Antiarrítimicos
Dr. Rubens Escobar Pires Lodi Disciplina de Farmacologia e Terapêutica II UNIMES
Sistema de Condução Cardíaco
Potencial de Ação Cardíaco Marcapasos
Contrátil
Potencial de Ação Cardíaco • Períodos Refratarios
C a++ Ca++
-65 mV
Na+
K+
• Periodo Refratario Efetivo
K+
Na+
K+
K+
-90
mseg
Potencial de Ação Cardíaco
Na+
-55 -70
C a++
K+
K+
Na+ Ca++
mV -90
mseg
Causas de Arritmias Anormalidades na Automaticidade Variabilidade na automaticidade do S-A ( ou ) Perda do predomínio do nodo S-A
A
B
C
Causas de Arritmias Anormalidades na Condução Perda da direção normal da condução
Normal
Reentrada
Arritmias mais comuns Arritmias Atriais Bradi/Taquicardia sinusal Flutter Fibrilação
Arritmias Nodo AV Bloqueios
Taquicardias Supraventriculares Fenomeno de Reentrada Taquicardia SV Aguda
Taquicardias Ventriculares Taquicardia Ventricular Aguda Fibrilacão Ventricular
Drogas Antiarrítmicas Modificam a automaticidade: Variação no Potencial de Despolarização Variação no Umbral de Despolarização
Modificam a condução: Variação na Velocidade de Condução Variação nos Períodos Refratários
Antiarrítmicos
Todos os antiarrítmicos são arritmogênicos !
Princípios do Uso Clínico dos Antiarrítimicos 1. Identificar e remover fatores preciptantes
Drogas que precipitam arritimias.
Teofilinas, eritromicina, alguns anti-psicóticos e antidepressivos.
Distúrbios hidro-eletrolíticos – Hipocalemia.
2. Estabelecer metas no tratamento
Algumas arritmias NÃO devem ser tratadas (CAST study !) Avaliar os sintomas referentes a arritmia.
Pre-síncope, síncope, “parada cardíaca”, sensação de palpitações irregulares, “falta de ar” e/ou cansaço.
Escolha as terapias necessárias.
Reduzir a resposta ventricular, restabelecer o rítimo normal, anticoagulação. Goodman and Gilman’s The Pharmacological Basis of Therapeutics, 10th ed. 2001
Princípios do Uso Clínico dos Antiarrítimicos 1. Minimizar os riscos
Drogas antiarrítimicas podem precipitar arritimias! Monitorar dosagem, inclusive em alguns casos a concentração plasmática. Avaliar as contra-indicações específicas de cada paciente.
2. A eletrofisiologia cardíaca é mutável.
Alterações isquemicas modificam potenciais elétricos, alterações eletrolíticas também. Goodman and Gilman’s The Pharmacological Basis of Therapeutics, 10th ed. 2001
Arritimias Cardíacas induzidas por drogas Arritimia
Droga
Bradicardia sinusal
Digitálico
Bloqueio AV, bradicardia Sinusal
Verapamil, Diltiazem
Resposta Ventricular no Flutter atrial
Quinidina, Flecainida, Propafenona
Resposta Ventricular na FA c/ WPW
Digitálico, Verapamil
Taquicardia Atrial multifocal
Teofilina
Torsades de Pointes
Quinidina, Sotalol, Procainamida, Disopiramida, Ibutilida
Taquicardia Ventricular
Flecainida, Propafenona
Fibrilação Ventricular (isquemica)
Verapamil
Goodman and Gilman’s The Pharmacological Basis of Therapeutics, 10th ed. 2001
Contra-indicações específicas para anti-arrítimicos Causas Cardiovasculares Condição
Usar com Cuidado / Não usar
ICC
Flecainamida, Disopiramida
Disfunção sinusal ou AV
Digitálicos, Verapamil, Diltiazem, Beta-Bloq, Amiodarona.
Wolff-Parkinson-White
Digitálicos, verapamil, diltiazem.
Doenças de Condução infranodal
Bloqueadores do canal de Na, Amiodarona
Estenose Aortica/Subaortica
Bretilium
Intervalo QT prolongado
Quinidina, Procainamida, Disopiramida, Sotalol, Dofetilida, Ibutilida
Transplante Cardíaco
Adenosina
Goodman and Gilman’s The Pharmacological Basis of Therapeutics, 10th ed. 2001
Contra-indicações específicas para anti-arrítimicos Causas Não - Cardíacas Condição
Usar com Cuidado / Não usar
Diarréia
Quinidina
Prostatismo, Glaucoma
Disopiramida
Artrite
Procainamida
Doença Pulmonar
Amiodarona
Tremores
Mexiletina, Tocainida
Constipação
Verapamil
Asma, Doença Vascular Periferica, Hipoglicemia.
Beta-Bloqueadores, propafenona.
Goodman and Gilman’s The Pharmacological Basis of Therapeutics, 10th ed. 2001
Clasificação (Vaughn-Williams) Classe Subclasse Efeito I
a b c
Bloqueio canais de Na+
II
Bloqueio Βeta−receptor
III
Bloqueio Canais de K+
IV
Bloqueio Canais de Ca++
Outros
Variado
Ia velocidade de despolarização ( condução) duração de P.A. duração Periodo Refratário Efetivo Potencia moderada
-65
Na+
Na+
mV -90
mseg
Efetivo
Quinidina Desde o século 18 – casca da Chinchona. Produto no antimalárico Quinina para tratar “palpitações rebeldes”.
Prolonga o intervalo QT, diminui a automaticidade. Mantem o rítmo sinusal na FA e Flutter Efeito também bloqueador alfa-adrenérgico e inibição vagal. Hipotensão e Taquicardia
Efeitos Adversos Diarréia em 30 – 50% dos casos. Pode levar a hipocalemia que pode induzir a arritimia.
Trombocitopenia – resolvida c/ a suspensão da droga. Interação c/ Digoxina (potencializa) Chinchonismo – Cefaléia, tinnitus.
Ib velocidade repolarização
P.A.
Período Refratário Efetivo
Potencia baixa Velocidade associação rápida Útil para taquicardias
-65
+
Na
Na+
mV -90
Efetivo
mseg
Lidocaína Arritimias Ventriculares Usada nos primeiros protocolos de ACLS, não usado mais !! Diminuia a FV, porém aumentava Mortalidade tardia (ICC e BAV).
Diminui a automaticidade Efeitos adversos Convulsão (doses rápidas), tremor, disartria e nistagmo (sinal de intoxicação).
Ic
Velocidade de despolarização:
Condução
Sem alteração P.A. nem Período Refratario Efectivo
Clase I mais potente Indice seguridade: duvidavél
-65
+
Na
Na+
mV -90
Efectivo
mseg
Propafenona Também bloqueia canais de K+ Prolonga a duração PR e QRS. Uso crônico oral usado para manter o ritmo sinusal em taquicardias supraventriculares. Usado também em arritmias ventriculares (menos efetivo). Efeitos adversos
Aceleração da resposta ventricular em pacientes com FA ou Flutter Bradicardia e broncoespasmo. Lupus-Like
Classe II Beta-bloqueadores Duração potencial de despolarização
Automaticidade Velocidade condução A-V
FC (Cronotropico negativo) Contractilidade (Inotropico negativo)
Betabloqueadores Reduzem mortalidade pos-IAM (arritmias ventriculares) Propranolol Mais utilisado (rede pública), Não seletivo.
Metoprolol, Pindolol, ... Cardio “selectividade” Pindolol: agonista parcial = insuficiencia
Esmolol V ½: curta I.V. = (útil nas arritmias intra-operatorias)
Betabloqueadores (Adversos)
Hipotensão Broncoespasmo Depressão / Pesadelos Disfunção sexual Bradicardia Importante Gasto Cardíaco
Fatiga Nauseas Letargia
Clase III Bloqueadores Canais de K+
Efeito sobre a “re” e não a “des”polarização Periodo Refratario Efetivo
-65
Na+
Na+
mV -90
mseg
Efectivo
Amiodarona Estruturalmente análogo ao hormonio tiroidiano (Iodo). Multiplos efeitos
Bloqueia canais de Na+ (classe I), Diminui o fluxo de Ca++ (classe IV), Bloqueia canais de K+ (classe III) e Exerce bloqueio não competitivo adrenergico (classe II).
Uso oral é efetivo para controlar FA. Uso IV é aprovado (FDA) para TV e FV. Eliminada lentamente (Assim como os efeitos adversos) Estudos com beneficios na mortalidade pós IAM (antianginoso ?) Efeitos adversos
Hipotensão, depressão miocárdica, Fibrose pulmonar, Hipo ou hipertiroidismo, sintomas neuromusculares (fraqueza) Pigmentação Azul-acinzentada.
Amiodarona
Classe IV Bloqueadores Canais de Ca++
Não derivados dihidropiridina Prolongam pendiente despolarização Prolongam condução en nodo A-V Afinidade dependente do uso Efeito atrial > ventricular
Classe IV Verapamil Cardioseletivo VO, metabolismo hepático Insuficiencia hepática contra-indicação relativa
Diltiazem Ação intermedia entre cardio / vascular VO
Ambos Inotropicos negativos
Clase IV - Adversos 15 – 20% secundário a Vasodilatação Sistemica
Cefaleia Tontura Palpitacões Rubor Hipotensão Edema de extremidades
5% GI leves
OUTROS Anti-Arrítimicos
Adenosina
Produto endógeno Receptores de Adenosina ATP Dose rápida e em Bolus Doses altas Velocidade de Condução Prolonga Periodo Refratario Efecivo Automaticidade nos nodos (S-A e A-V)
IV: ação muito curta (15 segs) Toxicidade baixa Efeitos Adversos Rubor, Angina, Hipotensão
Magnésio Torsades de Pointes Mesmo c/ Magnésio sérico normal Mecanismo não conhecido 1 a 2 g de MgSO4 IV bolus Estudos controlados ainda com resultados controversos. Sem qualquer evidência que magnésio VO exerça qualquer efeito antiarrítimico.
Digitálicos Indicação na Fibrilação Atrial c/ ICC Periodo refratario no miocardio atrial e ventricular Periodo refratario en Purkinje Estabiliza a resposta ventricular no flutter e na fibrilação atrial Muito arritmogênico Toxicidade alta: Janela Terapeutica pequena
Farmacocinética dos Antiarrítmicos Droga
T½
Dose de Ataque
Manutenção
Adenosina
< 10 s
6 – 12 mg IV
-
Amiodarona
Semana
800 – 1600 mg/dia por 2 a 4 semanas
100 – 400 mg/dia
Digoxina
36 h
1 mg por 12 a 24 h
0,125 – 0,375 mg/dia
Diltiazem
4h
0,25 – 0,35 mg/kg em 10 min IV
5 – 15 mg/h IV 120 – 300 mg/dia VO
Lidocaína
120 min
3 – 4 mg/kg em 30 min IV
1 – 4 mg/min IV
Propafenona
2 – 32 h
-
150 – 300 mg 8/8 h
Propranolol
4h
1 – 3 mg IV
10 – 80 mg de 6/6h ou 8/8 h 80 – 240 mg/dia
Quinidina
4 – 10 h
-
324 – 648 mg 8/8 h
Verapamil
3–7h
5 – 10 mg IV
80 – 120 mg 8/8 h 120 – 240 mg/dia
Goodman and Gilman’s The Pharmacological Basis of Therapeutics, 10th ed. 2001
Fibrilação Atrial
Flutter Atrial
Fibrilação Atrial
Diretriz de Fibrilação Atrial – Sociedade Brasileira de Cardiologia - 2003
Diretriz de Fibrilação Atrial – Sociedade Brasileira de Cardiologia - 2003
Fibrilação Atrial
Diretriz de Fibrilação Atrial – Sociedade Brasileira de Cardiologia - 2003
Fibrilação Atrial
Diretriz de Fibrilação Atrial – Sociedade Brasileira de Cardiologia - 2003