Faculdade de Estudos Sociais
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Departamento de Contabilidade
Análise de Balanços
Prof. MSc. Manoel Martins do Carmo Filho
EMENTA I - Objetivos Dar ao aluno o domínio sobre a estrutura das demonstrações contábeis, para que possa estudá-la e interpreta-la através da análise de dados, focando principalmente: I.i - o que pretende a análise de balanços; I.ii – quais os métodos utilizados; I.iii – quem usa; I.iv – para que usa; I.v – qual a validade; I.vi – qual a confiabilidade, extensão e profundidade
PROGRAMA 1. Princípios e Convenções Contábeis 2. Conceitos e Objetivos da Análise das Demonstrações Financeiras 3. Elementos Necessários à Análise das Demonstrações Financeiras 4. Processo de Análise 5. Tipos de Análise 6. Etapas da Análise 7. Análise Financeira Tradicional 8. Alavancagem Operacional e Financeira
Recomendação Bibliográfica 1. Análise Financeira das Empresas – Autor: José Pereira da Silva – Ed. Atlas. 3. Análise das Demonstrações Financeiras – Autor: Dante Matarazzo – Ed. Atlas 3. Retorno de Investimento – Autor: José Roberto Kassai et al. – Fipecafi - Atlas
Conteúdo Programático Introdução à análise de balanços Reclassificação e padronização dos demonstrativos financeiros/contábeis Análises vertical e horizontal Conceitos de análise absoluta e de análise relativa (evolutiva e comparativa com padrões) Análise através de índices ou coeficientes econômicofinanceiros 1. Índices de estrutura 2. Índices de liquidez 3. Índices de rentabilidade 4. Índices relacionados à dívida onerosa.
Conteúdo Programático Índices de prazo médio Ciclos da atividade 1. Ciclo operacional 2. Ciclo financeiro
A EMPRESA COMO UM SISTEMA ABERTO NATUREZA + CAPITAL + TRABALHO
PRODUTO OU SERVIÇO VENDA AO MERCADO
LUCRO
EMPRESA
GOVERNO
CLIENTES
FORNECEDORES
EMPRE -GADOS
CONCORRENTES
SOCIEDADE
INTER-RELAÇÃO COM O AMBIENTE
• Os efeitos da globalização • Aumento da concorrência • Aumento das exigências dos consumidores • Necessidade de gerar vantagem competitiva • Melhorar o sistema de informações
Os usuários e suas necessidades de informações Entre os usuários das demonstrações contábeis incluem-se os investidores presentes e potenciais, empregados, credores por empréstimos, fornecedores e outros credores comerciais, clientes, governo e suas agências e o público. Estas necessidades incluem as seguintes: •
•
Investidores – necessitam de informações para ajudá-los a decidir se devem comprar, manter ou vender. Também necessitam de tais informações para avaliar a capacidade de a empresa pagar dividendos. Empregados – grupo de interessados sobre a estabilidade dos empregos e a lucratividade dos empregadores. Também preocupam-se com a capacidade da empresa pagar suas remunerações, os benefícios de aposentadoria e as oportunidades de emprego.
Os usuários e suas necessidades de informações c) Emprestadores – necessitam de informações que lhes permitam determinar se os seus em vencimento. d) Fornecedores e outros credores comerciais – estão interessados em informações que os habilitem a determinar se as importâncias que lhes são devidas serão pagas nos respectivos vencimentos. e) Clientes – informações sobre a continuidade operacional de uma empresa, especialmente quando têm um relacionamento a longo prazo com a empresa, ou dela dependem. f) Governo e suas agências – interessados na destinação de recursos e, portanto, nas atividades das empresas. Também necessitam de informações a fim de regulamentar as atividades das empresas, estabelecer políticas fiscais como base para determinar a renda nacional e estatísticas semelhantes. g) Público – informações sobre as tendências e a evolução recente na prosperidade das empresas e no campo de suas atividades.
Qual a validade das informações As características qualitativas são os atributos que tornam as demonstrações contábeis úteis para os usuários. As quatro primeiras características qualitativas são: 6) 7) 8) 9)
compreensibilidade; relevância; confiabilidade e comparabilidade
Compreensibilidade - uma qualidade essencial das informações apresentadas nas demonstrações contábeis é que elas sejam prontamente entendidas pelos usuários. Relevância – para serem úteis, as informações devem ser relevantes. As informações são relevantes quando influenciam as decisões econômicas dos usuários, ajudando-os a avaliar o impacto de eventos passados, presentes ou futuros, confirmando ou corrigindo as suas avaliações anteriores. Confiabilidade – a informação tem a qualidade de confiabilidade quando está livre de erros relevantes, e podem os usuários depositar confiança como representando fielmente aquilo que ela diz representar ou poderia razoavelmente esperar-se que represente. Comparabilidade – os usuários devem poder comparar as demonstrações contábeis de uma empresa ao longo do tempo a fim de identificar tendências na sua posição financeira e no seu desempenho.
Princípios e Convenções Contábeis - Generalidades A dinâmica do patrimônio de uma empresa O patrimônio como objeto a ser administrado As demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas a usuários externos por muitas empresas do mundo inteiro. Embora tais demonstrações possam parecer semelhantes de um país para o outro, existem diferenças que foram provavelmente resultantes de uma variedade de circunstâncias sociais, econômicas, legais e de diferentes países terem tido em mente as necessidades dos diversos usuários das demonstrações contábeis ao estabelecerem as normas contábeis.
Princípios Contábeis Entidade – a singularidade do empreendimento é o elemento fundamental. O patrimônio dos proprietários não se confunde com o patrimônio da empresa. Continuidade – normalmente uma empresa é vista como um negócio em marcha, isto é, com continuidade operacional no futuro previsível Denominador Comum Monetário – instrumento de troca universalmente aceito Competência – as receitas, custos e despesas são registrados contabilmente quando são auferidas ou incorridas, e refletidos nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem.
Convenções Contábeis
Os princípios norteiam a direção a seguir e, às vezes, os vários caminhos. As convenções representam as restrições, que à luz de cada situação, nos darão as instruções finais para a escolha do percurso definitivo.
Convenções Contábeis Objetividade – decorre da necessidade de critérios objetivos para serem adotados pela contabilidade, isto é critérios que envolvam a menor subjetividade possível. Materialidade – as demonstrações contábeis devem divulgar todos os itens suficientemente relevante para afetar avaliações ou decisões. Conservadorismo – muitas transações estão inevitavelmente cercadas de incertezas. Tal circunstância deve ser reconhecida, usando-se de prudência na elaboração das demonstrações contábeis. Consistência – presume-se que as políticas contábeis sejam seguidas uniformemente de um período para outro.
Objetivos da análise de balanços Estudar a situação patrimonial da entidade, através da decomposição, comparação e interpretação do conteúdo das demonstrações contábeis, visando obter informações analíticas e precisas sobre a situação geral da empresa, objetivando fornecer informações numéricas de dois ou mais períodos, de modo a auxiliar as partes interessadas em conhecer a situação da empresa. Formular parecer sobre o desempenho e a estrutura patrimonial da empresa, pretendendo ser uma orientadora das perspectivas futuras da empresa, e não uma justificadora de performance passada.
Os métodos utilizados A análise de balanços envolve o método investigativo para obtenção dos dados necessários à transformação em informações que atenda aos objetivos da análise de balanços. Nesse processo investigativo trabalha-se basicamente com as seguintes etapas: Coleta: obtenção das demonstrações contábeis e outras informações Conferência: pré-análise Preparação: fase de reclassificação Cálculo: utilizando os indicadores necessários ao processo Análise: exige mais experiência do analista Conclusão: uma das fases mais importantes uma vez que nesta fase que o analista faz as recomendações que apoiarão as decisões gerenciais.
Elementos necessários à análise Relatório da diretoria – o relatório da administração pode aparecer com a denominação de mensagem aos acionistas. Deve funcionar como uma prestação de contas dos administradores aos acionistas,e, ao mesmo tempo, também fornecer uma análise prospectiva. Pode ainda fornecer uma análise interna sobre os resultados alcançados e sobre as políticas de investimentos, de financiamento e de distribuição de dividendos que foram adotadas no último exercício. É fundamental para o analista pois dá uma melhor compreensão sobre a empresa. Por outro lado, permite avaliar se as metas compromissadas no ano foram plenamente atendidas.
Elementos necessários à análise Demonstrações Financeiras ou Contábeis - abrange o conjunto das seguintes demonstrações: balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício, demonstração das mutações do patrimônio líquido, demonstração das origens e aplicações de recursos, notas explicativas e parecer dos auditores independentes O usuários das demonstrações contábeis consideramnas como parte das informações necessárias para, entre outros fins, fazerem avaliações e tomarem decisões financeiras. Os julgamentos só podem ser confiáveis quando as políticas quanto a sua elaboração, forem claramente divulgados e sejam consistentes.
Demonstrações Financeiras ou Contábeis Balanço Patrimonial – retrata a posição patrimonial da empresa em determinado momento, composta por bens, direitos e obrigações. Demonstração do Resultado do Exercício – conforme o próprio nome sugere, demonstra o resultado obtido pela empresa no período, isto é, o lucro ou o prejuízo Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido – para fins de análise é mais informativa e mostra as movimentações ocorridas com os lucros ou prejuízos acumulados e as movimentações ocorridas nas demais contas que integram o patrimônio líquido.
Demonstrações Financeiras ou Contábeis Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – é um instrumento valioso para o analista. Mostra a movimentação de recursos em termos de variação do capital circulante líquido, detalhando as diversas fontes e aplicações de recursos que o afetaram. Através dessa demonstração, o analista pode saber se a empresa gerou recursos em suas operações, se imobilizou recursos no período, se obteve novas fontes de financiamento de longo prazo e se os acionistas fizeram novos aportes de capital.
Demonstrações Financeiras ou Contábeis Notas Explicativas – são complementares às demonstrações contábeis, e deverão indicar: c) Os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais; d) Os investimentos em outras sociedades, quando relevantes; e) O aumento de valor do ativo resultante de novas avaliações; f) Os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias prestadas a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes; g) A taxa de juros, as datas de vencimentos e as garantias das obrigações a longo prazo f) Os ajustes de exercícios anteriores
Demonstrações Financeiras ou Contábeis
Parecer dos Auditores – é um importante instrumento para o analista. Sua importância é aumentada quando ocorre alguma anormalidade, isto é: quando o parecer dos auditores traga ressalva, seja adverso, ou haja negativa de opinião, pois seguramente, nessa situação as empresas oferecem maior risco, até porque dificulta ou impossibilita sua avaliação pelo analista que estará trabalhando com informações não confiáveis
Processo de Análise
A análise das demonstrações financeiras exige preparação preliminar das peças contábeis. A chamada padronização das demonstrações financeiras é uma etapa precedente da análise propriamente dita. Os procedimentos básicos a esse processo são: g. Classificação apropriada das informações; h. Associação lógica das informações; i. Conversão dos valores monetários absolutos em relativos
Etapas do Processo de Análise I.
Preparação de Dados
Eliminação das distorções inflacionários através de técnicas que permitam converter todos os valores das demonstrações do último exercício e também dos exercícios anteriores para moeda de igual poder aquisitivo. Reclassificar, se necessário, as contas patrimoniais e as de resultado, a fim de facilitar a análise das demonstrações. O processo de reclassificação, portanto, consiste na preparação e organização dos dados da empresa com a finalidade de desenvolver a análise e obter um conjunto de indicadores e relatórios que possibilitem a tomada de decisão.
A reclassificação, portanto, tem a finalidade de: a. c. f. i. e.
Trazer todas as demonstrações financeiras a um mesmo critério, permitindo a comparabilidade entre empresas; Fornecer o detalhamento necessário às diversas etapas do processo de análise, adequando-se a uma politica interna que foi adotada pela empresa; Fornecer índices e indicadores isentos dos efeitos dos critérios diferentes adotados por empresas diferentes na elaboração de suas demonstrações financeiras. Aprimorar conceitualmente a classificação de um valor com vista a uma posição cautelosa, na interpretação do analista; Diversas outras razões podem induzir o analista à reclassificação de um valor.
II. Transformação dos dados brutos em informação
•
Realizada através da aplicação do intrumental básico, como por exemplo, análise horizontal, análise vertical e indicadores econômicos financeiros
III. Classificação das informações por grandes grupos: a)
Aspectos relacionados com a liquidez
• • • •
Análise vertical e horizontal do balanço patrimonial; Índices de estrutura patrimonial, solvência e cobertura Análise vertical da demonstração do fluxo de caixa Análise vertical do AC e das suas fontes de financiamento
b)
Aspectos comuns à liquidez e à rentabilidade
•
Indicadores de Gestão de Recursos . Índices de prazos médios . Ciclo operacional e ciclo financeiro . Índices de rotação dos recursos
III. Classificação das informações por grandes grupos:
c)
Aspectos comuns à liquidez e à rentabilidade
•
Indicadores de Rentabilidade . Análise vertical e horizontal da Demonstração do Resultado do Exercício . Margem de Lucratividade das Vendas . Taxas de Retorno e Fórmula Du Pont
d)
Aspectos relacionados com a avaliação das ações
IV. Interpretação e avaliação das informações
•
Significado intrínseco de cada informação e interpretação conjunta das informações afins da mesma data ou período;
•
Avaliação da evolução histórica de cada tipo de informação;
•
Avaliação da posição da empresa face aos seus concorrentes diretos e aos padrões do seu ramo de negócios.
V. Diagnóstico e elaboração do relatório
• •
•
Corresponde à descrição dos principais fatos constatados, tendo em vista o enfoque e os objetivos do trabalho. Os julgamentos que costumam acompanhar a referida descrição devem considerar as limitações do instrumental aplicado e os fatores conjunturais que interferiram no passado e aqueles que podem afetar a empresa no futuro. O relatório deve apresentar os aspectos mais relevantes detectados, as conclusões extraídas da análise e, em alguns casos, a prescrição de soluções para os problemas identificados.
Tipos de Análise Os métodos de análises vertical e horizontal prestam valiosa contribuição na interpretação da estrutura e da tendência dos números de uma empresa. Podem ainda auxiliar na análise dos índices financeiros e em outros métodos de análise. As análises vertical e horizontal devem ser entendidas como um dos instrumentos de trabalho do analista e não como instrumento único.
Análise Vertical O primeiro propósito da análise vertical (AV) é mostrar a participação relativa de cada item de uma demonstração financeira em relação a determinado referencial. No balanço, por exemplo, é comum se determinar quanto por cento Representa cada rubrica em relação ao ativo total. Quando se analise da DRE, o valor referencial é o da receita líquida (RL). Elemento de conta AV = ----------------------- x 100 Base
Análise Horizontal O propósito da análise horizontal (AH) é permitir o exame da evolução histórica de uma série de valores. Tradicionalmente, na análise horizontal tomamos o primeiro exercício como base 100 e estabelecemos a evolução dos demais exercícios comparativamente à essa base inicial.
Receita Líquida de Vendas ano x2 12.977 --------------------------------------- = 100 -------- x 100 = 175,5 Receita Líquida de Vendas ano x1 7.394
Análise Horizontal 1999
1998
AH
Rec. Operacional Bruta
1.801
1.413
27,4%
Deduções de Vendas
(228)
(199)
28,6%
Rec. Operacional Líquida
1.573
1.236
27,2%
Custo de Merc. Vendidas
1.113
904
23,2%
460
332
38,5%
Lucro Bruto
Análise Horizontal indicador de liquidez corrente ( AC / PC )
Informação no. 1
Indicador
Liquidez Corrente
Ano 1
Ano 2
Ano 3
Ano 4
1,02
1.12
1,20
1,29
Interpretação: pode-se dizer que a tendência para o ano 5 é melhorar, uma vez que a cada período tem havido crescimento no indicador
Análise Horizontal indicador de rentabilidade ( TRI = LL / A Total )
Informação no. 2
Indicador
Rentabilidade
Ano 1
Ano 2
Ano 3
Ano 4
18%
21%
17%
20%
Interpretação: pode-se dizer que a tendência para o ano 5 é estabilizar nos níveis dos anos anteriores, uma vez que se tem mantido nos mesmos parâmetros
Análise Horizontal e a Base 100 Através das análises, denota-se que cada conta ou grupo de contas de um patrimônio, por exemplo, pode sofrer variações, positivas ou negativas, isto é, o patrimônio tanto pode sofrer uma ação aumentativa como diminutiva, em cada um de seus respectivos grupos de conta Indicador
Períodos Ano 1
Ano 2
Ano 3
Ano 4
Liquidez Geral
0,80
1,15
1,31
1,40
Evolução com base em 100
100
143
163
175
Interpretação: verifica-se uma variação de 43% no ano 2; 63% no ano e 75% no ano 4, comparados com o ano 1
Análise Vertical x Análise Horizontal As condições de uma análise, na maior parte dos casos, não podem ser obtidas somente através de um estudo da análise horizontal ou vertical, consideradas isoladamente, fazendo necessário que se efetuem essas duas análises conjuntamente •
Análise Vertical
É uma análise estática, onde se estudam as relações existentes entre certos itens e determinados valores, em um momento, como por exemplo, o ativo, o passivo e as receitas operacionais.
•
Análise Horizontal
É uma análise dinâmica, onde se considera uma série temporal de valores ou indicadores, em forma de índice, analisando-se, assim, o comportamento de cada item ou índice, seus acréscimos ou diminuições, suas variações percentuais
Análise Vertical x Análise Horizontal Exemplo:
Itens
Ano 1 $
Passivo Circulante
Passivo Total
200
2.000
Ano 2 H
$
10%
100
300
100%
100
4.000
V
Ano 3 H
$
7,5%
1,5
400
6,7%
2,0
100%
2,0
6.000
100%
3,0
V
V
H
Análise Vertical x Análise Horizontal Interpretação: percebe-se em relação ao passivo circulante, um grande incremento horizontal, o que pode, através de uma primeira consideração, constituir-se em um problema de liquidez para a empresa. Efetuando-se uma análise vertical, nota-se que a participação das obrigações da empresa a curto prazo (PC), em relação ao total de seu passivo (e, por conseqüência, também do seu ativo total), diminui, o que poderá aliviar a preocupação do analista, ou pelo menos, desvia-la para outros pontos. Em outros termos, significa que o passivo exigível a curto prazo apresentou um crescimento proporcionalmente menor do que o aumento verificado na estrutura da empresa.
Análise por Quociente
Visa estabelecer a relação entre dois valores heterogêneos ou diferentes entre si, indicando a proporção de um (numerador) sobre o outro (denominador). Referida análise é determinada, portanto, em função da relação existente entre dois elementos, indicando quantas vezes um contém o outro ou a proporção de um em relação ao outro.
Análise por Quociente
Quocientes da situação financeira Quocientes de estrutura patrimonial (%) Capital de terceiros / capital próprio Quanto menor, melhor Fórmula = (PC + PELP)/PL Função indica quanto a empresa tomou de capital de terceiros para cada $ 1,00 de capital próprio.
Análise por Quociente
Composição do endividamento Quanto menor, melhor Fórmula = PC / (PC+ PELP) Função identifica a composição do endividamento total, ou seja, qual a parcela que vence a curto prazo, no endividamento total, e evidencia se a empresa opera basicamente com dívidas a curto ou longo prazo.
Análise por Quociente
Endividamento Geral Quanto menor, melhor Fórmula = (PC + PELP) / AT Função – identifica a porcentagem do endividamento sobre os fundos totais, ou seja, quanto por cento dos recursos totais origina-se de capitais de terceiros. Indica, também, sob outro aspecto, qual a porcentagem do ativo total financiada com recursos de terceiros.
Análise por Quociente Imobilização do capital próprio Quanto menor, melhor Fórmula = AP / PL Função – indica quanto de valor monetário a empresa aplicou no ativo permanente para cada $ 1,00 de PL Imobilização dos recursos permanentes Quanto menor, melhor Fórmula = AP / (PEPL + PL) Função – indica que % dos recursos não correntes (PEPL + PL) a empresa destinou para o ativo permanente.
ANÁLISES DE LIQUIDEZ
Os índices de liquidez visam fornecer um indicador da capacidade da empresa de pagar suas dívidas, a partir da comparação entre os direitos realizáveis e as exigibilidades. As medidas mais usuais para avaliação da liquidez são o Capital Circulante Líquido ou Capital de Giro, os índices de liquidez geral, corrente ou simples e de liquidez seca, as rotações de contas a receber e dos estoques, e o índice geral de solvência
Quocientes de solvência Liquidez Geral, parcial ou global Quanto maior, melhor Fórmula = (AC +ARLP) / (PC + PELP) Função – identifica a capacidade de pagamento da empresa a longo prazo, ou seja, quanto possui no AC e ARLP para cada $ 1,00 de dívida total (curto e longo prazos). Liquidez Corrente, circulante ou comum Quanto maior, melhor Fórmula = AC / PC ou LC = 1 + (CCL / PC) Função – identifica quanto a empresa possui no AC para cada $ 1,00 de PC. Ou seja, a capacidade de pagamento da empresa no curto prazo
Quocientes de solvência
Liquidez Seca ou Ácida Quanto maior, melhor Fórmula = (AC – Estoques) / PC Função – identifica o montante das dívidas a curto prazo que está em condições de ser pago mediante a utilização de itens de maior liquidez do ativo circulante.
Índices de Rotação
Os índices de rotação constituem-se em categoria de elevada importância para o trabalho de análise uma vez que é grande a sua contribuição na interpretação da liquidez e rentabilidade da empresa, à medida que servem de indicadores dos prazos médios de rotação de estoques, recebimentos de vendas e pagamento das compras. Cabe destacar que os três índices devem ser interpretados de forma conjunta, uma vez que constituem alicerces fundamentais do ciclo financeiro da empresa.
Rotação de Contas a Receber
O Índice de Rotação de Contas a Receber ( IRC/R) = Vendas anuais (a prazo) / Média do Contas a Receber (a média do Contas a Receber é calculada com os valores de Contas a Receber no final de dois períodos consecutivos. Este índice indica quantas vezes o Contas a Receber se renova durante o ano. Um valor baixo indica pouca renovação = pouca liquidez)
Prazo Médio de Cobrança PMC = 360 (dias de vendas a crédito no ano) / IRC/R (este nº indica o prazo médio de recebimento dos valores do Contas a Receber) O prazo médio de recebimento das vendas indica quantos dias, em média, a empresa leva para receber suas vendas. O volume de duplicatas a receber é decorrente de dois fatores básicos: a. b.
montante de vendas a prazo; e prazo concedido aos clientes para pagamento
As vendas a prazo devem seguir uma política de crédito adotada pela empresa, que seja adequada a seu tipo de negócio. Se a empresa venda a prazos de 30 e 60 dias e o PMC for superior, significa que a empresa está com suas contas a receber atrasadas.
Rotação dos Estoques (IRE)
Índice de Rotação dos Estoques = CMV ou CPV / Estoque Médio O índice de rotação dos estoques indica quantos dias, em média, os produtos ficam armazenados na empresa antes de serem vendidos. Quando este valor é elevado, indica que a empresa está girando bem seus estoques e tem pouco risco de encalhe. Indica também menor investimento em estoques.
Período Médio (ou dias) de Estoque (PME) PME = 360 / IRE (este número indica os dias de estoque da empresa que deve estar com o ciclo de produção ou de segurança. Caso ele seja elevado, significa que o giro é lento e que o estoque pode ser reduzido).
Prazo Médio de Pagamento O prazo médio de pagamento das compras (PMPC) indica quantos dias, em média, a empresa demora para pagar seus fornecedores. PMPC = (Saldo de Fornecedores (médio) / Compras) x Dias do período Para as empresas comerciais, o cálculo das compras é desenvolvido a partir da fórmula de cálculo do CMV, isto é: CMV = Ei + C – Ef C = CMV + Ef - Ei
Prazo Médio de Pagamento
Considerando que as compras equivalem ao CMV, mais o estoque final e menos o estoque inicial, conclui-se que as compras equivalem ao CMV mais a variação dos estoques, uma vez que esta variação é obtida pela diferença entre os estoques final e inicial.
Quocientes de rotação dos recursos Giro dos estoques totais Quanto maior, melhor Fórmula = CV / Saldo médio dos estoques Função – indica o número de vezes em que foram renovados, durante certo intervalo de tempo, os recursos aplicados nesse ativo. Giro do ativo circulante Quanto maior, melhor Fórmula = ROL / Saldo médio do Ativo Circulante Função – indica o número de vezes em que foi renovado, durante certo intervalo de tempo, o montante correspondente ao ativo circulante
Quocientes de rotação dos recursos
Giro do Ativo Operacional Quanto maior, melhor Fórmula = ROL / Saldo médio do Ativo Operacional Função – indica o número de vezes em que foram renovados, durante certo intervalo de tempo, os recursos aplicados no ativo operacional (ativos fixos, estoques, duplicatas e contas a receber a curto e a longo prazos e a parcela das disponibilidades).
Quocientes de prazos médios Prazo médio de estocagem (PME) Quanto maior, pior Fórmula = Saldo médio dos estoques / (CV / 360 dias) Função – representa o tempo médio de produção e estocagem
Prazo médio de cobrança (PMC) Quanto maior, pior Fórmula = Saldo médio de Duplicatas. A Receber / [(ROB – DA) / 360 dias] Função – quantos dias a empresa leva, em média, para receber o valor de suas duplicatas a receber (clientes)
Quocientes de prazos médios Prazo médio de pagamento (PMP) Quanto maior, melhor Fórmula = Saldo médio dos fornecedores / (Compras Brutas / 360 dias) Função – quantos dias, em média, a empresa leva para pagar o valor de suas obrigações junto a fornecedores (duplicatas a pagar).
Ciclos Financeiros da Empresas A magnitude de investimento operacional em giro decorre do tipo de atividade de cada empresa. Cada atividade tem suas características próprias. O ciclo de produção de uma empresa que produz navio, seguramente, será diferente do ciclo de produção da empresa que produz livros didáticos. As atividades normais de uma empresa comercial, por exemplo, compreendem diversas fases a saber:
COMPRAS
ESTOCAGEM
VENDA
Ciclos Financeiros da Empresas As compras podem ser a vista ou a prazo. As mercadorias adquiridas podem ser vendidas rapidamente ou podem demorar nos estoques. As vendas também podem ser a vista ou a prazo. Suponhamos um supermercado que trabalhe com as seguintes condições: • • •
Prazo médio de rotação dos estoques Prazo médio de recebimento das vendas Prazo médio de pagamento das compras
= = =
34 dias a vista 51 dias
Ciclos Financeiros da Empresas
O ciclo financeiro é o período que a empresa leva para que o dinheiro volte ao caixa, isto é, compreende o prazo médio de rotação do estoque, mais o prazo médio de recebimento das vendas, menos o prazo médio de pagamento das compras. No exemplo acima, temos: 34 dias + 0 dia – 51 dias = - 17 dias.
Quocientes de prazos médios (ciclos) Ciclo Operacional Quanto maior, pior Fórmula = PME + PMC Função – indica quantos dias decorrem entre a compra de matérias-primas e o recebimento das duplicatas a receber. Ciclo Financeiro Quanto maior, pior Fórmula = PME + PMC – PMP Função – indica necessários
quantos
dias
de
financiamento
são
Quocientes de rentabilidade Margem de Lucratividades das Vendas (%) Margem Bruta Quanto maior, melhor Fórmula = LB / ROL Função – indica a porcentagem do remanescente da receita operacional líquida, após a dedução do custo das vendas Margem Operacional Quanto maior, melhor Fórmula = LO / ROL função – expressa percentualmente o que restou da receita operacional bruta, após se deduzir as despesas operacionais
Quocientes de rentabilidade Margem Líquida Quanto maior, melhor Fórmula LL / ROL função – revela o percentual da receita operacional líquida que sobrou após serem deduzidas todas as despesas e computados os resultados não operacionais, a provisão para CSSL e imposto de renda e as participações estatutárias Mark-up Global Quanto maior, melhor Fórmula = LB / CV Função – corresponde à taxa de acréscimos sobre o custo das vendas, para se chegar à receita operacional líquida
Taxas de Retorno Retorno sobre o ativo operacional Quanto maior, melhor Fórmula = LO / Saldo médio do ativo operacional Função - Indica quanto a empresa obtém de lucro operacional, relativamente ao montante aplicado no ativo operacional Retorno sobre o investimento operacional Quanto maior, melhor Fórmula = LL / Saldo médio do ativo total Função – mede a rentabilidade final obtida sobre todos os recursos investidos na empresa
Taxas de Retorno
Retorno sobre o capital próprio Quanto maior, melhor Fórmula = LL / Saldo médio do Patrimônio Líquido Função – corresponde à rentabilidade que a empresa propiciou aos recursos investidos pelos seus acionistas ou sócios.
Fórmulas Du Pont Taxas de retorno sobre o ativo operacional Margem operacional Quanto maior, melhor (%) Fórmula = LO / ROL Função – expressa percentualmente o que restou da receita operacional líquida, após se deduzir as despesas operacionais
Fórmulas Du Pont Giro do ativo operacional Quanto maior, melhor (vezes) Fórmula = ROL / Saldo médio do ativo operacional Função – indica o número de vezes em que foram renovados, durante certo intervalo de tempo, os recursos aplicados no ativo operacional Retorno s/o ativo operacional Quanto maior, melhor (%) Fórmula = LO / Saldo médio do ativo operacional Função – indica quanto a empresa obtém de lucro operacional, relativamente ao montante aplicado no ativo operacional.
Fórmulas Du Pont Taxas de retorno sobre o capital próprio Margem líquida Quanto maior, melhor (%) Fórmula = LL / ROL função – revela o percentual da receita operacional líquida que sobrou após serem deduzidas todas as despesas e computados os resultados não operacionais, a provisão para CSSL e imposto de renda e as participações estatutárias Giro do investimento total Quanto maior, melhor (vezes) Fórmula = ROL / Saldo médio do ativo total Função – indica o número de vezes em que foram renovados, durante certo intervalo de tempo, os recursos aplicados no investimento total
Fórmulas Du Pont Retorno sobre o investimento total Quanto maior, melhor (%) Fórmula = LL / Saldo médio do ativo total Função – mede a rentabilidade final obtida sobre todos os recursos investidos na empresa Proporção do capital próprio sobre o ativo total Quanto maior, melhor (vezes) Fórmula = Saldo médio do patrimônio líquido / Saldo médio do ativo total Função – indica, como o próprio título revela, qual a proporção existente entre o patrimônio líquido e o patrimônio bruto
Fórmulas Du Pont
Retorno sobre o capital próprio Quanto maior, melhor (%) Fórmula = LL / Saldo médio do patrimônio líquido Função – corresponde à rentabilidade que a empresa propiciou aos recursos investidos pelos seus acionistas ou sócios
ALAVANCAGEM OPERACIONAL E FINANCEIRA Entende-se por alavancagem a capacidade que a empresa possui para usar ativos ou fundos com determinado custo fixo, a fim de aumentar o grau de retorno dos recursos dos acionistas ou dos sócios. A alavancagem ocorre em diferentes graus: quanto maior o grau de alavancagem, maior será o risco – porém, maior será o retorno esperado. Há dois tipos de alavancagem – alavancagem operacional e alavancagem financeira. A alavancagem operacional é determinada pela relação entre as receitas operacionais e o lucro líquido antes das despesas financeiras e o imposto de renda. A alavancagem financeira é determinada pela relação entre o lucro antes das despesas e do imposto de renda e o lucro líquido do exercício.
ALAVANCAGEM OPERACIONAL E FINANCEIRA Alavancagem operacional estuda qual o efeito do aumento da produção no lucro operacional da empresa. Corresponde à capacidade da empresa em suportar custos fixos com a finalidade de maximizar os efeitos das variações nas vendas em seu lucro, antes de deduzidos os encargos financeiros e o imposto de renda
O grau de alavancagem operacional também é tomado em função do nível de vendas usado como base. Quanto mais próximo o nível de venda (usado como referência) estiver do ponto de equilíbrio, maior a alavancagem operacional. G A O = variação % do lucro operacional / variação % do volume de vendas.
ALAVANCAGEM OPERACIONAL E FINANCEIRA É fundamental para a determinação do grau de alavancagem operacional, o estudo particularizado da estrutura de custos da empresa (fixo e variáveis), bem como do ponto de equilíbrio da produção/vendas A distinção entre custos fixos e variáveis (aqueles custos que variam com o tempo e aqueles que variam com o nível de atividade) é uma idéia antiga. Esta separação de custos é a base para a análise do ponto de equilíbrio A idéia do “ponto de equilíbrio”está baseada na simples questão de quantas unidades de produto ou serviços uma empresa deve vender para cobrir seus custos fixos.
ALAVANCAGEM OPERACIONAL E FINANCEIRA A alavancagem é definitivamente uma “faca de dois gumes”. Os lucros aumentarão proporcionalmente de forma mais rápida que o volume de unidades. Infelizmente, o mesmo efeito ocorre quando da queda do volume de operações, que resulta em queda do lucro e acelera as perdas, desprorcionalmente à taxa de redução do volume A definição básica necessária para analisar a alavancagem, pode ser estabelecida da seguinte forma: Lucro (L) Receita Total (RT) Unitário (Pu) Custo Total (CT)
= = =
Receita Total – Custo Total Volume (V) (Quantidade) x Preço Custo Fixo (CF)+ Custo Variável (CV)
ALAVANCAGEM OPERACIONAL E FINANCEIRA A fórmula que define as condições da alavancagem é muito simples. Estamos interessados no efeito sobre o lucro (L) das mudanças no volume (V). os elementos que dão suporte são: preço unitário (Pu), custo variável unitário (CV) e custos fixos (CF). a relação é: L
=
VPu – [(V x CV)+ CF]
Essa formula pode ser reordenada como: L
=
V (Pu – CV) – CF
Que mostra que o lucro depende do número de bens ou serviços vendidos vezes a diferença entre o preço unitário e o custo variável unitário, que é a margem do valor unitário ao elemento constante, chamado custo fixo.
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA E PONTO DE EQUILÍBRIO POR PRODUTO OU DIVISÃO A partir do momento em que há o custeamento variável / direto para cada produto da empresa, bem como uma boa identificação dos custos e despesas fixas de cada um deles, é possível construir o ponto de equilíbrio de cada produto. O mesmo acontece com os dados das divisões. Custo do Produto pelo Custeamento Direto / Variável Custos e Despesas Variáveis – Produto A R$ Matéria-prima e materiais diretos Materiais indiretos variáveis
460,00 36,00
Mão-de-obra direta
200,00
Comissões – 12% de R$ 1.700,00 (Preço de venda unitário)
204,00
TOTAL CUSTO VARIÁVEL
900,00
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO UNITÁRIA E PONTO DE EQUILÍBRIO POR PRODUTO OU DIVISÃO Produto A R$
%
PV unitário
1.700,00
100,00
CV unitário
900,00
52,94
MC unitária
800,00
47,06
Isso significa que a cada unidade de Produto A vendida, a empresa recebe um lucro unitário de R$ 900,00. É a contribuição unitária que o produto A dá para a empresa, para cobrir todos os custos e despesas fixos (custo de capacidade) e propiciar a margem de lucratividade desejada.
MODELO DE DECISÃO – UM ÚNICO PRODUTO O modelo de decisão de margem de contribuição expressa-se em uma Demonstração de Resultados, onde devem ser incorporados os dados quantitativos (que representam os volumes de produção, venda ou a nível de atividade) e os preços unitários Estrutura de Resultados
Quantidade
Preço Unitário
Total (em R$)
Vendas
1.000
1.700,00
1.700.000,00
Custo e Despesas Variáveis
1.000
900,00
900.000,00
Margem de Contribuição
1.000
800,00
800.000,00
Custos e Despesas Fixas do ano
560.000,00
Lucro Operacional Total
240.000,00
MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E VOLUME DE PRODUÇÃO / VENDAS Partindo do pressuposto que a venda de cada unidade de produto propicia uma contribuição unitária para cobrir os custos e despesas fixos e possibilitar valores de lucro, podemos fazer uma simulação de como seria o lucro líquido em algumas situações de quantidade vendida Estrutura de Resultados
Dados Unitários
Vendas
Quantidade Produzida / Vendida 1
2
700
701
1.700,00
1.700,00
3.400,00
1.190.000,00
1.191.700,00
(900,00)
(900,00)
(1.800,00)
(630.000,00)
(630.900,00)
800,00
800,00
1.600,00
560.000,00
560.800,00
Custos e Despesas Fixas do ano
(560.000,00)
(560.000,00)
(560.000,00)
(560.000,00)
Resultado Operacional Total
(559.200,00)
(558.400,00)
Custos e Variáveis
Despesas
Margem de Contribuição
0
800,00
EQUAÇÃO E CÁLCULO DO PONTO DE EQUILÍBRIO Como o ponto de equilíbrio conceitua o ponto onde o lucro líquido é igual a ZERO Ponto de equilíbrio em quantidade – partindo da equação mostrada anteriormente, a fórmula do ponto de equilíbrio em quantidade é a seguinte: P. E. em quantidade = Custo Fixos Totais_______ Margem de Contribuição Unitária
DEMONSTRAÇÃO DA FÓRMULA – partindo da equação que fundamenta o ponto de equilíbrio, demonstra-se a fórmula: Vendas = Custos Variáveis + Custos Fixos
EQUAÇÃO E CÁLCULO DO PONTO DE EQUILÍBRIO
Vendas = Preço de venda unitário (PV) x Quantidade vendida no PE ((Q) Custos Variáveis = Custo Variável Unitário (CV) x Quantidade no PE (Q) Custos Fixos = Total em Reais dos Custos e Despesas Fixas (CF) Margem de Contribuição (MC) = Preço de Venda – Custo Variável MC = PV - CV PV x Q = CV x Q + CF (PV x Q) – (CV x Q) = CF como PV – CV = MC (margem de contribuição unitária), substituindo: MC x Q = CF : portanto, a quantidade no Ponto de Equilíbrio é: PE (Q) = CF MC
PONTO DE EQUILÍBRIO EM VALOR
Em determinadas situações, notadamente quando o leque de produtos é muito grande e há dificuldades de se obter o mix ideal de produtos e suas quantidades no ponto de equilíbrio, bem como existem dificuldades de identificar os custos e despesas fixos para cada produto, temos de nos valer de um informação de caráter global expressa em denominador monetário. Assim, traduzimos o ponto de equilíbrio em valor de vendas, ou seja, qual valor mínimo deve ser vendido para que a empresa não tenha prejuízo e obtenha lucro zero. Para esse cálculo, é necessário sabermos a margem de contribuição em percentual sobre o preço de venda e a fórmula é: PE ($) = Custos Fixos Totais MC em percentual
PONTO DE EQUILÍBRIO OPERACIONAL É quantidade de vendas que deve ser efetuada para cobrir todos os custos e despesas fixos, deixando de lado os aspectos financeiros e não-operacionais. Portanto, o ponto de equilíbrio operacional considera os seguintes dados: •Receitas de vendas (ou da produção a preços de vendas) •Custos variáveis – obtidos do custo dos produtos vendidos / produzidos •Despesas variáveis – obtidas (administrativas e de vendas)
das
despesas
operacionais
•Custos fixos – obtidos do custo dos produtos vendidos / produzidos •Despesas fixas – obtidas das despesas operacionais
PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO
É uma evolução do dado anterior, com a inclusão das despesas e receitas financeiras, mais os efeitos monetários (inflação nos ativos e passivos monetários), que serão tratados como despesas fixas. É um valor de receita mínima que gere lucro zero, mas que cubra todos os gastos operacionais, financeiros e os efeitos da inflação nos ativos e passivos monetários.
PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO
É uma variante do ponto de equilíbrio econômico, excluindo apenas a depreciação, pois momentaneamente ela é uma despesa nãodesembolsável. É importante em situações de eventuais reduções da capacidade de pagamento da empresa
PONTO DE EQUILÍBRIO META
É uma outra variante do ponto de equilíbrio em valor, adicionandose aos custos e despesas fixos e efeitos financeiros e monetários um montante de lucro mínimo que a empresa entende ser obrigatório
PONTO DE EQUILÍBRIO EM QUANTIDADE PARA MÚLTIPLOS PRODUTOS
Este é um dos assuntos mais complexos da análise custo / volume / lucro e só tem sentido se a unidade de medida de quantidade de produção e vendas for a mesma para todos os produtos e que estes sejam relativamente homogêneos. Ex.: a empresa tem custos fixos comuns de R$ 488.000,00 e os seguintes dados unitários. Vamos assumir que o mix atual será o mesmo no ponto de equilíbrio.
PONTO DE EQUILÍBRIO EM QUANTIDADE PARA MÚLTIPLOS PRODUTOS
Este é um dos assuntos mais complexos da análise custo / volume / lucro e só tem sentido se a unidade de medida de quantidade de produção e vendas for a mesma para todos os produtos e que estes sejam relativamente homogêneos. Ex.: a empresa tem custos fixos comuns de R$ 488.000,00 e os seguintes dados unitários. Vamos assumir que o mix atual será o mesmo no ponto de equilíbrio.
PONTO DE EQUILÍBRIO EM QUANTIDADE PARA MÚLTIPLOS PRODUTOS Dados Unitários Produto
Preço Venda
de Custo variável
Margem de Contribuição
Quantidade de Vendas Esperadas
Produto 1
6
4
2
62.500
Produto 2
7
3
4
75.000
Produto 3
8
5
3
112.500
Custos Fixos Comuns =
R$ 488.000,00
PONTO DE EQUILÍBRIO EM QUANTIDADE PARA MÚLTIPLOS PRODUTOS Calcula-se primeiro a participação dos produtos no total de quantidades produzidas, obtendo-se o mix em percentual. Em seguida, aplica-se o percentual obtido nas margens de contribuição unitária, obtendo-se uma margem de contribuição unitária média. Com isso, podemos utilizar a equação do ponto de equilíbrio em quantidade Mix de quantidade
Participação em percentual
Produto 1
62.500
25
Produto 2
75.000
30
Produto 3
112.500
45
Total
250.000
100
PONTO DE EQUILÍBRIO EM QUANTIDADE PARA MÚLTIPLOS PRODUTOS Aplicando os percentuais do mix na margem de contribuição unitária, obteremos uma margem de contribuição unitária média. Produto 1 ( 0,25 x R$ 2,00) = R$ 0,50 Produto 2 ( 0,30 x R$ 4,00) = R$ 1,20 Produto 3 ( 0,45 x R$ 3,00) = R$ 1,35 Total R$ 3,05 PE (Q) = R$ 488.000,00 = 160.000 unidades R$ 3,05 Para determinar a quantidade a ser produzida / vendida, de cada produto no ponto de equilíbrio, basta multiplicar o percentual de cada produto pela quantidade total no ponto de equilíbrio. Ex.: Produto 1 => 160.000 x 0,25 = 40.000; Produto 2 =.> 160.000 x 0,30 = 48.000; Produto 3 => 160.000 x 0,45 = 72.000