Análise da evolução das finanças do Município de Pelotas, 19822002
Darcy Francisco Carvalho dos Santos Economista e contador Auditor de Finanças Públicas
Sumário INTRODUÇÃO..................................................................................................................................................3 CONTEXTO ECONÔMICO E SOCIAL DO MUNICÍPIO ..............................................................................................................................................................................4 EVOLUÇÃO DAS RECEITAS.........................................................................................................................7 1. RECEITAS CORRENTES.......................................................................................................................................7 1.1. RECEITAS PRÓPRIAS.......................................................................................................................................8 1.1.1 Receita Tributária.............................................................................................................................8 a1) IPTU...............................................................................................................................................................8 a2. ISTBI...............................................................................................................................................................9 a3. ISQN...............................................................................................................................................................9 a4. Taxas e outros..................................................................................................................................................9
1.1.2 DEMAIS RECEITAS CORRENTES....................................................................................................................10 1.2 TRANSFERÊNCIAS CORRENTES........................................................................................................................10 a) Cota do ICMS.......................................................................................................................................10 b) Cota IPVA.............................................................................................................................................11 2 – OPERAÇÕES DE CRÉDITO...............................................................................................................................12 EVOLUÇÃO DAS DESPESAS.......................................................................................................................13 1. PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS.........................................................................................................................13 2. DESPESAS DE MANUTENÇÃO............................................................................................................................14 3. INVESTIMENTOS..............................................................................................................................................14 3.1 – Composição da despesa de capital de 2000 a 2002.......................................................................14 4. GRANDES AGREGADOS DE DESPESA EM PERCENTUAL DA RECEITA CORRENTE.....................................................15 RESULTADOS ORÇAMENTÁRIOS ...........................................................................................................16 ANÁLISE POR PERÍODO GOVERNAMENTAL......................................................................................19 5.1 Governo IRAJÁ/PEDRO MACHADO – De 1982 a 15/03/1983.......................................................19 5.2 Governo BERNARDO DE SOUZA – 15/03/1983 a 15/03/1987......................................................19 5.3 Governo JOSÉ MARIA – 15/03/1987 a 31/12/1988........................................................................21 5.4 Governo ANSELMO RODRIGUES – 01/01/1989 a 31/12/1992......................................................22 5.5 Governo IRAJÁ RODRIGUES – 01/01/1993 a 31/12/1996............................................................22 5.6 Governo ANSELMO RODRIGUES – 01/01/1997 a 12/1998.........................................................23 5.7 Governo OTELMO ALVES – 12/1998 a 31/12/2000.....................................................................24 5.8 Governo FERNANDO MARRONI – 01/01/2001 a 31/12/2002......................................................25 DÍVIDA ATIVA E DÍVIDA FUNDADA E FLUTUANTE..........................................................................26 6.1 DÍVIDA ATIVA............................................................................................................................................26 6.2 .DÍVIDA FUNDADA .....................................................................................................................................26 6.3 DÍVIDA FLUTUANTE......................................................................................................................................27 ALGUMAS COMPARAÇÕES COM PORTO ALEGRE...........................................................................28 CONCLUSÃO...................................................................................................................................................29
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BIBLIOGRAFIA E LEGISLAÇÃO...............................................................................................................32 ANEXO..............................................................................................................................................................34
1 Introdução __________________________________________________________________ Este trabalho visa a analisar alguns aspectos da evolução das finanças da Prefeitura de PELOTAS, no período de 1982-2002. O universo abrange a Administração Centralizada, que inclui as transferências às autarquias e fundações. No exercício de 2002, com o advento da Portaria Federal n° 163/2001, as autarquias e fundações passaram a formar uma unidade orçamentária vinculada à secretaria afim, onde são lançadas diretamente as despesas a elas pertinentes que antes eram lançadas como transferências. Todos os valores estão atualizados para 2002, através do IGP/DI médio anual. Por isso, as variações referidas são sempre reais, isto é, excluída a inflação, a menos que, expressamente, seja dito que os valores e as variações são nominais. No período de 1982 a 2002 existiram seis unidades monetárias diferentes, sendo: o Cruzeiro, o Cruzado, o Cruzado Novo, novamente o Cruzeiro, o Cruzeiro Real e, por fim, o Real, vigorando esta última desde julho de 1994. Nesse período o índice inflacionário atingiu a 6,8 trilhões por cento, o que quer dizer que um produto qualquer que valesse R$ 1,00 em 1982, valeria, em 2002, R$ 68 bilhões, não fossem as reformas monetárias que ocorreram. A Tabela 8 do Anexo demonstra os fatores adotados neste trabalho para atualização de valores, que levaram em conta a variação do IGP/DI e as razões de conversão para Real. Os dados utilizados são oficiais, obtidos junto ao TCE e balanços da Prefeitura. A presente análise deixou de abordar a despesa por funções, tendo em vista as alterações introduzidas a partir do ano 2002 pelas Portarias Federais 42/99 e 163/2001, que tornaram impossível a comparação no exercício citado, diante dos dados disponíveis. Além disso, sendo a classificação por funções a maior agregação da despesa pública, uma análise das mesmas sem descer em nível de programas, pode chegar a conclusões que não correspondam adequadamente à realidade. São exemplos dessa afirmativa as funções Saúde e Saneamento, Habitação e Urbanismo, Educação e Cultura, entre outras, compostas por programas da natureza bem distinta.
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2 Contexto econômico e social do Município __________________________________________________________________ O Município de Pelotas está inserido na denominada Metade Sul do Estado ou Região Sul, denominação essa utilizada por publicação da FEE1. Por essa publicação, essa região possuía 39,08% do PIB estadual em 1939, baixando para 16,6% em 1998 2. Também segundo a FEE, o PIB do Município de Pelotas, entre 1985 e 2001, caiu 9,5%. Nesse mesmo período, o PIB estadual cresceu 43,2% e o nacional, 43,7%. O PIB per-capita do Município de Pelotas reduziu-se em 24,7% no período citado, enquanto o estadual cresceu 16,6%. O PIB de 2001 de Pelotas, a preços de 2002, foi de R$ 1.833.212.340, sendo o per-capita de R$ 5.661,07, conforme a Fundação de Economia e Estatística. Segundo a mesma fonte, o PIB estadual, nas mesmas condições, foi de R$ 107,846 bilhões, sendo o per-capita de R$ 10.480,96. O PIB per-capita de Pelotas em 2001 correspondia a 54% do PIB estadual. Em 1985, representava 83,7%. Segundo dados do Banco Federativo – IBGE, o IDH de Pelotas em 2000 era 0,806, tendo melhorado em 5% em relação a 1991, quando atingia 0,767. Pelotas ocupava em 2000 o lugar 144 no rank estadual e 450 no nacional. A população do município, segundo a mesma fonte, era de 323.034 em 2000 e de 327.955 em 2002, sendo 93% urbana e 7% rural. A taxa de crescimento no período foi de 1,30% ao ano. A taxa de mortalidade infantil era de 16,6 por mil e a esperança de vida 69,9 anos. O taxa de analfabetos com mais de 15 anos era de 6,25%, enquanto a do Estado era de 6,65% e a do Brasil, 13,63%. Outro aspecto a ser considerado é que a participação do Município de Pelotas no retorno do ICMS passou de 3,112% no triênio 1981/83 para 1,597% no triênio 2001/03, o que representou uma redução de 48,7%. A emancipação dos municípios de Arroio do Padre, Capão do Leão, Morro Redondo e Turuçu contribuiu com 9,5% para essa redução, conforme Quadro 1. 1 2
Alonso, José Antônio Fialho e outros, obra citada na Bibliografia. Revista Súmula Econômica, agosto/setembro/1999 – FIERGS.
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Quadro 1 Perda de retorno do ICMS do Município de Pelotas pelas emancipações MUNICÍPIO DESMEMBRADO Arroio do Padre Capão do Leão Morro Redondo Turuçu TOTAL Município de Pelotas em 1982 Município de Pelotas em 2003 Redução do índice no período Redução pelas emancipações Redução sem as emancipações
ANO (*) ÍNDICE DE 2003 2001 0,028891 1983 0,154724 1989 0,064022 1997 0,047572 0,295209 3,112451 1,597174 48,7% 9,5% 39,2%
(*) Ano em que passou a receber retorno do ICMS. Fonte: Sefaz.rs.gov.br – Índices de Retorno ICMS 1971-2003.
A causa principal da redução no índice de retorno está na queda da participação do Município na geração do valor adicionado fiscal que, no período 1989/99, caiu de 2,82% para 1,84% do total estadual. Foi uma perda de participação relativa de 34,8% em dez anos. Deve ser salientado que a perda de participação no ICMS consubstancia-se basicamente pelo crescimento relativo a menor em relação aos demais municípios do Estado. Contribuem também, para isso, as emancipações, que reduzem os índices de participação dos municípios desmembrados. Outro aspecto a ser destacado foi a crise da economia brasileira, que redundou na redução da carga tributária a partir dos anos de 1984, onde o índice de 24,3% foi menor que os alcançados em 1969 (24,9%) e em 1970 (26%). A carga tributária nacional passou a crescer em caráter contínuo a partir de 1994, com 29,8%, alcançando 34,1% em 2002. No exercício de 1983, o ICMS do Estado do RS decresceu 11,9%, tendo aumentado apenas 0,5% no ano seguinte3. Nesses mesmos exercícios, a arrecadação dos municípios do interior do Brasil decresceram sua arrecadação em 17,4% e 5,3%, respectivamente.4 Isso explica a grande queda da arrecadação do Município de Pelotas nesses dois exercícios. Os municípios brasileiros, entretanto, só foram aumentar sua participação na arrecadação tributária nacional período 1989 e 1993, quando o Fundo de Participação dos Municípios passou, gradativamente, de 17% para 22,5% do produto da arrecadação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI. O Quadro 1 mostra a carga tributária em relação ao PIB e 3 4
O Estado do RS nos Anos 80 – FEE, p.108, com aplicação da variação do IGP/DI. Economia do Setor Público – Flávio Riani, 2ª edição, 1990, p.143.
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participação percentual dos municípios na arrecadação nacional, no período 19822002. Quadro 1 Carga tributária (CT) em relação ao PIB e participação percentual dos municípios na arrecadação nacional, 1982-2001 ANOS 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991
CT % PIB 26,3 27,0 24,3 24,1 26,2 23,8 22,4 24,1 28,8 25,2
MUNICÍPIOS 8,9 8,9 10,1 11,1 12,1 12,6 13,3 16,4 17,1 19,1
ANOS 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
CT % PIB MUNICÍPIOS 25,0 18,4 25,8 18,0 29,8 17,9 29,4 18,9 29,1 17,7 29,6 16,6 29,6 16,8 31,7 Nd 32,7 Nd 34,1 Nd
FONTE: BNDES, INFORME-SE, n. 40, Afonso, José Roberto e outros e IBAM (1989-98), obras citadas na Bibliografia.
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3 Evolução das receitas _____________________________________ _______ As receitas estão classificadas em Receitas Correntes e Receitas de Capital, estas últimas constituídas, basicamente, das operações de crédito. Para efeito de análise, as receitas foram classificadas em Receitas Correntes e Operações de Crédito. As Receitas Correntes estão desdobradas em Receitas Próprias e de Transferências. As Receitas Próprias estão constituídas da Receita Tributária e Outras Correntes. As Receitas de Transferências são basicamente as da União e as do Estado. 1. Receitas Correntes Conforme já referido, para efeito de análise, foram divididas em Receitas Próprias e Receitas de Transferências. As Receitas Correntes passaram de um total de R$ 73 milhões em 1982 para R$ 153 milhões em 2002, representando um crescimento real de 109% no período. Isso representa uma taxa real média anual de 3,8%. O crescimento das receitas correntes verificou-se a partir de 1995, tendo sido lento até 1997. A partir de 1998 é que houve grande expansão, a partir das transferências correntes, primeiro com o FUNDEF, a contar de 1998, e depois com o SUS, de 2000 em diante. Em 1994, o montante das receitas correntes era praticamente o mesmo de 1982 e inferior a diversos anos da série até então, como 1986, 1987 e de 1990 a 1993 (Tabelas do Anexo n. 1, 1.1 e 1.2, e Gráfico 1 ).
Gráf. 1 - Evoluçao das receitas correntes, 1982-2002 180.000 160.000 140.000 120.000 100.000
Fundef e Sus
80.000 60.000 40.000 20.000 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988
Correntes
Próprias
1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995
Transferências
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Transf.s/Fundef/Sus
Op.crédito
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1.1. Receitas Próprias As receitas próprias são compostas pela Receita Tributária e pelas Demais Receitas Correntes, sendo estas últimas basicamente: Receita da Dívida Ativa, Receita Patrimonial e Indenizações e Restituições. O principal componente desta última é a Receita de Anulação de Restos a Pagar. No período em causa cresceram 40%, o que representa uma taxa anual de 1,7%, mas tendo como causa o crescimento verificado nos dois últimos exercícios, pois em 2000 foi atingido tão-somente o índice 107, quando excluída a receita escritural de Anulação de Restos a Pagar, nesse exercício (Tabela 1.1.A do Anexo). O que levou o índice de 107 em 2000 para 140 em 2002 foi, basicamente, um aumento de 70,7% do IPTU no período. 1.1.1 Receita Tributária O valor arrecadado em 2002 é praticamente o mesmo de 1982, apenas 4% superior. Se, no entanto, excluirmos o ITBI, que passou a existir a partir de 1999, teríamos uma arrecadação de R$ 22.646 em 2002, 5% menor que a de 1982. Igualando-se 1982 a 100, poucos exercícios superaram esse índice nos vinte anos seguintes, sendo: 1991 (113); 1998 (102); 2002 (104). Sua participação nas receitas correntes passou de 32.8% em 1982 para 16,35% em 2002, em virtude de sua estagnação e do crescimento das transferências, principalmente a partir de 1998, com o FUNDEF e, em 2000, com o SUS. A reforma tributária de 1989 apenas serviu para colocar a arrecadação em níveis já atingidos em períodos anteriores, já que em 1988 o montante da receita tributária era apenas 38% do que fora alcançado em 1982 (Tabelas do Anexo 1, 1.1, 1.2 e 1.3, e Gráfico 2). O crescimento nos dois últimos exercícios foi de 31%, propiciado pelo IPTU, de que será tratado a seguir. Os itens que compõem a Receita Tributária são o IPTU, o ISTBI, o ISQN e Taxas e outros. a1) IPTU Atribuindo-se o índice 100 à arrecadação do IPTU em 1982, chega-se a apenas 106 em 2002. Tais arrecadações foram de 14.732 mil e 15.546 mil, respectivamente. Em 1989 tal índice atinge tão-somente 13, para uma arrecadação de R$ 1.907 mil, representando apenas 2,66% do total das receitas do Município. Apenas em três exercícios foi superado o índice 100: em 1991 (105); 1993 (112) e 2002 (106). Essa marca atingida em 2002 representou um incremento real de 70,7% em relação a 2000 (último ano do
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governo anterior). O decréscimo da renda real per-capita e mais a inflação, principalmente até 1994, explicam esse desempenho insatisfatório. a2. ISTBI Este tributo começou em 1989, pois foi criado pela reforma constitucional de 1988. O maior índice foi atingido em 1999 (148). De lá em diante, decresceu continuamente, atingindo 121 em 2002. Seu crescimento real no período foi de 21%, uma taxa anual de 1,5%. É pouco significativo na receita do Município, representando tão somente 1,51% das receitas correntes. Alcançou R$ 2.307 mil em 2002. a3. ISQN Atribuindo-se o índice 100 em 1982, atinge 126 em 2002. Ocorre, no entanto, que desde 1995 a arrecadação desse tributo sofre pouca variação, situando-se em torno de 6 ou 7 milhões de reais. a4. Taxas e outros As taxas consideradas as cobradas pelo exercício do poder de polícia e as relativas as serviços prestados são os principais componentes deste item, que apresentou acentuado declínio de arrecadação a partir de 1991. O valor arrecadado a este título em 2002 foi apenas 8% do relativo a 1982, ou seja, a arrecadação baixou de 3.806 mil para 320 mil no período. Em outros termos, a participação baixou de 5,22% do total da receita para 0,21 no período em causa. O gráfico 2 a seguir ilustra o comportamento dos principais componentes de receita própria no período de 1982-2002 (Tabelas 1, 1.1, 1.2 e 1.3 do Anexo).
Gráf.2 - Principais itens da receita corrente própria, 1982-2002 45.000 40.000 35.000 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 1982 1983 1984
1985 1986 1987 1988
Tributária
1989 1990 1991
IPTU
1992 1993 1994 1995
ISQN
1996 1997 1998
1999 2000 2001 2002
Demais correntes
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1.1.2 Demais receitas correntes Como se observa no gráfico n° 2, em dois momentos houve grande expansão deste grupo de receita, de 1987 a 1989 com o crescimento das receitas financeiras em virtude da alta taxa inflacionária da época, e em 2000 e 2001, com a receita de Anulação de Restos a Pagar, na ordem de 24,7 milhões e 5,8 milhões em valores correntes ou R$ 31 milhões e R$ 6,6 milhões em valores constantes de 2002. Excluindo esses dois períodos atípicos, esse grupo de receita situa-se em torno de R$ 6 a 8 milhões, com origem na cobrança da dívida ativa, principalmente, em aplicações financeiras e alguma receita de indenização.
1.2 Transferências correntes As transferências correntes cresceram 148% no período de 1982-2002. As do Estado variaram 40% e as da União, 650%. Em 1982, as transferências estaduais representavam 82,4% das transferências correntes e, as da União, 17,6%. As da União foram adquirindo importância gradativa, acentuando-se a partir de 2000 com o ingresso dos recursos do SUS, culminando com 53,4% em 2002, para 46,6% do Estado. Retirando-se, no entanto, o efeito do FUNDEF e do SUS, as receitas de transferências correntes cresceram apenas 32,6% no período de 1982-2002. Até 1998, havia crescido 56%, assumindo a partir de então um comportamento declinante (Tabela 2.1 do Anexo e Gráfico 1). O Gráfico 3 ilustra a evolução dos principais itens de transferências, sendo: a) Cota do ICMS Este item, ao longo dos anos, vem perdendo importância no conjunto das transferências e, em decorrência, na arrecadação do Município. Em 1982 representava 73,7% das transferências, passando para 24,9% em 2002. Mesmo em 1997, quando ainda não havia as transferências do SUS e do FUNDEF, a participação do ICMS já havia caído para 56,7%. A Cota do ICMS, partindo do índice 100 em 1982, depois de atingir 106 em 1986, caiu para 66 em 1988. A partir de 1989, com a Reforma Constitucional, além da abrangência da base do tributo com a inclusão de alguns serviços, a participação dos municípios passou de 20% para 25%. Com isso, aumentou a arrecadação proveniente do ICMS, que passou a decrescer, atingindo em 1997 o mesmo índice de 1982 para, finalmente, em 2002, situar-se em 84% do índice alcançado no primeiro ano da série. 10
Resumindo, pode-se dizer que ao longo dos anos desapareceram os efeitos da Reforma Constitucional de 1988 pela razão já referida, que é a queda do valor adicionado fiscal do município (Gráfico 3 e Tabelas 2, 2.1 e 2.2 do Anexo). b) Cota IPVA Com algumas quedas ao longo dos anos, principalmente nos exercícios de 1988 e 1989, a cota desse tributo, que começou em 1986, atingiu o índice de 318 em 2002, com uma participação de 6,1% nas transferências. No exercício de 2001, o índice foi de 407 e representou 7,4% no conjunto das transferências correntes (Gráfico 3 e Tabelas 2, 2.1 e 2.2 do Anexo). c) Cota FPM Embora de ponta a ponta tenha havido um crescimento de 156%, deve ser salientado o seguinte: atribuindo o índice 100 a este item em 1982, chega-se a 232 em 1986. Depois de ter descido, atingiu um pico de 231 em 1990. Após, com algumas reduções, o comportamento dessa receita apresentou um crescimento muito lento até 2002, quando atingiu o índice 256. Em 1986, a cota do FPM representava 25,3% das transferências, passando a 22,1% em 1997, antes dos ingressos do SUS e do FUNDEF, para, finalmente, representar apenas 14% das transferências em 2002 (Gráfico 3 e Tabelas 2, 2.1 e 2.2 do Anexo). d) FUNDEF e SUS Até 1997, antes dos ingressos do FUNDEF, as transferências cresceram 30% em relação a 1982. A grande expansão se processou a partir de 1998 com os ingressos provenientes do FUNDEF que, embora decrescentes, representaram 21,1% das transferências em 1998, declinando até atingir 13,2% em 2002. A partir de 2000 passaram a ingressar os recursos do SUS na ordem de 14,4% das transferências, passando a representar 31,3% e 33,2% em 2001 e 2002, respectivamente. Os recursos provenientes dos SUS foram de R$ 38.454 mil em 2002. Nesse mesmo ano, os do FUNDEF foram R$ 15.360 mil (Gráfico 3 e Tabelas 2, 2.1 e 2.2 do Anexo).
Gráf. 3 - Evolução dos principais itens de transferências, 1982-2002 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
ICMS
1989
1990
1991
IPVA
1992
1993
FPM
1994
1995
1996
1997
1998
Fundef + SUS
1999
2000
2001
2002
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2 – Operações de Crédito Como demonstram o Gráfico 1 e a Tabela 1 do Anexo, em apenas seis exercícios ocorreram valores significativos de operações de crédito, conforme Quadro 2 Quadro 2 Exercícios em que ocorreram operações de crédito significativas Em R$ 1.000,00 de 2002 PREFEITO
VALOR
% RECEITA TOTAL
ANO
1982 1983 1995 1996 1997 2002
Irajá/Pedro Machado Bernardo Irajá Irajá Anselmo Marroni
52.256 26.076 3.898 5.643 5.411 6.766
41,27 29,90 4,37 4,69 5,64 4,24
Fonte: Tabelas 1 e 1.2 do Anexo.
Nos exercícios em que ocorreram operações de crédito significativas, somente no de 1982 elas superaram o montante dos investimentos. Nos demais sempre foram menores, o que é normal, conforme Quadro 3. Quadro 3 Investimentos nos exercícios em que ocorreram operações de crédito significativas Em R$ 1.000,00 de 2002 ANO
1982 1983 1995 1996 1997 2002
PREFEITO
Irajá/P. Machado Bernardo Irajá Irajá Anselmo/Otelmo Marroni
OPERAÇÕES DE CRÉDITO
INVESTIMENTOS
A
B 52.256 26.076 3.898 5.643 5.411 6.766
50.759 33.592 14.354 16.460 11.109 16.393
INVESTIMENTOS LÍQUIDOS
C=B-A (1.427) 7.516 10.456 11.817 5.698 10.627
Fonte: Tabelas 1, 3 e 5 do Anexo.
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4 Evolução das despesas __________________________________________________________________ Inicialmente, cabe esclarecer que os dados obtidos para essa análise não são analíticos o suficiente para que se permita apurar exatamente os agregados despesa utilizados neste trabalho. Assim, considerou-se como DESPESAS COM PESSOAL E ENCARGOS SOCIAIS os grupos Pessoal mais Transferências, porque nesse último grupo eram lançadas as aposentadorias e pensões (transferências a pessoas) e as transferências para as autarquias e fundações, cuja maioria era destinada a pagar pessoal, embora também nesse grupo fossem lançados os juros da dívida pública. Essa sistemática só foi modificada a partir de 2002 com a aplicação da Portaria Federal n° 163/2001. Foram considerados como INVESTIMENTOS as despesas de capital, embora elas incluam a amortização da dívida, que não deixa de ser, em regra geral, investimentos de períodos anteriores. Embora essas aproximações possam causar alguma distorção, foram elas aplicadas indistintamente a todos os exercícios e, portanto, a todos os governos municipais. Os grandes agregados de despesa apresentaram a seguinte evolução no período 1982-2002: 1. Pessoal e Encargos Sociais Conforme referido, tomando-se como base as despesas com pessoal mais transferências pelas razões acima expostas, o montante da despesa com pessoal decresceu 11% ao longo do período de 1982-2002. Tomando-se só o pessoal ativo, houve crescimento de 27% (Tabela 3.1 do Anexo). O exercício de maior gasto com pessoal e encargos sociais foi o de 1998, cujo crescimento em relação a 1982 foi de 26%. No período de 1982-2002, a receita corrente cresceu 109%, de modo que a relação despesa com pessoal/receita corrente passou de 114,8% em 1982 para 48,8% em 2002. Nesse período, tal percentual chegou a atingir 133,7% em 1983. Os percentuais alcançados nos exercícios de 2001 e 2002 colocam o Município dentro dos limites da LC 101/2000-LRF, embora seus critérios adotem algumas exclusões ou inclusões aqui não contempladas. De 1982 até 2000, nunca os
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gastos com pessoal foram inferiores a 60% da receita, que é o limite determinado pela referida lei complementar. Nesses dois últimos anos, houve uma redução de 19,5 pontos percentuais que, no entanto, representa um terço da redução de 57,4 ocorrida de 1983 para 1984, que passou de 133,7% para 76,3% (Tabelas 3, 3.1 e 3.2 do Anexo e Gráficos 4 e 5 ). 2. Despesas de Manutenção As despesas de manutenção (material de consumo, serviços de terceiros e encargos e despesas diversas) cresceram no período 784%. Sua grande expansão processou-se a partir de 2000 com a municipalização da saúde. Até 1999 seu crescimento foi de 215%. Nesse mesmo período, a despesa com pessoal mais transferências cresceu apenas 2% e a despesa com pessoal ativo decresceu 6% (Tabelas 3, 3.1 e 3.2 do Anexo e Gráficos 4 e 5). 3. Investimentos Considerados como tais as despesas de capital que incluem a amortização da dívida, os investimentos baixaram do índice 100 em 1982 para o índice 34 em 2002. Levando em consideração que estão incluídas todas as despesas de capital, inclusive a amortização da dívida, o montante dos investimentos no período foi reduzido, já que na maioria das vezes foi realizado com recursos de operações de crédito ou com déficit orçamentário. O ano de 1982 é típico dessa afirmativa, pois o montante dos investimentos de R$ 50,759 milhões foi realizado totalmente com recursos de operações de crédito, que atingiram o montante de R$ 52,256 milhões, superando em R$ 1,5 milhão, o valor dos investimentos. (Tabelas 3, 3.1 e 3.2 do Anexo e Gráfico 4). Em termos líquidos, ou seja, retirando-se o valor das operações de crédito, a média dos investimentos no período foi de 11% da receita corrente. O menor percentual (-2,1%) foi atingido em 1982 e os maiores em 1986 (19,9%) e 1992 (21%) (Tabelas 3, 3.1 e 3.2 do Anexo e Gráficos 4 e 5). 3.1 – Composição da despesa de capital de 2000 a 2002 Nos três exercícios onde foi possível obter-se os dados de maneira analítica, constata-se que grande parte da despesa de capital refere-se à amortização da dívida, sendo de 51% em 2000, 44% em 2001 e de 32% em 2002. A parcela dos investimentos cresceu em 2001 e 2002, porém a das obras e instalações decresceu, passando de 44% em 2000 para 26% em 2002. Em valores absolutos, em tais exercícios foram realizados R$ 4.781 mil em 2000 e R$ 4.514 mil em 2002 em obras e instalações. O que chama atenção em 2002 é o valor de R$ 3.477 mil relativos a consultoria lançados como investimentos. Trata-se de uma classificação orçamentária não muito comum. A Lei 4320/64, em seu artigo 12, § 4º, define investimentos como “ ... as dotações para o planejamento e a execução de obras ...“ (grifou-se). Deve tratar-se de gastos com planejamento de obras, mas que não deixa de ser expressivo, pois representou 77% do que foi aplicado em obras e instalações no exercício em causa (Tabela 3.3 do Anexo).
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4. Grandes Agregados de Despesa em Percentual da Receita Corrente Ao longo dos anos, o Município de Pelotas experimentou a redução de todos os indicadores econômicos. Quanto às receitas orçamentárias, com exceção das transferências, a maioria apresentou reduzida expansão ou estagnou-se, conforme analisado nas seções próprias. Quando consideradas em conjunto, receitas e despesas, no entanto, constata-se que houve uma redução ao longo do período do comprometimento da receita corrente com a despesa de pessoal, o principal item, e a despesa corrente, conforme Gráfico 5, reduzindo-se os déficits orçamentários.
Gráf.4 - Principais agregados de despesa, 1982-2002 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Pessoal+transf.
Manutenção
Pessoal
Investimentos
Nota: a partir de 2002, a Contabilidade passou a lançar as transferências (aposentadoria e pensões e pagamento de despesas de pessoal da Administração Indireta) como despesa de pessoal.
Gráf.5 - Grandes agregados de despesa em % da receita corrente, 1982-2002 250 200 150 100 50 1982
1983 1984
1985
1986
1987 1988
1989
1990
1991
1992 1993
1994
1995
1996 1997
1998
1999
2000 2001
2002
(50) Rec.corrente
Pessoal+transf.
Desp.corrente
Desp.total
Invest.líquidos
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4 Resultados orçamentários __________________________________________________________________
Nos 21 exercícios decorridos entre 1982 e 2002, em 13 deles ocorreram resultados orçamentários negativos. A seguir, serão abordados, por período governamental, incluindo ainda os investimentos líquidos e a despesa com pessoal, todos em percentual da receita corrente. Considerou-se investimentos líquidos o total dos investimentos deduzido das operações de crédito, ou seja, os investimentos com recursos próprios (Tabela 5 do Anexo). A análise está sendo feita por exercício findo, embora algumas administrações tenham adentrado o período seguinte. Mesmo quando isso não ocorre, o primeiro ano de cada governo é administrado com orçamento elaborado no governo anterior, a quem fica vinculado em muitas decisões administrativas e de administração tributária. O Gráfico 6 ilustra os resultados orçamentários do período em análise.
Gráf. 6 - Resultados orçamentários, 1982-2002 (Em R$ milhões de 2002) 30.000 20.000 10.000
Superávits
(10.000) (20.000) (30.000) (40.000)
Déficits 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
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Como o poder público não existe para dar lucros, portanto não é um fator positivo alcançar altos resultados orçamentários. Por outro lado, o déficit, quando eventual, é aceitável, sendo, porém, um fator altamente negativo quando persistente e duradouro. Ao analisar-se o desempenho das finanças do Município de Pelotas ao longo do período de 1982-2002, constata-se que há períodos de superávits e de déficits, sendo esses últimos a maioria. Constata-se, ainda, que, geralmente, os períodos de altos déficits coincidem com os de altos investimentos e os períodos de pouco déficit ou até de superávit com os de pouco investimento. No conceito de investimentos líquidos ou com recursos próprios, verifica-se que, em 1982, ocorreu um valor negativo, conforme já referido. Em 1983, o primeiro ano do Governo BERNARDO, ocorreu o maior déficit do período em foco, tendo em vista o alto comprometimento da despesa com pessoal. Também houve alto investimento. Nos exercícios seguintes, constata-se que o Prefeito BERNARDO (período 01.01.1983 a 15/03/1987) conseguiu conjugar investimentos de médios a altos, com superávits orçamentários, o que, em regra geral, não foi obtido por nenhum dos demais governos. Isso é abordado na parte da análise por período governamental. Tal afirmativa pode ser confirmada através da visualização do Gráfico 7. Gráf. 7 - Resultado orçamentário e investimentos líquidos em % da receita corrente 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% -10,0%
1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
-20,0% -30,0% -40,0% -50,0% -60,0%
Res.orçamentários
Invest.líquidos
Res.s/investimento
A principal causa dos resultados deficitários foram geralmente o alto comprometimento da receita corrente com a despesa de pessoal mais transferências (quase todas referentes à despesa de pessoal), que passou de 133,7% em 1983 para 48,8% em 2002, conforme se observa no Gráfico 8. Um outro fator que contribuiu para a ocorrência dos déficits foi o crescimento da despesa de manutenção, de 784% no período. Mesmo até 1999, quando ainda 17
não havia sido municipalizada a saúde, a despesa de manutenção já tinha crescido 215% em termos reais, com base no exercício de 1982. O ajuste fiscal ocorrido no período de 1983-1987, consubstanciado no percentual da receita corrente comprometido com a despesa de pessoal nesse último ano de 48,7% ou de 65,2% quando acrescido das transferências, só foi alcançado novamente no exercício de 2001 e 2002, já em pleno vigor as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal, que é de maio/2000 (Tabela 4 do Anexo). Gráf. 8 - Despesa de pessoal e transferências em % da receita corrente, 1982-2002 160% 140% 120% 100% 80% 60% 40% 20% 0% 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Pessoal+transf.
Pessoal
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5 Análise por período governamental __________________________________________________________________
5.1 Governo IRAJÁ/PEDRO MACHADO – De 1982 a 15/03/1983 Quadro 4 Agregados em percentual da receita corrente ANO
1982
RESULTADO ORÇAMENTÁRIO
INVESTIMENTOS LÍQUIDOS
PESSOAL ATIVO
PESSOAL + TRANSFERÊNCIAS
-21,9%
-2,1%
80,6%
114,8%
Fonte: Tabelas 4 e 5 do Anexo.
Foi abordado apenas um ano do Governo IRAJÁ/PEDRO MACHADO, por não dispormos de dados de anos anteriores. Conforme se verifica no Quadro 4, houve em 1982 um déficit correspondente a 21,9% da receita corrente. A despesa com pessoal correspondia a 80,6% da receita corrente. Incluindo as transferências para aposentadorias e pensões e à Administração Indireta, representou 114,8%. Os investimentos foram os mais altos do período analisado. No entanto, quando se descontam as operações de crédito efetuadas, chega-se a um valor negativo de investimentos, de R$ 1,5 milhão, o equivalente a -2,1% da receita corrente. Isso que dizer que as operações de crédito realizadas financiaram os investimentos e ainda uma parte das despesas de custeio. Todo o déficit verificado foi originado na despesa de manutenção. 5.2 Governo BERNARDO DE SOUZA – 15/03/1983 a 15/03/1987 Quadro 5 Agregados em percentual da receita corrente ANO
1983 1984 1985 1986
RESULTADO ORÇAMENTÁRIO
INVESTIMENTOS LÍQUIDOS
PESSOAL ATIVO
PESSOAL + TRANSFERÊNCIAS
-54,3% 9,6% 3,6% 0,7%
12,4% 3,2% 14,2% 19,9%
90,6% 55,0% 54,9% 53,7%
133,7% 76,3% 80,7% 72,3% 19
Fonte: Tabelas 4 e 5 do Anexo.
No primeiro ano do Governo BERNARDO, a despesa com pessoal ativo atingiu 90,6% da receita corrente. Quando incluídas as transferências, que representam basicamente o pagamento de aposentadorias e pensões e as transferências à Administração Indireta para atender despesa com pessoal, esse percentual atinge 133,7%. Em cada exercício foi caindo, gradativamente, tanto a despesa com pessoal ativo como as transferências, de forma que, em 1986, no final do governo, tais percentuais estavam em 53,7% e 72,3%, respectivamente, conforme se observa no Quadro 5. Em função do alto gasto com pessoal, no exercício de 1983, houve a ocorrência de um déficit correspondente a 54,3% da receita corrente. Nos três exercícios seguintes, os resultados passaram a ser positivos. Com isso, foi possível fazer investimentos com recursos próprios que, considerado todo o período governamental, representaram 12,4% da receita corrente (Quadro 5). Deve ser salientado que, a partir de 1983, a economia brasileira entrou em profunda crise, com reflexos na arrecadação. Depois de recuperar-se em 1986, voltou a cair nos anos seguintes. Em 1983, as transferências da União aos municípios para Pelotas caíram 12%, e as do Estado, 22%, em relação ao ano anterior. As da União passaram a apresentar crescimentos reais a partir do ano de 1984. Já as do Estado só foram superar a marca de 1982 em 1986. Até então apresentaram crescimentos reais negativos (Tabela 2.1 do Anexo). As receitas próprias também decresceram a partir de 1983 e apresentaram comportamento decrescente até 1985, só vindo a se recuperar em 1986 e 1987. As receitas correntes caíram de 7% a 8% nos anos de 1983 a 1985, tendo apresentado um crescimento positivo só no exercício de 1986 e 1987. Por outro lado, as despesas correntes caíram 25% em 1986 em relação a 1982, tendo com causa básica a queda da despesa com pessoal mais transferências, na ordem de 27% (Tabela 3.1 do Anexo). Os investimentos com recursos próprios, conforme já referido, passaram de -1,5 milhão em 1982 para 16,7 milhão em 1986 (Tabela 5 do Anexo). Segundo o livro “Todo o Poder Emana do Povo”, tanto os índices de reajustes dos tributos quanto os dos servidores eram deliberados pela população em assembléia, impedindo, com isso, a cobrança de tributos incompatíveis com a capacidade contributiva do cidadão e despesas superiores aos recursos existentes. Com isso, foi possível sair de um déficit de 54,3% da receita corrente em 1983 (orçamento recebido do governo anterior) para um superávit de 8,2% em 1987 (orçamento repassado ao governo seguinte). Diga-se de passagem que no primeiro ano do Governo BERNARDO DE SOUZA ocorreu o maior percentual de déficit orçamentário em relação à receita corrente e o maior percentual de despesa com pessoal de toda a série considerada (Tabelas 4 e 5 do Anexo e Quadro 5). A obra citada à página 30, sobre os reajustes dos tributos e dos servidores pela Prefeitura de Pelotas à época, assim se expressa: “ ....
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A seguir, era apresentada a estimativa das receitas próprias (basicamente, IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano e ISQN – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza) – cabendo ao “assembleião” deliberar sobre os índices de “reajuste”. Quanto aos servidores, o “assembleião” deliberava sobre índices de reajuste a serem dados.” O Prefeito BERNARDO tinha mandato eletivo até 31/12/1988, mas permaneceu até 15 de março de 1987.5 tendo executado nesse último ano 2,5 meses do orçamento que fora elaborado em sua gestão, no ano anterior. É uma pena que uma sistemática de participação popular na elaboração do orçamento séria e abrangente, porque incluía a despesa, inclusive a de pessoal que é a maior, e a receita, tenha sido abandonada pelos governos subseqüentes. 5.3 Governo JOSÉ MARIA – 15/03/1987 a 31/12/1988 Quadro 6 Agregados em percentual da receita corrente ANO
1987 1988
RESULTADO ORÇAMENTÁRIO
INVESTIMENTOS LÍQUIDOS
PESSOAL ATIVO
PESSOAL + TRANSFERÊNCIAS
8,2% -19,3%
15,8% 8,3%
48,7% 69,9%
65,2% 96,6%
Fonte: Tabelas 4 e 5 do Anexo.
O Prefeito JOSÉ MARIA assumiu em 15 de março de 1987 para completar o período de BERNARDO DE SOUZA, tendo permanecido na função até 31/12/1988. Nesse ano, ocorreu resultado orçamentário positivo de 8,2% da receita corrente e investimentos líquidos de 15,8%. A despesa com pessoal ativo foi de 48,7% e de 65,2%, quando acrescida das transferências. Foi o menor comprometimento da receita corrente com a despesa com pessoal até 2001, quando passou a vigorar a Lei de Responsabilidade Fiscal. No exercício seguinte, voltou a ocorrer déficit orçamentário na ordem de 19,3% da receita corrente, os investimentos líquidos reduziram-se para 8,3% e a despesa com pessoal subiu para 69,9%, para 96,6% quando acrescida das transferências (Quadro 6). Na realidade, a causa principal do retorno do déficit foi o decréscimo das receitas correntes na ordem de 22,5% causado pela queda nas transferências correntes em 35,1%. O crescimento da despesa também influiu nessa mudança. A despesa com pessoal mais transferências cresceu 3,6% e a despesa corrente, 5%. A despesa de manutenção cresceu 15,7%, passando de 10,9% do total da despesa em 1987 para 14,4% em 1988 (Tabelas 1, 2 e 3 do Anexo).
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Afastou-se da Prefeitura para assumir o cargo de Secretário de Educação do Estado.
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5.4 Governo ANSELMO RODRIGUES – 01/01/1989 a 31/12/1992 Quadro 7 Agregados em percentual da receita corrente ANO
1989 1990 1991 1992
RESULTADO ORÇAMENTÁRIO
INVESTIMENTOS LÍQUIDOS
PESSOAL ATIVO
PESSOAL + TRANSFERÊNCIAS
-16,6% -10,4% -3,5% -29,4%
14,3% 14,9% 7,9% 21,0%
63,4% 43,1% 44,3% 51,2%
89,7% 73,5% 73,7% 83,8%
Fonte: Tabelas 4 e 5 do Anexo.
Nos quatro anos deste período governamental ocorreram déficits orçamentários, sendo de 16,6% no primeiro ano (orçamento recebido) e de 29,4% no último ano. A despesa com pessoal mais transferências representou quase 90% da receita corrente no primeiro ano de governo e cerca de 84% no último ano. Os investimentos líquidos representaram, em média, 14,5% da receita corrente, porém à custa de altos déficits orçamentários (Quadro 7). Neste período governamental, as receitas correntes cresceram 15,7%, fruto de um crescimento das transferências de 38,9% e redução das receitas próprias na ordem de m 15,8%. A cota ICMS cresceu 55% em relação a 1988, em virtude da Reforma Tributária no ano referido (Tabelas 1.1 e 2.1 do Anexo) As despesas correntes, por seu turno, cresceram 13%, cuja causa foi o crescimento da despesa de manutenção que praticamente dobrou de valor em relação ao último ano do governo anterior. A despesa com pessoal estabilizou-se no período (Tabela 3.1 do Anexo). O pior é que o ajuste fiscal conseguido no período de 1983-1986 acabou desaparecendo, eis que a folha de pagamento, mesmo estabilizada neste governo, ainda ficou muito alta em relação à receita corrente (83,8%). 5.5 Governo IRAJÁ RODRIGUES – 01/01/1993 a 31/12/1996 Quadro 8 Agregados em percentual da receita corrente ANO
1993 1994 1995 1996
RESULTADO ORÇAMENTÁRIO
INVESTIMENTOS LÍQUIDOS
PESSOAL ATIVO
PESSOAL + TRANSFERÊNCIAS
0,9% 0,1% -10,5% -10,1%
7,5% 9,3% 12,3% 12,5%
47,1% 51,2% 55,9% 43,8%
71,3% 76,9% 83,3% 78,9%
Fonte: Tabelas 4 e 5 do Anexo.
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Neste período governamental os investimentos líquidos foram em média de 10,4% da receita corrente, embora tenham ocorrido dois exercícios com déficit orçamentário, de 10,5% e de 10,1%, em 1995 e 1996, respectivamente. A despesa com pessoal , que representou 71,3% da receita corrente no primeiro ano de governo, subiu para 78,9% no último ano (Quadro 8). As receitas correntes neste período cresceram 25,1%, sendo 30% as receitas próprias e 23% as transferências correntes. As despesas correntes cresceram 12,7%, numa combinação de um decréscimo nas despesas de manutenção de 4,8% e de um acréscimo na despesa com pessoal mais transferências, de 17,9% (Tabelas 1, 2 e 3 do Anexo). 5.6 Governo ANSELMO RODRIGUES – 01/01/1997 a 12/1998 Quadro 9 Agregados em percentual da receita corrente ANO
RESULTADO ORÇAMENTÁRIO
1997 -2,3% 1998 -17,2% Fonte: Tabelas 4 e 5 do Anexo.
INVESTIMENTOS LÍQUIDOS
PESSOAL ATIVO
PESSOAL + TRANSFERÊNCIAS
6,3% 14,4%
55,4% 43,6%
82,6% 85,6%
Reeleito para o período 1997-2000, o Prefeito ANSELMO RODRIGUES foi afastado por decisão judicial no final de 1998, assumindo em seu lugar o VicePrefeito OTELMO ALVES. Neste período governamental, ocorreram déficits orçamentários nos dois exercícios de 1997 e 1998, de 2,3% e 17,2% da receita corrente, respectivamente. A despesa com pessoal mais transferências subiu para 82,6% e 85,6% da receita corrente, nos exercícios citados. Os investimentos líquidos foram de 6,3% e de 14,4%, sendo o valor do último exercício menor que o valor do déficit orçamentário, o que significa dizer que mesmo com investimento zero ocorreria déficit orçamentário (Quadro 9). Nesse período, as receitas correntes cresceram 30,3%, sendo as transferências correntes, 44,1%, e as receitas próprias, apenas 1,2%. As despesas correntes cresceram 37,4%, sendo as de pessoal mais transferências, 41,4%, e as despesas de manutenção, 20,8% (Tabelas 1.1 e 3.1 do Anexo).
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5.7 Governo OTELMO ALVES – 12/1998 a 31/12/2000 Quadro 10 Agregados em percentual da receita corrente ANO
1999 2000
RESULTADO ORÇAMENTÁRIO
INVESTIMENTOS LÍQUIDOS
PESSOAL ATIVO
PESSOAL + TRANSFERÊNCIAS
-10,7% 18,7%
13,0% 8,9%
48,6% 52,8%
75,4% 68,3%
Fonte: Tabelas 4 e 5 do Anexo.
No exercício de 1999 ocorreu déficit orçamentário correspondente a 10,7% da receita corrente, os investimentos líquidos foram de 13% e a despesa com pessoal mais transferências foi de 75,4% da receita corrente. No exercício seguinte, de 2000, ocorreu um extraordinário resultado orçamentário, na ordem de 18,7% da receita corrente. A despesas com pessoal mais transferências baixaram para 68,3% e os investimentos para 8,9%. A causa desse resultado orçamentário tão expressivo está na receita escritural de anulação de restos a pagar na ordem de R$ 30,9 milhões em valores de 2002 que, na realidade, não representou ingresso de novos recursos, mas apenas cancelamento de dívidas de exercícios anteriores que constavam no passivo financeiro da Prefeitura. Mas é considerada receita do exercício em que ocorrer o cancelamento por disposição do art. 38 da Lei 4.320/64. Mesmo que as receitas tributária tenham caído 22%, as receitas próprias acabaram crescendo 92,7%, tendo como causa principal a receita escritural referida. Como as receitas de transferências cresceram somente 2,7%, o total das receitas correntes expandiram-se 25,2% (Tabela 1.1 do Anexo) Excluindo-se a receita de anulação de restos a pagar, o crescimento das receitas correntes foi nulo (Tabela 3.1 do Anexo). Quanto à despesa corrente, houve um decréscimo de 5,2%. A despesa com pessoal cresceu 21,1% e a de manutenção, 68,5%. A despesa com pessoal mais transferências decresceram 20,2%, não porque tenha havido uma redução propriamente, mas pelo alto valor alcançado em 1998, ano que serviu de comparação. O ano de 1998 apresentou um crescimento das despesas de transferências de 41% em relação ao ano anterior, tendo-se reduzido em 19% no ano seguinte. As causas desse fato não foram identificadas.
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5.8 Governo FERNANDO MARRONI – 01/01/2001 a 31/12/2002 Quadro 11 Agregados em percentual da receita corrente ANO
2001 2002
RESULTADO ORÇAMENTÁRIO
INVESTIMENTOS LÍQUIDOS
PESSOAL ATIVO (*)
PESSOAL + TRANSFERÊNCIAS
3,6% -2,6%
7,9% 7,0%
39,9% 48,8%
50,5% 48,8%
Fonte: Tabelas 4 e 5 do Anexo. (*) A partir de 2002, com ao advento da Portaria Federal 163/2001 a Contabilidade passou a registrar por grupo de natureza de despesa, sendo um deles pessoal e encargos sociais.
No exercício de 2001, o resultado orçamentário de R$ 5,613 mil ou de 3,6% da receita corrente teria sido levemente negativo não fosse a receita escritural de anulação de restos a pagar, na ordem de R$ 6.600 mil (Tabela 5 do Anexo). Já em 2002 ocorreu um déficit orçamentário de R$ 3,9 milhões, correspondente a 2,6% da receita corrente (Tabela 5 do Anexo). De qualquer forma, em ambos os exercícios pode-se dizer que, praticamente, houve equilíbrio orçamentário. A despesa com pessoal e encargos foi de 50,5% e de 48,8% da receita corrente, portanto, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal. O montante dos investimentos, de 7,9% e 7% da receita corrente, respectivamente em 2001 e 2002, é que foram baixos. Esse quase equilíbrio foi obtido, no entanto, com um aumento de 70,7% no IPTU, tomando como base o exercício de 2000. Por outro lado, o valor das taxas reduziu-se em 60% no mesmo período, embora elas tenham pouco significado no montante das receitas. Passaram de R$ 828 mil em 2000 para R$ 320 mil em 2002. As receitas tributárias, no seu conjunto, cresceram 30,8% no período. O IPTU, que é um tributo direto, ao longo de 20 anos cresceu apenas 5,5% em termos reais. Não fosse o aumento dos últimos dois anos, teria decrescido 38,2%. Portanto, em 2000, o valor estava defasado em relação a seu comportamento histórico. Não deve ser esquecido, no entanto, que a renda per-capita do pelotense caiu 24,7% só no período de 1985 a 2001. Um percentual de aumento de imposto dessa dimensão contribui ainda mais para a redução do poder aquisitivo da população. Nesses dois últimos exercícios, a despesa com pessoal mais encargos sociais decresceu 11,4% em termos reais. Já as despesas de manutenção aumentaram 98,8%, praticamente dobraram, e a despesa corrente, 21,6%. Deve ser considerada a mudança no critério de classificação da despesa ocorrida em 2002, pois em 2000 a despesa com pessoal mais transferências incluía encargos da dívida, o mesmo não ocorrendo em 2002. Já a despesa de pessoal de 2000 não incluía encargos sociais e a de 2002 incluía.
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6 Dívida ativa e dívida fundada e flutuante
____________________________________________ 6.1 Dívida Ativa No período de 1994-2002, o estoque da dívida ativa, em valores constantes , passou de R$ 20,8 milhões para R$ 79,5 milhões, um crescimento de 282,3% , o que representa uma taxa média anual de 18,3%. O percentual anual de cobrança em relação ao estoque foi de 6,9% no período. Em apenas um ano, o de 1996, foi cobrado 12,3%, fugindo desse patamar médio (Tabela 6 do Anexo e Gráfico 8). A análise não abarca todo o período por inexistência de dados.
Gráf. 9 - Evolução do estoque e cobrança da dívida ativa, 1994-2002 R$ mil 90.000 80.000 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 -
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
Estoque
20.804
30.716
37.937
41.276
61.332
62.144
61.635
62.431
79.524
cobrança
1.075
1.835
4.671
3.120
3.529
3.986
4.093
4.341
4.503
Estoque
cobrança
6.2 .Dívida Fundada A dívida fundada ou passivo permanente representa a dívida de longo prazo da Prefeitura. Em valores constantes, passou de R$ 150,9 milhões em 1994 para R$ 121,5 milhões em 2002. A partir de 1998 apresentou contínuo declínio. Em relação a 1994, representa em 2002 80,5%, depois de ter alcançado 107,2% em 1998 (Tabela 7 do Anexo). A análise não abarca todo o período por inexistência de dados.
26
6.3 Dívida Flutuante A dívida flutuante representa o passivo financeiro ou dívida de curto prazo. Quando deduzida das existências em caixa e banco, forma o saldo financeiro real, que passou de R$ 18,4 milhões negativos em 2000 para R$ 12,2 milhões também negativos em 2002 (Tabela 7 do Anexo). Neste item ainda foi reduzido o período de abordagem do assunto, também por inexistência de dados de um período mais dilatado.
27
7 Algumas comparações com Porto Alegre ___________________________________________ Conforme se observa na Tabela 9 do Anexo, a população de Porto Alegre era 4,24 vezes superior a de Pelotas em 2002. Já a receita corrente do primeiro município era 8,3 vezes a do segundo. A cota do ICMS recebida do Estado em 2002 foi 7,8 vezes maior e o valor recebido do Governo Federal para a municipalização da saúde (SUS), oito vezes maior para a capital em relação ao Município de Pelotas. Quando medido por habitante, Porto Alegre recebeu do SUS 1,89 vezes o que recebeu Pelotas em 2002. Os investimentos, entendidos como tais as despesas de capital, foram 6,35 vezes maior em Porto Alegre. Ambos os municípios despenderam em pessoal, em relação à receita corrente, quase o mesmo percentual: 49,1%, Porto Alegre e 48,7%, Pelotas. O PIB per-capita de 2001 da Capital era 1,51 vezes o de Pelotas. Quando considerada a evolução no tempo, têm-se que no período 1988-2002, a população de Porto Alegre cresceu 13,1%, a uma taxa anual de 0,6%. A de Pelotas cresceu no mesmo período 15,2%, a uma taxa de 0,7%, numa relação de 0,86 entre o primeiro e o segundo município. A receita corrente de Porto Alegre, no mesmo período, cresceu 252% em termos reais, e a de Pelotas, 134%. A relação entre a taxa de crescimento de ambas foi de 1,9 vezes em favor de Porto Alegre. A cota de ICMS recebida do Estado cresceu 90,6% em Porto Alegre e a de Pelotas 26,2%, entre 1988 e 2002. Entretanto, quando se compara o período 1982-2002, constata-se que a cota do ICMS de Pelotas decresceu 16,3% O PIB per-capita, no período 1985-2001 cresceu 8,1% em Porto Alegre. Já o de Pelotas decresceu 24,7%. O do Estado cresceu 16,6% no mesmo período.
28
Conclusão ____________________________________________ No período de 1985 a 2001, o PIB do Município de Pelotas decresceu 9,5%, enquanto o PIB estadual cresceu 43,2% e o nacional, 43,7%. O PIB per-capita no mesmo período caiu 24,7%, enquanto o mesmo indicador para o Estado cresceu 16,6%. Em 1985, o PIB per-capita de Pelotas correspondia a 83,7% do PIB estadual, percentual esse que se reduziu para 54%, em 2001. No tocante às finanças municipais, pode ser destacado o seguinte: As receitas correntes (receitas permanentes e que não alteram o patrimônio ao ingressarem na entidade), apresentaram um crescimento no período de 19822002 de 109%. Se, no entanto, forem excluídos os recursos provenientes do FUNDEF e do SUS, que passaram a ingressar bem posteriormente, em 1998 e 2000, respectivamente, o crescimento foi de apenas 35,4%, o que representou um incremento médio anual de 1,5%. Como a população cresceu a uma taxa anual de 1,2%, o crescimento da receita por habitante foi insignificante. As receitas correntes passaram de R$ 73 milhões em 1982 para R$ 152,6 milhões em 2002, ou para 98,8 milhões, com as exclusões referidas. As receitas próprias cresceram 40% no mesmo período e as de transferências, 148%. Com as exclusões referidas, o crescimento dessas últimas foi de apenas 32,6%, o que corresponde a uma taxa anual de 1,4%. Quanto às receitas próprias, o IPTU cresceu apenas 5% no período. Teria tido uma redução de 38%, não fosse o aumento de 71% ocorrido nos exercícios de 2001 e 2002. Mesmo que o ISQN tenha crescido 26% no período, as taxas cobradas pelo Município (pelo exercício do poder de polícia e de serviços) decresceram 92%, o que levou um crescimento conjunto das receitas tributárias de apenas 4% no período. Até 2000 apresentavam um decréscimo real de 20%. As demais receitas correntes, representadas basicamente pelas receitas financeiras, cobrança da dívida ativa e restituições e indenizações apresentaram em conjunto um crescimento em torno de 400%, tendo elas, no entanto, pouco significado na arrecadação, em torno de 6 a 8%. O excelente desempenho dos exercícios de 2000, principalmente, e de 2001 deveu-se à receita escritural de anulação de restos a pagar, procedimento efetuado por exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal.
29
As transferências correntes também sofreram os efeitos da crise pela qual passa o Município, pois seu principal componente é a cota de ICMS, que de uma participação de 73,7% no total das transferências correntes em 2002, passou para apenas 24,9% em 2002. Mesmo em 1997, quando ainda não existiam as transferências relativas ao FUNDEF e ao SUS, essa participação já havia se reduzido para 56,7%. O Cota do ICMS representou em 2002 apenas 84% do valor de 1982. A participação do Município de Pelotas no índice de retorno do ICMS estadual reduziu-se em 48,7%, ao cair do fator 3,112 (média do triênio 1981-1983) para 1,597 (média do triênio 2001-2003). Excluindo-se o efeito das emancipações que ocorreram no decorrer do período, tal perda foi de 39,2%. A causa principal dessa perda está na redução da participação do Município no valor adicionado fiscal do Estado que, só no período , de 1989-1999, caiu 34,8%. A reforma tributária de 1988 aumentou a base de tributação do ICMS, ao incluir alguns serviços e, ao mesmo tempo, passou a participação dos municípios de 20% para 25% da arrecadação estadual. Todos os efeitos positivos dessa reforma desapareceram ao longo do tempo, porque os efeitos negativos da crise foram maiores. A cota do IPVA é que teve um bom desempenho, pois cresceu 218% em relação a 1986, quando começou a ingressar. A cota do FPM cresceu 156% em todo o período e teve significativo incremento a partir de 1990, tendo, após leve decréscimo, uma estabilização em torno do valor apresentado em 1990. A partir de 1998 começaram os ingressos do FUNDEF, quando representaram 21,1% das transferências, participação essa que declinou para 13,2% em 2002. Já o SUS, passou de 14,4% das transferências em 2000 para 33,2% em 2002. Nesse último ano esses dois itens, com R$ 62 milhões, foram responsáveis por 46,4% das transferências correntes. Quanto às despesas, o enfoque foi dado às correntes, pois as de capital foram consideradas junto com as operações de crédito, estas de forma dedutiva, formando o conceito de investimentos líquidos ou investimentos com recursos próprios. As despesas correntes cresceram 59% no período de 1982-2002, enquanto as receitas correntes expandiram-se em 109%, reduzindo sobremaneira o déficit corrente de 26% existente em 1982. As despesas com pessoal mais transferências decresceram, no período, em 11,1%. A grande expansão verificouse nas despesas de manutenção (material de consumo, serviços de terceiros e encargos e despesas diversas), com 784%. A grande causa foi a municipalização da saúde ocorrida em 2000. Porém, até 1999, o crescimento já fora de 215%. Ao longo do período de 1982-2002, em treze dos 21 exercícios, ocorreram déficits orçamentários, cuja causa básica era o alto custo da despesa com pessoal mais 30
as transferências (grande parte destinada à despesa de pessoal) e os investimentos que, na maioria das vezes, eram financiados por déficits orçamentários, mesmo quando havia a ocorrência de operações de crédito. Quase sempre os períodos de altos investimentos líquidos foram coincidentes com os de grandes déficits. No período de1984-987 ocorreram valores médios e altos de investimentos líquidos sem a ocorrência de défcits orçamentários. Em alguns outros períodos onde não ocorreu déficit, o nível de investimentos com recursos próprios foi reduzido, como em 1983, 1984, 2000 e 2001. O maior déficit orçamentário ocorreu em 1983, primeiro ano da gestão BERNARDO DE SOUZA, em que a despesa com pessoal mais transferências atingia a 133,7% da receita corrente. O orçamento executado nesse exercício, como de praxe, foi elaborado na gestão anterior. Em 1987, ano compartilhado com o Prefeito JOSÉ MARIA, tal percentual foi de 65,2% ou de 48,7%, se considerado só o pessoal ativo. Nos exercícios de 1985 a 1987, com um superávit médio superior a 4% da receita corrente, foi possível investir com recursos próprios uma média de 16,6% dessa mesma receita corrente. O patamar atingido de comprometimento da receita corrente com pessoal foi obtido num período de grande crise na economia, com grandes reflexos na arrecadação. O ajuste fiscal foi feito pelo lado da despesa, o que é muito mais difícil. Com o decorrer do tempo, a despesa cresceu e voltaram os déficits. Somente em 2001 e 2002, já sob a vigência da Lei de Responsabilidade Fiscal é que a despesa com pessoal apresentou um comprometimento menor da receita corrente que o atingido em 1987. O estoque da dívida ativa cresceu 282% em termos reais, no período de 1994 a 2002, representando neste último ano R$ 79,5 milhões. A taxa média de cobrança foi de 6,9% do saldo. A dívida fundada decresceu a partir de 1998, apresentando em 2002 o percentual de 80,5% do saldo de 1994, atingindo o valor de R$ 121,5 milhões. A dívida flutuante líquida representou em 2002 R$ 12,2 milhões, com uma redução de 34% em relação a 2000. Em conclusão, pode-se dizer que, embora a situação financeira da prefeitura de Pelotas esteja bem melhor do que em 1982, a situação econômica do município é muito pior. O ajuste feito no atual governo processou-se através do aumento do IPTU e da redução real das despesas de pessoal e dos investimentos, ou seja, à custa do sacrifício da população. Por isso, Pelotas precisa de uma gestão que, além das funções costumeiras de uma prefeitura, aja no sentido de incrementar as atividades econômicas e, com isso, aumentar a arrecadação do município, que não pode ser obtida através do simples aumento de alíquotas de tributos a uma população com renda pessoal reduzida e declinante.
31
Bibliografia e legislação AFONSO, José Roberto e outros. Uma Análise da Carga Tributária do Brasil. Trabalho publicado no Banco Federativo, BNDES. ALONSO, José Antônio Fialho, BENETTI, Maria Domingues, BANDEIRA, Pedro Silveira. Crescimento Econômico da Região Sul do Rio Grande. Porto Alegre: FEE, 1994. BNDES – INFORME-SE Nº 40, maio 2002. FIERGS - Revista Súmula Econômica. Porto Alegre: agosto/setembro, 1999. FUNDAÇÃO DE ECONOMIA E ESTATÍSTICA – Produto Interno Bruto e Produto Interno Bruto per capita, a preços de mercado, dos municípios do Rio Grande do Sul 1985 e 2001. Porto Alegre: FEE (obtido na Internet), julho/2003. FUNDAÇÃO DE ECONOMIA E ESTATÍSTICA -ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL NOS ANOS 80 – Subordinação Imprevidência e Crise – Porto Alegre: 1994. FUNDAÇÃO DE ECONOMIA E ESTATÍSTICA - Evolução das Finanças do Estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: 1978. FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS - Revista Conjuntura Econômica. Rio de Janeiro: abril/2003. FUNDAÇÃO DE ECONOMIA E ESTATÍSTICA - Um Século de População do Rio Grande do Sul 1900-2000. Porto Alegre: FEE 2003. IBAM - Evolução das Finanças dos Municípios 1989/1998 – Rio de Janeiro: (obtido na Internet), julho/2003. PREFEITURA MUNICIPAL DE PELOTAS - Balanços dos exercícios de 2000 a 2001. Cópias obtidas junto ao Tribunal de Contas do Estado. RIANI – Riani. Economia do Setor Público. São Paulo: Editora Atlas,1990. SANTOS, Darcy Francisco Carvalho dos. Metade Sul do RS – Receita do Novo Estado e Retorno do ICMS dos Municípios caso Ocorresse a Divisão Pretendida. Porto Alegre: sindaf.com.br, 2001.
32
SECRETARIA DA FAZENDA DO RIO GRANDE DO SUL - Valor Adicionado dos Municípios. Porto Alegre: sefaz.rs.gov.br. SECRETARIA DA FAZENDA DO RIO GRANDE DO SUL - Índice de Participação dos Municípios 1971-2003. Porto Alegre: sefaz.rs.gov.br. SERRA, José, AFONSO, José Roberto Rodrigues. Federalismo Fiscal à Brasileira: Algumas Reflexões. Trabalho publicado no Banco Federativo, BNDES. SOUZA, Benardo de. Todo Poder Emana do Povo. Pelotas: UCPEL, 2002. TRIBUNAL DE CONTA DO ESTADO - Dados financeiros do período 1982 a 2000.
Legislação Constituição Federal LC 101-2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal Portaria Federal 163/2001 Portaria Federal 42/1999
33
ANEXO
34
Tabela 1 Evolução dos Em R$ 1.000,00 ANO
1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
FONTE: Prefeitura Elaborado por Darcy
PREFEITO
Irajá/P.Machado Bernardo Bernardo Bernardo Bernardo José Maria José Maria Anselmo Anselmo Anselmo Anselmo Irajá Irajá Irajá Irajá Anselmo Anselmo Otelmo Otelmo Marroni Marroni Média período Taxa média
IPTU
14.732 12.597 10.316 6.780 12.974 5.935 2.521 1.907 5.424 15.413 10.575 16.492 4.264 12.036 11.844 11.742 11.634 11.478 9.106 10.308 15.546 10.173 0,27%
ISTBI
1.899 1.999 2.043 1.645 1.556 1.979 2.282 2.241 2.445 2.498 2.811 2.463 2.344 2.307 2.180 1,51%
ISQN
5.397 4.324 4.224 2.305 5.514 4.534 3.928 3.793 5.347 5.062 4.217 3.426 4.691 6.094 6.529 6.674 7.237 6.658 6.686 7.259 6.780 5.270 1,15%
TAXAS E OUTROS (*) 3.806 1.475 3.285 4.223 3.497 4.161 2.619 2.656 4.990 4.532 2.545 1.622 1.512 909 488 397 3.088 1.156 828 603 320 2.320 -11,65%
RECEITA DEMAIS CORRENTES TRANSF. RECEITAS OPER. DE RECEITAS TRIBUTÁR CORRENTES PRÓPRIAS CORRENTE CORRENTE CRÉDITO CAPITAL IA S S 23.936 18.396 17.825 13.307 21.986 14.630 9.067 10.254 17.761 27.050 18.982 23.096 12.445 21.322 21.101 21.257 24.458 22.104 19.083 20.513 24.953 19.215 0,21%
2.343 5.166 5.258 5.587 4.372 15.060 18.644 15.396 7.033 4.857 4.363 6.498 3.821 3.198 9.251 8.381 6.266 10.440 40.122 19.584 11.749 9.876 8,40%
26.278 23.563 23.083 18.894 26.357 29.690 27.711 25.650 24.794 31.906 23.345 29.594 16.266 24.520 30.352 29.638 30.724 32.543 59.205 40.097 36.701 29.091 1,68%
46.689 37.266 37.349 48.296 57.773 47.178 37.478 45.891 59.463 54.324 52.071 47.290 57.138 60.672 64.031 60.783 92.285 81.242 94.781 121.748 115.931 62.842 4,65%
72.968 60.828 60.431 67.190 84.131 76.868 65.189 71.542 84.257 86.231 75.416 76.885 73.404 85.192 94.383 90.421 123.008 113.785 153.985 161.845 152.632 91.933 3,76%
52.256 26.076 529 604 943 9 3.898 4.643 5.411 13 6.766 4.817 -9,72%
53.665 26.394 603 6.654 2.686 72 943 19 48 549 19 72 149 3.917 4.681 5.599 244 36 33 13 6.866 5.393 -9,77%
RECEITA TOTAL
126.633 87.222 61.034 73.844 86.817 76.939 66.132 71.561 84.305 86.780 75.436 76.957 73.553 89.109 99.064 96.020 123.253 113.821 154.018 161.858 159.499 97.326 1,16%
Tabela 1.2 A (*) Participaçã o relativa
ANO
IPTU
ISTBI
ISQN
RECEITA DEMAIS TRIBUTÁRIA CORRENTES
CORRENTES PRÓPRIAS
TRANSF. CORRENTES
COTA FPM
COTA ICMS
COTA IPVA
FUNDEF
TOTAL CORRENTES
1982
20,19
-
7,40
32,80
3,21
36,01
63,99
8,65
47,30
-
-
100,00
1983
20,71
-
7,11
30,24
8,49
38,74
61,26
9,82
44,72
-
-
100,00
1984
17,07
-
6,99
29,50
8,70
38,20
61,80
12,02
43,56
-
-
100,00
1985
10,09
-
3,43
19,80
8,32
28,12
71,88
18,18
47,82
-
-
100,00
1986
15,42
-
6,55
26,13
5,20
31,33
68,67
17,40
43,48
2,62
-
100,00
1987
7,72
-
5,90
19,03
19,59
38,62
61,38
15,93
35,31
5,15
-
100,00
1988
3,87
-
6,02
13,91
28,60
42,51
57,49
16,04
35,09
2,63
-
100,00
1989
2,67
2,65
5,30
14,33
21,52
35,85
64,15
14,60
46,22
1,57
-
100,00
1990
6,44
2,37
6,35
21,08
8,35
29,43
70,57
17,31
47,25
4,99
-
100,00
1991
17,87
2,37
5,87
31,37
5,63
37,00
63,00
14,12
44,96
2,58
-
100,00
1992
14,02
2,18
5,59
25,17
5,79
30,96
69,04
15,95
47,12
4,40
-
100,00
1993
21,45
2,02
4,46
30,04
8,45
38,49
61,51
15,21
41,40
3,58
-
100,00
1994
5,81
2,70
6,39
16,95
5,21
22,16
77,84
14,70
54,79
6,02
-
100,00
1995
14,13
2,68
7,15
25,03
3,75
28,78
71,22
14,65
45,87
6,07
-
100,00
1996
12,55
2,37
6,92
22,36
9,80
32,16
67,84
14,66
39,62
6,14
-
100,00
1997
12,99
2,70
7,38
23,51
9,27
32,78
67,22
14,87
38,23
7,76
-
100,00
1998
9,46
2,03
5,88
19,88
5,09
24,98
75,02
12,12
25,04
6,22
15,83
100,00
1999
10,09
2,47
5,85
19,43
9,17
28,60
71,40
13,00
25,80
6,68
10,90
100,00
2000
8,33
2,25
6,12
17,45
8,37
25,83
74,17
13,20
27,56
6,48
12,29
100,00
2001
8,80
2,00
6,20
17,52
11,04
28,56
71,44
12,64
27,37
7,67
12,51
100,00
2002
13,62
2,02
5,94
21,85
10,29
32,14
67,86
14,17
25,29
6,15
13,45
100,00
36
Tabela 2 Evolução dos Em R$ 1.000,00
ANO
PREFEITO
COTA FPM
MUNICIP. SAÚDE (SUS)
TOTAL UNIÃO
COTA ICMS
COTA IPVA
FUNDEF
TOTAL ESTADO
TOTAL TOTAL SEM TRANSFERÊNCIAS SUS E FUNDEF
1982 Irajá/P.Machado
6.308
-
8.255
34.511
-
-
38.577
46.832
46.832
1983 Bernardo
5.971
-
7.295
27.205
-
-
29.970
37.266
37.266
1984 Bernardo
7.264
-
8.958
26.325
-
-
28.391
37.349
37.349
1985 Bernardo
12.214
-
14.420
32.127
-
-
33.876
48.296
48.296
1986 Bernardo
14.642
-
15.860
36.580
2.207
-
41.913
57.773
57.773
1987 José Maria
12.244
-
13.612
27.139
3.957
-
33.565
47.178
47.178
1988 José Maria
10.459
-
11.614
22.877
1.716
-
25.865
37.478
37.478
1989 Anselmo
10.448
-
11.531
33.070
1.126
-
34.360
45.891
45.891
1990 Anselmo
14.584
-
15.092
39.809
4.207
-
44.419
59.511
59.511
1991 Anselmo
12.172
-
12.956
38.766
2.221
-
41.886
54.842
54.842
1992 Anselmo
12.026
-
12.482
35.538
3.315
-
39.589
52.071
52.071
1993 Irajá
11.692
-
12.031
31.827
2.756
-
35.259
47.290
47.290
1994 Irajá
10.788
-
11.363
40.219
4.422
-
45.775
57.138
57.138
1995 Irajá
12.482
-
15.054
39.078
5.173
-
45.618
60.672
60.672
1996 Irajá
13.841
-
17.850
37.391
5.796
-
46.181
64.031
64.031
1997 Anselmo
13.443
-
18.506
34.566
7.016
-
42.450
60.955
60.955
1998 Anselmo
14.904
-
30.271
30.797
7.650
19.473
62.119
92.391
72.918
1999 Otelmo
14.789
-
28.894
29.352
7.600
12.399
52.347
81.242
68.843
2000 Otelmo
14.435
13.689
40.872
30.130
7.083
13.439
53.909
94.781
67.652
2001 Marroni
14.803
38.115
66.083
32.049
8.974
14.642
55.665
121.748
68.992
2002 Marroni
16.177
38.454
61.881
28.880
7.020
15.360
54.050
115.931
62.116
FONTE: Prefeitura Elaborado de por Darcy
37
Tabela 3 Evolução da receita Valor em R$ 1.000,00 de ANOS
PREFEITO
RECEITA CORRENTE
RECEITA TOTAL
PESSOAL+ DESPESAS DESPESAS PESSOAL TRANSFERÊNCIAS MANUTENÇÃO CORRENTES
DESPESAS INVESTIM. CAPITAL LÍQUIDOS (*)
DESPESA TOTAL
1982 Irajá/P.Machado
72.968
126.633
58.846
83.752
8.095
91.847
50.759
(1.497)
142.606
1983 Bernardo
60.828
87.222
55.095
81.305
5.331
86.636
33.592
7.516
120.228
1984 Bernardo
60.431
61.034
33.240
46.119
6.661
52.780
2.460
1.931
55.240
1985 Bernardo
67.190
73.844
36.895
54.245
7.642
61.887
9.515
9.515
71.402
1986 Bernardo
84.131
86.817
45.172
60.838
8.097
68.934
17.315
16.710
86.249
1987 José Maria
76.868
76.939
37.446
50.081
8.398
58.479
12.168
12.168
70.647
1988 José Maria
65.189
66.132
45.571
62.998
9.369
72.368
6.321
5.378
78.688
1989 Anselmo
71.542
71.561
45.333
64.207
8.982
73.189
10.221
10.211
83.409
1990 Anselmo
84.257
84.305
36.340
61.952
18.548
80.500
12.571
12.571
93.071
1991 Anselmo
86.231
86.780
38.190
63.585
19.416
83.000
6.836
6.836
89.836
1992 Anselmo
75.416
75.436
38.609
63.207
18.578
81.786
15.834
15.834
97.620
1993 Irajá
76.885
76.957
36.215
54.853
15.629
70.482
5.787
5.787
76.269
1994 Irajá
73.404
73.553
37.577
56.483
10.153
66.636
6.843
6.843
73.479
1995 Irajá
85.192
89.109
47.590
70.950
12.746
83.696
14.354
10.456
98.050
1996 Irajá
94.383
99.064
41.307
74.493
17.681
92.175
16.460
11.817
108.634
1997 Anselmo
90.421
96.020
50.129
74.645
12.337
86.982
11.109
5.698
98.091
1998 Anselmo
123.008
123.253
53.622
105.299
21.359
126.658
17.760
17.747
144.418
1999 Otelmo
113.785
113.821
55.293
85.786
25.459
111.245
14.801
14.801
126.046
2000 Otelmo
123.017
154.018
64.913
84.045
35.997
120.042
10.960
10.960
131.002
2001 Marroni
155.190
161.858
61.871
78.399
65.642
144.042
12.204
12.204
156.245
2002 Marroni
152.632
159.499
74.449
74.449
71.575
146.023
17.393
10.627
163.417
FONTE: Prefeitura Elaborado de por Darcy Nota: Da receita representar ingresso (*) Excluída a receita de
38
Tabel a 1- A Evolu (*) Em ção
ANO
PREFEIT O
1982 Irajá/P.Ma chado 1983 Bernardo 1984 Bernardo
IPTU 1 4.732 1 2.597 1 0.316
ISTBI
RECEI DEMAIS CORRE TRANS RECEIT OPER. RECEI RECEIT TA NTES F. AS DE TAS A ISQN TRIBU CORRE PRÓPRI CORRE CORRE CRÉDI CAPIT TOTAL TÁRIA NTES AS NTES NTES TO AL
-
5.397
-
4.324
-
4.224
6.780 1 2.974
-
2.305
-
5.514
5.935
-
4.534
2.521
-
3.928
1985 Bernardo 1986 Bernardo 1987 José Maria
2 3.936 1 8.396 1 7.825 1 3.307 2 1.986 1 4.630
5 5 1 2.256 3.665 26.633 2 2 6.076 6.394 87.222
2.343
26.278
46.689
72.968
5.166
23.563
37.266
60.828
5.258
23.083
37.349
60.431
529
5.587
18.894
48.296
67.190
4.372
26.357
57.773
15.060
29.690
18.644
603
61.034
-
6.654
73.844
84.131
604
2.686
86.817
47.178
76.868
-
72
76.939
27.711
37.478
65.189
943
943
66.132
15.396
25.650
45.891
71.542
9
19
71.561
7.033
24.794
59.463
84.257
-
48
84.305
4.857
31.906
54.324
86.231
-
549
86.780
4.363
23.345
52.071
75.416
-
19
75.436
6.498
29.594
47.290
76.885
-
72
76.957
3.821
16.266
57.138
73.404
-
149
73.553
3.198
24.520
60.672
85.192
3.898
3.917
89.109
9.251
30.352
64.031
94.383
4.643
4.681
99.064
8.381
29.638
60.783
5.599
6.266
30.724
10.440
32.543
9.153
28.236
12.930
33.442
11.749
36.701
90.421 5.411 1 92.285 23.008 13 1 81.242 13.785 1 94.781 23.017 1 1 21.748 55.190 1 1 15.931 52.632 6.766
6.866
96.020 1 23.253 1 13.821 1 23.050 1 55.204 1 59.499
8.084
27.300
62.842
5.393
95.535
1988 José Maria 1989 Anselmo 1.907
1.899 3.793
5.424 1 5.413 1 0.575 1 6.492
1.999 5.347
4.264 1 2.036 1 1.844 1 1.742 1 1.634 1 1.478
1.979 4.691
9.106 1 0.308 1 5.546 1 0.173
2.463 6.686
1990 Anselmo 1991 Anselmo 1992 Anselmo 1993 Irajá
2.043 5.062 1.645 4.217 1.556 3.426
1994 Irajá 1995 Irajá 1996 Irajá 1997 Anselmo 1998 Anselmo 1999 Otelmo
2.282 6.094 2.241 6.529 2.445 6.674 2.498 7.237 2.811 6.658
2000 Otelmo 2001 Marroni 2002 Marroni Média FONT E: Elabor Prefeit ado (*) ura de por Com Pelota Darcy exclu sFranci são dados da origin receit aisde a
2.344 7.259 2.307 6.780 2.180 5.270
9.067 1 0.254 1 7.761 2 7.050 1 8.982 2 3.096 1 2.445 2 1.322 2 1.101 2 1.257 2 4.458 2 2.104 1 9.083 2 0.513 2 4.953 1 9.215
90.141
4.817
244 36 33 13
Anula ção de Resto sa Pagar em 2000 e 2001. sco Carval ho dos Santo s. obtido s junto ao Tribun al de Conta s do Estad o.
ANO
PREFEIT O
1982 Irajá/P.Ma chado 1983 Bernardo
IPTU
ISTBI
RECEI DEMAIS CORRE TRANS RECEIT OPER. RECEI RECEIT TA NTES F. AS DE TAS A ISQN TRIBU CORRE PRÓPRI CORRE CORRE CRÉDI CAPIT TOTAL TÁRIA NTES AS NTES NTES TO AL
100
100
100
100
100
100
100
100
100
100
86
80
77
221
90
80
83
50
49
69
70
78
74
224
88
80
83
1
1
48
46
43
56
238
72
103
92
12
58
88
102
92
187
100
124
115
5
69
40
84
61
643
113
101
105
0
61
17
73
38
796
105
80
89
2
2
52
0
0
57
1984 Bernardo 1985 Bernardo -
1986 Bernardo 1
1987 José Maria -
1988 José Maria 1989 Anselmo 13
100
70
43
657
98
98
98
37
105
99
74
300
94
127
115
-
0
67
105
108
94
113
207
121
116
118
-
1
69
72
87
78
79
186
89
112
103
-
0
60
112
82
63
96
277
113
101
105
-
0
61
29
104
87
52
163
62
122
101
-
0
58
82
120
113
89
137
93
130
117
7
7
70
80
118
121
88
395
116
137
129
9
9
78
80
129
124
89
358
113
130
124
10
10
76
79
132
134
102
267
117
198
169
0
0
97
1990 Anselmo 1991 Anselmo 1992 Anselmo 1993 Irajá 1994 Irajá 1995 Irajá 1996 Irajá 1997 Anselmo 1998 Anselmo 1999 Otelmo
40
78
148
123
92
446
124
174
156
-
0
90
62
130
124
80
391
107
203
169
-
0
97
70
123
134
86
552
127
261
213
-
0
123
106
121
126
104
501
140
248
209
13
13
126
2000 Otelmo 2001 Marroni 2002 Marroni
ANO
PREFEIT O
1982 Irajá/P.Ma chado 1983 Bernardo
RECEI DEMAIS CORRE TRANS RECEIT OPER. RECEI RECEIT TA NTES F. AS DE TAS A ISQN TRIBU CORRE PRÓPRI CORRE CORRE CRÉDI CAPIT TOTAL TÁRIA NTES AS NTES NTES TO AL
IPTU
ISTBI
11,63
-
4,26
18,90
1,85
20,75
36,87
57,62
41,27
42,38
100,00
14,44
-
4,96
21,09
5,92
27,01
42,73
69,74
29,90
30,26
100,00
16,90
-
6,92
29,21
8,61
37,82
61,19
99,01
0,87
0,99
100,00
9,18
-
3,12
18,02
7,57
25,59
65,40
90,99
-
9,01
100,00
14,94
-
6,35
25,32
5,04
30,36
66,55
96,91
0,70
3,09
100,00
7,71
-
5,89
19,01
19,57
38,59
61,32
99,91
-
0,09
100,00
3,81
-
5,94
13,71
28,19
41,90
56,67
98,57
1,43
1,43
100,00
2,66
2,65
5,30
14,33
21,51
35,84
64,13
99,97
0,01
0,03
100,00
6,43
2,37
6,34
21,07
8,34
29,41
70,53
99,94
-
0,06
100,00
17,76
2,35
5,83
31,17
5,60
36,77
62,60
99,37
-
0,63
100,00
14,02
2,18
5,59
25,16
5,78
30,95
69,03
99,97
-
0,03
100,00
21,43
2,02
4,45
30,01
8,44
38,46
61,45
99,91
-
0,09
100,00
5,80
2,69
6,38
16,92
5,19
22,12
77,68
99,80
-
0,20
100,00
13,51
2,56
6,84
23,93
3,59
27,52
68,09
95,60
4,37
4,40
100,00
11,96
2,26
6,59
21,30
9,34
30,64
64,64
95,27
4,69
4,73
100,00
12,23
2,55
6,95
22,14
8,73
30,87
63,30
94,17
5,64
5,83
100,00
9,44
2,03
5,87
19,84
5,08
24,93
74,87
99,80
0,01
0,20
100,00
10,08
2,47
5,85
19,42
9,17
28,59
71,38
99,97
-
0,03
100,00
1984 Bernardo 1985 Bernardo 1986 Bernardo 1987 José Maria 1988 José Maria 1989 Anselmo 1990 Anselmo 1991 Anselmo 1992 Anselmo 1993 Irajá 1994 Irajá 1995 Irajá 1996 Irajá 1997 Anselmo 1998 Anselmo 1999 Otelmo
41
2000 Otelmo 7,40
2,00
5,43
15,51
7,44
22,95
77,03
99,97
-
0,03
100,00
6,64
1,51
4,68
13,22
8,33
21,55
78,44
99,99
-
0,01
100,00
9,75
1,45
4,25
15,64
7,37
23,01
72,68
95,69
4,24
4,31
100,00
2001 Marroni 2002 Marroni
Tabela 3.3 Composição da Despesa de Capital, 2000-02 Em R$ 1.000,00 de 2002 (*) ESPECIFICAÇÃO INVESTIMENTOS
VALOR
%
5.390
VALOR
49,2
%
6.785
VALOR
55,6
11.716
% 67,4
Transf.a Instituições Privadas
-
-
-
-
592
3,4
Serviços de Consultoria
-
-
-
-
3.477
20,0
Outros itens
-
-
-
-
224
1,3
Obras e Instalações Equipamentos e Mat.Permamente INVERSÕES FINANCEIRAS AMORTIZAÇÃO DÍVIDA PÚBLICA TOTAL
4.781
43,6
4.140
33,9
4.514
26,0
609
5,6
2.645
21,7
2.908
16,7
100
0,6
5.570
-
50,8
-
5.418
-
44,4
-
5.577
32,1
10.960
100,0
12.204
100,0
17.393
100,0
FONTE: Balanços da Prefeitura. (*) IGP/DI (médio).
42
43
Tabela 4 Prefeitura de Pelotas Despesa com Em R$ 1,00 de 2002 PREFEITO ANOS
(*)
PESSOAL (**)
RECEITA CORRENTE
%
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES(***)
PESSOAL + TRANSF.CORRENTES
%
A
B
A/B
C
D
D/B
OBSERVAÇÕES
1982 Irajá/P.Machado
58.846.427
72.967.626
80,6%
24.905.759
83.752.186
114,8%
1983 Bernardo
55.094.879
60.828.193
90,6%
26.210.144
81.305.023
133,7% Orçamento gov.anterior
1984 Bernardo
33.240.023
60.431.272
55,0%
12.879.166
46.119.189
76,3%
1985 Bernardo
36.895.151
67.189.755
54,9%
17.349.939
54.245.090
80,7%
1986 Bernardo
45.172.457
84.130.841
53,7%
15.665.349
60.837.806
72,3%
1987 José Maria
37.445.779
76.867.567
48,7%
12.635.033
50.080.813
65,2% Orçamento gov.anterior
1988 José Maria
45.570.933
65.189.301
69,9%
17.427.498
62.998.431
96,6%
1989 Anselmo
45.333.426
71.541.631
63,4%
18.873.755
64.207.181
89,7% Orçamento gov.anterior
1990 Anselmo
36.340.177
84.256.958
43,1%
25.612.063
61.952.241
73,5%
1991 Anselmo
38.190.085
86.230.790
44,3%
25.394.512
63.584.596
73,7%
1992 Anselmo
38.609.398
75.416.412
51,2%
24.597.955
63.207.353
83,8%
1993 Irajá
36.214.517
76.884.845
47,1%
18.638.216
54.852.733
71,3% Orçamento gov.anterior
1994 Irajá
37.577.444
73.404.211
51,2%
18.905.376
56.482.821
76,9%
1995 Irajá
47.590.060
85.191.895
55,9%
23.360.333
70.950.394
83,3%
1996 Irajá
41.306.517
94.383.067
43,8%
33.186.781
74.493.297
78,9%
1997 Anselmo
50.129.237
90.420.865
55,4%
24.515.994
74.645.231
82,6% Orçamento gov.anterior
1998 Anselmo
53.622.302
123.008.465
43,6%
51.676.796
105.299.097
85,6%
1999 Otelmo
55.292.613
113.784.977
48,6%
30.493.313
85.785.926
75,4%
2000 Otelmo
64.913.380
123.016.811
52,8%
19.131.982
84.045.361
68,3%
2001 Marroni
61.871.172
155.190.343
39,9%
16.528.196
78.399.368
50,5% Orçamento gov.anterior
2002 Marroni
74.448.798
152.632.286
48,8%
74.448.798
48,8%
(*) O período de cada administração nem (**) Até 2001 era, praticamente, só (***) Inclui os juros da dívida, mas os à Administração Indireta, cuja grande ingresso efetivo de recursos e por ser
-
Tabela 5 Resultados orçamentári Valores em R$ 1.000,00
ANOS
PREFEITO
RESULTADO
RECEITA
RES.ORÇAMENT./
RECEITAS
DESPESAS
ORÇAMENTÁRIO
CORRENTE(*)
REC.CORRENTE-%
INVESTIMENTOS LÍQUIDOS VALOR
% REC.CORRENTE
A
B
C = A-B
D
E=C/D
F
G=F/D
OBSERVAÇÕES
1982
Irajá/P.Machado
126.633
142.606
(15.973)
72.968
-21,9%
(1.497)
1983
Bernardo
87.222
120.228
(33.006)
60.828
-54,3%
7.516
-2,1%
1984
Bernardo
61.034
55.240
5.793
60.431
9,6%
1.931
3,2%
1985
Bernardo
73.844
71.402
2.442
67.190
3,6%
9.515
14,2%
1986
Bernardo
86.817
86.249
567
84.131
0,7%
16.710
19,9%
1987
José Maria
76.939
70.647
6.292
76.868
8,2%
12.168
15,8% Orçamento governo anterior
1988
José Maria
66.132
78.688
(12.557)
65.189
-19,3%
5.378
1989
Anselmo
71.561
83.409
(11.849)
71.542
-16,6%
10.211
14,3% Orçamento governo anterior
1990
Anselmo
84.305
93.071
(8.766)
84.257
-10,4%
12.571
14,9%
1991
Anselmo
86.780
89.836
(3.056)
86.231
-3,5%
6.836
7,9%
1992
Anselmo
75.436
97.620
(22.184)
75.416
-29,4%
15.834
21,0%
1993
Irajá
76.957
76.269
688
76.885
0,9%
5.787
1994
Irajá
73.553
73.479
74
73.404
0,1%
6.843
9,3%
1995
Irajá
89.109
98.050
(8.941)
85.192
-10,5%
10.456
12,3%
1996
Irajá
99.064
108.634
(9.570)
94.383
-10,1%
11.817
12,5%
1997
Anselmo
96.020
98.091
(2.071)
90.421
-2,3%
5.698
1998
Anselmo
123.253
144.418
(21.166)
123.008
-17,2%
17.747
14,4%
1999
Otelmo
113.821
126.046
(12.225)
113.785
-10,7%
14.801
13,0%
2000
Otelmo
154.018
131.002
23.017
123.017
18,7%
10.960
8,9%
2001
Marroni
161.858
156.245
5.613
155.190
3,6%
12.204
7,9% Orçamento governo anterior
2002
Marroni
159.499
163.417
(3.918)
152.632
-2,6%
10.627
7,0%
12,4% Orçamento governo anterior
8,3%
7,5% Orçamento governo anterior
6,3% Orçamento governo anterior
FONTE: Prefeitura Elaborado de porDa Darcy (*) receita corrente foi representar ingresso
45
46
Tabela 6 Estoque da dívida ativa Valores em e respectiva R$ de 2002 cobrança, (IGP/DI 1994-02 médio) ANOS
PREFEITO
ESTOQUE
RELATIVO
A
COBRANÇA
RELAÇÃO
B
B/A%
1994
Irajá
20.803.933
100,0
1.074.697
1995
Irajá
30.716.443
147,6
1.834.855
6,0%
1996
Irajá
37.936.663
182,4
4.670.832
12,3%
1997
Anselmo
41.276.449
198,4
3.119.652
7,6%
1998
Anselmo
61.332.423
294,8
3.528.742
5,8%
1999
Otelmo
62.143.916
298,7
3.986.458
6,4%
2000
Otelmo
61.634.718
296,3
4.093.014
6,6%
2001
Marroni
62.430.801
300,1
4.340.957
7,0%
2002
Marroni
79.523.827
382,3
4.502.856
5,7%
FONTE: Balanços da Prefeitura Média anual da cobrança da dívida
5,2%
6,9%
48
Tabela 7 Evolução da dívida Em valores fundada e de 2002 flutuante, (IGP/DI 1994-2002 médio) ANOS
PREFEITO
PASSIVO
PASSIVO
ATIVO
SALDO FINANC.
RELATIVOS
PERMANENTE
FINANCEIRO
FINANCEIRO
REAL
PASSIVO
SALDO
A
B
C
(C-B)
PERMANENTE
FINANC.REAL
1994
Irajá
150.890.568
nd
nd
nd
100,0
nd
1995
Irajá
116.643.763
nd
nd
nd
77,3
nd
1996
Irajá
124.889.241
nd
nd
nd
82,8
nd
1997
Anselmo
154.343.213
nd
nd
nd
102,3
nd
1998
Anselmo
161.790.918
nd
nd
nd
107,2
nd
1999
Otelmo
148.255.248
nd
nd
nd
98,3
nd
2000
Otelmo
132.558.346
26.928.437
8.527.799
(18.400.638)
87,9
100,0
2001
Marroni
130.602.724
19.819.030
8.758.609
(11.060.421)
86,6
60,1
2002
Marroni
121.519.480
23.923.776
11.722.825
(12.200.951)
80,5
66,3
FONTE: Prefeitura de Elaborado Pelotas por Darcy nd - Dados dados Francisco não originais Carvalho dos disponíveis obtidos junto Santos.
Tabela 8 Fatores de atualização (Base agosto/84 = ANOS
MOEDA
RAZÃO CONVERSÃ0
IGP/DI
IGP/DI
CORRENTE
PARA REAL
dezembro
Médio
CONVERSOR ES Dezembro
VARIAÇÃO GERAL Médio
dez/02
DOS PREÇOS
INFLAÇÃO ANUAL
1982
Cruzeiro
2.750.000.000.000
4,521E-09
3,418E-09
0,0217749
0,0246948
0,0258554
67.910.738.114,88
1983
Cruzeiro
2.750.000.000.000
1,406E-08
8,699E-09
0,0070012
0,0097038
0,0101599
26.685.522.937,61
211,0%
-
1984
Cruzeiro
2.750.000.000.000
4,554E-08
2,790E-08
0,0021615
0,0030259
0,0031681
8.321.187.208,11
223,9%
1985
Cruzeiro
2.750.000.000.000
1,526E-07
9,081E-08
0,0006452
0,0009296
0,0009733
2.556.508.917,78
235,0%
1986
Cruzado
2.750.000.000
2,518E-07
2,200E-07
0,3909506
0,3837436
0,4017780
1.055.294.989,61
65,0%
1987
Cruzado
2.750.000.000
1,299E-06
7,146E-07
0,0757891
0,1181366
0,1236885
324.875.539,26
415,8%
1988
Cruzado
2.750.000.000
1,477E-05
5,607E-06
0,0066625
0,0150564
0,0157640
41.405.075,62
1037,5%
1989
Cruzado Novo
2.750.000
2,782E-04
7,961E-05
0,3538428
1,0604056
1,1102401
2.916.115,28
1782,9%
1990
Cruzeiro
2.750.000
0,0044
0,0023
0,0224440
0,0373379
0,0390926
102.679,24
1476,6%
1991
Cruzeiro
2.750.000
0,0254
0,0116
0,0038685
0,0072541
0,0075951
19.948,91
480,2%
1992
Cruzeiro
2.750.000
0,3201
0,1270
0,0003075
0,0006647
0,0006959
1.827,84
1157,9%
1993
Cruzeiro Real
2.750
8,9899
2,7988
0,0109495
0,0301618
0,0315793
82,9450
2708,6%
1994
Real
1
107,3250
70,1621
2,5222144
3,3087639
3,4642619
3,3088
1093,8%
1995
Real
1
123,1870
117,4918
2,1974450
1,9758818
2,0687399
1,9759
14,8%
1996
Real
1
134,6890
130,5275
2,0097904
1,7785509
1,8621353
1,7786
9,3%
1997
Real
1
144,7650
140,8549
1,8699041
1,6481484
1,7256044
1,6481
7,5%
1998
Real
1
147,2310
146,3303
1,8385847
1,5864786
1,6610364
1,5865
1,7%
1999
Real
1
176,6470
162,8938
1,5324158
1,4251609
1,4921375
1,4252
20,0%
2000
Real
1
193,9700
185,3271
1,3955594
1,2526491
1,3115183
1,2526
9,8%
2001
Real
1
214,1410
204,5290
1,2641048
1,1350459
1,1883883
1,1350
10,4%
2002
Real
1
270,6967
232,1498
1,0000000
1,0000000
1,1660356
1,0000
26,4%
FONTE: Revista NOTA: Os conversores Dezembro: atualizam variávies Médio: atualizam variáveis fluxo para Dezembro 2002: Atualizam variáveis A variação geral dos preços mede a
50
51
Tabela 9 Alguns dados comparativos entre Porto Alegre e Pelotas
ESPECIFICAÇÃO
UNIDADE
PORTO ALEGRE
PELOTAS
RELAÇÃO
A
B
A/B
DADOS ESTÁTICOS POPULAÇÃO 2002
1.385.923
326.664
4,24
RECEITA CORRENTE 2002
HAB. R$
1.267.103.592
152.632.286
8,30
COTA ICMS 2002
R$
225.188.921
28.879.529
7,80
SUS RECEBIDO 2002
R$
307.709.795
38.454.478
8,00
SUS POR HABITANTE 2002
R$
222,03
117,72
1,89
INVESTIMENTOS 2002
110.389
17.393
6,35
PESSOAL/RECEITAS CORRENTES
%
49,10%
48,70%
1,01
PIB PER-CAPITA 2001(Preços 2002)
R$
8.544,81
5.661,07
1,51
POPULAÇÃO 1988-2002
%
13,1%
15,2%
0,86
RECEITA CORRENTE 1988-2002
%
252%
134%
1,88
COTA ICMS 1988-2002
%
90,6%
26,2%
3,45
PIB PER-CAPITA - 1985- 2001
%
8,1%
-24,7%
-
EVOLUÇÃO NO TEMPO
53
(Dados provisórios) ESPECIFICAÇÃO População
1988 Porto Alegre Pelotas
Receita corrente
Porto Alegre Pelotas
Receita corrente por habitante/ano Cota ICMS
2002
1.225.904
VARIAÇÃO 1.385.923
283.629
326.664
359.719.522
1.267.103.592
252,2% Valor constante 2002
65.189.301
152.632.286
134,1% Valor constante 2002
293,43
914,27
211,6% Valor constante 2002
Pelotas
229,84
467,25
103,3% Valor constante 2002
118.155.355
225.188.921
90,6% Valor constante 2002
22.877.277
28.879.529
26,2% Valor constante 2002
Porto Alegre
2000 Municipalização da Saúde (SUS)
Porto Alegre
(Recebido do Governo Federal)
Pelotas
SUS/habitante/ano (recebido G.Federal)
Porto Alegre
2002
299.538.907
307.709.795
2,7% Valor corrente
10.927.857
38.454.478
251,9% Valor corrente
244,34
222,03
-9,1% Precisa investigar causa
38,53
117,72
205,5% Precisa investigar causa
Pelotas 2001
2002
Dois últimos resultados orçamentários
Porto Alegre
(somente da adm.centralizada)
Pelotas
Despesa com pessoal/receitas correntes
Porto Alegre
49,10%
Pelotas
48,70%
Porto Alegre
56.734.000
(53.274.000)
Valor constante 2002
5.613.000
(3.918.000)
Valor constante 2002
96,90%
Pelotas
95,70% 1988
Investimentos (inclui pagto.dívida) Investimentos/receita corrente -%
Porto Alegre
crédito no valor de R$ 26 milhões .
2002
1983/86
102.739
110.389
Em R$ 1.000,000 de 2002
Pelotas
6.321
17.393
15.721 Em R$ 1.000,000 de 2002
Porto Alegre
28,6%
8,7%
9,7%
11,4%
Pelotas
Elaborado por Darcy Francisco Carvalho dos Santos. Nota: No exercício de 1983 houve operção de
15,2%
Porto Alegre
Pelotas
Despesas correntes/receitas correntes
OBSERVAÇÃO
13,1%
23,1% Ver nota
Gráf. 1 - Evolução dos principais grupos de receita, 1982-2002 180.000 160.000 140.000 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Correntes
R$ mil
Próprias
Transferências
Op.crédito
Gráf.2 - Principais itens da receita corrente própria, 19822002
45.000 40.000 35.000 30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Tributária
IPTU
ISQN
Demais correntes
Gráf. 3 - Evolução dos principais itens de transferências, 1982-2002 R$ mil 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991
ICMS
IPVA
1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
FPM
Fundef + SUS
Gráf.4 - Principais agregados de despesa, 1982-2002 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
Pessoal+transf.
Manutenção
Pessoal
Investimentos
56
Gráf.5 - Grandes agregados de despesa em % da receita corrente, 1982-2002 250 200 150 100 50 1982
1983 1984
1985
1986
1987 1988
1989
1990
1991
1992 1993
1994
1995
1996 1997
1998
1999
2000 2001
2002
(50) Rec.corrente
Pessoal+transf.
Desp.corrente
Desp.total
Invest.líquidos
Gráf. 6 - Resultados orçamentários, 1982-2002 (Em R$ milhões de 2002) 30.000 20.000 10.000
Superávits
(10.000) (20.000) (30.000) (40.000)
Déficits 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
57
Gráf. 7 - Resultado orçamentário e investimentos líquidos em % da receita corrente 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% -10,0%
1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
-20,0% -30,0% -40,0% -50,0% -60,0%
Res.orçamentários
Invest.líquidos
Res.s/investimento
Gráf. 8 - Despesa de pessoal e transferências em % da receita corrente, 1982-2002 160% 140% 120% 100% 80% 60% 40% 20% 0% 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002
58
Pessoal
Pessoal+transf.
Gráf. 9 - Evolução do estoque e cobrança da dívida ativa, 1994-2002 R$ mil 90.000 80.000 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 -
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
Estoque
20.804
30.716
37.937
41.276
61.332
62.144
61.635
62.431
79.524
cobrança
1.075
1.835
4.671
3.120
3.529
3.986
4.093
4.341
4.503
Estoque
cobrança
59