O pós-guerra: - Os vitoriosos: Os grandes vitoriosos da guerra são os EUA e a URSS e, em bem menor escala, a Grã-Bretanha. A diferença é que a União Soviética foi sistematicamente invadida ao longo da guerra, perdendo grande parte de sua população, sua organização agrícola e suas indústrias. Os soviéticos só tinham ganhado força política e militar com a guerra. Já os EUA vão ser completamente vitoriosos com a guerra. Perderam relativamente poucos homens e enriqueceram-se muito com a guerra, tendo a economia do país se beneficiado bastante com a ampla produção de armamentos, recuperando-se de fato da depressão dos anos 30. -Os encontros dos vitoriosos: Houve quatro encontros dos líderes dos vitoriosos desde 1943 – quando a derrota do Eixo já estava clara – até 1945 para resolver o futuro dos países derrotados e das áreas ocupadas. Houve reuniões em Teerã, Cairo, Yalta, Potsdam e outras localidades, várias foram as decisões. A URSS declararia guerra ao Japão e retomaria a ilha de Sacalina perdida na guerra russo-japonesa de 1905. A Coréia seria dividida em duas regiões, uma sob influência soviética, outra sob a influência norte-americana. A Alemanha e a capital Berlim seria dividida em quatro regiões de acordo com os vitoriosos na Europa: soviéticos, americanos, ingleses e franceses. As áreas da Europa oriental libertadas pelo Exército Vermelho teriam o destino decidido pela União Soviética e a Europa Ocidental seria guardada pelos EUA. Todas essas decisões criariam diversos conflitos durante a Guerra Fria (1945-91). Ainda, seria criada a Organização das Nações Unidas – ONU –, um fórum para discussão entre as nações e prevenção de outra guerra mundial. -As origens da guerra fria: A aliança entre a Inglaterra, EUA e a URSS durante a guerra era condicional, dizia respeito apenas à luta contra o nazismo. Durante esses encontros, ficaram claros os atritos entre os EUA e a União Soviética que levariam à guerra fria e o medo de uma outra guerra mundial. A Guerra Fria 1. Introdução: Logo depois do fim da 2ª Guerra, o antagonismo entre a União Soviética e os EUA criaram o medo de uma terceira guerra mundial. Em 1945, apenas os EUA tinham a tecnologia da produção da bomba nuclear. Em 1949, a União Soviética desenvolve a sua bomba atômica e em 1954, EUA e URSS desenvolvem a bomba de hidrogênio, uma bomba atômica bem mais poderosa do que a bomba de Hiroshima. Ficava o medo de uma guerra nuclear que poderia levar as superpotências a uma destruição total. Ao medo dessa guerra nuclear entre os dois países e à disputa pela hegemonia mundial dá-se o nome de Guerra Fria. 2. Origens e características gerais da Guerra Fria: - Questões na Europa: Após a Segunda Guerra, a Europa foi dividida em duas, uma sob a influência norte-americana, outra sob a influência soviética. Uma série de pequenos conflitos existiram em função da disputa por territórios. Por exemplo, a briga por Berlim Ocidental, um território da Alemanha Ocidental no meio da Alemanha Oriental. A Europa Ocidental recebeu a ajuda financeira dos EUA, no que ficou conhecido como Plano Marshall. Assim, os EUA ajudavam aquelas economias a se reerguerem e afugentar o ‘perigo comunista’. - Disputa ideológica e perseguições internas: Havia uma disputa ideológica entre as duas superpotências sobre qual seria o melhor sistema, o socialismo ou o capitalismo. Essa competição se mostrava em várias áreas como na disputa em qual economia era mais dinâmica, como até nos jogos olímpicos e na corrida espacial, uma briga pela tecnologia mais avançada.
Dentro dos dois países, em alguns momentos, perseguiram-se os supostos inimigos do regime. Nos EUA, o senador MacArthur fez uma caça aos comunistas na sociedade americana nos anos 50. Na URSS a perseguição aos supostos ‘contrarevolucionários’ aconteceu até 1985, mas mais agudamente até a morte de Stalin em 1953. - O armamentismo, uma provocação americana: Havia uma acentuada corrida armamentista entre os dois países, principalmente na tecnologia das ogivas nucleares. Os recursos destinados aos armamentos eram gigantescos e afetavam duramente o orçamento das duas economias, mas mais ainda a da União Soviética, que era mais fraca. Os EUA faziam provocações à União Soviética, levando-a a gastar cada vez mais com armamentos. Assim, os EUA criaram a aliança militar OTAN em 1949 e a URSS o Pacto de Varsóvia depois. - Déficits americanos: As duas superpotências tinham gastos estrondosos com armamentos, atrapalhando o desenvolvimento econômico de ambos. A situação dos trabalhadores americanos no período era a melhor já vivida no país. Isso acontecia para afugentar o ‘perigo comunista’ dos movimentos de trabalhadores. Como a economia americana era mais robusta, agüentou melhor os gastos com armas e com a seguridade social. - Apoio aos movimentos de libertação nacional: Ambos os países apoiavam grupos opostos nas colônias dos antigos Impérios coloniais que estavam se desfazendo. Isso levou a uma série de guerras no Terceiro mundo. 3. Principais confrontos e conflitos da Guerra Fria: - Períodos quentes e convivência pacífica: Soviéticos e norte-americanos nunca se enfrentaram em um campo de batalha, mas vários conflitos opunham aliados dos dois lados. Além disso, houve alguns sérios desentendimentos entre os dois países que criaram um medo real de conflito. Existiram, portanto, períodos quentes e frios na Guerra Fria. De 1945 a 1962, foi um período quente com vários confrontos. De 1962 a 1975 houve o que foi chamado de convivência pacífica. De 1975 a 1985, a chamada Segunda Guerra Fria. - Guerra da Coréia: Além do já citado desentendimento sobre Berlim Ocidental, houve no início da Guerra Fria a guerra das Coréias. De 1950 a 53, coreanos do Sul e do Norte, apoiados por EUA e URSS, respectivamente, entraram em guerra pelo controle da península. A guerra acabou empatada. - Cuba e a crise dos mísseis: Em 1959, ocorre uma revolução na semi-colônia americana Cuba contra seu ditador, liderada por Fidel Castro e Guevara. A revolução de libertação nacional resiste a uma emboscada da CIA e, para sobreviver, declara-se socialista e alia-se à URSS em 1961. No ano seguinte, os soviéticos põem mísseis com ogivas atômicas na ilha. Cria-se um ponto de confronto entre EUA e URSS resolvido diplomaticamente. - Guerra do Vietnã: A colônia francesa da Indochina declara independência em 1945, sofrendo a invasão das tropas francesas. Os vietnamitas vencem parcialmente a guerra e em 1954 divide-se o país em Vietnã do Norte, comunista e do Sul, apoiado pelos EUA. Os EUA entram com suas tropas na região nos anos 60, reacendendo a guerra. Os vietnamitas do Norte vencem mesmo assim a guerra e os americanos fogem do país em 1972. Em 1975, o país se unifica sob controle do antigo Vietnã do Norte. - Afeganistão: A União Soviética também perde uma guerra. Invade o Afeganistão nos anos 80, mas é impelido pelas tropas locais, a milícia Talibã, que contava com armamentos norte-americanos. 4. Questões internas dos Estados Unidos: - O pós-guerra norte-americano: A economia norte-americana havia se recuperado de fato da crise de 1929 apenas com a imensa produção bélica durante a 2a Guerra Mundial. A partir de então, a economia daquele país necessitaria fazer muitos
gastos em armamentos, com guerras periódicas, para não cair em uma grave crise econômica de superprodução. Por isso, logo após a guerra, são construídas várias bases norte-americanas pelo mundo e muitos recursos são investidos na produção de armas atômicas. Há na década de 1950 grandes perseguições políticas no país, é o macarthismo. - O Governo Kennedy: Apesar de ter sido um governo curto, a gestão John Kennedy teve momentos e efeitos muito importantes. Ele acabou com o regime de apartheid no Sul do país, fez uma política de confronto com a URSS, levando o mundo à crise dos mísseis e planejou golpes militares na América Latina, temendo a expansão do comunismo na região após a Revolução Cubana. - Reagan e a 2a Guerra Fria: O republicano Ronald Reagan fica oito anos no poder dos EUA na década de 1980 e reacende a Guerra Fria com a URSS, a qual ele chama de ‘Império do Mal’. Ele impõe reformas neoliberais na economia norte-americana e propõe o projeto Guerra nas Estrelas, segundo o qual criar-se- ia um escudo anti-mísseis para defender os EUA de ataques atômicos soviéticos. Isso é uma grande provocação à URSS, apesar de o projeto ser tecnicamente inviável. Essa e outras medidas armamentistas suas ajudam a derrubar a União Soviética em 1991. 5. Questões internas da União Soviética: - Os últimos anos de Stalin na URSS: Antes de morrer em 1953, Josef Stalin promove mais uma de suas ondas de perseguições políticas com várias vítimas. Os anos pós-guerra também são caracterizados pelo aumento estupendo do poder geopolítico e do imenso gasto militar da URSS, obcecada em conseguir produzir a bomba atômica. - Kruschev e a desestalinização: Com a morte de Stalin, seu pupilo Nikita Kruschev emerge como líder no país. Em 1956 no XX Congresso do PCUS, Kruschev denuncia os ‘crimes de Stalin’, denunciando todas as perseguições políticas e os campos de concentração. Tem início um limitado processo de desestalinização do regime, com abertura política, melhora das relações com os EUA e uma pequena democratização do país. Ele vira vítima da própria abertura que promoveu e é destituído por outro grupo no PCUS em 1964. - Os anos Brejnev: Outro pupilo de Stalin, Lionid Brejnev, vira líder do Estado soviético após a destituição de Kruschev. Esse muito mais rígido, autoritário e militarista do que Kruschev. Ele traz de volta características autoritárias dos tempos de Stalin, investe pesadamente em armamentos e deixa a produção de bens de consumo em segundo plano. A economia soviética entra, então, em estagnação. Exercícios: 1) Descreva a situação dos EUA no pós guerra. 2) Defina quais foram as origens da Guerra Fria. 3) Descreva com suas palavras o que foi a Guerra Fria. 4) O que foi o Plano Marshall? 5) Descreva com atenção as principais característica da Guerra Fria. 6) Descreva a relação entre Coréia, Vietnã, Cuba e Afeganistão (cada país em separado) com os EUA. 7) Defina Macarthismo. 8) Quais os principais feitos do governo Kennedy? 9) O que foi o projeto Guerra nas Estrelas? 10) Descreva, em poucas palavras, a situação interna da URSS durante a Guerra Fria.