ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O ESTUDO NA UNIVERSIDADE SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23 ed. 1 reimp. São Paulo: Cortez, 2007, 2008.
CAPÍTULO II: O TRABALHO ACADÊMICO: ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O ESTUDO NA UNIVERSIDADE
O autor, Severino (2007, 2008), destaca neste capítulo algumas sugestões de como o aluno universitário pode aproveitar melhor os estudos acadêmicos. Este deve adotar novas posturas diante das novas exigências da vida acadêmica. Antes das sugestões, o autor ressalta que a vida acadêmica exige do aluno universitário uma maior autonomia e independência na aprendizagem, ou seja, ele deve deixar de lado a postura do Ensino Médio de assimilação passiva dos conteúdos.
Formar a biblioteca pessoal, com livros fundamentais para o desenvolvimento de seu estudo. Inicialmente, o discente deve adquirir material básico. À medida que estudo vai avançando, o aluno deve ter em mãos textos mais especializados. Caso possível, deve fazer a assinatura de periódicos e revistas especializados, uma vez que estes servem como fonte de pesquisas e servem como indicação de bibliografias;
Além desse material, é importante a aquisição de material complementário das áreas afins para ampliar e complementar o conhecimento; É papel tanto da Academia (corpo docente), quanto do aluno, incentivar o estímulo à participação de congressos, encontros, simpósios etc.; VOCÊS SABEM QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS EVENTOS DA ÁREA?
Documentar, registrar a matéria abordada na aula: Usar fichas de anotações; Construir um esqueleto das idéias;
TAIS ESTRATÉGIAS TÊM COMO OBJETIVO MAIOR FAZER COM QUE O ALUNO TRABALHE DE MANEIRA INTELIGENTE E RACIONAL, NÃO SE PREOCUPANDO EM “MEMORIZAR” O CONTEÚDO; • Analisar o tempo disponível que se tem para estudar “fora” do ambiente acadêmico e, a partir daí escolher as prioridades de estudo; • Conciliar horário e ritmo de estudo; • O autor recomenda a cada 2 horas fazer uma pausa de 30 minutos. • A revisão da aula permite retomar os apontamentos feitos apressadamente em sala de aula e, após uma triagem, passamos o essencial para as fichas de documentação. • Um dos recursos que Severino (2007, 2008) sugere como forma de melhorar a aprendizagem é perguntar ao texto estudado “Qual é a mensagem do texto?”
• Ao ler um texto, devemos proceder da seguinte maneira: 1. A primeira leitura serve como uma forma de contato com o texto, ou seja, tem-se uma visão do conjunto e do raciocínio do autor. Nesse momento, devemos assinalar o vocabulário que causa dúvida e anotar seu significado, o que permitirá uma melhor compreensão; 2. A segunda leitura propicia informações, por exemplo, de fatos históricos, de outros autores (bibliografia), de outras doutrinas e todas essas devem ser transcritas em outra folha; 3. A terceira leitura terá um caráter mais agradável, pois o texto já estará mais claro para o leitor. Após essa leitura, é importante que se faça um esquema do texto. Através dele, teremos uma visão global do texto. • Para a compreensão da mensagem global do texto, é importante fazer perguntas ao texto, do que ele trata, qual é o tema, assunto. Qual é a problematização que o autor está levantando com a temática em questão e qual é a posição do autor. • Na leitura interpretativa, o leitor deve interpretar o que está escrito e/ou dito nas entrelinhas, dialogando com o autor. Finalmente, uma leitura crítica permitirá avaliar ou julgar o texto: ele está coerente com o proposto pelo autor? Qual a importância do texto para o estudo do tema? Ele é original e profundo? Qual a
DIFERENÇA ENTRE A PROBLEMATIZAÇÃO E A DETERMINAÇÃO DO PROBLEMA • A problematização refere-se a levantar, discutir, refletir questões explícitas e implícitas do texto; por outro lado, a determinação do problema refere-se ao que me levou a pesquisar o tema, que problema ou conflito provocou o estudo de uma possível solução. • A aprendizagem do estudante universitário, de acordo com o estudioso, é uma tarefa pessoal, daí a importância da criatividade no vários momentos dos estudos. Severino ressalta a importância da técnica da documentação como forma de estudo; • DOCUMENTAÇÃO PESSOAL é quando tomo nota das aulas e leituras e tenho à minha disposição esses elementos para serem consultados sempre que necessário. Ouvir aulas e ler livros clássicos, numa postura de assimilação passiva, não permite que o estudante progrida;
• Na DOCUMENTAÇÃO TEMÁTICA, os elementos a serem transcritos são retirados das leituras particulares, das aulas, conferências e dos seminários. As idéias pessoais devem ser transcritas nas fichas, para não se perderem com o passar do tempo; • Se eu uso, da documentação, o discurso direto do autor, devo usar as “ASPAS” para indicar que a idéia escrita é do autor e não minha. Por outro lado, se eu estou interpretando o discurso do autor e o reescrevo não uso “ASPAS”; • Na DOCUMENTAÇÃO BIBLIOGRÁFICA, a ficha deve apresentar uma visão de conjunto. Para tanto, lê-se o sumário, as orelhas, o prefácio e a introdução. Nas leituras mais aprofundadas, são feitos apontamentos mais rigorosos. As várias informações, coletadas do texto, devem ser seguidas pela indicação, entre parênteses, das páginas a que se referem; • Do ponto de vista técnico, devemos colocar no alto, à esquerda, a citação bibliográfica completa do texto fichado; no alto, à direita, ficarão o título e os eventuais subtítulos. EXEMPLO: JAPIASSU, Hilton F. O mito da neutralidade científica. Rio de Janeiro, Imago: 1975.
• Futuramente, essa ficha de documentação pode ajudar no estudo inclusive para concursos; • A documentação fica a critério do aluno. Este escolhe os tamanhos e cores que usará; • O autor ainda enfatiza o fato de ser imprescindível que o aluno faça um glossário, vocabulário técnico-lingüístico; • Todo trabalho científico é portador de uma mensagem codificada pelo seu autor e a ser decodificada pelo seu leitor. Normalmente, o trabalho científico assume a forma dissertativa, pois o seu objetivo é demonstrar, através de argumentos, uma tese proposta para um problema, relativo a um tema;
DIRETRIZES PARA A REALIZAÇÃO DE UM SEMINÁRIO
• O objetivo maior é levar todos os participantes a uma reflexão aprofundada de determinado problema, a partir de textos e em equipe; • Recomenda-se que um dia antes do seminário, o grupo entregue um roteiro, em forma de tópicos, que serve como guia de visualização da estrutura redacional do texto, para facilitar a participação de todos; • No roteiro, deve haver a bibliografia consultada. Assinalam-se textos específicos consultados para a preparação do seminário e servem como referência para um futuro aprofundamento do tema; • O TEXTO-ROTEIRO INTERPRETATIVO ocorre quando o grupo elabora outro texto, mostrando seu raciocínio, sua interpretação e compreensão. • Para que o seminário seja eficaz, é necessário que todos se preparem para a discussão, visto que o seminário pressupõe a participação de todos os alunos; • Deve iniciar com uma introdução e terminar com uma síntese feita pelo professor.
PESQUISA OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisas, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira, 1997.
• O tema da pesquisa é a designação do problema. Ele deve ser definido de modo simples e sugerir os problemas e o enfoque que serão selecionados. A concretização do tema e seu desmembramento são realizados a partir de um processo de discussão com os orientadores. • Deve-se ter uma formação mais completa para ajudar no desenvolvimento do projeto de pesquisa; • É importante a delimitação do tema e dos objetivos para não perder o foco; • Deve-se escolher um problema que chame a atenção e precise de resposta; reunir informações relacionadas ao tema; analisar a relevância das informações; procurar relações entre as explicações que procuram contribuir para solucionar o problema; analisar; • Sem o problema inicial não há pesquisa; • Numa pesquisa, os problemas formulados não devem ser comuns ou banais;
• A HIPÓTESE é uma suposição formulada pelo pesquisador a respeito de possíveis soluções a um problema colocado na pesquisa; • Sem a hipótese, a pesquisa pode ser confusa e sem embasamento teórico; • Ela deve ser formulada em termos claros e concisos. • ESTUDO DESCRITIVO procura abranger aspectos gerais e amplos de um contexto social; é um tipo de estudo que permite ao pesquisador a obtenção uma melhor compreensão do comportamento de diversos fatores e elementos que influenciam determinado fenômeno; • A ABORDAGEM QUALITATIVA significa quantificar opiniões, dados, na forma de coleta de dados; não tem pretensão de numerar ou medir unidades ou categorias.; • Há autores que afirmam não ser possível separar método quantitativo de qualitativo;
PESQUISA • A finalidade da pesquisa é tentar conhecer e explicar os fenômenos que ocorrem nas suas mais diferentes manifestações. Pesquisar significa planejar cuidadosamente uma investigação de acordo com as normas da Metodologia Científica; • Há pesquisas do tipo: pesquisa bibliográfica; levantamento documental; sobre propaganda; de produto, pesquisa teórica, aplicada e de campo etc.; • A pesquisa bibliográfica tem por finalidade conhecer as diferentes formas de contribuição científica que se realizaram sobre determinado assunto ou fenômeno; a multiplicação das obras editadas tem exigido o preparo de novos técnicos de nível superior com formação em biblioteconomia e documentação, com conhecimentos avançados em informática, inclusive com treinamento no exterior;
• A RESENHA BIBLIOGRÁFICA tem a finalidade de fazer com que o estudante ou pesquisador tenha conhecimento prévio do conteúdo de uma obra ou de artigos de revistas científicas ou especializadas e que possa ser exposta verbalmente para um determinado grupo de pessoas, sob a coordenação de um professor-orientador. Ela pode ser informativa, crítica ou críticoinformativa, com relação às idéias do autor, de forma pormenorizada e metódica. (dizer o que há em cada capítulo do livro); • É a natureza do problema que ou do seu nível de aprofundamento que irá determinar a escolha do método; • Para fazer uma pesquisa bibliográfica, é necessário um roteiro com: delimitação, identificação, escolas ou correntes, definição apropriada do fenômeno ou da matéria que está sendo objeto de estudo e envolve: seleção das fontes como índices, bibliografias, abstracts; levantamento do material publicado sobre o assunto que está sendo objeto de estudo; consulta pessoais a estudiosos e especialistas na área; consulta a dicionários, arquivos, acervos e centros de pesquisa via Internet.
OBJETIVOS DA PESQUISA EU • Ampliar generalizações, definir leis mais amplas, estruturar sistemas e modelos teóricos, relacionar hipóteses numa visão mais unitária do universo e gerar novas hipóteses. • A PESQUISA APLICADA tem por objetivo pesquisar, comprovar ou rejeitar hipóteses sugeridas pelos modelos teóricos e fazer a sua aplicação às diferentes necessidades humanas; • A PESQUISA DE CAMPO consiste na observação dos fatos e na coleta de dados; • A PESQUISA DE MOTIVAÇÃO E ATITUDES procura determinar o porquê do comportamento humano, no que se refere aos hábitos de compra; • A PESQUISA DE OPINIÃO procura saber o ponto de vista ou preferência que as pessoas possam ter acerca de um assunto e seu comportamento em relação a determinadas situações; • A PESQUISA DE MOTIVAÇÃO possui relevante importância para se determinar as tendências de comportamento das pessoas em relação a um fato, acontecimento, opinião ou sobre um ou vários candidatos políticos;
REGRAS DA ABNT SOBRE RESUMOS DE PESQUISAS
1 Objetivo Esta Norma estabelece os requisitos para redação e apresentação de resumos. 2 Definições Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições: 2.1 palavra-chave: Palavra representativa do conteúdo do documento, escolhida, preferentemente, em vocabulário controlado. 2.2 resumo: Apresentação concisa dos pontos relevantes de um documento. 2.3 resumo crítico: Resumo redigido por especialistas com análise crítica de um documento. Também chamado de resenha. Quando analisa apenas uma determinada edição entre várias, denomina-se recensão. 2.5 resumo indicativo: Indica apenas os pontos principais do documento, não apresentando dados qualitativos, quantitativos etc. De modo geral, não dispensa a consulta ao original. 2.6 resumo informativo: Informa ao leitor finalidades, metodologia, resultados e conclusões do documento, de tal forma que este possa, inclusive, dispensar a consulta ao original.
3 Regras gerais de apresentação 3.1 O resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do documento. A ordem e a extensão destes itens dependem do tipo de resumo (informativo ou indicativo) e do tratamento que cada item recebe no documento original. 3.2 O resumo deve ser precedido da referência do documento, com exceção do resumo inserido no próprio documento. 3.3 O resumo deve ser composto de uma seqüência de frases concisas, afirmativas e não de enumeração de tópicos. Recomenda-se o uso de parágrafo único. 3.3.1 A primeira frase deve ser significativa, explicando o tema principal do documento. A seguir, deve-se indicar a informação sobre a categoria do tratamento (memória, estudo de caso, análise da situação etc.). 3.3.2 Deve-se usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular. 3.3.3 As palavras-chave devem figurar logo abaixo do resumo, antecedidas da expressão Palavras-chave:, separadas entre si por ponto e finalizadas também por ponto.
3.3.4 Devem-se evitar: a) símbolos e contrações que não sejam de uso corrente; b) fórmulas, equações, diagramas etc., que não sejam absolutamente necessários; quando seu emprego for imprescindível, defini-los na primeira vez que aparecerem. 3.3.5 Quanto a sua extensão os resumos devem ter: a) de 150 a 500 palavras os de trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e outros) e relatórios técnico-cientifícos; b) de 100 a 250 palavras os de artigos de periódicos; c) de 50 a 100 palavras os destinados a indicações breves. Os resumos críticos, por suas características especiais, não estão sujeitos a limite de palavras. EXEMPLO: Neste trabalho buscamos verificar a presença da metáfora conceptual e o funcionamento argumentativo de expressões lingüísticas metafóricas em panfletos. Utilizamos como embasamento teórico a Teoria da Argumentação, postulada por Ducrot (1988) e a abordagem cognitivista, concepção apresentada por Lakoff e Johnson (2002 [1980]), usada para identificar as expressões lingüísticas metafóricas. A hipótese que norteou nossa pesquisa foi a de que as expressões lingüísticas metafóricas atualizadoras de metáforas conceptuais funcionariam como estratégia argumentativa nesse corpus. O resultado da pesquisa demonstrou a confirmação da hipótese levantada: as expressões lingüísticas metafóricas funcionaram enquanto recurso argumentativo no referido corpus. Palavras-chave: Expressões Lingüísticas Metafóricas. Argumentação. Panfleto.