Catequeses - Cristo Servo De Deus

  • July 2020
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τοῦτο φρονεῖτε ἐν ὑμῖν ὃ καὶ ἐν Χριστῷ Ἰησοῦ, 6 ὃς ἐν μορφῇ θεοῦ ὑπάρχων οὐχ ἁρπαγμὸν ἡγήσατο τὸ εἶναι ἴσα θεῷ, 7 ἀλλὰ ἑαυτὸν ἐκένωσεν μορφὴν δούλου λαβών, ἐν ὁμοιώματι ἀνθρώπων γενόμενος· καὶ σχήματι εὑρεθεὶς ὡς ἄνθρωπος 8 ἐταπείνωσεν ἑαυτὸν γενόμενος ὑπήκοος μέχρι θανάτου, θανάτου δὲ σταυροῦ. 9 διὸ καὶ ὁ θεὸς αὐτὸν ὑπερύψωσεν καὶ ἐχαρίσατο αὐτῷ τὸ ὄνομα τὸ ὑπὲρ πᾶν ὄνομα, 10 ἵνα ἐν τῷ ὀνόματι Ἰησοῦ πᾶν γόνυ κάμψῃ ἐπουρανίων καὶ ἐπιγείων καὶ καταχθονίων 11 καὶ πᾶσα γλῶσσα ἐξομολογήσηται ὅτι κύριος Ἰησοῦς Χριστὸς εἰς δόξαν θεοῦ πατρός. 5

Filipenses 2, 5-11

Catequese do Papa Bento XVI Audiência Geral, Papa Bento XVI (Carta aos Filipenses 2, 6-11) – Quarta-feira, 1 de Junho de 2005)a Cristo servo de Deus 1. Em cada celebração dominical das Vésperas a liturgia repropõe-nos o breve mas denso hino cristológico da Carta aos Filipenses (cf. 2, 6-11). Trata-se do hino que agora ressoou, o qual consideramos na sua primeira parte (cf. vv. 6-8), onde se delineia o paradoxal "despojamento" do Verbo divino, que depõe a sua glória e assume a condição humana. Cristo encarnado e humilhado na morte mais infame, a na crucifixão, é colocado como modelo vital para o cristão. De facto, ele como se afirma no contexto deve ter “os mesmos sentimentos, que estão em Cristo Jesus” (v. 5), sentimentos de humildade e de doação, de desapego e de generosidade. 2. Certamente, ele possui a natureza divina com todas as suas prerrogativas. Mas esta realidade transcendente não é interpretada nem vivida com o objetivo do poder, da grandeza, do domínio. Cristo não usa o seu ser igual a Deus, a sua dignidade gloriosa e o seu poder como instrumento de triunfo, sinal de distância, expressão de esmagadora supremacia (cf. v. 6). Aliás, ele “despojou-se”, esvaziou-se a si mesmo, imergindo-se sem reservas na miserável e frágil condição humana. A “forma” (morphe) divina esconde-se em Cristo sob a “forma” (morphe) humana, isto é, sob a nossa realidade marcada pelo sofrimento, pela pobreza, pelo limite e pela morte (cf. v. 7). Não se trata portanto de um simples revestimento, de uma a © Copyright 2006 - Libreria Editrice Vaticana site : http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/audiences/2005/docume nts/hf_ben-xvi_aud_20050601_po.html

aparência mutável, como se pensava que acontecia às divindades da cultura greco-romana: a de Cristo é a realidade divina numa experiência autenticamente humana. Deus não se apresenta apenas como homem, mas faz-se verdadeiramente homem, torna-se em concreto “Deus-connosco”, que não se contenta com olhar para nós do trono da sua glória com um olhar benigno, mas imerge-se pessoalmente na história humana, tornando-se “carne”, ou seja, realidade frágil, condicionada pelo tempo e pelo espaço (cf. Jo 1, 14)b. 3. Esta partilha radical da condição humana, excluindo o pecado (cf. Hb 4, 15)c, conduz Jesus até àquela fronteira que é o sinal da nossa finitude e caducidade, a morte. Mas ela não é fruto de um mecanismo obscuro ou de uma fatalidade cega: ela nasce da sua livre opção de obediência ao desígnio de salvação do Pai (cf. Fl 2, 8). O Apóstolo acrescenta que a morte que Jesus enfrenta é a morte de cruz, a mais degradante, querendo desta forma ser b Jo 1,14E o Verbo fez-se homem e veio habitar connosco. E nós contemplamos a sua glória, a glória que possui como Filho Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. Nota: O Verbo fez-se homem, lit., "fez-se carne", indicando, assim, que uma Pessoa divina, o Verbo, assumiu realmente a nossa natureza humana e não apenas a sua aparência. Por isso, Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, confissão de fé central do cristianismo (Lc 1,26-38; Fl 2,6.7 notas; 1Tm 3,16 nota; Hb 2,14). Veio habitar connosco, lit., "ergueu a sua tenda no meio de nós", alusão ao santuário, habitação de Deus no meio do seu povo (Ex 25,10-25 nota). O Verbo assumiu não só a natureza humana, mas também todas as circunstâncias da nossa vida diária (veio habitar connosco); insiste-se também na sua condição divina através da alusão à habitação (de Deus), a Chekiná, uma das metonímias usadas para designar a Deus, evitando pronunciar o seu Nome. O verbo grego (habitou) tem o mesmo radical de Chekiná. É, pois, na pessoa de Jesus que Deus e a humanidade se encontram (v.51; 2,19-21; 4,20-24; Mt 27,51-53 nota; Hb 10,1-18 nota). Glória. No AT, era a manifestação sensível da presença de Deus (Nm 14,10 nota); em Jo, é um atributo divino que se revela nos milagres de Jesus, sinais que levam à fé nele (2,11 nota), na unidade dos discípulos (17,22-23) e sobretudo na sua hora da passagem deste mundo para o Pai (2, 4 nota; 12,21-26.27-28 notas; 13,31; 17,2-5). Unigênito é um título exclusivamente joanino (v.14.18; 3,16.18; 1Jo 4,9), que acentua a absoluta singularidade da filiação divina de Jesus.

c Hb 4,15De fato, não temos um Sumo Sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, pois Ele foi provado em tudo como nós, exceto no pecado.

verdadeiramente irmão de cada homem e de cada mulher, também dos que são obrigados a um fim atroz e ignominioso. Mas precisamente na sua paixão e morte Cristo testemunha a sua adesão livre e consciente aos desígnios do Pai, como se lê na Carta aos Hebreus: “Apesar de ser Filho de Deus, aprendeu a obediência por aquilo que sofreu” (Hb 5, 8)d. Detenhamo-nos aqui na nossa reflexão sobre a primeira parte do hino cristológico, concentrado sobre a encarnação e sobre a paixão redentora. Teremos ocasião a seguir de aprofundar o itinerário sucessivo, o pascal, que conduz da cruz à glória. Parece-me que o elemento fundamental desta primeira parte do hino é o convite a entrar nos sentimentos de Jesus. Entrar nos sentimentos de Jesus significa não considerar o poder, a riqueza, o prestígio como os valores supremos da nossa vida, porque não correspondem à sede mais profunda do nosso espírito, mas abrir o nosso coração ao Outro, carregar com o Outro o peso da nossa vida e abrir-nos ao Pai dos Céus com sentido de obediência e confiança, sabendo que só na obediência ao Pai seremos livres. Entrar nos sentimentos de Jesus: este seria o exercício quotidiano para viver como cristãos. 4. Concluímos a nossa reflexão com uma grande testemunha da tradição oriental, Teodoreto, que foi Bispo de Ciro, na Síria, no século V: “A encarnação do nosso Salvador representa o mais alto cumprimento da solicitude divina pelos homens. De facto, nem o céu nem a terra, nem o mar nem o ar, nem o sol nem a lua, nem os astros nem todo o universo visível e invisível, criado unicamente pela palavra, ou melhor, trazido à luz pela sua palavra de acordo com a sua vontade, indicam a sua bondade infinita como o facto de que o Filho unigênito de Deus, aquele que subsistia na natureza de Deus (cf. Fl 2, 6), d

Hb 5,8Apesar de ser Filho de Deus, aprendeu a obediência por aquilo que sofreu, ...

reflexo da sua glória, marca da sua substância (cf. Hb 1,3)e, que era no princípio, era junto de Deus e era Deus, através do qual todas as coisas foram criadas (cf. Jo 1,1-3)f, depois de ter assumido a condição de servo, apareceu em forma de homem, e devido à sua figura humana foi considerado como homem, foi visto na terra, relacionou-se com os homens, carregou as nossas enfermidades e assumiu sobre si as nossas doenças”.g Teodoreto de Ciroh continua a sua reflexão, realçando precisamente o vínculo estreito evidenciado pelo hino da Carta aos Filipenses entre a encarnação de Jesus e a redenção dos homens. “O Criador trabalhou com sabedoria e justiça pela nossa salvação. Pois não quis servir-se apenas do seu poder para nos conceder o dom da liberdade nem armar apenas a misericórdia contra quem subjugou o gênero humano, para que ele não acusasse a misericórdia de injustiça, mas encontrou um caminho cheio de amor pelos homens e ao mesmo tempo adornado de justiça. De fato ele, depois de ter unido em si a natureza do homem já vencida, orienta-a para a luta e predispõe-na para reparar a derrota, para dispersar aquele que e Hb 1,3Este Filho, que é resplendor da sua glória e imagem fiel da sua substância e que tudo sustenta com a sua palavra poderosa, depois de ter realizado a purificação dos pecados, sentou-se à direita da Majestade nas alturas, f Jo 1,1No princípio existia o Verbo; o Verbo estava em Deus; e o Verbo era Deus. 2No princípio Ele estava em Deus. 3Por Ele é que tudo começou a existir; e sem Ele nada veio à existência. g Discursos sobre a Providência Divina, 10: Coleção de textos patrísticos, LXXV, Roma 1988, pp. 250-251 h Teodoreto de Ciro, nasceu em Antioquia, cerca de 393 e morreu também em Antioquia por volta de 466. Bispo de Ciro (423-466), na Síria. Teólogo e exegeta, escreveu inúmeros tratados relacionados com os debates religiosos de seu tempo, destes, destaca-se aquele relativo à disputa Nestoriana e uma História Eclesiástica sobre o período de 323 a 428, concebida como continuação de tendência apologética à obra do historiador Eusébio de Cesareia. A doutrina de Teodoreto é claramente Nestoriana e opõe-se ao pensamento de Eutiques, o Monofisismo.

outrora tinha iniquamente conquistado a vitória, para se libertar da tirania de quem a tinha cruelmente feito escravo e para recuperar a liberdade primitiva”i. Saudações A minha saudação a todos os peregrinos de língua portuguesa, com uma bênção particular para os sacerdotes do Colégio Pio Brasileiro em Roma: na vossa formação, cultivai aquele "sentire cum Ecclesia" que fará de vós humildes e fiéis servidores da Verdade, pastores segundo o Coração de Deus. Saúdo de coração os peregrinos da Alemanha, da Áustria e da Suíça, assim como todos os visitantes de língua alemã. Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, é nosso Senhor e Irmão. O seu sacrifício na Cruz redimiu-nos. A verdadeira grandeza demonstra-se na disponibilidade para o serviço. Rezemos todos os dias a Jesus para que nos conceda este espírito! Desejo a todos vós um tempo de repouso e de renovação espiritual. Deus vos abençoe! Saúdo cordialmente os peregrinos francófonos, em particular os jovens do colégio de Saint-Exupéry, de Epinal. Que a vossa peregrinação a Roma vos enraíze cada vez mais na intimidade com Cristo, morto e ressuscitado para que tenhais a vida em abundância! Dou especiais boas-vindas aos peregrinos de língua inglesa presentes hoje aqui, assim como aos grupos provenientes da Inglaterra, Irlanda, Suécia, Japão e dos Estados Unidos da América. Obrigado pelo afecto que me manifestais. Sobre vós, invoco a paz e a alegria de nosso Senhor Jesus Cristo! Saúdo cordialmente todos os Polacos aqui presentes. Iniciamos o mês dedicado à oração do Sagrado Coração de Jesus. Esta oração faça crescer a fé, a esperança e a caridade i

Ibidem, pp. 251-252

nas vossas famílias. O Sagrado Coração de Jesus vos abençoe. Queridos Irmãos e Irmãs! Vejo como a fé e o amor pelo Sucessor de Pedro na Itália são fortes! Obrigado pela vossa presença, pelo vosso afeto e pela vossa fé! Dirijo um pensamento cordial aos peregrinos de língua italiana. Em particular saúdo os fiéis da Arquidiocese de Cagliari, acompanhados pelo seu Pastor, D. Giuseppe Mani, assim como os representantes da Associação de Escutismo Católico Italiano. Queridos amigos, ao agradecer-vos esta vossa visita, desejo a todos que vos comprometais generosamente no testemunho de Cristo e do seu Evangelho. Saúdo por fim os jovens, os doentes e os novos casais. Iniciamos precisamente hoje o mês de Junho, dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. Detenhamo-nos com frequência a contemplar este mistério profundo do Amor divino. Vós, queridos jovens, aprendei na escola do Coração de Cristo a assumir com seriedade as responsabilidades que vos esperam. Vós, amados doentes, encontrai nesta fonte infinita de misericórdia a coragem e a paciência para cumprir a vontade de Deus em todas as situações. E vós, queridos novos casais, permanecei fiéis ao amor de Deus e testemunhai-o com o vosso amor conjugal.

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