Capitulo 7 Melodia

  • October 2019
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  • Pages: 13
7. Melodia Tive que esperar quando voltei para a escola. O último tempo ainda não tinha terminado. Isso era bom, porque eu tinha coisas a pensar e eu precisava do tempo sozinho. O cheiro dela permaneceu no carro. I mantive a janela fechada, deixando isso me atacar, tentando me acostumar ao sentimento de queimar minha garganta intencionalmente. Atração. Era uma coisa problemática para contemplar. Tantos lados para isso, tantos significados e níveis diferentes. Não a mesma coisa que amor, mas atado a isso irrevogavelmente. Eu não tinha idéia se Bella estava atraída por mim. (Seu silêncio mental de alguma forma continuaria a ser mais e mais frustrante até que eu fique louco? Ou existia um limite que eventualmente eu alcançaria?) Tentei comparar suas respostas físicas a de outras, como a secretária e Jessica Stanley, mas a comparação era inconclusa. Os mesmos marcadores – mudando nos padrões das batidas do coração e da respiração – poderiam facilmente significar medo ou choque ou ansiedade como podiam ser interesse. Parecia improvável que Bella pudesse estar tendo os mesmos tipos de pensamentos que Jessica Stanley costumava ter. Afinal, Bella sabia muito bem que havia algo errado comigo, mesmo que não soubesse exatamente o que isso era. Ela tinha tocado minha pele gelada, e então puxou sua mão para longe do frio. Ainda assim... embora eu lembrasse das fantasias que costumavam me enojar, mas lembrava delas com Bella no lugar de Jessica... Eu estava respirando mais rapidamente, o fogo arranhando para cima e para baixo em minha garganta. E se tivesse sido Bella me imaginando com meus braços em torno de seu corpo frágil? Sentindo-me puxá-la fortemente contra meu peito e então colocando minha mão em seu queixo? Tirando a pesada cortina de cabelo do seu rosto corado? Traçando a forma de seus lábios cheios com a ponta dos meus dedos? Inclinando meu rosto próximo ao dela, onde eu podia sentir o calor de sua respiração em minha boca? Me movendo ainda mais próximo... Mas então me encolhi para longe do devaneio, sabendo, como eu soube quando Jessica imaginou essas coisas, o que aconteceria se eu chegasse assim tão perto dela. Atração era um dilema impossível, porque eu já era muito atraído por Bella da pior maneira. Eu queria que Bella fosse atraída por mim, como uma mulher por um homem? Essa era a pergunta errada. A pergunta correta era se eu deveria querer que Bella fosse atraída por mim dessa forma, e a resposta era não. Porque eu não era um homem humano, e isso não era justo com ela. Como toda a fibra do meu ser, eu ansiava por ser um homem normal, então eu poderia segurá-la em meus braços sem arriscar sua vida. Então eu

poderia ser livre para delinear minhas próprias fantasias, fantasias que não terminariam com seu sangue em minhas mãos, seu sangue brilhando nos meus olhos. Minha perseguição por ela era indefensa. Que tipo de relacionamento eu poderia oferecer para ela, quando eu não podia arriscar tocá-la? Segurei minha cabeça em minhas mãos. Era ainda mais confuso porque eu nunca tinha me sentido mais humano em toda a minha vida – nem mesmo quando eu era humano, até onde podia me lembrar. Quando eu era humano, meus pensamentos tinham se virado para a glória de um soldado. A Grande Guerra se alastrou por toda a minha adolescência, e eu estava somente a nove meses do meu aniversário de dezoito anos quando a gripe estourou... eu só tinha vagas impressões daqueles anos humanos, memórias escuras que apagaram mais com a passagem de cada década. Eu me lembrava mais claramente de minha mãe, e sentia uma velha dor quando pensava em seu rosto. Eu lembrava obscuramente o quanto ela odiou o futuro que eu percorri ansiosamente, rezando toda noite quando ela dava graças no jantar que a “guerra horrível” terminasse... eu não tinha memórias de outro tipo de desejo. Além do amor de minha mãe, não houve outro amor que tenha me feito querer ficar... Isso era inteiramente novo para mim. Eu não tinha paralelos para delinear, comparações para fazer. O amor que eu senti por Bella veio puramente, mas agora as águas enlameadas. Eu queria muito ser capaz de tocá-la. Ela se sentia da mesma forma? Isso não importava, eu tentei me convencer. Encarei minhas mãos brancas, odiando a dureza, o frio, a força sobrehumana delas... Eu pulei quando a porta do passageiro abriu. Ha. Te peguei de surpresa. Primeira vez. Emmett pensou enquanto deslizava pelo assento. “Aposto que Mrs. Goff pensa que você está envolvido com drogas, você está tão errático ultimamente. Onde você estava hoje?” “Eu estava... fazendo ações.” Huh? Eu ri. “Cuidando dos doentes, esse tipo de coisa.” Isso o confundiu mais, mas então ele inalou e sentiu o cheiro no carro. “Oh. A garota de novo?” Eu fiz uma careta. Isso está ficando estranho. “Nem me diga,” eu resmunguei. Ele inalou de novo. “Hmm, até que ela tem um bom sabor, não é?” O rosnado quebrou entre meus lábios antes que suas palavras tivessem ao menos registrado todo o caminho, uma resposta automática. “Calma, criança, só estou dizendo.” Os outros chegaram, então. Rosalie sentiu o cheiro de primeiro e me encarou, ainda irritada. Eu me perguntei qual era o problema dela, mas tudo o que eu podia ouvir dela eram insultos.

Não gostei da reação de Jasper também. Como Emmett, ela notou o atrativo de Bella. Não que o cheiro tivesse, para nenhum deles, um milionésimo da atração que tinha em mim. Mas ainda me aborrecia que o cheiro dela fosse doce para eles, Jasper tinha um controle ruim... Alice pulou para o meu lado do carro e estendeu sua mão para pegar a chave da caminhonete de Bella. “Eu só vi que eu ia,” ela disse – obscuramente, como era seu hábito. “Você terá que me contar os porquês.” “Isso não quer dizer –” “Eu sei, eu sei. Eu esperarei. Não vai demorar.” Eu suspirei e dei a ela a chave. Eu a segui até a casa de Bella. A chuva estava caindo como um milhão de pequenos martelos, tão alto que talvez os ouvido humanos de Bella não poderiam ouvir o trovão do motor da caminhonete. Eu observei sua janela, mas ela não veio olhar para fora. Talvez ela não estivesse lá. Não havia pensamentos para ouvir. Me entristeceu eu não poder ouvir o suficiente mesmo para checá-la – para ter certeza de que ela estava feliz, ou a salvo, pelo menos. Alice subiu no carro e nós corremos para casa. As estradas estavam vazias, então isso só levou alguns minutos. Nós entramos na casa, e então fomos para nossos vários passatempos. Emmett e Jasper estavam no meio de um elaborado jogo de xadrez, usando oito tabuleiros juntos – estendidos até a parede de vidro – e suas próprias regras complicadas. Eles não me deixariam jogar: só Alice ainda jogaria comigo. Alice foi para seu computador logo depois deles e eu pude ouvir seu monitor tomando vida. Alice estava trabalhando em um projeto de fashion design para o armário de Rosalie, mas Rosalie não se juntou a ela hoje, para ficar atrás dela e direcionar os cortes e cores enquanto as mãos de Alice traçavam as telas sensíveis a toque (Carlisle e eu tivemos que puxar um pouco esse sistema, dando a isso tais telas de resposta à temperatura). Ao invés disso, hoje Rosalie se esparramou irritada no sofá e começou a passar por vinte canais por segundo na tela plana, nunca parando. Eu podia ouvir ela tentando decidir se ia ou não até a garagem polir sua BMW de novo. Esme estava no andar de cima, trabalhando num novo conjunto de pinturas azuis. Alice apoiou sua cabeça na parede depois de um tempo e começou a soltar os próximos movimentos de Emmett – Emmett sentado no chão com as costas nas dela – para Jasper, que manteve sua expressão muito suave enquanto cortava o cavalo favorito de Emmett. E eu, pela primeira vez em tanto tempo que me senti envergonhado, fui sentar no grande piano primoroso estacionado logo depois do hall de entrada. Eu corri minha mão gentilmente pelas escalas, testando a entoação. O tom ainda era perfeito. Lá em cima, Esme parou o que estava fazendo e inclinou sua cabeça para o lado.

Eu comecei a primeira linha da melodia que se sugeriu sozinha para mim hoje no carro, feliz por soar ainda melhor do que eu imaginava. Edward está tocando de novo, Esme pensou alegremente, um sorriso se abrindo em seu rosto. Ela se levantou de sua mesa e deslizou silenciosamente para o topo da escada. Eu adicionei uma linha harmoniosa, deixando a melodia central ondular por ela. Esme suspirou de contentamento, sentou no degrau e apoiou a cabeça no balaústre. Uma nova musica. Faz tanto tempo. Que melodia adorável. Deixei a melodia ir por uma nova direção, seguindo-a com a linha do baixo. Edward está compondo de novo? Rosalie pensou, e seus dentes cerraram em ressentimento feroz. Nesse momento, ela escorregou, e eu pude ler todo o ultraje sublinhado. Eu vi porque ela estava com um temperamento tão ruim comigo. Porque matar Isabella Swan não tinha incomodado sua consciência nem um pouco. Com Rosalie, era sempre sobre vaidade. A musica chegou a um fim abrupto, e eu gargalhei antes pudesse me controlar, um latido afiado de divertimento que quebrou rapidamente quando eu joguei minha mão por cima da boca. Rosalie virou para me encarar, seus olhos brilhando com uma fúria desgostosa. Emmett e Jasper se viraram, também, e eu ouvir a confusão de Esme. Esme estava no andar de baixo num flash, parando para olhar para Rosalie e eu. “Não pare, Edward,” Esme encorajou depois de um momento tenso. Eu comecei a tocar de novo, dando minhas costas a Rosalie enquanto tentava com dificuldade controlar o sorriso se estendendo pelo meu rosto. Ela se levantou e saiu da sala pisando duro, mais irritada que embaraçada. Mas certamente bem embaraçada. Se você falar alguma coisa eu vou caçá-lo como um cachorro. Eu sufoquei outra risada. “O que aconteceu, Rose?” Emmett a chamou. Rosalie não se virou. Ela continuou, voltando rígida, para a garagem e então contorcendo-se em baixo de seu carro como se pudesse se enterrar lá. “O que foi isso?” Emmett me perguntou. “Eu não tenho a mínima idéia,” eu menti. Emmett grunhiu, frustrado. “Continue tocando,” Esme exigiu. Minhas mãos tinha parado de novo. Eu fiz como ela pediu, e ela veio ficar atrás de mim, colocando suas mãos em meus ombros. A música era admirável, mas incompleta. Eu brinquei com uma ponte, mas não pareceu certo de alguma forma. “É charmosa. Tem um nome?” Esme perguntou. “Ainda não.”

“Tem uma história?” ela perguntou, um sorriso em sua voz. Isso a deu uma grande felicidade, e eu me senti culpado por ter negligenciado minha musica por tanto tempo. Eu fui egoísta. “É uma canção de ninar... eu suponho.” Eu peguei a ponte correta então. Isso levava facilmente para o próximo movimento, tomando vida por si só. “Uma canção de ninar,” ela repetiu para si mesma. Existia uma história para essa melodia, e uma vez que a vi, os pedaços cairam no lugar certo sem esforços. A história era uma garota adormecida em uma cama estreita, escuro cabelo volumoso e selvagem e bagunçado como algas pelo travesseiro... Alice deixou Jasper com seus próprios planejamentos e veio se sentar perto de mim no banco. Em sua voz vibrante, soando como brisa, ela esboçou uma canção sem palavras dois oitavos acima da melodia. “Eu gostei disso,” murmurei. “Mas o que acha disso?” Eu adicionei sua linha à harmonia – minhas mãos estavam voando pelas teclas agora para trabalhar todos os pedaços juntos – modificando um pouco, levando isso a uma nova direção... Ela pegou a coisa, e acompanhou. “Sim. Perfeito,” eu disse. Esme apertou meus ombros. Mas eu podia ver o final agora, com a voz de Alice crescendo sobre a melodia e levando-a para outro lugar. Eu podia ver como a música devia terminar, porque a garota adormecida era perfeita como era, e qualquer mudança seria errada, uma tristeza. A música foi a essa realização, mais devagar e baixa agora. A voz de Alice diminuiu também, e se tornou solene, um tom que pertencia debaixo dos arcos ecoantes de uma catedral iluminada a vela. Eu toquei a última nota, e então inclinei minha cabeça por cima das teclas. Esme afagou meu cabelo. Vai ficar tudo bem, Edward. Isso foi dar certo para melhor. Você merece a felicidade, meu filho. O destino te deve isso. “Obrigado,” eu sussurrei, desejando poder acreditar nisso. Amor nem sempre vem em pacotes convenientes. Eu ri sem humor. Você, acima de todos nesse planeta, está provavelmente melhor equipado para lidar com tal difícil dilema. Você é o melhor e o mais brilhante de todos nós. Eu suspirei. Toda mãe pensava o mesmo de seu filho. Esme ainda estava cheia de alegria por meu coração ter sido finalmente tocado depois de todo esse tempo, não importa o potencial de tragédia. Ela pensou que eu sempre estaria sozinho... Ela terá que te amar de volta, ela pensou de repente, me pegando de surpresa com a direção de seus pensamentos. Se ela é uma garota brilhante. Ela sorriu. Mas eu não consigo imaginar ninguém sendo tão lento que não veja que partido você é. “Pare com isso, mãe, você está me fazendo corar,” eu provoquei. Sua palavras, embora improváveis, realmente me animaram.

Alice riu e começou o pico de “Heart and Soul”. Eu sorri e completei a simples harmonia com ela. Então eu a favoreci com uma performance de “Chopsticks”. Ela deu uma risada, e então suspirou. “Então eu queria que você me contasse por que você estava rindo da Rose,” Alice disse. “Mas eu posso ver que você não vai.” “Não.” Ela deu um peteleco em minha orelha co seu dedo. “Seja legal, Alice,” Esme desaprovou. “Edward está sendo um cavalheiro.” “Mas eu quero saber.” Eu gargalhei com o tom lamuriante que ela usou. Então eu disse. “Aqui, Esme,” e comecei a tocar sua musica favorita, um tributo sem nome para o amor que eu assisti entre ela e Carlisle por tantos anos. “Obrigada, querido.” Ela apertou meus ombros de novo. Eu não tinha que me concentrar para tocar o fragmento familiar. Ao invés disso eu pensei em Rosalie, ainda figurativamente contorcendo-se em mortificação na garagem, e eu sorri para mim mesmo. Tendo acabado de descobrir a potência do ciúme por mim mesmo, eu tinha um pequeno pedaço de pena por ela. Era uma forma desgraçada de se sentir. Claro, seu ciúme era mil vezes mais mesquinho que o meu. Muito como a raposa no cenário da manjedoura. Eu me perguntei como a vida e personalidade de Rosalie teria sido diferente se ela não tivesse sido sempre a mais bonita. Ela teria sido uma pessoa mais feliz se beleza não tivesse sido a todo tempo seu ponto forte? Menos egocêntrica? Mais passional? Bem, suponho que era inútil questionar, porque o passado estava feito, e ela sempre tem sido a mais bonita.Mesmo quando humana, ela sempre viveu sob os refletores de sua própria amabilidade. Não que ela se importasse. O oposto – ela adorava admiração mais que quase tudo. Isso não mudou com a perda de sua mortalidade. Não era surpresa então, tomando essa necessidade como certo, que ela ficaria ofendida quando eu, desde o inicio, não adorei sua beleza da forma como ela esperava que todos os homens adorassem. Não que ela me quisesse de qualquer forma – longe disso. Mas a irritou eu não querê-la, apesar disso. Ela estava acostumada a ser desejada. Foi diferente com Jasper e Carlisle – eles já estavam apaixonados. Eu era completamente desatado, e ainda assim continuava obstinadamente imóvel. Eu pensei que esse velho ressentimento estava enterrado. Que ela tinha superado isso há muito. E ela tinha... até o dia que eu finalmente achei alguém de quem a beleza me tocou do jeito que a dela não conseguiu. Rosalie confiou na crença de que se eu não achava que a beleza dela valia adoração, então certamente não existia beleza no mundo que me alcançaria. Ela estava furiosa desde o momento que eu salvei a vida de Bella, supondo, com sua astuta intuição feminina, o interesse do qual eu estava completamente inconsciente.

Rosalie estava mortalmente ofendida por eu ter achado uma garota humana insignificante mais atraente que ela. Eu suprimi a urgência de rir novamente. Me perturbava um pouco, entretanto, a forma como ela via Bella. Rosalia na verdade achava que a garota era simples. Como ela podia acreditar nisso? Parecia incompreensível pra mim. Um produto do ciúme, sem duvida. “Oh!” Alice disse abruptamente. “Jasper, adivinha só?” Eu vi o que ela acabara de ver, e minhas mãos congelaram nas teclas. “O que, Alice?” Jasper perguntou. “Peter e Charlotte vêm para uma visita semana que vem! Eles estarão nas redondezas, não é legal?” “O que há de errado, Edward?” Esme perguntou, sentindo a tensão em meus ombros. “Peter e Charlotte estão vindo para Forks?” exclamei para Alice. Ela rolou os olhos pra mim. “Se acalme, Edward. Não é a primeira visita deles.” Meus dentes cerraram. Isso era a primeira visita deles desde que Bella chegou, e seu sangue doce não era atrativo só pra mim. Alice franziu para minha expressão. “Eles nunca caçam aqui. Você sabe disso.” Mas o irmão de classe de Jasper e a pequena vampira que ele amava não eram como nós; eles caçavam da forma normal. Eles não era confiáveis perto de Bella. "Quando?" eu perguntei. Ela franziu os lábios infeliz, mas me disse o que eu precisava ouvir. Segunda de manhã. Ninguém irá machucar Bella. "Não," eu concordei, e dei as costas à ela. "Está pronto, Emmett? "Eu pensei que partiríamos pela manhã?" "Vamos voltar perto da meia noite no domingo. Eu pensei que estava tudo bem já que você queria ir." "Ok, tudo bem. Só vou me despedir da Rose antes." "Claro." Pelo humor de Rosalie, seria uma despedida bem rápida. Você realmente perdeu essa, Edward, ele pensou enquanto passava pela porta dos fundos. "Acho que sim." "Toque a nova música para mim mais uma vez," Esme pediu. "Se isso te faz feliz", eu concordei, apesar de estar um pouco hesitante enquanto tocava até chegar ao fim inevitável - o final que me machucava de maneiras estranhas. Pensei por um momento, e então peguei a tampa da garrafa do meu bolso, e coloquei em cima do piano. Isso me ajudou um pouco - uma pequena lembrança dos olhos dela. Eu balancei a cabeça para mim mesmo, e comecei a tocar novamente. Esme e Alice trocaram um olhar, mas nenhuma das duas perguntou. "Nunca te disseram pra não brincar com a comida?" eu gritei para Emmett.

"Oh, oi Edward!" ele gritou em resposta, arreganhando os dentes e acenando para mim. O urso se aproveitou da distração dele para bater com as patas no peito de Emmett. As garras afiadas cortaram tiras de sua camisa, e arranharam a pele com som agudo. O urso rugiu em resposta ao som irritante. Ah inferno, eu ganhei essa camisa da Rose! Emmett rugiu de volta para o anival enraivecido. Suspirei e me sentei em uma pedra. Isso poderia levar um tempo. Mas Emmett já tinha quase terminado. Ele deixou o urso tentar arrancar sua cabeça com outra patada, rindo como o vento, e jogou o urso para longe. O urso rugiu e Emmett rugiu de novo enquanto dava risada. Então ele se lançou contra o animal, que em pé dava uma cabeça a mais do que ele, e seus corpos caíram no chão emaranhados, derrubando uma árvore jovem com eles. O rugido do urso foi cortado por um gorgolejo. Poucos minutos depois, Emmett caminhou lentamente até onde eu esperava por ele. Sua camisa estava destruída, amassada e ensangüentada, jura de terra e coberta de pêlos. Seu cabelo, enrolado e escuro, não estava em condições melhores. Havia uma grande marca de mordida em seu rosto. "Esse era dos fortes. Quase pude sentir quando ele me arranhou." "Você é tão infantil, Emmett." Ele olhou minha camisa branca, limpa. "Não conseguiu caçar o leão da montanha, então?" "Claro que consegui. Só não gosto de comer feito um selvagem." Emmett deu sua risada explosiva. "Eu queria que eles fossem mais fortes. Seria mais divertido." "Ninguém disse que você tem que lutar com sua comida." "É, mas com quem mais eu lutaria? Você e Alice trapaceiam, Rose nunca quer bagunçar o cabelo, e Esme fica doida quando eu e Jasper fazemos isso." "A vida é difícil, não é?" Emmett mostrou os dentes pra mim, mudando o corpo de lado um pouco, se equilibrando em posição de ataque. "Vamos, Edward. Desligue seu leitor de pensamentos por um minuto e jogue limpo." "Isso não se desliga." Lembrei-o. "Então me pergunto o que aquela garota humana faz pra te bloquear." Emmett meditou. "Talvez ela possa me dar algumas dicas." Meu bom humou acabou. "Fique longe dela, eu avisei com os dentes cerrados. "Calminho, calminho." Eu suspirei. Emmett se sentou ao meu lado na pedra. "Desculpe. Eu sei que você esta passando por um período difícil. Eu realmente estou tentando não ser um idiota insensível, mas já que isso faz parte de mim..." Ele esperou que eu risse da piada, então fechou a cara. Tão sério o tempo todo. O que está te incomodado agora? "Pesando nela. Na verdade, me preocupando."

"Qual o motivo da preocupação? Você está aqui." Ele riu alto. Ignorei a piada novamente, mas respondi a pergunta. "Você alguma vez já pensou sobre como eles são frágeis? Sobre quantas coisas ruins podem acontecer com um mortal? "Não, na verdade. Mas acho que entendo o que você quer dizer. Eu não era muito páreo para um urso naquela primeira vez, né?" "Ursos," eu resmunguei, adicionando mais um medo à pilha. "Isso seria típico da sorte dela, não seria?" Um urso vagando pela cidade. Óbvio que ele iria direto até Bella." Emmett riu baixinho. "Você está me soando um pouco louco, sabia?" "Só imagine por um minuto que Rosalie fosse humana, Emmett. E ela poderia encontrar um urso, ou ser atingida por um carro... ou por um raio... ou cair da escada... ou ficar doente - pegar uma doença!" As palavras explodiram como uma tempestade. Era bom despejá-las - estiveram me matando durante todo o final de semana. "Incêndios e terremotos e tornados! Argh! Qual foi a última vez que você viu as notícias? Você viu o tipo de coisas que acontecem com eles? Arrombamentos e homicídios...” Meus dentes se fecharam, e derrepende eu estava tão louco com a idéia de outro humano a machucando, que mal pude respirar. "Uau, hein! Se segure, cara. Ela vive em Forks. Se lembra? Então ela só toma chuva." Ele deu de ombros. "Eu acho que ela é muito azarada, Emmett, sério mesmo. Olhe as evidências. De todos os lugares do mundo para onde ela pode ir, ela acaba numa cidade onde vampiros fazem uma parte significante da população." "Aham, mas nós somos vegetarianos. Então isso não é sorte, ao invés de azar?" "Do jeito que ela cheira? Definitivamente azar. E daí, mais azar, o jeito que ela cheira pra mim." Eu fitei com raiva minhas próprias mãos, odiando-as mais uma vez. "Exceto pelo fato de você ter mais auto-controle do que todo mundo, além do Carlisle. Sorte de novo." "A van?" "Aquilo foi só um acidente." "Você deve ter visto aquilo indo em direção a ela, Em, sem parar. Eu juro, é como se ela tivesse algum tipo de imã." "Mas você estava lá. Isso foi sorte." "Foi? Esse não era o pior tipo de azar que um humano poderia ter - um vampiro se apaixonando por ela?" Emmett pensou naquilo em silêncio por um momento. Ele imaginou a garota em sua cabeça, e não achou a imagem interessante. Honestamente, eu não consigo ver o que ela tem de interessante. "Bom, eu não consigo ver os dotes da Rosalie, também," eu disse rudemente. "Sério, ela parece dar mais trabalho do que qualquer garota bonita desse mundo.” Emmett riu. "Eu não achava que você pudesse explicar..." "Eu não sei qual é o problema dela, Emmett," eu disse com uma careta.

Eu vi o que ele ia fazer em tempo de me preparar. Ele tentou me derrubar da pedra, e houve um barulho de pedra quebrando quando enquanto uma fissura se abria na pedra entre nós. "Trapaceiro", ele resmungou. Eu esperei que ele tentasse mais uma vez, mas seus pensamentos tomaram outras direções. Ele estava imaginando o rosto de Bella mais uma vez, mas o imaginou mais pálido, com os olhos dela brilhando vermelhos... "Não," eu disse, com a voz sufocada. "Isso resolve suas preocupações sobre mortalidade, não resolve? E assim você não iria querer matá-la, também. Essa não é a melhor saída?" "Para mim? Ou para ela?" "Para você," ele respondeu facilmente. E o tom de voz adicionava o é claro. Eu ri sem humor. "Resposta errada." "Eu não me importei tanto," ele me lembrou. "Mas Rosalie se importou." Ele suspirou. Nós dois sabíamos que Rosalie faria qualquer coisa, desistiria de qualquer coisa, se isso significasse que ela poderia ser humana novamente. Até de Emmett. "É, Rose se importou," ele concordou em silêncio. “Eu não posso... eu não deveria... eu não vou arruinar a vida da Bella. Você não sentiria a mesma coisa, se fosse com a Rosalie?” Emmett ponderou por um momento. Você realmente... a ama? “Eu nem posso descrever, Emmett. De repente, essa garota significa o mundo todo para mim. Eu não vejo mais o significado do resto do mundo sem ela.” Mas você não vai transformá-la? Ela não vai durar pra sempre, Edward. “Eu sei disso”, eu gemi. E, como você mesmo falou, ela é meio quebrável. “Acredite em mim – eu sei disso, também.” Emmett não era uma pessoa de tato, e conversas sobre assuntos delicados não eram seu forte. Ele se esforçou dessa vez, querendo muito não ofender. Você pode ao menos tocá-la? Eu digo, se você a ama... você não iria querer, bem... tocá-la? Emmett e Rosalie compartilhavam um amor físico intenso. Ele levou bastante tempo pra entender como alguém poderia amar, sem esse aspecto. Eu suspirei. “Eu nem posso pensar nisso, Emmett.” Wow. Então quais são as suas opções? “Eu não sei,” eu sussurei. “Estou tentando descobrir um modo de... de deixá-la. Eu não consigo pensar em como me obrigar a ficar longe...” Com um profundo sentimento de satisfação, eu de repente entendi que seria certo se eu ficasse – pelo menos por enquanto, com Peter e Charlotte vindo para cá. Ela estava mais segura comigo aqui, temporariamente, do que ela estaria se eu fosse embora. Por um momento, eu poderia ser seu protetor às avessas.

O pensamento me deixou ansioso; eu senti uma vontade repentina de voltar para poder fazer esse papel pelo maior tempo possível. Emmett percebeu a mudança em minha expressão. No que você está pensando? “Nesse exato momento”, eu admiti meio inocentemente, “eu quero muito voltar para Forks e ver se ela está bem. Não sei se vou ficar caçando domingo à noite.” “Epa! Você não vai voltar pra casa tão cedo. Deixe a Rosalie se acalmar um pouco. Por favor! Pelo meu bem.” “Eu vou tentar ficar”, eu disse sem muita certeza. Emmett deu um tapinha no telefone do meu bolso. “Alice ligaria se houvesse motivos para seu ataque de pânico. Ela é louca por essa garota assim como você.” Eu fiz uma careta ao ouvir aquilo. “Certo. Mas não vou ficar depois de domingo.” “Não há motivos para sair correndo de volta – e vai fazer sol, de qualquer maneira. Alice disse que vamos ficar livres da escola até quarta-feira.” Eu balancei a cabeça. “Peter e Charlotte sabem se comportar.” “Eu realmente não me importo, Emmett. Com a sorte de Bella, ela vai sair andando pela floresta exatamente na hora errada e –“ eu desisti. “Peter não é conhecido pelo seu auto-controle. Eu voltarei no domingo.” Emmett suspirou. Exatamente como um louco. Bella dormia tranquilamente quando eu entrei pela janela do quarto bem cedo na manhã de segunda. Eu lembrei do óleo dessa vez, e a janela saiu silenciosamente do meu caminho. Eu poderia dizer, pelo jeito que seu cabelo estava espalhado pelo travesseiro, que ela teve uma noite menos reparadora do que da última vez que estive aqui. Suas mãos estavam debaixo das bochechas como uma criancinha, e a boca estava levemente aberta. Eu podia ouvir sua respiração se movendo vagarosamente entre seus lábios. Era um alivio estar aqui, e poder vê-la novamente. Eu entendi que não ficaria em paz se não fosse assim. Nada estava certo quando eu estava longe dela. Não que tudo estivesse certo quando eu estava com ela, também. Eu suspirei, deixando o fogo da sede raspar minha garganta. Fiquei longe disso por muito tempo. O tempo gasto sem dor ou tentação deixou isso mais forte agora. Já era ruim o suficiente eu estar com medo de me ajoelhar ao lado da cama dela para poder ler o nome de seus livros. Eu queria conhecer todas as histórias em sua cabeça, mas estava com medo de mais do que minha sede, estava com medo de que se eu me permitisse ficar tão perto dela, eu quisesse ficar ainda mais próximo... Os lábios dela pareciam muito macios e quentes. Eu podia imaginar tocálos com a ponta dos dedos. Bem de leve...

Era exatamente esse tipo de erro que eu devia impedir. Meus olhos percorreram seu rosto várias vezes, procurando mudanças. Mortais mudavam o tempo todo – me entristecia a idéia de perder alguma coisa... Eu achei que ela parecia... cansada. Como se não tivesse dormido o suficiente esse final de semana. Será que ela havia saído? Eu ri silenciosamente por causa de como isso me deixava louco. E se ela tivesse saído? Eu não era dono dela. Ela não era minha. Não, ela não era minha – e eu fiquei triste de novo. Uma de suas mãos se moveu, e eu percebi que havia arranhões leves em sua mão. Será que ela se machucou? Mesmo que não fosse nada grave, me perturbava. Eu pensei na localização no machucado, e decidi que ela deve ter tropeçado. Essa parecia uma boa explicação, considerando tudo. Era reconfortante pensar que eu não precisaria ficar adivinhando esses pequenos mistérios para sempre. Nós éramos amigos agora – ou, pelo menos, estávamos tentando ser. Eu poderia perguntar sobre seu final de semana – sobre a praia, e qualquer outra atividade noturna que a tenha feito parecer tão desgastada. Eu poderia perguntar o que aconteceu com as mãos. E eu poderia rir um pouquinho quando ela confirmasse minha teoria. Eu sorri gentilmente enquanto se ela realmente caiu ou não no oceano. Eu me perguntei se ela teria se divertido com o passeio. Eu me perguntei se ela pensou em mim. Se ela sentiu minha falta, mesmo que só um pouquinho do tanto que eu senti a falta dela. Eu tentei imaginá-la no sol da praia. A imagem estava incompleta, porque eu nunca vi a Primeira Praia. Eu só sabia como era por causa das fotos... Senti uma pontinha de enjôo enquanto pensava na razão pela qual eu nunca fui à bela praia que ficava a apenas alguns minutos de corrida da minha casa, Bella passou o dia em La Push – um lugar aonde eu proibido, por acordo, de ir. Um lugar onde poucos homens ainda lembravam de histórias sobre os Cullens, lembravam e acreditavam nelas. Um lugar onde nosso segredo era conhecido... Eu balancei minha cabeça. Não havia nada que pudesse me preocupar lá. Os Quileutes eram limitados pelo acordo, também. Mesmo que bela fosse até eles, eles não poderiam revelar nada. E porque tocariam no assunto? Porque Bella falaria sobre suas curiosidades lá? Não – os Quileutes eram talvez a única coisa com a qual eu não tinha que me preocupar. Fiquei com raiva do sol quando começou a nascer. Lembrei-me de que não poderia satisfazer minha curiosidade nos próximos dias. Porque o sol decidiu brilhar agora? Com um lamento, eu pulei pela janela antes que estivesse claro o suficiente para alguém me ver ali. Eu pretendia ficar na densa floresta atrás da casa dela para vê-la ir para a escola, mas enquanto eu estava indo para as árvores, fiquei surpreso em encontrar o vestígio de seu cheiro até ali na trilha. Eu o segui rapidamente, curioso, ficando cada vez mais preocupado quando o seguia cada vez mais para dentro da escuridão. O que Bella foi fazer ali?

O vestígio do cheiro parou abruptamente, no meio de lugar nenhum em particular. Ela havia saído apenas alguns passos além da trilha, para perto das samambaias, onde ela tocou o tronco de uma árvore caída. Talvez tivesse sentado ali... Eu sentei no mesmo lugar, e olhei em volta. Tudo que ela poderia ter visto eram samambaias e a floresta. Provavelmente havia chovido – o cheiro tinha sido lavado, e não ficou forte ali na árvore. Por que Bella teria vindo sentar aqui sozinha – e ela estava sozinha, sem dúvidas – no meio da floresta úmida e escura? Isso não fazia sentido, e, diferente das minhas outras curiosidades, eu mal podia falar disso numa conversa casual. Então, Bella, eu segui seu cheiro através da floresta depois de sair do seu quarto depois de observar você dormir... Aham, isso será ótimo pra quebrar o gelo. Eu nunca saberia no que ela estava pensando e fazendo aqui, e isso fazia meus dentes se apertarem de frustração. Pior, isso parecia muito com o cenário que eu havia imaginado para Emmett – Bella andando sozinha pela floresta, onde seu cheiro chamaria a atenção de qualquer um que pudesse senti-lo... Eu gemi. Ela não apenas tinha azar, mas flertava com ele. Bem, por enquanto ela tinha um protetor. Eu cuidaria dela, a deixaria longe do perigo, enquanto pudesse justificar minhas ações. Eu de repente me encontrei desejando que Peter e Charlotte ficassem por mais tempo.

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