Introdução
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urante muito tempo convocou-se a arquitectura, a densidade, a altura dos prédios: a cidade era simbolizada pelos seus monumentos, as suas casas altas, a promiscuidade. No entanto, a actual evolução do urbanismo tende a valorizar novamente esta noção de centralidade e de simbolismo arquitectual, pois são pontos de ancoragem para populações, tendo gerado graves problemas para os quais não se avistam soluções.
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A rquitectura
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arquitectura (do grego arché — αρχή — significando "primeiro" ou "principal" e tékton — τέχνη — significando "construção") refere-se à arte ou à técnica de projectar e edificar o ambiente habitado pelo ser humano. Neste sentido, a arquitectura trata destacadamente da organização do espaço e dos seus elementos: em última instância, a arquitectura lidaria com qualquer problema de agenciamento, organização, estética e ordenamento de componentes em qualquer situação de arranjo espacial. No entanto, normalmente a arquitectura associa-se directamente ao problema da organização do homem no espaço (e principalmente no espaço urbano). A arquitectura como actividade humana existe desde que o homem passou a abrigar-se das intempéries. Uma definição mais precisa da área envolve todo o design (ou seja, o projecto) do ambiente construído pelo homem, o que engloba desde o desenho de mobiliário até o desenho da paisagem, da cidade (planeamento urbano e urbanismo) e da região (planeamento regional ou ordenamento do território). Neste percurso, o trabalho de arquitectura passa necessariamente pelo desenho de edificações (considerada a actividade mais comum do arquitecto), como prédios, casas, igrejas, palácios, entre outros edifícios. Segundo este ponto de vista, o trabalho do arquitecto envolveria, portanto, toda a escala da vida do homem, desde a manual até a urbana. “Arquitectura é música petrificada” – Johann Wolfgang von Goethe
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rimeiramente, a arquitectura manifesta-se de dois modos diferentes: a actividade e o resultado físico. A arquitectura enquanto actividade é um campo multidisciplinar, tendo como bases a matemática, as ciências, as artes, a tecnologia, as ciências sociais, a política, a história, a filosofia, entre outros. Sendo uma actividade complexa, é difícil conceituá-la de forma precisa, de forma que a palavra tenha diversas acepções e a actividade tenha diversos desdobramentos. Actualmente, o mais antigo tratado arquitectónico de que se tem notícia, e que propõe uma definição de arquitectura, é o do arquitecto romano Marco Vitrúvio Polião. Segundo o mesmo: "A arquitectura é uma ciência, surgindo de muitas outras, e adornada com muitos e variados ensinamentos: pela ajuda dos quais um julgamento é formado daqueles trabalhos que são o resultado das outras artes."
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A definição de Vitrúvio, apesar de inserida num contexto próprio, constitui a base para praticamente todo o estudo feito desta arte, e para todas as interpretações até à actualidade. Ainda que diversos teóricos, principalmente os da modernidade, tenham conduzido estudos que contrariam diversos aspectos do pensamento vitruviano, este ainda pode ser sintetizado e considerado universal para a arquitectura (principalmente quando interpretado, de formas diferentes, para cada época), seja a actividade, seja o património. Vitrúvio declara que um arquitecto deveria ser bem versado em campos como a música, a astronomia, etc. A filosofia, em particular, destaca-se: de fato quando alguém se refere à "filosofia de determinado arquitecto" referese à sua abordagem do problema arquitectónico.
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Arquit ectura Moderna
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ma definição precisa de arquitectura é impossível dada a sua amplitude. Como as demais artes e ciências, ela passa por mudanças constantes. No entanto, o excerto a seguir, escrito por Lúcio Costa, costuma gozar de certa unanimidade quanto à sua abrangência. "Arquitectura é antes de mais nada construção, mas, construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a determinada intenção. E nesse processo fundamental de ordenar e expressar-se ela revela-se igualmente arte plástica, porquanto nos inumeráveis problemas com que se defronta o arquitecto, desde a germinação do projecto, até a conclusão efectiva da obra, há sempre, para cada caso específico, certa margem final de opção entre os limites - máximo e mínimo - determinados pelo cálculo, preconizados pela técnica, condicionados pelo meio, reclamados pela função ou impostos pelo programa, - cabendo então ao sentimento individual do arquitecto, no que ele tem de artista, portanto, escolher na escala dos valores contidos entre dois valores extremos, a forma plástica apropriada a cada pormenor em função da unidade última da obra idealizada. A intenção plástica que semelhante escolha subentende é precisamente o que distingue a arquitectura da simples construção." Esta definição é entendida como um consenso pois ela resume praticamente toda uma metade de século de pensamento arquitectónico: a visão de Lúcio Costa sintetiza as várias teorias propostas por arquitectos pertencentes à arquitectura moderna. Dado que o moderno procurou colocar-se não como mais um entre vários estilos, mas como efectivamente a arquitectura, e a sua visão de mundo tornou-se predominante, tornou-se por fim um consenso. A teorização proposta pela arquitectura moderna engloba, no entanto, também toda a 3
arquitectura produzida antes dela, já que ela manifesta claramente que a arquitectura surge de um programa, incorporando as variáveis sociais, culturais, económicas e artísticas do momento histórico. Na medida em que os momentos históricos são heterogéneos, a definição moderna da arquitectura não ilegitima nenhuma outra manifestação histórica, mas activamente combate a cópia de outros momentos históricos no momento contemporâneo.
Urb anismo no tempo
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ada época teve o seu papel na edificação urbana. Os períodos de construção diferentes desmarcam-se pelas superposições ou as justaposições dos planos; então rectangulares na época romana e depois recobertos pelos planos anárquicos da Idade Média, que por sua vez estão furados pelos desenhos em tabuleiro de xadrez ou outras formas geométricas dos séculos XVII e XVIII e depois pelos traçados mais evoluídos, muitas vezes estratégicos do século XIX e depois do século XX. O fenómeno é claro quase em todos os lugares.
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Urbanismo
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s tentativas de avaliação das qualidades das cidades mostram na evidência, embora, a ciência do urbanismo não possa ser considerada como uma ciência exacta, que as cidades de sonho são as que resultam de planos sucessivos coerentes, que garantem a lenta sedimentação que dá forma a estas cidades onde o homem gosta de viver. A cidade é um ajuntamento de funções. Não existe nenhuma cidade que seja unicamente utilizada para habitação, para o sector terciário ou para o secundário. Contudo, as funções da cidade são a produção, o habitat, cultura do corpo, do espírito e a circulação. As indústrias deixaram as partes mais internas da cidade para se implantarem na periferia, em zonas especificamente industriais. Durante muito tempo, o comércio e o artesanato que lhe estava estritamente ligada, encontrava-se no centro das cidades, no entanto, saltando para os tempos actuais, permaneceram marcas indiscutíveis nas cidades contemporâneas. Contudo, as cidades nunca são homogéneas pois constituem-se por zonas, sectores, bairros que se diferenciam pelas suas funções, a sua fisionomia, e a sua imagem social é caracterizada pelo ordenamento espontâneo ou preconcebido. Uma das principais dimensões do urbanismo enquanto 3
ciência é precisamente proporcionar a melhor organização possível desta parte do corpo da cidade. A cidade torna-se cada vez mais complexa no seu conteúdo, nas diferenciações do seu tecido, constituindo partes mais ou menos contrastadas embora ligadas entre elas. A grande densidade urbana ao mesmo tempo sobre os territórios nacionais e dentro das aglomerações, o nível de vida elevado das populações, a liberdade de escolha dentro dos limites das possibilidades económicas do alojamento e do emprego, o progressivo aumento de lazeres, todos estes elementos contribuem para uma mobilidade urbana de grande envergadura tanto para o trabalho como para os serviços e lazeres. O urbanismo foi objecto de múltiplas definições pois quase todos os que tentaram abordar a cidade, as suas qualidades, os seus problemas, a sua poesia, o seu romantismo, a sua racionalidade, a sua filosofia, etc., tentaram precisar o seu conteúdo. Se pusermos de lado as definições caricatas, que se limitam à arte, ciência, disciplina, processos expressos por categorias profissionais que reclamam para si o poder absoluto sobre a realização do urbano, temos de verificar que por muito insuficiente que sejam as expressões do conteúdo do substantivo «urbanismo» levam-nos à reflexão, pois encerram alguns elementos fundamentais que permitem delimitar a impossível definição. O próprio dicionário Robert evoca o urbanismo – como «o estudo sistemático dos métodos permitindo adaptar o habitat, e parcialmente o habitat urbano, às necessidades dos homens e o conjunto de técnicas de aplicação destes métodos», logo não nos pode satisfazer, mesmo que nos apoiemos no Gastou Bardet: «simples disciplina de ordenamento das cidades». Estamos muito longe dos comentários do passado que limitavam o campo do urbanismo ao saneamento e manutenção das vias públicas. Portanto, é preciso procurar para além do que os autores especializados dizem. A multiplicidade de concepções e certezas obriga a abandonar o jogo das definições. Le Corbusier que sempre gostou de brincar ao jogo das pequenas frases deu-nos entre outras, esta definição: «o urbanismo é o produto expressivo do pacto de associação que sempre condicionou a existência possível dos homens», o que não nos adianta muito na busca da solução dos problemas colocados.
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B ibliografia
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitectura Pelletier, Jean e Delfante, Charles. Cidades e urbanismo no mundo. Instituto Piaget. O homem e a cidade 4.
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