Calm Like A Bomb

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UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná Aline Queiroz – Carolina Almeida – Débora Cunha Lílian Hoshina – Ricardo Francisco – Rodrigo Toledo

“CALM LIKE A BOMB!” A revolução Cubana em fragmentos

Jacarezinho – PR 2007.

UENP – Universidade Estadual do Norte do Paraná Aline Queiroz – Carolina Almeida – Débora Cunha Lílian Hoshina – Ricardo Francisco – Rodrigo Toledo

CALM LIKE A BOMB! A Revolução Cubana em fragmentos

“Projeto apresentado para atender as exigências da disciplina de „Metodologia e Didática do Ensino de História‟. Projeto vinculado ao LEPHIS – Laboratório de Ensino e Pesquisa de História da Universidade Estadual do Norte do Paraná”. Professor orientador: Me. Alfredo Moreira

Jacarezinho – PR 2007.

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO.....................................................................................................

04

CONTEXTO DA REVOLUÇÃO CUBANA.............................................................................

06

CONTEXTO MUNDIAL: GUERRA FRIA..............................................................................

08

ABORDAGEM HISTORIOGRÁFICA....................................................................................

11

CONTEXTO ICONOGRÁFICO...........................................................................................

13

JUSTIFICATIVA........................................................................................................

17

RÉPLICA DO PAINEL 1 (em tamanho A 4)............................................................

20

RÉPLICA DO PAINEL 2 (em tamanho A 4)............................................................

21

RÉPLICA DO PAINEL 3 (em tamanho A 4).............................................................

22

RÉPLICA DO PAINEL 4 (em tamanho A 4)............................................................

23

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA, FILMOGRAFIA E ORIGEM DAS ARTES NOS PAINÉIS.....................................................................................................................

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“Calm like a bomb!” A Revolução Cubana em fragmentos

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APRESENTAÇÃO No atual cenário mundial, Cuba tem se tornado um vórtice de exceções ao pensamento contemporâneo, desde seu sistema de governo até sua produção cultural. Esse patamar não se demonstra apenas atual, devido às suas realidades históricas, desde a colonização a visualização de Cuba já era a de uma exceção. As perspectivas de estudo, desde a formação dos estados latino-americanos até a retomada da democracia dos mesmos, ocorrida somente nos últimos vinte anos, foram levadas sob uma ótica generalizante, que não “dava conta” das “exceções” ao modelo estabelecido, ou até mesmo “abrasileirando” a História da América Latina, o que passa a ser inconcebível, visto que as colônias da América Espanhola tinham configurações sociais totalmente diferentes da sociedade brasileira.1 Visto os acontecimentos recentes, a doença de Fidel Castro e a possível especulação sobre a sucessão em Cuba, faz-se necessário uma visão histórica do que originou toda essa imagem de exceção dada a Cuba. Nas palavras de Abelardo Blanco e Carlos A. Dória: “A história de Cuba é a História de um povo em luta incessante pela autodeterminação (...) Por determinação histórica e geográfica, sofreu dramaticamente os efeitos da incontida expansão norte-americana”.2 O imperialismo mostrado como força poderosa, totalmente dominadora e subordinadora tem sofrido críticas pela produção historiográfica atual, e as críticas basicamente baseiam-se em casos como o de Cuba3. A Revolução Cubana foi não só um dos grandes acontecimentos políticos da América Latina no século XX, mas também, principalmente a partir do momento em que Cuba aderiu ao regime socialista, mantido a duras penas até os dias de hoje, num dos grandes acontecimentos da História Contemporânea. Já no intuito de se esclarecer os fatos ocorridos, volta-se à vista a figura de vários heróis e ícones do século XX, tais

1

PRADO, Maria Lígia. “A formação das nações latino-americanas”. São Paulo; Atual. Campinas - SP; UNICAMP: 1985, (Coleção discutindo a História). Pp. 4-5. 2 BLANCO, Abelardo e DÓRIA, Carlos A. “Revolução Cubana: de José Marti a Fidel Castro (18681959)”. São Paulo, Brasiliense: 1983, 2ª ed. (Coleção Tudo é História - 37). Pp. 7. 3 PRADO, Maria Lígia. Op. Cit. Pp. 51-52. Aline Queiroz – Carolina Almeida – Débora Cunha – Lilian Hoshina – Ricardo Francisco – Rodrigo Toledo

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como Ernesto “Che” Guevara4, Camilo Cienfuegos, José Marti e até mesmo de Simon Bolívar. O material é composto por quatro painéis, retratando, através de referencias culturais oriundas do cinema e da música, os fatos ocorridos na Revolução Cubana na seguinte ordem: Um primeiro painel, simulando um jornal com notícias referentes a Cuba. O intuito desse painel é mostrar por onde começam as indagações que podem chegar à revolução cubana. Usamos neste painel fragmentos originais de notícias do jornal oficial cubano, o Granma. O segundo painel, com ilustrações do trabalho Yong Hwe Kim, “Che: uma biografia” e imagens do filme “O poderoso chefão: Parte dois” visa ilustrar a situação de cuba e seus contrastes sociais, com o auxílio de legendas. O terceiro painel usa outra ilustração de Young Hwe Kim, agora pra mostrar a característica principal da Revolução Cubana, que foi a participação do povo. Esse painel conta como elemento gráfico a letra traduzida da Música “Take the power back” da banda Rage Against the Machine. O quarto painel tenta expor a situação atual de Cuba, tanto econômica como socialmente, através das opiniões e relatos extraídos da matéria “Cuba sem Fidel”, de Celso Miranda. Esses painéis são instrumentos de auxílio na transposição didática, sendo ferramentas auxiliares de ensino para a compreensão do contexto histórico retro citado. A importância da composição, visualizando os fatos de forma esquemática dinamiza a aquisição do conhecimento por parte dos alunos e flexibiliza as relações entre os saberes em sala de aula. Trazendo junto a sua temática referências da cultura pop, os painéis a acabam tendo a função de aglutinação, não só exemplificando o passado em Cuba, 4

Como se pode evidenciar em, por exemplo, KIM, Yong Hwe. “Che: Uma biografia”. Tradução de Ho Lim Song. São Paulo: Conrad, 2006. Aline Queiroz – Carolina Almeida – Débora Cunha – Lilian Hoshina – Ricardo Francisco – Rodrigo Toledo

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mas também dando justificativas de várias atitudes na sociedade atual, não só no âmbito da sociedade cubana, mas também nos dias atuais representando um papel desafiador na atividade ensino-aprendizado.

CONTEXTO DA REVOLUÇÃO CUBANA As lutas pela emancipação de Cuba fazem parte da identidade sóciocultural dos próprios cubanos, já que Cuba fora a última nação a se libertar do colonialismo espanhol, mas ficara (como, de certa maneira, fica até hoje) sob o domínio dos Estados Unidos. Usaremos aqui, a obra de Abelardo Blanco e Carlos A. Dória, “Revolução Cubana: de José Marti a Fidel Castro (1868-1959)”, como base para uma descrição temporal linear dos fatos históricos, à partir do período conhecido como “Governo dos cem dias”, em 1934. Com a renúncia de Franca e Irassari, San Martin tornou-se o presidente provisório de Cuba, dando inicio ao período denominado de “Governo dos cem dias”. Nesta época, o movimento revolucionário atingiu o ápice, várias centrais açucareiras foram ocupadas pelos trabalhadores, gerando a instalação de sovietes, e, com isso várias medidas populares são adotadas, entre elas: criação da Secretária do Trabalho, dissolução dos antigos partidos políticos, concessão de autonomia universitária, instalação da jornada de trabalho de oito horas, organização de um novo corpo militar, reconhecimento do direito de voto das mulheres e intervenção na Cia. De Eletricidade, que era um órgão de administração estatal. É neste órgão que surge novas figuras para o contexto político cubano, a de Guiteras, que defendia os interesses dos grevistas e a de Batista, que intervinha com seu exército e reprimia o movimento, tentando voltar à situação para a ordem préestabelecida anteriormente. Batista tinha apoio norte-americano conspirava contra San Martin. Guiteras fora preso e assassinado friamente, encerrando essa fase da revolução cubana, dando entrada à ditadura de Fulgêncio Batista. Frente a ditadura de Batista estavam os partidários do Presidente interino Grau San Martin, que haviam fundado o Partido Revolucionário de Cuba, e que Aline Queiroz – Carolina Almeida – Débora Cunha – Lilian Hoshina – Ricardo Francisco – Rodrigo Toledo

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contavam com o apoio de militantes do Diretório Estudantil e do Partido Comunista. Porém, em quatro anos, Batista cai e dá lugar a Grau San Martin. San Martin afasta todos os partidários de Batista. O governo de San Martin se tornou uma grande decepção, a corrupção e a violência haviam se tornado normas de sua política a tal ponto que o próprio San Martin foi acusado de desvio de verbas públicas. Com isso, Batista novamente dá o golpe sobre o estádio cubano, praticamente sepultando as esperanças do povo cubano de promover um governo democrático através do voto direto. Esse patamar permanece até o momento em que Fidel Castro entra no movimento revolucionário, sendo uma exceção, dada a estagnação ideológica da burguesia cubana. Cuba, nessa época tornara-se um ponto de encontro para negócios da máfia norte-americana, a tal ponto que crupiers de cassinos ganhavam dez vezes mais que médicos, nos exercícios de suas respectivas profissões em Havana, a capital de Cuba. Fidel organiza a tomada da Moncada, porém seu ato é falho, e acaba sendo exilado para o México. No México, Fidel conhece vários exilados dos regimes ditatoriais latinos e, dentre eles, Ernesto Guevara, o “Che”. Como esses refugiados vieram de lutas da Nicarágua, Chile e outros países, logo se formou um exército para libertação de Cuba. Seus planos não foram bem de início, mas graças a grande adesão do campesinato aos idéiais guerrilheiros, e visualização de apoio no cotidiano dos guerrilheiros aos campesinos, logo o interior seria tomado das mãos de Batista. Com a unificação da Guerrilha aos movimentos revolucionários urbanos, adicionando ai a organização de tática de guerrilha do exército de Fidel Castro, a tomada de Cuba tornou-se questão de tempo. As manobras dos guerrilheiros, além de desmoralizarem totalmente o exército de Batista, desmoronaram com as classes burguesas de Cuba. Aqui surge outra característica fundamental da Revolução presente na Revolução Cubana, uma revolução feita de baixo para cima, que, mesmo sendo encabeçada por um representante da sociedade burguesa de então, teve a mão e a força de um povo em busca de sua liberdade, sem deixar o seu papel a mão de uma classe aristocrática falida, como a burguesia cubana da década de cinqüenta. Aline Queiroz – Carolina Almeida – Débora Cunha – Lilian Hoshina – Ricardo Francisco – Rodrigo Toledo

“Calm like a bomb!” A Revolução Cubana em fragmentos Apenas

instalado

no

poder,

o

governo

revolucionário

iniciou

8 o

desmantelamento do sistema político neocolonial. Dissolveram os corpos repressivos e garantiram aos cidadãos, pela primeira vez em muitos anos, o exercício pleno de seus direitos. A administração pública foi saneada e se confiscaram os bens malversados. Desta maneira se erradicou essa tão funesta prática da vida republicana. Os criminosos de guerra batistianos foram julgados e sancionados, se varreu a corrompida direção do movimento operário e se dissolveram os partidos políticos que haviam servido à tirania. A designação do Comandante em Chefe Fidel Castro como primeiro-ministro no mês de fevereiro, imprimiria um ritmo acelerado às medidas de benefício popular. Aprovou-se uma diminuição geral de aluguéis; As praias, antes privadas puseram-se a disposição do povo para seu desfrute e intervieram as companhias que monopolizavam os serviços públicos.Um marco transcendental neste processo seria a Lei de Reforma Agrária, aprovada em 17 de maio, a qual eliminava o latifúndio ao nacionalizar todas as propriedades de mais de 420 hectares de extensão, e entregava a propriedade da terra a dezenas de milhares de camponeses, arrendatários e precaristas.

CONTEXTO MUNDIAL: GUERRA FRIA O mundo acabava de sair da segunda grande guerra mundial, e já tinha a seus olhos a vista de uma nova guerra, não entre países, como na guerra anterior, mas uma guerra entre sistemas políticos: o socialismo e o capitalismo. Esse período foi designado como Guerra Fria, ante a distância dos dois maiores representantes dos dois sistemas, Os Estados Unidos e A União Soviética, porém com o medo constante de destruição total do planeta, devido ao poderio bélico dos dois países. Após a morte de Stalin, em 1953, Nikita Khrushchov subiu ao posto de Secretário-Geral do Partido Comunista da União Soviética e, portanto, governante dos soviéticos. Condenou os crimes de seu antecessor e pregou a política da coexistência Aline Queiroz – Carolina Almeida – Débora Cunha – Lilian Hoshina – Ricardo Francisco – Rodrigo Toledo

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pacífica entre os soviéticos e estadunidenses, o que significaria os esforços de ambos os lados em evitar o conflito militar, havendo apenas confronto ideológico e tecnológico (corrida espacial). Houve apenas tentativas de espionagem. Esta política também possibilitou uma aproximação entre os líderes. Khrushchov reuniu-se diversas vezes com os presidentes estadunidenses: com Dwight D. Eisenhower, em 1956, no Reino Unido; em 1959 nos Estados Unidos; e em 1960 na França; e com Kennedy se encontrou uma vez, em 1961, em Viena, Áustria.5 A instauração de um regime socialista preocupou a Casa Branca e, em 1961, os Estados Unidos chegaram a ordenar uma invasão à ilha. Entre 17 e 21 de Abril de 1961, cerca de 1500 exilados cubanos recrutados, patrocinados e treinados pela CIA dos Estados Unidos tentaram uma invasão frustrada na Baía dos Porcos. Em 1962, a União Soviética foi flagrada construindo 40 silos nucleares em Cuba. Segundo Khrushchev, a medida era puramente defensiva, para evitar que os Estados Unidos tentassem nova investida contra os cubanos. Por outro lado, era sabido que os soviéticos queriam realmente responder à instalação de mísseis Júpiter II pelos estadunidenses na cidade de Esmirna, Turquia, que poderiam ser usadas para bombardear o sudoeste soviético6. Rapidamente, o presidente Kennedy tomou medidas contrárias, como a ordenação de quarentena à ilha de Cuba, posicionando navios militares no mar do Caribe e fechando os contatos marítimos entre a União Soviética e Cuba. Vários pontos foram levantados a respeito deste bloqueio naval: os soviéticos disseram que não entendiam porque Kennedy havia tomado essa medida, já que vários mísseis estadunidenses estavam instalados em territórios dos países da OTAN contra os soviéticos, em distâncias equivalentes àquela entre Cuba e os EUA; Fidel Castro revelou que não havia nada de ilegal em instalar mísseis soviéticos em seu território; e o primeiro-ministro britânico Harold Macmillan disse não ter entendido por que não foi sequer ventilada a hipótese de acordo diplomático7.

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WIKIPÉDIA. Enciclopédia desenvolvida pela Wikimedia Foundation. Disponível . Acesso em: 27 Jul 2007 6 idem 7 idem Aline Queiroz – Carolina Almeida – Débora Cunha – Lilian Hoshina – Ricardo Francisco – Rodrigo Toledo

em:

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Em 23 e 24 de Outubro, Khrushchov teria enviado uma carta a Kennedy, informando suas intenções pacíficas. Em 26 de Outubro disse que retiraria seus mísseis de Cuba se Washington se comprometesse a não invadir Cuba. No dia seguinte, pediu também a retirada dos balísticos Júpiter da Turquia. Mesmo assim, dois aviões espiões estadunidenses U-2 foram abatidos em Cuba e na Sibéria em 27 de Outubro, o ápice da crise. Neste mesmo dia, os navios mercantes soviéticos haviam chegado ao Caribe e tentariam passar pelo bloqueio. Em 28 de Outubro, Kennedy foi obrigado a ceder os pedidos, e concordou em retirar os mísseis da Turquia e não atacar Cuba. Assim, Nikita Khrushchov retirou os mísseis nucleares soviéticos da ilha. Apesar de o acordo ter sido negativo para os dois lados, o grande derrotado foi o líder soviético, que foi visto como um fraco que não soube manter sua posição frente aos estadunidenses. Sobre isso, disse o Secretário de Estado Dean Rusk: "Nós estivemos cara a cara, mas eles piscaram". Dois anos depois, Khrushchov não aguentou a pressão e saiu do governo. Kennedy também foi mal-visto pelos comandantes militares dos Estados Unidos. O general LeMay disse a Kennedy que este episódio foi "a maior derrota da história estadunidense", e pediu para que os Estados Unidos invadissem imediatamente Cuba8. O período da distensão (Détente) seguiu-se à Crise dos Mísseis, por ela quase ter levado as duas superpotências a um embate nuclear. Os EUA e a URSS decidiram, então, realizar acordos para evitar uma catástrofe mundial. Nesta época, vários tratados foram assinados entre os dois lados9. Tratado de Moscou (1963) - Os dois países regularam a pesquisa de novas tecnologias nucleares e concordaram em não ocupar a Antártica. TPN (Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares) (1968) - Os países signatários (EUA, URSS, China, França e Reino Unido) comprometiam-se a não transmitir tecnologia nuclear a outros e a se desarmarem de arsenais nucleares. HOBSBAWM, Eric J. “A Era dos extremos”. Tradução de Marcos Santarrita. São Paulo; Companhia das Letras,1994. Pp. 223 – 253. 9 idem 8

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SALT I (Strategic Arms Limitation Talks - Acordo de Limitação de Armamentos Estratégicos) (1972) - Previa o congelamento de arsenais nucleares dos Estados Unidos e da União Soviética. SALT II (1979) - Prorrogação das negociações do SALT I. Os dois países tinham seus motivos particulares para buscar acordos militares e políticos. A URSS estava com problemas nos relacionamentos com a China, e viu este país se desalinhar do socialismo monopolista de Moscou. Isso criou a prática da diplomacia triangular, entre Washington, Moscou e Pequim. Também estavam com dificuldades agrícolas e econômicas. E os Estados Unidos haviam entrado numa guerra contra o Vietnã, e na década de 1970 entrariam em uma grave crise econômica10. A Distensão, apesar de garantir o não-confronto militar, acirrou a rivalidade política e ideológica, culminando em algumas revoltas sociais e apoios a revoltas e revoluções na Europa e no Terceiro Mundo11.

ABORDAGEM HISTORIOGRÁFICA Pensar o passado e o futuro numa simbiose solidária, envolvendo causas e conseqüências de âmbito generalizante e, ao mesmo tempo representando uma realidade que combina a objetividade e a subjetividade teórico-metodológica da disciplina de história12. Esse tem sido o desafio desempenhado por uma corrente denominada “História do tempo presente”. Nos nossos tempos, não é mais papel do historiador fazer o conhecimento. Na verdade o conhecimento é feito pela inflação de informações decorrentes de nosso cotidiano, a multiplicação de questionamentos e indagações oriundas das origens e causas dos fatos que nos bombardeiam diariamente através das mass-medias. Embora às vezes se tenha uma impressão de que se fabrica uma série

HOBSBAWM, Eric J. “A Era dos extremos”. Op. Cit. Pp. 223 - 253. Idem. 12 BEDARIDA, François. “Tempo presente e presença da história”. In: FERREIRA, Marieta de Moraes e AMADO, Janaina (Org.).“Usos e Abusos da História Oral” Rio de Janeiro, FGV, 8a ed.2006. 10 11

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de pseudo-acontecimentos, o que o corre, na verdade, é que o próprio fato mudou sua concepção, frente à concepção de fato na historiografia tradicional. Em suma, vale dizer que, hoje, é o acontecimento que faz o historiador, e não o inverso. Talvez seja essa afirmação que explique a ascensão de tantos trabalhos historiográficos por parte de jornalistas13. Não que não haja rigor nem método, nem tampouco higiene intelectual para se realizar um trabalho dessa magnitude14. Essa impressão é deixada pelo fato de que, por se estudar o próprio tempo, o historiador pode manipular de forma anacrônica suas fontes. Fontes, essas que por se tratarem de um tempo de grande divulgação de informação, de possibilidades de entrevistas e acervos, torna-se um rico maná a disposição do historiador15. Ao usarmos essa abordagem, lidamos com três problemas: O cisma entre gerações: ideologicamente, é simples de se ver como esse cisma funciona. O que é interessante citar é que esse cisma, que parece ser apenas restrito ao campo das ideologias individuais é passado também para o campo da ciência. Historiadores que não viveram um determinado tempo histórico podem ter outra visão, diferente de quem viveu esse mesmo período. Claro que as relações ideológicas são muito mais representativas pra quem viveu essas épocas16. A questão da memória, tão fortalecida na segunda metade da década de setenta17. Mas, em se tratando de história oral, deve se considerar que, primeiro, nem vale a pena valer-se de entrevista se você não tiver um amplo conhecimento do tema a 13

NORA, Pierre. “O acontecimento e o historiador do presente”. In: LE GOFF, Jacques, LADURIE, Le Roy, DUBY, Georges. “A nova História”. Lisboa, Edições 70: 1977. Pp. 45- 55. 14 RÉMOND, René. “Algumas questões de alcance geral à guisa da introdução”. In: FERREIRA, Marieta de Moraes e AMADO, Janaina (Org.).“Usos e Abusos da História Oral” Rio de Janeiro, FGV, 8a ed.2006. 15 CHARTIER, Roger. “A visão do historiador modernista”. In: FERREIRA, Marieta de Moraes e AMADO, Janaina (Org.).“Usos e Abusos da História Oral” Rio de Janeiro, FGV, 8a ed.2006. 16 HOBSBAWM, Eric J. “O presente como história: escrever a história de seu próprio tempo”. Tradução de Heloísa Buarque de Almeida. In: “Revista novos estudos”. São Paulo; CEBRAP, Novembro/95 nº 43. Pp.103-112 17 BEDARIDA, François, Op. Cit. Pp. 219. Aline Queiroz – Carolina Almeida – Débora Cunha – Lilian Hoshina – Ricardo Francisco – Rodrigo Toledo

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ser abordado, ou seja, tentar saber mais do que o próprio entrevistado pode falar, em segundo lembrar-se sempre que a memória pode se enganar ou apagar detalhes que podem ser vitais a compreensão dos fatos estudados, e por último, e relacionado com o cisma das gerações, o fato de que não adianta tentar mudar as idéias de quem viveu um período histórico distante, pois suas idéias já estão fundamentadas a bem mais tempo do que a do pesquisador18. “O padrão geral de nossos tempos”: Sobre o padrão de idéias que surgem a cada geração, é importante citar que, além de eles mudarem a cada geração, que eles são influenciados por fatores de tempo, espaço e filosofia política dentro de uma consciência individual e aceitos através de um consenso, tanto individual quanto coletivo19. Sobre a história do tempo presente, também, pairam-se as reflexões filosóficas sob sua metodologia. Os conceitos de verdade, objetividade e subjetividade, de se reconhecer cada uma dessas características na história, de distinguir os graus de verdade em cada fato; a totalidade dos fatos, entre causas e conseqüências, a idéia de novo sobre essa globalização dos esquemas explicativos em prol do cidadão contemporâneo; e principalmente sobre a ética: afastar-se em prol de sua consciência de ser humano, que é a mesma consciência que a do historiador, pois como dizia Rebelais, “ciência sem consciência é somente a ruína da alma.”20 Por fim, “O inicio da compreensão histórica é uma validação da alteridade (grifo original) do passado, e o maior dos pecados do historiador é o anacronismo. Portanto, temos uma vantagem natural que compensa nossas inúmeras desvantagens”21.

HOBSBAWN, Eric J. “O presente como história: escrever a história de seu próprio tempo”. Op. Cit. Pp. 105. 19 Idem. 20 BEDARIDA, François, Op. Cit. Pp. 219 21 HOBSBAWN, Eric J. “O presente como história: escrever a história de seu próprio tempo”. Op. Cit. Pp. 105. 18

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CONTEXTO ICONOGRÁFICO Como comentado anteriormente, existem algumas dificuldades em lidar com o tempo presente em história. Principalmente no caso de nosso projeto, que engloba, na verdade, um leque de recortes temporais e espaciais, que, em primeira mão, parecem não ter nenhum tipo de relação, direta ou indireta. Tentaremos, aqui, ser o mais direto possível, embora o emaranhado de teias de conceitos que embasam este trabalho seja de complexidade para ser apresentada a quem não viveu, ou melhor, não prestou atenção ou deu valor a essa teia de fatos. Primeiramente, os dois primeiros ícones que vem a mente de uma pessoa quando falamos da revolução cubana, ou pelo menos de Cuba, são duas pessoas. O Presidente de Cuba, o Comandante Fidel Castro, dada a sua repercussão política e suas atitudes, no tocante ao fato de manter-se no poder há quarenta e sete anos, e de manter, mesmo após a queda do socialismo real, um regime socialista em Cuba. O segundo, o de Ernesto “Che” Guevara, que, à partir da revolução tornou-se um ícone de liberdade e resistência, vivo até os dias de hoje, ou nas palavras do filosofo Jean Paul Sartre “o homem do século”22. Mas, quem ou o que criou esse cânone à imagem de Guevara. Quanto ao autor, vale dizer ser uma empreita deveras difícil e um tanto quanto desprovida de objetivo dentro de nosso trabalho. Mas a imagem de Guevara “ganhou” este cânone devido à atitude do próprio, ao envolver se em guerrilhas anti os regimes ditatoriais da América latina e, conseqüentemente, contra o imperialismo estadunidense, sendo espalhada pelo ocidente, ou seja, Europa e América latina, na década de sessenta e setenta. Dentro desta ótica, as biografias de Guevara demonstram e justificam esse cânone que lhe fora atribuído. Sua imagem de antiimperialista, revolucionário e, mais ainda, de último herói do século XX ofuscam a principal idéia que a Revolução Cubana passou para o mundo: a de uma revolução que foi construída não por uma

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KIM, Yong Hwe. Op. Cit. Pp. 11. Aline Queiroz – Carolina Almeida – Débora Cunha – Lilian Hoshina – Ricardo Francisco – Rodrigo Toledo

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pessoa, mas por uma população, que nada mais queria do que a liberdade de se autoafirmar23. Atualmente, há uma “nova onda” desse cânone de Guevara, e também de Cuba, na produção cultural da década de noventa até os dias atuais. Essa nova onda fora encabeçada por uma banda de Rock de Los Angeles, chamada Rage against the Machine, que faz sucesso até os dias de hoje. Composta de dois negros, um deles filho de mexicanos, suas letras combatiam não só o racismo e o militarismo do governo estadunidense, mas também as questões sociais da América latina, principalmente o imperialismo americano, a revolta zapatista e o apoio declarado ao Subcomandante Marcos24. E também não faz parte de apenas um movimento de contracultura musical, em seus trabalhos há também a citação de vários livros de sociologia, história, filosofia e política, de autores como Noam Chomsky, Múmia Abu-Jamal, Marx e Lênin25. Se há uma ressalva nos aspecto de rebeldia do rock, aqui cabe um parêntese. No final da década de oitenta, o sucesso das rádios era um rock com musicas mais românticas em suas letras (chamado de “hairy rock” ou “alegre hard rock” ou “metal farofa” aqui no Brasil). O panorama das letras de rock, para o cenário mundial só veio à tona com a vinda do Grunge (um subgênero da cultura punk, originário principalmente do noroeste dos Estados Unidos, tendo sua base principal em Seattle). As músicas “grunge” tinham por características um tom melancólico, criticando principalmente o “American way of life”, dito por feliz e romântico nas letras de “hairy rock”. Esse movimento teve seu auge junto com a carreira de duas bandas: o Nirvana, que acabou sua carreira com a morte do vocalista Kurt Cobain, em 1994 e terminou em 1997, com o fim da banda Sound garden. Mas essa subida das músicas de protesto deu fôlego a outros subgêneros da cultura punk26. As relações entre produção contra cultural do “grunge” e do cenário político são diretas. Durante o final da década de oitenta, os Estados Unidos, presididos por George Bush, o pai, passavam por uma crise econômica grave. Essa crise não se refletia no “hairy rock”, mas refletia-se no “grunge”, no “hardcore” e em outras culturas 23 24 25 26

BLANCO, Abelardo e DÓRIA, Carlos A. Op. Cit. Pp. 7. Vide nota número vinte e sete. Essa bibliografia pode ser analisada no site oficial da banda (www.ratm.com) Vide nota número vinte e sete. Aline Queiroz – Carolina Almeida – Débora Cunha – Lilian Hoshina – Ricardo Francisco – Rodrigo Toledo

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pós-punk. Essa crise fora de tal dimensão que o partido de Bush não conseguira a reeleição do Presidente, vindo a tona a figura de Bill Clinton. O interessante é notar que a ascensão e queda do “grunge” coincidem com esse período político: A instabilidade do Governo Bush - Pai e a reestabilização econômica no governo Clinton27. Mas a maior contribuição que pode ser dada a essa abordagem, utilizando-se desses ícones da cultura pop é uma reflexão sobre as idéias arquetípicas do conceito de revolução, através de sues usos e comparações. Também interessante é ver que a crítica parte, de certa ótica, de quem teria mais condições de oprimir do que ser oprimido, de um questionamento interno surgido às caras da onipotência estadunidense. Ou seja, a relação entre as músicas e a Revolução cubana é indireta. O que teria relação direta com as músicas do quarteto californiano seriam a Guerrilha agrária do México (os Zapatistas de 1994 até os dias de hoje), o arquétipo atual de revolução, a política imperialista estadunidense, o racismo e o preconceito. Acreditamos que esses temas por si só carregam os ideais da revolução cubana. E o que é Cuba hoje, senão um símbolo também canônico da resistência contra o imperialismo, e as conseqüências da situação econômica delicada que Cuba enfrenta hoje, nada mais é do que a resposta estadunidense para seu quintal, a América latina, do que acontece com quem se opõe a seu poderio. Outra questão é: até onde o movimento político de Cuba, de 1868 até os dias de hoje pode ser considerado “Revolução”? Há liberdade para os cubanos, se eles têm problemas com um embargo imposto pelos Estados Unidos e tiveram de ceder Guantánamo para os americanos?

27

Conforme encontrado na Wikipédia. Na bibliografia do projeto, constarão todos os sites consultados, pois o texto produzido aqui, na verdade, baseiam-se em recortes de memórias de um dos autores mais o próprio conteúdo enciclopédico do site e suas referências externas, que também seguiram citadas na bibliografia. Para uma contextualização da contracultura punk, uma boa leitura é o livro da coleção primeiros passos, “O que é punk?”, de Antonio Bivar, que embora escrito antes do recorte temporal descrito aqui, ilustra bastante o que há de idealismo nesse nicho contra cultural. Aline Queiroz – Carolina Almeida – Débora Cunha – Lilian Hoshina – Ricardo Francisco – Rodrigo Toledo

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JUSTIFICATIVA Abordar a Revolução Cubana, em seus mais amplos aspectos, tem relevância devido às especificações das dinâmicas sócio-econômicas das sociedade cubana. Essas especificidades tornam a História cubana uma espécie de “laboratório” 28, aonde a abordagem da História pode ser isolada e aplicada para a explicação de diversos fatores ocorridos nas táticas de governantes, populares que protestam e guerrilheiros, favorecendo a aplicação de modelos que beneficiem a comparação para o aluno. As questões impostas a esse eixo temático histórico (as lutas das classes sociais latino americanas) trazem consigo vários pensamentos e questões. Se essa afirmativa fosse real, como países como Cuba e Nicarágua conseguiram "livrar-se" do imperialismo

norte-americano?

Aliás,

como

conseguiram

tal

fato,

visto

que

historicamente foram os países onde os Estados Unidos mais intervieram, e de forma mais agressiva?29 Os homens que lideraram o processo de emancipação nacional na América Latina, como um todo, estavam imbuídos pelo ideal burguês liberal, mas sem embasamento em lutas sociais anteriores e intensas a independências das colônias de então, fustigado pela levada dos políticos conservadores que lideram a América Latina. O autoritarismo e o populismo, vistos a partir do final do século XIX para o início do século XX não é o resultado de uma herança colonial, nem congênito e tão pouco determinado historicamente; a luta para derrubá-lo está diretamente ligada às lutas das classes dominadas e seu potencial dominador.30 Ademais, esses movimentos, principalmente o populismo, caracterizaram um típico movimento de passagem da

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Num sentido figurativo da palavra, já que como Abelardo Blanco e Carlos A. Dória dizem, “As experiências históricas não se pode reunir novamente, como num laboratório, a infinidade de determinações que produziram um fato singular” 29 PRADO, Maria Lígia. Op. Cit. Pp. 51-52. 30 PRADO, Maria Lígia. Op. Cit. Pp. 70-72. Aline Queiroz – Carolina Almeida – Débora Cunha – Lilian Hoshina – Ricardo Francisco – Rodrigo Toledo

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sociedade tradicional, arcaica ou rural, para uma sociedade urbana, industrial e moderna.31 Do ponto de vista didático, esse material sugere o desenvolvimento da diferenciação étnica, da relação espaço-sociedade (dado que Cuba é uma ilha com pequeno

território),

do

desenvolvimento

de

uma

postura

crítica

quanto

ao

desenvolvimento de uma identidade sócio-política numa população, e, da mesma forma, de uma formação de pensamento sócio-político questionadora e formadora de opinião e principalmente, de um reconhecimento da mobilização social e de sua ação transformadora32. As complexidades existentes nas relações de aprendizado, implícitas também no âmbito de pesquisa e ensino, lavam-nos a crer que esses painéis, enquanto ferramentas de aprendizado têm por finalidade auxiliar o professor a complementar e enriquecer o conteúdo programático que o mesmo submete a seus alunos na rede escolar pública, também flexibilizando seu trabalho e facilitando no processo de pesquisa, norteando a transmissão de conteúdo e liberando mais tempo para o docente pesquisar e aprofundar os pontos falhos de seu material didático (livro ou apostila) 33. Ao aluno, o painel passa a ser mais um mediador do conhecimento, como uma fonte visual alternativa e, de forma esquematizada, simplificadora de referências do conteúdo aplicado. O trabalho com os painéis permite também a possibilidade de construção de material didático pelos próprios alunos, desenvolvendo seus esquemas próprios para estudo, desenvolvendo ainda mais o raciocínio social, ou seja, cada um acaba, a sua maneira e percepção, desenvolvendo seus próprios esquemas de relação do conteúdo com o que aprendeu. Conforme fora citado nos itens “Abordagem historiográfica” e “Contexto iconográfico”, a correlação direta entre a revolução cubana e seus produtos de cultura material e complexa e difusa, como os fios de uma teia de aranha, onde as ligações entre cada um são visíveis, porém o resultado final e difícil de ser visualizado. Utilizar31

IANNI, Otávio. “A formação do estado populista na América Latina”. São Paulo, Ática: 1989. (Série Fundamentos). Pp. 8. 32 MEC/SEF. “Parâmetros curriculares nacionais: História, Geografia”. Brasília: MEC/SEF, 1997. Retirado do site <www.mec.gov.br> dia 17/05/2007 às 16:24. 33 MEC/SEF. Op. Cit. Aline Queiroz – Carolina Almeida – Débora Cunha – Lilian Hoshina – Ricardo Francisco – Rodrigo Toledo

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se desses esquemas exige uma grande explanação sobre vários raciocínios, e um desenvolvimento cognitivo amplo da realidade histórica. Seu uso em sala de aula desenvolve a capacidade cognitiva da comparação de realidades sociais e aproxima a história, na relação de solidariedade mutua entre o passado e o presente, já debatida anteriormente. Segundo o psicólogo da educação Alexander S. Neill, o indivíduo só aprende aquilo que lhe interesse ou que lhe atraia de alguma forma o interesse. Quando isso ocorre, há um grande desenvolvimento do pensamento do aluno. Onde, nesse tema, há o interesse do aluno? Primeiramente, estamos em época dos Jogos Pan-americanos, e próximo ano serão realizadas as olimpíadas. O desempenho dos atletas de Cuba sempre tem destaque, que podem gerar a pergunta: Porque os atletas cubanos têm um desempenho tão notável? A resposta estará na política adotada pelo país, de incentivo ao esporte. Aqui já vem a primeira comparação: a política e suas diferenças, que nos levam a Revolução Cubana. Outra pergunta a ser feita por e para os alunos e sobre Fidel Castro, ou mesmo sobre Cuba, que quase nunca aparece nos noticiários, a sua importância e seus problemas. Outra via que depende de um pouco mais do conhecimento dos alunos, é o porquê do embargo mercantil imposto pelos Estados Unidos a Cuba. Uma nova comparação pode ser feita com a política brasileira. Qual a diferença entre as revoluções de 1964 (a Ditadura militar) e a Revolução Cubana? Aqui caem os conceitos de socialismo, capitalismo, revolução e imperialismo. E é aqui que entram o uso das músicas de protesto do Rage Against the machine, podendo intercalar um projeto interdisciplinar de Línguas Portuguesa, Inglesa e História. Além desses fatores, pode se mostrar a história através da cultura do rock, do hip-hop (já que as músicas do Rage Against the Machine mesclam elementos desses dois tipos de música), aproximando não só o passado do presente dos alunos, mas desmistificando a ausência prática da história no cotidiano dos alunos, dando margem a novas idéias de trabalhos e a construção da identidade histórica de nossos alunos. Aline Queiroz – Carolina Almeida – Débora Cunha – Lilian Hoshina – Ricardo Francisco – Rodrigo Toledo

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA, FILMOGRAFIA, SITES E ORIGEM DAS IMAGENS DOS PAINÉIS BLANCO, Abelardo e DÓRIA, Carlos A. “Revolução Cubana: de José Marti a Fidel Castro (1868-1959)”. São Paulo, Brasiliense: 1983, 2ª ed. (Coleção Tudo é História 37). PRADO, Maria Lígia. “A formação das nações latino-americanas”. São Paulo; Atual. Campinas - SP; UNICAMP: 1985, (Coleção discutindo a História). IANNI, Otávio. “A formação do estado populista na América Latina”. São Paulo, Ática: 1989. (Série Fundamentos). MEC/SEF. “Parâmetros curriculares nacionais: História, Geografia”. Brasília: MEC/SEF, 1997. Retirado do site <www.mec.gov.br> dia 17/05/2007 às 16:24. FERNANDES, Florestan. “O que é Revolução?”. São Paulo, Brasiliense-Abril Cultura: 1984. (Coleção Primeiros passos - 13) ____________. “Da guerrilha ao socialismo: A revolução cubana”. São Paulo; T. A. Queiróz, 1978. ESCOTEGUY, Jorge. "Cuba Hoje: 20 anos de revolução". São Paulo, Alfa-Ômega, 1978. MAAR, Wolfgang Leo. “O que é Política?”. São Paulo, Brasiliense: 1983. (Coleção Primeiros passos - 13) MIRANDA, Celso (Org.). “Cuba sem Fidel”. In “Aventuras na História - para viajar no tempo”. São Paulo, Abril: Edição 42 – Fevereiro de 2007. Pp.24-33. KIM, Yong Hwe. “Che: Uma biografia”. Tradução de Ho Lim Song. São Paulo: Conrad, 2006. NORA, Pierre. “O acontecimento e o historiador do presente”. In: LE GOFF, Jacques, LADURIE, Le Roy, DUBY, Georges. “A nova História”. Lisboa, Edições 70: 1977. Pp. 45- 55. RÉMOND, René. “Algumas questões de alcance geral à guisa da introdução”. In: FERREIRA, Marieta de Moraes e AMADO, Janaina (Org.).“Usos e Abusos da História Oral” Rio de Janeiro, FGV, 8a ed.2006. Aline Queiroz – Carolina Almeida – Débora Cunha – Lilian Hoshina – Ricardo Francisco – Rodrigo Toledo

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WIKIPÉDIA. Enciclopédia desenvolvida pela Wikimedia Foundation. Disponível em: . Acesso em: 29 Jun 2007 WIKIPÉDIA. Enciclopédia desenvolvida pela Wikimedia Foundation. Disponível em: . Acesso em: 29 Jun 2007 WIKIPÉDIA. Enciclopédia desenvolvida pela Wikimedia Foundation. Disponível em: . Acesso em: 29 Jun 2007 WIKIPÉDIA. Enciclopédia desenvolvida pela Wikimedia Foundation. Disponível em: . Acesso em: 29 Jun 2007 WIKIPÉDIA. Enciclopédia desenvolvida pela Wikimedia Foundation. Disponível em: .

Acesso

em: 29 Jun 2007 WIKIPÉDIA. Enciclopédia desenvolvida pela Wikimedia Foundation. Disponível em: . Acesso em: 29 Jun 2007 SOUNCHECK. The Northwest music timeline. Em inglês, contém tábua cronológica das bandas grunge, incluindo aí um período "pré-grunge", que corresponderia ao movimento punk, história, curiosidades e fotos. Disponível em: . Acesso em: 29 Jun 2007 GRANMA. Página da Web do jornal oficial em circulação em Cuba, em espanhol e inglês. Disponível em: . Acesso em 24 Jul 2007. RIMED. Página da web do ministério da Educação de Cuba, em espanhol. Disponível em: . Acesso 24 Jul 2007. RAGE AGAINST THE MACHINE. Site oficial da banda. Contém fotos, linha do tempo e bibliografia recomendada. Disponível em <www.ratm.com>. Acesso em: 29 Jun 2007.

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RAGE AGAINST THE MACHINE. Idem. Los Angeles: Epic, 1992. 1 CD. (52 min.). Dez faixas. RAGE AGAINST THE MACHINE. Evil Empire. Los Angeles: Epic, 1996. 1 CD. (44 min.). Onze faixas. RAGE AGAINST THE MACHINE. The Battle of Los Angeles. Los Angeles: Epic, 1999. 1 CD. (41 min.). Doze faixas. RAGE AGAINST THE MACHINE. Renegades. Los Angeles: Epic, 2000. 1 CD. (54 min.). Doze faixas.

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