Bala Perdida 27 de setembro. Acordo cedo e resolvo dar um passeio pela orla. Há muito tempo que não faço isso. A semana inteira no trabalho não me permite desfrutar das belezas do Rio. A praia é um recanto. Pela paisagem, pelas belas mulheres... Quando era jovem, costumava ficar nos bares da Avenida Atlântica apreciando o vai e vem de pernas e covas. A cada gole do chopp, um brinde às maravilhas que meus olhos desfrutavam. Cresci pensando em morar de frente pro mar. Lembrava Vinicius e sabia porque o poeta era grande. Aqui a inspiração floresce facilmente. Mas, poeta, beber um¿água de coco é bem melhor aqui! Depois que consegui realizar meu sonho, poucas vezes pisei na areia. Tinha um trabalho desgastante e no regresso, a única coisa que eu queria era dormir... Da janela do apartamento, podia ver o sol me chamando. Sentia a brisa fresca bater em meu rosto e, timidamente, eu sorria. Na volta, ainda recebia o beijo da lua, me dando boa noite com seu brilho de prata. Enquanto caminhava observando as pessoas na areia, ouvi uma gritaria e várias crianças correndo em minha direção. Fiquei assustado, sem saber o que estava acontecendo, quando de repente, uma bala acertou minha cabeça... Era dia de Cosme e Damião...