UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE MESTRADO EM ODONTOLOGIA
PREVALÊNCIA DE LESÕES BENÍGNAS NA CAVIDADE BUCAL EM PACIENTES DO HOSPITAL NAPOLEÃO LAUREANO JOÃO PESSOA - PB TALVANE SOBREIRA
Introdução NEOPLASIA
O crescimento anormal e descoordenado de tecidos orgânicos que persistem após a cessação de estímulos é chamado de neoplasia, que significa crescimento novo. TUMOR
Massa constituída pela multiplicação de células de tecido, sem estrutura dos processos inflatórios ou parasitários conhecidos.
Podem ser malígnos e benígnos.
São ditos malígnos quando se manifestam em outras áreas ou órgãos do corpo que não seja seu sítio de origem
São benígnas as lesões que se detém ao seu local de desenvolvimento, sem sem manifestar em outro local
(KUMAR; COTRAN; ROBBINS, 1994)
Introdução Cavidade
bucal – região anatômica do corpo que detém a maior e mais variada microflora própria em contato com o meio externo. Banhada pela saliva, possui um potencial defensivo que mantém seu equilíbrio biológico. Alta capacidade de defesa. (TOMMASI, 1977)
Introdução Semiologia Semiogênese
– estudo da formação sinais e sintomas. Semiotécnica – técnica de colheita sinais e sintomas Propedêutica clínica – análise interpretação dos dados coletados
de de
(Tommazi, 1977)
e
Introdução Diagnóstico Obtenção
de dados que associados a história clínica caracterizam uma doença ou lesão Associação de sinais e sintomas para se determinar um diagnóstico Formulação de uma hipótese diagnóstica
Lesões Benígnas Características Crescimento
lento Estímulo traumático ou mecânico Células semelhantes ao tecido de origem Não são ulcerados Coloração semelhante ao tecido de origem Sensível à remoção cirúrgica
Tumores Odontogênicos
Epiteliais – Ameloblastoma, tumor odontogênico escamoso, tumor epitelial odontogênico calcificante. Mesenquimais – Mixoma odontogênico fibroma odontogênico central, fibroma cementificante, cementoblastoma, displasia cemento óssea periapical. Mistos – Odontoma, fibroma ameloblástico e fibrodontoma ameloblástico. (Regezi; Sciubba, 2000)
Tumores não Odontogênicos Fibroma
ossificante, displasia fibrosa, fibroma desmoplástico, osteoblastoma, osteoma osteóide, granuloma central de células gigantes, condroma, tumor de células gigantes, hemangioma do osso, toros, exostoses, hiperplasia da coronóide.
(Regezi; Sciubba, 2000)
Proposição Este trabalho se propôs a analizar prontuários dos portadores de neoplasia benígna da cavidade bucal diagnosticadas e tratadas no Hospital Napoleão Laureano, em João Pessoa-PB, em um período de onze anos (1990 a 2000), bem como uma avaliação do diagnóstico clínico, radiográfico, tratamento e prognóstico destas neoplasias.
Metodologia Utilizou-se uma abordagem indutiva, com procedimento descritivo estatístico e técnica de pesquisa documental indireta.
Universo da amostra – Prontuarios de pacientes do Hospital Napoleão Laureano _ João Pessoa/Pb, de ambos os gêneros que buscaram atendimento no Serviço de Cabeça e Pescoço, no período de 1990 a 2000. A amostra compreendeu todos os prontuários que apresentaram lesões benignas na cavidade oral. Coleta de dados primeira etapa – identificação dos prontuários segunda etapa – Análise dos prontuários Análise dos dados –Utilização do programa Epinfo, versão 5.1 com distribuição dos dados em tabelas de freqüência e percentagens médias (estatística descritiva)
Resultados Os resultados demonstraram que no período de janeiro de 1990 a dezembro de 2000 houve ocorrência de 314 casos de lesões benignas na cavidade oral. Destes apenas 125 (39,8%) possuíam registro no SAME do HNL.
Resultados
As Lesões benignas de cavidade oral encontradas nos AP foram: - Hemangioma - Lipoma - Osteoblastoma - Neurofibroma - Fibrolipoma - Ameloblastoma - Linfangioma - Fibrohistiocitoma - Fibroma - Papiloma - Mixoma - Fibromixoma - Osteoma - Ademoma Pleomorfico (tumor misto benigno)
Resultados
Distribuição dos pacientes em número e porcentagem segundo o gênero. Gênero Feminino Masculino Total
Nº 66 59 125
% 52,8 47,2 100
Resultados
Distribuição de etnia dos pacientes em número e porcentagem conforme encontradas na amostra. Etnia Nº % Brancos 70 56,0 Não informado no prontuário 36 28,8 Negros 4 3,2 Outras 15 12,0 Total 125 100
Resultados
Diagnóstico histopatológico Hemangioma Papiloma Ameloblastoma Lipoma Neurofibroma Fibrolipoma Fibroma Osteoma Fibromixoma Osteoblastoma Linfagioma Fibrohistiocitoma Mixoma Adenoma Total
Nº 59 31 10 05 04 03 02 02 02 02 02 01 01 01 125
% 47,2 24,8 8,0 4,0 3,2 2,4 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 0,8 0,8 0,8 100
Resultados
Distribuição das lesões benignas da cavidade bucal em número e porcentagem conforme região anatômica de ocorrência. Região de lesão Língua Mucosa labial inferior Mandíbula Maxila Mucosa labial superior Gengiva Palato mole Mucosa jugal Assoalho bucal Total
Nº 45 20 19 14 11 07 05 03 01 125
% 36,0 16,0 15,2 11,2 8,8 5,6 4,0 2,4 0,8 100
Resultados
Distribuição dos casos de hemangioma da cavidade bucal em número e porcentagem conforme região anatômica de ocorrência. Região de lesão Língua Mucosa labial inferior Mucosa labial superior Maxila (palato duro) Mandíbula Região jugal Gengiva Assoalho bucal Total
Nº 24 16 07 05 03 02 01 01 59
% 40,7 27,1 11,9 8,5 5,0 3,4 1,7 1,7 100
Resultados
Distribuição dos casos de papiloma da cavidade bucal em número e porcentagem conforme região anatômica de ocorrência. Região de lesão Nº % Língua 15 48,4 Maxila (palato duro) 06 19,3 Palato mole 04 12,9 Mucosa labial inferior 03 9,7 Gengiva 02 6,4 Mucosa labial superior 01 3,2 Total 31 100
Resultados
Distribuição dos casos de ameloblastoma na cavidade bucal em número e porcentagem segundo região anatômica de ocorrência. Região de lesão Nº % Mandíbula (corpo e ramo) 10 100 Total 10 100
Resultados
Distribuição das lesões benignas da cavidade bucal em número e porcentagem segundo a hipótese diagnóstica estabelecida. Diagnóstico inicial Nº % Blastoma 57 45,6 Hemangioma 19 15,2 Papiloma 16 12,8 Não informado no prontuário 12 9,6 Fibroma 05 4,0 Ameloblastoma 04 3,2 Lipoma 03 2,4 Granuloma 02 1,6 Osteoblastoma 02 1,6 Carcinoma Espino-Celular 02 1,6 Odontoma 01 0,8 Linfagioma 01 0,8 Neurofibroma 01 0,8 Total 125 100
Resultados Distribuição dos casos de neoplasias benignas
cavidade bucal em número e segundo o diagnóstico radiográfico. Diagnóstico radiográfico Não informado no prontuário Radiopaca intra-óssea Aspecto normal Radiotransparente multilocular Total
da porcentagem
Nº 109 08 07 01 125
% 87,2 6,4 5,6 0,8 100
Resultados
Distribuição dos casos de neoplasias benignas da cavidade bucal em número e porcentagem segundo tratamento realizado. Tratamento Cirúrgico Não informado no prontuário Total
Nº 122 03 125
% 97,6 2,4 100
Resultados
Distribuição dos casos de neoplasias benignas da cavidade bucal em número e porcentagem segundo ocorrência de recidivas da lesão. Recidiva Não houve Houve Não informado no prontuário Total
Nº 112 11 02 125
% 89,6 8,8 1,6 100
Resultados
Distribuição dos casos de neoplasias benignas da cavidade bucal em número e porcentagem que recidivaram. Recidiva Ameloblastoma Hemangioma Osteoblastoma Papiloma Lipoma Linfagioma Fibrolipoma Total
Nº 03 02 02 01 01 01 01 11
% 2,4 1,6 1,6 0,8 0,8 0,8 0,8 8,8
Resultados
Distribuição dos casos de neoplasias benignas da cavidade bucal em número e porcentagem de acordo com o diagnóstico histo-patológico dos pacientes que não possuíam registro no arquivo do hospital. Diagnóstico histopatológico Hemangioma Papiloma Lipoma Fibroma Neurofibroma Linfagioma Ameloblastoma Osteoblastoma Fibrolipoma Fibrohistiocitoma Histiocitoma Osteoma Neurilenoma Adenoma benigno Total
Nº 91 30 22 20 10 05 03 02 01 01 01 01 01 01 189
% 48,1 15,8 11,6 10,5 5,2 2,6 1,5 1,0 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 100
Conclusões De acordo com a metodologia empregada e a análise dos resultados encontrados, podemos concluir que: b. Houve uma equivalência na freqëncia das lesões benígnas na cavidade bucal quanto ao gênero na amostra estudada. c. A língua foi o local de maior ocorrência de lesões benígnas, e em específico para os casos de hemngioma e papiloma. d. O tratamento eleito foi o cirúrgico para as lesões. e. Houve expressiva discordância entre a hipótese diagnóstica e o resultado do exame anátomo patológico.