Aula 5

  • August 2019
  • PDF

This document was uploaded by user and they confirmed that they have the permission to share it. If you are author or own the copyright of this book, please report to us by using this DMCA report form. Report DMCA


Overview

Download & View Aula 5 as PDF for free.

More details

  • Words: 2,028
  • Pages: 10
Planejamento Estratégico de Campanha Eleitoral Aula 5

Prof. Ricieri Garbelini

1 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico

Conversa inicial Olá! Seja bem-vindo à quinta aula de Planejamento Estratégico de Campanha Eleitoral. Hoje abordaremos a necessidade do planejamento de campanha eleitoral, como funciona a sua criação e as etapas de seu procedimento. Também falaremos sobre a elaboração do orçamento. Vamos começar?

Contextualizando Planejar é um processo de reflexão, de previsão das necessidades e de tomada de decisões. Sendo assim o planejamento de campanha é um processo de análise de mercado, para criar estratégias, ampliando esforços em etapas e prazos determinados. Esse é um processo que determina onde ir, como chegar, quais são os recursos e quais são as possibilidades. Cabe lembrar que ele deve começar pelo briefing, por um relatório que apresenta informações sobre ambiente interno e externo, oportunidades, objetivos e desafios para comunicação e que seja um documento-guia para a elaboração de uma estratégia de planejamento. No material online, o professor Ricieri Garbelini apresenta a introdução desses tópicos. Confira!

Tema 1: Porque Planejar O planejamento está vinculado diretamente ao êxito ou ao fracasso da meta ao ato definido. Em toda campanha eleitoral há tempo para se preparar antes de uma eleição. Tempo para realizar as pesquisas; organizar a equipe; conhecer os problemas da cidade, do bairro e pensar as propostas para solucioná-los; procurar apoios; fortalecer a relação com o eleitor; melhorar e fazer a comunicação sobre a gestão, caso o candidato esteja no governo. Esse seria o tempo para construir a vitória.

2 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico

As disputas eleitorais são cada vez mais complexas e competitivas e eleição após eleição, os partidos políticos procuram profissionalizar as suas campanhas, acabando por incorporar as novas ferramentas de planejamento e gestão. Os benefícios de se trabalhar de forma mais planejada são muitos e permitem (KUNTZ, 2006):  Aproveitar melhor os recursos disponíveis, dinheiro, pessoas, tempo, apoios, que geralmente são escassos. Quando os recursos são poucos, então o segredo é usar da melhor forma possível;  Ter o maior controle do desempenho da campanha eleitoral;  Melhorar sempre que possível o trabalho em equipe, promovendo uma visão compartilhada das metas que se pretende alcançar em cada momento da campanha. Assim, devem-se conhecer bem os objetivos procurados, os militantes, os simpatizantes e colaboradores para que compreendam melhor a importância de cada tarefa na estratégia geral. O professor Ricieri Garbelini explica a necessidade de um planeamento estratégico para as campanhas eleitorais no material online. Confira!

3 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico

Tema 2: Perguntas Básicas Assim como em cada profissão existe um planejamento, na elaboração de uma campanha política não é diferente, sendo necessário para iniciar um projeto que o candidato seja franco e o mais honesto possível ao responder quatro questões simples, porém fundamentais:  Por que ser candidato?  Por que votariam em mim?  O que me distingue?  Se eu perder? Após realizar essas perguntas, o candidato deve fazer um levantamento sobre o seu passado, fragilidades e virtudes. Tais questionamentos são feitos para evitar problemas futuros e, após estas perguntas serem respondidas de forma honesta, pode ser dar o início ao planejamento. A primeira questão predetermina qual o cargo desejado. Em seguida, analisam-se as eleições anteriores para se ter uma noção aproximada de quantos votos foi necessário para cada legenda, e quantos votos teve o último candidato que se elegeu; deve-se saber ainda quem está filiado e quem são os possíveis candidatos do partido. Mediante essa análise atenta, é preciso observar qual partido teve o maior quociente eleitoral e o que teve menos; observam-se então as alianças, que são muito importantes e, também, quantos candidatos de um determinado partido tem mandato, qual sua potencialização de votos, quantas cadeiras tem cada partido e qual seu potencial. Assim, a natureza do sistema democrático é a representatividade que representa alguém além de si mesmo. Essa base é chamada de reduto, a querência, o local onde o candidato estará protegido do alcance dos seus adversários e de onde provém a força para poder enfrentá-los. O candidato acaba sendo um elo entre as causas pública e o eleitor acaba sendo a face humana dos partidos. 4 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico

Depois, os dados são entregues ao candidato para que sejam analisados. Define então se é cabível disputar o pleito por um partido de sua ideologia/preferência ou então um partido que, pelo estudo, atenda à necessidade de votos para se eleger, lembrando que a potencialidade de votos deve ser estudada. Ao analisar o cargo e as legendas de anos anteriores, traça-se uma meta de trabalho. E, entendendo a meta como a quantidade de votos necessários para o êxito eleitoral, verifica-se a potencialidade de cada candidato e a região correspondente.

Agora é com o professor Ricieri Garbelini. É ele que aborda cada uma das perguntas básicas no material online.

Tema 3: Criação de Objetivos Dentro de uma campanha política, depois de ter o resultado de todas as pesquisas que foram realizadas, saber qual bandeira o candidato irá defender, os segmentos a atingir e onde desenvolver a campanha eleitoral, o consultor político usa o marketing político para pôr em prática todas as ferramentas citadas, adequando as necessidades à realidade. O marketing político atua com o conjunto de técnicas e métodos de que uma organização política dispõe para conhecer o público e exercer algumas influências sobre ele. Mais precisamente, é o processo de beneficiar um determinado candidato, criando condições meritórias que os diferenciam dos seus concorrentes com o mínimo possível de recursos. Assim, em vez de falar em qualidade de produto, neste caso falamos de conteúdo dos candidatos. E o marketing acaba sendo desafiado a provar ser algo viável, real e muito interessante, podendo ser usado para o “bem”. Desta forma, ao observar o percurso do marketing nas campanhas eleitorais brasileiras, podemos perceber que a aplicação das técnicas de venda dos

5 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico

produtos é cada dia mais decisiva na construção das alternativas políticas, não importando a ideologia do partido.

Aprofunde os seus estudos sobre a criação dos objetivos em uma campanha política assistindo à explicação do professor Ricieri Garbelini no material online.

Tema 4: Etapas do Planejamento O planejamento de uma campanha pode ser dividido em oito etapas, que ficam mais claras para o entendimento (KUNTZ, 2006). Conheça cada uma delas:  Avaliação: levantam-se todos os dados possíveis, demonstrando uma situação atual. Procura-se identificar com absoluta clareza os trunfos e fraquezas de cada aliado e adversário. Mas, atenção: a mão que pode se estender para defender é a mesma que pode dar o golpe.  A Articulação de Alianças: verificar quantas alianças possui e com quantas pessoas pode contar. Para tornar a campanha um sucesso, cada reduto exige a parceria de um “gerente” que cuidará em tempo integral da ampliação da inserção, distribuirá o material publicitário e criará obstáculos e estratégias que impossibilitam o crescimento dos adversários em tais redutos. Porém, cada demanda possui diferentes níveis de custos, cuidados e atenção ao longo do desenvolvimento da campanha.  Previsão: nessa fase se tem a formulação de hipóteses por meio das quais se projeta a situação para um determinado período futuro. Assim, podem ser avaliados os riscos, as oportunidades, e modificar os elementos necessários.

6 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico

 A Busca de Soluções: aqui são definidas as alternativas para soluções de problemas e eliminação de barreiras inventariadas na previsão, acabando por estabelecer a base para uma determinada estratégia. 

O Orçamento: após o conhecimento das etapas anteriores, opta-se pelo instrumento de comunicação, serviços profissionais e materiais que serão utilizados durante toda a campanha, sendo inclusos os cartazes,

adesivos,

banners,

custos

de

comitês

em

geral,

funcionários, viagens, enfim, todos os gastos da campanha.  Adequação dos meios e recursos: a projeção orçamentária corresponde ao levantamento dos custos que seriam necessários para a realização da campanha ideal. Assim, o somatório de todos os itens que constituem vai dar ao candidato condições de avaliar o montante de recursos financeiros e humanos que poderá ser utilizado na campanha.  Programação dos Fornecimentos e Recebimentos: após ser determinada a receita que o candidato possui para gastar em toda a sua campanha, elabora-se um cronograma de entrada de recursos e outro que demonstrará a saída de materiais e serviços que serão necessários. Assim, tem que existir uma conciliação entre o que entra e sai, para que a campanha não “quebre as pernas” na metade do caminho.  Dividir o plano de ação em etapas: as ações obedecem a estratégias já preestabelecidas, com os objetivos de curto e médio prazo. É necessário obedecer a uma periodicidade para reavaliar até onde o objetivo está sendo realizado.

7 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico

Quer saber mais sobre as etapas do planejamento? Veja o que o professor Ricieri Garbelini diz sobre elas no material online.

Tema 5: Elaboração do Orçamento A elaboração do orçamento de uma campanha é uma tarefa muito mais difícil e complexa, e que até mesmo pode levar o candidato a cometer diversos erros. Isso ocorre porque é comum subavaliarem os valores inseridos no plano orçamentário e quando a campanha já se encontra em fase adiantada, descobrese que os recursos estimados não serão suficientes para cobrir os gastos atuais. Um orçamento deve ter um equilíbrio conquistado quando decorre da sequência natural de um planejamento global da campanha, levando em conta as necessidades reais de um candidato e o público que se quer atingir. Com o desenvolvimento de um bom planejamento orçamentário, pode se ter os dados das receitas, como o fluxo de caixa da campanha, período a período, indicando quais épocas poderão sobrar ou faltar dinheiro, o que permitirá um remanejamento das despesas e receitas, inclusive em função da comunicação do candidato, evitando dúvidas e atropelos de última hora. A coordenação financeira de uma campanha não deve se restringir à função de receptora e administradora dos recursos captados junto a grandes doadores. Porém, existem outras formas de arrecadar fundos, e cabe à coordenação implantar os sistemas que viabilizam as novas fontes de rendas. Em uma campanha de grande porte, a descentralização da responsabilidade de arrecadar fundos pode representar significativa economia e um alívio da pressão financeira proveniente dos colégios eleitorais. Basta o coordenador delegar os seus aliados e candidatos proporcionais de seu grupo a execução dos eventos destinados à arrecadação de fundos para o custeio das atividades e as despesas locais. No material online, o professor Ricieri Garbelini fala mais a respeito da elaboração do orçamento. Confira!

8 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico

Trocando Ideias No Brasil, os orçamentos de algumas campanhas eleitorais são milionários. Como você pode confirmar lendo a artigo a seguir, que aborda quanto os principais candidatos à presidência em 2014 gastaram em suas campanhas. http://eleicoes.uol.com.br/2014/noticias/2014/08/02/r-74-bilhoescampanhas-eleitorais-vao-custar-ate-tres-copas-do-mundo.htm

Você acredita que essa desigualdade orçamentária pode prejudicar o sistema democrático? Se sim, como isso acontece? Poste a sua resposta no fórum e a compare com os as de seus colegas.

Na Prática Muitos profissionais acreditam que somente uma campanha bem planejada pode levar um candidato à vitória. Quais campanhas eleitorais você ainda se lembra? Aqueles candidatos em questão ganharam a eleição? Pesquise na internet algumas informações sobre essa campanha e analise quais foram os principais aspectos de seu planejamento.

Síntese E assim terminamos mais uma aula. Nela, apresentamos o que é um planejamento e qual é a sua importância para a campanha eleitoral, já que é por intermédio dele que são definidos os caminhos que a campanha irá percorrer e como serão feitas as ações. O planejamento estratégico é o ponto crucial da campanha, podendo levar o sucesso ou o fracasso. Para ver as considerações finais do professor Ricieri Garbelini, acesse o material online.

9 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico

Referências COUTINHO DE LIMA, Marcelo O. Marketing Eleitoral. 2002. versão para e.book. Disponível em: http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/mktpol.pdf. Acesso em: 14 jul.2015. FERREIRA JUNIOR, Achiles Batista. Marketing Político: Vantagens do Planejamento da Comunicação em Campanhas Eleitorais. [Dissertação de Mestrado]. Florianópolis: UFSC, 2003. KUNTZ, RONALD A. Marketing Político. Manual de Campanha Eleitoral. São Paulo: Global, 2006.

10 CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico

Related Documents

Aula 5
August 2019 36
Aula 5
November 2019 17
Aula 5
November 2019 16
Aula 5
November 2019 15
Aula 5 - Equipamentos
December 2019 8
Aula-5-implantac3a7c3a3o.pdf
November 2019 17