ANÁLISE DE CONTEÚDO
ANÁLISE DE CONTEÚDO Surgiu no início do século XX nos Estados Unidos para analisar o material jornalístico. Impulso entre 1940-1950 quando os cientistas começaram a interessar-se pelos símbolos políticos. Entre 1950-1960 estendeu-se a várias áreas.
O QUE É A ANÁLISE DE CONTEÚDO?
Uma técnica de investigação que através de uma descrição objectiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto das comunicações, tem por finalidade a interpretação destas mesmas comunicações.
Conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objectivos de descrição do conteúdo das mensagens
Análise de conteúdo A análise documental permite passar de um documento primário (em bruto) para um documento secundário (representação do primeiro)
Análise de conteúdo -
A análise de (comunicação).
conteúdo
trabalha
com
mensagens
-
A análise categorial temática é uma das técnicas principais de análise de conteúdo.
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O objectivo da análise de conteúdo é a manipulação de mensagens (conteúdo e expressão desse conteúdo), para evidenciar os indicadores que permitam inferir sobre uma outra realidade que não a da mensagem.
ANÁLISE DE CONTEÚDO
A Análise de Conteúdo pode ser:
Quantitativa: Frequência das características que se repetem no conteúdo do texto
Qualitativa: Presença ou ausência de uma dada característica de conteúdo ou conjunto de características num determinado fragmento da mensagem
ANÁLISE DE CONTEÚDO
A análise de conteúdo costuma ser feita através de: Dedução frequencial A análise categorial temática:
Funciona por operações de desmembramento do texto em unidades, em categorias, segundo reagrupamento analógicos
FASES DA ANÁLISE DE CONTEÚDO
Organização da análise Pré-análise Exploração do material
Codificação Identificar as unidades de registo e as unidades de contexto Definir e utilizar de forma sistemática as regras de enumeração Análise quantitativa e qualitativa
Categorização Princípios Exemplos de conjuntos categoriais Os índices para computadores
Inferência Pólos da análise Processos e variáveis de inferência
FASES DA ANÁLISE DE CONTEÚDO
Organização da análise Pré-análise Exploração do material
Codificação Identificar as unidades de registo e as unidades de contexto Definir e utilizar de forma sistemática as regras de enumeração Análise quantitativa e qualitativa Natureza Cíclica do Processo de
Categorização Princípios Exemplos de conjuntos categoriais Os índices para computadores
Inferência Pólos da análise Processos e variáveis de inferência
Codificação - Categorização
PRE-ANÁLISE Fase de organização propriamente dita Actividades:
A leitura flutuante A escolha dos documentos e constituição do corpus A formulação das hipóteses e objectivos A referenciação dos índices e a elaboração de indicadores A preparação do material
PRE-ANÁLISE: A LEITURA FLUTUANTE
A primeira actividade consiste em estabelecer contacto com os documentos a analisar e em conhecer o texto deixando-se invadir por impressões e orientações.
PRE-ANÁLISE: A ESCOLHA DOS DOCUMENTOS O universo de documentos de análise pode ser determinado a priori ou então o objectivo é determinado. Estando o universo demarcado é muitas vezes necessário proceder-se à constituição de um corpus:
Conjunto de documentos tidos em conta para serem submetidos aos procedimentos analíticos.
PRE-ANÁLISE: A ESCOLHA DOS DOCUMENTOS
A constituição do corpus implica muitas escolhas, selecções e regras. Principais regras:
Regra da exaustividade: ter em conta todos os elementos do corpus Regra da representatividade: pode recorrer a uma amostra se esta for representativa do universo inicial
Regra da homogeneidade: os documentos devem ser homogéneos e não apresentar demasiada singularidade
Regra da pertinência: os documentos devem ser adequados enquanto fonte de informação, de forma a corresponderem ao objectivo da análise
PRE-ANÁLISE: FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES E DOS OBJECTIVOS As hipóteses nem sempre são estabelecidas aquando da pré-análise. Não é obrigatório ter-se como guia um conjunto de hipóteses para se proceder à análise. Técnicas:
Procedimentos exploratórios Procedimentos fechados
PRE-ANÁLISE: REFERENCIAÇÃO DOS ÍNDICES E ELABORAÇÃO DE INDICADORES Escolha dos textos em função das hipóteses e sua organização sistemática em indicadores. Após a pré-análise devem ser determinadas operações:
De recorte do texto em unidades comparáveis de categorização para análise temática De modalidade de codificação para o registo dos dados
PRE-ANÁLISE: PREPARAÇÃO DO MATERIAL Preparação material Preparação formal:
Alinhamento dos enunciados intactos Transformação linguística dos sintagmas
EXPLORACÃO DO MATERIAL
Se as diferentes operações da pré-análise foram convenientemente concluídas, a fase de análise propriamente dita não é mais do que a administração sistemática das decisões tomadas. Esta fase consiste essencialmente em operações de codificação, desconto ou enumeração, em função de regras previamente formadas.
CODIFICAÇÃO
Holsti (1969): “ A codificação é o processo pelo qual os dados brutos são transformados sistematicamente e agregados em unidades, as quais permitem uma descrição exacta das características pertinentes do conteúdo”
CODIFICAÇÃO
O recorte: escolha de unidades A unidade de registo A unidade de contexto
A enumeração
Modo de contagem
A Análise quantitativa e qualitativa
CODIFICAÇÃO: UNIDADES DE REGISTO E DE CONTEXTO
Quais os elementos do texto a ter em conta?
A unidade de registo: é a unidade de significação a codificar e corresponde ao segmento de conteúdo a considerar como unidade de base, visando a categorização e a contagem frequencial.
Palavra, tema, objecto, personagem, acontecimento ou documento
A unidade de contexto: serve de unidade de compreensão para codificar a unidade de registo e corresponde ao segmento da mensagem, cujas dimensões são óptimas para que se possa compreender significação exacta da unidade de registo.
CODIFICAÇÃO: REGRAS DE ENUMERAÇÃO
É necessário distinguir entre a unidade de registo (o que se conta) e a regra de enumeração (o modo de contagem). Enumerações:
Presença Frequência Frequência ponderada Intensidade Direcção Ordem Co-ocorrência
CODIFICAÇÃO: ANÁLISE QUANTITATIVA E QUALITATIVA
Abordagem quantitativa:
frequência de aparição de certos elementos da mensagem.
Abordagem não quantitativa:
recorre a indicadores não frequenciais susceptíveis de permitir inferências;
por exemplo a presença ou ausência pode constituir um índice tanto ou mais frutuoso do que a frequência de aparição.
CATEGORIZAÇÃO: PRINCÍPIOS
A categorização é uma operação de classificação de elementos constitutivos de um conjunto, por diferenciação e, seguidamente, por reagrupamento, segundo o género com os critérios previamente definidos As categorias são rúbricas ou classes que reúnem um grupo de elementos sob um título genérico.
CATEGORIZAÇÃO: PRINCÍPIOS
A categorização é um processo de tipo estruturalista e comporta duas etapas: O inventário: isolar os elementos A classificação: repartir os elementos, e portanto procurar ou impor uma certa organização às mensagens
TRATAMENTO DOS RESULTADOS, A INFERÊNCIA E A INTERPRETAÇÃO
Os resultados em bruto são tratados de maneira a serem significativos e válidos Operações estatísticas simples ou mais complexas permitem estabelecer quadros de resultados, diagramas, figuras e modelos, os quais condensam e põem em relevo as informações fornecidas pela análise. O analista pode propor inferências e adiantar interpretações a propósito dos objectivos previstos ou que digam respeito a outras descobertas inesperadas. Por outro lado os resultados obtidos podem servir de base a uma outra análise disposta em torno de novas dimensões teóricas, ou praticada graças a técnicas diferentes.
INFERÊNCIA: PÓLOS DE ANÁLISE
A análise de conteúdo fornece informações suplementares ao leitor crítico de uma mensagem. Sobre o quê e sobre quem é que se poderá centrar a análise de conteúdo?
O emissor O receptor A mensagem O medium
→ COMUNICAÇÃO
INFERÊNCIA: PROCESSOS E VARIÁVEIS DE INFERÊNCIA A análise de conteúdo constitui um bom instrumento de indução para se investigarem as causas a partir dos efeitos. Os indicadores e inferências são de natureza muito diversa
O TRATAMENTO INFORMÁTICO
E interessante recorrer ao computador quando:
A unidade da análise é a palavra, o indicador é frequencial A análise é complexa e comporta um grande número de variáveis Deseja-se efectuar uma análise de co-ocorrências A investigação implica várias análises sucessivas A análise necessita de operações estatísticas e numéricas complexas
E inútil quando:
A análise é exploratória e a técnica não é ainda definitiva A análise é única e debruça-se sobre documentos especializados A unidade de codificação é grande
O TRATAMENTO INFORMÁTICO
O uso do computador tem consequências sobre a prática de análise de conteúdo:
A rapidez aumenta Acréscimo de rigor na organização da investigação A flexibilidade permanece (podem utilizar-se de novo os dados classificados para novas hipóteses) A reprodução e a troca de documentos são facilitadas pela normalização e pelo armazenamento. A manipulação de dados complexos torna-se possível A criatividade e a reflexão têm um lugar destacado visto que o analista se encontra desembaraçado de tarefas laboriosas, longas e estéreis.
Bibliografia: Bardin, L. (2004). Análise de Conteúdo (3ª ed.), Lisboa: Edições 70.