Caso 12 A – Infarto agudo do miocárdio 1) Origem das artérias coronárias e respectivos trajetos: As coronárias se originam a partir da parte ascendente da aorta, nos seios anterior e posterior. A coronária direita se origina no seio anterior. Supre a região posterior do VE. A coronária esquerda pode ter abertura dupla, conduz o ramo circunflexo e interventricular anterior. Supre grande volume do miocárdio VE e AE. 2) Ramos colaterais e terminais da artéria coronária esquerda, seus respectivos trajetos anatômicos e território de vascularização: Ramo interventricular anterior: desce no sulco interventricular e alcança ápice. Ramos septais anteriores: passam para baixo e para trás e suprem 2/3 ventrais. Ramos septais posteriores: suprem terço septal posterior. Ramo circunflexo: curva-se para a esquerda no sulco AV, continua na parte posterior do sulco, passando pela margem esquerda. Ramo marginal esquerdo: supre VE ate ápice. Ramos ventriculares posterior: supre parcialmente VE. Ramos atriais: suprem átrio esquerdo. Ramo para o nó sinoatrial: origina-se da artéria coronária esquerda ou do ramo circunflexo. Ramo no nó atrioventricular: origina-se na cruz. 3) Ramos colaterais e terminais da artéria coronária direita, seus respectivos trajetos anatômicos e território de vascularização: Ramo anterior do VD: alcança ápice do coração. Ramo ventricular posterior direito: supre face diafragmática do VD Ramos atriais: suprem AD. Ramo do nó sinoatrial: distribuído para o miocárdio. Ramos interventriculares septais: supre septo interventricular posterior. 4) Drenagem venosa do miocárdio desde o músculo cardíaco até o átrio direito: O seio coronário e as tributarias retornam para o AD. A veia magna começa no ápice do coração, sobe o sulco IV anterior para o sulco coronário e penetra no seio coronário. A veia cardíaca parva fica entre AD e VD e desemboca no seio coronário. A veia cardíaca média começa no ápice do coração e termina no seio coronário. A veia posterior do VE se une ao seio coronário ou desemboca na veia cardíaca magna.
A veia obliqua do AE se une ao seio coronário. A veia marginal direita drena VD e desemboca no AD. As veias cardíacas anteriores drenam VD e margem direita do coração. As veias cardíacas mínimas desembocam no AD e VD e numa extensão menor, no AE e VE. 5) Isquemia X infarto: Isquemia é quando o fluxo de sangue da coronária se torna inadequado para o nível de oxigênio exigido pelo metabolismo, para manter o funcionamento cardíaco adequado. Infarto é quando uma artéria principal esta ocluída e o sangue não chega a uma determinada região do miocárdio que se torna infartada e necrosada. A isquemia pode resultar num infarto. 6) Angina estável X Angina instável X infarto agudo do miocárdio: A angina propriamente dita consiste na dor no peito ou desconforto que ocorre quando artérias coronárias não fornecem oxigênio suficiente para atender as necessidades do coração. Angina estável: ocorre somente durante atividades físicas ou stress emocional. Ou seja, quando o coração necessita de uma quantidade maior de sangue e oxigênio que as coronárias não são capazes de fornecer. Angina instável: caracteriza-se pela dor no peito tanto fazendo atividades físicas, como no repouso ou até dormindo. IAM: já sofreu necrose celular. Antes ocorria só isquemia. 7) Qual o pior? IAM direito ou esquerdo? IAM esquerdo. Porque o lado esquerdo do coração é responsável pela circulação sistêmica. Com um infarto desse lado, todo o corpo será prejudicado. Já o lado direito é responsável pela circulação pulmonar, 8) IAM de artéria coronária direita causam arritmias! Porque? Porque é do lado direito que fica o marcapasso natural do coração, ou seja, células especializadas auto excitantes capazes de sair do potencial de repouso sem que haja um estimulo externo. No átrio direito fica o nó sinoatrial, onde toda a corrente elétrica e gerada e pelas fibras internodais, são enviadas para o nó atrioventricular e feixes de His, que ficam no ventrículo. Depois disso, passa para as fibras de purkinje que leva a corrente para o resto do coração. Se ocorrer IAM direito, ocorre necrose de células do nó atrioventricular, com isso, o átrio terá um ritmo de batimento diferente do ventrículo. 9) Ressucitação cardiopulmonar: quando e como fazer:
Ela é feita para restaurar o débito cardíaco e a ventilação pulmonar. Deve ser feita quando o paciente estiver sem pulso e sem ventilação. Primeiro, deve-se ventilar o paciente e depois aplicar pressão firme no tórax sobre a parte inferior do corpo do esterno. A pressão, força o sangue para fora do coração para as grandes artérias. 10) Cateterismo cardíaco: como usar e utilidade médica: É uma técnica invasiva onde o médico introduz um cateter pelo braço ou pela perna em uma veia ou artéria, que percorrera o vaso até chegar no coração. Isso serve para poder se obter coronariografia ou angioplastia. 11) Cineangiocoronariografia: como usar e utilidade médica: Através do cateter é injetado um contraste radiológico que permite visualizar por meio de um raio X, os vasos e cavidades do coração. As imagens internas do coração e/ou vasos, são filmados. O contraste é injetado nas coronárias e as imagens são filmadas e obtidas para que permita ver as coronárias e saber se elas se encontram obstruídas parcialmente ou totalmente. 12) Cintilografia miocárdica: como usar e utilidade médica: Exame não invasivo, dividido em 2 partes. Primeiramente, é injetado um contraste radioativo no paciente e em repouso, o coloca na gama câmara, onde terá todos os tipos de cortes nos eixos. Posteriormente, coloca-se o paciente para fazer um exercício físico e novamente na gama câmara. Analisa-se assim, a viabilidade do músculo cardíaco, diferenciando a área isquêmica ou infartada. 13) Princípios do tratamento clínico do IAM: Seu principal princípio fisiopatológico é a formação de um trombo branco rico em plaquetas, e um trombo vermelho, rico em fibrina e hemácias. Com instabilização da placa ateroesclerótica, usa-se anti-agregantes plaquetários (clopidogril, heparina), além de vasodilatadores (nitratos) e bloqueadores dos receptores beta energéticos. 14) Princípios do tratamento invasivo do IAM: Operações de enxerto do desvio coronário onde segmento de uma veia é ligado à parte ascendente da aorta ou proximal de uma artéria coronária. A safena magna é geralmente escolhida pra cirurgia.
Caso 12 B – arritmia cardíaca com bloqueio de ramo direito 1) “Sistema de condução” ou “complexo estimulante do coração”:
É composto pelo nó AS, nó AV, feixe de His e as fibras de purkinje. Fazem condução e tem ritmo espontâneo. Átrio e ventrículo têm capacidade de se contrair espontaneamente, sem necessitar de um estimulo nervoso. Esse sistema comanda um ritmo de freqüência rápida para todo o coração que pode ser regulado pelo sistema nervoso. 2) Anatomia do sistema de condução cardíaco e contrações atriais e ventriculares: O nó AS fica na crista terminal, na junção da veia cava superior com o AD, é onde se inicia a contração do coração, sendo o marcapasso do mesmo. O nó AV recebe o impulso elétrico pelo feixe internodal. Nesse momento, ele necessita de outro impulso, porque as fibras musculares não conduzem estimulo elétrico. As fibras de purkinje se ramificam e se distribuem nos ventrículos. 3) Plexo cardíaco e sua função: Situa-se na base do coração, junto com o arco da aorta, é subdividido em parte superficial e profunda. A contribuição simpática é predominantemente pos ganglionar e a parassimpática, pré ganglionar, com grupos de células ganglionares. 4) Estruturas nervosas do plexo cardíaco: Ramo superficial: É formado pelo ramo cardíaco cervical superior do simpático esquerdo e inferior dos dois ramos cardíacos superiores do nervo vago esquerdo. Ramo profundo: Recebe todos os ramos cardíacos de ambos os nervos vagos e dos troncos simpáticos, menos o simpático superior esquerdo e o mais inferior dos superiores do nervo vago esquerdo. Recebe ramos cardíacos inferiores do nervo vago e do nervo recorrente. Ramos viscerais dos gânglios simpáticos torácicos craniais mais superiores e anastomoses da parte superficial do plexo cardíaco. 5) Sistema de condução X Plexo cardíaco: No plexo, o coração é suprido por fibras nervosas autônomas dos nervos vagos e troncos simpáticos. Os nervos simpáticos levam ao aumento do batimento cardíaco e causa dilatação das artérias coronárias que suprem o coração. Com isso, miocárdio tem maior suprimento de oxigênio e nutrientes. Os nervos parassimpáticos reduzem o ritmo cardíaco e provocam constricção das coronárias. No sistema de condução, é determinado um ritmo de freqüência rápida, transmitidos a todas as partes do coração e que pode ser regulado pelo sistema nervoso. 6) Exemplos de arritmia:
Arritmias do nodo sinoatrial (o nodo AV lidera a freqüência cardíaca diminuindo-a – menor capacidade de contração atrial, pois essa recebe menor impulso nervoso.), arritmias do nodo atrioventricular (ventrículo não recebe impulso elétrico), bradicardia, taquicardia. 7) Marcapasso artificial e sua utilidade: Ele tem como função regular o ritmo cardíaco.