DE JOÃO DE NORONHA Na entrada do ano novo somos sempre presenteados com rumores fatídicos sobre o nosso jornal - dizem as bocas que fechou e já não vai sair. Foi assim em Janeiro de 2007, 2008 e, agora, 2009. Para nossa sorte, a oposição vai curta de ideias e, por isso, trata de repetir-se na esperança que a “fofoca” pegue e arraste o nosso jornal para a “falência” de ideias e a “insolvência” dos temas que, incompreensivelmente, muitos nos oferecem para escrever, como rescaldo das suas incompetências, invejas, falta de qualidade e, sobretudo, incapacidade de cumprir. Vamos para o terceiro ano de publicação e a credibilidade com que somos aceites na nossa comunidade é o único rumor que nos interessa. Temos oferecido aos portugueses um trabalho sério e responsável, na defesa dos seus interesses - temos tratado os temas quentes com frontalidade e, ao longo dos três anos de projecto, temos visto, uma a uma, as nossas notícias confirmadas e a queda de alguns esquemas, que mais não faziam do que viver na sombra da comunidade. É preciso acabar com os compadrios e aceitar que quem fica são os que conseguem congregar em si o respeito daqueles que serve. Nenhum projecto vence por imposição, assente na mentira, no parecer e no mal.dizer - ficam apenas os que a maioria aceitar e apoiar como credíveis. E esse tem sido o nosso caso. Mesmo que ainda haja muito a fazer este ano, quanto mais não seja mantermo-nos vivos, para que em Janeiro de 2010 os nossos opositores possam novamente dar azo ao seu “dejá vu”. Esta quinzena houve vários casos relacionados com o tratamento de crianças, que nos fazem pensar. Será que o que lemos é verdade? Será que o modo de vida retratado nalguns livros de ficção, onde se descreviam sociedades totalmente controladas e escravas da legislação e prepotência dos que mandam, está a chegar ao mundo real? Se, por um lado, concordo que uma criança não deve, nem pode, ser espancada e que as pessoas que o façam devem ser severamente castigadas, por outro lado, a forma como hoje se força a educação das mesmas é por demais perversa, perigosa e fruto de um radicalismo primário. Uns meses atrás falámos sobre o medo que a maioria das pessoas, inclusive pais e familiares, têm de fazer um carinho a uma criança. Que cresce desconhecendo o amor e a ternura
realizar e só o tempo poderá comprovar que se atingiram os objectivos. Porque as que existem estão a anos luz, até que o tempo prove o contrário. Palavras levamnas o vento. Só o tempo julga resultados. Muito ao contrário do que se diz, já há muita coisa feita e obra reconhecida, assim como falhanços e sonhos não realizados. Desde que saímos, já se editaram 5 jornais e só um funciona, já para não falar nos 19 que se editaram antes do nosso. Não há ninguém melhor do que os outros, há os que fazem e aqueles que, apesar do esforço, não conseguem atingir os seus objectivos. Vamos, então, esperar por esses resultados e só depois criar os “rótulos” da importância.
de todos, mesmo dos familiares, que ao longo do tempo da sua existência mantêm o distanciamento necessário para continuarem dentro da lei. Tudo para combater a pedofilia, que neste país atinge cerca de 10% - e por causa de cada dez em cada cem, 90 têm de manter a distância dos filhos que amam e engolir uma legislação que, está provado, desequilibra o mundo emocional dos mais novos. Que mais tarde se juntam aos mais de 50% que não estudam, aos 92% que não têm objectivos e aos muitos gangs e grupos que mais não fazem do que aumentar a violência e o crime. Todos nós sabemos que a disciplina é uma regra essencial para que uma criança se aperceba e saiba utilizar a liberdade que, ao longo da sua vida, usará com peso e medida. Levei muitas “sapatadas” dos meus pais e hoje não vejo que isso nos tenha, a mim e aos meus irmãos, tornado em pessoas violentas ou sequer com tendências violentas. No momento certo e com a medida certa, um açoite não é mais do que modo eficaz de educar e não devia ser abolido por lei. Isto quando o rácio de crime de violência infantil no Reino Unido é de 6%. Novamente seis pessoas em cada cem impedem 94 de educarem os seus filhos segundo normas que, a longo prazo, podem bem ser essenciais para crianças saudáveis e equilibradas e com objectivos na vida. Estamos a perder o sentido da proporção. Onde, mais cedo ou mais tarde, um filho será retirado a um pai pelo facto de testes psicológicos apontarem para um familiar de risco. Onde um filho, por razões de quociente de inteligência, ou outra razão qualquer, é retirado aos pais para integrar a
fábrica de talentos, gerida por burocratas e tecnocratas. Estamos a caminhar para um mundo que nada tem a ver com inteligência e perspectiva de igualdade. Estamos, a pouco e pouco, a integrar uma ordem radical, eficaz e, de certo modo, fascista - onde o poder será exercido pelo poder e cada um de nós passará a ser um peão útil com data de validade. Como deixei um bom emprego e me dediquei a trabalhar para e com a comunidade de língua portuguesa, é difícil deixar passar em claro uma inverdade que merece o nosso repúdio e consternação. Ouvir que a Lusophonic Community é a primeira associação sem distinção de nacionalidade é não conhecer a realidade da comunidade de língua portuguesa no Reino Unido e é, de certa maneira, tentar tirar créditos a que não se tem direito. Não está em causa a importância e a boas causas por detrás desta associação, está em causa a verdade e a realidade de muitos portugueses, brasileiros, angolanos e moçambicanos que, por esse Reino Unido fora, criaram e trabalham há anos com as comunidades de língua portuguesa sem distinção de nacionalidade. Como Susana Forte Vaz diz numa entrevista ao nosso jornal “nós não temos de ser acusados dos insucessos dos outros” - e a comunidade portuguesa em Londres não deve explicações a ninguém pelo facto de ter demorado 40 anos para lançar uma operação destas. Não pode é, à partida, entrar em colisão com outras já existentes. Depois, há um factor essencial - não é só preciso dizer que se vai fazer - é preciso
Mais uma vez de Thetford se lança uma iniciativa inovadora na comunidade portuguesa do Reino Unido. Trata-se da Primeira Gala do nosso jornal, produzida por um português à pouco tempo entre nós e que viveu quase 30 anos no meio artístico em Portugal. Com ele e por ele vêm grandes nomes da canção e do “show business” português e, finalmente, vamos poder eleger as figuras que, a nosso ver, se distinguiram na comunidade portuguesa em 2008. Um ano que se caracterizou pela divisão da comunidade, na remodelação consular, nas eleições para o Conselho das Comunidades, na importação de trabalhadores de elite e, no desporto, na confirmação de uma grande figura do futebol português, Cristiano Ronaldo. Um ano em que inexplicavelmente o nosso jornal foi alvo de “golpes baixos” que soube sobreviver e manter a sua isenção, questionando aquilo que havia a questionar. Depois a entrega da edição do jornal a Daniel Santos, um homem de grandes atributos que conseguiu revolucionar por dentro a imagem e lançar-nos para a rua e para o sucesso. Penso mesmo que esta gala será o “dobrar da esquina” e o encontro com a maioridade e maturidade, dando a conhecer a todos o que se pode fazer com as pessoas certas. Pelas características da gala não será, com certeza do agrado de todos o rol de galardoados, contudo, estamos certos que a organização estará à altura do que de melhor se faz Portugal. Será uma festa de nós para todos os portugueses. Um ponto de encontro para todos os que acreditem que mesmo diferentes nas nossas convicções, somos todos iguais na relação que temos com Portugal e com os portugueses. PUB.