma milha. Estradas romanas tinham marcadores de milha (milestones), de modo que lá não haveria dúvidas sobre se este requisito tinha sido ou não cumprido. Por que o Messias previsto pelas profecias dirigentes do mundo xenófobo do judaísmo exortavam os judeus a "ir a uma milha extra" pelo soldado do exército romano?
Antiga Estrada Romana em Israel
Marco de Milha no Vale de Elá - Israel
Apetrechos dos Legionários Quando se compara o Messias militarista descrito no Pergaminhos do Mar Morto e outras literaturas judaicas primitivas com o pacifista Messias descrito no Novo
Testamento e no Testemunho de Josefo, um aspecto da história perdida da Judeia parece visível. Uma batalha intelectual foi travada sobre a natureza do Messias. O novo testamento e Josefo ficaram juntos de um lado dessa luta, alegando que um Messias pacifista teria aparecido e que defendia cooperação com Roma. Do outro lado dessa divisão teológica estavam os zelotes judeus que esperavam um Messias militarista para liderá-los contra Roma. Entre os registros mais antigos do cristianismo está a Epístola de Clemente aos Coríntios, datada de 96 EC. A carta era supostamente escrita por (Papa) Clemente I para uma congregação de cristãos que aparentemente se rebelou contra a autoridade da igreja. Isto mostra que, mesmo no início da religião, o bispo de Roma foi capaz de dar ordens à igreja de Corinto, e que a igreja de Roma usou o exército romano como um exemplo do tipo de disciplina e obediência que esperava de outras igrejas e seus membros. Da Igreja de Deus que peregrina em Roma à Igreja de Deus que peregrina em Corinto, (15) Vamos marchar exatamente como os soldados que estão alistados sob nossos governantes que prontamente, e quão submissamente, executam as ordens dadas a eles. Todos não são prefeitos, nem governantes de milhares, nem governantes de centenas, nem governantes de cinquenta anos, e assim por diante; mas cada homem em seu próprio posto executa as ordens dadas pelo rei e os governadores. Mas como a estrutura de autoridade da igreja, que se assemelha ao exército romano entrou em vigor? Quem estabeleceu e quem deu aos bispos tal controle absoluto?
Cipriano escreveu. . . "O bispo está na Igreja e a Igreja está no bispo. . . e se ninguém está com o bispo, essa pessoa não está na Igreja ". (16) E porque é que Roma, supostamente o centro da perseguição cristã, tenha sido escolhida como sede da igreja? Uma origem romana explicaria porque o bispo de Roma seria mais tarde feito o supremo pontífice da igreja. E por que Roma veio a ser sua sede. Isso explicaria como um culto judaico eventualmente tornou-se a religião oficial do Império Romano. Uma origem romana também explicaria por que tantos membros de uma família imperial romana, por fim, os Flavianos foram registrados como estando entre os primeiros cristãos. Os Flavianos teriam estado entre os primeiros cristãos porque, tendo inventado a religião, eles eram, de fato, os primeiros cristãos. Ao considerar uma invenção Flaviana do cristianismo, deve-se ter em mente que os imperadores Flavianos foram considerados divinos nas religiões por eles freqüentemente criadas. O juramento que eles proferiam quando eram ordenados imperadores começava com a instrução de que eles iriam fazer "todas as coisas divinas ... nos interesses do império". O arco de Tito, que comemora a destruição de Jerusalém por Tito, é inscrito com a seguinte declaração: SENATUS POPULUSQUE ROMANUS DIVO TITO DIVI VESPASIANI. F VESPASIANO AUGUST
[Do Senado e Povo de Roma, ao divino Tito, filho do divino Vespasiano]
Detalhe da inscrição do Arco de Tito em Roma
Detalhe do interior do Arco de Tito em Roma
Detalhe do Arco de Tito retratando o saque de Jerusalém
Arco de Tito em Roma Visão Geral Fragmentos do pronunciamento escrito, dado em 69 EC pelo governante do Egito, Tibério Alexandre, no qual ele reconheceu Vespasiano como o novo imperador, ainda existem e Vespasiano é referido neles como "o divino César" e "senhor". Josefo também acreditava que Vespasiano era uma pessoa divina. Ele alegou que as profecias messiânicas do judaísmo predisseram que Vespasiano se tornaria o senhor de toda a humanidade. Isso indica que aos olhos de Josefo, Vespasiano não era apenas o "Jesus", ou salvador da Judeia, mas que ele também era o "Cristo", a palavra grega para a Messias, que fora previsto nas profecias como um líder mundial judaico. Tu, ó Vespasiano, não penses mais que tomaste o próprio Josefo em cativeiro; mas eu venho a ti como um mensageiro
de maiores novidades; por não tivesse sido enviado por Deus para ti ... Tu, ó Vespasiano, Ó César! e imperador, tu e este teu filho. Liga-me agora ainda mais rápido, e mantenha porque eu, ó César, não sois apenas senhor de mim, mas sobre a terra, o mar e toda a humanidade. (17) Josefo, ao proclamar-se ministro de Deus, também descreveu um fim do "contrato" de Deus com o judaísmo, que era bastante semelhante à posição que o Novo Testamento toma sobre o cristianismo - a única diferença é que Josefo acreditava que Deus, boa sorte tinha passado não para o cristianismo, mas para Roma e sua família imperial, os Flavianos. Desde que te agrada, que criou a nação judaica, deprimir o mesmo, e desde que toda a sua boa fortuna é e foi para os romanos, e desde que você fez escolha desta alma minha para predizer o que está para acontecer aqui- depois, de bom grado, dou-lhes as mãos e me satisfaço em viver. E eu protesto abertamente que eu não vou para os romanos como um desertor dos judeus, mas como ministro de ti. (18) Estudiosos rejeitaram a aplicação de Josefo nas mensagens das profecias do judaísmo messiânico a César como simples lisonja. Eu discordo e devo mostrar que Josefo não apenas "acreditava" que Vespasiano era "deus" e Tito, portanto, o "filho de deus", mas que suas histórias foram inteiramente construídas para demonstrar esse fato. Não havia nada incomum no reconhecimento de Josefo sobre Vespasiano como um deus. Os Flavianos apenas continuaram a tradição de estabelecer imperadores como
deuses, que a linha Julio-Claudiana imperadores romanos havia começado. Júlio César, o primeiro "Divus" (divino) daquela linha, alegou ter sido descendente de Vênus. O Senado Romano, come é dito, teria decretado que ele era um deus porque um cometa apareceu logo após sua morte, demonstrando assim sua divindade. Em 80 EC, Tito estabeleceu um culto imperial para seu pai, que falecera no ano anterior. O culto era politicamente importante para Tito porque a deificação de Vespasiano iria quebrar a linha Julio-Claudiana de sucessão divina e, assim, assegurar o trono para os Flavianos. Porque só o Senado romano poderia conceder o título de "Divus", Tito primeiro precisava convencê-los de que Vespasiano tinha sido um deus. Havia, evidentemente, alguma dificuldade em arranjar isso, no entanto; a consagração de Vespasiano ocorreu logo depois de seis meses da sua morte, intervalo anormalmente longo. (19). Tito também criou um sacerdócio, os "Flamineos", para administrar o culto. O culto de Vespasiano não foi isolado para Roma, e nomeações foram feitas em todas as províncias. Dentro das áreas em torno da Judeia, uma burocracia romana chamada "Commune Asiae" supervisionou o culto. Notavelmente todas as sete "igrejas cristãs da Ásia" mencionadas em Apocalipse 1:11 tinham agentes da "Comunne Asiae" localizados dentro delas.
Moeda da Commune Asiae, exposta no "State Hermitage Museum", St. Petersburg, Russia
Após a sua morte, Tito também assegurou a deificação de sua irmã, Domitila. Ao passar pelo processo de deificação de seu pai e irmã e estabelecer seus cultos, Tito recebeu uma educação em uma habilidade poucos humanos já possuíram. Ele aprendeu a criar uma religião. Tito não apenas criou e administrou religiões, ele era um profeta. Enquanto imperador, ele recebeu o título de Pontifex Maximus, que fez dele o sumo sacerdote da religião romana e o chefe oficial do colégio romano de sacerdotes - o mesmo título e cargo que, uma vez que o cristianismo se tornou a religião do estado romano, os papas iriam assumir. Como Pontifex Maximus, Tito foi responsável por uma grande coleção de profecias (annales maximi) a cada ano, e sinais celestes e outros registrados oficialmente, bem como os eventos que teriam se seguido a esses presságios, para que as gerações futuras pudessem entender melhor a vontade divina.
Tito era extraordinariamente alfabetizado. Ele alegou possuir taquigrafia mais rápida que qualquer secretário e poder "falsificar a assinatura de qualquer homem" e afirmou que sob diferentes circunstâncias ele poderia ter se tornado "o maior falsificador da história." (20) .Suetônio registra que Tito possuía "dotes mentais conspícuos", e "fez discursos e escreveu versos em latim e grego "e que a sua" memória era extraordinária ". (21) O irmão de Tito, Domiciano, que o sucedeu como imperador, também usou a religião a seu favor. Além de deificar seu irmão, Domiciano tentou ligar-se a Júpiter, o deus supremo do Império Romano, por ter o Senado decretado que o deus tinha ordenado seu governo. Os Flavianos não somente criaram religiões, eles realizaram milagres. Na passagem seguinte de Tácito, Vespasiano é registrado como curando a cegueira de um homem e outro com membros atrofiados, milagres também realizados por Jesus: Uma pessoa comum de Alexandria, bem conhecida por sua cegueira. . . implorou a Vespasiano que ele se dignasse a umedecer suas bochechas e olhos com sua saliva. Outro com uma mão doente rezou pela cura do membro pelo poder da impressão de um pé (pegada) de César. E então Vespasiano. . . realizou o que foi necessário. A mão foi imediatamente restaurada ao seu uso, e a luz do dia voltou a brilhar para o cego. (22) Os Evangelhos registram que Jesus também usou esse
método de cura da cegueira, isto é, colocando saliva nas pálpebras de um cego. "Tendo dito isto, cuspiu na terra, e com a saliva fez lodo, e untou com o lodo os olhos do cego. E disse-lhe: Vai, lava-te no tanque de Siloé (que significa o Enviado). Foi, pois, e lavou-se, e voltou vendo." João 9: 6-7 Outras histórias circulavam sobre Vespasiano que sugeriam sua divindade. Uma envolvia um cachorro perdido, trazendo e deixando cair uma mão humana aos pés de Vespasiano. A mão era um símbolo de poder para os romanos do primeiro século. Outro conto descreveu um boi entrando na sala de jantar de Vespasiano e literalmente caindo aos pés do imperador e abaixando o pescoço, como reconhecendo a quem seu sacrifício era devido. Contos circulantes que sugeriam que eles eram deuses eram sem dúvida pensados pelos Flavianos para ser um bom tônico para a plebe. Quanto mais um imperador era visto por seus súditos como sendo divino, mais fácil era para ele manter seu controle sobre eles. Os Flavianos certamente foram focados em manipular as massas. Para promover a política de"pão e circo" eles construíram o Coliseu, onde eles encenaram espetáculos com gladiadores e feras que envolviam abates em massa. Cultos imperiais que retratam os imperadores romanos como deuses e operadores de milagres parecem ter sido criados apenas porque eles eram politicamente úteis. Os cultos parecem não ter evocado emoções religiosas.
Nenhuma evidência de qualquer oferta espontânea atestando a sinceridade dos adoradores foi até hoje descoberta. A vantagem de converter a família em uma sucessão de deuses atraíram muitos imperadores romanos: 36 dos 60 imperadores de Augusto a Constantino e 27 membros de suas famílias foram elevados a posição de deuses e receberam o título de "Divus". Claro, inventores de religiões fictícias devem ter uma certo cinismo em relação ao sagrado. Vespasiano é citado em seu leito de morte dizendo: "Oh Senhor, eu devo estar me transformando em um deus!" (23) Plínio comentou sobre o cinismo que os Flavianos sentiam em relação às religiões que eles criaram. Observe a seguinte citação de Plínio entendendo que Tito se tornou um "filho de um deus". Tito deificou Vespasiano e Domiciano deificou Tito, mas apenas para que um fosse o filho de um deus e o outro o irmão de um deus. (24) O cinismo que a classe patrícia sentia em relação à religião era um tópico das sátiras do poeta romano Juvenal. Enquanto as exatas datas do nascimento e morte de Juvenal são desconhecidas, acredita-se que ele viveu durante a era dos Flavianos. Por suas preocupações com sátiras sobre Agripa e Berenice, a amante de Tito, tradicionalmente é dito que Juvenal foi banido de Roma por Domiciano. (25)
Romanos sofisticados como aqueles sobre os quais Juvenal escreveu não acreditavam nos deuses, mas na sorte e no destino. O caráter prevalecente da classe patrícia era que o mundo era governado por probabilidades cegas ou destino imutável: A sorte não tem divindade, apenas nós podemos vê-la: somos nós, nós que fazemos dela uma deusa, e colocamola nos céus. (26) A julgar pelas obras de Juvenal, muitos romanos enxergavam todas as crenças religiosas, incluindo a sua própria, como ridículas. Basta ouvir essas negações veementes, observando a face da mentira no juramento. "Ele vai jurar pelos raios do sol, pelo raio de Júpiter, pela lança de Marte, pelas flechas de Apolo de Delfos, pela aljava e flechas de Diana, a caçadora virgem, pelo tridente de Netuno, nosso pai do mar Egeu: ele jurará pelos arcos de Hércules e pela lança de Minerva, pelos arsenais do Olimpo até o último item: e se ele for pai, ele vai chorar; "Posso comer o meu próprio filho como macarrão - pobre criança! - bem cozido e temperado envolto em vinagrete!" (27) Juvenal também era cínico em relação ao judaísmo. Sua atitude em relação a religião sugere que muitos dentro da classe patrícia viram a religião e, sem dúvida, sua descendência cristã, como cultos bárbaros. ... Uma judia paralítica, estacionando sua carroça de feno lá
fora, vem implorando com um sussurro ofegante. Ela interpreta as leis de Jerusalém; ela é a alta sacerdotisa do ramo. . . Ela da mesma forma preenche a palma da mão, mas com mais moderação: os judeus vão te vender os sonhos que você gosta por algumas cervejas mistas. (28) Dado esse cinismo patrício, é estranho que tantos membros da família Flaviana fossem registrados como tendo estado entre os primeiros membros da comunidade cristã. Por que um culto judaico que defendia a mansidão e a pobreza foram tão atraentes para uma família que não praticava nenhuma delas? A tradição que liga o cristianismo precoce e a família Flaviana é baseada em evidências sólidas, mas recebeu poucos comentários de estudiosos.
O mais conhecido dos "Flavianos Cristãos" foi (Papa) Clemente I. Ele é descrito em "The Catholic Encyclopedia" como o primeiro papa sobre quem "qualquer coisa definida é conhecida", (29) e foi registrado na literatura da igreja primitiva como sendo um membro da família Flaviana.
Clemente I - Papa O papa Clemente foi o primeiro papa individualmente reconhecido pela história sobre o qual existem referências e que tenha deixado trabalhos escritos. Ele supostamente escreveu a "Epístola de Clemente aos Coríntios", citada anteriormente. Assim, Clemente é de grande importância para a história da igreja. De fato, enquanto a Enciclopédia Católica atualmente lista Clemente como o quarto "bispo de Roma", ou papa, esta não foi a afirmação de muitos estudiosos da igreja primitiva. São Jerônimo escreveu que em seu tempo "a maioria dos latinos" sustentava que Clemente havia sido o sucessor direto de Pedro. Tertuliano também sabia dessa tradição; ele escreveu: "A igreja de Roma registra que Clemente foi ordenado por Pedro. "(31) Orígenes, Eusébio e Epifânio também colocaram Clemente no começo da
igreja romana, cada um deles afirmando que Clemente havia sido o "companheiro de trabalho" do apóstolo Paulo. Estudiosos viram que a lista de papas dada por Ireneu (cerca de 125-202 EC) que o nome de Clemente como o quarto papa é suspeito e é notável que a Igreja Romana tenha escolhido usá-la como sua história oficial. Esta lista nomeia "Linus" como o segundo papa, seguido por "Anakletus" e depois Clemente. A lista vem de Irineu, que identifica "Linus o Papa" como o Linus mencionado em 2 Timóteo 4:21.(32) Estudiosos especularam que Ireneu escolheu Linus simplesmente porque ele foi o último homem que Paulo mencionou em sua epístola, que supostamente foi escrita imediatamente antes do martírio de seu próprio martírio. A proveniência do papa Anakletus pode não ser melhor. Em Tito, a epístola que imediatamente segue Timóteo no cânon, afirma-se, "o bispo deve ser irrepreensível". "Em grego, irrepreensível é anenkletus". Irineu pode não ter sabido quem foram os papas entre Pedro e Clemente, e, portanto, teve que inventar nomes para eles. Se este foi o caso, depois de criar "Linus" como o sucessor de Pedro, "Irrepreensível" como o próximo bispo de Roma, sua imaginação pode ter ido mais longe, porque o nome que ele escolheu para o sexto papa em sua lista era "Sixus".
Parece também estranho que a igreja romana tenha escolhido usar a lista de Irineu, considerando que se originou no Oriente. A ideia de que Clemente foi o segundo papa não é mais tão fraca historicamente e reflete a sequência papal que era conhecida em Roma. Talvez os membros da igreja primitiva tenham preferido não usar uma
lista afirmando que Clemente era o sucessor direto de Pedro, por causa da visão tradicional de que ele era um membro da família Flaviana. A noção de que o papa Clemente era um Flaviano foi registrada em os Atos dos Santos Nereu e Achilleus, uma obra do quinto ou sexto século baseada em tradições ainda mais antigas. Este trabalho ligou diretamente a família Flaviana ao cristianismo, um fato que é notado em "The Catholic Encyclopedia": Titus Flavius Sabinus, cônsul em 82 EC, condenado à morte por Domitiliano [irmão do imperador Tito], com cuja irmã ele havia se casado, papa Clemente é representado como seu filho nos Atos dos Santos Nereu e Achilleus. (33) O irmão de Titus Flavius Sabinus, Clemente, também estava ligado a Cristandade. Os Atos dos Santos Nereu e Achilleus afirmam que Clemente foi um mártir cristão. Acredita-se que Clemente tenha se casado com a neta de Vespasiano e sua prima em primeiro grau, Flavia Domitilla, que era ainda outra cristã "Flaviana". No caso de Flavia Domiilla há evidências existentes ligando-a ao cristianismo. O mais velho local de enterro cristão em Roma há inscrições nomeando-a como sua fundadora: Na catacumba de Domitilla existem inscrições que demonstram ter sido fundada por ela. Devido ao caráter puramente lendário desses Atos, não podemos usá-los como argumento para ajudar na controvérsia sobre se havia duas cristãs de nome Domitilla na família dos cristãos Flavianos, ou apenas uma, a esposa do Cônsul Flaviano Clemente. (34) O Talmude registra a genealogia do suposto primeiro papa do cristianismo de forma diferente do que os Atos dos
Santos Nereu e Achilleus. Registra que Flavia Domitilla, que era a mãe de Clemente (Kalonymos) não era sobrinha de Tito, mas sim sua irmã (32). Isto liga o suposto sucessor de Pedro a uma geração mais próxima de Tito, o coloca em sua própria casa. (35) Nereu e Achilleus, os autores de seus Atos, são listados dentro da "Enciclopédia Católica" entre os primeiros mártires da religião e também estavam ligados à família Flaviana. As antigas listas romanas, do quinto século, e que passaram para dentro do "Martyrologium Hiernoymianum", contêm os nomes dos dois mártires Nereu e Achilleus, cuja sepultura estava na Catacumba de Domitilla na Via Ardeatina ...
Catacumba de Domitilla - Roma
Os atos desses mártires colocam suas mortes no final do primeiro e começo do segundo século. Acordo essas lendas, Nereu e Achilleus eram eunucos e mordomos de Flavia Domitilla, a sobrinha do Imperador Domiciano. Os túmulos destes dois mártires foram encontrados em uma propriedade da senhora Domitilla; podemos concluir que eles estão entre os mais antigos mártires da Igreja Romana, e estão muito próximos da família Flaviana da
qual Domitilla, a fundadora da catacumba, foi membro. Na epístola aos romanos, São Paulo menciona um Nereu com sua irmã, a quem ele envia saudações. (36)
Nereu, Achileus e Domitilla Esta referência de Paulo a um Nereu e sua irmã é interessante. A tradição afirma que Domiciano matou vários membros da família que eram cristãos, assim como alguém chamado Acilius Glabrio, a quem uma tradição também afirma ser um cristão, tudo isto permite a conjectura de que o Nereu mencionado por Paulo pode ter sido o autor dos Atos, e que o Achilleus Domitiano pode ter sido o parceiro literário, violentamente morto, de Nereu. Outro indivíduo ligado ao cristianismo e à família Flaviana foi Berenice, a irmã de Agripa, que na verdade é descrita no Novo Testamento como tendo conhecido o apóstolo Paulo. Ela tornou-se amante de Tito e estava morando com ele na corte Flaviana em 75 EC, na mesma época em que Josefo estava supostamente escrevendo "Guerra dos Judeus". Flávio Josefo, membro adotivo da família, também teve
uma conexão com os primórdios do cristianismo. Suas obras indicam o Novo Testamento, como uma documentação histórica independente e certamente foram lidos por seus patronos imperiais. De fato, Tito ordenou a publicação de "Guerra dos Judeus". Em sua autobiografia, Josefo escreve que Tito "era tão desejoso que o conhecimento desses assuntos devem-se ser obtidos apenas desses livros, que ele afixou sua própria assinatura sobre eles e deu ordens diretas para sua publicação." Talvez a conexão mais incomum entre o cristianismo e os Flavianos, no entanto, é o fato de que Tito Flávio cumpriu todas as profecias do juízo final de Jesus. Como mencionado acima, nos paralelos entre a descrição da campanha de Tito em "Guerra dos Judeus" e as profecias de Jesus levaram os eruditos da igreja primitiva a acreditar que Cristo havia previsto o futuro. A destruição do templo, o cerco a Jerusalém com um muro, as cidades da Galileia sendo "colocadas a baixo, "a destruição do que Jesus descreveu como "a iníqua geração", etc. foram todos profetizados por Jesus e depois vieram a acontecer durante a campanha militar de Tito através da Judeia - uma campanha que, como o ministério de Jesus, começou na Galileia e terminou em Jerusalém. Assim, os Flavianos estão ligados ao cristianismo por um número incomum de fatos e tradições. Documentos da igreja primitiva afirmam categoricamente que a família produziu alguns dos primeiros mártires da religião, bem como os papas que sucederam Pedro. Os Flavianos criaram grande parte da literatura que fornece documentação para a religião, foram responsáveis pelo seu mais antigo cemitério conhecido por abrigar indivíduos nomeados no Novo
Testamento dentro de sua corte imperial. Além disso, a família era responsável pelas profecias apocalípticas de Jesus como tendo "ocorrido". Essas conexões claramente merecem mais atenção do que receberam. Alguma explicação é necessária para as inúmeras tradições que ligam um culto obscuro da Judeia à família imperial - que não incluem apenas conversões à religião, mas, se o "Atos de Nereu e Achilleus" e Eusébio devem ser acreditados, como sucessor direto de Pedro. Se o cristianismo foi inventado pelos Flavianos para ajudálos em sua luta com o judaísmo, foi apenas uma variação sobre um tema de longa data. Usar a religião para o bem do estado foi uma técnica romana usada muito antes dos Flavianos. Nas seguintes citações, que poderiam muito bem ter sido estudada pelo jovem "Titus Flavius" durante sua educação na corte imperial, Cícero não só prefigura grande parte da teologia cristã, mas também na verdade advoga para o estado convencer as massas a adotar a teologia mais apropriada para o império. Temos que persuadir nossos cidadãos de que os deuses são os senhores e governantes de todas as coisas e o que é feito, é feito pela sua vontade e autoridade; e eles são os grandes benfeitores de homens, e sabem quem é todo mundo, e o que eles fazem, e que pecados eles cometem e o que eles pretendem fazer, e com que piedade ele cumprem seus deveres religiosos. (Cícero, as leis, 2: 15-16) Roma tentou não substituir os deuses de suas províncias, mas absorvê-los. No final do primeiro século, Roma havia acumulado tantos deuses estrangeiros que praticamente
todos os dias do ano celebravam alguma divindade. Cidadãos romanos foram encorajados a dar ofertas para todos esses deuses como forma de manter a "Pax Deorum", a "paz dos deuses", uma condição que os Césares consideravam benéfica para o Império. Os romanos também usavam a religião como uma ferramenta para ajudá-los em suas conquistas. O líder do exército romano, o cônsul, era um líder religioso capaz de se comunicar com os deuses. Os romanos desenvolveram um ritual específico para influenciar os deuses de seus inimigos agirem em defesa de Roma. Neste ritual em particular, o devoto, um soldado romano sacrificava ele mesmo a todos os deuses, incluindo os do inimigo. Dessa maneira os romanos procuravam neutralizar a divina assistência de seus oponentes. Assim, quando Roma foi para a guerra com os zelotes na Judeia já havia uma longa tradição de absorver as religiões de seus oponentes. E se os Romanos inventaram o cristianismo, teria sido mais um exemplo de neutralizar a religião de um inimigo, tornando-o-a sua, ao invés de lutar contra isso. Roma simplesmente teria transformado o judaísmo militante da Judeia do primeiro século em uma religião pacifista, para mais facilmente absorvê-lo no império. De qualquer forma, é certo que os Césares tentaram controlar o Judaísmo. De Júlio César em diante, o imperador romano alegou autoridade pessoal sobre a religião e selecionou seus sumos sacerdotes. Caio Júlio César, imperador e sumo sacerdote, e
ditador envia saudação ... Eu quero que Hyrcanus, o filho de Alexandre e seus filhos. . . tenham o alto sacerdócio dos judeus para sempre ... e se a qualquer momento daqui em diante surgir qualquer dúvida sobre os costumes judaicos, eu quero que ele determinem o mesmo. . . (38) Flávio Josefo, ("Antiguidades dos Judeus", 18, 3, 93)
Imperadores romanos nomearam todos os sumos sacerdotes registrados dentro do Novo Testamento, de um círculo restrito de famílias que eram aliadas à Roma. Ao selecionar o indivíduo que determinaria qualquer questão de "costumes judaicos", os Césares estavam gerenciando a teologia dos judeus em seu próprio interesse. Claro, por qual outro caminho, um César teria conseguido gerenciar uma religião? Roma exerceu controle sobre a religião de uma forma que foi única na história de seus governos provinciais. Roma micro-administrou o judaísmo do Segundo Templo até o ponto de determinar quando seus sacerdotes podiam usar suas vestes sagradas. . . . os romanos tomavam posse das vestes do sumo sacerdote, e as depositavam em uma câmara de pedra, e elas eram entregues sete dias antes da festividade para o sumosacerdote . . . Apesar desses esforços, a política normal de Roma de absorver os deuses de suas províncias não tiveram sucesso na Judeia. O judaísmo não permitia que seu Deus fosse apenas um entre muitos, e Roma foi forçada a enfrentar uma batalha de insurreição judaica após o outra. Não tendo
conseguido controlar Judaísmo ao nomear seus sumos sacerdotes, a família imperial seria a próxima a tentar controlar a religião reescrevendo sua Torá. Eu acredito que eles deram esse passo e criaram os Evangelhos para iniciar uma versão do judaísmo mais aceitável para o Império, uma religião que ao invés de travar uma guerra contra os seus inimigos, "viraria a outra face". A teoria de uma invenção romana do cristianismo não se origina com este trabalho. Bruno Bauer, um estudioso alemão do século 19, acreditava que o cristianismo era a tentativa de Roma de criar uma religião que encorajava os escravos a aceitarem sua posição na vida. Na nossa época, Robert Eisenman concluiu que o Novo Testamento era a literatura de um movimento messiânico judaico reescrito com essa perspectiva. Este trabalho, no entanto, apresenta uma maneira completamente nova de entender o Novo Testamento. Mostrarei que os Evangelhos foram criados para serem entendidos em dois níveis. Em seu nível superficial, eles são, é claro, uma descrição do ministério de um Messias milagroso que ressuscitou dos mortos. No entanto, o Novo Testamento também foi projetado para ser entendido de outra forma, que é como uma sátira da campanha militar de Tito Flávio através da Judeia. A prova disso é simplesmente que Jesus e Tito compartilham experiências paralelas nos mesmos locais e na mesma sequência. Esses paralelos são muito exatos e complexos demais para terem ocorrido por acaso. Que este fato tenha sido negligenciado
por dois milênios se ressente de um ponto cego na observação dos estudiosos, que é tão grande quanto longo. Os Evangelhos foram projetados para tornarem-se aparentes como sátira quando eles são lidos em conjunto com a "Guerra dos Judeus". Na verdade, os quatro Evangelhos e "Guerra dos Judeus" foram criados como uma peça unificada de literatura cujos personagens e histórias interagem. Sua interação dá a muitos dos ditos de Jesus um significado cômico e também cria um uma série de quebracabeças cujas soluções revelam as reais identidades das personagens do Novo Testamento. Entendendo o Novo Testamento a nível satírico revela, por exemplo, que os apóstolos Simão e João foram sátiras cruéis de Simão e João, os líderes da rebelião dos judeus. Ao longo deste trabalho eu me refiro ao ministério de Jesus como uma sátira da Campanha militar de Tito. Eu faço isso porque o ministério foi baseado nessa campanha e foi destinado a ser visto como satírico quando enxergado por essa perspectiva. No entanto, a relação entre esses dois "ministérios" não eram simplesmente satíricos. Vou mostrar que o ministério de Jesus foi projetado para provar que ele era o Malaquias, ou mensageiro, do "verdadeiro" Messias - Tito Flávio. Malaquias significa "meu mensageiro" em hebraico e foi usado como cognome para o profeta Elias. Isto é porque a profecia judaica predisse que o Messias seria precedido pelo aparecimento de Elias, que atuaria como o mensageiro de sua vinda iminente.
"Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor;"... Malaquias 4:5 Para mostrar que o ministério de Jesus foi um precursor da campanha de Tito os autores do Novo Testamento e "Guerra dos Judeus" usaram "tipologia", uma técnica que funciona em toda a literatura judaica. Incidentes chaves do ministério de Jesus foram criados para serem vistos como o "tipo", ou base profética, para eventos da campanha de Tito e, assim, "provar" que Jesus havia sido o "Malaquias de Tito". Eu também mostrarei que Josefo falsificou as datas dos eventos em "Guerra dos Judeus" para criar a impressão de que as profecias de Daniel aconteceram durante a guerra entre os romanos e os judeus. Isto foi feito para fornecer "prova" para a afirmação do Novo Testamento, em seu nível superficial, que o "Filho de Deus" previsto por Daniel era Jesus. As histórias de Josefo e do Novo Testamento são talvez as obras mais escrutinadas na literatura e encorajam o ceticismo da minha alegação de ter descoberto uma nova maneira "verdadeira" de entende-las. Ao longo dos tempos, o Novo Testamento tem sido um caleidoscópio intelectual dentro do qual as profecias e códigos fantásticos muitas vezes foram "descobertos". Reivindicações extraordinárias exigem evidência de prova, e eu não apresentaria este trabalho se não pudesse cumprir esse critério.
No entanto, foi o caso que os Flavianos possuíam tanto a motivação como a capacidade de criar uma versão do judaísmo alinhado com seus interesses. Qualquer pesquisador honesto da origem do cristianismo deve, portanto, pelo menos considerar a possibilidade dos Flavianos haverem produzido os Evangelhos. Além disso, o núcleo das profecias de Jesus - a vilas galileanas "postas abaixo", Jerusalém cercada por um muro, o templo haver sido deixado sem uma única pedra sobre outra, e a "geração perversa" destruída todos compartilham uma característica. Cada uma é uma vitória militar da família Flaviana. Assim, o princípio mais citado de que a história é escrita pelos vencedores sugere que essa família deve ser o primeiro grupo por nós investigada. É por isso que devemos tentar entender os Evangelhos como eles haverem sido compilados por alguém familiarizado com a conquista da Judeia, por Tito Flávio, imperador de Roma. E sob essa perspectiva, um significado completamente diferente dos Evangelhos se torna visível. "Eles proclamam a divindade de César."
CAPÍTULO 2
Pescadores de homens: homens que foram pegos como peixes
Para começar a explicar a relação entre o ministério de Jesus e a campanha de Tito que minha análise indica como sendo uma sátira, eu aponto para as seguintes passagens. No Evangelho de Mateus, Jesus é descrito no início de seu ministério pedindo a Simão e André e aos "filhos de Zebedeu" -"siga-me" e se tornaram "pescadores de homens". A partir desse momento Jesus começou a pregar. "Arrependam-se", disse ele "pois o Reino dos Céus está agora bem próximo". E Jesus, andando junto ao mar da Galileia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores; E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Mateus 4:18,19
A mesma história é representada no Evangelho de Lucas da seguinte maneira: "Pois que o espanto se apoderara dele, e de todos os que com ele estavam, por causa da pesca de peixe que haviam feito. E, de igual modo, também de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram companheiros de Simão. E disse Jesus a Simão: Não temas; de agora em diante serás pescador de homens."
Lucas 5:9,10 Em outra passagem do Novo Testamento, Jesus prevê que cidades no Lago Genesaré (mais conhecido como Mar da Galileia) enfrentariam muitas tribulações por sua maldade. "Ai de ti, Corazim! ai de ti, Betsaida! porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependido, com saco e com cinza. Por isso eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidom, no dia do juízo, do que para vós. E tu, Cafarnaum, que te ergues até ao céu, serás abatida até ao inferno; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje." Mateus 11:21-23 Em "Guerra dos Judeus", Josefo descreve uma batalha no mar onde os romanos pegaram os judeus como peixes. A batalha ocorreu em Genesaré, onde Tito atacou um bando de rebeldes judeus comandados por um líder chamado "Jesus". Este mar é chamado pelo povo do país como "O Lago de Genesaré" . . eles tinham um grande número de navios. . . e eles estavam tão equipados, que eles poderiam empreender um luta. Mas como os romanos estavam
construindo um cerco em torno do acampamento, de Jesus e de seus seguidores. . . investiram sobre eles. . . . Às vezes os romanos saltavam em seus barcos com espadas nas mãos e os matavam; mas quando alguns deles ficavam em frente aos seus navios, os romanos os abalroavam pelo meio, e destruíam de uma só vez seus barcos e aos que estavam a bordo deles. E para aqueles que estavam se afogando no mar, se eles levantavam suas cabeças acima da água, eles eram mortos por lanças ou capturados pelos dos navios; mas se, no caso desesperador em que eles se encontravam, tentassem nadar para seus inimigos, os romanos cortavam suas cabeças ou as suas mãos . . . (39)
Uma moeda de “Guerra da Galileia” do século II (AD) encontrada em Gadara com o termo latino naumachia derivado de uma palavra grega que significa batalha naval.
Qualquer camponês do primeiro século que tivessem ouvido a profecia do juízo final de Jesus, que descreve o que seria dos habitantes das cidades do Lago de Genesaré, e também ouvisse a passagem acima de "Guerra dos Judeus", que descreve sua destruição, teriam entendido a justaposição como evidência da divindade de Cristo. O que Jesus tinha profetizado, Josefo registrou como tendo ocorrido. Mas um camponês ignorante não poderia ter entendido que houve outra "profecia" que aconteceu dentro das passagens acima. Estou me referindo à exortação de Cristo para tornarem-se "pescadores" ou "apanhadores" de homens, enquanto estava no lugar onde os judeus seriam "apanhados" como peixes durante a próxima guerra com Roma. No entanto, qualquer patrício que conhecesse os detalhes da batalha no mar em Genesaré teria visto a ironia em um Messias que era chamado "Salvador" inventando a frase "pescadores de homens" enquanto estava na praia, onde os judeus foram "pegos" como peixes. A sátira cruel é autoevidente. Estas duas profecias "cumpridas" exemplificam os dois níveis sobre os quais o Novo Testamento pode ser entendido. A profecia de Jesus quanto à destruição de Corazim e Cafarnaum é completamente simples e destinada a ser entendida literalmente. A outra profecia "cumprida" que foi a predição de Jesus de que seus seguidores se tornariam pescadores de homens, não é tão simples. Só poderia ser entendida por alguém que,
como os membros da corte Flaviana, tinham conhecimento dos detalhes da batalha naval entre os romanos e os pescadores judeus em Genesaré. Somente tais indivíduos poderiam ter visto a ironia profética em Jesus usando a expressão, quando estava na praia onde muitos judeus mais tarde seriam pegos como peixes. Se os autores dos Evangelhos não fossem tão transparentes quando se referiam aos rebeldes judeus como peixes, eles o eram pelo menos quando usavam uma metáfora comum no primeiro século. Por exemplo, Rabban Gamaliel (Rabino-chefe) falou de seus discípulos através de uma parábola na qual eles foram comparados a quatro tipos diferentes de peixe - um peixe sujo, um peixe limpo, um peixe do rio Jordão e um peixe do mar. Autores romanos também usaram a metáfora. Juvenal, poeta romano da época, compara especificamente escravos fugitivos e informantes a peixes. (40) A estrutura da comédia é importante. Jesus fala de "apanhar homens" em um sentido aparentemente simbólico. Josefo então registra que Jesus foi de fato um profeta "verdadeiro" quando sua visão de "apanhar homens" em Genesaré aconteceu, sendo que a sátira é que isso aconteceu literalmente, e não da maneira simbólica que Jesus parecia teria querido dizer com a frase. Essa é a estrutura mais comum do "humor" satírico criado pela leitura do Novo Testamento em conjunto com "Guerra dos Judeus". Se o Novo Testamento e a Guerra dos Judeus se encaixam em uma comédia interativa sobre "pesca" de homens em
Genesaré, eles também trabalham para criar outra sátira envolvendo "peixe". Como mencionado acima, em Mateus 11:23 - Jesus predisse "ai de ti Corazim". (41) Os estudiosos sempre presumiram que Jesus estava se referindo à aldeia de pescadores da Galileia. Josefo, no entanto, deu uma definição diferente para a palavra "Corazim". O país que também se encontra defronte este lago tem o mesmo nome: Genesaré . . . Alguns pensaram que fosse uma veia do Nilo, porque produz o peixe Coracin bem como o lago que fica perto de Alexandria.(41) Assim, enquanto no Mar da Galileia Jesus predisse para Corazim, e disse que daqui em diante seus discípulos o seguiriam e se tornariam pescadores de homens. A experiência de Tito foi estranhamente paralela às profecias de Jesus em que ele literalmente trouxe para ali Corazinianos e seus soldados literalmente os perseguiram e se tornaram "pescadores de homens". Isto é, eles "pescavam" os habitantes da vila nomeada pelo peixe Coracin. Se a ironia de justaposição do início do ministério de Jesus e da campanha de Tito foi criada deliberadamente, aparentemente resultou do fato de que Tito viu o humor em sua "pesca" de Corazinianos, enquanto tentavam nadar em segurança. Os exemplos anteriores, em si e por si, não são convincentes da evidência de que existe um paralelo deliberado entre o ministério de Jesus e a campanha de Tito. Afinal, é bem possível que tenha sido apenas uma coincidência infeliz que Jesus escolheu a praia em Genesaré como o local onde ele descreveu seu futuro ministério como pescador de homens.
Eu apresento este exemplo dos dois níveis de interpretação que são possíveis enquanto se lê o Novo Testamento em conjunção com "Guerra dos Judeus", porque ocorre perto do início das narrativas de Jesus e de Tito. Eu mostro abaixo que a sequência de eventos que ocorrem no Novo Testamento em "Guerra dos Judeus" têm um significado até então não compreendido. No entanto, os paralelos que existem entre as experiências de Jesus e Tito em Genesaré não se limitam a "pescar" homens. A primeira parte da declaração de Jesus é "Sigame" e "Não tenham medo". Quando se lê a passagem de Josefo em que os judeus eram "capturados" também é registrado que aos soldados que fizeram a "captura" teria sido dito para não terem medo por de fato "seguirem" alguém. Enquanto os próximos trechos mostram, que a pessoa que está sendo seguida era Tito, que diz às suas tropas que não deveriam ter medo. "Pois vocês sabem muito bem que eu entro em perigo primeiro, e faço o primeiro ataque ao inimigo. Não me abandonem, mas persuadi-vos de que Deus estará ajudando no meu início. "(42) "E assim Tito fez seu próprio cavalo marchar primeiro contra o inimigo." (43) "Tão logo Tito dissera isso, ele saltou sobre o seu cavalo e cavalgou até o lago; e ele marchou e entrou na cidade a frente de todos, e assim todos o seguiram." (44) Assim, Josefo apontou três vezes que Tito foi o primeiro na batalha. E que novamente, os soldados romanos fariam a
"pescaria", "literalmente" seguindo Tito, criando outro paralelo conceitual com Jesus. De fato, a passagem do Novo Testamento acima, na qual Jesus pede a seus discípulos "sigam-me" e a passagem de Josefo na qual Tito pede a suas tropas para segui-lo, para que possam se tornar pescadores de homens têm vários outros paralelos. Como Jesus, Tito foi enviado por seu pai. "Então ele enviou seu filho Tito para Cesareia, para que ele liderasse o exército que estava em Citópolis (hoje BeteSeã)." (45)
Citopolis - Hoje Bete-Seã
Mar da Galileia
Decapolis e suas cidades
Embora não seja incomum seguir um líder em batalha, e eles haverem sido enviados por seus pais, Tito, novamente como Jesus em Genesaré, está de certo modo começando seu "ministério" lá. Ele afirma que a batalha seria seu "início". "Portanto, não me abandonem, mas persuadi-vos que Deus estará ajudando no meu início. " A palavra grega que Josefo usa aqui, *"horme" significa "início" em português, isto é, um assalto ou um ponto de partida. Da perspectiva de Tito o momento podia ser visto como um ponto de partida, porque era sua primeira batalha na Galileia, inteiramente sob seu comando. *Horme / ˈ h ɔːr m i / ( grego antigo : Ὁρμή ) é o espírito grego personificando a atividade energética, impulso ou esforço (fazer alguma coisa), ânsia, colocando-se em movimento, e iniciando uma ação, e particularmente na batalha.
Resumindo, embora houvessem milhares de outros possíveis locais, onde se poderia dizer que, tanto Jesus como Tito teriam como o início de suas narrativas, foi em Genesaré, e de uma maneira que envolvia "pescaria de homens" - paralelos que são incomuns o suficiente para pelo menos permitir a comparação entre Tito e Jesus no "Mar" da Galileia, questionando se eles foram ou não produto da coincidência. Anteriormente, os paralelos entre Jesus e Moisés, são da mesma natureza que a relação tipológica mostrado acima. As conexões entre Jesus e Tito são compostas de conceitos paralelos, locais e sequências. Além disso, esses paralelos devem ser vistos em conjunto com os paralelos históricos entre Jesus e Tito. Jesus previu que o Filho do Homem viria à Judeia antes da geração que
o crucificaria houvesse passado, cercaria Jerusalém com um muro e, em seguida, destruiria o templo, não deixando uma pedra sobre outra. Tito era o único indivíduo na história que poderia ser dito como havendo sido cumpridor das "profecias" de Jesus" sobre o "Filho do Homem". Ele veio para Jerusalém antes da geração que o havia crucificado houvesse passado, cercou à Jerusalém com um muro e mandou demolir o templo. As sobreposições entre as profecias de Jesus e as realizações de Tito tornam os paralelos entre "pescadores de homens" mais difíceis de aceitar como aleatórios. E este é apenas o começo dos paralelos estranhos entre os dois homens que se chamavam "Filhos de Deus" e cujos "ministérios" começaram na Galileia e terminaram em Jerusalém. Vejam a tabela abaixo:
TITO E JESUS NO "MAR" DA GALILEIA TITO Correspondências JESUS (Guerra 3,10,2) Descreve esta batalha como começo do seu comando do exército “…ele enviou seu filho Tito para Cesareia…” (Guerra 3,9,7)
Início das Campanhas
Inicio do Ministério de Jesus
Enviados pelos seus pais
Enviado por seu Pai Celestial
“…entrou na cidade à frente de todos e assim todos o seguiram…” (Guerra 3,10,15) “…vocês sabem muito bem que eu entro em perigo primeiro, portanto não me abandonem…” “…aqui se produz o peixe coracim…” (Guerra 3,10,8) Em “Guerra dos Judeus” Josefo descreve um Jesus como líder dos rebeldes no Mar da Galileia. “…quando os judeus caiam de seus barcos” “quando estavam se afogando no mar… e tentavam nadar para seus inimigos, os romanos, eles os “pescavam” e cortavam suas cabeças ou mãos” (Guerra 3,10,8 item 527)
“E, levando os barcos para terra, deixaram tudo e o seguiram.” (Lucas 5:11) Tranquilizam-nos para não “E disse Jesus terem medo a Simão: Não temas…” (Lucas 5:10) Seus seguidores os acompanham
Referências a Corazim
“…Ai de ti Corazim…” (Mateu 11:21)
Presenças de “um Jesus”
O “outro” Jesus é o líder dos discípulos no “Mar” da Galileia.
“Pesca” de homens
"Eu vou fazer de você pescadores dos homens” (Mateus 4:19)
CAPÍTULO 3
O filho de Maria que foi um sacrifício de Páscoa
Para entender os paralelos entre o ministério de Jesus e as obras de Tito, foi necessário fazer uma série de descobertas, cada novo "insight" foi fornecendo a capacidade de realizar o próximo. Este processo começou quando me deparei com a seguinte passagem em "Guerra dos Judeus" e que os paralelos entre o "filho de Maria" descrito nela e o "filho de Maria" nos Evangelhos eram muito precisos para haverem sido mero produto da circunstância. Enquanto os leitores podem julgar essa afirmação por si mesmos, deve ser observado que Josefo escreveu durante uma época em que a alegoria era considerado como uma ciência. Esperava-se que leitores instruídos pudessem compreender outro significado dentro da literatura religiosa e histórica. O apóstolo Paulo, por exemplo, afirmou que passagens das Escrituras Hebraicas eram alegorias que anunciavam o nascimento de Cristo. Eu acredito que Josefo esta usando a passagem seguinte para revelar algo sobre Jesus. A passagem começa com Josefo falando na primeira pessoa. Ele descreve a dificuldade que ele tem em escrever
sobre um excepcional evento, emocionalmente macabro, causado pela fome que ocorreu durante o cerco romano a Jerusalém. Mas por que eu descrevo a impudência desavergonhada que a fome levou os homens a comerem coisas inanimadas, enquanto eu vou relatar de fato outra questão semelhante, à qual nenhuma história se relaciona? É horrível falar sobre isso e incrível quando ouvido. Eu teria de bom grado omitido esta calamidade de nós, pois eu não poderia entregar algo tão grave para a posteridade, porém eu tenho inumeráveis testemunhas a respeito disso em minha própria época. (47) Ele então descreve o evento: Havia uma certa mulher que morava além do Jordão, o seu nome era Maria; seu pai era Eleazar, da aldeia Bethezob, que significa a casa de Hissopo. Ela era de família eminente e rica e fugiu para Jerusalém com o resto da multidão, e estavam por lá quando foi sitiada. Os outros efeitos deste acontecimento com essa mulher já foram conhecidos, assim eu quero dizer, o que ela trouxe consigo da Pereia e foi removido para a cidade. O que ela tinha estimado além, como também a comida que ela havia planejado salvar, também foram levados pelos serventes vorazes, que vinham todos os dias correndo a sua casa para aquele propósito. Isso causou à pobre mulher um grande sofrimento, e pelas frequentes reprovações e imprecações ela se lançou sobre esses vilões vorazes, ela provocou sua raiva contra ela; mas nenhum deles, seja pela indignação que ela havia levantado contra si mesma, ou por comiseração de seu caso, tiraria sua vida; e
se ela encontrava qualquer alimento, ela percebeu que seus esforços eram para os outros, e não para si mesma; e agora tornou-se impossível para ela de qualquer maneira obter mais comida, enquanto a fome traspassa suas próprias entranhas e medula, quando também seu sofrimento foi elevado a um ponto além da própria fome; ela não levou em consideração qualquer outra coisa, além do sofrimento e necessidade que ela tinha em seu interior. Ela então tentou algo muito antinatural; e arrebatando o filho, que era uma criança mamando em seu peito, ela disse: "Ó tu infeliz infante! para que devo preservar-te nesta guerra, nesta fome, e nesta sedição? Quanto à guerra com os romanos, se eles preservam nossa vidas, seremos escravos. Essa fome também nos destruirá mesmo antes que a escravidão venha sobre nós. No entanto, esses ladinos sediciosos são mais terríveis do que os outros. Venha; sê tu a minha comida, e sê tu uma punição para estes serventes sediciosos, e um exemplo para o mundo, que é tudo o que agora está faltando para completar as calamidades para nós judeus. Assim que ela disse isso, ela matou seu filho e depois assouo e comeu a metade dele e guardou a outra metade para ela escondida. Depois disso, passado pouco tempo, os sediciosos vieram e sentido o cheiro horrível desta comida, eles ameaçaram-na de que cortariam sua garganta imediatamente se ela não mostrasse a comida que ela preparara. Ela respondeu que tinha guardado uma parte muito boa para eles, e assim que descobriram o que restava de seu filho. Nesse ponto, suas mentes foram tomadas por um horror e espanto da mente, e ficaram atônitos com o que viram, quando ela lhes disse: "Este é meu próprio filho, e fui eu mesma que preparei! Venham, comam desta comida; porque eu mesma comi! E vocês não finjam ser mais ternos
do que uma mulher ou mais compassivos que uma mãe; mas se vocês forem tão escrupulosos, e abominarem este meu sacrifício, como eu já havia comido a metade, deixem que eu reserve o resto para mim também ". Depois disso esses homens saíram tremendo, e nunca foram tão apavorados com qualquer outra coisa como eles estavam nesse momento, e com alguma dificuldade eles deixaram o resto daquela carne para a mãe. (48) Eu observaria primeiro que, embora a passagem possa ter sido baseada em um evento real, Josefo parece ter inventado o diálogo. Não há testemunhas do discurso que Maria dá antes de matar o filho. É claro que é improvável que uma mãe tenha matado e comido seu filho na presença de outros. Para ver a sátira que está dentro dessa passagem, é preciso primeiro entender a colocação na frase da palavra "Bethezob", que significa a "Casa de Hissopo". Beth é a palavra hebraica para "casa" e *Ezob é a palavra hebraica para "hissopo", sendo que hissopo foi a planta que Moisés ordenou aos israelitas a usar ao marcar suas casas com o sangue do cordeiro pascal sacrificado. Esta marca identificou as casas por onde "Anjo da Morte" passaria". *Ezov ( hebraico : ) אזובé o nome hebraico clássico de uma planta mencionada na Bíblia no contexto de rituais religiosos. Em algumas Bíblias em inglês, a palavra é transliterada como ezob. A Septuaginta traduz o nome como hσσωπος hyssop , e as traduções inglesas da Bíblia geralmente seguem essa tradução. A palavra hebraica אזובe a palavra grega ὕσσωπος provavelmente compartilham uma origem comum (desconhecida). Na Bíblia, ezov é descrito como uma pequena planta encontrada nas paredes ou perto delas , com um odor aromático.
"Então Moisés chamou os anciãos de Israel e disselhes: Escolham e levem cordeiros para si mesmos de acordo com a suas famílias e sacrifiquem como "Cordeiro Pascal". E vocês devem tomar um maço de hissopo, mergulhá-lo no sangue que está na bacia, e bater com ele no lintel e nos dois batentes das portas, com o sangue que está na bacia. . . (49) A frase "Casa de Hissopo", portanto, traz à mente o primeiro "Sacrifício de Páscoa". Outra afirmação nesta passagem também pode ser vista como relacionada ao "Sacrifício de Páscoa". Depois de matar seu filho, a mulher assa o corpo. Nas instruções de Deus a Moisés sobre como preparar o "Sacrifício de Páscoa, Deus ordenou o seguinte: "Não devem comê-lo cru, nem cozido em água, mas sim assado no fogo - fazendo isto também com a cabeça, com suas pernas e suas entranhas ". (50) Assim, analisando na passagem em "Guerra dos Judeus", o filho de Maria pode ser visto como um cordeiro pascal simbólico. Esse é o mesmo método usado pelo autor do Novo Testamento, que também denota o simbólico cordeiro da Páscoa, combinando uma referência ao hissopo com uma instrução para Moisés sobre a preparação do cordeiro pascal - que nenhum de seus ossos será quebrado. "Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja, e, pondo-a num hissopo, chegaramna à boca. E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.
Os judeus, pois, para que no sábado não ficassem os corpos na cruz, visto como era a preparação (pois era grande o dia de sábado), rogaram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas, e fossem tirados. Foram, pois, os soldados, e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que como ele fora crucificado; Mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas." João 19:29-33 Identificando Jesus com o cordeiro simbólico da Páscoa em sua crucifixão, continua um tema iniciado na ceia da Páscoa onde Jesus pediu aos discípulos que comessem da sua carne. "E, comendo eles, tomou Jesus pão e, abençoando-o, o partiu, o deu, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo." Marcos 14:22 Existe, então, um paralelo entre o filho de Maria do Novo Testamento que pede que seu corpo seja comido e o filho de Maria descrito por Josefo, que realmente tem sua carne comida. Josefo liga a Maria descrita em sua passagem com Maria (mãe de Jesus) no Novo Testamento com outro dos detalhes que ele registra.
Ele descreve a fome - como "Winston" traduz acima - como tendo "traspassado as próprias entranhas de Maria." No Novo Testamento, sendo "traspassada" é predito para apenas uma pessoa, a mãe de Jesus, Maria: "E Simeão os abençoou, e disse a Maria, sua mãe: Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel, e para sinal que é contraditado (E uma espada traspassará também a tua própria alma); para que se manifestem os pensamentos de muitos corações." Lucas 2:34,35 O fato é que o Maria do Novo Testamento e a Maria na "Guerra dos Judeus" terem ambos o coração perfurado, que eu saiba, nunca fora notado por nenhum outro estudioso. A razão para este descuido é notável. Estudiosos não notaram o paralelo entre as duas Marias porque ele é mais conceitual do que linguístico. No Novo Testamento as palavras gregas que compõem a frase são "dierchomai psuche" enquanto que na guerra dos judeus eles são "dia splanchon". Embora as palavras que indicam perfuração, dia (51) e dierchomai, sejam linguisticamente relacionados (o verbo "dierchomai" tendo a preposição dia como parte de seu tronco), as palavras usadas para descrever a parte de Maria que fora perfurada - "psuche" e "splanchon" - são diferentes. "Psuche", (53) a palavra acima é traduzida no Novo Testamento como "alma" também pode significar "coração" ou "a sede das emoções". "Splanchon", a palavra grega que Josefo usa para descrever a parte de Maria que foi perfurada, é traduzido acima como "entranhas", mas é de fato um sinônimo de "psuche", e pode significar "partes
internas", especialmente o coração, pulmões, fígado e rins, ou, também "psuche", pode significar "a sede das emoções. "Os estudiosos não enxergaram esse paralelo conceitual entre as duas Marias simplesmente porque foi criado usando-se palavras diferentes, mesmo que as palavras signifiquem a mesma coisa. Em outras palavras, se um profeta previsse que "na próxima semana um cachorro iria morder um carteiro "e um historiador registrasse que durante essa semana" um "viralatas" afundou seus dentes em um transportador de cartas "a profecia", na verdade, cumpriu-se embora o profeta e o historiador usassem palavras diferentes para descrever o evento. O conceito que o profeta previu foi o mesmo que o historiador registrou. A "profecia cumprida" do "carteiro mordido" não pode ser vista através de uma análise das palavras individuais que o historiador e o profeta tenham usado. Da mesma forma, o sistema satírico que existe entre o Novo Testamento e "Guerra dos Judeus" não pode ser enxergado pela análise de suas palavras individuais e nuances de gramática. O sistema é feito de conceitos paralelos, não palavras paralelas. Observe também que o paralelo "perfuração de coração" das duas Marias são profeticamente lógicos. Isto é dizer que a Maria no Novo Testamento é predita a ter seu coração "perfurado" no futuro e a Maria na "Guerra dos Judeus", que ocorreu mais tarde, foi aquela que cumpriu essa profecia. Se o Novo Testamento tivesse declarado que o coração de Maria havia sido perfurado, então a lógica dessa profecia teria sido contraditada. E observe também
que a afirmação no Novo Testamento, embora inócua, é uma profecia. Uma razão pela qual o nível satírico do Novo Testamento permaneceu invisível é porque os eruditos falharam em reconhecer as muitas, igualmente, inofensivas profecias do Novo Testamento que são cumpridas em "Guerra dos Judeus". Josefo, assim, descreveu uma Maria que cumpriu a profecia feita para a Maria do Novo Testamento, em que ela foi "perfurada através do coração". "Como esta Maria é da Casa de Hissopo "e o seu filho é um "sacrifício" que foi "assado" e sua carne foi comida, ele pode certamente ser comparado a um cordeiro pascal humano, como o que é descrito no Novo Testamento. O uso de Josefo da palavra "splanchon" também se baseia neste tema - "splanchon" sendo a palavra grega que era usada para descrever as partes de um animal sacrificado reservadas para serem comidas pelos sacrificantes no início de sua festa. Ainda outro detalhe registrado por Josefo também liga esta passagem ao Novo Testamento. Josefo dá o nome do pai de Maria como Eleazar, que em grego é Lázaro, o nome do indivíduo que Jesus ressuscitou dos mortos. Para resumir, dentro dessa curta passagem, Josefo usou numerosos conceitos e nomes que são paralelos aos associados com o cordeiro simbólico da Páscoa do Novo Testamento. Estes são: mãe chamada Maria; o fato de que esta Maria foi perfurado através do coração; um filho de Maria; hissopo; um filho que é um sacrifício; um filho cujo carne é comida; um filho que se tornará um "perfeito
exemplo para o mundo", uma das instruções de Moisés a respeito do cordeiro da Páscoa; um indivíduo chamado Lázaro (Eleazar); e Jerusalém como a localização do incidente. É improvável que haja outra passagem em toda a literatura que contenha, por acaso, metade do número de paralelos quanto essa, com um conceito tão singular quanto o cordeiro pascal do cristianismo. Quando eu por primeiro reconheci esses paralelos eu senti que a explicação mais simples para tal agrupamento improvável era que ele havia sido deliberadamente criado e que, portanto, a passagem era uma sátira de Jesus. Para argumentar contra essa proposição, é preciso aceitar essa ideia de que Josefo inconscientemente registrou esses paralelos com tal detalhe dentro uma passagem de menos de duas páginas. No entanto, porque Josefo escreveu "Guerra dos Judeus" enquanto vivia na corte da Flávia, um lugar onde o cristianismo floresceu, e foi um dos poucos historiadores a ter registrado a existência de Jesus, ele parece estar entre os autores menos provável que tenha gravado uma sátira de Cristo acidentalmente. Por exemplo, se a passagem em questão tivesse ocorrido dentro de um trabalho de Tolstoi, haveria praticamente um acordo completo de que foi uma sátira deliberada. E observe que quando visto de tal perspectiva, a passagem certamente seria vista como cômica, sendo a ironia autoevidente de um Messias que instrui seus seguidores a simbolicamente "comer da minha carne" por realmente ter sua carne comida por sua mãe. Vou mostrar em um capítulo posterior que a passagem de Josefo ainda é compartilhada com outro paralelo com a vida
de Jesus, aquela da "boa porção de Maria que não foi tirada dela"- um paralelo que quando visto em combinação com as mencionadas acima coloca a proposição de que Josefo, estava intencionalmente satirizando Jesus além da dúvida. Se Josefo estava satirizando Jesus, qual era o seu propósito? A explicação óbvia é que ele escreveu a passagem para divertir um grupo no qual a sátira não seria perdida: ele teria criado para ser apreciada pelos Flavianos e seu círculo íntimo. Esta conclusão é especialmente plausível à luz do fato de que havia indivíduos dentro da corte Flaviana que estavam cientes do cristianismo, na época em que Josefo publicou "Guerra dos Judeus". Além disso, havia quatro colegiados em Roma que eram responsáveis por supervisionar as religiões dentro do império. Porque a religião era uma importante ferramenta do Estado, esses colegiados tinham considerável poder. De Augusto em diante, o imperador era membro de todos os quatro colegiados, um dos quais, o "Quindecimviri Sacris Faciundis", foi responsável pela regulamentação de cultos estrangeiros em Roma. Todos os imperadores Flavianos vivos foram membros deste colegiado e teriam categorizado o cristianismo como um culto estrangeiro durante esta era. Além disso, a razão mais óbvia para acreditar que os Flavianos estavam familiarizados com o cristianismo é que grande parte do Novo Testamento está relacionado com a família. Os Flavianos foram responsáveis pelo cumprimento de todas as profecias do juízo final de
Jesus - a destruição do templo, o cerco a Jerusalém com um muro, as cidades da Galileia sendo abatidas, e a destruição do que Jesus descreve como a "geração perversa". A amante de Tito, Berenice, e Tibério Alexandre, seu chefe de gabinete durante o cerco a Jerusalém, são realmente nomeados dentro do Novo Testamento. Um culto cujo cânon profetizou as realizações dos Flavianos, pessoas nomeadas dentro de seu círculo interno, que na verdade tinha sido conversos dentro da família imperial certamente teriam sido examinados durante uma era em que a regulamentação da religião era tão importante que o próprio imperador era envolvido com isso. Tito é conhecido por ter revisado "Guerra dos Judeus". Como observado acima, Josefo escreveu que Tito desejava que "o conhecimento desses assuntos deveria ser retirado apenas desses livros, nos quais ele afixou sua própria assinatura. "Assim, Tito certamente teria lido a passagem descrevendo a Maria que comeu seu filho e, considerando as tradições que conectam sua família ao cristianismo, poderia muito bem ter mantido seus paralelos irônicos com a mãe de Jesus. Novamente, embora Jesus pareça estar falando simbolicamente quando fala de ter sua carne comida como um sacrifício de Páscoa, na história de Josefo, vemos um interpretação literal das palavras de Jesus, que as transforma em "negras histórias em quadrinho". Se a passagem é uma sátira de Jesus, uma série de declarações que Josefo faz dentro dela podem ser vistas como de duplos sentidos. O leitor precisa apenas ler essas declarações na perspectiva de que os Flavianos tenham inventado o cristianismo e seu significado
satírico tornar-se-a óbvio. Alguns deles são encontrados na narração de Josefo: ". . . Mas por que eu descrevo a impudência desavergonhada que a fome levou os homens a comerem coisas inanimadas, enquanto eu vou relatar de fato outra questão semelhante, à qual nenhuma história se relaciona? É horrível falar sobre isso e incrível quando ouvido. Eu teria de bom grado omitido esta calamidade de nós, pois eu não poderia entregar algo tão grave para a posteridade, porém eu tenho inumeráveis testemunhas a respeito disso em minha própria época. ..." Mas o mais importante jogo de palavras é encontrado dentro do posicionamento de Maria sobre "a criança miserável", no qual ela afirma: "...Venha; sê tu a minha comida, e sê tu uma punição para estes serventes sediciosos, e um exemplo para o mundo, que é tudo o que agora está faltando para completar as calamidades para nós judeus." Como sugeri, esta citação parece ter sido inventada por Josefo. Não só não havia testemunhas para ouvi-la, mas ela é, em sua essência, duvidosa. Será que uma mãe que comera seu filho, realmente gostaria que ele se tornasse um "exemplo para o mundo"? Além disso, as palavras de Maria parecem incoerentes. Por que seu filho se tornaria uma "punição" para os "serventes" - isto é, os rebeldes judeus contra Roma - sendo canibalizado? E por que isso "completaria a calamidade de nós judeus"? Dentro do contexto de uma sátira de Jesus o significado
da frase fica clara. O autor não está meramente ridicularizando a Cristo. Ele está afirmando que Jesus vai "completar a calamidade" dos judeus pois tornando-se um "exemplo para o mundo" a propagação do cristianismo vai "completar" a destruição dos judeus. Essa interpretação indica que o cristianismo foi projetado para promover o anti-semitismo - um conceito que é pelo menos plausível, historicamente. Um culto que produzisse o anti-semitismo teria ajudado Roma impedir os judeus messiânicos de espalhar sua rebelião e os castigaria envenenando seu futuro. O Novo Testamento tem numerosas passagens que parecem deliberadamente pretender que os cristãos odiassem os judeus. Embora cristão apologistas tentem explicar tais passagens, existem exemplos claros desta técnica em todo o Novo Testamento. O mais famoso, ocorre no Evangelho de Mateus, no qual Pilatos, depois de ter "lavado as mãos do sangue desta pessoa" diz aos judeus que eles, e não as autoridades romanas, devem ser os únicos responsáveis por crucificar a Cristo. Os judeus responderam assim: "... todas as pessoas responderam e disseram: "Seu sangue será sobre nós e sobre nossos filhos." (54) Alguns estudiosos especularam que os redatores cristãos posteriores inseriram as passagens anti-semitismo no Novo Testamento fora do contexto de ódio pelas pessoas que
haviam crucificado seu salvador. Minha interpretação da passagem acima sugere o contrário: O Novo Testamento foi projetado para promover o anti-semitismo. Se o cristianismo tivesse sido criado pelos Flavianos para "completar as calamidades "dos judeus, por que os inventores da religião criaram um Messias que era um cordeiro pascal simbólico? O simbolismo de (João 19) e a passagem de Josefo que temos analisado, mostram os cordeiros simbólicos da Páscoa, ambos derivados do (Êxodo 12), onde Deus diz a Moisés e Araão de como observar a Páscoa "ao longo de suas gerações": "...Esta é a ordenança da Páscoa: nenhum estrangeiro a comerá. Mas o servo de todo homem que é comprado por dinheiro, e quando você o circuncidar, ele poderá comê-lo. Em uma casa em que será comido; você não deve levar nada da carne para fora da casa, nem você vai quebrar nenhum de seus ossos. Toda a congregação de Israel a isso guardará. ... ... E quando um estrangeiro que mora com você, quiser participar da Páscoa do Senhor, que todos os seus machos sejam circuncidados e que ele se aproxime e guarde; e ele será um nativo da terra. Pois nenhuma pessoa não circuncidada a comerá."
A passagem acima pode ter fornecido um dos motivos por trás da decisão de estabelecer um Messias cuja carne pode ser comida por toda a humanidade. A instrução de Deus a Moisés a respeito de como somente circuncidados, os judeus, podem comer do cordeiro pascal é um marcador social da separatividade religiosa do povo judeu. A exigência do separatismo do judaísmo religioso era uma das causas da guerra com os romanos. Criando um cordeiro pascal para toda a humanidade, o Novo Testamento foi claramente, em um certo nível, terminando com o separatismo religioso que tornou impossível para o judaísmo ser absorvido pelo Império Romano. No entanto, outra passagem dentro de "Guerra dos Judeus" pode revelar uma inspiração mais satírica para o cristianismo: É o cordeiro pascal humano. "Como o número que pereceu durante todo este cerco, cento e onze mil, a maior parte dos quais eram de fato a mesma nação, [com os cidadãos de Jerusalém], mas não pertenciam à própria cidade; porque eles vieram de todos o país para a festa dos pães ázimos. E eram obrigados a um súbito "calar a boca" por um exército, que no primeiro momento, ocasionou tão grande aperto entre as pessoas que dali surgiu uma destruição pestilenta sobre eles, e logo depois causaria uma fome que os destruiria de repente." (55) Assim, os romanos estavam cientes de que haviam sitiado Jerusalém numa época em que os celebrantes da Páscoa inchavam sua população. E a fome se abateu sobre esses
celebrantes da Páscoa, como "Maria" descreveu, por Josefo, envolvida em canibalismo. O historiador romano Suetônio, escrevendo no terceiro século, também registrou que havia canibalismo durante o cerco a Jerusalém. "Os judeus, enquanto isso, estavam sendo sitiados, sendo que nenhuma chance, seja de paz ou de rendição, foi permitida, as ruas estavam em toda sua extensão ocupadas por cadáveres que pereciam da fome e as ruas começavam e devido ao dever de enterrá-los eles não podiam mais ser executados. Além disso, eles eram motivados a comer todas as coisas de natureza mais abominável, e nem sequer se abstiveram de corpos humanos, exceto aqueles cuja putrefação já havia se apoderado e, portanto, excluídos do uso como alimento." O canibalismo que ocorreu durante o cerco a Jerusalém é, portanto, um candidato como a inspiração por trás da inovação do cristianismo de "comer a carne" do cristianismo. Esta premissa é especialmente plausível à luz do fato de que tanto do ministério de Jesus envolveu profecia, e todas essas profecias pareciam ter ocorrido dentro de "Guerra dos Judeus". Em outras palavras, o "filho de Maria" do Novo Testamento dizendo aos seus discípulos que eles deveriam "comer da minha carne" simplesmente teria sido outra profecia que Josefo registrou como tendo ocorrido. Se os romanos criaram o Novo Testamento, eles inventaram a narrativa sombriamente satírica sobre um "Cordeiro da Páscoa Humano" para satirizar a "festa" sombria dos celebrantes famintos da Páscoa que estavam presos dentro de Jerusalém. A história de Josefo sobre a "Maria
faminta" e o sacramento da comunhão são reflexos desse satírico tema. Embora o estranho fato de que a carne de Jesus fosse a base para o sacramento não seja muitas vezes observado hoje, isso pode não ter sido o caso durante os primeiros séculos do cristianismo. Eusébio registrou isso anteriormente " Os cristãos tiveram que se defender contra acusações de infanticídio e canibalismo": " ...ela contradisse os blasfemadores. "Como", ela disse, "poderiam comer crianças se não acham legal provar o sangue mesmo de animais irracionais? "E daí em diante ela se confessou cristã." (56) Os membros da corte Flaviana poderiam ter entendido as passagens de Josefo como uma comédia negra, porque tais indivíduos haviam enxergado ironia em Jesus dizendo a seus seguidores, particularmente em Jerusalém, onde os judeus recorreram ao canibalismo, que "o pão que eu vos dou é a minha carne ". Da perspectiva Flaviana, a sátira é auto-evidente. O capítulo curto em "Guerra dos Judeus" que contém a passagem do "filho de Maria" é concluído com Tito, havendo contado a história da mãe que comeu a carne do filho, como fazendo um sermão, no significado do caso sórdido. Mas para César, ele se desculpou diante de Deus quanto ao que isso importa, e disse que ele havia proposto paz e liberdade para os judeus, bem como um esquecimento de todos as suas antigos insolentes práticas; mas que eles, ao
invés de concordar, haviam escolhido a sedição; em vez de paz, guerra; e antes da saciedade e abundância, fome. Que eles tinham começado com suas próprias mãos a queimar aquele templo que preserváramos até agora; e que, portanto, eles mereciam comer tal comida como isso foi. Que, no entanto, esta ação horrível de comer um próprio filho deveria ser coberto com a derrubada de sua própria nação em si, e os homens não devem deixar tal cidade sobre a terra habitável para ser vista pelo sol, onde as mães são assim alimentadas, embora tais alimentos sejam mais para os pais do que para as mães comerem, pois são eles que continuam ainda em estado de guerra contra nós, depois de terem sofrido misérias como estas. E ao mesmo tempo que ele disse isso, ele refletiu sobre a condição desesperada em que estes homens devem estar; nem ele poderia esperar que tais homens poderiam evitar recuperar a sobriedade da mente depois de haverem suportado aqueles muito sofrimentos, de onde só era provável que eles pudessem ter se arrependido. (57) O uso de Tito da palavra "arrepender" aqui é interessante. "Arrependimento", é claro, é uma das palavras-chave do ministério de Jesus e seu uso para César trás a isso paralelos ainda mais justos. Jesus afirma repetidamente: "Arrependam-se, o Reino de Deus está próximo", mas exatamente que pecado eles cometeram, que faz com que ele deseje que os judeus se arrependam? Jesus nunca dá uma resposta para essa questão. No entanto, se a minha interpretação do "pasquim" estiver correta, o pecado do qual Jesus desejava que os judeus se arrependessem tornase óbvio: "Era a rebelião deles contra Roma."
CAPÍTULO 4
Os Demônios de Gadara
Quando me deparei com a passagem em "Guerra dos Judeus", que descreve um filho de Maria cuja carne foi comida e reconhecei sua ligação com o cristianismo, fiquei perplexo. Quanto mais eu estudava a passagem mais eu ficava convencido de que ele havia sido criada deliberadamente como uma sátira - mas como mais do que apenas uma sátira de Jesus. Parecia ser uma revelação de uma origem diferente do cristianismo do que a que havia passado para a era moderna. Isto é, que o cristianismo foi criado para ser uma "calamidade" sobre os judeus. Eu comecei a analisar "Guerra dos Judeus" para determinar se continha outras passagens que poderiam ser vistas como revelações satíricas sobre esta versão diferente da origem do cristianismo. Foi então que ficou claro para mim que havia humor nos paralelos entre o enredo do ministério de Jesus e as ações de Tito quando em campanha pela Judeia, e que entre eles havia experiências similares perto da cidade de Gadara. Cada um dos Evangelhos Sinóticos conta uma história de Jesus indo a Gadara, onde ele encontra um homem que é
possuído por demônios (em Mateus, Jesus encontra dois homens endemoninhados, um ponto ao qual voltarei). Nas versões da história encontradas em Marcos e Lucas, quando Jesus pergunta ao demônio seu nome, o demônio responde: "Meu nome é Legião: pois somos muitos." Marcos 5: 9 Achei interessante que o demônio escolhesse descrever ele e sua coorte como um componente de um exército. Lembrando que o local onde Jesus pediu aos seus discípulos para se tornarem "pescadores de homens" foi usado para criar uma ligação satírica para um evento que ocorreu no mesmo local, em "Guerra dos Judeus", eu me perguntei se o uso da palavra "legião" pelo demônio poderia estar satiricamente relacionado a um evento em"Guerra dos Judeus" que ocorreu perto de Gadara. A passagem em Marcos descrevendo o endemoninhado de Gadara nos conta o encontro de Jesus com um homem possuído por numerosos demônios. Estes demônios deixam o homem, por ordem de Jesus e depois entram em um rebanho de suínos. Uma vez que os porcos são possuídos pelos demônios, eles correm descontroladamente para o mar e se afogam. A passagem não revela o que aconteceu com os demônios depois que o suíno se afogou. Note que no Novo Testamento "espíritos imundos" são sinônimos de diabos e demônios.
Jesus e os endemonihados de Gadara
"E chegaram ao outro lado do mar, à província dos gadarenos. E, saindo ele do barco, lhe saiu logo ao seu encontro, dos sepulcros, um homem com espírito imundo; O qual tinha a sua morada nos sepulcros, e nem ainda com cadeias o podia alguém prender; Porque, tendo sido muitas vezes preso com grilhões e cadeias, as cadeias foram por ele feitas em pedaços, e os grilhões em migalhas, e ninguém o podia amansar. E andava sempre, de dia e de noite, clamando pelos montes, e pelos sepulcros, e ferindo-se com pedras. E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o. E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não me atormentes. (Porque lhe dizia: Sai deste homem, espírito imundo.) E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque somos muitos. E rogava-lhe muito que os não enviasse para fora daquela província. E andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos.
E todos aqueles demônios lhe rogaram, dizendo: Mandanos para aqueles porcos, para que entremos neles. E Jesus logo lho permitiu. E, saindo aqueles espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada se precipitou por um despenhadeiro no mar (eram quase dois mil), e afogaram-se no mar. E os que apascentavam os porcos fugiram, e o anunciaram na cidade e nos campos; e saíram muitos a ver o que era aquilo que tinha acontecido. E foram ter com Jesus, e viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido e em perfeito juízo, e temeram. E os que aquilo tinham visto contaram-lhes o que acontecera ao endemoninhado, e acerca dos porcos. E começaram a rogar-lhe que saísse dos seus termos. E, entrando ele no barco, rogava-lhe o que fora endemoninhado que o deixasse estar com ele. Jesus, porém, não lho permitiu, mas disse-lhe: Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez, e como teve misericórdia de ti. E ele foi, e começou a anunciar em Decápolis quão grandes coisas Jesus lhe fizera; e todos se maravilharam." Marcos 5:1-20 (58) Em "Guerra dos Judeus", há um pequeno capítulo que descreve a batalha em Gadara. O capítulo começa com uma descrição de como um certo "João" subiu ao poder como líder da rebelião. A essa altura, João estava começando a tiranizar. . . Agora alguns submetiam-se a ele por medo, e outros de boa vontade; porque ele era um homem astuto para
atrair homens, tanto iludindo como enganando. Ou melhor, foram muitos os que acharam que estariam mais seguros, se as causas das ações do seu passado insolente fossem agora reduzidas a uma só cabeça, e não a uma maioria. Assim, Josefo descreveu João como um "tirano" sobre cuja "única cabeça" "as ações insolentes" "de muitos foram" "reduzidas". Josefo em seguida descreve os Sicarii, como a fração mais militante da rebelião dos judeus, e afirma que foram capazes de empreender "ações maiores" por causa da "sedição e tirania" que João criara. Havia uma fortaleza poderosa, não muito longe de Jerusalém ... chamada Massada. Aqueles que eram chamados Sicarii haviam outrora tomado posse, mas neste momento eles assaltavam os países vizinhos, visando apenas as suas próprias necessidades; para que pelo medo eles impedissem uma próxima devastação. Mas quando uma vez eles foram informados que o exército romano ficara imóvel, e que os judeus foram divididos entre sedição e tirania, eles corajosamente empreenderam ações maiores. .. Agora, como em um corpo humano, se a parte principal estiver inflamada, todos os membros estão sujeitos à mesma inflamação; então, por meio da sedição e desordem que estava havendo na metrópole. . . os homens ímpios que estavam no país tiveram a oportunidade de devastar o mesmo. Assim, quando cada um deles havia saqueado suas próprias aldeias, eles então se retiravam para o deserto; e ainda eram esses homens que agora se reuniam e se juntavam à conspiração como parte das facções, pequenas demais para um exército, e muito grande para uma gangue de ladrões. . .
Josefo descreve então o início da pacificação de Vespasiano do país da Judéia. Seu primeiro ataque foi em Gadara, uma cidade dominada pelos rebeldes. Essas coisas foram contadas a Vespasiano por desertores; Adequadamente, ele marchou contra Gadara, a metrópole da Pereia, que era uma fortaleza, e entrou naquela cidade no quarto dia do mês *Dystrus. Adarj; um homem poderoso, enviou um mensageiro até eles, sem o conhecimento do sedicioso, para tratar de uma rendição; o que eles fizeram pelo desejo que eles tinham de paz, e por salvarem-se das consequências, porque muitos dos cidadãos de Gadara eram ricos. este mensageiro do outro lado não sabia nada, mas descobriu como Vespasiano se aproximava da cidade. Contudo, eles desesperaram em manter a posse da cidade, como eram em número inferior aos seus inimigos que estavam dentro do cidade, e vendo os romanos muito perto da cidade; então eles resolveram fugir. *Dystrus: é o quinto mês do calendário helenístico dos reis macedônicos (Grego:Δύστρος; Acádico: Šabatu
Josefo, em seguida, afirma que depois de serem expulsos de Gadara os rebeldes fugiram para outra cidade, onde recrutaram um grupo de jovens para suas fileiras. Estes do grupo que se associou, em seguida, correram "como as mais loucas das bestas "tentando escapar. Eventualmente muitos foram forçados a "saltar" no rio Jordão, onde se afogaram. Tantos morrerão ali que, "não poderiam ser ignorados, em razão dos cadáveres que estavam dentro do rio" Mas assim que esses fugitivos viram os cavaleiros que os perseguiam tentando impedir sua fuga, e antes que eles chegassem
próximos para um combate, eles correram juntos para uma certa aldeia, que era chamada Bethennabris, onde encontraram uma grande multidão de jovens, e armando-os, em parte por seu próprio consentimento, em parte pela força, eles precipitadamente e de repente atacaram Placidus e as tropas que estavam com ele. Estes cavaleiros no princípio cederam um pouco, na tentativa de atraílos fora da muralha; e quando eles os atraíram para um lugar adequado para o seu propósito, eles fizeram seus cavalos avançar e atiraram suas lanças sobre eles. Então o cavaleiros detiveram a sua fuga, enquanto a infantaria destruía terrivelmente aqueles que lutaram contra eles; para aqueles, os judeus não fizeram mais do que mostrar sua coragem, e então foram destruídos; pois quando eles caíram sobre os romanos quando eles estavam agrupados e, por assim dizer, murados, inteiramente com suas armaduras, eles não foram capazes de encontrar qualquer lugar onde suas lanças pudessem penetrar, nem podiam de qualquer maneira quebrar suas fileiras, enquanto eles próprios foram executados através das lanças romanas e, outros correndo apressadamente como os mais selvagem dos animais selvagens, pela ponta das espadas romanas; enquanto alguns deles foram destruídos, tendo seus rostos cortados pelas espadas de seus inimigos, outros foram dispersados pelos cavaleiros. ... Quanto aos que fugiram da aldeia, eles se espalharam pelo país, e exagerando suas próprias calamidades, e dizendo que todo o exército romano estava vindo sobre eles, eles espalharam grande medo por todo lado; então eles se agruparam em grande número juntos, e fugiram para Jericó ... Mas Placidus. . . matou todos os que capturou
antes do Jordão; e quando ele direcionou toda a multidão para a margem do rio, ele colocou seus soldados em marcha contra eles ... No combate corpo a corpo, quinze mil deles foram mortos, enquanto o número daqueles que foram involuntariamente forçado a saltar no Rio Jordão foi enorme também . Lá foram feitos mais de dois mil e duzentos e uma grande pilhagem, consistindo de jumentos e ovelhas e camelos e bois. (59) Quando eu comparei a história de Josefo sobre Gadara com a do Novo Testamento reconheci que havia semelhanças entre eles. Por exemplo, o endemoninhado na história do Novo Testamento é descrito como tendo uma "legião" de demônios "dentro" dele. O "tirano" rebelde, João, é descrito como tendo "as ações insolentes passadas [dos muitos] reduzidas para [sua] uma cabeça. "Assim, o endemoninhado de Gadara pode ser comparado com a descrição de Josefo sobre João. Além disso, Josefo indica que os Sicarii só conseguiram tornar-se um movimento em toda a Judeia por causa do esforço de João para estabelecer a ele mesmo como um tirano. "Antes da maldade de João...aqueles que eram chamados Sicarii haviam outrora tomado posse, mas neste momento eles assaltavam os países vizinhos, visando apenas as suas próprias necessidades; para que pelo medo eles impedissem uma próxima devastação. Mas quando uma vez eles foram informados que o exército romano ficara imóvel, e que os judeus foram divididos entre sedição e tirania, eles corajosamente empreenderam ações maiores...Agora, como em um corpo humano, se a parte principal estiver inflamada, todos os membros estão sujeitos à mesma inflamação; então, por meio da sedição e
desordem que estava havendo na metrópole. . . os homens ímpios que estavam no país tiveram a oportunidade de devastar o mesmo. Assim, quando cada um deles havia saqueado suas próprias aldeias, eles então se retiravam para o deserto; e ainda eram esses homens que agora se reuniam e se juntavam à conspiração como parte das facções, pequenas demais para um exército, e muito grande para uma gangue de ladrões. ... " Então, como os demônios que brotaram de um homem em Gadara, sobre a expansão dos Sicarii pode ser dito haver surgido como resultado da "maldade " dentro de "uma cabeça". Em outra passagem em "Guerra dos Judeus", Josefo repete o conceito do exemplo de João, como o endemoninhado de Gadara, preenchendo país inteiro com mais dez mil casos de maldade". "No entanto, João demonstrou por suas ações que esses Sicarii eram mais moderados do que ele próprio, pois ele não só matou todos, como deu-lhe bons conselhos para fazer o que era certo, mas pior de tudo, tratou-os como os inimigos mais amargos que ele tinha entre todos os cidadãos; Ou melhor, ele preencheu todo o seu país com dez mil casos de maldade." (60) Eu também notei que ao descrever os Sicarii, Josefo afirmou que seu grupo era "pequeno demais para ser um exército, e muitos para ser um bando de ladrões." Há uma palavra que descreve um número tão grande de guerreiros uma legião. (61) "Legião" sendo a palavra que os demônios
da passagem do Novo Testamento acima usam para se descrever. Na história de Josefo sobre Gadara, esta "legião" correu então juntos, para uma certa aldeia, que se chamava Bethenabris, onde encontrou uma grande multidão de jovens, [armando] a eles, em parte por seu próprio consentimento, em parte pela força. . . Assim, como esta legião de Sicarii que "infectou" um grande número de pessoas, paralelamente a infecção dos demônios nos porcos no Novo Testamento o grupo infectado é então confrontado pelos romanos e corre em fuga "como os mais selvagem dos animais selvagens", o que coincide com o rebanho de suínos da passagem do Novo Testamento que "correu violentamente". Tanto o Novo Testamento quanto Josefo concluem suas histórias sobre Gadara com um afogamento em massa e uma descrição de um grupo que beirava "cerca de dois mil". No Novo Testamento, como afirmei, o autor não nos diz o que aconteceu com os demônios que infectaram os suínos. Ele, no entanto, nos diz o número de suínos que se afogou "(cerca de dois mil)." Na passagem de Gadara em "Guerra dos Judeus" Josefo nos diz o número de prisioneiros capturados: "Havia, além disso, dois mil e duzentos prisioneiros; Josefo também nos informa que: "Uma grande pilhagem foi feita também, consistindo de asnos e ovelhas e camelos e bois; não havia "porcos" capturados.
Eu
questionei
se as
semelhanças
entre
as
duas
passagens foram o resultado do acaso aleatório. Muitos conceitos podem ser vistos como paralelos - "uma cabeça" que continha grande mal, uma "Legião", essa legião infectando outro grupo, o grupo associado correndo "descontroladamente", o afogamento do grupo infectado, um grupo enumerado em "cerca de dois mil, "os porcos" em falta, e, claro, a localização de Gadara No entanto, se os paralelos entre as duas passagens tivessem sido criado intencionalmente, qual foi o seu propósito? Ao estudar a passagem do Novo Testamento, eu me tornei mais consciente que haviam muitas perguntas não respondidas dentro dele. Por que os demônios desejam "entrar" nos porcos? Por que os porcos entram correndo no mar? O que acontece com os demônios Por que os demônios perguntam a Jesus se ele está lá para atormentálos "antes do tempo"? Por que o homem possuído se cortava com pedras? Como eu acreditava que a passagem do "Filho de Maria de Josefo, cuja carne foi comida" fora uma sátira do cordeiro pascal simbólico do Novo Testamento, eu tentei determinar se uma das passagens concernentes de Gadara pode ser uma sátira do outro. Logo percebi que é possível ler as histórias do evangelho sobre o endemoninhado de Gadara como uma sátira da descrição de Josefo da batalha de Gadara, e que as duas passagens poderiam ser interativas. A razão pela qual o endemoninhado de Gadara do Novo Testamento pode ser visto como uma sátira ao "tirano" João, de Josefo, e a batalha em Gadara, é simplesmente porque as duas histórias seguem o mesmo esboço de trama. Em outras palavras, os caracteres e eventos que podem ser
vistos como paralelos ocorrem na mesma sequência. E tudo ocorre perto de Gadara. A veracidade satírica no Novo Testamento conta a mesma história que Josefo, mas, como é frequentemente o caso com a sátira, os personagens têm nomes diferentes. No Novo Testamento, os personagens são os demônios sem nome, os demônios, e os porcos que os demônios infectam. Na guerra de os judeus os personagens são o líder rebelde João, os Sicarii, e o grupo que os Sicarii recruta. Se o Gadara do Novo Testamento é uma sátira da descrição de Josefo sobre a batalha, o homem possuído pelo demônio no Novo Testamento, de quem a "legião" surgiu seria uma sátira de João, o líder rebelde de cuja "uma só cabeça" a maldade emergiu. Seguindo essa lógica, a legião de demônios que surgiram de um indivíduo no Novo Testamento seria a sátira dos Sicarii em "Guerra dos Judeus", que são descritos como "muito pequeno para um exército, e muitos para uma gangue de ladrões", e os "porcos" no Novo Testamento iriam satirizar o grupo que os Sicarii "teria infectado" na passagem de Josefo. A premissa de que os personagens nos dois contos sobre Gadara devem ser entendidos como os mesmos indivíduos, mas com nomes diferentes também parece responder a minha pergunta sobre se os dois mil demônios que se afogaram com os porcos que infectaram. Os demônios que infectaram os porcos no Novo Testamento devem ser uma representação satírica dos 2.200 Sicarii que escaparam do afogamento e foram capturados vivos em Gadara. Josefo parece completar esta interação satírica com o Novo
Testamento, salientando que, enquanto muitos animais diferentes foram capturados, nenhum era suíno: "Uma grande pilhagem foi feita também, consistindo de asnos e ovelhas e camelos e bois. "Por que não há suínos capturado? Porque na história do Novo Testamento de Gadara os suínos se afogaram e, portanto, não puderam ser capturados passagem da batalha em "Guerra dos Judeus". Enquanto a estrutura desta sátira é mais complexa do que a outra Eu mostrei, que o humor em si é muito simples. Simplesmente denigre os Sicarii como demônios e espíritos imundos, e as pessoas que eles recrutaram como suínos. Sem dúvida, foi assim que a família Flaviana se sentiu sobre os rebeldes. Muitas das profecias de Jesus foram entendidas há muito tempo como prevendo eventos da guerra entre os romanos e os judeus. Daí é estranho que a relação entre as duas passagens não tenha sido notada antes, que a história de Gadara dos Evangelhos como sendo uma "profecia" de um evento da guerra que Josefo registrou como tendo "acontecido". Esta constatação é particularmente estranha à luz do fato de que a história de Gadara dos evangelhos é, por si mesma, incoerente. Dentro do contexto do Novo Testamento não há princípio teológico ou moral que possa ser colhido a partir da história de uma legião de demônios que entram em um rebanho de porcos que então correm descontroladamente para o rio e se afogam. Como sempre, quando é visto como uma sátira da descrição de Josefo sobre o batalha em Gadara, a passagem do Novo Testamento faz todo o sentido.
Outro aspecto aparentemente incoerente do encontro de Jesus com o endemoninhado que essa interpretação deixa claro ocorre na verdade história da história encontrada em Mateus. Em que, ao ver Jesus, os homens endemoninhados gritam: "O que temos a ver contigo, Jesus, Filho de Deus, você veio aqui para nos atormentar antes do tempo? "(62) A pergunta que os demônios estão fazendo é irrespondível dentro do contexto literal da passagem. A que "tempo" eles estão se referindo? No entanto, esta questão é respondida pela interpretação que ofereço. Se os demônios são sátiras dos líderes da rebelião judaica, o tempo do seu tormento é claro. Eles estão profetizando a experiência do tormento experimentado por João e Simão no final de sua guerra contra os romanos. Além disso, se a passagem do Novo Testamento é uma sátira da batalha de Gadara, observe que é uma sátira específica da passagem de Josefo e não de alguma tradição sobre a batalha que Josefo poderia ter compartilhado com os autores do Novo Testamento. Por exemplo, o endemoninhado referindo-se a si mesmo como "Legião" só faz sentido satírico como uma "história em quadrinhos" paralela à descrição única de Josefo do bando rebelde como sendo "pequeno demais para um exército, e grande demais para uma gangue de ladrões". Este é um ponto importante em que indica que partes do Novo Testamento e "Guerra dos Judeus" foram projetados para serem lidos interativamente, ou intertextualmente. A descrição de Josefo da maneira pela qual João espalhou sua "infecção" é semelhante à descrição de Jesus do "espírito imundo que é "quem deixou um homem e infectou muitos outros." Agora, como está em um corpo
humano, se a parte principal estiver inflamada, todos os membros estão sujeitos à mesma enfermidade". Essa semelhança é especialmente clara quando se considera que na Judeia do primeiro século "demônios" foram considerados responsáveis por febres e outras doenças. Os Manuscritos do Mar Morto realmente descrevem "demônio da febre" (63) Quando Josefo usa "infecção" como uma analogia para as atividades dos Sicarii ele está praticamente comparando-os a demônios. Por isso, decidi rever o Novo Testamento e "Guerra do Judeus" por exemplos para apoiar a premissa de que o Novo Testamento satiriza os Sicarii como "demônios". Durante esta análise, tornou-se claro que Jesus e Josefo referiam-se cada um aos mesmos "maus“ a geração que crucificou Cristo e depois se rebelou contra Roma, como tendo sido infectada por "demônios". Na passagem seguinte, por exemplo, Jesus especificamente prevê que "espíritos imundos", ou demônios, possuiriam essa "geração maligna". Observe que Jesus afirma que um “espírito impuro” pode infectar muitos, o que se assemelha à descrição de Josefo na passagem sobre a maldade de "uma cabeça" passar para muitos. Jesus também afirma que os espíritos imundos passam por "lugares sem água". O que pode ser visto como uma maneira satírica de afirmar que os demônios não podem passar pela água, ligando assim a passagem que me intrigou sobre o destino dos dois mil demônios. A ideia de que os demônios são incapazes de passar através da água circula através do Novo Testamento e das obras de Josefo.
E, quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares áridos, buscando repouso, e não o encontra. Então diz: Voltarei para a minha casa, de onde saí. E, voltando, acha-a desocupada, varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e são os últimos atos desse homem piores do que os primeiros. Assim acontecerá também a esta geração má. Mateus 12:43-45 (64) A ligação de Jesus da "geração do mal" com a possessão demoníaca dos homens que infectaram outras pessoas espelham minha interpretação da passagem de Gadara do Novo Testamento sobre a qual eu conclui que os "Sicarii" eram os demônios que infectaram os outros com sua "maldade". Quando Jesus refere-se a uma "geração má", ele parece ter se referido aos Sicarrii, que se rebelaram contra Roma. Esta proposição é especialmente clara à luz do fato de que para os judeus dessa era uma "geração" foram quarenta anos, que foi o período de tempo exato entre a ressurreição e a destruição final dos Sicarii em Massada. O entendimento de que uma "geração" durava quarenta anos vem do Pentateuco. E a ira do Senhor se acendeu contra Israel, e ele fez com que vagassem no deserto quarenta anos, até que todos dessa geração, que fez o mal aos olhos do Senhor, fossem consumidos. (65) Muitos cristãos atualmente ocupam uma posição diferente
em relação às profecias do juízo final de Jesus, acreditando que elas não se referem à geração de judeus que viveram durante seu tempo de vida. Em vez disso, eles acreditam que Jesus estava falando sobre algum tempo ainda não especificado no futuro. Eu sinto que esse entendimento "futurista" está incorreto e tem o efeito de ofuscar as palavras de Jesus, tornando assim difícil o entendimento do significado que eles transmitiram no primeiro século. A não verdadeira compreensão do Novo Testamento é possível sem conhecimento do que Jesus quis dizer quando usou a palavra "geração". A palavra grega no Novo Testamento que foi traduzida como "geração" é "genea". No início do século 20, alguns estudiosos cristãos começaram a postular que o uso de Jesus desta palavra foi utilizado não para indicar a "geração" de judeus vivos durante seu tempo de vida, mas sim, toda a "raça" dos judeus, que não passaria "sem que todas estas coisas acontecessem primeiro ". É fácil entender o desejo deles por tal definição. Se Jesus estava se referindo àqueles judeus vivos durante o seu tempo de vida, consequentemente, a sua "segunda vinda "deve ter ocorrido em 70 EC. Tal entendimento deixa o cristianismo em uma posição desconfortável. Isso porque se a "segunda vinda" de Jesus ocorreu durante a guerra entre os romanos e os judeus, porque foi Tito e não Jesus quem demoliu o templo e destruiu a "geração perversa"? O teólogo cristão C.I. Scofield reconheceu esse dilema e em sua referência bíblica alterou a definição da palavra "genea"
para a de "genos", uma palavra completamente diferente que significa "raça". Contudo, estudiosos mostraram que o uso de "genea" no Novo Testamento só poderia estar se referindo à vida dos judeus durante o tempo da vida de Jesus e não a toda a comunidade judaica (raça dos judeus), desbancando assim a posição de Scofield. (66) O entendimento de que Jesus estava se referindo especificamente à geração de judeus vivos no momento em que ele proferiu essas palavras foi certamente a compreensão realizada durante a Idade Média. Por exemplo, as seguintes notas foram encontradas escritas ao lado de Mateus 24:34 em uma Bíblia datada de 1599. "Esta era: a palavra geração ou era está sendo usada aqui para os homens daquela era." (67) Estamos em terreno sólido na compreensão de que Jesus estava se referindo unicamente à geração de judeus que estavam vivos durante os 40 anos entre o seu ministério e a destruição de Jerusalém. No entanto, se isso estiver correto, então Jesus e Josefo estavam referindo-se ao mesmo grupo com a expressão "geração perversa". Observe nas seguintes passagens o entendimento de quão similares são as falas de Jesus e Josefo sobre "demônios", a "geração perversa" e os "Sicarii". De Josefo: . . . se os romanos tivessem demorado mais em vir contra esses vilões, a cidade teria sido tragada pelo chão que se abriu sobre eles, ou escoaria com a água, ou então seria destruída por um trovão semelhante ao que o país de
Sodoma pereceu, por ter trazido uma geração de homens muito mais ateísta do que eram aqueles que sofreram com tal. "68" . . . E verdadeiramente aconteceu, pois embora a matança tenha cessado à tarde, porém o fogo continuou grandemente durante a noite; e quando tudo estava queimando, veio sobre Jerusalém, aquele oitavo dia do mês Gorpieus [Elul], uma cidade que havia sido sujeitada a tantas misérias durante este cerco, que, sempre teve tanta alegria desde a sua primeira fundação, certamente teria feito inveja ao mundo. Nem tampouco, em qualquer outro relato, mereceu tanto essas infelicidades dolorosas, quanto ao produzir tal geração de homens, assim como nas ocasiões em que isso aconteceu. (69) Do Novo Testamento: "Mas ele lhes respondeu, e disse: Uma geração má e adúltera pede um sinal, porém, não se lhe dará outro sinal senão o sinal do profeta Jonas;..." Mateus 12:39 "Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e são os últimos atos desse homem piores do que os primeiros. Assim acontecerá também a esta geração má." Mateus 12:45 "E Jesus, respondendo, disse: Ó geração incrédula e
perversa! até quando estarei eu convosco, e até quando vós sofrereis? " Mateus 17:17 "Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre esta geração." Mateus 23:36 "Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam." Mateus 24:34
De alguma forma, a conexão de três vias entre os "maus", "Jesus", "demônios" e "Sicarii" de Josefo, não atraiu muita atenção dos estudiosos. Por exemplo, o estudioso hebreu Joseph Klausner perdeu completamente a conexão. Ele escreveu: "Naquela época, mesmo as pessoas educadas e aqueles que estavam embebidos da cultura grega, como Josefo, acreditavam na cura de tal casos nervosos e casos de insanidade como casos de "possessão" por algum diabo, ou mal, ou espírito imundo, e que certos homens poderiam realizar milagres." (70) De fato, Josefo não acreditava que os demônios fossem "casos nervosos" e deu uma definição precisa sobre o que
eles eram. Ele afirmou que demônios eram os espíritos dos ímpios. "Demônios . . não são senão os espíritos dos ímpios." (71) Esta definição indica que Josefo viu os Sicarii como "demônios" quando ele constantemente descreve os rebeldes como "maus". Josefo também liga os Sicarii com "demônios" de outra maneira. Ele descreve os Sicarii como se movendo "com uma fúria demoníaca" (72) quando eles foram matar suas famílias no final do cerco a Massada. Parece que como Jesus, Josefo deixa claro quem são os "maus". Eles são o geração de judeus que se rebelaram contra Roma. Que nenhuma outra cidade sofreu tais misérias, nem qualquer era desde o princípio do mundo, nunca produziu uma geração mais frutífera em maldade do que esta era. (73) Assim, Jesus e Josefo compartilhavam um entendimento estreito e expressaram-no com o mesmo vocabulário: que a geração de judeus que vivia entre 33 EC e 73 EC era "perversa" porque havia sido "infectada" por um espírito demoníaco. Esse entendimento compartilhado é suspeito. Jesus só podia ver a "maldade" desta geração olhando para o futuro, e ainda assim ele não apenas manteve a mesma opinião sobre essa geração, mas, como Josefo, ele descreveu-a usando as mesmas palavras. Voltando à versão da história do endemoninhado de Gadara encontrado em Mateus, onde Jesus encontra dois demônios, em "Guerra dos Judeus" vimos que eram dois
"tiranos" ou líderes da rebelião judaica, João, descrito acima, e um certo Simão. Em minha análise sugiro que o Novo Testamento está satirizando João na versão que descreve um único demônio de Gadara, parece lógico perguntar se a versão descrevendo dois endemoninhados estava satirizando ambos os líderes da rebelião dos judeus, João e Simão. Experimentando essa premissa, percebi que na conclusão do cerco a Jerusalém em "Guerra dos Judeus", Simão e João, refugiam-se ambos em cavernas subterrâneas abaixo de Jerusalém. Eventualmente eles são forçados pela fome a sair destes "túmulos" e surgem para renderem-se aos romanos. Este evento me pareceu um paralelo à descrição dos homens endemoninhados "saindo dos túmulos" no Novo Testamento. A passagem em "Guerra dos Judeus que descreve estas cavernas, afirma que são de fato "tumbas". "Os romanos mataram alguns deles, alguns foram levados cativos, e outros fizeram uma busca por terra, e quando eles encontraram onde estavam, eles escavaram o chão e mataram todos os que eles encontraram. Também foram encontrados mortos lá mais de duas mil pessoas, em parte por suas próprias mãos, e em parte uns pelos outros, mas principalmente destruídos pela fome; mas era tão ofensivo o mau cheiro dos corpos mortos para aqueles que os encontraram, que alguns foram obrigados a fugir imediatamente ... " Como eu mencionei, o homem possuído por demônios em Gadara é descrito como "cortando-se com pedras". (75) Cortar-se com "pedras" é, naturalmente, incomum - uma
pedra não é uma ferramenta que alguém normalmente use para cortar-se. Sobre o que, na verdade, o autor desta passagem, está referindo-se? Eu percebi que se os endemoninhados de Gadara foram destinados a satirizar os líderes rebeldes, então houve uma resposta cômica para esta questão. A frase no Novo Testamento, onde o endemoninhado está "nos túmulos". . . cortando-se com pedras "compartilha um relacionamento interessante com a passagem em Guerra dos Judeus que descreve os "túmulos" onde João e Simão se refugiaram. A sátira vem da não respondida pergunta dirigida a "Marcos 5:5". Esta questão é, o que faz alguém chamar a outro que se corta com pedras? Em uma passagem de "Guerra dos Judeus" relacionada ao líder rebelde escondendo-se nos "túmulos" que percebemos a resposta absurdamente óbvia. Alguém que se corta com pedras é, naturalmente, chamado de "pedreiro". Este Simão, durante o cerco de Jerusalém, estava na cidade alta; mas quando o exército romano chegou dentro das muralhas, e estavam retirando os resíduos da cidade, ele então levou os mais fieis de seus amigos com ele, e entre eles alguns que eram pedreiros, com aquelas ferramentas de ferro que pertenciam sua ocupação. (76) A versão do encontro de Gadara em "Mateus" não descreve o destino de qualquer um dos seus dois homens endemoninhados. Como sempre, se os demoníacos eram paródias dos líderes dos rebeldes judeus, então a versão em Marcos, que descreve apenas um homem possuído, deve referir-se ao destino de João.
Cheguei a esta conclusão porque a passagem termina com a declaração: "E foram ter com Jesus, e viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido e em perfeito juízo, e temeram. ..." Marcos 5:15 "...E ele foi, e começou a anunciar em Decápolis quão grandes coisas Jesus lhe fizera; e todos se maravilharam." Marcos 5:20 (77) Se o Novo Testamento estava satirizando Simão e João, os líderes da rebelião judaica, então o indivíduo que foi restaurado para a sua "mente certa" e que foi para Decápolis só poderia ter sido João. Isso porque Josefo registra que, depois de ser capturado, João recebeu prisão perpétua enquanto Simão foi levado para Roma e executado. Seguindo essa lógica, só poderia ter sido John, então, quem "começou a anunciar em Decápolis". Então minhas reflexões levantaram a questão de se "João O Zelote", líder da rebelião judaica, tenha ajudado os romanos na criação da literatura cristã, enquanto ele estava preso em Decápolis. E, além disso, eu queria saber exatamente que literatura esse indivíduo poderia ter ajudado os romanos a criar? A única literatura cristã conhecida desta era é o próprio Novo Testamento. Houve, claro, alguém chamado "João" que escreveu um Evangelho. Embora a premissa de que o apóstolo João fosse uma sátira
do João, que fora o líder da rebelião, foi baseado neste ponto que minha análise, tanto na imaginação como na evidência, foi consistente com o estilo de humor negro que senti estava em jogo dentro das passagens analisadas anteriormente. Claro, se o apóstolo João é uma sátira do rebelde João, então se seguiria que o apóstolo Simão é também uma sátira do outro líder rebelde, Simão. Visto que minha análise das passagens de Gadara do Novo Testamento sugere que os Sicarii foram satirizados como demônios no Novo Testamento, primeiro tentei determinar se havia outras passagens sobre demônios no Novo Testamento, que pudessem apoiar a proposição sobre a relação entre os líderes rebeldes João e Simão e os dois apóstolos. Durante esta pesquisa, notei a seguinte passagem do Evangelho de João, que afirma que o apóstolo Judas era o "filho de Simão, o Iscariotes". "Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? e um de vós é um diabo. E isto dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão; porque este o havia de entregar, sendo um dos doze." João 6:70,71 Estudiosos comentaram sobre a possibilidade de que "Iscariotes", o último nome de Judas, é de alguma forma relacionada com "Sicarii", a palavra Josefo usa para descrever os rebeldes messiânicos. Como Robert Eisenman observa, a única diferença entre as duas palavras gregas é a troca do "iota", ou "I", pelo "sigma", ou "S". Eu concordo e mostrarei abaixo que é simplesmente um dos muitos trocadilhos que o (s) autor (es) da obra de Josefo e
do Novo Testamento usa(m) para desafiar o leitor a descubra que os dois trabalhos descrevem os mesmos caracteres. Eu determinei que a seguinte passagem do Evangelho de Mateus poderia ser lida como uma sátira sobre João, o líder da rebelião, bem como na "geração perversa". Observe que "João" é acusado como "tendo" um demônio porque ele não está comendo nem bebendo, o que certamente pode ser comparado à situação do rebelde João nas cavernas subterrâneas. João é mostrado como um espelho oposto do "Filho do Homem", que é quem come e bebe, e, é "o amigo dos coletores de impostos", e é quem vai "repreender as cidades" "porque elas não se arrependeram" - esta descrição de Jesus possuem um claro paralelo com as atividades de Tito na Judeia. Portanto, se a passagem tem o significado satírico que eu suspeitei, então o "João" descrito na passagem deve ser entendido como João, o líder da rebelião, e a profecia de Jesus está na verdade prevendo a campanha de Tito através da Judeia. "Mas, a quem assemelharei esta geração? É semelhante aos meninos que se assentam nas praças, e clamam aos seus companheiros, E dizem: Tocamo-vos flauta, e não dançastes; cantamo-vos lamentações, e não chorastes. Porquanto veio João, não comendo nem bebendo, e dizem: Tem demônio. Veio o Filho do homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo dos publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é justificada por seus filhos.
Então começou ele a lançar em rosto às cidades onde se operou a maior parte dos seus prodígios o não se haverem arrependido, dizendo: . . ." Mateus 11:16-20
Minha análise da história do Novo Testamento sobre os demônios de Gadara sugere que as "cavernas subterrâneas" para onde os rebeldes judeus fugiram no final do cerco a Jerusalém foram satirizadas como "túmulos" dentro o Novo Testamento. A seguinte passagem do Evangelho de João pareceu para mim estar usando este tema. No entanto, observe que, se interpretação está correta, então na passagem Jesus está realmente sendo comparado com Tito, onde Tio é o indivíduo enviado por "deus" isto é, seu pai Vespasiano, para distribuir "vida" ou "julgamento" aos Judeus escondidos em "tumbas", isto é, nas cavernas abaixo de Jerusalém. Eu retornarei a este ponto mais abaixo. Esta interpretação também indica uma origem diferente para o Conceito cristão de "ressurreição" daquela que é tradicionalmente sustentada. Isto é não baseada apenas na crença farisaica de que Deus retornará os mortos para a vida, mas é uma sátira sobre a ressurreição dos mortos, isto é, aqueles Judeus encontrados enterrados dentro dos túmulos sob Jerusalém no final do cerco. Se isso estiver correto, é aparentemente outro exemplo do tema de Jesus falando simbolicamente, mas que a história de Josefo nos mostra dando um significado literalmente satírico às suas palavras.
"Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo; E deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do homem. Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação. Eu não posso por mim mesmo fazer coisa alguma. Como ouço, assim julgo; e o meu juízo é justo, porque não busco a minha vontade, mas a vontade do Pai que me enviou." João 5:26-30
Embora essas interpretações das passagens acima sejam lógicas, eles não fornecem, em si e por si mesmas, apoio direto a argumentação de que os apóstolos João e Simão eram sátiras dos líderes da rebelião judaica. A análise adicional do Novo Testamento produziu mais exemplos desse tipo, mas nada que produza a clareza que eu procuro. Finalmente, percebi que o que estava procurando estava na minha cara o tempo todo. Há uma passagem dentro do Novo Testamento que fornece suporte extraordinário para a premissa de que os apóstolos Simão e João foram satirizados como líderes dos rebeldes judeus Simão e João. O Evangelho de João conclui com uma discussão entre Simão (Pedro) e Jesus. Jesus prevê que Simão será amarrado e transportado "onde você não deseja ir." Jesus também diz a Simão que ele terá a morte de um mártir, "para glorificar a Deus". Em meio a essa discussão "o discípulo que Jesus amava", claramente importante o
Apóstolo João aparece. Simão pergunta a Jesus qual deve ser o destino de João. Jesus responde: "É minha vontade que ele permaneça". A passagem então aponta que João "é o discípulo que está dando testemunho dessas coisas, e foi quem escreveu estas coisas "referindo-se ao Evangelho de João em si. Abaixo está a passagem inteira. Observe como o autor vai longe, para evitar chamar os apóstolos por seus nomes reais, Simão e João. Na verdade, na verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo, e andavas por onde querias; mas, quando já fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queiras. E disse isto, significando com que morte havia ele de glorificar a Deus. E, dito isto, disse-lhe: Segue-me. E Pedro, voltando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava, e que na ceia se recostara também sobre o seu peito, e que dissera: Senhor, quem é que te há de trair? Vendo Pedro a este, disse a Jesus: Senhor, e deste que será? Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu. Divulgou-se, pois, entre os irmãos este dito, que aquele discípulo não havia de morrer. Jesus, porém, não lhe disse que não morreria, mas: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Este é o discípulo que testifica destas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. João 21:18-24
Esta passagem, que é a conclusão do ministério de Jesus, é exatamente o paralelo dos julgamentos de Tito sobre os líderes rebeldes Simão e João no final de sua campanha pela Judeia. Assim, como conclusão do Evangelho acima, Jesus diz a Simão "quando você for velho, você vai esticar as mãos, e outro vai cingir-te e levar-te para onde não queres ir. "Jesus diz a Simão "siga-me" e que sua morte "glorifique a Deus". Como Jesus também afirma que é sua vontade que João "permaneça". No final de sua campanha pela Judeia, Tito, depois de capturar "Simão", cinge-o com "laços" e envia-o "onde ele não quer ir ", isto é: Roma. Durante o desfile de conquista em Roma, Simão segue, isto é, é "levado" a uma "morte, para glorificar a Deus" o deus "glorificado" era o pai de Tito, o "divus" Vespasiano. Contudo, é da vontade de Tito poupar o outro líder da rebelião, João. Note que na passagem seguinte Josefo registra o destino de João antes de João, assim como ocorre em João 21. Um detalhe aparentemente inócuo, que porém mostrarei ter um grande significado. Simão. . . foi forçado a se render, como iremos relatar a seguir; então ele foi reservado para o triunfo, para que então seja morto; assim como foi João foi condenado à prisão perpétua. (78) Josefo também registra que a visão de Jesus de "seguir" também acontecerá para o líder rebelde Simão. Simão ... havia sido então conduzido neste triunfo entre os
cativos; uma corda também havia sido colocada em sua cabeça e assim ele( foi puxado até o lugar apropriado no fórum. (79) Na passagem do Evangelho de João acima, observe que o autor não chama o apóstolo João pelo seu nome, mas sim como "o discípulo que Jesus amava ", e como o indivíduo que havia dito em a Última Ceia: "Senhor, quem é que vai trair você?" Mais tarde no capítulo, o autor identifica este discípulo com outro epíteto quando ele afirma: "Este é o discípulo que testemunhou estas coisas, e escreveu estas coisas "- também aqui não referindo-se a João pelo nome, mas obrigando o leitor a determinar isso, sabendo o nome do autor do Evangelho. O uso do autor de epítetos aqui, em vez de simplesmente se referir ao discípulo como "João", parece claramente uma tentativa de manter a conclusão paralela do "ministério de Jesus" a princípio não demasiado aparente. 80 O autor, pelo mesmo motivo, também faz Jesus nomear a Simão pelo seu "apelido", "Pedro". A mesma técnica é usada em todo o Novo Testamento e "Guerra dos Judeus". Para identificar o nome de uma personagem não nomeada, o leitor deve ser capaz de lembrar detalhes de outra passagem relacionada. Efetivamente, o Novo Testamento é concebido como uma espécie de teste de inteligência, cujo verdadeiro significado só pode ser entendido por aqueles que possuem memória, lógica e humor suficientes. Para maior clareza, apresento a seguinte tabela mostrando os paralelos entre os finais, do ministério de Jesus e da campanha de Tito:
1) Personagens são nomeados Simão e João; 2) Ambos os conjuntos de personagens são julgados; 3) Ambos os lados do paralelo ocorrem na conclusão de uma "campanha"; 4) Em cada uma delas, Simão vai para a morte como mártir, após ser feito prisioneiro e levado a algum lugar que não deseja ir; 5) Em cada uma delas, João é poupado; 6) Em cada uma delas, Simão "continua" . Além disso, os dois eventos continuam como tema de uma profecia feita em um trabalho e sendo cumprido no outro. Em outras palavras, o que Jesus prediz, Josefo registra como tendo "ocorrido". Este grupo de paralelos parece muito complexo para ter ocorrido ao acaso e fornece apoio direto à minha premissa de que os apóstolos Simão e João foram satirizados com os líderes da rebelião dos judeus, bem como a minha suspeita de que o "Filho do Homem", cuja vinda o Novo Testamento prevê que trará destruição para Jerusalém seja Tito. Eu então percebi as implicações maiores do que eu havia descoberto. O leitor recordará que nos inícios dos paralelos entre os "ministérios" de Tito e Jesus; isto é, ambos foram "seguidos" por "pescadores de homens". As conclusões das passagens de Tito e Jesus na Judeia também são conceituais paralelamente. Quando eu olhei para os paralelos entre as colocações relativas a Gadara e ao "filho de Maria cuja carne foi comida", eu descobri que aqueles também ocorreram na mesma sequência.
Assim, as sátiras de eventos do Novo Testamento da Guerra dos Judeus não foram sequenciados ao acaso, como eu tinha assumido originalmente, mas foram colocados na mesma sequência dos eventos que eles satirizaram. Em outras palavras, todo o esboço do ministério de Jesus, conforme registrado no Novo Testamento, foi projetado para profetizar a campanha de Tito através de Judeia Para esclarecimento, apresento a seguinte tabela de paralelos em sequência mostrada até agora:
TABELA DE PARALELOS EM SEQUÊNCIA JESUS
TITO
Jesus inicia o ministério em Genesaré, e diz “sigam-me e se tornarão pescadores de homens. Em Gadara encontra uma legião “dentro” de um homem e esse grupo, por sua vez infecta outro grupo
Tito inicia sua campanha em Genesaré, onde seus soldados o seguem e “pescam” homens.
Descreve "uma cabeça" cuja "maldade" desencadeia uma legião de "demônios" que infectam outro grupo, que correm desesperados. “Porcos” correm desesperados, Em Gadara 2000 “demônios” 2000 e se afogam. não se afogam. Em Jerusalém “O Filho de Descreve em Jerusalém um Maria” oferece sua “carne para filho de “Maria” a qual come ser comida” sua carne. Jesus prevê a morte de Simão Tito envia Simão para morrer como mártir, em Roma, mas martirizado em Roma, mas poupa João para poupa a João na conclusão da conclusão do ministério. campanha.
As passagens do Novo Testamento referentes à "pesca de homens", "legião" de demônios saindo de um homem para infectar muitos, um humano como cordeiro da Páscoa, e uma conclusão em que Simão é condenado e João é poupado podem ser vistas como satirizando muito poucas obras de literatura. Isto é, portanto, completamente implausível que, por obra do acaso, o Novo Testamento descreva tantos episódios que possam ser vistos como satirizando esses eventos em um único livro. Além disso, embora seja possível argumentar que cada episódio do Novo Testamento, que parece satirizar um evento em "Guerra dos Judeus o faça acidentalmente, se esse fosse o caso, esses acidentes ocorreriam em uma sequência aleatória e em locais aleatórios. Não seria necessário que Jesus usasse a expressão "pescadores de homens" quando estava na praia em Genesaré, mais do que fora necessário que ele encontrasse o endemoninhado em Gadara. Nem era necessário que ele oferecesse sua "carne" em Jerusalém, ou para "condenar" (prevendo sua condenação) Simão, mas "poupar" (predizendo) João para conclusão de seu ministério. O fato desses quatro eventos ocorrerem no Novo Testamento na mesma sequência e no mesmo local que seus eventos paralelos em "Guerra dos Judeus" apóia fortemente a argumentação de que um trabalho foi criado com o outro em mente. Dois dados, por exemplo, cada um vai pousar com o mesmo lado quatro vezes seguidas apenas uma vez em duzentos e cinquenta e seis lances Portanto, as sequências paralelas, conceitos e locais fazem clara a intenção dos autores. Da mesma forma que eles
mostram o primeiro salvador de Israel, Moisés, como tendo sido o "tipo" de Jesus, o segundo salvador de Israel, através de suas experiências de infância paralela, eles também "mostram" que Tito é o último e maior "salvador" porque o ministério de Jesus ministério é o "tipo" da campanha de Tito através da Judeia. Finalmente, as sequências paralelas dos "ministérios" de Jesus e de Tito devem ser consideradas no contexto de suas sobreposições históricas. Como eu havia acima mencionado, Jesus previu que um "Filho de Deus" viria à Judeia antes da geração que o crucificou haver morrido, então cercaria Jerusalém com um muro e destruiria o templo. Tito é o único indivíduo na história que pode ser visto como tendo cumprido estas profecias. Tal combinação de singularidades históricas não teria chances de ocorrer ao acaso. Isso é evidente. Portanto, a única explicação plausível para as histórias semelhantes é que essas partes do ministério de Jesus foram deliberadamente criadas como um paralelo da campanha de Tito através da Judeia. A história mostrou, é claro, que o aspecto satírico dos pais, os paralelos entre os dois "Filhos de Deus" não são fáceis de enxergar. Dentro do Corte Flaviana, no entanto, onde "cultos estrangeiros em Roma" eram cuidadosamente escrutinados e o conhecimento das façanhas de Tito era comum, os responsáveis por supervisionar as religiões do Império teriam reconheceu os paralelos satíricos entre Jesus e Tito e os enxergados como sendo humorísticos. O propósito desses paralelos, além disso, não era meramente criar uma sátira divertida para os patrícios. Eu
mostrarei no capítulo seguinte que os autores do Novo Testamento usam esse paralelismo para criar uma história totalmente diferente daquela que aparece em sua superfície, uma história que revela a identidade oculta de "Jesus" que interage com os discípulos na conclusão dos Evangelhos. Além disso, entender que o ministério de Jesus compartilha um paralelo com o enredo e personagens da campanha de Tito cria uma maneira de compreender muito sobre o Novo Testamento. Simplesmente movendo os eventos do ministério de Jesus avançando quarenta anos no tempo e comparando com os eventos da campanha de Tito nos revela seu significado satírico. Por exemplo, quem colocou a profecia de Jesus sobre o destino de Simão e João na conclusão do Evangelho de João fez isso apenas para ter a conclusão dos Evangelhos comicamente espelhada com os feitos do fim da campanha de Tito. A discussão entre Jesus e Simão poderia ter ocorrido a qualquer momento durante o ministério de Jesus ou se gravada em qualquer um dos outros Evangelhos, ou não ser incluída, pois não contém ideias teológicas importantes. Este método também revela a base satírica para o "apelido" de Simão, "Pedro", que em grego é Petros, que significa "rocha" ou "pedra". isto é uma sátira relacionada à descrição de Josefo da circunstância da real captura de Simão. Como dito anteriormente, ao tentar escapar da Jerusalém ocupada pelos romanos, Simão fugiu para uma caverna subterrânea com um grupo de pedreiros e tentou escavar uma passagem para fuga. Incapaz de escavar e sem alimentos, ele foi forçado a se render. Ele fez isso de um modo extraordinário. Josefo escreve:
Simão, pensando que ele poderia ser capaz de surpreender e iludir aos romanos, vestiu uma túnica branca e sobre esta prendeu um manto púrpura, e emergiu dos subterrâneos, no lugar onde estava o templo antigamente. (81) O humor é sutil. Na lógica satírica do Novo Testamento o epíteto de Simão, "pedra" satiriza a representação, de Josefo, de Simão sendo capturado com um grupo de pedreiros, que, claro, cortam "pedra". Quando ele veio "do chão" no lugar onde o templo estava anteriormente era ele, portanto, a primeira "pedra" sobre a qual o novo "templo", o cristianismo, deveria ser construído. Mais uma vez, embora Jesus pareça ter falado metaforicamente quando ele diz a Simão que ele é a "pedra" sobre a qual ele construirá uma nova igreja que vai substituir o judaísmo, Josefo registra um evento mostrando outro, "uma sátira", significando as palavras de Jesus. "Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; . . ." Mateus 16:18
A representação de Simão saindo de uma caverna que é um "túmulo" e contém um grupo de pedreiros também fornece confirmação satírica da premissa de que Simão, o Apóstolo e o endemoninhado de Gadara foram ambos satirizados a partir de Simão, o líder dos rebeldes judeus. Isso porque o humor em relação aos "pedreiros" cria um paralelo entre o endemoninhado de Gadara e o líder rebelde Simão. E como
as passagens são paralelas, a personagem sem nome em um teria o mesmo nome que seu "tipo" nomeado no outro; nesse caso "Simão" é o nome de um dos endemoninhados de Gadara. Entender esse simples ponto de lógica permite que um leitor entenda que os nomes de muitos dos personagens não nomeados no Novo Testamento. e em "Guerra dos Judeus", são a verdadeira identidade de Jesus. Eu também vou mostrar que, longe de ser incomum, o uso de paralelos intertextuais e troca de informações entre passagens era lugar comum na literatura judaica dessa época. O tema satírico do Novo Testamento sobre "rocha" e "pedra" parece ser uma sátira sobre um tema metafórico bem conhecido ao longo dos Manuscritos do Mar Morto, o da "fundação do rocha". Dentro seguinte exemplo do Hino de Ação de Graças, observe que o autor vê a si mesmo, como o líder rebelde Simão, como entrando em um cidade fortificada "e" procurando refúgio atrás de um muro alto".
"Mas eu serei como quem entra numa cidade fortificada Como alguém que procura refúgio atrás de um muro alto Até a libertação [vem]; Eu vou (inclinar-me) a tua verdade; Oh meu Deus. Pois tu estabelecerás a fundação na rocha E as estruturas pelo cordão de medição da justiça;
E as pedras testadas {tu vais colocar}" (82) A lógica satírica que liga o Novo Testamento à "Guerra dos Judeus" também deixa clara a base para o epíteto do apóstolo João, que é "o discípulo a quem Jesus amava". João era o "amado discípulo "porque ele era o líder cativo a quem Tito poupou. Além disso, o real significado da crítica de Jesus a seus discípulos - por exemplo, sua descrição dos apóstolos "Simão" e "João" como tendo demônios - agora é também aparente. Por ter maliciosamente satirizado os líderes dos messiânicos como os apóstolos de Jesus, os autores romanos do Novo Testamento então "registram" Jesus como repreendendo seus apóstolos sobre sua maldade. No Evangelho de Lucas há uma passagem que alerta Simão de sua possessão por "Satanás" e reitera o conceito de que Simão está indo para a prisão e para a morte "com" Jesus. Também repete o tema do endemoninhado de Gadara (Simão), que retorna ao seu verdadeiro eu depois que Satanás foi repelido. É outro exemplo de Jesus fazendo afirmações que parecem metafóricas, mas têm significado literal e satírico quando lida em conjunto com "Guerra dos Judeus". "Simão" realmente vai "com" seu "mestre" para a prisão e a morte, sendo seu "mestre" Tito. Embora no passado os estudiosos tenham mistificado a passagem seguinte, o seu significado agora está claro. "Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo;
Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos. E ele lhe disse: Senhor, estou pronto a ir contigo até à prisão e à morte." Lucas 22:31-33 Continuando este tema satírico do Evangelho de Marcos, Jesus chama o apóstolo Simão de "Satanás". Sua estranha observação sobre o fundador de sua igreja é tornada coerente quando se entende que Jesus está se referindo, no contexto romano, ao rebelde Simão. O leitor vai notar que a misteriosidade de muitos dos ditos de Jesus desaparece quando eles são compreendidos dentro do contexto sugerido. Na passagem, Jesus repete a ordem para Simão que ele dá na conclusão do Evangelho de João acima. Isto é, "seguir-me" com uma cruz para sua desgraça. "E Pedro, tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se, disse a Pedro: Para trás de mim, Satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens. Então disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-me;
Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim, achá-la-á." Mateus 16:22-25 Na passagem acima, de Mateus, observe que Jesus conta a seus discípulos para "tomar sua cruz" e seguir. Na passagem abaixo, de Lucas, observamos que, de fato, "Simão", chamado de "Cirineu", o fez de fato, "tomou sua cruz" e "seguiu" Jesus. Observe como deliberadamente o autor transmite a ideia de que um "Simão" "seguiu" Jesus com sua cruz. "E quando o iam levando, tomaram um certo Simão, cireneu, que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz às costas, para que a levasse após Jesus." Lucas 23:26 A estrutura da sátira de Simão envolvida a "seguir", com uma cruz é familiar. Se alguém interpretar as palavras de Jesus metaforicamente elas podem ser vistos como tendo um significado espiritual, mas se interpretadas literalmente elas são de um "humor negro". O apóstolo Paulo também está envolvido na satirização de execução de Simão. "E, chegando Pedro (Simão) à Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível." Gálatas 2:11
A estranha história das três negações de Jesus por Simão também faz parte da sequência de eventos compartilhada pelo Novo Testamento e "Guerra do Judeus". O conto é uma das histórias mais famosas do Novo Testamento e é encontrado em todos os quatro Evangelhos. "Então a porteira disse a Pedro: Não és tu também dos discípulos deste homem? Disse ele: Não sou. Ora, estavam ali os servos e os servidores, que tinham feito brasas, e se aquentavam, porque fazia frio; e com eles estava Pedro, aquentando-se também."
João 18:17,18 "E Simão Pedro estava ali, e aquentava-se. Disseram-lhe, pois: Não és também tu um dos seus discípulos? Ele negou, e disse: Não sou. E um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse: Não te vi eu no horto com ele? E Pedro negou outra vez, e logo o galo cantou." João 18:25-27
Quando eu havia determinado que o apóstolo Simão era uma sátira de Simão, o líder dos rebeldes judeus, e que
havia uma sequência paralela de eventos em "Guerra dos Judeus" e no Novo Testamento, eu estava curioso para determinar se "Guerra dos Judeus" conteria um paralelo com o História do Novo Testamento descrevendo as três negações de Jesus por Simão. De fato, apenas analisando "Guerra dos Judeus", onde as "negações" de Simão teriam ocorrido, isto é, imediatamente após a captura no Monte das Oliveiras, se revela uma passagem na qual Tito afirma que três vezes ele exortou Simão à "paz" e por três vezes ele se negou a isso. Essa ponte era aquela entre os tiranos e César, e os separamos; enquanto a multidão estava de cada lado; os da nação judaica sobre Simão e João, com grandes esperanças de perdão; e os romanos sobre César, em grande expectativa de como Tito receberia sua súplica. . . Tito disse. . . "Eu exortei vocês a deixarem estes comportamentos antes de começar esta guerra. . ." "Depois de cada vitória eu vos persuadi à paz ..." "Eu não vou imitar sua loucura. Se vocês abaixarem suas armas, e entregarem seus corpos para mim, eu concedo a vocês as suas vidas; e atuarei como um moderado chefe de família; o que não puder ser curado, será punido e o resto preservarei para meu próprio uso ".
A esta oferta de Tito eles responderam - Que eles não poderiam aceitar isso. (83)
Em retrospecto, parece difícil entender por que, com a exceção de Robert Eisenman, os estudiosos não comentaram a paralelos entre o cristão Simão e seu homólogo judaico, porque eles são óbvios. Ambos "Simãos" eram líderes de movimentos messiânicos judaicos, engajados em atividades missionárias , e que sofreram e morreram como mártires em Roma aproximadamente no mesmo ano. Quantos indivíduos assim poderiam ter existido?
O período de tempo tradicional dado como provável para a morte do Simão cristão é entre julho de 64 EC (a suposta data do surto de perseguição neroniana) e 68 EC. O Simão rebelde foi martirizado aproximadamente em 70 ou 71 EC, como mostrado acima, ambos podem ser vistos como a "pedra angular" da igreja que substitui aquela que é destruída. Além disso, ambos os "Simãos" são registrados como tendo um relacionamento com a família Flaviana. São Jerônimo e Tertuliano se referem à tradição de que "Simão" teria ordenado Clemente, o pretenso papa flaviano.
Esta tradição a que os eruditos da igreja primitiva se referem é significante na medida em que não só liga a família Flaviana à origem do cristianismo, mas, se isso for correto, cria um enigma para a religião. E se Simão ordenou Clemente, sugeriria que ele não fora martirizado por Nero, mas depois, pelos Flavianos. No entanto, é difícil imaginar que Simão teria entregue o controle de seu movimento para um membro da família que estava prestes a executá-lo.
Minha explicação resolve esse paradoxo. Se o rebelde Simão e o cristão Simão eram o mesmo indivíduo, então sendo ele martirizado pelos Flavianos e também havendo entregue o controle da religião para eles torna-se compreensível a tradição de que Simão ordenara um flaviano como papa e, em seguida, foi executado por essa família, simplesmente reflete a verdade. Os Flavianos executaram Simão e depois passaram o controle sobre seu culto messiânico (agora "cristianismo") aos membros da família. Estudiosos cristãos posteriores tentaram organizar a história da religião reconhecendo que essa conexão direta com a família flaviana era problemática. Portanto, eles simplesmente inseriram papas entre Simão e Clemente. Isso levou à duas listas de papas, aquela que a Igreja afirma oficialmente, e aquela que Tertuliano e Jeronimo sabiam, que houve diretamente a sucessão de Simão para um membro da família Flaviana. Estudiosos têm se intrigado porque Paulo sempre se refere a Simão como "Cephas", o equivalente aramaico de Pedro. Minha explicação é que os autores do Novo Testamento determinaram que se referir ao Apóstolo como "Simão" durante o período em que a vida real de Simão é coberta em "Guerra dos Judeus" poderia tornar o truque muito óbvio. Até a "hoi polloi" (a plebe) poderia notar que os dois "Simãos" eram suspeitosamente similares. Os autores do Novo Testamento, portanto, mudaram de "Simão" para "Simão Pedro", depois para "Pedro", e finalmente para "Cephas" conforme sua narrativa se aproxima da época em que o real Simão lidera a rebelião.
Os criadores da igreja romana tinham literalmente usado o
lider "Sicarii" como a "rocha" sobre a qual eles "construiriam" a igreja que iria adorar seu Messias pacifista e pagador de impostos. Ao apropriar-se do nome real de Simão e a posição de autoridade, eles foram capazes de "enxertar" o apóstolo Simão sobre a história do cristianismo.
O Novo Testamento tem numerosos "Simãos": 1) Simão, o apóstolo ; 2) Simão chamado Zelote ou "O Kanaíta"; 3) Simão, pai de Judas, que traiu Jesus; 4) Simão Mago, o mago samaritano; 5) Simão, o curtidor, Atos 10; 6) Simão, o fariseu, Lucas 7: 40-44; 7) Simão de Cirene, que carregou a cruz de Cristo; 8) Simão, o irmão de Jesus, o filho de Cleophas; 9) Simão, o leproso 10) Simão Pedro A ideia de que o Novo Testamento ofusca as semelhanças entre o apóstolo Simão e Simão, o líder dos judeus rebelião, mudando constantemente o nome do apóstolo, me sugere que todos os "Simãos" no Novo Testamento podem ser sátiras do líder judeu. Apoiando essa conjectura há o fato de que enquanto Jesus deu instruções para "Simão, o
Apóstolo" para "segui-lo" com uma cruz, foi "Simão, o Cirene", que realizou a profecia, indicando que estes dois "Simãos" eram sátiras do mesmo indivíduo. Além disso, parece claro que Simão, o pai de Judas o "Iscariotes", também era uma sátira do rebelde Simão, que provavelmente era um Sicarii. Simão o "zelote" também parece um epíteto provável para Simão o líder dos "zelotes" judeus na guerra contra Roma. A ideia de que os "Simãos" no Novo Testamento foram criados como um tema satírico único, lança luz sobre um fenômeno paralelo dentro do Novo Testamento, o das muitas "Marias". "Maria", como "Simão", é o nome de numerosas personagens dentro do Novo Testamento. Na verdade, é o nome de cada personagem feminina central no Ministério de Jesus:
1) Maria, a mãe de Jesus; 2) Maria Madalena; 3) Maria, irmã de Lázaro e Marta de Betânia; 4) Maria de Cléofas, a mãe de Tiago, o menor; 5) Maria, mãe de João Marcos, irmã de Barnabé; 6) Marta, a irmã de Lázaro e Maria de Betânia;
Marta, irmã de Lázaro, está nessa lista porque "Marta" é o correspondente aramaico, do nome hebraico "Maria". Ambos os nomes provêm da palavra "rebelde". Marta,
significa em aramaico "ela era rebelde" e Maria em hebraico significa "sua rebelião". (84) Não há tradição hebraica conhecida de dar às irmãs o mesmo nome. O fato de que o Novo Testamento registrar, que uma família tão ligada à origem do cristianismo, houvesse escolhido fazer isso, sugere, para mim que todas as personagens chamadas "Maria" nos Evangelhos poderiam, como eu suspeito de todos os "Simãos", haver sido sátiras. Uma passagem no Evangelho de João que afirma que Maria, a mãe de Jesus, também tinha uma irmã chamada Maria apoia esta premissa. E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria mulher de Cleophas, e Maria Madalena. João 19:25
É bastante improvável que as duas famílias mais ligadas ao ministério de Jesus teriam tido, por acaso, duas irmãs chamadas Maria. Muitos estudiosos comentaram sobre a dubiedade da irmã de Maria ter se chamado Maria. Por exemplo, Eisenman escreveu: "Maria não teve uma chamada irmã Maria. Essa confusão foi baseada em descrições separadas e conflitantes de Maria antes da redação dessas tradições ou simplesmente em um erro gramatical na versão em grego. Eisenman está correto em afirmar que Maria não teria uma irmã com o mesmo nome, mas há uma explicação melhor para os muitas "Marias" do que um "erro gramatical":
Todas as Marias do Novo Testamento, juntamente com a única Maria em "Guerra dos Judeus", a mãe que comeu a carne do próprio filho, fazem parte de um tema satírico como aquele criado pelos vários "Simãos". Dado que o nome Maria deriva da palavra "rebelião", eu acredito que esses pasquins não eram baseados em um indivíduo histórico, mas em um "tipo". Em outras palavras, todos os membros femininos da militância do movimento messiânico os "Sicarii" teriam sido identificados como "Marias" pelos romanos, porque eram todas "rebeldes". Essa percepção é importante para compreender o papel chave de Maria Madalena no Novo Testamento como uma sátira sobre a ressurreição de Jesus. De qualquer forma, é claro que, para um leitor dentro da corte Flaviana, essa designação no Novo Testamento, uma obra na qual todas as mulheres centrais são também chamadas de Maria, seria improvável acreditarem haver, simplesmente, sido circunstancial. Eu diria que durante a guerra, "Maria", se tornou um codinome romano para designar as mulheres rebeldes da mesma maneira que os soldados inimigos eram referidos por um único nome durante a era moderna. Por exemplo, os soldados americanos chamavam seus inimigos de "Charley" durante a Guerra do Vietnã e "Kraut" durante a Segunda Guerra Mundial. Pode-se imaginar um centurião romano ordenando que todas as "Marias" sejam separadas dos homens após a captura de um grupo de rebeldes judeus. Este termo pode ter continuado a ser utilizado, satiricamente, pelos autores do Novo Testamento a ponto de fazer isso com todas as seguidoras femininas do Messias rebelde.
De qualquer forma, é claro que para um leitor do Novo Testamento, de dentro da corte flaviana, o fato de todas as seguidoras femininas do Messias serem chamadas "Maria" - isto é, "mulher rebelde" - teria sido visto como outra jogada satírica. Imagine tal leitura individual de um salvador que disse a seus seguidores "-sigam-me"" e iram se tornar "pescadores de homens" em uma praia de Genesaré, e que descreveu sua carne como "pão vivo" em Jerusalém, tendo sua mãe e todos os outros membros femininos de seu grupo de seguidores, chamadas "Maria". Para todos os expertos da Corte Flaviana, os Evangelhos eram burlescos. Entendendo que os autores do Novo Testamento criarem temas satíricos referentes a pessoas com o mesmo nome é um "insight" crítico que possibilitará o entendimento da identidade real de Lázaro no capítulo seguinte. Além disso, saber que os líderes rebeldes foram transformados nos apóstolos cristãos esclarece qual era a intenção dos romanos para a com a sua religião. Os romanos não queriam apenas destruir a característica do militante do judaísmo messiânico que gerou a rebelião, mas sim reescrever sua história de modo a transformar tanto o seu Messias como os seus outros líderes em "fundadores" do cristianismo. Desta maneira, o Romanos pretendiam fazer com que a história do movimento "sicarii" desaparecesse por fazendo essas crença e suas figuras-chave tornarem-se a verdadeira "história" de sua nova religião. Nós também somos capazes assim de entender a situação de João, o líder que foi preso pelos romanos e foi satirizado como o Apóstolo João e o endemoninhado de Gadara. Tanto Josefo como os autores do Novo Testamento muitas
vezes fizeram referência ao fato de que eles escrreviam "a verdade". Eu acredito que eles foram sinceros nesta afirmação, mas o leitor é obrigado a entender o código sob o qual eles escreveram a verdade. Por isso, acredito que João, depois de sair dos "túmulos" e chegando à sua "convicção", cooperou com os romanos para "publicar" a literatura cristã em Decápolis. O final do Evangelho de João identifica especificamente o "João" a quem Jesus poupou como seu autor. Entendendo que o Apóstolo "João" e o endemoninhado de Gadara foram ambos satirizados juntamente com João e Simão como líderes da rebelião judaica, me permitiu enxergar o significado real da seguinte declaração sobre o endemoninhado de Gadara: "E ele foi, e começou a anunciar em Decápolis quão grandes coisas Jesus lhe fizera; e todos se maravilharam." Marcos 5:20 (85) Essa passagem indica que João, um líder da rebelião, foi levado para Decápolis, onde ele forneceu aos romanos detalhes do movimento messiânico, que foram usados na criação do Novo Testamento. João foi usado pelos romanos para ajudar a criar a literatura que corrompeu o futuro de seu próprio povo. Os romanos então "gravaram" sua utilização de João, antecipando que aqueles que no futuro compreenderiam a verdade sobre a origem do cristianismo apreciariam essa ironia. "Este é o discípulo que testifica destas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro." João 21:24 (86)
Esta "conversão" do líder rebelde João ao cristianismo, também explica os dois sobrenomes diferentes dos dois "Simãos". O Simão que é condenado no final do Novo Testamento é chamado de "Shim'om bar Yona" (Simão filho de Jonas), enquanto o Simão, que é condenado na conclusão da campanha de Tito chamava-se *"Shim'om bar Giora" (Simão filho de Giora). Jonas é simplesmente o Hebraico para João - mais uma vez a técnica de troca de nome indicando que Simão era o filho de João. Visto que Gioras, em hebraico, significa "o convertido", assim, o nome completo do rebelde Simão era "Simão, filho do convertido, "um sinônimo satírico para" Simão, o filho de João", porque João se tornou um "convertido" à nova religião. *Simon bar Giora (alternativamente conhecido como Simeão bar Giora ou Simon ben Giora ou Shimon bar Giora; falecido em 70 dC) foi o líder de uma das principais facções rebeldes da Judéia durante a Primeira Guerra Judeu-Romana na Judéia romana do século I.
Lápide na Prisão Mamertina, com os nomes de ilustres prisioneiros que estavam presos, aguardando execução. Entre eles, Simon Bar Giora.
O fato de que João era o pai de Simão também cumpre outra profecia "inócua" encontrada no Novo Testamento: "Porque daqui em diante estarão cinco divididos numa casa: três contra dois, e dois contra três. O pai estará dividido contra o filho, e o filho contra o pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra sua nora, e a nora contra sua sogra." Lucas 12:52,53 (87) Josefo registra que no início do cerco de Jerusalém Simão e João travaram uma violenta luta pelo controle da cidade, tanto um contra o outro e contra o líder de outra facção,
chamado Eleazar. (88) "Guerra dos Judeus" contém um tema claro sobre os judeus destruindo a si mesmos que eu mostrarei com maior profundidade em outra parte. Eu concluo este capítulo ressaltando que, em toda a história da humanidade, as palavras de Jesus foram interpretadas como essência do amor. Minha análise indica que, às vezes, isso é um completo mal-entendido, embora um "malentendido", que foi deliberadamente causado. O "Jesus" que está falando com Simão em João 21 não tenha amor em seu coração. "Na verdade, na verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo, e andavas por onde querias; mas, quando já fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queiras." João 21:18 (Isso ele disse para mostrar por que morte dele era para glorificar a Deus.) E depois disso ele disse-lhe: "Segueme".
O que ia em seu coração pode ser conhecido por reler a passagem com o entendimento de que Jesus estava descrevendo o que Tito deveria fazer com Simão, o líder capturado da rebelião judaica. Quando estas palavras são lidas como endereçadas a um homem que seria levado para Roma e torturado até a morte, o que ia no coração de Jesus é verdadeiramente revelado. Como João Batista afirma que Jesus não veio para batizar com água, mas com fogo
CAPÍTULO 5
Eleazar Lázaro: O Verdadeiro Cristo Quando descobri os paralelos entre os "ministérios" de Tito Flávio e Jesus, ficou claro para mim que eles eram projetados para criar uma sátira oculta que indicava o verdadeiro "Filho do Homem "previsto por Jesus era Tito. Isto é especialmente claro no final do Evangelho de João, quando Jesus prediz que Simão sofrerá a morte de um mártir e que João será poupado. O único indivíduo na história que pode ser visto como tendo cumprido essas profecias é Tito. Naquele ponto em minha análise, vi que Jesus e Tito eram indivíduos completamente separados, a única conexão entre eles é que Jesus havia, satiricamente, predito a "vinda" de Tito. No entanto, eu também estava começando suspeitar que nada fora inadvertidamente escrito no Novo Testamento, que toda e qualquer palavra fazia parte de um sistema satírico. Essa suspeita resultou da descoberta de que muitos de detalhes, aparentemente inócuos, que foram satiricamente relacionados a eventos descritos em "Guerra dos Judeus", por exemplo, a previsão no Novo Testamento que Maria terá seu coração "perfurado". Mas se o Novo Testamento e a Guerra dos Judeus eram um sistema satírico unificado então ficou claro que havia algumas partes que eu não
entendera. Particularmente o que mais me intrigou foi Jesus dizer aos seus discípulos que a não ser que eles "comessem a carne" do "Filho do Homem" eles "não teriam vida" (89). Se Tito era o "Filho do Homem" porque Jesus lhes disse que comeriam a carne do Filho do Homem? - obviamente não é uma previsão sobre o futuro imperador romano. Comecei então um estudo para determinar se o personagem do Novo Testamento chamado Jesus pode ser relacionado satiricamente em "Guerra dos Judeus" de uma maneira que eu ainda não entendera. Então comecei a analisar todos os detalhes os dois trabalhos para determinar se havia conexões entre o ministério de Jesus e história de Josefo que eu ainda não houvera notado. Eu fui guiado nesta busca pelo fato de que os paralelos e quebra-cabeças que eu havia descoberto, foram todos projetados para revelar uma identidade oculta. A pergunta que eu estava tentando responder era antiga: "Quem é Jesus?" O mistério da identidade de Jesus começa com seu próprio nome. "Jesus Cristo", ou, como Paulo o chama, "Cristo Jesus", certamente não era o nome real do fundador do cristianismo. Cristo é a palavra grega para "Messias" e Jesus é um homófono grego (ee-ay-sooce) para a palavra hebraica Yeshua, que pode significar "Deus salva" ou, como no caso de Jesus, "Salvador". A proposição de que o nome de Jesus deveria ser entendido como "salvador" não pode ser contestada porque é confirmada por não menos que uma fonte que um "anjo do Senhor".
"Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo; E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados." Mateus 1:19-21 A palavra que o anjo usou para indicar que Jesus salvaria seu povo foi "soteria", (90) um derivado de "soter", (91) a palavra grega para "salvador". No entanto, o anjo que nomeou o menino Jesus também começou a confusão sobre a identidade do "Messias Salvador". Imediatamente seguindo suas instruções para chamar a criança de "Jesus", observa o anjo que a criança que a "virgem irá conceber", deve ser chamada por outro nome. "Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz; Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamálo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus conosco." Mateus 1:22,23 A confusão sobre a identidade de Jesus também é aparente durante
seu julgamento, quando o Novo Testamento introduz outro "Jesus", Jesus Barrabas. Este Jesus, como muitos dos aspirantes messiânicos descritos por Josefo, é dito ter iniciado uma insurreição. Mas todos eles gritaram juntos: "Fora com este homem, e liberta para nós Jesus Barrabas"- um homem que fora jogado na prisão por uma insurreição que iniciara na cidade, e por assassinato. Pilatos dirigiu-se a eles mais uma vez, desejando liberar Jesus; mas eles gritaram: "Crucifica, crucifica-o!" Uma terceira vez ele disse a eles: "Ora, que mal ele tem feito? Eu não encontrei nele nenhum crime que mereça a morte; eu vou portanto castigá-lo e libertá-lo". Jesus também contribui para a confusão em relação à identidade dos "Messias Salvadores", referindo-se ao indivíduo que ele prevê trazer destruição da Judéia não como a si mesmo, mas como o "Filho do Homem". "Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Por isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis." Mateus 24:42-44
O Novo Testamento descreve mais de uma pessoa como "Jesus" e se refere a Jesus por vários nomes diferentes. Comecei a entender que o Novo Testamento estava de alguma forma indicando que poderia haver mais do que um Messias, ou "Cristo" - em outras palavras, que Novo Testamento estava nomeando mais de um personagem como "Jesus". O próprio nome "Jesus" contribui para essa ideia. Que o "salvador da humanidade" fora assim chamado no nascimento, é obviamente problemático, Eusébio, por exemplo, sugere que o nome Jesus possa ter sido alegórico. Em outras palavras, como foi o caso com Cristo, Jesus pode ter sido assim chamado depois que ficou claro que ele era, de fato, "o salvador". Eusébio estava apenas apontando o óbvio. "Messias Salvador" não foi meramente um nome durante esta época, mas também um título daquele que viu a si mesmo como tendo sido enviado por Deus para "salvar" a Judeia pode reivindicar. Da perspectiva de Tito, o verdadeiro "filho de deus" da Judéia não poderia ter sido nenhum dos aspirantes messiânicos judeus que travaram guerra contra Roma. Só poderia ter sido ele mesmo. Josefo registra que a luta sobre quem era o verdadeiro Messias Salvador da Judéia, foi a verdadeira causa da guerra entre os romanos e judeus: Mas o que, mais do que tudo, os incitou à guerra foi um oráculo ambíguo também encontrado em seus escritos sagrados, que dizia "Que naquela época, um do seu país se
tornaria governante do mundo habitável. Isso os levou a acreditar significar: ser "um do seu próprio povo," e muitos dos sábios se enganaram em sua interpretação. Este oráculo, no entanto, na realidade significou o governo de Vespasiano, que foi proclamado imperador enquanto na Judéia. (92) Josefo não poderia ter afirmado que os Césares Flavianos viam a eles mesmos como os Messias, ou "Cristos", previstos pelas profecias do governante mundial do judaísmo mais claramente. Mas esta proposição sugere outras perguntas. Como poderia Tito ter tomado o título de "Cristo" longe dos líderes messiânicos com os quais ele lutou? Como pôde Tito fazer com que os rebeldes judeus o chamassem de "Cristo"? Eu descobri como Tito conseguiu isso durante meus esforços para determinar se Jesus, assim como seus apóstolos, tinha uma identidade secreta. Eu descobri uma série de quebra-cabeças dentro do Novo Testamento e de "Guerra dos Judeus" que revelam que não só Tito Flávio, o "Filho do Homem", foi predito por Jesus, mas que ele era, de fato, o "Jesus" que interagia com os discípulos na passagem final dos Evangelhos - em João 21. Os enigmas revelam que Tito é o "Jesus" desconhecido que o cristianismo tem adorado. Esses quebra-cabeças também revelam que o nome do salvador dos judeus capturado no Monte das Oliveiras e de quem Tito roubou o título de "Cristo" era Eleazar, e que ele fora satirizado como o "Lázaro" dentro do Novo Testamento. Os quebra-cabeças também foram projetados
para mudar a história do Novo Testamento a partir do que tem sido um tem sido um conforto para a humanidade em talvez o conto mais cruel já escrito. Para começar a mostrar como esses quebra-cabeças realizam tudo isso, primeiro é necessário explicar como o Novo Testamento interage com "Guerra dos Judeus para divulgar o nome do salvador judeu capturado por Tito no Monte das Oliveiras e executado. O nome desse indivíduo era Eleazar, que significa "a quem Deus ajuda" em hebraico e é traduzido como" Lázaro "em grego. O fato de que o Novo Testamento registra que Jesus ressuscitou Lázaro dos mortos faz com que a noção de que Lázaro poderia ter sido o nome do "Cristo" a quem Tito executou, especialmente, para assim o vir a assumir. Para esta compreensão, o leitor deve reconhecer um número de paralelos entre Jesus e Eleazar e resolver uma série de quebra-cabeças. Só então o leitor pode aprender o nome real do Messias judeu. Eu reconheço que os paralelos podem parecer desarticulados e difíceis de compreender a princípio, mas peço ao leitor que aceite isso. Se as conexões satíricas entre o Novo Testamento e "Guerra dos Judeus" fossem feitos para serem enxergados facilmente, eles não permaneceriam ocultos por 2.000 anos. Neste caso, as conexões satíricas entre Jesus e Eleazar foram escondidas, colocando os paralelismos chaves para Jesus em várias personagens diferentes chamadas Eleazar ou Lázaro. o autor requer que o leitor se lembre de eventos vividos por um número de diferentes "Eleazares" para entender seu ponto. Em outras palavras, como ele fazia com os vários "Simãos" e os endemoninhados de Gadara acima, o autor está usando personagens diferentes que ele liga "tipologicamente" por
um nome compartilhado ou experiências paralelas para criar um único tema satírico. A aparente imprecisão dos paralelos entre Jesus e Eleazar acabará por levar a uma conexão que é de clareza cristalina. Depois que eu comecei o estudo para determinar a identidade de Jesus, notei que há paralelos entre ele e um certo número de personagens chamadas "Eleazar". Como eu mostro abaixo, as personagens chamadas "Lazaro" ou "Eleazar" foi dito haverem tido os atributos de Jesus, de haverem nascido na Galileia, terem o poder de expulsar demônios, haverem sido flagelados, haverem sido vítimas de tramas de altos sacerdotes, haverem sobrevivido a uma crucificação, terem um túmulo que era muito parecido com o de Jesus, e claro, terem ressuscitado dos mortos. Embora eu tenha visto os significados dos paralelos como incomuns algo não ficou claro até que eu descobri dois quebra-cabeças cujas soluções revelam o nome de uma personagem sem nome como sendo "Eleazar". Sabendo que estas duas personagens sem nome foram assim chamados, revela que "Eleazar" foram: um capturado no Monte das Oliveiras, e sobreviveu a uma crucificação, e outro foi um filho de Maria cuja carne foi comida como um simbólico cordeiro Pascal. Adicionando estes atributos únicos de Jesus àqueles anteriormente mencionados cria uma imagem clara. O nome do "Cristo" que foi capturado no Monte das Oliveiras e executado pelos romanos era Eleazar A seguinte passagem da Guerra dos judeus descreve um Eleazar que era um "galileu". Apesar do fato de "ser um galileu" dificilmente ser uma designação incomum, o leitor
notará que o Eleazar da passagem tem outros paralelos com Jesus - seu auto-sacrifício e os traços sobre seu corpo nu. "E aqui um certo judeu parece digno da nossa relação e elogio; ele era o filho de Sameas, e foi chamado Eleazar, e nasceu em Saab, na Galileia. Este homem pegou uma pedra imensamente grande e jogou-a do muro sobre o aríete, e fez isso com uma força tão grande, que quebrou a cabeça do engenho. Ele também saltou para baixo e tirando a cabeça do aríete do meio deles, sem qualquer esforço levou-a para o alto do muro, enquanto isso ele ficou como um alvo fácil para ser atingido por pedras pelos seus inimigos. E assim, ele recebeu pedradas em seu corpo nu. A passagem seguinte revela que "Eleazar", como Jesus, teve o poder para dissipar os demônios. É um conto obviamente fictício e é, portanto, interessante que Josefo afirma que o exorcismo ocorreu em sua presença, e na presença de Vespasiano e seus filhos Tito e Domiciano. Saber que Eleazar era Jesus e que os "endemoninhados" foram os rebeldes judeus, esclarece o significado real desse conto estranho. É uma paródia do poder de "Jesus" para livrar os rebeldes de sua maldade demoníaca, isto é, sua rebeldia. Aviso prévio que também repete a ideia do conto dos endemoninhados de Gadara, de que os demônios são incapazes de passar pela água. "... pois eu vi um certo homem do meu próprio país, cuja nome era Eleazar, libertando pessoas que estavam endemoninhadas, na presença de Vespasiano e seus filhos e seus capitães e toda a multidão de seus soldados. A maneira da cura foi esta: Ele colocou um anel que continha uma raiz de um daqueles tipos mencionados por Salomão nas narinas
do endemoninhado, depois disso, ele puxou o demônio pelas narinas. . ."
BAARAS - Tmbém identificada com a Mandrágora
"....E quando Eleazar persuadiu e demonstrou aos espectadores que ele tinha tal poder, ele se afastou um pouco com um cálice ou bacia cheia de água, e comandou ao demônio para que ele saísse do homem, e derrubou-o, fazendo assim os espectadores saberem que ele havia deixado o homem." (93) A passagem acima está relacionada com a seguinte passagem em "Guerra dos Judeus" em relação a outra raiz mágica que poderia dissipar os demônios. A história se passa em uma terra chamada "Baaras", onde um "tipo de raíz" também chamado "Baaras" cresce. Baaras parece ser
uma brincadeira com a palavra usada para "filho", bar, que lembra a maneira com que "Sicarii" foi talvez deliberadamente escrita "erroneamente" como Iscariotes. O Novo Testamento e Josefo muitas vezes se envolvem com humor sobre a identidade do "Filho". A passagem também afirma que esta "raiz" mágica crescia por toda parte "desde o tempos de Herodes", e provavelmente duraria por muito mais tempo se não houvesse sido cortada por aqueles judeus. "Isso indica que estamos lidando com uma única planta. No entanto, de qual tipo de planta existe apenas uma? Em qualquer caso, por que Josefo iria tão longe para descrever uma planta que não existe mais? Além disso, Josefo também define na passagem o que ele quis dizer com a palavra "demônios". Eles são os "espíritos dos ímpios" apoiando assim a ideia de que os "maus" "Sicarii" eram possuídos por "demônios" e eram os "espíritos imundos" nos "endemoninhados de Gadara", bem como, a ideia de que os demônios exorcizados por Eleazar nas passagens acima são os rebeldes judeus. Quando os elementos da passagem abaixo sobre a "raiz" mágica são vistos como um grupo, uma imagem surge. A passagem descreve uma única planta que foi chamada "filho", que crescia por toda parte desde o tempo de Herodes e tinha um poder mágico para expulsar demônios. Este "filho" teria durado mais tempo, exceto pelo fato de que "aqueles judeus "o haverem cortado". O que, além de uma sátira de Jesus, poderia ser essa passagem? Como a passagem contém paralelos claros à outra acima, descrevendo um "Eleazar", que também exorciza demônios usando uma raiz mágica, foi escrita para ligar "Eleazar" ao outro filho que exorcizou demônios - isto é, Jesus.
"Agora dentro deste lugar, cresceu uma espécie de raíz que merece nossa admiração por conta de sua grandeza, pois não é inferior a qualquer figueira, seja em altura ou em espessura; e o relato é de que existia desde o tempo de Herodes, e provavelmente teria durado muito mais tempo, se não houvesse sido cortada por aqueles judeus que tomaram posse do lugar depois. Mas ainda nesse vale, que engloba a cidade ao lado norte, há uma certo lugar chamado Baaras, que produz uma raiz de mesmo nome com essa mesma ... só é valiosa por conta de uma virtude que possui, se apenas for levada às pessoas doentes, ela rapidamente afasta aqueles que são chamados "demônios", que não são nada mais do que os espíritos dos ímpios, que entram nos homens que estão vivos e os matam, a menos que possam obter alguma ajuda contra eles." (94)
Representação da árvore Baaras - Identificada como Mandrágora na Idade Média
ATLAS BÍBLICO - Circulado em vermelho a localização do Vale de Baaras - BAARAS VALLIS
A passagem acima da Guerra dos Judeus descreve a raiz mágica "Baaras" é imediatamente seguida por outra passagem ainda sobre outro "Eleazar" de uma família "eminente". Este "Eleazar" é um paralelo transparente a Jesus, enquanto ele sobrevive a um flagelo de sua carne nua e uma crucificação.
"... os romanos, quando eles se depararam com os outros
contra suas margens, eles previram sua vinda, e os estavam esperando quando chegaram; Porém a conclusão deste cerco não dependia desse confronto; mas um certo incidente surpreendente, relativo ao que foi feito nesse cerco obrigou os judeus a entregarem a cidadela. Lá havia um certo jovem entre os sitiados, de grande ousadia, e muito ágil com suas mãos, seu nome era Eleazar; ele se destacou muito naquele ataque que encorajou os judeus a saírem em grande número, a fim de impedir o aumento deles às margens, e causou aos romanos uma grande quantidade de danos quando eles vieram lutar; ele conseguiu tal sucesso, que aqueles que saíram para fazer o ataque, retornaram facilmente e sem perigo, e isso ainda trazendo a retaguarda ele mesmo. Então aconteceu que, em um determinado momento, quando a luta acabou, e ambos os lados batido em retirada, ele, desprezando o inimigo, e pensando que nenhum deles iria voltar a lutar de novo, naquele momento, estando fora dos portões, falava com aqueles que estavam na muralha, e sua atenção estava totalmente voltada ao que eles diziam. Então uma certa pessoa pertencente ao acampamento romano, cujo nome era Rufus, e Egípcio de nascimento, correu sobre ele repentinamente, quando ninguém esperava tal coisa, e capturou-o, mesmo com sua própria armadura; enquanto, nesse meio tempo, aqueles que observavam da muralha ficaram tão surpresos, que Rufus impediu a sua ajuda, e levou Eleazar para o acampamento romano. Então o general dos romanos ordenou que ele deveria ser levado de volta nu, ante a multidão da cidade para ser visto, e duramente chicoteado diante de seus olhos. Com este triste incidente que se abateu sobre o jovem, os judeus ficaram terrivelmente perturbados, e a cidade, com uma só voz, lamentou-o severamente, e o luto por uma única pessoa
provou ser supostamente maior do que poderia ser sobre uma calamidade." (95) Na parte seguinte da passagem é notável de como é satírica a descrição da lógica que levou à criação do cristianismo. Os romanos, vendo o amor que os rebeldes judeus mantinham por seus Messias, decidiram usar essa ligação em seu próprio benefício. Isto é, eles decidiram criar um Messias Romano. Esta passagem é diretamente ligada à história do Novo Testamento sobre a captura de Jesus no Monte das Oliveiras. Quando Bassus percebeu isso, ele começou a pensar em usar um estratagema contra o inimigo, e estava desejoso de agravar sua dor, a fim de levarem a melhor sobre eles para que entregassem a cidade em troca da salvação daquele homem. Tampouco ele falhou em seu intento; porque mal ele ordenou que colocassem uma cruz, como se ele fosse enforcar Eleazar imediatamente; a visão disso ocasionou uma grande comoção entre aqueles que estavam na cidadela, e eles gemeram veementemente, e gritaram que eles não suportariam vê-lo assim aniquilado. Eleazar, então, implorou a eles que não o desprezassem, pois agora ele iria sofrer uma morte muito miserável, cedendo à sina e ao poder romano, já que agora haviam conquistado todas as outras pessoas. Então esses homens ficaram muito comovidos com o que ele disse, lá haviam também muitos dentro da cidade que intercederam por ele, porque ele era de uma família eminente e muito numerosa; e assim cederam à sua paixão pela comiseração, ao contrário do costume habitual . . . Então, eles enviaram imediatamente determinados mensageiros, que trataram com o Romanos, a fim de organizar uma rendição da cidadela para eles, e
desejaram que eles pudessem voltar, levando Eleazar junto com eles. Então os romanos aceitaram sua rendição geral nesses termos. (96) Outra ligação de Jesus e Eleazar (Lázaro) ocorre no Novo Testamento. Depois de descrever a ressurreição de Lázaro, o Evangelho de João afirma que os sumos sacerdotes conspiravam contra ele. Este paralelo é transparente como ocorre dentro da mesma passagem onde os sumos sacerdotes conspiram contra Jesus. "E os principais dos sacerdotes tomaram deliberação para matar também a Lázaro;" João 12:10 (97)
Então "Guerra dos Judeus" e o Novo Testamento descrevem personagens chamados "Eleazar", que tem os atributos de Jesus: de haver nascido na Galileia, ter o poder de exorcizar demônios, haver sido tramada sua morte pelos Sumos Sacerdotes, havendo sido flagelado sobreviveu a uma crucificação e ressuscitou dos mortos. Estes "Eleazares" são os únicos indivíduos dentro desses trabalhos com tantos atributos comuns aos de Jesus. No entanto, para entender que "Eleazar" foi o verdadeiro "Salvador", Josefo e os autores do Novo Testamento exigiam que o leitor primeiro resolvesse os dois seguintes enigmas. O primeiro quebra-cabeça revela que Eleazar era capturado no Monte das Oliveiras. Para resolver o enigma, é preciso primeiro reconhecer que a seguinte passagem, em que Josefo dá a sua versão de uma captura no Monte das Oliveiras, é paralelo à passagem acima que descreveu um
Eleazar que foi flagelado e escapou da morte por crucificação.
O texto a seguir é o relato completo da captura no Monte das Oliveiras de Josefo: "Agora, depois de haver passado um dia desde que os romanos ascenderam à fenda, muitos dos sediciosos foram tão pressionados pela fome, e também pelo insucesso de seu saque, que eles se juntaram e fizeram um ataque àqueles guardas romanos que estavam no Monte das Oliveiras. Os romanos foram informados de sua vinda para atacá-los de antemão, e, correndo rapidamente junto aos campos vizinhos, impediram que eles tomassem suas fortificações. e um deles cujo nome era Pedanius, pertencente a um grupo de cavaleiros, quando os judeus já estavam vencidos e forçados todos juntos vale abaixo, ele esporeou o flanco de seu cavalo com grande veemência, e apanhou pelo tornozelo um certo homem jovem pertence ao inimigo, quando ele estava fugindo; o homem era, no entanto, de um corpo robusto, e estava de armadura; muito baixo também, Pedanius se curvou sob seu cavalo, ainda quando ele estava galopando, e tão grande era a força de sua mão direita e do resto de sua corpo, como também tal habilidade ele tinha na equitação, que assim que esse homem se apoderou de sua presa, como de um precioso tesouro, levou-o como seu cativo para César; e depois Tito admirado com o homem que havia se apoderado do outro por sua grande força, ordenou que o homem que fora capturado fosse punido [com a morte] por seu ataque contra a muralha romana." (98)
Este incidente ocorreu no Monte das Oliveiras, a localização que o Novo Testamento dá para a captura de Jesus. Como eu tinha visto que o Novo Testamento e "Guerra dos Judeus" frequentemente compartilhavam conceitualmente alguns eventos nos mesmos locais, tentei analisar as duas passagens para determinar se eles também poderiam estar relacionados. Notei na primeira vez que existe um paralelo entre as duas capturas no Monte das Oliveiras em termos do tempo relativo em que elas ocorrem. A captura do Novo Testamento ocorre imediatamente antes de Jesus, o templo simbólico do Novo Testamento, ser destruído. A captura no Monte das Oliveiras em "Guerra dos Judeus" ocorre da mesma forma, imediatamente antes da destruição do templo. No entanto, enquanto a identidade do homem que foi capturado no Monte das Oliveiras no Novo Testamento é bem conhecida, na versão de Josefo o indivíduo capturado é descrito apenas como "certo jovem". Eu me perguntei se seria possível reconhecer o nome desse "certo jovem", como fiz com os endemoninhados de Gadara. Foi durante o esforço para determinar isso, que a forma como que o Novo Testamento e "Guerra dos Judeus" usam o paralelismo para identificar os nomes de suas personagens anônimas finalmente ficou clara para mim. Esse uso de paralelismo veio diretamente da Bíblia hebraica e, em certo sentido, seu uso no Novo Testamento já era esperado. Como os autores do Novo Testamento emprestaram conceitos como o Êxodo, o cordeiro pascal e o Messias, era lógico para eles copiar o uso de paralelos intertextuais também.
A Bíblia hebraica foi estruturada como um todo orgânico e pode ser pensado como uma "série de círculos concêntricos com alguns anéis de intertravamentos, "como Freedman coloca". Por exemplo, a Torá e o livro de Josué (que juntos formam o Hexateuco) têm toda uma estrutura literária de imagem-espelho em que os principais temas dos livros do Gênesis até o Êxodo 33 são então espelhados em estruturas paralelas nos livros de Êxodo 34 a Josué 24. Os criadores da Bíblia hebraica também usaram paralelos estruturais em um nível micro. Por exemplo, em uma técnica conhecida como composição pedimental; cem, duas passagens que contêm muitos paralelos são usados para fornecer uma "moldura" literário, imprensando uma terceira passagem central entre elas - por exemplo, Levítico 18 e 20 fornecem tal "moldura" para a passagem central em Levítico 19. A consequência dessas técnicas literárias tradicionais é que o leitor judeu não lê um texto como poderia ser lido, pensado de uma maneira racional, direta e linear. Pelo contrário, a leitura judaica é intertextual. O uso de frases, fórmulas, lugares, roupas, e assim por diante são usados para criar camadas de significado associativo, como contrastes, para fornecer continuidade e colorido. Em alguns casos, os autores criam o que Robert Alter chamou de "cenas de tipo" - então, por exemplo, o servo de Abraão, ao encontrar uma jovem mulher em um poço, é então mais tarde descrito em paralelo com Moisés encontrando uma jovem mulher em um poço, e o leitor é convidado a contemplar as semelhanças, diferenças e continuidades. Na literatura hebraica, essas relações tipológicas são uma fonte de especulação aberta e debate. Para os romanos isso talvez tenha parecido parte do misticismo bárbaro que induziu os zelotes judeus à revolta. Então eles
"aperfeiçoaram" a natureza de seus paralelos no Novo Testamento dos tipos "em aberto" encontrados dentro do Cânon hebraico para aqueles que eram muito precisos em sua lógica e relações cronológicas, e nas identidades que eles revelam.
Os autores dos Evangelhos estavam muito conscientes da tipologia usada na literatura hebraica e estavam, com efeito, mostrando que eles eram capazes de produzir uma forma mais perfeita e mais complexa. Além disso, houve uma profunda ironia na exigência dos autores dos Evangelhos e "Guerra dos Judeus" para que fossem lidos à maneira da literatura judaica, a fim de que soubessem que eles haviam criado um pseudo-judaísmo. O "insight" de que Josefo estava usando paralelos tipológicos ocorreu quando percebi que no conto de Josefo sobre a captura do "jovem rapaz" sem nome no Monte das Oliveiras é paralela a outra passagem dentro da Guerra dos Judeus, a passagem acima, na qual Eleazar é chicoteado e escapa da crucificação. Josefo identifica as duas histórias como sendo paralelas por cada passagem haver contado a mesma história, sendo suas únicas diferenças o local e que um "certo jovem" não tem nome na versão do Monte das Oliveiras. Para esclarecimento, apresento a seguinte lista de paralelos entre as duas passagens:
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Em cada uma, os judeus sitiados estão cercados por uma muralha.
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Em cada uma, os judeus atacam a muralha de cerco.
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Em cada caso, os romanos prevêem o ataque.
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Em cada uma, um judeu é literalmente levado por um único romano de uma maneira que é fisicamente impossível.
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Em cada uma, o homem que é levado está com sua armadura.
Dentro das obras de Josefo existem milhares de passagens. Essas são as únicas duas que compartilham essas características paralelas. Assim Josefo faz notar ao "leitor inteligente", isto é, o leitor com boa memória, que as duas histórias são paralelas. Além disso, existe um simples ponto de lógica no qual os autores exigem que o leitor perceba como sendo a partir deste que as passagens são paralelas, o anônimo "certo jovem" que é levado em um deve ter o mesmo nome como o "certo jovem" chamado Eleazar que passa pela mesma experiência no outro. As passagens também são o começo de um tema satírico que Josefo e o Novo Testamento desenvolvem em relação ao Messias no Monte das Oliveiras. Este tema, ao qual me
refiro como"raiz e ramo", começa com a última frase na passagem acima da guerra dos judeus. Observe que o tradutor (William Whiston) coloca parênteses em torno das palavras que ele usa para descrever a punição "(com a morte)" do "certo jovem" sem nome capturado no Monte das Oliveiras Whiston usou este dispositivo para notificar o leitor de que ele estava erroneamente traduzindo as palavras gregas que Josefo escreveu para render o que parecia uma leitura mais coerente. As palavras gregas ele está traduzindo como [com a morte], kolasai keleusas, são traduzidas literalmente como "ordenado para ser podado". "Podado" é, claro, uma palavra que descreve uma atividade de jardinagem. Assim, Tito não ordenou o "certo jovem "a ser levado à morte", como diz a tradução de Whiston, mas para ser "podado", uma palavra usada logicamente no Monte das Oliveiras. "Kolasai" foi usado pelo naturalista grego Theophratus no quarto século AEC para descrever a poda necessária para cultivar plantas selvagens. Seu trabalho em plantas foi frequentemente referenciado por indivíduos da era de Tito, como Plínio e Sêneca, e cobria especificamente o processo pelo qual as oliveiras selvagens podem ser transformadas em cultiváveis. (102) Theophratus foi o ancestral científico de Pedanius Dioscorides, o cientista romano e médico que acompanhava Vespasiano e Tito na Judeia e foi uma parte fundamental do tema da sátira sobre a "raiz e ramo". Este uso da palavra "podada" para descrever o destino do jovem "faz parte de um amplo tema satírico dentro do Novo Testamento. Os líderes da rebelião judaica foram usados como "árvore" histórica na qual o cristianismo foi
"enxertado". A descrição de Paulo do cristianismo sendo enxertado no judaísmo abaixo é parte deste tema sobre "raiz e ramo". Observe que Paulo afirma que é uma oliveira que deve ser enxertada. A oliveira sendo, claro, a árvore que seria "podada" no Monte das Oliveiras. "Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que não te poupe a ti também. Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas para contigo, benignidade, se permaneceres na sua benignidade; de outra maneira também tu serás cortado. E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar. Porque, se tu foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira! Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado." Romanos 11:21-25 Josefo continuou com este tema vegetativo fazendo uma sátira sobre "pressionando". Observe que no início de sua descrição de uma captura no Monte das Oliveiras, Josefo afirma que os judeus foram "pressionados" pela fome. Este uso da palavra "pressionar" por Josefo, satiricamente liga
sua passagem descrevendo uma captura no Monte das Oliveiras com a versão do Novo Testamento de uma captura do Monte das Oliveiras. O jardim no qual Jesus vagueia enquanto no Monte das Oliveiras é chamado Gethsemane, uma palavra aramaica que geralmente é traduzida como "prensa de azeite". No entanto, como Klausner aponta, a palavra é "difícil" e pode também estar relacionado ao vinho. Beth-Shemanaya é um nome usado no Talmude para descrever um "salão de vinho e óleo". (103) "E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que por muitos é derramado. Em verdade vos digo que não beberei mais do fruto da vide, até àquele dia em que o beber, novo, no reino de Deus. E, tendo cantado o hino, saíram para o Monte das Oliveiras." Marcos 14:24-26 "E foram a um lugar chamado Gethsemane, e disse aos seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu oro." Marcos 14:32 Nós mostramos que Jesus 'chamando sua carne de' pão 'é satiricamente relacionado com o canibalismo que os rebeldes judeus sitiados estiveram envolvidos Da mesma forma, a descrição da paixão de Jesus no jardim de Gethsemane é uma sátira da sua "doação de seu sangue", que ele descreveu como "vinho".
"Dizendo: Pai, se queres, passa de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a tua. E apareceu-lhe um anjo do céu, que o fortalecia. E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se como grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão." Lucas 22:42-44 Nomear o jardim onde o suor de Jesus é comparado a gotas de sangue de "prensa de azeite" também faz parte do tema satírico. No entanto, a passagem no Evangelho de Lucas que contém a imagem satírica relacionada, à das gotas de sangue que saem de Jesus como o líquido espremido de uvas ou azeitonas em uma prensa, não se refere ao nome do jardim. Isso deve ser obtido a partir da leitura das versões do Conto do Monte das Oliveiras nos outros Evangelhos, em que o nome do jardim aparece como Gethsemane. A sátira nos quatro Evangelhos trabalham juntas, em relação a paixão de Jesus no Gethsemane, para mostrar que os Evangelhos não são quatro testemunhos de Jesus separados, mas uma peça unificada de literatura com nada inadvertido nele. Todos os seus aparentemente irrelevantes ou contraditórios detalhes têm um propósito na relação satírica. Neste caso, os autores impediram que a sátira fosse óbvia demais, usando a palavra para um vinho ou prensa de azeite, Gethsemane, em uma versão da história em um Evangelho e o uso da imagem do sangue de Jesus caindo em outra. Josefo, em seguida, expande o tema satírico em "Guerra dos Judeus", jogando com a palavra "prensa" naquela história no Monte das Oliveiras.
Mais uma vez, apenas os leitores alertas o suficiente para combinar os elementos de diferentes versões da mesma história podem entender a sátira. Observe que essa técnica é consistente em todo o processo. Para entender sátira em Lucas sobre Gethsemane, o leitor deve recordar-se de outra versão do Evangelho da mesma história. Da mesma forma, os paralelos entre os dois contos de "Guerra dos Judeus" acima, que descrevem um "certo jovem" sendo capturado, só podem ser compreendidos pelo leitor cuja memória é suficiente para lembrar da primeira história enquanto lêem a segunda. Os autores do Novo Testamento e Josefo criaram o que pode ser chamado de primeiro teste de inteligência da história. A consequência da falha foi a crença em um falso deus. Eu também notaria que esse tema vegetativo referente a um Messias capturado em um jardim chamado de prensa de azeite ou lagar pode ter sido uma paródia de uma metáfora hebraica, registrada no Targum, sobre o Messiah esmagando os inimigos de Israel em uma prensa. A sátira que Roma fez, não foi do Messias esmagar seus inimigos como "uvas no lagar", mas sim foi a de "prensar" ele mesmo.
"Quão amável é o rei Messias, que deve se levantar da casa de Judá. Ele cinge seus lombos e sai para guerrear contra aqueles que o odeiam matando reis e governantes. . .
e avermelhando as montanhas com o sangue de seus mortos. Com suas roupas mergulhadas em sangue, ele é como alguém que pisa uvas no lagar de vinho." É notável que o tema "raiz e ramo" que o Novo Testamento e Josefo criaram em relação ao Messias não foi notado antes, já que é bastante claro. A "oliveira" que é "podada" de modo que o cristianismo poderia ser "enxertado" só acontece estando no "Monte das Oliveiras" em um jardim chamado "Gethsemane", uma palavra que significa "prensa de azeite". Neste exemplo, os nomes e localizações fornecem o fato de que a estória é uma sátira e não história. Se os romanos, de fato, capturaram Eleazar, o "ramo" messiânico dos rebeldes judeus, no Monte das Oliveiras, teria sido a inspiração específica para este tema satírico. No capítulo seguinte, minha análise deste tema vegetativo conclui como Tito - foi chamado de "jardineiro" porque ele "podou" Eleazar - "enxerta" a ele mesmo na identidade e história do Messias judaico e se torna "Jesus". Eu mostrarei no capítulo "A nova raiz e ramificação" que este "poda" do jovem certo, descrita tão descontroladamente por Josefo, é o destino do verdadeiro Messias, sobre o qual o cristianismo se baseia. Além disso, a história do Novo Testamento sobre a captura de Jesus está ligada à campanha de Tito de outra maneira. O Novo Testamento afirma que Jesus foi capturado dentro de um jardim chamado "Gethsemane". Na versão de sua captura contada no Evangelho de Marcos, há uma
personagem descrita apenas como um "certo jovem" nu que, ao contrário de Jesus, foi capaz de escapar dos atacantes. "Todos os dias estava convosco ensinando no templo, e não me prendestes; mas isto é para que as Escrituras se cumpram. Então, deixando-o, todos fugiram. E um certo jovem o seguia, envolto em um lençol sobre o corpo nu. E lançaram-lhe a mão. Mas ele, largando o lençol, fugiu nu. Jesus perante o Sinédrio. E levaram Jesus ao sumo sacerdote, e ajuntaram-se todos os principais dos sacerdotes, e os anciãos e os escribas." Marcos 14:49-53
A descrição do homem nu intrigou os estudiosos. Por quê o autor interrompeu sua descrição de algo tão importante como a captura de Jesus para registrar um evento tão irrelevante quanto a fuga de uma personagem sem nome? Eu acredito que eu sou capaz de responder essa pergunta e também possa identificar esta personagem sem nome. A resposta vem do fato de que havia outro individuo "nu" que teve uma fuga paralela de um bando de homens armados em um mesmo jardim. Este indivíduo foi Tito
Flavio. Mais uma vez o Novo Testamento e "Guerra dos Judeus" descrevem cada evento, conceitualmente paralelos, no mesmo local - "pesca" para homens em Gennesareth, "demônios" em Gadara, um filho de Maria cuja carne foi comida em Jerusalém, e, na passagem seguinte, um jovem "nu" em um jardim fora de Jerusalém, em seu canto nordeste, que escapou de um bando de homens armados. "Agora, enquanto ele andava pela estrada reta que levava para a muralha da cidade, ninguém apareceu fora dos portões; mas quando ele saiu daquela estrada e desceu em direção à Torre Psefinus, e liderou o bando de cavaleiros obliquamente, um imenso número de judeus saltou de repente das torres chamadas de "Torres das Mulheres", através do portão que fica defronte aos monumentos da rainha Helena, e interceptaram seu cavalo; e ficando em pé diretamente opostos a aqueles que ainda corriam ao longo da estrada, impediam que eles se juntassem a aqueles que haviam decaído. Eles interceptaram Tito também, com alguns outros. Agora era ali impossível para ele para seguir em frente, porque por toda parte haviam trincheiras cavadas na muralha, e também muitos jardins obliquamente situados, rodeados por muitas sebes para proteger os jardins; ele viu que era também impossível voltar para seus próprios homens, em razão da multidão de inimigos que havia entre eles; muitos dos quais não sabiam o quanto o rei estava em perigo, pois supunham que ele ainda estava entre eles. Então ele percebeu que sua salvação seria totalmente devido à sua própria coragem, e virou seu cavalo, e gritou em voz alta para aqueles que estavam prestes para segui-lo, e correu com violência pelo meio de seus inimigos, a fim de forçar o seu caminho através deles até os seus próprios homens. E, portanto, eu posso principalmente entender que
tanto a cessar das guerras, e os perigos sob quais os reis se encontram, estão sob a providência de Deus; pois um tal número de dardos foram atirados em Tito, quando ele não estava usando seu capacete e nem seu peitoral (pois, como eu disse, ele não saíra para lutar, mas para observar a cidade), mas nenhum deles tocou seu corpo, e ele se retirou sem ser ferido; como se todos o houvessem desaparecido de propósito, e só faziam barulho quando passavam por ele." Assim, o Novo Testamento e "Guerra dos Judeus" colocaram cada um deles, seu rei no mesmo jardim se encontrando com um bando de homens armados. No Novo Testamento, Jesus começa no Monte das Oliveiras, que fica fora da borda leste de Jerusalém, e caminha para o norte até Gethsemane, onde o Novo Testamento afirma que ele "foi um pouco mais longe." "Então chegou Jesus com eles a um lugar chamado Gethsemane, e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar." Mateus 26:36 Em outras palavras, para o canto nordeste da cidade. Josefo descreve Tito como viajando da torre de Psefinus, que marcava o canto noroeste da cidade, em direção ao monumento da Rainha Helena, ao longo da fronteira norte de Jerusalém de oeste a leste.
Maquete de Jerusalém - Torre Psefinus
Monumento da Rainha Helena - Jerusalém (Ilustração)
Monumento da Rainha Helena - Jerusalém (Ruínas)
Observe que em sua versão de um ataque ao jardim, Josefo faz o leitor ciente de que Tito estava, "figurativamente dizendo", "nu", quando escreve que ele não estava usando armadura, para criar um paralelo satírico para o "jovem nu" que escapa do jardim no Novo Testamento. Como foi o caso do quebra-cabeça sobre a captura de Eleazar, o "jovem nu" não identificado no Novo Testamento deve ter o mesmo nome que o indivíduo nomeado dentro da história paralela em "Guerra dos Judeus". Por isso, o "certo jovem" que escapa nu de seus perseguidores no jardim no Novo Testamento pode ser visto como um protótipo de Tito, o jovem "nu" que escapa de seus perseguidores no mesmo jardim em "Guerra dos Judeus". Assim, o Novo Testamento e Josefo descrevem dois assaltos que ocorrem em jardins perto do Monte das Oliveiras. Observe a simetria conceitual - em cada par de ataque no Monte das Oliveiras existe um indivíduo "nu" que escapa e outro indivíduo que é capturado. Os ponto paralelos desses ataques no Monte das Oliveiras são: Jerusalém durante os tempos do Novo Testamento, 30 AEC - 70 DEC; Torre Psefinus, pórtico de Simão; Jardim de Gethsemane, ou seja, 450 metros (1500 pés) separam as identidades dos dois "reis", Jesus e Tito - em outras palavras, separaram o "rei" que vive daquele que é crucificado. Este paralelo é criticamente importante na medida em que começa o processo pelo qual a história do Novo Testamento de Jesus opera como um precursor das histórias de ambos "Filhos de Deus" descritos em "Guerra dos Judeus" - Eleazar e Tito.
Interior do Jardim de Gethsemane
Jerusalém vista do Gethsemane
Monte das Oliveiras
Tito é descrito por Josefo na passagem como rei quando, de fato, naquele momento ele é apenas o filho do imperador. E, portanto, podemos compreender principalmente que tanto o sucesso das guerras, como os perigos em que estão os reis, encontram-se sob a providência de Deus. Esta referência a Tito como um rei chamou a atenção de estudiosos, que se perguntaram por que Josefo teria cometido um tal erro tão óbvio. Josefo, claro, não se esqueceu do título de Tito. Em vez disso, ele está fazendo um comentário sobre qual "rei", atacado em um jardim fora de Jerusalém, goza do favor de Deus - Jesus, o rei do Judeus ou Tito, o rei dos romanos. "Guerra dos Judeus" e o Novo Testamento estão trabalhando juntos para afirmar que desde que o rei dos romanos escapou de seus atacantes no jardim e o rei dos judeus não, isso demonstra qual rei estava "sob a providência de Deus". É estranho que a frase de Josefo na passagem acima, "os perigos em que estão os reis", não ter recebido mais atenção dos estudiosos, porque ele está se referindo claramente a um evento que ocorre no mesmo jardim onde Jesus, o rei de os judeus, é capturado, e seu uso do plural indica claramente que ele está falando de mais de um rei. É, no mínimo, uma coincidência extraordinária que Josefo tenha escolhido este momento e local para fazer um comentário editorial sobre qual rei estava sob a "providência de Deus". Josefo parece estar fazendo um contraponto quanto ao valor relativo da fé no divino e da fé em si mesmo, que talvez fosse a mesma coisa para os Flavianos, uma vez que eles se
viam como deuses. isto fica claro pelas diferentes respostas que Jesus e Tito têm para a mesma situação. Ambos são reis que estão separados de seus aliados e são tomados de assalto por homens armados em um jardim fora do canto nordeste de Jerusalém. Jesus, isto é, Eleazar, humildemente aceita a vontade de Deus. A reação de Tito, no entanto, foi a mesma que a do jovem nu no Novo Testamento que reconhece que sua "preservação deve ser totalmente devida à sua própria coragem" e, portanto, é capaz de escapar de seus perseguidores. Josefo pode estar fornecendo um vislumbre da verdadeira crença "religiosa" dos imperadores Flavianos, que é, confiar em si mesmo e não na "providência" dos deuses. Agora vou analisar o quebra-cabeça sobre Eleazar que apresenta a característica mais significativa que ele e Jesus compartilham. É o enigma que revela que Lázaro era o filho de "Maria", cuja carne foi comida como um Cordeiro da Páscoa. Para resolver este enigma, o leitor deve primeiro combinar duas passagens paralelas dentro do Novo Testamento e depois recombinar essa "história combinada" com sua contraparte paralela em Josefo. Embora isso possa parecer complexo, os autores criam um claro atalho. Como no quebra-cabeça acima, sobre o "certo jovem" no Monte das Oliveiras, o enigma é sobre a determinação do nome de um personagem sem nome, e novamente a resposta é Eleazar. O enigma começa com uma passagem do Evangelho de Lucas em que Jesus dá conselhos a Marta quando ela está preocupada que sua mãe Maria não está ajudando-a a servir a comida. Se as palavras de Jesus forem interpretadas simbolicamente, ele parece estar dizendo que ouvir seu ensinamento é mais importante do que servir ou comer
alimentos. Apesar de aparentemente inócua, a passagem seguinte é a mais importante em todo o Novo Testamento. "E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou Jesus numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa; E tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, assentandose também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. Marta, porém, andava distraída em muitos serviços; e, aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá de que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe que me ajude. E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária; E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada." Lucas 10:38-42 Como a passagem do Novo Testamento sobre "certo jovem homem" que estava nu no Monte das Oliveiras, Lucas 10: 38-42 é estranhamente desconectada da narrativa antes e depois dela. Os estudiosos reconheceram que a passagem parece relacionada a outra história sobre servir comida encontrada no Evangelho de João, que eu chamo de "festa de Lázaro". Durante esta "festa de Lázaro" Martha é descrita, assim como ela na passagem acima de Lucas, como servindo comida. A irmã de Marta, Maria, também está presente nesta festa, assim como seu irmão Lázaro, a quem Jesus ressuscitou recentemente dos mortos. No entanto, se a passagem do Evangelho de Lucas é uma peça
da história de João, como isto se encaixa em outro evangelho? Mais uma vez, passagens dentro do Novo Testamento e "Guerra dos Judeus" em que os paralelos de compartilhamento se destinam a ser lidos como literatura judaica - isto é, intertextualmente. Leia dessa maneira, e a partir de tal perspectiva as passagens paralelas criam uma história com um significado diferente daquele que aparece na superfície. A passagem do Evangelho de Lucas compartilha paralelos com a história da "festa de Lázaro" no Evangelho de João. Em ambas as passagens, as irmãs de Lázaro, Maria e Marta, estão presentes e Marta é descrita como servindo comida. Assim, essas passagens podem ser combinadas da seguinte forma: "Foi, pois, Jesus seis dias antes da páscoa a Betânia, onde estava Lázaro, o que falecera, e a quem ressuscitara dentre os mortos. Fizeram-lhe, pois, ali uma ceia, e Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele." João 12:1,2 Neste ponto, a parte da história que ocorre no Evangelho de Lucas pode ser facilmente entrelaçada. "Marta, porém, andava distraída em muitos serviços; e, aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá de que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe que me ajude. E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária;
E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada." Lucas 10:40-42 Enquanto a cena criada pela combinação das duas passagens pode parecer trivial, o fato de que ele se junta a história de Lázaro com "boa parte" de Maria é fundamental para resolver o enigma de qual, exatamente, "boa parte" de Maria é que Jesus está falando metaforicamente aqui, ou poderiam as palavras ser tomadas literalmente, como eu mostrei que podem na expressão "pescadores de homens?" Eu acredito que, mais uma vez, aqueles que vêem significado espiritual nas palavras de Jesus estão fazendo papel de tolos. Embora uma Maria, que tem uma "boa porção" que "não é tirada dela" seja bastante raro na literatura, uma personagem com o mesmo nome e atributos também é encontrada em "Guerra dos Judeus", contida na passagem que descreve a Maria que comeu seu filho, analisada anteriormente.
"Eles a ameaçaram de cortarem a sua garganta imediatamente se ela [Maria] não lhes mostrasse a comida que havia preparado. Ela respondeu que havia guardado uma muito boa porção para eles, e depois disso revelou o que restava de seu filho. Depois que esses homens saíram ... e ... deixaram o resto dessa carne para a mãe. "(106)
A passagem de Josefo tem um paralelo conceitual em Lucas 10:40. Mas o leitor deve fazer mais do que uma conexão
linguística, a fim de ser capaz de enxergar os paralelos entre as duas passagens. Note que as duas Marias são um exemplo, por excelência, do fato de que os paralelos conceituais entre o Novo Testamento e "Guerra dos Judeus" não pode ser vista através do método literal de análise que os estudiosos sempre aplicaram aos trabalhos. O relacionamento foi criado não por paralelos linguísticos ou gramaticais, mas por paralelos conceituais. Os autores usam palavras diferentes e até diferem para criar suas relações tipológicas e exigem que o leitor possua a capacidade mental de reconhecer os conceitos paralelos que as diferentes palavras criam. A passagem acima de "Guerra dos Judeus" compartilha quatro paralelos com as passagens do Novo Testamento a respeito de Lázaro: a boa porção, o fato de que a porção não lhe foi tirada, uma personagem chamada Maria e um parente chamado Eleazar (Lázaro). No entanto, estes quatro paralelos não são as únicas maneiras pelas quais passagens estão ligadas. Como mencionado acima, a passagem de Josefo descrevendo Eleazar [Lázaro]: a Maria cuja "boa porção não foi tirada dela" também contém vários elementos que se assemelham aos do Cordeiro Pascal simbólico do Novo Testamento. Estas são: uma mãe chamada Maria que seria "trespassada"; a casa de hissopo; um sacrifício; uma das instruções de Moisés a respeito do cordeiro pascal; o comer da carne de um filho o qual se tornaria um "exemplo para o mundo"; e Jerusalém como a localidade do incidente.
Adicionando a "boa parte que não foi tirada" aos prémencionados paralelos com o cordeiro pascal do Novo Testamento coloca para descansar a questão de saber se o "filho de Maria" da passagem de Josefo cuja carne foi comida e o cordeiro da Páscoa do Novo Testamento são parte de um sistema satírico. Um raio pode atingir duas vezes no mesmo lugar, mas não atinge nove vezes em uma passagem de menos de duas páginas - uma passagem escrita por um membro de uma família com tantas conexões ao cristianismo. Embora eu não tenha entendido as razões para os numerosos paralelos entre o "filho de Maria cuja carne foi comida" em "Guerra do Judeus" e o cordeiro pascal do Novo Testamento quando eu primeiro os encontrei, seu ponto agora está claro. Leia intertextualmente as passagens que indicam que a "boa porção" que não foi tirada de Maria no Novo Testamento foi a mesma "boa porção" que não foi tirado da Maria na passagem de Josefo. Portanto, a "boa porção" que estava sendo servida na festa de Lázaro era carne humana. Mas de quem é a carne? Qual era o nome do "filho de Maria"? Os paralelos simplesmente funcionam em sentido inverso para fornecer a resposta. O Lázaro descrito no Novo Testamento compartilha atributos paralelos com o filho sem nome de Maria em "Guerra dos Judeus". Ambos têm parentes chamados "Maria", que tem uma "boa parte" que não foi tirada. O autor "informa" ao leitor alerta que, mais uma vez, já que compartilham atributos paralelos, o filho sem nome de Maria em "Guerra dos Judeus" tinha o mesmo nome da sua contraparte no conto paralelo do Novo Testamento - isto é, "Lázaro". O ponto satírico é que a "boa porção" da qual Maria e Jesus desfrutam é a carne de
Lázaro. Observe o jogo de palavras sombrio na passagem: "Eles fizeram dele um jantar". A economia que o autor usou na criação do quebra-cabeça merece ser notada. A passagem dentro de "Guerra dos Judeus" identifica a natureza da "boa parte" em sua passagem paralela dentro do Novo Testamento, enquanto a mesma passagem no Novo Testamento identifica o filho de Maria, sem nome, em "Guerra dos Judeus". As duas passagens também são exemplo de um tema sobre "profecias" que percorre todo o caminho do Novo Testamento. Não são apenas as profecias proferidas por Jesus que acontecerão na guerra dos judeus, mas tudo o que o Novo Testamento afirma que "deverá" ocorrer. Observe que, como a profecia a respeito de Maria sendo "trespassada" citada anteriormente, as duas passagens são temporalmente lógicas. Jesus "profetiza" que a boa porção de Maria não deve ser tirada e, de fato, Josefo registra que essa "profecia" aconteceu. Naturalmente, tais "realizações miraculosas" são esperadas. Jesus declarou especificamente que toda letra e "ponto" gramatical da "lei" seria cumprida. "Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais passará da lei, sem que tudo seja cumprido." Mateus 5:17,18
Não são apenas as suas profecias óbvias, como a de que o templo seria arrasado, que aconteceu durante a campanha de Tito - virtualmente todo o ministério de Jesus é um precursor profético de algum evento dessa campanha. Exemplos dessa técnica incluem um filho de Maria cuja carne é comida; Sendo dito de Maria que ela será "trespassada"; Jesus dizendo a seus discípulos que eles se tornarão "pescadores de homens"; os endemoninhados de Gadara perguntando a Jesus: "Você veio aqui para nos atormentar antes do tempo? "; Simão sendo chamado de "pedra" sobre a qual a nova igreja será construída; a boa porção da qual Maria não deve se afastar; um jovem nu que escapa de seus perseguidores no jardim Gethsemane; a lista de sinais que Jesus declara ocorrerá antes do templo ser destruído; bem como um Simão que é condenado e um João que é poupado. O fato de que tantas declarações aparentemente inócuas, mas incomuns dentro do Novo Testamento, a respeito do futuro , e que "acontecem" dentro de "Guerra dos Judeus" é talvez a prova mais simples de que os dois trabalhos foram projetados para serem lidos de forma interativa. A gravação de Josefo do cumprimento de tantas dessas profecias "ocultas" do Novo Testamento não ocorreu por acaso. Se me fosse permitido questionar aos críticos da minha tese sobre algo, seria isso: Qual é a probabilidade de que o "cumprimento" satírico de não só uma, mas duas profecias do Novo Testamento - Maria tendo "trespassado o seu coração" e "não ser afastada de sua boa porção"- existir dentro de uma passagem que também contém uma tal sátira do cordeiro pascal do Novo Testamento?
Uma relação interativa habilmente projetada entre as duas obras também é mostrada pelo fato de que as declarações proféticas no Novo Testamento ocorrem na mesma ordem que os seus "cumprimentos" em "Guerra dos Judeus". Claramente, o propósito deste tema satírico é firme desde que o seu "ministério" cumpriu todas as profecias previstas pelos Evangelhos, Tito é o Filho do Homem previsto por Jesus. Voltando à análise dos enigmas de Eleazar, a questão surge de como a carne consumida na festa de Lázaro poderia ter sido o próprio Lázaro, já que ele é descrito no Novo Testamento como tendo sido ressuscitado dos mortos por Jesus e como tendo estado "com" ele durante a refeição? Para responder a essa pergunta, é necessário um cuidado na leitura da passagem em que Jesus "levanta" Lázaro, que ocorre imediatamente antes da festa de Lázaro no Evangelho de João eu apresento a passagem abaixo.
"Estava, porém, enfermo um certo Lázaro, de betânia, aldeia de Maria e de sua irmã Marta. E Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com unguento, e lhe tinha enxugado os pés com os seus cabelos, cujo irmão Lázaro estava enfermo. Mandaram-lhe, pois, suas irmãs dizer: Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas. E Jesus, ouvindo isto, disse: Esta enfermidade não é para
morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela. Ora, Jesus amava a Marta, e a sua irmã, e a Lázaro. Ouvindo, pois, que estava enfermo, ficou ainda dois dias no lugar onde estava. Depois disto, disse aos seus discípulos: Vamos outra vez para a Judéia. Disseram-lhe os discípulos: Rabi, ainda agora os judeus procuravam apedrejar-te, e tornas para lá? Jesus respondeu: Não há doze horas no dia? Se alguém andar de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo; Mas, se andar de noite, tropeça, porque nele não há luz. Assim falou; e depois disse-lhes: Lázaro, o nosso amigo, dorme, mas vou despertá-lo do sono. Disseram, pois, os seus discípulos: Senhor, se dorme, estará salvo. Mas Jesus dizia isto da sua morte; eles, porém, cuidavam que falava do repouso do sono. Então Jesus disse-lhes claramente: Lázaro está morto; E folgo, por amor de vós, de que eu lá não estivesse, para que acrediteis; mas vamos ter com ele.
Disse, pois, Tomé, chamado Dídimo, aos condiscípulos: Vamos nós também, para morrermos com ele. Chegando, pois, Jesus, achou que já havia quatro dias que estava na sepultura. (Ora Betânia distava de Jerusalém quase quinze estádios.) E muitos dos judeus tinham ido consolar a Marta e a Maria, acerca de seu irmão. Ouvindo, pois, Marta que Jesus vinha, saiu-lhe ao encontro; Maria, porém, ficou assentada em casa. Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Mas também agora sei que tudo quanto pedires a Deus, Deus to concederá. Disse-lhe Jesus: Teu irmão há de ressuscitar. Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia. Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?
Disse-lhe ela: Sim, Senhor, creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo. E, dito isto, partiu, e chamou em segredo a Maria, sua irmã, dizendo: O Mestre está cá, e chama-te. Ela, ouvindo isto, levantou-se logo, e foi ter com ele. (Pois, Jesus ainda não tinha chegado à aldeia, mas estava no lugar onde Marta o encontrara.) Vendo, pois, os judeus, que estavam com ela em casa e a consolavam, que Maria apressadamente se levantara e saíra, seguiram-na, dizendo: Vai ao sepulcro para chorar ali. Tendo, pois, Maria chegado aonde Jesus estava, e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Jesus pois, quando a viu chorar, e também chorando os judeus que com ela vinham, moveu-se muito em espírito, e perturbou-se. E disse: Onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem, e vê. Jesus chorou. Disseram, pois, os judeus: Vede como o amava. E alguns deles disseram: Não podia ele, que abriu os olhos ao cego, fazer também com que este não morresse?
Jesus, pois, movendo-se outra vez muito em si mesmo, veio ao sepulcro; e era uma caverna, e tinha uma pedra posta sobre ela. Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto, disselhe: Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias. Disse-lhe Jesus: Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus? Tiraram, pois, a pedra de onde o defunto jazia. E Jesus, levantando os olhos para cima, disse: Pai, graças te dou, por me haveres ouvido. Eu bem sei que sempre me ouves, mas eu disse isto por causa da multidão que está em redor, para que creiam que tu me enviaste. E, tendo dito isto, clamou com grande voz: Lázaro, sai para fora. E o defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas, e o seu rosto envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: Desligaio, e deixai-o ir. Muitos, pois, dentre os judeus que tinham vindo a Maria, e que tinham visto o que Jesus fizera, creram nele. Mas alguns deles foram ter com os fariseus, e disseram-lhes o que Jesus tinha feito. Depois os principais dos sacerdotes e os fariseus formaram
conselho, e diziam: Que faremos? porquanto este homem faz muitos sinais. Se o deixamos assim, todos crerão nele, e virão os romanos, e tirar-nos-ão o nosso lugar e a nação." João 11:1-48
Observe que na passagem Jesus deliberadamente espera dois dias antes dele voltar a visitar Lazaro, permitindo assim passar um total de quatro dias para ele chegar ao túmulo, um ponto que Marta menciona especificamente. Isso é diferente, é claro, do momento em que Jesus ressuscita, que ocorre três dias após a sua morte. A diferença entre as ressurreições de Jesus e de Lázaro é significativa. Durante esta era, os judeus acreditavam que o espírito partia, irrevogavelmente, no quarto dia seguinte à morte de uma pessoa. (107) É por isso que a ressurreição de Jesus ocorre no terceiro dia após a sua morte e torna claro o significado das passagens paralelas de "boa porção". A ressurreição de Lázaro é uma sátira. Jesus apenas levanta o corpo de Lázaro de seu túmulo. Alguém que tenha morrido há quatro dias não poderia ser restaurado à vida. Isso também explica porque Lázaro nunca fala depois que ele é "ressuscitado" de seu túmulo. O morto não pode falar. Note também a menção ao fedor da carne de Lázaro, que acompanha o fedor de carne humana na passagem onde Josefo descreve a "boa porção" de Maria. A profecia de Jesus sobre a carne do "Filho do Homem", como sempre, "acontecerá" e sua carne é literalmente, e não simbolicamente, comida.
O ponto satírico por trás da criação da tradição cristã da simbologia "comer simbolicamente" a carne do Messias é claro nos pasquins que envolvem "Lázaro" e "Maria". Os romanos criaram essa tradição para encobrir o "fato" de que o corpo de Eleazar foi canibalizado por sua família e seguidores. Entender essa sátira também permite ao leitor entender o ponto satírico da ressurreição de Jesus, que analisaremos no próximo capítulo. Isso é: pensavam que o túmulo aonde fora sepultado o Messias estava vazio porque o cadáver havia sido comido. Mesmo que esta interpretação esteja correta, é possível que a afirmação de que seus seguidores comeram o Messias foi simplesmente uma ficção criada pelos romanos para denegrir o movimento messiânico judaico. Eu devo observar, no entanto, que o Talmude registra que o canibalismo era prevalente durante os cercos romanos e que tanto Suetônio como Josefo confirmam que isso ocorreu durante o cerco a Jerusalém. A família messiânica e seu círculo íntimo, que Josefo descreve como os últimos sobreviventes, podem muito bem ter se envolvido na prática. Se isso de fato ocorreu e foi descoberto pelos romanos, o evento proporcionou a inspiração sombria para a criação de um Messias Cristão que oferece sua carne para seus seguidores. Em qualquer caso, o sistema satírico criado pelo Novo Testamento e "Guerra dos Judeus" deixa claro que o canibalismo no qual de envolveram os judeus messiânicos sitiados foi a base do conceito cristão de um Messias que oferece sua carne. Sabendo que o anônimo "certo jovem" que foi "podado" no Monte das Oliveiras foi nomeado como "Eleazar", como foi o filho sem nome de Maria em "Guerra dos Judeus", isso completa uma composição da imagem de "Eleazar" na qual
Josefo e o Novo Testamento "afirmam" que Eleazar poderia expulsar demônios, era um filho de Maria, teve sua carne comida como um sacrifício da Páscoa, foi capturado no Monte das Oliveiras, foi despido e flagelado, houve uma conspiração entre os alto sacerdotes, milagrosamente escapou da morte por crucificação, e a "rosa" dos mortos. Além disso, no próximo capítulo mostrarei que Lazaro e Jesus também tem túmulos paralelos. Seus sepulcros ocorrem na mesma localização, na mesma época; ambos têm suas pedras removidas e os mesmos tem suas roupas do funeral deixadas para trás. Eleazar, como Simão e João, teve sua identidade roubada pelo romanos ele era o "Cristo" histórico que havia sido capturado no Monte das Oliveiras e a "rosa" dos mortos. No entanto como ele era apenas humano, Eleazar não poderia voltar à vida. Observe o impacto que essa análise tem sobre a historicidade de "Jesus Cristo. "Seria a personagem de Jesus do Novo Testamento baseada em um indivíduo real? Já que os apóstolos Simão e João foram baseados em personagens históricos, é possível que Jesus também fosse. Estou certo, no entanto, que mesmo se a personagem de "Jesus" no Novo Testamento fora baseada em um indivíduo histórico, virtualmente nada do que ele disse e nenhum dos eventos de seu ministério são registrados no Novo Testamento. Os autores do Novo Testamento criaram seus diálogos e o ministério da personagem, a fim de criar um profeta "verdadeiro", aquele que havia "profetizado" com precisão os acontecimentos da campanha triunfal de Tito. Jesus, por exemplo, não imaginou seus discípulos se tornando "pescadores de homens" ou "comendo sua carne".
Nem mesmo ele enxergou seus contemporâneos como uma "geração perversa" ou defendeu que "apresentassem a outra face. "Como seus" Apóstolos "Simão e João, o verdadeiro "Messias Salvador" teria sido completamente de acordo com a mensagem do movimento messiânico que lutou contra Roma. Ele teria sido um zelote militarista. Na época em que o Novo Testamento estava sendo criado, haviam passado 50 anos dos eventos de 30 EC e estes eram de pouca ou nenhuma importância para a sua autores. Seu foco foi unicamente no triunfo de Tito na recém concluída guerra contra os judeus. O "Salvador" que eles criaram foi uma fantasia romana, uma figura literária que eles usaram para "profeticamente" castigar a "geração perversa" e estabelecer sua sátira em relação ao Messias que Tito havia "podado" - Eleazar. Se houvesse um líder messiânico chamado Jesus, que houvera entrado em conflito com as autoridades romanas em torno 30 EC, tudo o que seria visível dele no Novo Testamento seria seu nome. Se Eleazar foi o Messias capturado no Monte das Oliveiras, quem foi o indivíduo que foi confundido com Jesus depois de sua "ressurreição"? No próximo capítulo mostrarei o método pelo qual o Novo Testamento e "Guerra dos Judeus" revelam a identidade do verdadeiro "Jesus" do cristianismo, o "jardineiro". CAPÍTULO 6 O quebra-cabeças do túmulo vazio
Os quatro evangelhos dão um tempo diferente para a
primeira visita a Jesus tumba, embora todos concordem que uma personagem chamada Maria Madalena foi a primeiro visitante. Os quatro evangelhos também se contradizem sobre se Maria Madalena está sozinha quando ela vai pela primeira vez ao túmulo, e sobre quantos indivíduos estão dentro ou fora do túmulo quando ela chega. Desde o princípio eu percebi que nada foi inadvertido nos Evangelhos, fiquei imaginando o propósito dessas contradições. Meus esforços para responder a essa pergunta me levaram a descobrir outra maneira, mais lógica, de entender as estórias do Novo Testamento sobre a ressurreição de Jesus do que qualquer outra que eu tenha ouvido falar anteriormente: que as quatro versões diferentes criam uma estória que deveria ser lida intertextualmente. Esta leitura revela que Jesus não ressuscita dos mortos. Em vez disso, Maria Madalena simplesmente confunde a tumba vazia de Lázaro com o túmulo de Jesus. Este malentendido, em seguida, desencadeia uma sátira de erros durante os quais os discípulos se confundem uns aos outros com anjos para assim, iludirem-se, em acreditar que seu Messias tivera ressuscitado dos mortos. Essa história combinada também completa a sátira que eu discutido no capítulo anterior - que desde o verdadeiro Messias, Lázaro foi comido, seu túmulo está vazio. Para entender esta história combinada é bastante simples, exigindo apenas que o leitor pense logicamente. As representações dos quatro Evangelhos de quem visita a tumba vazia de Jesus, e quando, são como segue: MATEUS
"E, no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo a pedra da porta, e sentou-se sobre ela. E o seu aspecto era como um relâmpago, e as suas vestes brancas como neve. E os guardas, com medo dele, ficaram muito assombrados, e como mortos. Mas o anjo, respondendo, disse às mulheres: Não tenhais medo; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia. Ide pois, imediatamente, e dizei aos seus discípulos que já ressuscitou dentre os mortos. E eis que ele vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis. Eis que eu vôs tenho dito. E, saindo elas pressurosamente do sepulcro, com temor e grande alegria, correram a anunciá-lo aos seus discípulos." Mateus 28:1-8 MARCOS "E, passado o sábado, Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem ungi-lo.
E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do sol. E diziam umas às outras: Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro? E, olhando, viram que já a pedra estava revolvida; e era ela muito grande. E, entrando no sepulcro, viram um jovem assentado à direita, vestido de uma roupa comprida, branca; e ficaram espantadas. Ele, porém, disse-lhes: Não vos assusteis; buscais a Jesus Nazareno, que foi crucificado; já ressuscitou, não está aqui; eis aqui o lugar onde o puseram. Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis, como ele vos disse. E, saindo elas apressadamente, fugiram do sepulcro, porque estavam possuídas de temor e assombro; e nada diziam a ninguém porque temiam." Marcos 16:1-8 LUCAS "E no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado, e algumas outras com elas.
E acharam a pedra revolvida do sepulcro. E, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus. E aconteceu que, estando elas muito perplexas a esse respeito, eis que pararam junto delas dois homens, com vestes resplandecentes. E, estando elas muito atemorizadas, e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou. Lembrai-vos como vos falou, estando ainda na Galileia, Dizendo: Convém que o Filho do homem seja entregue nas mãos de homens pecadores, e seja crucificado, e ao terceiro dia ressuscite. E lembraram-se das suas palavras. E, voltando do sepulcro, anunciaram todas estas coisas aos onze e a todos os demais. E eram Maria Madalena, e Joana, e Maria, mãe de Tiago, e as outras que com elas estavam, as que diziam estas coisas aos apóstolos. E as suas palavras lhes pareciam como desvario, e não as creram. Pedro, porém, levantando-se, correu ao sepulcro e,
abaixando-se, viu só os lençóis ali postos; e retirou-se, admirando consigo aquele caso. E eis que no mesmo dia iam dois deles para uma aldeia, que distava de Jerusalém sessenta estádios, cujo nome era Emaús. E iam falando entre si de tudo aquilo que havia sucedido. E aconteceu que, indo eles falando entre si, e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se aproximou, e ia com eles. Mas os olhos deles estavam como que fechados, para que o não conhecessem. E ele lhes disse: Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós, e por que estais tristes? E, respondendo um, cujo nome era Cleophas, disse-lhe: És tu só peregrino em Jerusalém, e não sabes as coisas que nela têm sucedido nestes dias? E ele lhes perguntou: Quais? E eles lhe disseram: As que dizem respeito a Jesus Nazareno, que foi homem profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; E como os principais dos sacerdotes e os nossos príncipes o entregaram à condenação de morte, e o crucificaram. E nós esperávamos que fosse ele o que remisse Israel; mas
agora, sobre tudo isso, é já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram. É verdade que também algumas mulheres dentre nós nos maravilharam, as quais de madrugada foram ao sepulcro; E, não achando o seu corpo, voltaram, dizendo que também tinham visto uma visão de anjos, que dizem que ele vive. E alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro, e acharam ser assim como as mulheres haviam dito; porém, a ele não o viram." Lucas 24:1-24 JOÃO "E no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro. Correu, pois, e foi a Simão Pedro, e ao outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram. Então Pedro saiu com o outro discípulo, e foram ao sepulcro. E os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais apressadamente do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. E, abaixando-se, viu no chão os lençóis; todavia não entrou.
Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis, E que o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte. Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu. Porque ainda não sabiam a Escritura, que era necessário que ressuscitasse dentre os mortos. Tornaram, pois, os discípulos para casa. E Maria estava chorando fora, junto ao sepulcro. Estando ela, pois, chorando, abaixou-se para o sepulcro. E viu dois anjos vestidos de branco, assentados onde jazera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. E disseram-lhe eles: Mulher, por que choras? Ela lhes disse: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. E, tendo dito isto, voltou-se para trás, e viu Jesus em pé, mas não sabia que era Jesus. Disse-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem buscas? Ela, cuidando que era o hortelão, disse-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei."
João 20:1-15 Minha análise revelou que essas quatro versões tinham a intenção de serem lidas como uma única história. Esta história combinada é dividida em duas metades. Uma metade consiste nas visitas ao túmulo descritas no Evangelho de João a outra consiste nas visitas ao túmulo descrito nos outros três Evangelhos. Na história combinada, os indivíduos descritos no Evangelho de João, encontram os indivíduos descritos nos outros três Evangelhos e, em seu estado emocional, os diferentes grupos se confundem com anjos. Esta sátira de erros faz com que os visitantes do túmulo vazio acreditem erroneamente que seu messias ressuscitou dos mortos. Para ver como as quatro versões se combinam em uma história contínua, primeiro é necessário reconhecer que o Novo Testamento coloca as versões contraditórias em um fluxo temporal de eventos, e que cada versão insere esse fluxo compartilhado de eventos em um ponto diferente. A posição do sol no céu coloca cada versão da história em ordem sequencial. A versão de João começa mais cedo e os eventos progridem através de Mateus, Marcos e finalmente Lucas. Isso pode ser determinado da seguinte maneira: Em João, a primeira visita ocorre enquanto "ainda está escuro". Em Mateus, a primeira visita ocorre enquanto o sol "está subindo". O autor usa especificamente o tempo presente. Lucas e Marcos usam as palavras gregas proi (108) e bathus. (109) Ambas significam "cedo pela manhã"; no entanto, em Marcos, o superlativo lial, que significa "extremamente" ou "além da medida", é usado em
conjunto com proi. Observe abaixo que, em Marcos, o sol na verdade se elevou quando a visita ocorreu, criando assim a expressão desajeitada "o primeiro momento da manhã após o nascer do sol". Assim, a versão de Marcos começa depois de Mateus, mas antes de Lucas. Abaixo estão as passagens relacionadas no original grego com suas traduções em português:
João 20:1 Análise de Texto Transliteração Grego
Português
Tē
Τῇ
-
de
δὲ
e
mia
μιᾷ
[o] primeiro [dia]
tōn
τῶν
de
sabbatōn
σαββάτων
semana
Maria
Μαρία
Maria
hē
ἡ
-
Magdalēnē
Μαγδαληνὴ Magdalena
erchetai
ἔρχεται
chegou
prōi
πρωῒ
cedo
skotias
σκοτίας
escuro
eti
ἔτι
ainda
ousēs
οὔσης
sendo
eis
εἰς
para
to
τὸ
o
mnēmeion
μνημεῖον,
tumba
kai
καὶ
e
blepei
βλέπει
ela viu
ton
τὸν
a
Texto em Grego Τῇ δὲ μιᾷ τῶν σαββάτων Μαρία ἡ Μαγδαληνὴ ἔρχεται πρωῒ σκοτίας ἔτι οὔσης εἰς τὸ μνημεῖον, καὶ βλέπει τὸν λίθον ἠρμένον ἐκ τοῦ μνημείου.
Mateus 28: 1 Análise de Texto Transliteração
Grego
Português
Opse
Ὀψὲ
depois
de
δὲ
além
sabbatōn
σαββάτων,
Sábado
tē
τῇ
isso
epiphōskousē ἐπιφωσκούσῃ
Sendo madrugada
eis
εἰς
Em direção a
mian
μίαν
[o] primeiro [dia]
sabbatōn
σαββάτων,
de [a] semana
ēlthen
ἦλθεν
veio
Mariam
Μαριὰμ
Maria
hē
ἡ
-
Magdalēnē
Μαγδαληνὴ
Magdalena
kai
καὶ
e
hē
ἡ
o
allē
ἄλλη
outro
Maria
Μαρία
Maria,
theōrēsai
θεωρῆσαι
ver
ton
τὸν
a
taphon
τάφον.
tumba
Texto em Grego Ὀψὲ δὲ σαββάτων, τῇ ἐπιφωσκούσῃ εἰς μίαν σαββάτων, ἦλθεν Μαριὰμ ἡ Μαγδαληνὴ καὶ ἡ ἄλλη Μαρία θεωρῆσαι τὸν τάφον.
Marcos 16: 2
Análise de Texto Transliteração Grego
Português
kai
καὶ
E
lian
λίαν
muito
prōi
πρωῒ
cedo
tē
τῇ
no
mia
μιᾷ
primeiro [dia]
tōn
τῶν
do
sabbatōn
σαββάτων
semana
erchontai
ἔρχονται
eles vem
epi
ἐπὶ
isso
to
τὸ
a
mnēmeion
μνημεῖον*,
tumba
anateilantos
ἀνατείλαντος
tendo surgido
tou
τοῦ
o
hēliou
ἡλίου.
sol
Texto em grego καὶ λίαν πρωῒ τῇ μιᾷ τῶν σαββάτων ἔρχονται ἐπὶ τὸ μνῆμα, ἀνατείλαντος τοῦ ἡλίου.
Lucas 24: 1 Análise de Texto Transliteração Grego
Português
tē
τῇ
o
de
δὲ
no entanto
mia
μιᾷ
primeiro [dia]
tōn
τῶν
do
sabbatōn
σαββάτων semana,
orthrou
ὄρθρου
de manhã
batheōs
βαθέως
muito cedo
epi
ἐπὶ
isso
to
τὸ
a
mnēma
μνῆμα
tumba
ēlthon
ἦλθον
eles vieram
pherousai
φέρουσαι
trazendo
ha
ἃ
que
hētoimasan
ἡτοίμασαν eles tinham preparado
arōmata
ἀρώματα. especiarias
Texto em Grego
τῇ δὲ μιᾷ τῶν σαββάτων ὄρθρου βαθέως ἐπὶ τὸ μνῆμα ἦλθον φέρουσαι ἃ ἡτοίμασαν ἀρώματα.
A posição relativa do sol indica que as quatro visitas não ocorreram simultaneamente, mas sim dentro de uma seqüência no mesmo dia e em momentos distintos um do outro. A primeira visita é aquela descrita em João porque Maria Madalena visita a tumba de Jesus no escuro, enquanto as outras três visitas ocorrem durante ou após o nascer do sol.
"E no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro." João 20:1
O fato de que Maria Madalena é descrita como estando no escuro não só estabelece que este é o começo da história combinada, é também o começo da sátira. No escuro, Maria vê um túmulo que teve sua pedra afastada. Claro que, no escuro, é fácil cometer um erro sobre de quem é o túmulo, especialmente se houver outro túmulo por perto que também teve sua pedra rolada para longe. Na verdade, o Evangelho de João descreve exatamente tal tumba. O túmulo de Lázaro "Jesus, pois, movendo-se outra vez muito em si mesmo,
veio ao sepulcro; e era uma caverna, e tinha uma pedra posta sobre ela. Disse Jesus: Tirai a pedra. Marta, irmã do defunto, disselhe: Senhor, já cheira mal, porque é já de quatro dias." João 11:38,39
É importante notar que no Novo Testamento a "ressureição" de Lazaro ocorre na mesma semana que o enterro de Jesus e na mesma localização geral. Betânia, a aldeia onde Lázaro viveu, estava localizada nos arredores de Jerusalém, no Monte das Oliveiras. O Novo Testamento também afirma que Lázaro deixou para trás roupas funerárias e um sudário, um pano fúnebre usado para cobrir o rosto do cadáver, exatamente como aqueles encontrados no túmulo de Jesus. "E o defunto saiu, tendo as mãos e os pés ligados com faixas, e o seu rosto envolto num lenço (sudário). Disse-lhes Jesus: Desligai-o, e deixai-o ir." João 11:44
Antiga tumba judaica arredores de Jerusalém
Interior de Tumba em Jerusalém
Vestes, sudário e invólucros funerários
Eu acredito que esses fatos, embora não tenham significância teológica, estão incluídos no Novo Testamento para poder alertar leitor a entender que o túmulo de Lázaro teve sua pedra removida, é adjacente ao túmulo de Jesus, está vazio no momento em que Jesus é enterrado, e tem a mesma roupa de enterro dentro dele como aqueles descoberto no túmulo de Jesus. Em outras palavras, os detalhes indicam que: "O túmulo de Lázaro é um paralelo ao túmulo de Jesus". Continuando com a versão da visita ao túmulo no Evangelho de João, Maria Madalena, em seguida, informa "Simão Pedro" e "o outro discípulo, a quem Jesus amava", significando o apóstolo João, que o túmulo de Jesus teve sua pedra removida. No entanto, observe abaixo que não é "Simão Pedro", mas "Pedro" e o "outro discípulo" que são então descritos como correndo para o túmulo. O outro "discípulo" chega primeiro mas não entra no túmulo. Neste ponto, não "Pedro" mas "Simão Pedro" chega e é a primeira pessoa a entrar realmente no túmulo e, uma vez lá dentro, vê "as roupas de linho caídas" e o sudário. (111) Observe que a atenção do leitor é atraída para as roupas de linho e o sudário, em três linhas consecutivas. "Correu, pois, e foi a Simão Pedro, e ao outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram. Então Pedro saiu com o outro discípulo, e foram ao sepulcro. E os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais
apressadamente do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro." João 20:2-4 Então, o autor, incluindo os detalhes ímpares da corrida entre Pedro e o outro discípulo criam um momento em que há um na parte externa da tumba porque, por algum motivo, depois da entrada de Pedro ao túmulo, o outro discípulo não entra, mas só olha. No entanto, observe que ele inspeciona o interior do túmulo, então ele está ciente, enquanto ainda do lado de fora da tumba, que Jesus "ressuscitou". "E, abaixando-se, viu no chão os lençóis; todavia não entrou." João 20:5
O autor de João agora aponta que há um período de tempo durante o qual uma pessoa, "Simão Pedro", está sozinha no túmulo porque o outro discípulo prefere esperar do lado de fora. "Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis, E que o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte." João 20:6,7
Então, "Simão Pedro" entra no túmulo primeiro e vê as roupas funerárias deixadas lá. Em seguida, o autor fornece
outro detalhe estranho, que o outro discípulo eventualmente entra, criando um momento em que o dois homens estão sozinhos no túmulo. "Então entrou também aquele outro discípulo, que veio primeiro a o sepulcro, e ele viu e acreditou." João 20: 8
Nesse ponto, Simão Pedro e João voltam para casa. "Tornaram, pois, os discípulos para casa." João 20:10
Assim, no Evangelho de João, a sequência de eventos quando Simão, Pedro e João visitam o túmulo vazio é:
Primeiro, um indivíduo do lado de fora do túmulo. Segundo, um indivíduo no interior do túmulo. Em terceiro lugar, dois indivíduos dentro do túmulo.
Usando a linha do tempo estabelecida pela posição relativa do sol, a sequência de eventos, o número e a localização dos "anjos" que estão dentro ou fora da tumba, e que cumprimentam os visitantes Mateus, Marcos e Lucas são os seguintes:
Primeiro, um indivíduo do lado de fora do túmulo. (Mateus) Segundo, um indivíduo no interior do túmulo. (Marcos) Em terceiro lugar, dois indivíduos dentro do túmulo. (Lucas)
Obviamente, a sequência de eventos em João é a mesma que a sequência dos encontros com "anjos" nos outros três Evangelhos. A linha do tempo mostrada pela posição relativa da passagem do sol, "Simão Pedro" e o outro discípulo na hora e local exatos, e no mesmo número, como os três primeiros encontros com os "anjos" descritos nos outros Evangelhos. No entanto, há ainda outro encontro com "anjos" descritos no Novo Testamento. No Evangelho de João depois de Simão Pedro e João voltarem para casa, uma personagem chamada "Maria" é descrita como fora do túmulo chorando. Ela se abaixa e vê dois "anjos" dentro do túmulo. Ela então se vira e encontra Jesus no exterior do túmulo. "E Maria estava chorando fora, junto ao sepulcro. Estando ela, pois, chorando, abaixou-se para o sepulcro. E viu dois anjos vestidos de branco, assentados onde jazera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. E disseram-lhe eles: Mulher, por que choras? Ela lhes disse: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram.
E, tendo dito isto, voltou-se para trás, e viu Jesus em pé, mas não sabia que era Jesus."
João 20:11-14
Se, como estou sugerindo, Simão Pedro e João são os "anjos" que os seguidores de Jesus encontram nas visitas ao túmulo descrito em Mateus, Marcos e Lucas, quem são os anjos que Maria encontra na passagem acima? O Evangelho de Lucas registra que homens "foram ao sepulcro" depois de terem sido informados por "algumas mulheres dentre nós" que o túmulo de Jesus estava vazio e que elas haviam visto "anjos". "É verdade que também algumas mulheres dentre nós nos maravilharam, as quais de madrugada foram ao sepulcro; E, não achando o seu corpo, voltaram, dizendo que também tinham visto uma visão de anjos, que dizem que ele vive. E alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro, e acharam ser assim como as mulheres haviam dito; porém, a ele não o viram."
Lucas 24:22-24
O autor de Lucas, por algum motivo, inclui o detalhe de que os homens que vão ao túmulo só o fazem depois de uma visita de mulheres que haviam visto anjos. Observe o uso do plural. Apenas na última visita ao túmulo, em Lucas, o grupo encontra mais de um anjo. Portanto, a visita ao túmulo descrito em Lucas só poderia ocorrer depois de Simão Pedro e João, os "anjos" que os três primeiros grupos encontraram, voltando para casa. Esta sequência de eventos se liga com os detalhes descritos no Evangelho de Lucas. Observe que o plural "aqueles" também é usado para descrever o número de homens que vão ao túmulo. Este fato também é essencial, uma vez que Maria descrita no encontro final vê dois anjos. Além disso, o Evangelho de Lucas aponta que esses homens "não viram" Jesus, que se correlaciona com o fato de que os anjos que Maria vê estão dentro do túmulo, enquanto Maria encontra Jesus fora do túmulo. O autor divulga estes fatos, incluindo o detalhe aparentemente irrelevante que Maria tem que olhar para o interior do túmulo para ver os anjos. Portanto, quando as quatro versões das visitas ao túmulo de Jesus são combinados em uma sequência, eles criam uma versão que é perfeitamente lógica. Ao interpretar essa história combinada, Maria Madalena, no "escuro" (a palavra real no Evangelho de João também pode significar "ignorância religiosa"), não encontra tumba de Jesus, mas Lázaro". Os "anjos" que encontram os visitantes do túmulo nos três primeiros encontros são, na verdade, Simão Pedro e João, e são os homens descritos como visitantes ao túmulo no Evangelho de Lucas. Jesus não se levanta dos mortos; seus discípulos simplesmente se iludem acreditando que ele o fizera.
Note que esta interpretação torna coerente todo os estranhos detalhes da "corrida" entre "Simão Pedro" e o outro discípulo bem como seu comportamento estranho enquanto no túmulo. Por exemplo, explica não só porque o outro discípulo não entra no túmulo quando ele chega primeiro, mas também porque ele olha para o túmulo do lado de fora. Esses detalhes permitem que ele fique sozinho do lado de fora da tumba quando o primeiro grupo chega e também para ser "consciente" que Jesus ressuscitou para que ele seja então capaz de passar essas notícias para o grupo que o encontra. Também explica porque a Maria no Evangelho de João vê os anjos no interior do túmulo e encontra Jesus do lado de fora. Todos os detalhes aparentemente irrelevantes incluídos nas quatro versões das visitas ao túmulo são necessárias para construir perfeitamente a sequência lógica de eventos na história combinada. Este fato - que, das cinco versões, apenas a versão combinada é lógica - é outro exemplo do que eu enxergo como a "verdade" do Novo Testamento. Ou seja, seus autores não pretendiam que o leitor inteligente levasse a sério. Pretendiam sim que indivíduos que pensam logicamente e têm senso de humor, pelo menos eventualmente, entendessem seu nível satírico. Agora, a única questão é se a história combinada foi intencionalmente criada. Eu acredito que os autores do Novo Testamento nos deixaram uma maneira de responder isso. Se a estória combinada foi intencionalmente criada, foi produto de um único indivíduo ou grupo. Os quatro evangelhos, por outro lado, apresentam-se como os
produtos de quatro autores separados. A probabilidade necessária de quatro autores poderem registrar fatos acidentalmente para criar uma estória combinada pode realmente ser computada. A probabilidade resultante demonstra que a estória combinada não foi o produto acidental de quatro autores separados mas foi deliberadamente criada. À primeira vista, o ajuste perfeito que existe na estória combinada pode não parecer extraordinário. Afinal, ela é composta de apenas quatro momentos - sendo estes: a posição do sol; visitantes que olham ou não estão olhando para o interior do túmulo; nenhuma, uma ou duas personagens estando presentes; e o encontro ocorrendo dentro ou fora do túmulo. No entanto, quando se determina a probabilidade da sequência, o comprimento da sequência pode ser mais importante do que a incomumidade dos eventos individuais dentro dela. Eu acredito que os autores do Novo Testamento estavam cientes deste princípio e usam-no aqui como uma maneira de se comunicar com os leitores ilustrados que a história combinada é a interpretação correta da estória da ressurreição de Jesus. A verdade é comunicada usando a matemática em vez de uma linguagem verbal, de modo que não poderia ser visto pelo ignorante. Se Tito havia projetado o Novo Testamento para divulgar satiricamente que ele era o "Jesus", ele gostaria que houvesse alguma maneira de confirmar que sua dimensão satírica estava correta. Com seu sistema grosseiro de números, os romanos não podiam fazer nenhuma matemática superior; no entanto, eles eram ótimos apostadores e conheciam bem as probabilidades. Assim, os autores garantiram que as chances de que a estória
combinada fosse acidentalmente criada pudessem ser calculadas como muito pequenas para que uma pessoa "inteligente" a levasse a sério. Para esclarecer como as probabilidades sobre a história combinada podem ser calculadas eu editei as versões dos quatro Evangelhos da primeira visita a Túmulo de Jesus na versão satírica combinada, na qual todos os elementos das quatro estórias se encaixam sem contradição. No primeiro dia da semana Maria Madalena vai cedo, quando ainda estava escuro, até o sepulcro, e vê a pedra tirada do sepulcro. Então ela corre e vai até Simão Pedro, e para o outro discípulo, a quem Jesus amava, e lhes diz: Eles tiraram o Senhor do sepulcro e nós não sabemos onde eles o colocaram. Pedro então saiu, com aquele outro discípulo, e foram ao sepulcro. Então eles correram os dois juntos: e o outro discípulo adiantou-se a Pedro e chegou primeiro ao sepulcro. E ele abaixando-se e olhando para dentro do sepulcro viu as roupas de linho jogadas ao chão; ainda assim ele não entrou (112) Assim, o autor de João criou um momento em que há um único homem fora do túmulo. Em Mateus há também um momento assim, que ocorre em segundo lugar na sequência temporal, quando se diz que está "amanhecendo".
"E, no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. E eis que houvera um grande terremoto, porque um anjo do Senhor, descendo do céu, chegou, removendo a pedra da porta, e sentou-se sobre ela." Mateus 28:1,2 A palavra grega, seismos, traduzida na passagem acima como "terremoto" é mais comumente usada para descrever simplesmente um tremor ou uma comoção. (113) Dentro da interpretação satírica ela simplesmente descreve o tremor do solo causado pela corrida dos discípulos. "E o seu aspecto era como um relâmpago, e as suas vestes brancas como neve. E os guardas, com medo dele, ficaram muito assombrados, e como mortos. Mas o anjo, respondendo, disse às mulheres: Não tenhais medo; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, porque já ressuscitou, como havia dito. Vinde, vede o lugar onde o Senhor jazia. Ide pois, imediatamente, e dizei aos seus discípulos que já ressuscitou dentre os mortos. E eis que ele vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis. Eis que eu vos tenho dito. E, saindo elas pressurosamente do sepulcro, com temor e grande alegria, correram a anunciá-lo aos seus discípulos."
Mateus 28:3-8
O autor afirma então que Simão Pedro, não Pedro, chegou ao túmulo. "Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis," João 20:6
Observe que o "outro discípulo" não entra no túmulo, mas que Simão Pedro o faz, criando um período em que há um único visitante, Simão Pedro, no túmulo. "E que o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte." João 20:7 "E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do sol." Marcos 16:2
Este grupo de mulheres encontra um único homem (Simão Pedro) a quem dizem que Jesus surgiu. "E, entrando no sepulcro, viram um jovem assentado à direita, vestido de uma roupa comprida, branca; e ficaram espantadas.
Ele, porém, disse-lhes: Não vos assusteis; buscais a Jesus Nazareno, que foi crucificado; já ressuscitou, não está aqui; eis aqui o lugar onde o puseram. Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galileia; ali o vereis, como ele vos disse." Marcos 16:5-7 Assim, um único indivíduo na tumba diz às mulheres para "contar a seus discípulos e, especificamente, dizer a "Pedro", que Jesus "vai diante de vós" para a Galiléia. Note que esta é mais uma chance binária. Se o "anjo" tivesse instruído as mulheres para dizer a "Simão Pedro" e não "Pedro", então a ligação lógica entre a versão em João e o outros três seria destruída. Em outras palavras, dentro da versão combinada da história, o indivíduo só pode ser "Simão Pedro" e seria, portanto, contraditório para ele instruir os discípulos a dar uma mensagem a si mesmo. No entanto, não é contraditório para Simão Pedro dar uma mensagem para "Pedro" se "Simão Pedro" e "Pedro" são pessoas diferentes. o autor fornece dois métodos pelos quais um leitor lógico pode entender que "Simão Pedro" e "Pedro" são personagens distintas. Um outro método que o autor usa para revelar que "Pedro" e "Simão Pedro "são indivíduos distintos é encontrada na versão da visita ao túmulo dada em Marcos, onde um único" jovem "pede ao grupo de mulheres para dizer" a Pedro "que Jesus" ressuscitou ", ocorre mais tarde no dia do que a versão da visita à tumba dada em João, na qual a primeira
pessoa a entrar no túmulo é "Simão Pedro". Esses fatos criam a seguinte progressão lógica: No Evangelho de João, que começa mais cedo, "Simão Pedro" é a primeira pessoa a entrar no túmulo. O "jovem" no túmulo diz a Maria Madalena para contar a "Pedro" que Jesus ressuscitou, mostrando que "Pedro" não esteve na tumba ainda. Portanto, "Simão Pedro" não pode ser "Pedro". O leitor logicamente identificará um único indivíduo que o grupo encontra no túmulo como a única pessoa que tem sido descrita como estando no túmulo sozinha, isto é, "Simão Pedro". Além disso, no Evangelho de Lucas, a personagem chamada "Pedro" não entra no túmulo quando ele vem pela primeira vez, mas só olha para seu interior, enquanto que no Evangelho de João, a personagem chamada "Simão Pedro" entra na tumba quando ele vem pela primeira vez. O leitor tem uma escolha: ou aceitar uma impossibilidade física, que um indivíduo tanto entrou e não entrou no túmulo, ou reconhece que "Pedro" e "Simão Pedro" são personagens distintas. Como eu mostro abaixo, isso é o mesmo método que o autor usa para revelar que "Maria Magdalena" é o nome de mais de uma personagem. Continuando com a análise da versão combinada, tendo saído o grupo que veio para ungir Jesus, o "outro discípulo" então entra no túmulo. Neste ponto, há dois homens dentro do túmulo.
"Então entrou também aquele outro discípulo, que veio primeiro ao sepulcro, e ele viu e acreditou." João 20:8
Outro grupo de mulheres aparece e encontra dois homens dentro do túmulo, "Simão Pedro" e o "outro discípulo". "E no primeiro dia da semana, muito de madrugada, foram elas ao sepulcro, levando as especiarias que tinham preparado, e algumas outras com elas. E acharam a pedra revolvida do sepulcro. E, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus. E aconteceu que, estando elas muito perplexas a esse respeito, eis que pararam junto delas dois homens, com vestes resplandecentes. E, estando elas muito atemorizadas, e abaixando o rosto para o chão, eles lhes disseram: Por que buscais o vivente entre os mortos?" Lucas 24:1-5
Os seguidores de Jesus, que visitam a tumba vazia, são assim iludidos e em seguida, espalham para os outros disc ípulos o mal-entendido que Jesus ressuscitou dos mortos.
Observe como o autor configura a ideia de que os visitantes do túmulo são irracionais pelas descrições de suas emoções e comportamentos. Eles são mostrados como: "correndo descontroladamente", "assustados", "chorando", "perplexos", "atemorizados" e "abaixando o rosto para o chão". Dentro da corte Flaviana, estes teriam sido visto como os comportamentos e emoções dos judeus messiânicos, que, a partir de sua perspectiva, eram loucos religiosos que tinham que iludir-se em acreditar que os mortos poderiam ressuscitar. Tendo terminado de saudar os três grupos de visitantes, Simão Pedro e João voltam para casa. "Tornaram, pois, os discípulos para casa." João 20:10
Neste ponto da história combinada, o padrão se inverte. Em vez de personagens dentro dos outros Evangelhos encontrarem os "anjos" do Evangelho de João, uma personagem do Evangelho de João encontra os "anjos" que são do Evangelho de Lucas. "E Maria estava chorando fora, junto ao sepulcro. Estando ela, pois, chorando, abaixou-se para o sepulcro. E viu dois anjos vestidos de branco, assentados onde jazera o corpo de Jesus, um à cabeceira e outro aos pés. E disseram-lhe eles: Mulher, por que choras? Ela lhes disse: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram.
E, tendo dito isto, voltou-se para trás, e viu Jesus em pé, mas não sabia que era Jesus." João 20:11-14 Os "anjos" (plural) que Maria encontra acima são "logicamente" homens (plural), descritos em Lucas, que vão ao túmulo depois de serem informados, por um grupo de mulheres que viram "anjos", que Jesus havia ressuscitado. Observe abaixo que os homens não vêem Jesus, combinando com o fato de que os "anjos" do encontro de Maria estão dentro do túmulo e seu encontro com Jesus se dá fora do túmulo. "É verdade que também algumas mulheres dentre nós nos maravilharam, as quais de madrugada foram ao sepulcro; E, não achando o seu corpo, voltaram, dizendo que também tinham visto uma visão de anjos, que dizem que ele vive. E alguns dos que estavam conosco foram ao sepulcro, e acharam ser assim como as mulheres haviam dito; porém, a ele não o viram." Lucas 24:22-24 Assim, é possível criar uma história combinada a partir das quatro versões da primeira visita à tumba de Jesus que tem um diferente significado do que as versões individuais e é sem contradição. Nenhuma das declarações de fato que compõem sua linha de história contradiz qualquer outro dentro da história combinada A história combinada é lógica, enquanto as diferentes versões são contraditórias. A
engenhosidade dos autores merece nota. Seu enigma é construído para que os leitores que são ilógicos acreditem que as passagens indicam que Jesus ressuscitou dos mortos, enquanto aqueles que são lógicos verão as passagens como uma sátira de erros. Além disso, os autores deliberadamente tornaram possível calcular a probabilidade de que o ajuste perfeito entre a sequência de eventos dentro do Evangelho de João e os outros três Evangelhos tenha ocorrido por acaso. Isso pode ser feito usando o que eu chamo de "cadeia de multiplicação". Esse método é usado, por exemplo, para garantir que as máquinas caça-níqueis são lucrativas para seus proprietários. Se uma máquina caça-níqueis paga um ganho de 1.000 para um para exibir cinco cerejas em uma linha, a probabilidade disto ocorrer deve ser menor que 1.000 para um para a máquina para ser rentável. Para criar a impressão de que cinco sequências de cerejas é "provável", tais máquinas muitas vezes têm o desejado símbolo que ocorrem em caça-níqueis individuais com relativa frequência, digamos uma vez em cada três puxões. No entanto, um slot exibirá o símbolo raramente, digamos uma vez em 100 puxões. Assim, a cadeia de multiplicação para determinar as chances de tais máquinas exibirem cinco cerejas seriam 3 x 3 x 3 x 3 x 100, o que daria ao jogador uma chance em 9.100 de acertar o prêmio de 1.000-paraum. Se quatro autores distintos criaram versões diferentes da primeira visita ao túmulo, então cada autor registrou acidentalmente fatos diferentes. Por exemplo, no Evangelho de João, o autor registra que a primeira visita ocorre no escuro. Considerando que em Lucas o autor registra que o sol nasceu antes de Maria Madalena chegar
ao túmulo. No entanto, para a história combinada ter seus registros perfeitos em uma sequência temporal lógica, o autor do Evangelho de João só pode selecione a posição do sol que indica que sua versão começa mais cedo, o que ele tem apenas uma chance em quatro de fazer. Da mesma forma, cada um dos autores dos outros três Evangelhos tem apenas uma chance em quatro de acidentalmente estar descrevendo sua "primeira visita" ocorrendo como próximo ponto dentro da seqüência. Assim, as chances de quatro autores distintos descrevendo acidentalmente suas versões começando com João, depois Mateus, seguido de Marcos, e finalmente Lucas são 4 X 4 X 4 X 4, ou uma chance em 256. Observe que essa sequência não é contabilizada porque os todos os quatro autores refletem uma tradição compartilhada, uma vez que a sequência é criada pelas diferenças entre as quatro versões, não suas semelhanças. Uma tradição compartilhada tornaria menos provável que cada um dos quatro autores daria um horário diferente para a primeira visita. Uma tradição compartilhada é igualmente implausível como uma explicação para a relação lógica entre qualquer um dos elementos dentro da sequência, desde que o ajuste lógico é criado pelos diferentes fatos que os quatro Evangelhos usam para descrever a primeira visita. Combinar seus estados contraditórios de fato cria o ajuste lógico perfeito entre os eventos no Evangelho de João e os outros três Evangelhos; portanto, seu relacionamento não pode ser explicado, sugerindo que os quatro autores diferentes poderiam ter compartilhado uma fonte comum. Tenha em mente que, mesmo que um fato nas quatro versões fosse diferente do que é, isso destruiria a sequência lógica entre o Evangelho de João e os outros três
Evangelhos. Por exemplo, se o autor de Mateus, o Evangelho cuja posição do sol indica que seus visitantes vieram diretamente depois de João, houvessem registrado que os primeiros visitantes não encontraram um, mas dois anjos, então a estória combinada se tornaria contraditória. Isso é porque essa descrição não corresponderia então a de João, que afirma que um discípulo chegou primeiro. Portanto, a probabilidade de que o autor de Mateus acidentalmente registrar que os primeiros visitantes encontraram apenas um anjo e não, nenhum ou dois, como encontrado nos outros Evangelhos, é uma chance em três. E essa probabilidade se torna um elemento de uma "cadeia de multiplicação" para toda a sequência de eventos.
A seguir estão as declarações de que de fato quatro autores distintos teriam acidentalmente gravado para produzir a sequência perfeita de eventos entre o Evangelho de João e os outros três Evangelhos. Eu incluí as menores chances de cada evento ser registrado por um autor particular - por exemplo, os eventos quatro e cinco abaixo, onde o autor de João menciona que o discípulo olhou para a tumba vazia, mas não entrou nela. Pode-se argumentar que as probabilidades deste detalhe irrelevante, mesmo sendo mencionado neste momento são muito mais elevados do que uma chance em dois. No entanto, eu só dou as possibilidades binárias, ou seja, o autor poderia registrar que o fez ou não fez o discípulo olhar para dentro.
1) O sol deve indicar que "Maria" vem primeiro para o túmulo na versão dada no Evangelho de João. Uma chance em quatro.
2) Maria não deve encontrar anjos durante sua primeira visita à tumba no Evangelho de João. Uma chance em três.
3) O outro discípulo deve chegar primeiro ao túmulo, e não Pedro. Uma chance em duas.
4) O outro discípulo não deve entrar. Uma chance em duas.
5) O discípulo deve olhar para dentro. Uma chance em duas.
6) Simão Pedro, não Pedro ou o outro discípulo, deve ser o único que chega em segundo lugar no túmulo. Uma chance em três.
7) Ele deve ir sozinho. Uma chance em duas.
8) O outro discípulo deve entrar no túmulo depois de Simão Pedro. Uma chance em duas. 9) O sol deve indicar que "Maria" vem ao sepulcro em segundo lugar na versão dada no Evangelho de Mateus. Uma chance em quatro.
10) O grupo descrito em Mateus deve encontrar um anjo. Uma chance em três.
11) O anjo em Mateus deve estar fora do túmulo. Uma chance em dois. 12) O sol deve indicar que "Maria" vem ao túmulo próximo na versão dada no Evangelho de Marcos. Uma chance em quatro.
13) O grupo de Mateus deve encontrar um anjo. Uma chance em três.
14) O grupo de Mateus deve encontrar o anjo dentro da tumba. Uma chance em duas.
15) O sol deve indicar que "Maria" chega ao túmulo por último na versão dada no Evangelho de Lucas. Uma chance em quatro.
16) O grupo descrito em Lucas deve descobrir os anjos dentro do túmulo. Uma chance em duas.
17) Este grupo deve encontrar dois anjos. Uma chance em três.
18) O anjo deve pedir que "Pedro" não "Simão Pedro" vá contar. Uma chance em duas.
19) A "Maria" que está do lado de fora chorando em João deve encontrar dois "anjos", porque o plural é usado em Lucas para descrever "aquelas" que vão ao túmulo. Uma chance em duas.
20) Os anjos que Maria vê devem estar dentro do túmulo, porque aqueles que vão ao sepulcro em Lucas são descritos como não vendo Jesus. Uma chance em duas.
21) Maria deve encontrar Jesus fora do túmulo. Uma chance em duas. Assim, a cadeia de multiplicação para determinar a probabilidade de quatro autores distintos poderem registrar esses fatos exatos por acaso seria: 4X3X2X2X2X3X2X2X4X3X2X4X3X2X4X2X3X2 o que equivale a uma chance em 254.803.968. Isso demonstra que quatro autores distintos não criaram estória combinada por acaso e que foi, portanto, intencionalmente criada. Esta prova é tão conclusiva quanto, por exemplo, como as probabilidades, que são usadas em nossos dias na atualidade para um DNA coincidir com o sangue deixado em uma cena de crime como sendo de um suspeito. De fato, as probabilidades do
DNA são determinadas usando uma abordagem semelhante à mencionada acima. Minha teoria também é sólida no sentido de ser tão facilmente refutada. Em outras palavras, especialistas em probabilidade podem facilmente demonstrar erros nas minhas premissas ou conclusões. Na verdade, qualquer leitor curioso pode, basta refazer meus passos e chegar a um julgamento independente. De qualquer forma, a versão combinada das quatro histórias é tão óbvia que é razoável perguntar por que ninguém percebeu isso antes. A resposta é que as contradições dentro das quatro passagens são projetadas para ocultar a versão combinada. Estas contradições devem ser resolvidas antes que alguém possa ver facilmente a versão satírica que as quatro passagens criam. Os autores estavam, com efeito, exigindo que o leitor usasse a lógica antes de ser permitido enxergar a verdade. Além da contradição envolvendo "Simão Pedro" e "Pedro" mencionada acima, todas as aparentes contradições entre as quatro versões diferentes da primeira visita à tumba de Jesus envolvem uma personagem chamada Maria Madalena. Dentro das quatro versões da estória é dito que ela chega ao túmulo em quatro momentos diferentes e com pessoas diferentes, ter tocado e não tocado em Jesus, e ter dito e não dito aos discípulos que o túmulo estava vazio todas impossibilidades lógicas. No entanto, se as personagens femininas nas quatro versões da visita ao túmulo não fossem todas chamadas Maria Madalena, mas fossem dados a cada uma um nome
diferente, digamos, Maria, Rute, Ester e Elizabete, então essas contradições não existiriam e a relação satírica entre a versão em João, onde os dois discípulos correm para o túmulo, e as outras versões, onde os visitantes encontram "anjos" teria se tornado visível. Na verdade, como os leitores podem verificar eles mesmos, a versão satírica se tornaria muito aparente e o cristianismo poderia não ser uma religião mundial hoje em dia. Assim, pode-se dizer que a própria viabilidade do cristianismo depende da noção de que todas as personagens chamadas "Maria Madalena" no Novo Testamento sejam a mesma pessoa. No entanto, não é possível que todas as "Maria Madalenas" nos quatro evangelhos sejam a mesma pessoa. Os autores criaram dois métodos que permitem que qualquer leitor lógico determine isso. Primeiro, como mencionado acima, é fisicamente impossível para uma única "Maria Madalena" fazer cada coisa atribuída a ela nas quatro histórias. Maria Madalena não pode "primeiro" visitar o túmulo em momentos diferentes. Ela não pode estar dizendo a "Simão Pedro" que o túmulo teve sua pedra rolada para longe e ao mesmo tempo ter ido com especiarias para ungir a Jesus. Além disso, cada uma das primeiras visitas que ela faz ao túmulo são com pessoas diferentes, outra impossibilidade física. Além disso, a Maria Madalena no Evangelho de Marcos, a quem é dito "vá dizer a Pedro" que Jesus ressuscitou, diz-se que não contou a ninguém. Como sempre, as "Marias Madalenas" em Lucas e Marcos dizem para os discípulos que ele ressuscitou; portanto, logicamente, não podem ser a "Maria Madalena" em Marcos. Da mesma forma, a Maria Madalena em João não pode ser a Maria Madalena em Mateus, porque à Maria em João não é permitido tocar Jesus
enquanto em Mateus ela é descrita como "agarrando-se a seus pés". Portanto, um leitor racional deve concluir que "cada Maria Madalena" é uma personagem distinta. (114) O leitor ilógico - isto é, aquele que encara o Novo Testamento “seriamente” e, portanto, vê Jesus como divino - deve aceitar as contradições que as quatro versões da primeira visita ao túmulo de Jesus criaram. Tal leitor aceita que Maria Madalena primeiro visita a tumba em diferentes momentos e com pessoas diferentes, que ela tanto toca e não toca em Jesus, e que ela diz e não diz aos discípulos que Jesus ressurgiu. Os autores dos evangelhos podem ter acreditado que tal leitor merecia, e talvez necessitasse mesmo, de "Jesus". Para o leitor lógico, que entende que cada "Maria Madalena" deve ser uma personagem separada, essas contradições são resolvidas. As contradições em relação ao tempo da primeira visita, o diferente número de pessoas do grupo que visita a tumba por "primeiro", bem como quantos "anjos" os diferentes grupos encontram perto do túmulo, são todos resolvidos por esse insight único. Assim como as contradições de Maria Madalena haver tocado e não haver tocado Jesus, e ela dizendo e não dizendo aos discípulos que Jesus ressuscitou. Esta visão única, isto é, a versão combinada, nos permite enxergar a verdade. Além disso, "Maria Madalena", como "Jesus Cristo", também pode ser enxergado como um título, não apenas como um nome. Maria Madalena significa simplesmente Maria de Magdala, uma cidade na Galileia. Da perspectiva romana, qualquer mulher rebelde - isto é, qualquer "Maria" - de Magdala seria um Maria Madalena. O ponto que os
autores desejam que o leitor lógico entenda aqui é simplesmente que o mesmo nome pode ser dado a mais de uma pessoa. Os autores do Novo Testamento construíram o quebra-cabeça do túmulo vazio de tal maneira que sua solução, a percepção de que mais de uma personagem está sendo referida pelo mesmo nome, é também a solução para entender o próprio Novo Testamento. Lá pode haver mais do que uma Maria Madalena, e, portanto, pode haver mais de um Jesus. A noção de que o Novo Testamento está se referindo a mais de um indivíduo como "Jesus", embora aparentemente forçado, é na verdade a única maneira de resolver os fatos contraditórios dentro dele. De fato, como com "Maria Madalena", os autores tornaram logicamente impossível para os "Jesuses" descritos nos quatro Evangelhos como tendo sido o mesmo filho. E, como mostrei, a lógica, memória e humor zombeteiro são os pré-requisitos que os autores do Novo Testamento exigem de um leitor para entender sua verdade. Uma maneira em que o Novo Testamento revela que há mais de um "Jesus" é a genealogia diferente para os "Jesuses" em Mateus e Lucas, desde que não há nada advertindo, dentro do Novo Testamento, que duas genealogias distintas indicariam, naturalmente, dois indivíduos distintos. Da mesma forma, o Jesus que é crucificado no Evangelho de João poderia não ser o Jesus que é crucificado em qualquer dos Evangelhos Sinóticos, porque ele é crucificado no dia antes da Páscoa, enquanto todos os outros "Jesuses" são crucificados na Páscoa em si. Além disso, cada um dos "Jesuses" nos quatro Evangelhos tem um grupo de discípulos com nomes um pouco diferentes. E,
claro, em nenhum lugar dos Evangelhos existe uma descrição física de Jesus. Uma das razões que o elemento satírico dos muitos "Jesuses" não haver sido notado anteriormente é que no início da história cristã um redator fez uma alteração editorial no nome da personagem do Novo Testamento conhecido hoje como Barrabás. Barrabás é uma palavra composta formada a partir do "bar" em hebraico (filho) e "abba" (pai), que seria digamos "filho do pai". Enquanto o personagem é conhecido hoje simplesmente como Barrabás, esse não era o seu nome na versão do Novo Testamento com o qual os eruditos da igreja primitiva estavam familiarizados. Nós sabemos através de Orígenes (c. 250 CE) e outros (115) que as versões do Novo Testamento as quais eles conheciam se referiam a esse personagem não como Barrabás, mas sim como "Jesus Barrabás". Orígenes escreveu sobre sua consternação pelo fato de que o nome do criminoso que se achava preso junto com Jesus fosse "Jesus Barábas, "isto é, Jesus, o filho do Pai. Embora ele não tenha reconhecido o nome como engraçado, ele sentiu intuitivamente que havia algo de errado com o fato do companheiro de cela de Jesus ter um nome tão semelhante ao seu próprio. Esta preocupação foi evidentemente compartilhada por oficiais da igreja porque todas as primeiras cópias existentes do Novo Testamento (Sinaiticus, Alexandrinus, Vaticanus) referem-se a esse personagem apenas como Barrabás. No entanto, com base em estudos modernos, tanto a "New English Bible" e a versão dos estudiosos (116) decidiram registrar como "Jesus Barrabás" o nome dessa personagem em suas traduções.
Em tais traduções, o propósito da personagem ser chamada "Jesus Barrabás" fica claro. O Novo Testamento está declarando categoricamente que havia mais de um "Jesus". Observe o humor na declaração de Pilatos abaixo: "Vou, portanto, castigar a ele e libertar a ele". A sátira é que é impossível saber a qual "Jesus" Pilatos se refere como "ele". Observe também que, assim como aqueles que estavam no túmulo vazio, todos judeus são caracterizados como altamente emocionais. O humor deriva da ideia de que em tal estado eles não poderiam distinguir um "Jesus" do outro. "Mas toda a multidão clamou a uma, dizendo: Fora daqui com este, e solta-nos Barrabás. O qual fora lançado na prisão por causa de uma sedição feita na cidade, e de um homicídio. Falou, pois, outra vez Pilatos, querendo soltar a Jesus. Mas eles clamavam em contrário, dizendo: Crucifica-o, crucifica-o. Então ele, pela terceira vez, lhes disse: Mas que mal fez este? Não acho nele culpa alguma de morte. Castigá-lo-ei pois, e soltá-lo-ei. Mas eles instavam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado. E os seus gritos, e os dos principais dos sacerdotes, prevaleciam.
Então Pilatos julgou que devia fazer o que eles pediam." Lucas 23:18-24 Em cada um dos evangelhos, seguindo a "ressurreição", os discípulos são descritos como encontrando uma personagem chamada Jesus. No entanto, os mortos não podem voltar à vida. Os autores dos Evangelhos estão simplesmente continuando a sátira que começa com os discípulos confundindo uns aos outros por anjos no túmulo vazio de Lázaro. Cada Evangelho satiricamente revela que o indivíduo que os discípulos acreditam ser o Messias ressurrecto é diferente daquele que foi crucificado, repetidamente afirmando que eles não poderiam reconhecer ao Jesus "ressuscitado". Seguem as passagens relacionadas: "E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram." Mateus 28:17 "E depois manifestou-se de outra forma a dois deles, que iam de caminho para o campo." Marcos 16:12 "E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito."
Lucas 24:37 "Mas os olhos deles estavam como que fechados, para que o não conhecessem." Lucas 24:16 "E, sendo já manhã, Jesus se apresentou na praia, mas os discípulos não conheceram que era Jesus." João 21:4
Em João 20:15 abaixo, Maria Madalena também é incapaz de reconhecer Jesus e confunde-o com um "jardineiro". Esta passagem é uma parte do elemento "raiz e ramo" do humor, que gira em torno de Tito "podando" o judeu Messias Eleazar, que foi "levado" do Monte das Oliveiras. Este episódio é o clímax profético e satírico do Novo Testamento. É o momento que "prevê" que Tito se transforme no Messias Judeu - o que realmente ocorre em "João 21". Isso é quando, após a morte de "Jesus", Tito começa a ser o "Jesus" do cristianismo. Um leitor que seja capaz de entender a seguinte "profecia" em relação a Tito resolverá essencialmente o quebra-cabeças central do Novo Testamento e "Guerra dos Judeus". Note a brilhante ironia quando Maria está confundindo o
Messias com um "jardineiro" (hortelão) e perguntando se ele "o levou embora". Isto é exatamente o que acontece com Eleazar, que é "levado" por um "jardineiro" no Monte das Oliveiras. Os autores fazem Maria confundir o indivíduo com um jardineiro, porque isso cria uma previsão satírica do que de fato já ocorreu. O que na verdade é uma imagem espelhada da superfície da narração. Enquanto Jesus é confundido com um jardineiro que não "levou o Messias embora", Tito se torna um "jardineiro" que é confundido com Jesus e que leva o Messias. "Disse-lhe Jesus: Mulher, por que choras? Quem buscas? Ela, cuidando que era o hortelão, disse-lhe: Senhor, se tu o levaste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei. Disse-lhe Jesus: Maria! Ela, voltando-se, disse-lhe: Raboni, que quer dizer: Mestre." João 20:15,16 A seguinte passagem da Guerra dos Judeus revela porque Tito acha necessário criar uma religião que o adore sem que seus membros saibam. O problema de Tito é que os Sicarii recusam-se a chamá-lo de "Senhor", mesmo depois de serem torturados. Para contornar essa teimosia, Tito simplesmente se transforma no Messias dos judeus. A última sátira do cristianismo é a que faz com que os judeus chamem César de Senhor sem que eles saibam. A passagem também contém outro elemento do cristianismo evidentemente roubado do movimento Sicarii, o de seus membros se regozijando enquanto são torturados por se recusarem a renunciar à sua fé.
... (Os Sicarii) cuja coragem, ou deveríamos chamar loucura, ou resistência em suas opiniões, espantavam a todo mundo. Pois embora seus corpos tenham sido submetidos a todos os tipos de tormentos e vexames, que já haviam sido inventados, a que foram submetidos seus corpos que poderiam ser inventados, não se conseguiu que nenhum deles cumprisse confessar, ou mesmo fingir confessar, que César era o seu senhor; mas sim, eles preservaram sua própria opinião, apesar de toda a aflição à qual foram submetidos, como se recebessem esses tormentos e o próprio fogo com corpos insensíveis à dor, e com uma alma que de certo modo se alegrava com eles. Mas o que foi mais surpreendente para os observadores foi o coragem das crianças; porque de nenhuma dessas crianças foi até agora conseguido, nem por esses tormentos, que nomeassem a César como seu senhor. Até agora, a força da coragem [da alma] prevaleceu sobre a fraqueza do corpo. (117) A mudança de Tito como Jesus ocorre em João 21. O capítulo começa com Jesus vindo ao mar da Galiléia pela manhã, onde ele se "mostrou", a si mesmo, aos seus discípulos. Os discípulos são descritos como sendo incapazes de reconhecer Jesus a partir do pequeno barco no qual eles passaram a noite. Jesus os instrui a "lançar a rede", após o que eles puxam uma "multidão de peixes". Sendo informado assim de que ele é "O Senhor", Simão nada para terra, onde ele e os discípulos comem "pão" e "peixe" com Jesus, que então profetiza que Simão será morto, mas que João será poupado. "Depois disto manifestou-se Jesus outra vez aos discípulos junto do mar de Tiberíades; e manifestou-se assim:
Estavam juntos Simão Pedro, e Tomé, chamado Dídimo, e Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu, e outros dois dos seus discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Dizem-lhe eles: Também nós vamos contigo. Foram, e subiram logo para o barco, e naquela noite nada apanharam. E, sendo já manhã, Jesus se apresentou na praia, mas os discípulos não conheceram que era Jesus. Disse-lhes, pois, Jesus: Filhos, tendes alguma coisa de comer? Responderam-lhe: Não. E ele lhes disse: Lançai a rede para o lado direito do barco, e achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam tirar, pela multidão dos peixes. Então aquele discípulo, a quem Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor. E, quando Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se ao mar. E os outros discípulos foram com o barco (porque não estavam distantes da terra senão quase duzentos côvados), levando a rede cheia de peixes. Logo que desceram para terra, viram ali brasas, e um peixe posto em cima, e pão. Disse-lhes Jesus: Trazei dos peixes que agora apanhastes.
Simão Pedro subiu e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes e, sendo tantos, não se rompeu a rede. Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. E nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: Quem és tu? sabendo que era o Senhor. Chegou, pois, Jesus, e tomou o pão, e deu-lhes e, semelhantemente o peixe. E já era a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dentre os mortos." João 21:1-14 Esta história dos discípulos pegando "peixe" compartilha uma série de paralelos com a passagem em "Guerra dos Judeus" que descreve os romanos "pegando" judeus como peixes no Mar da Galileia, que eu discuti anteriormente. Naquela passagem, Josefo descreve um bando de rebeldes liderados por um Jesus, o filho de Shaphat. Este Jesus vence uma batalha contra os romanos. Em resposta, Vespasiano ordena que Tito tome uma força e contra-ataque Jesus e seu bando. Antes da batalha, Tito faz um discurso no qual ele descreve a próxima batalha como "meu início". Ele então ataca os judeus com suas tropas e os derrota. Alguns dos judeus, no entanto, escapam com seus barcos no Mar da Galileia (Josefo descreve esses barcos como "pequenos"), onde passam a noite. Na manhã seguinte, Tito ordena que seus soldados construam barcos
para atacar os judeus. Na batalha marítima que se seguiu, os romanos capturam os judeus como peixes. Após a batalha, Josefo descreve os cadáveres dos judeus emitindo um terrível fedor. (118) O diagrama a seguir é apresentado para esclarecimento dos paralelos entre a passagem da "batalha no mar" de Josefo e "João 21": 1. Ambas as passagens descrevem os seguidores de um "Jesus" que passam a noite em um pequeno barco. 2. Ambas as passagens descrevem uma "captura" que ocorre em seguida a manhã. 3. Cada passagem ocorre no Mar da Galiléia (Tiberíades). 4. Jesus e Tito compartilham a já mencionada coleção dos paralelos em João 21, envolvendo a condenação de "Simão" e "João" sendo poupado. Os paralelos funcionam para dar um significado tipológico e satírico a "João 21", que não deve ser difícil para o leitor enxergar neste momento. De fato, se Jesus dissesse a seus discípulos que "lançassem uma rede" e se tornassem "pescadores de homens" em "João 21", então a relação satírica entre essa passagem e a descrição de Josefo da batalha marítima se torna óbvia demais para ser ignorada. O fato de Jesus fazer essa profecia mais cedo em seu ministério não torna suas implicações menos claras particularmente à luz do fato de que o grupo que ele instrui a "lançar uma rede" em "João 21" contém Simão, Tiago e João, o os mesmos indivíduos que ele previu mais cedo em seu ministério, que: -"daqui em diante" se tornariam "apanhadores de homens".
Mais uma vez, os autores do Novo Testamento estão testando a memória do leitor. Apenas o leitor com boa memória lembra-se que é Simão e os "filhos de Zebedeu" a quem Jesus tem anteriormente previsto como seriam "doravante" "pescadores de homens". E somente tal leitor vai lembrar que Jesus fez essa profecia sobre "pescar homens", estando na mesma praia onde Tito esteve enquanto seus soldados pegavam judeus como peixes. Observe que o autor indica apenas que os eventos de "João 21" acontecem "depois destas coisas" - isto é, depois da crucificação de Jesus. Em outras palavras, os eventos de "João 21" poderiam ter ocorrido a qualquer momento após a crucificação e podem ser entendidos como sendo contemporâneos dos eventos da passagem paralela de "pesca" em "Guerra dos Judeus". Com este dispositivo inteligente, os autores unificam os prazos dos Evangelhos e de "Guerra dos Judeus". "João 21" deve ser entendido como um evento da vida de um Messias judeu por volta de 30 EC e uma representação, ainda que satírica, da batalha marítima de Tito com os pescadores messiânicos da Galileia. A passagem pode ser lida tanto como o fim da história de um salvador de Israel quanto o começo da história de outro. Tal como acontece com os diferentes Evangelhos que formam o quebra-cabeça do túmulo vazio, "João 21" e a "passagem de captura" em "Guerra dos Judeus" são projetados para serem interativos. E, novamente, sua interação cria uma história diferente da propícia que aparece na superfície. "João 21" interage com a passagem "pegando" de Josefo para criar uma sátira indicando que os
confusos seguidores de Jesus confundem Tito com o Senhor. O "Jesus" que eles seguem ", Jesus, o filho de Shaphat, o principal chefe de um bando de ladrões", não está na praia porque Tito o matou. Josefo registra sua morte na passagem, afirmando que: "Tito matou os autores dessa revolta", indicando claramente Jesus. Portanto, o "Jesus" que os discípulos seguem não existe mais e eles confundem Tito com seu Senhor - "Jesus estava na praia; contudo, os discípulos não sabiam que era Jesus". Assim iludidos, os discípulos se oferecem a Tito, ajudando os romanos a capturar os rebeldes judeus que nadam no Mar de Tiberíades "lançando suas redes". A sátira é uma perfeita sinopse da verdadeira intenção do cristianismo, que é "converter" os seguidores do Messias judeu em seguidores de César sem que eles saibam. Tendo alcançado seu objetivo, Tito, o "Senhor", senta-se com seus novos "discípulos" para um café da manhã de "pão" e "peixe". As palavras "pão" e "peixe" são, como mostrei, ambas usadas como sinônimos de carne humana no Novo Testamento. Observe a esperteza dos autores. Os discípulos não perguntam seu nome - o que remeteria ao fato de que seu nome é Tito - mas "sabem" que ele é o "Senhor".
"Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. E nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: Quem és tu? sabendo que era o Senhor.
Chegou, pois, Jesus, e tomou o pão, e deu-lhes e, semelhantemente o peixe. E já era a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dentre os mortos." João 21:12-14 A interação entre o Novo Testamento e "Guerra dos Judeus" identifica o "peixe" que Tito serviu aos seus novos discípulos em "João 21" como corpos "putrefatos" dos "peixes" mortos pelos romanos durante a batalha mencionada acima. Este cheiro pútrefo de "peixe" na praia é paralelo ao fedor registrado nas outras passagens de canibalismo - o túmulo de Lázaro no Novo Testamento e o filho de Maria em "Guerra dos Judeus". E um terrível fedor, e uma visão muito triste havia no dias seguintes nesse país; quanto as margens, elas estavam cheias de naufrágios e de cadáveres todos inchados; e como os cadáveres eram aquecidos pelo sol e assim putrefátos isso infectou o ar. E o "pão" que os discípulos comem é também identificado no Novo Testamento. É a carne do Messias que foi "ressuscitado dos mortos". Observe como é claro o exemplo da seguinte passagem das declarações aparentemente simbólicas de Jesus, assumindo um significado satírico quando lidas literalmente. "Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo.
Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como nos pode dar este a sua carne a comer? Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos." João 6:51-53
Para deixar claro que é o corpo do "Filho do Homem" que os discípulos estão festejando, "João 21" afirma que esta é "a terceira vez que Jesus se mostrou a seus discípulos depois que ressuscitou dos mortos". O autor está incluindo esse detalhe neste ponto porque o "Jesus" que realmente ressuscitou "dentre os mortos" era Lázaro, que "mostrou-se aos discípulos duas vezes anteriormente, primeiro em sua" ressurreição "e depois novamente na "festa de Lázaro". Os discípulos estão sendo satirizados como se alimentando involuntariamente do corpo do Messias. A sátira sobre o "pão" em "João 21" é que eles estão comendo do mesmo "pão" que foi comido durante a "festa de Lázaro" acima. Eu observaria que a análise acima tem implicações para o sacramento da comunhão. Isso sugere que os romanos deliberadamente criaram o ritual como uma piada cruel sobre os cristãos. De qualquer forma, o humor que os romanos criaram em relação ao canibalismo dos judeus messiânicos evidentemente deriva da ironia que eles enxergaram em um povo com leis alimentares tão rígidas comendo carne humana rançosa. A
ironia dos judeus, um povo muito exigente demais para comer carne de porco, comer carne humana teria sido amplamente compreendida dentro da classe patrícia quando "Guerra dos Judeus" foi escrita. O satírico Juvenal, por exemplo, referiu-se a isso sem fornecer nenhum contexto.
"Alguns, a quem Lot teve pais tementes ao sábado, e não adoraram nada senão nuvens e o numem** dos céus, E não viram diferença entre a carne de porco e os humanos desde que seus pais se abstiveram da carne de porco." (119) ** (do latim: o espírito ou poder divino presidindo alguma coisa ou lugar.)
Os dois "Jesuses" que estão na praia quando os romanos "pegam" os judeus no mar de "Tito" e Jesus, filho de Saphat, são simplesmente o "Jesuses" finais dentro da sátira outra vez. Todos os "Jesuses" encontrados após a ressurreição são indivíduos diferentes. Como têm feito com as várias "Marias Madalenas", os autores incluem detalhes aparentemente irrelevantes em cada evangelho que tornam logicamente impossível para qualquer um dos quatro "Jesuses" encontrados após a "ressurreição" terem sido o mesmo indivíduo. Em Mateus, Jesus encontrando seus discípulos não ascende aos céus, em vez disso diz aos seus seguidores, "Eu estarei sempre com vocês". Em Marcos, no entanto, Jesus é descrito como de ascendendo aos céus, assim como isso está no Evangelho de Lucas. Embora essas duas estórias de ascensão pareçam idênticas, na verdade, elas acontecem em diferentes locais. Os autores revelam isso em uma passagem anterior em Marcos (Marcos 14:28). Esta
passagem indica que Jesus se reunirá com seus discípulos na Galileia, o que acontecerá, obviamente, alguns dias após a sua ressurreição, enquanto que a ascensão em Lucas ocorre apenas fora de Jerusalém no mesmo dia da ressurreição. Finalmente, o Jesus em João encontra-se com um número diferente de discípulos após a ressurreição, um número diferente de vezes, e em um local diferente dos locais dos outros três evangelhos. Os autores dos Evangelhos projetaram sua criação para ser francamente lógico. Sempre que dois eventos parecem se contradizer, o leitor precisa reconhecer que está lendo incorretamente. Isso quer dizer que ele ou ela está fazendo uma suposição incorreta. Neste caso, a suposição incorreta é que todos os "Jesuses" nos evangelhos são o mesmo indivíduo. Simplesmente mudando essa suposição faz com que os evangelhos se tornem "verdadeiros" - isto é, sem contradição. No entanto, quem os discípulos encontram nas conclusões de Mateus, Marcos e Lucas, se não o Jesus que foi crucificado? Assim como os autores identificam a quem Maria Madalena, encontra, cuja tumba ela acha com a sua pedra "rolada" - antes de ela se deparar com ele no escuro, os autores já deram ao leitor essa informação. Os "Jesuses" representados na conclusão dos Sinóticos são os três "Jesuses" a quem Pilatos liberou anteriormente, Jesus Barrabás. Como o último golpe satírico do Novo Testamento, cada Evangelho conclui com um indivíduo diferente como seu Jesus. Claro, o Jesus final é o descrito em "João 21", o último dos Evangelhos. Que Jesus é Tito, o "verdadeiro" Filho de Deus a quem o cristianismo adora.
Eu suspeito que o rebanho de "Jesuses" vagando nas conclusões dos quatro Evangelhos são uma sátira que reflete o fato de que haviam numerosos indivíduos que afirmavam ser o Messias durante esta época, um fato registrado no Novo Testamento e "Guerra dos Judeus". Os autores do Novo Testamento talvez estivessem fazendo desse ponto mais uma sátira, uma vez que já existiam tantos "Messias" ou "cristos", não havia razão para Tito não ser um também. Finalmente, uma questão que eu achei interessante é que se os autores destinaram a "versão combinada" da visita à tumba vazia para divulgar a revelação de que Jesus não ressuscitou dos mortos, como uma afirmação filosófica que defende a razão em detrimento de misticismos religiosos o leitor deverá resolver essas contradições lógicas; se ele ou ela falhar, a punição será acreditar em um falso deus. É possível que os autores dos Evangelhos os tenham criado como um tipo de ferramenta educacional disfarçada de narrativa sobre Jesus. Os autores podem ter desejado que seus leitores trabalhassem as várias contradições com lógica, a fim de desenvolver sua capacidade de raciocínio e, assim, serem capazes de pensar em escapar da superstição religiosa. Eles podem ter desejado que os Evangelhos fossem vistos pela posteridade como sua contribuição para o desenvolvimento da razão.
CAPÍTULO 7 A nova Raiz e Ramos
Tendo mostrado os métodos que os romanos usavam para satiricamente comunicar a história real de sua luta com os judeus messiânicos. Agora posso apresentar o mais complexo de seus trabalhos. O leitor vai reconhecer que já toquei em muitas das passagens que compõem esta sátira. Esses elementos separados foram projetados para serem interligados para criar uma história intertextual maior. Eu me refiro a esta sátira como a "nova raiz e ramo". É um vasto dispositivo literário percorrendo os Evangelhos e três de livros de Josefo. Porque se estende ao longo de vários livros diferentes, é difícil descobrir, mas este dispositivo literário não é incomum na literatura hebraica. É, por exemplo, semelhante à maneira pela qual a saga de Abraão continua no Livro de Samuel e no Livro dos Reis. Através de um série de passagens distintas, uma personagem tornase associada com outra personagem por meio de atos ou locais paralelos e por meios de linguagem similar. O propósito desta sátira particular é documentar que a "raiz" e "ramo" da linhagem messiânica judaica foram destruídos e que uma linhagem romana foi "enxertada" em seu lugar. Este satírico sistema realmente começa no Livro de Malaquias, o último livro do Antigo Testamento. Malaquias significa "meu mensageiro" em hebraico e foi usado como um epíteto para o profeta Elias. Isso é porque na literatura judaica foi previsto que o Messias seria precedido pelo aparecimento de Elias, que atuaria como o mensageiro de sua vinda.
"Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor;" Malaquias 4:5
Esta passagem final no Livro de Malaquias prevê um desastre iminente para os "ímpios", que os deixarão destruídos pelo fogo e sem "raiz" nem "ramo". "Porque eis que aquele dia vem ardendo como fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como a palha; e o dia que está para vir os abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo." Malaquias 4:1
Josefo registra claramente que a primeira parte desta profecia sobre o "mal" sendo "queimado", aconteceu durante a guerra com os romanos. Ele também registra que a segunda parte da profecia - que eles seriam deixados sem "raiz" nem "ramo" - também foi cumprida durante a campanha de Tito, embora não tão abertamente. Para entender que os "maus", isto é, os rebeldes messiânicos, deveriam ficar sem "raiz" ou "ramo", o leitor precisa compreender talvez a sátira literária mais complexa já escrita. Como mencionado acima, "raiz" e "ramo" eram metáforas judaicas usadas para denotar a linhagem messiânica. Por exemplo, o "Genesis Florilegium" afirma:
". . . até o Messias da Justiça, do Ramo de Davi virá, porque a ele e sua semente foi dada a Aliança do Reino do seu povo. . ." (120) Estas imagens de raiz e ramo messiânicas encontradas nos Pergaminhos do Mar Morto são uma continuação de seu uso pelo profeta Isaías a respeito da vinda do Messias, como mostra a seguinte tradução de outro fragmento dos Manuscritos: . . . Isaías o Profeta ... os bosques da floresta serão derrubados com um machado e o Líbano cairá por um poderoso. Uma vara se levantará da raiz de Jessé, e os brotos de suas raízes, o ramo de David, darão frutos. . . (121) Os autores do Novo Testamento continuam a com a metáfora da raiz messiânica e do ramo, embora com uma perspectiva totalmente diferente. Dentro do Novo Testamento, a imagem da raiz e do ramo é apresentada no contexto de sua transformação em uma linhagem diferente - a linhagem do novo Messias. Os "ramos" são descritos como "podados" ou "enxertados". Jesus prediz - ecoando o Livro de Malaquias - que aqueles "ramos" que não "habitam" no novo judaísmo que ele traz serão "queimados".
"Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem." João 15:6
Josefo baseia-se nas imagens das raízes e ramos no Novo Testamento pelo estabelecimento de uma série de paralelos relacionados. Como nós vimos tantas vezes, esses paralelos contêm quebra-cabeças que revelam os nomes das personagens "sem nome". E em todos os casos, o nome da personagem é Eleazar. Minha interpretação dos paralelos envolvendo Eleazar é que eles indicam que Eleazar era o nome do indivíduo que os rebeldes messiânicos consideravam como a "raiz" prevista pela profecia judaica. A julgar pela sátira, esse indivíduo pode atuar existem, e tem sido o líder espiritual da rebelião. Como é o caso de todas as passagens tipológicas, a sátira de raiz e ramo pode ser reconhecida pela determinação da ordem temporal em que seus eventos ocorrem, embora sejam descritos em diferentes livros. Esta é a mesma técnica necessária para resolver "o quebra-cabeça do túmulo vazio "acima, onde a leitura tem que organizar os quatro textos de túmulos vazios em ordem cronológica para compreender a estória combinada que os textos criam. Josefo fornece ao leitor um caminho claro para essa compreensão temporal. As outras chaves para reconhecer a sátira são as mesmas usadas em todo o Novo Testamento e "Guerra dos Judeus". Estas são localizações paralelas e paralelos conceituais. Além disso, alguns dos princípios das ciências romanas da botânica e medicina homeopática são usadas na sátira "raiz e ramo". A medicina romana considerava que o que fez você doente, às vezes, poderia curar-te. Por exemplo, um tratamento para uma picada de escorpião era aplicar uma pasta de escorpião cru sobre a
ferida. A botânica romana considerava que introduzir espécimes domesticados em uma colônia de plantas silvestres, resultaria em uma planta híbrida defeituosa. "Pedanius Dioscorides", médico-chefe e botânico que acompanhou Vespasiano e Tito na Judéia, estava familiarizado com esses dois princípios científicos. Eles são elementos-chave na sátira "raiz e ramo". Pedanius era justamente famoso por ser pioneiro no primeiro uso documentado de anestesia e o primeiro uso médico de terapia de choque elétrico (usando enguias elétricas para gerar a corrente). Ele também escreveu um livro-texto sobre botânica que se tornou a base para o herbalismo moderno e identificou centenas de raízes de plantas medicinais - "muitas raízes sadias", como ele disse - que até então não eram conhecidas pela ciência médica. Como um dos principais cientistas de Roma, Pedanius certamente teria aconselhado Tito sobre o que Josefo chama de "uso da ciência" (122) para expulsar demônios de pessoas aparentemente insanas. Um dos elementos da sátira raiz e ramo é a estranha planta que Josefo chama de "arruda"; que tem a raiz de seu nome derivado de "baaras". Essa raiz, baaras, tem o poder de dissipar os demônios, definidos por Josefo como o "espírito dos ímpios". O fato de Josefo mencionar uma planta chamada arruda é significativo, uma vez que a arruda é uma das plantas que Pedanius estudou e sobre a qual escreveu em seu livro sobre herbalismo, nele ele explica os perigos da arruda selvagem, ou arruda da montanha, e os benefícios da arrumada
doméstica que crescia perto de figueiras e podia ser comida com segurança. A técnica de jardinagem de Pedanius é, essencialmente, o cerne da estratégia de pacificação romana documentada na sátira "raiz e ramo": os romanos tentaram "domesticar" os judeus pela poda da raiz de sua maldade demoníaca, o Messias Eleazar, e depois enxertando "Jesus" na raiz, que é quem tem o poder de dissipar demônios. Uma citação de Tito registrada pelo escritor cristão do século IV "Sulpícius Severus" menciona sua compreensão da importância da "raiz" para os judeus e cristãos. Dizem que Tito primeiro convocou um conselho e deliberou se ele deveria ou não destruir um templo tão poderoso. O próprio Tito disse que a destruição do templo era uma necessidade primordial para eliminar completamente as religiões dos judeus e dos cristãos, pois insistiam em que essas religiões, apesar de hostis entre si, surgiram das mesmas fontes; os cristãos haviam crescido dos judeus; se a raiz fosse destruída, a haste facilmente pereceria (Christianos ex ludaeis exitisse radice sublata stirpem facile perituram). Para começar a análise, eu primeiro observaria os elementos do Novo Testamento que são usados na sátira das raízes e ramos. Esses conceitos são tão conhecidos que sinto que é desnecessário incluir os textos relacionados e fornecer apenas a seguinte lista.
Elementos de raiz e ramo no Novo Testamento:
1. A linhagem messiânica é descrita como "podada";
2. Há uma previsão de que a linhagem messiânica será enxertada;
3. A captura de Jesus ocorre no Monte das Oliveiras;
4. Três são crucificados, mas um sobrevive;
5. José de Arimatéia tira o sobrevivente da cruz.
A análise continua apresentando cada uma das passagens que compõem a sátira por sua vez. A seguinte passagem acontece na fortaleza de Herodes. isto ocorre antes do cerco de Jerusalém e conta a história de um Eleazar que, como seu homônimo em Massada, comete suicídio. Para esclarecimento, apresento a seguinte lista de conceitos na passagem que são elementos da sátira maior.
Localização: Thecoe e Herodiana
1. Eleazar;
2. Campo inclinado em Thecoe;
3. Recusa de entrega;
4. Suicídio.
Também não demorou muito para que Simão voltasse violentamente sobre seus país; quando ele armou seu acampamento em uma certa aldeia chamada Thecoe, e enviou Eleazar, um de seus companheiros, para aqueles que mantiveram a guarnição em Herodiana, para persuadi-los a entregar essa fortaleza a eles. A guarnição recebeu este homem prontamente, enquanto eles não sabiam nada a fim do que ele veio; mas assim que ele falou da rendição do lugar, eles caíram sobre ele com suas espadas desembainhadas, até que ele descobriu que não tinha como escapar, quando ele se jogou da muralha para o vale abaixo; então ele morreu imediatamente. ("Guerra", 4, 9,5) A passagem seguinte também faz parte da sátira. O leitor deve reconhecê-la como a passagem que analisei acima, o que me levou a entender que o nome do Messias capturado no Monte das Oliveiras era Eleazar. Um dos elementos que torna a sátira "raiz e ramo" tão difícil de compreender é que ela usa as soluções para outros quebra-cabeças como componentes. Em outras palavras, um leitor deve primeiro resolver o quebra-cabeça que revela que o "certo jovem" capturado no Monte das Oliveiras era chamado Eleazar para poder avançar e ver a estória ainda maior da qual o Eleazar capturado faz parte. Para esclarecimento, apresento a
seguinte lista dos elementos da história que fazem parte da sátira.
Localização: Monte das Oliveiras
1. Eleazar;
2. Pedanius (médico);
3. Pedanius suspende Eleazar por sua mão enquanto "levao embora";
4. A captura ocorre no Monte das Oliveiras;
5. O fato de Eleazar ser condenado a ser "podado".
Muitos dos sediciosos foram tão pressionados pela fome. . .que eles se juntaram e atacaram a aqueles guardas romanos que estavam no Monte das Oliveiras ... Mas os romanos foram informados de sua vinda para atacá-los de antemão ... e um cujo nome era Pedanius esporeando seu cavalo em seu flanco com grande veemência, e pegou um certo jovem pertencente ao inimigo por seu tornozelo, quando ele estava fugindo; o homem tinha, no entanto, um corpo robusto e estava com sua armadura; Pedanius se curvou abaixo de seu cavalo, mesmo quando ele galopava, e tão grande era a
força de sua mão direita, e do resto de seu corpo, como também tal habilidade ele tinha em equitação. Então este homem se apoderou de sua presa, como de um tesouro precioso, e levou-o como seu cativo para César ... e então Tito admirou o homem que havia se apoderado do outro por sua grande força, e ordenou que o homem que fora capturado fosse "podado" por seu ataque contra a muralha romana. (123) A passagem seguinte é uma das mais importantes nas obras de Josefo, porque nela ele registra seu paralelo com a crucificação de Jesus no Novo Testamento. Ocorre após o cerco de Jerusalém, mas antes da passagem que descreve a captura e libertação de Eleazar em Maquero. Sua orientação temporal em relação aos outros eventos na sátira "raiz e ramo" é crucial, e para tornar isso mais difícil de ver, o evento é registrado na autobiografia de Josefo e não em "Guerra dos Judeus". No entanto, Josefo forneceu - para o leitor atento - um caminho para a compreensão, quando sua cena de crucificação ocorreu em relação aos outros eventos da sátira. Ele fez isso com a declaração "Além disso, quando a cidade de Jerusalém foi tomada à força, fui enviado por Tito", o que indica que o evento ocorreu após a captura do "certo jovem" no Monte das Oliveiras por Pedanius, mas antes do cerco a Maquero, que ocorreu após Tito ter deixado a Judéia. Esse posicionamento relativo também é crucialmente importante para a sequência paralela geral entre o ministério de Jesus e a campanha de Tito. Em outras palavras, como no Novo Testamento, o episódio "três são crucificados, um sobrevive" ocorre após a captura do Monte das Oliveiras, mas antes da condenação de Simão e a
preservação de João, que Tito foi informado por carta depois que ele deixou Jerusalém. (124) A lista a seguir contém os elementos usados na sátira da "raiz e ramo" da passagem abaixo, descrevendo três judeus que são crucificados e um que sobrevive em Thecoa.
Localização: Thecoa
1) Três são crucificados, mas um sobrevive;
2) Yussef bar Matthias retira o sobrevivente da cruz;
3) Campo inclinado em Thecoa; 4) Médico. Além disso, quando a cidade de Jerusalém foi tomada à força, eu fui enviado por Tito César para uma certa aldeia chamada Thecoa, a fim de saber se era um lugar adequado para um acampamento; quando eu voltei, vi muitos cativos crucificados, e lembrei de três deles como meu antigo conhecido. Eu lamentei muito isso em minha mente, e fui com lágrimas nos olhos para Tito, e contei-lhe deles; então ele imediatamente mandou serem descidos das cruzes, e ter o maior cuidado com eles, para sua recuperação; mas dois deles morreram sob os cuidados do médico, enquanto o terceiro se recuperou. ("Vida de Josefo", 26)
Após o retorno de Tito a Roma, Josefo descreve um vale ao lado da fortaleza Maquero aonde crescia uma "raiz mágica" que poderia exorcizar demônios. A lista a seguir contém os elementos dessa passagem que são usados na sátira.
Local: Baaras
1) Uma raiz que pode dissipar demônios;
2) O fato de que esta raiz deve ser pendurada na mão de seu captor como ele "leva embora".
Agora, dentro deste lugar, crescia uma espécie de arruda que merece nossa admiração por causa de sua grandeza, pois não era inferior a qualquer figueira, seja em altura ou em espessura; e o relatório é que existia desde os tempos de Herodes, e provavelmente teria durado muito mais tempo, se não tivesse sido abatido por aqueles judeus que tomaram posse do lugar depois. Mas ainda naquele vale que engloba a cidade no lado norte há um certo lugar chamado Baaras, que produz uma raiz que tem o mesmo nome do lugar. Sua cor é semelhante à da chama e, à noite, envia um certo raio como um relâmpago. Não é facilmente tomada por alguém que faça isso, mas se afasta de suas mãos, nem se renderá para silenciosamente para ser tomada, até a urina de uma mulher ou sangue de menstruação, ser derramado sobre ela; ou melhor, mesmo assim a morte é certa para aqueles que a tocam, a menos que alguém pegue e pendure a raiz abaixo de sua mão, para assim levá-la embora. Pode também ser
tirada de outra maneira, sem perigo, isto é: cavando uma valeta bem ao redor, até a parte oculta da raiz ser muito pequena, em seguida, amarrar um cachorro nela, e quando o cão se esforçar para seguir quem o amarrou, esta raiz é facilmente arrancada, mas o cachorro morre imediatamente, em vez do homem que iria tirar a planta; depois não é preciso que alguém tenha medo de levá-la em suas mãos. Agora, afinal de contas estas dificuldades para obtê-la, só tem valor devido a uma virtude que, se for apenas levada à pessoa doente, rapidamente afastará aqueles chamados demônios, que não são senão os espíritos dos ímpios que entram nos homens que estão vivos e os matam, a menos que possam obter algum ajuda contra eles. (125)
RETIRADA DA RAIZ DE BAARAS COM UM CÃO
Imediatamente após a descrição da raiz mágica, Josefo descreve outro incidente envolvendo um Eleazar em uma das fortalezas herodianas, Maquero.
Os seguintes elementos da passagem são parte da sátira. Localidade: Maquero
1. Fortaleza herodiana; 2. Eleazar; 3. O fato de que Eleazar é levado em sua armadura; 4. O fato de que Eleazar sobrevive à sua crucificação.
Agora, uma certa pessoa pertencente ao acampamento romano, cujo nome era Rufus, de origem egípcia, correu sobre ele de repente, quando ninguém esperava tal coisa, e o carregou. fora, com sua própria armadura; enquanto, nesse meio tempo, aqueles que o viram da muralha estavam sob tal espanto, que Rufus impediu sua ajuda e levou Eleazar para o acampamento romano. Então o general dos romanos ordenou que ele deveria ser levado nu, a um local à frente da cidade para que fosse dolorosamente chicoteado diante de seus olhos. Devido este triste incidente que se abateu sobre o jovem, os judeus estavam terrivelmente confusos, e a cidade, com uma só voz, lamentou por ele, e
o luto por uma única pessoa provou ser maior do que poderia supor-se, mesmo sobre a calamidade. (126) Quando Bassus percebeu isso, ele começou a pensar em usar um estratagema contra o inimigo, e desejava agravar sua dor, a fim de prevalecer com eles a rendição da cidade pela preservação daquele homem. Nem ele falhou em sua esperança; porque ele ordenou que eles colocassem uma cruz, como se ele fosse enforcar Eleazar sobre ela imediatamente; a visão disso causou uma dolorosa dor entre os que estavam na cidadela, e eles gemeram com veemência, e gritaram que não podiam suportar vê-lo assim destruído. Ao que Eleazar rogou-lhes que não o desconsiderassem, agora ele sofreria a morte mais miserável e exortava-os a se salvarem, cedendo ao poder e boa fortuna romanos, já que agora conquistavam todas as outras pessoas. Estes homens ficaram muito comovidos com o que ele disse, havendo também muitos dentro da cidade que intercediam por ele, porque ele era de uma família eminente e muito numerosa; então eles agora cederam à sua paixão de comiseração, contrariando seu costume habitual. Assim, eles enviaram imediatamente certos mensageiros e trataram com os romanos, a fim de entregar a cidadela a eles, e desejaram que eles pudessem ir embora, e tomar Eleazar junto com eles. Então os romanos e seu general aceitaram esses termos. . . Bassus achou que devia cumprir o convênio que fizera com os que haviam se rendido, deixou-os ir e restaurou Eleazar a eles. A famosa representação do cerco de Massada também faz parte desse tema satírico. Seus elementos são: Localização: Massada
1. Fortaleza herodiana; 2. Eleazar; 3. Não se render leva ao suicídio. Esta fortaleza era chamada Massada. Eleazar, era um homem potente, e o comandante destes Sicarii que haviam tomado o local. Ele era um descendente daquele Judas que tinha persuadido a muitos dos judeus, como havíamos relatado anteriormente, para que não se submetessem à tributação quando Cyrenius havia sido enviado para a Judéia para fazê-la. (7,8,1) Finalmente, Josefo registra sua última história sobre "Eleazar"; Desta vez ele está localizado em Roma. Podemos estar certos de que o evento ocorreu em Roma, porque Josefo afirma que o evento ocorreu na presença dos filhos de Vespasiano - observe o plural. Como Domiciano não viajou para a Judéia, este fato estabelece que o evento ocorreu depois que Tito retornou a Roma. Na passagem, Eleazar está usando uma raiz mágica para exorcizar os demônios dos cativos. Seus elementos dentro da sátira são Localização: Roma 1. Eleazar; 2. Raiz Mágica;
3. Demônios não podem passar pela água. "... pois eu vi um certo homem do meu próprio país, cujo nome era Eleazar, libertando pessoas que eram demoníacas na presença de Vespasiano e seus filhos e seus capitães e toda a multidão de seus soldados. A maneira da cura foi esta: Ele colocou um anel que tinha uma raiz de um daqueles tipos mencionados por Salomão nas narinas do endemoninhado, após o que ele tirou o demônio através de suas narinas. . . E quando Eleazar persuadiu e demonstrou aos espectadores que ele tinha tal poder, ele colocou-se um pouco distante de um vaso ou bacia cheia de água, e comandou o demônio, para derrubá-lo quando ele saiu do homem, para desse modo, fazer os espectadores saberem que ele havia deixado o homem." (127) Para começar a interpretação da sátira das raízes e dos ramos, eu observaria que todas as passagens acima envolvem um personagem chamado "Eleazar". Nas passagens que ocorrem em Herodiano, Maquero, Massada e Roma, Josefo nomeia o personagem abertamente. No caso do "jovem" que foi "levado" no Monte das Oliveiras, já mostrei o enigma que leva a essa conclusão. O homem crucificado que sobreviveu em Thecoa e a "raiz mágica" de Baaras também fazem parte do sistema satírico referente a Eleazar. Este é um exemplo do mesmo motivo que eu discuti anteriormente sobre os vários "Simãos" e "Marias". Em outras palavras, todos os "Eleazares" são parte de um único elemento satírico. As passagens trabalham juntas para criar uma história descrevendo a captura romana da raiz messiânica dos
judeus - Eleazar - e depois sua "poda" para transformá-lo em Jesus, o Messias pró-romano, destruidor de demônios. O paralelo que indica que Eleazar é a "raiz" é bastante evidente. O leitor deve recordar o método pelo qual Josefo declara que alguém pode "capturar" a raiz mágica "baaras" - isto é, o "Filho" - sem se matar: "... é a morte certa para aqueles que a tocam, a menos que alguém pegue e pendure a própria raiz em sua mão, e assim levá-la embora. "
Ilustração grega da retirada com o cão, transporte e uso da Raiz Baaras
Este é o método preciso e implausível usado por Pedanius para capturar Eleazar no Monte das Oliveiras: "... tão baixo Pedanius se dobra para baixo de seu cavalo ... e tão grande era a força de sua mão direita ... Então este homem apoderou-se de que sua presa, como um tesouro precioso, e levou-o como seu cativo até César". Observe a linguagem paralela "para baixo", "mão" e "levou-o (levá-la)".
Assim como a sua representação da "raiz mágica", a descrição absurda da captura do "certo jovem" no Monte das Oliveiras estende a credulidade. Esse artifício literário alerta o leitor de que os contos não são uma história literal e que, portanto, ele deve procurar outro tipo de significado. Nesse caso, os métodos paralelos pelos quais eles são capturados identificam, metaforicamente, que Eleazar é, como as "baaras", uma "raiz" perigosa. Essa identificação também é facilitada pelo nome da raiz - baaras - que significa "filho". Além disso, a captura satírica de Pedanius do Messias judeu, que é a "raiz" dos rebeldes messiânicos, contribui para o tema satírico geral e para a sagacidade. Porque Pedanius era o mais renomado especialista em raízes de Romanos, ele teria sido, é claro, o escolhido para lidar com algo perigoso. O significado do conto da "raiz mágica" de baaras dentro da sátira de raiz e ramo também é fácil de entender. Ele documenta a existência de uma "raiz" metafórica que tinha o poder de remover os demônios - obviamente o Jesus do Novo Testamento, o único indivíduo na história com tal poder. Os romanos enxertariam essa "raiz" dissipadora de demônios em Eleazar uma vez que eles o tivessem "podado", transformando assim a "raiz" que infectara tantos com um espírito demoníaco em um que tivesse o poder de remover os demônios. Paralelos também indicam que o indivíduo que sobreviveu à sua crucificação em Thecoa foi o Messias. Esse indivíduo teria sido um "Cristo" porque, como seu "tipo" no Novo Testamento, ele era o único sobrevivente entre os três homens crucificados. Os dois devem estar entre os poucos
indivíduos na crucificação.
história
que
sobreviveram
a
uma
Além disso, um "José de Arimathea" providenciou que ambos os sobreviventes fossem retirados da cruz. Isto é para mostrar que os sobrenomes dos dois "Josefos" - "Josefo Bar Matthias" e "José de Arimathea" - são homofonicamente semelhantes. "Arimathea" é uma peça óbvia no sobrenome de Josefo, "Bar Matthias", que é bastante semelhante ao trocadilho "Iscariotes / Sicarii" mencionado acima. O Evangelho de Barnabé, um evangelho não-canônico da idade média, não se incomoda com este jogo de palavras e afirma que o nome do indivíduo que levou Jesus da cruz foi "José de Barimatéia". "José de Arimathea "também é identificado como o" tipo "de Josefo bar Matthias pela descrição de sua função - "senador".
"E eis que um homem por nome José, "senador", homem de bem e justo, Que não tinha consentido no conselho e nos atos dos outros, de Arimatéia, cidade dos judeus, e que também esperava o reino de Deus;" Lucas 23:50,51 O indivíduo que sobreviveu à sua crucificação em Thecoa também é ligado ao Eleazar capturado no Monte das Oliveiras pelo médico Pedanius o qual Josefo afirma que era um médico que o restaurou à vida. Pedanius era o
médico que acompanhava Tito à Judéia e, portanto, teria sido o médico em Thecoa. Finalmente, o Eleazar que cometeu suicídio na fortaleza Herodiana tinha acampado em Thecoa anteriormente e, assim, respondeu à pergunta que Josefo perguntou se Thecoa era um "lugar adequado para acampar". O nome do lugar onde a crucificação ocorreu - Thecoa também faz parte do sistema satírico. Thecoa, ou Theo Coeus, é o nome do deus romano do intelecto questionador.
Theo Coeus
O ponto que está sendo feito aqui é que o irracional Messias judeu foi levado á presença "de um intelecto discernente ou questionador". Lá estava ele, como ordenou Tito, "podado" e, como Paulo descreveu, "enxertado em" com uma nova "raiz" e foi assim transformado em um Messias considerado racional pelos romanos. Sabendo que a "raiz mágica" foi nomeada Eleazar, como foi o homem que sobreviveu à sua crucificação em Thecoa, e
conhecendo a sequência temporal com a qual esses eventos ocorreram, permite ao leitor perceber a sátira que todas as passagens trabalham juntas para criar. O Eleazar capturado por Pedanius no Monte das Oliveiras é levado para Thecoa, onde ele é "pendurado em uma árvore" - que é ser crucificado - e, como Tito ordenou, "podado". O botânico e médico Pedanius então enxerta a raiz mágica de baaras nele. Este processo transforma Eleazar de uma "raiz" que faz com que os judeus sejam possuídos por um espírito demoníaco na "raiz" que dissipa os demônios. Eleazar se tornou Jesus. Uma vez que este Eleazar foi satiricamente podado e enxertado em Thecoa, ele é "devolvido" aos judeus em Maquero. Dessa forma, os romanos introduzem uma planta "domada", ou domesticada, em um campo de plantas silvestres para diminuir a selvageria das gerações posteriores. É digno de nota o fato de que, neste ponto, a sátira leva a história de Jesus para além do enredo dos Evangelhos e começa a descrever a implementação do cristianismo pelos romanos. Esta introdução satírica do "Jesus" domesticado ocorre na passagem que imediatamente segue a descrição da "raiz mágica". Naquela passagem, o general romano Bassus procura fazer com que os judeus dentro da fortaleza herodiana Maquero se rendam, ameaçando crucificar Eleazar na frente deles. Aqueles judeus que "aceitam estes termos" têm permissão para sobreviver e Bassus então restaura "Eleazar" obviamente, os "Eleazares" "levados" no Monte das Oliveiras e tratados pelo médico em Thecoa - e eles seguem seu caminho. Em outras palavras, aqueles judeus que aceitam o Messias domado e suas doutrinas pró-romanas são autorizados a viver.
Em Massada, no entanto, outro Eleazar, um paralelo ao Eleazar na fortaleza Herodiana, se recusa a render-se e comete suicídio. A questão é que a recusa em render-se e aceitar o novo judaísmo equivale ao suicídio. Com esta morte de Eleazar, Josefo também está encerrando a "raiz" e o "ramo" da linhagem dos Macabeus, de modo que não competirá contra a linhagem messiânica "domesticada" recém-estabelecida por Roma. Josefo conclui a sátira "raiz e ramo" com a descrição de outro Eleazar, aquele que realiza exorcismos em Roma. Este Eleazar usa a "raiz mágica" para tirar os demônios dos cativos, indicando claramente os judeus messiânicos capturados. Esta imagem representa uma vitória completa para a abordagem "homeopática" romana do problema da "raiz" messiânica que fez com que os judeus fossem possuídos por "demônios". A "raiz" que fez com que os rebeldes judeus fossem infectados foi domesticada por Pedanius e pode agora ser usada para curá-los da doença que provocou. Esta imagem é tanto o cumprimento da profecia de Malaquias - que prevê que os ímpios serão deixados sem "ramo" ou "raiz" - e a conclusão da sátira que começou no Novo Testamento referente à "raiz". Além disso, a passagem conclui o tema cômico em relação à incapacidade dos demônios de atravessar a água, que começou com a passagem anterior, dos demônios de Gadara e termina aqui com o espírito demoníaco derrubando a bacia cheia de água, uma vez que deixa os prisioneiros. Esses prisioneiros eram os 2.000 rebeldes que foram capturados em Gadara. Sendo possuídos por demônios, não podiam passar pela água e, portanto, não se
afogavam. Quando o demônio os deixa, conclui a sátira derrubando a bacia de água. A passagem é também a última representação de Josefo do Cristo "domesticado" que os romanos criaram e nos fornece sua visão de seu futuro. Ele está em Roma, trabalhando para a família imperial, acalmando os rebeldes, assim como tem sido nos últimos 2.000 anos.
CAPÍTULO 8 Até que tudo seja cumprido
Mostrei que os elementos do ministério de Jesus, quando vistos como um todo, podem ser vistos como um esboço profético da campanha militar de Tito através da Judéia. De fato, o Novo Testamento e a Guerra dos Judeus criam uma série de outras "profecias e realizações" que podem ser vistas como parte deste sistema satírico. Muitas das profecias escatológicas ou apocalípticas de Jesus são apresentadas em Mateus 21 a 25. Vou começar a análise da relação entre as profecias do dia do juízo final do Novo Testamento e a campanha de Tito citando primeiro uma passagem de "Guerra dos Judeus". A passagem contém um número de paralelos com o Novo Testamento que são historicamente famosos, bem como uma das duas sátiras do Jesus do Novo Testamento, que são organizados como suportes de livros em torno da descrição de Josefo da destruição do templo. O outro desses dois
"suportes de livros" é a passagem que descreve o filho de Maria, cuja carne foi comida, que já discuti anteriormente. Porque Jesus usou o "templo" como uma auto-designação, e comparou sua destruição à destruição de um templo, justapor essas duas sátiras com a destruição do templo foi audacioso. As duas sátiras de Jesus literalmente "tocam" o capítulo que descreve a destruição do templo. Na tradução de Whiston de "Guerra dos Judeus", que cito ao longo deste trabalho, há apenas onze páginas de texto entre a passagem do "Filho de Maria cuja carne foi comida" e a passagem que contém o personagem ao qual me refiro abaixo como "Jesus lunático" Este Jesus lunático, que é uma clara sátira do Jesus do Novo Testamento, foi ele mesmo registrado por Josefo como um dos "sinais" que precederam a destruição do templo. Os sinais registrados por Josefo como tendo precedido a destruição de Jerusalém fizeram com que muitos eruditos da igreja primitiva acreditassem que os sinais que Jesus previra em Mateus 24 e 25 haviam se passado. Os paralelos que existem entre as listas de sinais de Jesus e Josefo são conhecidos desde o início do cristianismo. Como Hipólito escreveu (por volta de 200 EC): "O que então? Não são essas coisas que acontecem? Não são as coisas anunciadas por ti cumpridas? Não foi o seu país, a Judéia desolada? Não foi o santo dos santos queimado com fogo? Não foram suas muralhas derrubadas? Suas cidades não foram destruídas? Estranhos não devoraram sua terra? Os romanos não estão a governar o país?"
Os paralelos entre as duas listas de sinais parecem exatos demais para terem ocorrido por acaso. Eu discordo, no entanto, com a crença de Hipólito de que eles eram o resultado de causas sobrenaturais. Gostaria de salientar que sempre que dois documentos têm similaridades exatas demais para terem sido causadas pelo acaso, a parcimônia exige que a primeira teoria a ser explorada seja a de que os dois trabalhos emanaram da mesma fonte. Essa é a teoria mais simples e deve ser mantida até que outra explicação seja mais plausível. Em qualquer caso, as seguintes passagens de "Guerra dos Judeus" e do Novo Testamento são o exemplo, por excelência, da relação que tantos eruditos da igreja têm notado entre essas duas obras. O que Jesus predisse, Josefo registrou como tendo ocorrido. UMA GRANDE AFLIÇÃO CAIU SOBRE OS JUDEUS COM A PROFANAÇÃO DO SANTO DOS SANTOS, CONFORME UM FALSO PROFETA E OS SINAIS QUE PRECEDERAM ESTE DESTRUIÇÃO. Enquanto o santo dos santos estava em chamas, cada coisa ao alcance das mãos foi saqueada, e dez mil daqueles que foram apanhados foram mortos; não havia nenhuma comiseração sobre qualquer idade, ou qualquer reverência de gravidade, mas sim crianças, e velhos, profanos e sacerdotes eram todos mortos da mesma maneira; de modo que esta guerra atingiu a todos os tipos de pessoas, e os levou à destruição, tanto a aqueles que suplicaram por suas vidas, bem como aqueles que se defenderam lutando. As chamas também percorreram um longo caminho, e fizeram eco, juntamente com o gemidos daqueles que foram mortos; e porque essa colina era alta, e as edificações do templo eram muito grandes, qualquer um teria pensado que toda a cidade
estava em chamas. Não se podia imaginar qualquer coisa maior ou mais terrível do que esse barulho; pois havia ao mesmo tempo os gritos das legiões romanas, que estavam marchando juntas e o triste clamor dos sediciosos, que agora estavam cercados por fogo e espada. As pessoas que eram deixadas para trás eram espancadas pelo inimigo, e sob grande consternação, emitiam gemidos tristes pela calamidade em que se encontravam; a multidão que também estava na cidade se juntou neste clamor com aqueles que estavam no monte. E além disso, muitos daqueles que estavam desgastados ao longo do tempo pela fome e com suas bocas quase fechadas, quando viram o fogo da casa sagrada, eles empregaram sua maior força e soltaram seus lamentos dolorosos e clamores de novo: "Pera" (17) também retornou o eco, assim como as montanhas ao redor [da cidade], e aumentou a força de todo o barulho. No entanto, a miséria em si era mais terrível que essa desordem; pois ninguém pensaria que a colina em si, na qual o templo se achava, estava fervendo de calor, tão cheia de fogo em toda parte, pois o sangue era em maior quantidade do que o fogo, e aqueles que foram mortos eram em maior número do que aqueles que o fogo os matara; porque não se via o chão sobre os cadáveres que jaziam sobre ele; mas os soldados correram sobre esses montes corpos, como os que corriam deles. E aí foi que a multidão dos ladrões foi lançada [do pátio interno do templo pelos romanos,] e houve muitos que ingressaram no pátio exterior, e dali para a cidade, enquanto o restante da população fugiu para os claustros daquele pátio exterior. Quanto aos sacerdotes, alguns deles arrancaram os espigões do santo dos santos (18) que ficavam sobre ele, com suas bases, que eram feitas de chumbo, e lançaramnos sobre os romanos como dardos. Mas então como
eles não lograram nada fazendo assim, e quando o fogo irrompeu sobre eles se retiraram para a muralha que tinha oito côvados e ali se permaneceram; ainda assim, dois desses eminentes entre eles, que poderiam ter se salvado indo para os romanos, ou ter resistido com coragem, e tentado a sorte com os outros, se lançaram no fogo e foram queimados juntamente com a casa santa; seus nomes eram Meirus o filho de Belgas, e Josefo o filho de Daleus. E agora os romanos, julgando que seria em vão poupar o que havia em volta do santo dos santos, queimaram todos aqueles lugares, como também os restos dos claustros e dos portões, exceto dois; o do lado leste, e o outro do lado sul; ambos os quais, no entanto, eles queimaram depois. Eles também queimaram as câmaras do tesouro, nas quais havia uma imensa quantidade de dinheiro e um imenso número de vestes e outros bens preciosos ali depositados; e para falar tudo em poucas palavras, era lá que todas as riquezas dos judeus foram armazenadas juntos, enquanto as pessoas ricas construíam outras câmaras [para conter tais bens]. Os soldados também foram ao resto dos claustros que ficavam no exterior [pátio] do templo, para onde fugiram as mulheres e as crianças, e uma grande multidão de ladrões misturada com o povo, em número de seis mil. Mas antes do César ter determinado alguma coisa sobre essas pessoas, ou dado aos comandantes quaisquer ordens relacionadas a eles, os soldados estavam com tanta raiva que atearam fogo a esse claustro; por isso aconteceu que alguns se mataram atirando-se e outros foram queimados nos próprios claustros. Nenhum deles escapou com vida. Um falso profeta (19) pela ocasião dessa destruição e morte dessas pessoas, havia feito uma proclamação pública na cidade naquele mesmo dia, que Deus ordenou-lhes que
subissem ao templo e que lá eles iriam receber sinais miraculosos de sua libertação. Nessa época havia então um grande número de falsos profetas, subornados pelos tiranos para enganar às pessoas, que fora anunciado a eles, para que esperassem a libertação de Deus; e isso foi feito para impedi-los de desistir, para que eles superassem o medo e mantivessem a esperança. Agora, para um homem que está na adversidade é fácil acreditar em tais promessas; assim quando tal sedutor faz com que ele acredite que ele será libertado daquelas misérias que o oprimem, então este pacientemente se enche de esperanças em tal libertação. Assim foram as pessoas miseráveis persuadidas por estes enganadores, e tal como desmentiu o próprio Deus; enquanto eles os impediram de perceber ou dar crédito aos sinais que eram tão evidentes, e assim claramente preverem sua futura desolação, mas, como homens apaixonados, sem olhos para ver ou mentes para ponderar, não consideraram as denúncias que Deus fez para eles. Pois, havia lá uma estrela parecida com uma espada, que estava sobre a cidade, e um cometa, que permaneceu durante todo o ano. Assim também antes da rebelião dos judeus, e antes daquelas comoções que precederam a guerra, quando as pessoas vieram em grandes multidões para a festa dos pães ázimos (sem fermento), no oitavo dia do mês Xanthicus [Nisan], e na nona hora da noite, uma luz tão forte brilhou ao redor do altar e santo dos santos, que parecia ser uma hora brilhante do dia; que durou meia hora. Esta luz parecia ser um bom sinal para o inábil, mas foi interpretado pelos escribas sagrados, como para pressagiar esses eventos que se seguiram imediatamente após. No mesmo festival também, uma ovelha, quando era ela conduzida pelo sumo sacerdote para ser sacrificada, pariu um cordeiro
no meio do templo. Além disso, o portão oriental do pátio interior do templo, que era de latão, e muito pesado, e com dificuldade era fechado por vinte homens, e repousava sobre uma base armada com ferro, e tinha parafusos presos muito fundo no chão firme, que era feito de uma pedra inteira, foi visto como sendo aberto por conta própria na sexta hora da noite. Nessa hora aqueles que vigiavam o templo foram correndo para o capitão do templo e contaram sobre isso; quem então subiu para lá, sem grande dificuldade foi capaz de fechar o portão novamente. Isso também pareceu aos comuns ser um prodígio muito auspicioso, como se Deus abrisse assim para eles o portão da boa ventura. Mas os homens de saber entenderam que a segurança da sua casa sagrada fora dissolvida por conta própria e que a porta fora aberta para o proveito de seus inimigos. Então, estes declararam publicamente que os sinais previam a desolação que estava vindo sobre eles. Além disto, alguns dias depois daquela festa, pelo vigésimo dia do mês Artemisius [lyar], um certo fenômeno prodigioso e incrível surgiu: Suponho que o relato disso pareça ser uma fábula, se não fosse relatado por aqueles que o viram, e não fossem os eventos que se seguiram de uma natureza tão considerável que merecessem sinais; pois, antes do pôr do sol, carros e tropas de soldados em suas armaduras eram vistos correndo por entre as nuvens nos arredores da cidade. Além disso, naquela festa que chamamos de Pentecostes, como os sacerdotes estavam indo à noite no [pátio] interior do templo, como era seu costume, para realizar suas ministrações sagradas, eles disseram que, em primeiro lugar, eles sentiram um tremor, e ouviram um grande barulho, e depois disso ouviram um som como de uma grande multidão, dizendo: "Deixe-nos sair daqui".
Neste ponto da passagem Josefo começa sua descrição do personagem a que me refiro como o Jesus lunático. "Mas, o que é ainda mais terrível, havia um Jesus, o filho de Ananus, um lavrador plebeu, que, quatro anos antes do início da guerra e numa época em que a cidade vivia em uma grande paz e prosperidade, chegou àquela festa onde é nosso costume para cada um erguer tabernáculos a Deus no templo, começou de repente a lamentar em voz alta: "Uma voz do leste, uma voz do oeste, uma voz dos quatro ventos, uma voz contra Jerusalém e o santo dos santos, uma voz contra os noivos e as noivas, e uma voz contra todo este povo! "Esta foi a sua lamentação, de dia e de noite, em todas as vias da cidade. No entanto, alguns dos mais eminentes entre a população sentiam grande indignação com este sua terrível lamentação, e pegaram o homem, e deram-lhe um grande número de severas chibatadas; mesmo assim ele não disse qualquer coisa em sua defesa, ou qualquer coisa contra aqueles que o castigaram, porém ainda continuou com gritando as mesmas palavras como antes. Então nossos governantes, supondo, como o caso provou ser, que isso era uma espécie de fúria divina no homem, levaram-no ao procurador romano, onde foi chicoteado até que seus ossos fossem expostos; ainda assim ele não fez nenhuma súplica por si mesmo, nem derramou lágrimas, mas tornando o tom de voz ainda mais triste possível, a cada golpe do chicote, sua resposta era: "Ai! ai de Jerusalém! "E quando Albinus [pois ele era então nosso procurador] perguntou-lhe quem era ele? e de onde ele viera? e por que ele pronunciava tais palavras? ele de maneira nehuma respondeu ao que lhe perguntaram, mas ainda
assim não deixou de lado sua lamentação, até que Albinus considerou-o louco, e o dispensou. Depois, durante todo o tempo que se passou antes da guerra começar, este homem não mais se aproximou de nenhum dos cidadãos, nem foi visto por eles enquanto ele dizia isso; mas ele todo dia pronunciava estas palavras de lamentação, como se fossem seu juramento premeditado: "Ai, ai de Jerusalém!" Nem ele blasfemava contra qualquer um daqueles que o espancavam todos os dias, nem bendizia aqueles que lhe davam comida; mas esta era a sua resposta para todos os homens, e na verdade não era senão um presságio melancólico do que estava por vir. Esse seu grito foi mais alto nos dias de festivais; e ele continuou essa lamentação por sete anos e cinco meses, sem ficar rouco, ou ficar cansado com isso, até o exato momento em que ele viu seu presságio cumprido com nosso cerco, quando então ele cessou; pois quando ele andava ao redor da muralha, ele gritou com sua força máxima, "Ai, ai da cidade outra vez, e para o povo, e para o santo dos santos! "E assim como ele acrescentou no final, "Ai, ai de mim também!" veio então uma pedra de uma das catapultas, que o atingiu e matou-o imediatamente; e proferindo os mesmos presságios ele entregou seu espírito." Agora, se alguém considerar essas coisas, ele descobrirá que Deus cuida da humanidade e, de todas as formas possíveis, mostra à nossa raça o que é sua preservação; mesmo assim os homens perecem por aquelas misérias que eles loucamente e voluntariamente trazem sobre si mesmos; para os judeus, demolindo a torre de Antônia, construíram seu templo solidamente estruturado, enquanto ao mesmo tempo eles haviam escrito em seus sagrados oráculos, "Que então deve ser de sua cidade, bem como do santo dos
santos, quando seu templo se torne sólido e estruturado ". Porém, o que mais os levou a empreender esta guerra, foi um oráculo ambíguo que fora também encontrado em seus escritos sagrados, como "sobre esse tempo, um de seu país deve se tornar governador da terra habitável. "Os judeus não souberam determinar sobre quem falava esta previsão em particular, e muitos dos sábios se enganaram em sua interpretação. Agora esse oráculo certamente denotava o governo de Vespasiano, que fora nomeado imperador na Judéia. No entanto, não é possível para os homens evitar o destino, embora eles o vejam de antemão. Mas estes homens interpretaram alguns desses sinais de acordo com seu bel prazer, e alguns deles eles os desprezaram totalmente, até que sua loucura foi demonstrada, tanto pela tomada de sua cidade como a sua própria destruição. (128) Em Mateus 24 e 25, Jesus expressa o que tem sido chamado de sua visão escatológica ou apocalíptica. De fato, a passagem inteira parece não ser outra coisa senão uma "profecia" de eventos e detalhes que ocorreram durante a destruição de Jerusalém por Tito, de tudo o que pode ser encontrado na passagem de Josefo acima, que descreve esse evento. As passagens relacionadas do Novo Testamento seguem com os pontos de discussão em vermelho. A passagem contém, como o próprio Jesus descreve, os sinais que indicam que o "Filho do Homem" veio para destruir Jerusalém. E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo.
Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada. E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane; Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos. E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim. Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio de dores. Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome. Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo. E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim. Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, entenda; Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes;
E quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa; E quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes. Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias! E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado; Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver. E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias. Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis crédito; Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. Eis que eu vos tenho predito. Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto, não saiais. Eis que ele está no interior da casa; não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem. Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão as águias. E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.
E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus. Aprendei, pois, esta parábola da figueira: Quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão. Igualmente, quando virdes todas estas coisas, sabei que ele está próximo, às portas. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar. Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai. E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, E não o perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também a vinda do Filho do homem. Então, estando dois no campo, será levado um, e deixado o outro; Estando duas moendo no moinho, será levada uma, e deixada outra. Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Por isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis.
Mateus 24:1-44 Eu dividi minha análise das passagens acima em várias partes. Vou primeiro focar os paralelos entre o Jesus lunático de Josefo e o Jesus do Novo Testamento. Existem numerosos paralelos entre o Jesus escatológico de Mateus 24 e 25 e o Jesus tragicômico descrito na passagem de Josefo, a quem me refiro como o Jesus lunático. Eu acredito que Josefo intencionalmente cria uma sátira do Jesus do Novo Testamento por ter o Jesus lunático compartilhado suas palavras, frases, ideias e experiências - e, obviamente, compartilhada a forma de seu nome. Eles são paralelos em um outro importante caminho. Cada um dá uma lista de "sinais" que predizem a iminente desgraça. Essas listas incluem um número de frases e conceitos idênticos. Por exemplo, o Jesus do Novo Testamento afirma: "Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem." Mateus 24:27 "E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus." Mateus 24:31 "Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo."
Mateus 25:1 O Jesus lunático também fala de "leste" e "oeste", "os quatro ventos "e" damas de honra" e "noivos". Observe que a linguagem é usada na mesma sequência em ambos os trabalhos: . . . começou de repente a lamentar em voz alta: "Uma voz do leste, uma voz do oeste, uma voz dos quatro ventos, uma voz contra Jerusalém e o santo dos santos, uma voz contra os noivos e as noivas, e uma voz contra este todas as pessoas!" O Jesus lunático prediz claramente a destruição do templo quando ele diz "uma voz contra o santo dos santos". O Novo Testamento de Jesus faz a mesma previsão. "E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo. Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada." Mateus 24:1,2 O Novo Testamento Jesus usa a palavra "ai" sete vezes durante seu discurso em Mateus 23. A passagem de Jesus em Josefo, acima, que aparentemente satiriza o Novo Testamento o Jesus lunático, também constantemente repete a palavra "ai".
"Ai de vós, condutores cegos! . . ." Mateus 23:16 E da passagem em Josefo: "Ai, ai da cidade outra vez, e para o povo, e para o santo dos santos! "E assim como ele acrescentou no final, "Ai, ai de mim também!" Ambos os Jesus estão usando a palavra "ai" para descrever os desastres que se abaterão sobre os habitantes de Jerusalém quando o "Filho" retornar. O Novo Testamento Jesus prevê que este desastre ocorra com o retorno de um "Filho de Deus", enquanto Jesus lunático de Josefo também prevê que isto ocorrerá com a vinda de um "filho de deus", sendo este um Tito. É necessário salientar que Mateus 23 e 24 e 25 simplesmente dividem um discurso, de modo que os paralelos entre esses capítulos e a descrição de Josefo dos sinais que precederam a destruição do templo deve ser tomado como unificado. A sátira se torna mais clara ainda quando Josefo registra que o Jesus lunático tem uma experiência de paixão muito semelhante à do Jesus no Novo Testamento. Como o Novo Testamento Jesus, o Jesus lunático é levado por "eminentes judeus" ao procurador romano, onde ele é chicoteado até que seus ossos são expostos. Como o Novo Testamento o Jesus é descrito como um homem com fúria "divina".
Josefo liga seu Jesus lunático ao Jesus no Novo Testamento de uma outra maneira, até com a data de sua morte. Josefo permite ao leitor calcular esta data, afirmando que o tempo quando o lunático Jesus começou seu lamento foi "quatro anos antes da guerra começar "e ele continuou essa lamentação por sete anos e cinco meses, sem ficar rouco, ou ficar cansado com isso" Como observado por Eisenman, essas datas indicam que o lunático Jesus morreu na Páscoa em 70 EC (130). Esta é uma "geração" precisa de 40 anos desde o começo do ministério do Jesus do Novo Testamento - que previu que suas profecias seriam cumpridas dentro de 40 anos. Jesus ben Ananias é outro cumprimento satírico da profecia do Novo Testamento de Jesus. Por fim, o final completamente inacreditável, mas muito satírico dos "Ai!" - que diz Jesus na passagem de Josefo está relacionado com o tema satírico do Novo Testamento sobre "pedras". "Esse seu grito foi mais alto nos dias de festivais; e ele continuou essa lamentação por sete anos e cinco meses, sem ficar rouco, ou ficar cansado com isso, até o exato momento em que ele viu seu presságio cumprido com nosso cerco, quando então ele cessou; pois quando ele andava ao redor da muralha, ele gritou com sua força máxima, "Ai, ai da cidade outra vez, e para o povo, e para o santo dos santos! "E assim como ele acrescentou no final, "Ai, ai de mim também!" veio então uma pedra de uma das catapultas, que
o atingiu e matou-o imediatamente; e proferindo os mesmos presságios ele entregou seu espírito." No Evangelho de Mateus, Jesus afirma que o templo de Jerusalém será destruído. Ele então é perguntado que sinais irão predizer sua destruição. Jesus responde com uma lista de sinais que ocorrerão antes da vinda do "Filho do Homem", o indivíduo cuja visitação trará a destruição. Josefo também dá uma lista de sinais de que, conforme ele precedeu a destruição do templo. Quando essas duas listas de sinais são comparadas, surgem vários paralelos. O primeiro paralelo é quase óbvio demais para ser notado a localização e o objeto de ambas as passagens. Ambos descrevem a atividade dentro e ao redor do templo de Jerusalém e ambos têm a ver com a sua destruição. Além disso, tanto Jesus como Josefo declaram categoricamente que irão revelar os sinais que precedem a destruição vindoura do templo. "UMA GRANDE AFLIÇÃO CAIU SOBRE OS JUDEUS COM A PROFANAÇÃO DO SANTO DOS SANTOS, CONFORME UM FALSO PROFETA E OS SINAIS QUE PRECEDERAM ESTE DESTRUIÇÃO." No início de Mateus 24, Jesus é perguntado sobre a seguinte questão: "E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?"
Mateus 24:3
As visões do juízo final de Jesus tem, portanto, posições paralelas ao capítulo de Josefo: . . . SINAIS QUE PRECEDEM ESTA DESTRUIÇÃO. Ambos os conjuntos de sinais estão, portanto, paralelos em relação à destruição vindoura do templo. Jesus afirma que esses sinais também anunciam a vinda do "Filho do Homem" e o começo da "tribulação" durante a qual o templo será destruído. Josefo registra que sinais muito semelhantes, de fato, ocorreram imediatamente antes da destruição do templo. Para esclarecimento, vou percorrer a lista de sinais de que Jesus imaginou e então apresentarei os sinais paralelos que Josefo registrou como tendo ocorrido. O Novo Testamento Jesus vê falsos profetas se levantando e conduzindo o povo ao erro. "E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane; Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos." Mateus 24:4,5 "E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos."
Mateus 24:11 Isto "vem a acontecer" nesta passagem de Josefo: "Um falso profeta pela ocasião dessa destruição e morte dessas pessoas, havia feito uma proclamação pública na cidade naquele mesmo dia, que Deus ordenou-lhes que subissem ao templo e que lá eles iriam receber sinais miraculosos de sua libertação. Nessa época havia então um grande número de falsos profetas, subornados pelos tiranos para enganar às pessoas, que fora anunciado a eles, para que esperassem a libertação de Deus. . ." Jesus descreveu o caminho que o Filho do Homem tomaria. "Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem."
Mateus 24:27 Esta foi a direção da marcha do exército romano quando eles entraram na Judéia a leste e levaram sua conquista para o oeste. Como Daniel, o Novo Testamento de Jesus prevê um sinal do Filho do Homem no céu pressagiando que a destruição é iminente: "Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele."
Daniel 7:13 Em Josefo, lemos um sinal real nas nuvens que predizem a iminente destruição de Jerusalém. . . . pois, antes do pôr do sol, carros e tropas de soldados em suas armaduras eram vistos correndo por entre as nuvens nos arredores da cidade. . . O paralelo entre o sinal de "carros e tropas ... entre as nuvens" dado por Josefo e o "sinal do Filho do Homem no céu" dado por Jesus é problemático para o cristianismo. Se alguém aceita, como fizeram os primeiros estudiosos cristãos, que os sinais que Jesus dá em Mateus vieram a acontecer como os sinais que Josefo registra, então é difícil negar que Jesus estava se referindo a Tito como o "Filho do Homem", sendo carruagens e tropas mais sinônimos de líderes de exércitos romanos do que de sábios religiosos. Este paralelo é tão claro quanto qualquer outro paralelo entre os sinais que Jesus prevê em Mateus 23 e 24 e os sinais que Josefo dá na Guerra dos Judeus, e tentar excluílo, constituiria uma articulação especial. Mais interessante é o fato de que no Arco de Tito, em Roma, há um relevo representando tanto a consagração de Tito quanto sua conquista de Jerusalém, o qual mostra a ele sendo levado às nuvens em uma águia. Outros estudiosos notaram a conexão entre Jesus e Tito que o sinal de Josefo sobre carruagens e tropas cria. O teólogo do século XVIII Reland assim escreveu sobre este sinal particular: ". . . muitos aqui procurarão um mistério, como se
o houvesse, que o Filho de Deus veio agora para se vingar sobre os pecados da nação judaica. . ." Reland estava simplesmente afirmando o óbvio. Uma vez que as profecias escatológicas de Jesus eram exclusivamente sobre a destruição da Judéia pelos romanos, elas parecem imaginá-lo vindo "à frente do exército romano". Porque Tito era o chefe do exército que destruiu Jerusalém, o paralelo que este sinal cria entre Jesus e Tito parece claro. Continuando com as listas de sinais, no Novo Testamento Jesus prediz "ai" para mulheres que estiverem amamentando uma criança. "Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias!" Mateus 24:19 Josefo mostra que isso aconteceu. "Ela então fez uma coisa pouco natural; e arrebatando seu filho, que era uma criança chupando seu seio, ela disse, "Ó tu infeliz infante! Para quem te preservarei para essa guerra, essa fome e essa sedição? "... Assim que ela disse isso, matou seu filho, e depois o assou, e comeu a metade dele. . ." Jesus prevê "fomes e terremotos" como sinais da destruição vindoura. Na passagem acima de Josefo, os sacerdotes "sentiam um tremor" enquanto tentavam realizar suas
ministrações. Josefo descreve consumidos pela fome".
"muitos
que
foram
Em Mateus 24, Jesus afirma "E quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa; E quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes." Mateus 24:17,18
Na passagem seguinte, Josefo registra que este sinal "aconteceu": . . . E agora os romanos, julgando que seria em vão poupar o que havia em volta do santo dos santos, queimaram todos aqueles lugares, como também os restos dos claustros. . . .Eles também queimaram as câmaras do tesouro, nas quais havia uma imensa quantidade de dinheiro e um imenso número de vestes . . . Os soldados também foram ao resto dos claustros que ficavam no exterior [pátio] do templo. . . os soldados estavam com tanta raiva que atearam fogo a esse claustro; por isso aconteceu que alguns se mataram atirando-se e outros foram queimados nos próprios claustros. Nenhum deles escapou com vida. Um falso profeta pela ocasião dessa destruição e morte dessas pessoas, havia feito uma proclamação pública na cidade naquele mesmo dia, que Deus ordenou-lhes que subissem ao templo e que lá eles iriam receber sinais miraculosos de sua libertação . . .
Jesus afirma: "Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa. Por isso, estai vós apercebidos também; porque o Filho do homem há de vir à hora em que não penseis." Mateus 24:43,44 Em toda a guerra dos judeus, Josefo usa a palavra "ladrão" para descrever os rebeldes judeus: . . .E aí foi que a multidão dos ladrões foi lançada [do pátio interno do templo pelos romanos,] e houve muitos que ingressaram no pátio exterior, e dali para o cidade, enquanto o restante da população fugiu para os claustros daquele pátio exterior . . . Jesus literalmente data do "fim da era" que ele está profetizando: "Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre esta geração." Mateus 23:36 Os judeus do primeiro século afirmaram que uma geração durava 40 anos. Portanto, a geração a que Jesus se refere só pode ser a que, 40 anos depois, se rebelou contra Roma. Assim, todas as profecias de Jesus estavam prevendo eventos da guerra vindoura.
A citação a seguir enfatiza essa ideia. "Pois onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão as águias." Mateus 24:28 Como a águia era o símbolo do exército romano, a ideia por trás dessa passagem também parece clara. Vários estudiosos entenderam a passagem para indicar que Jesus está prevendo o exército romano se reunindo sobre os cadáveres em meio ao templo destruído. Como Albert Barnes escreveu em seu comentário sobre Mateus em 1832: "Este verso é conectado com o precedente pela palavra "para", implicando que esta é uma razão para o que é dito lá - que o Filho do Homem certamente viria destruir a cidade, e que ele viria de repente. O significado é que ele viria, por meio dos exércitos romanos, tão certamente, tão repentina e inesperadamente quanto rebanhos inteiros de abutres e águias, embora não sejam vistos antes, vêem suas presas à grande distância e de repente se reúnem em multidões em torno dele ... Tão aguçada é a sua visão tão apropriadamente é para representar os exércitos romanos, embora a uma distância imensa, espionando, como era Jerusalém, uma carcaça pútrida e apressando-se multidões para destruí-la. O Novo Testamento deixa claro que Jesus viu no futuro e está dizendo aos judeus o que eles devem fazer para evitar a "tribulação". Porque ali surgirão falsos cristos e falsos profetas,
mostrando maravilhosos sinais e prodígios, para enganar, se fosse possível, até o próprio povo de Deus. . . Lembre-se, eu avisei você." Josefo, em um padrão que deve ser familiar ao leitor por agora, afirma: Agora, se alguém considerar essas coisas, ele descobrirá que Deus cuida da humanidade, e de todas as maneiras possíveis mostra para nossa raça o que é para a sua preservação; mas que os homens perecem por aquelas misérias que loucamente e voluntariamente trazaem sobre si mesmos. . . Como todas as profecias de Jesus, sua lista de sinais opera em dois níveis. Em sua superfície, eles teriam demonstrado aos primeiros convertidos cristãos sem educação a divindade de Jesus. Potenciais conversos teriam sido mostrados as profecias de Cristo no Novo Testamento e, em seguida, a realização de cada profecia em "Guerra dos Judeus" - o profeta oficial corroborado pela história oficial. Isso seria ambos "provaram" a divindade de Cristo, porque ele pôde ver no futuro e simultaneamente justificou a destruição de Jerusalém pelos romanos, porque "provou" que ela havia sido prevista por Deus. Em seu nível satírico, no entanto, as duas listas de sinais são, obviamente, pistas para a identidade real do Filho do Homem - Tito Flávio. Noto outro paralelo entre as profecias escatológicas de Jesus e "Guerra dos Judeus", relacionada a esse tema. Jesus afirma em Mateus 24:
"Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver." Mateus 24:21 Josefo registra que isso também aconteceu. ... as desgraças de todos os homens, desde o começo do mundo, se forem comparadas a estas dos judeus, não são tão consideráveis como eram. (131) Há outro paralelo entre os sinais em Mateus 23 e os sinais em Josefo. Vou analisá-lo separadamente por causa de sua natureza satírica única. Esse paralelo há muito tempo intrigou os estudiosos. A confusão deveu-se ao fato de não ser entendida como uma sátira e como outro dos paralelos entre o ministério de Jesus e a campanha de Tito, que foram criados para dar às duas histórias o mesmo esboço amplo. Nos Evangelhos, Jesus afirma: "Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno?" Mateus 23:33 "Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno? Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; a uns deles matareis e crucificareis; e a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade;
Para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que matastes entre o santuário e o altar. Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre esta geração." Mateus 23:33-36 Na guerra dos judeus Josefo escreve: E agora esses zelotes e idumeus estavam bastante cansados apenas matando homens, então eles tiveram a impertinência de estabelecerem tribunais fictícios e magistraturas para esse fim; e como eles pretendiam matar Zacarias, o filho de Baruque, um do o mais eminente dos cidadãos, o que provocou-os contra ele, foi aquele ódio de maldade e amor da liberdade que eram tão notáveis nele. . . Agora os setenta juízes trouxeram seu veredicto de que a pessoa acusada não era culpada, como preferissem eles mesmos morrer com ele, do que ter sua morte atribuída a eles; Então surgiu um grande clamor dos zelotes após a sua absolvição, e todos eles ficaram indignados com a juízes por não entender que a autoridade que lhes foi dada fora apenas em tom de galhofa. Então, dois dos mais ousados deles caíram sobre Zacarias no meio do templo, e o mataram; e quando ele caiu morto, eles zombaram dele e disseram: "Tu também tens o nosso veredicto, e esta será certamente maior absolvição para ti do que para o outro. " (132)
Como assinalei, Mateus 24 é uma continuação do mesmo discurso que Jesus começa em Mateus 23. Jesus deixa o interior do templo, onde ocorre o diálogo de Mateus 23, e então continua esse discurso (Mateus 24) fora do templo. Portanto, o paralelo entre Zacarias, filho de Barachias, e Zacarias, filho de Baruque, ambos mortos no templo, deve ser entendido como estando na mesma corrente de profecia que Jesus dá em Mateus 24, porque é do mesmo discurso. À luz dos inúmeros paralelos em Mateus 24 e "Guerra dos Judeus", estamos em posição sólida quando entendemos que este é outro exemplo de Jesus "vendo" algo no futuro documentado por Josefo. Há um problema em aceitar que o paralelo pertence ao mesmo conjunto das famosas profecias escatológicas de Jesus, no entanto a personagem à qual Jesus se refere não apareceu em seu futuro, mas em seu passado. O profeta "Zachari'ah, o filho de Barachi'ah" é uma personagem do Antigo Testamento, então como Jesus pode estar prevendoo no futuro? Além disso, como pôde Josephus então registrar que Jesus estava certo, que Zacarias morreu em 70 E.C. , juntamente com outras profecias visionadas por Jesus em Mateus 23 e 24? Eu incluo o comentário fascinante de Whiston sobre a passagem de Josefo. Ele estava ciente do paralelo entre os Zacarias em Josefo e o Zachari'ah no Novo Testamento e ficou perturbado por suas implicações. Alguns comentaristas estão prontos para supor que esse "Zacarias, filho de Baruque", aqui mais injustamente morto pelos judeus no templo, seria a mesma pessoa
que "Zacarias, filho de Barachias", que nosso Salvador disse que os judeus "mataram entre o templo e o altar", "Para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que matastes entre o santuário e o altar. [Mateus 23:35]" Esta é uma exposição um pouco estranha; Desde que Zacarias, o profeta, era realmente "o filho de Barachias" e "neto de Ido", "No oitavo mês do segundo ano de Dario veio a palavra do SENHOR ao profeta Zacarias, filho de Barachias, filho de Ido, dizendo: . . . [Zacarias 1:1]"; e como ele morreu, nós não temos outro relato além do que temos diante de nós em "São Mateus": enquanto este "Zacarias" era "o filho de Baruque". Desde que a matança se deu quando nosso Salvador falou estas palavras, os judeus então já o haviam matado; então este abate de "Zacarias, filho de Baruque", em Josefo, foi cerca de trinta e quatro anos no futuro. E desde que o abate se deu "entre o templo e o altar", no tribunal dos sacerdotes do templo, uma das partes mais sagradas e remotas do templo inteiro; enquanto isso foi, nas próprias palavras de Josefo, em no meio do templo, e muito provavelmente menos ainda no tribunal de Israel (pois não tivemos nenhuma indicação de que os fanáticos tinham, neste momento, profanado o tribunal dos sacerdotes. Veja B. V. ch. 1 sect. 2). Nem acredito que nosso Josefo, que sempre insiste na peculiar santidade do mais inviolável tribunal, e do santo dos santos do qual fazia parte, ter omitido de modo material a gravidade deste bárbaro assassinato, haver sido perpetrado em um lugar tão santo, e ter acontecido verdadeiramente nesse local. (133) Assim, mesmo Whiston tenta explicar que o paralelo
preocupante, argumentando que o assassinato de Zacarias em Josefo não poderia ser o incidente que Jesus profetizou porque: 1) Zacarias, o profeta, morreu antes do nascimento de Jesus; 2) Barachiah e Baruch são palavras diferentes; 3) O "meio do templo" não está "entre o templo e o altar". O primeiro ponto de Whiston é irrelevante. Seu segundo ignora as muitas ligeiras mudanças na ortografia entre as mesmas palavras em Josefo e no Novo Testamento. Por exemplo, um tipo de peixe do mar da Galileia é escrito "Coracin" em Josefo e "Chora'zin" no Novo Testamento. Seu terceiro ponto, considerando as possíveis diferenças na localização dos assassinatos, é contraditório de sua aceitação dos outros paralelos entre as mesmas passagens do Novo Testamento e Josefo como evidência da divindade de Cristo. Além disso, é óbvio que a profecia de Jesus a respeito de "Zacarias, filho de Barachi, que você assassinou entre o santuário e o altar", teria sido entendida por um incauto convertido ao cristianismo no primeiro século como sendo a previsão da passagem em Josefo, que afirma, "então dois dos mais ousados deles caíram sobre Zacarias (o filho de Baruque) no meio do templo, e o mataram". Josefo e o Novo Testamento consistentemente evitam textualmente
paralelos por um grau. No capítulo à frente do livro de Daniel, Jesus fala da "abominação da desolação", enquanto Josefo se refere ao "fim do sacrifício diário". De fato, ambas as expressões referem a mesma coisa. Alguém lesse as duas obras então faria a conexão entre os termos "diferentes" e assim chegaria à conclusão de que Jesus tinha sido capaz de prever o futuro. Por meio dessa técnica de troca de nomes, os autores do Novo Testamento e Josefo, escondem o fato, de maneira sátirica, das massas sem educação para as quais o cristianismo foi inventado, que a mesma fonte criou ambas as obras. Como eu mostrei acima, Simão se torna Pedro, João se torna "o discípulo que Jesus amava" etc. As duas passagens acima sobre Zacharias usam essa técnica. Jesus usa a expressão "entre o santuário e o altar", enquanto Josefo usa a expressão "no meio do templo". Jesus fala de "Zechari'ah, o filho de Barachi'ah". Josefo se refere a "Zacarias, filho de Baruque". Palavras diferentes expressam novamente o mesmo conceito. Desde as profecias escatológicas de Jesus, todas aconteceram no mesmo capítulo da Guerra dos Judeus, não é mais lógico supor que as histórias de Zacarias sejam outro exemplo desse conjunto de profecias cumpridas? No entanto, perseguir essa linha de pensamento era impossível para Whiston (135) Para isso, ele teria que aceitar que tanto Jesus como Josefo estavam errados porque cada um "viu" algo que não poderia ter acontecido em 70 E.C. Para Whiston, Jesus não poderia errar, por definição, porque ele era Deus. Da mesma forma, para Whiston, como para muitos estudiosos cristãos, Josefo não poderia estar enganado porque sua história registra a obra de Deus.
Esta é uma demonstração do poder da combinação dos dois trabalhos. A crença de que eles vieram de duas fontes distintas cria o efeito que eles demonstram sobre o sobrenatural, que é o poder de profecia de Jesus. O Novo Testamento revela o verdadeiro "Filho de Deus" porque as previsões de Cristo se realizam e um "historiador" as registra. As histórias de Josefo devem ser precisas porque registram as obras de Deus. Jesus prediz os eventos que Josefo vê. O intelecto de Whiston é impotente para analisar o que está bem na frente dele por causa da divindade que as duas obras "demonstram". Se alguém sugerisse a Whiston que a história de Zacarias em Josefo e a predição de Cristo a respeito de Zacarias no Novo Testamento se combinassem para formar uma sátira, ele não teria e não poderia ter entendido tal humor. Claro, as passagens teriam sido maliciosamente satirizadas para um intelectual na corte Flaviana - alguém que estava familiarizado com o Antigo Testamento e, portanto, entenderia o humor nas passagens. Jesus, no meio de uma série de previsões, descreve algo que já ocorreu. Josefo, então, "registra" isto, uma segunda vez, no futuro. Uma brincadeira cômica absurda comparável com a infelicidade de Jesus ser atingido por uma pedra. Imagine alguém hoje que, alegando ser capaz de ver o futuro, apresenta uma lista de eventos que acontecerão no próximo século. No final da lista, ele prevê que a Alemanha perderá a Segunda Guerra Mundial. A sátira é vaudevilliana. Existem vários pontos. Em primeiro lugar, a mais simples,
a explicação não-supernatural é que a mesma fonte tenha produzido tanto a Zacari'ah, filho de Barachi'ah, da passagem do Novo Testamento e a Zacarias, filho de Baruque, da passagem em Josefo. Isso porque é improvável que dois autores distintos tenham cometido o mesmo erro. Além disso, as passagens trabalham juntas para criar uma peça satírica, outro exemplo do Novo Testamento e de "Guerra dos Judeus", produzindo um efeito satírico quando lidos juntos. A passagem do Novo Testamento a respeito de Zacarias também é notável na medida em que dá um ponto no tempo em que "estas coisas virão sobre esta geração". Em outras palavras, Jesus está predizendo exatamente quando a tribulação da "geração perversa" ocorrerá - isto é, diretamente após a morte de Zacarias. David Brown escreveu em 1858: Isso não nos diz claramente como as palavras poderiam fazer, que toda a profecia destinava-se a aplicar-se à destruição de Jerusalém? Há apenas uma maneira de deixar isso de lado, mas como isso é forçado, eu acho que isso deva tornar-se visível a uma mente imparcial. Isto é, traduzindo, não "esta geração". . . mas sim esta nação não passará ": em outras palavras, a nação dos judeus não sobreviverá a todas as coisas aqui previstas! Nada exceto algum desejo de imaginar, decorrente de sua visão da profecia, poderia ter levado tantos homens sensatos a colocar isso acima do brilho das palavras do nosso Senhor. Apenas tente o efeito disto sobre o anúncio perfeitamente paralelo no capítulo anterior: "Enchei vós, pois, a medida de vossos pais.
Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno? Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas; a uns deles matareis e crucificareis; e a outros deles açoitareis nas vossas sinagogas e os perseguireis de cidade em cidade; Para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até ao sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que matastes entre o santuário e o altar. Em verdade vos digo que todas estas coisas hão de vir sobre esta geração. [Mateus 23:32-36]. Não estaria aqui O Senhor se referindo então à geração existente dos israelitas? Além de todas as perguntas que ele faz; e se assim for, o que pode ser mais claro do que isso como o seu significado de passarem antes de nós? (136) Brown está argumentando que o contexto do uso que Jesus faz da palavra geração na passagem de Zacarias prova que Jesus está se referindo aos eventos de 70 E.C. Eu não poderia estar mais de acordo. Quando Jesus declara que os judeus foram perversos “do sangue do justo Abel ao sangue de Zacarias” e que esta geração “se encherá” da medida de seus pais, um convertido ao cristianismo no primeiro século teria entendido que ele estava "prevendo" a destruição dos judeus em 70 E.C. Na verdade, que outra interpretação das palavras de Jesus seria possível? Além disso, dando "o sangue de Zacarias" como o ponto final da maldade dos judeus Jesus também está claramente afirmando que será um evento imediatamente antes que a "geração má" se "encha" de sua "tribulação". Jesus está claramente prevendo que o sangue de Zacarias será
derramado imediatamente antes da destruição dos judeus pelos romanos. Esse paralelo temporal, que tanto Jesus como Josefo "viram" em Zacarias, como sendo morto pela "geração perversa" imediatamente antes da destruição do templo, é de grande importância. Ao colocar a destruição de Zacarias imediatamente antes da destruição do templo, os autores do Novo Testamento e de "Guerra dos Judeus" criam outro de seus "marcos", para eventos conceituais paralelos que ocorrem na mesma sequência. A final "profecia cumprida", eu quero analisar a partir do discurso de Jesus sobre o juízo final, em Mateus, é a que ele faz a respeito de uma "pedra" que irá esmagar. Na passagem, Jesus também prevê que outra nação, obviamente Roma, receberá o "Reino de Deus".
"Diz-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra, que os edificadores rejeitaram, essa foi posta por cabeça do ângulo; pelo Senhor foi feito isto, E é maravilhoso aos nossos olhos? Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos. E, quem cair sobre esta pedra, despedaçar-se-á; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó. E os príncipes dos sacerdotes e os fariseus, ouvindo estas palavras, entenderam que falava deles; E, pretendendo prendê-lo, recearam o povo, porquanto o tinham por profeta." Mateus 21:42-46
Na tradução Whiston de "Guerra dos Judeus", publicada por J. M. Dent em 1915, encontrei o seguinte trocadilho extraordinário sobre a "pedra" que "esmagou". Primeiro é a passagem como li originalmente (em uma tradução mais recente). Esta é a tradução dada nas versões inglesas mais modernas de Josefo: As catapultas, inventadas por eles, para todas as legiões eram admiráveis, mas ainda mais extraordinárias as que pertenciam à décima legião: aquelas que atiravam dardos e aquelas que atiravam pedras eram mais fortes e maiores do que todo o resto, pelas quais eles não só repeliram as incursões dos judeus, mas expulsaram os que estavam nas muralhas. Além disso, também as pedras que foram lançadas eram do peso de um talento [um talento romano pesava 32,3 kg (71 lb)] e foram arremessadas a dois a além de dois furlongs (1 furlong = um oitavo de uma milha, 220 jardas, 202 metros), 440 metros ou mais. O golpe que eles davam não tinham maneira de ser suportado, não só por aqueles que estavam na vanguarda, mas também por aqueles que estavam além deles por um grande espaço. Quanto aos judeus, eles primeiro observavam a pedra vindo em sua direção, pois era de uma cor branca, e podia portanto, não só ser percebido pelo grande barulho que fazia, mas também antes que chegasse, devido a seu brilho; por isso conforme os vigias que estavam sentados nas torres davam conta que as catapultas eram acionadas e as pedras lançadas em sua direção, gritavam em voz alta, no linguagem de seu próprio país: "A PEDRA VEM", então aqueles que estavam em seu caminho se afastavam e
jogavam-se no chão; para dessa forma, eles mesmos se defenderem, e a pedra caia e não lhes causava dano algum. Mas os romanos inventaram uma forma de evitar isso, enegrecendo a pedra, que então poderia ser dirigida para eles com sucesso, quando não era discernida de antemão, como fora até então; e dessa forma eles destruíram muitos deles de uma só vez. Mesmo assim, sob toda essa aflição, os judeus não permitiram aos romanos ultrapassarem suas trincheiras em silêncio; mas eles astuciosamente e corajosamente se esforçaram, e os repeliam dia e noite. (137) Na tradução de Dent de 1915, esta passagem é traduzida diferente. "A PEDRA VEM" [the stone cometh] foi traduzida como “O FILHO VEM” [the son cometh]. Para determinar a base desta discrepância eu olhei para a passagem nas versões gregas mais antigas de "Guerra dos Judeus". Todas elas mostram a frase como "ho huios erchetai" sendo "huios" a palavra grega para "filho". Tradutores modernos têm arbitrariamente substituído a palavra que eles acreditavam que Josefo pretendia usar aqui (pedra), recusando-se a traduzir a verdadeira palavra grega que aparece nos mais antigos manuscritos existentes. Isso é interessante porque a palavra "petros", que os estudiosos escolheram para traduzir "pedra", não é de forma nenhuma linguisticamente semelhante com a palavra huios "filho", que é realmente encontrada na passagem. Whiston estava ciente de que a palavra original na frase é "huios" Em sua tradução de Josefo, ele deixou a nota abaixo, na qual ele tenta explicar como aconteceu de que
todas as antigas obras que ele usou para a sua tradução houvessem utilizado a palavra grega huios para "filho". Sua explicação é fascinante na medida em que é um exemplo típico da dissonância cognitiva que ele e outros estudiosos usaram para evitar enxergar o que estava bem na frente deles. Ele admite que a única linguagem em que as palavras "pedra" e "filho" podiam ter sido confundidos uma com a outra, o hebraico, não fora a língua em que Josefo escreveu "Guerra dos Judeus". Ele também argumenta que as traduções alternativas - seta ou dardo - são "alterações conjecturais sem fundamento". Portanto, ele realmente não tem alternativa senão aceitar a palavra como está escrita isto é, "FILHO." No entanto, ele não deseja fazer isso também, deixando assim isto sem explicação. Qual deve ser o significado deste sinal ou palavra de ordem, quando os vigias viram uma pedra vindo da catapulta, "A Pedra Vem", ou se erro há na leitura, não posso dizer. Os MSS, ambos gregos e latinos, todos concordam nesta leitura; e eu não posso aprovar qualquer alteração conjectural infundada do texto de "ro" para "lop", como não de um filho ou uma pedra, tanto quanto a flecha ou o dardo vem; como foi feito pelo Dr. Hudson, e não corrigido pela Havercamp. Se Josefo tivesse escrito sua primeira edição desses livros da guerra em hebraico puro, ou se os judeus então usassem o puro hebraico em Jerusalém, a palavra hebraica para o "filho" é próxima a palavra para uma "pedra", ben e eben, que tal correção poderia ter sido mais facilmente admitida. Mas Josefo escreveu sua edição anterior para o uso dos judeus além do Eufrates, e assim, na língua Chaldee, como ele fez esta segunda edição em grego; bar era a palavra Chaldee para filho, em vez da do hebreu ben, e foi usado
não só na Caldéia, etc., mas na Judéia também, como o Novo Testamento nos informa. Dio nos informa que os próprios romanos em Roma pronunciavam o nome de Simão, filho de Giora, Bar Poras para Bar Gioras, como aprendemos com Xifiline. Reland nos relata, "que muitos aqui procurarão um mistério, como se o significado era que o Filho de Deus veio agora para tomar vingança sobre os pecados da nação judaica", que é realmente, a verdade do fato, mas dificilmente o que os judeus poderiam agora querer dizer; a menos que possivelmente por escárnio por Cristo haver feito tantas ameaças, que ele viria à frente do exército romano para sua destruição. Mas mesmo essa interpretação tem apenas um grau muito pequeno de probabilidade. (138) Whiston menciona a interpretação do estudioso do século XVII e do teólogo Reland sobre a frase. É uma compreensão mais direta e baseada, é claro, na palavra "FILHO" sendo a palavra que Josefo escreveu. Reland entendeu que a frase se relaciona com a vinda do Filho de Deus descrito no Novo Testamento. Além disso, o próximo comentário de Whiston - "que é realmente, a verdade do fato, mas dificilmente o que os judeus poderiam agora querer dizer; a menos que possivelmente por escárnio por Cristo haver feito tantas ameaças, que ele viria à frente do exército romano para sua destruição "- está de acordo com meu pensamento de não precisar de quase nenhum esclarecimento. Whiston está especificamente assumindo a posição que estou argumentando, que as profecias de Cristo se relacionam com a próxima guerra entre os romanos e os judeus, e que o "Filho de Deus" lideraria o exército romano. É um
pequeno passo então para a posição que todas as advertências de Jesus sobre a vinda do Filho de Deus, que trará destruição com ele, estão predizendo o Filho de Deus que na verdade estava à frente do exército romano, "Tito". Também é fascinante notar quão eficaz e duradouro foi o antissemitismo criado pelo Novo Testamento. Observe que Whiston vê a destruição dos judeus como sendo uma vingança bastante apropriada para a destruição do Salvador. É fácil imaginar como tal perspectiva teria afetado suas relações diárias com os judeus. Portanto, se Roma criou o cristianismo para instigar o antissemitismo, sua invenção certamente passa no teste do tempo. Ainda está trabalhando milhares de anos após sua criação. Para demonstrar a importância da afirmação, o editor de Josefo capitalizou todas as letras da frase. "O FILHO VEM". O editor de Josefo identificou a importância da passagem da mesma forma que identificou a frase "casa de hissopo" na passagem "O Filho de Maria" citada anteriormente, escrevendo essa frase em itálico. O ponto em que Josefo insere o trocadilho ajuda a tornar claro seu significado. A passagem se dá no início do ataque romano a Jerusalém, o momento exato em que o filho realmente "veio" para destruir Jerusalém. Além disso, é implausível que alguém soe o alarme por um projétil arremessado com uma frase tão longa. "Chegando" é tudo que um soldado contemporâneo pronunciaria antes de um projétil chegar ao convés. "A PEDRA VEM" é uma frase muito longa para falar quando milissegundos importam.
Essa ideia fica ainda mais clara no original grego, "ho petros erchetai" não é uma expressão que naturalmente vem à mente quando uma grande pedra está caindo sobre alguém. A substituição de "pedra" por "filho" continua fornecendo outro conceito satírico ao Novo Testamento, "pedra" é outra das importantes auto-designações que Jesus usa. Jesus se compara a uma pedra que, se lançada, "esmagará totalmente". Em outras palavras, ele está dizendo que o "Filho de Deus" é uma "pedra" que esmagará aqueles que o rejeitam, obviamente significando os judeus. Ele afirma isso especificamente dentro do contexto do uso do poder de Roma. Este é, naturalmente, o mesmo conceito satírico apresentado acima, onde Josefo registra que um "Filho", que é de fato uma "pedra", esmagou os judeus. Como as outras auto-designações de Jesus, (pescador de homens, pão vivo, água viva) com "pedra", a localização física onde Jesus usa a expressão é parte da sátira. Ele se chama de "pedra" rejeitada pelos construtores (significando os judeus), que irá "esmagar totalmente" aqueles em quem ela cairá, ou seja, no local exato onde Josefo registra que as pedras realmente caíram sobre os judeus durante a guerra com Roma. Na passagem anterior do "Jesus lunático", Josefo continua com o tema satírico com Jesus chamando a si mesmo de uma pedra que "esmagará". O lunático Jesus é assim morto quando começa o cerco romano a Jerusalém. Josefo grava estas últimas palavras de Jesus:
"Ai, ai da cidade outra vez, e para o povo, e para o santo dos santos! "E assim como ele acrescentou no final," Ai, ai de mim também!" veio uma pedra de uma das catapultas, e feriu-o matando-o imediatamente; e assim proferindo os mesmos presságios ele entregou seu espírito." (139) É claro que um residente da corte flaviana teria encontrado a sátira em cada uma das auto-designações de Jesus por causa dos locais onde ele as pronunciou. Imagine um patrício com uma cópia dos Evangelhos em 80 EC, sabendo o que as catapultas de guerra romanas tinham feito aos defensores judeus de Jerusalém, lendo sobre um Messias que, enquanto se encontrava sob as muralhas da cidade, chama a si mesmo de pedra e ameaça cair e esmagar totalmente os judeus. Para tal indivíduo, a sátira teria sido óbvia. Jesus poderia, por pura sorte, ter dado a si mesmo tantas auto-designações únicas nos locais exatos, que serviria para a diversão dos patrícios? Quando vistos como um grupo, os paralelos entre essas duas passagens e a sátira que elas criaram, parecem exatos demais para terem ocorrido por acaso. As escolhas fazem concordar com Eusébio, que escreve É apropriado adicionar a estas contas a verdadeira previsão de nosso Salvador em que ele previu esses mesmos eventos. Suas palavras são as seguintes: "Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias! E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado;
Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver. [Mateus 24:19-21]" . . . Essas coisas aconteceram . . . de acordo com as profecias de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, que pelo poder divino as via de antemão como se já estivessem no presente. . . "Ou aceite a ideia de que a mesma fonte produziu tanto o Novo Testamento quanto a Guerra dos Judeus."
CAPÍTULO 9 Os Autores do Novo Testamento
Josefo conclui a Guerra dos judeus com uma série de passagens que, acredito, satirizaram o apóstolo Paulo e criaram um quebra-cabeça que identifica os inventores do cristianismo. Pareceu-me lógico que os autores concluíssem seu trabalho com uma passagem que os identificasse - de acordo com o espírito de brincadeira maliciosa que permeia toda a sua composição. Eu apresento a primeira dessas passagens abaixo. Esta passagem descreve um grupo de sicarii que escapam para o Egito. Uma vez lá, eles se vêem repreendidos por "judeus de reputação" que informam os romanos de sua presença no Egito. Os sicarii são capturados e depois torturados na tentativa de fazê-los "confessar que César era seu senhor", o que eles se recusam a fazer. Seus filhos também se recusam a "nomear César como seu senhor", apesar de
também serem torturados. Assim, a passagem apresenta claramente um problema não resolvido para Tito: como fazer com que os judeus rebeldes o chamassem de "Senhor". Quando Massada foi assim tomada, o general deixou uma guarnição na fortaleza para mantê-la, e ele se foi para Cesarea; pois agora não restavam inimigos no país, mas tudo fora destruído por uma guerra tão longa. No entanto, esta guerra causou distúrbios e desordens perigosas, mesmo em lugares muito longe da Judéia; pois ainda ocorreu que muitos judeus foram mortos em Alexandria no Egito; portanto os sicarii que conseguiram fugir para lá, fora das sediciosas guerras na Judéia, não se contentaram em terem se salvado, mas acharam ser necessário promover novas perturbações, e persuadiram muitos dos que os acolheram a afirmar sua liberdade, a considerar que os romanos a não eram melhores do que eles, e verem a Deus como seu único Senhor e Mestre. Mas quando parte dos judeus de reputação se opuseram a eles, mataram alguns deles, e com os outros eles foram muito insistentes em suas exortações para se revoltarem contra os romanos; mas quando os principais homens do senado viram que loucura haviam feito, eles pensaram se não seria mais seguro para si mesmos para ignorá-los. Então eles juntaram todos os judeus em uma assembléia, e acusaram de loucura aos sicarii, e demonstraram que eles tinham sido os autores de todos os males que os atingiram. Eles disseram também que estes homens agora haviam fugido da Judéia, não tendo esperança de escaparem ílesos, porque assim que fossem reconhecidos, eles seriam logo destruídos pelos romanos, eles então vieram para cá e nos encheram daquelas calamidades que lhes pertencem, enquanto nós
não somos responsáveis com eles em qualquer dos seus pecados. "Assim, eles exortaram a multidão para terem cuidado, para que não trouxessem para seu meio a destruição, e assim pedissem desculpas aos romanos pelo que tinha sido feito, entregando-lhes estes homens; e sendo assim informado da grandeza do perigo em que estavam, cumpriram o que foi proposto, e se lançaram com grande violência sobre os sicarii, e os capturaram; na verdade, seiscentos deles foram apanhados imediatamente; assim como todos os que fugiram para o Egito e para Tebas Egípcia, não demorou muito para que fossem também apanhados e trazidos de volta, cuja coragem, ou melhor dizendo, loucura, ou vigor em suas opiniões, deixaram todos espantados com isto, pois quando todos os tipos de tormentos e vexames a seus corpos que poderiam ser inventados foram inflingídos sobre eles, não conseguiram que nenhum deles obedecesse quanto a confessar, ou parecesse confessar, que César era o seu senhor; mas eles preservaram sua própria opinião, apesar de toda a aflição à qual foram submetidos, como se recebessem esses tormentos e o próprio fogo com corpos insensíveis à dor, e com uma alma que de certo modo se alegrava com isso. Mas o que foi mais surpreendente para os observadores foi a coragem das crianças; porque nenhuma delas fora até aquele momento obrigada por esses tormentos, nomear a César como seu senhor. Até então, a força da coragem [da alma] prevalecera sobre a fraqueza do corpo. A "piada" mais básica do cristianismo é que substituindo o "Deus dos Judeus" e o "Filho de Deus" por um "filho de deus" e um "deus" que eram de fato os imperadores romanos, era possível fazer com que os seguidores de sua nova religião "nomeassem a César como seu senhor" sem
que soubessem disto. A passagem acima explica porque Tito inventou o cristianismo. Mesmo a tortura não poderia levar o sicarii a chamá-lo de "Senhor". Portanto, eles tiveram que ser enganados para fazê-lo. Continuando com a passagem: Agora Lupus que então governava Alexandria, foi quem presentemente enviou a César notícias desse tumúlto; que por sua vez levando em conta o temperamento inquieto dos judeus para a renovação, e temendo que eles pudessem reunir-se novamente e persuadirem a alguns outros a se unirem a eles, deu ordens a Lupus para demolir um templo judeu que havia na região de Heliópolis chamado de "Onion", e ficava no Egito, que fora construído e foi assim chamado devido ao seguinte: Onias, o filho de Simão, um dos sumo sacerdotes judeus, fugiu de Antíoco, rei da Síria, quando ele declarou guerra aos judeus, e foi para Alexandria; e como Ptolomeu o recebeu muito gentilmente, devido ao seu ódio a Antíoco, ele assegurou-lhe, que se ele cumprisse sua proposta, ele traria os judeus para ajudá-lo; e como o rei concordou em fazer até onde ele fosse capaz, ele desejava que este lhe desse permissão para construir um templo em algum lugar no Egito, e adorar a Deus de acordo com os costumes de seu próprio país; sendo assim os judeus seriam então mais bem dispostos para lutar contra Antíoco, o qual havia devastado o templo em Jerusalém, e que eles então viriam a ele com maior boa vontade; e que, se fosse concedida a eles liberdade de culto, muitos judeus viriam até ele. (141) A passagem continua com uma descrição do "templo judeu, que ficava na região de Heliópolis, chamado "Onion", e
estava localizado no Egito". Josefo, em uma digressão, casualmente indica que o templo é aquele previsto 600 anos antes pelo profeta Isaías. Este é outro exemplo da manipulação das profecias judaicas por Josefo para poderem coincidir com a campanha de Tito.
Templo de Onias no Egito - Tell El-Yahoudiyeh
Então Ptolomeu concordou com sua proposta e deu-lhe um local distante cento e oitenta furlongs (180 Flg. =36 Km) de Memphis. Esse *Nomos (*divisão administrativa do Egito no período Ptolomaico) foi chamado de Nomos do Poço do Alô, onde Onias construiu uma fortaleza e um templo, não parecendo com o de Jerusalém, mas como se assemelhasse a uma torre. Ele construiu isto com grandes pedras até a altura de sessenta côvados (28 metros); ele fez o estrutura do altar em imitação do que havia em nosso próprio país, e adornado de maneira semelhante com doações, exceto a marca do candelabro (menorá), pois ele não fez um candelabro, mas tinha uma [única] lâmpada feita de um pedaço de ouro malhado, que iluminava o lugar com seus raios, e qual ele pendurou por um corrente de ouro; mas o templo inteiro foi cercado com uma muralha de tijolos queimados, embora
tivesse portões de pedra. O rei também lhe deu um grande campo por sua receita em dinheiro, para que ambos os sacerdotes tivessem uma provisão abundante feita para eles, e que Deus pudesse ter em grande abundância as coisas eram necessárias para sua adoração. No entanto, Fonias não fez isso fora de uma disposição sóbria, mas ele tinha em mente lutar com os judeus em Jerusalém, e não podia esquecer a indignação que sofrera por haver sido banido de lá. Assim, ele pensava que construindo este templo ele poderia atrair um grande número deles para si mesmo. Houve também, sobre isso, uma certa predição antiga feita por [um profeta] cujo nome era Isaías, cerca de seiscentos anos antes que este templo fosse construído por um homem judeu no Egito. E esta é a história da construção desse templo. A profecia a que Josefo se refere está contida em Isaías 19: 18-25. Josefo está claramente pretendendo que o "leitor inteligente" entenda que os eventos que ele descreveu na passagem demonstram que a profecia de Isaías havia "ocorrido". Na passagem acima, Josefo descreve uma "cidade de destruição na terra do Egito", sendo Alexandria, um paralelo à profecia de Isaías. Josefo, novamente fazendo paralelo a Isaías, descreve o templo como sendo "em forma de torre". Além disso, as condições políticas da região na época podem ser claramente vistas como aquelas que foram imaginadas pela profecia de Isaías, em que havia uma "estrada do Egito para a Assíria". O que significa dizer que Israel era agora uma "estrada" entre a Assíria e o Egito, na medida em que se tornara um elo geográfico dentro do Império Romano. Essa idéia é especialmente clara quando
se considera que as três legiões romanas que participaram da destruição de Jerusalém foram a XV Legião Apolinário de Alexandria (Egito) e as Legiões V Macedonica e X Fretensis da Síria. Assim, Josefo parece correto em sua afirmação de que a profecia de Isaías "aconteceu", com os eventos que ele descreve na passagem. O leitor notará, no entanto, que a profecia de Isaías também é messiânica. Afirma que o Senhor enviará um "salvador" que "ferirá" e "curará". A passagem também declara que o "Senhor" será "conhecido do Egito" e que Israel será a "herança do Senhor". Não pode haver qualquer dúvida sobre quem Josefo indica que será "salvador" a que se refere a profecia de Isaías. De fato, neste ponto da história, o único indivíduo que poderia ter sido o salvador previsto pela profecia de Isaías é Tito. Apenas Tito poderia afirmar que ele tinha Israel como uma "herança" neste momento. César (Tito) ordenou que toda a Judéia fosse colocada à venda; porque ele não encontrou nenhuma cidade lá, mas reservou o país inteiro para si mesmo. 142 Portanto, Josefo está revelando que Tito é o Salvador, ou o Messias, pela sua afirmação tácita de que a profecia de Isaías acontecerá. A profecia de Isaías que Josefo usa para identificar Tito como o Salvador é a seguinte: "Naquele tempo haverá cinco cidades na terra do Egito que falarão a língua de Canaã e farão juramento ao Senhor dos Exércitos; e uma se chamará: Cidade de destruição.
Naquele tempo o Senhor terá um altar no meio da terra do Egito, e uma coluna se erigirá ao Senhor, junto da sua fronteira. E servirá de sinal e de testemunho ao Senhor dos Exércitos na terra do Egito, porque ao Senhor clamarão por causa dos opressores, e ele lhes enviará um salvador e um protetor, que os livrará. E o Senhor se dará a conhecer ao Egito, e os egípcios conhecerão ao Senhor naquele dia, e o adorarão com sacrifícios e ofertas, e farão votos ao Senhor, e os cumprirão. E ferirá o Senhor ao Egito, ferirá e o curará; e converter-seão ao Senhor, e mover-se-á às suas orações, e os curará; Naquele dia haverá estrada do Egito até à Assíria, e os assírios virão ao Egito, e os egípcios irão à Assíria; e os egípcios servirão com os assírios. Naquele dia Israel será o terceiro com os egípcios e os assírios, uma bênção no meio da terra. Porque o Senhor dos Exércitos os abençoará, dizendo: Bendito seja o Egito, meu povo, e a Assíria, obra de minhas mãos, e Israel, minha herança." "Isaías 19:18-25" A "estrada fora do Egito" que Josefo alude ao invocar a visão de Isaías é um "cumprimento" de outra profecia do Novo Testamento, a "estrada para o Senhor". Esta estrada é prevista por João Batista, que cita outra passagem de Isaías: "Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus."
Isaías 40:3 Embora a declaração de João Baptista a respeito de fazer uma "estrada para o Senhor" sempre tenha sido vista como uma visão de Jesus, a passagem de Isaías que João está citando indica que a "estrada" só existirá depois que a "guerra terminar". Portanto, o "Senhor" que João está prevendo só poderia ser Tito. "Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus. Falai benignamente a Jerusalém, e bradai-lhe que já a sua milícia é acabada, que a sua iniqüidade está expiada e que já recebeu em dobro da mão do Senhor, por todos os seus pecados. Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; endireitai no ermo vereda a nosso Deus." Isaías 40:1-3 A narração de Josefo segue em frente e, em uma seqüência paralela ao Novo Testamento, introduz um Paulo, "Paulinus", no mesmo ponto em que o Novo Testamento introduz seu Paulo. Este Paulo, como seu equivalente no Novo Testamento, tem um impacto no judaísmo. Josefo afirma que ele tornou o templo judeu "totalmente inacessível". Eu considero a passagem que descreve "Paulino" como uma óbvia paródia do apóstolo Paulo. E agora Lupus, o governador de Alexandria, após o recebimento da carta de César, veio ao templo e levou embora algumas das doações dedicadas ao mesmo, e fechou o próprio templo. E como Lupus morreu um pouco depois, Paulino foi o sucessor dele. Este homem não deixou
nenhuma dessas doações lá, e ameaçou os sacerdotes severamente se eles o deixasse levar tudo; ele não permitiria quem estivesse desejoso de adorar a Deus sequer chegar perto daquele lugar sagrado; e asim fechando os portões, ele o tornou totalmente inacessível, de tal modo que não restaram mais qualquer sinais de que houvesse qualquer adoração divina naquele lugar. Agora, a duração do tempo desde a construção deste templo até que foi fechado novamente foi de trezentos e quarenta e três anos. PASSAGENS PARALELAS SOBRE PAULO
JOSEFO "E como Lupus morreu um pouco depois, Paul(o)[inus] foi o sucessor dele. Este homem não deixou nenhuma dessas doações lá, e ameaçou os sacerdotes severamente se eles o deixasse levar tudo; ele não permitiria quem estivesse desejoso de adorar a Deus sequer chegar perto daquele lugar sagrado; e asim fechando os portões, ele o tornou totalmente inacessível, de tal modo que não restaram mais qualquer sinais de que houvesse qualquer adoração divina naquele lugar.(Guerra 7, 10, 2)" LIVRO DE ATOS "Ora, muitos anos depois, vim trazer à minha nação esmolas e ofertas." Atos 24:17 "Clamando: Homens israelitas, acudi; este é o homem que
por todas as partes ensina a todos contra o povo e contra a lei, e contra este lugar; e, demais disto, introduziu também no templo os gregos, e profanou este santo lugar. Porque tinham visto com ele na cidade a Trófimo de Éfeso, o qual pensavam que Paulo introduzira no templo. E alvoroçou-se toda a cidade, e houve grande concurso de povo; e, pegando Paulo, o arrastaram para fora do templo, e logo as portas se fecharam." Atos 21:28-30 A paródia de Paul é interessante na medida em que traz a questão de quando as diferentes partes do Novo Testamento foram escritas. Embora seja possível que houvesse versões anteriores do Novo Testamento, em algum momento os quatro Evangelhos foram unificados em seu todo satírico atual. Alguém com controle editorial manipulou o Novo Testamento e a Guerra dos Judeus em alinhamento uns com os outros. Nesse sentido, todos os quatro evangelhos devem ter sido escritos ao mesmo tempo. Outra questão levantada por essa análise é quem manteve o controle sobre o produto acabado? Os autores, tendo colocado revelações veladas sobre a origem real da religião nos quatro Evangelhos, tiveram que elaborar algum método para assegurar que essas revelações não fossem editadas por redatores posteriores. Por exemplo, se uma das declarações de fato nas diferentes versões das ressurreições de Jesus fosse mudada ou omitida, então a estória combinada perderia sua lógica. E o mesmo problema existiria para a outra metade deste sistema satírico, as obras de Josefo. Josefo conclui ”Guerra dos Judeus" com o estranho conto
de um "Jonatas", um dos sicarii, e um "Catulo", um governador romano que faz uma falsa acusação contra Josefo, bem como uma "Berenice" e um "Alexandre", por iniciar a "inovação" de Jonatas. "Inovação" é a palavra que Josefo usa para descrever a seita religiosa dos sicarii porque era uma nova versão, ou "inovação" do judaísmo. De fato, os três foram falsamente acusados de fazer alguém criar uma nova seita judaica. Jonatas era claramente um indivíduo messiânico que, como Jesus, se prevalecia com os pobres mostrando-lhes "sinais e aparições". Porque Jonatas era o nome de um dos cinco filhos de Matias Macabeu, esse é outro exemplo da conexão que Josefo chama entre aquela família e os sicarii. Há também uma lógica satírica para Josefo 'lidar com "Jonatas" neste momento em "Guerra dos Judeus". Como ele já "lidou" com os outros quatro filhos de Matias Macabeu Eleazar, Simão, Judas e João - ele agora conclui seu trabalho com a destruição do último, Jonatas. SOBRE JONATAS, UM DOS SICARII, QUE SE FIXOU EM UMA SEDIÇÃO SOBRE CIRENE E FOI FALSO ACUSADOR [DO INOCENTE]. E agora fez-se a loucura dos sicário, como uma doença, chegar até a cidade de Cirene; por um Jonatas, uma pessoa vil, e por um comerciante tecelão, foram para lá e se prevalecendo, com um não pequeno número, de pessoas do tipo mais pobre para dar ouvidos a ele; assim os levou ao deserto, prometendo-lhes que lhes mostrariam sinais e aparições. E quanto aos outros judeus de Cirene, ele escondeu sua maldade deles, e aplicou truques sobre eles; mas aqueles de maior dignidade entre eles informou Catulo,
o governador da Líbia em Pentapolis, de sua marcha para o deserto, e dos preparativos que ele havia feito para isso. Então ele enviou atrás deles muitos cavaleiros e lacaios, e facilmente os superou, porque eram homens desarmados; destes muitos foram mortos na luta, mas alguns foram capturados vivos e levados para Catulo. Quanto a Jonatas, o chefe desta trama, ele fugiu naquela vez; mas em uma grande e muito diligente busca, que foi feita por todo o país, ele foi finalmente capturado. E quando ele foi levado para Catulo, ele inventou uma forma, pela qual ele escapou do castigo e proporcionou uma ocasião para Catulo fazer danos a muitos; porque ele falsamente acusou os homens mais ricos entre os judeus, e disse que eles o obrigaram a fazer o que ele fez. Agora, com Catulo admitindo facilmente estas calúnias, se agravaram muito as coisas, e ele fez exclamações trágicas, que ele também poderia ter auxiliado para o fim da guerra judaica. Mas o que foi ainda mais duro, ele não só deu crédito muito facilmente às suas estórias, mas também ensinou os sicarii a acusarem falsamente a outros homens. Isto tornou lícito para Jonatas, portanto, citar a um Alexandre, um judeu (com a quem ele anteriormente teve uma briga, e professou abertamente que ele o odiava); ele também conseguiu citar sua esposa Berenice, que estava preocupada com ele. A estes dois Catulo ordenou serem mortos em primeiro lugar; mais que isso, depois deles, ele provocou a morte de todos os judeus ricos e abastados, isto em torno de três mil. Isso ele pensou que poderia fazer com segurança, porque ele confiscara seus bens e os adicionoara ao rendimento de César. Mais que isso, de fato, para que nenhum judeu que vivesse
em outro lugar condená-lo por sua vilania, ele estendeu suas falsas acusações além disso, e persuadiu Jonatas, e alguns outros que foram pegos com ele, para fazerem acusações de tentativas de disseminar a "inovação" entre os judeus que eram de caráter ilíbado tanto em Alexandria como em Roma. Um deles, contra a quem esta acusação traiçoeira fora imputada, foi Josefo, o escritor desses livros. No entanto, este enredo, assim planejado por Catulo, não logrou de acordo com suas expectativas; pois embora ele tenha vindo a Roma, e trazido Jonatas e seus companheiros, com que m tinha vínculos, junto com ele, não deveria ter feito mais inquisição além das mentiras que foram forjadas sob seu governo, ou por seus meios; Vespasiano ainda suspeitou do assunto e instaurou um inquérito para descobrir até onde era verdade. E quando ele entendeu que essa acusação feita contra os judeus era injusta, ele absoulveu-os dos crimes que lhes foram imputados, e isso mostra a preocupação de Tito sobre o assunto, que trouxe uma merecida punição sobre Jonatas; porque ele foi primeiro torturado e depois queimado vivo. Mas quanto a Catulo, os imperadores eram tão gentis com ele, que ele não sofreu condenação severa neste momento; mesmo assim, não demorou muito para que ele fosse afligido por uma complicada e quase doença incurável, e morreu miseravelmente. Ele não foi apenas afligido no corpo, mas a enfermidade em sua mente era mais grave sobre ele do que a outra; porque ele estava terrivelmente perturbado, e continuamente gritava que ele vira os fantasmas daqueles a quem ele havia matado, em pé diante dele. Então ele não sendo capaz de se conter, saltou para fora de sua cama, como se tanto os tormentos como fogo fossem trazidos para ele, assim esse comportamento
cresceu ainda muito pior e pior continuamente, e suas próprias entranhas estavam tão corroídas que elas se derramaram de seu corpo, e nessa condição ele morreu. Assim ele se tornou um tão grande exemplo da Divina Providência que, como sempre, demonstrou que Deus pune os homens maus. (113) A passagem cria um quebra-cabeças que usa a técnica de troca de nome encontrada no quebra-cabeças de "Decius Mundus", citada anteriormente, para identificar os criadores do cristianismo. Eles são os indivíduos que foram falsamente acusados por Catulo - Josefo, Berenice e Alexandre. Os inventores do cristianismo assinaram seu trabalho, por assim dizer, no lugar correto - no final de sua história. Eu acredito que a "Berenice" e o "Alexandre" na passagem são facilmente identificados como a amante de Tito, Berenice, e também Marcus Alexandre, que na verdade era o marido de Berenice, mas que morreu antes da guerra judaica, ou seu irmão Tiberius Alexandre, chefe de gabinete judeu de Titus durante o cerco de Jerusalém. Esses indivíduos tinham tanto o conhecimento técnico do judaísmo quanto a perspectiva ética exigida para criar o cristianismo. O Novo Testamento, continuando seus paralelos com "Guerra dos Judeus", menciona em Atos tanto um Alexandre, (144) acreditado pela maioria dos estudiosos como sendo de fato Tibério Alexandre e Berenice. Para reconhecer que existe um enigma, o leitor deve, mais uma vez,
reconhecer paralelos - neste caso, que Catulo e Judas, o identificador de Jesus, compartilham um número de atributos. O paralelo mais óbvio entre os dois é que Catulo morre da mesma maneira improvável - desconhecida pela ciência médica - como Judas. Isto é, "suas próprias entranhas (...) se derramaram de seu corpo". Este é um paralelo exato com a morte de Judas. "Ora, este adquiriu um campo com o galardão da iniqüidade; e, precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram. [Atos 1:18]" (145) A descrição das entranhas de Judas não ocorre nos Evangelhos, mas em Atos. O evento está no Novo Testamento neste ponto para manter seu paralelo com os eventos em "Guerra dos Judeus". Os "derramamentos intestinais" paralelos criam outra profecia no ministério de Jesus que é cumprida na campanha de Tito. Judas e Catulo também são paralelos, pois ambas as acusações envolvem um indivíduo messiânico, e nenhuma é verdadeira. Josefo, Berenice e Alexandre certamente não iniciaram uma religião, ou "inovação", liderada por um membro dos sicarii que se parecia com o Messias. Eles teriam estabelecido exatamente o tipo oposto de "inovação": "Jesus" é, claro, famoso por haver sido inocente. Ele certamente não era o tipo de líder militar sicarii que Poncio Pilatos precisaria crucificar. De fato, Jesus era exatamente o oposto de tal indivíduo. A técnica que estabelece que há um quebra-cabeça que precisa ser resolvido é o mesmo usado em todo o Novo
Testamento e "Guerra dos Judeus" - isto é, paralelos. Tal como acontece com o enigma "Decius Mundus", paralelismos incomuns entre os personagens convidam o leitor a buscar uma explicação. Mas, para resolver o enigma que os paralelos criam, o leitor precisa sair da narrativa superficial para outra perspectiva. O leitor tem que se relacionar com o texto a partir de uma perspectiva ampla e precoce. Eu observaria que o sistema satírico que une o Novo Testamento e a "Guerra dos Judeus" pode ser visto como um exercício de expansão mental, na medida em que, para resolver os enigmas, o leitor deve aprender a pensar "fora da caixa", por assim dizer. Os autores enfatizavam que o foco estreito que os Zelotes Sicarii mantinham em relação a apenas alguns pergaminhos era um modo de pensamento limitado e impreciso. Os autores parecem sugerir que só vendo todos os lados de um problema a verdade pode ser conhecida. Portanto, é possível que eles tenham projetado o Novo Testamento como uma ferramenta para elevar intelectualmente os rebeldes messiânicos. Se essa foi a intenção dos autores, isso só aumenta a incrível natureza do trabalho, que talvez seja mais surpreendente quando visto como um dispositivo psicológico secular, e não como um trabalho religioso histórico mundial.
Judas falsamente acusa Jesus de ser o Messias dos Sicarii DERRAMAMENTO INTESTINAL
Judas realmente acusa Jonatas de ser o Messias dos Sicarii
IMPENSÁVEL
Catulo acusou falsamente Bernice, Alexander e Josefo de colocar Jônatas como um falso Messias DERRAMAMENTO INTESTINAL
Catulo realmente acusa Berenice, Alexandre e Josefo de colocar Jesus como um falso Messias IMPENSÁVEL
O enigma que explica os paralelos entre Judas e Catulo é projetado para transformar as duas histórias de contos que relatam o que é falso em contos que afirmam o que é verdadeiro. Para resolver o quebra-cabeça, o leitor deve simplesmente fazer como "Decio Mundus" recomenda no capítulo seguinte e "não valorize esse negócio de nomes". Para criar a "verdade", simplesmente mude os nomes dos messias. Assim, se Judas tivesse chamado "Jonatas" como o Messias que precisava ser crucificado, e Catulo acusara Josefo, Berenice e Alexandre de terem atribuído a "Jesus" "até o que ele fez", ambas as passagens seriam transformadas na verdade. Jonatas era um sicarii líder messiânico que, do ponto de vista dos romanos, merecia ser crucificado, e Jesus tinha sido "levado a fazer o que fez" - isto é, foi criado por - Josefo, Berenice e Alexandre. O fato de que o "Alexander" que participou do enredo
é descrito como marido de Berenice nos ajuda a ver o ponto sutil. Como o Alexandre que era marido de Berenice estava morto antes do início da guerra, não é Josefo, Berenice e seu falecido marido que estão sendo identificados aqui são as famílias desses indivíduos que criaram os Evangelhos os Flavianos, Herodes e Alexanders. Eu notaria novamente que os autores do Novo Testamento parecem estar afirmando que não se pode conhecer a verdade a menos que se considere mais de um livro ou pergaminho. Neste caso, Atos e "Guerra dos Judeus" criam os paralelos. Suspeito que os autores estejam criticando os "zelotes sicariis", que acreditavam poder conhecer a verdade a partir de um conjunto muito limitado de documentos. Os autores apresentam um exemplo real das imprecisões que ocorrem sempre que os leitores não conseguem enxergar além da única narrativa colocada diante deles. Josefo conclui “Guerra dos Judeus” com o parágrafo seguinte. Ele insiste que escreveu a verdade "depois da maneira que esta guerra dos romanos com os judeus foi administrada". E aqui nós colocaremos um fim a esta nossa história; a qual nós anteriormente prometemos entregar a mesmo com toda a precisão, tal como é desejável para se entender depois, de que maneira esta guerra dos romanos com os judeus foi gerenciada. De cuja história, quão bom o estilo é, deve ser deixado para a determinação dos leitores; mas quanto ao seu acordo com os fatos, não hesitarei em dizer, e com ousadia, que a verdade tem sido só o que eu só tenho visado através de sua inteira composição. (146)
Josefo, como o apóstolo Paulo, lembra ao leitor repetidamente que ele está escrevendo a "verdade". Talvez essa seja uma das razões pelas quais os autores do Novo Testamento e as obras de Josefo criaram o elaborado sistema pelo qual sua autoria do cristianismo poderia ser conhecida. Eles não desejavam que fossem esses no futuro, os que um dia descobririam a verdade, pensando neles como mentirosos.
CAPÍTULO 10 O Método Tipológico Acredito que os Flavianos não pretendiam que pessoas sofisticadas como eles levassem a sua invenção, o Cristianismo, a sério. Josefo descreve os indivíduos que fomentaram a rebelião na Judéia como "escravos" e "escória". Estes são os indivíduos que Roma teria visto como suscetíveis a uma paixão pelo judaísmo militante. Foi para esse grupo, "hoi polloi", que eles criaram a religião. É por isso que os autores do Novo Testamento e Josefo se sentiram livres para colocar em suas criações os quebracabeças e satirizados que "notificaram" os educados da verdadeira origem da religião. Eles não acreditavam que as massas - os escravos e camponeses sem instrução para quem o Cristianismo era destinado - entenderiam esses enigmas, uma suposição que se provou correta. No entanto, eles certamente queriam que os quebra-cabeças fossem resolvidos eventualmente. Só então a maior conquista de Tito - a de se transformar em "Jesus", seria apreciada.
Minha interpretação das seguintes passagens é que elas criam um quebra-cabeças cuja solução mostra como os enigmas do Novo Testamento podem ser resolvidos. O quebra-cabeças em si é muito fácil de resolver; O único aspecto difícil é reconhecer que o enigma existe. Existem três "peças" para o quebra-cabeça. Uma delas é o "Testimonium Josefo", que é o nome que os eruditos deram à única e curta descrição de Josefo do "Cristo". As outras duas "peças" do quebra-cabeça são os dois contos que imediatamente seguem o Testimonium. Até hoje, os estudiosos não reconheceram que o Testimonium e os dois contos que o seguem criam um enigma, simplesmente porque falharam em ver que os três contos devem ter sido criados como um conjunto interrelacionado - isto é, eles foram criados em relação direta de um para o outro. Uma vez que essa proposição é entendida, fica claro que eles formam um quebra-cabeças cuja solução também é óbvia. Aqui está o Testimonium e os dois contos ímpares que o seguem. Agora havia sobre este tempo Jesus, um homem sábio, se fosse lícito chamá-lo de homem; pois ele era um realizador de maravilhosos trabalhos, um professor do qual os homens recebem a verdade com prazer. Ele atraiu para si muitos dos judeus e muitos dos gentios. Ele era o Cristo. E quando Pilatos, por sugestão dos principais homens entre nós, o condenou à cruz, aqueles que o amavam não o abandonaram a princípio, pois ele apareceu para eles vivo
no terceiro dia, como os profetas divinos haviam predito estas e outras dez mil coisas maravilhosas concernentes a ele. E a tribo dos cristãos, assim chamados por ele, não estão extintos neste dia. Mais ou menos na mesma época, outra triste calamidade causou tumulto entre os judeus; foram certas práticas vergonhosas que ocorreram no templo de Ísis que havia em Roma. Eu vou agora primeiro relatar sobre a tentativa iníqua sobre o templo de Ísis e, em seguida, darei conta dos assuntos judaicos. Havia em Roma uma mulher cujo nome era Paulina; a qual, por causa da dignidade de seus ancestrais, e pela conduta regular de uma vida virtuosa, tinha uma grande reputação, ela também era muito rica; e embora ela fosse possuidora de um belo semblante, e estivesse na flor de sua idade, em que as mulheres são mais alegres, ela levava uma vida de grande modéstia. Ela era casada com Saturnino, um homem que de todas as formas se dedicava a ela e era de um excelente caráter. Decius Mundus se apaixonou por essa mulher. Ele era um homem que ocupava uma alta posição na ordem equestre; e como ela era de grande dignidade para ser conquistada por presentes, e já os rejeitara, mesmo sendo enviados em grande abundância, ele ainda ficou mais inflamado de amor por ela, tanto que ele prometeu dar-lhe duzentos mil dracmas áticos para passar uma noite com ela; mas como isso não veio a surtir efeito sobre ela, e ele não foi capaz de suportar tal infortúnio em sua aventura amorosa, ele pensou que a melhor maneira para se libertar disso seria morrer de fome deixando de comer, por causa da triste recusa de Paulina ele determinou para si mesmo a morrer depois de tal maneira, e assim ele continuou conforme o seu propósito. Nessa ocasião Mundus tinha por mulher uma escrava liberta, que
fora libertada por seu pai, cujo nome era Ide, hábil em todos os tipos de folguedos. esta mulher ficou muito triste com a decisão do jovem de se suicidar (pois ele não ocultou dos outros suas intenções de se entregar à morte), então aproximou-se dele e encorajou-o com sua conversa, fazendo-o esperar, através de promessas, que ela poderia conseguir que ele passasse uma noite com Paulina; então quando ele alegremente deu ouvidos a ela, disse que não necessitava mais do que cinquenta mil dracmas para obter os favores da mulher. Então, encorajando o rapaz e recebendo tanto dinheiro quanto solicitou, ela não adotou os mesmos métodos de antes, porque percebeu que a mulher não era de modo algum tentada pelo dinheiro; mas como ela sabia que ela era muito dada à adoração da deusa Isis, ela inventou o seguinte estratagema: Ela foi a alguns dos sacerdotes de Ísis, e com as mais fortes garantias [de ocultação], ela os persuadiu com palavras, mas principalmente pela oferta de dinheiro, de vinte e cinco mil dracmas como sinal, e muito mais quando seu intento se concretizasse; contou-lhes a paixão do jovem e persuadiuos a usar todos os meios possíveis para seduzir a mulher. Assim eles foram atraídos para prometer que assim fariam, por essa grande soma de ouro que eles deveriam receber. Assim, o mais velho deles foi imediatamente ter com Paulina; e após ser recebido, ele pediu para falar com ela para seu próprio bem. Quando isso lhe foi concedido, ele disse a ela que ele fora enviado pelo deus Anúbis, que se apaixonara por ela, e ordenou que ela fosse até ele. Com isso ela aceitou a mensagem muito gentilmente, e se sentiu muito honrada com essa condescendência de Anúbis, e assim disse ao marido que ela havia recebido uma mensagem, para bebericar e deitar-se com o deus Anúbis; então ele concordou com sua aceitação dessa proposta,
totalmente confiante na castidade de sua esposa. Assim, ela foi ao templo e depois de chegar a hora de dormir, o sacerdote fechou as portas do templo, quando, na parte sagrada, as luzes também foram apagadas. Então Mundus saltou para fora (porque ele estava escondido), e não falhou em aproveitar-se dela, que esteve a sua disposição, supondo que ela estava com o Deus; e quando ele foi embora, que foi antes dos sacerdotes, que nada sabiam sobre esse estratagema iniciassem suas atividades, Paulina foi cedo ao marido e contou-lhe como o deus Anúbis apareceu para ela. Entre suas amigas, também, ela declarou quão grande valor ela colocara sobre esse favor, que em parte descreram da coisa, quando refletiram sobre sua natureza, e em parte ficaram surpresas com isso, mas não tendo pretensão de não acreditar, quando consideravam a modéstia e a dignidade da pessoa. Mas agora, no terceiro dia após o que tinha sido feito, Mundus procurou Paulina, e disse: "Paulina, tu me fizeste economizar duzentos mil dracmas, a soma que você poderia ter acrescentado à tua própria família; Não só isso, mas também, ainda tu não falhaste em colocar-se a minha disposição da maneira que eu te havia convidado. Quanto às injúrias que recairão sobre os "Mundus", eu não valorizo a questão dos nomes; mas eu me regozijo com o prazer que eu tive com o que eu fiz, enquanto eu tomei para mim o nome de Anúbis. "Depois dele haver dito isso, seguiu seu caminho. Mas ela porém percebendo a vulgaridade do que ela havia feito e rasgando suas vestes, contou ao marido sobre a natureza horrenda do artifício iníquo e pediu que ele não negligenciasse ajudá-la nesse caso. Então ele relatou o fato ao imperador; Tiberius mandou investigar completamente o assunto inquirindo aos sacerdotes a respeito e ordenou que
fossem crucificados, bem como Ide, que fora a causa de sua perdição, e quem havia engendrado toda a trama, que havia sido tão injuriosa para a mulher. Ele também mandou demolir o templo de Ísis, e deu ordem para que sua estátua fosse lançada no rio Tibre; porém ele só baniu Mundus, não tomando mais nenhuma medida contra ele, supor que o crime que ele havia cometido, fora devido à paixão do amor. E estas foram as circunstâncias envolveram o templo de Ísis, e as injúrias ocasionadas por seus sacerdotes. Eu agora volto à relação do que aconteceu sobre esse tempo com os judeus em Roma, como eu havia dito anteriormente. Havia um homem que era judeu, mas ele havia deixado seu próprio país por uma acusação contra ele por transgredir suas leis, e pelo medo que ele tinha da pena de punição por isso; era em todos os aspectos um homem mau. Estando ele então morando em Roma, declarou-se como instrutor de homens da sabedoria das leis de Moisés. Ele também convenceu três outros homens, a assumirem a mesma personagem como ele, para serem seus parceiros. Esses homens persuadiram Fulvia, uma mulher de grande dignidade e que abraçara a religião judaica, para enviar púrpura e ouro para o templo em Jerusalém; e quando eles conseguiram isso, eles os empregaram para seus próprios usos, e gastaram a soma de dinheiro que a princípio exigiram dela com eles mesmos. Então Tibério, que tinha sido informado de tal coisa por Saturnino, marido de Fulvia, que desejava saber o que poderia ser feito sobre isso, ordenou que todos os judeus fossem banidos para fora de Roma; fora eles, nessa ocasião os cônsules listaram quatro mil homens mais, e os enviou para a ilha da Sardenha; mas puniram um número ainda maior deles, que não estavam dispostos a tornar-se soldados, por manterem
as leis de seus antepassados Assim foram esses judeus expulsos da cidade pela maldade de quatro homens. (152) Primeiro, deve ser notado que os dois contos que seguem o Testimonium são estranhamente tangenciais da narrativa de Josefo, que descreve a atividade militar de Pôncio Mates na Judéia, na qual até ele esteve envolvido. Eles se destacam tanto por conta de sua localização, Roma, quanto por sua substância leve e irreverente. Josefo está usando aqui uma estrutura literária judaica incomum chamada "composição pedimental", em que as diferentes passagens formam colunas de um templo. Josefo usa um estilo de composição pedimental em que três pilares formam um templo literário. (153) As duas colunas laterais são pequenas; ambas dizem respeito a questões relacionadas aos judeus, e a coluna da esquerda é a famosa passagem sobre Cristo. Infelizmente, os estudiosos se concentraram na passagem da esquerda, ignorando a composição literária e a estrutura retórica gerais, as quais indicam que o foco de atenção deveria estar sobre a coluna central. Foi outro golpe satírico de Josefo usar uma estrutura de templo literário para descrever o relato de um templo. Essa estrutura pedimental com o foco na passagem central é similarmente usada no Livro de Levítico, no qual os capítulos 18 e 20 formam as colunas laterais e o capítulo 19 forma a coluna central de um templo literário. Além disso, há uma asserção dentro dos contos que é fácilmente constatada ser falsa. O templo de Ísis não foi destruído durante esta época, um fato sobre o qual Josefo
estava ciente. Ele escreveu que Vespasiano e Tito haviam passado a noite antes da celebração da conclusão da guerra judaica no templo de Ísis. Isso me levou a questionar por que Josefo conscientemente registra uma paródia, tão óbvia, como história. Para começar esta análise, quero salientar o que entendi sobre o nome do protagonista no primeiro e mais longo conto, Decius Mundus. Mundus é a palavra latina para "mundo" ou "terra". O nome Decius Mundus, creio eu, é um trocadilho com Decius Mus, os nomes do pai e filho que figuravam entre os maiores heróis militares de Roma. Tanto o pai quanto o filho devotaram-se (devotio); isto é, no meio de batalhas ferozes, eles se sacrificaram. O devotio era um ritual religioso do exército romano que era dirigido a todos os deuses, conhecidos e desconhecidos, romanos e inimigos. Um de seus propósitos era induzir os deuses do inimigo a desertarem para Roma. Como eu mencionei, os romanos sentiam-se como se eles fossem divinamente inspirados para conquistar. No início do primeiro século E.C., Roma lutou e conquistou, durante centenas de anos, não apenas seus inimigos, mas também os deuses de seus inimigos. O devotio era uma técnica usada para neutralizar os deuses de seus inimigos. No ritual, um romano, juntamente com as legiões do inimigo, seria "devotado" aos deuses. Com efeito, um romano se sacrificaria pelo bem de muitos. Assim, Decius Mus ofereceu-se como um sacrifício a todos os deuses, concordando em desistir de sua vida em troca de sua ajuda em levar o inimigo junto com ele para o submundo.
DEVOTIUS DE DECIU MUS - Tapeçaria do Sec. XVII
No início, os dois exércitos lutaram com igual força e igual determinação. Depois de um tempo os hastati romanos à esquerda, incapazes de resistir à insistência dos latinos, retiraram-se para a retaguarda dos principes. Durante a confusão temporária criada por este movimento, Decius exclamou em voz alta para M. Valerius: "Valerius, precisamos da ajuda dos deuses! Venha agora, você é um pontífice do povo romano - dite a fórmula através da qual eu possa me dedicar para salvar as legiões. . .
HASTATIS ROMANOS
PRÍNCIPE HASTATI
"... Janus, Júpiter, Pai Marte, Quirino, Bellona, Lares, Novos Deuses, Deuses Nativos, divindades a quem pertence o poder sobre nós e sobre nossos inimigos, e vós também, Divino Manes, Eu rezo para vós, eu vos reverencio, eu anseio por vossa graça e favorecimento, que os Quiritas abençoem o povo romano com poder e vitória, e encham os inimigos do povo romano de medo, pavor e
morte. Da mesma maneira como eu pronunciei esta oração que eu assim e agora em nome da riqueza comum dos Quiritas, em nome do exército, das legiões, dos auxiliares do povo romano, dedico aos Quiritas, as legiões e auxiliares do inimigo, junto comigo mesmo para o Divino Jubileu e para a Terra ".
DEVOTIUS AOS QUIRITAS - ROMA
... Para aqueles que o assistiram em ambos os exércitos, isto pareceu algo horrível e sobre-humano, como se fora enviado do céu para expiar e apaziguar toda a raiva dos deuses e para evitar a destruição de seu povo e trazer para seus inimigos todo o pavor e terror que ele carregava consigo, lançando confusão sobre as fileiras de vanguarda dos latinos que logo se espalhou por todo o exército. Isto ficava mais evidente, pois onde quer que seu cavalo o levasse, todos ficavam paralisados como se houvessem sido atingidos pelo ataque mortal de uma estrela; mas quando ele caiu, atingido por lanças, a guarniçaõ latina, em um estado de perfeita consternação, fugiu do local deixando um grande espaço vazio. Os romanos, por outro lado, libertos de todos os medos religiosos, avançaram. (155) O famoso auto-sacrifício de "Decius Mus" foi realizado
para "libertar os romanos de todos os medos religiosos". Para conseguir isso, ele ofereceu sua vida tanto aos deuses dos romanos (os Quiritas) quanto aos deuses de seus inimigos. Essa técnica visava "apaziguar" os deuses dos inimigos de Roma e, assim, libertar os romanos das preocupações sobre se esses deuses dariam assistência divina a seus inimigos. Note-se que Decius também apelou para "novos deuses". Eu suspeito que Decius "Mundus" ou Décio "Mundo" teria sido entendido por um patrício como um trocadilho de Decius Mus em escala mundial. Este jogo de palavras para mostrar uma escala maior para Decius Mus se torna mais claro pelo fato de que "mus" significa "rato" em latim. Se um dramaturgo criasse uma personagem chamada "Napoleão Mundo", seria óbvio qual personagem da história ele estaria satirizando. Décio talvez fosse o herói de guerra mais famoso de Roma e todos os patrícios estavam cientes de suas façanhas. Por exemplo, o satírico romano Juvenal, escrevendo durante a era Flaviana, falou sobre o heroísmo de Decius Mus. Juvenal entendeu claramente que seu público estava familiarizado com Decius e seu devotio, já que ele se refere a ambos sem explicação. Na história, o autor escreve que Decius Mundus tinha uma "resolução para se entregar à morte (. . .porque ele não escondia suas intenções de se entregar à morte dos outros. . .)". Decius Mundus é, portanto, paralelo tanto a Decius Mus quanto a Jesus, pois nenhum deles ocultou dos outros sua intenção de se entregar à morte. Josefo colocou essa ideia entre parênteses, ressaltando a importância disso. Esta revelação torna mais clara a conexão entre Decius Mus e Decius Mundus. Um patrício romano teria entendido
uma personagem chamada Decius Mus como uma sátira de Decius Mus. Também estabelece um paralelo entre Decius Mus e Jesus. Esse paralelo é claro porque Jesus se esforçou para tornar os outros conscientes de seu auto-sacrifício vindouro. "Bem sabeis que daqui a dois dias é a páscoa; e o Filho do homem será entregue para ser crucificado." [Mateus 26:2] A seguinte passagem do Evangelho de João compara o auto-sacrifício de Jesus ao devotio de Decius Mus. Observe que Caifás, o sacerdote que mais tarde supervisionará a crucificação de Jesus, declara que: . . .Nem considerais que nos convém que um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação. . . Esta é a própria definição do devotio. Além disso, Caifás deixa clara sua crença de que Jesus deve ser sacrificado para salvar todos os "filhos de Deus", expressando a idéia de um devotio em escala mundial. "Depois os principais dos sacerdotes e os fariseus formaram conselho, e diziam: Que faremos? porquanto este homem faz muitos sinais. Se o deixamos assim, todos crerão nele, e virão os romanos, e tirar-nos-ão o nosso lugar e a nação. E Caifás, um deles que era sumo sacerdote naquele ano, lhes disse: Vós nada sabeis, Nem considerais que nos convém que um homem morra pelo povo, e que não pereça toda a nação. Ora ele não disse isto de si mesmo, mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação.
E não somente pela nação, mas também para reunir em um corpo os filhos de Deus que andavam dispersos." João 11:47-52
Do ponto de vista dos Flavianos, o auto-sacrifício de Jesus é muito parecido com um devotio. A religião que Jesus estabeleceu com a sua morte certamente ajudou a neutralizar o judaísmo militarista messiânico que os Flavianos haviam combatido. Na verdade, para os Flavianos, enquanto o sacrifício de Decius só havia ajudado a salvar uma legião romana, o sacrifício de Jesus, pode-se dizer, haver ajudado a salvar todo o mundo romano (mundus). Um ponto histórico interessante a esta linha de pensamento é que enquanto, certamente, a intenção de que Jesus viesse a ser entendido como o Messias que Daniel previra que seria "imolado", o significado real por trás do autosacrifício de Jesus pode não estar no judaísmo, como tem sido universalmente acreditado, mas sim em um ritual da religião romana , como uma paródia do devotio. Se esta conjectura a respeito do significado da sátira em nomear Decius Mus for correta, é o caso de que "Decius", o nome do mais famoso auto-sacrifício de Roma, seja o nome do herói do conto que se segue diretamente ao "testimonium" de Josefo, a descrição do mais famoso autosacrifício da história . Mostrarei abaixo que Decius Mundus e Jesus compartilham um paralelo muito mais profundo e único.
A pista mais clara que Josefo fornece para nos informar que somos capazes de lidar com um quebra-cabeças é que tanto a história de Decius e Paulina quanto a história de Fulvia têm o mesmo enredo. Como eu mostrei, os paralelos dentro do Novo Testamento e de "Guerra dos Judeus" são significativos. Em ambos os casos, os sacerdotes perversos enganam uma mulher de "dignidade" e, em ambos os casos, a fraqueza da mulher pela religião é explorada. Além disso, não apenas as duas histórias têm o mesmo enredo, mas também contêm vários elementos que são intercambiáveis. Ambas as mulheres dignas enganadas, surpreendentemente, têm maridos chamados Saturnino. Ambos os maridos exatamente nomeados "Saturnino", conhecem o Imperador Tibério, a quem cada marido vai reclamar sobre o que foi feito à sua esposa. Em ambos os contos, entre outras punições, Tibério então "bane" um ou mais dos perpetradores. Josefo também forneceu outras declarações para ajudar o leitor a reconhecer que as duas histórias devem ser entendidas como paralelas e, portanto, intercambiáveis. Primeiro, ele inverte a ordem em que ele afirma que irá descrevê-los. ". . . -Mais ou menos na mesma época, outra triste calamidade causou tumulto entre os judeus; foram certas práticas vergonhosas que ocorreram no templo de Ísis que havia em Roma." ". . . -Eu vou agora primeiro relatar sobre a tentativa iníqua sobre o templo de Ísis e, em seguida, darei conta dos assuntos judaicos."
Além disso, no início da terceira história, Josefo afirma que estaria retornando a um episódio sobre os judeus "em Roma", como ele havia "declarado anteriormente". ". . . -Eu agora volto à relação do que aconteceu sobre esse tempo com os judeus em Roma, como eu havia dito anteriormente." No entanto, foram as "práticas vergonhosas no templo de Ísis" que Josefo afirmou anteriormente terem ocorrido "em Roma", não o episódio relativo aos judeus. Josefo não menciona onde ocorreu a "triste calamidade [que] causou tumúlto entre os judeus." Ele mencionou pela última vez os judeus em uma história sobre sua perseguição por Pôncio Pilatos na Judéia. Josefo parece estar tratando as duas histórias como se fossem intercambiáveis. Ao fazê-lo, ele continua a estranha "lógica" existente entre elas, já que suas únicas diferenças significativas estão nos nomes de alguns dos elementos nelas contidos. Também é notável que Paulina "começou a entender a grosseria daquilo que havia feito e rasgou suas roupas". O rasgar de peças de vestuário é uma expressão judaica bem conhecida de tristeza e é, na verdade, exigido pela lei religiosa judaica em alguns casos. No Evangelho de Marcos, por exemplo, quando o Sumo Sacerdote que questiona Jesus o ouve referir-se a si mesmo como o "Filho do Homem", ele rasga suas vestes. Ele faz isso porque no Sinédrio se afirma que um juiz que ouviu palavras blasfemas deverá fazê-lo. O Talmud relata dez "tristes acidentes" pelos quais os judeus são instruídos a rasgar suas vestes. Josefo também registra numerosas ocasiões em
suas histórias em que os judeus rasgam suas roupas como uma expressão de pesar. Portanto, por que Paulina, membro do culto de Isis, seria a única a rasgar suas vestes e não Fulvia, a judia, sendo que ela passou pela mesma experiência? Há outra pista, um paralelo que liga o Testimonium ao conto de Decius Mundus. É um dos paralelos mais significativos que apresentarei ao leitor neste trabalho. O Testimonium descreve a ressurreição de Jesus, afirmando que ele "apareceu para eles vivos novamente no terceiro dia." Decius Mundus também aparece para Paulina no terceiro dia. Há, claro, uma diferença. Enquanto Jesus aparece no terceiro dia para mostrar que ele é um deus, Decius aparece no terceiro dia para anunciar que ele não é um deus. É implausível que algo tão incomum quanto dois "terceiros dias de declarações de divindade" acabariam uma ao lado da outra por acaso. O Testimonium contém a única descrição, fora do Novo Testamento, da vida de Jesus no primeiro século. A probabilidade de um espelho oposto à ressurreição de Jesus, um evento singular em literatura, ocorrer por acaso no parágrafo seguinte a sua única documentação histórica é, creio eu, muito baixa para ser considerada. Na verdade, em toda a literatura, estas são as duas únicas histórias que eu conheço que descrevem alguém que vem em um "terceiro dia" para proclamar que é, ou que não é "um deus", a única explicação racional é que
esse paralelo espelho-oposto foi, por algum motivo, colocado ao lado do Testimonium deliberadamente. Outra conexão entre Decius e Jesus é o fato de que Anúbis, o deus que Decius fingiu ser, é um deus com muitos paralelos com Cristo. Anúbis, como Jesus, é um filho de deus, e é referido como a "criança real" dentro do culto de Ísis. Mais importante ainda, Anúbis é um deus que volta dos mortos. O culto de Isis na verdade celebrou sua morte nas mãos de Set e sua subseqüente ressurreição. O mito da ressurreição de Anúbis também contém, como a de Jesus, uma forte mensagem escatológica. Todas as três histórias são descritas como ocorrendo "em torno de um tempo", que os liga um ao outro "temporalmente". Enquanto é dificilmente incomum para os eventos que acontecem mais ou menos na mesma época, Josefo liga a história de Fulvia ao Testimonium de outra forma mais singular. Na passagem ele escreve: ". . . - Havia um homem que era judeu, mas ele havia deixado seu próprio país por uma acusação contra ele por transgredir suas leis, e pelo medo que ele tinha da pena de punição por isso; era em todos os aspectos um homem mau. Estando ele então morando em Roma, declarou-se como instrutor de homens da sabedoria das leis de Moisés". A personagem é, claro, o apóstolo Paulo. "E quando os sete dias estavam quase a terminar, os judeus da Ásia, vendo-o no templo, alvoroçaram todo o povo e lançaram mão dele,
Clamando: Homens israelitas, acudi; este é o homem que por todas as partes ensina a todos contra o povo e contra a lei, e contra este lugar; e, demais disto, introduziu também no templo os gregos, e profanou este santo lugar. Porque tinham visto com ele na cidade a Trófimo de Éfeso, o qual pensavam que Paulo introduzira no templo. E alvoroçou-se toda a cidade, e houve grande concurso de povo; e, pegando Paulo, o arrastaram para fora do templo, e logo as portas se fecharam. E, procurando eles matá-lo, chegou ao tribuno da coorte o aviso de que Jerusalém estava toda em confusão; O qual, tomando logo consigo soldados e centuriões, correu para eles. E, quando viram o tribuno e os soldados, cessaram de ferir a Paulo. Então, aproximando-se o tribuno, o prendeu e o mandou atar com duas cadeias, e lhe perguntou quem era e o que tinha feito." Atos 21:27-33 Que o homem perverso da história de Fulvia possa ser visto como uma sátira de Paulo parece difícil de contestar. (157) Josefo liga a história de Fulvia ao Testimonium de outra maneira: ". . . - Estes homens persuadiram Fúlvia, uma mulher de grande dignidade, e que abraçou a religião judaica, para enviar púrpura e ouro ao templo em Jerusalém. . ." A púrpura era a cor real no primeiro século. Envio de púrpura para o templo de Jerusalém sugere que a artimanha que os sacerdotes iníquos usaram para enganar Fúlvia envolvia um rei ou uma pessoa de classe real entre os
judeus. Talvez alguém que fosse religioso e também secular. Como Josefo indicou que esse evento ocorre "quase ao mesmo tempo" em que Jesus viveu, ele seria pelo menos um candidato para ser referido como real. De fato, uma vez que a referência à púrpura ocorre na mesma página do Testimonium, a única descrição histórica de Jesus, que outro "rei dos judeus" poderia vir à mente? "E os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, lhe puseram sobre a cabeça, e lhe vestiram roupa de púrpura. E diziam: Salve, Rei dos Judeus. E davam-lhe bofetadas." João 19:2,3
Todas as "dicas" acima trabalham juntas para sugerir que existe alguma relação entre as três histórias. Por exemplo, o Testimonium parece relacionado à história de Decius porque eles compartilham declarações de divindade ao terceiro dia. Da mesma forma, a história de Fulvia deve estar relacionada à história de Decius, porque eles compartilham o mesmo enredo, o nome de ambos os maridos é o mesmo, etc. Os paralelos e elementos intercambiáveis dentro das três histórias mostram que o autor estabeleceu deliberadamente alguma relação entre eles. Isso não é aparente na superfície, um problema que o leitor deve tentar "resolver". Em outras palavras, as três histórias são um enigma. Quando as três histórias são vistas como um quebracabeças, a solução se torna óbvia. Josefo realmente tem Decius Mundus como a solução para o quebra-cabeça dentro da sátira:
. . . eu não valorizo a questão dos nomes. . . Decius não valorizou "a questão dos nomes" e adotou o nome de Anúbis. Para resolver o enigma de Decius, o leitor só precisa fazer o mesmo. Para resolver o enigma, o leitor deve simplesmente trocar os nomes das personagens e das religiões que Josefo identificou como paralelas, de modo que, enquanto as histórias forem as mesmas, os nomes das personagens serão diferentes. Essa técnica é usada em todo o Novo Testamento e em "Guerra dos Judeus". O nome de uma personagem em uma história é dado a uma outra personagem em um conto paralelo. Na história de Décio Mundus, basta mudar o nome da personagem Paulina, que é membro do Culto de Ísis, com o de Fúlvia da terceira história, que é membro da religião judaica. Observe que Josefo realmente nos mostrou que essas duas personagens são intercambiáveis. Ambas as mulheres têm uma experiência com sacerdotes iníquos; ambas têm maridos com o mesmo nome; ambos os maridos apelam para Tibério; e ambas as mulheres compartilham a qualidade da dignidade. Josefo também indicou que o culto de Isis e a religião dos judeus são intercambiáveis ao reverter deliberadamente qual história ele conta primeiro e qual religião estava "em Roma". O leitor pode agora substituir o nome da personagem "Decius Mundus" da primeira estória com" o Cristo"
do Testimonium. Mais uma vez, Josefo mostrou que os nomes são intercambiáveis pelos atributos paralelos desses dois personagens. Ambos afirmam ser deuses, ambos fazem revelações sobre sua divindade no terceiro. dia; e ambos fizeram resoluções públicas de se sacrificarem. A nova estória de Decius Mundus, criada pela mudança dos nomes das personagens e religiões que Josefo identificou como intercambiáveis, pode ser resumido da seguinte forma: Decius Mundus, um romano, está desejoso de Fulvia, uma judia de dignidade, a quem ele não pode seduzir com dinheiro. Aprendendo que sua fraqueza é sua religião, ele paga a sacerdotes perversos para convencê-la de que ele é o Cristo, para que ele possa "manter relações" com ela. No terceiro dia, ele reaparece para lhe dizer que ele não é realmente o Messias, mas teve prazer em fingir ser um deus. Os judeus são então banidos e seu templo destruído. Enquanto esta nova história ainda é uma sátira, e é aquela cujo significado pode ser facilmente compreendido. A tradução que ofereço é a seguinte: Roma deseja a Judéia, mas não pode tentá-la com riqueza por causa das fortes convicções religiosas de seu povo. Portanto, um romano engana aos zelotes judeus para acreditar que ele é o Cristo. Ele paga sacerdotes iníquos para ajudá-lo a realizar seu plano. Os autores do cristianismo "gostam" da experiência de fingirem "ser o Messias". O judeu não identificado no conto final que "declarou-se
como instrutor de homens da sabedoria das leis de Moisés" é identificado como Paulo na descrição paralela em Atos 21 dada acima. Josefo também ajuda o leitor com essa identificação, iniciando as histórias paralelas com descrições dos gêneros de "Paulina" e "judeu em Roma". Uma vez que o leitor saiba que as estórias são projetadas para terem elementos intercambiáveis, não é difícil perceber que, ao mudar seus gêneros, Paulina pode se tornar Paulo, o que esclarece completamente a identidade do "judeu em Roma". A história criada pela resolução do quebra-cabeça revela como César enganou os judeus para chamá-lo de "Senhor" sem que o conhecessem, simplesmente, mudando seu nome para Jesus - o grande segredo do cristianismo. Ele também revela as chaves para entender a sátira dentro do Novo Testamento - uma personagem pode assumir outro nome, histórias que compartilham paralelos podem ser combinadas para criar outra história, e um personagem sem nome em uma passagem terá o mesmo nome que um personagem. em uma passagem paralela. Embora o enigma seja simples, a ideia técnica por trás disso é engenhosa. A história que surge quando o leitor inverte as personagens e religiões intercambiáveis pode ser lida literalmente como o evento histórico que Josefo registrou. Assim, Josefo, como ele lembra o leitor tantas vezes, escreveu a "verdade". A nova estória de Decius Mundus criada pela mudança dos nomes encontrado nos três contos se encaixa naturalmente na estória que Josefo está relatando. Ela se conecta às
passagens anteriores que têm a ver com a reação dos judeus às efígies de César em Jerusalém e o esforço romano de comprar os favores dos judeus. As estórias que substitui não se conectam às passagens anteriores a elas, são incoerentes e têm um senso de fantasia. Josefo, como ele nos lembrou com tanta frequência, escreveu a verdade - a verdade estava contida em um quebra-cabeças. O principal objetivo do quebra-cabeças era mostrar o método pelo qual as verdadeiras identidades das personagens do Novo Testamento e de "Guerra dos Judeus podem ser conhecidas, que é simplesmente combinar as histórias que contêm paralelos. Esta técnica revela as identidades do "certo jovem" capturado no Monte das Oliveiras, do filho sem nome de Maria, cuja carne foi comida, dos apóstolos Simão e João e, finalmente, do próprio Jesus. Observe também que a sedução de Paulina por Decius ocorre "no escuro", como quando Maria Madalena confunde a tumba de Lázaro com a de Jesus, descrita anteriormente. O Testimonium é encontrado em "Antiguidades dos Judeus" de Josefo, segunda obra da "história", que ele supostamente escreveu durante o reinado do irmão de Tito, Domiciano. Se o cristianismo foi criado pelos Flavianos para que César pudesse secretamente se tornar o Messias, então Domiciano poderia ter sido visto como "Jesus" quando se tornou imperador, após a morte de Tito. A obsessão de Domiciano por sua divindade era bem conhecida. Ele exigiu, por exemplo, ser tratado pelos membros do senado romano como "Mestre e Deus". Assim, Domiciano, enquanto supervisionava a produção de "Antiguidades dos Judeus", pode ter sido a base para a personagem Decius Mundus.
Esta conjectura é apoiada por um paralelo interessante entre episódios da vida de Domiciano e a história de Decius Mundus. Os Flavianos derrubaram Vitélio, o último dos imperadores Julio-Claudianos, com uma batalha que ocorreu em Roma em 69 d.C. Durante a batalha, Domiciano ficou preso atrás das linhas inimigas. Para escapar, ele vestiu uma máscara de Anúbis, exatamente como Decius Mundus, e fingiu ser um sacerdote de Ísis. Também de interesse é a passagem da história de Decius Mundus sobre o personagem chamado "Ide". ... bem como "Ide", que foi a ocasião da sua perdição ... O antigo calendário romano celebrava os idos [ides] do mês no dia quinze de março, maio, julho e outubro. Nos outros meses os idos [ides] ocorriam no décimo terceiro dia. Nisan, que na verdade se sobrepõe a março e abril, é geralmente traduzido como abril. Josefo data a Páscoa até o décimo quarto dia de Nisan. Como agora a guerra no exterior cessou por um tempo, a sedição foi intimamente revivida; durante a celebração dos pães ázimos, que agora chegou, sendo o décimo quarto dia do mês Xanthicus [Nisan], quando se acredita que os judeus foram por primeiro libertados do jugo dos egípcios. . . (158) Eu sugiro que a frase "a ocasião de sua perdição" é jogo de palavras referindo-se aos Idos de Nisan, a data da crucificação de Jesus como registrada no Evangelho de
João, que é o Evangelho que Josefo usa para ligar datas de sua história à crucificação - a data da "perdição". De qualquer forma, minha interpretação das três histórias resolve muitas questões antigas sobre como elas se relacionam umas com as outras. Essa teoria concilia todos os elementos das três histórias que surgiram. Além disso, essa interpretação resolve o longo debate sobre como as três histórias se relacionam com as passagens que estão imediatamente antes e depois delas. A primeira frase da história de Decius Mundus afirma que"outra triste calamidade causou tumulto entre os judeus, "tumulto" em grego [θορυβέω; thorubeo] também aparece nas duas primeiras passagens do capítulo, que imediatamente precedem o Testimonium. Começando com uma referência a "outro tumulto", a história de Decius Mundus parece ignorar o Testimonium. Este fato levou alguns estudiosos a suspeitar que o Testimonium foi, portanto, "inserido em Antiguidades dos Judeus" por redatores cristãos posteriores. G. A. Wells em The Jesus Myth (O Mito Jesus) argumenta esse ponto da seguinte maneira: "A palavra (tumulto) conecta esta introdução de 4 (o conto de Decius Mundus), com os "tumultos" especificados em 1 e 2. Assim, 3 - a passagem sobre Jesus - ocorre em um contexto que trata do alvoroço trazendo perigo ou infelicidade para os judeus. Que 4 segue imediatamente após 2 é óbvio a partir das palavras de abertura de 4 - "Outra calamidade". Não há nenhuma referência possível para 3." O argumento de Wells é apenas uma das várias maneiras
pelas quais os estudiosos tentaram explicar o estranho posicionamento do Testimonium. Nesse caso, Wells sugere duas razões para suspeitar que o Testimonium foi inserido por redatores cristãos posteriores entre a história de Decius e a passagem anterior referente a Pilatos. Seu primeiro argumento é que desde a palavra "tumúlto" ocorre nas passagens um e dois e não é encontrada na terceira passagem do capítulo, "O Testimonium", mas reaparece na passagem quatro, isso sugere que quatro deve vir depois de dois. Wells também argumenta que, como a expressão "outra calamidade", que começa na quarta passagem, não pode se referir ao Testimonium, deve ter originalmente seguido a segunda passagem, que, de fato, descreve uma calamidade. Muitos estudiosos notaram essa aparente falta de continuidade entre o Testimonium e o capítulo que o contém. H. St. John Thackeray, em seu trabalho de 1929 sobre Josefo, argumenta, como Wells, que a falta de continuidade no assunto do "tumúlto" sugere a ele que os redatores, para fazer a história se conformar com sua fé, criaram e inseriram o Testimonium. Thackeray conclui que o argumento de que o Testimonium pode ter sido inserido por redatores posteriores "tem grande peso". Estudiosos como Thackeray e Wells erroneamente viram falta de continuidade entre o Testimonium e as duas histórias que o seguem e o resto da história de Josefo simplesmente porque eles falharam em reconhecer que as três histórias só poderiam ter sido criadas em relação direta umas com as outras e não são contos independentes. Argumentar
que
o Testimonium foi
inserido
em
"Antiguidades Judaicas" por redatores cristãos posteriores que o colocaram por acaso entre as histórias sobre os "tumúltos" de Pilatos e a história de Decius Mundus é ilógica. Isso ocorre porque tal argumento é baseado unicamente na lacuna percebida na continuidade sobre o assunto dos "tumúltos" e ignora a continuidade criada pelas aparições paralelas de "terceiro dia" de Jesus e Decius. Como os tumultos eram comuns nas obras de Josefo e as declarações do terceiro dia a respeito da divindade são únicas na literatura, esse paralelo é claramente mais importante. Ele conecta o Testimonium à história de Decius de uma maneira muito mais forte do que a falta da palavra "tumúlto" no Testimonium sugira uma desconexão. Portanto, todas as três histórias devem ter sido criadas juntas. Essa pequena cadeia de lógica tem conseqüências de longo alcance, porque também demonstra um propósito para sua criação conjunta. Se alguém aceita que eles são um conjunto relacionado criado para algum propósito, esta interpretação parece ser a única possível. É útil listar a problemática ou os aspectos, aparentemente, incoerentes das três histórias que esta interpretação pretende mostrar com poder explicativo que ela possui. A primeira resolução para um "problema" que quero mostrar é a maneira antinatural em que o Testimonium e seus dois contos seguintes se encaixam na narrativa da estória de Josefo, o problema de uma lacuna na continuidade que Wells e Thackeray observaram acima. Para esclarecer para o leitor a natureza dessa descontinuidade, apresento a seguinte seqüência:
18:35 Pilatos chega à Judéia para abolir as leis judaicas; 18: 55-59 Pilatos introduz imagens imperiais no templo causando um "tumulto"; 18: 60-62 Pilatos tenta construir um aqueduto, causando outro "tumulto"; 18: 63-64 O Testimonium aparece; 18: 65-80 A história de Decius Mundus aparece; 18:81 -84 A história de Fulvia aparece; 18: 85-7 Pilatos tem um confronto com os samaritanos; 18: 88-9 Pilatos é removido como procurador. Quando a sequência de eventos é vista dessa maneira, é fácil entender por que estudiosos como Wells e Thackeray questionaram se redatores posteriores inseriram o Testimonium. A narrativa histórica antes e depois do Testimonium é exclusivamente sobre Pilatos. Observe, no entanto, que as histórias de Decius e Fulvia também se destacam. Nenhuma das histórias neste "conjunto" discute a atividade romana na Judéia, o tema das passagens vizinhas. Essa interpretação do "quebra-cabeças" resolve essa falta de continuidade na narrativa de Josefo. Além disso, a sátira revelada por essa solução se encaixa perfeitamente no fluxo da narrativa. Esta interpretação também resolve o aparentemente inadequado início das palavras da história de Decius,
"Outra calamidade". Como mencionado acima, muitos estudiosos acreditam que esta frase não poderia relacionarse com o Testimonium e Jesus. No entanto, dentro do contexto da minha explicação, o posicionamento da frase faz sentido perfeito, embora irônico. Os romanos inventaram o cristianismo com o propósito expresso de trazer uma calamidade aos judeus e colocá-los em "tumúlto". Os leitores relembrarão como, na passagem do "Filho de Maria", Maria usa a palavra "calamidade" para descrever o efeito que seu filho se tornará "palavra por palavra ao mundo" sobre os judeus. ". . . - Venha; sê tu a minha comida, e sê tu uma punição para estes serventes sediciosos, e um exemplo para o mundo, que é tudo o que agora está faltando para completar as calamidades para nós judeus . . ."
As três passagens que compõem o quebra-cabeças estão relacionadas com as duas passagens que precedem o Testimonium de outro modo. As duas primeiras passagens de cinco curtas passagens do capítulo, resumem satiricamente as razões pelas quais os Flavianos inventaram o cristianismo, bem como o fato de que ao inventar a religião, os romanos estavam, de fato, tomando o controle do movimento sicarii. Abaixo estão estas duas passagens. 1. Mas agora Pilatos, o procurador da Judéia, removeu o exército de Cesaréia para Jerusalém, levando seus alojamentos de inverno para lá, a fim de abolir as leis judaicas. Então ele introduziu as efígies de César, que estavam sobre seus estandartes, e trouxe-os para a cidade; enquanto a nossa lei nos proíbe a muito a confecção de
imagens; tanto que os antigos procuradores costumavam fazer sua entrada na cidade com tais estandartes, que não tinham esses ornamentos. Pilatos foi o primeiro que trouxe essas imagens para Jerusalém, e as instalou lá; o que foi feito sem o conhecimento do povo, porque foi feito no período noturno; mas assim que eles souberam disso, vieram em multidões para Cesaréia, e interviram junto a Pilatos durante muitos dias para que ele retirasse as imagens; e como ele não atendeu seus pedidos, porque isso iria configurar uma injúria a César, eles ainda assim perseveravam em seu pleito, no sexto dia, porém, ele ordenou a seus soldados que tivessem com suas armas a postos, enquanto ele veio e sentou-se em seu tribunal, cujo assento estava assim armado em um lugar aberto da cidade, que ocultava o exército que estava preparado para oprimilos; e quando os judeus o fizeram outra petição, ele deu um sinal aos soldados para cercá-los e ameaçou-os, nada menos do que, com a punição de morte imediata, a menos que eles parassem de perturbá-lo e voltassem para suas casas. Mas eles se jogaram no chão, e deixando seus pescoços nus, disseram que eles aceitariam sua morte de bom grado, ao invés de transgredir a sabedoria de suas leis, às quais Pilatos afetara profundamente: assim, devido à sua firme resolução em manter suas leis invioláveis, ele atualmente ordenou que as imagens fossem levadas de Jerusalém de volta para Cesaréia. 2. Mas Pilatos se comprometeu a trazer água corrente para Jerusalém, e fez com o dinheiro sagrado, e sua origem derivada de um fluxo que estava a duzentos furlongs (40 Km.) de distância. No entanto, os judeus não ficaram satisfeitos com o que havia sido feito sobre esta água; e mais de dez mil pessoas se juntaram e fizeram um clamor
contra ele, e insistiram que ele deveria deixar de lado esse projeto. Alguns deles também usaram de censuras, e abusos sobre os homens; entre eles havia um grande número de seus soldados que tinham por hábito carregar adagas sob suas vestes, ele os enviou para um lugar onde puderam cercá-los. Então ele pediu aos judeus que fossem embora; mas eles corajosamente começaram a lançar injurias sobre ele, então sinalizaram aos soldados como fora previamente combinado; mas eles desferiram sobre os judeus golpes muito maiores do que os ordenados por Pilatos e igualmente puniram aqueles que estavam tumultuando como a aqueles que não estavam; não poupando nenhum deles: e como as pessoas estavam desarmadas, e foram apanhados por homens preparados para o que estavam fazendo, houve um grande número de mortos por este meio, e outros fugiram feridos. E assim foi posto um fim nesta sedição. (159) As duas passagens satiricamente confirmam toda a premissa a respeito do cristianismo. Os judeus não adoravam os imperadores romanos e não eram influenciados pela violência; portanto, Roma foi forçada a "tornar-se" no movimento sicarii. A descrição satírica dos romanos se tornando sicarii é descrita acima na frase: ". . . - entre eles havia um grande número de seus soldados que tinham por hábito carregar adagas sob suas vestes. . ." Os indivíduos cujo "hábito" incluía carregar "adagas sob suas vestes" eram, claro, os sicarii. ". . . - E quando eles se juntaram a muitos dos sicarii, que se aglomeravam entre as pessoas mais fracas (esse era o
nome de tais ladrões que tinham sob seus peitos espadas chamadas "Sicae") . . ."(160) O efeito do cristianismo também é registrado dentro da sátira. Este efeito foi acabar com a rebelião. ". . . - E assim foi posto um fim a essa sedição." Ao determinar a força de uma teoria, é útil enxergar quanto "poder explicativo" ela possui. A lista a seguir demonstra quantos "enigmas" essa interpretação resolve. Esta interpretação: • resolve a confusão percebida por Josefo sobre qual religião estava "em Roma"; • resolve porque Paulina, do culto de Isis, e não Fulvia, a judia, é quem rasga suas vestes; • resolve porque Josefo registrou que o templo de Isis fora destruído, embora estivesse ciente de que tal destruição não ocorrera; • resolve porque as mulheres nas diferentes histórias tinham maridos chamados Saturnino que conheciam o imperador; • resolve porque a história de Decius e a história de Fulvia têm o mesmo enredo;
• resolve porque um personagem tem o nome incomum "Decius Mundus"; • resolve porque um personagem tem o nome incomum "Ide"; • resolve o uso paralelo no Testimonium e na estória de Decius, da expressão "recebida com prazer"; • resolve os paralelismos incomuns entre o judeu perverso na estória de Fulvia e o apóstolo Paulo; • explica porque Decius Mundus não escondeu sua resolução de se matar; • e mais importante, esta interpretação explica como as duas "declarações de divindade do terceiro dia" na literatura acabam sendo colocadas uma ao lado do outra. Há ainda outro paralelo entre o conto de Decius Mundus e o Testimonium, um paralelo apenas aparente quando se lê as passagens em seu original em grego. No Testimonium, Jesus é descrito como um professor de pessoas que "aceitam a verdade com prazer". A palavra grega para prazer que Josefo usa é hedone, a raiz da palavra em português "hedonismo". Estudiosos têm se intrigado sobre o uso de hedone por Josefo aqui. Hedone geralmente denota prazer sensual ou malicioso, e "aceitar a verdade com hedone" é um conceito estranho. A frase que Josefo escreveu em grego também poderia ser traduzida "recebeu a verdade com prazer malicioso."
O verbo Josephus usa nesta frase é dechomenon, que significa receber, esta é a frase lida em grego "hedonei talethe dechomenon". No conto de Decius Mundus, Decius também recebe algo com "prazer sensual". Decius recebe a "trama" armada para Ide que lhe permite seduzir Paulina com prazer sensual - hedone, lido em grego como "dechomenou ten hiketeian hedonei". O mesmo verbo, dechomenou (que significa tanto "aceitar ou receber"), é usado com hedone no Testimonium. Isso cria mais um paralelo entre a estória do Testimonium e de Decius. Com base no contexto fornecido pela estória de Decius, uma conjectura lógica é que essa combinação de verbos / substantivos cria o idioma "se ferrando" (mantendo relações). Eu fui incapaz de confirmar essa conjectura por outro exemplo do grego clássico, no entanto. Hedone também é usado de maneira interessante com outra palavra. Josefo conclui seu prefácio à "Guerra dos Judeus" com a seguinte declaração; ". . . - Tauta panta perilabon en hepta bibliois kai medemian tois epistamenois ta pragmata kai paratuchousi toi polemoi katalipon e mempseos aphormen e kategorias, tois ge ten aletheian agaposin, alia me pros hedonen anegrapsa. Poiesomai de tauten tes exegeseos archen, hen kai ton kephalaion epoiesamen." (161) A tradução de Whiston para o inglês é a seguinte: Eu compreendi todas estas coisas em sete livros, e não deixei nenhuma oportunidade para reclamação ou acusação
aos que foram familiarizados com esta guerra; e eu escrevi o que se segure para aqueles que amam a verdade, mas não para aqueles que se agradam [com relações fictícias]. E assim eu vou começar minhas considerações sobre essas coisas com o que eu chamo de meu primeiro capítulo. A razão pela qual Whiston coloca parênteses ao redor da frase ". . . mas não para aqueles que se agradam [com relações fictícias] . . .", foi para alertar o leitor de que é uma tradução imprecisa. As palavras gregas que Josefo usa aqui, hedonen anegrapsa, não significam "agradar a si mesmas com relações fictícias", mas sim agradar a si mesmas em "serem registradas". Usado em conexão com uma pessoa, como é aqui, a palavra-chave anagrapho, significa registrar ou registrar nomes. Whiston arbitrariamente inseriu a frase [com relações fictícias] em sua tradução porque ele acreditava que essa era a ideia que Josefo realmente queria dizer. Uma tradução literal da sentença seria a seguinte: ". . . e eu escrevi para o bem daqueles que amam a verdade, mas não para aqueles que se agradam com o registro de nomes. . ." Enquanto Whiston achou esta tradução incoerente, de minha parte em última análise, faz todo o sentido, pois a técnica usada pelos autores do Novo Testamento e das obras de Josefo, para transformar o judaísmo em cristianismo era a troca ou o "não registro" dos nomes. Decius tornou-se Anúbis e Tito se tornou Jesus. Nenhum dos dois valorizava muito "essa questão de nomes". As aparentes "incoerências" de Josefo são muito
significativas e devem ser traduzidas exatamente como foram escritas.
CAPÍTULO 12 O Pai e o Filho de Deus
"Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar." Mateus 11:27
As profecias do juízo final de Jesus foram dirigidas contra a "geração perversa" dos judeus que se rebelaram contra Roma. Portanto, sua "segunda vinda" ameaçava predizer a destruição de Jerusalém por 70 EC. Este foi o entendimento da maioria dos teólogos cristãos até este século e ainda é a forma como os cristãos pretendem compreender essas profecias. O teólogo do século 17 Reland viu o assalto romano a Jerusalém desta maneira: "O Filho de Deus veio agora para se vingar dos pecados da nação judaica". Seu contemporâneo, William Whiston, foi ainda mais específico. Ele entendeu que as palavras de Jesus indicavam "que ele viria à frente do exército romano para sua destruição. "
Eu estou em completo acordo com Reland e Whiston. Tudo do ministério de Jesus era sobre a próxima guerra com Roma e foi projetado para estabelecer Jesus como precursor de Tito. Portanto, a relação entre Jesus e "o Pai", referida ao longo dos Evangelhos, é um precursor do relacionamento entre Tito e seu pai, o imperador e deus Vespasiano. Todos os diálogos que descrevem o relacionamento de Jesus com o Pai usam jogos de palavras em sátiras que realmente descrevem o relacionamento de Tito com seu pai verdadeiro, Vespasiano. Apoiando essa premissa está o fato de que todas as descrições de Jesus de seu relacionamento com o pai mencionam que pai e filho possuem identidades secretas conhecidas apenas pelos dois. "E, se na verdade julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, mas eu e o Pai que me enviou. E na vossa lei está também escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou. Disseram-lhe, pois: Onde está teu Pai? Jesus respondeu: Não me conheceis a mim, nem a meu Pai; se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai." João 8:16-19 Em Mateus, Jesus também fala de uma identidade secreta conhecida apenas ele e seu pai.
"Naquele tempo, respondendo Jesus, disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim te aprouve. Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar." Mateus 11:25-27 No Evangelho de João, Jesus discute novamente seu relacionamento com o pai. Mais uma vez a discussão ocorre dentro do contexto de uma identidade oculta. Neste caso, seus questionadores estão tentando determinar se Jesus está afirmando ser o Messias. Teólogos cristãos fizeram numerosos esforços para explicar o significado de Jesus aqui. Minha explicação é que é uma revelação que Jesus era um "deus" e não "Deus". "E dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão. Mas a que Meu Pai, me deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um. Os judeus pegaram então outra vez em pedras para o apedrejar. Respondeu-lhes Jesus: Tenho-vos mostrado muitas obras boas procedentes de meu Pai; por qual destas obras me apedrejais? Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo.
Respondeu-lhes Jesus: Não está escrito na vossa lei: Eu disse: Sois deuses? Pois, se a lei chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida, e a Escritura não pode ser anulada, aquele a quem o Pai santificou, e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus? Se não faço as obras de meu Pai, não me acrediteis. Mas, se as faço, e não credes em mim, crede nas obras; para que conheçais e acrediteis que o Pai está em mim e eu nele." João 10:28-38 Se o diálogo de Jesus é, como sugiro, uma maneira satírica de descrever Tito e seu pai, o deus Vespasiano, então a passagem acima faz perfeito sentido. É de interesse que Tito é a única pessoa, além de Jesus, quem é referido no Novo Testamento com a frase "vinda de". Mas Aquele que conforta os deprimidos - até mesmo Deus - confortou a nós pela vinda de Tito, e não somente por sua vinda. . . (163) Um "Tito" também é descrito nas cartas paulinas como "verdadeiro filho". ". . . Para Tito meu verdadeiro filho em nossa fé comum. . ." Tito 1: 4,2 Quando Vespasiano morreu em 79 EC, Tito o sucedeu
como imperador. Entre suas primeiras ordens de negócios estava ter seu pai deificado. Não era uma tarefa rotineira Vespasiano seria o primeiro imperador não-JulioClaudiano a ser tão honrado. Mas isso era importante porque a deificação de Vespasiano quebraria a cadeia de sucessão divina mantida pela linha júlio-claudiana desde Júlio César e, assim, ajudaria a garantir um futuro imperial para a família Flaviana. Para que Vespasiano se tornasse um "divus", o senado romano teria que assim proclamá-lo por decreto. Era um costume exclusivamente romano que somente o senado podia conceder o título de "divus" aos imperadores. Ao longo dos anos, o Senado recusou muitos candidatos ao título. Portanto, Tito precisou de alguma forma demonstrar ao Senado que a vida de Vespasiano tinha sido a de um deus. Durante esse tempo, ele também estaria envolvido na criação de uma burocracia de todo o império para administrar o culto de Vespasiano, uma vez que fosse estabelecido. Apesar do fato de que a consagração de Vespasiano ter sido de grande importância para Tito, isso não ocorreu até seis meses após sua morte. Este intervalo entre a morte de um imperador e sua consagração era um tempo extraordinariamente longo. Foi nessa época que o Novo Testamento foi criado. A duração do intervalo, devido ao fato de que durante este período, Tito criou não apenas uma, mas duas religiões que adoravam seu pai como um deus, bem como a peça de acompanhamento do Novo Testamento, "Guerra dos Judeus". Como as profecias de Jesus aconteceram durante a guerra
judaica, elas provaram que Deus havia sancionado os eventos que previa. Isso é exatamente o que Tito estaria tentando demonstrar ao senado romano - que os eventos da vida de seu pai, certamente incluindo sua conquista da Judéia, provaram que ele era divino e que ele merecia ser decretado um divus. Visto dessa perspectiva, as semelhanças entre o cristianismo e o culto de Vespasiano são óbvias. Quando Tito fez com que seu pai fosse declarado um deus, ele "deificou" os eventos da vida de Vespasiano. Assim, todas as profecias de Jesus sobre a ira da vinda de Deus sobre a Judéia fluem sem contradição no culto de Vespasiano. De fato, os evangelhos poderiam ter sido apresentados ao senado romano como "prova da absurda premissa de que a vida de Vespasiano era a de um deus". Para ver isso mais claramente, simplesmente subtraia o judaísmo e a Judéia do Novo Testamento. E se Tito, ao tentar convencer o senado romano de que certos acontecimentos da vida de seu pai provavam que ele era divino, afirmara que um profeta havia vagado pela Itália em 30 EC, prevendo que dois deuses romanos, um pai e um filho iriam, um dia, destruir uma "geração perversa" de judeus que se rebelaram contra Roma e junto com eles o templo de Jerusalém? Cada membro do senado teria entendido que os deuses que esse profeta italiano havia "previsto" eram Vespasiano e Tito. Claro, nenhum senador romano teria sido tão ingênuo a ponto de acreditar na história. Localizar o profeta na Judéia não torna tais profecias mais plausíveis, mas, o cristianismo não foi criado para uma audiência sofisticada.
As estórias de Josefo, que profetizaram que Vespasiano seria o governante mundial previsto pelas profecias messiânicas do judaísmo, da mesma forma que forneciam apoio à deificação de Vespasiano. O Novo Testamento e "Guerra dos Judeus" afirmam que a destruição da Judéia foi o ato de um deus - a mesma premissa absurda feita pelo culto de Vespasiano. Quando alinhamos o Novo Testamento com "Guerra dos Judeus", uma imagem clara emerge. Jesus previra que um "Filho do Homem" cercaria Jerusalém com um muro e destruiria seu templo e traria tribulação sobre a "geração perversa" que se rebelou contra Roma. Na verdade, um homem realmente tinha essas características precisas. Um homem que era um "filho de deus" e cujos seguidores "pescavam homens" em Genesaré. Um homem que cercou Jerusalém com uma parede e destruiu o templo de Jerusalém. Um homem que trouxe a tribulação que Jesus havia previsto para a "geração iníqua" e então terminou seu "ministério" condenando Simão e poupando João. O homem era Tito; "Titus Flavius". Apenas um homem naquele momento da história tinha o poder de estabelecer uma religião. Ao mesmo tempo em que a primeira evidência real do cristianismo emerge, um homem é conhecido por ter estabelecido uma religião que, como o cristianismo, sustentava que a destruição de Jerusalém e seu templo era obra de um deus. O homem era Tito; "Titus Flavius". Tenha em mente que ninguém tinha uma motivação mais forte do que Tito para encontrar um método econômico de
conter o judaísmo militante, que era tão caro para Roma controlar. Finalmente, apenas uma família diferente de Jesus está associada à origem do cristianismo. É a família de "Titus Flavius". Mesmo se desconsiderando a tradição que considera Flavius Clementis [Clemente I] como o primeiro papa, bem como todas as outras tradições dos Flavianos conectadas às origens do cristianismo, a inscrição nomeando Flavia Domitila como a fundadora do mais antigo cemitério para os cristãos em Roma que existe ainda hoje; se alguém ignorar até mesmo isso, as obras de F|lavio Josefo seriam suficientes para confirmar a conexão dos Flavianos com as origens do cristianismo. As obras de Josefo deliberadamente falsificaram a história para dar suporte ao dogma cristão. E seja lá quem quer que fosse, Josefo era um Flaviano adotivo. Quanto à questão de quem entendia o judaísmo bem o suficiente para criar o cristianismo, essa informação era abundante, mesmo dentro do pequeno círculo de confidentes conhecidos de Tito. A amante de Tito, Bernice, apesar de herodiana, tinha ancestrais macabeus e afirmava ter sido judia. Embora os judeus do movimento messiânico não tivessem visto sua perspectiva religiosa como judaica, ela claramente saberia muito sobre o judaísmo de seus dias e teria sido capaz de contribuir para a criação dos Evangelhos. Tibério Alexandre era outro indivíduo dentro do círculo mais íntimo de Tito que conhecia bem o judaísmo e poderia supervisionar a produção do Novo Testamento. Tibério era sobrinho do famoso filósofo judeu Filo e Vespasiano o
considerava com tal consideração que fez de Tibério o chefe de gabinete de Tito durante o cerco a Jerusalém. Embora judeu, Tibério Alexandre era um cavaleiro romano que fora moralmente capaz de ordenar o assassinato de milhares de sua raça para manter a "Pax Romana", a paz romana. Quando os judeus de Alexandria "perturbaram", Tibério ordenou que as tropas romanas não apenas matassem os desordeiros, mas também saqueassem e queimassem seu gueto. Josefo registra que "cinquenta mil cadáveres foram empilhados". Tibério, em seu papel de chefe de gabinete de Tito durante o cerco a Jerusalém e o subsequente massacre e escravização dos judeus de lá, mostrou obediência escrava a Roma. Isso seria mais que suficiente, para alguém de ascendência judaica auxiliar uma religião que seria usada para oprimir seu próprio povo. Sua perspectiva religiosa foi romanizada a tal ponto que ele não era nem mesmo monoteísta. Ele costumava usar a palavra "deuses". Josefo, que, fato que deve ser lembrado, também alegou ser um judeu, registrou a estreita relação de Tibério com os Flavianos. ... como também veio Tiberius Alexandre, que era amigo dele, mais valioso, tanto por sua boa vontade para ele, e por sua prudência. Ele já havia sido governador de Alexandria, mas agora era considerado digno de ser general do exército [sob Tito]. A razão disso foi que ele havia sido o primeiro a encorajar Vespasiano muito recentemente a aceitar este seu novo domínio, e juntou-se a ele com grande fidelidade, quando as coisas eram incertas, e a sorte ainda não havia se manifestado a ele. Ele também seguiu Tito como um conselheiro, muito útil para ele nesta guerra, tanto por sua idade como pela habilidade em tais assuntos. (165)
Para aqueles indivíduos que eram completamente escravizados pelos Flavianos e que viam o judaísmo messiânico militante como uma ameaça a seus interesses financeiros, fornecer as informações para construir uma versão do judaísmo que estivesse alinhada com Roma teria sido automática. Uma das principais causas da guerra entre os romanos e os judeus foi a recusa dos judeus em adorar os imperadores romanos como deuses. Embora o resto do império o fizesse, os judeus não chamariam César de "Senhor". Como já observei, a sátira mais cruel do cristianismo foi que, ao substituir o Deus judeu e o filho de Deus pelos imperadores romanos, os judeus foram enganados e levados a chamarem César de "Senhor" sem o saberem. A cristandade roubou as identidades do Deus do Judaísmo e seu filho Messias, bem como as de João e Simão, os líderes da rebelião messiânica. Suas identidades foram dadas a Vespasiano e Tito e aos "apóstolos cristãos" João e Simão. Essas personagens disfarçadas foram combinadas com outros símbolos da conquista romana, a cruz da crucificação e a "carne do Messias", para criar uma religião que absorvia e ridicularizava o movimento messiânico. Este foi o triunfo final da família imperial. Esse sombriamente satírico conceito de identidades trocadas está em jogo de tal forma que o Novo Testamento e as obras de Josefo juntas são um enigma cuja solução produz as verdadeiras identidades de suas personagens. Por que foi necessário criar esse vasto quebra-cabeças literário? Porque era o único método pelo qual Tito podia criar uma religião que resolvesse o problema da recusa dos judeus em aceitar
o imperador romano como um deus e também dar conhecimento à posteridade que fora ele quem o fez. ". . . - Mas o que foi mais surpreendente para os observadores foi a coragem das crianças; porque nenhuma delas fora até aquele momento obrigada por esses tormentos, nomear a César como seu senhor. Até então, a força da coragem [da alma] prevalecera sobre a fraqueza do corpo." (166) Os autores do cristianismo pretendiam que seus enigmas eventualmente fossem resolvidos e o completo triunfo de Tito seria então revelado, uma tarefa triste que caiu para este autor. Eu suspeito que o cristianismo, como a versão satírica do culto imperial, foi primeiro inserido nas áreas em torno da Judéia para servir como uma barreira teológica para a disseminação do judaísmo militarista. Evidentemente sucedendo além da intenção original de seus criadores, foi finalmente decretada a religião do estado. A religião tornou-se assim uma profilaxia para todas as populações escravas potencialmente rebeldes em todo o império. Para tornar o culto o mais eficiente possível na promoção de seus interesses, seus inventores faziam seus paródicos messias defenderem tanto o pacifismo como o estoicismo, pelos quais os cristãos aprendem a subjugar sua rebeldia e encontrar santidade na subserviência. Essa combinação de teologia cristã e poder imperial romano foi tão eficaz que manteve a civilização europeia congelada por mais de 1000 anos, durante toda a Idade das Trevas.
Uma burocracia romana chamada Commune Asiae, uma organização que administrava o culto imperial na Ásia, provavelmente teria supervisionado a implementação original do cristianismo. Notavelmente, todas as sete "igrejas da Ásia" mencionadas em Apocalipse 1:11 eram conhecidas por terem agentes da Comunne Asiae localizados dentro delas. Cinco dessas sete cidades eram locais do festival do culto imperial, realizado uma vez a cada cinco anos. Nestas cidades, teria sido possível supervisionar duas versões do culto imperial, uma para os cidadãos romanos e outra para os "escravos e escória" vistos como suscetíveis à atração do Messias. O quebra-cabeça de Decius Mundus descrito anteriormente indica que "sacerdotes iníquos" aceitavam dinheiro para construir congregações para o novo judaísmo. Após a destruição do templo, alguns dos 18.000 sacerdotes que anteriormente trabalhavam lá, presumivelmente, ainda estavam vivos e precisariam procurar novos empregos. Os primeiros sacerdotes cristãos podem ter sido contratados dos remanescentes do enorme grupo que uma vez ministrou no agora então destruído templo. No entanto, se esses fatos foram a versão romana do judaísmo que foi introduzida às massas por um grupo de "sacerdotes ímpios"; que teriam sido empregados pelos Flavianos para pregar os "Evangelhos" - uma palavra que tecnicamente significa "boas notícias de vitória militar": as primeiras pessoas a ouvirem a estória de Jesus provavelmente seriam escravas, cujos patronos simplesmente lhes ordenaram que comparecessem aos cultos. Depois de um tempo, alguns começaram a acreditar, depois muitos.
CAPÍTULO 13 O uso por Josefo do livro de Daniel
Como afirmei, as obras de Josefo forneceram apoio à doutrina religiosa do cristianismo. Os primeiros escritores cristãos entendiam que os paralelos entre as profecias de Jesus e histórias de Josefo provavam que Jesus poderia prever o futuro. Não só isso, além de simplesmente registrar que as profecias de Jesus haviam acontecido realmente, Josefo falsificou as datas dos acontecimentos que ele descreveu em “Guerra dos Judeus”. Ele faz isso para que a sequência de eventos pareça "provar" que as profecias de Daniel vieram a acontecer dentro do primeiro século E.C. e que Jesus seria o filho de Deus que Daniel imaginou. A seguinte passagem de Santo Agostinho exemplifica a crença dos padres da igreja primitiva de que a destruição de 70 E.C. de Jerusalém cumpriram simultaneamente as profecias de Daniel e Jesus. “Lucas, para mostrar que a abominação citada por Daniel terá lugar quando Jerusalém for capturada, recorda estas palavras do “Senhor” no mesmo contexto: quando você vir Jerusalém sob um exército, então saiba que a sua devastação está prestes a acontecer. Para Lucas, muito claramente isto testemunha que a profecia de Daniel foi cumprida quando da queda de Jerusalém.” (167)
Não é facilmente reconhecido que Josefo tenha falsificado as datas dos acontecimentos na guerra dos judeus para que o trabalho fosse visto como o cumprimento das profecias de Daniel; Isto é notável porque ele constantemente lembra a seus leitores que ele está fazendo exatamente isso. “. . . E, de fato, isso aconteceu, que a nossa nação sofreu essas coisas com Antíoco Epifânio, de acordo com a visão de Daniel, e o que ele escreveu muitos anos antes que eles viessem a ocorrer. Da mesma maneira Daniel também escreveu sobre o governo romano, e que o nosso país seria devastado por eles. Todas essas coisas este homem escreveu, como Deus havia revelado a ele .” (168) A passagem acima não poderia indicar a proposição mais claramente. Josefo está afirmando que os acontecimentos que ele descreve em suas obras são parte do cumprimento das profecias de Daniel. Ele compartilha essa compreensão dos acontecimentos com Jesus, que também acreditava que as profecias de Daniel previam a destruição de Jerusalém em 70 E.C. . As profecias de Daniel previram eventos que se estendiam a cinco séculos. Eles previram que, no final deste período de tempo, um Messias, que seria um filho de Deus, apareceria e seria "cortado". Este “corte” do Messias seria então seguido pela destruição de Jerusalém. Portanto, para demonstrar que a guerra entre os romanos e os judeus é aquela que Daniel imaginou, Josefo começa a alinhar sua história com as profecias de Daniel muitos anos antes dos acontecimentos do primeiro século E.C. Josefo começa “Guerra dos Judeus” com uma passagem que descreve o ataque de Antíoco Epifânio a Jerusalém, que ocorreu
aproximadamente 200 anos antes do nascimento de Cristo. Josefo claramente indica que o assalto foi um acontecimento no continuum profético de Daniel — especificamente, a desolação que Daniel prevê em Daniel 7:13-8:12. Ele faz isso usando uma frase encontrada somente no livro de Daniel, o "fim do sacrifício diário", e documentando a quantidade de tempo durante a qual o sacrifício diário foi interrompido, "três anos e seis meses". Ao usar estas frases, Josefo está afirmando categoricamente que as profecias de Daniel estão sendo cumpridas. Esta posição não pode ser refutada, porque o próprio Josefo escreve a passagem acima ". . .que nossa nação sofreu estas coisas sob Antíoco Epifânio, de acordo com a visão de Daniel." Enquanto a seguinte passagem pode parecer inócua, é de fato a prova de Josefo" que o continuum profético de Daniel estava ocorrendo, e que, portanto, o primeiro século E.C. veria tanto um Messias que seria" cortado” como a destruição de Jerusalém. Observe o uso de Josefo da frase de Daniel "três anos e seis meses". “Ao mesmo tempo em que Antíoco, que foi chamado Epifânio, teve uma rixa com o sexto Ptolomeu sobre seu direito a todo o país da Síria, uma grande sedição caiu entre os homens poderosos da Judeia, e eles entraram em uma disputa sobre a obtenção do governo; Enquanto cada um daqueles que eram dignos não podiam suportar se sujeitar a seus iguais. No entanto, Onias, um dos sumos sacerdotes, conseguiu mais, e expulsou os filhos de Tobias para fora da cidade; que fugiram para Antíoco, e suplicaram-lhe que os nomeassem como seus líderes em uma expedição à Judeia. O rei que já estava disposto a isso de antemão, combinou com eles, e foram sobre os judeus com um grande exército,
e tomaram sua cidade pela força matando uma grande multidão daqueles que eram a favor de Ptolomeu, e também depois enviou seus soldados para saqueá-los sem misericórdia. Ele também profanou o templo, e pôs um fim à prática constante de oferecer um sacrifício diário de expiação por três anos e seis meses.” (169) Ao começar seu trabalho com esta descrição, Josefo está, de fato, afirmando que todos os acontecimentos no continuum profético de Daniel virão a passar dentro da era que suas histórias cobrem. Isto porque uma vez que um evento é vinculado a um ponto no continuum de Daniel não pode haver parada até que todas as profecias em seu continuum tenham sido cumpridas. O “corte” do Messias que Daniel previu é um desses eventos. Portanto, mesmo que Jesus não seja mencionado em “Guerra dos Judeus”, Josefo estava ciente de que, se a destruição de Jerusalém que as profecias de Daniel previram eram para ocorrer em 70 E.C., o Messias que Daniel previu teria vivido e sido "cortado” no início do primeiro século. Josefo está, de fato, apoiando a afirmação de que Jesus existia, e foi o Messias que Daniel profetizou com a primeira sentença de sua obra. Depois de estabelecer o continuum das profecias de Daniel com o ataque de Antíoco Epifânio a Jerusalém, Josefo então registra que a destruição em 70 E.C. de Jerusalém traz um fim para as profecias de Daniel. Ele faz isso para "documentar", mais uma vez, que as sequências de tempo entre os eventos relacionados durante a guerra coincidem com a conclusão que Daniel imaginou, e usando termos encontrados apenas no livro de Daniel.
O leitor notará que, em nenhum dos exemplos que apresento, Josefo tenta retratar certos acontecimentos como ocorrendo em datas precisas. Não havia nenhum sistema no primeiro século para determinar precisamente as datas em que as profecias de Daniel poderiam ser alinhadas. Em qualquer caso, as profecias de Daniel são tão vagas que desafiam a especificidade temporal. As únicas certezas que lhes dizem respeito é que ele usa a palavra "semana" para se referir a um período de sete anos, não a sete dias e que suas visões abrangem uma extensão de quatrocentos e noventa anos. Josefo orienta seus leitores para chegar a suas conclusões pretendidas usando palavras e frases como "desolação" e "fim do sacrifício diário", com a premissa de que o leitor esteja familiarizado com as profecias de Daniel, e, mais concretamente, simplesmente afirmando que suas profecias haviam se cumprido. Além disso, Josefo também data eventos dentro de sua história em tempos precisos que se estendem em relação uns aos outros, criando a impressão de que eles faziam parte das profecias de Daniel. Josefo registrou que os eventos relacionados ocorreram durante três anos e meio (meia semana) ou sete anos (uma semana). A duração da guerra foi de sete anos e o "fim do sacrifício diário" foi de três anos e meio desde o seu início. Tenha em mente que Josefo não estava meramente inventando uma religião; Ele também estava inventando uma sequência temporal dentro da qual a religião estava contida. Nenhuma das cronologias do primeiro século, pelas quais nós nos orientamos hoje, existiram até que o autor (es) das obras de Josefo criou. Porque ele estava literalmente criando tanto a história como o tempo, Josefo foi livre para relacionar um evento ao outro da maneira que
ele escolhesse. Seu registro do alinhamento perfeito de eventos nas sequências de tempo que Daniel previu é fruto de seu testemunho de fenômenos sobrenaturais ou uma falsificação deliberada. Atualmente há virtualmente uma disputa entre estudiosos sobre a cronologia que Josefo dá em “Guerra dos Judeus”. (170) Por exemplo, Josefo dá uma data mais atrasada do que registram Suetonius (171) e Dio para quando Vespasiano tenha começado a se preparar para a guerra civil em Roma, que o levou a tornar-se imperador. É provável que Josefo tenha feito isso para dar apoio à alegação flaviana de que Vespasiano não era ansioso para se tornar imperador. Esta "moldagem" do tempo por Josefo para criar a propaganda flaviana é exatamente a mesma técnica que ele usou para criar o alinhamento entre a campanha flaviana na Judeia e as profecias de Daniel. Embora não seja necessário que o leitor seja completamente conhecedor sobre as profecias arcanas de Daniel e seu sistema de datação, para compreender esta análise, mas algumas informações são úteis. Daniel imaginou uma série de tribulações para os judeus durante as quais vários desastres iriam se abater sobre eles. Dentro deste período de tempo, ele previu que um Messias, a quem ele se referiu como o “Filho de Deus”, que seria "cortado". O período duraria 490 anos, ou "sete vezes 70 semanas" previsto por Daniel. Várias semanas, períodos de três anos e meio, ocorreriam em semanas específicas. “Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a
justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo.” [Daniel 9:24] (172) Quando Josefo alinha os acontecimentos do primeiro século com as profecias de Daniel, ele está criando um contexto histórico que inclui o “Filho de Deus”, o “Messias”. Nenhuma outra interpretação é possível. “Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos.” [Daniel 9:25] (173) “E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações.” [Daniel 9:26] (174) Daniel prevê uma guerra que durará uma semana (sete anos). No ponto médio desta semana (três anos e meio após o seu início), o "sacrifício diário" cessará e a "abominação da desolação", também prevista por Jesus, ocorrerá. “E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.” [Daniel 9:27] (175) Entendendo isso, o leitor deve considerar que a seguinte passagem de “Guerra dos Judeus” é, sem dúvida,
significativamente para ser entendida como demonstrando o alinhamento entre as profecias de Daniel e a história como Josefo está descrevendo. O "fracasso do sacrifício diário", três anos e meio desde o início da guerra, é um conceito muito único e preciso, para permitir qualquer outra interpretação. Além disso, esta passagem deve estar descrevendo a "abominação da desolação" que Jesus profetizou no novo testamento, um ponto ao qual devo aprofundar-me. A passagem é a mais importante nas obras de Josefo para revelar a técnica de datação que ele estava tentando criar. Eu incluí a passagem inteira porque contém muitos pontos centrais a minha teoria. A passagem começa com Tito trazendo Josefo às muralhas de Jerusalém para informar aos rebeldes judeus em sua própria língua da preocupação de Tito sobre o fim do "sacrifício diário" a Deus. A passagem deixa completamente claro que Josefo compreende que as profecias de Daniel estão sendo cumpridas. Observe que Josefo não está relatando descrições de segunda ou terceira mão, ou que pode estar meramente sugerindo isso. Josefo está citando a si mesmo.
"E agora Tito dera ordens aos seus soldados que estavam com ele para cavarem as fundações da torre de Antônia, e deixarem pronta nela uma passagem para o seu exército subir; enquanto ele mesmo havia trazido Josefo consigo, [porque ele tinha sido informado que naquele mesmo dia, que era o décimo sétimo dia de Panemus [Tamuz], o sacrifício chamado "o Dia do Sacrifício "falhara e não fora ofertado a Deus, pois faltavam homens para oferecê-lo, e de que o povo estava gravemente incomodado com isso,] e ordenou-lhe que dissesse as mesmas coisas para João as
quais ele já havia dito antes, que se ele tivesse alguma malintencionada inclinação para lutar, ele poderia sair com o maior número de seus homens como quisesse, a fim de lutar, sem o perigo de destruir sua cidade ou templo; mas que ele não desejava isso, e, não iria profanar o templo, nem ofender a Deus. Que ele e os judeus poderiam, se quisessem, oferecer os sacrifícios que haviam sido interrompidos, a quem ele deveria ficar acima. Sobre isto Josefo ficou em um tal lugar de onde ele podia ser ouvido, não apenas por João, mas por muitos mais, e em seguida, declarou-lhes o que César tinha lhe comunicado, e ele fez isso no idioma hebraico. Por isso, ele orou fervorosamente para que poupassem sua própria cidade e impedissem o fogo que estava pronto para ser ateado ao templo e pudessem oferecer seus sacrifícios habituais a Deus. Após estas palavras dele, uma grande tristeza e silêncio foram observados entre as pessoas. Mas o próprio tirano lançou muitas críticas sobre Josefo, com imprecações além disso; e finalmente acrescentou isso, que ele nunca temeu a tomada da cidade, porque era a cidade de Deus. E em resposta ao que Josefo dissera, falou assim, em voz alta: "Para ter certeza de que você manterá esta cidade maravilhosamente puro pelo amor de Deus; o templo também deverá continuar não profanado! Nem tu tens sido culpado de toda impiedade contra ele por cuja ajuda tu esperas! Ele ainda recebe seus sacrifícios habituais! Que vil desgraçado teu artificio! Se alguém te privar da tua comida diária, tu o consideraria como um inimigo; mas tu espera ter esse Deus como teu apoiador, este a quem privaste-te do seu culto eterno; e você imputa esses pecados aos romanos, que até agora tem cuidado de termos nossas leis observadas, e quase obrigarem que esses sacrifícios ainda fossem ofertados a Deus, que pelos teus meios teria sido
interrompido! Quem está lá que pode evitar gemidos e lamentações na incrível mudança que é feita nesta cidade? Desde que muitos estrangeiros e inimigos agora corrigem aquela impiedade que você ocasionou; enquanto tu que é um artista judeu, e foi educado em nossas leis, a tua arte se tornou um maior inimigo para os judeus do que os outros." (176) Josefo está tentando neste momento na passagem seguinte, "distorcer o judaísmo contra si mesmo". Ele tenta convencer "João", o líder rebelde, de uma maneira reminiscente a de Jesus, da sabedoria do "arrependimento". Para fazer isso, ele aponta que Jeconias, um antigo rei dos judeus, rendeu-se aos babilônios ao invés de arriscar ter o templo destruído, um ato pelo o qual os judeus o reverenciaram para sempre. Observe também que Josefo está falando diretamente a João, o líder rebelde, que foi a base para a personagem do novo testamento, "o Apóstolo João". Josefo, na verdade, está usando as próprias convicções religiosas dos judeus para convencê-los a se render, ou, como Jesus diria, "para virar a outra face." "Mas mesmo assim, João, nunca será desonroso para ti se arrepender, e mudar o que tem sido feito de errado, mesmo em caso extremo. Tu tens um exemplo diante de ti em Jeconias, o rei dos judeus, que tendo em mente salvar a cidade, quando o rei da Babilônia fez guerra contra ele, fez seu próprio acordo de sair desta cidade antes de ser tomada, e se submeteu-se a um cativeiro voluntário com sua família, para que o santuário não fosse entregue ao inimigo, e ele não visse a casa de Deus incendiada; ao que me consta ele
é celebrado entre todos os judeus, em seus memoriais sagrados, e sua memória se tornou imortal, e será transmitida fresca para a nossa posteridade através de todas as eras. Isto, João, é um excelente exemplo em um momento de perigo, e atrevo-me a prometer que os romanos ainda te perdoarão. E observai que eu, que faço esta exortação a ti, sou uma de tua própria nação; Eu, que sou judeu, faço esta promessa a ti. E se vier você a considerar que sou eu quem lhe dá este Conselho, e quais são minhas origens; enquanto eu estiver vivo, nunca estarei em tal escravidão, como renunciar a meus próprios antepassados, ou esquecer as suas leis. Você me insulta novamente, e fazes um clamor para mim, e me repreende; na verdade eu não posso negar, mas eu sou digno de tratamento pior do que tudo o equivale a isso, porque, em oposição ao destino, eu faço este convite amável para ti, e para esforçar-se a forçar a libertação sobre aqueles a quem Deus condenou. E quem está lá, que não sabe o que contém os escritos dos antigos profetas antigos, particularmente, o que o oráculo, que só agora vai ser cumprido, revela sobre esta cidade miserável? Pois eles predisseram que esta cidade deverá ser tomada quando alguém começar o abate de seus próprios compatriotas. E não estão agora, a cidade e todo o templo, cheios dos cadáveres de seus compatriotas? Isto é Deus, portanto, é o próprio Deus que está trazendo este fogo, para purificar a cidade e o templo por meio dos romanos, e assim arrancar as pronações desta cidade, das quais ela está cheia. Voltando à minha análise do uso por Josefo do livro de Daniel, Eu incluí as duas notas de rodapé do Whiston para a passagem acima. Como mostram as notas de rodapé, Whiston compreendeu a relação entre as profecias de Daniel e a datação de Josefo sobre os acontecimentos da
guerra judaica. Um cristão devoto, facilmente, aceitaria que Josefo estivera fielmente registrando ocorrências sobrenaturais. Na primeira nota abaixo, Whiston reconhece que o cerco a Jerusalém começou exatamente "três anos e meio depois de Vespasiano começar a guerra. Este período de tempo mostra que a profecia de Daniel, "no meio da semana ele fará com que o sacrifício e a oblação cessem", tinha chegado a ocorrer. Isto também foi, como Whiston acreditava, um exemplo do testemunho de Josefo sobre o sobrenatural ou, como eu prefiro, um exemplo de sua falsificação deliberada da história para criar a impressão de que Daniel tinha imaginado a destruição de Jerusalém em 70 E.C. . “Este foi um dia notável, de fato, o décimo sétimo de Paneruns [Tammuz], A.D. 70, quando, de acordo com a previsão de Daniel, 606 anos antes, os romanos "em meia semana causaram a cessação do sacrifício e oblação", Daniel 9:27. Entre o mês de fevereiro, A.D. 66, para a época em que Vespasiano havia entrado nesta guerra, há um justo tempo, de apenas três anos e meio.” A segunda nota de rodapé de Whiston é ainda mais notável. Nela Whiston vem mostrar a conclusão exata do que Josefo pretendia. A partir de que Whiston não poderia considerar a possibilidade de uma explanação homicida para o que leu em Josefo, conclui que Deus esteve alinhado com os romanos, que os judeus eram ímpios, e que Jesus e Daniel compartilharam da mesma visão profética.
“Sobre este oráculo... Josefo, aqui e em muitos passagens entre outras, mostra assim, que é mais evidente que ele estava plenamente convencido de que Deus estava do lado dos romanos, e fez uso deles então para a destruição daquela nação perversa dos judeus; que era, por certo, a verdadeira afirmação desta questão, como o profeta Daniel em primeiro lugar, e nosso próprio Salvador depois, haviam claramente predito.” Se aceitarmos o que Josefo registrou acima como verdadeiro, então o profeta previsto por Daniel só pode ter sido Jesus. Da mesma forma, as profecias de Jesus "Dia do Juízo" devem ter previsto a destruição de Jerusalém em 70 E.C., porque esta é a única destruição de Jerusalém que o Profeta de Daniel poderia ter imaginado se ele vivesse no primeiro século. Ainda mais justo, que este nó de lógica, é o fato de que teria sido impossível para Josefo registrar esta manifestação perfeita das visões de Daniel se não houvessem, de fato, ocorrido na guerra com os judeus. Josefo registrou a história para demonstrar que as profecias de Daniel ocorreram em 70 E.C. Josefo vai ao extremo para ter certeza de que seus leitores chegam a esta conclusão. Esta foi uma dos razões primárias do porquê os primeiros cristãos acreditavam na divindade de Jesus. De alguma forma este conhecimento foi perdido e não é mais compreendido hoje, mesmo por estudiosos do novo testamento. Estudiosos têm debatido se o Testimonium foi escrito por Josefo ou adicionado mais tarde por outros redatores
cristãos. Anteriormente, apresentei uma análise do Testimonium que demonstra que ele não é separado dos dois contos que o seguem. Entretanto, para Josefo permanecer consistente em sua colocação de eventos do primeiro século no contexto das profecias de Daniel, teria que colocar um "Messias" no ponto da história em que estas profecias apontam para isso. Porque Josefo afirma que o "fim do sacrifício diário" previsto pelas profecias de Daniel veio a ocorrer durante a destruição de Jerusalém em 70 E.C. pelos romanos, é preciso apenas trabalhar com os registros de antes de 70 E.C. para determinar se o posicionamento do "Cristo" em “Antiguidades” é consistente com esta data. Isto é exatamente o que os eruditos cristãos adiantados fizeram, usando as datas relevantes dentro Josefo e o Novo Testamento para demonstrar que Jesus houvera cumprido as profecias de Daniel. O seguinte exemplo escrito por Tertuliano, por volta de 200 E.C., representa uma vitória completa para Josefo. Tertuliano adotou completamente a perspectiva de Josefo e arranjou a história para mostrar que Daniel previu Jesus e a destruição de Jerusalém em 70 E.C. . Voltando à minha análise do uso por Josefo do livro de Daniel, Eu incluí as duas notas de rodapé do Whiston para a passagem acima. Como mostram as notas de rodapé, Whiston compreendeu a relação entre as profecias de Daniel e a datação de Josefo sobre os acontecimentos da guerra judaica. Um cristão devoto, facilmente, aceitaria que Josefo estivera fielmente registrando ocorrências sobrenaturais. Na primeira nota abaixo, Whiston reconhece que o cerco a Jerusalém começou exatamente "três anos e meio depois de
Vespasiano começar a guerra. Este período de tempo mostra que a profecia de Daniel, "no meio da semana ele fará com que o sacrifício e a oblação cessem", tinha chegado a ocorrer. Isto também foi, como Whiston acreditava, um exemplo do testemunho de Josefo sobre o sobrenatural ou, como eu prefiro, um exemplo de sua falsificação deliberada da história para criar a impressão de que Daniel tinha imaginado a destruição de Jerusalém em 70 E.C. . “Este foi um dia notável, de fato, o décimo sétimo de Paneruns [Tammuz], A.D. 70, quando, de acordo com a previsão de Daniel, 606 anos antes, os romanos "em meia semana causaram a cessação do sacrifício e oblação", Daniel 9:27. Entre o mês de fevereiro, A.D. 66, para a época em que Vespasiano havia entrado nesta guerra, há um justo tempo, de apenas três anos e meio.” A segunda nota de rodapé do Whiston é ainda mais notável. Nela Whiston vem mostrar a conclusão exata do que Josefo pretendia. A partir de que Whiston não poderia considerar a possibilidade de uma explanação homicida para o que leu em Josefo, conclui que Deus esteve alinhado com os romanos, que os judeus eram ímpios, e que Jesus e Daniel compartilharam da mesma visão profética. “Sobre este oráculo... Josefo, aqui e em muitos passagens entre outras, mostra assim, que é mais evidente que ele estava plenamente convencido de que Deus estava do lado dos romanos, e fez uso deles então para a destruição daquela nação perversa dos judeus; que era, por certo, a verdadeira afirmação desta questão, como o profeta Daniel em
primeiro lugar, e nosso próprio Salvador depois, haviam claramente predito.”
Se aceitarmos o que Josefo registrou acima como verdadeiro, então o profeta previsto por Daniel só pode ter sido Jesus. Da mesma forma, as profecias de Jesus "Dia do Juízo" devem ter previsto a destruição de Jerusalém em 70 E.C., porque esta é a única destruição de Jerusalém que o Profeta de Daniel poderia ter imaginado se ele vivesse no primeiro século. Ainda mais justo, que este nó de lógica, é o fato de que teria sido impossível para Josefo registrar esta manifestação perfeita das visões de Daniel se não houvessem, de fato, ocorrido na guerra com os judeus. Josefo registrou a história para demonstrar que as profecias de Daniel ocorreram em 70 E.C. Josefo vai ao extremo para ter certeza de que seus leitores chegam a esta conclusão. Esta foi uma das razões primárias do porquê os primeiros cristãos acreditavam na divindade de Jesus. De alguma forma este conhecimento foi perdido e não é mais compreendido hoje, mesmo por estudiosos do novo testamento. Estudiosos têm debatido se o Testimonium foi escrito por Josefo ou adicionado mais tarde por outros redatores cristãos. Anteriormente, apresentei uma análise do Testimonium que demonstra que ele não é separado dos dois contos que o seguem. Entretanto, para Josefo permanecer consistente em sua colocação de eventos do primeiro século no contexto das profecias de Daniel, teria que colocar um "Messias" no ponto da história em que estas profecias apontam para isso. Porque Josefo afirma que o
"fim do sacrifício diário" previsto pelas profecias de Daniel veio a ocorrer durante a destruição de Jerusalém em 70 E.C. pelos romanos, é preciso apenas trabalhar com os registros de antes de 70 E.C. para determinar se o posicionamento do "Cristo" em “Antiguidades” é consistente com esta data. Isto é exatamente o que os eruditos cristãos adiantados fizeram, usando as datas relevantes dentro Josefo e o Novo Testamento para demonstrar que Jesus houvera cumprido as profecias de Daniel. O seguinte exemplo escrito por Tertuliano, por volta de 200 E.C., representa uma vitória completa para Josefo. Tertuliano adotou completamente a perspectiva de Josefo e arranjou a história para mostrar que Daniel previu Jesus e a destruição de Jerusalém em 70 E.C. .
Vejamos, portanto, como os anos são preenchidos até o advento do Cristo: — [Anos que]: Darius reinou... VIIII (9) anos; Artaxerxes reinou... XLI (41) anos; Então, o rei Ochus (que também é chamado de Cyrus) reinou... XXIIII (24) anos; Argus... I (1) ano; Outro Darius, que também é chamado de Melas... XXI (21) anos; Alexandre o Macedonio, XII (12) anos;
Então, depois de Alexandre, que havia reinado sobre ambos os medos e persas, a quem ele havia reconquistado, e tinha estabelecido seu reino firmemente em Alexandria, foi quando então ele a nomeou (cidade) com seu próprio nome; X (10) anos depois dele reinou, (lá, em Alexandria) Soter... por XXXV (35) anos; A quem sucede Philadelphus, reinando XXXVIII (38) anos; A ele sucede Euergetes, por XXV (25) anos; Então Philopator... XVII (17) anos; Depois dele Epifanio... XXIIII (24) anos; Em seguida, outro Euergetes... XXVIIII (29) anos; Então outro Soter.... XXXVIII (38) anos; Ptolomeu... XXXVII (37) anos; Cleópatra... XX anos e V meses (20 anos e 5 meses); Mais uma vez Cleópatra reinou em conjunto com Augusto... XIII (13) anos; Depois de Cleópatra, Augusto reinou outros... XLIII (43) anos; Por fim todos os anos do Império de Augusto foram LVI (56) anos.
Vejamos, aliás, como nos quarenta-primeiros anos do Império de Augusto, quando ele reinou por XXVIII (27) anos após a morte de Cleópatra, o Cristo nasce. (E o mesmo Augusto sobreviveu, depois que Cristo nasceu, XV (15) anos; e o tempo restante desses anos ao dia do nascimento de Cristo nos levarão aos anos XL (60) o primeiro ano, que é o XXVIII (28) do reinado de Augusto após a morte de Cleópatra. Que compõe (então) CCCXXXVII (337) anos e V (5) meses: [de onde são preenchidos LXII (62) hebdomads e meio: que compõem CCCCXXXVII (437) anos e VI (6) meses]sobre o dia do nascimento de Cristo. E (então) "a retidão eterna" se manifestou, e "O Santo dos Santos foi ungido" — isto é, O Cristo — e "estavam seladas a visão e as profecias", e "os pecados" foram remidos, que, por meio da fé em nome de Cristo, são lavados (1) para todos os que creem nele. Mas o que ele quer dizer com: " estavam seladas a visão e a profecia"? Que todos os profetas já anunciavam que ele estava por vir e teria que padecer. Portanto, desde que a profecia foi cumprida através de seu advento, por essa razão ele disse que "estavam seladas a visão e a profecia", na medida em que ele é o sinete de todos os profetas, cumprindo todas as coisas que, em dias passado, eles haviam anunciado sobre ele. (2) para depois do advento de Cristo e sua paixão não há mais "visão ou profeta" para anunciá-las como vir. Em suma, se isso não for assim, deixe os judeus exibirem, posteriormente a Cristo, quaisquer volumes de profetas, milagres visíveis feitos por todos os anjos, (tais como aqueles) que em dias idos os patriarcas viram até o advento de Cristo, que agora vem; desde que o evento "foi selada a visão e a profecia", isto é, confirmado. E justamente o Evangelista (3) escreve: "a lei e os profetas (foram) até
João" o Batista. Pois, no batismo de Cristo, isto é, na sua santificação pelas águas no seu próprio batismo, (4) toda a plenitude passada dos dons da graça espiritual cessaram em Cristo, selando como ele fez todas as visões e profecias, que por seu advento se cumpriram. De onde mais firmemente ele afirma que seu advento "sela visões e profecias". Assim, mostrando, (como temos feito) tanto o número de anos, e o tempo dos LXII (62) e meio hebdomads cumpridos, na conclusão de que, (como mostramos) Cristo estava vindo, ou seja, nasceria, vamos ver que (em média) os outros "VII (7) e meio hebdomads , "que foram subdivididos na abcisão dos V (5) hebdomads anteriores; (Vejamos, nomeadamente,) em que evento eles foram cumpridos: Pois, depois de Augusto que sobreviveu após o nascimento de Cristo, foram decorridos... XV (15) anos; A quem, sucedeu Tibério César, e governou como imperador... XX (20) anos, VII (7) meses, e XXVIII (20) dias; (No quinquagésimo ano de seu império Cristo padeceu, tendo cerca de XXX (30) anos de idade, quando ele padeceu.); Mais uma vez Caius Caesar, também chamado Calígula... III (3) anos, VIII (8) meses e XIII (13) dias); Nero Cesar... XI (11) anos, IX (9) meses e XIII (13) dias; Galba... VII (7) meses e VI (6) dias;
Otho... III (3) dias; Vitellius... VIII (8) meses e XXVII (27) dias. Vespasiano, no primeiro ano de seu império, subjugou os judeus na guerra; que durou LII (52) anos, VI (6) meses. Porque ele reinou XI (11) anos. Então assim, no dia da sua invasão, os judeus cumpriram os LXX (70) hebdomads previstos em Daniel. Enquanto a cronologia acima é difícil de compreender e historicamente implausível, só é necessário estar ciente de que Tertuliano e todos os padres da igreja primitiva acreditavam que as profecias de Daniel haviam se cumprido em 70 D.C. Esta crença veio de sua leitura do único historiador da era, Josefo, em conjunto com o Novo Testamento. Outra, menos distorcida, explicação da conexão de Daniel com o cristianismo foi dada por Sulpcius Severus (353-429 E.C.) em seu livro história sagrada (403 E.C.): "Mas a partir da restauração do templo para a sua destruição, que foi concluída por Tito Vespasiano, quando Augusto foi cônsul, houve um período de quatrocentos e oitenta e três anos. Isso foi anteriormente previsto por Daniel, que anunciou que a partir da restauração do templo para a sua destruição, havia decorrido setenta e nove semanas. Agora, a partir da data do cativeiro dos judeus até o momento da restauração da cidade, havia duzentos e sessenta anos."
A guerra dos judeus, portanto, é inteiramente estruturada, desde seu primeiro parágrafo até o último, para documentar que as profecias de Daniel haviam chegado ao fim no primeiro século. Isso indica que Josefo estava ciente de que o "Filho de Deus" previsto por Daniel teria surgido no início do século e fora "cortado". Uma vez que Josefo havia começado o alinhamento entre sua história e as profecias de Daniel, não poderia haver parada até que Jerusalém fosse destruída. Assim, Josefo não estava levemente consciente de algum místico religioso sem importância vagando sobre a paisagem Galileia. Josefo estava profundamente consciente de que seu trabalho demonstrava que as profecias de Daniel haviam chegado a acontecer e que Jesus era o Messias que as profecias tinham imaginado. Desde que este era obviamente o caso, por que então Josefo fez tão pouco exame da observação de Jesus? Tornou a falsificação menos óbvia. Se alguém deseja "criar" um profeta, é fácil: é suficiente simplesmente inventar um que existia no passado. Em seguida, fabricar um trabalho em seu nome datado do tempo que você alega que ele viveu. No livro, descreva o profeta prevendo eventos que você sabe que já ocorreram. Inventar o Profeta e suas previsões não é a parte difícil. A parte difícil é não ter a falsificação descoberta. Para que a fabricação do Novo Testamento/Josefo seja crível, os dois trabalhos tiveram que ser vistos como independentes uns dos outros. Por isso, Josefo concentrou-se nos acontecimentos que Daniel tinha previsto e não no "Filho de Deus".
O bem-sucedido esforço de Josefo na sobreposição de Daniel em eventos no primeiro século, de certa forma, fornece apoio para a minha teoria. Fá-lo por ser um artifício tão óbvio. A "iniquidade" dos judeus do primeiro século foi a sua recusa em comprometer o judaísmo e submeter-se a Roma; Eles fizeram exatamente o que a religião de Moisés e Daniel exigiram. O uso por Josefo das profecias de Daniel para fundamentar os acontecimentos do primeiro século foi, claramente, um esforço para manipular o judaísmo em alinhamento com os interesses romanos — exatamente como foi o caso com a criação do cristianismo. Se os romanos foram os criadores do cristianismo e das obras de Josefo, por que eles retrataram seu Messias fictício como o previsto por Daniel? Entre os pergaminhos do mar morto muitos estão relacionados com o livro de Daniel. Eles mostram que pelo menos alguns dos judeus daquela época estavam usando o sistema de datação dentro do livro de Daniel para tentar determinar quando o Messias apareceria para liderá-los em sua guerra santa contra Roma. Os romanos entenderam que os rebeldes judeus messiânicos interpretavam passagens de Daniel e de outros de seus profetas de uma forma que justificava sua própria teologia militarista. Entre os pergaminhos do mar morto foram encontrados inúmeros exemplos deste tipo de interpretação. Intelectuais romanos, sem dúvida, analisaram essas obras e perceberam que era tão possível interpretar as passagens para criar uma teologia pró-romana totalmente diferente. A solução de Roma para essas interpretações anti romanas militaristas do livro de Daniel foi criar uma literatura que
interpretasse as profecias de Daniel de uma forma aceitável para Roma — “O Novo Testamento” e “Guerra dos Judeus”. Agora analisarei em profundidade a ligação entre a declaração de Jesus sobre a "abominação da desolação" e a passagem de Josefo descrevendo o fim do "sacrifício diário". Os primeiros estudiosos cristãos estavam cientes da ligação de três vias entre as declarações de Jesus em Mateus 24, o livro de Daniel e “Guerra dos Judeus”. Santo Agostinho, por exemplo, compreendeu que Jesus tinha afirmado que as profecias de Daniel "chegaram a se cumprir" no primeiro século. Na passagem abaixo, observe que Agostinho é claro sobre o período ao qual as profecias de Jesus referiam-se sobre a destruição de Jerusalém como sendo 70 E.C.. Lucas recorda estas palavras do senhor no mesmo contexto: quando você vir um exército sobre Jerusalém, então saiba que a sua desolação está próxima. Para Lucas, muito claramente testemunha que a profecia de Daniel será cumprida quando cair Jerusalém. Eusébio compartilhou esse entendimento. Na seguinte passagem, observe que ele realmente aponta que as obras de Josefo são a base para sua crença. “- todas essas coisas, assim como os muitos grandes cercos que foram realizadas contra as cidades da Judeia, e os excessivos sofrimentos suportados por aqueles que fugiram para Jerusalém, como para uma cidade de perfeita segurança e, finalmente, o curso geral de toda a guerra, bem
como suas ocorrências particulares em detalhes, e como finalmente a abominação da desolação, proclamada pelos profetas, se erguia no próprio templo de Deus, tão celebrado antigamente, o templo que aguardava agora a sua total e definitiva destruição pelo fogo - todas estas coisas qualquer um que desejasse poderia encontrar descrito com precisão na história escrita por Josefo. (177) Mateus 24:15 é interessante porque é só lá que Jesus compartilha explicitamente uma visão do futuro com outro profeta; é também o único lugar no Novo Testamento onde o leitor é abordado diretamente. ". . . Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, entenda;" [Mateus 24:15] (178) Na passagem do livro de Daniel que Jesus está se referindo, a "abominação da desolação" começa com o fim do "sacrifício diário". Observe que o período de tempo que Daniel descreve é de três anos e meio. “. . . E desde o tempo em que o sacrifício diário for tirado, e posta a abominação da desolação, haverá mil duzentos e noventa dias. [Daniel 12:11]”. (179) Quando a afirmação de Jesus acima é lida com a passagem de “Guerra dos Judeus”, que descreve o fim do sacrifício diário, eles fornecem um exemplo, por excelência, da ligação profética entre “Guerra dos Judeus” e o Novo Testamento. Note-se que Josefo não usa a mesma expressão do livro de Daniel que Jesus usa acima, a "abominação da desolação",
mas sim usa outra expressão de Daniel, o "sacrifício diário" deixando para o leitor "entender" que uma leva à outra. Eu acredito que o uso de termos diferentes de Daniel, mas complementares ao Novo Testamento e à passagem de Josefo foi um intencional "truque-de-mãos" destinado a convencer os primeiros cristãos que o novo testamento e “Guerra dos Judeus” foram escritos um independentemente ao outro”. “. . . E agora Tito dera ordens aos seus soldados que estavam com ele para cavarem as fundações da torre de Antônia, e deixarem pronta nela uma passagem para o seu exército subir; enquanto ele mesmo havia trazido Josefo consigo, [porque ele tinha sido informado que naquele mesmo dia, que era o décimo sétimo dia de Panemus [Tamuz], o sacrifício chamado "o Dia do Sacrifício "falhara e não fora ofertado a Deus, pois faltavam homens para oferecê-lo, e de que o povo estava gravemente incomodado com isso,]”. . . (180)
Na seção abaixo de antiguidades judaicas, Josefo novamente afirma seu entendimento de que a destruição de Jerusalém foi o cumprimento das profecias de Daniel. Eu incluí o argumento egoísta de Josefo que as profecias cumpridas provam a existência de Deus. Este argumento é interessante historicamente e pode revelar o raciocínio que os "missionários" cristãos teriam usado com escravos e camponeses do primeiro século. Em outras palavras, o cumprimento das profecias, que, naturalmente, a combinação do Novo Testamento e as obras de Josefo representava, não só "provou" que Deus existia, mas que sua providência estava com os romanos. Também sugere a
obsessão da época com a profecia, mostrando por que ela se tornou uma parte tão importante do ministério de Jesus. ". . .E, de fato, isso aconteceu, que a nossa nação sofreu essas coisas sob Antíoco Epifânio, de acordo com a visão de Daniel, e o que ele escreveu muitos anos antes que elas viessem a ocorrer. Da mesma maneira Daniel também escreveu sobre o governo romano, e que o nosso país deveria haver de ser desolado por eles. Todas essas coisas foram escritas por este homem sair, como Deus lhe havia mostrado, de modo que, ler suas profecias, e ver como elas foram cumpridas, obriga-me a maravilhar-me com a honra com a qual Deus brindou Daniel; e poder dali descobrir como os Epicurianos estavam errados, quando forjam a providência da vida humana, e não acreditam que Deus cuida dos assuntos do mundo, nem que o universo continua sendo governado por essa natureza abençoada e imortal, mas dizem que o mundo é conduzido por conta própria, sem um governante e um curador; que, se fosse destituída de um guia para conduzi-lo, como eles imaginam, seria como navios sem pilotos, que vemos afogados pelos ventos, ou como carruagens sem condutores, que são tombadas; assim o mundo seria despedaçado sendo transportado sem uma providência, e assim pereceria, e daria em nada. De modo que, pelas previsões acima mencionadas de Daniel, esses homens parecem-me errar muito quando determinam que Deus não exerce providência sobre os assuntos humanos; pois se fosse esse o caso, que o mundo continuasse por necessidade mecânica, não deveríamos ver que todas as coisas aconteceriam de acordo com sua profecia . . ." (181)
O argumento de Josefo acima, que as profecias de Daniel
dão evidência à ideia que: “. . .estes homens estavam errados... quando forjam a providência da vida humana, e não acreditam que Deus cuida dos assuntos do mundo. . .” é esse argumento que eu suspeito tenha sido usado com os originalmente convertidos ao cristianismo. Em outras palavras, uma vez que “Guerra dos Judeus” revela que as profecias de Jesus "irão se cumprir", ela demonstra a divindade de Jesus. Esta "prova da divindade de Jesus" teria tornado impossível negar o Novo Testamento e outras reivindicações de Josefo que os judeus são ímpios, que os escravos devem obedecer, etc. Quem pode argumentar com aquilo que o cumprimento da profecia provou ser a "palavra de Deus"? Além disso, quando o Novo Testamento mostra Jesus prevendo a "abominação da desolação", como poderia o leitor "entender" a que ele estava se referindo? Nada no Novo Testamento permite que seus leitores saibam que a complexa sequência de profecias que Daniel usou para prever a "abominação da desolação", "viria a se cumprir" durante a destruição romana de Jerusalém. Somente um livro deu a informação que o leitor precisa para chegar nesta interpretação: “Guerra dos Judeus”. Portanto, o "leitor" a quem se dirige Jesus, deve também estar consciente, de que Josefo registrou o cumprimento das profecias de Daniel como ocorrendo no primeiro século, sem Josefo as palavras de Cristo ficam sem sentido. Observe que Jesus está prestando apoio à argumentação de Josefo de que as profecias de Daniel estavam se cumprindo. A lógica é executada ao contrário. O uso “por Jesus” do vocabulário de Daniel identificou-o como o Messias de Daniel. Se Jesus era o Messias de Daniel, então a destruição
de Jerusalém deve ser aquela que Daniel imaginou, porque estava na mesma linha do tempo. O Novo Testamento e as obras de Josefo estão completamente entrelaçadas e mutuamente solidárias. Finalmente, Jesus e Josefo, ambos "recomendam" somente um profeta a seus leitores. Todos recomendam a Daniel. Josefo escreve: “. . .ainda que qualquer um seja tão desejoso de conhecer a verdade, como não renunciar a tais pontos de curiosidade, e não conseguir conter a sua inclinação para a compreensão das incertezas da “futuridade”, e se elas irão acontecer ou não, deixá-lo ser diligente na leitura do livro de Daniel, que ele irá encontrá-la entre os escritos sagrados. (182) Ambos os autores, do Novo Testamento e Josefo, tentaram fazer seus leitores chegarem à mesma conclusão equivocada sobre as profecias de Daniel, que elas vieram a se cumprir dentro do primeiro século. Este fato sugere que a mesma pessoa ou grupo produziu ambos os trabalhos, porque dois autores independentes não teriam, “por acaso”, chegado a tal conclusão.
CAPÍTULO 14
Construindo Jesus
Os autores dos Evangelhos construíram Jesus a partir da
vida de vários profetas no cânone judaico. Assim, desde que Elias e Eliseu haviam levantado as crianças dos mortos, Jesus faria o mesmo. Sempre que possível, os milagres de Jesus seriam maiores do que aqueles em que se baseavam. Por exemplo, Eliseu satisfez cem homens com vinte pães e houve pão para sobrar. (183) Então Jesus alimentara cinco mil homens com cinco pães e dois peixes, e houveram doze cestos para sobrar. Como Jesus deveria ser o profeta imaginado por Daniel, a vida de Jesus também incluiria episódios que cumpriam as profecias de Daniel. No entanto, embora muitas das realizações extraordinárias do Ministério de Jesus foram tiradas da vida dos profetas anteriores, o personagem que ele foi baseado principalmente foi Moisés. Moisés foi escolhido como o protótipo básico de Jesus porque ele tinha sido o fundador da religião que o cristianismo substituiria. O fundador da nova religião era para ser visto como o novo Moisés. Isso já é amplamente reconhecido nos estudos do Novo Testamento. O fato de que Jesus foi baseado em Moisés é fácil de demonstrar, porque os autores dos Evangelhos saíram de seu caminho para garantir que os convertidos ao cristianismo compreendessem isso. Por exemplo, a história da infância de Jesus em Mateus é baseada na infância de Moisés. O contorno é o mesmo em ambos os casos: o nascimento de uma criança que provoca angústia para os governantes, seguido por uma consulta com homens sábios, um massacre de crianças, e um resgate milagroso, com o Egito como a terra de resgate. Além de criar paralelos entre a vida dos fundadores das duas religiões, os autores dos Evangelhos também
emprestaram eventos da história de êxodo para criar a impressão de que o cristianismo, como o judaísmo, era de origem divina. O mais conhecido destes são os paralelos que os Evangelhos usam para criar Jesus como um "Cordeiro Pascal", estabelecendo-o como o "Libertador" da religião que viera para substituir o judaísmo. Todos os quatro Evangelhos mostram, assim como Paulo, que a Páscoa, e o próprio judaísmo, são obsoletos. O autosacrifício de Jesus cria uma nova Páscoa e uma nova religião. É importante reconhecer como literalmente o cristianismo primitivo se viu como um substituto para o judaísmo, mesmo na medida em que os primeiros “Padres da Igreja” alegaram que os antigos hebreus eram cristãos e não judeus. Eusébio escreveu: Que a nação Hebraica não é nova, mas é universalmente honrada por conta de sua antiguidade, é sabido por todos. Os livros e escritos deste povo contêm relatos de homens antigos, raros de fato e poucos em número, mas, no entanto, distinguidos por piedade e retidão e todas as outras virtudes. Destes, alguns homens excelentes viveram antes do dilúvio, outros dos filhos e descendentes de Noé viveram depois dele, entre eles Abraão, a quem os hebreus celebram como seu próprio fundador e antepassado. Se houver alguém que possa afirmar que todos aqueles que testemunharam a retidão de Abrão, dele mesmo até o primeiro homem, se não em nome, mas então de fato eram cristãos, ele não dirá nada além da verdade. (184) Jesus introduz a ideia de que o cristianismo substituirá o judaísmo ao afirmar que a sua "carne viva" seria um
substituto para o maná, que foi dado aos israelitas por Deus durante a sua perambulação pelo deserto. “Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre.” João 6:58 “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo.” João 6:51
Para demonstrar que a origem divina do cristianismo é paralela ao judaísmo, os autores do cristianismo tomaram os acontecimentos da história do êxodo original que tinha números associados a eles e inseriram esses números em sua história do nascimento do cristianismo. Em outras palavras, desde que Deus deu a lei a Moisés cinquenta dias após a primeira Páscoa, o cristianismo daria a "nova" lei cinquenta dias após a sua Páscoa, a crucificação de Jesus. No dia em que a lei de Moisés foi dada, três mil morreram por adorar o bezerro de ouro; (185) no dia em que o "espírito" foi dado aos discípulos de Cristo, três mil foram adicionados a Cristo e receberam a vida, (186) significando que a aliança renovada com Deus trouxe vida. Esses paralelos foram obviamente criados para estabelecer
o cristianismo como o novo judaísmo. Os Evangelhos e os escritos de Josefo trabalham juntos para este fim. O Novo Testamento registra o nascimento do novo judaísmo, enquanto a história de Josefo registra a "morte" do “Segundo Templo do Judaísmo”. Todos os paralelos que eu tenho apresentado acima, entre o cristianismo e o judaísmo e entre Jesus e Moisés, são bem conhecidos. Além disso, os autores dos Evangelhos também estabeleceram algo até então desconhecido. Ao espelhar a sequência encontrada na história do Êxodo e estabelecendo a crucificação de Jesus como uma nova Páscoa, eles estabeleceram um continuum, um que espelhava a história dos israelitas deixando o Egito e "vagando" até que eles foram autorizados a entrar na “Terra Prometida” quarenta anos após a primeira Páscoa. Da mesma forma que com a sequência de tempo para o cumprimento das profecias de Daniel, uma vez que o continuum do "Novo Êxodo" havia começado, não poderia haver parada até que todas as profecias houvessem se cumprido. Qual é a conclusão dos quarenta anos de “perambulação” no Novo Testamento? Desde que os Evangelhos terminam logo após a morte de Jesus, onde está registrada a conclusão dos quarenta anos do Êxodo do cristianismo? A resposta é encontrada dentro da guerra dos Judeus. Para concluir o ciclo de quarenta anos do cristianismo, Josefo liga a data da crucificação de Jesus à data que estabeleceu para a destruição de Massada. Josefo "registra" que o ano em que que a fortaleza fora destruída foi 73 E.C.
; estudiosos, citando evidências arqueológicas, muitas vezes datam a queda de Massada como em 74 E.C. e não 73 E.C. Eles podem muito bem estar corretos, mas Josefo não estava interessado em gravar a história, mas na criação de mitologia. Ele, portanto, intitulou o capítulo que contém a passagem descrevendo a destruição de Massada da seguinte forma: Quanto ao intervalo de cerca de três anos: a partir da tomada de Jerusalém por Tito para a sedição dos judeus em Cyrene. (187) Josefo não precisa ser mais preciso do que ele está se mostrando na frase "cerca de três anos." Se sua extensão de tempo é imprecisa, e certamente é, quem teria estado lá para apontar seu erro? Josefo só está interessado em usar a "história" para transmitir a sua mensagem. Neste caso, ele deseja que o leitor acredite que Massada caiu três anos e meio após a destruição do templo, ou seja, em 73 D.C. Josefo dá então o dia e o mês da conclusão ao cerco em Massada. "Eles então escolheram dez homens por sorteio para matarem todo o resto; cada um dos quais se deitou com suas esposas e crianças no chão, e colocaram seus braços sobre eles, e ofereceram seus pescoços para aqueles que por sorteio executaram essa melancólica função; e quando esses dez haviam, sem medo, matado todos os outros, eles usaram a mesma regra para sortear aquele que deveria primeiramente matar os outros nove, e depois de tudo se matar. . ."
". . . Aqueles outros eram em número de novecentos e sessenta, sendo as mulheres e crianças incluídas nesse cálculo. Este abate calamitoso foi feito no décimo quinto dia do mês Xanthicus [Nisan]." (188) Josefo registra que o décimo quarto de Nisan é o dia em que os judeus celebraram a Páscoa. O Evangelho de João afirma que Jesus foi crucificado no décimo terceiro de Nisan e surgiu no décimo quinto. O décimo quinto de Nisan, 73 D.C., ocorre quarenta anos antes do dia seguinte à ressurreição de Cristo. Somente os leitores de ambos os Evangelhos e Josefo estariam cientes deste período de tempo exato de quarenta anos. Em outras palavras, o Evangelho de João estabelece a data da ressurreição de Jesus como o décimo quinto de Nisan, 33 D.C., e Josefo estabelece a data do fim da guerra judaica como o décimo quinto de Nisan, 73 D.C. É somente quando os dois trabalhos são lidos junto que os leitores podem compreender que houvera passado, apenas como Jesus tinha previsto, exatamente quarenta anos entre os dois eventos. Mais uma vez, ou Josefo inadvertidamente gravou algo verdadeiramente sobrenatural, ou as duas obras haviam sido alinhadas para criar esse efeito. Os autores do novo testamento e Josefo, assim, criaram um paralelo entre os primeiros quarenta anos do judaísmo, durante o qual os israelitas vagavam no deserto, e os primeiros quarenta anos do cristianismo, estes quarenta anos de "perambulação" para o cristianismo datam o período compreendido entre a "Ressurreição de Cristo" no
dia 15 de Nisan, 33 D.C., até o final da rebelião judaica, que é marcada pela destruição dos Sicarii, o movimento que o cristianismo substituiu, no dia 15 de Nisan, 73 D.C. O paralelo dos quarenta anos de perambulação nas duas religiões é, naturalmente, uma continuação dos paralelos entre Jesus e Moisés, que foram projetados para criar a impressão de que a origem do cristianismo é paralela à origem divina do judaísmo. Os quarenta anos de perambulação do cristianismo foram inspirados pela seguinte passagem de Josué, que descreve o que aconteceu aos israelitas após a Páscoa original. A passagem deixa claro a lógica por trás da decisão dos autores do novo testamento de estabelecer o intervalo preciso de quarenta anos entre a morte de Jesus e a destruição de Massada. Quiseram mostrar não somente que a origem do Cristianismo paralelizou o Judaísmo, como provou que tinha substituído o relacionamento especial do Judaísmo com Deus, mas também que a destruição em 70 C.E. de Jerusalém havia sido ordenada divinamente. Os "homens de guerra foram consumidos porque não obedeceram à voz do Senhor" — exatamente como havia acontecido após a Páscoa original. “Porque quarenta anos andaram os filhos de Israel pelo deserto, até se acabar toda a nação, os homens de guerra, que saíram do Egito, e não obedeceram à voz do Senhor; aos quais o Senhor tinha jurado que lhes não havia de deixar ver a terra que o Senhor jurara a seus pais dar-nos; terra que mana leite e mel.” [Josué 5:6] (189)
Quarenta anos é o período tradicional de penitência para os israelitas, bem como o comprimento de uma geração. Esta tradição decorre, é claro, dos originais quarenta anos de perambulação. Ao dar ao cristianismo um ciclo de quarenta anos, os romanos estavam "provando" que sua conquista da Judeia era meramente um outro caso da ira de Deus para a maldade judaica, como muitas vezes tinha sido registrada pela própria literatura religiosa dos judeus. “E os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau aos olhos do SENHOR, e o SENHOR os entregou na mão dos filisteus por quarenta anos.” [Juízes 13:1] (190) Quero sublinhar o quão importante este período de quarenta anos após a morte de Jesus é para a teoria de haver uma única fonte para o Novo Testamento e as obras de Josefo. No evangelho de João, o Ministério de Jesus é descrito como tendo englobado três Páscoas. Estas três Páscoas não são mencionados nos Evangelhos sinóticos. O autor de João, conscientemente, estabelece a data da morte de Cristo como ocorrendo no ano 33 E.C. . Ele faz isso porque esta é a única maneira possível, aritmeticamente, para criar o alinhamento correto com as profecias de Daniel e também para criar um ciclo de quarenta anos entre a ressurreição de Jesus e o fim da guerra judaica. As obras de Josefo foram deliberadamente configuradas para demonstrar que as profecias de Daniel culminam na destruição de Jerusalém em 70 E.C. — um entendimento que ele compartilhou com os escritores dos Evangelhos.
A fim provar que Roma possuíra a divina providência, os criadores do Cristianismo forneceram como "evidência" o saque de Jerusalém no ano de 70 E.C. que fora previsto por Daniel; a fonte da evidência são as "histórias" de Josefo. Deste modo, todas as datas importantes da vida de Jesus foram calculadas para estar alinhadas com a destruição de Jerusalém. Isto é completamente desobstruído no que diz respeito ao começo de seu ministério e a sua ressurreição. Minha conjectura é que o nascimento de Jesus também foi estabelecido em exatamente setenta anos antes do cerco a Jerusalém. Embora os estudiosos tenham dado uma série de explicações de como o ano do nascimento de Cristo foi exatamente setenta anos a partir da destruição de Jerusalém, minha análise sugere que foi feito para imitar os setenta anos "das desolações de Jerusalém" descrito no livro de Daniel. No primeiro ano de seu reinado, Daniel compreendeu pelos livros o número dos anos, de onde a palavra do senhor veio a Jeremias, o Profeta, para que se cumprissem setenta anos das desolações de Jerusalém. (191) As datas da vida de Jesus eram simplesmente mais "peças" do judaísmo escolhidos pelos criadores do cristianismo para atender às suas exigências lógicas e teológicas. Os acontecimentos centrais do cristianismo — o nascimento de Cristo, o início de seu ministério e sua morte, são 1 E.C., 30 E.C. e 33 E.C. Todas essas datas foram calculadas para trás da destruição de Jerusalém. Elas foram escolhidas para caber em um padrão que combinava as profecias de Daniel e a vida de Moisés. O início do Ministério de Jesus em 30 E.C. foi calculado
para ser exatamente quarenta anos a partir do dia em que os romanos e Tito acamparam fora de Jerusalém, na segunda vinda. Este sistema de datação não é baseado no nascimento de um líder religioso histórico-mundial, mas orienta-se pela destruição de uma cidade. Assim, a cronologia teológica criada pelos inventores do cristianismo decorreu num ciclo de quarenta anos entre a ressurreição de Jesus e a queda de Massada. Enquanto este ciclo de quarenta anos estava em movimento, o outro modelo para o cristianismo, as profecias de Daniel, corria simultaneamente. Na verdade, a versão do cristianismo das profecias de Daniel estava caminhando para a sua conclusão no mesmo dia que o seu ciclo de quarenta anos de perambulação. Na seguinte passagem, observe que o dia em que os romanos acamparam em Jerusalém foi o décimo quarto de Nisan. Josefo está falsificando a história mais uma vez para criar um paralelo entre o Ministério de Jesus e a campanha de Tito e um ponto de orientação para as profecias de Daniel. A data que Josefo dá para quando os romanos estabeleceram o primeiro acampamento fora de Jerusalém foi exatamente quarenta anos a partir da primeira das três Páscoas usadas por João para datar no Ministério de Jesus o primeiro dia em que Jesus veio a Jerusalém. (192) Josefo deseja que acreditemos que Jesus veio a Jerusalém quarenta anos antes de Tito começar seu cerco a Jerusalém, um cerco que Jesus previu que ocorreria antes de sua geração ter falecido. Ele também deseja que acreditemos que Massada
caiu quarenta anos antes do dia da ressurreição de Jesus. Estes dois ciclos perfeitos de quarenta anos são, naturalmente, absurdos e, em si mesmos, mostram a relação planejada entre o Novo Testamento e “Guerra dos Judeus”. Eu incluí toda a passagem, porque mostra a brutalidade da destruição. Observe o uso da palavra "arrepender" em conjunto com os rebeldes judeus. "E, de fato, por que eu relaciono essas calamidades particulares? Enquanto Manneus, o filho de Lázaro, veio correndo para Tito neste mesmo momento, e disse-lhe que havia encontrado através desse portão, que fora confiado ao seu cuidado, não menos do que cento e quinze mil e oitocentos cadáveres , no intervalo entre o décimo quarto dia do mês xanthicus [Nisan], quando os romanos estabeleceram seu acampamento na cidade, e o primeiro dia do mês Panemus [Tammuz]. Isso foi em si uma tremenda multidão; e embora esse homem não tenha sido definido como responsável por aquele portão, no entanto, ele foi designado para pagar o estipêndio público por transportar esses corpos, e assim foi obrigado a numerá-los, enquanto o restante foi enterrado por seus familiares; Embora todo o seu enterro fora, apenas, levá-los para longe, e para fora da cidade. Depois deste homem muitos dos cidadãos eminentes correram para Tito, e disseram-lhe o número inteiro dos pobres que estavam mortos, e que não seriam menos do que seiscentos mil os que foram jogados para fora nos portões, embora ainda o número do resto não poderia ser estimado; e eles disseram-lhe ainda, que eles não foram mais capazes de transportar os cadáveres dos pobres, eles
deitaram seus cadáveres aos montes em casas muito grandes, e fecharam-nos nelas; como também que uma medida de trigo era vendida por um talento; e que quando, mais tarde, não fora possível recolher ervas, pela razão de que a cidade estava toda sitiada, algumas pessoas foram levadas àquela aflição terrível de procurar nos esgotos comuns e nos monturos velhos do gado, o estrume que havia por lá, para comê-lo; e o que eles antigamente não podiam sequer suportar ver, eles agora utilizavam como alimento Quando os romanos mal ouviram tudo isso, eles se comiseraram a esse respeito; enquanto que os sediciosos, que também viram, não se arrependeram, mas sofreram com a mesma angustia , que caiu sobre si mesmos; pois eles estavam cegos por esse destino que já estava vindo sobre a cidade, e sobre si também."(193) É importante ter em mente que, porque as sequências de tempo de Josefo são fictícias, não há nenhuma maneira real de saber quando Jerusalém foi destruída ou quando Massada caiu. Na verdade, se concluirmos que todas as datas em Josefo não são confiáveis, perdemos toda a nossa compreensão cronológica do primeiro século. Mas isto é ao lado do ponto no que diz respeito a este trabalho. Tudo o que precisamos saber é se Josefo foi intencionalmente criando a impressão de que fora sete anos desde o início da guerra até a queda de Massada. E disso podemos ter certeza, porque os alinhamentos precisos das datas necessárias para "provar" que as profecias de Daniel estavam chegando a se realizar só poderiam haver sido uma evidência da mão de Deus na terra ou foram criados intencionalmente. Na verdade, todas as datas que Josefo menciona que estão em alinhamento com o novo testamento são de se esperar.
Uma vez que Josefo tem ligado eventos da guerra às profecias de Daniel, ele não pode parar até a conclusão da "semana"- ou seja, três anos e meio a partir de quando o "sacrifício diário" terminou. Assim como, uma vez que o novo testamento começou o ciclo de quarenta anos do êxodo com o estabelecimento de seu cordeiro Pascal, não poderia haver parada até que os "homens de guerra fossem consumidos porque eles não obedeceram à voz do senhor. ". . . E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador. . .” [Daniel 9:27] (194) Uma vez que Josefo mostrou que o fim do sacrifício diário ocorre exatamente três anos e meio desde o início da "semana", isto é, desde o início da guerra, ele deve permanecer dentro dos limites das profecias de Daniel, a fim de provar que elas têm que "vir a se realizar". Ele deve concluir a semana de sete anos "três anos e meio a partir da data que ele dá para o fim do sacrifício diário. Ele orienta o leitor para esta estrutura de tempo com o título que ele cria para o capítulo de “Guerra dos Judeus” que descreve a destruição de Massada: "Quanto ao intervalo de cerca de três anos: a partir da tomada de Jerusalém por Tito até a sedição dos judeus em Cyrene." Observe que o título deste capítulo usa o mesmo dispositivo que o autor usou para orientar a queda de Massada para o ciclo de quarenta anos. Os dois fluxos de apoio teológico para o cristianismo, Moisés e Daniel, foram fundidos. Eles
estão indo para uma conclusão simultânea em Massada no dia em que o cristianismo substitui o judaísmo. Josefo esboça a paisagem simbólica de seu golpe teológico, registrando que o líder dos rebeldes judeus em Massada era outro Eleazar — que, como se observou acima, era um descendente de Judas, o Galileu, e, como seu ancestral, um líder dos Sicarii. O Novo Testamento e Josefo trabalham juntos para criar uma relação sutil, mas clara, entre as famílias de Judas, os galileus, seus seguidores Sicarii, e Jesus e sua família e seguidores. Esta relação tem três pontos centrais. Primeiro, o Novo Testamento registra que a família de Jesus concordou em pagar o imposto Romano, indo para Belém para inscreverse no censo de Quirinus. Isto coloca a família de Jesus em oposição direta a Judas, o Galileu, porque Josefo registra que um certo Galileu chamado Judas convenceu seus compatriotas a revoltarem-se; e disse que eles seriam covardes se suportassem pagar um imposto aos romanos e submeter-se aos homens mortais como seus senhores. . . (195) Segundo o novo testamento registra que Judas, o Iscariote (Sicarii), filho de Simão, o Iscariote, foi responsável pela crucificação de Jesus, mostrando assim que os Sicarii são responsáveis pela morte de Jesus. “E isto dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão; porque este o havia de entregar, sendo um dos doze.” [João 6:71]
“E, acabada a ceia, tendo já o diabo posto no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, que o traísse . . .” [João 13:2]
Finalmente, Josefo registra que Eleazar, descendente de Judas o Galileu, e seus seguidores Sicarii aniquilaram a si mesmos em Massada quarenta anos antes do dia da ressurreição de Jesus. Isso identifica perfeitamente os Sicarii como membros da "geração perversa" que Jesus advertiu seria aniquilada antes da geração vir a falecer. Massada traz um fim ao que Josefo descreve como a "quarta filosofia", um sinônimo para os Sicarii, o movimento messiânico fundado por Judas, o Galileu. O suicídio dos Sicarii nesta data foi concebido para representar a "expiação" por seu papel na crucificação de Jesus há quarenta anos. Ao simultaneamente concluir os quarenta anos da “perambulação” do cristianismo e o fim da "quarta filosofia", o movimento messiânico substituído pelo cristianismo, Josefo está criando o ponto no qual o futuro pertence ao cristianismo. E ele estava correto, claro: o futuro pertencia ao cristianismo. Pela metade do segundo século E.C., o Judaísmo tinha sido banido de sua pátria e nunca mais seria uma ameaça significativa para Roma. O registro de Josefo da queda de Massada contém muitos pontos dizendo:
Ele reitera que João, o líder Sicarii que foi satirizado como o Apóstolo João, como o homem de Gadara com o espírito imundo no Novo Testamento, encheu o campo com maldade. "No entanto, João demonstrou por suas ações que estes Sicarii eram mais moderados do que ele próprio, pois ele não só matou todos, como não lhes deu um bom conselho para fazer o que era certo, mas tratou-os pior do que todos, como os inimigos mais amargo que ele tinha entre todos os cidadãos; Não, ele encheu todo o seu país com dez mil casos de maldade. . ." Josefo registra a crença de Eleazar de que Deus condenou a nação judaica. O ponto não citado, uma vez que Deus condenou o judaísmo, é que o cristianismo seria a sua substituição. "Tinha sido realmente adequado para nós ter conjecturado com o propósito de Deus muito mais cedo, e no primeiro momento, quando estávamos tão desejosos de defender a nossa liberdade, e quando recebemos tal tratamento dolorido um do outro, e pior tratamento de nossos inimigos, teria sido sensato que o mesmo Deus, que houvera sido favorável à nação judaica os condenasse à destruição. . ." Josefo faz com que Eleazar proclame repetidas vezes que Deus se virou contra os judeus. ". . . somos abertamente destituídos pelo próprio Deus de toda a esperança de livramento; para que o fogo que foi conduzido sobre os nossos inimigos não por sua própria
vontade voltasse sobre a muralha que havíamos construído; Este foi o efeito da ira de Deus contra nós por nossos pecados múltiplos, dos quais temos sido culpados de uma forma mais insolente e extravagante em relação aos nossos próprios compatriotas; as punições que não recebemos dos romanos, mas sim do próprio Deus. . .” ". . . no entanto, as circunstâncias em que estamos agora devem ser um estímulo para que nós suportemos tal calamidade corajosamente, uma vez que é pela vontade de Deus, e por necessidade, que estamos a morrer; Pois agora parece que Deus decretou sobre toda a nação judaica, que devemos ser privados desta vida da qual [ele sabia] que não faríamos o devido uso." Isto é que nossas leis nos ordenam a fazer isso; é que nossas esposas e filhos anseiam em nossas mãos; Mais que isso, o próprio Deus trouxe esta necessidade sobre nós; enquanto os romanos desejam o contrário, e temem que nenhum de nós morra antes de sermos levados. Vamos, portanto, apressar-nos, e em vez de lhes proporcionar tanto prazer, como eles esperam para nos submeter ao seu poder, vamos deixar-lhes um exemplo que deve, ao mesmo tempo, causar o seu espanto com a nossa morte, e sua admiração por nossa resistência a eles. (196) A suspeita que os estudiosos têm em relação à exatidão do discurso de Eleazar é bem fundamentada. Eles deveriam também questionar as datas de Josefo para o cerco e a queda de Massada, que não são mais históricas do que suas descrições do cerco ou do discurso de Eleazar. As datas foram inventadas para dar apoio ao cristianismo. Os leitores que desejam confirmar minhas descobertas por si só podem
simplesmente tomar as datas do Ministério de Jesus e crucificação como encontrado no evangelho de João e compará-los com as datas que Josefo dá para os acontecimentos da guerra e seu uso de frases do livro de Daniel. A verdade será visível. Quando Josefo termina a guerra no dia seguinte a Páscoa em 73 E.C., ele unifica os dois "princípios" que o cristianismo foi baseado em — Êxodo e o livro de Daniel. Somente o dia que Josefo registra para a conclusão do cerco de Massada completaria simultaneamente a semana de sete anos que conclui as profecias de Daniel e o fim dos simbólicos quarenta anos "perambulando" do cristianismo após a ressurreição de Jesus. Tal ocorrência milagrosa não poderia acontecer por acaso e apoia a teoria de que Josefo falsificou a história para mostrar que o Cristianismo era o substituto de Deus para o judaísmo. Observe que a técnica que os autores do cristianismo usaram é consistente por toda parte. Simão e João são transformados em apóstolos cristãos. A história da Páscoa e do êxodo tornam-se os primeiros quarenta anos do cristianismo. Tito torna-se o Messias. Deve-se admirar o artesanato dos intelectuais que produziram as obras de Josefo e do Novo Testamento. Embora o método que eles usaram, a fusão das profecias de Daniel com um novo êxodo de quarenta anos, foi totalmente absurda, tanto de uma perspectiva histórica e teológica, com ele, eles foram capazes de remover ordenadamente da história um movimento religioso que se opôs a eles militarmente e substituí-lo com um alinhado aos seus interesses. Ao fazê-lo, eles foram capazes de conformar a
história com a teologia a tal ponto que um movimento terminou e o outro surgiu no mesmo dia. É interessante que os criadores da cristandade não passaram adiante desta fusão teológica aos primeiros padres da igreja. Não há nenhuma evidência de que qualquer um dos primeiros padres da igreja, com a possível exceção de Eusébio, compreendeu que a destruição de Massada representou a conclusão simultânea do cristianismo dos quarenta anos de “perambulação” e as profecias de Daniel. Os intelectuais que produziram o cristianismo não devem ter tido seu trabalho apreciado por dois mil anos. Esta desconexão entre os criadores do cristianismo e seus implementadores é fascinante porque sugere que seus primeiros bispos não precisam entender um elemento-chave do cristianismo. Isso pode ter alguma influência sobre um assunto de interesse, mas que eu não vou cobrir neste trabalho, em que ponto o cristianismo perdeu a memória de suas origens romanas? A falta de conscientização dos estudiosos da primeira igreja sobre este elemento teológico chave talvez sugira que essa desconexão possa ter ocorrido muito cedo. Um exemplo de um erudito cristão adiantado que não compreendesse a intenção original do Novo Testamento foi Orígenes, que ficou incomodado pelo nome "Jesus Barabbas". Por outro lado, Cesare Borgia, um cardeal católico romano do século XV e um filho do Papa Alexandre VI (Rodrigo Borgia) foi citado como dizendo: ". . . isto serviu-nos bem, este mito de Jesus. . ." O leitor pode achar interessante ver como o ciclo de quarenta anos do perambular do cristianismo foi alcançado. O Evangelho de João foi criado, entre outros motivos, para
fornecer o ponto de orientação necessário para iniciar o ciclo de quarenta anos. A data foi determinada calculandose para trás. Josefo registra que a destruição de Massada ocorreu no décimo quinto de xanthicus. “Este abate calamitoso foi feito no décimo quinto dia do mês xanthicus. . .” (197) Xanthicus é a palavra Síria para Nisan. Um típico “truque de mão” de Josefo, para não ser demasiado óbvio. Josefo também registra que a Páscoa judaica foi celebrada no décimo-quarto de xanthicus/Nisan. Quando Deus revelou que, com mais uma praga, ele obrigou os egípcios a deixarem os hebreus irem, ele ordenou a Moisés que dissesse ao povo que deveria ter um sacrifício pronto e que se preparasse no décimo dia do mês xanthicus em prontidão para o décimo-quarto (Este é o mês que é chamado Pharmuthi pelos egípcios, e Nisan pelos hebreus, mas os macedônios chamavam-no xanthicus), e ele deveria, então, conduzir os hebreus com tudo o que possuíam. (198) O Evangelho de João difere dos sinóticos em sua datação, porque João descreve três Páscoas e, assim, dá ao Ministério de Jesus uma extensão de três anos. Os sinóticos descrevem somente uma Páscoa e assim não revelam o ano em que Jesus foi crucificado. O Evangelho de João também é diferente dos sinóticos na medida em que descreve a crucificação de Jesus como
ocorrendo no dia anterior à Páscoa, enquanto que no sinótico Jesus é crucificado na própria Páscoa. Jesus deveria ser o Cordeiro Pascal do novo judaísmo; Portanto, esta imagem central do cristianismo foi promovida em todos os Evangelhos — em contraste com o judaísmo rabínico, que meramente editou ou substituiu todas as características do segundo judaísmo do templo que não puderam ser executadas sem o templo. No entanto, os sinóticos cometem um "erro" quando eles registram a crucificação de Jesus como ocorrendo no dia da Páscoa. No evangelho de João Jesus é "abatido" no dia anterior à Páscoa, que é quando os cordeiros pascais eram realmente sacrificados. A data de João é mais simbolicamente correta porque faz de Jesus o verdadeiro "Cordeiro de Deus, que tira os pecados do mundo". (199) As diferenças entre as datas da crucificação de Jesus sempre foram atribuídas ao fato de que cada Evangelho tem uma tradição distinta. Eu, é claro, discordaria e reiteraria que, enquanto os quatro Evangelhos podem ter sido produzidos por diferentes estudiosos individuais, eles estavam sob controle de um único editor que os editou onde ele enxergou o ajuste. Isto é demonstrado pela minha análise do enigma do túmulo vazio (capítulo 6). Portanto, as diferenças nas datas da crucificação de Jesus são por desígnio. Ou seja, elas mostram que havia mais de um "Jesus", porque ninguém pode ser crucificado duas vezes. Em qualquer caso, a cronologia em João tem Jesus sendo
crucificado no décimo terceiro de Nisan, um dia antes da Páscoa. Portanto, ele teria "surgido" no décimo quinto de Nisan - o terceiro dia. Josefo devia, portanto, datar o suicídio em massa em Massada, o "abate calamitoso" que terminou com a rebelião judaica, para o décimo quinto de Nisan. Somente com esta data ele pode alinhar o cristianismo "corretamente". Eusébio, que cita Josefo mais frequentemente do que qualquer um de seus contemporâneos, estava consciente do ciclo de penitência de quarenta anos que Josefo registrou entre a crucificação de Cristo e a destruição em Massada. “Quanto a essas calamidades, então, que se abateram sobre toda a nação judaica após a paixão do Salvador e depois das palavras que a multidão dos judeus proferiu, quando imploraram a libertação do ladrão e assassino, mas suplicou que o príncipe da vida deveria ser tirado de seu meio, não é necessário acrescentar nada à conta do historiador (Josefo).” “Mas pode ser apropriado mencionar também esses eventos que exibiu a benevolência daquela boa Providência que reteve sua destruição completa quarenta anos depois de seu crime contra Cristo durante o qual muitos dos Apóstolos e discípulos, e o próprio Tiago o primeiro bispo de lá, aquele que era chamado o irmão do Senhor, ainda estava vivo e habitando em Jerusalém, em si, permaneceu o baluarte mais seguro do lugar. A Divina Providência, portanto, ainda se mostrou longânime para com eles, a fim de ver se pelo arrependimento do que haviam feito poderiam obter perdão e salvação; e além de tão longo sofrimento, a Providência
também forneceu maravilhosos sinais das coisas que lhes aconteceriam se não se arrependessem.” (200) Como já mostrei, numerosos acontecimentos em Josefo são datados de uma forma que dá ao leitor a impressão de que eles foram previstos por Daniel. O mais importante é o fim do "sacrifício diário" e as "abominações da desolação" descritas acima. Pode-se argumentar que Josefo fez isso por uma razão diferente de fornecer um contexto histórico para Jesus. Talvez ele simplesmente quisesse fazer os judeus acreditarem que Deus tinha sido responsável por sua destruição. Ele, portanto, sobrepôs as profecias de Daniel sobre os acontecimentos de 70 E.C. para criar esse efeito. Ele não tinha conhecimento das reivindicações semelhantes encontradas no Novo Testamento. Foi apenas a chance de que o paralelo viesse a existir. Embora eu considerasse este argumento como improvável, deve pelo menos ser considerado. No entanto, tal argumento não pode ser feito para as datas de estabelecimento de Josefo que se alinham com o mimetismo do cristianismo do ciclo de quarenta anos do Êxodo. Se o Novo Testamento e “Guerra dos Judeus” fossem escritos de forma independente, teria sido improvável que seus autores registrassem todos os acontecimentos demonstrando que as profecias de Daniel estavam vindo a ser cumpridas no primeiro século. No entanto, para que ambos os autores acidentalmente gravassem eventos que ligam as sequências de tempo precisas das profecias de Daniel com as sequências de tempo precisas do Êxodo beiram o impossível.
Ou o Novo Testamento e as obras de Josefo, ambos, gravaram um fenômeno sobrenatural (a combinação única de Moisés e Daniel) ou ambos deliberadamente falsificaram a história para fornecer apoio para a substituição do judaísmo pelo cristianismo. Sugeri acima que o contorno da infância de Jesus era fictício, e, copiado da vida de Moisés. Há outro exemplo da infância fictícia de Jesus. Na versão de Lucas da infância de Jesus, José leva sua família da Galileia a Belém para se inscrever no censo. “E aconteceu naqueles dias que saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo se alistasse (Este primeiro alistamento foi feito sendo Quirino presidente da Síria). E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. E subiu também José da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de Davi, chamada Belém (porque era da casa e família de Davi), A fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida.” [Lucas 2:1-5] (201)
O censo de Quirinus foi imposto sobre a área em torno de Jerusalém, que estava o domínio romano, e não na Galileia, que fazia parte da Tetrarquia de Herodes Antipas. Em
nenhum momento durante a vida de Jesus, os romanos cobraram nenhum tributo na Galileia. Por que, então, José voluntariamente viajaria para Belém com uma esposa grávida para se inscrever para um imposto que ele não era obrigado a pagar? A passagem também alega que José foi para Belém porque foi lá que a casa de Davi se registrou. Estudiosos têm entendido há muito tempo que esta afirmação é falsa, tanto porque a genealogia é incognoscível e porque o decreto de Augusto teria sido logisticamente impossível de implementar. Como E. E Sanders escreveu, de acordo com a própria genealogia de Lucas, Davi viveu quarenta e duas gerações antes de José. Por que José deveria registrar-se na cidade de um de seus antepassados de quarenta e duas gerações anteriores? O que estaria Augusto — o mais racional dos Césares — pensando sobre isso? A totalidade do Império Romano teria sido erradicada por tal decreto. Além disso, como um homem poderia saber para onde ir? Ninguém poderia traçar sua genealogia por quarenta e duas gerações, mas se ele pudesse, ele iria descobrir que ele tinha milhões de ancestrais (Um milhão é ultrapassado na vigésima geração). Além disso, Davi, sem dúvida, tinha dezenas de milhares de descendentes que estavam vivos na época. Poderiam todos se registrar? Se assim for, como eles se registrariam em uma pequena aldeia? Podemos ter certeza de que o pragmático Augusto não teria
promulgado um decreto que erradicaria todo o Império Romano e que seria impossível de implementar. Por que então o autor deste evangelho incluiu esses detalhes falsos? A razão é sutil e fácil de se perder. Ao viajar para Belém, José está concordando em pagar impostos aos romanos. Sugiro que esse detalhe ocorra no novo testamento para garantir que o leitor entenda que o Messias veio de uma família de contribuintes leais. Isto também estabelece Jesus o Galileu como um espelho oposto de Judas, o Galileu, o inventor da misteriosa "quarta filosofia dos judeus", a seita que se rebelou contra Roma. Claro, para entender este ponto o leitor deve recorrer a Josefo. Em resposta à pergunta de quantas vezes um homem deve perdoar seu irmão, Jesus respondeu dizendo, "até setenta vezes sete." Esta é, evidentemente, uma referência à quantidade de tempo que passaria antes da destruição de Jerusalém e das "abominações de desolação" que tanto Jesus como Daniel previram. A resposta de Jesus, muitas vezes, foi erroneamente citada como um exemplo de sua paciência. Jesus saberia que esta geração seria destruída. Jesus está dizendo que a paciência de Deus com a "geração perversa" acabou. O fim está próximo. Este comentário de Jesus também mostra que ele está reivindicando ser o Messias que Daniel tinha imaginado, o "Filho de Deus". É fácil imaginar como tal diálogo foi criado. Uma vez que se determinou que as profecias de
Daniel deveriam ser usadas como base para o Messias, era simplesmente suficiente que Jesus recitasse citações das escrituras que indicavam sua capacidade de enxergar o futuro. Apesar da reputação de Jesus para a reflexão original, há muito pouco entre seus ditos que não estão parafraseando profetas e filósofos anteriores. Jesus colocou grande ênfase nos efeitos negativos da riqueza e do luxo. O tema está firmemente incorporado na narrativa do nascimento de Jesus, no “Conselho de João Batista” sobre como viver, no discurso de Jesus na versão de Lucas das bem-aventuranças (6:20-26), (204) em grande parte do material de Lucas, (205) e na reivindicação em atos que a Igreja praticou pelo "bem comum". (206) Ao longo do Novo Testamento, Jesus é retratado como lutando contra um estabelecimento privilegiado, cujos representantes são "amantes do dinheiro" e altamente treinados em assuntos intelectuais, como os silogistas e os retóricos denunciados pelos filósofos estoicos Seneca e Epictetus. Os ataques de Jesus à riqueza e à hipocrisia são, em geral, uma reminiscência da filosofia estoica que era popular em Roma neste momento. O filósofo estoico Seneca (embora imensamente rico) resumiu seu ensinamento da seguinte forma: “Falamos muito sobre nos despreender do dinheiro, e nós damos conselhos sobre este assunto no mais demorado dos discursos, que a humanidade pode acreditar em verdadeiras riquezas existentes na mente e não em uma conta bancária, e que o homem que se adapta aos seus meios esbeltos e
torna-se rico, já o numa pequena soma, é o homem verdadeiramente rico. . .” A descrição de Persius dos "benefícios" da filosofia estoica torna claro quem realmente se beneficiou da aceitação da subclasse dele — a classe dominante. Persius escreveu: “Ó pobres miseráveis, aprendam, e venham a conhecer as causas das coisas, o que somos, para que vida nascemos, o que a ordem atribuída é, onde o ponto de viragem do curso é para ser arredondado suavemente, para que limite definir em dinheiro, para o que é direito de orar , o que é o uso de dinheiro duro, o quanto você deve gastar em seu país e naqueles próximos e queridos para você, que tipo de homem Deus ordenou que você seja e onde um homem como que você está colocado.” Na seguinte passagem Jesus defende uma posição próxima a do estoicismo. De particular interesse é Lucas 3:14, onde Jesus aconselha os soldados a se contentar com seus salários. Este não é um assunto que vem à mente como essencial para o Filho de Deus para tocar durante a sua breve permanência na terra, mas é, obviamente, algo sempre presente nas mentes da família imperial. “E a multidão o interrogava, dizendo: Que faremos, pois? E, respondendo ele, disse-lhes: Quem tiver duas túnicas, reparta com o que não tem, e quem tiver alimentos, faça da mesma maneira. E chegaram também uns publicanos, para serem batizados, e disseram-lhe: Mestre, que devemos fazer?
E ele lhes disse: Não peçais mais do que o que vos está ordenado. E uns soldados o interrogaram também, dizendo: E nós que faremos? E ele lhes disse: A ninguém trateis mal nem defraudeis, e contentai-vos com o vosso soldo.” [Lucas 3:10-14]
A relação entre o estoicismo e a escravidão é interessante. Para um mestre de escravos, o estoicismo parece a filosofia ideal porque defende a aceitação de "que pelo teu tipo de homem, Deus ordenou que você fosse colocado, onde e como, um homem que você é." A defesa de Jesus de princípios semelhantes aos dos estoicos levou Bruno Bauer no século XIX a concluir que o Cristianismo era simplesmente uma tentativa da família imperial de implementar o estoicismo em grande escala. A suspeita de Bauer sobre o cristianismo parece especialmente lógica quando se considera o grau em que o Império Romano confiou na escravidão no primeiro século E.C., onde talvez quarenta por cento da população eram escravos. A escravidão também foi prevalente na Judeia durante todo o primeiro século. Nenhum registro sobrevive para nos permitir saber exatamente qual a percentagem da população judia era escravos, mas a julgar pelo número de referências à
escravidão dentro da “Literatura Hebraica” a partir do período, era claramente bastante comum. (208) Klausner escreveu que os escravos eram um fator importante nas perturbações políticas e espirituais no tempo de Jesus. Sem eles, não podemos explicar as frequentes rebeliões e os muitos movimentos religiosos desde o tempo de Pompeu até depois do tempo de Pilatos. . . 209 Havia dois tipos de escravos na Judeia durante o tempo de Jesus, Hebraico e "escravos Canaanitish". O escravo hebreu tinha a melhor sorte. Embora um verdadeiro escravo, não tinha o direito de mudar de mestre ou escolher o seu trabalho, o Hebraico era mantido como um escravo apenas por seis anos e seu corpo não era para ser usado sexualmente. Os escravos Canaanitish, ou não-hebreus, eram tratados como gado. Eles foram marcados, de modo que eles poderiam ser reconhecidos no caso de eles escaparem, ou um sino era pendurado sobre eles com uma corrente. Eles eram baratos para comprar, custando tão pouco como um único Dinar ouro. (210) o Niddad (211) registra que "os mestres realizavam as ações mais privadas na frente deles." Os mestres e seus filhos usavam esses escravos para o prazer sexual. (212) ao mestre de um escravo foi permitido bater em seus escravos ao ponto da morte sem consequência. É preciso notar, no entanto, que se o escravo morresse de suas feridas, então o mestre seria condenado à morte. Klausner escreveu: "a escravidão dos Canaanitish era então uma praga horrível que afetava o corpo nacional de
Israel como era também o exemplo de outras nações naqueles dias adiantados." (213) Alguém abordando as pessoas comuns na Judeia durante o primeiro século E.C., como Jesus fez, teria falado com grupos que continham escravos. Josefo especificamente afirma que os rebeldes judeus que foram inspirados pela esperança de um Messias militarista eram "escravos" e "escória". Este foi o contexto histórico, de acordo com o novo testamento, no qual Jesus foi capaz de fazer numerosos convertidos, pregando a aceitação de um mestre. Em todo o caso, a defesa de Jesus de aceitar a sua situação, e de pacifismo, eram certamente princípios que os Flavianos gostariam de ter ensinado dentro da Judeia rebelde. Se alguém separar das palavras de Jesus o conselho que era do interesse da família imperial, tudo que remanesce são altruísmos filosóficos extensamente conhecidos, e trechos dos escritos judaicos anteriores. Minha análise sugere que o que foi visto como o ensino mais original de Jesus - sua instrução para amar o inimigo era sim o aspecto mais maligno de seu ministério. Os volumes foram escritos sobre o significado possível do último comentário de Jesus particularmente, mas de acordo com minha análise a interpretação correta é que, desde que os autores do Novo Testamento consideraram a Deus e ao César um e o mesmo, Jesus está, de fato, dizendo “deem tudo para César” Entre os pergaminhos do mar morto foram encontrados fragmentos de uma obra intitulada os “Testamentos dos
Doze Patriarcas” — uma obra que tinha sido anteriormente conhecida apenas por estudiosos em traduções gregas, latinas ou etíopes, e tinha sido assumida como um texto cristão apócrifo precoce. Sua descoberta entre os pergaminhos coloca problemas para o cristianismo, especialmente à luz do fato de que quem escreveu as Epístolas Paulinas as tinha claramente usado como fonte. Há mais de setenta palavras comuns aos “Testamentos dos Doze Patriarcas” e às Epístolas Paulinas que não são encontradas no resto do Novo Testamento, fato descoberto pelo Dr. R. H. Charles e anotado em sua edição dos “Testamentos dos Doze Patriarcas”. A implicação é, naturalmente, que os autores das Epístolas Paulinas estavam usando um material de uma fonte judaica mais adiantada para criar seu trabalho. O paralelo mais importante é entre Mateus 25:35-36 e a passagem do testamento de José 1:5-6. Parece que ou o primeiro é uma cópia do último ou que ambos foram derivados de uma fonte comum. Em “Testamentos dos Doze Patriarcas”, a ordem das palavras comuns é: a fome, sozinho, doente, prisão e em Mateus: fome, um estrangeiro, doente, prisão. “Eu fui vendido para a escravidão, e o Senhor de Todos me fez livre; Fui levado para o cativeiro, e sua mão forte socorreu-me; Eu estava cercado pela fome, e o próprio Senhor nutriu-me; Eu estava sozinho, e Deus confortou-me;
Eu estava doente, e O Senhor visitou-me; Eu estava na prisão, e O Senhor se mostrou a meu favor; E das amarras, ele me libertou.” [Testamento de José 1:5-6] Porque tive fome, e destes-me de comer; Tive sede, e destes-me de beber; Era estrangeiro, e hospedastes-me; Estava nu, e vestistes-me; Fiquei doente, e visitastes-me; Estive na prisão, e foste me ver. [Mateus 25:35,36] Na versão em “Testamentos dos Patriarcas”, O Senhor libera a pessoa que está orando depois que ela é vendida para a escravidão, levada em cativeiro, e colocada em amarras. A versão em Mateus não inclui estas palavras, mas acrescenta sedento e nua. Em outras palavras, a oração em Mateus é uma versão da passagem no Testamento de José, mas não inclui as ideias que Roma não teria desejado. A versão de Mateus é completamente compatível com os ensinamentos do Messias pacifista que exorta seus
seguidores a virar a outra face e a evitar até mesmo a raiva, muito menos o assassinato. Se a literatura encontrada entre os pergaminhos do mar morto era na verdade a teologia inspiradora para Judas, o Galileu e seu movimento rebelde, quando comparamos as diferenças entre as duas obras acima, estamos realmente testemunhando a transformação romana da teologia judaica no cristianismo. Estamos vendo a transformação palavra por palavra. Gostaria também de salientar a questão moral envolvida na edição das passagens acima. Não incluir as orações dos escravos suplicando a Deus para libertá-los de suas amarras é remover da religião a sua humanidade. Um outro exemplo dos autores que emprestam a teologia encontrado nos “Pergaminhos do Mar Morto” está em sua descrição do Messias. Em Lucas 1:32-33 lemos uma descrição do Messias. “Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.” [Lucas 1:32,33]
Os pergaminhos encontrados descrevem um Messias.
em Qumran também
“. . . Filho de Deus, ele será chamado e Filho do Altíssimo
eles vão nomeá-lo... Seu reino será um reino eterno... ele julgará a terra na verdade... O grande Deus... vai entregar as pessoas em sua mão e todos eles vão lançar-se diante dele. Sua soberania é a soberania eterna. [“pergaminhos”:21 ' 1] Na passagem do novo testamento, Lucas parece ter emprestado sua descrição do Messias a partir da representação do Messias encontrado em Qumran. Entretanto, não emprestou a militarística natureza do filho de Davi, daquele Messias. O Jesus no Novo Testamento é um pacifista pagador de impostos. Como o Messias foi definido no novo testamento, ele era um Salvador com valores romanos, não os valores dos seguidores do judaísmo militante encontrados nos pergaminhos. O cristianismo foi criado para ser uma alternativa ao tipo de judaísmo rebelde que se difundia através da Judeia no primeiro século E.C. É importante tentar identificar os indivíduos que estavam se convertendo ao judaísmo militarista e para quem o Cristianismo deveria ser uma alternativa. Nós somos afortunados, porque Josefo forneceu realmente uma descrição destes indivíduos. Observe que ele os identifica como a "geração perversa". “. . . nem tampouco, em nenhuma era desde o início do mundo se procriou uma geração mais frutífera em maldade do que nesta era. . . . Eles confessaram o que eram na verdade: que eles eram os escravos, a escória, e os descendentes espúrios e abortivos de nossa nação. . .” (215) Josefo descreve os rebeldes judeus como escravos e escória. O cristianismo foi desenvolvido para competir com o
judaísmo militarístico e para a fé dessas pessoas, para impedir que a marca militante do “Judaísmo Messiânico” se espalhasse sobre eles. É evidente, portanto, que a religião que foi a base da moralidade ocidental foi inventada para a pacificação dos escravos.
CAPÍTULO 15 Os Apóstolos e os Macabeus Minha análise revelou que os apóstolos João e Simão eram sátiras de militantes judeus que transformaram esses líderes da rebelião judaica em cristãos. Por isso, tentei determinar se outras distorções da história, quer no Novo Testamento ou em “Guerra dos Judeus”, haviam sido usadas na criação do cristianismo. A primeira coisa que me impressionou após o início deste inquérito foi que havia simplesmente demasiados personagens em ambos os trabalhos com os nomes de Simão, João, Judas, Eleazar (Lázaro), Matthias (Mateus), José, Maria e Jesus. Se você consultar o “Dicionário de Nomes Próprios das Escrituras” em Webster's Unabridged, você vai encontrar centenas de nomes hebraicos. Notavelmente, tanto em Josefo quanto no Novo Testamento, os mesmos poucos nomes judaicos proliferam. Em “Guerra dos Judeus” há nove “Eleazares”, três “Jacós” (“Jameses”), seis “Jesuses”, cinco “Matthiases” (“Mateuses”), uma Maria, quatro “Mariammes”, oito
“Joãos”, sete “Josés”, dez “Judases”, e treze “Simãos”. No Novo Testamento ocorre o mesmo padrão: Há sete “Marias”, nove “Simãos”, dois “Joãos”, dois “Josés”, quatro “Judases”, dois “Lazaros” (Eleazar), dois “Matthiases” (“Mateuses”), dois “Jameses”, e, no mínimo, três “Jesuses”. Do ponto de vista da probabilidade, é improvável que este conjunto de nomes seria mesmo sobreposição em duas obras que têm tão poucas personagens nomeadas, muito menos com estas muitas duplicações. Eu suspeitava que os autores do novo testamento e as obras de Josefo haviam deliberadamente usado esses nomes particulares repetidamente. Mas se esses nomes particulares foram usados deliberadamente, qual foi a intenção? A resposta reside no fato de que este mesmo conjunto de nomes era conhecido por ter sido usado por um terceiro grupo, os Macabeus, a família que governou Israel durante o primeiro e segundo séculos E.C., até que foram substituídos, através dos romanos, por Herodes. Dentro dessa família são encontrados os mesmos nomes que são tão amplamente usados, tanto por Josefo como no Novo Testamento. O fundador da dinastia foi Mattathias (Mateus), que teve cinco filhos chamados Simão, Judas, João, Eleazar (Lázaro), e Jonatas. Agora, neste momento, havia um cujo nome era Mattathias, que habitava em Modin, o filho de João, o filho de Simeão, o filho de Asamônio, um sacerdote da ordem de Joarib, e um cidadão de Jerusalém. Ele tinha cinco filhos; João, que foi chamado Gaddis, e Simão, que foi chamado Matthes, e
Judas, que foi chamado Maccabeus, e Eleazar, que foi chamado Auran, e Jonatas, que foi chamado Apphus. Agora, este Mattathias lamentou aos seus filhos o triste estado dos seus assuntos, e a devastação feita na cidade, e o saqueamento do templo, e as calamidades sob as quais estava a multidão; e ele lhes disse que era melhor para eles morrerem pelas leis de seu país, do que viver tão ingloriamente como eles fizeram. (216) Josefo também afirma sua semente ancestral dos Macabeus, por meio de uma filha de Simão, filho de Mattathias, que é mencionado acima. Ao traçar sua linhagem, Josefo registra que seu ramo da família alternava os nomes dos homens a cada outra geração: o pai de Josefo foi nomeado Mattathias, enquanto seu avô tinha sido nomeado Josefo, etc. Portanto, os nomes masculinos usados várias vezes no novo testamento são quase exatamente os mesmos que os Josefo diz que foram usados pelos homens da família dos Macabeus. Estes nomes são José, Judas, Simão, Eleazar (Lázaro), João e Matias (Mateus). É interessante que Jesus, como os filhos de Matatthias, o fundador da dinastia macabiana, também foi dito ser um dos cinco filhos. Observe como alguns dos nomes na família de Jesus são macabeus. “Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?” [Mateus 13:55]
Os Macabeus foram os criadores da Judeia que Roma destruiu. Por trezentos e setenta e seis anos, de Zerubbabel a Jonatas Macabaeu (537-161 A.C.), houve apenas um Estado judeu insignificante. Muitos escritores desta época nem sequer sabiam da existência da Judeia. O historiador grego Herodotus, meticulosamente exato em sua documentação das "Nações e Povos do Mundo Conhecido", refere-se apenas aos sírios da Palestina ("Philistia"), quando ele descreve a área. Mas as brasas de uma identidade nacional judaica nunca foram completamente extintas e no segundo século E.C. a família dos Macabeus tornou-se líder de um movimento que trouxe Eretz Israel (a terra de Israel) de volta à existência. Os Macabeus conquistaram os territórios da Samaria, Galileia, Edom e Moabe e as cidades de Gadara, Pella, Gersa, Gamala e Gaza. Os habitantes de qualquer área que os Macabeus conquistaram foram forçados a se converter ao judaísmo e os homens foram circuncidados. Aqueles que se recusaram foram executados. O reinado dos Macabeus terminou em 37 A.C. quando Herodes, com apoio Romano, derrotou Matthias Antigonus, o último rei Macabeu de Israel. Herodes originalmente não era um judeu, mas um árabe edomita. Sua autoridade foi desafiada pelos judeus religiosamente zelosos que acreditavam na manutenção de uma identidade racial separada. "Quem se casa com uma mulher Arameia, os “Zelotes” o lincham." (217) O povo de Israel apelidou Herodes de "O Escravo Edomita", referindo-se tanto ao seu relacionamento servil
com Roma como à sua origem não-judaica. Para muitos judeus, Herodes e seus descendentes eram assim inaceitáveis como os reis de Israel. Josefo descreve um movimento messiânico que ele chama de "quarta filosofia", que foi iniciada por Judas, o Galileu (no mesmo ano em que Jesus foi supostamente nascido), que liderou uma rebelião contra os Herodes e Roma que continuou até a queda de Massada em 73 D.C. Como Josefo relata, a maioria dos líderes desta filosofia tinha nomes Macabeus, e em muitos casos foram relacionados uns aos outros. Por exemplo, além de Judas, o Galileu, a quem é creditada a criação da "quarta filosofia", Josefo lista alguém chamado Eleazar como a pessoa que realmente começa a guerra. João e Simão eram os nomes dos "tiranos judeus" que controlaram os rebeldes durante o cerco a Jerusalém. O movimento termina em Massada quando os Sicarii se suicidam sob a liderança de alguém também chamado Eleazar, que também foi identificado como um descendente de Judas, o Galileu. Josefo registra os nomes dos líderes da rebelião judaica em uma lista, no início de 66 E.C. Josefo continua o padrão de "uso excessivo" de nomes Macabeus e inclui um João, um Matthias, um Eleazar (Lázaro), um Simão, e um Josefo (ele mesmo). Notavelmente, há também um Jesus. Eles também escolheram outros generais para Idumea; Jesus, o filho de Sapphias, um dos sumos sacerdotes; e Eleazar, filho de Ananias, o sumo sacerdote; Eles também ordenaram Níger, o então governador de Idumea, que era de uma família que pertencia a Peréia, além da Jordânia, e foi dali chamado o Peraite, ele deveria ser obediente aos
renomados comandantes. Nem negligenciaram o cuidado de outras partes do país; Mas José, filho de Simão, foi enviado como General a Jericó, assim como Manassés a Peréia, e João, o Ouvidor, à toparquia de Thamna; Lydda também foi adicionado à sua porção, e Joppa, e Emaús. Mas João, o filho de Matthias, foi feito governador das toparquias de Gophnitica e Acrabattene; Como foi Josefo, filho de Matthias, de ambos os galileus. Gamala também, que era a cidade mais forte nessas partes, foi colocada sob seu comando. (218) Porque os Macabeus eram a família real que Herodes derrotou, e eram fanáticos religiosos, é lógico que eles teriam sido um foco daqueles judeus zelosos que se rebelaram contra a regra de Herodes. Herodes também é registrado como matando sistematicamente os membros da família dos macabeus. Pareceu-me, baseado em seu uso persistente de nomes macabeus, que a família de Judas o Galileu era descendente dos Macabeus, embora este não seja registrado por Josefo ou em qualquer outra história existente. Ainda tenho outra razão para chegar a esta conclusão. A descoberta da verdadeira identidade dos Apóstolos João e Simão, bem como o Messias original, Eleazar, tinha-me mostrado que Josefo poderia deliberadamente ter ofuscado suas verdadeiras identidades para criar a confusão histórica em que o cristianismo foi enxertado sobre o movimento Sicarii. Portanto, se Josefo tiver omitido o registro do fato de que a família de Judas o Galileu foi descendente dos Macabeus, ele simplesmente teria continuado esta ofuscação intencional.
Josefo e os autores do Novo Testamento transformaram a família dos Macabeus, cujos membros haviam liderado a revolta do primeiro século contra Roma, nos apóstolos e na família de Jesus, o Messias da paz, que Roma havia inventado para substituir o Messias guerreiro de Judaísmo Macabeu. Eu suspeito que dentro da Judeia do primeiro século, a família dos macabeus foi considerada como messiânica, e foi semelhante ao que é chamado de Califado em todo o mundo islâmico hoje - califa significa "sucessor" em árabe. Tal família necessitava ter uma maneira de identificar seus membros, particularmente seus sucessores. O propósito e o uso excessivo de nomes de Macabeus, “ad absurdum”, em Josefo e no Novo Testamento era interferir com este processo e, na confusão, para transplantar o cristianismo para o movimento que centrou-se nessa família. O fato de que havia famílias messiânicas no primeiro século na Judeia é confirmada por uma citação de Eusébio citando uma obra anterior de Hegesipo. Vespasiano, após a captura de Jerusalém, emitiu uma ordem para garantir que ninguém que fosse do ramo real fosse deixado entre os judeus, que todos os descendentes de Davi deveriam ser descobertos e, por essa razão, uma nova perseguição generalizada foi novamente infligida aos judeus. (219) A citação anterior mostra que os romanos estavam realmente tentando erradicar pelo menos uma família messiânica. Observe que o Messias que era um problema para os romanos foi identificado como judeu.
A destruição da família da qual este Messias foi gerado é descrita como uma continuação das perseguições dos judeus. Isto mostra Roma oprimindo, no primeiro século, um movimento messiânico judeu, e não um cristão. O que apoia a alegação de que Roma viu a família de Judas, o Galileu, como parte deste problema messiânico é o fato de que Josefo registra que o "governante do mundo", ou profecias messiânicas, foram o que mais incitou as massas a se revoltarem, e que a única família especificamente alvejada para destruição pelos romanos era a família de Judas, o galileu. Observe na seguinte passagem que os filhos de Judas são chamados de Tiago e Simão, assim como dois dos apóstolos. Observe na seguinte passagem que os filhos de Judas são nomeados Tiago e Simão, assim como dois dos Apóstolos. E, além disso, os filhos de Judas da Galileia foram agora mortos; Eu quero dizer daquele Judas que causou no povo a revolta, quando Cyrenius veio para tomar conta das propriedades dos judeus, como nós mostramos em um livro precedente. Os nomes desses filhos eram Tiago e Simão, a quem Alexandre ordenou ser crucificado. (220) Josefo também registra que o descendente de Judas "Eleazar" estava encarregado dos Sicarii em Massada em 70 E.C., quando a "quarta filosofia" foi finalmente destruída. Parece claro que uma família que tinha liderado os revolucionários messiânicos geração após geração teria sido a família de quem um Messias seria esperado.
A passagem acima sugere que os Zelotes viram a família de Judas, o Galileu, como uma família messiânica. Entretanto, os Macabeus eram do ramo de Aarão e não da família de Davi. Se a família de Judas, o Galileu, fossem descendentes dos Macabeus e, portanto, de Aarão, como poderiam ter sido vistos como messiânicos pelos rebeldes judeus? Embora “O Filho de Davi” viesse a ser o epíteto do Messias, tanto no Talmud como no Novo Testamento, no primeiro e segundo séculos E.C. muitos judeus olharam para um Messias que não era o "que vem" da família de Davi. O rabino Akiba, por exemplo, acreditava que bar Kokhbah, o revolucionário líder judeu do século II E.C., era o verdadeiro Messias, embora em nenhum lugar fosse afirmado que ele fosse da casa de Davi. Mais importante é o fato de que foram encontradas, entre os pergaminhos do mar morto, duas obras: o documento de Damasco e o estatuto TTT, ambos descrevem uma seita que aguardava o aparecimento de um Messias. Em ambos os trabalhos, esta vinda do Messias é descrita como um membro da família de Aarão. Esta é a declaração exata dos estatutos em que (Eles deverão caminhar até a vinda do Messias) Arão e Israel, perdoarão sua iniquidade. (221) “Eles devem afastar-se de qualquer dos conselhos da lei . . . até que venha o Profeta e os MESSIAHS de Aarão e Israel. . . (222) Cada trabalho também se refere à família de Aarão de uma
forma que mostra que ele está em uma posição de liderança. Mas Deus se lembrou da aliança com os antepassados e levantou de Aarão homens de discernimento. . . (223) Só os filhos de Aarão comandarão em assuntos de Justiça e de propriedade. . .” Os autores do novo testamento estavam bem cientes de que o Messias não precisava ser da família de Davi. Jesus é citado como afirmando exatamente que: “E, falando Jesus, dizia, ensinando no templo: Como dizem os escribas que o Cristo é filho de Davi? O próprio Davi disse pelo Espírito Santo: O Senhor disse ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés. Pois, se Davi mesmo lhe chama Senhor, como é logo seu filho? E a grande multidão o ouvia de boa vontade.” [Marcos 12:35-37] Que Jesus afirmou que o Messias não precisa ser da família de Davi não deve ser surpreendente, porque o próprio Jesus não era daquela família. Os Evangelhos de Mateus e Lucas trazem versões completamente diferentes da genealogia de Jesus como da "família de Davi" por intermédio de seu pai José, que, claro, não era seu pai. Um fato bem conhecido pelos autores dos Evangelhos porque, segundo eles, ele nasceu do Espírito Santo e de uma virgem.
Dado o fato de que a família de Aarão foi considerada messiânica por muitos judeus desta era, e que a dinastia dos macabeus era a família real judaica desta época e era da casa de Aarão, é provável que Zelotes teriam visto os Macabeus como a família da qual o "Messias de Aarão" apareceria. Se esta teoria está correta, então o movimento messiânico da Judeia do primeiro século desenvolveu-se como uma reação contra Roma, que havia derrubado os Macabeus e os substituiu por seus fantoches, a família de Herodes. A luta da Judeia do primeiro século foi semelhante a muitas na Europa medieval, que envolveram uma família real deposta buscando voltar ao poder, um governo estrangeiro sustentando um rei impopular, e uma disputa sobre a religião. Fanáticos judeus, na esperança de restaurar a família dos macabeus, focados naquelas partes de sua escritura que eles acreditavam profetizaram que Deus estava enviando um Messias que iria restaurar Israel como um "Estado Judeu" soberano. O livro de Daniel, que não especifica de que família terrena viria o Messias, teria parecido especialmente apto porque prevê um "Filho de Deus" que ajuda a restaurar Israel depois de uma série de tribulações. Os Zelotes aplicaram essas profecias aos Macabeus. Os autores romanos de “Guerra dos Judeus”, a fim transformar os Macabeus da família messiânica dos judeus na família fundadora do cristianismo, criaram uma história "oficial", a “Guerra dos Judeus”, que contém um grupo indiferenciado dos indivíduos com nomes de Macabeus. Estes indivíduos são descritos invariavelmente como ladrões e falsos profetas. Uma das finalidades de “Guerra
dos Judeus”, consequentemente, era obscurecer a história real dos "cinco filhos de Matthias". === Então, os Evangelhos transplantam Jesus e seus quatro irmãos, chamados Judas, Simão, José e Tiago, seu pai, chamado José, e sua mãe, chamada Maria, assim como seus discípulos, chamados Simão, Judas, João, Eleazar e Mateus sobre a história da família macabiana Ao criar tantos personagens com nomes macabeus, os autores do Novo Testamento e de “Guerra dos Judeus” procuraram enganar os ignorantes em crer que o cristianismo tinha origem dentro da família macabiana. Esta enxertia simbólica do cristianismo sobre a tradição messiânica dos Macabeus foi espelhada por um esforço para transplantar fisicamente a família herodiana para os Macabeus. (225) Herodes casou-se com Mariamme, descendente direta de Mattathias, fundador da dinastia macabiana. Depois que ela lhe deu quatro filhos, Herodes executou a ela e seu irmão, garantindo assim que apenas seus filhos macabeus permaneceriam. Ao longo de suas obras Josefo é muito cuidadoso para evitar fazer qualquer menção do Messias. Ele usa a palavra apenas duas vezes, em conjunto com Jesus, e nunca explica exatamente o que o termo significa. Josefo menciona inúmeras figuras messiânicas sem nunca se referir a eles como um Messias ou um Cristo, chamando-os de falsos profetas, ladrões ou charlatães. Por exemplo, Josefo usa esses termos seculares pejorativos com uma personagem chamada Theudas (45 D.C.), sem dúvida, o mesmo Theudas mencionado no novo testamento, que
prometeu levar seus seguidores com os “calçados secos” como Josué antes de Jericó. Em outras palavras, ele alegou ser capaz de "abrir" as águas como Moisés. É evidente que ele era um indivíduo operando dentro de um quadro religioso e não simplesmente, como Josefo descreve-o, um ladrão. Em outras palavras, ele alegou ser capaz de "parte" da água como Moisés. É evidente que ele era um indivíduo operando dentro de um quadro religioso e não simplesmente, como Josefo descreve-o, um ladrão. Josefo faz reformulação da história novamente, desta vez excluindo a partir dele os aspirantes messiânicos que tinha liderado revoltas contra Roma durante o primeiro século E.C. Ele usa o truque de mudar o nome para transformar MESSIAHS em ladrões. Ele está novamente dificultando traçar a linhagem da verdadeira família messiânica. A única linhagem messiânica remanescente após 70 D.C., de acordo com o novo testamento e Josefo, é a de Jesus, que, depois de endossar Roma, “deixou o planeta”. Mesmo quando Josefo aplica uma profecia messiânica a Vespasiano, ele não se refere diretamente ao profeta, mas sim à visão de algum "oráculo ambíguo". Eu argumentaria que Josefo evitar as profecias específicas que predizem o Messias, bem como do próprio termo, é um exemplo de como ele deliberadamente desfoca a história do judaísmo para que o cristianismo possa, na confusão, reivindicar a história como sua própria. Neste caso, ele borrou a identidade e a intenção dos aspirantes messiânicos macabeus desta era, deixando apenas o Messias do cristianismo visível.
Com sua descrição da morte de Eleazar, um descendente de Judas, o Galileu, em Massada em 73 E.C., Josefo esperava não só limpar da história a verdade da família que tinha agitado tal oposição a Roma, mas na verdade para usar seus indivíduos e história como a "rocha "sobre o qual a nova religião seria construída. A transformação de Simão e João acima é apenas parte de uma decepção em uma escala enorme, englobando não apenas a história de uma família, mas também de uma religião inteira, por mais de um século. O cristianismo é o movimento Sicarii de Judas, o Galileu deliberadamente borrado e transformado. Os romanos transformaram a história do culto do Messias Macabeu militante na história do cristianismo. Robert Eisenman apontou uma série de sobreposições entre o movimento Sicarii e o cristianismo durante a segunda metade do primeiro século E.C. Ambos eram movimentos messiânicos, ambos estavam na Judeia durante o mesmo período, e ambos se engajaram em atividades missionárias. Mais importante é a afirmação de Eisenman que a palavra "sicarii" em si pode ser um "quase-anagrama" e um possível pejorativo em grego para a palavra" cristão ". (226) Se verdadeiro, esta palavra que cria "cristão" a partir de "Sicarii" caberia perfeitamente no teste padrão de criar o cristianismo fora do movimento Sicarii. Josefo descreve numerosos "Eleazares" dentro de “Guerra dos Judeus”. Creio que os atributos desses “Eleazares”, juntamente com os de Lázaro no novo testamento, se destinam a revelar a identidade do verdadeiro Messias. O
que está dizendo é que estes Eleazares são tão frequentemente descritos como os líderes de um movimento messiânico. Josefo começa isto afirmando que um Eleazar era responsável pelo "verdadeiro começo" da guerra. “Ao mesmo tempo, Eleazar, o filho de Ananias, o sumo sacerdote, um jovem muito ousado, que era naquele tempo governador do templo, persuadiu aqueles que oficiavam o serviço divino para não receberem nenhuma doação ou sacrifício de qualquer estrangeiro. E este foi o verdadeiro começo de nossa guerra com os romanos; por eles rejeitarem o sacrifício de Cesar nesta conta . . ." (227) Na passagem abaixo, observe que outro Eleazar é descrito como o sobrinho de "Simão, o tirano", que eu identifiquei como o Apóstolo Simão. Isso sustenta a afirmação de que uma família messiânica liderou a rebelião judaica e as identidades desses membros da família foram transformadas nos apóstolos e em Jesus. “Dos sediciosos, aqueles que lutaram bravamente nas batalhas anteriores fizeram o mesmo agora, como além deles fez Eleazar, filho do irmão de Simão, o tirano. Mas quando Tito percebeu que seus esforços para poupar um templo estrangeiro virou-se para o dano de seus soldados, e depois ser morto, ele deu ordem para incendiar os portões.” (228) Josefo identifica um Simão e um Judas como filhos de “Jairo". Um Eleazar também é identificado como um membro desta
família, o Eleazar que é um "tirano" em Massada e um descendente de Judas, o Galileu, e também é identificado como um parente de Simão, o tirano (o Apóstolo Simão) acima. “Alguns deles que escaparam em particular de Massada, entre os quais estava Eleazar, o filho de Jairo, que era parente de Manahem, e comportou-se assim como um tirano depois de Massada. . .” (229) Isto estabelece a família de Jairo como parte da família de Judas, o Galileu, a verdadeira família messiânica, e conecta os apóstolos à família de Judas, o Galileu, que conecta os apóstolos à família de Jairo que se encontra no novo testamento. A genealogia irremediavelmente interligada descrita acima é deliberadamente difícil de seguir. As genealogias excessivamente complexas no Novo Testamento e Josefo servem tanto para impedir os ignorantes de compreendê-los como paródias dos judeus e para expandir a confusão geral sobre quem os verdadeiros membros da família macabiana foram - a confusão em que o cristianismo foi introduzido. Embora Josefo tenha feito propositadamente as genealogias difíceis de seguir, elas foram construídas para revelar — ao leitor atento — que os personagens do Novo Testamento e “Guerra dos Judeus” não são apenas os mesmos indivíduos, mas são todos membros da mesma família. Todos os “Eleazares” nas obras de Josefo e todos os “Lazaros” no Novo Testamento são as sátiras do real "Eleazar", que foi ungido como o Messias pelos rebeldes
judeus que defendiam Jerusalém em 70 E.C. O Eleazar, que é "um filho de Jairo" e um "descendente de Judas, o Galileu", e que era o líder do Sicarii em Massada, também faz parte deste construto. Apoiando isso está o fato de que no Novo Testamento a filha de alguém também chamado Jairo, o "governante" de uma sinagoga, é, como Lázaro, "ressuscitado dos mortos" por Jesus. Na passagem abaixo, observe que Jesus traz com ele apenas Simão, João e Tiago. Como observado acima, este "apóstolo" Simão é de fato o tirano judeu Simão, que é descrito em Josefo como tanto um filho de Jairo e irmão de um João e um Jaime (Jacó). O leitor deve apreciar apenas o quão pequeno é o círculo que estamos lidando aqui. É um pequeno círculo porque é uma única família. Saber que os apóstolos de Jesus trazem consigo, para testemunhar a "ressurreição" da filha de Jairo, os seus parentes, ajuda-nos a compreender o verdadeiro significado da passagem. É uma sátira de uma crença na ressurreição dos mortos, uma crença realizada pelos seguidores da família messiânica. É possível que esta sátira fosse baseada em um incidente real, em que os romanos descobriram membros da família messiânica escondida nas cavernas subterrâneas abaixo de Jerusalém e Tito "restaurou" uma jovem mulher à vida. Observe que na passagem Jesus instrui que seja dado à menina "algo para comer", bom conselho, se a causa da doença da criança é a fome. A filha é outra personagem sem nome do novo testamento. Eu suspeito que Josefo pretendia que o "leitor atento" fosse capaz de adivinhar o seu nome, no entanto. Como "Eleazar" é o filho de Jairo e suas irmãs são nomeadas Maria e Marta,
isso sugere que a filha "ressuscitada" de Jairo teria sido mais uma "Maria", ou seja, uma mulher rebelde. Josefo e o Novo Testamento criaram uma sátira sobre as muitas "Maras famintas" durante a guerra. O leitor lembrará que Josefo descreve como a fome "traspassava as entranhas de Maria" no capítulo sobre "o filho de Maria cuja carne é comida" e que a "Maria" no novo testamento, que é a mãe de Jesus, foi profetizada para um dia ser "traspassada". “. . . enquanto a fome traspassa suas próprias entranhas e medula, quando também seu sofrimento foi elevado a um ponto além da própria fome; . . .” [Josefo – Guerra dos Judeus VI’III] "E Simeão os abençoou, e disse a Maria, sua mãe: Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel, e para sinal que é contraditado (E uma espada traspassará também a tua própria alma); para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.". . . [Lucas 2:34,35] 35Enquanto Jesus ainda estava falando, chegaram algumas pessoas vindas da casa de Jairo, o dirigente da sinagoga, a quem informaram: “Tua filha já está morta! Não adianta mais incomodar o Mestre”. 36Mas Jesus não deu atenção àquelas notícias, e voltando-se para o dirigente da sinagoga o encorajou: “Não temas, tão somente continue crendo!” 37E ordenou que ninguém o acompanhasse a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. 38Assim que chegaram à casa do dirigente da sinagoga, Jesus observou grande agitação, com muitas pessoas consternadas, chorando e se lamentando em alta voz. 39Ao entrar na casa lhes questionou: “Por que estais em alvoroço e pranteais? A criança não morreu, mas está dormindo!” 40E todos ali
menosprezaram o juízo feito por Jesus. Ele, contudo, mandou que saíssem, chamou para perto de si o pai e a mãe da criança, bem como os discípulos que estavam em sua companhia, e adentrou o recinto onde jazia a criança. 41Então, pegando na mão da menina, ordenou em aramaico: “Talitha koum!”, que significa “Filhinha! Eu te ordeno, levanta-te!”. 42E no mesmo instante, a menina que tinha doze anos de idade, ergueu-se do leito e começou a andar. Diante disso, todos ficaram assombrados. 43Então Jesus lhes recomendou expressamente para que nenhuma outra pessoa viesse a saber do que haviam presenciado. E mandou que dessem algo de comer à menina. [Marcos 5 35:43] A passagem de Josefo que descreve o flagelamento de Eleazar e a fuga milagrosa da crucificação, que analisei anteriormente, é seguida imediatamente em “Guerra dos Judeus” pela descrição de Josefo sobre o cerco de Massada. Nessa história ainda outro Eleazar convence os defensores Sicarii de Massada para cometer suicídio ao invés de arriscar ser capturado pelos romanos. Eu considero a famosa passagem de Josefo descrevendo o suicídio em massa dos defensores judeus como ficção completa. Josefo não era interessado no registro da história, mas em criar a propaganda eficaz. É por isso que, embora houvessem certamente Sicarii que foram sitiados pelos romanos em Massada, eu não acredito que eles se mataram. Acredito que Josefo tenha inventado o discurso de Eleazar exortando os judeus a se matar para instilar nos judeus e na hoi polloi (plebe) a adotar a crença de que o suicídio é nobre quando se é confrontado com a força romana “majore”."Nobres" suicídios de rebeldes judeus correm por
toda a obra de Josefo e esperava-se, sem dúvida, que eles iriam contrariar o costume corajoso dos defensores judeus, que lutaram até o último homem, e assim custou a família imperial mais de suas tropas. Observe que, como com a crucificação de Jesus e a destruição do templo, são os judeus, não os romanos, que são novamente "responsáveis" pelo “abate” em Massada. É também para propósitos simbólicos que Josefo coloca o Eleazar final, o descendente de Judas, o Galileu, no ato final da conquista romana do movimento messiânico. Faz a com que a conclusão de sua história fictícia seja a conclusão de uma era e o começo de outra - isto é, o fim do Judaísmo dos Macabeus e o começo do Cristianismo. Com a morte deste Eleazar final, Josefo está trazendo um fim para a família messiânica de Judas, o Galileu e seu movimento messiânico, a "quarta filosofia", ou o Sicarii. . . . Havia apenas uma forte influência que ainda estava em rebelião. Esta fortaleza chamava-se Massada. Era Eleazar, um homem potente, e o comandante destes Sicarii, que que tinham se apoderado de lá. Ele era um descendente daquele Judas que tinha persuadido a muitos dos judeus, como temos anteriormente relatado, não se submeterem à tributação como quando Cyrenius foi enviado para a Judeia para assim fazer uma; . . . (230) Assim como a morte de Eleazar traz um fim à sua família e à sua "filosofia", ela também anuncia o início de outra família e outra filosofia. Josefo conclui sua descrição da batalha de Massada alegando que, de alguma forma, um grupo sobreviveu ao suicídio em massa.
Então, essas pessoas morreram com essa intenção, que não deixariam nenhuma viva alma entre elas para estarem sujeitas aos romanos. No entanto, havia uma anciã, e outra mulher que eram parentes de Eleazar, e superiores à maioria das mulheres em prudência e saber, com cinco filhos, que se esconderam em cavernas no subsolo, e levaram água para lá para beberem, e ficaram escondidas lá enquanto todos os outros cumpriam o objetivo de abaterem um ao outro. (231) Como mostrado no capítulo “Construindo Jesus”, a data do “abate” em Massada, foi o décimo quinto de Nisan 73 C.E., é significativo ser compreendido como o final dos quarenta anos de “perambulação” do cristianismo, assim como o começo de seu domínio sobre a terra de Israel e seu substituição do judaísmo. É fácil ver que dentro do cenário simbólico que Josefo criou, os "cinco filhos" mencionados na passagem acima, que são "parentes de Eleazar", devem ser entendidos como os fundadores da dinastia cristã. Josefo, que havia começado “Guerra dos Judeus” com a descrição do começo de uma dinastia, o Macabeus -" "Assim Matthias se armou, junto com sua própria família, que possuía cinco filhos ..." - termina seu trabalho com o começo de um outro dinastia que começa com uma mulher que era parente de Eleazar e seus "cinco filhos." Seus nomes não são dados. No entanto, estou confiante de que, no seio da corte flaviana, teriam sido conhecidos como Maria, o seu filho Jesus, os seus quatro irmãos. Eles são a nova dinastia, prontos para entrar na terra prometida que lhes foi dada por "Deus".
“Ora, não é este o filho do carpinteiro? O nome de sua mãe não é Maria, e o de seus irmãos: Tiago, José, Simão e Judas?” [Mateus 13:55] (233) Embora Josefo tenha simbolicamente convertido a família Macabiana para o cristianismo em Massada, as rebeliões messiânicas centradas na família aparentemente continuaram até a derrota de Simon bar Cochba em 135 E.C. bar Cochba significa "filho da estrela". Simão era tão só um apelido por causa da "estrela" da profecia do judaísmo que aponta para um Messias, a mesma profecia que o novo testamento reivindica para Jesus. Nas moedas cunhadas pelos rebeldes judeus durante sua revolta de 132-135 E.C., apenas dois indivíduos são comemorados. Uma moeda é dedicada a bar Cochba e sua inscrição lê "Simão, Príncipe de Israel." O outro indivíduo tão comemorado é Eleazar. Sua moeda diz "Eleazar, o sacerdote". (234) As moedas apresentam a mesma dicotomia que existe no novo testamento e “Guerra dos Judeus” — isto é, entre um líder militar chamado Simão e um espiritual chamado Eleazar. A luta de Roma com "Simão" e "Eleazar", evidentemente, continuou mesmo após a "extinção" da família em Massada.
Desde que o Ministério de Jesus satiríza os judeus desenhando paralelos em sátiras sombrias com a campanha de Tito através da Judéia, parece lógico que haveria também uma sátira dos doze apóstolos dentro de “Guerra dos Judeus”. Desta forma, a simetria entre os dois trabalhos seria mantida. Eu assumi que a sátira envolveria uma técnica semelhante à troca de identidade usada para transformar os líderes rebeldes judeus Simão e João em cristãos. Eu descobri precisamente tais sátiras dentro da descrição de Josefo dos assaltos pelos romanos ao templo de Jerusalém. Dentro das passagens doze soldados romanos
duas vezes tentam capturar a muralha que levava ao templo. As passagens que contêm esta sátira complexa começam com um discurso por Tito que conclama para que voluntários ataquem o templo. Um soldado chamado "Sabinius" aceita o desafio e de uma maneira muito parecida com o devotio de Decius Mus (capítulo 11), ele se voluntariou para sacrificar sua vida no esforço. “. . .Sobre este discurso de Tito, o resto da multidão ficou amedrontado por tão grande perigo. Mas havia um, cujo nome era Sabinus, um soldado que serviu entre as coortes, e sírio por nascimento, que parecia ser de grande força, tanto nas ações que havia realizado, como pela coragem de sua alma que ele havia mostrado. . .” “. . . Sabinius foi acompanhado por onze outros e os doze realizaram o assalto, que falha quando Sabinius tropeça sobre uma "grande pedra", reminiscente da grande pedra que havia sepultado Jesus.” -Note abaixo que Sabinius estava possuído por uma “fúria divina". “. . . Seguiram-se onze outros, e ninguém mais, que resolvesse imitar sua bravura; assim mesmo foi ele a principal pessoa entre todos, e se lançou por primeiro, como animado por uma “fúria divina.” ". . . E agora não podemos deixar de reclamar aqui da fortuna, como ainda invejosa em virtude, e sempre impedindo a realização de realizações gloriosas: este era o
caso do homem diante de nós, quando ele tinha acabado de obter seu propósito; pois ele tropeçou em certa pedra grande e caiu sobre ela precipitadamente, com um ruído muito grande." (235) Um segundo assalto é feito e, novamente, Josefo se refere ao número doze, embora desta vez ele acrescente outros a ele. “. . Dois dias depois, doze daqueles homens que estavam à frente e vigiavam as margens, reuniram-se e chamaram o porta-estandarte da quinta legião, e outros dois de uma tropa de cavaleiros e um trombeteiro. ; estes foram sem ruído, sobre a nona hora da noite, através das ruínas, para a torre de Antônia; e quando eles cortaram as gargantas dos primeiros guardas do lugar, enquanto eles dormiam, eles tomaram posse da muralha. . . (236) Na minha opinião, Josefo está usando o templo como um símbolo do judaísmo e a tentativa de forçar "doze" nele é uma descrição satírica da inserção dos apóstolos no novo judaísmo. O ponto é que o templo não será mais judeu, mas cristão, uma vez que os "doze" forçem a entrada. No segmento seguinte, perceber que entrar no templo "iniciaria" toda a conquista dos romanos, uma frase que lembra "completar". as calamidades dos judeus "no capítulo do Filho de Maria. “Então os sediciosos de ambos os corpos do exército judeu, bem como os pertencendo a João como os pertencente a Simão, os afugentaram; e de fato não estavam querendo o mais alto grau de força e vivacidade; pois eles se consideravam inteiramente arruinados se uma vez os
romanos entrassem no templo, como os romanos consideravam o mesmo que o começo de toda a sua conquista. Assim, uma batalha terrível foi travada na entrada do templo, enquanto os romanos estavam forçando o seu caminho, a fim de obter posse daquele templo. . .” (237) Josefo em seguida faz referência a uma confusão sobre a identidade dos combatentes, que ocorre quando esta batalha é travada na porta do templo. O jogo de palavras é bastante interessante porque, se essa interpretação é correta, é uma paródia da confusão planejada de identidades usadas pelos romanos para inaugurar o cristianismo. “. . . Agora, durante essa luta, as posições dos homens eram indistinguíveis dos dois lados, e eles lutavam ao acaso, os homens sendo misturados uns com os outros e confundidos, em razão da estreiteza do lugar; enquanto o barulho que foi feito foi ouvido de uma maneira indistinta, porque era muito alto. Um grande massacre aconteceu agora de ambos os lados, e os combatentes pisaram nos corpos e na armadura dos que estavam mortos, e os despedaçaram. Assim, para o lado que a batalha se inclinava, aqueles que tinham a vantagem exortavam um ao outro a continuar, assim como aqueles que eram espancados faziam grande lamentação. Mas ainda não havia espaço para fugir nem para perseguir, mas sim para revoluções e recuos desordenados, enquanto os exércitos se misturavam uns aos outros; mas aqueles que estavam nas primeiras fileiras estavam sob a necessidade de matar ou ser morto, sem qualquer maneira de escapar; e aqueles de ambos os lados que vieram para trás forçavam os que estavam à sua frente, sem deixar nenhum espaço entre os exércitos.” (238)
Josefo, então, lista aqueles judeus que mais "se destacaram" na batalha. “. . . Agora, aqueles que mais se destacaram e lutaram com mais zelo nessa batalha do lado judaico foram: Alexas e Gyphtheus, do partido de João, e do partido de Simão, Malachias, e Judas, filho de Merto, e Tiago, filho de Sosas, o comandante dos idumeus; e dos zelotes, dois irmãos Simão e Judas, filhos de Jairo.” (239) Outro ataque é feito e, novamente, nenhum dos lados pode distinguir um do outro, porque os exércitos estão entremeados. Confusão reina, o que fez menos mal aos romanos, que se lembravam de sua palavra de ordem. Acredito que Josefo esteja novamente fazendo um ponto satírico em relação à confusão de identidades que permitiu aos romanos criar apóstolos cristãos a partir de rebeldes judeus. “. . . pois o grande barulho confuso que era feito de ambos os lados os impedia de distinguir as vozes uns dos outros, assim como a escuridão da noite os impedia de fazer distinção pela visão, além daquela cegueira que surgia de outra forma também da paixão e do medo que eles estavam ao mesmo tempo; por essa razão, isso aconteceu para cada um dos soldados que estvama sendo atacados. No entanto, essa ignorância causou menos danos aos romanos do que aos judeus, porque eles estavam unidos sob seus escudos e faziam suas incursões com mais regularidade do que os outros, e cada um deles se lembrava de sua palavra de ordem; enquanto os judeus estavam perpetuamente dispersos no exterior, e faziam seus ataques e retiradas ao acaso, e assim freqüentemente se enxergavam um ao outro como inimigos; porque cada um deles recebiam os seus
próprios homens que voltavam no escuro como romanos, e os atacavam; de modo que mais deles foram feridos por seus próprios homens do que pelo inimigo, até que, na iminência do dia, o discernimento da correta natureza foi depois enxergada. Essa luta, que começou na nona hora da noite, e não terminou até a quinta hora do dia; e, no mesmo lugar em que a batalha começou, nenhuma das partes poderia dizer quem havia feito a outra recuar; mas ambos os exércitos deixaram a vitória quase em incerteza entre eles; onde aqueles que se assinalaram do lado romano eram muitos, porém os que estavam do lado judaico eram: Simão, Judas, filho de Merto, e Simão, filho de Josias; dos idumeus, Tiago e Simão, o último dos quais era filho de Cathlas, e Tiago era filho de Sosas; daqueles que estavam com João, Gyphtheus e Alexas; e dos zelotes, Simão, filho de Jairo.” (240) Minha interpretação é que a sequência inteira é uma maneira satírica de descrever como os autores do Novo Testamento, agindo como agentes de Roma por meio de suas falsas histórias, o Novo Testamento e as obras de Josefo, transformaram os rebeldes judeus em apóstolos cristãos. O primeiro ponto o qual quero destacar é que as duas passagens confusas nas quais Josefo descreve aqueles que "se destacaram" são um quebra-cabeças. O leitor que "os resolve" reconhecerá que as listas descrevem os doze indivíduos que estavam lutando para preservar o templo. Em outras palavras, quando as duas listas de judeus que "se destacaram" são combinadas e as duplicações são canceladas, restam quatro “Simãos”, dois “Judas”, um “João” e um “Jaime”, bem como Alexas, Gyphtheus,
Malachias e Sosas. Oito têm os nomes dos Apóstolos e quatro não, para uma lista total de doze indivíduos. Os leitores podem procesar esta confusão por si mesmo, se quiserem. Pegue a primeira lista: Alexas e Gyphtheus, da parte de João, e do grupo de Simão eram Malaquias, e Judas o filho de Merto, e Tiago, filho de Sosas, o comandante do Idumeus; e dos zelotes, dois irmãos, Simão e Judas, o filhos de Jairo. E adicione-a à segunda: daqueles que estavam com Simão, Judas, filho de Merto, e Simão, filho de Josué; dos idumeus, Tiago e Simão, o último dos quais era o filho de Cathlas, e Jaime era o filho de Sosas; daqueles que estavam com João, Gyphtheus e Alexas; e dos zelotes, Simão, filho de Jairo. Remover as duplicatas produz a seguinte lista de doze indivíduos: Alexas Gyphtheus João o tirano Simão, o tirano Malaquias Judas, o filho de Merto Tiago, filho de Sosas
Sosas, o líder dos idumeus Simão, o filho de Jairo Judas, o filho de Jairo Simão, o filho de Josas Simão filho de Cathlas Josefo registra então que houve outra batalha, durante a qual os "doze" novamente "se manifestaram". Ele também menciona a coragem de outro indivíduo, um Eleazar (Lázaro). Como mostrei acima, Eleazar era o Messias judeu para quem Jesus foi mudado no Novo Testamento. A "sinalização" de Josefo dos "doze" e de um Eleazar obviamente corrobora essa interpretação. Josefo está falsificando o verdadeiro Messias e seus doze discípulos. “. . . Dos sediciosos, aqueles que haviam lutado bravamente nas batalhas anteriores fizeram o mesmo agora, ainda além deles Eleazar, filho do irmão de Simão, o tirano. Mas quando Tito percebeu que seus esforços para poupar um templo estrangeiro se voltaram para danos de seus soldados, ele ordenou que ateassem fogo aos portões.” (241) A fim de "documentar" a troca de apóstolos cristãos por rebeldes judeus, Josefo registra outro grupo de indivíduos. Ele apresenta a lista desses indivíduos entre as duas listas que nomeiam os doze judeus que "se anunciaram" em batalha. Esta nova lista nomeia os judeus que desertaram para os romanos no meio da batalha. Observe que temos outros "cinco filhos de Matias". “. . . dos quais estavam os sumos sacerdotes, José e Jesus, e os filhos dos sumos sacerdotes, três, cujo pai era Ismael, que fora decapitado em Cirene, e quatro filhos de Matias, como também um filho do outro Matias . . . ” (242)
José, Jesus e Matias são, é claro, todos os nomes associados ao cristianismo. "Matias" não é apenas o nome de um dos autores de um Evangelho (Mateus), mas o nome do discípulo que substituiu Judas como um dos doze apóstolos. Além desses três, as listas de Josefo incluem cinco filhos de Matias, um José e um Jesus. Os "cinco filhos de Matias" devem ser entendidos como os cinco filhos do fundador da dinastia dos Macabeus - isto é, Judas, Simão, João, Eleazar (Lázaro) e Jônatas. É claro o porquê de Josefo relatar, esses "cinco filhos de Matias" como bem diferentes dos "cinco filhos de Matias" originais, pois eles desertaram para César. No entanto, o ponto alto da sátira que Josefo está fazendo aqui é que esses cinco filhos de Matias têm os mesmos nomes dos cinco filhos originais de Matias.
Assim, os "cinco filhos de Matias" que desertaram para os romanos e os doze "destacados" rebeldes judeus contêm nomes que se sobrepõem. Os nomes sobrepostos são os dos apóstolos e dos filhos de Matias Macabeu - Judas, Simão, João e Eleazar. A lista daqueles que desertaram para o lado romano também contém tanto um Jesus quanto um José, ambos nomes do cristianismo. O lado judaico também contém um Malachias, um ponto que explorarei abaixo. Minha interpretação da passagem é que, durante a confusão da batalha, os judeus que "se destacaram" e que tinham os mesmos nomes são transformados nos filhos de Matias que desertam para os romanos. Assim como Jesus foi transformado em Tito, os líderes da rebelião judaica são transformados em doze capangas. É outro exemplo da técnica de "troca de nome" usada para criar os apóstolos
Simão e João. A complexa confusão sobre identidade é uma paródia de como os romanos criaram os apóstolos e os inseriram no templo (judaísmo), transformando a história dos Macabeus na "história" do cristianismo. “. . . pois o grande barulho confuso que se fazia de ambos os lados os impedia de distinguir as vozes uns dos outros, assim como a escuridão da noite os impedia de distinguir com a visão. . . No entanto, essa ignorância causou menos danos aos romanos do que aos judeus, porque cada um deles se lembrava de sua palavra de ordem; enquanto os judeus. . . frequentemente percebiam uns aos outros como inimigos; porque cada um deles recebeu os dos seus próprios homens que voltavam no escuro, como romanos. . .” (243) Esta interpretação é reforçada pela inclusão de um Malachias por Josefo como um dos doze judeus que "se anunciaram". O nome Malaquias é o hebraico para "meu mensageiro" e era sinônimo do profeta Elias. Esse significado vem do livro de Elias, no qual Deus declara: "Eis que eu envio meu mensageiro (Malaquias), que preparará o caminho diante de mim". Elias (Malaquias) acreditava que os judeus messiânicos do primeiro século E.C. estariam prestes a retornar à Terra como precursores do Messias. (244) Os autores do Novo Testamento criaram João Batista para ser o Elias do cristianismo, isto é, o mensageiro que anunciava a "vinda" do Messias. “E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro?
E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas;” [Mateus 17:10,11] Como Elias, diz-se que João usou uma cinta de couro e uma "capa de cabelo". (245) Assim como Elias, João também morava às margens do Jordão, perto de Jericó. (246) O último dos Livros dos Profetas é o Livro de Malaquias. Como os eruditos reconheceram há muito tempo, os autores dos Evangelhos usaram esse livro, com seus ditos apocalípticos de um antecessor messiânico, como a base para as descrições de João do Batista de um Dia do Juízo Final. No livro de Malaquias é declarado: “.Porque eis que aquele dia vem ardendo como fornalha; todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, serão como a palha; e o dia que está para vir os abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que lhes não deixará nem raiz nem ramo.” [Malaquias 4:1] (247) O autor do Evangelho de Mateus faz com que João, o batista, parafraseie Malaquias: ". . . 10 O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore, pois, que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo . . . 12 Ele traz a pá em sua mão e separará o trigo da palha. Recolherá no celeiro o seu trigo e queimará a palha no fogo que jamais se apaga.” [Mateus 3: 10 e 12] (248) No entanto, João acrescenta sua própria perspectiva política a Malaquias, alertando aqueles que acreditam que não têm nada a temer no Dia do Juízo, porque eles são os "filhos de Abraão, Isaque e Jacó" - isto é, os judeus - devem estar
cientes de que seu "judaísmo" não os torna seguros. João declara (com um jogo de palavras) "Deus é capaz dessas pedras (abanim) de criar filhos (banim) até Abraão." João Batista, portanto, compartilha com Jesus uma "visão" de um apocalipse vindouro para os judeus. De minha perspectiva, porém, o ponto mais importante é que João está dizendo que "Deus" pode criar "judeus" à vontade, a mesma ideia que Josefo está relatando com a história da batalha do templo, durante a qual "as posições de os homens eram indiferentes dos dois lados e lutavam ao acaso, os homens sendo misturados uns com os outros ". Abanim e banim continuam o jogo de palavras sobre "filho" e "pedra" - isto é, ben e eben - que existe no Novo Testamento e em “Guerra dos Judeus”. João Batista também parafraseia o Livro de Malaquias quando ele afirma que embora ele (João) batize com água, há uma "vinda" que é mais poderosa e batizará com fogo. E quem suportará o dia da sua vinda? E quem pode suportar quando ele aparecer? Pois ele é como o fogo de um refinador. (249) “. . .11 Eu, em verdade, vos batizo com água, para arrependimento; mas depois de mim vem alguém mais poderoso do que eu, tanto que não sou digno nem de levar as suas sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.” [Mateus 3:11] “. . .2 Contudo, quem suportará o dia da sua vinda? Quem permanecerá de pé quando ele surgir? Pois ele será como o fogo do ourives e como o sabão do lavandeiro. 3Ele se assentará como refinador e purificador de prata; purificará
os levitas e os refinará como ouro e prata . . .” {Malaquias 3:2,3] Esta profecia, mais uma vez, quando interpretada literalmente, aconteceu de uma maneira que seria engraçada para os residentes da corte Flaviana. Ou seja, Tito de fato "batizou" com fogo. “. . .Eles ateiam fogo às casas para onde os judeus tinham fugido e queimaram cada alma neles.” (250) Malachias (Meu Mensageiro) na lista de Josefo de judeus "destacados" deve ser entendido, como Elias ou João Batista, como o precursor de um Messias. Como um "Jesus" também é um personagem da passagem, a identidade do Messias que está chegando parece óbvia. A lógica da sátira sugere que o "Jesus" na lista romana muda com o seu "precursor" ao mesmo tempo em que seus "Apóstolos" mudam com seus homônimos judeus. Minha análise sugere que os Macabeus foram inseridos no cristianismo no primeiro século E.C. Eles também foram de alguma forma extraídos do judaísmo ao mesmo tempo. É preciso olhar para o Livro dos Macabeus para decifrar a sua origem. Desde que os romanos inseriram os macabeus no cristianismo, é no mínimo lógico imaginar se eles também os removeram do judaísmo, que estava sendo restabelecido mais ou menos na mesma época. Como Eisenman aponta, para Tiago, o Irmão de Jesus, o rabino Yohanan ben Zacchai é descrito no Talmud como tendo trabalhado para restabelecer uma forma de judaísmo depois do holocausto em 70 E.C. . Ele trabalhou em uma academia em Yavneh, estabelecida com a autorização de Roma. Ele também
afirma ter aplicado a “Profecia da Estrela”, o “Messias” ou a “Profecia do Governante Mundial”, a Vespasiano; exatamente como Josefo havia feito. Esses fatos fornecem uma base para a especulação sobre até que ponto Roma também estava envolvida na criação do judaísmo rabínico.
CAPÍTULO 16 A Mulher Samaritana e Outros Paralelos O Evangelho de João registra um episódio que não aparece nos outros Evangelhos, o encontro com uma mulher samaritana em um poço. Este conto é uma sátira de outra batalha romana registrada em “Guerra dos Judeus”. Embora esta batalha tenha ocorrido antes de Tito iniciar sua campanha no Mar da Galiléia, os autores dos Evangelhos quiseram fazer um comentário sobre o assunto. Eles, portanto, precisavam - para manter o ministério de Jesus e a campanha de Tito em sequência - para identificá-lo como tendo ocorrido antes do início do ministério de Jesus. Eles conseguiram isso fazendo Jesus observar que: "a minha hora ainda não chegou" (João 7: 6). Em outras palavras, que o evento ocorrera antes de Jesus ter iniciado oficialmente seu ministério na Judéia. No Monte Gerizzim, o Evangelho de João fornece um relato em que Jesus se descreve como "água viva". Como afirmei, as auto-designações de Jesus são todas sombriamente satíricas quando justapostas a eventos da guerra com Roma que ocorreram no mesmo local.
“. . . 6 Havia ali a fonte de Jacó. Jesus, todavia, cansado da viagem, sentou-se à beira do poço. Isso aconteceu por volta da hora sexta. 7 Nisso, uma mulher de Samaria veio tirar água. Pediu-lhe Jesus: “Dá-me um pouco de água para beber.” 8 Pois seus discípulos haviam ido à cidade comprar alimentos. 9 Então lhe respondeu a mulher de Samaria: “Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, uma mulher samaritana?” 10 Jesus respondeu a ela: “Se conhecesses o dom de Deus e quem é o que te pede: ‘dá-me de beber’, tu lhe pedirias, e Ele te daria água viva.” 11 Indagou-lhe a mulher: “Senhor, tu não tens com que pegar água, e o poço é fundo; onde tu podes conseguir essa água viva? 12 Acaso tu és maior do que nosso pai Jacó que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu e, bem assim, seus filhos e seu gado?” 13 Jesus afirmou-lhe: “Quem beber dessa água terá sede outra vez; 14 aquele, porém, que beber da água que Eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água que Eu lhe der tornar-se-á nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna.” 15 A mulher lhe pediu: “Senhor! Dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem precise voltar aqui para tirar água.” 16 Pediu-lhe Jesus: “Vai, chama teu marido e volta aqui.” 17 Confessou-lhe a mulher: “Não tenho marido.” Replicou-lhe Jesus: “Respondeste acertadamente, ao dizer que não tens marido; 18 pois cinco maridos já tiveste, e esse homem com quem tu agora vives não é teu marido; quanto a isso falaste a verdade.” 19 Reconheceu a mulher: “Senhor, eu percebo que tu és um profeta! 20 Nossos pais adoravam sobre este monte, mas vós, judeus, dizeis que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar.” 21 Declarou Jesus a ela: “Mulher, podes crer-me, está próxima a hora quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai.” [João 4:6,21] (252)
A passagem de Josefo citada anteriormente, contém a única menção do Monte Gerizzim na Guerra dos Judeus. A única menção do Monte Gerizzim no Novo Testamento está na passagem que citei onde Jesus encontra as mulheres samaritanas. É também a única vez que Jesus se refere a si mesmo como "água viva". Porque na mesma passagem que Jesus prevê a dupla destruição de Jerusalém e Gerizzim, um acontecimento singular na história, podemos ter certeza da ligação entre essa profecia e a próxima guerra com Roma. Em outras palavras, quando Jesus diz "está chegando a hora em que nem nesta montanha nem em Jerusalém você adorará o pai". ele está se referindo claramente ao "tempo" de sua destruição mútua. A única ocasião em que ambas cidades foram destruídas simultaneamente foi durante a guerra com Roma. Portanto, estamos logicamente em terreno sólido para entender que a visão de Jesus no Monte Gerizzim está relacionada à guerra vindoura com Roma. Se aceitarmos a premissa de que as profecias de Jesus sobre Gerizzim e Jerusalém estão relacionadas à sua destruição vindoura na guerra com Roma, sua pretensão de ser "água viva" para os habitantes de Gerizzim pode ser entendida como prevendo sua falta de água durante o cerco da guerra romana. Tal auto-designação de Jesus, nesse contexto, pode parecer bastante inocente. No entanto, se aceitarmos que a descrição de Jesus de si mesmo como "água viva" está relacionada com os samaritanos que morrem de sede no Monte Gerizzim, isso confirma minha premissa a respeito da alegação de Jesus de ser "pão vivo" - isto é, a prática do canibalismo durante o cerco de Jerusalém.
Considere como alguém que morasse na corte Flaviana em 80 E.C. teria reagido a Jesus escolhendo o Monte Gerizzim como o lugar para se descrever como "água viva". Claramente, tal indivíduo, sabendo que os rebeldes judeus morreram de sede no Monte Gerizzim, teria achado a autodenominação de Jesus em Gerizzim como sendo "água viva", um terrível humor negro. De fato, é evidente que membros da corte Flaviana teriam visto todas as auto-designações de Cristo - "pescador de homens", "pão vivo", "água viva", "a pedra" e "o templo". tão irônico por causa dos locais onde ele as usava. É improvável que uma determinada marca de humor ocorra constantemente por acaso - e o fato de que isso ocorra consistentemente apoia a alegação de que os evangelhos foram criados para serem entendidos, em um nível, como um escárnio dos judeus no que se refere especificamente a vitórias militares romanas na Judéia. Agora quero ampliar minha análise aqui e apresentar uma série de outros paralelos que não vou analisar em detalhes. Alguns deles são tão reveladores sobre a verdadeira relação entre Josefo e o Novo Testamento como qualquer outro mostrado neste trabalho. Outros são simplesmente informativos por natureza. O que esses indivíduos e eventos do Novo Testamento compartilham é que sua única outra documentação histórica vem de Josefo. Quando se lê sobre o cristianismo primitivo ou sobre a Judeia no século I A.C. , tanto o contexto social quanto a datação de eventos são derivados exclusivamente de Josefo. Uma vez que o Novo Testamento e as obras de Josefo cobrem as mesmas áreas e prazos, não há nada incomum no
fato de que eventos e personagens apareçam em ambas as obras. No entanto, se puder ser demonstrado que Josefo tinha uma grande consciência do cristianismo, isso tem implicações. Grande parte da sátira que as duas obras criam é praticamente auto-evidente. Para demonstrar que Josefo estava satirizando o cristianismo na passagem em relação ao filho de Maria, cuja carne foi comida, por exemplo, é necessário apenas provar que Josefo estava ciente do cristianismo enquanto escrevia a história. Durante o tempo em que Josefo estava escrevendo “Guerra dos Judeus” e “Antiguidades Judaicas”, a família Flaviana estava claramente envolvida com o cristianismo. Isso sugere que Josefo, historiador e teólogo, estaria familiarizado com a religião e seus símbolos. De fato, a total sobreposição de indivíduos e eventos no Novo Testamento e as obras de Josefo indicam que ele deve ter conhecido muito sobre o cristianismo. A seguir, uma lista de indivíduos, grupos e eventos mencionados por Josefo e os Evangelhos ou o Livro de Atos: Simão, o mago O falso profeta egípcio Ananias o sumo sacerdote Felix o procurador e sua esposa Drusilla Festus o procurador
Agripa II e Berenice O sacrifício da viúva de uma pequena quantidade Rei Herodes O massacre dos inocentes Arquelau O censo de Quirino O décimo quinto ano de Tibério João Batista Fariseus Saduceus Tiago, o irmão de Jesus Judas o Galileu A fome sob Claudius A morte de Herodes Agripa I Jesus
Além dessas personagens e eventos sobrepostos, os trabalhos compartilham vários paralelos conceituais além daqueles que eu apresentei anteriormente. Eu quero discutir brevemente alguns destes. O primeiro, na verdade, antecede o ministério de Jesus e a campanha de Tito. Consiste no
"massacre dos inocentes" paralelo que ocorre tanto no Novo Testamento quanto em “Antiguidades dos Judeus” de Josefo. Embora outros estudiosos tenham notado esse paralelo, não estou ciente de que alguém tenha visto a incomum correspondência temporal entre as duas passagens. As passagens do Novo Testamento e Josefo tratando do massacre de inocentes ocorrem ao mesmo tempo. Uma vez que ambos os contos envolvem Herodes, isso pode parecer sem importância, uma vez que ambas as passagens parecem simplesmente refletir o mesmo evento. No entanto, quando esse paralelo é visto no contexto dos outros paralelos do Novo Testamento / Josefo, seu significado real se torna claro. Do Novo Testamento: “. . . 1 Após o nascimento de Jesus em Belém da Judéia, nos dias do rei Herodes, eis que alguns sábios vindos do Oriente chegaram a Jerusalém. 2 E, indagavam: “Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Pois do Oriente vimos a sua estrela e viemos adorá-lo”. 3Quando o rei Herodes ouviu isso, ficou perturbado e toda a Jerusalém com ele. 4 Tendo reunido todos os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, perguntou-lhes onde havia de nascer o Cristo. 5E eles lhe responderam: “Em Belém da Judéia, pois assim escreveu o profeta: 6 Mas tu, Belém, da terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá; pois de ti sairá o Guia, que como pastor, conduzirá Israel, o meu povo’”. 7 Então Herodes, chamando secretamente os sábios, interrogou-os exatamente acerca do tempo em que a estrela lhes aparecera. 8 Mandou-os a Belém e disse: “Ide,
e perguntai diligentemente pelo menino, e quando o achardes, comunicai-me, para que também eu vá e o adore”. 9 Após terem ouvido o rei, seguiram o seu caminho, e a estrela que tinham visto no Oriente foi adiante deles, até que finalmente parou sobre o lugar onde estava o menino. 10 E vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo. 11 Ao entrarem na casa, encontraram o menino com Maria, sua mãe, e prostrando-se o adoraram. Então abriram seus tesouros e lhe ofertaram presentes: ouro, incenso e mirra. 12 E, sendo por divina revelação avisados em sonhos para que não voltassem para junto de Herodes, retornaram para a sua terra, por outro caminho. A fuga para o Egito 13 Depois que partiram, eis que um anjo do SENHOR apareceu a José em sonho e lhe disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito. Permanece lá até que eu te diga, pois Herodes há de procurar o menino para o matar”. 14 José se levantou, tomou o menino e sua mãe, durante a noite, e partiu para o Egito. 15 E esteve lá até a morte de Herodes. E assim se cumpriu o que o SENHOR tinha dito através do profeta: “Do Egito chamei o meu filho”. 16 Quando Herodes percebeu que havia sido iludido pelos sábios, irou-se terrivelmente e mandou matar todos os meninos de dois anos para baixo, em Belém e em todas as circunvizinhanças, de acordo com as informações que havia obtido dos sábios. 17 Então se cumpriu o que fora dito pelo profeta Jeremias: [Mateus 2:1,17] Josefo registra um evento paralelo. “. . . Ora, havia uma certa seita de judeus que se valorizavam muito pela habilidade que tinham nos costumes de seus pais e que acreditavam que eles observavam melhor as leis favorecidas por Deus - a seita
chamada fariseus - por quem as mulheres do palácio eram guiadas. Eles eram totalmente capazes de lidar com sucesso com o rei devido à sua presciência, mas muitas vezes caíam na luta e estabeleciam obstáculos para ele. Por exemplo, quando todo o povo judeu prometeu sua lealdade a César e ao governo do rei, esses homens, mais de seis mil deles, recusaram-se a jurar; e quando o rei lhes impôs uma multa, a esposa de Fera [o irmão do rei] a pagou. Agora, para retribuir essa gentileza dela, acreditando ter, por inspiração divina, a presciência das coisas por vir, predisseram que Deus havia decretado que o governo de Herodes seria tirado dele e de seus descendentes, e que o reino viria a ela e Pheroras e seus filhos. Estas previsões, que não escaparam à detecção por Salomé [a irmã do rei], foram relatadas ao rei, e também que haviam subvertido algumas outras do palácio. Assim, o rei matou principalmente os fariseus, além do eunuco de Bagoas e um certo Karos, que superou todos os seus pares em beleza e era seu menino favorito. Ele também matou todos da sua própria casa que se haviam aliado à conversa dos fariseus. Bagoas tinha sido exaltado por sua previsão de que seria saudado como o pai e o benfeitor daquele que seria seu rei designado; pois a este rei cairia o poder sobre todas as coisas, e ele daria a Bagoas um casamento e a capacidade de gerar filhos de sua própria linha.” (253) A passagem acima de Josefo tem paralelos claros com a história da natividade dada em Lucas e Mateus. Note que em cada um temos sábios, que têm o dom da profecia, prevendo que "o rei que estava para vir" terminará com o
reinado de Herodes. A reação de Herodes em ambos é "matar os inocentes". Josefo descreve o novo rei como alguém que terá "o poder sobre todas as coisas". É mais importante, no entanto, que ambas as histórias envolvam um nascimento miraculoso por alguém normalmente considerado incapaz de ter filhos - no Novo Testamento, é uma virgem, em Josefo, um eunuco. Este paralelo entre a Virgem Maria e o eunuco Bagoas é o começo de sequências paralelas de eventos no Novo Testamento e na Guerra dos Judeus. Os autores trocam um eunuco por uma virgem para criar um "nascimento miraculoso" paralelo. A história de Bagoas revela a mentalidade dos autores do Novo Testamento na medida em que mostra o desprezo que eles tinham por aqueles que acreditavam em fábulas sobre nascimentos de concepção por virgens. O que é interessante sobre o paralelo acima é que ambas as histórias usam claramente o mesmo contexto histórico, um incidente no qual Herodes procura matar uma criança que ameaça seu poder. Assim, como uma paródia do Novo Testamento, a passagem em Josefo é completamente transparente, porque usa o mesmo contexto "histórico" do Novo Testamento. Outro ponto interessante é que essa sátira indicaria que os autores do Novo Testamento estavam, de fato, tentando criar a impressão de que Maria era uma "virgem", isto é, alguém incapaz de dar à luz, uma questão de alguma discórdia entre os estudiosos.
CONCLUSÃO
A análise completa que empreendi neste trabalho apoia fortemente a premissa de que, em algum momento após a guerra entre os romanos e os judeus, o cristianismo foi criado por intelectuais que trabalhavam para os imperadores Flavianos. Eles criaram a religião para servir como uma barreira teológica para impedir que o judaísmo messiânico voltasse a irromper contra o império. Eu também apresentei uma análise mostrando que a história do ministério de Jesus contada nos Evangelhos foi construída como uma sátira "profética" da campanha militar de Titus Flavius através da Judéia. Esta sátira usou paralelos tipológicos habilmente para mostrar que Tito era o verdadeiro "Cristo" que os cristãos inadvertidamente estavam adorando. Embora invisível por DOIS MIL anos, o caminho para entender o significado real dos Evangelhos é claro. O primeiro passo é simplesmente reconhecer que Jesus foi criado como figura tipológica. Isto é estabelecido no início dos Evangelhos, em Mateus, onde a vida de Moisés, o primeiro salvador de Israel, foi usada como um tipo para Jesus, o segundo salvador de Israel.
ANTIGO TESTAMENTO Gn 45-50 José leva o antigo Israel para o Egito Ex. 1 faraó massacra meninos 2:16 Ex. 4 "Todos os homens estão mortos ..." 2:20 Ex. 12 do Egito para Israel 2:21 Ex. 14 Passando pela água (batismo) 3:13 Ex. 16 tentado pelo pão 4: 4 Ex. 17 Não tente a Deus 4: 7
Ex. 32 Adoração só Deus 4: 10 MATEUS 2:13 José leva “o novo Israel” ao Egito Herodes massacra meninos "Eles estão mortos..." Do Egito para Israel Batismo Tentado por pão Não tente Deus Adore somente a Deus O uso de paralelos tipológicos para ligar Jesus a Moisés foi projetado para criar a impressão de que a literatura judaica anterior havia "previsto" a vida de Jesus. No entanto, o fato de que os autores dos Evangelhos criaram Jesus como um caráter tipológico apoia fortemente a tese de que a ligação que mostro neste trabalho entre Jesus e Tito também foi criada deliberadamente. Vamos supor que um criminoso seja conhecido por cometer seus crimes com uma arma muito incomum - digamos, uma bola de boliche. Uma cena de crime em que a vítima é esmagada por uma bola de boliche sugere fortemente o mesmo autor. O mesmo tipo de evidência pesa contra os autores dos Evangelhos. É implausível que um dos poucos grupos que usaram intencionalmente a tipologia também tenha criado as únicas relações acidentalmente tipológicas em toda a literatura. Mesmo se Jesus não fosse um personagem tipológico óbvio, a relação entre o seu ministério e a campanha de Titus, por si só, provaria que um se baseava no outro. Os paralelos entre o ministério e a campanha dos dois "filhos de Deus" não ocorrem apenas nos mesmos locais, mas na mesma sequência. Esta é a prova mais clara de que Tito
partiu para nós - prova de que ele partiu para que pudéssemos ver que ele havia conseguido fazer os judeus chamá-lo de "Senhor", prova de que ele havia se tornado o Cristo que o cristianismo adoraria para milhares de anos. Para ver a relação entre Jesus e Tito, tudo o que é necessário é ver o ministério de Jesus no que se refere à guerra entre os romanos e os judeus. Embora essa perspectiva tenha sido negligenciada pelos historiadores, é uma que deve ser estudada por várias razões. Primeiro, porque Jesus afirmou que todas suas profecias seriam cumpridas antes que a "geração iníqua" de judeus morresse. Para os judeus dessa época, uma geração tinha quarenta anos de duração e a guerra de Titus contra os judeus messiânicos chegou ao fim, "milagrosamente", quarenta anos depois da ressurreição de Jesus. Portanto, os Evangelhos devem ser lidos no contexto da guerra - essa foi literalmente a instrução que Jesus nos deu. Além disso, os vencedores escrevem história. Como os Flavianos foram os vitoriosos em sua guerra contra o movimento messiânico na Judéia, todas histórias relativas àquela época, incluindo os Evangelhos, deveriam ser escrutinadas para determinar se os Flavianos as produziam. Uma vez que os evangelhos são vistos a partir da perspectiva de um membro do círculo interno de Flaviano, a relação entre Jesus e Tito se torna praticamente autoevidente. Os paralelos A relação entre Jesus e Tito começa no Monte Gerizzim, onde Jesus se chama "água viva" no mesmo lugar onde os judeus mais tarde morreriam de sede durante a guerra. Como Tito não recebeu controle sobre o exército quando essa batalha ocorre, os autores dos Evangelhos têm Jesus
anunciando que "meu tempo ainda não chegou" - em outras palavras, que seu ministério ainda não havia começado para manter o paralelismo entre seus exércitos. ministério e campanha de Tito. Jesus então começa seu ministério no mar da Galileia, onde ele se reúne em seus discípulos, que ele chama de "pescadores de homens". Tito também tem o "início" de sua campanha no mesmo local, onde seus "discípulos" se tornam "pescadores de homens", espancando os judeus enquanto eles tentam nadar em segurança depois que os romanos afundam seus barcos. Em seguida, Jesus encontra um homem possuído em Gadara que desencadeia uma "legião" de demônios que possuem uma manada de porcos e correm descontroladamente no rio Jordão. Tito tem uma experiência estranhamente paralela em Gadara, onde um homem "demoníaco possuído" desencadeou uma legião de "demônios" - isto é, os Sicarii - que infectam um rebanho de "porcos" - isto é, a juventude judaica. O grupo combinado é então perseguido pelos romanos e corre "como o mais selvagem dos animais" para o rio Jordão. Após o encontro de Gadara, o "filho de Maria" viaja para Jerusalém, onde informa seus discípulos de que um dia "comerão sua carne". Esta profecia acontece quando um "filho de Maria" é comido por sua mãe durante o cerco a Jerusalém por Tito. Os Evangelhos descrevem em seguida dois assaltos ao Monte das Oliveiras, um em que um homem nu escapa e outro em que o Messias é capturado. Esses episódios são eventos paralelos no Monte das Oliveiras durante o cerco
de Jerusalém a Tito, onde um homem "nu" - Tito - escapa e um Messias é capturado. O par de assaltos do Monte das Oliveiras é seguido em ambos os Evangelhos e na campanha de Tito por uma descrição de três homens crucificados, um dos quais sobrevive milagrosamente. Em cada versão, um indivíduo chamado "José de Arimatéia" (Joseph Bar Matthias) leva o sobrevivente para baixo da cruz. Jesus conclui seu ministério prevendo que Simão será levado a Roma e martirizado, mas que João será poupado. Na conclusão da campanha de Tito, os líderes rebeldes Simão e João são capturados. Simão é levado para Roma e martirizado, mas João é poupado e recebe prisão perpétua. Cada um desses paralelos é incomum o suficiente para levantar a questão de saber se foi criado intencionalmente. O fato dos paralelos ocorrerem na mesma ordem coloca a questão em repouso, porque tal sequência não poderia ocorrer acidentalmente. Além disso, Tito era o único indivíduo, além de Jesus, que poderia ter sido o "Filho do Homem" previsto nos Evangelhos. Tito foi o único indivíduo na história que cercou Jerusalém com uma muralha e demoliu seu templo. O fato da campanha desse indivíduo singular ser paralelo ao ministério de Cristo confirma a proposição de que os dois estavam deliberadamente ligados, uma vez que tal combinação de singularidades históricas não poderia ter ocorrido circunstancialmente. A combinação de Daniel-Moisés Este trabalho mostrou que, sem questionar, Josefo manipulou as datas dos eventos para criar a impressão de
que as profecias de Daniel estavam acontecendo no primeiro século E.C. Ao fazê-lo, Josefo, acidentalmente ou não, forneceu um contexto histórico fictício para Jesus, que afirmou ser o Messias que Daniel havia imaginado. Os autores dos Evangelhos também inseriram numerosos paralelos com a vida de Moisés em sua história de Jesus, de modo a fazer parecer que ele era, como Moisés, o fundador de uma nova religião divinamente inspirada. Josefo ligou sua história a esse tema registrando que a guerra com os judeus chegou ao fim quarenta anos depois da ressurreição de Jesus. Ao fazer isso, ele criou a impressão de que o cristianismo espelhara os quarenta anos de judaísmo vagando após a Páscoa original. Somente concluindo a guerra naquela data, a décima quinta de Nisan, 73 E.C., poderia Josefo ter "cumprido" simultaneamente tanto o ciclo de sete anos de tribulação imaginado por Daniel - a duração exata da guerra - quanto o espelhamento cristianizado dos eventos. Seguindo a Páscoa original. A dupla ligação entre os Evangelhos e a Guerra dos Judeus prova que os paralelos foram criados deliberadamente porque dois autores separados não poderiam ter registrado tal combinação de profecias e datas precisas por acaso. O quebra-cabeça do túmulo vazio Minha leitura da história combinada da ressurreição de Jesus é talvez a prova mais clara da origem flaviana do cristianismo. Isso ocorre porque a história foi projetada para ser uma maneira de provar, sem sombra de dúvida, que criar os Evangelhos como sátira era a verdadeira intenção de seus autores.
Essa prova também tem a vantagem de ser, se incorreta, tão fácil de refutar. Especialistas em probabilidade podem confirmar ou negar as conclusões deste trabalho e a verdade será revelada. Este trabalho não foi criado de forma alguma como uma crítica à fé dos cristãos contemporâneos. Eu me senti obrigado a apresentar minhas descobertas por causa da luz que eles lançaram sobre a origem e o propósito tanto do antissemitismo quanto da estrutura moral das sociedades ocidentais. Eu percebo que alguns acharão as conclusões deste trabalho desorientadoras. Símbolos que há muito se pensava serem baseados no amor cristão podem ser realmente imagens da conquista romana. Mesmo a crença de que nossa cultura é judaico-cristã pode estar incorreta, pois pode ter sido completamente moldada pela influência "religiosa" romana. Para mim, o mais enervante é esta: como seria a civilização ocidental se, em vez de emergir da tradição cristã, surgisse de uma cultura que cultuasse a força e desprezasse a fraqueza? Também é difícil aceitar que tantos tenham perdido as pistas óbvias deixadas pelos criadores do cristianismo para nos informar da verdadeira origem da religião. Embora muitos dos enigmas sejam difíceis de ver e resolver, é simplesmente surpreendente que ninguém tenha percebido até agora que a campanha de Tito tinha um esboço conceitual paralelo ao ministério de Jesus. Isto não é uma coisa difícil de ver e deveria ter sido um conhecimento comum séculos antes. O Homo sapiens não conseguiu ganhar seu título neste caso.
Embora o cristianismo possa ter começado como uma brincadeira cruel, tornou-se a base para grande parte do progresso moral da humanidade. Apresento este trabalho com grande ambivalência, mas a verdade é um todo e nenhuma parte deve ser ocultada. Durante o tumulto que está prestes a descer, todos devemos lembrar as palavras de Jesus: "E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".
FINAL DOS CAPÍTULOS ------------------------------------------------------------------------------Apêndice Um guia do leitor para os nomes e termos no Messias de César ACILIUS GLABRIO cônsul em Roma em 91 D.C., ele foi banido, em seguida, executado por Domiciano em 95 E.C. como um "inventor de novidade." Tradicionalmente, ele deve ter sido executado por ser um cristão. ACHILLEUS camareiro lendário de Flavia Domitilla. Ele aparece no século VI E.C. escreve os atos dos Santos Nereus e Achilleus. AGRIPPA II nascido em 27 D.C., filho de Agripa I, rei da Judéia, e neto de Herodes, o grande. Como governador sobre a tetrarquia de Filipe e Lysanias, ele apoiou
Vespasiano durante a guerra judaica, enviando 2.000 homens. BARABBAS um personagem nos Evangelhos que atua como uma frustração para Jesus e é liberado em vez dele. O nome é um composto da barra Hebraica (filho) e Abba (pai), significando "filho do pai". Em alguns manuscritos adiantados seu nome é dado como Jesus Barabbas. BAR COCHBA líder da revolta contra Roma em 131 D.C. Seu nome em hebreu significa "filho da estrela", referindose à "profecia estelar". BERNICE nascido em 28 D.C., ela era filha de Agrippa I (falecido 44 D.C.), rei da Judéia, o neto de Herodes, o grande. Casou-se com Marcus, irmão de Tiberius Alexander, e depois tornou-se amante de Tito. Ela pode ser identificada através de um enigma lógico como um daqueles que iniciaram a idéia de criar os Evangelhos. Sua irmã Drusilla, acreditava ser a mulher mais bonita do mundo, casou-se com Antonius Felix, procurador romano da Judéia (52-60 C. E). BRUNO BAUER filósofo, historiador e teólogo alemão (1809-1882). Ele percebeu que os Evangelhos haviam sido escritos como propaganda romana utilizando idéias estóicas e helenísticas, e não haviam sido derivados diretamente do judaísmo. Ele achava que o primeiro Evangelho tinha sido escrito em Adriano (117-138 E.C.). Ver Cristo e os Césares (1879). CATULLUS um personagem em “Guerra dos Judeus” que morre quando suas entranhas estouram. Judas, o homólogo de Catullus no livro de atos, morre quando suas entranhas estouram. O paralelo é criado para criar um enigma lógico
que, quando resolvido, revela os nomes dos escritores dos Evangelhos. CLEMENTE OU CLEMENS, o Papa Clemente I, tradicionalmente creditado com a autoria da epístola não canônica de Clemente aos Coríntios 96 E.C. Ele costumava ser identificado com o cônsul Titus Flavius Clemens, que foi executado por Domiciano em 95 E.C. CIPRIANO Bispo e orador cristão, nascido em 240 E.C. DANIEL livro profético das escrituras hebraicas escritas em torno de 600 A.E.C., contendo profecias sobre a vinda de um Messias e a destruição de Jerusalém DECIUS MUNDUS uma personagem na passagem que rodeia a famosa passagem Testimonium em antiguidades judaicas, que supostamente confirma a historicidade de Jesus. O nome é um trocadilho em Decius Mus (rato), um herói militar romano que se sacrificou para salvar Roma. DOMICIANO Titus Flavius Domitianus (51-96 E.C.). O filho mais novo de Vespasiano que, no nascimento de Domiciano, era um general do exército. Domiciano sucedeu seu pai e o irmão mais velho Tito como o terceiro imperador Flaviano (81-96 E.C.). Seu governo está associado a um reavivamento literário e a um grande programa de construção em Roma. Os historiadores o apresentam como um déspota eficiente, mas cruel e corrupto. ELEAZAR macabeu nome hebraico que significa "quem Deus ajuda." É traduzido em grego como "Lázaro". Eleazar era um membro da dinastia messiânica que foi capturado pelos romanos durante o cerco de Jerusalém; foi ameaçado com a crucificação e teve seus membros "podado." Ele foi
então dado de volta para seus parentes-e depois que ele morreu de seus ferimentos que comeram. Sua tortura e morte são satirizados quando a figura do canibal Maria come seu filho como um cordeiro simbólico Pascal, e quando a figura de Lázaro nos Evangelhos é levantada a partir do túmulo, em que Maria "faz-lhe uma ceia". EPICTETUS estóico filósofo e escravo de Epaphroditus, Secretário de Nero e Domitian. Algumas de suas atitudes foram refletidas nos Evangelhos. EUSEBIUS Bispo de Caesarea ao redor 330 E.C. e autor de uma história da igreja e de uma vida apologética do Emperor Constantino. FELIX Antonius Felix, procurador Romano corrupto da Judeia (52-60 E.C.) e marido de Drusilla, irmã de Bernice. FLAVIA DOMITILLA neta de Vespasiano, sobrinha de Tito. Ela casou com Clemente. Ela forneceu a terra para as primeiras catacumbas cristãs em Roma. Deve ser distinguida de Domitilla, que era irmã de Tito e Domiciano. FLAVIANOS o nome da família para a dinastia dos imperadores fundada por Vespasiano. HEGESIPPUS um escritor cristão do segundo século de um livro das memórias dirigida de encontro aos Gnósticos. Seu trabalho é conhecido a partir das passagens incorporadas nos escritos de Eusébio. HERODES o grande rei da Judéia (73-4 A.C.). De uma família de Idumeus (não judeu), ele se tornou governador da Galileia com a idade de vinte e cinco anos e depois fugiu
para Roma, onde Marco Antônio nomeou-o rei fantoche da Judeia na ausência de César Augusto que finalmente confirmou o título e com o apoio romano ele foi instalado como um rei comprado Jerusalém. Ele cooptou a dinastia macabiana casando-se com uma de suas mulheres, Mariamme, por com quem teve cinco filhos antes de executá-la. HIPPOLYTUS heretico professor cristão e bispo nascido em 150 E.C. HONI conhecido em grego como Onias, Honi o Fazedor de Chuva, (falecido 65 A.E.C.) é tradicionalmente identificado como um homem santo galileu, e foi um dos modelos sobre os quais o caráter de Jesus foi baseado. IRENAEUS teólogo cristão nascido c. 130 E.C. mais conhecido por seus escritos contra o Gnosticismo. JEROME Santo cristão e escritor sobre a Bíblia, nascido cerca de 340 E.C. JESUS o nome de um personagem retratado nos Evangelhos. O nome é um homófono grego para a palavra hebraica Yeshua, que pode significar "Deus salva" ou "Salvador". JOSÉ DE ARIMATHEA uma personagem dos Evangelhos, ele tira o corpo de Jesus da Cruz. No evangelho de Barnabé, o seu nome é dado como José de Barimathea. Nenhuma cidade como Arimathea existia. O nome é um trocadilho para Josephus bar Matthias. JOSEPHUS originalmente Josephus bar Mattathias (37-100 E.C.), ele recebeu o nome Flavius Josephus (Flavio Josefo)
ao ser adotado pela família imperial flaviana. Ele afirmou ter sido originalmente um general na Galileia que reconheceu que a profecia hebraica tradicional sobre o novo governante do mundo era aplicada a Vespasiano. Ele abandonou os judeus e se juntou aos romanos. Foi dado um apartamento no próprio condomínio do imperador e escreveu a história autorizada “Guerra dos Judeus”, que foi criticado por comtemporâneos por andar a ficicionar a história, que contem enigmas escolásticos. Os romanos ergueram uma estátua em sua homenagem. JUDAS ISCARIOT um personagem no evangelho que trai Jesus aos romanos e morre quando seu intestino explode. Seu sobrenome pode ser um anagrama, indicando que ele não representa meramente o Macabeu Judas, o Galileu, mas especificamente o movimento Sicarii. Veja Catullus. JUDAS o Galileu um zelote macabeu. Ele foi um líder de uma revolta contra os romanos em torno de 6 E.C. sobre um censo proposto. Seus filhos Jacó e Simão foram crucificados pelos romanos, e outro filho, Menahem, tornou-se líder do movimento Sicarii — que supostamente assassinou seus oponentes com os punhais depois do qual seu movimento foi nomeado. JUSTINO mártir teólogo cristão nascido EM 100 E.C. mais conhecido por seu diálogo com o judeu Tryphon. JUVENAL Decimus Iunius Iuvenalis, poeta satírico antisemítico ativo no primeiro século E.C. Ele cunhou a expressão bem conhecida "PANEN ET CIRCENCISIS" (pão e circo) para descrever como os imperadores agradavam a população. LAZARO ver Eleazar.
MACABEUS dinastia messiânica original da Judéia retirada do poder pelos romanos em 63 A.E.C. Veja Mattathias. MARIA pelo menos cinco Marias diferentes são apresentadas nos Evangelhos, onde o nome é usado genericamente para se referir a rebeldes do sexo feminino. A palavra é um termo hebreu que significa "sua rebelião". Seu equivalente aramaico é Martha, "ela era rebelde." MATTATHIAS fundador da dinastia militarista e messiânica dos Macabeus, que em 165 E.C. liderou a revolta celebrada pelos judeus hoje no Festival de Hannukah. Mattathias/Matthias (Mateus) teve cinco filhos: Simão, Judas, João, Eleazar (Lázaro) e Jônatas. Estes nomes eram dinásticos e foram passados através das gerações mais antigas até que a dinastia foi removida do poder pela conquista romana da judeia em 63 A.E.C. (o local do enterro da dinastia foi descoberto em 1995 em um local 30 quilômetros ao norte de Jerusalem). Uma vez retirada do poder, a dinastia continuou a revolta contra a ocupação romana e os reis fantoches Herodianos. Nos Evangelhos, os romanos satirizam descaradamente os judeus usando nomes de Macabeus para personagens cristãos. NEREUS lendário camareiro de Flavia Domitilla. Ele aparece no trabalho do século VI atos dos Santos Nereus e Achilleus. ORIGENES Teólogo cristão principal e crítico bíblico (185-264 E.C.).
PAULO uma figura histórica que pode ter começado sua carreira a serviço do imperador Nero (como descrito por Robert Eisenman). Posteriormente, tornou-se administrador do culto de Jesus. Vários personagens em Josefo são paródias dele. Estes incluem o caráter maligno no lado direito do tríptico de Decius Mundus, e Paulinus, que impede que os judeus tenham acesso ao templo fechando as portas. Atos 21:28-30 contêm um evento paralelo em que as portas do templo são fechadas. PEDANIUS DI0SC0RIDES o médico-chefe e botânico que acompanhava Vespasiano e Tito na Judéia. Acredita-se que seu trabalho tenha contribuído para a metáfora botânica subjacente que os romanos usaram para criar sua sátira. Ele é mais conhecido como o originador do herbalismo moderno e como um pioneiro da anestesia. PERSIUS Aulus Persius Flaccus (34-62 D.C.). Poeta satírico romano alinhado com a filosofia estóica. PLÍNIO o Élder Gaius Plinius Secondus foi um amigo e conselheiro do imperador Vespasiano, a quem visitou diariamente. Ele é conhecido por ter aconselhado sobre a criação da sátira romana e ter visitado o exército na Judéia. Ele é mais conhecido por sua história natural. PLINIUS o governador mais jovem de Pontus/Bithynia 111 a 113 E.C. Sua correspondência com o Imperador Trajano sobre como tratar os cristãos sobrevive. O problema como ele definiu foi que o contágio desta "superstição" tinha saído do controle e já havia se espalhado além da Judéia, não só para as cidades, mas também para as aldeias e fazendas, embora ele ainda achasse possível verificar mais
a sua propagação. O Imperador Trajano, no entanto, instruiu-o de que os cristãos não deviam ser procurados. QUIRINIUS governador da Síria. Ele tentou realizar um censo em 6 E.C. para facilitar a coleta de impostos. Isto conduziu diretamente à revolta pelo zelote Judas o Galileu. No evangelho de Lucas, a representação de Maria e José indo para Belém para se inscrever para o censo é um conto satírico para esta revolta. O Evangelho retrata os judeus que cooperam no pagamento dos seus impostos. C. I. SCOFIELD escritor cristão (1843-1921), que produziu uma edição da Bíblia que popularizou os ensinamentos prémilenares. SENECA Filósofo estoico e tutor do Imperador Nero. Algumas de suas atitudes são refletidas nos Evangelhos. SIMÃO PEDRO uma personagem dos Evangelhos cujo nome é originalmente "Simão", antes de ser renomeado Petros, significando "uma pedra". No final de João 21, ele é dito que ele será amarrado e conduzido para morrer. O personagem é uma paródia do rebelde Simão, que foi apreendido no cerco a Jerusalém e levado para Roma para a execução. SUETONIUS historiador romano e Secretário do imperador Adriano. Ele é lembrado principalmente como o autor de “As Vidas dos Doze Césares”, produzidos em torno de 120 E.C. TACITUS Cornelius Tacitus (55-117 E.C.), historiador romano conhecido por suas histórias dos anais da Roma Imperial, e uma biografia de seu sogro Agrícola.
TERTULIANO teólogo cristão nascido cerca de 160 D.C. O primeiro teólogo a escrever em latim. TIBERIUS ALEXANDER um judeu não praticante, que era filho do homem mais rico do mundo, o coletor aduaneiro de Alexandria. Ele era cunhado da amante de Tito, Bernice e um dos generais que apoiou os romanos no cerco a Jerusalém. Ele terminou com uma revolta em Alexandria, matando 50.000 judeus. Ele pode ser identificado através de um enigma lógico como um daqueles que iniciaram a idéia de criar os Evangelhos. TITUS FLAVIUS SABINUS tornou-se cônsul em 82 D.C., casou-se com a irmã de Domiciano, Domitilla, e foi executado por Domiciano. Supostamente o pai ou tio de Clemente. TITUS Tito Flavius Vespasianus (39-81 D.C.), o filho mais velho de Vespasiano. Depois de servir na Grã-Bretanha como um legado, ele foi como legado da 15 ª Legião para a Judeia a comando de seu pai. Depois que Vespasiano retornou a Roma para ser coroado imperador, Tito foi deixado no comando da campanha na Judeia. Dirigiu a construção da muralha de cerco que cercou Jerusalém e conduziu à queda da cidade. Em seu retorno a Roma, ele compartilhou na administração de seu pai, e tornou-se imperador na morte de Vespasiano em 79 E.C. historiadores consideram-no como um administrador eficiente e frugal como seu pai. THEOPHRATUS filósofo e botânico grego. Morreu em 287 D.C. foi escolhida por Aristóteles para sucedê-lo na execução do Lyceum. Várias de suas palavras botânicas únicas foram usadas pelos romanos do primeiro século
D.C., provavelmente pelo botânico Pedanius Dioscorides, para criar aspectos da sátira flaviana. VESPASIAN Titus Flavius Sabinus Vespasianus (9-79 E.C.). Nascido filho de um cobrador de impostos, ele comandou uma legião durante a invasão da Grã-Bretanha e desenvolveu experiência em guerra de cerco. Foi por isso que ele foi convidado por Nero para liderar a força para derrubar a revolta na Judéia. Na morte de Nero o exército uniu-se atrás de Vespasiano para apoiá-lo como imperador. Tornou-se imperador em dezembro de 69 E.C. e é apresentado pelos historiadores como um administrador justo e trabalhador. De 71 E.C. até sua morte em 79 E.C. ele governou com o auxílio de seu filho Tito, que o sucedeu como imperador. WILLIAM WHISTON inglês clérigo, matemático e erudito Classico (1667-1752). Sucedeu a Newton como Professor Luciano de matemática em Cambridge. Traduziu as obras de Josefo para o inglês. Concluiu que as várias realizações proféticas em Josefo provaram que Jesus era o Messias. ZACHARIAS, filho de Baruch. Um personagem menor em “Guerra dos Judeus” parodiado em Mateus 23:35 como Zacari’ah, filho de Barachi’ah, que morre de forma semelhante. ZACCHAI O rabino Yohanan Ben Zacchai, descrito no Talmud como deixando Jerusalém na época do cerco em um caixão, e levantando-se para aclamar Vespasiano, que lhe concedeu a cidade de Jamnia, ou Yavneh, a fim de estabelecer o judaísmo rabínico. Supostamente ele aplicou a "profecia estelar", ou profecia do governante do mundo, para Vespasiano exatamente como Josefo também fez.
ZELOTES originalmente um grupo macabeu, eles se organizaram contra Herodes o grande (73-74 A.E.C.), e novamente Judas o Galileu em 6 E.C. para resistir a um censo romano. Depois da destruição do templo os Zelotes recuaram para Massada onde, de acordo com Josefo, muitos cometeram suicídio para evitar a captura.
Uma cronologia das vidas de Jesus e Tito VIDA DE JESUS 1 E.C. suposto nascimento de Jesus. 30 E.C. o Ministério começa. • No lago da Galileia, Jesus começa seu ministério chamando seguidores para se tornarem "pescadores de homens" (Mateus 4:19 e paralelos). • Em Gadara, Jesus expulsa 2.000 demônios de um homem. Os demônios migram para os porcos que depois saltam de um penhasco para o rio (Marcos 5:1-20). 33 E.C. Jesus vai para Jerusalém (Lucas 18:15 e paralelos). • Um jovem nu escapa no jardim de Getsemani (Marcos 14:51-52). • Jesus prevê que Jerusalém será cercada por um muro (Lucas 19:43). • Três homens são crucificados no morro dos crânios (Golgotha), um homem é retirado da Cruz por Joseph(us) (ben) AriMathea, e mais tarde aparece vivo (Matt. 27:33, 27:57-58 e paralelos).
• No final do último Evangelho, Jesus declara que João (o discípulo amado) viverá, mas que Simão (Pedro) será amarrado e levado para onde não quer ir, para ser morto (João 21). VIDA DE TITO 39 E.C. Titus Flavius Vespasianus (doravante Tito) nasce. 66 E.C. Seu pai, Vespasiano, é designado para derrubar a revolta na Judéia, e leva Tito com ele. 67 E.C. a campanha romana começa na Galiléia. • No lago da Galiléia Tito começa a sua campanha com uma batalha em que os judeus caem na água e são pescados para fora (guerra 3, 10, 5-8). 68 E.C. o imperador Nero morre. • Em Gadara, os rebeldes são forçados a apressar-se como bestas no rio (guerra 4, 7, 1-6). 69 E.C. Em julho, o exército na Judéia, Egito e Síria apóia Vespasiano para o imperador. 69 E.C. Vespasiano chega em Roma, para reprimir uma guerra civil, e é feito imperador, deixando Tito para completar a guerra na Judéia. 70 E.C. Tito vai para Jerusalém. • Tito, "nu" — sem sua armadura — escapa ao ataque no jardim do Getsêmani (guerra 5, 12).
• Tito constrói um muro de cerco ao redor de Jerusalém (guerra 5, 12). Titus estabelece acampamento em Jerusalém exatamente 40 anos desde o início do Ministério de Jesus • Três homens são crucificados na aldeia da Inquisição da Mente (Thecoe/a). Um homem é retirado da Cruz por Josephus Ben Matthias e milagrosamente sobrevive (Vida de Josefo, 26). • João é capturado, mas lhe é permitido viver (guerra 6, 9, 4), mas Simão é apreendido e é levado para Roma para morrer (guerra 7, 2, 1). 71 E.C. Titus e Vespasiano têm um triunfo conjunto em Roma. Titus recebe várias honras e começa a compartilhar o controle da administração. 73 E.C. O massacre em Masada ocorre exatamente 40 anos da ressurreição de Jesus. 79 E.C. Josefo escreve a história autorizada “Guerra dos Judeus”, que é dedicada a Tito. 71-79 E.C. os Evangelhos são provavelmente escritos. 79 E.C. Após a morte de Vespasiano, Tito torna-se imperador. 80 E.C. Tito estabelece um culto imperial para adorar Vespasiano como um Deus. 81 E.C. Tito morre em setembro, e um culto imperial é criado para adorá-lo como um Deus. O arco de Tito é construído postumamente em Roma, afirmando-o como "O Filho de um Deus".
81 D.C. Seu irmão mais novo Domitian torna-se o terceiro imperador Flaviano. 94 D.C. Josefo publica “Antiguidades Judaicas” em vinte volumes, escritos em grego e contendo o "Testimonium Flavianum", que supostamente testifica independentemente da existência histórica de Jesus.
Notas
1. Michael Goulder, tipo e história em atos, William Clowes e sons, Londres, 1963, PP 2-4 2. Josephus, guerra dos judeus III, VII (William Whiston) 3. Josephus, guerra V, XII 4. Josephus, guerra VII, I 5. Daniel 7:13 6. Josephus, guerra V, IX 7. Josephus, guerra prefácio II, v 8. Joseus, antiguidades judaicas XVII, XXIII 9. 4QD 17 6-9 10. Mateus 15:30 11. Josephus, VI guerra, vi
12. 4T547 13. convênio de Damasco (CD) 19,5-13, 32-20,1 14. Targum pseudo-Jonathan Gen 49:10-12 15.1 Clem prólogo: 1 16. Ciprian, Ed. princeps, 66, 8, 3 17. Josephus, III Guerra, VIII 18. Josephus, III Guerra, VIII 19. Brian Jones, o Imperador Titus, St. Martin ' s Press, 1984, p 152 20. Suetonius, vidas dos Césares, parágrafo Titus. 4 21. Suetonius, vidas OJ o Caesars, parágrafo de Titus. 3 22. Tácito, as histórias, livro IV 23. Suetônio: de Vita Caesaram — divus Vespasianus, XXIII 24. Plínio, Pan 11,1 25. Juvenal, Satire VI, 155 26. Juvenal, sátira X, 365 27. Juvenal, sátira XIII 28. Juvenal, sátira VI. O Haybox foi usado para manter o alimento morno para o Sabbath, para evitar cozinhar. A
referência à árvore é incerto, mas possivelmente uma referência ao Menorah, o candelabro de sete ramos. 29. a Enciclopédia Católica, "Clemente" 30. Jerônimo, de viris illustr, x 31. Tertullian, de Praesor. Haer, c. XXXII 32. poços de GA, a legenda de Jesus, publicação da corte aberta, 1996, p 228 33. poços de GA, a legenda de Jesus, p 228 34. a enciclopédia Católica, "Flavia Domittilla" 35. Talmud babilônico, Gitt. 56B-57a 36. a enciclopédia Católica, "Flavia Domittilla" 37. Josephus, vida, XII 38. Josephus, Ant. XIV, x, II 39. Josephus, III Guerra, x 40. Juvenal, os dezesseis Satires, 4 41. Josephus, III Guerra, x 42. Josephus, III Guerra, x 43. Josephus, III Guerra, x 44. Josephus, III Guerra, x 45 Josephus, III Guerra, IX
46. Josephus, III Guerra, x 47. Josephus, guerra VI, III 48. Josephus, guerra VI, III 49. Êxodo 12:7 50. Êxodo 12:9 51. concordância de Strong 1223 52. concordância de Strong 1330 53. concordância de Strong 5590 54. Mateus 27:25 55. Josephus, guerra VI, VIII 56. Eusébio, história eclesiástica V, XXVI 57. Josephus, guerra VI, III 58. Marcos 5:1-20 59. Josephus, IV guerra, VII 60. Josephus, VII guerra, VIII 61. o termo pode referir-se a uma força armada romana ou não-romana. 62. Mateus 8:29 63.4T560 64. Mateus 12:43-45.65; Num 32:13-17
66. a seguinte citação de Bruce Chilton é um exemplo: "alguns têm procurado contornar a força deste texto, dizendo que a geração de palavras aqui realmente significa raça, e que Jesus estava simplesmente dizendo que a raça judaica não iria morrer até que todas essas coisas tomaram PLA CE. Isso é verdade? Eu desafio você: saia de sua concordância e Olhar cada A ocorrência do novo testamento da geração da palavra (em grego, genea) e ver se ele sempre significa "corrida" em qualquer outro contexto. Aqui estão todas as referências para os Evangelhos: Mateus 1:17; 11:16; 12:39, 41, 42, 45; 16:4; 17:17; 23:36; 24:34; Marca 8:12, 38; 9:19; 13:30; Lucas 1:48, 50; 7:31; 9:41; 11:29, 30, 31, 32, 50, 51; 18:8; 17:25; 21:32. nenhuma dessas referências está falando de toda a raça judaica ao longo de milhares de anos; todos usam a palavra em seu sentido normal da soma total daqueles que vivem ao mesmo tempo. Ele sempre se refere a contemporâneos. Na verdade, aqueles que dizem que significa "raça" tendem a reconhecer este fato, mas explicar que a palavra de repente muda seu significado quando Jesus usa-lo em Mateus 24!"Bruce Chilton, o que aconteceu em AD70? Publicações do Reino, 1997, p 89 67. Josephus, vida 65, 363 68. Josephus, guerra V, XIII 69. Josephus, guerra VI, VIII 70. Joseph Klausner, Jesus de Nazaré, George Allen & Unwin LTD, 1925, p 266 71. Josephus, VII guerra, vi
72. Josephus, VII guerra, vi 73. Josephus, guerra V, x 74. Josephus, guerra VI, IX 75. Marcos 5:5 76. Josephus, guerra VII, v 77. Marcos 5:15-20 78. Josephus, guerra VI, IX 79. Josephus, guerra VII, v 80. a identificação de João como "discípulo amado" é a única leitura direta do texto e foi também a tradição mantida por Irineu, no fragmento Muratoriano e no prólogo latim anti-Marcionite. No entanto, alguns estudiosos têm disputado se o discípulo amado realmente era "João", embora eles são incapazes de concordar com quem ele poderia ter sido. O ponto relevante para nossos propósitos não é quando este capítulo foi inserido nos Evangelhos, ou se ele foi composto por alguém com o nome de "João", mas apenas que a intenção do autor era usar a identificação de "João" como o discípulo amado como parte do sistema de profecia entre Jesus e Titus. 81. Josephus, guerra VII, II 82.1th VL, 24-27 83. Josephus, guerra VI, II 84. concordância de Strong, 3136, 3137
85. Marcos 5:20 86. João 21:24 87. Lucas 12:41-53 88. Josephus, War V, Oi 89. João, 6:53 90. concordância de Strong 4991 91. concordância de Strong 4990 92. Josephus, guerra VI, IV 93. Josephus, Ant. VJH, II 94. Josephus, VII guerra, vi 95. Josephus, VII guerra, vi 96. Josephus, VII guerra, vi 97. João 12:10 98. Josephus, guerra VI, II 99. David Noel Freedman, a unidade da Bíblia hebraica, 1991, p 57 100. Mary Douglas, Levítico como literatura, 1999, PP 23637 101. Robert ALTER, a arte da narrativa bíblica, 1981; Yairah Amit, lendo narrativas bíblicas, 2001
102. Theophratus, inquérito em plantas e trabalhos menores em odores e em sinais do tempo, edição de Loeb, 1916; e HP2.7.6-Passs.Id CPI. 18,9 103. Joseph Klausner, Jesus de Nazaré, p 330 104. Targum, pseudo-Jonathan em Gen. 49:10-12 105. Mateus 26:39 106. Josephus, guerra VI, III 107. Hosea vi, II, P.W. Schmiede, enciclopédia Biblica, preto, 1901 108. concordância de Strong 4404 109. concordância de strongs 901 110. concordância de Strong 3029 111. de nota é o fato de que a palavra que o autor usa para este lenço, "soudarion," é uma das poucas palavras no novo testamento que não é nem Hebraico nem grego, sendo de origem latina. 112. João 20:1-5 113. concordância de Strong 4578 1 14. Eu não sou o primeiro a postular que havia mais de uma "Maria Madalena." Eusébio também notou as contradições entre as várias versões da primeira visita ao túmulo vazio e tentou "harmonizar" as quatro versões, alegando que deve ter havido mais de uma "Maria Madalena".
115. palimpsesto no mosteiro de Santa Catarina no Monte Sinai: Evangelion da O Mepharreshe. EC Burkitt, Ed. 2 vols. Cambridge, 1904 monastério em Koridethi no Cáucaso: "o texto dos Evangelhos e o texto de Koridethi," revisão Theological 16:1923 de Harvard, PP 267-86; e "Codex 1 dos Evangelhos e seus aliados", textos e estudos 7 (3): 1902 116. os Evangelhos completos. Robert J. Miller editor, Sonoma, Polebridge Press, 1992 117. Josephus, WarVH, x 118 Josephus, War III, IX & x 119. Juvenal, sátira XIV, 96 120. 4T252 121. 4T285 122. Josephus, Ant. VIII, x 123. Josephus, guerra VI, II 124. Josephus, guerra VII, II. 125. Josephus, guerra VII. VI 126. Josephus, VII guerra, VI 127. Josephus, Ant. VIII, II — Nota: algumas edições são impressas incorretamente "pé" em vez de "raíz" 128. Josephus, guerra VI, v 129. Mateus 24:3-44
130. Robert Eisenman, James, o irmão de Jesus, penquin, 1999, p 358 131. Josephus, prefácio à guerra 132. Josephus, IV guerra, III 133. Josephus, IV guerra, v 134. Mateus 23:35 135. William Whiston foi um matemático, teólogo e linguista do século XVIII. Ele foi nomeado assistente de Sir Isaac Newton em 1701 e publicou uma edição de Euclides para o uso do estudante naquele tempo. Em 1703 ele sucedeu Newton como Professor lucasiano. Ele caiu com Newton sobre suas diferentes interpretações da Bíblia. A cosmologia de Whiston conflitou com Newton em que ele acreditava que Deus interveio diretamente na vida dos homens, um entendimento que ele obteve de suas leituras de Josephus, cujas obras ele traduziu. Sua tradução inglesa de Josephus está ainda na cópia e é a tradução usada durante todo este trabalho. 136. R. Brown, segunda vinda de Cristo, será pré-milenar? 1858, p 435 137. Josephus, V guerra, IV 138. Josephus, guerra V, III 139. Josephus, guerra VI, v 140. Eusébio, história eclesiástica III, VII
141. Josephus, VII guerra, x 142. Josephus, guerra VII, III 143. Josephus, VII guerra, XII 144. atos 4:6, 25:13 145. atos 1:18 146. Josephus, VII guerra, x 147. Zacharias 11:121 148. Mateus 27:9 149. Malaquias 3:1-2 150. David S. Dockery, interpretação bíblica então e agora, 1992, p 33 151. lQpHab, 4Q169 etc. 152. Josephus, Ant. XVII, IV 153. Mary Douglas, Levítico como literatura, 2000, PP 23440 154. Josephus, guerra VII, III 155. Livy, a história de Roma VIII, IX 156. atos 25:27-32 157. para uma discussão Ver Albert a Bell, "Josephus o satirista? Um indício ao formulário original do
Testimonium Flavianum, “Jewish Quarterly Review”, 67,1976, pp 16-22, 67, 1976, PP 16-22 158. Josephus, War V, Oi 159. Josephus, Ant. XVII, III 160 Josephus, II Guerra, IV 161. Josephus, Guerra (Prefácio), I 162. Josephus, V guerra, IV 163.2 cor 7:6-15 164. Brian Jones, o Imperador Titus, St. Martin ' s Press, 1984, p 152 165. Josephus, guerra V, II 166. Josephus, VII guerra, x 167. Santo Agostinho, os padres nicenos e pós-nicenos IIIV1I 168. Josephus, Ant. X, IV 169. Josephus, guerra I, II 170. Brian Jones, o Imperador Titus, St. Martin ' s Press, 1984, p 45 171. Suetonius, vEsp. 5 172. Daniel 9:24 173. Daniel 9:25
174. Daniel 9:26 175. Daniel 9:27 176. Josephus, guerra VI, II 177. Eusébio, história eclesiástica III, v 178. Mateus 24:15 178. Daniel 12:11 180. Josephus, guerra VI, II 181. Josephus, guerra X, XI 182. Josephus, Ant. X, III 183.1 Reis, 4:1-37, 42-44 184. Eusébio, história eclesiástica I, IV 185. Êxodo 32:28; & II cor. 3:16-18 186. atos 2:41 187. Josephus, VII guerra, IX 188. Josephus, VII guerra, IX 189. Josephus, V guerra, vi 190. juízes 13:1 191. Daniel 9:2 192. João 5:1
193. Josephus, V guerra, vi 194. Daniel 9:27 195 Josephus, II Guerra, VIII; Ant. XVIII, i 196. Josephus, VII guerra, VIII 197. Josephus, VII guerra, IX 198. Josephus, Ant. II, XIV (Êxodo 11-12) 199. João 1:29 200. Eusébio, história eclesiástica, VII. As previsões de Cristo. 201. Lucas 2:1-5 202 Lucas 2:7, 2:16, 2:24 203. Lucas 3:10-14 204. Lucas 4:18 205. Lucas 12:13-2, 14:1-14 206. atos 2:44-45, 4:32-35 207. Lucas 16:14 208. ver B. QAMA 27 a ou Gittim I, 6 209. Joseph Klausner, Jesus de Nazaré, p 183 210. B. QAMA IV 5 211 Niddad 17a
212. Lev. R 9, Yeb II, 5 213. Joseph Klausner, Jesus de Nazaré, p 185 214.4T2469 215. Josephus, guerra V IV 216. Josephus, Ant. XII, VII 217. Sanh9:4 218. Josephus, II Guerra, XX 219. Eusébio, história eclesiástica III, XXXII; I-VI 220. Josephus, Ant. XX, v 221. documento de Damasco, XIV 222. regra da Comunidade, VIII 223. documento de Damasco, VI 224. regra da Comunidade, VIII 225. Robert Eisenman, Tiago, o irmão de Jesus, p 967 226. Robert Eisenman, Tiago, o irmão de Jesus, p 181 227. Josephus, II Guerra, XVII 228. Josephus, VI guerra, x 229 Josephus, II Guerra, XVII 230. Josephus, guerra VH, VIII
231. Josephus, VII guerra, VIII 232. Josephus, guerra i, i 233. Mateus 13:55 234. Fergus Millar, o Oriente próximo Romano, Harvard University Press, 1993, p 372 235. Josephus, War VI, i 236. Josephus, VII guerra, IV 237. Josephus, VI guerra, VII 238. Josephus, VI guerra, VII 239. Josephus, VI guerra, VII 240. Josephus, VI da guerra, vi 241. Josephus, guerra VI, IV 242. Josephus, guerra VI, III 243. Josephus, VI da guerra, vi 244. Ben Sira 48:10-11 245. Reis 1:8 & 1 Reis 19:13 246. Reis 2:4-15 247. Malaquias4: l 248. Mateus 3:10
249. Malaquias 3:2 250. Josephus, guerra VI, v 251. João 4:6-21 252. Josephus, III Guerra, VII 253. Josephus, Ant. XVII, III
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Joseph Atwill é um empresário bem-sucedido e um estudante de longa data do cristianismo. Ele finalmente virou a sua atenção em tempo integral para a pergunta irritante sobre as origens cristãs, e foi entre as centenas de livros que ele estudou que fez as descobertas marcantes estabelecidas no Messias de César. Ele atualmente vive na Califórnia com sua esposa e filhos, onde ele está trabalhando em um segundo livro. Se você quiser entrar em contato com Joseph Atwill, visite seu site em www.caesarsmessiah.com.