// Leia para ter conhecimento O caule O caule tem a função de sustentar folhas, flores e frutos, além de conduzir a seiva bruta e a seiva orgânica, ou elaborada; órgão vegetativo, geralmente aéreo, clorofilado quando jovem e aclorofilada quando adulto. A condução das seivas é feita por um sistema de vasos especializados. A seiva bruta é transportada pelos vasos lenhosos. O conjunto formado por esses vasos é chamado de lenho ou xilema. Já a seiva orgânica é conduzida pelos vasos liberianos, cujo conjunto é chamado de líber ou floema. O lenho e o líber existem também no interior de raízes, folhas, flores e frutos. Partes do caule O caule é composto de quatro partes: broto terminal, brotos laterais, nó e entrenó. 1) Broto terminal - Situa-se na ponta do caule. Também chamado gema apical, o broto terminal é formado por milhares de células muito delicadas que podem se multiplicar intensamente, promovendo o crescimento do caule em comprimento. Suas células se multiplicam, promovem o crescimento do caule em comprimento 2) Brotos laterais - Situados ao longo do caule, esses brotos também são formados pelos mesmos tipos de células do broto terminal. Quando essas células se multiplicam, originam ramos, folhas e flores. 3) Nó - É a região onde surgem os brotos laterais e as folhas. Entrenó - Região entre dois nós. Tipos de caules: Os caules, geralmente, crescem acima da superfície do solo. Mas existem caules que crescem embaixo da terra ou dentro da água. Portanto eles podem ser aéreos, subterrâneos ou aquáticos. - Aéreos:crescem acima da superfície do solo e podem ser: a)Caules eretos: crescem em posição vertical em relação ao solo. Tronco - É um caule resistente e ramificado, típico das plantas arbóreas, como a mangueira, o jacarandá, a seringueira e o eucalipto. Estipe - Caule que não apresenta ramificações. As folhas situam-se na extremidade superior. São exemplos de estipe os caules das palmeiras e dos coqueiros. Colmo - Caule apresenta nós e entrenós bem visíveis. Pode ser oco, como o bambu, ou cheio, como a cana-de-açúcar. Haste - É um tipo de caule frágil, comum nas plantas pequenas, como nas hortaliças salsa, alface, agrião, etc. b) rastejantes: desenvolvem-se horizontalmente em relação ao solo, estendendo-se pelo chão. Exemplos: caules de melancia, abóbora, melão e pepino. c) trepadores: crescem apoiando-se em um suporte qualquer. Exemplos: caules de parreira, chuchu e maracujazeiro. - Subterrâneos: crescem embaixo do solo e podem ser: a) rizomas: prolongam-se horizontalmente sob o solo, embora produzam ramos aéreos. Exemplo: gengibre. b) tubérculos: caules curtos e grossos, ricos em substâncias nutritivas. Exemplo: batatinha. c) bulbos: geralmente globosos ou em forma de disco. Na parte inferior apresentam raízes e ma superior, em algumas plantas, possuem folhas modificadas. Nos bulbos tunicados, como a cebola, as folhas sobrepõem-se umas às outras. Nos bulbos escamosos, como os da açucena, as folhas têm o aspecto de escamas e dispõem-se como as telhas de um telhado. - Aquáticos: crescem dentro da água e normalmente são pouco desenvolvidos e tenros. Exemplo: aguapé. Caules comestíveis Existem caules que reservam substâncias nutritivas. Por isso podem ser utilizados na alimentação das pessoas e dos animais. São bons exemplos a batatinha (ou batata-inglesa) e a cana-de-açúcar. Função: - elemento de ligação entre a raiz e a copa; - condução de água e sais minerais das raízes às folhas; - condução de seiva elaborada das folhas às outras partes da planta, o que é feito por meio de vasos especializados, os vasos lenhosos. a) Sustentação (= suporte) – folha, flores e frutos b) Condução de seivas bruta e elaborada c) Fotossíntese (em caules jovens ou caules adultos de plantas herbáceas). d) Reserva nutritiva em alguns
// Agora sim a parte importante Estrutura Primária do Caule O caule estabelece a ligação entre a raiz, que é o orgão de absorção, e as folhas, órgãos fotossintéticos, onde são elaboradas as substâncias nutritivas. Também é um órgão de suporte das folhas, das flores e dos frutos. Estas funções são asseguradas pelos tecidos que o formam. Num secção longitudinal, que engloba o vértice vegetativo do caule, distinguem-se várias zonas, tal como numa raiz, como se pode ver na figura: A zona apical é constituída por um meristema primário, que assegura o alongamento do caule. Abaixo da zona de alongamento encontra-se a zona de diferenciação, onde se distinguem os vários tecidos que formam a estrutura primária. No corte transversal indicado na figura ao lado é possível distinguir três zona: epiderme, zona cotical e cilindro central, caminhando da periferia para o centro. Epiderme Tecido que reveste o exterior do caule, diferindo da epiderme da raiz por se apresentar cutinizada e com estomas. A existência de cutina defende a planta de perdas excessivas de água na transpiração. Os estomas asseguram e regularizam as trocas com o meio exterior. Zona Cortical Esta zona é muito estreita. Os tecidos que a formam são as seguintes: parênquima clorofilino e de reserva, geralmente pouco desenvolvidos. Também é muito comum, nesta zona, observarem-se tecidos de suporte. Nem sempre é fácil de estabelecer o limite entre a zona cortical e o cilindro central, porque a endoderme raramente é visível. Em muitas monocotiledóneas, por exemplo no caule do milho, a delimitação é praticamente impossível, dado que os feixes condutores surgem logo por baixo da epiderme e estão, geralmente, integrados numa faixa de esclerênquima. Cilindro Central É uma zona muito desenvolvida e apresenta um parênquima de reserva, onde se encontram os feixes condutores. Estes são duplos e colaterais. O xilema tem diferenciação centrífuga. Não é raro existirem tecidos de suporte associados aos feixes condutores, geralmente esclerênquima. Ocupando o centro do caule, encontra-se a medula, que se pode prolongar, entre os feixes, pelos raios medulares. A medula é um parênquima de reserva. Diferenças entre Monocotiledóneas e Dicotiledóneas As características que permitem identificar a estrutura primária do caule e diferenciar essas mesmas estruturas entre monodicotiledónea e dicotiledóneas são: Características
Caule
Epiderme (estomas, cuticulas).
Podem-se encontrar estomas(poucos). Encontra-se cutícula.
Zona Cortical (tamanho, endoderme).
Zona cortical muito estreita. Endoderme é raramente visível.
Cilindro Central (tamanho, disposição).
Cilindro central muito desenvolvido. Feixes complexos, duplos e colaterais.
Dicotiledôneas.
Numero fiadas de Feixes: uma.
Monocotiledôneas.
Numero fiadas de Feixes: Numero elevado.
Monocotiledônea e Dicotiledônea
A – características das dicotiledôneas; B - características das monocotiledôneas.
As monocotiledôneas e dicotiledôneas são duas classes de vegetais que pertencem às plantas angiospermas (plantas com sementes contidas no interior dos frutos) e também fanerógamas (plantas com flores). Estrutura Primária do Caule de uma Monocotiledónea (Monocotiledôneas) Grupo de vegetais cuja principal característica é a manifestação de apenas um cotilédone compondo a semente. Apresentam apenas um cotilédone (folhas embrionárias que compõem o corpo do embrião e podem armazenar nutrientes que serão fornecidos a ele durante os estágios iniciais do seu desenvolvimento). Seus representantes são: gramas, milho, arroz, trigo, centeio, aveia, cana-de-açúcar, alho, cebola, abacaxi, etc. Um cotilédone na semente Caules com estrutura astélica (atactostélica), com feixes condutores em que o xilema e o floema não estão separados pelo câmbio(colaterais fechados), e por isso, salvo raras excessões, não engrossam. Epiderme - Camada de células de paredes espessadas e cutinizadas, entre as quais podem identificar-se estomas. Zona Cortical - parênquima cortical - tecido de reserva Cilindro central - bastante desenvolvido, com feixes condutores duplos colaterais, que se distribuem de maneira irregular. Os feixes liberolenhosos(líber na parte externa e lenho na parte interna) são desenvolvidos por tecidos de protecção(colênquima ou esclerênquima, conforme a idade da planta) e não têm cambio líbero-lenhoso(são feixes fechados)
Esquema do caule de uma monocotiledónea
Esquema de um feixe duplo colateral e fechado Estrutura Primária do Caule de uma Dicotiledónea (Dicotiledôneas) Grupo de vegetais contendo dois cotilédones envolvidos pela semente. Dois cotilédones na semente. São as árvores, com exceção das coníferas, arbustos e plantas de pequeno porte. Caules com estrutura eustélica, com feixes de condutores em que o xilema e o floema estão separados pelo câmbio. Normalmente engrossam. Cotilédone → Substância de reserva energética transferida ao desenvolvimento do embrião durante a germinação. Epiderme - sempre presente, uma camada de células com paredes finas, cutinizada e com estomas. Zona Cortical - pouco desenvolvida em relação ao cilindro central. Tecido de suporte - colênquima e esclerênquima. Endoderme - nem sempre é bem visível. Cilindro central - Parênquima medular com feixes condutores duplos e colaterais(líber na parte externa e lenho na parte interna), onde já se nota futuro câmbio libero-lenhoso(são feixes abertos). Os vasos maiores de xilema para a periferia - diferenciação centrifuga.
Fotografia do caule de uma Dicotiledónea
Fotografia de um feixe duplo colateral e aberto Em resumo: CARACTERÍSTICA
Monocotiledônea ( Monocotiledônea )
Dicotiledônea ( Dicotiledônea)
Nº de feixes e a sua distribuição
Grande numero de feixes dispersos pelo cilindro central. Vasos
Os feixes dispõem-se apenas num circulo (uma fiada). Vasos
condutores de seiva irregularmente espalhados pelo caule (difusos).Vasos espalhados de maneira homogênea
condutores de seiva dispostos ordenadamente na periferia do caule ao redor do cilindro central feixes vasculares dispostos em torno de um cilindro central.
Tipo de feixes
Feixes duplos colaterais e fechados
Os feixes duplos colaterais e abertos
Detalhes
Caule pouco desenvolvido; em geral, sem crescimento em espessura (colmo, rizoma, bulbo).
Caule desenvolvido. Vasos organizados em anéis, em geral, com crescimento em espessura (tronco)
Exemplos
Milho, bambu, cana-de-açúcar, alho, arroz, palmeiras, grama, cebola, etc.
Feijão, amendoim, café, girassol, laranja, mamão, abacate, seringueira, etc.
O caules: os feixes de circulação da seiva nas Monocotiledônea são espalhados enquanto nas Dicotiledônea são organizados e melhor reconhecíveis.Além disso as Monocotiledônea não apresentam crescimento secundário do caule, isso significa que as Monocotiledônea não apresentam tronco.As grandes árvores são Dicotiledônea (algumas Monocotiledônea podem apresentar um grande crescimento do caule mas com estrutura diferente do tronco das Dicotiledônea como os estirpes das palmeiras ou do coqueiro). Caule das monocotiledôneas possui uma estrutura primária atactostélica, isto é, com feixes libero-lenhosos difusos enquanto as dicotiledôneas possuem uma estrutura eustélica, isto é com feixes libero-lenhosos organizados.