Aula4

  • June 2020
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Programa CIEE de Educação a Distância 

AULA 4  Tópico 1 ­ Verbos   O assassino era o escriba  Meu professor de análise sintática era o tipo de sujeito inexistente.  Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida.  Regular como um paradigma da primeira conjugação.  Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,  ele não tinha dúvidas,  sempre achava um jeito assindético de nos torturar  com um aposto. 

Casou  com uma regência.  Foi  infeliz.  Era  possessivo como um pronome.  E ela era bitransitiva.  Tentou ir  para os E.U.A.  Não deu . 

Acharam  um artigo indefinido em sua bagagem.  A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,  conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.  Um dia, matei­o  com um objeto direto na cabeça.  (Paulo Leminski) 

Os termos em destaque no texto acima são verbos. Verbos são palavras  que exprimem fatos, situando­os no tempo. Esses fatos podem indicar: ação, estado,  fenômeno.  No  momento  em  que  se  fala  ou escreve,  o  processo  verbal  pode  estar  em plena ocorrência, pode já estar concluído ou pode ainda não ter ocorrido. Essas  três  possibilidades  básicas,  mas  não  únicas,  são  expressas  pelos  três  tempos  verbais: presente, pretérito e futuro. Os verbos podem, ainda, estar classificados em  três modos: indicativo, subjuntivo e imperativo.



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O verbo também é essencial para a ação. Não existe oração sem verbo e, às vezes,  basta o verbo para que a oração esteja completa: 

Engordei.  Ganhamos!  Está chovendo.  MODOS VERBAIS 

MODO INDICATIVO  Exprime um fato certo, real, positivo. Os tempos do modo indicativo são: 

Presente  –  Determina  um  fato  atual  (simultâneo  ao  ato  da  fala),  ou  habitual,  permanente: 

Neste momento penso em você  A terra gira no espaço  Pretérito imperfeito  – Enuncia um fato passado, porém não concluído, um fato que  se prolongou. Pode ainda traduzir um fato habitual, freqüente: 

Enquanto subia o morro, admirava a paisagem.  Lúcia falava com a professora todas as manhãs.  Pretérito perfeito  – Indica um fato completamente realizado, uma ação concluída:  Fui  ao dentista ontem.  Naquele dia, acertei todas as questões da prova.  Pretérito mais­que­perfeito  – Exprime um fato passado, anterior a outro igualmente  passado. Pode, também, traduzir desejo, em frases optativas: 

Falara com o amigo no ano passado.  Tomara que consiga passar na prova.  Futuro do presente – Enuncia um fato que se há de realizar.  Amanhã viajarei com meus amigos. 2 

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Futuro  do  pretérito   –  Exprime  um  fato  futuro  condicionado  a  outro  ou  situado  no  passado: 

Eu iria à festa, se não chovesse.  Afirmei, naquela ocasião, que não o apoiaria.  MODO SUBJUNTIVO  Exprime  em  geral idéias subjetivas,  hipotéticas.  Pode ser conjugado nos seguintes  tempos: 

Presente – O presente do subjuntivo normalmente expressa processos hipotéticos,  que muitas vezes estão ligados ao desejo, à suposição: 

“Quero que tudo vá para o  inferno!”  Suponho que ela esteja em Roma.  Pretérito  imperfeito   –  O  pretérito  do  subjuntivo  expressa  processos  de  limites  imprecisos, anteriores ao momento em que se fala ou escreve: 

Se eu pudesse, compraria um carro novo.  A falta de tempo não permitia que ele estudasse.  Futuro  – O futuro do subjuntivo indica fatos possíveis, mas ainda não concretizados  no momento em que se fala ou escreve: 

Quando comprovar sua situação, será inscrito.  Quem obtiver o primeiro prêmio receberá bolsa integral.  MODO IMPERATIVO  Emprega­se  para  exprimir  ordem,  proibição,  pedido,  convite,  conselho.  Pode  ser  utilizado nas formas Afirmativa e Negativa. 

Saia já daqui!  Por favor, venha a minha casa!  Não fique sozinho!



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Verbos regulares   São  aqueles  cujos  radicais  não  se  alteram  e  cujas  terminações  obedecem  ao  modelo  (paradigma)  da  conjugação    a  que  pertencem,  como  no  caso  dos  verbos  falar e estudar.  PRESENTE DO INDICATIVO 

Falar  

Estudar  

Eu    fal – o  Tu    fal – as  Ele   fal – a  Nós fal – amos  Vós  fal – ais  Eles fal – am  

Eu    estud – o  Tu    estud – as  Ele   estud – a  Nós  estud – amos  Vós  estud – ais  Eles estud – am  

Verbos irregulares   São  aqueles  que  apresentam  irregularidades  no  radical  ou  nas  terminações.  É  o  caso dos verbos perder e medir  PRESENTE DO INDICATIVO 

Perder  

Medir  

Eu  perc – o  Tu    perd – es  Ele   perd – e  Nós perd – emos  Vós  perd – eis  Eles perd – em  

Eu  meç – o  Tu    med – es  Ele   med – e  Nós med – imos  Vós  med – is  Eles med – em  

Verbos defectivos   São chamados defectivos os verbos que não têm algumas formas, isto é, não podem  ser conjugados completamente. Devem, portanto, em alguns casos, ser substituídos  por outros verbos. Ex.: abolir, banir, carpir, demolir, explodir, florir, adequar, colorir, 

falir, precaver, reaver, computar.  Os  fenômenos  da  natureza,  por  exemplo,  chover,  ventar  e  as  vozes  dos  animais, 

miar, latir, também são verbos defectivos.



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VERBO FALIR – Modo Indicativo  Presente  Eu ­­­­­­­­­­  Tu ­­­­­­­­­­  Ele ­­­­­­­­­  Nós falimos  Vós falis  Eles ­­­­­­­ 

Pretérito perfeito  Eu fali  Tu faliste  Ele faliu  Nós falimos  Vós falistes  Eles faliram 

DICAS  Crê, dê, lê, vê  Pela ortografia vigente, apenas quatro verbos dobram a vogal “e” na terceira pessoa  do plural: crer, dar, ler, ver.  Singular              Plural   Crê                      crêem  Dê           + EM    dêem  Lê                        lêem  Vê                       vêem  Obs.:  Ele tem – Eles têm                       Ele mantém – Eles mantêm  Ele vem – Eles vêm                     Ele obtém – Eles obtêm  

Verbos abundantes   São aqueles que apresentam mais de uma forma em uma mesma flexão. Isso ocorre  geralmente  no  particípio,  que  tem  uma  forma  regular  e  uma  forma  irregular  (ou  curta).  Regular 

Curta 

acender 

acendido 

aceso 

entregar 

entregado 

entregue 

expressar 

expressado 

expresso 

ganhar 

ganhado 

ganho 

gastar 

gastado 

gasto 

morrer 

morrido 

morto 

pagar 

pagado 

pago 

suspender 

suspendido 

suspenso



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Tópico 2 ­ Concordância  Existe sempre concordância entre as palavras.  A  concordância  é a combinação, ou coincidência,  em  gênero,  número  ou  pessoa que se faz entre as palavras de uma mesma frase.  Se a concordância não acontece, a frase fica incorreta.  A  língua  portuguesa  estabelece  dois  tipos  de  concordância  e  seus  princípios básicos:  ­  Nominal  –  adjetivos,  artigos,  pronomes  e  numerais  concordam  em  gênero e número com os substantivos a que se referem. 

As nossas primeiras metas foram alcançadas.  ­ Verbal – o verbo concorda com o seu sujeito em número e pessoa. 

Os colaboradores comemoram o sucesso do projeto.  CONCORDÂNCIA NOMINAL 

Regras específicas  →  quando  o  adjetivo  qualifica  mais  de  um  substantivo  e  é  posposto  aos  substantivos...  ­  o  adjetivo  vai  para  o  plural  e  a  concordância  em  gênero  prioriza  o  substantivo masculino 

A empresa oferece localização e atendimento perfeitos.  ­  ou concorda com o substantivo mais próximo 

A empresa oferece atendimento e localização perfeita.  →  quando  o  adjetivo  qualifica  mais  de  um substantivo e  é anteposto  aos  substantivos...  ­ o adjetivo concorda com o substantivo mais próximo 

Você fez ótimas provas e trabalhos.  → quando o substantivo é qualificado por mais de um adjetivo  ­  a  concordância,  geralmente,  segue  a  regra  geral  (concordam  em  gênero e número) 

Conheço histórias lindas e inteligentes. 6 

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­  tratando­se de coisas distintas, o substantivo fica no plural 

Admiro as culturas italiana e francesa.  ­ ou fica no singular e se repete o artigo 

Admiro a cultura italiana e a francesa.  → quando numerais ordinais estiverem antepostos a um único substantivo  podem ser usadas as construções 

Subiram até o nono e décimo andar.  Subiram até o nono e décimo andares.  Nota:  Se  o  substantivo  vier  antes  dos  numerais,  ficará  sempre  no  plural. 

Subiram até os andares nono e décimo.  CONCORDÂNCIA VERBAL 

Regras específicas  → sujeito composto e anteposto ao verbo, o verbo vai para o plural 

O advogado e o réu retiraram­se da sala.  Se  os  núcleos  dos  sujeitos  são  resumidos  pelas  expressões  tudo,  nada, ninguém, o verbo fica no singular. 

O advogado, o réu, o juiz, ninguém ficou na sala.  → sujeito composto e posposto ao verbo, o verbo vai para o plural 

Retiraram­se da sala o advogado e o réu.  Ou o verbo concorda com o núcleo mais próximo 

Retirou­se da sala o advogado e o réu.  → pessoas gramaticais diferentes, o verbo se flexiona no plural, na pessoa  que prevalece (a primeira prevalece sobre a segunda e esta sobre a terceira. 

Tu e eu tomaremos a decisão. (nós)  (1ª pessoa do plural) 

Tu e teus irmãos tomareis a decisão. (vós)  (2ª pessoa do plural)  Pais e filhos precisam­se respeitar­se. (eles)  (3ª pessoa do plural) 7 

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→ expressões com o verbo ser  ­  substantivo  não  precedido  por  determinantes  (artigos,  pronomes  e  numerais), não variam  é proibido, é bom, é necessário, é preciso, é permitido 

É necessário paciência.  ­  substantivo  precedido  de  artigo  ou  qualquer  modificador,  essas  expressões variam concordando com o substantivo 

A paciência é necessária.  Casos que merecem atenção  ­  sujeitos  formados  pelas  expressões  um  dos  que,  um  e  outro,  nem  um 

nem outro, a maioria de, grande parte de,  o verbo pode ficar no singular ou ir para o  plural. 

A maioria dos condôminos preferiu / preferiram dividir as despesas.  ­ sujeitos formados por expressões que indicam quantidade aproximada – 

mais de um, cerca de,  o verbo concorda com o substantivo.  Mais de uma pessoa foi escolhida.  Cerca de trinta pessoas foram escolhidas.  ­ sujeito indica porcentagem  o verbo concorda com o numeral ou com o substantivo 

1% da classe aceita a mudança.  1% dos alunos faltaram à prova.  ­  quando  o  sujeito  é  formado  pelo  pronome  que,  a  concordância  em  número e pessoa é feita com o antecedente desse pronome 

Fui eu que fiz.  Fomos nós que fizemos.  ­  quando  o sujeito é  o  pronome  relativo quem,  o verbo fica na  3ª  pessoa  do singular ou concorda com o antecedente do pronome 

Fui eu quem pagou a conta.  Fui eu quem paguei a conta.



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Verbos impessoais 

São verbos que não admitem sujeito.  Permanecem sempre na 3ª pessoa do singular. 

Havia muitos estrangeiros na universidade.  Na Amazônia faz invernos chuvosos.



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Tópico 3 ­ Regência  Quando se fala em regência, fala­se basicamente da relação que há entre  as palavras de uma oração ou entre as orações de um período. 

REGÊNCIA VERBAL 

→  verbos  com  idéia  de  “movimento  para”,  empregar  preposição  “a”  e  “para” 

Quando cheguei a Espanha.  Ele foi ao cinema.  Ela foi para a Grécia.  → o pronome “lhe” só deve ser usado para substituir termos introduzidos  por preposição 

Perguntei a você / Perguntei­lhe.  → cada verbo exige uma preposição para o estabelecimento da relação de  regência 

antipatizar / simpatizar – com  consistir – em  obedecer / desobedecer – a  dignar­se – de  responder – a  preferir – a  REGÊNCIA NOMINAL  Aqui  estão  vários  nomes  acompanhados  da  preposição  ou  preposições  que regem. Observe­os atentamente e compare o uso indicado com o uso que você

10 

Programa CIEE de Educação a Distância 

tem  feito.  Além  disso,  procure  associar  esses  nomes  entre  si  ou  aos  verbos  cognatos. 

Substantivos  admiração a, por 

devoção a, para com, por 

medo a, de 

aversão a, para, por  doutor em 

obediência a 

atentado a, contra 

dúvida a cerca de, em, sobre 

ojeriza a, por 

bacharel em 

horror a 

proeminência sobre 

capacidade de, para  impaciência com 

respeito a, com, para com,  por 

Adjetivos 

acessível a 

contíguo a 

generoso com 

acostumado a, com 

contrário a 

grato a, por 

afável com, para com 

curioso de, por 

hábil em 

agradável a 

descontente com 

habituado a 

alheio a, de 

desejoso de 

idêntico a 

análogo a 

diferente de 

impróprio para 

ansioso de, para, por 

entendido em 

indeciso em 

apto a, para 

equivalente a 

insensível a 

ávido de 

escasso de 

liberal com 

benéfico a 

essencial a, para 

natural de 

capaz de, para 

fácil de 

necessário a 

compatível com 

fanático por 

nocivo a 

contemporâneo a, de 

favorável a 

paralelo a 

parco em, de 

propício a 

semelhante a 

passível de 

próximo a, de 

sensível a 

preferível a 

relacionado com 

sito em 

prejudicial a 

relativo a 

suspeito de 

prestes a 

satisfeito com, de, em, por 

vazio de 11 

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Advérbios 

longe de  perto de  Os  advérbios  em  –mente  tendem  a  seguir  o  regime  dos  adjetivos  de  que  são  formados: paralela a, paralelamente a, relativa a, relativamente a

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