Anteprojeto Stoa: Um Estudo Da Rede Social Da Usp

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA E COMUNICAÇÃO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO CURSO DE BIBLIOTECONOMIA

Carla Viganigo Rangel de Castilhos

Projeto de Pesquisa

STOA: UM ESTUDO DE CASO DA REDE SOCIAL DA USP

Porto Alegre 2008

Carla Viganigo Rangel de Castilhos

Projeto de Pesquisa

STOA: UM ESTUDO DE CASO DA REDE SOCIAL DA USP

Projeto apresentado como prérequisito parcial para aprovação na disciplina Metodologia da Pesquisa, ministrada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação Social pela prof. Ana Maria Dalla Zen.

Porto Alegre 2008





SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 3 1.1 Definição do Problema .................................................................................... 3 1.2 Objetivos .......................................................................................................... 4 2 FONTES, TECNOLOGIAS E USOS DA INFORMAÇÃO HOJE: UMA APROXIMAÇÃO TEÓRICA .................................................................................. 5 2.1 A Sociedade da Informação ............................................................................ 5 2.2 A Internet como Fonte de Informação: possibilidades e restrições ................. 7 2.3 A evolução das redes sociais web................................................................. 11 2.4 Stoa: origem, características e possibilidades............................................... 12 3 METODOLOGIA............................................................................................ 15 3.1 Abordagens e tipos de pesquisa ................................................................... 15 3.2 Instrumento de coleta e análise dos dados ................................................... 16 4 CRONOGRAMA ............................................................................................ 18 REFERÊNCIAS...................................................................................................17 APÊNDICE A – Roteiro para Entrevista Semi-Estruturada com os Usuários do Stoa/USP.............................................................................................................18

 



1



INTRODUÇÃO

Edgar Zanella Alvarenga, Ewout ter Haar e Gil da Costa Marques perceberam o potencial dos sites de redes sociais para fins acadêmicos e idealizaram o Stoa, o site de rede social da Universidade de São Paulo (USP). A análise do fenômeno das redes sociais pode auxiliar na implementação eficaz da ferramenta em outras universidades, assim como aprimorar suas funções e formas de uso, através de sugestões aos criadores e desenvolvedores.

1.1

DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

A partir da opinião de alunos e professores da USP e da análise do objeto, quais as possibilidades de uso do Stoa e de que forma está sendo atualmente utilizado?

 

 1.2

 OBJETIVOS

Há muito a ser discutido e pesquisado sobre as redes sociais em meio acadêmico. Tanto o estudo das redes sociais web como as redes sociais web propriamente ditas são muito recentes, o que proporciona um amplo campo inexplorado para pesquisa. O objetivo geral do trabalho é analisar a rede social web Stoa. Os objetivos específicos do trabalho são os seguintes: a) analisar se o Stoa atinge os objetivos propostos quando de sua criação; b) avaliar a possível utilização do Stoa como fonte de informação; c) propor a implementação de rede semelhante na UFRGS. Compreender o funcionamento das redes sociais web passa por um estudo da Sociedade da Informação. Para avaliar o Stoa como fonte de informação, é preciso entender o uso das fontes de informação em meio digital e compreender o funcionamento das redes sociais web em geral, além de um estudo acerca do Stoa propriamente dito.

 



2



FONTES, TECNOLOGIAS E USOS DA INFORMAÇÃO HOJE: UMA APROXIMAÇÃO TEÓRICA

As fontes de informação passaram por drásticas mudanças com a criação das novas tecnologias de informação e comunicação. A presente aproximação teórica objetiva analisar a sociedade da informação e as modificações causadas por essas tecnologias, além dos usos da Internet como fonte de informação. Pretende-se ainda uma análise das redes sociais e uma descrição do Stoa e seu funcionamento.

2.1

A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

A Sociedade da Informação é entendida por muitos como “A Internet”. Entretanto, a Sociedade da Informação é muito mais que a rede mundial de computadores; trata-se de toda uma mudança social, econômica e política que vem desenvolvendo-se desde os anos sessentas. A sociedade atual está baseada em uma nova forma de organização de seus modos de produção e negócios, pois “a economia se desloca da indústria para os serviços, da força para o conhecimento” (1998, p. 88). Esse deslocamento mexeu não apenas com  





a economia, mas também com a política, as relações pessoais e institucionais, que passaram a depender de forma até exagerada de troca de informações constantes. Há um “[. . .] novo ambiente global baseado em comunicação e informação, cujas regras e modos de operação estão sendo construídos, em todo o mundo, agora.” (SOCIEDADE, 1998, p. 11). As modificações do final do século XX podem ser encaradas como uma revolução social. Todas as revoluções trazem mudanças significativas para o grupo atingido por elas: no caso da “Revolução da Informação”, toda a sociedade está sentido os efeitos simultaneamente, em maior ou menor grau. As revoluções anteriores, entretanto, limitavam-se a afetar a sociedade através da matéria ou energia, de forma localizada. A revolução da informação, contudo, afeta a nossa compreensão de tempo, espaço e conhecimento, de acordo com o livro SOCIEDADE da Informação, p. 28. Além disso, é uma revolução que atinge a diversos setores, modificando-os consideravelmente:

Tudo leva a crer que a revolução da informação vai modificar de forma permanente a educação, o trabalho, o governo e serviços públicos como saúde, arrecadação e segurança, o lazer, a cultura, as formas de discutir e organizar a sociedade e, em última análise, a própria definição e entendimento do homem (SOCIEDADE, 1998, p. 28)

A questão da Sociedade da Informação pode ser analisada por diversos ângulos e trazer diferentes tipos de discussão, que podem ser enquadrados, basicamente, em: infra-estrutura; serviços; aplicações; pesquisa e desenvolvimento. O ponto que interessa a este estudo são as questões relativas a aplicações da Internet e outros serviços na Sociedade da Informação, mais precisamente o uso da Internet como Fonte de Informação.

 

 2.2

 A INTERNET COMO FONTE DE INFORMAÇÃO: POSSIBILIDADES E RESTRIÇÕES

A Internet é uma rede global de computadores, que interconecta redes locais, regionais e internacionais, de acordo com Cendón (2000). Para o usuário final a rede parece única, já que é possível comunicar-se a todos os computadores ligados a ela sem percalços ou conexões a redes alternativas. O início do desenvolvimento da Internet data do final dos anos 60, quando, durante a Guerra Fria, o Departamento de Defesa norte-americano realizou as primeiras iniciativas para a criação da ARPANET, uma rede experimental de supercomputadores. Desse projeto originaram-se a tecnologia TCP/IP e o próprio termo Internet. Ainda segundo Cendón, a rede era utilizada principalmente nos meios acadêmicos até o final da década de 80, e seu uso comercial era proibido – o que contribuiu para a filosofia atual de livre acesso, uma vez que as pessoas estavam acostumadas a trocar arquivos e produções acadêmicas de graça. O principal problema dos tempos em que a Internet era ligada apenas aos meios acadêmicos era o limite informacional gerado, pois mesmo o acesso em meio acadêmico era restrito a algumas Universidades. A Internet ainda não poderia constituir uma fonte de informação muito relevante para a maioria dos pesquisadores, pois dispunha de pouco conteúdo já publicado em livros e periódicos científicos, por exemplo. Apenas em 1987, com a liberação do uso comercial da Internet nos EUA, houve aumento dos usuários conectados e com a criação da Web, em 1989, o impulso tornou-se ainda maior. Hoje, pela grande quantidade usuários produzindo informações, mais a interconectividade, a robustez, a interatividade e as facilidades de uso, a Internet é um dos meios mais atraentes para divulgação e recuperação de informações das mais variadas.

 



 No Brasil, a Internet evoluiu de forma praticamente igual a dos EUA,

uma vez que a principal diferença com relação aos Estados Unidos e ao que foi previamente relatado está na maior lentidão com que o processo de abertura comercial e desenvolvimento tecnológico ocorreu. De acordo com Cendón (2000), as fontes de informação na Internet podem ser acessadas de diversas formas. Basicamente, os recursos informacionais estão disponíveis em servidores e os clientes os acessam. A relação cliente e servidor dá-se tanto em hardware (computadores) quanto em softwares (programas). Um exemplo que posso citar facilmente é o Internet Explorer: assim como outros browsers, é um programa cliente para acesso a Web. Existem diversos serviços para o fornecimento e acesso aos recursos disponíveis em rede. Os mais relevantes, descritos por Cendón e pela maioria dos outros autores consultados são o correio eletrônico, a Usenet, a Telnet, o FTP, o Gopher, o WAIS e a Web. O acesso a computadores remotos dá-se através da Telnet, que possiblita a conexão direta a qualquer computador, mediante autorização. Muito utilizada para acesso aos catálogos de bibliotecas, por exemplo, que permitiam que os usuários acessassem os computadores da biblioteca para consultá-los. Com o surgimento da Web, a prática desapareceu. A transferência de informação remota, por sua vez, dá-se através de FTP (File Transfer Protocol), que permite que arquivos (de texto, imagem, aúdio, vídeo, etc.) sejam transferidos da Internet para os computadores pessoais e vice-versa. A navegação por menus ocorria através do Gopher, anteriormente a Web e aos browsers atuais. Integrava diversos serviços (FTP, Telnet, e-mail) o que o tornou-o muito popular quando de seu lançamento. Apresentava tecnologia rígida de menus e praticamente não foi utilizado no Brasil. O acesso a coleções de documentos virtuais dava-se por meio do WAIS, que permitia acesso completo a documentos de texto e busca por palavras-chave. As fontes pessoais de informação podem ser acessadas por meio de  





correio eletrônico, listas e grupos de discussão e Usenet. Outras ferramentas para obter fontes pessoais de informação as chamadas redes sociais web (Orkut, MySpace, Facebook, Stoa/USP), objetos do presente trabalho. A Usenet é um sistema de grupos de discussão (newsgroups) por assunto, que, ao contrário das listas de discussão, não permite pesquisas retrospectivas - não permitia, na verdade, já que agora, após o artigo da Cendón, o Google Groups disponibiliza o que foi pulicado na Usenet a partir de 1981. A ferramenta principal, nos dias atuais, para o uso da Internet é a Web. Funciona através da navegação por hipertexto e consiste de documentos de texto, áudio, vídeo, imagens e outros tipos de dados interligados por links. A Web substituiu praticamente todas as tecnologias anteriormente citadas, por permitir o uso de listas de discussões, rss (realy simple syndication, que sucedeu os newsgroups), webmail, busca por textos completos e diversas outras ferramentas que ainda não existiam. O programa cliente necessário para utilização da web é o navegador ou browser. O que permite tudo isso é o sistema de endereçamento de documentos, a chamada URL, já que cada documento e serviço tem um "endereço" que pode ser linkado em outro. A localização de recursos informacionais na Internet é complexa, já que não há um catálogo único de tudo o que foi publicado na rede. Não há organização nem indicações; entretanto, existem as ferramentas de busca. Cada ferramenta da Internet possuía um sistema de busca: para o FTP, Archie; Veronica e Jughead para o Gopher; o WAIS já possuía, em si, um sistema de pesquisa por palavras-chave. Na Web, existem os motores de busca por palavras-chave (Google, MSN, Altavista) e os catálogos de listas de assuntos, chamados também de diretórios (o Yahoo funcionava assim em seu início, e o próprio Google possui busca por diretório). A Internet e todas as ferramentas a ela ligadas exigem conhecimento técnico, entretanto, a cada dia esses conhecimentos estão mais simples para jovens e estudantes em geral. Além disso, há uma facilidade de exploração de  





novas idéias e interação imediata com outros indivíduos e sistemas, o que aumenta a criatividade e incentiva discussões. A Internet trouxe grandes vantagens para a produção científica de países emergentes, pois textos e artigos chegam com maior rapidez. Outras vantagens da rede são o conforto e economia que ela traz aos usuários finais, pois estes podem evitar as fotocópias e o deslocamento para o acesso a informações. O fato da Internet possuir muitas fontes gratuitas é um incentivo a sua utilização, mas é importante salientar que nem todos os conteúdos estão disponíveis

gratuitamente;

muitas

empresas

cobram

assinaturas,

ou

disponibilizam conteúdos mais completos mediante o pagamento de taxas. Outra questão importante relativa a Internet é a confiabilidade: devese observara reputação da Instituição publicadora e do autor, além das datas e modificações possíveis. Ao realizar pesquisas, deve-se levar em conta que as páginas podem ficar indisponíveis a qualquer momento. Alguns critérios para avaliação de fontes na Internet seriam os aspectos gráficos, a organização das informações, a facilidade de exploração, a atualização, o conteúdo e a autoridade. Os aspectos negativos da Internet que devemos considerar são a sua falta de indexação e catalogação, de estrutura fixa e de padrões. Acredita-se, entretanto, que essas desvantagens são características da rede e são conseqüência

de

suas

maiores

qualidades:

rapidez,

flexibilidade

e

acessibilidade. As redes sociais web surgiram nesse contexto, e suas características estão intrinsecamente ligadas às possibilidades da web.

 

 2.3

 A EVOLUÇÃO DAS REDES SOCIAIS WEB

Sites de redes sociais (ou redes sociais web) são serviços que permitem aos usuários, de acordo com Boyd e Ellison, (tradução minha), (1) construir um perfil público ou semi-público em um sistema que possibilite (2) articular uma lista de outros usuários conectados a ele e (3) ver suas listas de conexões e aquelas feitas por outros usuários. A definição de redes sociais web, portanto, é bem ampla. A priori, redes sociais web serviriam apenas como fontes de informação pessoais, já que possibilitariam mostrar a interação entre pessoas. As redes sociais web atuais, contudo, podem ser úteis como fontes de informação referenciais ou bibliográficas, como o del.icio.us, site de favoritos online, e o próprio Stoa, já que possibilitam a postagem de artigos e links, próprios ou de terceiros, além de permitirem discussões acerca do material publicado. Durante o presente trabalho, portanto, parte-se do pressuposto de que as redes sociais web não são utilizadas apenas para construir um perfil público e uma rede de relações, mas também para compartilhar, produzir e discutir documentos e informações.

O primeiro site de rede social que pode ser considerado como tal, segundo Boyd e Ellison, foi o SixDegrees.com, criado em 1997, que permitia aos usuários criar um perfil público e uma lista de amigos visível a outros. Nos Estados Unidos e em diversos países, surgiram inúmeras redes sociais na internet, com objetivos de criar redes de negócios, diversão e relacionamentos amorosos. A partir de 2003, as redes começaram a diversificar as ferramentas disponíveis aos usuários, e mesmo sites que não tinham a função primária de servir como rede social na web passaram a exercer este papel, como o site de publicação de fotos, Fotolog. No Brasil, a única rede social na web com significativa participação é o orkut. Entretanto, sites de redes sociais como o  





Last.FM, Del.icio.us, Flickr, Twitter e outros estão aumentando sua popularidade entre os brasileiros. A partir da criação do Elgg e de outros softwares para criação de redes sociais, as Universidades e educadores estão apropriando-se das ferramentas necessárias para a criação, divulgação e discussão de conteúdos diversos e de interesse acadêmico.

2.4

STOA: ORIGEM, CARACTERÍSTICAS E POSSIBILIDADES

O novo paradigma da Sociedade da Informação não está baseado apenas na publicação pura e simples do conteúdo antes disponível em meio físico. As possibilidades da chamada “Web 2.0” permitem a discussão, tanto síncrona quanto assíncrona entre pares científicos a respeito de diversos temas, de maneiras formais ou informais. As necessidades dos pesquisadores, professores e alunos de graduação são diversificadas, bem como seus níveis de compreensão e conhecimento. Os alunos precisam de um ambiente confiável para sanar dúvidas, emitir opiniões e aprender de maneira mais clara os assuntos abordados em aula; os professores, por sua vez, precisam avaliar os conteúdos produzidos por seus alunos, publicar e compartilhar artigos e links adicionais para seus alunos e os pesquisadores precisam entrar em contato com o que a Universidade está produzindo, especialmente para evitar a repetição de pesquisas. Em um espaço informal, pode-se ter uma prévia do que os grupos de pesquisa estão realizando.

 



 Um espaço virtual para discussões e publicações informais, é, portanto,

possível e necessário. Com o intuito de

[. . .] promover uma maior interação entre os membros da comunidade USP, criar um espaço onde cada pessoa dentro da Universidade tenha uma identidade digital de fácil acesso, tanto para quem está dentro da USP, quanto para a comunidade externa, e fornecer um sistema de softwares que facilite aos professores a administração de seus cursos para os estudantes. (STOA, 2008, online)

Foi criado o Stoa, um projeto de Edgar Zanella Alvarenga, Ewout ter Haar e Gil da Costa Marques. O Stoa utiliza diversos softwares para seu funcionamento, a saber: Elgg, MediaWiki (software para criação de wikis), e, em breve, passará a utilizar o Moodle, software de Ensino a Distância. Os softwares citados são todos de código aberto, ou seja, podem ser editados para melhor atender às necessidades dos usuários. O Elgg é um software que permite a criação de redes sociais. Desenvolvido por Ben Werdmuller e David Tosh desde 2004, é utilizado por diversas instituições de ensino e pesquisadores, como pela Universidade de Brighton, Claremont Graduate, Leeds e pelo grupo SciSpace, que se intitula uma rede social na Internet para cientistas. As ferramentas disponíveis no Stoa atualmente são os perfis públicos, as redes de relacionamento, blogs, formação de comunidades e fóruns de discussão, wiki, calendário e agregador de RSS. As possibilidades de uma rede social web universitária são muitas. Os alunos podem organizar discussões, eventos e trabalhos, além de promover a sociabilização do estudantes. Os professores podem ampliar suas atividades pedagógicas através dos fóruns de discussão e dos blogs. Os bibliotecários podem aproveitar o espaço para divulgar eventos, últimas aquisições das  





bibliotecas, disponibilizar artigos e links úteis, bem como realizar serviços de disseminação seletiva da informação. Os usos mais interessantes que as redes sociais web podem proporcionar, entretanto, seriam as discussões entre pares e a troca de fontes de informações diversas, além do espaço para publicação de originais e literatura cinzenta. O que o presente trabalho almeja, portanto, é saber se a rede social web da USP, o Stoa, é usado conforme suas possibilidades.

 



3



METODOLOGIA

A partir da análise da literatura realizada e dos objetivos e problema levantados anteriormente definiu-se que a metodologia utilizada será um estudo de caso quanti-qualitativo exploratório, através do método fenomenológico de Husserl.

3.1

ABORDAGEM E TIPO DE PESQUISA  A pesquisa será do tipo exploratória, por serem o Stoa e as próprias

redes sociais web ferramentas pouco estudadas pelas Ciências da Informação. De acordo com Dencker e Viá (2002, p. 59) “[. . .] o estudo exploratório aumenta a familiaridade do pesquisador com o fenômeno ou com o ambiente que pretende investigar, servindo de base para uma pesquisa futura mais precisa.” O método utilizado no trabalho será o fenomenológico, desenvolvido por Edmund Husserl, pois o presente trabalho não almeja julgamentos acerca da subjetividade dos resultados, apenas mostrar a realidade do objeto. Conforme Gil, (1999, p. 32),

 



 A fenomenologia não se preocupa, pois, com algo desconhecido que se encontre atrás do fenômeno; só visa o dado, sem querer decidir se este dado é uma realidade ou uma aparência: haja o que houver, a coisa está aí.

A pesquisa se delineará na forma de um estudo de caso. Segundo Gil (1993, p. 58), “[. . .] o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento [. . .]”. Uma vez que o objetivo do trabalho é analisar um único objeto (o Stoa) de forma ampla e exaustiva, o estudo de caso é a forma mais apropriada de realizar a pesquisa.

3.2

INSTRUMENTO DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS

A forma de comunicação utilizada será a escrita, através de entrevistas não-presenciais e não-estruturadas, pois permitem “explorar mais amplamente uma questão”, segundo Marconi e Lakatos (2002), o que encaixase perfeitamente para analisar a forma como os sujeitos utilizam o Stoa; já que não se tem hipóteses concretas, deve-se ouvir amplamente o que os entrevistados têm a dizer sobre o objeto. Entretanto, haverá o uso de um roteiro prévio, disponível no Apêndice A, que poderá ser alterado e modificado de acordo com o andamento da entrevista. Os entrevistados serão selecionados entre os alunos, funcionários, professores, pesquisadores e demais usuários do Stoa, através da própria ferramenta, que permite o contato com usuários através do “perfil” público. Os critérios para seleção serão as categorias de usuários (professores, alunos, etc.), a forma de participação (intensa, moderada ou tímida) e o interesse dos usuários em participar da pesquisa.

 



 Após a seleção prévia, será marcada uma entrevista síncrona,

coletiva, utilizando a ferramenta de mensagem instantânea da preferência dos entrevistados, em pequenos grupos. Importante frisar que haverá cuidado para não ocorrer [. . .] abuso do depoimento, quando o entrevistado já toma o lugar do entrevistador e mesmo da bibliografia especializada. Não faz sentido a proposta apelativa da fala do pobre como veredicto social, como se dele saísse a verdade e dos outros a mentira. A standpoint epistemology não defende essa causa, mas a habilidade metodológica de saber partir do outro, não para absolutilizá-lo – cometeríamos o mesmo erro, só oposto -, mas para termos outros ângulos da análise e sobretudo da crítica. (DEMO, 2000, p. 156)

Além da entrevista, será realizada uma análise estatística, através dos dados que o site Stoa oferece. A análise objetivará mostrar a quantidade de alunos da USP que estão inscritos no Stoa e sua efetiva participação. Os dados coletados serão analisado de forma quanti-qualitativa. Minayo (2000, p. 22), diz que: A diferença entre qualitativo-quantitativo é de natureza. Enquanto cientistas sociais que trabalham com estatística apreendem dos fenômenos apenas a região “visível, ecológica, morfológica e concreta”, a abordagem qualitativa aprofunda-se no mundo dos significados das ações e relações humanas, um lado não perceptível e não captável em equações, médias e estatísticas. O conjunto de dados quantitativo e qualitativo, porém, não se opõem. Ao contrário, se complementam, pois a realidade abrangida por eles interage dinamicamente, excluindo qualquer dicotomia.

Já que tanto os aspectos individuais e humanos serão observados, por meio da entrevista e das opiniões dos sujeitos, quanto aspectos concretos do Stoa e de sua utilização pela comunidade, o que é mais facilmente analisado através de valores mensuráveis, optou-se por esse instrumento de análise dos dados.

 





4

CRONOGRAMA

Março

Abril

Maio

Junho

xxxxxxx

xxxxxxx

x

Entrevistas

xxxxxxxx

xxxxxxxxx

Coleta dos

xxxxxxxx

xxxxxxxxx

xxxxxxxx

xxxxxxxxx

Revisão de xxxxxxx Literatura

dados Elaboração do relatório Defesa .

 

x





REFERÊNCIAS

BOYD, Danah M.; ELLISON, Nicole B. Social Network Sites: definition, history and scholarship. Journal of Computer-Mediatied Communication, n. 13., p. 210-230, 2008. CENDÓN, Beatriz Valadares. A Internet. In: CAMPELLO, Bernadete Santos; CENDÓN, Beatriz Valadares; KREMER, Jeannette Marguerite. Fontes de Informação para Pesquisadores e Profissionais. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2000. P. 275-300. DEMO, Pedro. Dinâmica da Reconstrução e da Desconstrução. In:______. Metodologia do Conhecimento Científico. São Paulo: Atlas, 2000. DENCKER, Ada de Freitas Maneti; VIDÁ, Sarah Chucid da. Características do Trabalho Científico. In: ______. Pesquisa Empírica em Ciência Humanas: com ênfase em comunicação. São Paulo: Futura, 2001. GIL, Antonio Carlos. Como Classificar as Pesquisas. In: ______. Como Elaborar um Projeto de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 1993. GIL, Antonio Carlos. Métodos das Ciências Sociais. In: ______. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 1999. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade.Técnicas de Pesquisa. In: _____. Técnicas de Pesquisa. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2002. MINAYO, Maria Cecília de Souza. Ciência, Técnica e Arte: o desafio da pesquisa social. In:______. (Org). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. 17. Ed. Petrópolis: Vozes, 2000. SOCIEDADE da Informação: ciência e tecnologia para a construção da Sociedade da Informação no Brasil. São Paulo : UNIEMP; Brasília : IBICT, 1998. STOA: sobre. 2008. Disponível em: < http://stoa.usp.br/sobre/>. Acesso em: 23 de junho de 2008.

 





APÊNDICE A

Roteiro para Entrevista Semi-Estruturada com os Usuários do Stoa/USP Nome:________________________________________________ __ Estudante __ Funcionário __ Professor Curso:________________________________________________ Por que utiliza o Stoa? ________________________________________________________________ ___________________________________________________________

Quais as ferramentas (blog, rss, wiki) utiliza mais e porquê? ________________________________________________________________ ________________________________________________________________

Os textos que lê no Stoa são úteis e/ou informativos? ________________________________________________________________ ________________________________________________________________

Já encontrou texto no Stoa, por meio de links ou publicado em um dos blogs, que poderia ser citado em algum trabalho acadêmico? ________________________________________________________________ ________________________________________________________________

As expectativas quando da inscrição no Stoa foram atendidas ao longo da utilização da ferramenta? ________________________________________________________________ ________________________________________________________________

 

 Opine sobre o usos que se faz do Stoa.

 



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