ISEG – Análise Financeira
GESTÃO FINANCEIRA MÓDULO III
Objectivo Teoria tradicional do Equilíbrio Financeiro Fundo de Maneio Funcional e as NFM Tesouraria Líquida Estratégias de Financiamento face ao Risco
E. Couto / J. Esteves – ISEG/UTL
EQUILÍBRIO FINANCEIRO Teoria Tradicional Regra do equilíbrio financeiro mínimo “Os capitais utilizados por uma empresa para financiar uma imobilização, uma existência ou outro activo, devem permanecer à sua disposição durante um tempo que corresponda pelo menos à duração dessa imobilização, existência ou outro activo” Esta regra é insuficiente porque existem elementos circulantes cuja rotação de transformação em disponibilidades é mais lenta que a transformação em exigibilidades das dívidas a curto prazo E. Couto / J. Esteves
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EQUILÍBRIO FINANCEIRO Teoria Tradicional 1º MEMBRO
2º MEMBRO
ACTIVO FIXO
CAPITAIS PERMANENTES FM
ACTIVO CIRCULANTE
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PASSIVO CIRCULANTE
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EQUILÍBRIO FINANCEIRO Teoria Tradicional Equilíbrio de Curto Prazo: Activo Circulante > Passivo Circulante • A estabilidade é assegurada por uma estrutura financeira equilibrada e por uma rendibilidade do investimento maior que o custo do capital alheio • Análise estática (sem o princípio da continuidade) • Porque o nível do FM desejado depende das NFM
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EQUILÍBRIO FINANCEIRO Conclusões da Teoria Tradicional • Quanto maior o C. Próprio face ao C. Alheio maior será o equilíbrio • Quanto mais C.Alheio de ML prazo maior será o equilíbrio (análise do endividamento e da estrutura financeira) • Quanto maior os C. Permanentes face ao Activo fixo maior será o equilíbrio (análise do FM e da liquidez) • Quanto maior a rendibilidade do activo face ao custo do C.Alheio melhor será o equilíbrio a prazo (análise da rendibilidade e do efeito alavanca) E. Couto / J. Esteves
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ANÁLISE DO FUNDO DE MANEIO • O FM é uma margem de segurança • O FM é um indicador sobre a solvabilidade actual • Deveria ser a fracção de capital necessária ao financiamento do ciclo de exploração • No entanto, não representa as NFM, dada a rapidez das modificações da estrutura do Activo Circulante e do Passivo Circulante
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O nível das NFM Vai depender do: – Tipo de sector
– Tipo de negócio – Práticas de gestão – Hábitos na concessão de crédito no sector – Práticas do sector financeiro – Níveis de eficiência (gestão operacional)
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EQUILÍBRIO FINANCEIRO Teoria Actual Estruturar o Balanço por forma a realçar: • Fundo de Maneio Funcional (FMF) • Necessidades de financiamento do ciclo de exploração (NFM) • Tesouraria Líquida (TL)
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O Balanço Funcional Princípio do equilíbrio financeiro funcional • Recursos estáveis
estáveis
devem
• Empréstimos de curto necessidades de tesouraria
financiar prazo
aplicações
devem
cobrir
• Manutenção de uma margem de segurança: o FM • Contudo, o equilíbrio financeiro deve traduzir-se simultaneamente ao nível dos vários ciclos 9
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EQUILÍBRIO FINANCEIRO Equilíbrio financeiro: comparação entre FMF e as NFM
FMF resulta da estratégia financeira NFM resultam das políticas de gestão operacional FMF > 0
parte dos fundos estáveis financiam o ciclo de exploração
FMF < 0
parte dos fundos não estáveis financiam activos fixos (factor de risco)
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Necessidades do ciclo de exploração em prazos - Exemplo Compra de matérias primas (M-P) tempo médio de armazenagem das M-P
15 dias
Processo de fabrico
20
Armazenagem dos produtos acabados
10
Crédito a clientes
40
TOTAL
85 dias
Crédito de Fornecedores
30
Diferença
55 dias
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Necessidades de fundo de maneio - em valor NFM = Necessidades Cíclicas - Recursos Cíclicos
Necessidades Cíclicas
Recursos Cíclicos
Existência
Fornecedores
Clientes
Adiant. De Clientes
Adiantamento a Fornced.
Estado (a pagar)
Estado (a receber)
Outros Cred. de Expl.
Outros devedores de Expl. E. Couto / J. Esteves
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Balanço Funcional Capital Próprio + Capital Alheio Estável = CAPITAIS PERMANENTES - Activo Fixo = FUNDO DE MANEIO (C) + Clientes + Existências + Adiantamentos a fornecedores + Estado e outros entes públicos (a receber) + Outros devedores de exploração = NECESSIDADES CÍCLICAS (A) + Fornecedores + Adiantamentos de clientes + Estado e outros entes Públicos (a pagar) + Outros credores de exploração = RECURSOS CÍCLICOS (B) (A-B) NECESSIDADES EM FUNDO DE MANEIO (D) (C- D) TESOURARIA LÍQUIDA 13
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O Balanço Funcional CICLO
APLICAÇÕES
ORIGENS
DECISÕES
ACTIVO FIXO OU
CAPITAIS ESTÁVEIS
ESTRATÉGICAS
APLICAÇÕES DE
(Estratégia financeira)
INVESTIMENTO
CICLO DE
NECESSIDADES
RECURSOS
EXPLORAÇÃO
CÍCLICAS
CÍCLICOS
FORA DO CICLO
TESOURARIA
TESOURARIA
DE EXPLORAÇÃO
ACTIVA
PASSIVA
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Equilíbrio Financeiro: Exemplo Balanço sintético da empresa X no final do ano N (Unid. 103 €) ACTIVO Imobilizado Circulante Activo Total
1 100 2 500 3 600
CAP PRÓPRIOS+PASSIVO Capitais Permanentes 900 Dívidas a Terc C/Prazo 2 700 Cap. Próprios + Passivo 3 600
Condições de exploração: • Prazo médio de realização dos activos circulantes: 2 meses • Prazo médio de pagamento das dívidas de C. Prazo: 3 meses Pretende-se: • O cálculo do FM no ano N e a análise do equilíbrio financeiro nos dois primeiros meses do ano N+1.
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Exemplo - resolução Fundo de Maneio = Capitais Permanentes - Imobilizado • 900 – 1 100 = -200 (milhares de €) • À partida o FM revela-se desfavorável parecendo preocupante o equilíbrio financeiro • A projecção a 2 meses dos dados disponíveis: Ä recebe a totalidade do activo circulante = 2 500 Ä paga 2/3 das dívidas a Terceiros C. prazo = 1 800 • Total + 700 • Embora o FM seja negativo, a análise das condições de exploração revela uma situação de equilíbrio muito favorável no prazo de 2 meses E. Couto / J. Esteves
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EQUILÍBRIO FINANCEIRO Teoria Actual Se NFM > 0 • Eecessidades de financiamento do ciclo de exploração (Ex. Empresa metalúrgica)
Se NFM < 0 • Excedentes financeiros do ciclo de exploração (Ex. supermercados) • A sobreposição dos ciclos económicos implica um carácter permanente do financiamento do ciclo de exploração • Há ainda necessidades sazonais E. Couto / J. Esteves
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EQUILÍBRIO FINANCEIRO MÍNIMO Tesouraria Os capitais permanentes financiam o activo fixo e as NFM permanentes • NFM permanentes: actividade mínima do ciclo de exploração • NFM temporárias: exploração
oscilações
do
ciclo
de
• As NFM temporárias podem (devem) levar a uma tesouraria líquida negativa (endividamento líquido de curto prazo)
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EQUILÍBRIO FINANCEIRO MÍNIMO
TEMPORÁRIO
ACTIVO
FINANCIAMENTO
NFM TEMPORÁRIAS
ENDIVIDAMENTO LÍQUIDO DE C. PRAZO
PERMANENTE
NFM PERMANENTES
CAPITAIS
+
PERMANENTES
ACTIVO FIXO
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EQUILÍBRIO FINANCEIRO MÍNIMO Conclusões Antes: FM > 0 depois: Tesouraria líquida positiva Agora: Tesouraria líquida nula (ou até negativa) Tesouraria Líquida = Tes.Activa - Tes. Passiva
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Gestão das necessidades de financiamento do ciclo de exploração • Determinar com rigor as NFM permanentes e temporárias • Reduzir os tempos das necessidades cíclicas • Aumentar os tempos dos recursos cíclicos • Aumentar as margens operacionais • Definir uma estratégia para o equilíbrio financeiro e para a tesouraria em função dos objectivos globais da empresa E. Couto / J. Esteves
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Estratégias financeiras Apesar da teoria do equilíbrio financeiro as empresas usam estratégias diferenciadas • ORTODOXA • DEFENSIVA • AGRESSIVA • ARRISCADA
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Estratégia Ortodoxa • Segue a teoria do equilíbrio financeiro mínimo • O Activo fixo é financiado por Cap. Permanentes, e os activos temporários por cap. de curto prazo • Visa um risco financeiro reduzido • A tesouraria positiva ou negativa vai depender dos períodos de sazonalidade da actividade
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Estratégia Defensiva • Visa objectivos de segurança (ou mostra aversão ao risco dos gestores) • Financia parte das NFM temporárias com capitais permanentes
Cap. Permanentes = Activo Fixo + Parte das NFM • Tenta minimizar o risco de rotura de tesouraria mesmo nos períodos de sazonalidade elevada • Pode ter mais custos financeiros visto que: – os capitais de longo prazo são normalmente mais caros – haverá excesso de tesouraria em períodos de baixa actividade; neste caso convém ter boas condições para aplicação de fundos no curto prazo
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Estratégia Agressiva • Preferência por financiamentos de curto prazo • Cap. Permanentes financiam apenas o activo fixo • Visa custos financeiros mais baixos, mas tem perigos (falta de liquidez no mercado, alteração das condições da empresa, etc.) • Depende da estrutura temporal de taxas de juro • Leva a tesouraria líquida negativa • Implica capacidade negocial permanente renovação dos empréstimos de curto prazo
para
• Obriga a ter diversas alternativas (fontes) de financiamento E. Couto / J. Esteves
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Estratégia Arriscada • Assume o não cumprimento das regras de equilíbrio financeiro (mesmo da teoria tradicional) Cap. Permanentes < Activo Fixo • Tesouraria líquida negativa • Pode conduzir à redução da capacidade negociação com as Instituições Financeiras
de
• Aumenta a preocupação das organizações que lidam com a empresa
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