Aula 2

  • November 2019
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  • Pages: 57
Geologia e as cidades

Processos geológicos, o meio ambiente e o homem Cinco fatores que podem contribuir para o sucesso ou fracasso de uma sociedade organizada (Diamond, 2005): 1- Danos ambientais (atividades do homem infligem ao meio ambiente); 2 - Mudança climática (naturais, agravadas?) 3 - Vizinhos hostis 4 - Parceiros comerciais amistosos 5 – Resposta da sociedade aos seus problemas ambientais Abordagem desse curso: tópicos 1, 2 e 5

Desastres naturais no Brasil... Entre 2000 e 2007 mais de 1,5 milhões de pessoas foram afetadas por algum tipo de desastre natural no Brasil. Ocorreram 36 grandes episódios de enchentes, secas, deslizamentos de terra. O prejuízo econômico gerado por esses eventos foi estimado em US$ 2,5 bilhões (Universidade Católica de Louvain, Belgica, em Maffra & Mazzola, 2007)

Seca 14% Epidemia 3% Temperaturas extremas 6% Inundação 58% Deslizamentos 11% Vendavais 8% Principais desastres naturais no Brasil entre 2000 e 2007

Desastres naturais em Minas Gerais Municípios que decretaram situação de Emergência Municípios que comunicaram problemas com chuvas

Total de municípios afetados

32 52 84

Balanço parcial da chuvas em Minas Gerais a partir de outubro 2007 (fonte: Defesa Civil de MG)

Dados de eventos em algumas cidades mineiras em 2007 (fonte: Defesa Civil)

Acidentes naturais recentes em cidades de Minas Gerais incluídas neste curso de capacitação Município Turma 1

datas mais recentes  

tipos de processos

situação

 

 

deslizamentos, enchentes

 

vendaval, enchentes

 

Caeté

 

 

Contagem

  deslizamentos, desabamentos

  Situação de emergência

Nova Lima

 

 

Raposos

 

 

Ribeirão das Neves

 

 

Belo Horizonte

2008

Betim

nov/06

Ibirité

dez/06

Sabará

dez/06

deslizamentos, desabamentos

 

Santa Luzia

nov/06

vendaval

ocorrências

Vespasiano

dez/06

deslizamentos, desabamentos

Morro do Pilar

dez/06

deslizamentos, quedas

ocorrências Situação de emergência

Itabira

dez/06

vendaval

João Molevade

nov/06

alagamentos

ocorrências Situação de emergência

(Fonte das informações – Defesa Civil de Minas Gerais)

Acidentes naturais recentes em cidades de Minas Gerais incluídas neste curso de capacitação Município

datas mais recentes

tipos de processos

situação

Turma 2 Coronel Fabriciano Timóteo

jan/07 dez/07 e set/06

alagamentos, solapamentos marginais

Situação de emergência

deslizamentos, enchentes

Situação de emergência

Aimorés

Situação de emergência Situação de emergência Situação de

Frei Inocêncio Governador Valadares

jan/07

enchentes, deslizamentos

dez/06

enchentes, solapamentos

Manhuaçu

fev/07

rastejamento, escorregamento

emergência

alagamentos e deslizamentos alagamentos e ruptura barragem

Situação de emergência Situação de emergência

enchentes, deslizamentos

Situação de emergência

Mantena Reduto Resplendor Teófilo Otoni

dez/06

Muriaé

dez/07

Sabinópolis

dez/07

Alvinópolis

jan/07

(Fonte das informações – Defesa Civil de Minas Gerais)

Acidentes naturais recentes em cidades de Minas Gerais incluídas neste curso de capacitação Município

datas mais recentes

tipos de processos

situação

Turma 3 Campo Belo Cataguases Ervália

jan/07

enchentes, deslizamentos, erosão

Situação de emergência

jan/07

enchentes, deslizamentos e quedas

Situação de emergência Situação de emergência Situação de

Guiricema

deslizamentos e inundações deslizamentos, enchentes, inund.

Juiz de Fora

emergência

Leopoldina Ouro Preto

deslizamentos e enchentes

Poços de Caldas São João Del rei São João Nepomuceno São Lourenço

jan/07

inundação, alag. e deslizamentos

jan-07

inundação e deslizamentos

2007

inundação

Situação de emergência

Visconde do Rio Branco Diogo de Valadares Belo Vale

(Fonte das informações – Defesa Civil de Minas Gerais)

Desastres naturais mais freqüentes X mais perigosos Brasília - O deslizamento de terras, comum durante épocas chuvosas em bairros e invasões que surgem nas encostas de municípios brasileiros, é um problema mais preocupante do que as enchentes. A afirmação é do assessor técnico da Secretaria Nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades, Leonardo Ferreira. “Os dados que nós temos apontam muito mais mortes em acidentes com deslizamentos do que com inundações. O deslizamento é muito mais violento, menos previsível e quando ele acontece temos muitas vítimas. Nas enchentes poderíamos destacar mais a perda material.” (Hugo Costa e Mariana Jungmann Repórter da Agência Brasil – fevereiro 2008 )

Códigos da Defesa Civil para os desatres Naturais

Desastres pouco comuns no Brasil, mas alguns tremores acontecem....

Códigos da Defesa Civil para os Desastres Naturais (continuação)

Códigos da Defesa Civil para os desatres Naturais (continuação...)

Estrutura da CIDADE

Superestrutura Conjunto das estruturas antrópicas finalísticas, compreendendo moradia, comércio, indústria, serviços, educação, cultura, lazer e desporto (natureza), com a funções inerentes a tais equipamentos.

Mesoestrutura Inclui sistemas viários, de água, esgoto, drenagem pluvial e similares (natureza), com a função de proporcionar condições de funcionamento à superestrutura, para tanto adaptando-se às necessidades e ao porte desta e às condições de suporte dadas pela infra-estrutura.

Infraestrutura A Infra-estrutura é o sistema geológico nos aspectos constitutivo e comportamental, com a função de suprir os fatores de sustentabilidade nos territórios urbano e rural: suporte do solo arável, com flora e fauna; recursos minerais industriais, hídricos e materiais de construção, suporte físico da meso e da superestrutura; recursos hídricos pluviais, absorção e atenuação de impactos ambientais; sustentação de paisagens especiais. A infra-estrutura está na cidade, no campo adjacente e mais remoto, e também no seu céu.

Ação Humana Sobre a Terra Ambiente geológico + ação humana = ambiente tecnogênico AG – Ambiente geológico I1 – intervenções que levam a degradação I2 AG

At2

I1

AT1- Ambiente Tecnogênico 1 (decaído)

At1

I2 – intervenções que conduzem à reabilitação AT2 – Ambiente Tecnogênico 2 ( reabilitado)

Atributos a serem avaliados para o planejamento do uso do espaço e previsão de desastres • • • • •

Fatores Climáticos Solos Rochas Rochas Bacia hidrográfica ( águas superficiais e subterrâneas) • Condições geomorfológicas (relevo, declividade, processos comuns) • Formas de ocupação (vegetação natural, agrícola, urbanização, etc..) • Ação antrópica

Bacia hidrográfica • Uma bacia hidrográfica ou bacia de drenagem é uma área da superfície terrestre que drena água, sedimentos e materiais dissolvidos para uma saída comum, num determinado ponto de um canal fluvial(exutório). O limite de um bacia hidrográfica é conhecido como divisor de drenagem ou divisor de águas. • Os divisores topográficos ou divisores de água são as cristas das elevações do terreno que separam a drenagem da precipitação entre duas bacias adjacentes.

700

700

695

695 700

690

690 695

685

680

690

700

675

685

680

675

680 685

670 680

665

685

Divisor de Águas

Exutório

655

660

665

670

A rede de drenagem de uma bacia hidrográfica é formada pelo rio principal e pelos seus tributários, constituindo-se em um sistema de transporte de água e sedimentos, enquanto a sua área de drenagem é dada pela superfície da projeção vertical da linha fechada dos divisores de água sobre um plano horizontal, sendo geralmente expressa em hectares (ha) ou quilômetros quadrados (km2).

Uma bacia hidrográfica é um sistema que integra as conformações de relevo e drenagem. A parcela da chuva que se abate sobre a área da bacia e que irá transformar-se em escoamento superficial, chamada precipitação efetiva, escoa a partir das maiores elevações do terreno, formando enxurradas em direção aos vales. Esses, por sua vez, concentram esse escoamento em córregos, riachos e ribeirões, os quais confluem e formam o rio principal da bacia. O volume de água que passa pelo exutório na unidade de tempo é a vazão ou descarga da bacia. Na seqüência de um evento chuvoso significativo, a vazão Q varia com o tempo de uma forma característica de cada bacia.

• Se a extensão espacial e a duração da chuva forem suficientemente grandes, todos os pontos da bacia irão contribuir, concentrando a totalidade do escoamento superficial no exutório.

B

Q(t)

P(t)

Chuva Efetiva

Qmax

Volume de recarga dos escoamentos sub-superficial e subterrâneo

C A

Tempo t Fonte: Naghettini, 2007

As áreas que contribuem para a formação da vazão Q vão se estendendo desde aquelas mais adjacentes aos cursos d’água até as mais distantes, delineando as características da parte ascendente A-B do hidrograma. Se a extensão espacial e a duração da chuva forem suficientemente grandes, todos os pontos da bacia irão contribuir, concentrando a totalidade do escoamento superficial no exutório. Nesse ponto, forma-se um estado de equilíbrio na bacia e a vazão Q encontra-se em seu ponto máximo - a vazão de pico Q max; se a chuva efetiva continuar com a mesma intensidade, a vazão ficará estacionária nesse ponto máximo

B

Q(t)

P(t)

Chuva Efetiva

Qmax

Volume de recarga dos escoamentos sub-superficial e subterrâneo

C A

Tempo t Fonte: Naghettini, 2007

Caso contrário, as áreas de contribuição irão diminuir gradativamente, iniciando a fase descendente B-C do hidrograma.

• As vazões de uma bacia dependem de fatores climáticos e geomorfológicos. • A intensidade, a duração, a distribuição espaçotemporal da precipitação sobre uma bacia, bem como a evapotranspiração, estão entre os principais fatores climáticos. • Por outro lado, um hidrograma sintetiza a forma pela qual uma bacia hidrográfica atua como um reservatório, distribuindo a precipitação efetiva ao longo do tempo. • O hidrograma possui vazões e tempos característicos, os quais são atributos típicos, resultantes das propriedades geomorfológicas da bacia em questão.

Essas podem ser sintetizadas pela: • extensão da bacia: • forma, • distribuição de relevo, • declividade, • comprimento do rio principal, • densidade de drenagem, • cobertura vegetal, • tipo e uso do solo, • entre outras.

• Área, forma e densidade de drenagem

Solos Solos

Tolerância de perda de solos (t ha-1) Amplitudes observadas

Média ponderada em relação á profundidade

Podzólico vermelho, amarelo

5,2 – 7,6

6,6

Podzólico com cascalho

3,4 – 11,2

5,7

Terra roxa estruturada

11,6 – 13,6

13,4

Latossolo Roxo

10,9 – 12,5

12,0

Latossolo vermelho – amarelo

11,5 – 13,3

12,3

Latossolo vermelho amarelo arenoso

13,6 – 15,3

14,2

litólico

1,9 – 7,3

4,2

Regossolo

9,7 – 16,5

14,0

Com horizonte B textural

Com horizonte B latossólico

Solos poucos desenvolvidos

Relevo Intervalo de % de declive

Nome atribuído

Caracterização

Plano

Superfície de topografia esbatida ou horizontal, onde os desnivelamentos são muito pequenos.

3–8

Suave ondulado

Superfície de topografia pouco movimentada, constituída por conjunto de colinas/ e ou outeiros, apresentando declives suaves

8 – 20

Ondulado

Superfície de topografia pouco movimentada, constituída por conjunto de colinas e/ou outeiros e /ou morros, com declives acentuados

20 – 25

Forte ondulado

Superfície de topografia movimentada, formada por outeiros e /ou morros, com declives fortes

45 – 75

Montanhoso

Superfície de topografia vigorosa, com predomínio de formas acidentadas, usualmente constituída por morros, montanhas e maciços montanhosos e alinhamentos montanhosos, apresentando desnivelamentos relativamente grandes e declives fortes a muito fortes

Escarpado

Regiões ou áreas com predomínio de formas abruptas, compreendendo escarpamentos, tais como: aparado, itaimbé, frente de cuesta, falésia, flanco de serras alcantiladas e vertente de declives muito fortes de vales encaixados.

<3

> 75

Geometria e declividade das encostas

Tipos comuns de processos em Minas Gerais • processos de intemperismo (degradação de solos e rochas), • erosão • Assoreamento • inundações • escorregamentos • subsidência. • carstificação • interações físico-químicas na água, no solo e na rocha (contaminação de água subterrânea)

Pedogênese e intemperismo Processo ou conjunto de processos combinados químicos, físicos e/ou biológicos de desintegração e/ou

degradação e decomposição de rochas causados por agentes geológicos diversos junto à superfície da crosta terrestre.

Erosão • Define-se por erosão o processo de desagregação e remoção de partículas do solo ou de fragmentos e partículas de rochas, pela ação combinada da gravidade com a água, vento, gelo e organismos. Ex erosão hídrica, erosão eólica, erosão glacial, erosão biológica, etc... • Em geral distinguem-se duas formas de abordagem para os processo erosivos: erosão natural ou geológica, erosão que se desenvolve em condições de equilíbrio com a formação do solo, e erosão acelerada ou antrópica, cuja intensidade é superior à da formação do solo, não permitindo a sua recuperação natural.

Fatores condicionantes da erosão: Erosão Hídrica (laminar, linear, interna) • Erosividade - chuvas/clima • Erodibilidade – solos (textura, estrutura, espessura, permeabilidade) • Substrato rochoso (grau de alteração, descontinuidades) • Vegetação (proteção natural) • Topografia (altura, comprimento da rampa, forma) • Atividades antrópicas (desmatamento, uso e ocupação)

Chuva De acordo com Infantini Jr. & Fornasari Filho (1998), a água de chuva provoca erosão pelo impacto das gotas de água sobre a superfície do solo, caindo com velocidade e energia variáveis, e através do fluxo concentrado das águas de escoamento superficial. Sua ação erosiva depende da distribuição pluviométrica do evento chuvoso (chuva acumulada e intensidade de chuva). Erosividade é o nome dado ao índice que mede a capacidade da chuva em causar erosão.

Propriedades dos solos As propriedades do solo têm grande importância nos estudos de erosão, porque, juntamente com outros fatores, determinam a maior ou menor susceptibilidade à erosão. Erodibilidade é a resistência do solo em ser removido e transportado. Solos arenosos e siltosos apresentam os maiores índices de erodibilidade. Solos argilosos, se por um lado podem dificultar a infiltração das águas, por outro são mais difíceis de serem removidos, especialmente quando se apresentam em agregados.

Cobertura vegetal A cobertura vegetal é um dos fatores mais importantes de defesa natural do solo contra a erosão (DAEE/IPT, 1989). A cobertura vegetal, natural ou determinada pelo tipo de cultura agrícola, propicia uma certa proteção aos terrenos (Ximenes & Iwasa, 1995): -Proteção contra o impacto direto das gotas de chuva; -Dispersão e quebra da energia das águas de escoamento superficial; -Aumento da infiltração pela produção de poros no solo por ação das raízes; -Aumento da capacidade de retenção de água pela estruturação do solo por efeito da produção e incorporação de matéria orgânica

Topografia (Relevo) A topografia também é um fator natural que determina a velocidade dos processos erosivos. Maiores velocidades de erosão podem ser mais esperadas em relevos acidentados, como morros, do que em relevos suaves, como colinas amplas, pois declividades mais acentuadas favorecem a concentração e maiores velocidades de escoamento das águas, aumentando sua capacidade erosiva. A declividade tem tanto maior importância quanto maior for trecho percorrido pela água que escoa, ou seja, quanto maior for a amplitude da encosta.

Topografia... Bertoni (1959) determinou uma equação que permite calcular as perdas médias de solo para vários graus de declive e comprimento de rampa:

LS = 0,00984 L

0 , 63

S

1,18

Onde

LS = fator topográfico L = comprimento da rampa em metros S = grau de declive, em porcentagem L S são índices utilizados na equação universal de perda de solo por erosão laminar: A=RKLSCP Onde A = índice que representa a perda de solo por unidade de área R = índice de erosividade da chuva K = índice de erodibilidade C = índice relativo ao fator uso e manejo do solo P = índice relativo à pratica conservacionista adotada (formulações empíricas)

Tipos de erosão • Erosão laminar, ou em lençol, causada pelo escoamento difuso das águas das chuvas, resultando na remoção progressiva e uniforme dos horizontes superficiais do solo • Erosão linear ou concentrada, causada pela c concentração das linhas de fluxo das águas de escoamento superficial, resultando em pequenas incisões na superfície do terreno, em forma de sulcos, que pode evoluir, por aprofundamento, para ravinas e voçorocas.

Conseqüências gerais da erosão Áreas rurais Áreas urbanas -perda do solo agricultável principalmente pela erosão laminar e diminuição do potencial produtivo das terras. -As voçorocas e ravinas tornam-se verdadeiras armadilhas para a queda de animais. -Destruição de estradas, caminhos -Assoreamento de rios e outros mananciais e reservatórios de água.

-aumento do risco de acidentes em moradias próximas às margens de voçorocas. -Destruição de ruas e equipamentos públicos como tubulações e redes de drenagem. -As ravinas e voçorocas tornam-se áreas de despejo de lixo, às vezes até como tentativa desastrosa de contenção. -O lixo e os lançamentos de esgotos transformam as erosões em focos de proliferação de vetores. -Assoreamento dos cursos d’água e reservatórios, dentro da área urbana ou nas suas periferias, e a destruição ou entupimento da rede de galerias, agravam ainda mais os problemas causados pela erosão, pela promoção de enchentes, concentração de poluentes e perda de capacidade de armazenamento d’água dos reservatórios de abastecimento público.

ASSOREAMENTO

Acumulação de partículas sólidas (sedimentos) em meio aquoso ou aéreo, quando a força do agente transportador é sobrepujada pela gravidade, ou quando a supersaturação das águas causa a deposição de partículas. O processo é intensificado pelas atividades antrópicas (práticas agrícolas inadequadas e infra-estrutura precária de urbanização), decorrente de um modo geral do aumento da erosão pluvial.

Dinâmica de assoreamento dos rios e análise de sua forma: A fisionomia que o rio exibe ao longo do seu perfil longitudinal é descrita como retilínea, anastomosada, meândrica,constituindo o chamado padrão dos canais.

ENCHENTE: Elevação temporária do nível d´água em um canal de drenagem devida ao aumento da vazão ou descarga.

INUNDAÇÃO: Fenômeno de extravasamento das águas do canal de drenagem para as áreas marginais (planície de inundação, várzea ou leito maior do rio) quando a enchente atinge cota acima do nível máximo da calha principal do rio.

Movimentos de massa DEFINIÇÃO:

movimentos gravitacionais de massa, mobilizando o solo, a rocha ou ambos.

TIPOS DE PROCESSOS:

escorregamento de solo escorregamento de rocha rastejo ou “creep” queda de blocos desplacamento rochoso rolamento de matacões corridas de terra corridas de lama corridas de blocos

Movimentos de Massa • Os movimentos de massa são condicionados pela superposição destes principais fatores: regime pluviométrico, características e natureza dos terrenos, características geomorfológicas e intervenção antrópica.

MOVIMENTOS DE MASSA PROCESSOS

RASTEJO (CREEP)

ESCORREGAMENTOS (SLIDES)

QUEDAS (FALLS)

CORRIDAS (FLOWS)

CARACTERÍSTICAS DO MOVIMENTO/MATERIAL/GEOMETRIA • vários planos de deslocamento (internos) • velocidades muito baixas a baixas (cms/ano) e decrescentes c/ a profundidade • movimentos constantes, sazonais ou intermitentes • solo, depósitos, rocha alterada/fraturada • geometria indefinida  poucos planos de deslocamento (externos)  velocidades médias (m/h) a altas (m/s)  pequenos a grandes volumes de material  geometria e materiais variáveis: PLANARES: solos poucos espessos, solos e rochas com um plano de fraqueza CIRCULARES: solos espessos homogêneos e rochas muito fraturadas EM CUNHA: solos e rochas com dois planos de fraqueza • sem planos de deslocamento • mov. tipo queda livre ou em plano inclinado • velocidades muito altas (vários m/s) • material rochoso • pequenos a médios volumes • geometria variável: lascas, placas, blocos, etc. ROLAMENTO DE MATACÃO TOMBAMENTO • muitas superfícies de deslocamento (internas e externas à massa em movimentação) • movimento semelhante ao de um líquido viscoso • desenvolvimento ao longo das drenagens • velocidades médias a altas • mobilização de solo, rocha, detritos e água • grandes volumes de material • extenso raio de alcance, mesmo em áreas planas

ESCORREGAMENTOS

POUCOS PLANOS DE DESLOCAMENTO (EXTERNOS) VELOCIDADES MÉDIAS (m/h) A ALTAS (m/s) PEQUENOS A GRANDES VOLUMES DE MATERIAL GEOMETRIA E MATERIAIS VARIÁVEIS

QUEDAS SEM PLANOS DE DESLOCAMENTO MOVIMENTOS TIPO QUEDA LIVRE OU EM PLANO INCLINADO VELOCIDADES MUITO ALTAS (VÁRIOS M/S) MATERIAL ROCHOSO PEQUENOS A MÉDIOS VOLUMES GEOMETRIA VARIÁVEL: LASCAS, PLACAS, BLOCOS, ETC. ROLAMENTO DE MATACÃO TOMBAMENTO

CORRIDAS MUITAS SUPERFÍCIES DE DESLOCAMENTO MOVIMENTO SEMELHANTE AO DE UM LÍQUIDO VISCOSO DESENVOLVIMENTO AO LONGO DAS DRENAGENS VELOCIDADES MÉDIAS A ALTAS MOBILIZAÇÃO DE SOLO, ROCHA, DETRITOS E ÁGUA GRANDES VOLUMES DE MATERIAL EXTENSO RAIO DE ALCANCE, MESMO EM ÁREAS PLANAS

ESCORREGAMENTOS CONDICIONANTES NATURAIS: características dos solos e rochas relevo (declividade/inclinação) vegetação clima nível d’água CONDICIONANTES ANTRÓPICOS: cortes e aterros desmatamento lançamento de água servida em superfície fossas sanitárias lixo e entulho cultivo inadequado

SUBSIDÊNCIAS E COLAPSOS Deformação ou deslocamento de direção essencialmente vertical descendente, causando afundamentos nos terrenos. Causas : - dissolução de rochas (carstificação) - acomodação de camadas do substrato pelo peso - pequenas movimentações em falhas - ação do homem bombeamentos, peso de estruturas colapso de antigas minas subterrâneas

Processos – características gerais Processos Escorregamentos

Inundações e Alagamentos

Erosão hídrica

Subsidência por adensamento

Colapso de solos

Expansão dos terrenos

Principais Condições predisponentes Encostas com inclinações elevadas; depósitos de tálus e colúvios; concentração do escoamento de água de superfície e subsuperfície; pluviometria média anual elevada

Exemplos de intervenções antrópicas desencadeadoras Eliminação da cobertura vegetal, cortes instabilizadores, lançamento de lixo; aterro mal compactado e sem controle, lançamento de água não controlado; construção de reservatórios (instabilização de margens) Planícies de inundaEliminação da cobertura vegetal; ções; rupturas de declive uso do solo que propicia o (terraços, aumento do escoamento bermas, patamares, superficial; estrangulamento da etc.); áreas de baixadas; drenagem; construção de cabeceiras de drenagem; lençol reservatórios (impactos a freático próximo montante) à superfície; marés altas; bacias de forma circular; alta densidade de drenagem da bacia; baixa capacidade de escoamento; assoreamento Solos arenosos e siltosos pouco Eliminação da cobertura vegetal; coesivos; inclinações acentuadas lançamento concentrado e não dos terrenos; concentração do dissipado de águas servidas e de escoamento d’água de superfície chuvas; cortes e aterros não e subsuperfície (piping); chuvas protegidos; construções de vias, intensas e mal distribuídas no caminhos e trilhas que concentram espaço e no tempo o escoamento; construção de reservatórios (margens e jusantes) Planícies ou baixadas com Obras com fundações presença de solos moles, inadequadas; escavações sem continentais ou marinhos contenções apropriadas; rebaixamento não controlado do lençol freático; super exploração de água subterrânea Feições cársticas, principalmente Obras que provocam a saturação cavernas, minerações de solos de fundação; subterrâneas. rompimentos de dutos Presença de rochas e solos que Cortes que eliminam camadas apresentam aumento de volume superficiais protetoras ou ao serem desconfinados e sob a desconfinam o material; cortes ação da umidade; presença de que permitem a ação das argilo-minerais expansíveis intempéries

Algumas feições de campo indicativas Trincas no terreno; degraus de abatimento; postes; árvores e muros inclinados ou tombados

Exemplos de danos possíveis

Marcas de inundação em árvores, barracos e construções; áreas úmidas ou com acúmulo de água mesmo sem chuvas; sedimentos atuais cobrindo o terreno original; solapamento das margens

Destruição de moradias, obras e plantações; morte de pessoas; morte de animais; danos sanitários; doenças

Áreas de solo nu; solos sem os horizontes superficiais; feições erosivas lineares (sulcos, ravinas, voçorocas); depósitos de sedimentos à meia encosta; assoreamento de fundo de vales

Queda de moradias, destruição de ruas e equipamentos urbanos; perda de solo agricultável; soterramento de estradas e de plantações de várzeas; impactos diversos nos recursos hídricos (poluição, perda de volume, armazenamento,etc) Inutilização de construções devido a recalques excessivos ou mesmo rupturas; rompimento de galerias, encanamento e tubos subterrâneos; vazamentos

Inclinação de prédios, desnivelamento acentuado entre estruturas e os terrenos adjacentes; trincas no terreno, em pavimentos e edificações Idem acima, afundamento formação de cavidades

Queda, ruptura e soterramento bruscos de construções, moradias, estradas, etc..; soterramento e morte de pessoas

e Idem acima

Ondulações e trincas em pisos e pavimentos; trincas em paredes; material desagregando nas superfícies de cortes; rupturas em taludes muito suaves

Instabilização de taludes de fundações e de cavidades subterrâneas; ruptura de pavimentos

Geologia e processos em Belo Horizonte

Assoreamento  Os processos de assoreamento de cursos d’água e galerias de drenagem são comuns nas áreas de domínio do Complexo Belo horizonte. Estes processos são decorrência dos inúmeros focos erosivos cadastros nesta área e também devido ao lançamento indiscriminado de lixo e bota fora nos cursos d’água e galerias de drenagem. Ex: Lagoa da Pampulha

Escorregamentos

grande parte das ações humanas desencadeadoras de escorregamentos nas áreas de solos de gnaisse estão relacionadas ao desmatamento e à retirada dos horizontes superiores (orgânicos e argilosos) do solo. Essas ações estimulam erosões e exposição dos solos inferiores mais arenosos e mais predispostos aos escorregamentos.

Predisposição aumenta com a ocupação inadequada........ L ix o T e rra d e sc a rta d a Á g u a s e rv id a c o n s tr u íd a s o b r e d e p ó s ito s in c o n s o lid a d o s C o rte s ín g re m e s

A te rro s m a l c o m p a c ta d o s

Forma indequada de ocupação das encostas inclinadas de Belo Horizonte

Medidas Preventivas • Conhecer como é o terreno de sua casa, • Proteger contra a ação das águas (chuvas e águas servidas), não desmatar, • Não realizar cortes verticais ou que causem exposição dos planos das rochas, • Não jogar lixo e terra descartada nas encostas, • Não construir sobre terra descartada, lixo e terrenos pouco compactados • Estar atento ao aparecimento de trincas nos terrenos e nas casas, • Desocupar quando houver qualquer suspeita de movimentação do terreno, • Solicitar vistorias • Realizar obras adequadas e com orientação técnica

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