A Doutrina Secreta

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  • Words: 150,855
  • Pages: 210
H. P. BLAVATSKY

A DOUTRINA SECRETA Síntese da Ciência, a Religião e a Filosofia

VOLUME I

COSMOGÉNESIS

TRADUÇÃO DE VÁRIOS MEMBROS DO RAMO DA S. T. E. Terceira Edição Argentina cotejada com a 4ª Edição Inglesa

SATYÂT NÂSTI PARO DHARMAH “NÃO HÁ RELIGIÃO MAIS ELEVADA QUE A VERDADE”

Esta obra se dedica a todos os verdadeiros Teósofos de todo o país e de toda raça, pois eles a pediram e para eles foi escrita

ÍNDICE TEMÁTICO Nota do Editor ....................................................................................................... 2 Ao Leitor ................................................................................................................ 3 Prefácio da Primeira Edição, 1888 ..................................................................... 4 Prefácio da Terceira Edição Revisão, 1893 ...................................................... 6 H: P: Blavatsky: Um esboço de sua vida ................................................................... 7 Como foi escrita a DOUTRINA SECRETA ........................................................... 11 INTRODUÇÃO .................................................................................................. A necessidade de um livro desta natureza. A antigüidade dos Documentos e Manuscritos. A missão desta obra. VOLUME

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I

COSMOGÉNESIS PRÓLOGO - Páginas de uns anais pré-históricos ................................................. 42 O mais antigo Manuscrito do Mundo e seu Simbolismo. - A Vida Uma, Ativo e passivo. - A Doutrina Secreta. - Panteísmo. - Ateísmo. - “O Espaço” em todas as Religiões e no Ocultismo. - Os sete Elementos Cósmicos. - As sete Raças da Humanidade. - As três proposições fundamentais da Doutrina Secreta. - Descrição das Estadias do Livro do Dzyan. primeira parte A EVOLUÇÃO CÓSMICA Sete Estadias do “Livro Secreto do Dzyan”, com Comentários ................................. COMENTÁRIOS:

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Estadia I. - A NOITE DO UNIVERSO ................................................................ As Sete Eternidades. - O Tempo. - A Mente Universal e os DhyânChochans. - Nidânas, ou Causas da Existência. - Mâyâ ou Ilusão. - Trevas, a Matriz Eterna. - Os Princípios masculino e feminino na Natureza Raiz. Os Sete Espíritos Criadores, os Dhyân-Chohans. - O Grande Fôlego. - A Causa do Universo Material. - O Ser Um é o Nóumeno de todos os Nóumenos. - A Forma Uma de Existência. - O olho aberto da Dangma, um Jivanmukta. - Âlaya, a Vida Uma, ou Alma Universal. - O Mistério do Ser Absoluto. - O mistério da hierarquia dos Anupadâka.

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Estadia II. - A IDÉIA DE DIFERENCIAÇÃO .......................................................... Os Construtores. - Paranishpana. - O Absoluto. - A diferença entre o Ser consciente e o Inconsciente. - Espaço, o Elemento Eterno e Único. - A Consciência Absoluta contém ao Conhecedor. - O Raio de Vida penetra no “Germe”. - O Lótus, Símbolo do Kosmos. - O Quaternário: Pai-Mãe-Filho, como Unidade. - O Filho: acima é todo o Kosmos, abaixo é a Humanidade. Svabhâvat; a Universal Essência Plástica do Mûlaprakriti. - O Universo estava ainda oculto no Pensamento Divino.

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Estadia III. - O DESPERTAR DO KOSMOS ............................................................ 74 Mahat (Inteligência Universal), o primogênito de Sabedoria. - A última

Vibração. - O significado esotérico da Manvántara. - O Eterno Fôlego se move sobre as Águas da Vida, Caos. - O Pensamento Divino impregna ao Caos. - O Ovo Virginal como símbolo do Universo. - O Poder dos Números. - O simbolismo Oculto. - A Luz, o Onipresente Raio Espiritual. - As Trevas, única realidade verdadeira. - O resplandecente Dragão de Sabedoria. - A Substância Cósmica se converte em Matéria Astral. - O Fogo, a Inteligência que move ao Universo. - O Mistério dos Números. O Cisne, símbolo do Raio divino. - Eletricidade, a Vida Uma. - Os primeiros Dhyân. - Chohans são “Naturezas Primárias”. - A Trama do Ser. - Fohat põe a Matéria Cósmica em Moção. - A Trama se dilata e contrai. - Fohat a Eletricidade Cósmica. Estadia IV. - AS HIERARQUIAS SEPTENARIAS ...................................................... Os “Filhos do Fogo”. - Os sete Sentidos Místicos. - “Não-Número”, seu Significado. - Os Primeiros Seres “Primitivos”. - A Ciência Sagrada dos Números. - Os Animais Sagrados. - O Mistério do Som e da Linguagem. O “Exército da Voz”, ou a “Palavra”. - A alegoria oculta da Linguagem e da Mente. - A Matéria Cósmica formando-se em Elementos. - Svabhâvat, a Raiz plástica da Natureza física. - O Círculo sem Limites. - O Sol de nosso sistema, o “Excluído”. - A Doutrina Secreta da Evolução dos Planetas. Os sóis são os Primeiros Centros de Força. - Os Lipika, Registradores de a Lei de Retribuição no Livro da Vida.

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Estadia V. - FOHAT, O FILHO DAS HIERARQUIAS SEPTENARIAS ....................... 97 Filhos da Luz. - A raiz do Homem Espiritual se converte em Divina por meio da própria experiência. - Cada Átomo possui potencialmente a própria consciência. - Os sete Dhyân-Buddhas. - Fohat, a Força Criadora Potencial. A Mente Universal representa as Hostes dos mais elevados Dhyân. Chohans criadores. - O Sistema Solar está constituído por sete Princípios. Fohat, em seu aspecto secundário é a Energia Solar. - Os “Três” e “Sete” grandes passos do Vishnu. - Círculos, curvas e Chakras. - O Sete, um Número Sagrado. - A Lei de movimento vertical. - A Evolução dos Princípios de a Natureza. - A Unidade, uma lei fundamental na Ciência Oculta. - O Mistério do Fogo. - O Regente Celestial dos Quatro Pontos Cardeais. O significado real do Tabernáculo. - O caráter das Rodas Aladas. - Os Espíritos Planetários e os Lipika. - O Anel “Não se passa”. - O Dia “Vêem com Nós”. 114

Estadia VI. - NOSSO MUNDO, SEU CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ................... A Mãe, ou Matéria abstrata e ideal, a Raiz da Natureza. - Palavra, Voz e Linguagem. - Os Centros Espécie são pontos de diferenciação. - Fohat, o Espírito guia da Lei e da Vida. - Os Átomos da Ciência. - A Evolução dos Elementos. - Ilusão e Realidade. - As Forças da Natureza. - O Átomo Primitivo, como “Soma Total” carece de Limites.

ALGUNS CONCEITOS TEOSÓFICOS PRIMITIVOS ERRÔNEOS ............................ Princípios humanos e Divisão Planetária. - Clarificação dos Princípios do Homem. - A Transmigração do Homem através de diferentes reino. - A Cadeia Septenaria. - Explicações a respeito da “Quinta” e “Sexta Ronda”. Marte e Mercúrio em relação a nosso Sistema Solar. - Aquisição de Conhecimentos e Poderes. - O Problema das 777 Encarnações. - As sete Ramos da Árvore do Conhecimento. FEITOS E EXPLICAÇÕES ADICIONAIS REFERENTES Aos GLOBOS E AS

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MÓNADAS ................................................................................................................. 136 As Mónadas se acham divididas em sete Classes ou Hierarquias. - A Terra e as Cadeias Lunares. - A Terra, Filha da Lua. - As Hostes Monádicas

classificadas. - A Mónada floresce na Mónada Divina. - A Mónada Espiritual é Única e Universal. - As sete classes do Pitris Lunares. - Um triplo esquema evolucionario na Natureza. - O estado humano. - Não podem entrar mais Mónadas, a Porta fica fechada. - A Doutrina Secreta e a Teoria do Darwin. Os Dhyân-Chohans encarnadas na Terceira Raça Raiz. - Os Antepassados dos Macacos. Estadia VI. - Continuação ......................................................................................... 150

A Quarta Ronda, o Equilibrioentre o Espírito e a Matéria. - A Queda do Espírito na Matéria. - A Primeira Causa do Pecado. - O Mistério da “Tetraktys”. - O Significado de Satã. - Os Mundos “sem forma” e os Mundos “formativos”. - A Guerra no Céu. - O Nascimento dos Mundos. - A Vitalidade Cósmica e terrestre (Eletricidade). - Uma Idade do Brahmâ. - Quatro Graus de Iniciação. - Os Filhos da Vontade e do Ioga. - O Iniciador Único e a Ilha Sagrada. - Filhos do Kriyâshakti. - O Fôlego de Vida.

Estadia VII. - OS PAIS DO HOMEM NA TERRA ....................................... 163 A Hierarquia dos Poderes Criadores. - Os Sopros Ígneos Informe ou Tríada Sephirotal Superior. - O “Homem Celestial” ou Adam Kadmon. - A Primeira Ordem de Seres Celestiales. - Uma Chama Pai, Inumeráveis Chama. - A Segunda Ordem: Fogo e Éter. - A Terceira Ordem: Emana. - A Quarta Ordem: os “Jivas Imperecíveis”. - A Quinta Ordem: a Estrela de cinco pontas que representa ao Homem. - Os Sexto Ordens e Sétimo e as qualidades inferiores do Quaternário. - O Mistério do Ser. - O Ser humano, um Mistério Esotérico Triplo. - O Mistério Oculto da Antropografía. - O Homem emana de um Homem Celestial. - O Significado de uma “Ronda”. - Arcanjos e Demônios. - A Tríada Espiritual Imortal. - O Fio da Vida. - Metafísicos Caldeos. - Doutrinas Ocultas e Kabalísticas. - A Mónada é um Raio do Absoluto. - O Homem Perfeito. - A Vida e as Vistas. - As Quatro Dimensões do Espaço. - Permeabilidade, o Próximo Sentido. - Rondas e Dimensões. - A Química Oculta. - O Símbolo do “Sanctasantórum”. - A Mónada é um Dhyân-Chohan Individual. - A Terra povoada dos Céus. RESUMO ....................................................................................................................... 198 Ocultismo nos Upanishads. - O poder e importância do Ocultismo. - A Natureza dos Homens Celestiales. - O Espírito se acha dotado de Inteligência. - Os Dhyân-Chohans são dobrem em seus caracteres. - A Matéria Eterna é a Sombra do Espírito. - A Eternidade das Formas Humanas. - O Vishnu Purana e o Hermes Trismegisto comparados. - Alguns Aforismos Ocultos. - As Sete Shaktis (forças). Tudo é Relativo. - Os Ocultistas são os campeões da verdade.

NOTA DO EDITOR Ao dar a publicidade esta nova edição de LA DOUTRINA SECRETA do H. P. Blavatsky, e com o propósito de que a mesma tenha a hierarquia que merece uma obra de tanta transcendência, incorporamo-lhe alguns materiais não incluídos até agora em outras edições em castelhano, os quais compreendem: um esboço biográfico da autora, um novo capítulo titulado “Como foi escrita A Doutrina Secreta”, três Glossários e, finalmente, um Índice Temático e uma seção bibliográfica em cada um dos tomos que integram a obra, todo o qual sem dúvida facilitará sua leitura e estudo. A maioria desses agregados foram traduzidos da Quarta Edição (Adyar) do livro, a qual, tivemos à vista ao preparar a presente edição. O esboço biográfico do H. P. Blavatsky e o capítulo “Como foi escrita A Doutrina Secreta” são devidos à pluma do Josephine Ransom,

autoridade na obra de referência, a cujo cargo esteve a supervisão da citada Quarta Edição. O mencionado capítulo, compilado em apóie à documentação existente nos arquivos e registros da Sociedade Teosófica do Adyar, é um contribua de singular importância que arroja muita luz a respeito da forma como foi realizada esta obra cúpula da literatura esotérica. Os interessantes Índices Temáticos também pertencem à edição inglesa, assinalando a respeito que nos permitimos incluir em cada Estadia os títulos atribuídos por dito Índice, em que pese a que estes não figuraram no original nem nas posteriores edições do livro, por considerar que facilitam a compreensão do texto. No referente aos Glossários cabe destacar que os dois inseridos nos primeiro volúmenes e terceiro têm por objeto definir alguns dos términos empregados nas Estadias, tendo sido extraídos da obra As Estadias do Dzyan, publicada pela Biblioteca Orientalista Editorial Teosófica de Barcelona em 1930, e que o extenso glossário de términos sânscritos e outros relacionados com LA DOUTRINA SECRETA que figura ao final da obra foi preparado em 1938 pela senhora Adeltha Henry Peterson com a colaboração de eruditos da Biblioteca da Sociedade Teosófica do Adyar e pertence também à edição inglesa anteriormente mencionada, da qual foi traduzido. Buenos Aires, dezembro de 1956.

AO LEITOR Nos inspirando no exemplo da que foi e é ainda nosso Professor, H. P. Blavatsky, e acessando aos repetidos rogos dos teósofos da Espanha e América que não conhecem o inglês, determinamos empreender a tarefa da tradução e publicação desta obra capital da Teosofía. Ao nos comprometer a levar a cabo tal empresa, acreditávamos ter muito adiantado com o que dela deixou traduzido nosso inesquecível Presidente, D. Francisco do Montoliu e do Togores; mas publicada já a terceira edição inglesa, a qual devíamos ajustar nosso trabalho, encontramo-nos com que a correção e acerto do já traduzido (que o estava da segunda edição), implicava um trabalho mais prolixo que o de uma nova tradução; por cujo motivo, a aparição desta obra teve lugar mais tarde que o que tínhamos calculado. Agora bem, sendo esta obra puramente de estudo, ou de meditação mas bem; um livro completamente ocultista, que diz pouco à inteligência e tudo à intuição do assíduo estudante da metafísica mais transcendental e profunda que viu a luz pública nos tempos modernos, não era possível traduzir estes volumes tão livremente como uma obra ordinária e menos ainda fazer primores de literatura, tanto por não emprestar-se a isso a índole de seu conteúdo, como por não possuir seus tradutores o domínio do formoso idioma castelhano, que para isso se requereu. assim, compreendendo o delicado e difícil da tarefa, e nos fazendo carrego de que a liberdade mais ligeira podia desnaturalizar se não o pensamento aparente, sim o sentido oculto que encobrem quase todas as frases desta obra, cujo imenso valor só podem apreciar poucos ocultistas avançados, rodeamo-nos à tradução mais literal, compatível com a claridade da linguagem. portanto, não espere o leitor encontrar nesta tradução ornamentos literários, a não ser uma interpretação tão fiel e tão clara como é possível de conceitos que encobrem os mistérios mais profundos, as verdades ocultas mais transcendentais, freqüentemente expressas com frase obscura, na maioria dos casos com pensamentos truncados no ponto mais importante para completá-los depois de algumas ou muitas páginas que tratam de outros assuntos; método eminentemente oriental para que só a intuição possa penetrar certos mistérios. Esta circunstância tem feito necessária a formação de um índice tão minucioso e detalhado, que contém mais palavras que qualquer dos seis volúmenes desta obra, com o qual se facilita o estudo aos infatigáveis investigadores que anseiam alcançar vislumbres das grandes verdades que encerra. Pedimos a nossos irmãos, os membros da Sociedade Teosófica na Espanha e na América, para quem especialmente se empreendeu a publicação deste libero em espanhol, indulgência pelas faltas que notem filhas de nossa insuficiência, já que o único móvel que nos impulsionou a atacar semelhante empresa com nossos muito escassos força, é o cumprimento do dever que tem todo teósofo de ajudar a seus irmãos, e de contribuir com todo seu poder ao progresso espiritual da Humanidade, que é, de uma vez, o seu próprio.

OS TRADUTORES Membros do Ramo da S. T. E.

PREFÁCIO DA PRIMEIRA EDIÇÃO A autora (a escritora mas bem) sente a necessidade de desculpar-se do muito que demorou para aparecer esta obra. A causa foi o mal estado de sua saúde e a magnitude da empresa. Ainda os dois volumes jogo de dados a luz não completam o plano, nem sequer esgotam os assuntos de que tratam. Grande quantidade de materiais foi já preparada, referente à história do Ocultismo conforme se acha contida nas vidas dos grandes Adeptos da Raça ária, e mostrando a influência da Filosofia Oculta na direção da vida, tal como é e tal como deve ser. Se os pressentir volumes são recebidos de um modo favorável, não se perdoará esforço algum para completar a obra. Quando pela primeira vez se anunciou a preparação da obra, não era o plano atual o que se tinha à vista. Como se anunciou em um princípio, pensou-se que A Doutrina Secreta fosse uma versão ampliada e corrigida do Isis sem Véu. Mas logo se viu que as explicações que podiam acrescentar-se às já dadas ao mundo na última obra citada, e em outras que também se ocupam da Ciência Esotérica, eram de uma natureza tal que exigiam um método diferente de exposição; e portanto, os volumes atuais não contêm, em total, nem vinte páginas resumidas do Isis sem Véu. A autora não considera necessário pedir indulgência a seus leitores e críticos pelos muitos defeitos em questão de estilo, e pela imperfeição do inglês que possa observar-se nestas páginas. É uma estrangeira e adquiriu o conhecimento deste idioma em idade um pouco avançada. Empregasse a língua inglesa por oferecer o meio mais extensamente difundido para servir de veículo às verdades que deve pôr de manifesto ante o mundo. Não são estas verdades apresentadas em maneira alguma como uma revelação, nem pretende a autora tomar a posição de um revelador de conhecimentos místicos, jogo de dados a luz agora por primeira vez na história. Porque o que se acha contido nesta obra, pode encontrar-se esparso em milhares de volumes que encerram as Escrituras das grandes religiões asiáticas, e primitivas européias, oculto sob hieróglifos e símbolos, e até a data inadvertido por causa deste véu. O que agora se pretende, é reunir as mais antigas doutrinas, e constituir com elas um conjunto harmônico e contínuo. A única vantagem que tenho sobre meus predecessores, é a de não ter que recorrer a especulações ou teorias pessoais. Porque esta obra não é mais que uma exposição parcial do que me ensinaram estudantes mais adiantados, com apenas o aditamento, quanto a alguns detalhes, dos resultados de meu próprio estudo e observação. A publicação de muitos dos fatos que se citam, foi necessária por razão das estranhas e fantásticas especulações a que se entregaram muitos teósofos e estudantes de misticismo durante estes últimos anos, em seu afã de construir um sistema completo deduzido dos poucos feitos que lhes tinham sido comunicados. É desnecessário dizer que esta obra não é a Doutrina Secreta em sua totalidade; é tão somente um número escolhido de fragmentos de suas doutrinas fundamentais; concedendo-se especial atenção a alguns feitos de que se deram procuração diversos escritores, desfigurandoos até lhes tirar toda semelhança com a verdade. Mas possivelmente seja de desejar a declaração inequívoca de que os ensinos contidos nestes volumes, por incompletas e fragmentárias que sejam, não pertencem de modo exclusivo, nem à religião Hindu, nem a do Zoroastro, nem a Esquenta, nem à Egípcia; nem ao Budismo, nem ao Islamismo, nem ao Judaísmo, nem ao Cristianismo. A Doutrina Secreta é a essência de todas elas. Tendo saído dela os distintos sistemas religiosos ao nascer, retroagimolos a seu elemento original, do qual todos os mistérios e dogmas se desenvolveram, para vir a materializar-se. É mais que provável que uma grande parte do público considerará a obra como uma novela das mais extravagantes, porque quem é o que ouviu falar alguma vez do Livro do Dzyan? A escritora, entretanto, está disposta por completo a assumir a responsabilidade de quanto se acha contido neste livro, e até a fazer frente ao cargo de havê-lo inventado tudo. Que tem muitas deficiências, sabe ela perfeitamente; mas o único que pretende e pede em favor da obra, é que, por romântica que a muitos possa lhes parecer, sua engrenagem lógica e

sua coerência dêem títulos a esta nova Gênese, para ficar ao nível, pelo menos, das “hipótese fecundas”, tão livremente aceitas pela ciência moderna. É digna de consideração, além disso, não porque apele a nenhuma autoridade dogmática, mas sim porque se mantém intimamente unida à Natureza, e segue as leis da uniformidade e analogia. A aspiração desta obra pode expressar do modo seguinte: demonstrar que a Natureza não é “uma aglomeração fortuita de átomos”, e atribuir ao homem o lugar que de direito lhe corresponde no plano do Universo: resgatar da degradação as verdades arcaicas que constituem a base de todas as religiões; descobrir até certo ponto a unidade fundamental de que todas elas saíram, e demonstrar finalmente que jamais se aproximou a Ciência da civilização moderna, ao lado Oculto da Natureza. Se isto se conseguir de algum jeito, ficarei satisfeita. escrito-se em serviço da Humanidade, e a Humanidade e as gerações futuras têm que julgá-la. Não reconheço tribunal de apelação inferior a este. Estou acostumada às injúrias, acho-me em relação diária com a calúnia, e ante a maledicência me sorrio com silencioso desdém. De minimis non curat lex H. P. B. Londres, Outubro 1888.

PREFÁCIO DA TERCEIRA EDIÇÃO REVISÃO Ao preparar esta edição para a imprensa, procuramos corrigir, por isso faz à forma literária, detalhes de pouca importância, sem tocar para nada os assuntos de mais elevado alcance. Se H. P. Blavatsky tivesse vivido para dar a luz a nova edição, houvesse-a, sem dúvida, corrigido e ampliado grandemente. Que isto não tenha tido efeito, é uma das muitas perdas menores causadas pela grande perda. Corrigiram-se as frases obscuras devidas a um imperfeito conhecimento do inglês; comprovou-se a maior parte das entrevistas, e as referências se dão com exatidão; tarefa muito laboriosa, pois as referências se particularizaram pouco nas primeiras edições. adotou-se também um sistema uniforme para a transcrição das palavras sânscritas. Rechaçando a forma mais geralmente aceita pelos orientalistas do Ocidente, por considerá-la ocasionada a engano, demos, em vez de quão consonantes não existem no alfabeto inglês, combinações que 1 expressam aproximadamente seu som , e assinalamos cuidadosamente as quantidades sobre 2 as vocais, nos casos que o requeriam . Algumas vezes acrescentamos notas ao texto, mas isto se feito com sobriedade, e só quando aquelas constituem, naturalmente, parte de este. 3 acrescentamos um índice considerável para ajuda dos estudantes, e o encadernamos separadamente, com objeto de facilitar a busca de suas referências. Devemos o magno trabalho de sua formação ao Mr. A. J. Faulding. G. R. S. MIJEM

ANNIE BESANT

Londres, 1893.

H. P. BLAVATSKY: UM ESBOÇO DE SUA VIDA Helena Petrovna Blavatsky, uma das mais notáveis figura mundiais de fins do século XIX, foi muito revolucionária e desafiante ante as ortodoxias que imperavam, já se tratasse de religião, ciência, filosofia ou psicologia, para permanecer ignorada. Foi uma iconoclasta que fez pedacinhos os envoltórios que ocultavam o Real do ilusório: mas a maioria, obstinada aos convencionalismos e ignorante da Verdade, atacou-a e injuriou por sua temeridade e coragem

ao rasgar o véu daquilo que parecia uma blasfêmia revelar. Lenta mas certamente os anos a vindicaram. Apesar de ser ultrajada, ela se contentou trabalhando “ao serviço da humanidade” e demonstrou sua sabedoria ao deixar que as futuras gerações julgassem sua magnífica obra . Helena Petrovna Hahn nasceu prematuramente na meia-noite entre o 30 e 31 de julho (segundo o calendário russo em 12 de agosto) de 1831, no Ekaterinoslav, província do Ekaterinoslav, ao sul da Rússia. Alguns estranhos incidentes que ocorreram na hora de seu nascimento e em oportunidade de seu batismo, fizeram que a servidão lhe pressagiasse uma existência tormentosa. Helena foi uma menina indócil, descendente de uma larga linha de homens e mulheres poderosos e altivos. A história de sua linhagem é a história da Rússia. Séculos atrás os nômades eslavos erravam pelas regiões do centro e parte oriental da Europa, e embora tinham suas formas próprias de governo, quando se estabeleceram no Novgorod começaram a produzir-se entre eles lutas internas às quais não conseguiam pôr fim. Chamaram então em sua ajuda ao Rurik (862), chefe de uma das errantes tribos do Russ”, homens do norte ou escandinavos, que procuravam estender seu rádio de influência. Rurik estabeleceu o primeiro governo civil no Novgorod, que se converteu em um poderoso centro comercial para o oriente e ocidente. Ele foi o primeiro soberano e reinou por espaço de quinze anos. Durante sua vida seu filho Igor e seu sobrinho Oleg consolidaram seu poderio no oeste e no sul do país; Kiev se converteu em um grande principado, e o que governava ali era virtualmente o soberano da Rússia. Ao correr dos séculos os descendentes do Rurik se expandiram em são de conquista e domínio através do país: Vladimiro I (morto no ano 1015) escolheu ao Cristianismo como religião de seu povo e o denominado “paganismo” desapareceu. Yaroslao o Sábio (morto no 1034) estruturou os Códigos e “Direitos Russos”. O sexto filho do Vladimiro II (1113-25) foi Yuri, o ambicioso ou “dolgorouki”, apelativo este que se manteve como um título de família. Yuri fundou Moscou e sua dinastia deu origem aos capitalistas Grandes Duques que governaram e, como sempre, lutaram entre si ferozmente. Em 1224 as hordas mogóis aproveitaram esta falta de união e dominaram aos grupos turbulentos, cada um dos quais invejava o poder e a posição do outro. Mas Iván III, um Dolgorouki, no ano 1480 rompeu o jugo mogol, e Iván IV exigiu ser coroado como Czar, adotando-a autoridade suprema. Com seu filho terminou a larga e brilhante dinastia Dolgorouki. Não obstante, a família ainda teve influência na época dos Romanoff até a morte da avó da senhora Blavatsky, a talentosa e erudita Princesa Elena Dolgorouki que contraiu matrimônio com o André Mikaelovitch Fadéef, o “major” da linha dos Dolgorouki, da qual os Czares Romanoff eram considerados um dos ramos mais “jovens”. Como se viu, a família da Helena era uma das de primeira fila na Rússia, com tradição e dignidade a sustentar e conhecida através de toda a Europa. Helena foi uma rebelde e desde sua infância se burlou firmemente dos convencionalismos, embora ela era o suficientemente sensitiva para compreender que suas ações não deviam afetar a sua família nem ferir sua honra. Seu pai, o Capitão Peter Hahn, descendia dos velhos Cruzados do Mecklenburg, os Rottenstern Hans. Devido a sua mãe, uma ilustrada literata, morreu quando ela tinha onze anos, passou Helena sua infância com seus avós, os Fadéef, em uma velha e imensa mansão no Saratov que cobria a muitos membros da família e a numerosos criados e assistentes por ser seu avô Fadéef, governador da província do Saratov. A natureza da Helena estava fortemente imbuída com uma inata capacidade psíquica, tão capitalista que indubitavelmente constituía sua mais predominante característica. Ela sustentava e demonstrava que tinha habilidade para comunicar-se com os moradores dos mundos sutis e invisíveis e com os seres que para nós estão “mortos”. Esta capacidade natural foi posteriormente disciplinada e desenvolvida através de toda sua vida. Sua educação sofreu a influência da posição social de sua família e dos fatores culturais imperantes. Assim ela foi uma hábil lingüista e uma brilhante música, adquiriu sentido científico e experiência através de sua erudita avó e herdou as faculdades literárias que caracterizavam à família. Em 1848, à idade de 17 anos, Helena contraiu matrimônio com o General Nicephore V. Blavatsky, governador da província do Erivan, que era um homem já entrado em anos. existem diversas versões referentes ao porquê deste casamento, mas o que se fez evidente de um primeiro momento foi que esta união não agradou a Helena, pois depois de três meses ela abandonou a seu marido e fugiu a casa de seus familiares, quem a enviou a seu pai. Mas, temerosa de que a obrigasse a retornar com o General Blavatsky, voltou a escapar, começando assim seus anos de vagabundagem e aventuras. Apesar disso seu pai manteve contato com ela e a ajudou financeiramente. Aparentemente ela se manteve afastada da Rússia o tempo

necessário para fazer que a separação de seu marido fora legal. Em 1851 Helena, agora Madame Blavatsky ou H. P. B., encontrou pela primeira vez fisicamente a seu Professor, o Irmão Maior ou Adepto, que tinha sido sempre seu protetor e a tinha preservado de danos maiores em suas aventuras juvenis. A partir desse momento ela se converteu em sua fiel discípula, totalmente obediente a suas indicações ou diretivas. Sob Seu guia aprendeu a controlar e dirigir as forças às quais se encontrava submetida em razão de sua excepcional natureza. Esta condução a levou através de experiências de extraordinária variedade dentro dos domínios da magia e do ocultismo. Ela aprendeu a receber mensagens de seus Professores e a transmiti-los a seus destinatários, evitando corajosamente cada perigo e má interpretação em seu caminho. Seguir o rastro de suas peregrinações durante o período de sua aprendizagem, é vê-la a ela trabalhando através de todo o mundo. Parte deste tempo o passou H. P. B. nas regiões do Himalaya, estudando em monastérios nos quais se preservaram os ensinos de alguns dos mais eruditos e espirituais Professores dos tempos passados. Ela estudou a Vida e as Leis dos mundos internos e as regras que devem cumprir-se para ganhar o acesso aos mesmos. Como testemunho desta etapa de seu treinamento esotérico, deixou-nos uma deliciosa versão de axiomas espirituais em seu livro The Voice of the Silence (A Voz do Silêncio). Em 1873, H. P. Blavatsky foi aos Estados Unidos da América para realizar a obra que lhe tinha sido encomendada. Para qualquer espírito menos valoroso, isto tivesse parecido irrealizável, mas ela, uma desconhecida mulher russa, irrompeu no movimento Espírita que então comovia tão profundamente a América e em menor grau a outros países. As mentes científicas estavam ansiosas de descobrir o significado dos estranhos fenômenos e lhes resultava difícil encontrar o caminho no enorme conjunto de fraudes e enganos existentes. Desde duas maneiras tratou H. P. B. de achar uma explicação aos mesmos, ou seja: 1) pela demonstração prática de seus próprios poderes; e 2) declarando que existia um antiquísimo conhecimento das mais profundas leis da vida, estudado e preservado por aqueles que podiam usá-lo com segurança e para realizar o bem, seres que em suas mais altas filas recebiam a denominação de “Professores”, embora também outros títulos eram usados por Eles, como ser Adeptos, Chohans, Irmãos Maiores, a Hierarquia Oculta, etcétera. Para substanciar suas declarações, H. P. B. escreveu Isis Unveiled (Isis sem Véu), em 1877, e The Secret Doctrine (A Doutrina Secreta), em 1888, obras ambas transmitidas a ela pelos Professores. No Isis Unveiled arrojou valorosamente o peso da evidência recolhimento por ela nas escrituras do mundo e outros registros, nos aspectos relativos à ortodoxia religiosa, o materialismo científico, as crenças cegas, o cepticismo e a ignorância. Ela tropeçou com a injúria, mas o pensamento do mundo foi afetado e iluminado. Quando H. P. B. foi “enviada” aos Estados Unidos, uma de suas tarefas mais importantes foi constituir uma Sociedade, a qual foi denominada durante sua formação THE THEOSOPHICAL SOCIETY (Sociedade Teosófica) e tinha por objeto “recolher e difundir o conhecimento das leis que governam o Universo” . A Sociedade convidava a fraternal cooperação de todos os que pudessem compreender a importância de seu campo de ação e tivessem simpatia pelos objetivos para os quais tinha sido organizada” . Esta “cooperação fraternal” chegou a converter-se no primeiro dos Três Propósitos do trabalho desenvolvido pela Sociedade, os que por muitos anos foram enunciados como segue: Primeiro:

Formar o núcleo de uma Fraternidade Universal da Humanidade, sem distinção de raça, crença, sexo, casta ou cor. Segundo: Fomentar o estudo comparativo da Religião, a Filosofia e a Ciência. Terceiro: Investigar as leis inexplicáveis da Natureza e os poderes latentes latentes no homem. Encomendou ao Madame Blavatsky persuadisse ao Coronel Henry Steel Olcott para que cooperasse com ela no concernente à formação da Sociedade. Ele era um homem altamente apreciado e muito conhecido na vida pública da América, e tanto ele como H. P. B. sacrificaram tudo com o fim de desenvolver a tarefa que os Professores lhes tinham crédulo. Eles foram à a Índia em 1879 e ali estabeleceram os primeiros fundamentos firmes de seu trabalho. A Sociedade se expandiu rapidamente de país em país, fortemente apoiada pelos homens e mulheres para quem tinha resultado convincentes sua afirmação de serviço à humanidade, a amplitude de sua plataforma, a claridade e lógica de sua filosofia e a inspiração de seu guia espiritual. H. P. B. foi investida pelos Professores com a responsabilidade de

repartir a Doutrina Secreta ou teosofía ao mundo - ela foi a suprema instrutora; e ao Coronel Olcott foi delegada a terea de organizar a Sociedade, o que realizou com notável êxito. É obvio estes pioneiros acharam oposição e incompreensão, especialmente H. P. B., mas ela estava preparada para qualquer sacrifício. Assim ela tinha escrito no Prefácio de LA DOUTRINA SECRETA: “Estou acostumada às injúrias, acho-me em relação diária com a calúnia, e ante a maledicência me sorrio com silencioso desdém”. O período mais efetivo e brilhante da vida do H. P. B. foi possivelmente o que aconteceu a Inglaterra entre 1887 e 1891. Já tinham passado em parte os efeitos causados pelo injusto Relatório da “Society for Psychical Research” do ano 1885, a respeito dos fenômenos que ela produzia, como deste modo os dos ataques dos missionários cristãos da Índia. A sua incessante tarefa de escrever, editar e atender a correspondência, adicionava-se a tarefa de instruir a seus discípulos para capacitá-los no prosseguimento de sua obra. A este fim ela organizou, com a aprovação oficial do Presidente (o Coronel Olcott), a Seção Esotérica da Sociedade Teosófica. No ano 1890 mais de um milhar de membros de muitos países se encontravam sob sua direção. A DOUTRINA SECRETA se define por si mesmo através de seu título, e “não expõe a Doutrina Secreta em sua totalidade, a não ser um número selecionado de fragmentos de seus princípios fundamentais”. 1) Ela indica: que pode obter uma percepção das verdades universais através da comparação da Cosmogénesis dos antigos; 2) proporciona uma guia para revelar a verdadeira história racial da humanidade; 3) levanta o véu da alegoria e do simbolismo para revelar a beleza da Verdade; 4) apresenta ao intelecto ofegante, à intuição e à percepção espiritual, os “secretos” cientistas do Universo para sua compreensão. Eles seguem sendo secretos até tão não sejam comprovados. H. P. B. faleceu em 8 de maio de 1891 e deixou à posteridade o grande legado de alguns dos mais elevados pensamentos jamais apresentados ao mundo. Ela abriu as portanto tempo fechadas leva dos Mistérios, revelou uma vez mais a verdade sobre o Homem e a Natureza e deu testemunho da presença sobre a terra da Hierarquia Oculta que guarda e guia ao mundo. Ela é reverenciada por muitos milhares, porque ela foi e é um farol que ilumina o caminho às alturas às quais todos devem ascender. JOSEPHINE RANSOM Adyar, 1938. (Traduzido pelo J. D. e E. R. D.)

COMO FOI ESCRITA A DOUTRINA SECRETA 1879. H. P. Blavatsky “iniciou a empresa de escrever um novo livro” na sexta-feira 23 de maio de 1879 . O coronel Olcott “lhe proporcionou um esquema para esta obra que continha idéias tão rudimentares como aquelas que podem originar-se em um que não se propõe ser o autor”. Em 25 de maio, ele mesmo “ajudou ao H. P. B. a escrever o Prefácio de seu novo livro”; e na quarta-feira 4 de junho “ajudou ao H. P. B. a terminar o Prefácio...”. Durante vários anos não se fez nada mais, já que H. P. B. e o coronel Olcott se encontravam muito ocupados em organizar a Sociedade Teosófica na Índia mercê a seu pessoal esforço, editando a revista The Theosophist e atendendo uma volumosa correspondência. 1884. No Suplemento de janeiro do The Theosophist apareceu um aviso referente À DOUTRINA SECRETA. Uma nova versão do Isis Unveiled” (“Isis sem Véu”). O aviso dizia: Numerosas e prementes solicitudes chegaram que todas partes da Índia pedindo se adote algum plano para pôr o material de estudo contido no Isis Unveiled” ao alcance daquelas pessoas que não têm recursos para comprar à vista uma obra tão custosa. Por outra parte, muitos, estimando muito confuso o bosquejo da doutrina revelada, clamam por “mais luz” e havendo sem dúvida compreendido mal o ensino, têm suposto erroneamente que estava em contradição com as revelações posteriores, as quais foram completamente mal entendidas, em não poucos casos. Por conseguinte, a autora, aconselhada por alguns amigos, propõe-se editar a obra em uma forma melhor e mais clara, por entregas mensais. Tudo o que tem que

importante no Isis” para a compreensão cabal dos temas ocultos e filosóficos ali tratados, será conservado, mas reformando o texto de tal modo que os materiais relativos a algum determinado assunto se agrupem na forma mais compacta possível... Proporcionará-se nesta oportunidade informação adicional respeito a temas ocultos que não era conveniente revelar ao público na primeira apresentação da obra, mas para o qual se preparou o terreno nos oito anos intermédios, especialmente pela publicação do The Occult World” (“O Mundo Oculto”), o “Esoteric Buddhism” (“O Buddhismo Esotérico”) e outras obras teosóficas. Encontrarão-se também sugestione que arrojarão luz sobre muitos ensinos, até agora mal entendidas, que se encontram em sortes obras... tem-se o propósito de que cada entrega compreenda setenta e sete páginas em oitavo (ou seja vinte e cinco páginas mais que cada vigésima quarta parte da obra original)... a completar-se em uns dois anos”. A primeira parte se “publicaria em 15 de março”. A senhora Blavatsky escreveu ao princípio deste ano ao Mr. A. P. Sinnett lhe dizendo que mesmo que ele, em sua obra Esoteric Buddhism (1883), tinha dado “ao mundo migalhas de genuínas doutrinas ocultas”, não eram mais que “fragmentos” que não podiam ser considerados como algo completo. Não obstante encontrar-se ela tão doente, “preparava-se agora a passar outra vez as noites em vela para escrever de novo a totalidade do Isis Unveiled, chamando-a-a DOUTRINA SECRETA e fazendo três ou quatro volúmenes dos originais, com a ajuda da Subba Row, que escreveria a maior parte dos comentários e explicações” . O próximo aviso apareceu na página 68 do Suplemento de abril do The Theosophist, na forma seguinte: “A DOUTRINA SECRETA, nova versão do Isis Unveiled”. Com uma nova distribuição do material, grandes e importantes agregados, e copiosas Notas e Comentários, pelo H. P. Blavatsky, Secretária Correspondente da Sociedade Teosófica. Com a colaboração do T. Subba Row Garu, B. A., B. L., F. T. S., Conselheiro da Sociedade Teosófica...” A primeira parte devia “publicar-se em 16 de junho”. O aviso foi repetido, mas na edição de junho, página 92, a data de publicação foi adiada aos 15 de agosto e logo aos 15 de setembro - não havendo avisos posteriores. O Dr. A. Keighteley manifestava que a primeira notícia que ele teve a respeito DA DOUTRINA SECRETA foi o aviso no The Theosophist. “Disseram-me em 1884 -diz- que a senhora Blavatsky se encontrava ocupada em escrever um livro... que seria titulado A DOUTRINA SECRETA, que várias pessoas foram consultadas com respeito a sua estrutura e que todos os pontos discutíveis da Filosofia Hindu tinham sido submetidos à consideração de... T. Subba Row, que a sua vez tinha feito algumas sugestões relativas ao plano da obra. Posteriormente soube que ele cumpriu o prometido, riscando um bosquejo muito vago que não foi adotado” . Quando H. P. B. foi a Europa, levou consigo os manuscritos e trabalhava neles em cada momento livre. Encontrando-se em Paris, de abril a junho, ela escreveu ao Mr. Sinnett que “uma das razões pelas quais ele (Mohini M. Chatterji) veio, é a de me ajudar na parte de sânscrito da Doutrina Secreta... Agradeço-lhe por sua intenção de escrever o Prefácio de LA DOUTRINA SECRETA - eu não lhe pedi fazê-lo, pois os Mâhâtmas e Mohini aqui e Subba Row ali, bastam completamente para me ajudar. Se você considerar que “o esquema não é viável em sua forma anunciada” o lamento por você e por sua intuição. Já que o Gurú pensa de outra forma, arriscarei-me mas bem seguindo suas diretivas e conselhos que não os de você... me dizer que eu “obraria com prudência ao me ocupar do reembolso das assinaturas e com o retiro do aviso”, é falar puras trivialidades. Eu não me comprometi a escrever de novo e a me chatear com esse livro infernal por meu próprio deleite... Mas minhas próprias predileções e desejos não têm nada que ver com meu dever. O Professor ordena e quer que a obra seja escrita de novo e eu o farei; tão melhor para aqueles que queiram me ajudar nesta pesada tarefa e tão pior para os que não o façam nem o queiram fazer. Quem sabe, mas com a ajuda e bênção de Deus o assunto pode, entretanto, converter-se em “um esplêndido trabalho”. Tampouco estarei nunca... de acordo com você em que “é uma loucura tentar escrever um livro semelhante em entregas mensais”, tendo em conta que o Gurú assim o ordena... De todos os modos um capítulo “sobre os Deuses e Pitris, os Devas e os Daimones, Elementarios e Elementares e outros fantasmas semelhantes” já está terminado. encontrei e aplicou um método muito simples que me foi proporcionado, e capítulo detrás capítulo e parte detrás parte serão escritos de novo muito facilmente. Sua sugestão de que a nova obra não “deve parecer uma mera reimpressão do Isis”, não aparece em nenhuma parte do aviso... Dado que este promete unicamente “interpretar o material contido no Isis” para pô-lo ao alcance de todos, e explicar e demonstrar que as “revelações posteriores”, por exemplo do Esoteric

Buddhism e outros assuntos do The Theosophist, não são contraditórios ao bosquejo da doutrina revelada -embora esta última está confusa no Isis; e oferecer em LA DOUTRINA SECRETA todo aquilo que é importante no Isis, agrupando os materiais relativos a um determinado tema, em vez de deixá-los dispersos através dos dois volúmenes, tal como estão agora- disso resulta que me vejo obrigada a tomar páginas inteiras do Isis unicamente para as ampliar e proporcionar informação adicional. E a não ser que inclua muitas transcrições do Isis, a obra se converterá no Isis ou no Horus -nunca no que se prometeu originalmente na ‘Nota do Editor’- a qual lhe peço por favor que leoa” . W. Q. Judge, que também se encontrava em Paris (março e abril) foi atraído ao trabalho, como qualquer outra pessoa a quem H. P. B. tivesse considerado capacitada para emprestar ajuda. Na casa de campo do conde e a condessa d’Adhémar, H. P. B. lhe pediu “repassar com cuidado as páginas do Isis Unveiled, com o propósito de anotar nos márgenes os temas tratados... Y... tais notas foram extremamente úteis a acumulação de material para o livro começou a adiantar. 1885. Em seu Diary, o coronel Olcott anota em nos dia 9 de janeiro: “H. P. B. recebeu que (Professor M.) o plano para sua “Doutrina Secreta”. É excelente. Oakley e eu tentamos fazê-lo-a noite passada, mas este é muito melhor” . A conspiração do matrimônio Coulomb obrigou ao H. P. B. a deixar Adyar e viajar a Europa em março. H. P. B. levou consigo o precioso manuscrito. “Quando me preparava para subir ao navio, Subba Row me recomendou escrevesse A DOUTRINA SECRETA e o fora mandando semanalmente o escrito. Eu o prometi e o farei... já que ele vai adicionar notas e comentários e depois a Sociedade Teosófica a publicará” . Foi neste ano quando o Professor K. H. escreveu (12): “Quando A DOUTRINA SECRETA esteja preparada, será uma triplo produção do M. ., Upasika e minha” (13). depois de ter trabalhado H. P. B. na solidão durante alguns meses no Wurtzbugo, foi “enviada” com o propósito de que lhe ajudasse, a Condessa Constance Wachtmeister, a quem lhe comunicou que a obra, uma vez terminada, constaria de quatro volúmenes e “revelaria ao mundo tanto da doutrina esotérica como era possível fazê-lo na presente etapa da evolução humana”. Disse também H. P. B. que “não será antes do século próximo que os homens começarão a compreender e discutir a obra de uma maneira inteligente” (14). A Condessa “foi encarregada da tarefa de preparar cópias nítidas do manuscrito do H. P. B.” (15). Ela descreve quão profundamente foi ferida H. P. B. pelo relatório da Society for Psychical Research (Sociedade de Investigações Psíquicas), e como isto afetou seu trabalho, obrigando-a a escrever doze vezes uma página que ela não podia terminar corretamente devido ao estado perturbado de sua mente (16). A Condessa relata que a circunstância que mais atraiu sua atenção e excitou sua surpresa era a pobreza da “biblioteca ambulante” do H. P. B. Entretanto, seus “manuscritos estavam cheios até transbordar de referências, entrevistas e alusões, provenientes de um amontoado de obras estranhas e secretas sobre temas da mais variada índole”. Algumas destas obras ou documentos podiam encontrar-se unicamente no Vaticano ou no Museu Britânico. “Mas era só verificação o que ela necessitava”. A Condessa pôde obter, por intermédio de seus amigos, a verificação de passagens “que H. P. B. tinha visto na Luz Astral, com o título do livro, o capítulo, a página e figuras, tudo corretamente chamado” - às vezes na Biblioteca Bodleian de Oxford e outras em um manuscrito do Vaticano (17). Muitas vezes se pediu ao H. P. B. que instruíra a outros, tal como o tinha feito com o coronel Olcott e Mr. Judge, mas ela dizia que de ter que incomodar-se repartindo ensinos, veria-se obrigada a abandonar A DOUTRINA SECRETA (18). Foi também tentada com a oferta de uma grande remuneração se aceitava escrever para os periódicos russos, sobre qualquer tema de sua eleição. Mas rechaçou o oferecimento dizendo que “para escrever uma obra semelhante à DOUTRINA SECRETA devo manter minha mente orientada nesse sentido” (19). “Dia detrás dia ela devia permanecer ali sentada escrevendo durante largas horas...” (20). H. P. B. expressou ao coronel Olcott sua complacência por lhe enviar os três capítulos terminados destinados a Subba Row para seu exame e “correção, adicionados ou supressões... Mas você deverá ocupar-se da Introdução. Sinnett... persiste em querer fazê-lo, mas eu não posso consentir unicamente pelo fato de que seu inglês seja mais elegante e de que tenha boas idéias para uma distribuição mecânica, literária mas não metafísica...” (21). 1886. De sua carta datada em 6 de janeiro de 1886 (22), dirigida ao coronel Olcott, desprende-se que ela tinha abandonado a idéia de que o novo livro teria que ser uma revisão do Isis Unveiled. Olcott lhe enviou um Prefácio para a obra Isis revisão, o qual foi queimado

prontamente pelo H. P. B., que lhe recomendou selecionasse dos dois volúmenes do Isis tudo o que ele quisesse, publicasse-o por entregas e guardasse o dinheiro para a Sociedade. Isto foi feito sem dúvida para aplacar aos assinantes aos que lhes tinha prometido A DOUTRINA SECRETA em entregas mensais. Quanto ao que se refere a ela mesma, encontrava-se muito apressada com LA DOUTRINA SECRETA, porque esta devia ser sua “vindicação”. Ela tinha com “esta DOUTRINA SECRETA que demonstrar se existiam ou não os Professores”, para responder a Society for Psychical Research, cujo relatório, estigmatizando-a como impostora, encontravase ainda afresco na memória pública. De novo H. P. B. insistia ao coronel Olcott a assegurar a colaboração da Subba Row para todos os pontos relacionados com o Advaitismo e o ocultismo da antiga Religião Ária. Ela requeria sua ajuda no referente a entrevistas antigas e seu significado oculto, adicionadas a seu próprio texto. A DOUTRINA SECRETA devia ser vinte vezes mais erudita, oculta e explicativa. Lhe dizia que queria lhe mandar dois ou três capítulos, pois de não ser assim tivesse começado a publicação imediatamente. Em 3 de março H. P. B. escreveu ao Mr. Sinnett que, com respeito À DOUTRINA SECRETA, havia “uma nova revelação e um novo cenário cada manhã. Eu vivo novamente duas vistas. O Professor estima que me resulta muito difícil olhar conscientemente na luz astral para minha DOUTRINA SECRETA e então... estou facultada para ver tudo o que devo ver como se fora através de meus sonhos. Vejo compridos e grandes cilindros de papel, sobre os quais estão escritas as coisas e as lembrança. Deste modo me foram mostrados todos os Patriarcas desde o Adão ao Noé -paralelamente com os Rishis; e no meio deles, o significado de seus símbolos- ou personificações. Por exemplo, Set de pé com o Brighu, representando a sobressaísse sub-raça da Raça raiz; significando, antropologicamente -primeira sub-raça humana dotada de palavra, pertencente a 3ª Raça; e astronomicamente- (seus anos, 912 A.) significando a duração do ano solar naquele período, a duração de sua raça e muitas outras coisas simultaneamente. Finalmente, Enoch que simboliza ao ano solar quando foi estabelecida nossa duração presente de 365 dias - (Deus o levou quando ele tinha 365 anos de idade), e assim sucessivamente. Isto é muito complexo mas eu espero poder explicá-lo em forma suficientemente clara. finalizei um enorme Capítulo Preliminar, Preâmbulo ou Prólogo, chame-o como quero, justamente para mostrar ao leitor que o texto tal como se desenvolve, com cada Seção começando com uma página traduzida do Livro do Dzyan e do Livro Secreto da Maytreya Buddha”... não é ficção. Foi ordenado fazê-lo assim para apresentar um rápido bosquejo do que se conhecia historicamente e em literatura, em história clássica, profana e sagrada -durante os 500 anos que precederam ao período Cristão e os 500 anos posteriores- a respeito da magia; a existência de uma Doutrina Secreta Universal, conhecida pelos filósofos e iniciados de cada um dos países e até por vários pais da Igreja tais como Clemente da Alejandría, Orígenes e outros, os quais a sua vez foram iniciados. Igualmente para descrever os Mistérios e alguns ritos; e posso lhe assegurar que serão divulgadas as coisas mais extraordinárias, toda a história da Crucificação, etc., mostrando-se que está apoiada em um rito tão velho como o mundo -a Crucificação do Candidato sobre o Torno-, provas, descida ao inferno, etc., todo isso é Ariano. Toda a história completa, até agora ignorada pelos orientalistas - encontra-se exatamente em forma esotérica nos Purânas e Brâhmanas, e com isto explicada e suplementada com o que proporcionam as interpretações Esotéricas... Tenho informação para encher vinte volúmenes como Isis, o que me falta é a linguagem, a habilidade para compilá-los. Bem, você verá logo este Prólogo, a breve resenha dos Mistérios que vêm no texto, o qual enche 300 páginas tamanho oficio” (23). “Semelhantes quadros, panoramas, cenas, dramas antediluvianos em todo isso” (24). Escrevendo desde o Wurtzburgo, em 12 de março ao Mr. Sinnett, a Condessa Wachtmeister lhe dizia que ela tinha chegado “a encontrar-se tão confundida com as “Estadias” e os “Comentários” que não podia fazer nada a respeito. Então a senhora Blavatsky escreveu as primeiras com tinta vermelha e as últimas com tinta negra e agora são muito mais fáceis de compreender por não existir mais confusão de idéias...” (25). H. P. B. decidiu acontecer o verão deste ano no Ostende e levou o manuscrito de LA DOUTRINA SECRETA consigo. Houve demoras na viagem, mas ela atracou finalmente em 8 de julho e encontrou habitações apropriadas onde fixou sua residência e lhe uniu a Condessa aos poucos meses. H. P. B. escreveu em 14 de julho (26) ao coronel Olcott que lhe estava remetendo o manuscrito o qual não devia reter mais de um mês e que a publicação por entregas devia começar este outono, e o público pagaria adiantado unicamente pelo que estivesse em mãos dos editores. A obra devia ser publicada simultaneamente pelo Redway na Inglaterra (27) e Bouton (o editor do Isis) (28) na América. Ela enviaria ao Olcott “o Prefácio

ao Leitor e o melhor capítulo de LA DOUTRINA SECRETA propriamente dita. Há mais de 600 páginas tamanho oficio para um Livro Introdutório Preliminar”, e ela repete que já escreveu ao Mr. Sinnett em relação à natureza do que constituía este rascunho. H. P. B. mandaria isto sempre que Subba Row aprovasse o primeiro Capítulo, composto pelas “Sete Estadias tiradas do LIVRO DO DZAN (ou Dzyan)...” com comentários. Ela não podia desprender do manuscrito por não ter cópia nem dispor de ninguém para copiá-lo. Entretanto, parece que a Condessa retornou a tempo para copiar a maior parte, se não tudo, pelo que H. P. B. tinha terminado. H. P. B. escreveu a ambos, ao Mr. Sinnett em 21 de setembro (29) e ao coronel Olcott o 23 do mesmo mês (30), dizendo que tinha despachado o volume I de LA DOUTRINA SECRETA ao Adyar e que agora estava trabalhando sobre o Arcaico. Adverte que há “no primeiro volume Introdutório, Sete Seções (ou Capítulos) e 27 Apêndices, vários Apêndices adicionados a cada Seção de 1 a 6, etc. Agora bem, tudo isto formará algo mais ou pelo menos um volume, que não é A DOUTRINA SECRETA, a não ser um prefácio à mesma. Este volume é absolutamente necessário, porque sem o mesmo e começando com o tomo referente ao Arcaico, a gente se voltaria louca ante a leitura de páginas muito metafísicas...”. H. P. B. permitia uma certa liberdade de acerto, mas pedia não se perdessem as páginas soltas nem se permitisse a mutilação do manuscrito... “Recordem que esta é minha última grande obra, e não poderia escrevê-la de novo se se perdesse, para aproveitar minha vida ou a da Sociedade, o que é mais...”. “Quase tudo é proporcionado pelo “Velho Senhor” e “Professor” (31). Este manuscrito foi recebido pelo coronel Olcott em 10 de dezembro (32), quem disse em seu discurso anual (33): “O manuscrito do primeiro volume me foi remetido e se encontra em revisão...”, adicionando que este primeiro tomo ou Volume Introdutório, logo seria publicado em Londres e em Nova Iorque. Mas Subba Row se negou a fazer outra coisa que lêlo, porque estava tão cheio de enganos que ele tivesse necessitado escrevê-lo tudo de novo (34). O manuscrito do ano 1886 é um documento extremamente interessante. Está escrito de punho e letra da Condessa Wachtmeister e outros e algumas das Estadias o estão em tinta vermelha, tal como foi sugerido. inicia-se com uma seção titulada “Aos leitores”. O primeiro parágrafo começa com a sentença: “O engano se precipita por um plano inclinado, enquanto que a verdade tem que ir penosamente custa acima” (35). A Introdução da obra publicada foi grandemente ampliada. Nela foi incluída a parte que começa: “O Volume I do Isis” começa com uma referência a um livro antigo” (36); a qual era a Seção I do Capítulo I no manuscrito, embora só parcialmente usada e alterada. Tratava dos prometidos livros Herméticos e outros da antigüidade. A Seção II, que se referia a “Magia Branca e Negra, teórica e prática”, foi publicada com suplementos e mudanças no terceiro volume (1893) e ficou essencialmente quase literalmente sem mudanças. A Seção III relativa a Álgebra Transcendental e as “Revelações de Deus” sobre a representação dos Nomes Místicos, é a Seção X do Volume III, com a subsección I, Matemática e Geometria -as Chaves dos Problemas Universais; enquanto que a subsección 2 no manuscrito se transformou em Seção XI do Volume III-, o Hexágono com o ponto central, etc. Nisto manuscrito começa: “Discutindo sobre a virtude dos nomes (Baalshem), as opiniões do Molitor”, etc. A Seção IV com a subsección I, “Quem era o adepto da Tyana”, que começa com: “A semelhança da maioria dos heróis da antigüidade...”, encontrase na página 120 do Volume III. A Subsección 2, “A Igreja Romana teme a publicação da vida real do Apolonio”, não está terminada no manuscrito, interrompendo-se nas palavras “ou Alejandro Severo...”, página 136 do Volume III. A Seção V, “Os Kabeiri ou Deuses Misteriosos -O que dizem sobre eles os antigos clássicos”, figura no Volume III, página 315, sob o título de Simbolismo do Sol e as Estrelas, e começa na mesma forma com a entrevista tirada do Hermes. No Apêndice I ou “O culto dos Anjos à Estrela na Igreja Romana, seu restabelecimento, desenvolvimento e história”, H. P. B. começa dizendo que o material “foi compilado de várias fontes, documentos nos arquivos do Vaticano”, etc. O texto começa: “Em meados do século VIII A. J. o Arcebispo Adalberto do Magdeburgo...”. Este Apêndice foi publicado em Lúcifer, em julho de 1888, páginas 355-65. H. P. B. o ampliou e adicionou mais notas. O exposto se considera suficiente como para que os leitores se convençam de que o Volume III, publicado em 1897, estava integrado por um material autenticamente pertencente ao H. P. B. Com motivo do centenário do nascimento do H. P. B., em 1931, a Editorial Teosófica do Adyar (The Theosophical Publishing House) tinha o propósito de publicar pela primeira vez o

rascunho original do Volume I de LA DOUTRINA SECRETA, tal como foi preparado em 1886 e enviado ao coronel Olcott para sua aprovação pela Subba Row. Este projeto foi abandonado devido à grande dificuldade que apresentava a preparação do manuscrito para sua impressão e sua correção página por página sem apartar do original, a desordem que havia no referente ao uso de aspas, parêntese, etc., e os inconvenientes existentes em decifrar onde as coma significavam guias ou viceversa... (37). A segunda parte do manuscrito do ano 1886 leva como cabeçalho: A DOUTRINA SECRETA. Parte I. Período Arcaico. Capítulo I. Uma olhada à Eternidade. A Evolução Cósmica em Sete Etapas. A Primeira Seção se titula “Páginas de um Período Pré-histórico” e começa com as palavras: “A que escreve estas linhas tem à vista um manuscrito arcaico, uma coleção de folhas de palma impermeáveis à ação da água, do fogo e do ar, por um procedimento específico desconhecido”. Imediatamente depois o texto se refere ao círculo com um ponto no centro, mas não menciona o imaculado disco branco. depois de vinte e quatro páginas de texto se inclui a primeira Estadia e se promete um glossário geral para cada capítulo em um Apêndice anexo. As notas relativas a cada Estadia são feitas com chamadas o pé da página, e não no texto, como na edição de 1888. O comentário correspondente a esta Estadia começa com a frase: “A DOUTRINA SECRETA se apóia em três proposições fundamentais”. Estas palavras se encontram na página 14 do Prólogo da edição de 1888 e na página 42 da edição de 1893. Logo segue o que pertence aos Comentários no volume publicado e todas as notas sobre cada Estadia se dão subsiguientemente e não Sloka pela Sloka. Do Volume ou Livro II, há somente umas poucas páginas no manuscrito, dezenove em total. titula-se “Cronologia Arcaica, Ciclos, Antropologia”, e são em parte um molde tosco das “Notas preliminares” do volume publicado e em parte uma breve indicação a respeito da linha de ensino relativo a Cronologia e Raças, do qual o Volume trata (38). Ao receber este manuscrito o coronel Olcott declarou que “até uma rápida leitura convenceu melhor a quão críticos a si mesmo de que a obra será uma das mais importantes contribuições jamais oferecidas ao conhecimento filosófico e científico, um monumento a sua douta autora e uma distinção para a Biblioteca do Adyar, da qual ela é um dos fundadores” (39). Em seu Discurso Anual também manifestou que a obra se estenderia a uns cinco volúmenes, o primeiro dos quais logo seria publicado em Londres e em Nova Iorque (40). 1887. Em sua carta de 4 de janeiro ao coronel Olcott, dizia H. P. B. que se alegrava de que lhe tivesse gostado do Prólogo, mas que este era só um volume preliminar e que a verdadeira doutrina seguiria depois. Ela menciona a um jovem inglês chamado E. D. Fawcett que a ajudou no Wurtzburgo e Ostende e mais tarde na Inglaterra, especialmente naquelas partes do segundo volume relativas à hipótese da evolução. “Ele sugeriu, corrigiu e escreveu, e várias páginas de seu manuscrito foram incorporadas pelo H. P. B. a sua obra”. “Proporcionou muitas entrevistas das obras científicas, assim como muitas ratificações das doutrinas ocultas derivadas de fontes similares” (41). H. P. B. pediu novamente que Subba Row revisasse o manuscrito, lhe permitindo que fizesse o que quisesse com o mesmo -”dou-lhe carta branca. Tenho mais confiança em sua sabedoria que na minha, já que posso interpretar mal em muitos pontos tanto ao Professor como ao Velho Senhor. Eles me proporcionam somente os fatos e raramente ditam em forma contínua... Eu sei que estes fatos são todos originais e novos...” (42). Em janeiro ela escreveu ao Mr. Sinnett, lhe dizendo que lhe tinha enviado a Doutrina Arcaica antes de que estivesse realmente terminada porque ela estava “escrevendo-a de novo, adicionando e suprimindo, tachando e substituindo com notas recebidas de minhas AUTORIDADES” (43). Seu texto foi mostrado ao Professor (Sir) W. Crookes. H. P. B. escreveu mais tarde ao Mr. Sinnett que A DOUTRINA SECRETA “cresce, cresce e cresce” (44). No Ostende prosseguiu o paciente trabalho, mas H. P. B. caiu doente, chegando a encontrar-se em perigo de morte, por isso “ela acreditou que o Professor lhe permitiria por fim ser livre”. Se encontrava “muito preocupada com A DOUTRINA SECRETA” e recomendou à Condessa que “cuidasse muito seus manuscritos e transmitisse tudo ao coronel Olcott, com diretivas para publicá-los” (45). Mas H. P. B. curou “milagrosamente” de novo uma vez mais. Ela disse: “O professor esteve aqui e me deu a escolher entre morrer e ficar livre ou seguir existindo e terminar A DOUTRINA SECRETA..., quando eu pensei naqueles estudantes aos quais me permitia ensinar umas poucas coisas e na Sociedade Teosófica em geral, a qual eu tinha dado já o sangue de meu coração, aceitei o sacrifício...” (46). O Dr. A. Keightley encontrou ao H. P. B. residindo no Ostende e trabalhando duramente.

Ele diz: “Foi entregue uma parte do manuscrito com o pedido de emendar, cortar e revisar a redação do texto inglês; de fato, tratá-lo como se fora meu próprio... O manuscrito se encontrava então separado por seções, similares a aquelas incluídas sob os cabeçalhos de “Simbolismo” e “Apêndices” nos volúmenes publicados. O que eu vi era um montão de páginas escritas sem acerto definido, muitas das quais tinham sido copiadas com paciência e cuidado pela Condessa Wachtmeister. A idéia que se tinha, era a de conservar um exemplar na Europa, enquanto o outro era enviado à a Índia para sua correção por vários colaboradores nativos. A maior parte foi enviada posteriormente, mas alguma razão impediu a colaboração. “O que me surpreendeu mais na parte que foi dada a ler... foi a enorme quantidade de entrevistas provenientes de diversos autores. Eu sabia que não havia ali biblioteca para consultar e pude ver que os livros que tinha H. P. B. não alcançavam a trinta volúmenes em seu total, dos quais alguns eram dicionários e outras obras contavam com dois ou mais tomos. Nesta oportunidade não vi as ESTADIAS DO DZYAN, embora vários parágrafos do Catecismo Oculto estavam incluídos no manuscrito” (47). Na primavera, vários membros da Sociedade Teosófica persuadiram ao H. P. B. a que viesse a Londres, onde ela poderia estar melhor cuidada. Assim ela se transladou ali com todos seus manuscritos em 1º de maio. Durante todo o verão os dois Keightley estiveram ocupados em ler, reler, copiar e corrigir o manuscrito, o qual formava uma pilha de quase um metro de altura. depois de passar alguns meses no Norwood, H. P. B. se instalou em setembro na rua Landsdowne Road Nº 17. Ela entregou aos dois capazes e devotos jovens, o Dr. A. Keightley e seu sobrinho Bertram Keightley, todo o montão de manuscritos para classificar o material e apresentar suas sugestões a respeito, já que naquela época não estava constituído em apóie a nenhum plano nem tinha continuidade. Eles, finalmente, recomendaram dividir a obra em quatro volúmenes relativos a: 1) a Evolução do Cosmos; 2) a Evolução do Homem; 3) vista-las de alguns grandes Ocultistas; 4) Ocultismo prático; e que cada volume deveria ser dividido em três partes: 1) As ESTADIAS e Comentários; 2) Simbolismo; 3) Ciência. Tudo isto foi devidamente aprovado pelo H. P. B. “O próximo passo foi ler do princípio ao fim novamente o manuscrito e fazer um reordenamiento do material pertencente aos temas que se incluíam sob os cabeçalhos de Cosmogonia e Antropologia, os quais deveriam formar os dois primeiros volúmenes da obra. Quando tudo isto foi terminado e H. P. B. devidamente consultada deu sua aprovação, o total do manuscrito foi escrito a máquina por mãos profissionais, releído, corrigido e comparado com o original, e todas as entrevistas em grego, hebreu e sânscrito foram inseridas por nós. fez-se evidente então que todo o texto dos Comentários correspondentes às Estadias logo que enchia umas vinte páginas da obra, já que H. P. B. não se ajustou estritamente a seu texto ao escrever. Então nós lhe falamos seriamente e lhe sugerimos que escrevesse um comentário apropriado, tal como ela o tinha prometido a seus leitores em suas palavras iniciais...”. O problema foi solucionado assim: “Cada Sloka das Estadias foi escrita (ou recortada da cópia datilografada e pega na parte superior de uma folha de papel), e logo, em uma folha solta presa com alfinetes à mesma, escreviam-se todas as perguntas que o tempo nos permitia encontrar sobre cada Sloka... H. P. B. suprimia grande número delas, nos fazia escrever elucidações mais completas ou nossas próprias idéias... a respeito do que seus leitores esperavam que ela dissesse, escrevia mais ela mesma, adicionando o pouco que tinha escrito anteriormente sobre aquela particular Sloka e assim o trabalho foi realizado...” (48). Bertram Keightley escreveu: “Dos fenômenos relacionados com LA DOUTRINA SECRETA tenho pouco que dizer. Vi e verificado não poucas entrevistas acompanhadas de abundantes referências provenientes de livros que nunca estiveram na casa, entrevistas verificadas depois de horas de busca de algum livro estranho, às vezes no Museu Britânico. Ao as cotejar encontrei ocasionalmente o fato curioso de que as referências numéricas estavam investidas, por exemplo, página 321 por página 123, o qual ilustra a reversão dos objetos quando são vistos na luz astral...” (49). Por outra parte, as entrevistas eram “exatas em supremo grau” (50). O coronel Olcott manifestou no The Theosophist (51): “É agradável saber que A DOUTRINA SECRETA cresce constantemente. Mr. Sinnett nos escreve dizendo que já se preparou uma quantidade de material suficiente para encher um volume do Isis”... Embora o Administrador já ofereceu faz tempo devolver a importância das assinaturas adiantadas (3.000 rupias), apenas uns poucos assinantes se aproveitaram disso...”. Em seu Discurso Anual, em dezembro, o coronel Olcott disse que H. P. B. lhe tinha enviado “o manuscrito de quatro dos prováveis cinco volúmenes de LA DOUTRINA SECRETA para seu exame, e que esperava que o

primeiro volume seria editado em Londres durante a próxima primavera” (52). 1888. Ao princípio deste ano H. P. B. ofrecióle outra vez a Subba Row lhe enviar o manuscrito, mas com o mesmo resultado. Em fevereiro, ela comunicou ao Olcott que Tookarâm Tatya tinha escrito dizendo que Subba Row estava disposto a emprestar ajuda e a corrigir “minha DOUTRINA SECRETA, sempre que eu suprima toda referência aos Professores!... Entenderá ele que eu devo negar a existência dos Professores ou que não os compreendo e altero os fatos que me dão... Fui eu quem trouxe... a evidência de nossos Professores ao mundo e à Sociedade Teosófica. Fiz-o porque eles me mandaram executar a tarefa a título de novo experimento neste século XIX, e a realizei tratando de dar o melhor de meu saber...” (53). Repetida-las negativas da Subba Row paa emprestar ajuda, chegaram a ser conhecidas. Um grupo americano, encabeçado pelo Mr. Judge, escreveu ao H. P. B. para lhe manifestar que se tinha conhecimento de que lhe tinha pedido a ela não publicasse A DOUTRINA SECRETA, pelo temor de que a obra pudesse ser antagônica a alguns Pandits hindus, os quais poderiam atacá-la ou ridicularizá-la. Eles rogavam ao H. P. B. que não emprestasse atenção a esta circunstância e publicasse A DOUTRINA SECRETA o antes possível (54). Um grupo hindu, encabeçado pelo N. D. Khandalavala e Tookarâm Tatya, não se rendeu a estes comentários e expressou que de encontrar-se H. P. B. na Índia, o livro já teria visto a luz desde muito tempo antes. Eles opinavam que H. P. B. não se encontrava corretamente informada a respeito das sugestões de fazer a obra mais exata em suas alusões à literatura hindu, e que uns poucos amigos simpatizantes poderiam resolver facilmente o problema de revisar a obra (55). Bertram Keightley escreveu de Londres que a publicação de LA DOUTRINA SECRETA tinha começado e que logo que a magnitude e custo da obra tivessem sido definitivamente calculados, fixaria-se o preço para os assinantes e lhes mandaria uma circular lhes dando a opção de receber a obra ou de recuperar seu dinheiro, o qual tinha estado sem tocar no Banco desde que eles o abonaram. “A DOUTRINA SECRETA é um tema tão vasto e se ramifica em tantas direções, que seu manejo exige enorme trabalho, sem possibilidade de fixar adiantado o número ou tamanho dos volúmenes requeridos” (56). “...quando o manuscrito desta obra não tinha abandonado ainda minha mesa de trabalho”, escrevia H. P. B., “e A DOUTRINA SECRETA era totalmente desconhecida ao mundo, já foi denunciada como o produto de meu cérebro e nada mais. Estes são os términos lisonjeiros com os quais o Evening Telegraph (da América) referiu-se a esta obra ainda não publicada em sua edição de 30 de junho: “... Entre os livros fascinantes para Julho se encontra o novo trabalho do Madame Blavatsky sobre a Teosofía...(!) A DOUTRINA SECRETA. Mas o fato de que ela possa elevar-se sobre a ignorância do Brahmin... (!?) não é prova de que tudo o que diz seja verdade...” (57). Quando o coronel Olcott viajava por volta da Inglaterra em agosto, recebeu uma carta em seu camarote na qual o Professor K. H. lhe dizia: “Também captei seus pensamentos sobre A DOUTRINA SECRETA. Tenha a segurança de que tudo o que ela não tirou que os livros científicos e outras obras, foi dado ou sugerido por nós. Cada engano e noção errônea, corrigido e explicado por ela, das obras de outros Teósofos, foi corrigido por mim ou sob minha indicação. É um trabalho mais valioso que o precedente, um epítome de verdades ocultas que será uma fonte de informação e ensino para os estudantes sérios durante os largos anos por vir” (58). A sua chegada a Londres, o coronel Olcott encontrou ao H. P. B. trabalhando em seu escritório da manhã de noite, preparando cópias e lendo provas de LA DOUTRINA SECRETA. Ambos os volúmenes deviam aparecer naquele mês (agosto). Agrupados ao redor dela se encontravam devotos Teósofos que tinham adiantado 1.500 libras esterlinas para editar A DOUTRINA SECRETA e outras publicações. “Até para A DOUTRINA SECRETA há uma meia dúzia do Teósofos que estiveram ocupados em editá-la, ajudaram-me a arrumar o material, corrigir o inglês imperfeito, e prepará-la para a imprensa. Mas o que nenhum deles, do primeiro ao último, reclamará jamais, é ter contribuído a doutrina fundamental, as conclusões filosóficas e ensinos. Nada disso inventei eu, mas sim simplesmente transmiti a outros o que foi ensinado” (59). Durante esta época H. P. B. esteve sobrecarregada de trabalho e decaindo em saúde. “Houve um aumento de trabalho para levantar-se muito cedo e trabalhar até muito tarde... examinaram-se os orçamentos da imprensa. Certos requerimentos como o tamanho das páginas e márgenes eram pontos particulares a discutir com o H. P. B., como também a espessura e a qualidade do papel... Uma vez decididos estes detalhes, o livro começou a entrar em imprensa..., passou através de três ou quatro mãos, além das do H. P. B., em seus dois

jogos de provas de galera para sua revisão. Ela foi seu próprio e mais severo corretor e estava propensa a tratar as provas como se fossem um manuscrito, com resultados alarmantes no artigo da fatura correspondente a correções. Logo veio a redação do Prefácio e finalmente o livro saiu” (60), “um tesouro inigualado de sabedoria oculta” (61). “H. P. B. foi feliz esse dia” (62). Na introdução ao Volume I, ela escreveu: “Nada tenho, portanto, que dizer a meus juizes passados e futuros... Mas ao público em geral e aos leitores de LA DOUTRINA SECRETA posso lhes repetir o que vim dizendo durante todo este tempo, e sintetizo agora nas palavras do Montaigne: Senhores: Aqui tenho um buquê escolhidas: nada há nele meu, a não ser o cordão que as ata” (63). Em outubro, a tão longamente esperada DOUTRINA SECRETA foi “publicada simultaneamente em Londres e Nova Iorque... A primeira edição inglesa de 500 exemplares se esgotou antes do dia de sua publicação e uma segunda se encontra em preparação” (64). Esta Segunda Edição apareceu antes de terminar o ano. A edição completa foi impressa pelo The H. P. B. Press, Printers to the Theosophical Society, e a edição inglesa foi devidamente registrada no Stationers’ Hall, enquanto que a edição simultânea americana tinha sido “Registrada de acordo com a Lei do Congresso no ano 1888, pelo H. P. Blavatsky, no escritório da Biblioteca do Congresso em Washington, D.C.” Os jornais não emprestaram muita atenção à DOUTRINA SECRETA, mas a demanda pela obra foi contínua. “Isto é curioso”, comentou o London Star, “considerando que o livro é de uma natureza mais oculta e difícil que qualquer anterior” (65). Em seu Prefácio, H. P. B. se desculpava pela larga demora na publicação da obra, ocasionada por sua má saúde e a magnitude da empresa. Ela escreveu: “Até os dois volúmenes jogo de dados a luz não completam o plano, nem sequer esgotam os assuntos de que tratam... Se os pressentir volúmenes são recebidos de um modo favorável, não se perdoará esforço algum para completar a obra. O terceiro volume se encontra completamente preparado, o quarto quase o está” (66). “Quando pela primeira vez se anunciou a preparação da obra, não era o plano atual o que se tinha à vista”. H. P. B. se refere logo a sua intenção original de fazer desta obra uma revisão do Isis Unveiled, mas por causa da diferença de tratamento requerido “os volúmenes atuais não contêm, em total, nem vinte páginas resumidas do Isis Unveiled”. Refiriéndose aos volúmenes a publicar-se no futuro, ela disse: “No Volume III desta obra (que conjuntamente com o IV se encontra quase preparado) oferecerá-se uma breve historia em ordem cronológica de todos os grandes adeptos conhecidos pelos antigos e os modernos, como assim também um bosquejo geral dos Mistérios, sua gênese, crescimento, decadência e desaparecimento final -na Europa. Estas matérias não teriam capacidade no que agora foi publicado. O Volume IV estará dedicado quase exclusivamente a Ensinos Ocultos” (67). Com referência às especulações errôneas dos orientalistas em relação aos DhyâniBuddhas e suas correspondências terrestres, os Mânushi-Buddhas”, H. P. B. disse que “o princípio real está insinuado em um volume subseqüente (veja “O mistério sobre a Buddha”), e será explicado com mais detalhe em seu próprio lugar” (68). Isto sem dúvida se refere ao mistério da Buddha” (69). É provável que isto fora o que ela quis significar quando disse em 1886: “O triplo Mistério é divulgado” (70). Suas palavras finais em LA DOUTRINA SECRETA, na edição de 1888, foram: “começouse a destruir e desarraigar as mortíferas árvores venenosas da superstição, prejuízos e vaidosa ignorância, de modo que estes dois volúmenes deveriam constituir para o estudante um prelúdio adequado aos Volúmenes III e IV. Até que não se varreram os refugos dos séculos das mentes dos Teósofos, a quem estes volúmenes se dedicam, será impossível que os ensinos de natureza mais prática contidas no Volume III possam ser compreendidas. Em conseqüência, dependerá inteiramente da recepção que encontrem os Volúmenes I e II em mãos dos Teósofos e Místicos que estes dois últimos volúmenes sejam publicados ou não, embora já estão quase terminados” (71). A comparação destas declarações com a realidade demonstra que estas e aquela concordam, assim por exemplo as páginas 1-432 do Volume III, proporcionam o bosquejo histórico de alguns dos maiores adeptos; e as páginas 433-594 expõem o Ocultismo Prático, ensinado pelo H. P. B. a seus discípulos e “originalmente propagado privadamente entre um grande grupo de estudantes... Os apontamentos... foram agora publicados, e deste modo se esgotaram as relíquias literárias do H. P. B.” (72). 1890. Escrevendo em Lúcifer (73), disse H. P. B. que a demanda pelo “ensino místico”

chegou a ser tão grande que resulta difícil satisfazer os pedidos. “Até A DOUTRINA SECRETA, a mais abstrusa de nossas publicações -não obstante seu preço proibitivo, a conspiração do silêncio e os sujos e desdenhosos sarcasmos dirigidos à obra por alguns jornais- resultou um êxito financeiro”. 1891. Ao finalizar o ano 1891 a Segunda Edição de LA DOUTRINA SECRETA se encontrava esgotada. G. R. S. Mijem e a senhora Annie Besant se encarregaram de realizar uma nova edição. Mr. Mijem tinha sido secretário privado do H. P. B. durante vários anos e afirmava ter editado, em uma ou outra forma, quase tudo o que ela tinha escrito em inglês...(74). Ele foi a figura principal relacionada com a nova edição e aplicou sua admirável erudição e seu conhecimento dos desejos do H. P. B. à tarefa de emendar a parte gramatical e outros enganos do texto. Uma “Notícia Importante” foi publicada nas principais revista teosóficas nestes términos: “Edição revisão de LA DOUTRINA SECRETA. Esgotada a segunda edição da obra professora do H. P. B., uma terceira edição deve iniciar-se imediatamente. estáse realizando um grande esforço para revisar totalmente a nova edição, e os editores pedem encarecidamente a todos os estudantes que leiam esta notícia, que enviem listas dos enganos observados o mais completas possíveis. Todas as verificações de referências e entrevistas, faltas de ortografia, enganos do índice, observações respeito a passagens pouco claras, etcétera, serão recebidos com a maior gratidão. É muito importante que a Errata da primeira parte do Volume I seja enviado imediatamente. Annie Besant. G. R. S. Mijem” (75). 1895. “A edição revisão foi uma empresa que demandou muito trabalho e os editores fizeram todos os esforços possíveis para verificar cada entrevista e corrigir os numerosos enganos de forma das edições anteriores. Os editores não tinham direito a corrigir os enganos de conceito...” (76). O Índice correspondente à primeira e segunda edição não era muito adequado. Mr. A. J. Faulding se dedicou a preparar outro novo e mais amplo, o qual foi encadernado separadamente. “Por seu grande trabalho, nós e todos os estudantes são seus devedores...” (77). Este Índice demonstrou após ser inteiramente satisfatório. algumas ampliações se fizeram na edição do Adyar, em que o Índice de todos os volúmenes se encontra combinado em um sozinho. 1896. Existiam, naturalmente, algumas parte dos manuscritos do H. P. B. que tinham sido desprezadas. Estas foram recolhidas pela senhora Besant e preparadas para sua publicação. No transcurso desta preparação se encontraram uns quantos manuscritos que aparentemente não formavam parte de LA DOUTRINA SECRETA e foram publicados em Lúcifer. Eram os seguintes: 1) “Espíritos” de várias classes (78); 2) Buddhismo, Cristandade e Falicismo (79); 3) Fragmentos: Idolatria; Avataras; Iniciações; A respeito dos Ciclos e falácias modernas (80). 1897. O terceiro Volume foi posto em venda em 14 de junho, pontual e simultaneamente, em Chicago e Londres. Foi saudado ansiosamente e obteve uma venda constante... (81). Quando Mr. Jinarâjadâsa se encontrava procurando nos Arquivos tratando de reunir material disperso, encontrou uma página só de um rascunho diferente, de punho e letra do H. P. B., de Comentários e notas sobre a Estadia I. Um fac-símile da mesma foi reproduzido no The Theosophist (82). A senhora Besant declarou o seguinte em relação a redação de LA DOUTRINA SECRETA: “H. P. B. escrevia e voltava a escrever, corrigindo mesmo que as páginas da prova final estavam listas para a impressão... As mudanças verbais, omissões e novo acerto de seu material efetuados pelo H. P. B. resultam muito fascinantes para os estudiosos. Uma hipótese extravagante recém Aparecida nos Estados Unidos, pretende que a segunda edição (1893) de LA DOUTRINA SECRETA, realizada pela T. P. H. de Londres depois da morte do H. P. B., não estava de acordo com o que desejava a extinta. Circulou a insinuação de que H. P. B. foi “editada” por aqueles que tinham a seu cargo a segunda edição. Os depositários aos quais ela deixou a proteção de seus manuscritos publicados e não publicados, foram todos seus próprios discípulos, que tinham convivido com ela durante anos, e eles fizeram somente aquelas mudanças que sua professora tinha indicado e que consistiam essencialmente na correção de enganos verbais e gramaticais, e no ordenamiento do material do Volume III” (83). “Para render justiça ao senhor Mijem e à senhora Besant... desejo deixar perseverança do que me é pessoalmente conhecido a respeito de que os cargos freqüentemente repetidos de

que ambos ou qualquer deles teriam efetuada mudanças injustificáveis na edição revisão (terceira) de LA DOUTRINA SECRETA, modificado o manuscrito do terceiro volume e suprimido o quarto, são totalmente falsos, de fato sem fundamento algum..., pois eu mesmo estive durante quatro anos na sede principal de Londres como encarregado do Escritório de Publicações, enquanto se imprimia A DOUTRINA SECRETA revisão, e tive, naturalmente, todas as oportunidades para conhecer os fatos...” “A primeira impressão de LA DOUTRINA SECRETA se dividiu em duas “edições”, as quais naturalmente eram idênticas, salvo as Segunda palavras Edição” sobre o frontispício de uma delas. A impressão foi feita em tipografia, mas se prepararam matrizes estereótipo para o caso de que se necessitassem. Quando chegou essa oportunidade, entretanto, encontramos que as matrizes tinham sido acidentalmente destruídas, e eu, por minha parte, fiquei francamente agradado por esta perda, já que se fez precisa a revisão, por certo muito necessária, do texto, um árduo trabalho que foi empreendida pelo senhor Mijem e a senhora Besant... Como a senhora Besant podia dispor de muito pouco tempo devido a suas outras atividades teosóficas, o trabalho de revisão foi efetuado em sua major parte pelo senhor Mijem, quem foi ajudado por outros membros do pessoal na verificação de entrevistas e referências...” “Ao revisar a primeira edição de LA DOUTRINA SECRETA, ele fez precisamente o mesmo trabalho que já tinha feito anteriormente sobre os manuscritos do H. P. B. -unicamente isso e nada mais. Era evidente para qualquer famliarizado com os detalhes literários e mecânicos da publicação de livros, que o manuscrito não se encontrava preparado em forma conveniente para o impressor e que a revisão de provas tinha sido feita com tanta negligência que até os enganos gramaticais notórios, escapados à autora, estavam ali sem ter sido corrigidos. Nenhuma mudança fizeram Mr. Mijem ou a senhora Besant, salvo aqueles que deveriam haver-se feito no manuscrito original antes de imprimi-lo”. “Por seu trabalho erudito e escrupuloso ao fazer a revisão, Mr. Mijem merece a gratidão de todos os leitores conscientes de LA DOUTRINA SECRETA, como deste modo a senhora Besant pela parte que lhe coube na árdua tarefa”. “Quando terminei a impressão dos Volúmenes I e II, a senhora Besant colocou o manuscrito do Volume III em minhas mãos... H. P. B. tinha escrito de novo algumas das páginas várias vezes, com raspaduras e emendas, mas sem indicar qual das cópias era a definitiva; a senhora Besant teve que decidi-lo o melhor que pôde”. “Dado que o Volume III tinha muito menos material que os outros, a senhora Besant me disse que ia ampliá-lo, adicionando as Instruções E. S. T., já que H. P. B. a tinha autorizado para fazê-lo. Deve notar-se que estas Instruções constituem a verdadeira base do Volume IV proposto, do qual foram encontradas somente umas poucas páginas, unicamente suficientes para indicar onde H. P. B. tinha interrompido sua escritura. Estou inclinado a acreditar que a autora pensava incluir estas Instruções no Volume IV, e que isso era o que ela tinha em sua mente quando escreveu, com muito otimismo, que os dois últimos volúmenes estavam “quase completos”. Uma grande pilha de manuscritos foi encontrada depois do falecimento do H. P. B., mas resultaram ser unicamente os velhos manuscritos dos Volúmenes I e II, devolvidos pelo impressor...” (84). A senhora Besant escreveu em Lúcifer (85): “O valor de LA DOUTRINA SECRETA não radica em seus materiais desconexos, a não ser na incorporação dos mesmos em um tudo amalgamado e coerente, do mesmo modo que o valor de um projeto elaborado por um arquiteto não se diminui pelo fato de que o edifício se compõe de tijolos colocados por outras mãos... H. P. B. era muito frouxa em seus métodos literários e usava entrevistas que sustanciaban seus argumentos, tomando as de qualquer fonte física ou astral, com muito pouca consideração ao uso das aspas. Não sofremos muito, Mr. Mijem e eu por esta razão, ao preparar a última edição de LA DOUTRINA SECRETA?... meus irmãos de todos os países, os que aprendemos que o H. P. B. verdades profundas que têm feito da vida espiritual uma realidade, devemos nos manter invariavelmente firmes em sua defesa, sem afirmar sua infalibilidade, sem demandar a reconheça como uma “autoridade”, mas mantendo a realidade de seus conhecimentos, o fato de sua vinculação com os Professores, o esplêndido sacrifício de sua vida, o inestimável serviço que ela emprestou à causa da espiritualidade no mundo. Quando todos esses ataques já estejam esquecidos, ficarão para sempre aqueles títulos imortais à gratidão da posteridade”. Adyar, 1938 Compilado pelo JOSEPHINE RANSOM (Traduzido por D. B.)

INTRODUÇÃO

“Amável para ouvir, bondoso para julgar”

Shakespeare. (Enrique V. Prólogo.) Desde que apareceu a literatura teosófica na Inglaterra, feito-se costume chamar a seus ensinos “Buddhismo Esotérico”. E tendo chegado a ser um costume, acontece o que diz um antigo refrão apoiado na experiência de todos os dias: “O engano se precipita por um plano inclinado, enquanto que a verdade tem que ir penosamente custa acima”. Os antigos aforismos são, com freqüência, os mais sábios. É difícil que a mente humana permaneça inteiramente livre de prejuízos; e com freqüência se formulam opiniões decisivas antes de que um assunto tenha sido examinado por completo, sob todos seus aspectos. Digo isto com referência ao dobro engano que prevalece, já limitando a Teosofía ao Buddhismo, já confundindo os princípios da filosfía religiosa pregada pela Gautama, o Buddha, com as doutrinas apresentadas a grandes rasgos no Esoteric Buddhism. Dificilmente poderia imaginarse nada mais errôneo que isto. facilitou a nossos inimigos uma arma eficaz contra a Teosofía, porque como há dito com muita razão um eminente sábio pali, no volume chamado não havia “nem esoterismo nem Buddhismo”. As verdades esotéricas exibidas na obra do Mr. Sinnett, cessaram que ser esotéricas do momento em que viram a luz pública; tampouco contém o livro a religião da Buddha, a não ser tão somente uns quantos princípios de ensinos até a data ocultos, e que são agora completadas e explicadas por outras muitas mais, nos volúmenes pressente. Mas até estes últimos, apesar de que dão a luz muitos dos princípios fundamentais de LA DOUTRINA SECRETA do Oriente, só levantam uma das pontas do denso véu. Porque a ninguém, nem mesmo ao maior de entre todos os Adeptos viventes, seria-lhe permitido, nem poderia embora lhe permitisse, declarar de repente a um mundo zombador e incrédulo, o que tão eficazmente permaneceu oculto durante largas idades. O Buddhismo Esotérico é uma excelente obra com um título muito desventurado, embora não dá a entender mais que o título da presente obra: A DOUTRINA SECRETA. foi desventurado, porque as gente sempre acostumam julgar as coisas pelas aparências mas bem que por sua significação, e porque o engano se feito agora tão universal, que até a maior parte dos membros da Sociedade Teosófica vieram a ser vítimas do mesmo. Desde o começo, entretanto, os brâmanes e outros protestaram contra o título; e para me fazer justiça mesma, devo dizer que o Buddhismo Esotérico foi apresentado como um volume completo, e que eu não tinha a menor noticia da maneira como pensava o autor escrever a palavra “Budh-ismo”. A responsabilidade disto recai por completo sobre aqueles que tendo sido os primeiros em chamar a atenção sobre o assunto, omitiram indicar a diferença que existe entre “o Buddhismo”, o sistema religioso de moral pregado pela Gautama, denominado assim por seu título da Buddha, o “Iluminado”; e “Buddhismo”, da Budha, “Sabedoria ou Conhecimento (Vidyâ), a faculdade de conhecer, procedente da raiz sânscrita Budh, conhecer. Nós os teósofos da Índia somos os verdadeiros culpados, embora naquela época fizemos todo o possível para corrigir o engano (1). Tivesse sido fácil evitar esta deplorável confusão; bastava alterar a escritura da palavra, e de comum acordo, pronunciar e escrever “Budhismo”, em lugar do Buddhismo”. Esta explicação é absolutamente necessária ao princípio de uma obra como esta. A Religião da Sabedoria é a herança de todas as nações do mundo, apesar da afirmação que figura no Buddhismo Esotérico (2), de que, “dois anos faz (ou seja em 1883), nem eu, nem nenhum outro europeu vivente, conhecíamos o alfabeto da Ciência, aqui por primeira vez expresso em forma científica”, etc. Este engano deve haver-se deslizado por inadvertência. A que estas linhas escreve, conhecia tudo que foi “divulgado” no Buddhismo Esotérico, e muito mais muitos anos antes de chegar a contrair o dever (em 1880) de comunicar uma pequena porção de LA DOUTRINA SECRETA a dois cavalheiros europeus, um dos quais era o autor do Buddhismo Esotérico; e sem dúvida alguma esta escritora possui o indubitável privilégio, para ela mas bem equívoco, de ser européia por seu nascimento e por sua educação. Além disso, uma porção considerável da filosofia exposta pelo Mr. Sinnett foi ensinada na América, até antes de publicar-se Isis sem Véu, a dois europeus e a meu colega, o Coronel H. S. Olcott. Dos três professores que este último teve, o primeiro foi um Iniciado húngaro, o segundo egípcio e

o terceiro indo. Conforme à permissão outorgada, o Coronel Olcott deu publicidade a algumas destes ensinos, de diversas maneiras; se os outros dois não o tiverem feito, foi simplesmente porque não lhes permitiu, por não lhes haver chegado ainda sua hora para dedicar-se à obra externa. Mas chegou para outros, e os vários e interessantes livros do Mr. Sinnett são uma prova tangível disso. É importante, além disso, ter sempre presente, que nenhuma obra teosófica adquire o menor aumento de valor por razão de pretendida autoridade. Âdi ou Âdhi Budha, o Um, ou a Primeira, e Suprema Sabedoria, é um término usado por Ârtâsanga em seus tratados secretos, e na atualidade por todos os místicos Buddhistas do Norte. É uma palavra sânscrita, e uma denominação dada pelos primitivos arianos à Deidade desconhecida; não encontrando-a palavra “Brahmâ” nem nos Veda nem nas obras primitivas. Significa a Sabedoria Absoluta e Fitzedward Hall traduz Âdibhûta, a “primitiva causa increada de tudo”. Deveram transcorrer evos de duração inexprimível, antes de que o epíteto da Buddha fora humanizado, por dizê-lo assim, para aplicá-lo aos mortais, e apropriá-lo finalmente a um, cujas virtudes e sabedoria incomparáveis deram motivo a que o fora concedido o título da Buddha da Sabedoria imutável”. Bodha significa a posse inata da inteligência ou entendimento divino; Buddha, a aquisição da mesma pelos esforços e méritos pessoais; enquanto que Buddhi é a faculdade de conhecer, o canal pelo que o conhecimento divino chega ao Ego, o discernimento do bem e do mal, e também a consciência divina, e a alma espiritual, que é o veículo de Âtmâ. “Quando Buddhi absorve nosso Ego-tismo (destrói-o) com todos seus Vikâras (3), Avalokiteshvara, se nos manifesta, e se alcança o Nirvâna ou Mukti”; Mukti é quão mesmo Nirvâna, ou seja a liberdade dos laços do Mâyâ, ou a ilusão. Bodhi é igualmente o nome de um estado particular de condição enlevada, chamado Samâdhi, durante o qual o sujeito alcança o ponto mais elevado do conhecimento espiritual. São uns ignorantes aqueles que, em seu cego e hoje em dia inoportuno ódio ao Buddhismo, e por reação ao Budhismo, negam seus ensinos esotéricos que são também as dos brâmanes, simplesmente porque o nome lhes sugere o que para eles, como monoteístas, são doutrinas perniciosas. Ignorantes, é o término correto que deve empregar-se para seu caso, posto que a Filosofia Esotérica é a única capaz de resistir nesta época de materialismo crasso e ilógico, os ataques repetidos a tudo que o homem tem por mais querido e sagrado em sua vida espiritual interna. O verdadeiro filósofo, o estudante da Sabedoria Esotérica, perde por completo de vista as personalidades, as crenças dogmáticas e as religiões especiais. Além disso, a Filosofia Esotérica reconcilia todas as religiões, despoja a cada uma delas de suas vestimentas humanas exteriores, e demonstra que a raiz de cada qual é idêntica a das demais grandes religiões. Ela prova a necessidade de um Princípio Divino e Absoluto na Natureza. Ela não nega a Deidade como não nega o Sol. A Filosofia Esotérica jamais rechaçou a Deus na Natureza, nem à Divindade como ao Ente abstrato e absoluto. Recusa unicamente aceitar os deuses das chamadas religiões monoteístas; deuses criados pelo homem a sua própria imagem e semelhança, caricaturas ímpias e miseráveis do Sempre Incognoscible. Pelo resto, os arquivos que vamos apresentar ao leitor, abraçam os princípios esotéricos do mundo inteiro, desde o começo de nossa humanidade; e neles o ocultismo Buddhista ocupa seu lugar correspondente, e não mais. À verdade, as porções secretas do Dão ou Janna (Dhyâna) (4) da metafísica da Gautama, por grandes que apareçam aos que não estão inteirados dos princípios da Religião da Sabedoria da antigüidade, constituem tão somente uma pequena porção do total. O Reformador indo limitou seus ensinos públicos ao aspecto puramente moral e fisiológico da Religião da Sabedoria, à ética e ao homem unicamente. As coisas “invisíveis e imateriais”, o mistério do Ser fora de nossa esfera terrestre, não foram tratados em maneira alguma pelo grande Professor em seus ensinos públicos, reservando as verdades ocultas para um círculo seleto de seus Arhats. Estes últimos recebiam a iniciação na famosa Cova Saptaparna (a Sattapanni da Mahâvansa) perto do Monte Baibhâr (o Webhâra dos manuscritos palis). Esta cova estava na Râjâgriha, a antiga capital da Magadha, e era a Cova Cheta de Associação de Futebol-hian, como justamente suspeitam alguns arqueólogos (5). O tempo e a imaginação humana diminuíram a pureza e a filosofia destes ensinos, quando, durante o curso de sua obra de proselitismo, foram transplantadas do círculo secreto e sagrado dos Arhats, a um chão menos preparado para as concepções metafísicas que a Índia; ou seja, assim que foram levadas a China, Japão, Siam e Birmania. A maneira como foi tratada a antiga pureza destas grandes revelações, pode ver-se estudando algumas das chamadas escolas buddhistas “esotéricas” da antigüidade em seu aspecto moderno, não somente na China e em outros países buddhistas em geral, a não ser até em não poucas escolas do Tibet, abandonadas aos cuidados de Lamas não iniciados e de inovadores mongois.

Assim é, que o leitor deve ter presente as muito importantes diferencia que existem entre o Buddhismo ortodoxo, ou seja os ensinos públicos da Gautama o Buddha, e seu Budhismo esotérico. Sua Doutrina Secreta não difere, entretanto, em maneira alguma da dos brâmanes iniciados de seu tempo. O Buddha era filho do chão ariano, um indo, um Kshatriya, discípulo dos “nascidos duas vezes” (os brâmanes iniciados) ou Dvijas. Seus ensinos, portanto, não podiam ser diferentes das doutrinas daqueles, pois toda a reforma buddhista consistiu simplesmente em revelar uma parte do que tinha permanecido secreto para todos os homens que estavam fora do “círculo encantado” dos iniciados do Templo e dos ascetas. Não podendo, por razão de seus votos, ensinar tudo que lhe tinha sido comunicado, e apesar de que Buddha ensinou uma filosofia fundada na base do verdadeiro conhecimento esotérico, participou ao mundo unicamente o corpo material externo daquela, e guardou sua alma para seus escolhidos. Muitos orientalistas que se dedicam ao chinês, ouviram falar da “doutrina da alma”. Nenhum parece ter compreendido sua verdadeira significação e importância. Aquela doutrina foi conservada em segredo, em muito secreto possivelmente, dentro do santuário. O mistério que envolvia seu dogma principal e suas aspirações mais exaltadas, o Nirvâna, chamou e irritou tanto a curiosidade de quão sábios o estudaram, que sendo incapazes de resolver o de uma maneira lógica e satisfatória desatando o nó Gordiano, preferiram cortá-lo, declarando que o Nirvâna significa a absoluta aniquilação. Para o final do primeiro quarto deste século, apareceu no mundo uma classe de literatura especial, cujas tendências de ano em ano se feito mais definidas. Apoiada, conforme diz ela mesma, nas soube investigações de sanscritistas e orientalistas em geral, foi considerada como científica. Às religiões, mitos e emblemas da Índia, do Egito e de outros povos antigos, lhes tem feito dizer tudo o que desejava o simbologista que expressassem, dando assim com freqüência a arruda forma exterior, em lugar da significação interna. Apareceram em rápida sucessão obra notabilísimas por suas engenhosas especulações e deduções formadas em círculo vicioso, por colocar-se geralmente conclusões antecipadas em vez de premissas, nos silogismos de vários sábios sânscritas ou palis; e assim foram alagadas as bibliotecas com dissertações mas bem sobre o culto fálico ou sexual que sobre o verdadeiro simbolismo, contradizendo-se além disso umas a outras. Esta é possivelmente a verdadeira razão porque hoje se permite que vejam a luz, depois de milhares de anos do silêncio e secreto mais profundos, os bosquejos de umas poucas verdades fundamentais da Doutrina Secreta das Idades Arcaicas. Digo de propósito “umas poucas verdades”, porque o que deve permanecer sem dizer-se, não poderia conter-se em um centenar de volúmenes como este, nem pode ser comunicado à presente geração de saduceos. Mas até o pouco que hoje se publica é preferível a um silêncio completo a respeito destas verdades vitais. O mundo atual, em sua louca carreira para o desconhecido, que o físico se acha muito disposto a confundir com o incognoscible sempre que o problema escapa a sua compreensão, progride rapidamente no plano oposto ao da espiritualidade. O mundo se converteu hoje em um vasto campo de combate, em um verdadeiro vale de discórdia e de perpétua luta, em uma necrópole aonde jazem sepultadas as mais elevadas e mais santas aspirações de nossa alma espiritual. Aquela alma se atrofia e paralisa mais e mais a cada geração nova. Os “amáveis infiéis e cumpridos caveiras” da sociedade de que fala Greeley, interessam-se bem pouco pela renovação das ciências mortas do passado; mas existe uma nobre minoria de estudantes entusiastas, que têm direito a aprender as poucas verdades que podem lhes ser dadas hoje; e agora muito mais que faz dez anos, quando Isis sem Véu apareceu, ou que quando as últimas tentativas para explicar os mistérios da ciência esotérica foram publicadas. As Estadias preliminares darão motivo a uma das maiores, e possivelmente mais séria objeção das que podem fazer-se, contra a correção da obra e da confiança que mereça. Como podem comprová-las declarações contidas nelas? À verdade, embora a maior parte das obras sânscritas, chinesas e mongolas citadas nos volúmenes pressente, são conhecidas por alguns orientalistas, a obra principal, aquela da qual as Estadias foram tomadas, não figura nas bibliotecas européias. O LIVRO DO DZYAN (ou DZAN) é completamente desconhecido a nossos filólogos, ou ao menos nenhum deles ouviu falar dele baixo este nome. Isto é, sem dúvida alguma, um grave obstáculo para todos aqueles que seguem os métodos de investigação prescriptos pela ciência oficial; mas para os estudantes de Ocultismo e para todo ocultista verdadeiro, isto terá pouca importância. O corpo principal das doutrinas dadas, encontra-se esparso em centenares e até milhares de manuscritos sânscritos, alguns já traduzidos, e como de costume desfigurados em suas interpretações, e outros esperando ainda que lhes chegue o

turno. Todo homem de ciência, portanto, tem meios de comprovar as afirmações e a maior parte das entrevistas que se fazem. será difícil encontrar a procedência de uns poucos feitos novos (novos unicamente para o orientalista profano), assim como a de algumas passagens dos Comentários que se citam. Várias dos ensinos também foram até a data transmitidas verbalmente; mas até estas mesmas, acham-se em todo caso indicadas nos quase inumeráveis volúmenes da literatura dos templos brahmánicos, chineses e tibetanos. Seja como fosse, e qualquer que seja a sorte reservada à autora por parte da crítica malévola, um fato é pelo menos completamente certo. Os membros de várias escolas esotéricas, cujo centro se acha além dos Himalayas e cujas ramificações podem encontrar-se na China, Japão, a Índia, o Tibet e até em Síria, como também na América do Sul, asseguram que têm em seu poder a soma total de todas as obras sagradas e filosóficas, tanto manuscritas como impressas, de fato todas as obras que se escrito, em quaisquer linguagens ou caracteres, desde que começou a arte da escritura, dos hieróglifos ideográficos, até o alfabeto do Cadmo e o Devanâgari. Constantemente afirmaram que da destruição da Biblioteca Alexandrina (6), todas as obras que por seu caráter tivessem podido conduzir aos profanos ao descobrimento final e compreensão de algum dos mistérios da Ciência Secreta, foram procuradas com diligência, graças aos esforços misturas dos membros destas Fraternidades. E acrescentam além aqueles que sabem, que uma vez encontradas todas estas obras foram destruídas, salvo três exemplares de cada uma que foram guardados cuidadosamente. Na Índia, os últimos destes inestimáveis manuscritos, foram guardados em um sítio oculto durante o reinado do Imperador Akbar. O professor Max Müller declara que nem o suborno nem as ameaças do Akbar foram capazes de arrancar aos brâmanes o texto original dos Veda, e entretanto, gaba-se de que os orientalistas europeus o possuem (7). É muito duvidoso que a Europa possua o íntegra, e possivelmente reserve o futuro surpresas muito desagradáveis para os orientalistas. afirma-se também que todos os livros sagrados desta espécie, cujo texto não se achava suficientemente velado pelo simbolismo, ou que continha referências diretas aos antigos mistérios, foram em primeiro término cuidadosamente copiados em caracteres criptográficos, tais para desafiar a arte do mais hábil dos paleógrafos, e destruídos depois até o último exemplar. Durante o reinado do Akbar, alguns cortesãos fanáticos. desgostados pela pecaminosa curiosidade do Imperador para as religiões dos infiéis, ajudaram por si mesmos aos brâmanes a ocultar seus manuscritos. Um daqueles foi Badâoni, o qual experimentava um horror não dissimulado para a mania do Akbar pelas religiões idólatras. Escreve Badâoni em seu Muntakhab at Tawârikh: Como eles (os Shrâmanas e Brâmanes) sobrepujam a todos os homens sábios em seus tratados de moral e sobre ciências físicas e religiosas, e alcançam um muito alto grau em seu conhecimento do futuro, em seu poder espiritual e na perfeição humana, apresentaram provas fundadas em razões e em testemunhos... e inculcaram suas doutrinas tão firmemente... que nenhum homem... podia ser capaz de dar lugar a que Sua Majestade duvidasse, mesmo que as montanhas se convertessem em pó, ou se rasgassem de repente os céus... S. M. se permitiu entrar em averiguações referentes às seitas destes infiéis, que não podem ser contados, dado o numerosos que são, e que possuem um sem-fim de livros revelados (8).

Esta obra “se conservou em segredo, e não foi publicada até o reinado do Jahângir”. Além disso, em todas as grandes e ricas Lamaserías existem criptas subterrâneas e bibliotecas em covas escavadas na rocha, sempre que os Gonpa Lhakhang se achem situados nas montanhas. Mais à frente do Tsaydam ocidental, nos solitários passos do Kuen-seg, existem vários destes sítios ocultos. Ao longo das cúpulas do Altyn-tag, cujo chão não chegou a pisar ainda planta alguma européia, existe uma reduzida aldeia perdida em uma garganta profunda. É um pequeno grupo de casas, mas bem que um monastério, com um templo de miserável aspecto, e um Lama ancião, um ermitão, que vive próximo a ele para estar a seu cuidado. Dizem os peregrinos que suas galerias e aposentos subterrâneos contêm uma coleção de livros, cujo número, segundo as cifras que se citam, é muito grande para poder colocar-se nem mesmo no Museu Britânico. Segundo a mesma tradição, as regiões na atualidade desoladas e áridas do Tarim (um verdadeiro deserto no coração do Turkestán) estavam cobertas na antigüidade de cidades ricas e florescentes. Hoje apenas alguns verdes oásis rompem a monotonia de sua terrível solidão. Um deles, que tapete o sepulcro de uma enorme cidade, enterrada no chão arenoso do

deserto, não pertence a ninguém, mas é visitado com freqüência por mongois e buddhistas. A tradição fala também de imensos recintos subterrâneos, de largas galerias cheias de tijolos e cilindros. Pode ser um rumor sem fundamento, e pode ser um fato real. É muito provável que tudo isto provoque um sorriso de dúvida. Mas antes de que o leitor ponha em tecido de julgamento a veracidade do dito, detenha-se e reflita a respeito dos seguintes feitos, bem conhecidos. As investigações coletivas dos orientalistas, e em especial os trabalhos verificados durante os últimos anos pelos que se dedicaram ao estudo da Filologia comparada e da Ciência das Religiões, têm-lhes feito compreender que um incalculável número de manuscritos, e até de obras impressas que se sabe existiram, não se encontram na atualidade. desapareceram sem deixar o menor rastro detrás de si. Se não tivessem sido obras de importância, puderam-se deixar perecer no curso ordinário do tempo, e até seus nomes mesmos se apagaram da memória humana. Mas não é assim; porque, como se assegura agora, a maior parte delas continham as verdadeiras chaves de obras existentes na atualidade, e que são inteiramente incompreensíveis para a maior parte de seus leitores, sem aqueles volúmenes adicionais de comentários e de explicações. Tal acontece, por exemplo, com as obras do Lao-tse, o predecessor do Confucio. diz-se dele que escreveu 930 livros sobre ética e religião, e 70 sobre magia: um milhar entre todos. Seu grande obra, o Tao-lhe-King, o coração de sua doutrina e a escritua sagrada do Tao-sse, contém tão somente, como o demonstra Estanislao Julien, “ao redor de 5.000 palavras” (9), em uma dúzia escassa de páginas; embora o professor Max Müller diz que “o texto é ininteligível sem comentários, de tal modo, que Mr. Julien teve que consultar a mais de 60 comentadores com motivo de sua tradução, dos quais o mais antigo procedia do ano 163 antes de Cristo”, e não de época anterior, como vemos. Durante os quatro séculos e médio que precederam a este “mais antigo” dos comentadores, houve tempo mais que suficiente para ocultar a verdadeira doutrina do Lao-tse a todos, menos a seus sacerdotes iniciados. Os japoneses, entre quem se encontra na atualidade os mais sábios sacerdotes adeptos do Laotse, riem simplesmente ante os disparates e hipótese dos europeus eruditos em chinês; e a tradição afirma que os comentários que a nossos sinólogos do Ocidente chegaram, não são os verdadeiros documentos ocultos, a não ser véus intencionados; e que tanto os verdadeiros comentários, como quase todos os textos, desapareceram faz comprido tempo dos olhos dos profanos. Sobre as obras do Confucio, lemos: Se nos voltarmos para a China, encontramo-nos com que a religião do Confucio estrá fundada nos Cinco King, e nos quatro livros Shu, em si mesmos de extensão considerável e acompanhados de comentários volumosos, sem os quais nem mesmo os mais eruditos podem aventurar-se a sondar as

profundidades de seu canon sagrado (10). Mas não as sondaram, e esta é precisamente a queixa dos confucionistas, como o deplorou em 1881 em Paris um dos mais sábios destes. Se nossos eruditos dirigirem o olhar à antiga literatura das religiões semíticas, às Escrituras de Esquenta, a irmã maior e professora, se não a origem, da Bíblia Mosaica, base e ponto de partida do Cristianismo, o que é o que encontram? O que é o que fica para perpetuar a memória das antigas religiões de Babilônia, para consignar nos anais o vasto ciclo de observações astronômicas dos magos caldeos, para justificar a tradição de sua literatura esplêndida e eminentemente oculta? Somente uns poucos fragmentos que, conforme se diz, são do Beroso. Estes, entretanto, carecem quase de valor até como guia para descobrir o caráter do que desapareceu; pois passaram pelas mãos do Reverendo Bispo da Cesárea (11), aquele que por si mesmo se constituiu em censor e editor dos sagrados anais das religiões de outros; e até hoje levam, indubitavelmente, o selo de sua mão eminentemente veraz e digna de fé. Porque, qual é a história deste tratado, sobre a em um tempo grande religião de Babilônia? Escrito em grego para o Alejandro o Grande, pelo Beroso, sacerdote do templo de Belo, de conformidade com os anais astronômicos e cronológicos que compreendiam um período de 200.000 anos, e que conservavam os sacerdotes daquele templo, perdeu-se. No primeiro século anterior a nossa era, Alejandro Polyhistor escreveu uma série de extratos desta obra, que também se perderam. Eusebio fez uso destes extratos para escrever seu Chronicon (270340 de nossa era). Os pontos de semelhança, quase de identidade, entre as Escrituras hebréias e as esquenta (12), convertiam a estas últimas em um verdadeiro perigo para o Eusebio, dado seu papel de defensor e campeão da nova fé que tinha adotado as Escrituras

hebréias, e com elas uma cronologia absurda. Agora bem; é quase seguro que Eusebio não perdoou as pranchas egípcias sincrônicas do Manethon. Tanto é assim, que Bunsen (13) acusalhe de ter mutilado a história da maneira mais desavergonhada; e tanto Sócrates, historiador do século V, como Sincello, vicepatriarca de Constantinopla ao princípio do século VIII, denunciam-lhe como o mais ousado e cínico falsificador. Será, portanto, provável, que tratasse com maior respeito os anais caldeos, que por aquele tempo já ameaçavam à nova religião tão irreflexivamente aceita. Assim, com exceção destes mais que duvidosos fragmentos, toda a literatura sagrada dos caldeos desapareceu que a vista dos profanos, tão por completo como a perdida Atlántida. Uns poucos feitos que se achavam contidos na História do Beroso se declararão mais adiante e poderão arrojar grande luz sobre o verdadeira origem dos Anjos Cansados, personificados pelo Bel e o Dragão. Voltando agora para mais antigo modelo da literatura ária, o Rig Veda, encontrará-se o estudante, seguindo estritamente os dados subministrados pelos mesmos orientalistas, que embora o Rig Veda contém só 10.580 versos, ou 1.028 hinos, não se compreendeu corretamente até hoje, apesar dos Brâhmanas e da massa de glosas e comentários. E por que? Evidentemente porque os Brâhmanas, “os tratados mais antigos e escolásticos a respeito dos primitivos hinos”, requerem eles mesmos uma chave, que não conseguiram encontrar os orientalistas. O que dizem os sábios pelo que faz à literatura buddhista? conseguiram obtê-la completa? Não, certamente. Não obstante os 325 volúmenes do Kanjur e do Tanjur dos buddhistas do Norte, cada um de cujos volúmenes, conforme se diz, “peso de quatro a cinco libras”, nada, à verdade, sabe-se sobre o verdadeiro lamaísmo. Entretanto, do canon sagrado se diz que contém 29.368.000 letras no Saddaharmâlankâra (14), ou seja, prescindindo de tratados e de comentários, cinco ou seis vezes a matéria que contém a Bíblia, a qual segundo o professor Max Müller, tão somente contém 3.567.180 letras. Não obstante, pois, estes 325 volúmenes (em realidade são 333, compreendendo 108 o Kanjur e 225 o Tanjur), “os tradutores, em lugar de nos proporcionar as versões corretas as mesclaram com seus próprios comentários, com o propósito de justificar os dogmas de suas diversas escolas” (15). Além disso, “segundo uma tradição conservada pelas escolas buddhistas, tanto do Norte como do Sul, o canon sagrado buddhista compreendia em sua origem 80.000 ou 84.000 tratados; mas a maior parte deles se perderam, e só ficaram 6.000”, como diz o professor a seu auditório. Perdidos para os europeus, é obvio. Mas, quem pode ter a segurança completa de que se perderam igualmente para os buddhistas e brâmanes? Tendo em conta a reverência dos buddhistas por toda linha escrita sobre a Buddha e a Boa Lei, a perda de perto de 76.000 tratados parece milagrosa. Se tivesse sido viceversa, qualquer conhecedor do curso natural dos sucessos assinaria a afirmação de que destes 76.000 tratados, 5.000 ou 6.000 podiam ter sido destruídos durante as perseguições e as emigrações procedentes da Índia. Mas como está bem confirmado que os Arhats buddhistas começaram seu êxodo religioso com o propósito de propagar a nova fé além de Cachemira e dos Himalayas, no ano 300 antes de nossa era (16), e que chegaram a China no ano 61 depois de Cristo (17), quando Kazyapa, a convite do Imperador Ming-ti, foi ali para ensinar ao “Filho do Céu” as doutrinas do buddhismo; parece estranho ouvir falar com os orientalistas de semelhante perda como se fora realmente possível. Nem por um momento parecem conceder a possibilidade de que os textos estejam perdidos somente para o Ocidente e para eles; ou que os povos asiáticos possuam a não igualada integridade de conservar seus mais sagrados anais fora do alcance dos estrangeiros, recusando entregá-los à profanação e ao mau emprego, até de raças tão “excessivamente superiores” a eles mesmos. A julgar pelas lamentações expressas e pelas confissões numerosas de todos os orientalistas (18), pode o público estar bem seguro: 1º De que os eruditos nas antigas religiões possuem, à verdade, muito poucos dados para poder fundar as conclusões finais que em geral promulgam com referência às velhas crenças; e 2º De que tal carência de dados não lhes impede no mais mínimo dogmatizar. Poderia acreditar-se que, graças aos numerosos anais da teogonía e mistérios egípcios, conservados nos clássicos e em vários escritos antigos, os ritos e dogmas do Egito dos Faraós teriam que ser pelo menos bem compreendidos; e de todos os modos melhor que as filosofias e panteísmo muito abstrusos da Índia, a respeito de cuja religião e linguagem logo que tinha a Europa a menor ideia antes do princípio deste século. Com o passar do Nilo e na superfície de todo o país, existem agora mesmo, procedentes de exumações anuais e até diárias, relíquias sempre frescas que eloqüentemente

narram sua própria história. E, entretanto, não é assim. O mesmo sábio filólogo de Oxford confessa a verdade dizendo: Contemplamos ainda em pé as pirâmides e as ruínas de templos e labirintos com seus muros talheres de inscrições hieroglíficas e das estranhas pinturas de deuses e deusas. Em cilindros de papiro que parecem desafiar os estragos do tempo, temos fragmentos do que poderia chamá-los livros sagrados dos egípcios. Entretanto disto, embora se decifrou muito concernente aos antigos documentos daquela raça misteriosa, a fonte principal da religião do Egito, e a intenção original de suas culto e cerimônias, estão muito longe de ter sido completamente descobertas para nós (19).

Uma vez mais, aí estão os misteriosos documentos hieroglíficos; mas as chaves que sós poderiam fazê-los inteligíveis, desapareceram. Tão pouco inteirados estão nossos grandes egiptólogos dos ritos funerários dos egípcios, e dos sinais exteriores referentes às diferenças de sexo nas múmias, que cometeram ridículos equívocos. Só faz um ou dois anos que uma daquelas foi descoberta no Bulaq, Cairo. A múmia, que tinha sido considerada como a esposa de um faraó pouco importante, converteu-se, graças à inscrição de um amuleto pendurado no pescoço, na do Sesostris, o rei maior do Egito! Entretanto, tendo encontrado que “existe uma relação natural entre a linguagem e a religião”, e que “existiu uma religião ária comum, antes da separação da raça ária”; “uma religião semítica comum, antes da separação da raça semítica”; e “uma religião turania comum, antes da separação dos chineses e das outras tribos pertencentes à classe turania”; havendo de fato descoberto unicamente “três antigos centros de religião”, e “três centros de linguagem”; e apesar de permanecer na mais completa ignorância, tanto no referente a aquelas religiões e linguagens primitivas, como no relativo a sua origem, o professor não vacila em declarar que “se encontrou uma base histórica verdadeira para tratar cientificamente das principais religiões do mundo”. “Tratar cientificamente” de um assunto, não é, em maneira alguma, uma garantia em pró de sua “base histórica”; e com tal escassez de dados à mão, nenhum filólogo, por eminente que seja, está autorizado para dar suas próprias conclusões como feitos históricos. Sem dúvida alguma, que o eminente orientalista demonstrou por completo e a satisfação do mundo, que de acordo com a lei do Grimm, relativa às regras fonéticas, Odín e Buddha são dois personagens diferentes, e de tudo distintos um do outro, e o demonstrou cientificamente. Entretanto, quando aproveita a oportunidade de dizer a artigo seguido, que Odín “foi adorado como a deidade suprema durante um período muito anterior à época dos Veda e do Homero” (20), carece da menor “base histórica” para isso; mas põe à história e aos fatos ao serviço de suas próprias conclusões, as quais poderão ser muito “científicas” aos olhos dos orientalistas, apesar de que se acham muito longe da verdade real. As opiniões contraditórias dos diversos filólogos e orientalistas eminentes, desde o Martín Haug até o mesmo Max Müller, a propósito dos assuntos de cronologia, como acontece no caso dos Veda, são uma prova evidente de que a afirmação não tem base “histórica” alguma em que apoiar-se, sendo freqüentemente a “evidência interna” a luz de um fogo fátuo em vez de um farol seguro que sirva de guia. Tampouco tem a moderna ciência da mitologia comparada, argumento algum melhor que opor à asseveração dos eruditos escritores que, durante o século passado, insistiram em que deviam ter existido “fragmentos de uma revelação primitiva feita aos antecessores do gênero humano... conservados nos templos da Grécia e disto Itália é precisamente o que todos os Iniciados e panditas orientais vieram proclamando ante o mundo de tempo em tempo. E enquanto que um eminente sacerdote cingalés assegurou a que isto escreve, que era coisa bem sabida que os principais tratados buddhistas, pertencentes ao canon sagrado, permaneciam guardados em países e lugares inacessíveis aos panditas europeus, o chorado Svâmi Dayânand Saravasti, o sanscritista maior de sua época na Índia, declarou a alguns membros da Sociedade Teosófica o mesmo feito, com respeito a antigas obras brahmánicas. Quando lhe disse que o professor Max Müller tinha manifestado aos ouvintes de seus Discursos, que a teoria de “que existiu uma revelação primitiva e sobrenatural, feita aos pais da raça humana, encontra hoje poucos sustentadores”, aquele homem, tão santo como sábio, pôs-se a rir. Sua resposta foi significativa: “Se Mr. Moksh Mooller (assim pronunciava o nome) fora um brâmane e viesse comigo, poderia lhe levar a uma caverna gupta (uma cripta secreta), perto do Okhee Math, nos Himalayas, aonde logo encontraria que o que cruzou o Kâlapâni (as negras águas do Oceano), da Índia a Europa, eram só fragmentos de cópias desprezadas de algumas paisagens tiradas de nossos livros sagrados. existiu uma “revelação primitiva”, conserva-se ainda; e não se perderá para o mundo, mas sim reaparecerá; embora,

é obvio, os Mlechchhas (21) terão que aguardar”. Havendo-se interrogado a respeito deste ponto, não quis dizer mais. Isto ocorria no Meerut em 1880. Sem dúvida foi cruel a brincadeira feita na Calcuta o século passado pelos brâmanes ao Coronel Wilford e ao Sir William Jones. Mas foi bem castiga, e ninguém neste assunto se fez credor a censuras, mais que os missionários e o mesmo Coronel Wilford. Os primeiros, segundo testemunho do mesmo Sir William Jones (22), foram tão insensatos que chegaram a sustentar que “os indos, até agora, eram quase cristãos, porque seu Brahmâ, Vishnu e Maheza, não eram outra coisa mais que a trindade cristã” (23). Foi uma boa lição; fez aos sábios orientalistas duplamente precavidos, mas possivelmente deu lugar também a que alguns deles se tornaram em excesso suspicazes, e foi causa, por reação, de que o pêndulo das conclusões precedentes oscilasse de modo exagerado no sentido oposto. Porque “aquela primeira provisão do mercado brahmánico”, oferecida à demanda do Coronel Wilford, produziu agora nos orientalistas a necessidade evidente e o desejo de declarar a quase todos os manuscritos sânscritos arcaicos, tão modernos, que justificassem plenamente aos missionários, ao aproveitar-se da oportunidade. Que assim o fazem, e até onde alcançam suas faculdades mentais, provam-no-as absurdas tentativas levadas a cabo ultimamente, para demonstrar que toda a narração Puránica a respeito da Krishna era um plágio da Bíblia feito pelos brâmanes! Mas os fatos citados pelo professor de Oxford em suas Conferências, relativas às ao presente famosas interpolações feitas em benefício do Coronel Wilford, embora mais tarde para desgosto dele, não se opõem às conclusões que deve tirar indevidamente o que estude a Doutrina Secreta. Porque, se os resultados demonstrarem que nem o Novo nem mesmo o Antigo Testamento tomaram coisa alguma da religião mais antiga de brâmanes e buddhistas, não se segue daqui que os judeus não tenham tomado quanto sabiam dos anais caldeos, que foram mutilados mais tarde pelo Eusebio. Por isso respeita aos caldeos, é seguro que adquiriram seus primitivos conhecimentos dos brâmanes; pois Rawlinson mostra uma indubitável influencia védica na mitologia primitiva de Babilônia; e faz muito tempo que o Coronel Vans Kennedy declarou, com notável exatidão, que Babilônia foi, por razão de sua origem, centro da sabedoria brahmánica e sânscrita. Mas todas estas provas devem perder seu valor em presença da última teoria do professor Max Müller. Qual seja esta, todo mundo sabe. O código das leis fonéticas chegou a ser um dissolvente universal de todas as identificações e “conexões” entre os deuses de muitos povos. Assim, embora a Mãe de Mercúrio (Buddha, Thoth-Hermes, etc.), era Maia; apesar de que a mãe da Gautama Buddha se chamou também Mâyâ; e embora a mãe do Jesus era deste modo Mâyâ (Ilusão, porque María é Mare, o Mar, simbolicamente a grande Ilusão), entretanto, estes três personagens não têm entre si conexão alguma, nem podem tê-la, desde que Bopp “estabeleceu seu código de leis fonéticas”. Em seu afã de reunir as muitas meadas da história não escrita, é à verdade atrevimento de parte de nossos orientalistas, negar a priori tudo o que não encaixa em suas conclusões especiais. Assim, enquanto diariamente se fazem novos descobrimentos de grandes artes e ciências, que existiram lá na noite dos tempos, nega-se até o mesmo conhecimento da escritura a algumas das nações mais antigas, as considerando bárbaras em lugar de cultas. Entretanto, ainda se encontram os rastros de uma civilização imensa, até no Ásia Central. Esta civilização é indubitavelmente pré-histórica. E como poderia existir civilização alguma sem literatura em uma ou outra forma, e sem anais nem crônicas? O sentido comum basta para suprir os elos quebrados na história das nações que foram. A gigantesca e não interrompida muralha de montanhas que borda toda a meseta do Tibet, do curso superior do rio Khuan-Khé até as colinas do Karakorum, foi testemunha de uma civilização que durou milhares de anos, e poderia revelar à humanidade bem estranhos secretos. As porções Oriental e Central daquelas regiões -o Nanchang e o Alty-Tâgh- estiveram um tempo cobertas de cidades que bem poderiam competir com Babilônia. Um completo período geológico passou sobre aquela terra, desde que tais cidades exalaram seu último fôlego, como o testemunham os Montes de areias movediças e o chão estéril, e agora morto, das imensas planícies centrais da concha do Tarim. Os territórios fronteiriços destes países, é o que somente, de um modo superficial, conhecem os viajantes. No interior daquelas arenosas planícies há água e se encontram frescos oásis florescentes, onde nenhum pé europeu se aventurou a penetrar, temeroso de um chão na atualidade traiçoeiro. Entre estes verdes oásis existem alguns por completo inacessíveis, até para os indígenas profanos que viajam pelo país. Os furacões podem “arrebatar as areias e cobrir planícies inteiras”; mas são impotentes para destruir o que está fora de seu alcance. Os metrôs construídos nas vísceras da terra,

asseguram os tesouros ali encerrados; e como as entradas se acham ocultas, não há perigo de que ninguém os descubra, mesmo que vários exércitos invadissem os arenosos desertos, aonde Nem poço, nem arbusto, nem moradia se divisam E a cordilheira forma uma áspera defesa Em volto das áridas planícies do deserto...

Mas não é necessário enviar ao leitor ao través do deserto, posto que as mesmas provas em favor da existência de antigas civilizações se encontram em pontos relativamente povoados daquela região. O oásis do Tchertchen, por exemplo, situado a 4.000 pés sobre o nível do rio Tchertchen-Darya, está rodeado ao presente em todas direções por ruínas de cidades arcaicas. 3.000 seres humanos representam ali os restos de cem raças e nações extintas, cujos nomes mesmos desconhecem por completo nossos etnólogos. Um antropólogo se encontraria muito apurado se tivesse que proceder a classificá-los, dividi-los e subdividi-los; quanto mais quanto que os descendentes respectivos de todas aquelas raças e tribos antediluvianas sabem tão pouco no referente a seus próprios antepassados como se tivessem cansado da Lua. Quando lhes pergunta a respeito de sua origem, respondem que não sabem de onde vieram seus pais; mas que ouviram dizer que seus primeiros, ou primitivos, ascendentes foram governados pelos grandes Gênios daqueles desertos. isto poderia atribuirse a ignorância e superstição; mas em vista dos ensinos da Doutrina Secreta, a resposta pode considerar-se fundada na tradição primitiva. Só a tribo do Khoorassan pretende ter vindo do país conhecido hoje como Afghanistán, muito tempo antes do Alejandro, e apresenta conhecimentos legendários em corroboração deste fato. O viajante russo Coronel Prjevalsky (agora Geral) encontrou quase tocando ao oásis do Tchertchen as ruínas de duas imensas cidades, a mais antiga das quais, segundo a tradição local, foi destruída faz 3.000 anos por um herói gigante, havendo-o sido a outra pelos mongois no décimo século de nossa era. A convocação de ambas as cidades acha-se talher agora, por virtude das areias movediças e do vento do deserto, de relíquias estranhas e heterogêneas; fragmentos de porcelana, utensílios de cozinha e ossos humanos. Os indígenas encontram com freqüência moedas de cobre e de ouro, lingotes de prata fundida, diamantes e turquesas, e, o que é ainda mais notável, vidro quebrado... Ataúdes de um material ou madeira incorruptível também, onde se encontram corpos embalsamados e conservados admiravelmente... As múmias dos homens revelam indivíduos de uma estatura e robustez extraordinárias, e com ondeadas cabeleiras... encontrou-se uma abóbada com doze cadáveres. Outra vez em um ataúde separado, encontramos o de uma moça. Seus olhos estavam fechados com discos de ouro, e suas mandíbulas fortemente sujeitas por um aro de ouro que lhe agarrava a barba até a parte superior da cabeça. Estava vestida com túnica de lã, rodeada, tinha o peito coberto de estrelas de ouro e os pés nus (24).

A isto acrescenta o famoso viajante que durante todo seu caminho com o passar do rio Tchertchen, chegaram a seus ouvidos lendas referentes a vinte e três cidades sepultadas faz muito tempo pelas areias movediças do deserto. A mesma tradição existe no Lob-nor e no oásis da Kerya. Os rastros de tal civilização junto com estas e parecidas tradições nos dão direito para conceder crédito a outras lendas, autorizadas por indos e mongois educados e eruditos, que falam de imensas bibliotecas salvas das areias, e de outros vários restos do antigo Saber Mágico, todo o qual se acha depositado em lugares seguros. Recapitulando: A Doutrina Secreta foi a religião universalmente difundida do mundo antigo e pré-histórico. As provas de sua difusão, os anais autênticos de sua história, uma série completa de documentos que demonstram seu caráter e sua presença em todos os países, junto com os ensinos de todos seus grandes Adeptos, existem até hoje nas criptas secretas das bibliotecas pertencentes à Fraternidade Oculta. Esta afirmação se credita com os fatos seguintes: a tradição dos milhares de pergaminhos antigos salvos quando a Biblioteca Alexandrina foi destruída; os milhares de obras sânscritas desaparecidas na Índia durante o reinado do Akbar; a tradição universal existente, tanto na China como no Japão, de que os verdadeiros textos antigos com os comentários que unicamente podem fazê-los inteligíveis, e que somam muitos milhares de volúmenes, faz muito tempo que estão fora do alcance de mãos profanas; o desaparecimento da vasta literatura sagrada e oculta de Babilônia; a perda das chaves que poderiam unicamente resolver os mil enigmas contidos nos anais dos hieróglifos egípcios; a tradição

existente na Índia de que os verdadeiros comentários secretos, únicos que podem fazer inteligíveis os Veda, embora não são visíveis para os profanos, estão a disposição do Iniciado, ocultos em covas e criptas secretas; e a idêntica crença dos buddhistas, por isso faz a seus livros sagrados. Os ocultistas afirmam que todos estes existem, a talher da espoliação de mãos ocidentais, para reaparecer em uma época mais ilustrada, pela qual, segundo as palavras do chorado Svâmi Dayânand Sarasvati, “os Mlechchhas (proscritos, selvagens, aqueles que se acham fora da civilização ária) terão que esperar ainda”. Não é culpa de quão iniciados tais documentos estejam hoje “perdidos para o profano, nem foi sua conduta aconselhada pelo egoísmo, ou por desejo algum de monopolizar o sagrado saber que dá a vida. Havia algumas parte da Ciência Secreta que deviam permanecer ocultas aos profanos durante idades sem conto. Mas isto era devido a que o comunicar à multidão secretos de uma importância tão tremenda, sem estar preparada para isso, tivesse sido equivalente a entregar a um menino uma vela acesa e lhe colocar em um paiol de pólvora. A resposta a uma pergunta que, com freqüência, fazem os que se dedicam a estes estudos, ao encontrar-se com uma afirmação como a anterior, pode esboçar-se aqui. Compreendemos -dizem- a necessidade de ocultar à massa secretos tais como o do Vril, ou o da força que destrói rochas, descoberta pelo J. W. Keeley, da Filadelfia; mas o que não podemos compreender é como pode haver perigo algum na revelação de uma doutrina puramente filosófica, tal como, por exemplo, a da evolução das Cadeias Planetárias. O perigo está em que doutrinas tais como a da Cadeia Planetária, ou a das sete Raças, subministram certamente uma guia segura para o descobrimento da séptuple natureza do homem; pois cada um dos princípios humanos está em correlação com um plano, com um planeta e com uma raça; e os princípios humanos, em todos os planos, são correlativos a forças ocultas de natureza séptuple; sendo as correspondentes aos planos mais elevados, de uma potência formidável. Assim é, que qualquer classificação septenaria proporciona certamente uma guia segura para descobrir poderes ocultos tremendos, cujo abuso seria origem de males incalculáveis para a humanidade; uma guia que possivelmente não o seja para a geração presente, em especial para os ocidentais, protegidos por sua própria cegueira e por sua ignorante incredulidade materialista no referente às coisas ocultas, mas uma guia que tivesse sido, entretanto, de um efeito bem real nos primeiros séculos da Era cristã, em que se tratava de gente convencidas por completo da realidade do Ocultismo, e que entrando em um ciclo de degradação, hallábanse predispostas a abusar dos poderes ocultos, e a exercer a feitiçaria da pior espécie. Os documentos se ocultaram, é verdade; mas nunca fizeram um segredo nem do conhecimento mesmo, nem de sua existência real, os Hierofantes do Templo, no qual sempre foram os MISTÉRIOS uma disciplina e um estímulo para a virtude. Estas são novidades bem antigas, e repetidas vezes foram dadas a conhecer pelos grandes Adeptos, desde o Pitágoras e Platón, haasta os neoplatónicos. A nova religião dos nazarenos foi a que verificou uma mudança desvantajosa, na regra de conduta seguida durante séculos. Além disso há um fato bem conhecido -feito curioso corroborado à escritora por um respeitável cavalheiro, agregado muitos anos a uma embaixada russa- e é que existem vários documentos nas Bibliotecas Imperiais de São Petersburgo, que demonstram que em uma época tão recente como a em que a Francmasonería e as Sociedades Secretas de místicos floresciam livremente na Rússia, ou seja a fins de último século e princípios do presente, mais de um místico russo se dirigiu ao Tibet através dos Montes Urales, para adquirir o saber e a iniciação nas desconhecidas criptas do Ásia Central; e mais de um voltou depois com um tesouro de conhecimentos que nunca tivesse podido adquirir em parte alguma da Europa. Vários casos poderiam citar-se, junto com nomes bem conhecidos, se não fora porque tal publicidade poderia incomodar aos parentes, que hoje vivem, dos últimos Iniciados. que queira sabê-lo pode consultar os anais e a história da Francmasonería nos arquivos da metrópole russa, e poderá assegurar-se por si mesmo da realidade dos fatos citados. Isto é uma corroboração do afirmado antes muitas vezes, desgraçadamente com muita indiscrição. Em lugar de produzir benefícios à humanidade, os cargos virulentos de invenção deliberada e de impostura, lançados de propósito sobre os que tão somente afirmavam um fato real, embora pouco conhecidos, engendraram unicamente mau Carma para os caluniadores. Mas o dano já parece, e não deve recusá-la verdade por mais tempo, sejam quais forem as conseqüências. É a Teosofía uma nova religião? -nos pergunta-. Não; não é uma “religião” nem é

“nova” sua filosofia; pois como já se declarou, é tão antiga como o homem pensador. Seus princípios não se publicaram agora por primeira vez, mas sim foram cautelosamente comunicados e ensinados por mais de um Iniciado europeu, especialmente pelo extinto Ragón. mais de um grande erudito declarou que não existiu jamais nenhum fundador religioso, seja ariano, semita ou turanio, que tenha inventado uma nova religião ou revelação uma nova verdade. Todos aqueles fundadores foram transmissores, não professores originais. Foram autores de formas e de interpretações novas; mas as verdades em que se apoiavam seus ensinos, eram tão antigas como a humanidade. Assim escolhiam e ensinavam às massas uma ou mais das muitas verdades reveladas verbalmente à humanidade em um princípio, e conservadas e perpetuadas por transmissão pessoal, feita de uma a outra geração de iniciados no Adyta dos templos, durante os Mistérios -realidades visíveis tão somente para os Sábios e Videntes verdadeiros-. Assim é como cada nação recebeu a sua vez algumas das verdades susodichas, sob o véu de seu simbolismo próprio, local e especial, o qual, andando o tempo, desenvolveu um culto mais ou menos filosófico, um Panteão sob um disfarce mítico. Por isso Confucio (na cronologia histórica um legislador muito antigo e um sábio muito moderno na história do mundo) é famoso enfaticamente pelo Dr. Legge (25) como transmissor, não como autor. Como ele mesmo dizia: “eu unicamente transmito; não posso criar coisas novas. Acredito nos antigos, e portanto, os amo” (26). Também os ama a que escreve estas linhas, e crie, portanto, nos antigos, e nos modernos herdeiros de sua Sabedoria. E acreditando em ambos, transmite agora o que recebeu e aprendeu por si mesmo, a todos aqueles que queiram aceitá-lo. Para aqueles que rechacem seu testemunho, que será a imensa maioria, não guardará o menor ressentimento, pois estão em seu direito negando, do mesmo modo que ela usa do seu próprio ao afirmar; sendo o certo que as duas partes contemplam a Verdade desde dois pontos de vista por completo diferentes. De acordo com as regras da crítica científica, o orientalista tem que desprezar a priori qualquer declaração que não possa demonstrar por si mesmo. E como poderia um sábio ocidental aceitar puramente de ouvidas aquilo a respeito do qual nada conhece? À verdade, o que se dá a luz nestes volúmenes, foi escolhido assim de ensinos orais como escritas. Esta primeira apresentação das doutrinas esotéricas está apoiada sobre Estadias que constituem os anais de um povo que a etnologia desconhece. Estão escritas aquelas, conforme se afirma, em uma língua que se acha ausente do catálogo das linguagens e dialetos que conhece a filologia; assegura-se que surgiram que uma fonte que a ciência repudia: isto é, o Ocultismo; e finalmente são oferecidas ao público pelo intermédio de uma pessoa desacreditada sem cessar ante o mundo, por todos quantos odeiam as verdades vindas a deshora, ou pelos que têm alguma preocupação particular que defender. Assim é que o repúdio destes ensinos é coisa que pode esperar-se, e até deve esperar-se de antemão. Nenhum dos que se chamam a si mesmos “eruditos”, em qualquer dos ramos da ciência exata, permitirá-se olhar estes ensinos seriamente. Durante este século serão ludibriadas e rechaçadas a priori; mas neste século unicamente, porque no século XX de nossa Era, começarão a conhecer quão eruditos a Doutrina Secreta não foi nem inventada nem exagerada, a não ser pelo contrário, tão somente esboçada; e finalmente, que seus ensinos são anteriores aos Veda. Não é isto uma pretensão de profetizar, a não ser uma singela afirmação fundada no conhecimento dos fatos. Em cada século tem lugar uma tentativa para demonstrar ao mundo que o Ocultismo não é uma superstição vã. Uma vez que a porta fique algo entreabierta, irá-se abrindo mais e mais nos séculos sucessivos. Os tempos são a propósito para conhecimentos mais sérios que os até a data permitidos, embora têm ainda que ser muito limitados. Não foram os mesmos Veda ludibriados, rechaçados e chamados uma “falsificação moderna”, não faz ainda cinqüenta anos? Não houve uma época em que se declarou ao sânscrito filho do grego, e um dialeto derivado deste último, segundo Lemprière e outros eruditos? O professor Max Müller diz que até 1820, os livros sagrados dos brâmanes, os dos magos e os dos buddhistas, “eram desconhecidos; dudábase até de sua existência mesma, e não existia nem um solo erudito que tivesse podido traduzir uma linha dos Veda... do Zend Avesta... ou do Tripitaka buddhista; e agora está demonstrado que os Veda pertencem à antigüidade mais remota, sendo sua conservação quase uma maravilha”. O mesmo se dirá da Doutrina Secreta Arcaica quando se derem provas inegáveis de sua existência e de seus anais. Mas terão que passar séculos antes que se publique muito mais dela. Falando da chave para os mistérios do Zodíaco, quase perdida para o mundo, fez já observar a escritora no Isis sem Véu, fará uns dez anos, que: “À sorte chave devem dar-se o

sete voltas antes de que todo o sistema possa ser divulgado. Daremo-lhe nós uma volta tão somente, permitindo com isto ao profano que perceba uma vislumbre do mistério. Feliz aquele que compreenda o tudo!” O mesmo pode dizer do Sistema Esotérico em sua totalidade. Uma volta e não mais se deu à chave, no Isis sem Véu. Nestes volúmenes se explica muito mais. Naqueles dias logo que conhecia a escritora a língua em que a obra foi escrita, e havia proibição de falar com a liberdade de agora, a respeito de muitas coisas. No século XX, algum discípulo melhor informado, e com qualidades muito superiores, poderá ser enviado pelos Professores de Sabedoria para dar provas definitivas e irrefutáveis de que existe uma Ciência chamada Gupt Vidyâ; e que, a maneira das fontes do Nilo em um tempo misteriosas, a fonte de todas as religiões e filosofias na atualidade conhecidas pelo mundo, permaneceu durante muitas épocas esquecida e perdida para os homens, mas foi encontrada por fim. A uma obra tal como esta, não podia servir de introdução um simples prefácio, necessitava mas bem um volume; um volume que exponha feitos, não meras disquisiciones, posto que A DOUTRINA SECRETA não é um tratado ou série de teorias vagas, mas sim contém tudo que pode dar-se ao mundo neste século. Seria inútil publicar nestas páginas aquelas porções dos ensinos esotéricos que saíram à presente do mistério, sem que se estabeleça primeiro a autenticidade, ou pelo menos a probabilidade da existência de semelhantes ensinos. As afirmações que vão fazer se, têm que apresentar-se garantidas por várias autoridades, tais como a dos antigos filósofos, a dos escritores clássicos e até a de eruditos Pais da Igreja, alguns dos quais conheciam estas doutrinas pelas haver estudado, por ter visto e lido obra escritas a respeito delas; e até houve entre eles quem fosse iniciados pessoalmente nos antigos Mistérios, durante cuja celebração se representavam alegoricamente as doutrinas ocultas. A escritora terá que citar nomes históricos e dignos de confiança, e autores bem conhecidos, antigos e modernos, de reconhecida competência, julgamento reto e veracidade; assim como também nomeará a algum dos mais famosos nas artes e ciências secretas, junto com os mistérios destas últimas, tal como foram divulgados, ou melhor dizendo, parcialmente apresentados ante o público, em sua estranha forma arcaica. Como deve fazer-se isto, qual é o meio melhor para obter tal objeto, foi sempre a questão. A fim de esclarecer o plano que nos propomos, ponhamos um exemplo. Quando um viajante procedente de países bem explorados, chega de repente às fronteiras de uma terra incognita, circundada e oculta à vista por uma formidável barreira de rochas infranqueáveis, pode, entretanto, negar-se a reconhecer que se viu burlado em seus planos de exploração. Élhe impossível passar adiante. Mas se não poder visitar a região misteriosa pessoalmente, pode, sim, encontrar meio de examiná-la da distância mais curta a que possa chegar. Auxiliado de seu conhecimento dos países que deixou atrás, pode adquirir uma idéia geral e bastante correta da perspectiva que há além das barreiras, tão somente subindo a mais elevada altura que diante de si tem. Uma vez ali, pode estender o olhar a seu prazer, comparando o que confusamente percebe com o que acaba de deixar atrás; pois já, graças a seus esforços, encontra-se além da linha das névoas e dos topos cobertas de nuvens. Tal ponto de observação preliminar não pode ser devotado nestes seis volúmenes a aqueles que desejem compreender de um modo mais correto os mistérios dos períodos prearcaicos citados nos textos. Mas se o leitor tem paciência e quer jogar uma olhada à presente estado das diversas crenças existentes na Europa, as comparar e as contrapor ao que a história refere das épocas que diretamente precederam e seguiram à era cristã, poderá encontrar tudo isto em um futuro volume da presente obra (27). Em ditos volúmenes se fará uma breve recapitulação de todos os Adeptos principais conhecidos na história; e se dará notícia de como os Mistérios decaíram, depois do qual começou a desaparecer e a apagar-se da memória dos homens, ao fim de modo definitivo, a natureza verdadeira da Iniciação e da Ciência Sagrada. Desde aquele tempo seus ensinos se fizeram ocultas, e a Magia foi conhecida muito freqüentemente sob um nome venerável, mas freqüentemente exposto a interpretações errôneas, de Filosofia Hermética. Assim como o verdadeiro Ocultismo tinha prevalecido entre os místicos durante os séculos que precederam a nossa era, assim a Magia, ou mas bem a Feitiçaria com suas artes ocultas, seguiu ao começo do Cristianismo. Grandes e ciumentos foram os esforços levados a cabo pelo fanatismo durante aqueles primeiros séculos, para apagar até o menor rastro da obra mental e intelectual dos pagãos; mas tudo foi em balde, embora o mesmo espírito do obscuro gênio do fanatismo e da

intolerância, tenha adulterado sistematicamente após, todas as brilhantes páginas escritas nos períodos anteriores ao Cristianismo. A história mesma, em seus inseguros anais, conservou bastante do que sobreviveu que aqueles períodos, para arrojar uma luz imparcial sobre o conjunto. Detenha-se, pois, o leitor um momento em companhia da que escreve estas linhas no ponto de observação eleito, e fixe toda sua atenção nos 1.000 anos que, correspondendo aos períodos anterior e posterior ao Cristianismo, acham-se divididos em duas partes pelo ano Um do Natal. Este sucesso, seja ou não correto, do ponto de vista histórico, foi, não obstante, ereto no primeiro dos múltiplos baluartes levantados contra a volta possível de uma só vislumbre às tão odiadas religiões do passado: odiadas e temidas por lançar tão vívida luz sobre a interpretação nova e intencionalmente velada do que agora se chama a “Nova Lei”. Por sobre-humanos que fossem os esforços dos primeiros Pais da Igreja para apagar a Doutrina Secreta da memória dos homens, todos eles fracassaram. A verdade jamais pode ser destruída; daqui que fracassasse a tentativa de fazer desaparecer por completo da face da terra todo vestígio da antiga Sabedoria, e de encadear e amordaçar a quantos pudessem dar testemunho dela. Se se considerar os milhares e possivelmente milhões de manuscritos queimados, os monumentos reduzidos a pó com suas muito indiscretas inscrições e símbolos pictóricos, a multidão de ermitões e ascetas primitivos vagando entre as ruínas das cidades do alto e o sob o Egito, e por desertos e montanhas, por vales e cordilheiras, procurando com ardor obeliscos e colunas, cilindros e pergaminhos para destrui-los se continham o símbolo da Tau, ou qualquer outro signo que a nova fé se apropriou, compreenderá-se facilmente que tenha ficado tão pouco dos anais do passado. À verdade, o endiabrado espírito fanático do cristianismo primitivo e da Idade Média, assim como o do islamismo, gostaram sempre viver nas trevas e a ignorância, e ambos têm feito ... o sol de sangue, a terra uma tumba. A tumba um inferno, e o inferno mesmo uma escuridão mais lôbrega.

Ambas as religiões conquistaram seus partidários com a ponta da espada; ambas construíram seus templos sobre enormes hecatombes de vítimas humanas. No pórtico do século I de nossa era, brilharam fatídicamente as palavras ominosas “O CARMA DO Israel”. Sobre as soleiras do nosso poderão ler os profetas do futuro outras palavras que farão referência ao Carma da história falsificada astutamente, dos sucessos desnaturalizados de propósito e dos grandes caracteres caluniados ante a posteridade e destruídos até fazer impossível seu reconhecimento, entre os dois carros da Jagannâtha: Fanatismo e Materialismo; um aceitando muito, e o outro negando-o tudo. Sábio é aquele que se mantém no ponto médio e que acredita na justiça eterna das coisas. Diz Faiza Diwán, a “testemunha dos maravilhosos discursos de um librepensador que pertence a um milhar de seitas”: Na assembléia do dia da ressurreição, quando as coisas passadas sejam perdoadas, os pecados do K’ora serão perdoados em graça ao pó das Iglesias Cristãs.

A isto responde o professor Max Müller: Os pecados do Islã são indignos como o pó do Cristianismo; no dia da ressurreição, tanto maometanos como cristãos, verão a vaidade de suas doutrinas religiosas. Os homens lutam pela religião na terra; no céu encontrarão que só existe uma religião verdadeira: a adoração do ESPÍRITO DE DEUS (28).

Em outras palavras, “NÃO HÁ RELIGIÃO (ou LEI) SUPERIOR À VERDADE” - (Satyât Nâsti Paro Dharmah) - o lema do Mahârâjah do Benares, adotado pela Sociedade Teosófica. Como já se há dito no Prefácio, A DOUTRINA SECRETA não é uma versão do Isis sem Véu, como se pensou em um princípio. É mas bem uma obra que explica a outra, e embora por completo independente dela, é, entretanto, seu indispensável corolário. Muito do que continha Isis era de difícil compreensão para os teósofos de então. A DOUTRINA SECRETA ilustrará agora muitos problemas que ficaram sem resolver naquela obra, em especial em suas primeiras páginas, as quais não foram nunca compreendidas. Não pôde tornar-se ali uma rápida olhada sobre o panorama do Ocultismo, por tratar-se no Isis simplesmente do que tinha relação com os sistemas filosóficos compreendidos em nossos tempos históricos, e com os diversos simbolismos das nações desaparecidas. Na presente obra se expõem detalladamente a cosmogonia e a evolução das quatro Raças que

precederam a nossa quinta Raça humana, dando-se a luz agora dois grandes volúmenes (29) que explicam o que se disse só na primeira página do Isis sem Véu, e em algumas alusões pulverizadas para cá e lá em toda a obra. Não podia tentar-se apresentar o vasto catálogo das Ciências Arcaicas nos atuais volúmenes, antes que tivéssemos tratado de tão tremendos problemas como os da Evolução cósmica e planetária, e o do gradual desenvolvimento das misteriosas humanidades e raças que precederam a nossa Humanidade Adámica. portanto, a tentativa presente para esclarecer alguns mistérios da Filosofia Esotérica, não tem à verdade nada que ver com a obra anterior. Permita-se a que estas linhas escreve, explicar o dito por meio de um exemplo. O volume I do Isis, começa com uma referência a “um livro antigo”. É tão antigo, que embora nossos modernos antiquários meditassem sobre suas páginas durante um tempo indefinido, não chegariam a ficar de acordo a respeito da classe de material sobre que está escrito. É o único exemplar original que hoje em dia existe. É o documento hebreu mais antigo, referente à sabedoria oculta -o Siphrah Dzenioutha-; é uma compilação do mesmo, verificada em tempos em que o primeiro era já considerado como uma relíquia literária. Uma de suas vinhetas representa à Essência Divina emanando do ADAM (30), a maneira de arco luminoso que acontece formar um círculo; e, depois de ter chegado ao ponto superior de sua circunferência, a Glória inefável retrocede e volta para a terra, levando em seu vórtice um tipo de humanidade superior. À medida que se aproxima mais e mais a nosso planeta, a emanação se faz mais e mais obscura, até que ao tocar a terra é já negra como a noite.

Este livro tão antigo é a obra original da qual foram compilados os muitos volúmenes do Kiu-tí. E não somente este último e o Siphrah Dzenioutha, mas sim também o Sepher Yetzirah (31) -a obra atribuída pelos kabalistas hebreus a seu Patriarca Abraham (!); o Shu-King, a bíblia primitiva da China; os volúmenes sagrados do Thoth-Hermes, egípcio; os Purânas da Índia; o Livro dos Números esquento, e o Pentateuco mesmo, todos foram derivados daquele pequeno volume pai. Diz a tradição que foi escrito em senzar, a língua secreta sacerdotal, conforme às palavras dos Seres Divinos que o ditaram aos Filhos de Luz no Ásia Central, nos começos de nossa Quinta Raça; pois houve um tempo em que esta linguagem (o senzar) era conhecido dos Iniciados de todas as nações, quando os antepassados dos toltecas o compreendiam tão bem como os habitantes da perdida Atlántida, que o tinham herdado a sua vez dos sábios da Terceira Raça, os Mânus-his, quem o aprendeu diretamente dos Devas das Primeira Raças e Segunda. A vinheta de que se fala no Isis, refere-se à evolução destas Raças e a das Quarta Raças e Quinta de nossa Humanidade durante a Ronda ou Manvántara Vaivasvata; estando cada Ronda constituída pelos Trampa dos sete períodos da Humanidade, quatro dos quais aconteceram já em nosso Ciclo de Vida, e devendo alcançar-se muito em breve o ponto médio do quinto. Este desenho é simbólico como qualquer compreenderá perfeitamente, e abrange o fundo desde o começo. O antigo livro, depois de haver descrito a evolução cósmica e explicado a origem de todas as coisas que existem na terra, inclusive o homem físico; depois de fazer a verdadeira história das Raças, desde a Primeira até a Quinta (a nossa), detém-se. Faz alto ao princípio do Kâli Trampa, faz agora exatamente 4.989 anos, quando aconteceu a morte da Krishna, o resplandecente deus do Sol, herói e reformador vivo e efetivo. Mas há outro livro. Nenhum de seus possuidores lhe considera como muito antigo, pois nasceu aos começos da Idade Negra, e tem tão somente a antigüidade dela, ou seja 5.000 anos. dentro de uns nove anos (32), terminará o primeiro ciclo dos 5.000 primeiros, que começou com o grande ciclo do Kâli Trampa, e então se cumprirá a última profecia contida naquele livro, que é o primeiro volume de profecias referentes à Idade Negra. Não temos que esperar muito tempo, e muitos de nós veremos a aurora do Novo Ciclo, a cuja conclusão não poucas contas e litígios se pagaram e resolvido entre as raças. O volume II das profecias se acha quase terminado, havendo-se preparado dos tempos da Shankarâchârya, o grande sucessor da Buddha. Deve chamá-la atenção a respeito de outro ponto importante, que é o principal dos que constituem a série de provas em pró da existência de uma Sabedoria primitiva e universal, pelo menos para os kabalistas cristãos e para os eruditos. Seus ensinos foram, ao menos, conhecidas em parte por vários Pais da Igreja. sustenta-se, com fundamentos puramente históricos que Orígenes, Synesio e até Clemente da Alejandría, tinham sido iniciados nos mistérios, antes de acrescentar ao Neoplatonismo da escola Alexandrina, o sistema dos gnósticos, sob véu cristão. E mais ainda: algumas das doutrinas das escolas secretas, embora não todas certamente, conservam-se no Vaticano; e após, converteram-se em parte e porção

dos Mistérios, sob a forma de adições desfiguradas, feitas pela Igreja Latina ao programa cristão original. Tal é o dogma da Imaculada Concepção, na atualidade materializada. Isto explica as grandes perseguições empreendidas pela Igreja Católica Romana contra o Ocultismo, a Maçonaria e o Misticismo heterodoxo em geral. Os dias do Constantino foram o último ponto crítico na história, o período da luta suprema que terminou no mundo ocidental com a destruição das antigas religiões em favor da nova, construída sobre seus corpos. Após, a perspectiva de um passado remoto, mais à frente do Dilúvio e do Jardim do Éden, começou a ser interceptada aos indiscretos olhares da posteridade por modo forçoso e implacável, e recorrendo a toda classe de médios lícitos e ilícitos. fecharam-se todas as saídas; destruíram-se todos quantos documentos podiam acharse à mão. E, entretanto, fica ainda o suficiente, até entre estes documentos mutilados, para nos autorizar a dizer que há neles toda a prova que se requer para demonstrar a existência efetiva de uma Doutrina Matriz. salvaram-se dos cataclismos geológicos e políticos muitos fragmentos para nos narrar a história; e todos os que sobrevivem, demonstram até não poder mais que a atual Sabedoria Secreta foi em um tempo a fonte original, a corrente perene sempre fluindo, da qual se alimentavam os riachos (as religiões posteriores de todos os povos), desde a primeira até a última. Este período que começa com a Buddha e Pitágoras e temina com os neoplatónicos e os gnósticos, é o único foco que nos mostra a história, onde por última vez convergem brilhantes raios de luz emanados de idades muito remotos, e não obscurecidos pelo fanatismo. Isto demonstra a necessidade a que a escritora destas linhas esteve sempre submetida, de ter que explicar os fatos procedentes de um passado muito longínquo, por meio da evidência adquirida em períodos históricos, até a risco de sofrer uma vez mais a acusação de falta de método e de sistema, pois não tinha outro meio ao seu dispor. Devem dar-se a conhecer público os esforços de muitos adeptos que houve no mundo, de poetas e escritores clássicos iniciados de todas as épocas, para conservar nos anais da humanidade o conhecimento pelo menos da existência de tal filosofia, já que não o de seus verdadeiros princípios. Os Iniciados de 1888 permaneceriam à verdade incompreensíveis, e apareceriam como um mito impossível, se não se demonstrasse que Iniciados semelhantes viveram em todas as demais épocas da história. Isto pode fazer-se unicamente citando os capítulos e versículos das obras em que podem encontrar-se mencionados estes grandes personagens que foram precedidos e seguidos por uma série larga e interminável de outros Professores nas artes ocultas, assim anteriores como posteriores ao dilúvio. Só deste modo poderá demonstrar-se, com um fundamento semitradicional e semihistórico, que o conhecimento oculto e os poderes que ao homem confere, não são ficções em maneira alguma, a não ser coisas tão antigas como o mundo mesmo. Nada tenho, portanto, que dizer a meus juizes passados e futuros, já sejam críticos sérios, já dervixes literários, uivadores que julgam uma obra pela popularidade ou impopularidade do autor, e que sem olhar apenas seu conteúdo, agarram-se, a maneira de bacilos mortíferos, aos pontos mais fracos do corpo. Tampouco me preocuparei daqueles caluniadores lunáticos, poucos por fortuna, que esperam chamar a atenção do público lançando o descrédito sobre tudo autor cujo nome seja mais conhecido que o seu, e ladram e jogam espuma ante sua mesma sombra. Estes sustentaram durante alguns anos que as doutrinas expostas no Theosophist, e mais tarde no Esoteric Buddhism, tinham sido inventadas pela presente escritora; e fazendo por fim uma completa mudança de frente, denunciaram ao Isis sem Véu e a todas as demais obra como plágio do Eliphas Lévi (!), Paracelso (!!) e mirabile dictu, do buddhismo e brâhmanismo (!!!). Isto equivale a acusar ao Renan de ter roubado sua Vida do Jesus dos Evangelhos, e ao Max Müller seus Livros Sagrados do Oriente ou seus Chips das filosofias dos brâmanes e da Gautama o Buddha. Mas ao público em geral e aos leitores de LA DOUTRINA SECRETA posso lhes repetir o que vim dizendo durante todo este tempo, e sintetizo agora nas palavras do Montaigne: Senhores: “Aqui tenho um buquê escolhidos; nada há nele meu, a não ser o cordão que as ata”. Rompam o “cordão”, façam pedaços se lhes parecer. Quanto ao ramalhete de feitos, jamais serão capazes de destrui-lo. Tudo o que podem é ignorá-los e nada mais. Concluiremos com algumas palavras mais, referentes a este primeiro volume. Em uma introdução que serve de prefácio a uma parte da obra que se ocupa principalmente de cosmogonia, o tirar reluzir certas questões poderia ser considerado como desconjurado; mas outra consideração além das já citadas me obrigou a tratar delas. É inevitável que cada um

dos leitores julgue as afirmações feitas do ponto de vista de seus conhecimentos, experiências e consciência própria, fundando-se no que tenha aprendido já. Este é um fato que a escritora deve ter sempre presente; daqui a necessidade de referir-se com freqüência neste primeiro volume a matérias que propriamente correspondem à última parte da obra, mas que não podem acontecer-se em silêncio, sou pena de que o leitor olhe ao livro como um conto de fadas, ou como uma ficção de algum cérebro moderno. Assim, o Passado ajudará a demonstrar o Presente, e este último servirá para apreciar melhor o Passado. Os enganos do dia têm que ser explicados e extirpados, e entretanto, é mais que provável, e no presente caso certo de toda certeza, que uma vez mais o testemunho das idades passadas e a história não conseguirão fazer impressão mais que nos entendimentos intuitivos, o qual equivale a dizer sobre muito poucos. Mas em este como nos casos análogos, os sinceros e os fiéis podem consolar-se apresentando ao cético saduceo moderno a prova matemática e comemorativa de sua obstinação e endurecido fanatismo. Ainda existe nos arquivos da Academia da França a famosa lei de probabilidades, deduzida por certos matemáticos em benefício dos céticos, valendo-se de um procedimento algébrico. Diz assim: se duas pessoas reconhecerem a evidência de um fato, e lhe comunicam assim cada uma delas 5/6 de certeza, este fato terá então 35/36 de certeza; isto é, sua probabilidade estará em relação com sua improbabilidade na proporção de 35 a 1. Se reúnen três evidências semelhantes, a certeza deverá ser de 215/216. A conformidade de dez pessoas, cada uma das quais empreste 1/2 de certeza, produzirá 1.023/1.024, etc., etc. O ocultista pode dar-se por satisfeito com esta certeza, e não necessita mais.

PRÓLOGO

PÁGINAS DE UNS ANAIS PRÉ-HISTÓRICOS

A que escreve estas linhas tem à vista um manuscrito arcaico, uma coleção de folhas de palma impermeáveis à ação da água, do fogo e do ar, por um procedimento específico desconhecido. Há na primeira página um disco de perfeita brancura, destacando-se sobre um fundo de um negro intenso. Na página seguinte aparece o mesmo disco, mas com um ponto no centro. O primeiro, como sabe o que se dedica a estes estudos, representa ao Kosmos na Eternidade, antes de voltar a despertar a Energia ainda em repouso, a emanação do Mundo em sistemas posteriores. O ponto no disco, até então imaculado, Espaço e Eternidade na Pralaya, indica a aurora da diferenciação. É o ponto no Ovo do Mundo, o germe interno de onde se desenvolverá o Universo, o Tudo, o Kosmos infinito e periódico; germe que é latente ou ativo, periodicamente e por turnos. O único círculo é a Unidade divina de onde tudo procede e aonde tudo volta: sua circunferência, símbolo forzosamente limitado, por razão da limitação da mente humana, indica a PRESENÇA abstrata e sempre incognoscible, e seu plano, a Alma Universal, embora a duas são uma. O ser branca só a superfície do disco, e negro o fundo que o rodeia, mostra claramente que seu plano é o único conhecimento, embora ainda opaco e brumoso, que o homem pode alcançar. Neste plano se originam as manifestações manvantáricas; porque nesta ALMA é onde dormita durante o Pralaya o Pensamento Divino (1), no qual repousa oculto o plano de todas as cosmogonias e teogonías futuras. É a VIDA UMA, eterna, invisível, embora onipresente; sem princípio nem fim, embora periódica em suas manifestações regulares (entre cujos períodos reina o obscuro mistério do Não-Ser); inconsciente, e entretanto Conscientiza absoluta; incompreensível, e entretanto, a única Realidade existente por si mesmo; à verdade, “um Caos para os sentidos, um Kosmos para a razão”. Seu atributo único e absoluto, que é Isso mesmo, Movimento eterno e incessante, é chamado esotéricamente o Grande Fôlego (2), que é o movimento perpétuo do Universo, no sentido de Espaço sem limites e sempre presente. Aquilo que permanece imóvel não pode ser Divino. Mas de fato e em realidade, nada existe absolutamente imóvel na Alma Universal. Quase cinco séculos antes de nossa era, Leucipo, o preceptor do Demócrito, sustentava que o Espaço estava eternamente cheio de átomos impulsionados por movimento incessante, que dava origem, no devido transcurso do tempo, e à medida que se adicionavam, ao movimento rotatório por virtude de colisões mútuas que produziam movimentos laterais. Epicuro e Lucrecio ensinaram o mesmo, acrescentando unicamente à moção lateral dos átomos, a idéia da afinidade, que é um ensino oculto. Do começo do que constitui a herança do homem; da primeira aparição dos arquitetos do globo em que vive, a Deidade não revelada foi reconhecida e considerada sob seu único aspecto filosófico -o Movimento Universal, a vibração do Fôlego criador na Natureza-. O Ocultismo sintetiza assim a Existência Uma: “A Deidade é um fogo misterioso vivo (ou moviente), e as eternas testemunhas desta Presença invisível, são a Luz, o Calor e a Umidade”, trindade esta última que abrange e é causa de todos os fenômenos da Natureza (3).O movimento intracósmico é eterno e incessante; o movimento cósmico, o visível ou seja aquele que é objeto da percepção, é finito e periódico. Como eterna abstração é o Sempre Presente; como manifestação, é finito, assim na direção vindoura como na oposta, sendo as dois o Alfa e a Omega das reconstruções sucessivas. O Kosmos -o Nóumeno- não tem que ver

com as relações causais do Mundo fenomenal. Só refiriéndose à Alma intracósmica, ao Kosmos ideal no imutável Pensamento Divino, podemos dizer: “Jamais teve princípio, nem jamais terá fim”. Pelo que faz a seu corpo ou organização cósmica, embora não pode dizer-se que tenha tido uma primeira construção, ou que tenha que ter uma última, entretanto, a cada novo Manvántara, pode considerar-se sua organização como a primeira e a última de sua espécie, posto que evolui cada vez em um plano mais elevado. Declarou-se faz tão somente uns quantos anos que: A doutrina esotérica ensina, quão mesmo o buddhismo e o bramanismo, e até a kabala, que a Essência uma, infinita e desconhecida, existe em toda eternidade, e que é já passiva, ou já ativa em sucessões alternadas, gaitas e regulares. Na poética linguagem do Manu, chama-se a estas condições os Dias e as Noites do Brahmâ. Este último está “acordado” ou “dormido”. Os svâbhâvikas, ou filósofos da mais antiga escola do buddhismo, que ainda existe no Nepal, especulam unicamente sobre a condição ativa desta “Essência”, a qual eles chamam Svabhâvat, e consideram como uma necedad o teorizar sobre o poder abstrato e “incognoscible” em sua condição passiva. daqui que sejam chamados ateus pelos teólogos cristãos e pelos sábios modernos; pois nem uns nem outros são capazes de compreender a lógica profunda de sua filosofia. Os primeiros não consentirão outro Deus mais que a personificação de dois poderes secundários que deram forma ao Universo visível, e a qual veio a ser o Deus antropomórfico dos cristãos -o Jehovah masculino, rugindo entre trovões e raios-. A sua vez, a ciência racionalista considera buddhistas e svâbhâvikas como os positivistas” das idades arcaicas. Se considerarmos a filosofia destes últimos só baixo um de seus aspectos, podem ter razão nossos materialistas em sua maneira de considerá-la. Sustentam os buddhistas que não há Criador, a não ser uma infinidade de poderes criadores, que coletivamente formam a eterna substância, cuja essência é inescrutável; e daqui que não seja objeto de especulação para nenhum filósofo verdadeiro. Sócrates recusava invariavelmente discutir sobre o mistério do ser universal, e entretanto a ninguém lhe ocorreu lhe acusar de ateísmo, exceto a aqueles que desejavam sua morte. Ao inaugurar um período de atividade -diz a Doutrina Secreta- tem lugar uma expansão desta Essência Divina de fora dentro e de dentro fora, com arrumo à lei eterna e imutável, sendo o último resultado da larga cadeia de forças cósmicas, postas assim em movimento progressivo, o universo fenomenal e visível. Do mesmo modo, quando sobrevém a condição passiva, tem lugar uma contração da Essência Divina, e a obra prévia da criação é gradual e progressivamente desfeita. O universo visível se desintegra, seus materiais se dispersam, e solitárias “trevas” é quão único incuba uma vez mais sobre a face do “abismo”. Empregando uma metáfora dos livros secretos, que explicará a idéia de um modo mais claro, uma expiração da “essência desconhecida” produz o mundo; e uma inalação é causa de que desapareça. Este processo teve lugar de toda eternidade, e nosso Universo presente é somente um da série infinita que não teve princípio nem terá fim (4).

Este parágrafo será explicado, até onde seja possível, na obra presente. E embora tal como se acha escrito nada contém de novo para o orientalista, sua interpretação esotérica pode conter, entretanto, muitas coisas que até a data permaneceram por completo desconhecidas para os eruditos ocidentais. A primeira figura é um disco singelo O. A segunda representa no símbolo arcaico, um disco um ponto no centro ......, a primeira diferenciação nas manifestações periódicas da Natureza eterna, sem sexo e infinita, “Aditi naquilo” (5) ou o Espaço potencial no Espaço abstrato. Em sua terceira etapa, o ponto se transforma em um diâmetro ........ Então simboliza uma Mãe-Natureza imaculada e divina, no Infinito absoluto, que o abrange tudo. Quando o diâmetro horizontal se cruza por um vertical ......, o símbolo se converte na Cruz Mundana. A humanidade alcançou sua Terceira Raça Raiz; este é o signo que representa a origem da vida humana. Quando desaparece a circunferência e fica unicamente a ....., este signo simboliza que a queda do homem na matéria se realizou já, e que começa a Quarta Raça. A Cruz dentro de um círculo simboliza o Panteísmo puro; a cruz não inscripta, deve ser fálica. Tinha os mesmos e além outros significados, que a Tau inscripta em um círculo ........, ou que o martelo do Thor, chamado cruz Jaina, ou simplesmente Suástica, dentro de um círculo........ Por meio do terceiro símbolo -o círculo dividido em dois por um diâmetro horizontaldava-se a entender a primeira manifestação da Natureza criadora, ainda passiva, por ser feminina. A primeira percepção vaga que o homem tem da procriação, é feminina; porque o homem conhece sua mãe mais que a seu pai. daqui que as deidades femininas fossem mais sagradas que as masculinas. A Natureza, portanto, é feminina, e até certo grau, objetiva e tangível; e o Princípio espiritual que a fecunda está oculto (6). Acrescentando à linha horizontal no círculo uma linha perpendicular, formou-se a Tau ......, a mais antiga forma da letra. Tal foi o símbolo da Terceira Raça até o dia de sua queda simbólica -isto é, a separação dos sexos efeito da evolução natural-, quando a figura se converteu em ..... ou a vida assexual

modificada ou separada-, um símbolo ou hieroglífico dobro. Com as subrazas de nossa Quinta Raça, deveu ser em simbologia o Sacr’, e em hebreu N’cabvah, das Raças primeiro formadas (7); trocou-se então no emblema da vida egípcio ....., e mais tarde ainda no signo de Vênus ...... Vem logo a Suástica (o martelo do Thor, na atualidade a Cruz Hermética) separada por completo de seu círculo, com o que deve ser puramente fálica. O símbolo esotérico do Kâli Trampa é a estrela de cinco pontas investida, com suas duas pontas (chifres) olhando para cima, assim ......; signo da feitiçaria humana, posição que todo ocultista reconhecerá como da “mão esquerda”, e empregada na magia cerimoniosa. É de esperar, que graças à leitura desta obra, modifiquem-se as idéias errôneas que em geral tem o público sobre o Panteísmo. É falso e injusto considerar como ateus aos ocultistas, buddhistas e advaitis. Embora não sejam todos eles filósofos, são pelo menos lógicos, estando fundados seus argumentos e objeções no raciocínio escrito. À verdade, se o Parabrahman dos hindus se tomasse como representante das deidades ocultas e innominadas de outras nações, verá-se que este Princípio absoluto, é o protótipo do qual todas as demais foram copiadas. Parabrahman não é “Deus” porque não é um Deus. “É o supremo e o não supremo (parâvara)” (8). É o supremo como causa, e o supremo como efeito. Parabrahman é simplesmente, como realidade sem par, o Kosmos que todo o abrange -ou mas bem o Espaço Cósmico infinito- no sentido espiritual mais elevado, é obvio. Sendo Brahman (neutro) a Raiz suprema imutável, pura, livre, que jamais declina, “a verdadeira Existência Uma, Paramârthika”, e o absoluto Chit e Chaitanya (Inteligência, Consciência), não pode conhecer, “porque AQUILO não pode ter objeto de conhecimento”. Pode chamar-se à chama a Essência do Fogo? Esta essência é “a Vida e a Luz do Universo; o fogo e a chama visíveis som a destruição, a morte e o mal”. “O Fogo e a Chama destroem o corpo de um Arhat; sua essência lhe faz imortal” (9). “O conhecimento do Espírito absoluto, ao modo que a refulgência do sol ou que o calor do fogo, não é outra coisa mais que a mesma Essência absoluta”, diz Sankarâchârya. É “o Espírito do Fogo”, não o Fogo mesmo; portanto, “os atributos deste último, Calor ou Chama não são atributos do Espírito, mas sim daquilo de que este Espírito é causa inconsciente”. Não é a sentença anterior a verdadeira chave da filosofia dos últimos Rosacruces? Parabrahman é, em resumo, a agregación coletiva do Kosmos em sua infinidade e eternidade, o “AQUILO” e o “ISTO”, a quem não podem aplicar-se adicionados distributivos (10). Nisto princípio” era o Mesmo, um somente” (11); o grande Sankârachârya explica que “ISTO” se refere ao Universo (Jagat); e que as palavras “no princípio” significam antes da reprodução do Universo fenomenal. portanto, quando os Panteístas se ecoam dos Upanishads, que declaram, quão mesmo a Doutrina Secreta, que “Isto” não pode criar, não negam a existência de um Criador, ou mas bem de um conjunto coletivo de criadores; o que unicamente, é recusar, com muita lógica, o atribuir a “criação”, e especialmente a formação, coisas que são finitas, a um Princípio Infinito. Para eles, Parabrahman é uma Causa passiva, porque é absoluta; é o Muhta incondicionado; e o único que renega a esta causa absoluta, é a Onisciência e a Onipotência limitadas, porque estes são também atributos, refletidos nas percepções do homem; e porque, sendo Parabrahman o TUDO Supremo, o sempre invisível Espírito e Alma da Natureza, imutável e eterna, não pode ter atributos; pois o Absoluto exclui naturalmente a possibilidade de conexão com uma idéia qualquer finita ou condicionada. E se os vedantinos atribuem atributos unicamente a sua emanação, chamando-o ISHV ARA em união com o Màyâ, e Avidyâ (Agnosticismo e falta de ciência, mas bem que ignorância), é difícil encontrar ateísmo algum nesta idéia (12). Posto que não podem existir nem dois Infinitos nem dois Absolutos em um Universo, que se supõe sem limites, logo que pode conceber-se a esta Existência, que o é por si mesmo, criando pessoalmente. Para os sentidos e percepções dos seres finitos. AQUILO é Não-Ser, no sentido de que é a Seidad Uma; porque neste TUDO jaz oculta seu coeterna e coeva emanação ou radiação inerente, a qual, ao converter-se periodicamente no Brahmâ (a Potência masculino-feminina), estende-se no Universo manifestado. “Nârâyana movendo-se sobre as Águas (abstratas) do Espaço”, transforma-se nas Águas de substância concreta, movidas por ele, que deve ser agora o Verbo ou Logotipos manifestado. Os brâmanes ortodoxos, aqueles que maior oposição fazem aos panteístas e aos advaitas, lhes chamando ateus, vêem-se obrigados, se Manu tiver alguma autoridade na matéria, a aceitar a morte do Brahmâ, o Criador, à terminação de cada Século desta deidade (100 anos Divinos, período que para expressá-lo segundo nossos anos, requer quinze cifras). Entretanto, nenhum filósofo entre eles considerará esta “morte” em outro sentido que o de um

desaparecimento temporário do plano manifestado da existência, ou como um repouso periódico. Os ocultistas estão, portanto, de acordo com os filósofos vedantinos advaitas, no referente ao princípio mencionado. Demonstram aqueles a impossibilidade de aceitar, no terreno filosófico, ideia-a de TUDO absoluto, criando, nem mesmo desembrulhando o Ovo de Ouro, no qual se diz que penetra para transformar-se no Brahmâ, o Criador, quem se desdobra mais tarde nos Deuses e em todo o Universo visível. Dizem os ocultistas que a Unidade absoluta não pode passar à Infinidade, porque a Infinidade pressupõe a extensão ilimitada de algo, e a duração daquele algo; e um Tudo -como o Espaço, o qual é sua única representação mental e física nesta Terra, ou plano nossa de existência- não é nem sujeito nem objeto de percepção. Se pudesse supor-se ao Tudo eterno e infinito, à Unidade onipresente, em vez de ser na Eternidade, transformando-se, por meio de manifestações periódicas, em um Universo múltiplo ou em uma múltiplo Personalidade, aquela Unidade deixaria de ser una A idéia do Locke, de que o “espaço puro não é capaz nem de resistência nem movimento”, não é correta. O Espaço não é nem um “vazio sem limites” nenhuma “plenitude condicionada”, a não ser ambas as coisas. Sendo (13) (no plano da abstração absoluta) a Deidade sempre ignota, que é um vazio só para mentes finitas, e no plano da percepção mayávica, o Plenum; o contêiner absoluto de tudo o que é, seja manifestado ou não manifestado, é, portanto, aquele TUDO ABSOLUTO. Não existe diferença alguma entre “Nele vivemos, movemo-nos e temos nossa existência”, do Apóstolo cristão, e as palavras do Rishi indo: “O Universo vive no Brahmâ, procede dele e voltará para ele”; porque Brahman (neutro), o não manifestado, é aquele Universo in abscondito; e Brahmâ, o manifestado, é o Logotipos, macho-fêmea (14) nos dogmas simbólicos ortodoxos; sendo o Deus do Apóstolo Iniciado e o do Rishi, a um mesmo tempo o Espaço Invisível e o Visível. Ao Espaço lhe chama no simbolismo esotérico “O Eterno Mãe-Pai de Sete Peles”. Se acha constituído, desde sua superfície não diferenciada, até a diferenciada, por sete capas. “O que é o que foi, é e será, já haja Universo ou não, já existam deuses ou não existam?” -pergunta o Catecismo esotérico Senzar-. E a resposta é: “O Espaço”. O que se rechaça não é o Deus desconhecido Um e sempre presente na Natureza, ou a Natureza in abscondito, a não ser o “Deus” do dogma humano, e seu “Verbo” humanizado. Em sua presunção infinita e em seu orgulho e vaidade inerentes, o homem lhe deu forma por si mesmo com mão sacrílega, fazendo uso de quão materiais encontrou em sua própria e mesquinha fábrica cerebral, e o impôs a seus semelhantes como revelação direta do um e não revelado ESPAÇO (15). O ocultista aceita a revelação como procedente de Seres divinos, embora finitos, vistalas manifestadas; mas jamais da Vida Uma não manifestable; sim daquelas Entidades chamadas Homem Primitivo, Dhyâni-Buddhas ou Dhyân Chohans, os Rishi-Prajâpati dos indos, os Elohim ou Filhos de Deus dos judeus, os Espíritos Planetários de todas as nações, os quais vieram a ser Deuses para os homens. O ocultista considera também a Âdi-Shakti -a emanação direta do Mûlaprakriti, a eterna RAIZ daquilo, e o aspecto feminino da Causa Criadora, Brahmâ, em sua forma âkâshica da Alma Universal-, como Mâyâ, filosoficamente, e causa da Mâyâ humana. Mas esta maneira de ver não lhe impede de acreditar em sua existência por todo o tempo que dura, isto é, durante um Mahâmanvantara; nem aplicar o Âakâsha, a radiação do Mûlaprakriti (16), a fins práticos, por achar-se relacionada esta Alma do Mundo com todos os fenômenos naturais conhecidos ou desconhecidos pela ciência. As religiões mais antigas do mundo -exotéricamente, porque a raiz ou fundamento esotérico é um- são a indostánica, a mazdeísta e a egípcia. Vem logo a esquenta, produto daquelas, inteiramente perdida para o mundo hoje em dia, exceto em seu desfigurado sabeísmo tal como à presente o interpretam os arqueólogos. Depois, passando por certo número de religiões de que se falará mais adiante, vem a judaica, que esotéricamente segue a linha do magismo babilônico, como na Kabalah; e exotéricamente é, como na Gênese e o Pentateuco, uma coleção de lendas alegóricas. Lidos à luz do Zohar, os quatro primeiros capítulos da Gênese são os fragmentos de uma página altamente filosófica de cosmogonia. deixados em seu disfarce simbólico, são um conto de meninos, um horrível espinho cravado no flanco da ciência e da lógica, um efeito evidente de Carma. O havê-los deixado servir de prólogo ao cristianismo, foi uma cruel desforra por parte dos rabinos, os quais conheciam melhor o que significava seu Pentateuco. Foi um protesto silencioso contra seu despojo, e à verdade, os judeus levam hoje a vantagem a seus perseguidores tradicionais. As crenças esotéricas anteriormente mencionadas serão explicadas à luz da doutrina universal, à medida

que avancemos. O Catecismo Oculto contém as seguintes pergunta e respostas: O que é aquilo que sempre é? - O Espaço, o eterno Anupâdaka (que não tem pais). O que é aquilo que sempre foi? - O Germe na Raiz. O que é aquilo que está sempre vindo e indo? - O Grande Fôlego. Então, existem três Eternos? - Não; os três são um.- O que sempre é, é um; o que sempre foi, é um; o que está sempre sendo e devendo ser, é também um; e este é o Espaço. Explica OH Lanú! (discípulo). - Um é um Círculo não interrompido (Anel) sem circunferência alguma, pois não está em nenhuma parte e está em todas; um é o Plano sem limites do Círculo, que manifesta um Diâmetro somente durante os períodos manvantáricos; um é o Ponto indivisível não encontrado em parte alguma, e percebido em todas partes durante aqueles períodos; é a Vertical e a Horizontal, o Pai e a Mãe, a cúspide e a base do Pai, as duas extremidades da Mãe, que não chegam em realidade a parte alguma, porque um é o Anel, assim como também os Anéis que estão dentro daquele Anel. É Luz nas Trevas e Trevas na Luz: o “Fôlego que é eterno”. Procede de fora dentro, quando está em todas partes, e de dentro fora, quando não está em nenhuma parte (ou seja Mâyâ (17), um dos Centros) (18). Estende-se e se contrai (expiração e inspiração). Quando se estende, a Mãe se difunde e pulveriza; quando se contrai, a Mãe retrocede e se repliega. Isto produz os períodos de Evolução e de Dissolução, Manvántara e Pralaya. O Germe é invisível e ígneo; a Raiz (o Plano do Círculo) é fria; mas durante a Evolução e o Manvántara, sua vestimenta é fria e radiante. O Fôlego quente é o Pai que devora a geração dos Elementos de múltiplo face (heterogêneos), e deixa os de uma só face (homogêneos). O Fôlego frio é a Mãe que os concebe, forma-os, dáos a luz e os recebe de novo em seu seio para voltá-los para formar outra vez na Aurora (do Dia do Brahmâ, ou Manvántara). Para que a generalidade dos leitores compreendam com maior claridade, deve dizer-se que a Ciência Oculta reconhece sete Elementos Cósmicos, quatro dos quais são inteiramente físicos, e o quinto (o Éter) semimaterial, o qual chegará a ser visível no ar para o final de nossa Quarta Ronda, para dominar por completo sobre outros durante toda a Quinta. Os dois restantes se acham ainda absolutamente fora do alcance da percepção humana. Aparecerão, entretanto, como pressentimento durante as Sexta Raças e Sétima desta Ronda; e serão conhecidos de tudo nas Sexta Rondas e Sétima respectivamente (19). Estes sete Elementos, com seus inumeráveis subelementos, que são muito mais numerosos que os conhecidos pela ciência, são simplesmente, modificações condicionais e aspectos do Elemento Um e único. Este último não é o Éter (20), nem sequer o Âkâsha, a não ser a origem destes. O Quinto Elemento, hoje em dia invocado com completa liberdade pela ciência, não é o Éter suposto pelo Sir Isaac Newton, embora lhe chama por este nome, havendo-o associado provavelmente em sua mente com o AEther, o “Pai-Mãe” da antigüidade. como Newton intuitivamente diz: “A Natureza é um operador perpétuo que atua em forma circular, engendrando fluídos de sólidos, coisas fixas de coisas voláteis e voláteis de fixas; as sutis das grosseiras e as grosseiras das sutis... Assim, possivelmente, podem todas as coisas haver-se originado do Éter” (21). Deve ter presente o leitor que as Estadias tratam unicamente da cosmogonia de nosso sistema planetário, e do que é visível ao redor dele, depois de um Pralaya Solar. Os ensinos secretos referentes à evolução do Kosmos Universal não se podem dar, pois não seriam compreendidas nem mesmo pelas inteligências superiores desta época; e ao parecer há muito poucos Iniciados, até entre os maiores, a quem seja permitido especular a respeito deste ponto. Além disso, dizem os Professores categoricamente, que nem sequer os mais elevados Dhyâni-Chohans penetraram jamais os mistérios além dos limites que separam as miríades de sistemas revestir do Sol Central, assim chamado. portanto, o que se publica se refere somente a nosso Cosmos visível, depois de uma Noite do Brahmâ. Antes que o leitor passe a considerar as Estadias do Livro do Dzyan, que constituem a base da presente obra, é absolutamente necessário que conheça os poucos conceitos fundamentais que servem de assento, e que compenetram todo o sistema a que sua atenção vai ser dirigida. Estas idéias fundamentais são poucas em número, mas de sua clara percepção depende a inteligência de tudo o que segue; portanto, não é necessário encarecer ao leitor o que importa familiarizar-se com elas desde o começo, antes de começar a leitura da obra. A Doutrina Secreta estabelece três proposições fundamentais: I. Um PRINCÍPIO Onipotente, Eterno, Sem Limites e Imutável, sobre o qual toda especulação é impossível, porque transcende o poder da concepção humana, e só poderia ser

diminuído por qualquer expressão ou comparação da humana inteligência. Está fora do alcance do pensamento, e segundo as palavras do Mândûkya é “inconcebível e inefável”. Para que a generalidade dos leitores perceba mais claramente estas idéias, deve começar com o postulado de que há Uma Realidade Absoluta anterior a tudo Ser manifestado e condicionado. Esta Causa Infinita e Eterna, obscuramente formulada no “Inconsciente” e no “Incognoscible” da filosofia européia corrente, é a Raiz, sem Raiz de “tudo que foi, é ou tem que ser”. Ache-se, por de contado, desprovida de toda classe de atributos, e permanece essencialmente sem nenhuma relação com o Ser manifestado e finito. É a “Seidad” (22), mas bem que Ser, Sat em sânscrito, e está fora do alcance de todo pensamento ou especulação. Esta Seidad se simboliza na Doutrina Secreta baixo dois aspectos. Por uma parte, o Espaço Abstrato absoluto, que representa a mera subjetividade, o que nenhuma mente humana pode excluir de conceito algum, nem conceber em si mesmo. Por outra parte, o Movimento abstrato absoluto, que representa a Consciência Incondicionada. Os mesmos pensadores ocidentais têm feito ver que a consciência é inconcebível para nós sem a mudança, e o que melhor simboliza a mudança é o movimento, sua característica essencial. Este último aspecto da Realidade Uma se simboliza também pelo término o Grande Fôlego, símbolo suficientemente gráfico para necessitar outra explicação. assim, o primeiro axioma fundamental da Doutrina Secreta é esta metafísica Uma e Absoluta SEIDAD, simbolizada pela inteligência finita na Trindade teológica. Podem, entretanto, servir de auxílio ao estudante algumas explicações mais, que acrescentaremos aqui. Herbert Spencer modificou ultimamente seu Agnosticismo, de tal modo, que assegura que a natureza da “Primeira Causa” (23), que o ocultista deriva com mais lógica da Causa sem Causa, o “Eterno” e o “Incognoscible”, pode ser essencialmente quão mesma a da consciência que reside dentro de nós; em resumo: que a Realidade impessoal que compenetra o Kosmos, é o puro nóumeno do pensamento. Este adiantamento de sua parte lhe leva muito perto do princípio esotérico e vedantino (24). Parabrahman, a Realidade Uma, o absoluto, é o campo da Consciência Absoluta; isto é, aquela Essência que está fora de toda relação com a existência condicionada, e da qual, a existência consciente é um símbolo condicionado. Mas assim que saímos, em nosso pensamento desta, para nós Absoluta Negação, surge o dualismo no contraste de Espírito (ou Consciência), e Matéria, Sujeito e Objeto. O Espírito (ou Consciência) e a Matéria, entretanto, devem ser considerados, não como realidades independentes, mas sim como os dois símbolos ou aspectos do Absoluto, Parabrahman, que constituem a base do Ser condicionado, já seja subjetivo, já objetivo. Considerando esta tríada metafísica como a Raiz da qual procede toda manifestação, o grande Fôlego toma o caráter do Ideación precósmica. Ele é a fonte e origem da força e de toda consciência individual, e provê de inteligência diretora ao vasto plano da Evolução cósmica. Por outra parte, a Substância-Raiz precósmica (Mûlaprakriti) é o aspecto de quão absoluto serve de fundamento a todos os planos objetivos da natureza. Assim como a Ideación Precósmica é a raiz de toda consciência individual, assim também a Substância Precósmica é o substrátum da Matéria em seus vários graus de diferenciação. Pelo dito se verá com claridade que o contraste destes dois aspectos do Absoluto é essencial para a existência do Universo Manifestado. Separada da Substância cósmica, a Ideación Cósmica não poderia manifestar-se como consciência individual; pois só por meio de um veículo (upâdhi) de matéria, surge esta consciência como “Eu sou Eu”; sendo necessária uma base física para enfocar um Raio da Mente Universal a certo grau de complexidade. A sua vez, separada da Ideación Cósmica, a Substância Cósmica permaneceria como abstração vazia, e nenhuma manifestação de Consciência poderia seguir-se. O Universo Manifestado, portanto, está informado pela dualidade, a qual deve ser a essência mesma de seu Ex-istencia como manifestação. Mas assim como os pólos opostos de Sujeito e Objeto, de Espírito e Matéria, são tão somente aspectos da Unidade Uma, na qual estão sintetizados, assim também no Universo Manifestado existe “algo” que une o Espírito à Matéria, o Sujeito ao Objeto. Este algo, desconhecido à presente para a especulação ocidental, é chamado Fohat pelos ocultitstas. É a “ponte” pelo qual as Idéias que existem no Pensamento divino, passam a imprimir-se sobre a Substância Cósmica, como Leis da Natureza. Fohat é assim a energia dinâmica da Ideación Cósmica; ou considerado sob seu outro aspecto, é o meio inteligente, o

poder diretor de toda manifestação, o Pensamento divino irradiado e feito manifesto por meio dos Dhyân Chohans (25), os Arquitetos do Mundo visível. Assim, do Espírito ou Ideación Cósmica, vem nossa Consciência; da Substância Cósmica os diversos Veículos em que esta Consciência se individualiza e chega ao eu, à consciência de si mesmo, ou consciência reflexiva; enquanto que Fohat, em suas manifestações várias, é o elo misterioso que une a Mente à Matéria, o princípio vivificador que eletriza cada átomo para lhe dar vida. O seguinte resumo oferecerá ao leitor uma idéia mais clara: 1. O ABSOLUTO: o Parabrahman dos vedantinos ou a Realidade Uma, Sat, que é, como diz Hegel, ao mesmo tempo, Absoluto Ser e Não-Ser. 2. O Primeiro Logotipos: o Logotipos impessoal, e em filosofia, não manifestado, o precursor do Manifestado. Esta é a “Primeira Causa”, o “Inconsciente” dos panteístas europeus. 3. O Segundo Logotipos: Espírito-Matéria, Vida; o “Espírito do Universo”, Purusha e Prakriti. 4. O Terceiro Logotipos: a Ideación Cósmica, Mahat ou Inteligência, a Alma Universal do Mundo; o Nóumeno Cósmico da Matéria, a base das operações inteligentes da Natureza, chamado também Mahâ-Buddhi. A REALIDADE UMA; seus aspectos duais no Universo condicionado. Além disso, a Doutrina Secreta afirma: II. A Eternidade do Universo in toto, como plano sem limites; periodicamente “cenário de Universos inumeráveis, manifestando-se e desaparecendo incesantemente”, chamados “as Estrelas que se manifestam”, e as “Faíscas da Eternidade”. “A Eternidade do Peregrino” (26) é como um abrir e fechar de olhos da Existência por Si mesmo”, conforme diz o Livro do Dzyan. “A aparição e desaparecimento de Mundos, é como o fluxo e a vazante regular das marés”. Esta segunda asserção da Doutrina Secreta é a universalidade absoluta daquela lei de periodicidade, de fluxo e vazante, de decadência e crescimento, que a ciência física observou e consignou em todas as esferas da Natureza. Alternativas tais como Dia e Noite, Vida e Morte, Sonho e Vigília, são feitos tão comuns, tão perfeitamente universais e sem exceção, que será fácil compreender como vemos nelas uma das Leis absolutamente fundamentais do Universo. Insígnia também a Doutrina Secreta: III. A identidade fundamental de todas as Almas com a Alma Suprema Universal, sendo esta última um aspecto da Raiz Desconhecida; e a peregrinação obrigatória para todas as Almas, brilhos deles, através do Ciclo de Encarnação, ou de Necessidade, conforme à Lei cíclica e Kármica, durante todo o término daquele. Em outras palavras: nenhum Buddhi puramente espiritual (Alma Divina) pode ter uma existência consciente independente, antes que a faísca que brotou da Essência pura do Sexto Princípio Universal, ou seja a ALMA SUPREMA, tenha passado por todas as formas elementares pertencentes ao mundo fenomenal daquele Manvántara, e adquirido a individualidade, primeiro por impulso natural, e depois pelos esforços próprios conscientemente dirigidos e regulados por seu Carma, ascendendo assim por todos os graus de inteligência do Emana inferior até o superior; do mineral e a planta ao Arcanjo mais são (Dhyâni-Buddha). A Doutrina fundamental da Filosofia Esotérica não admite no homem nem privilégios, nem dons especiais, salvo aqueles ganhos por seu próprio Ego, por esforço e mérito pessoais através de uma larga série de metempsicosis e reencarnações. Por isso dizem os indos que o Universo é Brahman e Brahmâ; porque Brahman está em todos os átomos do Universo, sendo os seis princípios da natureza a expressão, ou os aspectos diversamente diferenciados, do Sétimo e Um, única Realidade no Universo, seja cósmico ou microcósmico; e também porque as permutações psíquicas, espirituais e físicas do Sexto (Brahmâ, o veículo do Brahman) no plano da manifestação e da forma, consideram-se por antifrasis metafísica, como ilusórias e mayávicas. Pois embora a raiz de todos os átomos individualmente, e de todas as formas coletivamente, é este Sétimo Princípio ou a Realidade Uma, entretanto, em sua aparência manifestada, fenomenal e temporário, todo isso é tão somente uma ilusão passageira de nossos sentidos. Em seu modo de ser absoluto, o Princípio Um sob seus dois aspectos, Parabrahman e Mûlaprakriti, carece de sexo, é incondicionado e eterno. Sua emanação manvantárica, periódica, ou irradiação primária, é também Uma, andrógina, e em seu aspecto fenomenal, finita. Quando a irradiação irradia a sua vez, todas suas irradiações são também andróginas, convertendo-se nos princípios masculino e feminino em seus aspectos inferiores. depois de um Pralaya, já seja o Major, já o Menor -este último deixando aos mundos em statu quo (27)- o

primeiro que acordada à vida ativa é o plástico Âkâsha, o Pai-Mãe, o Espírito e a Alma de Éter, ou seja o Plano do Círculo. O Espaço é chamado a Mãe, antes de sua atividade cósmica, e o Pai-Mãe na primeira etapa de seu despertar. Na Kabalah é também Pai-Mãe-Filho. Mas enquanto na doutrina oriental, estes constituem o Sétimo Princípio do Universo Manifestado, ou seu Emana (Espírito-Alma-Inteligência), ramificando-se e diviéndose a Tríada em sete Princípios cósmicos e em sete princípios humanos; na Kabalah ocidental dos místicos cristãos, considera-se a Tríada ou Trindade, e entre seus ocultistas, o Jehovah macho-fêmea, JahHavah. Nisto estriba toda a diferença entre as Trindades esotérica e cristã. Os místicos e os filósofos, os panteístas orientais e ocidentais, sintetizam seu Tríada pregenética na abstração divina pura. O ortodoxo, a antropomorfiza. Hiranyagarbha, Hari Sansâra (28), as três Hipóstasis do espírito que se manifesta (o “Espírito do Espírito Supremo”, com cujo título saúda Prithivi, a Terra, ao Vishnu em seu primeiro Avatâra), são as cuaidades abstratas puramente metafísicas da Formação, a Conservação e a Destruição, e são as três divinas Avasthâs (Hipóstasis) pelo que “não perece com as coisas criadas”, Achyuta, nome do Vishnu; enquanto que o cristão ortodoxo cinde sua Deidade criadora pessoal nos três personagens da Trindade, e não admite nenhuma Deidade superior. Esta última é, em Ocultismo, o Triângulo abstrato; para o ortodoxo, é o Cubo perfeito. O deus criador ou os deuses reunidos, são considerados pelo filósofo oriental como Bhrântidarshanatah, “falsas aparências”, um pouco “concebido, por razão de aparências errôneas, como uma forma material”, e que se explica como procedente do conceito ilusório da Alma humana pessoal e egotista (o Quinto Princípio inferior). A tradução corrigida que aparece nas notas do Fitzedward Hall, à versão do Wilson do Vishnu Purâna, o expressa de um modo feliz: “Brahma em sua totalidade, tem essencialmente o aspecto do Prakriti, assim deplegado como sem desdobrar (Mûlaprakriti), e também o aspecto do Espírito e o aspecto do tempo. O Espírito, OH você, duas vezes nascido!, é o aspecto principal do Brahma Supremo (29). O aspecto seguinte é duplo: Prakriti, de uma vez desdobrado e sem desdobrar; e o último é o Tempo”. Ao Cronos lhe apresenta também na teogonía órfica como sendo um Deus ou agente engendrado. Nesta etapa do despertar do Universo, o simbolismo sagrado o representa como um Círculo perfeito com o Ponto (Raiz) no centro. Este era um signo universal, e portanto o encontramos também na Kabalah. Entretanto, a Kabalah ocidental, na atualidade em mãos dos místicos cristãos, ignora-o por completo, apesar de achar-se claramente apresentado no Zohar. Estes sectários começam pelo fim, e apresentam como símbolos do Kosmos pregenético o signo ....., chamando-o-a União da Rosa e da Cruz”, o grande mistério da geração oculta, de onde procede o nome Rosacruz (Rosa Cruz)! Isto pode deduzir-se de um dos mais importantes e melhor conhecidos de seus símbolos, o qual, até a data, jamais foi compreendido nem mesmo pelos místicos modernos. Este é o Pelicano rasgando seu seio para alimentar a seus sete filhos; o verdadeiro credo dos Irmãos da Rosa-Cruz, e uma emanação direta da Doutrina Secreta do Oriente. Brahman (neutro) é chamado Kâlahamsa, que significa, conforme o explicam os orientalistas ocidentais, o Cisne Eterno (ou ganso), e o mesmo é Brahmâ, o Criador. Assim se dá lugar a um grande engano. Ao Brahman (neutro), deve fazer-se referência como Hamsavâhana (que usa o Cisne como Veículo), e não ao Brahmâ, o Criador, que é o verdadeiro Kâlahamsa; enquanto que Brahman (neutro), é Hamsa e A-hamsa, como se explicará nos Comentários. Tenha-se presente que os términos Brahmâ e Parabrahman não se empregam aqui porque pertençam a nossa nomenclatura esotérica, a não ser simplesmente por ser mais familiares aos estudantes do Ocidente. Ambos os som os perfeitos equivalentes de nossos términos de uma, três e sete vocais, que corresponde ao TUDO UM, e ao Um “Tudo em Tudo”. Tais são os conceitos fundamentais em que se apóia a Doutrina Secreta. Não seria este lugar a propósito para fazer uma defesa, nem para dar provas de seu valor racional inerente; nem posso tampouco me deter demonstrar como se acham de fato contidos em todos os sistemas de filosofia dignos deste nome, embora freqüentemente sob um disfarce enganoso. Quando o leitor os tenha compreendido claramente, e tenha visto a luz que jogam sobre todos os problemas da vida, não necessitará maior justificação a seus olhos, posto que sua verdade será tão evidente para ele como a luz do sol. Passo, portanto, ao assunto objeto das Estadias tal como se dão neste volume, começando pelas apresentar em uma relação direta, com a idéia de facilitar o trabalho do estudante, ao pôr ante sua vista, em poucas palavras, o conceito geral explicado nelas. A história da Evolução Cósmica, tal como se acha exposta nas Estadias, é, por dizê-lo

assim, a abstrata fórmula algébrica desta evolução. portanto, o leitor não deve conceber a esperança de encontrar nelas a explicação de todas as etapas e transformações que têm lugar entre os começos da Evolução Universal e nossa presente estado. Seria impossível dar tal explicação, que seria incompreensível a quem nem sequer pode fazer-se carrego da natureza do plano de existência imediato, ao que, no momento, acha-se limitada sua consciência. As Estadias dão, portanto, uma fórmula abstrata, que pode aplicar-se mutatis mutandis a toda evolução: a de nossa terra diminuta; a da Cadeia de Planetas de que esta terra forma parte; a do Universo Solar a que pertence esta Cadeia; e assim, em escala ascendente, até que a mente vacila e fica exausta pelo esforço realizado. As sete Estadias que neste volume se dão, representam os sete términos desta fórmula abstrata. referem-se e descrevem as sete grandes etapas do processo evolutivo, de que tratam os Purânas como as “Sete Criações”, e a Bíblia como os “dias” da Criação. A Estadia I descreve o estado de TUDO UM durante o Pralaya, antes o primeiro movimento do despertar da Manifestação. Basta pensar um momento para compreender que tal estado só pode expressar-se simbolicamente; pois é impossível descrevê-lo. E nem mesmo pode ser simbolizado mas sim por meio de negações; porque sendo o estado do Absoluto per se, não pode ter nenhum daqueles atributos específicos que nos servem para descrever os objetos em términos positivos. daqui que só pode sugerir-se tal estado por meio da negação de todos aqueles atributos mais abstratos que os homens sentem, mas bem que concebem, como o limite mais remoto a que pode chegar seu poder de concepção. A Estadia II descreve uma etapa que para uma inteligência ocidental deve ser quase tão idêntica ao estado referido na primeira Estadia, que o explicar a idéia de sua diferença requereria por si só um tratado. portanto, deve ficar à intuição e às faculdades mais elevadas do leitor, o penetrar até onde seja possível a significação das frases alegóricas de que se faz uso. Na verdade, terá que ter presente que todas estas Estadias falam mais com as faculdades íntimas que à inteligência ordinária do cérebro físico. A Estadia III descreve o despertar do Universo à vida depois do Pralaya. Refere como surgem as Mónadas de sua estado de absorção no seio do Um; cuja etapa é primeira e superior na formação dos Mundos. O término Mónada pode aplicá-lo mesmo ao mais vasto Sistema Solar, que ao átomo mais diminuto. A Estadia IV apresenta a diferenciação do “Germe” do Universo na Hierarquia Septenaria de Poderes Divinos conscientes, que são as manifestações ativas da Suprema Energia Uma. Eles são os construtores e modeladores, e em último término os criadores de todo o Universo manifestado, no único sentido em que o nome de “Criador” é inteligível; dão forma ao Universo e lhe dirigem; são os Seres inteligentes que ajustam e vigiam a evolução, encarnando em si mesmos aquelas manifestações da Lei Uma, que conhecemos como “Leis da Natureza”. Genericamente são conhecidos com o nome do Dhyân Chohans, embora cada um dos diversos grupos tem sua própria denominação na Doutrina Secreta. Esta etapa da evolução é chamada na mitologia a Índia a “Criação dos Deuses”. A Estadia V descreve o processo da formação do mundo. Em primeiro lugar, Matéria Cósmica difusa; depois o “Torvelinho Ígneo”, a primeira etapa da formação de uma nebulosa. Esta nebulosa se condensa e, depois de passar por várias transformações, forma um Universo Solar, uma Cadeia Planetária ou um só Planeta, segundo os casos. A Estadia VI indica as etapas subseqüentes da formação de um “Mundo”, mostrando a evolução deste Mundo até seu quarto grande período, que corresponde ao período em que vivemos atualmente. A Estadia VII continua a história, riscando o descida da vida até a aparência do homem; e assim termina o primeiro livro de LA DOUTRINA SECRETA. O desenvolvimento do “Homem” desde sua primeira aparição sobre esta terra na Ronda atual, até o estado em que hoje se encontra, constituirá o assunto dos terceiro livros e quarto. As Estadias que formam a tese de todas as seções desta obra, apresentam-se traduzidas em linguagem moderna; pois tivesse sido muito inútil o fazer o assunto mais dificultoso com a introdução da fraseología arcaica do original, cujo estilo e palavras são enigmáticos. intercalam-se extratos das traduções a China, tibetana e sânscrita dos Comentários e Glosas originais do Senzar sobre o Livro do Dzyan, sendo esta a primeira vez que sortes traduções se vertem a uma linguagem européia. É quase desnecessário dizer que tão somente são aqui citadas porções das sete Estadias. Se se publicassem completas, seriam

incompreensíveis para todos, exceção feita de uns quantos elevados ocultistas. Tampouco há necessidade de assegurar aqui ao leitor que a escritora, ou mas bem a humilde reprodutora destas linhas, não entende melhor que a maior parte dos profanos aquelas porções suprimidas. Com objeto de facilitar a leitura e de evitar referências muito freqüentes a notas postas ao pé, considerou-se mais cômodo reunir textos e glosas, usando os nomes próprios sânscritos e tibetanos, quando não pudessem evitar-se, com preferência aos originais; com tanta maior razão, os últimos tão somente entre os Professores e seus Chelas (ou discípulos). Se tivesse que traduzir-se ao espanhol o primeiro versículo empregando unicamente os substantivos e términos técnicos que constam em uma das versões tibetana e senzar, diria como segue: Tho-ag no Zhi-gyu dormiu sete Khorlo. Zodmanas zhiba. Todo Nyug seio. Konch-hog não; Thyan-Kam não; Lha-Chohan não; Tenbrel Chugnyi não; Dharmakâya cessou; Tgenchang não tinha chegado a ser; Barnang e Ssa no Ngovonyidj; somente Tho-og Yinsin na noite da Sun-chan e Yong-grub (Paranishpanna), etc. Tudo isto soaria como um completo Abracadabra. Como esta obra se escrito para instrução dos estudantes de Ocultismo e não em benefício dos filólogos, evitaremos términos estrangeiros semelhantes, sempre que for possível. Unicamente se deixam os términos intraduzíveis, que não se compreendam sem uma explicação; mas todos eles se darão em sua forma sânscrita. Não há para que recordar ao leitor que estes são, em quase todos os casos, os últimos desenvolvimentos desta linguagem, e pertencem à Quinta Raça Raiz. O sânscrito, tal como agora se conhece, não foi falado pelos atlantes; e a maior parte dos términos filosóficos empregados nos sistemas da Índia, posteriores ao período do Mahâbhârata, não se encontram nos Veda nem nas Estadias originais, a não ser tão somente suas equivalentes. Ao leitor que não seja teósofo, lhe convida, uma vez mais, a considerar tudo o que segue como um conto de fadas, se assim lhe parecer; todo o mais, como uma especulação de sonhadores, ainda não demonstrada; e no pior dos casos, como uma de tantas hipótese científicas, passadas, pressente e futuras, algumas das quais já morreram, enquanto outras ainda estão em pé. Não é ela, em sentido algum, menos científica que muitas das chamadas teorias científicas; mas em todo caso é mais filosófica e mais provável. Em vista dos muitos comentários e explicações que se necessitam, as referências às notas se destacam da maneira acostumada; ao passo que as sentenças que têm que ser comentadas, marcam-se com letras. acrescentam-se algumas matérias nos capítulos que tratam do simbolismo, os quais contêm freqüentemente maior instrução que os Comentários.

PRIMEIRA PARTE

A EVOLUÇÃO CÓSMICA

SETE ESTADIAS DO LIVRO SECRETO DO DZYAN

COM COMENTÁRIOS

Não existia algo, nem existia nada; O resplandecente céu não existia; Nem a imensa abóbada celeste se estendia no alto. O que cobria tudo? O que o cobria? O que o ocultava? Era o abismo insondável das águas? Não existia a morte; mas nada havia imortal, Não existiam limites entre o dia e a noite Só um respirava inanimado e por Si, Pois nenhum outro que Ele jamais houve. Reinavam as trevas, e todo o princípio estava velado Em escuridão profunda; um oceano sem luz; O germe até então oculto no envoltório Faz brotar uma natureza do ardente calor.

............................................................................... Quem conhece o segredo? Quem o revelou? De onde, de onde surgiu esta multiforme criação? Os Deuses mesmos vieram mais tarde à existência. Quem sabe de onde veio esta grande criação? Aquilo de onde toda esta criação imensa procedeu, Bem que sua vontade tenha criado, bem fora muda, O mais Elevado Vidente, nos mais altos céus,

Conhece-o, ou possivelmente tampouco, nem mesmo Ele saiba. Contemplando a eternidade... Antes que fossem jogados os alicerces da terra, .............................................................................................. Você foi. E quando a chama subterrânea Rompa sua prisão e devore a forma, Ainda será Você, como foi antes, Sem sofrer mudança algum quando o tempo não exista. OH, mente infinita, divina Eternidade!

Rig Veda (Colebrooke)

A EVOLUÇÃO CÓSMICA NAS SETE ESTADIAS DO LIVRO DO DZYAN

ESTADIA I

1. O Eterno Pai, envolto em suas Sempre Invisíveis Vestimentas, tinha dormitado uma vez mais por Sete Eternidades. 2. O Tempo não existia, pois jazia dormido no Seio Infinito da Duração. 3. A Mente Universal não existia, pois não havia Ah-hi para contê-la. 4. Os Sete Caminhos da Felicidade não existiam. As Grandes Causa da Desdita não existiam, porque não havia ninguém que as produje e fosse apreendido por elas. 5. Só trevas enchiam o Tudo Sem Limites; pois Pai, Mãe e Filho eram uma vez mais Um, e o Filho não havia ainda despertado para a nova Roda e sua Peregrinação nela. 6. Os Sete Senhores Sublime e as Sete Verdades tinham deixado de ser; e o Universo, o Filho da Necessidade, estava sumido na Paranishpanna, para ser exalado por aquilo que é, e entretanto, não é. Nada existia. 7. As Causas da Existência tinham sido destruídas; quão visível foi e quão invisível é, permaneciam em Eterno Não-Ser - o Único Ser. 8. A Forma Uma de Existência, sem limites, infinita, sem causa, estendia-se sozinha em Sonho sem Sonho; e a Vida palpitava inconsciente no Espaço Universal, em toda a extensão daquela Onipresença que percebe o Olho Aberto da Dangma. 9. Mas, onde estava Dangma quando o Álaya do Universo estava na Paramârtha, e a Grande Roda era Anupâdaka? ESTADIA II 1. ...Onde estavam os Construtores, os Brilhantes Filhos da Aurora do Manvántara?... Nas Trevas Desconhecidas, em seus Ah-hi Paranishpanna. Os Produtores da Forma, derivada da No-forma, que é a Raiz do Mundo, a Devamâtri e Svabhâvat, repousavam na felicidade do Não-Ser. 2. ...Onde estava o Silêncio? Em onde os ouvidos para percebê-lo? Não; não havia Silêncio nem Som; nada, salvo o Incessante Hálito Eterno, para si mesmo ignoto. 3. A Hora não tinha divulgado ainda; o Raio não tinha brilhado ainda para dentro do Germe; a Mâtripadma ainda não se encheu. 4. Seu Coração não se aberto ainda para receber o Raio Único, e cair depois, como três em Quatro, no Regaço do Mâyâ. 5. Os Sete não tinham nascido ainda da Malha de Luz. O Pai-Mãe, Svabhâvat, era só Trevas; e Svabhâvat estava em trevas.

6. Estes Dois são o Germe, e o Germe é Um. O Universo estava ainda oculto no Pensamento Divino e no Divino Seio. ESTADIA III 1. ...A última Vibração da Sétima Eternidade palpita através do Infinito. A Mãe se torcedor e se alarga de dentro fora como o Botão do Lótus. 2. Estende a Vibração, e suas velozes Asas tocam ao Universo inteiro e ao Germe que mora nas Trevas; Trevas que respiram sobre as dormidas Águas da Vida. 3. As Trevas irradiam a Luz, e a Luz emite um Raio solitário nas Águas, dentro do Abismo da Mãe. O Raio transpassa o Ovo Virgem; o Raio faz estremecer ao Ovo Eterno, e desprende o Germe não eterno, que se condensa no Ovo do Mundo. 4. Os Três caem nos Quatro. A Radiante Essência deve ser Sete interiormente, Sete exteriormente. O Luminoso Ovo, que é Três em si mesmo, coalha e se pulveriza em Coágulos brancos como o leite, por toda a extensão das Profundidades da Mãe: a Raiz que cresce nos Abismos do Oceano da Vida. 5. A Raiz permanece, A Luz permanece, Os Coágulos permanecem, e entretanto, Oceahoo é Um. 6. A Raiz da Vida estava em cada Gota do Oceano de Imortalidade, e o Oceano era Luz Radiante, a qual era Fogo e Calor e Movimento. As Trevas se desvaneceram, e não foram mais: desapareceram em sua Essência mesma, o Corpo de Fogo e Água, do Pai e a Mãe. 7. Hei aqui, OH, Lanú!, ao Radiante Filho dos Dois, a Glória resplandecente sem par -o Espaço Luminoso, Filho do Negro Espaço, que surge das Profundidades das grandes Águas Obscuras. Ele é Oeaohoo, o Mais Jovem, o ***. Ele brilha como o Sol, é o Resplandecente Dragão Divino da Sabedoria. Um é Quatro, e Quatro toma para si Três (1), e a união produz o Sapta, em quem estão os Sete que devem ser os Tridasha, as Hostes e as Multidões. lhe contemple levantando o Véu e desdobrando o de Oriente ao Ocidente. Oculta o de Acima e deixa ver o de Abaixo como a Grande Ilusão. Assinala os sítios para os Resplandecentes, e converte o Superior em muito Fogo sem bordas, e um Manifestado nas Grandes Águas. 8. Onde estava o Germe e deu estavam então as Trevas? Em onde está o Espírito da Chama que arde em seu Abajur, OH, Lanú!? O Germe é Aquilo, e Aquilo é a Luz, o Branco Filho Resplandecente do Obscuro Pai Oculto. 9. A Luz é Chama Fria, e a chama é Fogo, e o Fogo produz o Calor, que dá lugar à Água - a Água de Vida na Grande Mãe. 10. O Pai-Mãe tece um Tecido, cujo extremo superior está unido ao Espírito, Luz da Escuridão Única, e o inferior à Matéria, sua extremidade de sombras. Este Tecido é o Universo, tecido com as Duas Substâncias feitas em Um, que é Svabhâvat. 11. alarga-se quando o Sopro de Fogo se estende sobre ela; contrai-se quando o Fôlego da Mãe a touca. Os Filhos se desagregam então e se pulverizam, para voltar para Seio de sua Mãe, ao final do Grande Dia, e ser de novo uns com ela. Quando se esfria, faz-se radiante. Seus Filhos se dilatam e contraem dentro de Si mesmos e em seus Corações; eles abrangem o Infinito. 12. Então Svabhâvat envia ao Fohat para endurecer os Átomos. Cada um é uma parte do Tecido. Refletindo ao “Senhor que existe por Si mesmo”, como um espelho, cada qual a sua vez deve ser um Mundo. ESTADIA IV 1. ...Filhos da terra, escutem a seus Instrutores, os Filhos do Fogo. Saibam que não há nem primeiro nem último; porque tudo é um Número, que procede do que não é Número. 2. Aprendam o que nós que descendemos dos Sete Primeiros, o que nós, que nascemos da Primitiva Chama, aprendemos que nossos Pais... 3. Do Resplendor da Luz -o Raio das Eternas Trevas- surgem no Espaço as Energias despertadas de novo; o Um do Ovo, o Seis e o Cinco. Depois o Três, o Um, o Quatro, o Um, o Cinco, o dobro Sete, a Soma Total. E estas são as Essências, as Chamas, os Elementos, os Construtores, os Números, os Arûpa, os Rûpa e a Força ou o Homem Divino, a Soma Total. E do Homem Divino emanaram as Formas, as Faíscas, os Animais Sagrados, e os Mensageiros dos Sagrados Pais dentro do Santo Quatro.

4. Este era o Exército da Voz, a Divina Mãe dos Sete. Os Brilhos dos Sete estão submetidos e são os servidores do Primeiro, do Segundo, do Terceiro, do Quarto, do Quinto, do Sexto e do Sétimo dos Sete. Estes som chamados Esferas, Triângulos, Cubos, Linhas e Modeladores; pois assim se sustenta o Eterno Nidâna - o Oi-Há-Hou. 5. O Oi-Há Hou, que é as Trevas, o Ilimitado ou o que não é Número. Âdit-Nidâna, Svabhâvat, o .......: I. O Âdi-Sanat, o Número; pois ele é Um. II. A Voz da Palavra, Svabhâvat, os Números; pois ele é Um e Nove. III. O “Quadrado sem Forma”. E estes Três, encerrados dentro do ......, são o Quatro Sagrado; e os Dez são o Universo-Arûpa. Logo vêm os Filhos, os Sete Combatentes, o Um, o Oitavo excluído, e seu Fôlego que é o Fazedor da Luz. 6. ... Depois os Segundos Sete, que são os Lipika, produzidos pelos Três. O Filho Descartado é Um. Os “Filhos-soles” são inumeráveis. ESTADIA

V

1. Os Sete Primitivos, os Sete Primeiros Sopros do Dragão da Sabedoria, produzem a sua vez o Torvelinho de Fogo com seus Sagrados Fôlegos de Circulação giratória. 2. Eles fazem dele, o Mensageiro de sua Vontade. O Dzyu se converte no Fohat: o Filho veloz dos Filhos Divinos, cujos Filhos são os Lipika, leva mensagens circulares, Fohat é o Corcel, e o Pensamento o Cavaleiro. Ele atravessa como o raio as nuvens de fogo; dá Três e Cinco e Sete Passos através das Sete Regiões superiores e das Sete inferiores. Alta a Voz, e chama as Faíscas inumeráveis e as reúne. 3. Ele é seu condutor, o espírito que as guia. Quando começa sua obra, separa as Faíscas do Reino Inferior, que se abatem e tremem gozosas em suas radiantes moradas, e forma com elas os Gérmenes das Rodas. Coloca-as nas Seis Direções do Espaço, e uma no Centro: a Roda Central. 4. Fohat risca linhas espirais para unir a Sexta à Sétima - a Coroa. Um Exército dos Filhos da Luz se situa em cada um dos ângulos; os Lipika se colocam na Roda Central. Dizem eles: “Isto é bom”. O primeiro Mundo Divino está disposto, o Primeiro, o Segundo. Então, o “Divino Arûpa se reflete no Chhâyâ Loka, a Primeira Vestimenta da Anupâdaka. 5. Fohat dá cinco passos, e constrói uma roda alada em cada ângulo do quadrado para os Quatro Santos... e suas Hostes. 6. Os Lipika circunscrevem o Triângulo, o Primeiro Um, o Cubo, o Segundo Um e o Pentaclo dentro do Ovo. Este é o Anel chamado “Não Se Passa”, para os que descendem e ascendem; para os que durante o Kalpa estão partindo por volta do grande Dia “Sede Conosco”... Assim foram formados os Arûpa e os Rûpa: da Luz Única, Sete Luzes; de cada uma das Sete, sete vezes Sete Luzes. As Rodas vigiam o Anel... ESTADIA VI 1. Pelo poder da Mãe de Misericórdia e Conhecimento, Kwan-Yin -a Triplo do Kwan-ShaiYin, que reside no Kwan-Yin-Tien- Fohat, o Fôlego de sua Origem, o Filho dos Filhos, fazendo sair das profundidades do Abismo inferior a Forma Ilusória de Têmpora-Tchan e os Sete Elementos. 2. O Veloz e Radiante Um produz os Sete Centros Espécie, contra os quais ninguém prevalecerá até o Grande Dia “Sede Conosco”; e assenta o Universo sobre estes Eternos Fundamentos, rodeando a Têmpora-Tchan com os Gérmenes Elementares. 3. Dos Sete - primeiro Um manifestado, Seis ocultos; Dois manifestados, Cinco ocultos; Três manifestados, Quatro ocultos; Quatro produzidos, Três escondidos; Quatro e Um Tsan revelados, Duas e Uma Metade ocultos; Seis para manifestar-se, A gente deixado à parte. Ultimamente, Sete Pequenas Rodas girando; uma dando nascimento à outra. 4. Ele as constrói a semelhança de Rodas mais antigas, as colocando nos Centros Imperecíveis. Como as constrói Fohat? Ele reúne o Ígneo Pó. Faz Esferas de Fogo, corre ao través delas e a seu redor, lhes infundindo vida; e depois as põe em movimento: às umas nesta

direção, às outras naquela. Estão fritem, e ele as esquenta. Estão secas, e ele as umedece. Brilham, e ele as ventila e as refresca. Assim procede Fohat do um ao outro Crepúsculo, durante Sete Eternidades. 5. Na Quarta, os Filhos recebem ordem de criar suas Imagens. A Terceira parte se nega. As Outras Dois obedecem. A Maldição se pronuncia. Nascerão na Quarta; sofrerão e farão sofrer. Esta é a primeira Guerra. 6. As Rodas mais Antigas rodavam para baixo e para cima... A ova da Mãe enchia o Tudo. Houve Batalhas brigadas entre os Criadores e os Destruidores, e Batalhas brigadas pelo Espaço; aparecendo e reaparecendo a Semente continuamente. 7. Faz seus cálculos, Lanú, se quer saber a idade exata de sua Pequena Roda. Seu quarto Raio “é” nossa Mãe. Alcança o Quarto Fruto do Quarto Atalho do Conhecimento que conduz à a Nirvâna, e você compreenderá porque verá... ESTADIA VII 1. Hei aqui o princípio da Vida relatório senciente. Primeiro, o Divino, um que procede do Espírito-Mãe; depois, o Espiritual; os Três emanando do Um, os Quatro emanando do Um, e os Cinco, dos quais procedem os Três, os Cinco e os Sete. Estes são os Triplos e os Quádruplos para baixo; os Filhos nascidos da Mente do Primeiro Senhor, os Sete Resplandecentes. Eles são você, eu, ele OH, Lanú!, os que velam sobre ti e sua mãe, Bhûmi. 2. O Raio Único multiplica os Raios menores. A Vida precede à Forma, e a Vida sobrevive ao último átomo. Através dos Raios inumeráveis o Raio de Vida, um parecido a um Fio que trespassa muitas contas. 3. Quando um se converte em Dois, aparece o Triplo, e os Três são Um; e este é nosso Fio, OH, Lanú!, o Coração do Hombre-planta, chamado Saptaparma. 4. Ele é Raiz que jamais perece; a Chama de Três Línguas e Quatro Pavios. Os Pavios são as Faíscas que partem da Chama de Três Línguas projetada pelos Sete -de quem é a Chama- Raios de Luz e Faíscas de uma Lua que se reflete nas movientes Ondas de todos os Rios da Terra. 5. A Faísca pende da Chama pelo mais tênue fio do Fohat. Ela viaja através dos Sete Mundos do Mâyâ. detém-se no Primeiro; e é um Metal e uma Pedra; para o Segundo, e gela feita uma Planta; a Planta gira através de sete mudanças, e deve ser um Animal Sagrado. Dos atributos misturas de todos eles, forma-se Manu, o Pensador. Quem o forma? As Sete Vistas e a Vida Uma. Quem o completa? O Quíntuplo Lha. E quem aperfeiçoa o último Corpo? Peixe, Pecado e Soma... 6. Do Primeiro nascido, o Fio entre o Silencioso Vigilante e sua Sombra, faz-se mais e mais forte e radiante a cada Mudança. A Luz do Sol da manhã se trocou na glória do meiodia... 7. “Esta é sua Roda atual” -disse a Chama à Faísca-. “Você é eu mesma, minha imagem e minha sombra. Eu me revesti que ti, e você é meu Vâhan até o dia “Sede Conosco”, em que tem que voltar a ser “eu mesma e outros, você mesma e eu”. Então os Construtores, terminada sua primeira Vestimenta, descendem sobre a radiante Terra, e reinam sobre os Homens, que são eles mesmos. -----------------------------(Assim acaba esta parte da narração arcaica, obscura, confusa, quase incompreensível. Trataremos agora de fazer luz nestas trevas, para tirar o significado desta aparente falta de sentido).

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das Sete Estadias e suas expressões seguindo a ordem de numeração daquelas e das slokas ESTADIA I A NOITE DO UNIVERSO 1. O ETERNO PAI (1), ENVOLTO EM SUAS SEMPRE INVISÍVEIS VESTIMENTAS, TINHA DORMITADO UMA VEZ MAIS DURANTE SETE ETERNIDADES. O “Pai”, o Espaço, é a Causa eterna, onipresente de tudo; a incompreensível DEIDADE, cujas “Invisíveis Vestimentas” são a Raiz mística de toda Matéria, e do Universo. É o Espaço a única coisa eterna que podemos facilmente imaginar, imutável em sua abstração, e sobre a que não exerce influência nem a presença nela, nem a ausência, de qualquer universo objetivo. Não tem dimensão em nenhum sentido e existe por si mesmo. O Espírito é a primeira diferenciação daquilo”, que é a Causa sem Causa assim do Espírito como da Matéria. Segundo insígnia o Catecismo Esotérico, não é nem o “vazio sem limites”, nem a “plenitude condicionada”, a não ser ambas as coisas. Foi e sempre será. Assim, as “Vestimentas” devem expressar o nóumeno da Matéria Cósmica não diferenciada. Não é a matéria tal como nós a conhecemos, a não ser a essência espiritual da matéria; e em seu sentido abstrato é coeterna e até uma com o Espaço. A Natureza Raiz é também a fonte das propriedades sutis e invisíveis da matéria visível. É, por dizê-lo assim, a Alma do Espírito Único e Infinito. Os indos a chamam Mûlaprakriti, e dizem que é a Substância primitiva, a qual é a base do Upâdhi ou Veículo de todos os fenômenos, sejam físicos, psíquicos ou mentais. É o princípio de que irradia o Âkâsha. As “Sete Eternidades” significam evos ou períodos. A palavra Eternidade, conforme a entende a Teologia cristã, não tem significação para os asiáticos se se excetuar sua aplicação à Existência Única; nem a palavra “eterno”, que é o eterno somente com relação ao futuro, é outra coisa que uma expressão errônea (2). Semelhantes palavras não existem, nem podem existir na metafísica filosófica, e foram desconhecidas até o advento o Cristianismo clerical. As Sete Eternidades significam os sete períodos de um Manvántara, ou seja um espaço de tempo correspondente à duração destes sete períodos; e compreendem toda a extensão de um Mahâkalpa ou “Grande Idade” (100 anos do Brahmâ), fazendo um total de 31.040.000.000.000 de anos. Cada Ano do Brahmâ se compõe de 360 Dias, e de igual número de Noites do Brahmâ (calculando conforme à a Chandrâyama ou ano lunar); e um Dia do Brahmâ se compõe de 4.320.000.000 de nossos anos. Estas Eternidades pertencem aos cálculos mais secretos, nos quais, para chegar ao verdadeiro total, cada cifra dever ser 7x, variando x segundo a natureza do ciclo no mundo real ou subjetivo; e refiriéndose ou representando, cada uma das cifras ou números, os diversos ciclos (do maior até o mais pequeno), no mundo ilusório ou objetivo, devem necessariamente ser múltiplos de sete. Não pode dá-la chave de tudo isto, porque nisso vai envolto o mistério dos cálculos esotéricos, e para os fins do cálculo ordinário não tem nenhum sentido. “O número sete -diz a Kabalah- é o grande número dos Mistérios Divinos”; o número dez é o de todos os conhecimentos humanos (a Década pitagórica); 1.000 é o número dez elevado à terceira potência, e portanto o número 7.000 é também simbólico. Na Doutrina Secreta, a cifra 4 é o símbolo masculino unicamente no plano mais elevado da abstração; no plano da matéria o 3 é o masculino, e o 4 o feminino a linha vertical e a horizontal no quarto grau do simbolismo, em que os símbolos se convertem em hieróglifos dos poderes geradores no plano físico. 2. O TEMPO NÃO EXISTIA, POIS JAZIA DORMIDO NO SEIO INFINITO DA DURAÇÃO. O “Tempo” é só uma ilusão produzida pela sucessão de nossos estados de consciência em nossa viagem através da Duração Eterna, e não existe onde não existe consciência em que possa produzi-la ilusão, mas sim “jaz dormido”. O Presente é somente uma linha matemática que separa a parte da Duração Eterna que chamamos o Futuro, da outra parte que chamamos o Passado. Nada há na terra que tenha verdadeira duração, pois nada permanece sem mudança, ou é o mesmo, durante a bilionésima parte de um segundo; e a sensação que

experimentamos da realidade da divisão do Tempo que se conhece como Presente, vem-nos da impressão da momentânea vislumbre, ou vislumbre sucessivas, das coisas que nossos sentidos nos comunicam, ao passar sortes coisas da região do ideal, que denominamos o Futuro, à região das lembranças a que damos o nome de Passado. Do mesmo modo experimentamos uma sensação de duração no caso da faísca elétrica foto instantânea, por causa de ter sido impressionada a retina e continuar a impressão. As pessoas e as coisas reais e efetivas não são unicamente o que se vê em qualquer momento dado, mas sim estão constituídas pela soma de todas suas condições diversas e mutáveis, do momento em que aparecem em forma material até que desaparecem da terra. Estas “somas totais” existem de toda eternidade no Futuro, e passam gradualmente através da matéria para existir de toda eternidade no Passado. Ninguém dirá que uma barra de metal jogada no mar, começou a existir quando abandonou o ar, e que cessou de existir assim que penetrou na água; nem que a barra consistia unicamente na seção transversal da mesma, que coincidisse em qualquer momento dado com o plano matemático que separa e ao mesmo tempo une a atmosfera com o Oceano. Assim acontece às pessoas e às coisas que, caindo do “vai ser” no “foi”, do Futuro no Passado, apresentam momentaneamente a nossos sentidos a maneira de uma seção transversal de suas próprias totalidades, conforme vão passando através do Tempo e do Espaço (como matéria) em seu caminho de uma a outra eternidade: e estas duas eternidades constituem aquela Duração em que unicamente há algo que tenha verdadeira existência, a qual perceberiam nossos sentidos se fossem aptos para conhecê-la. 3. A MENTE UNIVERSAL NÃO EXISTIA, POIS NÃO HAVIA AH-HI (3) PARA CONTÊ-LA (4). “Mente” é um nome dado à totalidade dos Estados de consciência compreendidos nas denominações de Pensamento, Vontade e Sentimento. Durante o sonho profundo, cessa a ideación no plano físico e a memória está em suspense; assim é que em todo esse tempo a “Mente não existe”, porque o órgão, por meio do qual o Ego manifesta a ideación e a memória no plano material, deixou que funcionar temporalmente. Um nóumeno pode chegar a ser fenômeno em qualquer plano de existência, só manifestando-se naquele plano por meio de uma base ou veículo apropriado; e durante a larga Noite de repouso, chamada Pralaya, quando todas as Estoque estão disolvidas, a “Mente Universal” fica como uma possibilidade permanente de ação mental, ou como o absoluto Pensamento abstrato, do qual a Mente é relativa manifestação concreta. Os Ah-hi (Dhyân Chohans) são as hostes coletivas de Seres espirituais -as Hostes Angélicas do cristianismo, os Elohim e “Mensageiros” dos judeus-, os quais são o Veículo para a manifestação do Pensamento e da Vontade Divina ou Universal. São as Forças Inteligentes que dão e estabelecem na Natureza as “Leis”, ao passo que eles mesmos obram conforme a leis que lhes foram impostas de modo análogo por Poderes ainda mais elevados; mas não são “personificações” dos Poderes da Natureza, como erroneamente se acreditado. Esta Hierarquia de Seres espirituais, por cujo meio a mente Universal fica em ação, assemelha-se a um exército -uma hoste na verdade- mercê ao qual se manifesta o poder militar de uma nação, e que se compõe de corpos de exército, divisões, brigadas, regimentos, etc., cada uma de cujas unidades tem sua individualidade ou vida separada, e sua liberdade de ação e sua responsabilidade limitadas; estando cada uma contida em uma individualidade superior, a qual seus interesses próprios se acham subordinados, de uma vez que contém em si mesmo individualidades inferiores. 4. OS SETE CAMINHOS DA FELICIDADE (5) NÃO EXISTIAM (a). AS GRANDES CAUSA DA DESDITA (6) NÃO EXISTIAM, PORQUE NÃO HAVIA NINGUÉM QUE AS PRODUJE E FOSSE APREENDIDO POR ELA (b). (a) Existem “Sete Atalhos” ou “Vias” para a “Felicidade” da Não-Existência, que é absoluto Ser, Existência e Consciência. Não existiam, porque o Universo até então se achava vazio, existindo só no Pensamento Divino. (b) Porque são... as Doze Nidânas, ou Causas do Ser. Cada uma delas é o efeito da que lhe precedeu, e a sua vez causa da que lhe aconteça; estando apoiada a soma total das Nidânas nas Quatro Verdades, doutrina especialmente característica do Sistema Hinayâna (7). Pertencem elas à teoria da corrente da lei de encadeamento que produz mérito e demérito, e

que finalmente manifesta ao Carma na plenitude de seu poder. É um sistema baseado na grande verdade de que a reencarnação tem que ser temida; pois a existência neste mundo vincula no homem só sofrimentos, desdita e dor; sendo a morte mesma incapaz de libertar ao homem disso, posto que a morte não é mais que a porta através da qual acontece com outra vida na terra, depois de um breve repouso em sua soleira, ou seja no Devachan. O Sistema Hinayâna ou Escola do Veículo Pequeno, é de origem muito antiga; ao passo que o Mahâyâna, ou Escola do Grande Veículo, pertence a um período posterior, tendo tido origem depois da morte da Buddha. Entretanto, os princípios desta última são tão antigos como as montanhas em meio das quais existiram semelhantes escola desde tempo imemorial; e em realidade, as escolas Hinayâna e Mahâyâna ensinam ambas as mesmas doutrinas. Yâna ou Veículo é uma expressão mística, e ambos os “Veículos” significam que o homem pode escapar da tortura dos renascimentos, e até da falsa felicidade do Devachan, por meio do lucro da Sabedoria e do Conhecimento, únicos que podem dissipar os frutos da Ilusão e da Ignorância. Mâyâ, ou Ilusão, é um elemento que entra em todos os seres finitos, dado que todas as coisas que existem possuem tão somente uma realidade relativa e não absoluta, posto que a aparência que o nóumeno oculto assume para qualquer observador, depende de seu poder de cognição. Uma pintura para a vista não educada do selvagem a primeira vez que a vê, é uma confusão incompreensível de linhas e de manchas de cor, enquanto que a vista habituada descobre em seguida nela uma cara ou uma paisagem. Nada é permanente mais que a Existência única, absoluta e oculta, que contém em si mesmo os nóumenos de todas as realidades. As estoque pertencentes a cada plano do ser, até os mais elevados Dhyân Chohans, são, relativamente, da natureza das sombras projetadas por uma lanterna mágica sobre um tecido branco. Entretanto, todas as coisas são relativamente reais, posto que o conhecedor é também uma reflexão, e portanto as coisas conhecidas são tão reais para ele como ele mesmo. Qualquer que seja a realidade que possuam as coisas, deve buscar-se esta realidade nelas, antes ou depois que tenham passado, a maneira de um relâmpago ao través do mundo material; pois nós não podemos conhecer uma existência semelhante diretamente enquanto só possuamos instrumentos sensitivos que conduzam só a existência material ao campo de nossa consciência. Em qualquer plano que nossa consciência possa encontrar-se atuando, tanto nós mesmos como as coisas pertencentes a aquele plano, são, nnaquele tempo, naquele tempo, nossas únicas realidades. Mas à medida que vamos elevando na escala do desenvolvimento, damo-nos conta de que nas etapas ao través das quais passamos, confundimos as sombras pelas realidades, e que o progresso do Eu para o alto consiste em uma série de despertamientos progressivos, levando consigo a cada avanço a idéia de que, naquele momento ao menos, alcançamos a “realidade”; mas unicamente quando tivermos obtido a Consciência absoluta e compenetrado com ela a nossa própria, encontraremo-nos livres das ilusões produzidas pelo Mâyâ. 5. SÓ TREVAS ENCHIAM O TUDO SEM LIMITES (a); POIS PAI, MÃE E FILHO ERAM UMA VEZ MAIS UM, E O FILHO NÃO TINHA DESPERTADO AINDA PARA A NOVA RODA (8) E SUA PEREGRINAÇÃO NELA (b). (a) As “Trevas são Pai-Mãe; a Luz seu Filho”, diz um antigo provérbio oriental. A luz é inconcebível, a não ser que a considere como vindo de alguma origem que seja causa da mesma; e como no caso da Luz Primitiva aquela origem é desconhecida, embora clamam energicamente por ele a razão e a lógica, por isso o chamamos “Trevas” de um ponto de vista intelectual. Quanto à luz emprestada ou secundária, qualquer que seja sua origem, pode ter tão somente um caráter temporário e mayávico. As Trevas constituem, pois, a Matriz Eterna, na qual os Orígenes da Luz aparecem e desaparecem. Neste nosso plano nada se acrescenta às trevas para as converter em luz, ou à luz para transformá-la em trevas. Elas são permutáveis, e cientificamente a luz é tão somente um modo das trevas e viceversa. Entretanto, ambas as são fenomenais do mesmo nóumeno, o qual é trevas absolutas para a mente científica, e tão somente um obscuro crepúsculo para a percepção da generalidade dos místicos; embora para o olho espiritual do Iniciado é a luz absoluta. que percebamos mais ou menos a luz que brilha nas trevas, é coisa que depende de nosso poder de visão. O que é luz para nós, é trevas para certos insetos; e o olho do clarividente vê iluminação ali aonde o olho normal tão somente percebe escuridão. Quando todo o Universo permanecia sumido em sonho, ou seja que tinha voltado para seu único elemento primitivo, não existiam ali nem centro de luminosidade, nem olho para perceber a luz; e as trevas necessariamente enchiam o

“Tudo sem Limites”. (b) O “Pai e a Mãe” são os princípios masculino e feminino na Natureza Raiz; os pólos opostos que se manifestam em todas as coisas em cada plano do Kosmos, ou Espírito e Substância em um aspecto menos alegórico, cuja resultante é o Universo, ou o “Filho”. São “uma vez mais Um”, quando na noite do Brahmâ, durante o Pralaya, tudo no Universo objetivo voltou para sua causa única, eterna e primária, para reaparecer a seguinte Aurora, como o faz periodicamente. “Kârana” -a Causa Eterna- estava sozinha. Para expressá-lo com maior claridade: Kârana permanece sozinha durante as Noites do Brahmâ. O Universo anterior objetivo se há disolvido em sua Causa única, eterna e primária, e por dizê-lo assim, mantémse em dissolução no espaço, para diferenciar-se outra vez e cristalizar-se de novo a seguinte Aurora Manvantárica, que é o princípio de um novo Dia ou nova atividade do Brahmâ, símbolo de um Universo. Falando esotéricamente, Brahmâ é o Pai-Mãe-Filho, ou Espírito, Alma e Corpo a um mesmo tempo, sendo cada personagem o símbolo de um atributo, e cada atributo ou qualidade um eflúvio graduado do Divino Fôlego em suas diferenciações cíclicas, involucionaria e evolucionaria. No sentido cósmico-físico, é o Universo, a Cadeia Planetária e a Terra; no puramente espiritual, é a Deidade Desconhecida, o Espírito Planetário e o Homem (o Filho dos dois, criatura de Espírito e de Matéria; sua manifestação em suas periódicas aparições sobre a terra durante as “Rodas”, ou os Manvántaras). 6. OS SETE SENHORES SUBLIME E AS SETE VERDADES, TINHAM DEIXADO DE SER (a); E O UNIVERSO, O FILHO DA NECESSIDADE, ESTAVA SUMIDO NO PARANISHPANNA (b) (9), PARA SER EXALADO POR AQUILO QUE É, E ENTRETANTO NÃO É. NADA EXISTIA (c). (a) Os “Sete Senhores Sublime” são os Sete Espíritos Criadores, os Dhyân Chohans, que correspondem aos Elohim hebreus. É a mesma hierarquia de Arcanjos a qual pertencem San Miguel, São Gabriel e outros na teogonía cristã. Só que, assim como a San Miguel, por exemplo, lhe atribui na teologia latina dogmática a vigilância sobre todos os promontórios e golfos, no Sistema Esotérico, os Dhyânis velam sucessivamente sobre uma das Rondas e grandes Raças Raízes de nossa Cadeia Planetária. Além disso, diz-se deles que enviam seus Bodhisattvas, os representantes humanos dos Dhyâni-Buddhas durante cada Ronda e cada Raça. Das “Sete Verdades” e revelações, ou mas bem secretas revelações, quatro unicamente nos foram comunicados; pois estamos ainda na Quarta Ronda, e o mundo também teve só quatro Buddhas, até agora. É esta uma questão muito complicada, e mais adiante nos ocuparemos dela com atenção. Até a data “existem só Quatro Verdades e Quatro Vedações” -dizem os indos e buddhistas-. Por uma razão semelhante insistia Ireneo na necessidade de Quatro Evangelhos. Mas como cada nova Raça-raiz na cabeça de uma Ronda deve ter sua revelação e seus reveladores, a próxima Ronda trará consigo a Quinta, a seguinte a Sexta, e assim sucessivamente. (b) “Paranishpanna” é a perfeição absoluta que todas as estoque alcançam à conclusão de um grande período de atividade, ou Mahâmanvantara, e na qual permanecem durante o período seguinte de repouso. Em tibetano se chama “Yong-Grub”. Até os dias da escola Yogâchârya, a verdadeira natureza da Paranirvâna se acostumava publicamente, mas após se converteu por completo em esotérica; daqui que existam tantas interpretações contraditórias a respeito da mesma. Só um verdadeiro idealista pode entendê-la. Cada coisa tem que considerar-se como ideal, à exceção do Paranirvâna, por quem quer compreender aquele estado, e adquirir um conhecimento a respeito de como o Não-Eu, o Vazio e as Trevas são três em Um, e o que existe só por si mesmo e é perfeito. É absoluto, entretanto, tão somente em um sentido relativo, posto que deve dar lugar a uma perfeição ainda mais absoluta, com arrumo a um tipo mais elevado de excelência no seguinte período de atividade, do mesmo modo que uma flor perfeita tem que deixar de sê-lo e morrer, com objeto de converter-se, em seu desenvolvimento, em um fruto perfeito, se nos permite tal maneira de nos expressar. A Doutrina Secreta ensina o desenvolvimento progressivo de cada uma das coisas, o mesmo mundos que átomos; e este maravilhoso desenvolvimento não tem nem princípio concebível nem fim imaginável. Nosso “Universo” é tão somente um de um número infinito de Universos, todos eles “Filhos da Necessidade”, posto que são elos da grande cadeia Cósmica de Universos, sendo cada um um efeito com relação a seu predecessor, e uma causa respeito ao

que lhe acontece. A aparição e desaparecimento do Universo se descrevem como a expiração e inspiração do “Grande Fôlego”, que é eterno; e que sendo Movimento, é um dos três aspectos do Absoluto, sendo os outros dois o Espaço Abstrato e a Duração. Quando o Grande Fôlego se expele, é chamado o Sopro Divino, e lhe considera como a respiração da Deidade Incognoscible -a Existência Única-, a qual exala um pensamento, por dizê-lo assim, que se converte no Kosmos. De igual modo, quando o Fôlego Divino é inspirado, o Universo desaparece no seio da Grande Mãe, que dorme então “envolta em suas Sempre Invisíveis Vestimentas”. (c) Por “aquilo que é, e entretanto não é”, significa-se o Grande Fôlego mesmo, do qual unicamente podemos falar como da Existência Absoluta, mas sem podê-lo representar a nossa imaginação sob uma forma qualquer de Existência que possamos distinguir da Não-Existência. Os três períodos -o Presente, o Passado e o Futuro- são em filosofia esotérica um tempo composto; pois os três são um número composto unicamente com relação ao plano fenomenal; mas na região do nóumeno não têm validez abstrata. Como dizem as Escrituras; “O Tempo Passado é o Tempo Presente, assim como também o Futuro, o qual, embora não entrou ainda em existência, entretanto é”, segundo um preceito do ensino Prasanga Madhyamika, cujos dogmas “foram sempre conhecidos desde que se separou das escolas puramente esotéricas (10). Nossas idéias, em resumo, a respeito da duração e do tempo, são todas derivadas de nossas sensações, com arrumo às leis de associação. Enlaçadas de modo incompreensível com a relatividade do humano conhecimento, não podem, entretanto, possuir existência alguma, exceto na experiência do eu individual, e perecem quando sua marcha evolutiva dissipa o Mâyâ da existência fenomenal. O que é, por exemplo, o tempo, a não ser a sucessão panorâmica de nossos estados de consciência? Hei aqui as palavras de um Professor: “Sinto-me exasperado ao ter que empregar estas três palavras desventuradas -Passado, Presente e Futuro-, pobres conceitos das fases objetivas do subjetivo tudo, tão mal adaptadas para o objeto como uma tocha para trabalho escultórica delicada”. É um axioma filosófico: terá que alcançar Paramârtha para não converter-se em fácil presa do Samvriti (11). 7. AS CAUSAS DA EXISTÊNCIA TINHAM SIDO DESTRUÍDAS (a); O VISÍVEL QUE FOI E QUÃO INVISÍVEL É, PERMANECIAM NO ETERNO NÃO-SER - O ÚNICO SER (b). (a) “As Causas da Existência” não significam somente as causas físicas conhecidas pela ciência, a não ser as causas metafísicas, a principal das quais é o desejo de existir, uma resultante da Nidâna e do Mâyâ. Este desejo de uma vida senciente, se manifesta por si mesmo em cada uma das coisas, de um átomo a um sol, e é uma reflexão do Pensamento Divino impulsionado à existência objetiva em forma de uma lei para que o Universo possa existir. Segundo o ensino esotérico, a causa real daquele suposto desejo e de toda existência permanece por sempre oculta, e suas primeiras emanações são as abstrações mais completas concebíveis. Estas abstrações devem por necessidade pressupor-se como a causa do Universo material que por si mesmo se apresenta aos sentidos e à inteligência, e são o fundamento dos poderes secundários e subordinados da Natureza, que foram antropomorfizados e adorados como “Deus” e como “deuses” pela multidão vulgar de cada época. Impossível conceber coisa alguma sem causa; o tentá-lo deixa a mente no vazio. Esta é virtualmente a condição a que tem que chegar ao fim a mente, quando tratamos de seguir para trás a cadeia das causas e efeitos; mas tanto a Ciência como a Religião se lançam a este vazio com farta precipitação, porque ignoram as abstrações metafísicas, que são as únicas causas concebíveis das concreções físicas. Estas abstrações se fazem mais e mais concretas à medida que se aproximam de nosso plano de existência, até que por fim se fenomenalizan em forma do Universo material, por um procedimento de conversão do metafísico no físico, análogo ao da condensação do vapor em água, e da água geada em gelo. (b) A idéia do “Eterno Não-Ser que é o Único Ser” parecerá uma paradoxo a quem não recorde que nós limitamos nossas idéias sobre o Ser a nossa presente consciência da Existência; fazendo dela um término específico, em lugar de um término genérico. Se um menino no seio materno pudesse pensar segundo a acepção que damos à palavra, limitaria necessariamente do mesmo modo seu conceito do Ser à vida intra-uterina, única para ele

conhecida; e se tratasse de expressar para sua consciência a idéia da vida depois do nascimento (para ele morte), provavelmente, dada a carência de dados no que fundar-se, e de faculdades para compreendê-los, expressaria aquela vida como “Não-Ser que equivale a Ser (ou existência) Real”. Em nosso caso, o Ser Um é o nóumeno de todos os nóumenos que sabemos têm que existir sob os fenômenos, lhes dando a sombra de realidade, qualquer que seja, que possuam; mas que não podemos conhecer por nos faltar na atualidade os sentidos ou inteligência próprios para isso. Os átomos impalpáveis de ouro contidos em uma tonelada de quartzo aurífero podem ser imperceptíveis para o olho do mineiro, e entretanto, não só conhece este que ali se acham, mas também sabe também que só eles dão ao quartzo um valor apreciável; e esta relação do ouro ao quartzo pode sugerir uma muito ligeiro ideia da do nóumeno ao fenômeno. Só que o mineiro sabe qual será o aspecto que apresentará o ouro quando tiver sido extraído do quartzo, ao passo que o comum mortal não pode formar conceito da realidade das coisas separadas do Mâyâ que as vela, e no que estão ocultas. O Iniciado unicamente, rico com a sabedoria adquirida pelas gerações inumeráveis de seus predecessores, dirige o “Olho da Dangma” para a essência das coisas, na qual não pode Mâyâ ter influência alguma. Neste ponto é onde os ensinos da filosofia esotérica, em relação com as Nidânas e as Quatro Verdades, assumem a maior importância; mas são secretas. 8. A FORMA UMA DE EXISTÊNCIA (a), SEM LIMITES, INFINITA, SEM CAUSA, SE EXTENDIA SÓ EM SONHO SEM SONHOS (b); E A VIDA PALPITAVA INCONSCIENTEMEMORE NO ESPAÇO UNIVERSAL, EM TODA A EXTENSÃO DAQUELA OMNIPRESENÇA QUE PERCEBE O OLHO ABERTO DO DANGMA (12). (a) A tendência do pensamento moderno é o voltar para a idéia antiga de uma base homogênea para coisas na aparência completamente distintas -a heterogeneidade desembrulhando-se da homogeneidade. Os biólogos procuram na atualidade seu protoplasma homogêneo, e os químicos seu protilo, ao passo que a Ciência está procurando a força de que a eletricidade, o magnetismo, o calor, etc., são diferenciações. A Doutrina Secreta leva esta ideia à região da metafísica, e pressupõe uma “Forma Única de Existência”, como base e origem de todas as coisas. Mas possivelmente a frase “Forma Única de Existência” não seja por completo correta. A palavra sânscrita é Prabhavâpyaya, “o lugar (ou mas bem plano) de onde se originam, e aonde tem lugar a resolução de todas as coisas”, como diz um comentador. Não é a “Mãe do Mundo”, como traduz Wilson (13); poque Jagad Yoni, como demonstra Fitzedward Hall, é mas bem que “a Mãe do Mundo”, ou “a Matriz do Mundo”, a “Causa Material do Mundo”. Os comentadores puránicos a explicam pela Kârana, “a Causa”; mas a filosofia esotérica o faz pelo espírito ideal daquela causa. Em seu estado secundário, é o Svabhâvat do filósofo buddhista, a Eterna Causa e Efeito, onipresente e entretanto abstrata; a Essência plástica existente por si mesmo, e a Raiz de todas as coisas, considerada no mesmo dobro sentido que o vedantino considera a seu Parabrahman e Mûlaprakriti, o um baixo dois aspectos. Parece com a verdade extraordinário encontrar a grandes sábios especulando a respeito da possibilidade de que a Vedânta e especialmente o Uttara-Mimânsâ tenham sido “sugeridos pelos ensinos dos buddhistas”, enquanto que, pelo contrário, o buddhismo, os ensinos da Gautama o Buddha, foram as “sugeridas” e por completo edificadas sobre os prinipios da Doutrina Secreta, que tentamos esboçar, sequer seja em parte, e sobre a qual se apóiam também os Upanishads (14). O anterior, segundo os ensinos do Sri Sankarâchârya (15), é inegável. (b) “Sonho sem Sonhos” é um dos sete estados de consciência conhecidos no esoterismo oriental. Em cada um destes estados entra em ação uma parte distinta da mente; ou, como diria um vedantino, o indivíduo é consciente em um plano diferente de seu ser. O término “Sonho sem sonhos” é algum tão análogo a aquele estado de conscientiza no homem, que não sendo recordado no estado de vigília, parece um vazio, o mesmo precisamente que o sonho ao sujeito magnetizado lhe parece um vazio inconsciente quando volta para sua condição normal, mesmo que tenha estado falando e conduzindo-se durante aquele como um indivíduo consciente o faria. 9. MAS, EM ONDE ESTAVA DANGMA QUANDO O ÂLAYA DO UNIVERSO (16) ESTAVA NO PARAMÂRTHA (a) (17), E A GRANDE RODA ERA ANUPÂDAKA? (b)

(a) Hei aqui ante nós a questão que deu lugar a controvérsias escolásticas durante séculos. Os dois términos “Âlaya” e “Paramârtha” foram as causas de divisão em escolas, e de que a verdade se subdividiu em mais aspectos diferentes que por nenhum outro dos términos místicos. Âlaya é a Alma do Mundo, ou Alma Mundi, a Super-Alma do Emerson, que segundo o ensino esotérico, troca periodicamente sua natureza. Âlaya, embora eterna e imutável em sua essência interna, nos planos inalcançáveis tanto para os homens como para deuses cósmicos (Dhyâni-Buddhas), altera-se durante o período de vida ativa com respeito aos planos inferiores, inclusive o nosso. Durante aquele tempo, não somente os Dhyâni-Buddhas são um com Âlaya em Alma e em Essência, mas sim até o homem forte em Ioga (meditação mística) “é capaz de sumir sua alma nela”, como diz Aryâsanga, da escola Yogâchârya. Isto não é Nirvâna, a não ser uma condição próxima a ele. daqui a desavença. Assim, enquanto os Yogâchâryas da escola Mahâyâna dizem que Âlaya (Nyingpo e Tsang em tibetano) é a personificação do Vazio, e, entretanto, Âlaya é a base de cada uma das coisas visíveis e invisíveis; e que, embora seja eterna e imutável em sua essência, reflete-se em cada objeto do Universo “como a lua na água clara e tranqüila”; outras escolas discutem a afirmação. O mesmo acontece respeito da Paramârtha. Os Yogâchâryas interpretam este término como aquilo que também depende de outras coisas (paratantra); e os Madhyamikas dizem que Paramârtha está limitado a Paranishpanna ou Perfeição Absoluta; quer dizer, na exposição destas “Duas Verdades” das Quatro, os primeiros acreditam e sustentam que, neste plano, de todos os modos existe só Samvritisatya, ou a verdade relativa; e os segundos ensinam a existência da Paramârthasatya, a Verdade Absoluta (18). “Nenhum Arhat, ou mendicante, pode alcançar o conhecimento absoluto antes de identificar-se com a Paranirvâna; Parikalpita e Paratantra são seus dois grandes inimigos” (19). Parikalpita (em tibetano Kuntag) é o engano que comete quem não compreende o vazio e a natureza ilusória de tudo; quem acredita na existência de algo que não existe, por exemplo, o Não-Eu. E Paratantra é aquilo, seja o que queira, que existe unicamente graças a uma conexão causal ou dependente, e que tem que desaparecer tão logo cesse a causa que o produzia, como a chama de um pavio. Destrua-se ou extinga-se, e a luz desaparece. Insígnia a filosfía esotérica que toda coisa vive e é consciente; mas não que toda vida e consciência sejam similares às dos seres humanos nem mesmo às dos animais. Nós consideramos a vida como a única forma de existência, manifestando-se no que chamamos Matéria; ou no homem no que chamamos, fazendo uma separação incorreta, Espírito, Alma e Matéria. A Matéria é o Veículo para a manifestação da Alma neste plano de existência, e a Alma é o Veículo em um plano mais elevado para a manifestação do Espírito; e estes três são uma Trindade sintetizada pela Vida que os compenetra. A idéia da Vida Universal é um daqueles antigos conceitos que vão voltando para a mente humana neste século, como conseqüência de haver-se libertado da teologia antropomórfica. Verdade é que a ciência se contente riscando ou pressupor os signos da Vida Universal, e não se atreveu ainda a proferir nem mesmo pelo baixo “Anima Mundi!” A idéia da “vida cristalina”, na atualidade familiar à ciência, faz meio século tivesse sido desprezada. Os botânicos procuram agora os nervos das novelo; não porque suponham que as novelo podem sentir ou pensar como os animais, mas sim porque acreditam que para explicar o desenvolvimento e a nutrição vegetal, é necessária alguma estrutura que guarde a mesma relação funcional com respeito à vida da planta, que a dos nervos com respeito à vida animal. Muito difícil parece que seja possível à Ciência enganar-se por muito mais tempo pelo mero uso de términos tais como “força” e “energia”, em relação ao feito de que as coisas animadas são viventes, já sejam átomos ou planetas. Mas, qual é a crença das escolas internas esotéricas? -perguntará possivelmente o leitor-. Quais são as doutrinas ensinadas a respeito deste assunto pelos “buddhistas” esotéricos? Para eles, Âlaya possui uma significação dobro e até triplo. No sistema Yogâchârya da escola comtemplativa Mahâyâna, Âlaya é ao mesmo tempo a Alma Universal, Anima Mundi e o Eu de um Adepto avançado. “O forte em Ioga pode introduzir a vontade seu Âlaya, por meio da meditação, na verdadeira natureza da Existência”. “Âlaya possui uma existência eterna e absoluta” -diz Âryâsanga, o rival da Nâgârjuna (20)-. Em um sentido é Pradhâna, que no Vishnu Purâna se acha explicado como “a causa não desenvolvida, que os maiores sábios denominam enfaticamente Pradhâna, a base original, a qual é Prakriti sutil, ou seja o eterno e o que a um mesmo tempo resulta (ou compreende em si) o que é e o que não é, ou é mera evolução” (21). “A causa contínua, que é uniforme, e de uma vez causa e efeito, chamada

pelos que conhecem os primeiros princípios Pradhâna e Prakriti, é o incognoscible Brahma que era antes de tudo” (22); quer dizer, Brahma não cria nem produz a evolução mesma, a não ser exibe só vários aspectos de si mesmo, um dos quais é Prakriti, um aspecto da Pradhâna. “Prakriti”, entretanto, é uma palavra incorreta, e Âlaya o explicaria melhor; pois Prakriti não é o “incongnoscible Brahma”. É um engano de quem desconhece a universalidade das doutrinas ocultas do berço mesma das raças humanas, e especialmente por parte daqueles sábios que rechaçam até a idéia de uma “revelação primitiva”, ensinar que o Anima Mundi, a Vida Uma ou Alma Universal, foi dada a conhecer só pelo Anaxágoras, ou durante sua época. Este filósofo deu a luz o ensino simplesmente para combater os conceitos do Demócrito sobre cosmogonia, em excesso materialistas, apoiados na teoria esotérica dos átomos impulsionados cegamente. Anaxágoras do Clazomene não foi seu inventor, foi tão somente seu propagador, como foi também Platón. O que ele chamava Inteligência Mundana, o Nous (......), o princípio que, segundo suas opiniões, existe absolutamente separado e livre da matéria, e obra com arrumo a propósitos, era chamado o Movimento, a Vida Uma, ou Jivâtmâ, na Índia, idades anteriores ao ano 500 antes de Cristo. Só que os filósofos arianos não dotaram jamais a este princípio, que para eles é infinito, com o finito “atributo de pensar” (23). Isto conduz naturalmente ao “Espírito Supremo” do Hegel e dos trascendentalistas alemães, e apresenta um contraste que pode ser útil assinalar. As escolas do Schelling e do Fichte divergiram muito do conceito arcaico e primitivo de um Princípio Absoluto, e refletiram tão somente um aspecto da idéia fundamental da Vedânta. Até o “Absoluter Geist” (24), sugerido vagamente por von Hartmann em sua filosofia pessimista do “Inconsciente”, embora é possivelmente a maior aproximação da especulação européia às doutrinas Advaitin indas, entretanto, dista também muito da realidade. Segundo Hegel, o “Inconsciente” jamais teria empreendido a vasta e laboriosa tarefa de desembrulhar o Universo, mais que com a esperança de alcançar clara consciência de Si mesmo. Com relação a isto deve se ter presente que ao falar do Espírito, término que os panteístas europeus empregam como equivalente do Parabrahman, e lhe chamar Inconsciente, não dão eles a esta expressão a significação indireta que geralmente implica. emprega-se a falta de um término mais apropriado para simbolizar um profundo mistério. A “Consciência Absoluta depois dos fenômenos”, dizem-nos que se denomina inconsciência, unicamente por razão da ausência de todo elemento de personalidade, e transcende ao conceito humano. O homem, incapaz de formar um só conceito, a não ser relativo a fenômenos empíricos, é impotente, por causa da constituição mesma de seu ser, para levantar o véu que cobre a majestade do Absoluto. Só o Espírito em liberdade é capaz de compreender, embora de um modo vago, a natureza de sua própria origem, ao qual deve voltar eventualmente. Posto que o mais elevado Dhyân Chohan, depois de tudo, tem que humilhar-se em sua ignorância ante o soberano mistério do Ser Absoluto; e posto que até nesta culminação da existência consciente -ou seja “ao sumi-la consciência individual na universal”, usando uma frase do Fichte-, o Finito não pode conceber o Infinito, nem pode aplicar-se sua própria classe de experiências mentais, como pode dizer-se que o Inconsciente e o Absoluto possam ter nem sequer um impulso instintivo ou esperança de alcançar clara consciência de si mesmo? (25). Jamais admitiria esta vedantino ideia hegeliana; e o ocultista diria que se aplica perfeitamente ao Mahat acordado, à Mente Universal, já projetada no mundo fenomenal como primeiro aspecto do imutável Absoluto, mas jamais a este último. Segundo nos ensina, “o Espírito e a Matéria, ou Purusha e Prakriti, são tão somente os dois aspectos primitivos do Um e Sem Segundo”. Nous, o motor da matéria, a Alma animadora, imanente em todos os átomos, manifestada no homem, latente na pedra, possui diferentes graus de poder; e esta ideia panteísta de um Espírito-Alma geral, penetrando à Natureza inteira, é a mais antiga de todas as noções filosóficas. Tampouco foi o Archaeus um descobrimento do Paracelso nem de seu discípulo Vão Helmont; pois este mesmo Archaeus é “o Pai-Éter” localizado, a base manifestada e a origem dos inumeráveis fenômenos da vida. A série completa das inumeráveis especulações desta classe constitui tão somente as variações sobre o mesmo tema, cuja nota fundamental foi dada com esta “revelação primitiva”. (b) A palavra “Anupâdaka”, sem pais ou sem progenitores, é uma designação mística que em nossa filosofia possui significações várias. Em geral se está acostumado a designar por este nomeie a Seres Celestiales como os Dhyân Chohans ou Dhyâni-Buddhas. Estes correspondem místicamente aos Buddhas e Bodhisattvas humanos, conhecidos pelos Mânushi

(humanos) Buddhas, que mais tarde são também chamados “Anupâdaka”, do momento em que toda sua personalidade se acha sumida em seus Sexto Princípios e Sétimo combinados, ou Âtma-Buddhi, e que se converteram nos de “Alma de Diamante” (Vajrasattvas) (26), ou plenos Mahâtmâs. O “Senhor Oculto” (Sangbai Dag-correio), “o sumido no Absoluto”, não pode ter pais, posto que é existente por Si mesmo, e um com o Espírito Universal (Svayambhú) (27), o Svabhâvat em seu mais elevado aspecto. O mistério da hierarquia dos Anupâdaka é grande, sendo seu ápice o Espírito-Alma universal, e constituindo seu degrau inferior os MânushiBuddha; e até cada homem dotado de Alma é um Anupâdaka em estado latente. daqui o emprego da expressão, “a grande Roda (o Universo) era Anupâdaka”, quando se fala do Universo em sua condição relatório, eterna ou absoluta, antes que fora formado pelos “Construtores”.

ESTADIA II

A IDÉIA DE DIFERENCIAÇÃO 1. ... ONDE ESTAVAM OS CONSTRUTORES, OS BRILHANTES FILHOS DA AURORA DO MANVÁNTARA? (a) ...NAS TREVAS DESCONHECIDAS EM SEU AH-HI (1) PARANISHPANNA. OS PRODUTORES DA FORMA (2), DERIVADA DA NO-FORMA (3) -QUE É A RAIZ DO MUNDO-, A DEVÂMATRI (4) E SVABHÂVAT, REPOUSAVAM EM A FELICIDADE DO NÃO-SER (b). (a) Os “Construtores”, os “Filhos da aurora do Manvántara”, são os verdadeiros criadores do Universo; e nesta doutrina, que se ocupa somente de nosso sistema planetário, eles, como arquitetos do mesmo, são também chamados os “Vigilantes” das Sete Esferas, que exotéricamente são os sete planetas, e esotéricamente, também as sete terras ou esferas (Globos) de nossa Cadeia. A frase da Estadia I quando faz menção das “Sete Eternidades”, refere-se tanto à a Mahâkalpa ou “a (grande) Idade do Barahmâ”, como à a Pralaya Solar e ressurreição subseqüente de nosso Sistema Planetário em um plano mais elevado. Existem muitas classes da Pralaya (dissolução de uma coisa visível), como se demonstrará em outro lugar. (b) Recorde-se que Paranishpanna é o summum bonum, o Absoluto, e portanto, quão mesmo Paranirvâna. além de ser o estado final, é aquela condição de subjetividade não relacionada mais que com a Verdade Uma Absoluta (Paramârthasatya), em seu próprio plano. É o estado que conduz à apreciação verdadeira de todo o significado do Não-Ser, que, como se explicou, é o Absoluto Ser. Mais logo ou mais tarde, tudo que agora ao parecer existe, existirá real e verdadeiramente no estado da Paranishpanna. Mas há uma grande diferencia entre o Ser consciente e o inconsciente. A condição do Paranishpanna sem a Paramârtha, a consciência que se analisa a si mesmo (Svasamvedâna), não é felicidade alguma, a não ser simplesmente a extinção durante Sete Eternidades. Assim uma bala de ferro se esquenta ao ser exposta aos raios ardentes do sol, mas não sente ou aprecia o calor, como o faz o homem. Só “com uma inteligência clara não obscurecida pela personalidade, e com a assimilação do mérito de múltiplos estoque consagradas ao Ser em sua coletividade (todo o Universo vivente e senciente), livra-se um da existência pessoal, inundando-se no Absoluto, identificando-se com ele (5), e continuando em plena posse da Paramârtha”. 2. ...ONDE ESTAVA O SILÊNCIO? EM ONDE OS OUVIDOS PARA PERCEBÊ-LO? NÃO; NÃO HAVIA SILÊNCIO NEM SOM (a); NADA, SALVO O INCESSANTE HÁLITO ETERNO (6), PARA SI MESMO IGNOTO (b). (a) A idéia de que as coisas podem cessar de existir, e entretanto ser, é fundamental na psicologia oriental. Baixo esta aparente contradição de términos, há um fato da Natureza; e o importante é compreendê-lo, mas bem que discutir a respeito das palavras. Um exemplo familiar de uma paradoxo parecida, dá-nos isso uma combinação química. A questão a respeito

de se o hidrogênio e o oxigênio cessam de existir quando se combinam para formar a água, acha-se ainda sobre o toalha de mesa; alguns dizem que do momento em que lhes encontra de novo ao ser decomposta a água, é porque devem continuar existindo durante a combinação; enquanto outros opinam que ao converter-se em um pouco completamente distinto, devem cessar de existir como tais elementos durante todo aquele tempo; mas nem uns nem outros são capazes de formar o mais ligeiro conceito da condição verdadeira de uma coisa que se converteu em outra diferente, e que, entretanto, não cessou que ser a mesma. Com respeito ao oxigênio e ao hidrogênio, pode dizer-se que a existência como água é um estado de Não-Ser, o qual é um ser mais real que sua existência como gases; e pode simbolizar, embora vagamente, a condição do Universo quando se some no sonho ou afastamenta de ser, durante as Noites do Brahmâ, para despertar ou reaparecer novamente, quando a aurora do novo Manvántara lhe volta a chamar o que nós denominamos existência. (b) Diz-se o “Hálito” da Existência Uma, tão somente em suas aplicações ao aspecto espiritual da Cosmogonia, pelo esotericismo arcaico; em outros casos é substituído por seu equivalente no plano material, o Movimento. O Elemento Eterno e Único, ou o Veículo contêiner dos elementos, é o Espaço sem dimensões em nenhum sentido; coexistente com a Duração Interminável, com a Matéria Primitiva (portanto, indestrutível), e com o Movimento, “Movimento Perpétuo”, Absoluto, que é o “Hálito” do Elemento Único. Este Hálito, como se vê, não pode cessar jamais, nem mesmo durante as Eternidades Praláyicas. Mas o Hálito da Existência Única não se aplica do mesmo modo à Única Causa Sem Causa, ou a Omniseidad (All-B-ness no texto), em oposição ao Tudo-Ser (All-Being), que é Brahmâ ou o Universo. Brahmâ, o deus de quádruplo face, que depois de ter levantado a Terra do seio das águas, “levou a efeito a Criação”, é considerado tão somente como a Causa Instrumental, e não, como claramente se implica, a Causa Ideal. Nenhum orientalista parece ter compreendido por completo até agora o sentido verdadeiro dos versos dos Purânas, que tratam da “criação”. Ali Brahmâ é a causa das potências que têm que ser geradas subsiguientemente para a obra da “criação”. Por exemplo, no Vishnu Purâna (7) quando se traduz: “E dele procederam as potências que têm que ser criadas, depois de haver-se elas convertido na causa real”, seria possivelmente mais correto traduzir: “E disso procederam as potências que criarão, ao converter-se na causa real (no plano Material)”. A nenhuma outra mais que à Causa sem Causa Ideal Única pode atribuir o Universo. “O mais digno dos ascetas, por meio de sua potência -ou seja por meio da potência daquela causa- cada coisa criada vem por sua natureza inerente ou própria”. Se, “na Vedânta e Nyâya, nimitta é a causa eficiente em contraposição com upâdâma, a causa material (y) na Sânkhya, pradhâna implica as funções de ambas”; na filosofia esotérica, que reconcilia a todos estes sistemas, e cuja exposição mais próxima é a Vedânta, tal como a apresentam os vedantinos advaitis, não se pode especular a respeito de nada que não seja o upâdâna. O que para os vaishnavas (os Visishthadvaitas) é como o ideal em oposição ao real -ou Parabrahman e Íshvara- não pode ter lugar algum nas especulações publicadaas, posto que até aquele ideal é uma palavra errônea quando se aplica ao que nenhuma razão humana, nem sequer a de um Adepto, pode conceber. O conhecer-se si mesmo exige que sejam reconhecidas a consciência e a percepção ambas as faculdades limitadas na relação a todo sujeito exceto Parabrahman. daqui o Hálito eterno para si mesmo ignoto”. A Infinitud não pode conceber o Finito. O Ilimitado não pode ter relação com o limitado e o condicionado. Nos ensinos ocultos, o Motor Desconhecido e Incompreensível, ou o Existente por Si mesmo, é a Essência Absoluta e Divina. E assim, sendo Consciência Absoluta e Absoluto Movimento -para os sentidos limitados dos que descrevem o que é indescritível- é inconsciência e imobilidade. A consciência concreta não pode ser atribuída à consciência abstrata, como não pode atribuir-se à água a qualidade de umidade, do momento que a umidade é seu próprio atributo, e a causa da qualidade úmida reside em outras coisas. A consciência implica limitações e qualificações; algo do que ser consciente, e alguém que seja consciente disso. Mas a Consciência Absoluta contém ao conhecedor, à coisa conhecida e ao conhecimento; os três em si mesmo, e os três e um. Ninguém é consciente mais que daquela porção de seus conhecimentos que recorde em qualquer tempo dado; mas, tal é a pobreza da linguagem, que não possuímos término algum para distinguir o conhecimento em que não pensemos ativamente, do conhecimento irrecordable. O esquecer é sinônimo do não recordar. Quanto major não deve ser a dificuldade de encontrar términos descritivos e diferenciais dos fatos abstratos e metafísicos! Não deve esquecer-se tampouco que nós damos nomes às coisas segundo suas aparências. À Consciência Absoluta a

chamamos “inconsciência”, porque nos parece que deve ser necessariamente assim; do mesmo modo que chamamos o Absoluto “Trevas”, porque para nosso entendimento finito resulta por completo impenetrável, e, entretanto, compreendemos plenamente que nossa percepção de semelhantes costure não se ajusta às mesmas. Involuntariamente distinguimos, por exemplo, entre a Absoluta Consciência inconsciente e a inconsciência, atribuindo em nosso foro interno à primeira alguma qualidade indefinida que corresponde, em um plano mais elevado do que podemos conceber, ao que conhecemos como consciência em nós mesmos. Mas isto não tem nada que ver com nenhuma classe de consciência que possamos distinguir do que nos representa como inconsciência. 3. A HORA NÃO TINHA DIVULGADO AINDA; O RAIO NÃO SE LANÇOU AINDA DENTRO DO GERME (a); A MÂTRIPADMA (8) AINDA NÃO SE TINHA CHEIO (b) (9). (a) O “Raio” das “Trevas Eternas” converta-se, ao ser emitido, em um Raio de Luz resplandecente ou de Vida, e penetra dentro do “Germe” -o Ponto no Ovo do Mundo, representado pela matéria em seu sentido abstrato-. Mas a palavra “Ponto” não deve entender-se como aplicando-se a nenhum particular no Espaço, posto que no centro de cada átomo existe um germe, e estes coletivamente constituem o “Germe”; ou mas bem, como nenhum átomo pode fazer-se visível a nossos olhos físicos, a coletividade daqueles (se o término pode aplicar-se ao que é ilimitado e infinito), constitui o “nóumeno” da Matéria eterna e indestrutível. (b) Uma das figuras simbólicas do Poder Dual e Criador na Natureza (matéria e força no plano material), é “Padma”, o lírio de água da Índia. O Lótus é o produto do calor (fogo) e da água (vapor ou éter); representando o fogo em cada um dos sistemas filosóficos e religiosos, até no Cristianismo, o Espírito da Deidade, o princípio ativo, masculino e gerador; e o éter, ou a Alma da matéria, a luz do fogo simbolizando o princípio feminino passivo, do qual emanaram todas as coisas deste Universo. Daí que o éter ou água seja a Mãe, e o fogo o Pai, Sir William Jones (e antes que ele a botânica antiga) demonstrou que as sementes do Lótus contêm, até previamente à germinação, folhas perfeitamente formadas, a miniatura das novelo perfeitas em que se converterão algum dia; nos concedendo a Natureza deste modo um exemplo da preformación de seus produtos...; pois as sementes de todas quão fanerógamas possuem flores propriamente sortes, contêm um embrião de planta já formado (10). Isto explica a sentença: “A Mâtri-Padma não se havia ainda cheio”; sendo geralmente sacrificada a forma à idéia interna ou radical, no simbolismo arcaico. O Lótus ou Padma, é, além disso, um símile antiquísimo e favorito para o Cosmos mesmo, e também para o homem. As razões populares dadas são, em primeiro lugar, o fato justamente mencionado, ou seja que a semente do Lótus contém dentro de si uma miniatura perfeita da planta futura, o qual simboliza o fato de que os protótipos espirituais de todas as coisas existem no mundo imaterial antes que se materializem na Terra; e em segundo lugar, o fato de que o Lótus cresce ao través da água, com sua raiz no Ilus ou lama, e abre suas flores no ar. O Lótus simboliza assim a vida do homem e também a do Cosmos, posto que a Doutrina Secreta ensina que os elementos de ambos são os mesmos, e que ambos estão desenvolvendo-se no mesmo sentido. A raiz do Lótus afundada na lama representa a vida material; o caule lançando-se para cima ao través da água, simboliza a existência no mundo astral; e a flor flutuando sobre a água e abrindo-se para o céu, é emblema da existência espiritual. 4. SEU CORAÇÃO NÃO SE ABERTO AINDA PARA RECEBER O RAIO ÚNICO, E CAIR DEPOIS, COMO TRÊS EM QUATRO, NO REGAÇO DO MÂYÂ. A Substância Primitiva não tinha passado ainda de seu latencia precósmica à objetividade diferenciada, nem sequer para converter-se no Protilo invisível (para o homem ao menos) da ciência. Mas assim que “soa a hora” e se volta receptora da impressão Fohática do Pensamento Divino (o Logotipos, ou aspecto masculino do Anima Mundi, Âlaya), seu “Coração” se abre. diferencia-se, e os três (Pai, Mãe, Filho) convertem-se em Quatro. Hei aqui a origem do dobro mistério da Trindade e da Imaculada Concepção. O primeiro dogma e fundamental do Ocultismo é a Unidade Universal (ou Homogeneidade) baixo três aspectos. Isto conduz a uma concepção possível da Deidade, a qual, como Unidade absoluta, tem que permanecer por

sempre incompreensível para as inteligências finitas. “Se quer acreditar no Poder que atua na raiz de uma planta, ou imaginar à raiz oculta sob o chão, tem que pensar em seu caule ou tronco e em suas folhas e flores. Não pode imaginar aquele Poder independentemente destes objetos. A Vida pode ser unicamente conhecida pela Árvore de Vida...” (11).

A idéia da Unidade Absoluta ficaria por completo quebrantada em nosso conceito, se não tivéssemos algo concreto ante nossos olhos para conter aquela Unidade. A Deidade, sendo absoluta, tem que ser onipresente; daqui que não exista nem um átomo que não A contenha. As raízes, o tronco e seus muitos ramos são três classes de objetos distintos, e entretanto, constituem uma árvore. Os kabalistas dizem: “A Deidade é Uma, porque é Infinita. É Triplo, porque sempre se está manifestando”. Esta manifestação é triplo em seus aspectos, posto que requer, como diz Aristóteles, três princípios para que cada corpo natural se converta em objetivo: privação, forma e matéria (12). Privação significa, para o grande filósofo, o que chamam os ocultistas os protótipos impressos na Luz Astral, o mundo e plano mais inferiores do Anima Mundi. A união destes três princípios depende de um quarto: a Vida que radia das cúspides do Inalcançável, para converter-se em uma Essência universalmente difundida nos planos manifestados da Existência. E este Quaternário (Pai, Mãe, Filho, como Unidade, e um Quaternário como manifestação vivente), é o fundamento que conduzido a antiquísima ideia da Imaculada Concepção, cristalizada agora finalmente em um dogma da Igreja Cristã, que há carnalizado esta metafísica ideia, fora de todo sentido comum. Pois não há mas sim ler a Kabalah e estudar seus métodos numéricos de interpretação, para encontrar a origem daquele dogma. É puramente astronômico, matemático e preeminentemente metafísico: o Elemento masculino na Natureza (personificado pelas deidades masculinas e pelos Logotipos - Virâj ou Brahmâ, Horus ou Osiris, etc.), nasce através, não de uma origem imaculada, personificado pela “Mãe”, porque aquele Varão, tendo uma “Mãe” não pode ter um “Pai”, pois a Deidade abstrata carece de sexo e não é nem sequer um ser, a não ser a Seidad ou a Vida mesma. Expressemos isto na linguagem matermático do autor do The Source of Measures (A Origem das Medidas). Falando da “Medida de um Homem” e de seu valor numérico (kabalístico), escreve que na Gênese, cap. IV: É chamada a Medida do “Homem igual ao Jehovah”, e isto se obtém do modo seguinte: 113 x 5 = 565; e o valor de 565 pode colocar-se sob a forma de 56’5 x 10 = 565. daqui que o número do Homem, 113, converta-se em um fator de 56’5 x 10, e a leitura (kabalística) desta última expressão, é Jod, Hei, Vão, Hei, ou Jehovah... A expansão de 565 em 56’5 x 10 tem por objeto demonstrar a emanação do princípio masculino (Jod) do feminino (Eva); por dizê-lo assim, o nascimento de um elemento masculino de uma origem imaculada; em outras palavras, uma imaculada concepção.

Deste modo se repete na terra o mistério verificado, segundo os videntes, no plano divino. O Filho da Virgem Celestial Imaculada (ou o Protilo Cósmico não diferenciado, a Matéria em seu infinitud), nasce de novo na terra como Filho da Evaterrestre, nossa mãe Terra, e se converte em Humanidade como um total -passado, presente e futuro-; pois Jehovah ou JodHé-Vau-Hé, é andrógino, ou ao mesmo tempo masculino e feminino. Vamos, o Filho é todo o Kosmos; abaixo é a Humanidade. A Tríada ou Triângulo se converte na Tetraktys, o sagrado Número pitagórico, o Quadrado perfeito, e um Cubo de seis caras sobre a Terra. O Macroprosopus (a Grande Face) é agora o Microprosopus (a Face Menor); ou como dizem os kabalistas, o “Ancião dos Dias”, descendendo sobre o Adam-Kadmon, de quem se serve como de seu veículo para manifestar-se, fica transformado no Tetragrammaton. Ache-se agora no “Regaço do Mâyâ”, a Grande Ilusão, e entre Ele e a Realidade existe a Luz Astral, a Grande Receptora dos sentidos limitados do homem, a menos que o conhecimento por meio do Paramârtasatya vá em seu auxílio. 5. OS SETE (13) NÃO TINHAM NASCIDO AINDA DA MALHA DE LUZ. O PAIMÃE, SVAHBÂVAT, ERA SÓ TREVAS; E SVABHÂVAT ESTAVA EM TREVAS (a) (a) A Doutrina Secreta, nas Estadias dadas aqui, ocupa-se principalmente, se não por completo, de nosso sistema solar e em especial de nossa Cadeia Planetária. Os “Sete Filhos”, portanto, são os criadores desta última. Este ensino será explicado mais adiante com maior amplitude.

Svabhâvat, a “Essência Plástica” que enche o Universo, é a raiz de todas as coisas. Svabhâvat é, por dizê-lo assim, o aspecto buddhista concreto da abstração denominada Mûlaprakriti na filosofia hindu. É o corpo da Alma, e aquilo que o Éter seria com respeito a Âkâsha, sendo este último o princípio animador do primeiro. Os místicos chineses têm feito dele o sinônimo do “Ser”. Na tradução a China do Ekashloka-Shâstra da Nâgârjuna (o Lungshu da China), chamado pelos chineses o Yih-shu-lu-kia-seg, diz-se que a palavra “Ser” ou “Subhâva” (Yu em chinês), significa “a Substância dando substância a si mesmo”; também o explica como significando “sem ação e com ação”, “a natureza que não possui natureza própria”. Subhâva, do qual vem Svabhâvat, está composto de duas palavras: Seu, belo, formoso, bom; e bhâva, existência ou estado de existência. 6. ESTES DOIS SÃO O GERME, E O GERME É UM. O UNIVERSO ESTAVA AINDA OCULTO NO PENSAMENTO DIVINO E NO DIVINO SEIO. O “Pensamento divino” não implica a idéia de um Pensador Divino. O Universo, não só passado, presente e futuro -o qual é uma idéia humana e finita, expressa por um pensamento finito-, a não ser em sua totalidade, o Sat (término intraduzível), o Ser Absoluto, com o Passado e o Futuro cristalizados em um eterno Presente, é aquele Pensamento mesmo refletido em uma causa secundária ou manifestada. Brahman (neutro), como o Misterium Magnum do Paracelso, é um mistério absoluto para a mente humana. Brahmâ, o varão-fêmea, o aspecto e imagem antropomórfica do Brahman, é concebível para a fé cega, embora é rechaçado pela razão humana quando esta chega a sua maturidade. daqui a afirmação de que durante o prólogo, por dizê-lo assim, do drama da Criação, ou o princípio da evolução cósmica, o Universo ou o Filho, permanece ainda oculto “no Pensamento Divino”, que não tinha penetrado ainda “no Divino Seio”. Esta idéia, observe-se bem, é a fundamental, e constitui a origem de todas as alegorias a respeito dos “Filhos de Deus”, nascidos de vírgenes imaculadas.

ESTADIA III O DESPERTAR DO KOSMOS 1. ... A ÚLTIMA VIBRACIÓ N DA SÉTIMA ETERNIDADE PALPITA Através DO INFINITO (a). A MÃE SE TORCEDOR E SE ALARGA DE DENTRO FORA COMO O BOTÃO DO LÓTUS (b). (a) O uso na aparência paradoxal da Sétima expressão Eternidade”, dividindo assim ao indivisível, está sancionado na filosofia esotérica. Esta última divide a duração sem limites, em Tempo incondicionalmente eterno e universal (Kâla), e em tempo condicionado (Khandakâla). Um é a abstração ou nóumeno do Tempo infinito; o outro é fenomenal, aparecendo periodicamente como o efeito do Mahat, a Inteligência Universal, limitada pela duração Manvantárica. Segundo algumas escola, Mahat é o primogênito da Pradhâna (Substância não diferenciada, ou seja o aspecto periódico do Mûlaprakriti, a Raiz da Natureza, a qual (Pradhâna) é chamada Mâyâ, a Ilusão. Desde este ponto de vista, acredito, os ensinos esotéricos diferem das doutrinas vedantinas, tanto da escola Advaita como da Visishthadvaita. Pois dizem que Mûlaprakriti, o nóumeno é existente por si mesmo e sem origem algum; é, em uma palavra, sem pais, Anûpadaka, como um com o Brahman; Prakriti, seu fenômeno, é periódico, e não mais que um fantasma ou projeção do primeiro; do mesmo modo, Mahat, o primogênito da Jñâna (ou Gnôsis), Conhecimento, Sabedoria do Logotipos, é um fantasma refletido do Absoluto Nirguna (Parabrahman), a Realidade Única, “desprovida de atributos e de qualidades”; ao passo que, para alguns vedantinos, Mahat é uma manifestação do Prakriti ou Matéria. (b) portanto, a “última Vibração da Sétima Eternidade” estava “preordenada”, não por nenhum Deus em particular, mas sim teve lugar em virtude da Lei eterna e imutável dos grandes períodos de Atividade e de Repouso, chamados de um modo tão gráfico, e ao mesmo

tempo tão poético, os “Dias e Noites do Brahmâ”. A expansão “de dentro para fora da Mãe, chamada por outra parte as “Águas do Espaço”, a “Matriz Universal”, etc. não se refere à expansão de um pequeno centro ou foco, mas sim significa o desenvolvimento da subjetividade sem limites para uma objetividade deste modo ilimitada, sem referência a magnitude, limitação ou área. “A Substância, sempre invisível e imaterial (para nós) presente na Eternidade, projetou sua Sombra periódica desde seu próprio plano no Regaço disto Mâyâ implica que, não sendo tal expansão um aumento em magnitude, porque a extensão infinita não admite nenhum ampliação, era uma mudança de condição. estendeu-se “a maneira do casulo do Lótus”; porque a planta Lótus não somente existe como um embrião em miniatura em sua semente (qualidade característica física), mas sim seu protótipo se acha presente em uma forma ideal na Luz Astral, da “Aurora” até a “Noite”, durante o período manvantárico, quão mesmo de fato todas as demais costure neste Universo objetivo, do homem até o animálculo, das árvores gigantescas até as folhas de erva mais diminutas. Tudo isto, segundo insígnia a Ciência Oculta, é tão somente a reflexão temporária, a sombra do ideal eterno e prototípico no Pensamento Divino; a palavra “Eternidade”, tenha-se também presente que só figura aqui no sentido de “evo”, como durando ao través do ciclo de atividade ao parecer interminável, mas, entretanto ainda limitado, que chamamos um Manvántara. Pois, qual é a verdadeira significação esotérica da Manvántara, ou mas bem de um Manu-antara? Significa literalmente “entre dois Manus”, dos quais há quatorze em cada Dia do Brahmâ, consistindo tal Dia de 1.000 agregaciones de quatro Idades, 1.000 “Grandes Idades” ou Mahâyugas. Analisemos agora a palavra ou nome Manu. Dizem-nos os orientalistas em seus dicionários que o término “Manu” procede da raiz Man “pensar”; de onde “o homem (1) pensador”. Mas, esotéricamente, cada Manu, como um patrão antropomorfizado de seu ciclo especial (ou Ronda), é tão somente a idéia personificada do “Pensamento Divino” (como o Pymander hermético); sendo portanto cada um dos Manus, o deus especial, o criador e formador de tudo que aparece durante seu próprio ciclo respectivo de existência ou Manvántara. Fohat conduz velozmente as mensagens dos Manus (ou Dhyân Chohans), e faz que os protótipos ideais se estendam de dentro fora -isto é, passem de modo gradual, em uma escala descendente, por todos os planos, do noumenal até o fenomenal mais inferior, para florescer por último em plena ob jetividad-, o cúmulo da Ilusão ou a matéria em seu estado mais grosseiro. 2. ESTENDE A VIBRAÇÃO, E SUAS VELOZES ASAS TOCAM (2) AO UNIVERSO INTEIRO, E AO GERME QUE ESTÁ LATENTE NAS TREVAS; TREVAS QUE RESPIRAM (3) SOBRE AS DORMIDAS ÁGUAS DA VIDA. Da Mónada Pitagórica se diz também que permanece na solidão e em “Trevas”, a maneira do “Germe”. A idéia do Hálito das Trevas, movendo-se sobre “as Águas adormecidos da Vida”, que é a Matéria Primitiva com o Espírito latente nela, recorda o primeiro capítulo da Gênese. Seu original é o Nârâyana brahmánico (o Movedor das Águas), o qual é a personificação do Eterno Fôlego de Tudo inconsciente (ou Parabrahman ) dos ocultistas orientais. As Águas da Vida, ou o Caos -o princípio feminino no simbolismo- são o vacuum (para nossa visão mental), no qual jazem o Espírito latente e a Matéria. Isto foi o que fez assegurar ao Demócrito, segundo seu preceptor Leucipo, que os princípios ou elementos primitivos de tudo eram átomos e um “vacuum”, no sentido do espaço; mas não um espaço vazio, pois a “Natureza aborrece o vazio”, segundo os princípios peripatéticos e todos os antigos filósofos. Em todas as Cosmogonias “a Água” desempenha o mesmo papel importante. É a base e origem da existência material. Os sábios, confundindo a palavra com a coisa, entenderam por água a combinação química definida do oxigênio e do hidrogênio, dando assim uma significação específica a uma palavra empregada pelos ocultistas em um sentido genérico, e que se usa na Cosmogonia em sentido metafísico e místico. O gelo não é água, nem é vapor, apesar de que os três possuem precisamente a mesma composição química. 3. AS TREVAS IRRADIAM A LUZ, E A LUZ EMITE UM RAIO SOLITÁRIO NAS ÁGUAS, DENTRO DO ABISMO DA MÃE. O RAIO TRANSPASSA O OVO VIRGEM; O RAIO FAZ ESTREMECER AO OVO ETERNO, E DESPRENDE O GERME ETERNO (4) QUE SE CONDENSA NO OVO DO MUNDO.

O “Raio solitário”, emitido no “Abismo da Mãe”, pode tomar-se no sentido do Pensamento Divino ou a Inteligência, impregnando ao Caos. Isto, entretanto, tem lugar no plano da abstração metafísica, ou mas bem no plano onde o que chamamos abstração metafísica é uma realidade. O “Ovo Virginal”, sendo em um sentido o abstrato de toda ova, ou o poder de desembrulhar-se por meio da fecundação, é eterno, e por sempre o mesmo. E justamente, assim como a fecundação de um ovo tem lugar antes que seja posto, do mesmo modo o Germe periódico não eterno, que se converte, por último, simbolicamente, no Ovo do Mundo, contém em si, quando emerge deste símbolo, “a promessa e a potência” do Universo inteiro. Embora a idéia per se é, é obvio, uma abstração, uma maneira simbólica de expressarse, é um símbolo verdadeiro, posto que sugere a idéia do infinito como um círculo ilimitado. Apresenta ante a imaginação a pintura do Kosmos surgindo no espaço sem limites, um Universo sem bordas em magnitude, embora não sem limites em sua manifestação objetiva. O símile de um ovo também expressa o fato ensinado em Ocultismo, de que a forma primitiva de cada coisa manifestada, do átomo ao globo, do homem ao anjo, é esferoidal; tendo sido a esfera entre todas as nações o emblema da eternidade e do infinito, uma serpente mordendose sua cauda. Para compreender, entretanto, sua significação, débito um representá-la esfera tal como a vê desde seu centro. O campo de visão ou de pensamento é a maneira de uma esfera cujos rádios procederam que a gente mesmo em todas direções, e que se estende para o espaço descobrindo em todo o redor nossos panoramas sem limites. É o círculo simbólico do Pascal e dos Kabalistas, “cujo centro está em todas partes e a circunferência em nenhuma”; conceito que entra na idéia composta deste emblema. O “Ovo do Mundo” é, possivelmente, um dos símbolos mais universalmente adotados, sendo em alto grau sugestivo, tanto no sentido espiritual como no fisiológico e no cósmico. portanto, lhe encontra em todas as teogonías do mundo associado com o símbolo da serpente, sendo esta última em todas partes, tanto em filosofia como em simbolismo religioso, um emblema da eternidade, do infinito, de regeneração, de renovação e de rejuvenescimento, assim como da sabedoria. O mistério da autogeneración e evolução aparentes, por meio de seu próprio poder criador, repetindo em miniatura no ovo o processo da evolução cósmica, sendo ambas devidas ao calor e à umidade sob os eflúvios do espírito invisível e criador, justifica plenamente a eleição deste símbolo gráfico. O “Ovo Virginal” é o símbolo microcósmico do protótipo marcrocósmico, a “Virgem Mãe”, o Caos ou o Abismo Primitivo. O Criador masculino (chame-se o como se quero) emana da virgem feminina, a Raiz Imaculada fecundada pelo Raio. Quem haverá, versado em astronomia e em ciências naturais, que possa desconhecer a oportunidade de tais símbolos? O Kosmos, como natureza receptora, é um ovo fecundado que, entretanto, permanece imaculado; pois do momento em que lhe considera como sem limites, não pode ter mais representação que a esférica. O Ovo Áureo se achava rodeado por sete elementos naturais, “quatro manifestos (éter, fogo, ar, água), três secretos”. Isto se acha chamado no Vishnu Purâna, aonde aos elementos lhes traduz como “Envoltórios”, e se acrescenta um secreto: Ahamkâra (5). No texto original não figura Ahamkâra; menciona sete Elementos sem especificar os três últimos. 4. OS TRÊS (6) CAEM NOS QUATRO (7). A RADIANTE ESSÊNCIA DEVE SER SETE INTERIORMENTE. SETE EXTERIORMENTE (a). O LUMINOSO OVO (8), QUE É TRÊS EM SI MESMO (9), COALHA E SE PULVERIZA EM COÁGULOS BRANCOS COMO A LEITE, POR TODA A EXTENSÃO DAS PROFUNDIDADES DA MÃE, A RAIZ QUE CRESCE NOS ABISMOS DO OCEANO DA VIDA (b). (a) Devemos explicar o uso das figuras geométricas e as alusões freqüentes a figuras em todas as escrituras antigas, como nos Purânas, o Livro dos Mortos, egípcio, e até a Bíblia. No Livro do Dzyan, como na Kabalah, existem duas classes de numeração que terá que estudar: as figuras, que são com freqüência puramente véus, e os Números Sagrados, cujos valores são todos conhecidos pelos ocultistas, através da Iniciação. As primeiras som tão somente hieroglíficos convencionais; os segundos constituem o símbolo fundamental de tudo. O qual equivale a dizer que as umas som puramente físicas, e puramente metafísicos os outros; estando relacionados umas e outros como a matéria ao espírito, os pólos extremos da Substância Uma. Balzac, o ocultista inconsciente da literatura francesa, diz em alguma parte que o Número é à Mente quão mesmo é com respeito à matéria: “um agente incompreensível”. Possivelmente seja assim em relação ao profano, mas nunca para o Iniciado. O número é,

como o grande escritor o supôs, uma Entidade, e ao mesmo tempo um Sopro que emana do que ele chama Deus, e que nós chamamos o TUDO, o Sopro único que pode organizar o Cosmos físico, “aonde nada obtém sua forma mais que por meio da Deidade, a qual é um efeito do Número”. Convém citar, para instrução do leitor, as palavras do Balzac a respeito deste assunto: Não se distinguem as criações mais diminutas, quão mesmo as mais colossais, por suas quantidades, por suas qualidades, por suas dimensões e suas forças e atributos, tudo engendrado pelo Número? O infinito dos números, é um fato demonstrado a nossa mente, mas sobre o qual não pode darse nenhuma prova física. O matemático nos dirá que o infinito dos números existe, mas que não é demonstrável. Deus é um Número dotado de movimento, o qual se sente mas não se demonstra... Como Unidade, encabeça os Números, com os quais nada possui em comum. A existência do Número depende da Unidade, a qual, sem um só Número, engendra-os a todos... O que!, incapaz tanto para medir a primeira abstração que a ti a Deidade concedeu, para fazê-la tua, esperas ainda sujeitar a suas medidas o mistério das Ciências Secretas que emana daquela Deidade?... E o que é o que sentiria você se eu te sumisse nos abismos do Movimento, a Força que organiza os Números? O que pensariam se te acrescentasse que o Movimento e o Número (10) são engendrados pelo Verbo, a Razão Suprema dos Videntes e dos Profetas, que na antigüidade sentiam o Hálito potente de Deus, do qual é uma testemunha o Apocalipse?

(b) “A Radiante Essência se coagula e difunde ao través dos Abismos do Espaço”. De um ponto de vista astronômico, é isto de fácil explicação: é a Via Láctea, o material dos mundos, ou a Matéria Primitiva em sua forma primitiva. É mais difícil porém, explicá-lo em poucas palavras ou até linhas, do ponto de vista da Ciência Oculta e do Simbolismo; pois é o mais complicado dos emblemas. Nele acham-se contidos mais de uma dúzia de símbolos. Para começar contém o panteão completo das coisas misteriosas (11), cada uma das quais possui alguma significação oculta definida, extraída da alegoria hindu do “Mazar do Oceano” pelos Deuses. Além disso, Amrita, a água da vida ou da imortalidade, Surabhi, a “vaca da abundância”, chamada “a Fonte do leite e dos coágulos”, foi extraída deste “Mar de Leite”. daqui a adoração universal da vaca e do touro; a uma, o poder produtor, e o outro, o poder gerador na Natureza: símbolos relacionados com as deidades Revestir e Cósmicas. Como as propriedades específicas para propósitos ocultos, das “quatorze coisas preciosas”, são explicadas unicamente na Quarta Iniciação, não podem ser mencionadas aqui; mas pode observá-lo seguinte: No Shatapatha Barâhmana se estabelece que o Mazar do Oceano de Leite teve lugar no Satya Trampa, a primeira época que seguiu imediatamente ao “Dilúvio”. Entretanto, como nem o Rig-veda nem Manu -ambos os anteriores ao “Dilúvio” da Vaivasvata, ou seja o sofrido pela maioria da Quarta Raça- fazem menção deste dilúvio, é evidente que não é nem o Grande Dilúvio, nem o que causou o desaparecimento dos Atlantes, nem sequer o dilúvio do Noé, que ali se menciona. Este “Mazar” se refere a um período anterior à formação da terra, e se acha em relação direta com outra lenda universal, cujas várias e contraditórias versões culminaram no dogma cristão da “Guerra nos Céus”, e a “Queda dos Anjos”. Os Brâhmanas, criticados com freqüência pelos orientalistas, com suas versões sobre os mesmos assuntos, freqüentemente contraditórias, são, acima de tudo, obra preeminentemente ocultas; e daqui que se usem intencionalmente como véus. permitiu-se sobrevivessem para propriedade e uso públicos, precisamente por ser absolutamente ininteligíveis para o vulgo. De outra maneira teriam desaparecido da circulação, dos mesmos dias do Akbar. 5. A RAIZ PERMANECE, A LUZ PERMANECE, OS COÁGULOS PERMANECEM E SEM EMBARGO OEAOHOO É UM. “Oeaohoo” nos Comentários se traduz por “Pai-Mãe dos Deuses”, ou o “Seis em Um”, ou a Raiz Septenaria, de que tudo procede. Tudo depende do acento que se dá a estas sete vocais, que podem pronunciar-se como uma, três ou até sete sílabas, acrescentando uma e depois da ou final. Este nome místico se publica, porque sem um domínio completo da triplo pronúncia, não produz efeito algum. “É Um” se refere a não-separatividad de tudo que vive e possui sua existência, já no estado ativo, já no passivo. Em um sentido, Oeaohoo é a Raiz Sem Raiz de Tudo; daqui que seja um com o Parabrahman; em outro sentido, é um nome para a Vida Uma manifestada, a Unidade Eterna vivente. A “Raiz” significa, como já se explicou, o Conhecimento Puro (Sattva) (12), a eterna (nitya) Realidade incondicionada, ou Sat (Satya), já lhe demos o nome do Parabrahman ou o do Mûlaprakriti, pois estes são só os dois símbolos do Um. A “Luz” é o

mesmo Raio Onipresente e Espiritual, que penetrou e fecundou agora ao Ovo Divino, e convoca à matéria cósmica para que comece sua larga série de diferenciações. Os “Coágulos” são a primeira diferenciação; e provavelmente se referem também a aquela matéria cósmica que se supõe seja a origem da Via Láctea (a matéria que conhecemos). Esta “matéria” que, segundo a revelação recebida dos primitivos Dhyâni-Buddhas, é, durante o sonho periódico do Universo, da tenuidad soma que pode conceber a vista do Bodhisattva perfeito; esta matéria radiante e fria, pulveriza-se pelo Espaço assim que se inicia o despertar do movimento cósmico, aparecendo, quando vista da terra, em forma de cachos e massas, a maneira de coágulos de leite claro. São as sementes de mundos futuros, o “material para estrelas”. 6. A RAIZ DA VIDA ESTAVA EM CADA GOTA DO OCEANO DE IMORTALIDADE (13) E O OCEANO ERA LUZ RADIANTE, A QUAL ERA FOGO E CALOR E MOVIMENTO. AS TREVAS SE DESVANECERAM E NÃO FORAM MAIS; DESAPARECERAM EM SEU ESSÊNCIA MESMA, O CORPO DE FOGO E ÁGUA, DO PAI E A MÃE. Sendo a Essência das Trevas a Luz Absoluta, toma-se às Trevas como representação apropriada e alegórica da condição do Universo durante o Pralaya, ou seja o repouso absoluto ou não ser, tal como isso aparece a nossa razão finita. O “Fogo, o Calor e o Movimento”, de que se fala aqui, não são, por de contado, nem o fogo, nem o calor, nem o movimento da ciência física, a não ser as abstrações que existem sob os mesmos, os nóumenos, ou a alma da essência destas manifestações materiais; laas “costure em si mesmos”, que, como confessa a ciência moderna, evitam por completo os meios de investigação com instrumentos do laboratório; e que não podemos tampouco compreender com a mente, mesmo que não possa prescindir-se de admitir tais essências no fundo das coisas. “Fogo e Água, ou Pai e Mãe”, podem entender-se aqui como significando o Raio divino e o Caos. “O Caos, obtendo sentido por esta união com o Espírito, resplandece de prazer; e assim foi produzido o Protogonos (A Luz primogênita)” -diz um fragmento do Hermas-. Damascio lhe chama Dis, “que dispõe de todas as coisas” (14). Segundo as doutrinas dos rosacruces tal como se entenderam e explicado pelos profanos e esta vez corretamente, embora tão somente em parte, “a Luz e as Trevas são idênticas em si mesmos, sendo unicamente divisíveis na mente humana”; e segundo Roberto Fludd, “a escuridão adotou a iluminação com objeto de fazer-se visível” (15). Segundo os princípios do ocultismo oriental, as Trevas são a única realidade verdadeira, a base e a raiz da Luz, sem a qual esta última jamais poderá manifestar-se nem sequer existir. A Luz é Matéria, as Trevas Espírito puro. As Trevas, em sua base radical e metafísica, são luz subjetiva e absoluta; ao passo que a Luz, com todo seu esplendor e glória aparentes, é tão somente uma mera massa de sombras; pois nunca poderá ser eterna, e é simplesmente uma ilusão ou Mâyâ. Até na Gênese (16), que confunde à razão e fadiga à ciência, a luz é criada das trevas “e as trevas permanecem sobre a face do abismo” - e não viceversa. “Nele (nas trevas) existia a vida; e a vida era a luz dos homens” (17). Pode chegar um dia em que os olhos humanos se abram, e então compreenderão melhor o versículo do Evangelho do Juan, que diz: “E a luz brilhou nas trevas, e as trevas não a compreenderam”. Verão então que a palavra “trevas” não se aplica à visão espiritual do homem, a não ser verdadeiramente a Trevas, o Absoluto, que não compreende (não pode conhecer) a luz transitiva, por transcendente que seja para os olhos humanos. Demon est Deus inversus. Ao diabo lhe chama agora a Igreja “trevas” enquanto que na Bíblia, no Livro do Job, lhe dá o nome de “Filho de Deus”, a estrela resplandecente da manhã, Lúcifer. Existe um completo sistema filosófico de artifício dogmático, na razão pela que o primeiro Arcanjo que brotou das profundidades do Caos, foi chamado Lux (Lúcifer), o “Filho Luminoso da Manhã” ou Aurora Manvantárica. Foi transformado pela Igreja em Lúcifer ou Satã, porque era mais antigo e de fila mais elevada que Jehovah, e tinha que ser sacrificado ao novo dogma. 7. HEI AQUI, OH LANÚ (18), AO RADIANTE FILHO DOS DOIS, A GLÓRIA RESPLANDECENTE SEM PAR -O ESPAÇO LUMINOSO, FILHO DO NEGRO ESPAÇO, QUE SURGE DAS PROFUNDIDADES DAS GRANDES ÁGUAS OBSCURAS. ELE É OEAOHOO, O MAIS JOVEM, O *** (19) (a). ELE BRILHA COMO O SOL, É O RESPLANDECENTE DRAGÃO DIVINO DA SABEDORIA. UM É QUATRO, E QUATRO TOMA PARA SI TRÊS, E A UNIÃO PRODUZ O SAPTA, EM QUEM ESTÃO OS SETE QUE DEVEM SER OS TRIDASHA (20), AS HOSTES E AS MULTIDÕES (b). LHE contemple LEVANTANDO

O VÉU E DESDOBRANDO o de ORIENTE Ao OCIDENTE. OCULTA O DE ACIMA E DEIXA VER O DE ABAIXO, COMO A GRANDE ILUSÃO. ASSINALA OS SÍTIOS PARA OS RESPLANDECENTES (21), E CONVERTE O SUPERIOR (22) EM MUITO FOGO (c) SEM BORDAS, E UM MANIFESTADO (23) NAS GRANDES ÁGUAS. (a) “O Espaço Luminoso, Filho do Negro espaço”, corresponde ao Raio emitido na primeira vibração da nova Aurora, nas grandes Profundidades Cósmicas, de onde surge diferenciado como Oeaohoo, o mais jovem” (a “Nova Vida”), para converter-se ao final do Ciclo de Vida no Germe de todas as coisas. Ele é “o Homem Imaterial que contém em si mesmo a Idéia Divina”, o gerador da Luz e da Vida, empregando uma expressão de Filão o Judeu. A ele lhe chama o “Resplandecente Dragão de Sabedoria”, porque, em primeiro lugar, é o que os filósofos gregos chamavam o Logotipos, o Verbo do Pensamento Divino; e em segundo, porque na Filosofia Esotérica, sendo esta primeira manifestação a síntese ou a agregación da Sabedoria Universal, Oeaohoo, “O Filho do Sol”, contém em si mesmo as Sete Hostes Criadoras (os Sephiroth), e é assim a essência da Sabedoria manifestada “O que se banha na Luz do Oeaohoo, jamais será enganado pelo Véu do Mâyâ”. “Kwan-Shai-Yin” é idêntico e equivalente à a Avalokiteshvara sânscrito, e como tal é uma deidade andrógina, como o Tetragrammaton e todos os Logotipos da antigüidade. Só por algumas seitas na China se o antropomorfiza e lhe representa com atributos femininos; baixo este aspecto, converte-se no Kwan-Yin, a Deusa de Misericórdia, chamada a “Voz Divina” (24). Esta última é a deidade protetora do Tíbet e da ilha do Puto na China, aonde ambas as deidades possuem certo número de monastérios (25). Os deuses superiores da antigüidade são todos “Filhos da Mãe” antes de converter-se em “Filhos do Pai”. Os Logotipos, como Júpiter ou Zeus, Filho do Cronos-Saturno, “o Tempo Infinito” (Kâla), eram representados em sua origem como masculino-femininos. Do Zeus se diz que é a “Virgem bela”, e a Vênus a representa com barba. Apolo era em sua origem bissexual; o mesmo o é Brahmâ-Vâch no Manu e nos Purânas. Osiris se equipasse com o Isis, e Horus é de ambos os sexos. Finalmente, na visão de San Juan na Revelação, o Logotipos, que agora se relaciona com o Jesus, é hermafrodita, posto que lhe descreve como tendo peitos de mulher. O mesmo lhe passa ao Tetragrammaton ou Jehovah. Mas existem dois Avalokiteshvaras em Esoterismo: o Primeiro e o Segundo Logotipos. Nenhum símbolo religioso se exime da profanação e até da brincadeira em nossos dias de política e de ciência. Na Índia Meridional viu a autora a um natural convertido fazendo luta com oferendas ante uma estátua do Jesus vestido de mulher e com um anel no nariz. Ao perguntar o significado da mascarada, nos respondeu que era Jesus e María em uma peça, e que se feito com a permissão do Pai; pois o ciumento converso não tinha dinheiro para comprar duas estátuas ou “ídolos”, como foram chamados com muita razão por uma testemunha, o qual era outro hindu não convertido. Isto parecerá uma blasfêmia ao cristão dogmático; mas o teósofo e o ocultista devem conceder a palma da lógica ao hindu converso. O Christos esotérico na Gnosis carece, é obvio, de sexo; mas na teologia esotérica é andrógino. (b) O “Dragão de Sabedoria” é o Um, o “Eka” (26) ou Saka. É curioso que o nome do Jehovah em hebreu seja também Um, Achad. “Seu nome é Achad”, dizem os Rabinos. Decidam os filólogos qual dos dois é derivado do outro lingüística e simbolicamente falando; com toda segurança não será o sânscrito. O “Um” e o “Dragão” são expressões usadas pelos antigos, em conexão com seus Logotipos respectivos. Jehovah -esotéricamente Elohim- é também a Serpente ou Dragão que tentou a Eva; e o Dragão é um antigo emblema da Luz Astral (o Princípio Primitivo), “que é a Sabedoria do Caos”. Não reconhece a filosofia arcaica ao Bem nem ao Mal como poder fundamental ou independente, mas sim partindo de tudo Absoluto (eterna Perfeição Universal), deriva aos dois, seguindo o curso da evolução natural, da Luz pura, condensando-se gradualmente na forma, e daqui convertendo-se na Matéria ou o Mal. Aos primeiros e ignorantes pais Cristãos, quota o degradar a idéia filosófica e altamente científica deste emblema, na superstição absurda chamada o “Diabo”. A tiraram dos zoroastrianos do último período, que viam diabos ou o Mal nos Devas indos; e a palavra Evil (Mau) convirtióse assim, por uma dobro transmutação, em D’Evil (Diabos, Diable, Diavolo, Teufel). Mas os pagãos deram sempre amostras de discernimento filosófico no referente a seus símbolos. O símbolo primitivo da serpente representou sempre a Sabedoria divina e a perfeição, e sempre lhe olhou como equivalente a Regeneração psíquica e a Imortalidade. daqui que Hermes tenha chamado à serpente o mais espiritual de todos os seres; Moisés,

iniciado na sabedoria do Hermes, seguiu o mesmo caminho na Gênese; sendo a serpente dos gnósticos com as sete vocais sobre sua cabeça, o emblema das sete Hierarquias dos Criadores Septenarios ou Planetários. Desde aí também a serpente inda Shesha ou Ananta, o Infinito, um nome do Vishnu, e seu primeiro Vâhana, ou veículo, sobre as Águas Primitivas. Entretanto, quão mesmo os Logoi e as Hierarquias de Poderes, essas serpentes têm que distinguir umas de outras. Shesha ou Ananta, o “Leito do Vishnu”, é uma abstração alegórica simbolizando ao Tempo infinito no Espaço, que contém o Germe e lança periodicamente a floração deste Germe, o Universo manifestado; ao passo que o Ophis gnóstico contém o mesmo triplo simbolismo em seus sete vocais, como o Oeaohoo de uma, e de três e de sete sílabas da doutrina arcaica, ou seja: o Primeiro Logotipos Inmanifestado, o Segundo Manifestado, o Triângulo concretizando-se no Quaternário ou Tetragrammaton, e os Raios de este no plano material. Entretanto, todos eles estabelecem uma diferença entre a Serpente Boa e a má (a luz Astral dos cabalistas); a primeira, a encarnação da Sabedoria divina na região do Espiritual; e a segunda, o Mal, no plano da Matéria. Pois a Luz Astral, ou o Éter dos antigos pagãos (o nome de Luz Astral é completamente moderno), é o Espírito-Matéria. Começando no plano puro espiritual, faz-se mais grosseira à medida que descende, até que se converte no Mâyâ, ou a serpente tentadora e enganosa em nosso plano. Jesus aceitou a serpente como um sinônimo de Sabedoria, e isto formou parte de seus ensinos: “Sede sagazes como a serpente”, diz. No princípio, antes de que a Mãe se convertesse em Pai-Mãe, o Dragão de Fogo se movia só nos infinitos” (27). O Aitareya Brâhmana chama à Terra Sarparâjni, reina-a Serpente” e a “Mãe de tudo que se move”. Antes que nosso globo assumisse a forma de ovo (e também o Universo), “um comprido rastro de pó Cósmico (ou névoa ígnea) movia-se e retorcia como uma serpente no Espaço”. O “Espírito de Deus movendo-se no caos” foi simbolizado por todas as nações sob a forma de uma serpente de fogo, exalando fogo e luz sobre as águas primitivas, até ter incubado a matéria cósmica e fazê-la assumir a forma anular de uma serpente com a cauda em sua boca; a qual simboliza, não somente a Eternidade e o infinito, mas também a forma globular de todos os corpos formados no Universo, daquela névoa de fogo. O Universo, quão mesmo a Terra e que o Homem, arrojam periodicamente, a maneira das serpentes, suas antigas peles, para revestir outras novas depois de um período de repouso. Certamente não é esta imagem da serpente menos graciosa ou mais prosaica que a larva e a larva, da qual brota a mariposa, o emblema grego do Psyche, a alma humana. Também era o Dragão o símbolo do Logotipos entre os egípcios, acontecendo o mesmo entre os gnósticos. No Livro do Hermes, Pymander, o mais antigo e o mais espiritual dos Logotipos do Continente ocidental, representa-se ao Hermes sob a forma de um Dragão ígneo de “Luz, Fogo e Chama”. Pymander, o “Pensamento Divino” personificado, diz: A luz sou eu; eu sou no Nous (a Mente ou Manu); eu sou seu Deus, sou muito mais antigo que o princípio humano que escapa da sombra (Trevas, ou a Deidade oculta). Eu sou o germe do pensamento, o Verbo resplandecente, o Filho de Deus. Tudo que assim vê e ouve em ti, é o Verbum do Professor, é o Pensamento (Mahat), o qual é Deus, o Pai (28). O Oceano celestial, o AEther... é o fôlego do Pai, o princípio que dá a vida, a Mãe, o Espírito Santo..., pois estes não estão separados, e sua união é a Vida.

Encontramos aqui o eco inequívoco da Doutrina Secreta arcaica, tal como se expõe na atualidade. Só que esta última não coloca à cabeça da Evolução da Vida ao “Pai”, que vem o terceiro e é o “Filho da Mãe”, a não ser ao “Eterno e Incessante Hálito de TUDO. Mahat (o Entendimento, a Mente Universal, o Pensamento, etc.), antes de manifestar-se como Brahmâ ou Shiva, aparece como Vishnu, diz Sânkhya Sâra (29). daqui que tenha vários aspectos, quão mesmo os tem o Logotipos. Mahat é chamado o Senhor na Criação Primária, e neste sentido é o Conhecimento Universal ou o Pensamento divino; mas “aquele Mahat que foi produzido primeiro”, é chamado (depois) Ego-ísmo, quando nasce como (o sentimento mesmo do) “Eu”, que se diz ser a “Segunda Criação” (30). E o tradutor (um hábil e sábio brahman, não um orientalista europeu) diz em uma nota ao pé: “ou seja quando Mahat se desembrulha no sentimento da Própria-conciencia -Eu-, então assume o nome de Egoísmo”, o que traduzido a nossa fraseología esotérica significa que quando Mahat se transforma no Emana humano (ou até no dos deuses finitos), converte-se no Aham-ismo (31). A razão de por que é chamado o Mahat da Segunda criação (ou a Novena, o Kaumâra no Vishnu Purâna) explicará-se mais adiante. (c) O “Mar de Fogo” é, pois, a Luz Super-Astral (ou seja Noumenal), a primeira radiação

da Raiz Mûlaprakriti, a Substância Cósmica não diferenciada que se converte em Matéria Astral. Também é chamada a “Serpente de Fogo”, tal como se há descrito antes. Se se tiver presente que tão somente existe Um Elemento Universal infinito, inato e imortal, e que todo o resto -como no mundo dos fenômenos- são tão somente múltiplos aspectos e transformações diferenciadas (correlações as chamam hoje) dessa Unidade, dos efeitos macrocósmicos aos efeitos microcósmicos; dos seres sobre-humanos até os humanos e subhumanos, a totalidade, em resumo, da existência objetiva, desaparecerá então a primeira dificuldade e principal, e a Cosmologia Oculta poderá ser dominada. Tanto na Teogonía egípcia como na Índia, existiu uma Deidade Oculta, o UM, e um deus criador andrógino; sendo Shoo o deus da criação, e Osiris, em sua forma primária e original, o deus “cujo nome é desconhecido” (32). Todos os kabalistas e ocultistas, orientais e ocidentais, reconhecem: (a), a identidade do “Pai-Mãe” com o AEther Primitivo ou Âkâsha (Luz Astral; e (b), sua homogeneidade antes da evolução do “Filho”, Fohat cósmicamente, pois é a Electrricidad Cósmica. Fohat endurece e dispersa aos Sete Irmãos” (33), o qual significa que a Entidade Elétrica Primitiva -pois os ocultistas orientais insistem em que a Eletricidade é uma Entidade- eletriza, lhe comunicando a vida, e separa em átomos ao material primitivo ou matéria pregenética, sendo estes átomos a origem de toda vida e consciência. “Existe um agente único universal de toda forma e de toda vida, o qual é chamado Od, Ob e Aour (34), ativo e passivo, positivo e negativo, como o dia e a noite; é a primeira luz na Criação” (Eliphas Lévi) - a “primeira luz” do Elohim primitivo, o Adam “andrógino” ou (cientificamente) a Eletricidade e a Vida. Os antigos o representaram por uma serpente, porque “Fohat assobia quando se desliza de um ponto a outro”, em ziguezague. A Kabalah o representa com a letra Hebréia Teth, cujo símbolo é a serpente, que desempenhou um papel tão principal nos Mistérios. Seu valor universal é nove, porque é a novena letra do alfabeto, e a novena porta dos cinqüenta portais ou pórticos que conduzem aos mistérios ocultos do ser. É o agente mágico por excelência, e na filosofia Hermética designa “a Vida infundida na Matéria Primitiva”, a essência que constitui todas as coisas, e o espírito que determina suas formas. Mas existem duas operações herméticas secretas, uma espiritual e outra material, correlativas e por sempre unidas. Como diz Hermes: Você separará a terra do fogo, o sutil do sólido..., o que sobe da terra aos céus e descende de novo dos céus à terra... Ela (a luz sutil) é a potência de cada força, posto que domina todas as coisas sutis e penetra em todo o sólido. Assim foi formado o mundo.

Não foi Zenón, o fundador do sistema dos estóicos, o único que ensinou que o Universo se desembrulha, e sua primeira substância se transforma do estado de fogo no de ar, depois no de água, etc. Heráclito de Éfeso sustentava que o único princípio existente sob todos os fenômenos da Natureza é o fogo. A inteligência que move ao Universo é o fogo, e o fogo é inteligência. E enquanto Anaxímenes diz o mesmo em relação ao ar, e Thales do Mileto (600 antes de Cristo) diz-o sobre o água, a Doutrina Esotérica reconcilia a todos estes filósofos demonstrando que apesar de estar no justo cada qual em seu respectivo sistema, nenhum destes, entretanto, era completo. 8. ONDE ESTAVA O GERME E DEU ESTAVAM ESTAVAM ENTÃO AS TREVAS? EM ONDE ESTÁ O ESPÍRITO DA CHAMA QUE ARDE EM SEU ABAJUR, OH, LANÚ!? O GERME É AQUILO, E AQUILO É A LUZ; O BRANCO FILHO CABEÇA DE GADOPLANDECIENTE DO OBSCURO PAI OCULTO. A resposta à primeira pergunta, sugerida pela segunda, que é a réplica do professor ao discípulo, contém, em uma só frase, uma das verdades mais essenciais da filosofia oculta. Indica a existência de coisas imperceptíveis a nossos sentidos físicos, e que são de muita maior importância, mais reais e mais permanentes que as perceptíveis. Antes que o Lanú possa compreender o problema trascendentalmente metafísico contido na primeira pergunta, deve ser capaz de responder à segunda, na qual se acha precisamente a chave para responder corretamente a anterior. No Comentário sânscrito a esta Estadia, são muitos os términos que se usam para o princípio oculto e não revelado. Nos manuscritos mais primitivos da literatura hindu, esta Deidade Abstrata não revelada não tem nome. A chama geralmente “Aquilo” (Tad, em sânscrito), e significa tudo o que é, era ou será, ou que pode ser concebido assim pela mente humana.

Entre tais denominações empregadas -é obvio, tão somente na Filosofia Esotéricacomo as “Trevas insondáveis”, o “Torvelinho”, etc., também a chama “O do Kâlahansa”, o “Kâla-ham-seja” e até o “Kâli Hamsa” (o Cisne Negro). Aqui a m e a n, são permutáveis, e ambas soam como a nasal francesa an ou am. Quão mesmo no hebreu, muitas palavras misteriosas e sagradas em sânscrito, não dizem mais ao ouvido profano que qualquer palavra ordinária, posto que se acham ocultas a modo de anagramas ou de outra maneira. Esta palavra Hansa ou Hamsa é precisamente um caso destes. Hamsa equivale a-hamsa”, três palavras que significam “Eu sou Ele”; ao passo que dividida de outra maneira se lerá “Souham” “Ele (é) Eu”. Nesta só palavra se acha contido o mistério universal, a doutrina da identidade da essência do homem com a essência divina, para aquele que compreende a linguagem da sabedoria. daqui o emblema e a alegoria a respeito da Kâlahansa (ou Hamsa), e o nome dado ao Brahman (neutro) e posteriormente ao Brahmâ masculino, da Hansa-Vâhara, “que usa à a Hamsa como seu veículo”. A mesma palavra pode ser lida “Kâlaham-seja” ou “eu sou eu, na eternidade do Tempo”, respondendo ao bíblico ou mas bem ao zoroastriano “eu sou o que sou”. A mesma doutrina se encontra na Kabalah, como o demonstra o seguinte extrato de um manuscrito inédito, pelo Mr. S. Liddell McGregor Mathers, o sábio kabalista: Os três pronomes ..... ..... ..... , Fuja, Ateh, Ani -Ele, você, Eu- usam-se para simbolizar as idéias do Macroprosopus e Microprosopus na Kabalah hebréia. Fuja, “Ele”, aplica-se ao Macroprosopus escondido e oculto; Ateh, “Você” , ao Microprosopus, e Ani “Eu”, ao último, quando lhe representa como falando. (Veja-se Lesser Holy Assembly, 204 e sig.). É digno de observar-se que cada um destes nomes consta de três letras, das quais a letra Alleph ..., A, forma a conclusão da primeira entre elas. Mas ... é o símbolo da Unidade, e por conseguinte, da idéia invariável do Divino operando por meio de todas elas. Mas detrás da ... no nome Fuja estão as letras ... e ..., os símbolos dos números Seis e Cinco, o Macho e a Fêmea, o Exagrama e o Pentagrama. E os números destas três palavras Fuja, Ateh, Ani, são 12, 406 e 61, os quais acham-se reassumidos nos números chave 3, 10 e 7, pela Kabalah das Nove Câmaras que é uma forma da regra exegética da Temura.

Inútil é tentar a explicação completa do mistério. Os materialistas e os modernos homens de ciência jamais o compreenderão, do momento em que, para obter uma percepção clara disso, tem que admitir-se acima de tudo o postulado de uma Deidade universalmente difundida, onipresente e eterna na Natureza; em segundo lugar, tem que aprofundar o mistério da eletricidade em sua verdadeira essência; e em terceiro término, conceder que o homem é o símbolo septenario, no plano terrestre, da Grande Unidade Uma, o Logotipos, que é o signo de Sete vocais, o Fôlego cristalizado no Verbo (35). Quem cria em tudo isto, tem que acreditar também nas combinações múltiplos dos sete planetas do Ocultismo e da Kabalah, com os doze signos zodiacais; e tem que atribuir, como fazemos nós, a cada planeta e a cada constelação, uma influência que, segundo as palavras do Mr. Ely Star (astrólogo francês), “é-lhe própria, benéfica ou maléfica, segundo o Espírito planetário que lhe rege, o qual, a sua vez, é capaz de influir sobre os homens e as coisas que se acham em harmonia com ele e que lhe são afins”. Por estas razões, e acreditando pouco no anterior, tudo o que podemos dizer agora é que em ambos os casos o símbolo da Hamsa (já Eu seja, Ele, Ganso ou Cisne) é um símbolo importante que representa, entre outras coisas, a Sabedoria Divina, a Sabedoria nas Trevas fora do alcance dos homens. No esotérico, Hamsa, como sabe tudo indo, é um ave fabulosa a que, quando lhe dá leite mesclado com água (na alegoria), separa-as, bebendo-a leite e deixando a água, mostrando assim sabedoria própria; pois o leite representa simbolicamente ao espírito, e a água à matéria. A antigüidade muito remoto desta alegoria se demonstra com a menção no Bhâgavata Purâna, de certa casta chamada Hamsa ou Hansa, que era a “casta única” por excelência, quando em épocas muito longínquas, entre as brumas de um passado esquecido, não existia entre os indos mais que “Um Veda, Uma Deidade e Uma Casta”. Também existe uma cordilheira nos Himalayas, descrita nos antigos livros como situada ao norte do Monte Meru, chamada Hamsa, e relacionada com episódios pertencentes à história dos mistérios religiosos e das iniciações. Quanto a Kâlahansa, o suposto veículo do Brahmâ-Prajâpati nos textos esotéricos e nas traduções dos orientalistas, é de tudo errôneo; Brahman, o neutro, é chamado por eles Kâla-hansa; e Brahmâ, o masculino, Hansa-vâhana, porque certamente “seu veículo é um cisne ou ganso” (36). Isto é uma glosa puramente esotérica. Esotérica e lógicamente, se Brahman, o infinito, é tudo que descrevem os orientalistas, e se em harmonia com os textos vedantinos é uma deidade abstrata, em maneira alguma caracterizada com atributos humanos; e se de uma vez se sustenta que é chamada Kâla-hansa, como pode então converter-se no Vâhan do Brahmâ, a emanação do raio primitivo, ao que se faz servir como

Vâhan ou Veículo para o Raio Divino, que de outro modo não poderia manifestar-se no Universo, posto que ele mesmo é uma emanação das Trevas (para nossa inteligência humana, em todo evento). Assim, pois, Brahmâ é Kâlahansa, e o Raio, Hansa-vâhana. Também é igualmente significativo o estranho símbolo eleito; sendo a verdadeira significação mística a idéia de uma matriz universal, figurada pelas Águas Primitivas do Abismo ou a abertura para a recepção, e subsiguientemente para a saída, daquele Raio Um (o Logotipos), que contém em si os outros Sete Raios Procriadores ou Poderes (os Logoi ou Construtores). daqui que os rosacruces escolhessem o ave aquática, seja cisne ou pelicano (37), com sete pequenos, por símbolo, modificado e adaptado à religião de cada país. AinSuph é chamado no Livro dos Números (38) a “Alma de fogo do Pelicano”. Aparece com cada Manvántara como Nârâyana ou Svâyambhuva, o Existente por Si, e penetrando no Ovo do Mundo, surge do mesmo ao final da divina incubação, como Brahmâ ou Prajâpati, o progenitor do Universo futuro, no qual se estende. Ele é Purusha (o Espírito), mas também é Prakriti (a Matéria). portanto unicamente depois de haver-se dividido ele mesmo em duas metades, Brahmâ-Vâch (a fêmea), e Brahmâ-Virâj (o macho), é quando o Prajâpati se converte no Brahmâ masculino. 9. A LUZ É CHAMA FRIA, E A CHAMA É FOGO E O FOGO PRODUZ CALOR QUE DÁ LUGAR À ÁGUA - A ÁGUA DE VIDA NA GRANDE MÃE (39). Deve se ter presente que as palavras “Luz”, “Chama” e “Fogo” foram adotadas pelos tradutores do vocabulário dos antigos “Filósofos do Fogo” (40) com objeto de expressar melhor a significação dos términos e símbolos arcaicos empregados no original. De outra maneira, tivessem permanecido por completo ininteligíveis para o leitor europeu. Entretanto, para um estudante Ocultista, os términos mencionados serão bastante claros. Todos estes -”a Luz”, “chama-a”, “o Frio”, “o Fogo”, “o Calor”, “a água” e “a água de Vida” - são em nosso plano a linhagem, ou como diria um físico moderno, as correlações da Eletricidade. Poderosa palavra e símbolo ainda mais potente! Gerador sagrado de uma sucessão não menos sagrada; do Fogo, o criador, o conservador e o destruidor; da Luz, a essência de nossos divinos antecessores; da Chama, a Alma das coisas. A Eletricidade é a Vida Uma no degrau superior do Ser, e o Fluido Astral, o Athanor dos alquimistas, no inferior; Deus e Diabo, o Bem e o Mal. Agora bem; por que se chama à Luz “Chama Fria”? Porque na ordem da Evolução Cósmica (segundo insígnia o Ocultismo), a energia que obra sobre a matéria depois de sua primeira formação em átomos, é gerada em nosso plano pelo Calor Cósmico; e porque o Cosmos, no sentido de matéria desagregada, não existia antes daquele período. A primeira Matéria Primitiva, eterna e coeva com o Espaço, a qual não tem nem princípio nem fim, nem (é) quente nem fria, mas sim é de sua própria natureza especial”, diz o Comentário. O calor e o frio são qualidades relativas e pertencem aos reino dos mundos manifestados, todos procedentes do Hyle manifestado, ao qual, em seu aspecto absolutamente latente, faz-se referência como à “Virgem Fria”, e quando já acordado à vida, como à “Mãe”. Os antigos mitos cosmogónicos ocidentais declaram que ao princípio tão somente existia névoa fria (o Pai), e o limo prolífico (a Mãe, Ilus ou Hyle), de onde saiu deslizando-a Serpente do Mundo (a Matéria) (41). A Matéria Primitiva, pois, antes de surgir do plano do que jamais se manifesta, e de despertar ao estremecimento da ação sob o impulso do Fohat, é tão somente “uma radiação fria, incolor, sem forma, insípida e desprovida de toda qualidade e aspecto”. Assim é também sua Primogenitura, os “Quatro Filhos”, que “são Um e se convertem em Sete”; as Entidades por cujas qualificações e nomes os antigos ocultistas orientais chamaram aos quatro dos sete “Centros de Força” primários, ou Átomos, que se desenvolvem ultimamente nos grandes “Elementos” Cósmicos, agora divididos nos setenta subelementos conhecidos pela Ciência. As quatro “Naturezas Primárias” dos primeiros Dhyân Chohans são chamadas (a falta de melhores términos) Âkâshica, Etérea, Aquosa e Ígnea. Correspondem, na terminologia do ocultismo prático, às definições científicas dos gases, e podem definir-se, para dar uma idéia clara tanto aos ocultistas como aos profanos, como parahidrogénica (42), paraoxigénica, oxhidrogénica e ozónica, ou possivelmente nitroozónica; sendo estas últimas forças ou gases (em Ocultismo, substâncias suprasensibles, embora atômicas) as de maior efeito e as mais ativas quando imprimem sua energia no plano da matéria mais grosseiramente diferenciada. Estes elementos são de uma vez electropositivos e electronegativos. Estes e outros muitos som provavelmente os elos que à química faltam. Na alquimia são conhecidos por outros nomes, assim como por

quão ocultistas põem em prática poderes fenomenais. Combinando e recombinando ou dissociando em certo modo os “Elementos”, por meio do Fogo Astral, é como se produzem os maiores fenômenos. 10. O PAI-MÃE TECE UM TECIDO, CUJO EXTREMO SUPERIOR ESTÁ UNIDO AO ESPÍRITO (43), LUZ DA ESCURIDÃO ÚNICA, E O INFERIOR À MATÉRIA, SEU EXTREMIDADE DE SOMBRAS (44). ESTE TECIDO É O UNIVERSO, TECIDO COM AS DUAS SUBSTÂNCIAS FEITAS EM UM, QUE É SVABHÂVAT. No Mândukaya Upanishad (45) diz-se: “Assim como uma aranha estende e recolhe seu tecido; assim como brotam as ervas no terreno... do mesmo modo é o Universo derivado daquele que não decai”, Brahmâ, pois o “Germe das Trevas desconhecidas” é o material do qual todo se desembrulha e desenvolve “como o tecido da aranha, como a espuma da água”, isto Etc. é tão somente gráfico e real quando o término Brahmâ, o “Criador”, é derivado da raiz brih, aumentar ou estender-se. Brahmâ, “estende-se” e se converte no Universo malha de sua própria substância. A mesma idéia foi belamente expressa pelo Goethe, que diz: Assim à rangente tear do tempo me submeto E disco para Deus a vestimenta com que tem que lhe ver.

11. ALARGA-se (46), QUANDO O SOPRO DE FOGO (47) ESTENDE-se SOBRE ELA; E SE CONTRAI QUANDO O FÔLEGO DA MÃE (48) A TOUCA. OS FILHOS (49) DESAGREGAM-se ENTÃO E SE PULVERIZAM, PARA VOLTAR Para SEIO DE SUA MÃE AO FINAL DO GRANDE DIA, E SER DE NOVO UNS COM ELA. QUANDO O TECIDO SE ESFRIA, FAZ-se RADIANTE. SEUS FILHOS SE DILATAM E CONTRAEM DENTRO DE SI MESMOS E EM SEUS CORAÇÕES; ELES ABRANGEM O INFINITO. A expansão do Universo sob a ação do “Sopro de Fogo” é muito sugestiva à luz do período da névoa de fogo, de que tanto fala a ciência moderna, sabendo em realidade tão pouco. O calor intenso quebranta os elementos compostos, e resolve os corpos celestes em seu Elemento Um primitivo, conforme explica o Comentário. “Uma vez desintegrados em seu constituinte primitivo, por entrar no rádio de atração e de alcance de um foco ou centro de calor (energia), dos quais muitos som levados de um lado a outro no espaço, um corpo, já seja vivo ou morto, será vaporizado e se manterá no Seio da Mãe, até que recolhendo Fohat uns quantos agregados de Matéria Cósmica (nebulosas), ponha-o de novo em movimento lhes dando um impulso, desenvolva o calor requerido, e então lhe abandone para que siga seu próprio novo desenvolvimento”. A expansão e contração do “Tecido”, isto é, o material de mundos, ou átomos, expressa aqui o movimento de pulsação; porque é a contração e expansão regular do Oceano infinito e sem bordas, pelo que podemos chamar o nóumeno da Matéria, emanado pelo Svabhâvat, causa da vibração universal dos átomos. Mas também sugere algo mais. Prova que os antigos conheciam o que na atualidade é um enigma para muitos sábios e em especial para os astrônomos: a causa da primeira ignição da matéria, ou do material dos mundos, a paradoxo do calor produzido pela contração lhe refrigerem e outros enigmas cósmicos semelhantes; pois indica de uma maneira inequívoca que os antigos possuíam, conhecimento desses fenômenos. “Existe calor interno e calor externo em cada átomo, o Hálito do Pai (Espírito), e o Hálito (ou calor) da Mãe (Matéria)”; dizem os Comentários manuscritos aos que a escritora teve acesso; e figuram neles explicações que demonstram ser errônea a teoria moderna da extinção dos fogos revestir, por perda de calor devido à radiação. A hipótese é falsa, e até os mesmos sábios o admitem; pois como o professor Newcomb indica (50), “ao perder calor um corpo gasoso se contrai, e o calor produzido pela contração excede ao que tem que perder para contrair-se”. Esta paradoxo de que um corpo se quente cada vez mais à medida que é major a diminuição de volume produzida pelo esfriamento, deu lugar a largas polêmicas. O calor restante se há dito que se perdia por radiação; e supor que a temperatura não descende pari passu com uma diminuição de volume, sob uma pressão constante, é não ter para nada em conta a lei do Charles. A contração desenvolve calor, é certo; mas a contração (por

esfriamento) é incapaz de desenvolver a totalidade de calor que em qualquer tempo exista na massa, ou de manter um corpo a uma temperatura constante, etc. O professor Winchell trata de reconciliar a paradoxo -em realidade tão somente aparente- como o provou J. Homer Lane (51), caso “algo além disso do calor”. “Não pode ser acaso -pergunta- uma simples repulsão entre as moléculas, que varie segundo alguma lei de distância?” (52). Mas até isto se verá que é irreconciliável, a menos que este “algo além disso do calor” seja denominado “Calor Sem Causa”, o “Hálito de Fogo”, a Força omnicreadora, mais a Inteligência Absoluta, o qual não é provável aceite a ciência física. Seja como for, a leitura desta Estadia demonstra que, não obstante seu fraseología arcaica, é mais científica que a mesma ciência moderna. 12. ENTÃO SVABHÂVAT ENVIA Ao FOHAT PARA ENDURECER OS ÁTOMOS. CADA UM (53) É UMA PARTE DO TECIDO (54). REFLETINDO AO “SENHOR QUE EXISTE POR SI MESMO” (55), COMO UM ESPELHO, CADA QUAL A SUA VEZ DEVE SER UM MUNDO (56). Fohat endurece os átomos; ou seja, lhes infundindo energia, pulveriza os “Átomos” ou a Matéria Primitiva. “Ele se dissemina enquanto pulveriza a matéria em forma de Átomos”. Por meio do Fohat, imprimem-se na Matéria as idéias da Mente Universal. Pode obter-se alguma ligeira noção referente à natureza do Fohat, pela denominação de “Eletricidade Cósmica”, que algumas vezes lhe aplica; mas neste caso, às propriedades conhecidas da Eletricidade em geral, devem acrescentar-se outras, incluindo a inteligência. É interessante fazer observar que a ciência moderna chegou à conclusão de que toda cerebración e atividade do cérebro são acompanhadas por fenômenos elétricos.

ESTADIA IV AS HIERARQUIAS SEPTENARIAS 1. ...FILHOS DA TERRA, ESCUTEM A SEUS INSTRUTORES OS FILHOS DO FOGO (a). SAIBAM QUE NÃO HÁ NEM PRIMEIRO NEM ÚLTIMO; PORQUE TUDO É UM NÚMERO UM, QUE PROCEDE DO QUE NÃO É NÚMERO (b). (a) As palavras os “Filhos do Fogo”, os “Filhos da Névoa de Fogo” e as análogas requerem explicação. relacionam-se com um grande mistério primitivo e universal, e não é fácil esclarecê-lo. Existe um parágrafo no Bhagavad-Gitâ aonde falando Krishna simbólica e esotéricamente, diz: Eu indicarei os tempos (condições)... em que os devotos ao partir (desta vida), fazem-no, para não voltar jamais (a renascer), ou para voltar (a encarnar-se de novo). O fogo, chama-a, o dia, a quinzena brilhante (feliz), os seis meses do solstício do Norte, partindo (morrendo)... nestes, os que conhecem o Brahman (os Yogis), vão ao Brahman. A fumaça, a noite, a quinzena sombria (desgraçada), os seis meses do solstício Meridional (morrendo)... nestes, o devoto vai à luz lunar (ou mansão, também a Luz Astral), e volta (renasce). Estes dois atalhos, o brilhante e o sombrio, diz-se que são eternos neste mundo (ou Grande Kalpa (idade)). Por um se vai (o homem) para não voltar jamais, pelo outro volta (1).

Agora bem, estes nomes “o fogo”, “chama-a”, “o dia”, a “quinzena resplandecente”, etc.; e “a fumaça”, “a noite” e assim sucessivamente, que conduzem tão somente ao fim do atalho Lunar, são incompreensíveis sem conhecimentos do Esoterismo. Todos eles são nomes de várias deidades que presidem sobre os Poderes Cosmopsíquicos. Falamos com freqüência da Hierarquia das Chamas”, dos “Filhos do Fogo”, etc. Sankarâchârya, o mais sábio dos Professores Esotéricos da Índia, diz que o Fogo significa uma deidade que preside sobre o Tempo (Kâla). O hábil tradutor do Bhagavad-Gitâ Kâshinâth Trimbak Telang, M. A. de Bombay, confessa que ele “não possui idéia alguma clara da significação destes versos”. Pelo contrário, para o que conhece a doutrina oculta, resultam completamente claros. O sentido místico dos símbolos revestir e lunares se acha relacionado com estes versos. Os Pitris são Deidades Lunares e nossos antecessores; pois eles criaram ao homem físico. Os Agnishvatta, os Kumâras (os sete místicos sábios), são deidades Revestir, embora são também Pitris; e estes

são os “Formadores do Homem Interno”. Eles são “Os Filhos do Fogo”, porque são os primeiros Seres chamados “Mentes” na Doutrina Secreta, desenvolvidos do Fogo Primitivo. “O Senhor... é um Fogo devorador” (2). “O Senhor aparecerá... com seus anjos poderosos em fogo chamejante” (3). O Espírito Santo descendeu sobre os Apóstolos a maneira de “línguas de fogo” (4). Vishnu voltará sobre o Kalki, o Cavalo Branco, como último Avatâra, em meio de fogo e de chamas; e Sosiosh descenderá igualmente em um Cavalo Branco em meio de um “voltado de fogo”. “E vi o céu aberto, e contemplei um Cavalo Branco no que estava montado... e seu nome chame o Verbo de Deus” (5), em meio de Fogo chamejante. O fogo é AEther em sua forma mais pura, e daqui que não lhe considere como matéria; é a unidade do AEther -a segunda deidade manifestada- em sua universalidade. Mas existem dois “Fogos”, e nos ensinos ocultos se estabelece uma distinção entre ambos. Do primeiro, ou seja do Fogo puramente sem forma e invisível, oculto no Sol Central Espiritual, fala-se como sendo Triplo (metafisicamente); ao passo que o Fogo do Cosmos manifestado, é Septenario no Universo e em nosso sistema solar. “O fogo do conhecimento consome toda ação no plano das ilusões” -diz o comentário-. “portanto, quem o tem adquirido e estão emancipados, são chamados “Fogos”. Falando dos sete sentidos simbolizados pelo Hotris ou Sacerdotes, Nârada diz no Anugîtâ: “Assim, estes sete (sentidos, olfato, gosto, cor, som, etc.) são as causas da emancipação”; e o tradutor acrescenta: “Destes sete é dos que o Eu interno tem que emancipar-se. “eu” (na sentença, Eu estou... desprovido de qualidades) deve significar este Eu interno e não Brâhmana que fala” (6). (b) A expressão “Todo é Um Número, que procede do que não é Número”, refere-se de novo ao princípio universal e filosófico que se acaba de explicar no comentário da Sloka 4 da Estadia III. O absoluto não tem, é obvio, Número; mas em seu último significado tem uma aplicação tanto no Espaço como no Tempo. Significa que não somente cada incremento de tempo é parte de outro major, até a duração mais prolongada concebível pela inteligência humana, a não ser, além disso, que não pode pensar-se a respeito de nada manifestada, mas sim como parte de um tudo; sendo a agregación total o Universo Um Manifestado que procede do Inmanifestado ou Absoluto, chamado Não-Ser ou “Não-Número”, para distingui-lo do Ser ou do “Único Número”. 2. APRENDAM O QUE NÓS QUE DESCENDEMOS DOS SETE PRIMEIROS, O QUE NÓS, QUE NASCEMOS DA PRIMITIVA CHAMA, APRENDEMOS QUE NOSSOS PAIS... Isto se explica no Livro II, e este nome, “Chama Primitivo”, corrobora o que se há dito no primeiro parágrafo do comentário precedente da Estadia IV. A diferença entre os Construtores “Primitivos” e os Sete subseqüentes é que os primeiros são o Raio e a emanação direta do primeiro “Quatro Sagrado”, a Tetraktys, ou seja o eternamente existente por Si mesmo -eterno em essência, note-se bem- não em manifestação, e distinto do Um Universal. Latentes durante o Pralaya e ativos durante o Manvántara, os “Primitivos” procederam que “Pai-Mãe” (Espírito-Hyle ou Ilus); enquanto que o outro Quaternário Manifestado e os Sete procederam que a Mãe somente. A última é a VirgemMãe imaculada, que é coberta, não fecundada, pelo Mistério Universal, quando ela surge de sua estado de Espécie ou condição indiferenciada. Em realidade, todos são, é obvio, um; mas seus aspectos nos diversos planos do Ser são diferentes. Os primitivos som os Seres mais elevados na Escala da Existência. São os Arcanjos do Cristianismo, os que se negam a criar ou mas bem a reproduzir-se, como o fez Miguel neste último sistema, e como o fizeram os “Filhos maiores nascidos da Mente” do Brahmâ (Vedhas). 3. DO RESPLENDOR DA LUZ -O RAIO DAS ETERNAS TREVAS- SURGEM EM O ESPAÇO AS ENERGIAS DESPERTADAS DE NOVO (7); O UM DO OVO, O SEIS E O CINCO (a). DEPOIS O TRÊS, O UM, O QUATRO, O UM, O CINCO, O DOBRO SETE, A SOMA TOTAL (b). E ESTAS SÃO AS ESSÊNCIAS, AS CHAMAS, OS ELEMENTOS, OS CONSTRUTORES, OS NÚMEROS (c), OS ARÛPA (8), OS RÛPA E A FORÇA, Ou O HOMEM DIVINO, A SOMA TOTAL, E DO HOMEM DIVINO EMANARON AS FORMAS, AS FAÍSCAS, OS ANIMAIS SAGRADOS (d) E OS MENSAJEROS DOS SAGRADOS PAIS (10) DENTRO DO SANTO QUATRO (11). (a) Isto se refere à Ciência Sagrada dos Números, tão sagrada à verdade e tão

importante no estudo do Ocultismo, que o assunto logo que é suscetível de ser esboçado até em uma obra tão extensa como a presente. Sobre as Hierarquias e os números corretos destes seres, invisíveis (para nós), exceto em muito estranhas ocasiões, está edificado o mistério da estrutura do Universo inteiro. Os Kumâras, por exemplo, são chamados os “Quatro”, embora são, em realidade, sete em número; porque Sanaka, Sananda, Sanâtana e Sanatkumâra são os principais Vaidhâtra (seu nome patronímico) que surgiram do “quádruplo mistério”. Para esclarecer mais o conjunto, temos que ir a princípios mais familiares para alguns de nossos leitores, especialmente para os brahmánicos. Segundo Manu, Hiranyagarbha é Brahmâ, o primeiro ser masculino formado pela incompreensível Causa sem Causa, em um “Ovo de Ouro resplandecente como o Sol”, como diz o Hindu Classical Dictionary; Hiranyagarbha significa a Matriz de Ouro, ou mas bem a Matriz resplandecente ou Ovo. A significação se acomoda muito mal com o epíteto de “masculino”, mas certamente o significado esotérico da sentença é bastante claro. No Rig-veda se diz: “AQUILO, o Senhor único de todos os seres... o princípio animador dos deuses e dos homens”, originou-se no princípio na Matriz de Ouro, Hiranyagarbha, que é o Ovo do Mundo ou a Esfera de nosso Universo. Aquele Ser é certamente andrógino, e a alegoria do Brahmâ, separando-se em dois e criando-se em uma de suas metades (a fêmea Vâch), como Virâj, é uma prova disso. “O Um do Ovo, o Seis e o Cinco” dão o número 1065, o valor do Primogênito (posteriormente o Brahmâ-Prajâpati, varão e fêmea), que responde aos números 7, 14 e 21, respectivamente. Os Prajâpati, quão mesmo os Sephiroth, são unicamente sete, incluindo a Sephira sintética da Tríada que os produz. Assim, da Hiranyagarbha ou Prajâpati, o Gorjeio e Um (a Trimurti Védica primitiva, Agni, Vâyu e Sûrya), emanam os outros sete, também dez, se separarmos aos três primeiros que existem em um, e um em três; estando todos, entretanto, compreendidos dentro daquele um e “Supremo” Parama, chamado Guhya ou “Secreto” e Sarvâtman a “Super-Alma”. “Os sete Senhores do Ser permanecem ocultos no Sarvâtman como os pensamentos em um cérebro”. O mesmo acontece com os Sephiroth. São sete quando se conta da Tríada superior, presidida pelo Kether, ou dez -exotéricamente. No Mahâbhârata, os Prajâpati são em número de 21, ou dez, seis e cinco (1065), três vezes sete (12). (b) “E l Três, o Um, o Quatro, o Um, o Cinco”, em sua totalidade duas vezes sete, representam 31415, a Hierarquia numérica dos Dhyân Chohans dos distintos ordens, e do mundo interno ou circunscripto (13). Este número, colocado na fronteira do grande Círculo “Não se Passa” -chamado também Dhyânipâsha, o “Cabo dos Anjos”, o “Cabo” que separa o Cosmos fenomenal do noumenal, e que não se acha dentro do limite de percepção de nossa consciência presente objetiva-, quando não é aumentado por permutação e expansão, é sempre 31415 anagramática e kabalísticamente; sendo de uma vez o número do círculo e o da mística Suástica, outra vez o “Dobro Sete”; pois em qualquer sentido que se contem as duas combinações das cifras, somadas um número atrás de outro, sempre resultarão quatorze. Matematicamente, representam o cálculo bem conhecido de que a razão do diâmetro à circunferência de um círculo, é como 1 a 3’1415, ou seja o valor ... (pi) como lhe chama. Esta disposição das cifras deve possuir a mesma significação, do momento que 1 :3’16159, e além 1 :3’1415927 são combinados nos cálculos secretos para expressar os vários ciclos e épocas do “primogênito”, ou 311.040.000.000.000 com frações, e dão a mesma 13415 graças a um procedimento cuja exposição não é agora pertinente. Pode demonstrar-se que Mr. Ralston Skinner, autor do The Source of Measures (Origem das Medidas), lê a palavra hebréia Alhim com os mesmos valores numéricos 13514, omitindo, como se há dito, os ceros, e por permutação, posto que ... (a) é 1; .... (l) é 3 (30); ... (h) é 5; ... (i) é 1 (10); e ... (m) é 4 (40); e anagramáticamente 31415, como ele explica. Assim, enquanto no mundo metafísico o Círculo com o Ponto central não possui nenhum número e é chamado Anupâdaka -sem pai e sem número porque é incalculável-, no mundo manifestado, o Ovo ou Círculo do mundo acha-se circunscripto dentro dos grupos chamados a Linha, o Triângulo, o Pentágono, a segunda Linha e o Quadrado (ou 13514); e quando o Ponto engendrou uma Linha, e se converte em um diâmetro que representa aos Logotipos andrógino, então os números se convertem em 31415, ou um triângulo, uma linha, um quadrado, uma segunda linha e um pentágono. “Quando o Filho se separa da Mãe, converte-se no Pai”, pois o diâmetro representa a Natureza, ou o princípio feminino. portanto se diz: “No mundo do Ser, o Ponto frutifica a Linha, a Matriz Virgem do Kosmos (o zero em forma de ovo), e a Mãe imaculada dá nascimento à forma que combina todas as formas”. Prajâpati é chamado o

primeiro macho procriador, e “o marido de sua Mãe” (14). Isto dá a nota fundamental respeito de todos os últimos “Filhos Divinos” nascidos de “Mães Imaculadas”; e está clarísimamente confirmado pelo fato significativo de que Ana, o nome da Mãe da Virgem María, na atualidade representada pela Igreja Católica Romana como tendo dado a luz a sua filha de um modo imaculado, “María sem pecado concebida”, é derivada do Ana esquenta, Céu ou Luz Astral, Anima Mundi; de onde provém Anaitia, Devi-Durgâ, a esposa da Shiva, que é também chamada Annapurna e Kanyâ, a Virgem; sendo seu nome esotérico Umâ-Kanyâ, que significa a “Virgem de Luz”, a Luz Astral em um de seus múltiplos aspectos. (c) Os Devas, Pitris, Rishis; os Suis e os Torra; os Daityas e os Âdityas; os Dânavas e Gandharvas, etc., têm todos eles seus sinônimos em nossa Doutrina Secreta, quão mesmo na Kabalah e na Angelología hebréia; mas inútil é citar os antigos nomes, pois não conduziria mais que a criar confusão. Muitos destes podem encontrar-se também agora até na Hierarquia cristã de Poderes celestiales e divinos. Todos esses Tronos e Dominações, Virtudes e Principados, Querubins, Serafines e Demônios, habitantes diversos do Mundo Sideral, são as modernas cópias de protótipos arcaicos. O mesmo simbolismo de seus nomes, mesmo que desfigurados e arrumados em grego e em latim, é suficiente para demonstrá-lo, como se provará mais adiante em várias ocasiões. (d) Os “Animais Sagrados” se encontram na Bíblia quão mesmo na Kabalah, e têm sua significação (por certo também muito profunda) na página dos orígenes da Vida. No Sepher Yetzirah se diz que: “Deus gravou no Santo Quatro o Trono de sua Glória, os Auphanim (as Rodas ou Esferas-mundos), os Seraphim e os Animais Sagrados, como Anjos Ministros, e destes (o Ar, a Água e o Fogo ou o Éter) formou sua habitação”. Hei aqui a tradução literal das Seções IX e X: Dez números sem o que? Um: o Espírito do Deus vivo... que vive nas eternidades! A Voz e o Espírito e o Verbo; e este é o Espírito Santo... Deus: o Ar saído do Espírito... Ele desenhou e esculpiu com isso vinte e dois letras de fundação, três mães, sete dobre e doze singelas, e um Espírito saído delas. Três: a Água saída do Espírito; Ele desenhou e esculpiu com elas o estéril e o vazio; o lodo e a terra. Ele as desenhou como um leito de flores, esculpiu-as como um muro, e as cobriu como um pavimento. Quatro: o Fogo saído da Água. Ele desenhou e esculpiu com isso o trono de glória, e as rodas, e os seraphim, e os Santos animais como anjos ministros; e dos três, Ele fundou sua moradia como se há dito. Ele faz seus anjos espíritos, e seus serventes chama de fogo!

As palavras “fundou sua moradia” demonstram claramente que na Kabalah, quão mesmo na Índia, a Deidade era considerada como o Universo, e não era, em sua origem, o Deus extracósmico que é agora. Assim foi o mundo formado “por meio de Três Seraphim -Sepher, Saphar e Sipur”, ou “por meio do Número, Números e Numerado”. Com a chave astronômica, estes “Animais Sagrados” se convertem nos signos do Zodíaco. 4. ESTE ERA O EXÉRCITO DA VOZ, A DIVINA MÃE DOS SETE. OS te DÊLLOS DOS SETE ESTÃO SUBMETIDOS, E SÃO OS SERVIDORES DO PRIMEIRO, DO SEGUNDO, DO TERCEIRO, DO QUARTO, DO QUINTO, DO SEXTO E DO SÉPFRAUDE DOS SETE (a). ESTES (15) SÃO CHAMADOS ESFERAS, TRIÂNGULOS, CUBOS, LINHAS E MODELADORES; POIS ASSIM SE SUSTENTA O ETERNO NIDÂNA, O OI-HÁHOU (b) (16). (a) Esta Sloka dá de novo uma breve análise das hierarquias dos Dhyân Chohans, chamados Devas (Deuses) na Índia, ou sejam os Poderes Conscientes e Inteligentes da Natureza. A esta Hierarquia correspondem os tipos atuais em que a Humanidade pode ser dividida; porque a Humanidade, como um tudo, é em realidade uma expressão materializada daquela, embora ainda imperfeita. O “Exército da Voz” é uma frase que se acha intimamente relacionada com o mistério do som e da Linguagem, como um efeito e um corolário da Causa: o Pensamento Divino. Como o expressou com beleza P. Christian, o ilustrado autor da Histoire da Magie e de L’Homme Rouge dê Tuileries, tanto as palavras pronunciadas pelos indivíduos como seus nomes, influem grandemente em seu destino futuro. por que? Porque: Quando nossa alma (Mente) cria ou evoca um pensamento, o signo representativo deste pensamento existe gravado por si mesmo no fluido astral, que é o receptáculo, e por dizê-lo assim, o espelho de todas as manifestações da existência. O signo expressa a coisa; a coisa é a virtude (escondida ou oculta) do signo.

Pronunciar uma palavra é evocar um pensamento e fazê-lo presente; a potência magnética da linguagem humana é o princípio de todas as manifestações no Mundo Oculto. O pronunciar um Nome é não só definir um Ser (uma Entidade) mas sim o expõe e o condena por meio da emissão da palavra (Verbum) à influência de uma ou mais potencializa ocultas. As coisas são, para cada um de nós, aquilo em que ele (o Verbo) converte-as enquanto as nomeamos. A Palavra (Verbum) ou a linguagem de cada homem é inconscientemente para ele uma bênção ou uma maldição; por isso, nossa ignorância presente a respeito das propriedades ou atributos da idéia, quão mesmo em relação aos atributos e propriedades da matéria, é com freqüência fatal para nós. Sim; os nomes (e as palavras) são benéficos ou maléficos; são, em certo sentido, ou venenosos ou dispensadores de saúde, com arrumo às influências ocultas unidas pela Sabedoria suprema a seus elementos, isto é, às letras que os compõem e aos números correlativos a estas letras.

Isto é um tudo certo como ensino esotérico, aceita por todas as escolas orientais de Ocultismo. No sânscrito, quão mesmo no hebreu e em todos outros alfabetos, cada letra possui sua significação oculta e sua razão de ser; é uma causa e um efeito de outra causa precedente, e a combinação destas produz com muita freqüência os mais mágicos efeitos. As vocais, especialmente, contêm as potências mais ocultas e formidáveis. Os Mantras (esotéricamente, invocações mas bem mágicas que religiosas) são cantados pelos brâmanes, e o mesmo acontece com o resto dos Veda e outras Escrituras. O “Exército da Voz” é o protótipo da “Hoste do Logotipos” ou o “Verbo” do Sepher Yetzirah, chamado na Doutrina Secreta “o Número Único saído do Não-Número” -o Princípio Um Eterno-. A Teogonía Esotérica começa com o Um Manifestrado (portanto não eterno em sua presença e ser, embora eterno em sua essência); o Número dos Números e Numerado, procedendo este último da Voz, a Vâch feminina “das cem formas” Shatarûpâ ou a Natureza. Deste número 10 ou a Natureza Criadora, a Mãe (a cifra oculta, ou “0”, sempre procriando e multiplicando em união com a unidade “1”, ou o Espírito da Vida), procede todo o Universo. No Anugîtâ (17) cita-se uma conversação entre um brâmane e sua esposa, sobre o origem da Linguagem e de suas propriedades ocultas. A mulher pergunta como veio a Linguagem à existência, e qual dos dois era anterior ao outro, se a Linguagem ou a Mente. O brâmane lhe diz que o Apâna (sopro de inspiração), convertendo-se em senhor, troca aquela inteligência, que não compreende a linguagem ou as palavras, no estado da Apâna, e assim abre a Mente. Logo lhe refere uma história, um diálogo entre a Linguagem e a Mente. Ambos foram ao Eu do Ser (ou seja ao Eu Superior individual, como cria Nilakantha; ao Prajâpati, segundo o comentador Arjuna Mishra), e lhe pediram resolvesse suas dúvidas e decidisse qual deles tinha a precedência e era o superior. A isto disse o Senhor: “A Mente (é superior)”. Mas a Linguagem respondeu ao Eu do Ser, dizendo: “Eu, verdadeiramente, cedo a (você) seus desejos”; querendo significar que por meio da Linguagem, ele tinha adquirido o que desejava. Então o Eu lhe disse que existem duas Mentes, a “mutável” e a “imutável”. “A imutável está comigo” -disse-lhe-; “a mutável se acha sob seu domínio” (ou seja da Linguagem), no plano da matéria. “A esta são superior”. Mas do momento em que OH formosa! vieste a me falar pessoalmente (do modo que o tem feito, isto é, com orgulho), OH Sarasvati!, jamais falará depois da exalação (penosa). A deusa Linguagem (Sarasvati, forma ou aspecto último do Vâch, deusa também dos conhecimentos secretos ou Sabedoria Esotérica) amora verdadeiramente sempre entre o Prâna e o Apâna. Mas OH nobre ser!, indo com o vento Apâna (ar vital), embora impulsionada... sem o Prâna (sopro de expiração), ela correu ao Prajâpati (Brahmâ), dizendo: “lhes agrade, OH, venerável senhor!” Então, o Prâna apareceu de novo alimentando à Linguagem. portanto, a Linguagem jamais fala depois da exalação (penosa). É sempre ruidoso ou sem ruído. Destes dois, o (Linguagem) sem ruído é superior ao ruidoso... O (Linguagem) produzido no corpo por meio do Prâna, e que logo vai a (é transformado em) Apâna, e depois assimilando-se à a Udâna (órgãos físicos da Linguagem)... reside então finalmente no Samâna (“no umbigo, na forma de som, como causa material de todas as palavras” -diz Arjuna Mishra)-. Assim habó primeiro a Linguagem. daqui que a mente se distingue por razão de sua existência imutável, e a Deusa (a Linguagem), por razão de sua existência mutável.

Esta alegoria é das fundamentais da lei Oculta, que prescreve o silêncio no referente ao conhecimento de certas coisas secretas e invisíveis, que unicamente podem ser recebidas pela mente espiritual (o sexto sentido), e que não podem expressar-se com linguagem “ruidosa” ou pronunciada. Este capítulo do Anugîtâ explica -diz Arjuna Mishra- o Prânâyâma, ou seja a metodización da respiração nas práticas de Ioga. De todos os modos este sistema, sem a aquisição prévia, ou ao menos sem a plena compreensão dos dois sentidos elevados (dos sete que existem conforme se verá), pertencem mas bem à Ioga inferior. O Hatha, assim chamado,

era e é ainda desaprovado pelos Arhats. É prejudicial à saúde, e por si só jamais pode desembrulhar-se na Râja Ioga. Esta história se cita para demonstrar quão inseparavelmente unidos se acham, na metafísica da antigüidade, os seres inteligentes, ou mas bem as “inteligências”, com todos os sentidos ou funções, já físicos ou mentais. A pretensão ocultista de que existem sete sentidos no homem, assim como na Natureza, e de que existem sete estados de consciência, é corroborada na mesma obra, capítulo VII, que se ocupa da Pratyâhâra (a restrição e regulação dos sentidos, sendo Prânâyâma a dos “ventos vitais” ou respiração). O brâmane, falando da instituição dos sete Sacerdotes do sacrifício (Hotris), diz: “O nariz e os olhos, e a língua e a pele, e o ouvido como o quinto (ou olfato, vista, gosto, tato e ouvido), a mente e o entendimento, são os sete sacerdotes do sacrifício, dispostos separadamente”; os que “vivendo em um espaço diminuto (entretanto), não se percebem um a outro” neste plano sensual nenhum deles exceto a mente. Pois a mente diz: “O nariz não cheira sem mim, o olho não distingue a cor, etc. Eu sou o eterno chefe entre os elementos todos (ou sejam os sentidos). Sem mim, os sentidos jamais brilham; são como casa deserta ou como fogos apagados. Sem mim, todos os seres, a maneira de combustível semiseco, semihúmedo, não conseguem fazer-se carrego das qualidades ou dos objetos, apesar de que os sentidos mesmos se esforcem” (18). Isto, é obvio, refere-se unicamente à mente no plano da sensual. A Mente Espiritual, a parte ou aspecto superior do Emana impessoal, não trava conhecimento com os sentidos do homem físico. quão bem conheciam os antigos a correlação de forças e todos os fenômenos recentemente descobertos, relativos a faculdades e funções mentais e físicas, assim como muitos mais mistérios, pode ver-se lendo os capítulos VII e VIII deste livro, inapreciável em filosofia e em ciência mística. Veja-a disputa dos sentidos a respeito de sua respectiva superioridade, e quando tomam como árbitro ao Brahman, o Senhor de todas as criaturas. “Vós são todos de máxima grandeza, e não o maior” (ou superiores aos objetos, como diz Arjuna Mishra, não sendo nenhum deles independente do outro). Todos vós possuem as qualidades dos outros. Todos são máximos em sua respectiva esfera, e todos se sustentam uns aos outros. existe um imóvel (vento vital ou sopro, chamado a inalação Ioga que é o sopro do Um ou Eu Supremo). Este é meu próprio Eu, acumulado em numerosas (formas)”. Este Sopro, Voz, Eu ou Vento (Pneuma?) é a Síntese dos Sete Sentidos; noumenalmente, todos deidades menores, e esotéricamente, o Septenario e o “Exército da Voz”. (b) depois disto vemos a Matéria Cósmica disseminando-se e formando-se em Elementos, agrupados no místico Quatro, dentro do quinto Elemento, o Éter, o “revestimento” de Âkâsha, o Alma Mundi ou Mãe do Cosmos. “Pontos, Linhas, Triângulos, Cubos, Círculos”, e finalmente “Esferas”; por que ou como? Porque, diz o comentário, tal é a primeira lei da Natureza, e porque a Natureza geometriza universalmente em todas suas manifestações. Existe uma lei inerente, não só no plano primitivo, mas também além na matéria manifestada de nosso plano fenomenal, por meio da qual correlaciona a Natureza suas formas geométricas, e posteriormente também seus elementos compostos; e com a qual não há lugar tampouco para o acidental ou casual. É uma lei fundamental em Ocultismo a de que não existe na Natureza nem repouso nem cessação de movimento (19). O que parece repouso é tão somente a mudança de uma forma a outra; a mudança de substância sendo paralelo à mudança de forma; assim ao menos nos ensina na física ocultista, que pelo visto se antecipou em muito ao descobrimento da “conservação da matéria”. O antigo comentário (20) à Estadia IV, diz: A Mãe é o ígneo Peixe da Vida. ela estende sua Ova e o Sopro (o Movimento) esquentaa e aviva. Os grânulos (da Ova) logo se atraem uns aos outros, e formam os Coágulos no Oceano (do Espaço). As massas e maiores se unem e recebem nova Ova, em ígneos Pontos, Triângulos e Cubos, que maturam, e ao seu devido tempo, algumas das massas se desprendem e assumem forma esferoidal, operação que realizam só quando as outras não se misturam. depois do qual, a Lei Nº *** entra em funções. O Movimento (o Sopro) converte-se em Torvelinho e as põe em rotação (21). 5. ...O OI-HÁ-HOU, QUE É AS TREVAS, O ILIMITADO Ou O NÃO-NÚMERO. ÂDINIDÂNA SVABHÂVAT; O Ou (22): I. O ÂDI-SANAT, O NÚMERO; POIS ELE É UM (a).

II. A VOZ DA PALAVRA, SVABHÂVAT, OS NÚMEROS; POIS ELE É UM E NOVE (23). III. O “QUADRADO SEM FORMA” (24). E ESTES TRÊS, ENCERRADOS DENTRO DO Ou (25), SÃO O QUATRO SAGRADO; E OS DEZ SÃO O UNIVERSO ARÛPA (b) (26). LOGO VÊM OS FILHOS, OS SETE COMBATENTES, O UM, O OITAVO EXCLUÍDO, E SEU FÔLEGO QUE É O FAZEDOR DA LUZ (c) (27). (a) “Âdi-sanat”, traduzido literalmente, é o Primeiro ou “Primitivo Ancião”, cujo nome identifica ao “Ancião dos Dias” de que se fala na Kabalah, e ao “Santo Ancião” (Sephira e Adam Kadmon) com o Brahmâ, o Criador, chamado Sanat, entre outros de seus nomes e títulos. Svabhâvat é a Essência mística, a Raiz plástica da Natureza física; “Os Números”, quando manifestado; o “Número”, em sua Unidade de Substância, no plano mais elevado. O nome é de uso buddhista e sinônimo da quádruplo Alma Mundi, o Mundo Arquétipo da Kabalah, de onde procederam os Mundos Criativo, Formativo e Material; as Scintillae ou Faíscas, os outros vários mundos contidos nos três últimos. Os Mundos se acham todos sujeitos a Governadores ou Regentes: Rishis e Pitris entre os indos, Anjos para os judeus e cristãos, e deuses em geral entre os antigos. (b) Ou Isto significa que o “Círculo Sem Limites”, o zero, converte-se em um número unicamente quando uma das nove cifras lhe precede, manifestando então seu valor e sua potência; o “Verbo” ou Logotipos em união com a “Voz” e o Espírito (28) (a expressão e origem da consciência) significa as nove cifras, e forma assim com o zero a década, que contém em si mesmo todo o Universo. A tríada forma dentro do círculo a Tetraktys ou o “Quatro Sagrado”, sendo o Quadrado inscripto no Círculo a mais potente de todas as figuras mágicas. (c) O “excluído” é o Sol de nosso sistema. A versão esotérica pode encontrar-se nas mais antigas Escrituras sânscritas. No Rig Veda, Aditi, “O Ilimitado” ou o Espaço Infinito -traduzido pelo Max Müller, “o infinito visível, visível a simples vista (!)-, a expansão sem limites além da terra, além das nuvens, além dos céus”, é o equivalente da Mãe Espaço” coeva com as “Trevas”. A chama com muita propriedade “A Mãe dos Deuses”, Deva-Mâtri, posto que de sua matriz Cósmica nasceram todos os corpos celestes de nosso sistema, o Sol e Planetas. Alegoricamente a descreve deste modo: “Oito Filhos nasceram do corpo do Aditi; ela se aproximou dos deuses com sete, mas jogou de si ao oitavo, Mârtanda”, nosso sol. Os sete filhos chamados os Âdityas, são, cósmica ou astronomicamente, os sete planetas; e estando o sol excluído de seu número, demonstra-se claramente que os indos podem ter conhecido, e realmente conheciam, um sétimo planeta, sem lhe chamar Urano (29). Mas esotérica e teológicamente, por dizê-lo assim, os Âdityas são, em suas significações primitivas mais antigas, os oito, e os doze grandes deuses do Panteão indo. “Os Sete permitem a quão mortais vejam suas moradas, mas se mostram unicamente aos Arhats” -diz um antigo provérbio-; por “suas moradas” devendo entendê-los planetas. O Comentário antigo dá a seguinte alegoria e a explica: “Oito casas foram construídas pela Mãe: oito casas para seus oito Filhos Divinos: quatro grandes e quatro pequenas. Oito brilhantes Sóis, em harmonia com sua idade e méritos. Bal-i-lu (Mârtanda) não estava satisfeito, embora sua casa era a maior. Começou (ao trabalho) como o fazem os grandes elefantes. Ele inspirou dentro de (atraiu a) seu estômago os ares vitais de seus irmãos. Ele tratou de devorá-los. Os quatro maiores se achavam muito longe, lá na fronteira de seu reino (30). Eles não foram despojados (afetados), e riram. Façam tudo que queiram, Senhor; não nos podem alcançar, disseram. Mas os mais pequenos choraram. Eles se queixaram à Mãe. ela desterrou ao Bal-i-lu ao centro de seu reino, de onde não podia mover-se. (Após) ele (unicamente) vigia e ameaça. Persegue-os girando lentamente em volto de si mesmo, apartando-se eles rapidamente dele, e ele seguindo de longe a direção na qual seus irmãos se movem no atalho que rodeia suas casas (31). Desde aquele dia se alimenta com o suor do corpo da Mãe. enche-se com seu fôlego e refugos. portanto, lhe rechaçou”. assim, sendo nosso Sol, de modo evidente, o “Filho Rechaçado”, como antes se demonstra, os “Filhos Sóis” se referem, não somente a nossos planetas, a não ser aos corpos celestes em geral. O mesmo Sûrya, sendo tão somente reflexão do Sol Central Espiritual, é o

protótipo de todos aqueles corpos que se desenvolvido depois dele. Nos Veda é chamado LokaChakshuh o “Olho do Mundo” (nosso mundo planetário), e é uma das três principais deidades. Lhe chama indiferentemente o Filho do Dyaus ou do Aditi, posto que não se faz distinção alguma com referência à significação esotérica, nem lhe concede lugar nela. Assim é que lhe representa como miserável por sete cavalos e por um cavalo com sete cabeças: os primeiros refiriéndose a seus sete planetas, e a segunda a sua origem comum do Elemento Cósmico Um. Este “Elemento Um” é chamado “Fogo” em sentido figurado. Veda-os ensinam que o “fogo é verdadeiramente todas as deidades” (32). O significado da alegoria é claro, pois temos para explicá-la o Comentário do Dzyan e a ciência moderna, embora os dois diferem em mais de um particular. A Doutrina Oculta despreza a hipótese nascida da teoria nebular, de que os (sete) grandes planetas procedam da massa central do Sol, deste nosso Sol visível, em todo caso. A primeira condensação da matéria cósmica teve lugar, é obvio, em volto de um núcleo central, seu Sol pai; mas nosso Sol, conforme se acostuma, separou-se meramente antes que todos outros ao contrai-la massa em rotação, e é, portanto, seu “irmão” maior e de maior tamanho, e não seu “pai”. Os oito Âdityas, os “deuses”, estão todos formados da substância eterna (a matéria cometaria (33), a Mãe), ou o “tecido de mundos”, que é de uma vez o quinto e o sexto Princípio Cósmico, o Upâdhi ou Base da Alma Universal, justamente como no homem, o Microcosmo, Emana (34), é o Upâdhi do Buddhi (35). Há todo um poema nas batalhas pregenéticas liberadas entre os planetas em desenvolvimento antes da formação final do Cosmos, explicando-se com isso a posição, ao parecer perturbada, dos sistemas de vários planetas; o plano dos satélites de alguns (de Netuno e de Urano, por exemplo, dos quais nada sabiam os antigos, conforme se diz), tendo sofrido um declínio, aparentam com isso ter um movimento retrógrado. Estes planetas são chamados os Guerreiros, os Arquitetos, e são aceitos pela Igreja Romana como os chefes das Hostes celestiales, mostrando assim as mesmas tradições. Havendo o Sol desenvolvido, nos ensina, do Espaço Cósmico (antes da formação final dos primários e da anulação da nebulosa planetária), absorvia nas profundidades de sua massa toda a vitalidade cósmica que podia, ameaçando tragar-se a seus “Irmãos” mais débeis, antes que a lei de atração e de repulsão ficasse finalmente fixada; depois do qual, começou a alimentar-se com “o suor e refugos da Mãe”; em outras palavras, com aquelas partes do AEther (o “Hálito da Alma Universal”) de cuja existência e constituição se acha a Ciência ainda na mais completa ignorância. Tendo sido apresentada uma teoria desta espécie pelo Sir William Grove (36), que dizia que os sistemas “estão trocando gradualmente graças a adições ou sustracciones atmosféricas, ou por causa de incrementos e diminuições procedentes da substância da nebulosa”; e além disso, que “o sol pode condensar matéria refrigerante à medida que viaja pelo espaço, e produzir com isso calor” -o ensino arcaico parece bastante científica ainda nesta época (37)-, Mr. W. Mattieu Williams sugeriu que a matéria difusa ou Éter, que é o recipiente das radiações de calor do Universo, é por esta razão arrastada às profundidades da massa solar; e expulsando dali ao Éter já anteriormente condensado e esgotado termalmente, comprime-se e cede seu calor, para ser a sua vez conduzido a uma estado de rarefação e de esfriamento, para absorver depois uma nova quantidade de calor, que supõe ele ser assim arrebatada pelo Éter, e de novo concentrada e redistribuída pelos Sóis do Universo. Isto deve ser uma aproximação tão grande aos ensinos ocultistas como jamais se imaginou a Ciência; pois o Ocultismo o explica pelo “sopro morto” devolvido pela Mârtanda, e sua alimentação com o “suor e refugos” da “Mãe Espaço”. O que podia afetar só muito pouco a Netuno (38), a Saturno e ao Júpiter, tivesse dado morte a “Mansões” relativamente pequenas, como Mercúrio, Vênus e Marte. Como Urano não era conhecido antes do fim do século XVIII, o nome do quarto planeta mencionada na alegoria tem que continuar sendo um mistério para nós. O “Hálito” de todos os “Sete” se diz que é Bhâskara, o Fazedor da Luz, porque (os planetas) eram todos cometas e sóis em sua origem. desembrulham-se à vida manvantárica do Caos Primitivo (agora o nóumeno das nebulosas irresolubles), pela agregación e a acumulação das diferenciações primárias da Matéria eterna, segundo a formosa expressão do comentário: “Assim os Filhos da Luz se revestem com o tecido das Trevas”. Alegoricamente são chamados os “Caracóis Celestiales”, em razão de que seus (para nós) informe Inteligências habitam invisíveis suas mansões estelares e planetárias, e por dizê-lo assim, levam-nas consigo, a maneira de caracóis, em sua revolução. A doutrina de uma origem comum para todos os corpos celestes e planetas foi, como vimos, inculcada pelos astrônomos arcaicos,

antes do Kepler, Newton, Leibnitz, Kant, Herschel e Laplace. O Calor (o “Hálito”), a Atração e a Repulsão -os três grandes fatores do Movimento- são as condições sob as quais todos os membros desta família primitiva nascem, desenvolvem-se e morrem; para renascer depois de uma Noite do Brahmâ, durante a qual a matéria eterna recai periodicamente em seu estado primário indiferenciado. Os gases mais rarefeitos não podem dar nenhuma idéia a respeito de sua natureza ao físico moderno. Centros de Forças ao princípio, as invisíveis Faíscas, ou átomos primitivos, diferenciam-se em moléculas e se convertem em Sóis (passando gradualmente à objetividade), gasoso, radiante, cósmico, o “Torvelinho Um” (ou Movimento) que dá finalmente o impulso para a forma, e o movimento inicial, regulado e sustenido pelos “Sopros” que jamais descansam: os Dhyân Chohans. 6. ... DEPOIS OS SEGUNDOS SETE, QUE SÃO OS LIPIKA, PRODUZIDOS PELOS TRÊS (39). O FILHO DESCARTADO É UM. OS “FILHOS-SOLES” SÃO INUMERÁVEIS. Os “Lipika”, da palavra lipi, “escrito”, significam literalmente os “Escrivães” (40). Místicamente estes Seres Divinos se acham relacionados com Carma, a Lei de Retribuição, pois são os Registradores ou Cronistas que imprimem nas tabuletas invisíveis (para nós) da Luz Astral, “o grande museu de pinturas da eternidade”, um registro fiel de cada ação, e até de cada pensamento do homem; de tudo que era, é ou será, no Universo fenomenal. Como se diz no Isis Unveiled, este tecido divino e invisível é o Livro da Vida. Como os Lipika são os que da Mente Universal passiva projetam à objetividade o plano ideal do Universo, sobre o qual os “Construtores” reconstróem o Kosmos depois de cada Pralaya, são eles os que sustentam o paralelo com os Sete Anjos da Presença, que os Cristãos reconhecem nos Sete “Espíritos Planetários”, ou os “Espíritos das Estrelas”; sendo assim os amanuenses diretos da Ideación Eterna, ou como a chama Platón, o “Pensamento Divino”. Os Anais Eternos não são nenhum sonho fantástico; pois os mesmos anais os encontramos no mundo da matéria grosseira. Diz o Dr. Draper: Jamais cai uma sombra sobre um muro sem deixar nele um rastro permanente que pode fazer-se visível recorrendo a procedimentos adequados... Os retratos de nossos amigos ou paisagens podem permanecer ocultos à vista na superfície sensitiva, mas dispostos se acham a aparecer logo que se vai aos meios próprios para desenvolvê-los. Um espectro acha-se oculto em uma superfície de prata ou de cristal, até que por meio de nossa nigromancia o fazemos aparecer no mundo visível. Nos muros de nossas habitações mais recônditas, em que acreditam não tenha penetrado jamais o olho do intruso, e onde nos figuramos que ninguém pode perturbar nosso retiro, existem os vestígios de todos nossos atos, as silhuetas de tudo que temos feito (41).

Os Dres. Jevons e Babbage acreditam que cada pensamento desagrade as partículas do cérebro, e as pondo em movimento, dissemina-as ao través do Universo: acreditam também que “cada partícula da matéria existente deve ser um registro de tudo que aconteceu” (42). Assim a antiga doutrina começou a adquirir direitos de cidadania nas especulações do mundo científico. Os quarenta “Assessores” que permanecem na região do Amenti, como acusadores da Alma ante o Osiris, pertencem à mesma classe de deidades que os Lipika; e seriam considerados como semelhantes se não fossem tão pouco compreendidos os deuses egípcios em sua significação esotérica. O Chitragupta indo que lê a relação da vida de cada Alma em seu registro, chamado Agra-sandhâni; os Assessores que lêem os seu no coração do defunto, que se converte em um livro aberto ante a Yama, Minos, Osiris ou Carma, não são mais que outras tantas cópias e variantes dos Lipika e de seus Anais Astrais. Entretanto, os Lipika não são deidades relacionadas com a Morte, a não ser com a Vida Eterna. Relacionados como se acham os Lipika com o destino de cada homem, e com o nascimento de cada menino, cuja vida se acha já riscada na Luz Astral -não de um modo fatalista, mas sim porque o Futuro, quão mesmo o Passado, permanece sempre vivo no Presente-, pode dizer-se também que exercem uma influência na ciência do Horóscopo. Temos que admitir a verdade desta última, que queiramos ou não; pois conforme observou um dos modernos adeptos da Astrologia: Agora que a fotografia nos revelou a influência química do sistema sideral, fixando na placa sensível do aparelho milhares de estrelas e de planetas que até a data tinham burlado os esforços dos telescópios mais capitalistas para descobri-los, faz-se mais fácil compreender como pode nosso sistema solar no nascimento de um menino influir em seu cérebro -virgem de toda impressão- de uma maneira definida e em harmonia com a presença no cenit de uma ou outra constelação zodiacal (43).

ESTADIA V FOHAT, O FILHO DAS HIERARQUIAS SEPTENARIAS 1. OS SETE PRIMITIVOS, OS SETE PRIMEIROS SOPROS DO DRAGÃO DA SABEDORIA, PRODUZEM A SUA VEZ O TORVELINHO DE FOGO COM SEUS SAGRADOS FÔLEGOS DE CIRCULAÇÃO GIRATÓRIA. Esta é, possivelmente, a mais difícil de explicar de todas as Estadias. Sua linguagem é compreensível unicamente para o que esteja muito versado na alegoria oriental e em seu fraseología, de propósito obscura. Com segurança que nos fará a pergunta seguinte: Acreditam os ocultistas em todos estes “Construtores”, “Lipika” e “Filhos da Luz”, como Entidades, ou não são mais que meras imagens? A isto se responde claramente: Depois da concessão devida à série de imagens de Poderes personificados, temos que admitir a existência destas Entidades, se é que não queremos desprezar a Existência da Humanidade Espiritual dentro da humanidade física. Pois as hostes destes Filhos da Luz, os Filhos nascidos da Mente do primeiro Raio manifestado de Tudo Desconhecido, constituem a raiz mesma do Homem Espiritual. A menos de acreditar no dogma antifilosófico de uma alma especial criada para cada nascimento humano, e que desde “o Adão” novas coleções de almas fluem diariamente, temos que admitir os ensinos ocultistas. Isto será explicado em seu lugar devido. Vejamos agora qual pode ser o significado desta Estadia oculta. Insígnia a Doutrina que, para chegar a converter-se em um Deus divino e plenamente consciente (sim, até as mais elevadas), as Inteligências Espirituais Primárias têm que acontecer a fase humana. E quando dizemos humana, não deve aplicar-se unicamente a nossa humanidade terrestre, a não ser a quão mortais habitam qualquer mundo, ou seja a aquelas Inteligências que alcançaram o equilíbrio apropriado ente a matéria e o espírito, como nós agora, desde que passamos ao ponto meio da Quarta Raça Raiz da Quarta Ronda. Cada entidade deve ter conquistado por si mesmo o direito de converter-se em divina, por meio da própria experiência. Hegel, o grande pensador alemão, deve ter conhecido ou sentido intuitivamente esta verdade, quando diz que o Inconsciente tem desenvolvido o Universo unicamente “com a esperança de alcançar consciência clara de si mesmo”, ou em outras palavras, de converter-se em Homem; pois este é também o significado secreto da frase puránica usual a respeito do Brahmâ, que se acha constantemente “movido pelo desejo de criar”. Isto explica também a significação oculta da frase kabalística: “O fôlego se converte em pedra; a pedra em planta; a planta em animal; o animal em homem; o homem em espírito, e o espírito em um deus”. Os Filhos nascidos da Mente, os Rishis, os Construtores, etrc., foram todos eles homens quaisquer tenham sido suas formas e aspecto, em outros mundos e no Manvántaras precedentes. Sendo este assunto de caráter tão extremamente místico, é de muito difícil explicação em todos seus detalhes e conseqüências; pois todo o mistério da criação evolucionaria se acha contido nele. Uma frase ou dois da Sloka recordam de um modo vívido outras similares da Kabalah e da fraseología do Rei Salmista (1); pois ambos, falando de Deus, apresentam-lhe fazendo ao vento seu mensageiro, e a seus “ministros um fogo flamígero”. Mas na Doutrina Esotérica se emprega em sentido figurado. O “Vento de fogo Circular” é o pó cósmico incandescente, que segue tão somente magnéticamente, como as limagens de ferro ao ímã, o pensamento diretor das “Forças Criadoras”. Entretanto, este pó cósmico é algo mais; pois cada átomo no Universo possui em si a potencialidade da própria consciência, e é, como as Mónadas do Leibnitz, um Universo em si mesmo e por si mesmo. É um átomo e um anjo. Relacionado com isto, deve fazer-se observar que um dos fogaréus da moderna escola evolucionista, Mr. A. R. Wallace, ao discutir o inadequado da “seleção natural” como fator único no desenvolvimento do homem físico, admite virtualmente e por completo este ponto examinado. Sustenta que a evolução do homem foi dirigida e impulsionada por Inteligências superiores, cuja agência é um fator necessário no esquema da Natureza. Mas do momento em que a ação destas Inteligências se admite em um lugar, é uma dedução lógica ao estendê-la ainda mais. Não pode riscar-se nenhuma limitação divisória rígida. 2. ELES FAZEM DELE O MENSAGEIRO DE SUA VONTADE (a). O DZYU SE CONVERTE

NO FOHAT; O FILHO VELOZ DOS FILHOS DIVINOS, CUJOS FILHOS SÃO OS LIPIKA (2), LEVA MENSAGENS CIRCULARES. FOHAT É O CORCEL, E O PENSAMENTO O CAVALEIRO (3). ELE ATRAVESSA COMO O RAIO AS NUVENS DE FOGO (b) (4); DÁ TRÊS E CINCO E SETE PASSOS Através DAS SETE REGIÕES SUPERIORES E DAS SETE INFERIORES (5). ALTA A VOZ, E CHAMA As FAÍSCAS INUMERÁVEIS (6), E AS REÚNE (c). (a) Isto apresenta aos “Sete Primitivos” usando como veículo (Vâhana ou sujeito manifestado que se converte no símbolo do Poder que lhe dirige) ao Fohat, chamado em conseqüência o “Mensageiro de sua Vontade”, o “Torvelinho de Fogo”. (b) “Dzyu se converte no Fohat”; a expressão mesma o diz. Dzyu é o único Conhecimento verdadeiro (mágico) ou a Sabedoria Oculta, a qual, estando em relação com as verdades eternas e com as causas primárias, converte-se quase em onipotência quando se aplica devidamente. Sua antítese é meu Dzyu; os que se ocupam unicamente de ilusões e de aparências falsas, como acontece com nossas ciências modernas esotéricas. Neste caso, Dzyu é a expressão da Sabedoria coletiva dos Dhyâni-Buddhas. Caso que o leitor não conhece nada em relação aos Dhyâni-Buddhas, convém dizer certamente que, segundo os orientalistas, há cinco Dhyânis, que são os Buddhas Celestiales, cujas man ifestaciones no mundo da forma e a matéria, são os Buddhas humanos. Esotéricamente, entretanto, os Dhyâni-Buddhas são sete, dos quais tão somente cinco se manifestaram até o presente (7), e dois têm que vir nas Raças Sexta Raízes e Sétima. Eles são, por dizê-lo assim, os eternos protótipos dos Buddhas que aparecem nesta terra, cada um dos quais possui seu divino protótipo particular. Assim, por exemplo, Amitâbha é o DhyâniBuddha da Gautama Shâkyamuni, manifestando-se por meio dele sempre que esta grande Alma encarna na terra, como o fez no Tsong-kha-p (8). Como síntese dos sete DhyâniBuddhas, Avalokiteshvara foi o primeiro Buddha (o Logotipos), e Amitâbha é o “Deus” interno da Gautama, a quem na China chamam Amida (Buddha). Eles são, como diz bem o professor Rhys Davids, “os gloriosos complementos no mundo místico, livre das condições depressivas desta vida material”, de cada Buddha mortal e terreno -os Mânushi-Buddhas libertados e designados para governar a terra durante esta Ronda-. São os “Buddhas de Contemplação”, e todos são Anupâdaka (sem pai), ou seja nascidos por si mesmos da essência divina. O ensino esotérico de que cada Dhyâni-Buddha possui a faculdade de produzir de si mesmo um filho igualmente celestial, um Dhyâni-Bodhisattva, quem depois da morte do Mânushi-Buddha tem que continuar a obra deste último, apóia-se no fato de que, mediante a Iniciação mais elevada, levada a efeito por um protegido do “Espírito da Buddha” -de quem dizem os orientalistas que criou os cinco Dhyâni-Buddhas!-, um candidato se converte virtualmente na Bodhisattva, criado tal pelo supremo Iniciador. (c) Sendo Fohat um dos mais, se não o mais importante caráter da cosmogonia esotérica, deve ser minuciosamente descrito. Assim como na cosmogonia grega mais antiga, difere-se por completo da posterior, Eros é a terceira pessoa da trindade primitiva, Caos, Gaea, Eros (que corresponde à trindade kabalística: Ain Suph, o Tudo Sem Limites (pois Caos o Espaço, de ....., abrir por completo, estar vazio), Shekinah e o Ancião dos Dias ou o Espírito Santo), do mesmo modo Fohat é uma coisa no Universo ainda sem manifestar, e outra no Mundo fenomenal e cósmico. No último, é o poder oculto, elétrico e vital, que, sob a Vontade do Logotipos Criador, une e relaciona todas as formas, lhes dando o primeiro impulso, que se converte com o tempo em lei. Mas no Universo Inmanifestado, Fohat já não é isto, como Eros não é o ulterior e brilhante Cupido alado, ou o Amor. Fohat nada tem que ver ainda com o Cosmos, posto que este não nasceu, e os Deuses dormem ainda no seio do “Pai-Mãe”. É uma idéia abstrata filosófica. Não produz ainda nada por si mesmo; é simplesmente o poder criador potencial, em virtude de cuja ação o Nóumeno de todos os fenomenais futuros se divide, por dizê-lo assim, só para reunir-se em um ato místico suprasensible e emitir o Raio criador. Quando o “Filho Divino” se destaca, então se converte Fohat na força propulsora, no Poder ativo, que é causa de que um se converta em Dois e em Três (no plano cósmico da manifestação). O triplo Um se diferencia nos Muitos, e então Fohat se transforma na fueza que reúne aos átomos elementares, e faz que se adicionem e combinem. Achamos um eco destes ensinos antiquísimas na primitiva mitologia grega. Erebos e Nux nascem do Caos, e, sob a ação do Eros, dão nascimento a sua vez ao AEther e a Hemera, a luz da região superior e a da inferior ou terrestre. As Trevas geram luz. Compare-se isto com a Vontade ou o “Desejo” de criar, do Brahmâ, nos Purânas; e na Cosmogonia fenícia do Sanchuniathon, com a doutrina de

que o Desejo, ....., é o princípio da criação. Fohat ache-se intimamente relacionado com a “Vida Una”. Do desconhecido Um, emana a Totalidade Infinita, um Manifestado ou a Deidade Manvantárica periódica; e esta é a Mente Universal, que separada de sua Fonte-Origem, é o Demiurgo ou Logotipos Criador dos kabalistas ocidentais, e o Brahmâ de quatro caras da religião hindu. Em sua totalidade, e considerado na doutrina esotérica do ponto de vista do Pensamento Divino manifestado, representa as Hostes dos mais elevados Dhyân Chohans Criadores. Simultaneamente com a evolução da Mente Universal, a Sabedoria oculta do Adi-Buddha -o Supremo e eterno- se manifesta como Avalokiteshvara (ou Îshvara manifestado), que é o Osiris dos egípcios, o Ahura-Mazda dos zoroastrianos, o Homem Celeste dos filósofos herméticos, o Logotipos dos platônicos e o Âtman dos vedantinos (9). Pela ação da Sabedoria Manifestada, ou Mahat -representada por estes inumeráveis centros de energia espiritual no Kosmos-, a Reflexão da Mente Universal, que é a Ideación Cósmica e a Força Intelectual que acompanha a esta Ideación, converte-se objetivamente no Fohat do filósofo Buddhista esotérico. Fohat, correndo ao longo dos sete princípios do Âkâsha, atua sbre a Substância manifestada, ou o Elemento Único, como se há dito antes; e, diferenciando-o em vários centros de energia, põe em movimento a lei de Evolução Cósmica que, em obediência a Ideación da Mente Universal, traz para a Existência todos os diversos estados do Ser, no Sistema Solar manifestado. O Sistema Solar gasto à existência por estes agentes está constituído por Sete Princípios, como todas as coisas que existem nestes centros. Tal é o ensino do Esoterismo transhimaláyico. Cada filosofia, entretanto, tem seu sistema para a divisão destes princípios. Fohat, pois, é o poder elétrico vital personificado, a unidade transcendental que enlaça a todas as energias cósmicas, tanto nos planos invisíveis como nos manifestados, cuja ação se parece (em uma escala imensa) a de uma Força viva criada pela Vontade, naqueles fenômenos em que o que parece subjetivo obra sobre o que parece objetivo, e o impulsiona à ação. Fohat é não só o Símbolo vivente e o Receptáculo daquela Força, mas sim é cuidadoso além pelos ocultistas como uma Entidade, sendo as forças sobre que obra cósmicas, humanas e terrestres, e exercendo sua influência sobre todos estes planos respectivamente. No plano terrestre se sente sua influência na força magnética e ativa gerada pelo enérgico desejo do magnetizador. No cósmico, acha-se presente no poder construtor que, na formação das coisas -do sistema planetário à vaga-lume e a simples margarida-, leva a efeito o plano que está na mente da Natureza ou no Pensamento Divino, no referente ao desenvolvimento e crescimento de uma coisa especial. É, metafisicamente, o Pensamento objetivado dos Deuses, o “Verbo feito carne” em uma escala inferior, e o mensageiro da Ideación cósmica e humana; a força ativa na Vida Universal. Em seu aspecto secundário, Fohat é a Energia Solar, o fluido elétrico vital, e o Quarto Princípio de conservação, a Alma Animal, por dizê-lo assim, da Natureza, ou a Eletricidade. Em 1882, o Presidente da Sociedade Teosófica, o Coronel Olcott, foi criticado por assegurar em uma de suas conferências que a Eletricidade é matéria. Tal é, entretanto, o ensino da Doutrina Oculta. “A Força”, “a Energia”, podem ser nomes mais a propósito para ela, enquanto a ciência européia saiba tão pouco respeito a sua natureza verdadeira; entretanto é matéria, do mesmo modo que o é o Éter, posto que é atômica, embora a vários graus de distância daquele. Parece ridículo argüir que porque uma coisa é imponderável para a Ciência, não possa já ser chamada matéria. A Eletricidade é “imaterial” no sentido de que suas moléculas não se acham sujeitas à percepção e ao experimento; entretanto, pode ser (e o Ocultismo diz que é) atômica; e portanto, é matéria. Mas até caso que fora anticientífico o falar dela em tais términos, do momento que a Ciência chama à Eletricidade fonte de Energia, ou simplesmente Energia e Força, em onde existe uma Força ou Energia que possa conceberse prescindindo da matéria? Maxwell, um matemático e uma das maiores autoridades em questão de Eletricidade e seus fenômenos, disse faz anos que a Eletricidade era matéria, e não meramente movimento. “Se aceitarmos a hipótese de que as substâncias elementares estão compostas de átomos, não podemos evitar a conseqüência de que a Eletricidade também, tão positiva como negativa, está dividida em partes elementares definidas, que se conduzem como átomos elétricos” (10). Nós vamos ainda mais à frente, e asseguramos que a Eletricidade não somente é Substância, mas sim é emanação de uma Entidade, a qual não é nem Deus nem Diabo, a não ser uma das inumeráveis Entidades que regem e guiam nosso mundo, de acordo com a eterna lei do Carma. Voltando para o Fohat, acha-se relacionado com o Vishnu e Sûrya no caráter primitivo do primeiro; pois Vishnu não é um Deus elevado no Rig Veda. O nome Vishnu procede da raiz

vish, “penetrar”, e Fohat é chamado “O que penetra” e o Fabricante, porque dá forma aos átomos procedentes da matéria relatório (11). Nos textos sagrados do Rig Veda, também é Vishnu “uma manifestação da Energia Solar, e lhe descreve dando três passos através das Sete regiões do Universo”, tendo o Deus védico muito pouco de comum com o Vishnu dos tempos posteriores. portanto, ambos são idênticos neste rasgo particular, e um é a cópia do outro. Os Três e Sete “Passos” se referem tanto às sete esferas, segundo a Doutrina Esotérica habitadas pelo homem, como às sete regiões da Terra. Não obstante as freqüentes objeções feitas por pretendidos orientalistas, as escrituras indas esotéricas fazem claramente referência aos Sete Mundos ou Esferas de nossa Cadeia Planetária. O modo surpreendente com que todos estes números se acham relacionados com números parecidos em outras cosmogonias e seus símbolos, pode ver-se nas comparações e paralelismos feitos por quem tem estudado as antigas religiões. “Os três passos do Vishnu”, ao través das “sete regiões do Universo” do Rig Veda, explicaram-se de várias maneiras pelos comentadores, como significando cósmicamente o fogo, o raio e o sol, como tendo sido jogo de dados na terra, na atmosfera e no céu; explicam-se pela Aurnayâbha de um modo mais filosófico, e muito correto do ponto de vista astronômico, como significando as distintas posições do sol, o orto, o cenit e o ocaso. Só a Filosofia Esotérica o explica com claridade embora o Zohar o expõe de um modo muito filosófico e compreensível. Em este se mostra claramente que no princípio, os Elohim (Alhim) eram chamados Joguem, “Um”, ou a “Deidade, Um em Muitos”; ideia muito singela no conceito panteísta; é obvio, panteísta em seu sentido filosófico. Então veio a mudança: Jehovah é Elohim”, unificando assim a multiplicidade e dando o primeiro passo para o Monoteísmo. Agora, quanto à pergunta “como é Jehovah Elohim?”, a resposta é: “Por Três Passos” de abaixo. A significação é clara. Os Passos são símbolos e emblemas, mútua e correlativamente do Espírito, Alma e Corpo (Homem); do Círculo transformado em Espírito, a Alma do Mundo, e de seu Corpo (ou Terra). Saindo fora do Círculo do Infinito, que nenhum homem compreende, Ain-Suph, o sinônimo kabalístico do Parabrahman, do Zeroâna Akerne dos mazdeístas, ou de qualquer outro “Incognoscible”, converte-se em “Um” (o Joguem, o Eka, o Ahu); logo ele (ou isso) é transformado pela evolução no “Um em Muitos”, os Dhyâni-Buddhas ou os Elohim, ou também os Amshaspends, dando seu terceiro Passo na geração da carne ou Homem. E do Homem ou Hah-Hovah, “macho-fêmea”, a entidade interna e divina se converte, no plano metafísico, outra vez nos Elohim. Os números 3, 5 e 7 são preeminentes na maçonaria especulativo, como se faz ver no Isis Unveiled. Diz um maçom: Existem os 3, 5 e 7 passos para manifestar um passeio circular. As três caras de 3, 3; 5, 3; e 7, 3; etc. etc. Algumas vezes vem nesta forma: 753/2 = 376’5, 7635/2 = 3817’5, e a razão de 20612/6561 pés por medida cúbica, dá as dimensões da Grande Pirâmide.

Três, cinco e sete são números místicos; e o último e o primeiro são em grande maneira respeitados, tanto pelos maçons como pelos parsis, sendo o Triângulo em todas partes um símbolo da Deidade (12). É obvio, há doutores em teologia -Cassel, por exemplo- que apresentam ao Zohar explicando e sustentando a Trindade cristã (!). Esta última, entretanto, é em definitiva a derivada em sua origem do ....., no Ocultismo e Simbologia arcaica dos pagãos. Os Três Passos se referem metafisicamente à descida do Espírito na Matéria, do Logotipos caindo como um resplendor no espírito, depois na alma, e por último na forma físico-humana do homem, na qual se converte em Vida. A idéia da Kabalah é idêntica ao esoterismo do período arcaico. Este Esoterismo é a propriedade comum de todos, e não pertence nem à Quinta Raça ária, nem a nenhuma de suas numerosas subrazas. Não pode ser reclamado pelos chamados turanios, nem pelos egípcios, chineses e caldeos, ou por alguma das sete diviones da Quinta Raça-Raiz, mas sim em realidade pertence às Raças Terceira Raízes e Quarta, cujos descendentes encontramos na origem da Quinta: os arianos primitivos. O círculo era em todas as nações o símbolo do Desconhecido -”O Espaço Sem Limites”, o aspecto abstrato de uma abstração sempre presente-, a Deidade Incognoscible. Ele representa ao Tempo sem limites na Eternidade. O Zeroâna Akerne é também o “Círculo Sem Limites do Tempo Desconhecido”; de cujo Círculo brota a Luz radiante -o Sol Universal ou Ormuzd (13)-; este é idêntico ao Cronos em sua forma AEolia, a de um círculo. Pois o Círculo é Sar e Saros, ou Ciclo. Era o Deus babilônico, cujo horizonte circular era o símbolo visível do invisível, enquanto que o Sol era o Círculo Um,

de onde procediam os círculos cósmicos, dos que era considerado como o chefe. Zeroâna é o Chakra ou Círculo do Vishnu, o emblema misterioso que é, segundo a definição de um místico, “uma curva de tal natureza, que qualquer e a menor possível de suas partes, se a curva se estendesse em qualquer sentido, prosseguiria e finalmente voltaria a entrar em si mesmo, formando uma curva que seria a mesma, ou o que chamamos o círculo”. Não pode dar-se melhor definição do símbolo próprio e da natureza evidente da Deidade, a qual, tendo sua circunferência em todas partes (o ilimitado), tem, portanto, seu ponto central também em todas partes; em outras palavras, existe em cada ponto do Universo. A Deidade invisível é também assim os Dhyân Chohans, ou os Rishis, os sete primitivos, os nove (sem unidade sintética) e dez incluindo a esta, da qual passa ao Homem. Voltando para Comentário 4 da Estadia IV, compreenderá o leitor por que enquanto o Chakra transhimaláyico tem inscriptos dentro dele ................. -o triângulo, a primeira linha, o quadrado, a segunda linha e um pentágono com um ponto no centro, bem seja assim ......, ou alguma outra variação-, o Círculo kabalístico dos Elohim revela, quando as letras da palavra ..... (Alhim ou Elhim) são lidas numericamente, os famosos números 13514, ou por anagrama 31415, o ..... (pi) astronômico ou o significado oculto dos Dhyâni-Buddhas, dos Gebers, os Giburim, os Kabeiri, e os Elohim, todos significando “Grandes Homens”, “Titãs”, “Homens Celestiales”, e, na terra, “Gigantes”. O Sete era um Número Sagrado em todas as nações; mas nenhuma o aplicou a usos mais fisiologicamente materialistas que os hebreus. Entre estes, o 7 era por excelência o número generativo, e o 9 o número masculino, o da causa, formando como fazem ver os kabalistas, o otz ...... (90,70) ou a “Árvore do Jardim do Éden”, a “vara dobro hermafrodita” da Quarta Raça. Este era o símbolo do Sanctasanctórum, o 3 e o 4 de separação sexual. Quase todas as 22 letras hebréias são símbolos meramente fálicos. Das duas letras que se mostraram, a ayín é uma letra feminina negativa, simbolicamente um olho; a outra uma letra masculina, tzâ, um anzol ou dardo para peixes. Em troca, entre os indos e arianos em geral, o significado era múltiplo e se referia quase por completo às verdades puramente metafísicas e astronômicas. Seus Rishis e Deuses, seus Demônios e Heróis, possuem significados históricos e éticos. Entretanto, hei aqui o que nos diz um kabalista, quem, em uma obra ainda inédita, compara a Kabalah e o Zohar com o Esoterismo ariano: O sistema hebreu, claro, breve, acabado e exato, sobrepuja com muito à emaranhada palavrório dos hindus, justamente como por meio de paralelismo, diz o Salmista: “Minha boca fala com minha língua, não conheço seus números” (LXXI, 15)... O emblema hingú demonstra por sua insuficiência na grande mescla de aspectos anormais, as mesma plumagens emprestadas que tiveram os gregos (os embusteiros gregos), e que possui a maçonaria; o qual, na arruda pobreza monosilábica (aparente) do hebreu, demonstra que este último procedeu que uma antigüidade muito mais remota que qualquer deles, e que foi a origem (!?) ou que esteve mais perto da antiga fonte original que eles.

Isto é errôneo por completo. Nosso ilustrado irmão e correspondente julga, pelo visto, os sistemas religiosos indos por seus Shâstras e Purânas, provavelmente pelos últimos, e além em suas traduções modernas, desfiguradas pelos orientalistas de tal modo que é impossível conhecê-los. Se quer comparar, terá que dirigir-se a seus sistemas filosóficos e a seus ensinos esotéricos. Não há dúvida que o simbolismo do Pentateuco e até o do Novo Testamento vêm da mesma origem. Mas certamente a pirâmide do Cheops, cujas medidas todas encontrou repetidas o professor Piazzi Smyth no pretendido e mítico Templo do Salomón, não é de data posterior a dos livros mosaicos. daqui que se existir uma identidade tão grande como se pretende, tem que ser devida a uma cópia servil de parte dos judeus, não dos egípcios. Os emblemas judeus -e até sua linguagem, o hebreu- não são originais. São tirados dos egípcios, de quem Moisés adquiriu sua sabedoria; dos coptos, os parentes prováveis, se não pais, dos antigos fenícios, e dos hyksos, seus (pretendidos) antecessores, como faz ver Josefo (14). Mas, quais são os pastores hyksos, e os quais os egípcios? A história nada sabe, e especula e teoriza das profundidades da consciência respectiva de seus historiadores (15). “O khamismo, ou antigo copto, procede do Ásia Ocidental e contém algum germe do semítico, dando assim testemunho da unidade primitiva de parentesco das raças ária e semítica”, diz Bunsen, quem coloca os grandes sucessos acontecidos no Egito 9.000 anos antes de nossa Era. O fato é que no esoterismo arcaico e no pensamento ariano encontramos uma grande filosofia, enquanto que nos anais hebreus só vêem a mais surpreendente engenhosidade para inventar apoteose do culto fálico e da teogonía sexual.

Que os arianos jamais apoiaram sua religião tão somente em símbolos fisiológicos, como o têm feito os antigos hebreus, pode ver-se nas Escrituras hindus esotéricas. Que estas relações são véus, demonstra-o a contradição entre umas e outras, encontrando uma explicação diferente em quase todos os Purânas e poemas épicos. Entretanto, se se lerem esotéricamente, achará-se em todos o mesmo significado. Assim, uma relação enumera sete mundos, excluindo os mundos inferiores, também em número de sete; estes quatorze mundos superiores e inferiores nada têm que ver com a classificação da Cadeia Septenaria, e pertencem aos mundos puramente etéreos e invisíveis. Destes se falará em outra parte. Baste dizer, por agora, que de propósito se faz referência a eles como se pertencessem à Cadeia. “Outra contagem chama os sete mundos terra, firmamento, céu, região meia, lugar de nascimento, mansão de bem-aventurança e residência da verdade; colocando aos Filhos do Brahmâ na sexta divisão, e dizendo que a quinta, Janaloka, é aquela aonde os animais destruídos na conflagração geral nascem de novo” (16). Nos capítulos seguintes, sobre Simbolismo, dá-se alguma ensino realmente esotérico. Quem está preparado para isso, compreenderá o significado oculto. 3. ELE É SEU CONDUTOR, O ESPÍRITO QUE AS GUIA. QUANDO COMEÇA SUA OBRA, SEPARA AS FAÍSCAS DO REINO INFERIOR (17), QUE SE ABATEM E TREMEM GOZOSAS EM SUAS RADIANTES MORADAS (18), E FORMA COM ELAS OS GÉRMENES DAS RODAS. COLOCA-AS NAS SEIS DIREÇÕES DO ESPAÇO, E UMA EM O CENTRO: A RODA CENTRAL. “Rodas”, como já se explicou, são os centros de força em volto dos quais se pulveriza a matéria cósmica primitiva, e passando por todos os seis graus de consolidação, converte-se em esferoidal e termina por transformar-se em globos ou esferas. É um dos dogmas fundamentais da cosmogonia Esotérica, que durante os Kalpas (ou evos) de Vida, o Movimento, que nos períodos de Repouso “pulsa e vibra ao través de cada átomo dormido”, assume uma tendência para o movimento circular, que sempre vai em aumento, do despertar primeiro do Kosmos até um novo “Dia”. “A Deidade se converte em um Torvelinho”. Pode perguntar-se, como o tem feito também a autora: Quem poderá averiguar a diferenciação daquele Movimento, se toda a Natureza se acha reduzida a sua primeira essência, não existindo ali ninguém -nem sequer um dos Dhyâni Chohans, posto que estão todos na Nirvânaque o possa ver? A resposta a isto é: “Tudo na Natureza tem que julgar-se por analogia. Embora as mais elevadas Deidades (Arcanjos ou Dhyâni-Buddhas) sejam incapazes de penetrar os mistérios muito afastados de nosso Sistema Planetário e do Cosmos visível, entretanto existiram nos tempos antigos grandes videntes e profetas que puderam perceber o mistério do Hálito e do Movimento retrospectivamente, quando os sistemas de Mundos permaneciam em repouso e sumidos em seu sonho periódico”. As Rodas também são chamadas Rotae (as Rodas movientes dos círculos celestiales que tomam parte na criação do mundo), quando o significado se refere ao princípio animador das estrelas e planetas; pois na Kabalah as representa pelos Auphanim, os Anjos das Esferas e Estrelas, das quais são as Almas animadoras (19). Esta lei de movimento giratório na matéria primitiva é uma das mais antigas concepções da filosofia grega, cujos primeiros sábios históricos eram quase todos Iniciados nos Mistérios. Os gregos a deviam aos egípcios, e estes últimos aos caldeos, quem tinha sido discípulos de brâmanes da Escola esotérica. Leucipo e Demócrito da Abdera -o descípulo dos Magos- ensinaram que este movimento giratório dos átomos e esferas, existiu da eternidade (20). Hicetas, Heráclides, Ecphantus, Pitágoras e todos seus discípulos ensinaram a rotação da terra; e Âryabhata da Índia, Aristarco, Seleuco e Arquímedes calcularam sua revolução tão cientificamente como o fazem os astrônomos hoje em dia; ao passo que a teoria dos Vórtices Elementares era conhecida pelo Anaxágoras, que a sustentava 500 anos antes de nossa Era, ou quase 2.000 antes que fosse admitida pelo Galileo, Descarte, Swedenborg, e finalmente, com ligeiras modificações, pelo Sir. W. Thomson (21). Todos esses conhecimentos, fazendo tão somente justiça, são um eco da doutrina arcaica, que se tenta explicar na atualidade. Como homens dos últimos séculos chegaram às mesmas idéias e conclusões que, como verdades axiomáticas, eram ensinadas no segredo dos Adyta dúzias de milhares de anos há, é questão que se tratará à parte. Alguns foram conduzidos a isso pelo progresso natural da ciência física e por meio da observação independente; outros, tais como Copérnico, Swedenborg e alguns poucos mais, não obstante seus grandes conhecimentos, deveram seu saber mais a suas

idéias intuitivas que às adquiridas e desenvolvidas da maneira habitual pelo estudo. Swedenborg, que não podia ter conhecido nada do referente às idéias esotéricas do Buddhismo, chegou por si só muito perto do ensino ocultista em suas concepções gerais, e o demonstra seu ensaio a respeito da Teoria dos Vórtices. Na tradução da mesma pelo Clissold, citada pelo professor Winchell ( 22), encontramos o seguinte resumo: A primeira causa é o infinito ou ilimitado. Esta concede existência ao primeiro finito ou limitado. (O Logotipos em sua manifestação e o Universo). O que produz um limite, é análogo ao movimento. (Veja-se Estadia I supra). O limite produzido é um ponto, cuja essência é o movimento; mas carecendo de partes, esta essência não é movimento efetivo, a não ser unicamente um esforço para o mesmo. (Em nossa doutrina, não é um “esforço”, a não ser uma mudança de Eterna Vibração no inmanifestado, ao Movimento em vórtices no Mundo fenomenal ou manifestado). Deste princípio procederam a expansão, o espaço, a figura e a sucessão ou tempo. Assim como em geometria um ponto gera uma linha, uma linha uma superfície, e uma superfície um sólido, do mesmo modo aqui o esforço do ponto tende para linhas, superfícies e sólidos. Em outras palavras, o Universo se acha contido in ovo no primeiro ponto natural. O Movimento para o qual o esforço tende, é circular, posto que o círculo é a mais perfeita de todas as figuras... “A figura mais perfeita do movimento antes descripto, deve ser perpetuamente circular; melhor dizendo, deve proceder do centro à periferia, e da periferia ao centro (23).

Isto é pura e simplesmente Ocultismo. As “Seis direções do Espaço” significam aqui o “Duplo Triângulo”, a união e fusão do Espírito puro e da Matéria, do Arûpa e do Rûpa dos quais os Triângulos são um Simbolo. Este Dobro Triângulo é um símbolo do Vishnu; é o Selo do Salomón e o Shri-Antara dos brâmanes. 4. FOHAT RISCA LINHAS ESPIRAIS PARA UNIR A SEXTA À SÉTIMA: A CORONA (a). UM EXÉRCITO DOS FILHOS DA LUZ SE SITUA EM CADA UM DOS ÁNGULOS: OS LIPIKA SE COLOCAM NA RODA CENTRAL (b). DIZEM ELES (24); “ISTO É BOM”. O PRIMEIRO MUNDO DIVINO ESTÁ DISPOSTO; O PRIMEIRO, O SEGUNDO (25). ENTÃO, O “DIVINO ARÛPA” (26) REFLETE-se NO CHHÂYÂ LOKA (27), A PRIMEIRA VESTIMENTA DO ANUPÂDAKA (c). (a) Este riscar de “linhas espirais” se refere tanto à evolução dos Princípios do Homem como a dos da Natureza; evolução que tem lugar gradualmente, como acontece com todas as demais costure na Natureza. O Sexto Princípio no Homem (Buddhi, a Alma Divina), embora um mero sopro em nossas concepções, é, entretanto, algo material, quando lhe compara com o Espírito Divino (Âtmâ), do qual é o mensageiro ou veículo. Fohat, em sua qualidade de Amor Divino (Eros), o poder elétrico de afinidade e de simpatia, representa-se alegoricamente como tratando de unir o Espírito puro, o Raio inseparável do Um Absoluto, com a Alma, constituindo os dois a Mónada no Homem, e na Natureza o primeiro elo entre o sempre incondicionado e o manifestado. “O Primeiro é agora o Segundo (Mundo)” -dos Lipikas- refere-se ao mesmo. (b) O “Exército” em cada ângulo é a Hoste de Seres Angélicos (Dhyân Chohans), designados para guiar e velar sobre cada região respectiva, desde o começo até o fim do Manvántara. Eles são os “Místicos Vigilantes” dos kabalistas cristãos e alquimistas, e estão numérico nados tão simbólica como cosmogónicamente, com o sistema numérico do Universo. Os números com que estes Seres celestiales se acham relacionados, são extremamente difíceis de explicar; pois cada número se refere a vários grupos de distintas idéias, segundo o grupo particular de “Anjos” que se pretende representar. Nisto está o nodus do estudo do simbolismo, em relação ao qual tantos sábios, incapazes de desatá-lo, preferiram conduzir-se como Alejandro com o nó gordiano; daqui, como resultado direto, conceitos e ensinos errôneos. (c) O “Primeiro é o Segundo”, porque o “Primeiro” não pode realmente ser numerado ou considerado como tal, pois é o reino do nóumeno em sua manifestação primária, a soleira do Mundo da Verdade, ou Sat, ao través do qual a energia direta que raia da Realidade Uma (a Deidade Sem Nome) chega a nós. Aqui o intraduzível término Sat (Seidad) é provável que de novo origine um conceito errôneo, do momento que aquilo que é manifestado não pode ser Sat, a não ser algo fenomenal, não eterno, nem mesmo, na verdade, eterno. É coevo e coexistente com a Vida Uma, “Sem Segundo”; mas, como manifestação, é ainda Mâyâ, como o resto. Este “Mundo da Verdade” pode unicamente descrever-se, segundo o Comentário, como “uma estrela resplandecente desprendida do coração da Eternidade; o farol de esperança, de cujos Sete Raios pendem os Sete Mundos do Ser”. Verdadeiramente é assim, posto que estes são as Sete Luzes cujas reflexões constituem as imortais Mónadas humanas, o Âtmâ, ou o

Espírito irradiador de cada criatura da família humana. Primeiro esta Luz Septenaria; depois o “Mundo Divino” -as inumeráveis luz acesas na Luz primitiva-, os Buddhis ou Almas Divinas sem forma, do último Mundo Arûpa (relatório); a “Soma Total”, segundo a linguagem misteriosa da antiga Estadia. No Catecismo, o Professor pergunta ao discípulo: “Levanta sua cabeça, OH Lanú!; vê uma ou inumeráveis luz em cima de ti, ardendo no céu obscuro da meia-noite?” Eu percebo uma Chama, OH Gurudeva!; vejo inumeráveis e não separadas centelhas que nela brilham”. “Diz bem. E agora olhe em volto de ti, e em ti mesmo. Aquela luz que arde dentro de ti, sente-a de algum jeito diferente da luz que brilha em seus irmãos os homens?” “Não é em modo algum diferente, embora o prisioneiro é mantido em cativeiro pelo Carma, e embora suas vestimentas exteriores enganam ao ignorante ao dizer: “Sua alma e Minha Alma”. A lei fundamental na Ciência Oculta é a unidade radical da última essência de cada parte constituinte dos compostos da Natureza, da estrela ao átomo mineral, do mais elevado Dhyân Chohan até o mais pequeno infusorio, na acepção completa da palavra, e já se aplique ao mundo espiritual, ao intelectual ou ao físico. “A Deidade é um desdobramento infinito, sem limites” -diz um axioma oculto-; daqui, como se tem feito observar, procede o nome do Brahmâ (28). No culto mais primitivo do mundo, o do Sol e do Fogo, existe uma profunda filosofia. De todos os Elementos conhecidos pela ciência física, o Fogo é o que sempre evitou uma análise definida. assegura-se confidencialmente que o ar é uma mescla que contém os gases oxigênio e nitrogênio. Consideramos o Universo e à Terra como matéria constituída por moléculas químicas definidas. Falamos das dez Terras primitivas, lhe dando a cada una um nome grego ou latino. Dizemos que a água é, quimicamente, um composto de oxigênio e de hidrogênio. Mas, o que é o Fogo? Nos responde gravemente que é o efeito da combustão. É calor, luz, movimento, e, em geral, uma correlação de forças físicas e químicas. Esta definição científica é filosoficamente complementada pela teologia do Dicionário do Webster, que explica o fogo como “o instrumento de castigo, ou o castigo do impenitente em outro estado”; -seja dito de passagem- supõe-se que é espiritual; mas, ai!, a presença do fogo pareceria uma prova convincente de sua natureza material. Entretanto, falando da ilusão de olhar aos fenômenos como singelos por causa de ser familiares, diz o professor Bain: Feitos muito familiares parecem não necessitar explicação alguma, e ser ao próprio tempo médios para explicar algo que lhes possa ser assimilada. Assim, a ebulição de um líquido e sua evaporação, supõe-se que é um fenômeno muito singelo e que não requer nenhuma elucidação, e lhe considera como uma explicação satisfatória de fenômenos mais estranhos. Que a água tenha que esgotar-se, é para a mente ignorante uma coisa por completo inteligível; enquanto que para o homem que conhece a ciência física, o estado líquido é anômalo e inexplicável. O acender fogo com uma chama é uma grande dificuldade científica, embora poucas pessoas acreditam assim (29).

O que é o que diz o ensino esotérico em relação ao Fogo? “O Fogo é a reflexão mais perfeita e não adulterada, tanto nos Céus como na Terra, da Chama Uma. É a Vida e a Morte, a origem e o fim de todas as coisas materiais. É Substância divina”. Assim é que não só o adorador do Fogo, o parsi, mas também até as mesmas tribos nômades selvagens da América, que se proclamam a si mesmos “nascidas do fogo”, demonstram mais ciência em suas crenças e mais verdade em suas superstições, que todas as especulações da física e da erudição modernas. O cristão que diz “Deus é um Fogo vivente”, e fala das “Línguas de Fogo” do Pentecostés, e da “sarça ardendo” do Moisés, é tão adorador do fogo como qualquer outro “pagão”. Os rosacruces, entre os místicos e kabalistas, foram os que definiram o Fogo do modo mais exato. lhes procure um abajur de pouco custo; alimentem só com azeite, e poderão acender em sua chama os abajures, velas e fogos do globo inteiro, sem que a chama diminua. Se a Deidade, o Radical Um, é uma Substância eterna e infinita que jamais se consome (“o

Senhor seu Deus é um fogo consumidor”), não parece então razoável considerar o ensino oculto como antifilosófica, quando diz: “Assim foram formados os Arûpa e os Rûpa (Mundos): de uma Luz Sete Luzes; de cada uma das Sete, sete vezes Sete”, etc. 5. FOHAT DÁ CINCO PASSOS (a) (30), E CONSTRÓI UMA RODA ALADA EM CADA ÂNGULO DO QUADRADO PARA OS QUATRO Santos... E SUAS HOSTES (b). (a) Os “Passos”, como já se explicou no último Comentário, referem-se tanto aos Princípios cósmicos como aos humanos; sendo os últimos, segundo a divisão esotérica, três (Espírito, Alma e Corpo); e segundo os cálculos esotéricos, sete Princípios: três Raios da Essência e quatro Aspectos (31). Os que tenham estudado o Esoteric Buddhism do Mr. Sinnett, facilmente poderão compreender a nomenclatura. Existem além dos Himalayas, duas escolas esotéricas, ou mas bem uma escola dividida em duas seções: uma para os Lanús internos e a outra para os Chelâs externos ou semilaicos; a primeira insígnia uma divisão septenaria, e a outra uma séxtuple dos princípios humanos. De um ponto de vista cósmico, Fohat, dando “Cinco Passos”, refere-se aqui aos cinco planos superiores da Consciência e do Ser; sendo o sexto e o sétimo (contando para baixo), o astral e o terrestre, ou os dois planos inferiores. (b) Quatro “Rodas Aladas em cada ângulo... para os Quatro Santos e seus Exércitos (Hostes)”. Estes são os “Quatro Mahârâjas” ou grandes Reis, dos Dhyân Chohans, os Devas, que presidem sobre cada um dos quatro pontos cardeais. São os Regentes ou Anjos que governam as Forças Cósmicas do Norte, Sul, Este e Oeste; Forças que possuem cada uma distinta propriedade oculta. Estes Seres estão também relacionados com o Carma; pois este necessita para pôr em prática seus decretos, de agentes físicos e materiais, tais como as quatro classes de ventos, por exemplo, que a Ciência admite possuem suas respectivas influências más e benéficas sobre a saúde da humanidade e de todas as coisas viventes. Existe filosofia oculta na doutrina católica romana, que atribui as distintas calamidades públicas, tais como epidemias, guerras, etc., aos invisíveis “Mensageiros” do Norte e do oeste”. “A glória de Deus vem pela via do Oriente”, diz Ezequiel; enquanto que Jeremías, Isaías e o Salmista, asseguram a seus leitores que todo o mal que existe sob o Sol, vem do Norte e do oeste; o qual, se se aplicar à nação judia, sonha como profecia inegável. E isto explica também o que São Ambrosio (32) declare que precisamente é por esta razão, que “nós amaldiçoamos ao Vento Norte, e pelo que durante a cerimônia do batismo começamos por nos voltar para o Ocidente (sideral), para renunciar ainda mais a aquele que habita ali; depois do qual nos voltamos para o Oriente”. A crença nos “Quatro Mahârâjas” -os Regentes dos quatro pontos cardeais- era universal, e é agora crença dos cristãos, os quais lhes chamam, segundo São Agustín, “Virtudes Angélicas” e “Espíritos”, quando denominados por eles, e “Diabos” quando nomeados pelos pagãos. Mas, em onde está a diferença entre pagãos e cristãos neste caso? O erudito Vossius, diz: Mesmo que São Agustín há dito que todas as coisas visíveis neste mundo tinham uma virtude Angélica como um vigilante perto dela, não deve entender-se que se refere aos indivíduos, a não ser às espécies completas das coisas, possuindo verdadeiramente cada uma destas espécies seu anjo particular que vela sobre ela. Ele se acha conforme nisto com todos os filósofos... Para nós, estes anjos são espíritos separados dos objetos... enquanto que para os filósofos (pagãos) eram deuses (33).

Considerando o Ritual estabelecido pela Igreja Católica Romana, para os “Espíritos das Estrelas”, estes apresentam um aspecto muito suspeito de “deuses”, e não lhes honrava mais nem lhes rendia mais culto pelas multidões pagãs, antigas e modernas, que o que se faz agora em Roma por cristãos católicos muito ilustrados. De acordo com o Platón, explicou Aristóteles que o término ...... era compreendido unicamente como significando os princípios imateriais colocados em cada uma das quatro grandes divisões de nosso mundo cósmico, para as inspecionar. Assim é, que os pagãos não adoram nem veneram aos Elementos e aos pontos cardeais (imaginários) mais que os cristãos, a não ser aos “deuses” que os regem respectivamente. Para a Igreja existem duas espécies de Seres siderais: os Anjos e os Diabos. Para o kabalista e o ocultista, tão somente existe uma classe; e nenhum deles faz diferença alguma entre “os Reitores de Luz” e os “Reitores Tenebrarum” ou Cosmocratores, a quem a Igreja Romana imagina e descobre nos “Reitores de Luz”, logo que lhes denomina de outro modo que ela o faz. Não é o Reitor ou Mahârâja quem

castiga ou premia, com ou sem a permissão ou a ordem de Deus, a não ser o homem mesmo -suas ações ou o Carma-; atraindo individual e coletivamente (como acontece às vezes no caso de nações inteiras), toda classe de maus e calamidades. Nós originamos Causas, e estas despertam os poderes correspondentes no Mundo Sideral, os quais são magnética e irresistivelmente atraídos para os que deram lugar a aquelas causas, e reagem sobre eles; já seja que tais pessoas verifiquem o mal virtualmente, ou já sejam simples “pensadores” que meditem maldades. O pensamento é matéria, diz-nos a ciência moderna; e “cada partícula de matéria existente deve ser um registro de tudo que aconteceu”, como dizem ao profano Jevons e Babbage em seus Principles of Science. A ciência moderna penetra cada dia mais no maelstrom do Ocultismo; inconscientemente sem dúvida, mas entretanto de um modo muito sensível. “O Pensamento é matéria” -não é obvio no sentido do materialista alemão Moleschott, que nos assegura que “o pensamento é o movimento da matéria”, afirmação absurda quase sem igual-. Os estados mentais e os corporais, acham-se em completo contraste. Mas isto não influi no fato de que cada pensamento, além de seu acompanhante físico (mudança cerebral), presente um aspecto objetivo no plano astral, embora para nós é uma objetividade suprasensible (34). As duas principais teorias da Ciência, sobre as relações entre a mente e a matéria, são o Monismo e o Materialismo. Estas dois cobrem por completo o terreno da psicologia negativa, com a exceção das opiniões quase ocultistas das escolas panteístas alemãs. As opiniões de nossos pensadores cientistas atuais, em relação às relações entre a mente e a matéria, podem reduzir-se às seguintes duas hipótese. Ambas excluem igualmente a possibilidade de uma alma independente, distinta do cérebro físico por meio do qual funciona. Estas hipótese são: 1ª Materialismo : a teoria que considera os fenômenos mentais como produto da mudança molecular no cérebro, ou seja como a conseqüência de uma transformação do movimento em sentimento (!). A escola mais exagerada chegou uma vez até identificar a mente com uma “forma peculiar de movimento” (!!); mas, felizmente, esta opinião é agora considerada como absurda pela maior parte dos mesmos homens de ciência. 2ª Monismo ou a doutrina da Substância Única: é a forma mais sutil da psicologia negativa, a qual um de seus partidários, o professor Bain, chama ingenuamente “materialismo disfarçado”. Esta doutrina, que exige uma conformidade amplísima, e que conta entre seus defensores a homens como Lewes, Spencer, Ferrier e outros, ao passo que admite geralmente o contraste radical entre os fenômenos mentais e a matéria, considera-os como equivalentes às duas fases ou aspectos de uma mesma substância em alguma de suas condições. O pensamento como pensamento, dizem, está em completo contraste com os fenômenos materiais; mas débito também ser considerado unicamente como “o aspecto subjetivo da moção nervosa”, seja o que for o que nossos sábios queiram significar com isto. Voltando para Comentário sobre os Quatro Mahârâjas, em todo caso, nos templos Egípcios, segundo Clemente da Alejandría, uma cortina colossal separava o tabernáculo do lugar para o público. O mesmo acontecia entre os judeus. Em ambos, a cortina se estendia sobre cinco colunas (o Pentágono), simbolizando nossos cinco sentidos, e esotéricamente, as cinco Raças-raíces, enquanto que as quatro cores da cortina representavam os quatro pontos cardeais e os quatro elementos terrestres. O conjunto era um símbolo alegórico. Por meio dos quatro Regentes superiores dos quatro pontos cardeais e dos elementos, podem conhecer nossos cinco sentidos as verdades ocultas da Natureza; e não como Clemente queria demonstrar, que os elementos per se eram os que proporcionavam aos pagãos o Conhecimento Divino ou o Conhecimento de Deus (35). Enquanto que o emblema egípcio era espiritual, o dos judeus era puramente materialista, e à verdade, só honrava aos elementos cegos, e aos “pontos” imaginários. Pois, qual era a significação do Tabernáculo quadrado levantado pelo Moisés no deserto, se não possuía o mesmo significado cósmico? “Fará uma colgadura... de azul, púrpura e escarlate..., cinco colunas de madeira de shittim para as colgaduras..., quatro anéis de bronze nos quatro ângulos do mesmo... tabuleiros de madeiras finas para os quatro custados, Norte, Sul, Oeste e Este... do Tabernáculo..., com Querubins de trabalho primoroso” (36). O Tabernáculo e o recinto quadrado. Querubins e tudo, eram precisamente quão mesmos os dos templos egípcios. A forma quadrada do Tabernáculo tinha exatamente a mesma significação que hoje tem ainda no culto esotérico dos chineses e tibetanos. Os quatro pontos cardeais, quão mesmo os quatro flancos das pirâmides, obeliscos

e outras semelhantes construções quadradas significam o que Josefo cuida de explicar do assunto. Declara que as colunas do Tabernáculo são quão mesmas as eretas em Atiro aos quatro Elementos, as quais se achavam colocadas em pedestais, cujos quatro ângulos olhavam aos quatro pontos cardeais; acrescentando que “os ângulos dos pedestais tinham as quatro figuras do Zodíaco”, que representavam a mesma orientação (37). Podem encontrar-se vestígios desta ideia nas covas zoroastrianas, nos templos cortados na rocha da Índia, assim como em todos os edifícios quadrados da antigüidade que sobreviveram até nossos dias. Isto foi demonstrado definitivamente pelo Layard, quem encontra os quatro pontos cardeais e os quatro elementos primitivos na religião de todas as nações, sob a forma de obeliscos quadrados, os quatro lados das pirâmides, etc. Os quatro Mahârâjas eram os regentes e diretores destes elementos e de seus pontos. Ao que queira saber mais a respeito deles, bastará-lhe comparar a Visão do Ezequiel (cap. I), com o que se conhece do Buddhismo chinês, até em seus ensinos esotéricos, e examinar o aspecto exterior destes “Grandes Reis dos Devas”. Segundo a opinião do reverendo Joseph Edkins, “eles presidem respectivamente sobre cada um dos quatro moderados em que os hindus dividem ao mundo... Cada um deles está à cabeça de um exército de seres espirituais, para proteger à humanidade e ao Buddhismo” (38). Excetuando a predileção para o Buddhismo, os Quatro Seres Celestiales são precisamente isso. Os hindus, entretanto, dividem ao mundo em sete moderados, tão esotérica como esotéricamente; e seus quatro Devas Cósmicos são oito, que presidem sobre os oito rumos da bússola e não sobre os continentes. Os “Quatro” são os protetores do gênero humano, assim como os agentes do Carma na terra, enquanto que os Lipika se acham relacionados com o além da Humanidade. Ao mesmo tempo, aqueles são as quatro criaturas viventes “que se parecem com um homem” da visão do Ezequiel, e são chamados pelos tradutores da Bíblia “Cherubim”, “Seraphim”, etcétera; pelos ocultistas “Globos Alados”, “Roda Flamígeras”; e por diferentes nomes no Panteão hindu. Todos estes Gandharvas, os “Melodiosos Cantores”, torra-os, Kinnaras e Nâgas, são as descrições alegóricas dos Quatro Mahârâjas. Os Seraphim são as Serpentes flamígeras dos Céus, que encontramos em um parágrafo descritivo do Monte Meru, como “a exaltada massa de glória, a venerável residência favorita dos deuses e dos cantores celestiales... aonde não chegam homens pecadores... porque se acha guardada por Serpentes”. São chamados os Vingadores e as “Rodas Aladas”. Explicados já sua missão e caráter, vejamos o que dizem dos Cherubim os intérpretes cristãos da Bíblia: “A palavra significa em hebreu, plenitude de conhecimento; estes anjos são chamados assim por causa de seu conhecimento perfeito, e foram, portanto, dedicados ao castigo dos homens que aspiravam a possuir o Conhecimento divino”. (Interpretado pelo Cruden em seu Concordance, sobre o Gênese, III, 24). Muito bem; e apesar do vago da explicação, demonstra que o Querubim colocado à porta do Jardim do Éden depois da “Queda”, sugeriu aos veneráveis intérpretes a idéia do castigo relacionado com a ciência proibida ou Conhecimento divino; conhecimento que geralmente conduz a outra “Queda”, a dos deuses ou “Deus”, na estimativa do homem. Mas como o bom do Cruden não sabia nada de Carma, lhe pode perdoar. Entretanto, a alegoria é significativa. Do Meru, a mansão dos deuses, ao Éden, a distância é muito cortra; e entre as Serpentes hindus e os Cherubim ofitas, dos quais o terceiro dos sete era o Dragão, a distância é ainda menor, porque ambos velavam à entrada do reino do Conhecimento Secreto. Além disso, Ezequiel descreve claramente aos quatro Anjos Cósmicos: Eu olhei, e vi um torvelinho... uma ... nuvem e fogo envolvendo-a... e também do centro disto se destacava o parecido de quatro criaturas viventes... tinham a aparência de um homem. E cada uma tinha quatro caras e quatro asas... a cara de um homem (39) e a cara de um leão; a cara de um boi e a cara de uma águia... E enquanto contemplava eu as criaturas viventes, vi uma roda sobre a Terra... com suas quatro caras... como se fosse uma roda em meio de outra roda... pois o espírito da criatura vivente estava na roda (40).

Existem três grupos principais de Construtores, e outros tantos dos Espíritos Planetários e os Lipika, estando cada grupo subdividido a sua vez em sete subgrupos. Impossível, até em uma obra tão extensa como esta, o entrar em um exame detalhado, sequer dos três grupos principais; pois isto exigiria outro volume mais. Os Construtores são os representantes das primeiras Entidades “nascidas da Mente”, e portanto, dos primitivos Rishi-Prajâpatis; também o são dos Sete grandes Deuses do Egito, dos quais Osiris é o chefe; dos Sete Amshaspends dos zoroastrianos, com o Ormuzd a sua cabeça; dos “Sete Espíritos da Face”; dos Sete Sephirot

separados da primeira Tríada, etc. (41). Eles constróem, ou mas bem reconstróem cada “Sistema” depois da “Noite”. O Segundo grupo dos Construtores exerce de Arquiteto de nossa Cadeia Planetária exclusivamente; e o Terceiro é o Progenitor de nossa Humanidade, o protótipo macrocósmico do microcosmo. Os Espíritos Planetários são os espíritos que animam aos Astros em geral e aos Planetas especialmente. Regem os destinos dos homens, que nasceram em sua totalidade sob uma ou outra de suas constelações; o Segundo e Terceiro Grupo que pertencem a outros sistemas, desempenham as mesmas funções, e todos regem vários departamentos da Natureza. No Panteão hindu esotérico, são as deidades vigilantes que presidem sobre os oito rumos da bússola (os quatro pontos cardeais e os quatro intermédios), e são chamados Lokapâlas, “Sustentadores ou Guardiães do Mundo” (em nosso Cosmos visível), dos quais Indra (Oriente), Yama (Sul), Varuna (Oeste) e Kuvera (Norte), são os chefes; seus elefantes e suas algemas pertencem, é obvio, à imaginação e a idéias posteriores, embora todos eles têm uma significação oculta. Os Lipika, que se descrevem no Comentário número 6 da Estadia IV, são os Espíritos do Universo; enquanto que os Construtores são unicamente nossas próprias deidades planetárias. Os primeiros pertencem à parte mais oculta da cosmogénesis, a respeito da qual não se pode falar aqui. Se os Adeptos -até os mais elevados- conhecem esta ordem angélica na plenitude de seus triplos graus, ou tão somente o inferior relacionado com os anais de nosso mundo, coisa é que a escritora não pode dizer; mas mas bem se inclina à última hipótese. Sobre o grau mais elevado, uma só coisa é o que se acostuma: os Lipika se acham relacionados com o Carma, sendo seus Registradores diretos. O símbolo universal na antigüidade do Conhecimento Sagrado e Secreto, era uma Árvore, o qual significava também uma Escritura ou um Registro. daqui a palavra Lipika, os Escritores ou Escrivães; os dragões, símbolos da Sabedoria, que guardam as Árvores do conhecimento; a Macieira “áurea” das Hespérides; as “Árvores Frondosas” e a vegetação do Monte Meru, guardados por Serpentes. Juno dando ao Júpiter, em seu matrimônio, uma Árvore com fruto de ouro, é outra forma da Eva oferecendo ao Adão a maçã da Árvore do Conhecimento. 6. OS LIPIKA CIRCUNSCREVEM O TRIÂNGULO, O PRIMEIRO UM (42), O CUBO, O SEGUNDO UM E O PENTACLO DENTRO DO OVO (a) (43). ESTE É O ANEL CHAMADO “NÃO SE PASSA”, PARA OS QUE DESCENDEM E ASCENDEM (44); PARA OS QUE DURANTE O KALPA ESTÃO PARTINDO POR VOLTA DO GRANDE DIA “SEI COM NÓS” (b) ... ASSIM FORAM FORMADOS OS ARÛPA E OS RÛPA: DA LUZ ÚNICA, SETE LUZES; DE CADA UMA DAS SETE, SETE VEZES SETE LUZES. AS RODAS VIGIAM O ANEL... A Estadia prossegue com uma descrição minuciosa dos Ordens da Hierarquia Angélica. Do Grupo de Quatro e Sete, emanam os Grupos de Dez nascidos da Mente; os de Doze, de Vinte e um, etc., estando todos estes divididos a sua vez em subgrupos de Sétimas, Novenas, Dúzias, e assim sucessivamente, até confundi-la mente nesta contagem interminável de Hostes e Seres celestiales, tendo cada um sua função distinta no governo do Cosmos visível durante a existência do mesmo. (a) O significado esotérico da primeira sentença da Sloka, é que os chamados Lipika, os Registradores do Grande Livro Kármico, constituem uma barreira infranqueável entre o Ego pessoal e o Eu impessoal, Nóumeno e Origem-Pai do primeiro. daqui a alegoria. Eles circunscrevem ao mundo manifestado de matéria, dentro do Anel “Não se Passa”. Este mundo é o símbolo objetivo do Um dividido nos Muitos, nos planos de Ilusão de Âdi (o “Primeiro”), ou da Eka (o “Um”); e este Um é a agregación coletiva ou totalidade dos principais criadores ou arquitetos de nosso Universo visível. No Ocultismo hebreu, seu nome é, ao mesmo tempo, Echath feminino, “Um”, e Joguem, “Um” também, mas masculino. Os monoteístas se aproveitaram, e ainda se aproveitam, do profundo esoterismo da Kabalah para aplicar o nome pelo qual a Essência Uma e Suprema é conhecida manifestação, o do Sephiroth-Elohim, e a chamam Jehovah. Mas isto é por completo arbitrário e está renhido com toda razão e lógica; pois a palavra Elohim está em plural, e é idêntica ao plural Chiim, combinado freqüentemente com ela. A sentença que se lê no Sepher Yetzirah e em outras partes, “Achath-Ruarch-ElohimChiim”, denota, quando mais, aos Elohim como andróginos, preponderando quase o elemento feminino, pois se leria: “A gente é Ela, o Espírito dos Elohim de Vida”. Como se há dito antes, Achat (ou Echath) é feminino, e Achad (ou Joguem) é masculino, e ambos significam Um.

Além disso, na metafísica Oculta existem, propriamente falando, dois “Uns”: o Um no plano inalcançável do Absoluto e do Infinito, a respeito do qual não é possível especulação alguma; e o segundo Um no plano das Emanações. O primeiro não pode nem emanar nem ser dividido, pois é eterno, absoluto e imutável; mas o segundo, sendo, por dizê-lo assim, a reflexão do primeiro Um (pois é o Logotipos, ou Îshvara, no Universo de Ilusão), pode verificálo. Emana de si mesmo os Sete Raios ou Dhyân Chohans (do mesmo modo que a Tríada Sephirotal superior produz aos Sete Sephiroth inferiores); em outras palavras, o Homogêneo se converte no Heterogêneo; o Protilo se diferencia nos Elementos. Mas estes, a menos de que voltem para seu elemento primário, jamais podem cruzar mais à frente do Espécie ou ponto zero. Este princípio metafísico, dificilmente pode descrever-se melhor que o tem feito Mr. Subba Row, em suas conferências sobre o “Bhagavad-Gitâ”. Mûlaprakriti (o véu do Parabrahman), obra como a energia uma ao través do Logotipos (ou Îshvara). Agora bem: Parabrahman... é a essência única da qual brota à existência um centro de energia a que por agora chamaremos o Logotipos... É chamado o Verbo... pelos cristãos, e é o Christos divino, que é eterno no seio de seu Pai. É chamado Avalokiteshvara pelos buddhistas... Em quase todas as doutrinas se formulou a existência de um centro de energia espiritual, inato e eterno, que existe no seio do Parabrahman durante o Pralaya, e que surge como centro de energia espiritual, inato e eterno, que existe no seio do Parabrahman durante o Pralaya, e que surge como centro de energia consciente no tempo da atividade cósmica... (46).

Porque, como o conferencista começa por dizer, Parabrahman não é isto nem aquilo; não é nem sequer consciência, pois não pode ser relacionado com a matéria nem com nada condicionado. Não é nem Eu nem Não Eu; nem sequer Âtmâ, a não ser, na verdade , a origem única de todas as manifestações e modos de existência. Assim, na alegoria, os Lipika separam ao mundo (ou plano) do Espírito puro da Matéria. Aqueles que “descendem e que ascendem” (as Mónadas que encarnam, e os homens lutando pela purificação e “ascendendo”, mas que não alcançaram ainda a meta) podem cruzar o Círculo “Não Se Passa”, unicamente no Dia “Sei conosco”; aquele dia em que o homem, libertando-se por si mesmo dos laços da ignorância, e reconhecendo por completo a não separatividad do Ego que está dentro de sua Personalidade (erroneamente considerada como a si mesmo), do Eu Universal (Anima Supra-Mundi), inunda-se por isso na Essência Uma, para converter-se, não só em um conosco”, vista-las universais manifestadas, que são uma Vida, mas também naquela Vida mesma. Astronomicamente, o Anel “Não Se Passa” que os Lipika riscam em volto “do Triângulo, do Primeiro Um, do Cubo, de Segundo Um e do Pentágono”, circunscrevendo estas figuras, mostra-se novamente assim, que contém os símbolos de 31415, ou seja o coeficiente usado constantemente nas matemática, o valor de .... (pi), representando aqui as figuras geométricas cifras numéricas. Segundo os ensinos filosóficos generais, este Anel se acha além da região, pelo que se chama em astronomia as nebulosas. Mas este é um conceito tão errôneo como o da topografia e descrições dadas nos Purânas e em outras Escrituras esotéricas, a respeito de 1088 mundos dos firmamentos e mundos Deva-loka. Existem mundos, é obvio, tanto segundo os ensinos esotéricos como segundo as profanas e científicas, a distâncias tão incalculáveis, que a luz do mais próximo deles, embora justamente acabada de chegar a nossos modernos “caldeos”, pôde haver partido de sua origem comprido tempo antes do dia em que se pronunciaram as palavras “Faça-a Luz”; mas não são estes mundos pertencentes ao plano Deva-loka, a não ser a nosso Cosmos. Chega o químico ao ponto zero ou espécie do plano material de que se ocupa, e se detém. O físico e o astrônomo contam trilhões de milhas além das nebulosas, e também se detêm. Também o ocultista semiiniciado se representará este ponto espécie como existindo em algum plano que, se não ser físico, é, entretanto, concebível à inteligência humana. Mas o Iniciado perfeito sabe que o Anel “Não Se Passa”, não é nenhuma localidade, nem pode ser medido pela distância, mas sim existe no absoluto o Infinito. Neste “Infinito” do perfeito Iniciado, não existem nem altura, nem largo, nem espessura; tudo é profundidade insondável, aprofundando do físico ao “parametafísico”. Ao empregar a palavra “profundiad”, abismo essencial, quer significar-se “em nenhuma e em todas partes”; não a profundidade da matéria física. Se se analisarem cuidadosamente as alegorias esotéricas e antropomórficas grosseiras das religiões populares, até nestas pode perceber-se, embora com vaguedad, a noção do Círculo de “Não se Passa”, guardado pelos Lipika. encontra-se até nos ensinos da seita

vedantina dos Visishthadvaita, a mais tenazmente antropomórfica de toda a Índia. Pois lemos com referência à alma libertada, que depois de alcançar Moksha, estado de bem-aventurança que significa “liberação da Bandha” ou escravidão, goza da bem-aventurança em um lugar chamado Paramapada, cujo lugar não é material, mas sim está constituído pela Suddasattva, a essência de que está formado o corpo de Îshvara, o “Senhor”. Ali os Muktas ou Jivâtmâs (Mónadas) que alcançaram Moksha, jamais voltam a encontrar-se sujeitos às qualidades da matéria nem do Carma. “Mas se quiserem, com objeto de fazer bem ao mundo, podem encarnar-se na Terra” (47). O caminho desde este mundo a Paramapada ou os mundos imateriais, é chamado Devayâna. Quando o homem alcançou Moksha e o corpo morre: O Jiva (a Alma) vai com a Súkshma-Sharira (48) do coração do corpo à a Brahmarandra no cocuruto da cabeça, atravessando Sushumnâ, nervo que une ao coração com o Brahmarandra. O Jiva atravessa o Brahmarandra e vai à região do Sol (Sûryamandala) por meio dos raios revestir. Então vai ao través de uma mancha obscura do Sol, a Paramapada. À a Jiva a dirige em seu caminho a Sabedoria Suprema aduirida por meio de Ioga (49). O Jiva prossegue assim a Paramapada com o auxílio dos Adhivâhikas (portadores durante o trânsito), conhecidos com os nomes do Archi, Ahas... Aditya... Prajâpatis, etc. Os Archis, etc. que aqui se mencionam, são certas Almas puras, etc. etc. (50).

Nenhum espírito, exceto os “Registradores” (Lipika), cruzou jamais a linha proibida deste Anel, nem a cruzará nenhum até o dia do próximo Pralaya, porque é a fronteira que separa ao finito -por infinito que seja aos olhos do homem- do verdadeiramente Infinito. Os Espíritos, portanto, a que se faz referência, como aqueles que “ascendem e descendem”, são as “Hostes” dos que chamamos em términos gerais “Seres Celestiales”. Mas em realidade não são nada disto. São Entidades pertencentes a mundos mais elevados na hierarquia do Ser, e tão inconmensurablemente exaltadas, que para nós devem nos parecer Deuses, e coletivamente Deus. Mas assim nós, homens mortais, devemos lhe parecer com a formiga, que pensa no grau que corresponde a sua capacidade especial. Também é possível que a formiga veja o dedo vingador de um Deus pessoal na pata do ouriço, que em um momento, e sob o desejo de fazer mal, destrói seu formigueiro, o trabalho de muitas semanas, ou sejam largos anos na cronologia dos insetos. Sentindo intensamente a formiga a imerecida calamidade, pode, quão mesmo o homem, atribui-la a uma combinação da Providência e do pecado, e ver nela a conseqüência do pecado de seu primeiro pai. Quem sabe, e quem pode afirmá-lo ou negá-lo? O negar-se a admitir que em todo o sistema solar não existam mais seres racionais e intelectuais na esfera humana que nós, constitui a maior das presunções de nossa época. Tudo que tem direito a afirmar a Ciência, é que não existem inteligências invisíveis que vivam sob as mesmas condições que nós vivemos. Não pode negar em redondo a possibilidade de que existam mundos dentro de mundos, sob condições por completo diferentes das que constituem a natureza do nosso, nem pode negar a possibilidade de que exista certa limitada comunicação entre alguns destes mundos e o nosso. O maior dos filósofos de origem européia, Emmanuel Kant, assegura-nos que semelhante comunicação não é, em maneira alguma, improvável. Confesso que me sinto muito disposto a assegurar a existência de naturezas imateriais no mundo, e a colocar a minha própria alma na classe destes seres. No futuro, não sei nem quando nem como, demonstrará-se que a alma humana pertence, até durante esta vida, em conexão indissolúvel com todas as naturezas imateriais do mundo espiritual, e que reciprocamente obra sobre elas, e delas recebe impressões (51).

Ao mais elevado destes mundos, segundo nos ensina, pertencem os sete Ordens de Espíritos puramente divinos; aos seis inferiores correspondem as hierarquias que podem em ocasiões ser vistas e ouvidas pelos homens, e que se comunicam com sua geração da Terra; geração que se acha unida a elas de modo indissolúvel, tendo cada princípio no homem sua origem direta na natureza destes grandes Seres, que nos proporcionam nossos respectivos elementos invisíveis. A Ciência Física pode especular sobre o mecanismo fisiológico dos seres viventes, e continuar seus inúteis esforços para tratar de explicar nossos sentimentos, nossas sensações mentais e espirituais, suponiéndolas funcione de seus veículos orgânicos. Entretanto, tudo que tinha que obter-se neste sentido está já alcançado, e a Ciência não irá mais longe. acha-se frente a um muro frio, onde risca, conforme se imagina, grandes descobrimentos fisiológicos e psíquicos que, como se demonstrará depois, não são a não ser telarañas, fiadas com sua fantasia e ilusões científicas. Unicamente as malhas de nossa armação objetiva, emprestam-se à análise e investigações da ciência fisiológica. Nossos Seis Princípios superiores serão sempre inacessíveis para a mão guiada por espírito hostil, que de

propósito ignora e despreza às Ciências Ocultas. Tudo que possui a moderna investigação fisiológica em conexão com os problemas psicológicos, e que devido à natureza das coisas pode ter mostrado, é que todos os pensamentos, sensações e emoções, são acompanhados por uma nova disposição das moléculas de certos nervos. A conseqüência deduzida por sábios do tipo do Büchner, Vogt e outros, de que o pensamento é vibração molecular, exige que se faça abstração completa da realidade de nossa consciência subjetiva. O Grande Dia “Sei conosco”, é pois, uma expressão cujo único mérito consiste em sua tradução literal. Sua significação não se revela tão facilmente ao público, que ignora os princípios místicos do Ocultismo, ou mas bem da Sabedoria Esotérica ou “Buddhismo”. É uma frase peculiar deste último, e tão obscura para o profano como a dos egípcios, que o denominavam o Dia de “Vêem nós”, que é idêntico ao primeiro, embora a palavra “sei” neste sentido, possa substituir-se melhor com qualquer dos dois términos: “permanece” ou “repousa conosco”, posto que se refere ao comprido período de Repouso chamado Paranirvâna. “O Jour do Viens Á Nous! C’est o jour où Osiris a dit au Soleil: Viens! Je o vois rencontrant o Soleil dans l’Amenti” (52). O Sol aqui representa aos Logotipos (ou Christos, ou Horus) como Essência central sinteticamente, e como essência difundida de Entidades radiadas, diferentes em substância, mas não em essência. Conforme foi expresso pelo autor das conferências sobre o Bhagavad-Gitâ, “não terá que supor que o Logotipos é um só centro de energia manifestado pelo Parabrahman. Existem outros inumeráveis. Seu número é quase infinito no seio do Parabrahman”. daqui as expressões “O Dia de Vêem nós” e “O Dia de Sei conosco”, etc. Assim como o Quadrado é o Símbolo das Quatro Forças ou Poderes sagrados -a Tetraktys-, do mesmo modo o Círculo manifesta o limite no seio do Infinito, que nenhum homem pode cruzar, nem mesmo em espírito, assim como tampouco nenhum Deva nem Dhyân Chohan. Os Espíritos daqueles que “descendem e sobem” durante o curso da evolução cíclica, cruzarão o “mundo rodeado de ferro”, tão somente o dia em que se aproximem das soleiras da Paranirvâna. Se chegarem a ele, repousarão no seio do Parabrahman ou as “Trevas Desconhecidas”, as quais se converterão então para todos eles em Luz, durante todo o período do Mahâpralaya, a “Grande Noite”, ou seja os 311.040.000.000.000 anos de absorção no Brahman. O Dia de “Sei conosco”, neste período de Repouso, ou Paranirvâna, corresponde ao Dia do Julgamento Final dos cristãos, que tão materializado foi, por desgraça, em sua religião (53).

ESTADIA VI NOSSO MUNDO, SEU CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 1. PELO PODER DA MÃE DE MISERICÓRDIA E CONHECIMENTO (a), KWAN-YIN -A TRIPLO DO KWAN-SHAI-YIN, QUE RESIDE NO KWAN-YIN-TIEN (b)- FOHAT, O FÔLEGO DE SUA ORIGEM, O FILHO DOS FILHOS, FAZENDO SAIR DAS PROFUNDIDADES DO ABISMO (1) INFERIOR A FORMA ILUSÓRIA DE TÊMPORA-TCHAN (2) E OS SETE ELEMENTOS. Esta Estadia se traduziu do texto chinês, e se conservaram os nomes jogo de dados como equivalentes dos términos originais. A verdadeira nomenclatura esotérica não pode darse, pois não faria mais que confundir ao leitor. A doutrina brahmánica não possui equjivalente algum para estes términos. Vâch parece, em muitos aspectos, aproximar-se da Kwan-Yin a China; mas não existe na Índia nenhum culto regular do Vâch baixo este nome, como o há na China em honra do Kwan-Yin. Nenhum sistema religioso esotérico adotou jamais um Criador feminino; assim é que a mulher foi considerada e tratada desde o começo mesmo das religiões populares, como inferior ao homem. Tão somente na China e no Egito, é onde Kwan-Yin e Isis eram consideradas ao mesmo tempo com os deuses masculinos. O Esoterismo faz caso omisso dos dois sexos. Sua Deidade mais elevada carece de sexo e de forma: não é nem Pai nem Mãe; e seus primeiros seres manifestados, tanto celestiales como terrestres, convertem-se em andróginos só gradualmente, separando-se por fim em dois distintos sexos. a) “A Mãe de Misericórdia e de Conhecimento”, é chamada a “Triplo” do Kwan-Shai-Yin, porque em suas correlações, metafísicas e cósmicas, é a “Mãe, a Esposa e a Filha” do Logotipos, justamente como nas últimas versões teológicas se converteu no “Pai, Filho e Espírito Santo (feminino)” -a Shakti ou Energia-, a Essência dos Três. Assim no Esoterismo dos

vedantinos, Daiviprakriti, a Luz manifestada por meio de Îshvara, o Logotipos (3), é, ao mesmo tempo, a Mãe e também a Filha do Logotipos, ou Verbo do Parabrahman; enquanto que nos ensinos transhimaláyicas é (na hierarquia de seu teogonía alegórica e metafísica) a “Mãe” ou Matéria abstrata e ideal, Mûlaprakriti, a Raiz da Natureza; do ponto de vista metafísico, uma correlação de Âdi-Bûtha, manifestado no Logotipos, Avalokiteshvara; e no sentido puramente oculto e cósmico, Fohat, “o Filho do Filho”, a energia andrógina que provém desta “Luz do Logotipos”, e que se mostra no plano do Universo objetivo, como a Eletricidade, tão oculta como manifesta, que é a Vida. T. Subba Row diz: A evolução começa pela energia intelectual do Logotipos... não puramente pelas potencialidades encerradas no Mûlaprakriti. Esta Luz do Logotipos é o laço... entre a matéria objetiva e o pensamento subjetivo de Îshvara (ou o Logotipos). Lhe chama Fohat em vários livros buddhistas. é o instrumento com que o Logotipos (4) opera.

(b) “Kwan-Yin-Tien” significa os “Céus Melodiosos do Som”, a mansão do Kwan-Yin, ou a “Voz Divina”. Esta “Voz” é um sinônimo do Verbo ou a Palavra, a “Linguagem”, como expressão do Pensamento. assim pode riscá-la conexão e até a origem do Bath-Kol hebreu, a “Filha da Voz Divina” ou o Verbo, ou o Logotipos masculino e feminino, o “Homem Celestial”, ou Adam-Kadmon, que é ao mesmo tempo Sephira. A última foi, certamente, precedida pela Vâch hindu, a deusa da Linguagem ou da Palavra. Porque Vâch -a filha e porção feminina, como já se há dito, do Brahmâ, “originada pelos deuses”- é, junto com o Kwan-Yin, com o Isis (também filha, esposa e irmã do Osiris) e outras deusas, o Logotipos feminino por dizê-lo assim, a deusa das forças ativas da Natureza, a palavra, Voz ou Som, e a Linguagem. Se Kwan-Yin for a “Voz Melodiosa”, o mesmo é Vâch “a vaca melodiosa da que emanam alimento e água (o princípio feminino)... a que nos nutre e sustenta” como Mãe-Natureza. Está ela associada na obra da criação com o Prajâpati. É ela fêmea ou varão ad libitum, como o é Eva com o Adão. É uma forma do Aditi -o princípio superior ao AEther- de Âkâsha, a síntese de todas as forças da Natureza. Assim Vâch e Kwan-Yin são ambas a potência mágica do Som Oculto na Natureza e no AEther, cuja “Voz” evoca do Caos e dos Sete Elementos a TêmporaTchan, a forma ilusória do Universo. Assim, no Manu, Brahmâ (também o Logotipos) é apresentado dividindo seu corpo em duas partes, masculina e feminina, e criando na última, que é Vâch, ao Virâj, o qual é ele mesmo, ou Brahmâ novamente. Um sábio ocultista vedantino fala como segue daquela “deusa”, explicando as razões pelas que Îshvara (ou Brahmâ) é chamado o Verbo ou Logotipos; por que, em uma palavra, lhe chama Shabda Brahman: A explicação que vou lhes dar lhes parecerá de tudo mística; mas se for mística, tem uma significação das mais transcendentes, se se compreender devidamente. Nossos escritores antigos dizem que Vâch é de quatro espécies (veja o Rig Veda e os Upanishads). Vaikhari Vâch é o que nós expressamos. Cada espécie do Vaikhari Vâch existe em suas formas Madhyama, Pashyanti, e ultimamente em sua forma Para (5). A razão pela que este Pranava se chama Vâch, é porque os quatro princípios do grande cosmos correspondem a estas quatro formas do Vâch. Agora bem, todo o sistema solar manifestado existe em sua forma Sûkshma na luz ou energia do Logotipos, porque sua energia é arrebatada e transferida à matéria cósmica... Todo o cosmos, em sua forma objetiva é Vaikhari Vâch, a luz do Logotipos é a forma Madhyama, e o Logotipos mesmo é a forma Pashyanti, e Parabrahman é o aspecto Pára daquele Vâch. À luz desta explicação, devemos tratar de compreender certas afirmações feitas por vários filósofos referentes a que o cosmos manifestado é o Verbo manifestado como Cosmos (6). 2 O VELOZ E RADIANTE UM PRODUZ OS SETE CENTROS ESPÉCIE (a) (7), CONTRA OS QUAIS NINGUÉM PREVALECERÁ ATÉ O GRANDE DIA “SEI CONOSCO”; E ASSENTA O UNIVERSO SOBRE ESTES ETERNOS FUNDAMENTOS, RODEANDO A TÊMPORA-TCHAN COM OS GÉRMENES ELEMENTARES (b). (a) Os Sete Centros Espécie são os sete pontos zero, empregando a palavra zero no mesmo sentido que os químicos. Em Esoterismo indica um ponto no qual começa a contá-la escala de diferenciação. Desde estes Centros -além dos quais nos permite a Filosofia Esotérica perceber os vagos contornos metafísicos dos “Sete Filhos” de Vida e de Luz, os sete Logotipos dos herméticos, e de todos outros filósofos- começa a diferenciação dos elementos que entram na constituição de nosso Sistema Solar. perguntou-se com freqüência qual era a definição exata do Fohat, e quais seus poderes e funções; pois parece exercer as de um Deus Pessoal,

tal como se compreende nas religiões populares. A resposta acaba de dar-se no comentário sobre a Estadia V. Como se diz muito bem nas Conferências sobre o Bhagavad-Gitâ: “Todo o Cosmos deve necessariamente existir na fonte uma de energia, da qual emana esta luz (Fohat)”. Seja que contemos os princípios no cosmos e no homem como sete ou só como quatro, as forças da Natureza física, são Sete; e afirma a mesma autoridade que “Prajnâ”, ou a capacidade de percepção, existe em sete diferentes aspectos correspondentes a outras tantas condições da matéria”. Porque, “precisamente assim como um ser humano está composto de sete princípios, a matéria diferenciada no Sistema Solar existe em sete condições diferentes” (8). O mesmo acontece com o Fohat. Fohat tem vários significados, como se há dito. É chamado o “Construtor dos Construtores”; tendo formado nossa Cadeia Septenaria a Força que ele personifica. Ele é Um e Sete; e na esfera cósmica se acha atrás de todas as manifestações, tais como a luz, o calor, o som, a coesão, etc., etc.; sendo o “espírito” da eletricidade, que é a Vida do Universo. Como abstração, chamamo-lhe a Vida Uma; como Realidade objetiva e evidente, falamos de uma escala septenaria de manifestação, que começa no degrau superior com a Casualidade Uma Incognoscible, e termina como Mente e Vida Onipresente, imanente em cada átomo de Matéria. Assim, enquanto a Ciência fala de sua evolução ao través da matéria grosseira, forças cegas e movimento insensível; os ocultistas indicam a Lei Inteligente e a Vida Senciente, e acrescentam que Fohat é o Espírito guia de tudo isto. Entretanto, não é, em modo algum, um deus pessoal, a não ser a emanação daqueles outros Poderes que existem atrás dele, e a quem os cristãos chamam os “Mensageiros” de seu Deus (em realidade, dos Elohim, ou mas bem um dos Sete Criadores chamados Elohim), e nós o Mensageiro dos Filhos primitivos da Vida e da Luz. (b) Os “Gérmenes Elementares” com que enche a Têmpora-Tchan (o Universo), desde o Tien-Sem (os “Céus da Mente” ou o que é absoluto), são os Átomos da Ciência e as Mónadas do Leibnitz. 3. DOS SETE (9) - PRIMEIRO UM MANIFESTADO, SEIS OCULTOS; DOIS MANIFESTADOIS, CINCO OCULTOS; TRÊS MANIFESTADOS, QUATRO OCULTOS; QUATRO PRODUCIDOS, TRÊS ESCONDIDOS; QUATRO E UM TSAN (10) REVELADOS, DOIS E UMA MEUTad OCULTOS; SEIS PARA MANIFESTAR-SE. A GENTE DEIXADO À PARTE (a). ÚLTIMAMENLHE, SETE PEQUENAS RODAS GIRANDO; UMA DANDO NASCIMENTO À OUTRA (b). (a) Embora estas Estadias se referem a todo o Universo depois de um Mahâpralaya (Dissolução Universal), entretanto, esta sentença, como pode ver qualquer que se ocupe de Ocultismo, refere-se também, por analogia, à evolução e formação final dos Sete Elementos primitivos (embora compostos) de nossa Terra. Destes, quatro são os plenamente manifestados na atualidade, enquanto o quinto Elemento, o Éter, não o está a não ser parcialmente; pois nos achamos apenas na segunda metade da Quarta Ronda, e por conseguinte, o quinto Elemento se manifestará tão somente por completo na Quinta Ronda. Os Mundos, incluindo o nosso próprio, foram é obvio, como gérmenes, desenvolvidos em um princípio do Elemento Um em seu segundo período -(o “Pai-Mãe”, a Alma diferenciada do Mundo, não o que Emerson chama a “Super Alma”)-, já o chamemos, como a Ciência moderna, pó cósmico ou névoa de fogo, ou como o Ocultismo: Âkâsha Jivâtmâ, Luz Astral Divina ou a “Alma do Mundo”. Mas este primeiro período da Evolução, foi seguido pelo próximo no devido transcurso do tempo. Nenhum mundo, e nenhum corpo celeste, podia ser construído no plano objetivo, sem que os Elementos tivessem estado já o suficientemente diferenciados de seu Ilus primitivo, repousando em Espécie. Este último término é sinônimo da Nirvâna. É, em efeito, a desagregação nirvánica de todas as substâncias sumidas, depois de um ciclo de vida, na latencia de suas condições primárias. É a sombra luminosa, mas imaterial, da matéria que foi, o reino do negativo, aonde jazem latentes, durante seu período de repouso, as Forças ativas do Universo. Agora bem; falando de Elementos, reprova-se aos antigos o “ter suposto a seus elementos simples e indescomponibles”. As sombras de nossos antecessores pré-históricos, poderiam fazer o mesmos em relação aos físicos modernos, agora que os novos descobrimentos em química conduziram ao Mr. Crookes, F. R. S., a admitir que a Ciência se acha ainda a um milhar de léguas do conhecimento da natureza complexa da mais simples molécula. Por ele sabemos que a molécula realmente simples e por completo homogênea, é terra incognita para a química. “Em onde temos que riscar a linha?” -pergunta ele-. “Não existe médio algum para sair desta perplexidade? Devemos fazer de modo que os exames elementares sejam tão severos que só permitam a aprovação de 60 a 70 candidatos, ou

devemos, pelo contrário, abrir as portas de tal maneira, que o número de admissões se ache tão somente limitado pelo número de solicitantes?” E depois o sábio químico, citando exemplos surpreendentes, diz: Tomemos o itrio. Possui um peso atômico definido; sob todos conceitos se conduz como um corpo simples, como um elemento ao qual podemos à verdade acrescentar, mas do qual nada podemos tirar. Entretanto, este itrio, este conjunto suposto homogêneo, ao ser submetido a certo método de fracionamento, transforma-se em porções que não são absolutamente idênticas entre si, e que exibem uma gradação de propriedades. Vejamos também o caso do didimio. Era um corpo que apresentava todos os caracteres reconhecidos de um elemento. Tinha sido separado com muita dificuldade de outros corpos que lhe pareciam intimamente em suas propriedades, e durante o exame de comprovação, sofreu os mais severos tratamentos, e foi objeto dos escrutínios mais minuciosos. Mas veio então outro químico que, tratando a este persumido corpo homogêneo por um procedimento peculiar de fracionamento, resolveu nos dois corpos praseodimio e neodimio, entre os quais são perceptíveis certas distinções. Além disso, não possuímos na atualidade a certeza de que o praseodimio e o neodimio sejam corpos simples. Pelo contrário, manifestam também sinais de fracionamento. Agora bem; se um suposto elemento tratado convenientemente se vê deste modo que compreende moléculas diferentes, temos certamente direito a perguntar se não poderem obter-se resultados semelhantes com outros elementos, possivelmente com todos, se são tratados do modo conveniente. Podemos perguntar, igualmente, em onde tem que deter o procedimento de classificação, procedimento que, certamente, pressupõe variações entre as moléculas individuais de cada espécie. E nestas separações sucessivas encontramos, como é natural, corpos que se aproximam mais e mais uns aos outros (11).

A recriminação dirigida aos antigos, é uma vez mais infundado. Em todo caso, não pode fazer-se semelhante cargo a seus filósofos iniciados, posto que eles foram os que de um princípio inventaram alegorias e mitos religiosos. Se tivessem ignorado a heterogeneidade dos Elementos, não houvessem poseído personificações do Fogo, do Ar, da Terra e do AEther; seus deuses e deusas cósmicos jamais tivessem sido bentos com semelhante posteridade, com tantos filhos e filhas, elementos nascidos de e dentro de cada Elemento respectivo. A alquimia e os fenômenos ocultos tivessem sido uma ilusão e um engano, até em teoria, se os antigos tivessem ignorado as potencialidades, as funções correlativas e os atributos de cada elemento componente do Ar, da Água, da Terra, e até do Fogo; sendo este último, até hoje em dia, uma terra incognita para a ciência moderna, que se vê obrigada a chamá-lo movimento, evolução da luz e do calor, estado de ignição, etc.; definindo-o, em uma palavra, por seus aspectos exteriores, na ignorância de sua natureza verdadeira. Mas o que ao parecer não consegue perceber a ciência moderna, é que diferenciados como podem ter sido aqueles simples átomos químicos -aos quais a filosofia arcaica chamou “os criadores de seus pais respectivos”, pais, irmãos, maridos de suas mães; e a estas mães, as filhas de seus próprios filhos como Aditi e Daksha, por exemplo-; diferenciados como estavam estes elementos em um princípio, não eram, entretanto, como são agora, os corpos compostos que conhece a Ciência. Nem a Água, nem o Ar, nem a Terra (sinônimo para os sólidos em geral) existiam em sua forma presente, representando os três estados da matéria que unicamente reconhece a Ciência; pois todos estes, até o mesmo Fogo, são produções já recombinadas pelas atmosferas de globos completamente formados, de modo que nos primeiros períodos da formação da terra, eram algo por completo sui géneris. Agora que as condições e leis de nosso Sistema Solar estão completamente desenvolvidas, e que a atmosfera de nossa terra, quão mesmo as de todos outros globos, converteram-se, por dizê-lo assim, em crisóis próprios, a Ciência Oculta ensina que no espaço tem lugar uma mudança perpétua de moléculas, ou mas bem de átomos, correlacionando-o e trocando assim sobre cada planeta seus equivalentes de combinação. Alguns homens de ciência de entre os físicos e químicos mais eminentes, começam a suspeitar este fato, o qual é conhecido, épocas há, pelos ocultistas. O espectroscópio faz ver unicamente a provável semelhança (fundada na evidência externa) da substância terrestre e da sideral; é incapaz de passar mais à frente, ou de fazer ver se os átomos gravitam ou não um para outro do mesmo modo e nas mesmas condições, em que se supõe a verificam física e quimicamente em nosso planeta. A escala de temperatura, do grau mais elevado até o mais inferior que possam conceber-se, pode supor-se que é a mesma e uma no Universo inteiro; entretanto, suas propriedades, fora das de dissociação e de reasociación, diferem em cada planeta; e assim entram os átomos em novas formas de existência, não sonhadas pela ciência física, e incognoscibles para ela. Como já se há dito no Five Years of Theosophy, pág. 242, a essência da matéria cometaria, por exemplo, “é por completo diferente de qualquer das características que conhecem os maiores químicos e físicos da terra”. E até esta matéria, durante seu rápido passo ao través de nossa atmosfera,

experimenta certa mudança em sua natureza. Assim, não só os elementos de nosso planeta, mas também até os de todos seus irmãos no Sistema Solar, diferem tanto uns de outros em suas combinações, como dos elementos cósmicos de além de nossos limites revestir. Isto é novamente corroborado pelo mesmo homem de ciência no discurso já chamado, que cita ao Clerk Maxwell, dizendo “que os elementos não são absolutamente homogêneos”. Diz assim: É difícil conceber a seleção e a eliminação de variedades intermédias; porque, aonde podem ter ido estas moléculas eliminadas, se, como temos razões para acreditar, o hidrogênio, etcétera, das estrelas fixas, está composto de moléculas idênticas em todos seus aspectos às nossas?... Em primeiro lugar podemos pôr em tecido de julgamento esta identidade molecular absoluta, do momento em que até a data não tivemos médio algum para chegar a uma conclusão, salvo os que nos proporciona o espectroscópio; enquanto que por outro lado se admite que, para poder comparar e discernir com precisão os espectros de dois corpos, devem ser examinados baixo idênticos estados de temperatura, de pressão e todas as demais condicione físicas. Certamente, nós vimos no espectro do sol, raios que não pudemos identificar.

portanto, os elementos de nosso planeta não podem ser tomados como modelo para servir de comparação com os de outros mundos. De fato, cada mundo possui seu Fohat, que é onipresente em sua própria esfera de ação. Mas existem tantos Fohats como mundos, cada um dos quais varia em poder e em grau de manifestação. Os Fohats individuais constituem um Fohat universal, Fohat coletivo (o aspecto-entidade da única e absoluta Não-Entidade, que é a absoluta Seidad (B-ness), Sat). “Milhões e trilhões de mundos são produzidos em cada Manvántara”, diz-se. portanto, deve haver muitos Fohats, a quem nós consideramos como Forças conscientes e inteligentes. Isto, sem dúvida, com desgosto das mentalidades científicas. Entretanto, os ocultistas, que têm boas razões para isso, consideram a todas as forças da Natureza como verdadeiros estados da Matéria, embora suprasensibles; e como possíveis objetos de percepção para seres dotados dos sentidos adequados. Encerrado no Seio da Eterna Mãe em seu estado antigo e virginal, cada átomo nascido além das soleiras de seu reino está condenado a diferenciação incessante. “A Mãe dorme, embora sempre está respirando”. E cada expiração envia ao plano do manifestado seus produtos próteos, os quais, arrebatados pela onda do fluxo, são pulverizados pelo Fohat e arrastados para, ou mais à frente, desta ou de outra atmosfera planetária. Uma vez que esta última se deu procuração do átomo, este está perdido; sua antiga pureza desapareceu para sempre, a menos que o fado o dissocie daquela, conduzindo-o a “uma corrente do fluxo” (término ocultista de acepção completamente diferente da ordinária), podendo ser então miserável novamente à fronteira onde havia previamente sucumbido, e tomar rumo, não para o espaço de acima, a não ser para o de dentro, sendo conduzido a um estado de equilíbrio diferencial e felizmente reabsorvido. Se um ocultista-alquimista, verdadeiramente sábio, escrevesse a “Vida e Aventuras de um Átomo”, granjearia-se com isso o supremo desprezo do químico moderno, embora, possivelmente, também sua gratidão subseqüente. Em efeito, se semelhante químico imaginário estivesse dotado de intuição, e se saísse por um momento do círculo habitual da “ciência estritamente exata”, como o faziam os antigos alquimistas, poderia encontrar um prêmio a sua audácia. Seja como for, “O Fôlego do Pai-Mãe sai frio e radiante, e se esquenta e corrompe, para esfriar-se de novo e ser desencardido no eterno seio do Espaço interno” diz o Comentário. O Homem absorve ar puro e fresco na cúpula da montanha, e o expele impuro, quente e transformado. Assim, em cada globo, sendo a atmosfera mais elevada, sua boca, e a inferior, os pulmões, o homem de nosso planeta respira unicamente o refugo da “Mãe”; e portanto, “está condenado a morrer nele”. O que pudesse alotropizar o oxigênio preguiçoso em ozônio de certo grau de atividade alquímica, reduzindo-o a sua essência pura (para o qual há médios), descobriria com isso o substituto do “Elixir de Vida”, e poderia prepará-lo para usos práticos. (b) O processo mencionado em relação “às Pequenas Rodas, a uma dando nascimento à outra”, tem lugar na sexta região contando de acima, e no plano do mundo mais material de todos no Kosmos manifestado, nosso planeta terrestre. Estas “Sete Rodas” são nossa Cadeia Planetária. Por “Rodas” se indica geralmente as várias esferas e centros de força; mas neste caso se referem a nosso Anel septenario. 4. ELE AS CONSTRÓI A SEMELHANÇA DE RODAS MAIS ANTIGAS (12), COLOCANDOAS NOS CENTROS IMPERECÍVEIS (a).

COMO AS CONSTRÓI FOHAT? ELE REÚNE O ÍGNEO PÓ. FAZ ESFERAS DE FOGO, CORRE AO TRAVÉS DELAS E A SEU REDOR, LHES infundindo VIDA; E DEPOIS AS PÕE EM MOVIMENTO: Às UMAS NESTA DIREÇÃO, Às OUTRAS NAQUELA. ESTÃO FRITEM, E ELE AS ESQUENTA. ESTÃO SECAS, E ELE AS UMEDECE. BRILHAM, E ELE AS VENTILA E AS REFRESCA (b). ASSIM PROCEDE FOHAT DO UM AO OUTRO CREPÚSCULO, DURANTE SETE ETERNIDADES (13). (a) Os Mundos são construídos “a semelhança de Rodas mais antigas”, ou seja dos que existiram no Manvántaras precedentes e entraram na Pralaya; pois a Lei que preside ao nacimaiento, desenvolvimento e decadência de cada uma das coisas que existem no Kosmos, do Sol até a vaga-lume na grama, é uma. Há uma obra perpétua de perfeição em cada uma das aparições novas; mas a Substância-Matéria e as Forças são todas uma e a mesma. E esta Lei obra em cada planeta por meio de leis variáveis e de menor importância. Os “Centros (Espécie) Imperecíveis” têm uma grande importância, e tem que compreender-se completamente sua significação, se queremos possuir conceito claro da cosmogonia arcaica, cujas teorias aconteceram agora ao Ocultismo. Na atualidade, uma coisa pode afirmar-se. Os mundos não são construídos, nem em cima, nem sobre, nem em Centros Espécie; pois o ponto zero é uma condição e não um ponto matemático. (b) Tenha-se presente que Fohat, a Força construtora da Eletricidade Cósmica, diz-se metaforicamente que brotou, como Rudra da cabeça do Brahmâ, “do Cérebro do Pai e do Seio da Mãe”, e que depois se metamorfoseou em um macho e uma fêmea, isto é, polarizou-se em eletricidade positiva e negativa. Ele tem Sete Filhos, que são seus Irmãos. Fohat se vê obrigado a nascer uma e outra vez, sempre que dois quaisquer de seus “Filhos-hermanos” se permitem ficar em contato muito estreito, já se trate de abraço ou de luta. Para evitar isto, une e ata juntos a aqueles de natureza distinta, e separa aos de temperamentos similares. Isto se refere, é obvio, como pode ver qualquer, à eletricidade gerada por fricção, e à lei de atração entre dois objetos de polaridade contrária e de repulsão entre os de polaridade análoga. Os Sete “Filhos-hermanos”, entretanto, representam e personificam as sete formas de magnetismo cósmico, chamadas no Ocultismo prático os “Sete Radicais”, cuja produção cooperativa e ativa é, entre outras energias, a Eletricidade, o Magnetismo, o Som, a Luz, a Coesão, etc. A Ciência Oculta define a todas as anteriores como efeitos suprasensibles em sua maneira de conduzir-se oculta, e como fenomenais objetivos no mundo dos sentidos; os primeiros requerendo faculdades anormais para percebê-los; os últimos cognoscibles por nossos sentidos físicos ordinários. Todos eles pertencem e são emanações de qualidades espirituais ainda mais suprasensibles, não personificadas, mas pertencendo a Causas reais e conscientes. Tentar uma descrição de semelhantes Entidades, seria mais que inútil. Débito o leitor ter presente que, segundo nossos ensinos, que consideram a este Universo fenomenal como uma grande Ilusão, quanto mais próximo se acha um corpo à Substância Desconhecida, quanto mais se aproxima da Realidade, por encontrar-se mais separado deste mundo do Mâyâ. portanto, embora a constituição molecular destes corpos não é deducible de suas manifestações neste plano de consciência, entretanto, possuem eles, do ponto de vista do adepto ocultista, uma estrutura claramente objetiva já que não material, no Universo relativamente noumenal, oposto ao fenomenal ou externo. Podem os homens de ciência se quiserem, lhes chamar força ou forças geradas pela matéria, ou “modos de movimento” da mesma; o Ocultismo vê nestes efeitos “Elementares” (forças), e nas causas diretas que os produzem, Operários Divinos e inteligentes. A conexão íntima destes Elementares, guiados pela infalível emano dos Regentes -sua correlação poderíamos dizer- com os elementos da Matéria pura, se manifesta em nossos fenômenos terrestres, tais como a luz, o calor, o magnetismo, etc. É obvio, que jamais estaremos nós de acordo com os substancialistas americanos (14), que chamam a todas as forças e energias, já sejam luz, calor, eletricidade ou coesão, uma “entidade”; porque isto equivaleria a chamar o ruído produzido pelas rodas de um veículo uma entidade -confundindo e identificando assim aquele “ruído” com o “condutor que está fora, e com o Dono, a “Inteligência Diretora”, dentro do veículo-. Mas nós damos certamente aquele nomeie aos “condutores” e às “Inteligências diretoras”, os Dhyân Chohans regentes, como já se mostrou. Os Elementares, as Forças da Natureza, são as causas secundárias que operam invisíveis, ou mas bem imperceptíveis, e que são a sua vez os efeitos de causas primárias, depois do Véu de todos os fenômenos terrestres. A eletricidade, a luz, o calor, etc., foram com razão chamados os “Espectros ou Sombras da Matéria em Movimento”, ou seja os estados suprasensibles da matéria, cujos efeitos unicamente podemos perceber.

Para ampliar o conceito, voltemos para a comparação anterior. A sensação da luz é, como o som das rodas em movimento, um efeito puramente fenomenal e sem realidade alguma fora do observador. A próxima causa excitante da sensação é comparável ao condutor -um estado suprasensible da matéria em movimento, uma força da Natureza ou Elementar-. Mas, detrás de este -do mesmo modo que o dono da carruagem dirige do interior ao condutor- acha-se a causa mais elevada e noumenal: a Inteligência de cuja essência irradiam estes Estados da “Mãe”, gerando os inumeráveis milhares de milhões de Elementares ou Espíritos psíquicos da Natureza, da mesma maneira que cada gota de água gera seus infusorios físicos infinitesimais. Fohat é quem guia a transferência dos princípios de um planeta a outro, de um astro a outro astro-menino. Quando um planeta morre, seus princípios essenciais são transferidos a um centro espécie ou de repouso, com energia potencial, mas latente, o qual é assim despertado à vida e começa a converter-se em um novo corpo sideral. É verdadeiramente notável que os físicos, apesar de que confessam honestamente sua completa ignorância em relação à natureza verdadeira da mesma matéria terrestre (a substância primitiva sendo considerada mais como um sonho que como uma realidade), constituam-se, entretanto, em juizes em relação a aquela matéria, e pretendam saber o que é capaz ou não de fazer, em suas combinações várias. Os sábios conhecem da matéria apenas sua epiderme, e entretanto dogmatizan. É um “modo de movimento” e nada mais! Mas a “força” que é inerente no sopro de uma pessoa, quando soprando tira uma partícula de pó de em cima de uma mesa, é também inegavelmente “um modo de movimento”; e é igualmente inegável, que não é uma qualidade da matéria ou das partículas daquele pó, mas sim emana da Entidade vivente e pensante que soprou, seja que o impulso se originou consciente ou inconscientemente. Na verdade, atribuir à matéria a respeito da qual nada se conhece, uma qualidade inerente chamada Força, a respeito de cuja natureza ainda se sabe menos, é criar uma dificuldade muito mais séria que a que existe em aceitar a intervenção de nossos “Espíritos da Natureza” em todos os fenômenos naturais. Os ocultistas -quem ao expressar-se corretamente não dizem que a matéria seja indestrutível e eterna, a não ser tão somente a substância ou essência da matéria (isto é, a Raiz de tudo, Mûlaprakriti)- asseguram que todas as chamadas Forças da Natureza: a eletricidade, o magnetismo, a luz, o calor, etc. longe de ser modos de movimento de partículas materiais, são in seja-se, isto é, em sua constituição final, os aspectos diferenciados daquele Movimento Universal que se discute e explica nas primeiras páginas deste volume. Quando se diz que Fohat produz Sete Centros Espécie, isso significa que para propósitos formativos ou criadores, a Grande Lei (podem os teístas chamá-la Deus) detém ou mas bem modifica seu movimento perpétuo em sete pontos invisíveis dentro da área do Universo Manifestado. “O grande fôlego faz no Espaço sete buracos em Espécie, para lhes fazer girar durante o Manvántara” -diz o Catecismo Oculto-. Já havemos dito que Espécie é o que a Ciência, pode chamar o ponto-zero ou linha; o reino do negativo absoluto ou a única Força absoluta verdadeira, o nóumeno do Sétimo Estado do que ignorantemente chamamos e reconhecemos como “Força”; ou o nóumeno da Substância Cósmica No-diferenciada, a qual é, em si mesmo, um objeto inalcançável e incognoscible para a percepção finita; a raiz e base de todos os estados de objetividade e também de subjetividade; o eixo neutro, não um dos muitos aspectos, a não ser seu centro. Tente-se imaginar um centro neutro, o sonho dos que andam depois de do movimento perpétuo, e poderá se ter uma idéia para elucidar o significado. Um “centro neutro” é, em um aspecto, o ponto limite de qualquer classe dada de sentidos. assim, imaginemos dois planos consecutivos de matéria; correspondendo cada um deles a uma classe apropriada de órgãos de percepção. Vemo-nos obrigados a admitir que entre estes dois planos de matéria, tem lugar uma circulação incessante; e se seguirmos aos átomos e moléculas, suponhamos, do inferior em suas transformações para cima, chegarão estas a um ponto, passado o qual, ficarão por completo fora do alcance da ordem de faculdades de que fazemos uso no plano inferior. De fato, para nós a matéria do plano inferior se desvanece ali para nossa percepção; ou mas bem passa ao plano superior, e o estado de matéria correspondente a um ponto tal de transição, débito certamente possuir propriedades especiais, não fáceis de descobrir. Sete destes “Centros Neutros” (15) são, pois, produzidos pelo Fohat, o qual, quando, como diz Milton: Perfeitos alicerces (são) estabelecidos para sobre eles construir....

estimula à matéria à atividade e à evolução. O Átomo Primitivo (Anu) não pode ser multiplicado nem em seu estado pregenético,

nem o primogenético; portanto, é chamado a “Soma Total” em sentido figurado, é obvio, pois aquela “Soma Total” carece de limites. O que para o físico é o abismo de um nada, pois só conhece o mundo de causas de efeitos visíveis, é o Espaço sem limites do Plenum Divino para o ocultista. entre muitas outras objeções em contrra da doctrrina da evolução e involução perpétuas, ou ré-absorção do Kosmos, processo que segundo a Doutrina brahmánica e esotérica carece de princípio e de fim, lhe diz ao ocultista que não pode ser, posto que, “segundo tudo que admite a moderna filosofia científica, é uma necessidade na Natureza o esgotar-se”. Se a tendência da Natureza a “esgotar-se”, deve ser considerada como uma objeção de tanta força contra a cosmogonia oculta, como -podemos perguntar nós- explicamse seus positivistas, librepensadores e sábios, a falange de sistemas siderais em atividade em nosso torno? tiveram a eternidade para “esgotar-se”; por que, pois, não é o Kosmos uma enorme massa inerte? Até a lua se crie só, hipoteticamente, que é um planeta morto, “esgotado”, e a astronomia parece desconhecer muitos planetas mortos deste gênero (16). Pergunta-a não tem resposta. Mas além disto, tem que fazer-se observar que a idéia do esgotamento da “energia transformable”, em nosso pequeno sistema, está fundada única e exclusivamente no enganoso conceito de “um sol incandescente ao vermelho branco”, irradiando perpetuamente seu calor no espaço, sem receber compensação. A isto respondemos que a Natureza decai e desaparece do plano objetivo, tão somente para voltar a surgir depois de um período de repouso do subjetivo e reascender uma vez mais. Nosso Kosmos e nossa Natureza, esgotarão-se unicamente para reaparecer sobre um plano mais perfeito depois de cada Pralaya. A Matéria dos filósofos orientais, não é a “matéria”. E sobre tudo, o que é nossa filosofia científica, mais que o tão precisa e cortesmente definido pelo Kant, como “a ciência dos limites de nosso conhecimento”? A que conduziram as muitas tentativas verificadas pela Ciência, para enlaçar, unir e definir todos os fenômenos da vida orgânica, por meio de meras manifestações físicas e químicas? A simples especulações em geral; a meras borbulhas de sabão que desaparecem uma atrás de outra antes de que aos homens de ciência lhes seja permitido descobrir feitos reais. Tudo isto se evitou, e o progresso do saber tivesse procedido a passos aumentados, só com que a Ciência e sua filosofia se abstiveram de aceitar hipótese fundadas no mero conhecimento limitado e exclusivo de sua “matéria”. O exemplo de Urano e de Netuno, cujos satélites, quatro e um, respectivamente, giravam, conforme se acreditava, em suas órbitas do Oriente ao Ocidente, enquanto que todos outros satélites giram do Ocidente ao Oriente, é uma boa amostra da pouca confiança que devem inspirar todas as especulações a priori, mesmo que se achem apoiadas na análise matemática mais exata. A famosa hipótese da formação de nosso Sistema Solar saído dos anéis da nebulosa, apresentada pelo Kant e Laplace, achava-se fundada principalmente no suposto de que todos os planetas giravam na mesma direção. Neste fato, matematicamente demonstrado em tempos do Laplace, é no que o grande astrônomo, calculando segundo a teoria de probabilidades, apoiou-se para apostar três milhões contra um, a que o próximo planeta que tirasse o chapéu apresentaria em seu sistema a mesma peculiaridade de movimento para o Este. As leis imutáveis das matemática científicas “foram vencidas pelos experimentos e observações posteriores”. Esta idéia do engano do Laplace prevalece em geral até hoje em dia; mas alguns astrônomos obtiveram finalmente demonstrar (?) que o engano consistiu em tomar a afirmação do Laplace por um equívoco; e na atualidade se estão dando passos para corrigir a bévue, sem chamar a atenção geral. Muitas surpresas desagradáveis deste gênero se acham em reserva para as hipótese, até de um caráter puramente físico. Quantas desilusões mais podem, pois, existir respeito de questões relativas a uma natureza oculta e transcendental? Seja como quero, o Ocultismo ensina que a chamada “rotação contrária” é um fato. Se nenhuma inteligência do plano físico for capaz de contar os grãos de areia que cobrem umas poucas milhas de praia, nem de penetrar a natureza íntima e a essência daqueles grãos, evidentes e visíveis na palma da mão do naturalista, como pode materialista algum limitar as leis que regem as mudanças nas condições e existência dos átomos no Caos Primitivo, ou conhecer com certeza nada do referente às capacidades e potência dos átomos e moléculas, antes e depois de sua ordenação em mundos? Estas moléculas imutáveis e eternas (muito mais inumeráveis no espaço que os grãos de areia à beira do mar) podem diferir em sua constituição nos limites de seus planos de existência, como a substância da alma difere de seu veículo, o corpo. Nos ensina que cada átomo possui sete planos de ser ou de existência; e cada plano está regido por suas leis específicas de evolução e de absorção. Como os astrônomos, geólogos e físicos permanecem na ignorância de toda classe de dados

cronológicos, nem tão sequer aproximados, de que possam partir para tentar decidir a idade de nosso planeta ou a origem do sistema solar, apartam-se cada vez mais, com cada nova hipótese, das fronteiras da realidade, para cair nos abismos sem fundo da ontologia especulativo (17). A Lei de Analogia, no plano de estrutura entre os sistemas revestir e os planetas revestir, não se apóia necessariamente nas condições finitas a que os corpos físicos se acham sujeitos neste nosso plano de existência. Na Ciência Oculta esta lei de Analogia é a primeira chave e mais importante para a física cósmica; mas tem que ser estudada em seus detalhes mais minuciosos, e “tem que dar-se o sete voltas” antes que possa ser compreendida. A Filosofia Oculta é a única ciência que pode ensiná-la. Como, pois, pode ninguém dizer que é ou não certa a proposição do ocultista, de que “o Kosmos é eterno em sua coletividade incondicionada, e finito tão somente em suas manifestações condicionadas”, fundando-se na proposição física unilateral de que “para a Natureza é uma necessidade o esgotar-se”? (18). UMA DIGRESSÃO Com esta Sloka termina a parte das Estadias que se refere à Cosmogonia do Universo depois do último Mahâpralaya ou Dissolução Universal, que, quando chega, arrebata do Espaço todas as coisas diferenciadas, tanto Deuses como átomos, a maneira de outras tantas folhas secas. Desde este versículo em adiante, as Estadias se acham relacionadas tão somente com nosso Sistema Solar em geral, com as Cadeias Planetárias do mesmo como conseqüência, e especialmente com a história de nosso Globo (o Quarto e sua Cadeia). Todos os versículos que seguem neste volume, referem-se unicamente à evolução de nossa Terra, e nela. Com respeito a esta última, afirma-se um princípio estranho -estranho, é obvio, tão somente do ponto de vista científico moderno- que devemos dar a conhecer. Mas antes de apresentar ao leitor teorias novas e algum tão alarmantes, estas têm que ser precedidas de algumas palavras de explicação. Isto é absolutamente necessário, posto que estas teorias não só se chocam com a ciência moderna, mas também contradizem além disso, em certos pontos, algumas afirmações anteriores feitas por outros teósofos, que pretendem fundar suas explicações e exposições destes ensinos na mesma autoridade que nós (19). Isto pode dar origem à idéia de que existe uma contradição decidida entre os expositores da mesma doutrina; enquanto que a diferença procede, em realidade, do incompleto dos informe que se deram aos escritores anteriores, quem deduziu, por este motivo, algumas conclusões errôneas, e se permitiram especulações prematuras, ao tratar de apresentar ao público um sistema completo. Assim é que o leitor já iniciado na Teosofía não deve surpreender-se se encontrar nestas páginas a retificação de certas afirmações feitas em várias obras teosóficas, e também a explicação de certos pontos ainda obscuros, posto que lhes deixou necessariamente incompletos. Muitas som as questões que não há meio doido sequer o autor do Esoteric Buddhism, sendo esta obra a melhor e a mais esmerada de todas as de sua classe. Por outra parte, até ele mesmo introduziu várias noções errôneas que têm que apresentar-se agora em sua verdadeira luz mística, até o ponto em que quem estas linhas escreve seja capaz de verificá-lo. Façamos, pois, uma breve interrupção entre as Slokas justamente explicadas e as que seguirão depois; pois os períodos cósmicos que as separam são de uma duração imensa. isto nos dará tempo suficiente para jogar uma olhada sobre alguns pontos pertencentes à Doutrina Secreta, que foram apresentados ao público sob uma luz mais ou menos duvidosa e algumas vezes errônea.

ALGUNS CONCEITOS PRIMITIVOS ERRÔNEOS REFERENTES Aos PLANETAS, Às RONDAS E AO HOMEM Entre as onze Estadias omitidas, existe uma que faz a descrição completa da formação sucessiva das Cadeias Planetárias, depois de ter começado a primeira diferenciação cósmica e atômica no Acosmismo primitivo. Inútil é falar de “leis que aparecem quando a Deidade se prepara para criar”; pois as “leis”, ou mas bem a Lei, é eterna e increada; e além disso, a Deidade é a Lei, e viceversa. Por outra parte, a eterna Lei uma desembrulha todas as coisas na Natureza que tem que manifestar-se, com arrumo a um princípio séptuple; e entre outras, as

inumeráveis Cadeias circulares de Mundos, compostas de sete Globos graduados nos quatro planos inferiores do Mundo de Formação, pertencendo os outros três ao Universo Arquétipo. Destes sete Globos, tão somente um, o inferior e o mais material de todos, acha-se dentro de nosso plano ou ao alcance de nossos meios de percepção, permanecendo os outros seis fora do mesmo e sendo portanto invisíveis ao olho terrestre. Cada uma de tais Cadeias de Mundos é o produto e a criação de outra, inferior, e morta: é sua reencarnação, por dizê-lo assim. Para esclarecê-lo mais: nos ensina que cada planeta -dos quais sete unicamente eram chamados sagrados, por estar regidos pelos Deuses ou Regentes mais elevados, e não porque os antigos não soubessem nada de outros (20)-, já seja conhecido ou desconhecido, é septenario, como também o é a Cadeia a que a Terra pertence. Por exemplo, todos os planetas tais como Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, etc., nossa Terra, são tão visíveis para nós, como o é provavelmente nosso Globo aos habitantes, se os houver, de outros planetas, posto que se encontram todos no mesmo plano; enquanto que os globos superiores e companheiros destes planetas estão em outros planos por completo fora do de nossos sentidos terrestres. Como sua posição relativa se representa mais adiante, assim como também no diagrama acrescentado aos Comentários sobre a Sloka 6 da Estadia VI, algumas palavras de explicação é tudo que se necessita por agora. Estes companheiros invisíveis correspondem de modo singular ao que nós chamamos os “princípios” do Homem. Os sete estão em três planos materiais e um espiritual, respondendo aos três Upâdhis (apóie materiais) e um veículo espiritual (Vâhana), de nossos sete Princípios na divisão humana. Se, com objeto de obter um conceito mais claro, imaginamos aos princípios humanos dispostos com arrumo ao plano que segue, obteremos o diagrama de correspondências seguinte: DIAGRAMA I

Como procedemos aqui de Universais a Particulares, em lugar de empregar o método indutivo ou do Aristóteles, os números estão investidos. O Espírito se enumera o primeiro em lugar do sétimo, como usualmente se faz, embora, em realidade, não devesse fazer-se. Os Princípios, segundo lhes chama geralmente em arrumo ao Esoteric Buddhism e outras obras, são: 1, Âtmâ; 2, Buddhi (Alma Espiritual); 3, Emana (Alma Humana); 4, Kâma Rûpa (Veículo dos Desejos e Paixões); 5, Prâna; 6, Linga Sharira; 7, Sthûla Sharira. As linhas negras horizontais dos globos inferiores são os Upâdhis no caso dos Princípios humanos, e os planos no caso da Cadeia Planetária. É obvio, no referente aos Princípios humanos, o diagrama não os coloca por completo em ordem; embora faça ver a correspondência e a analogia por volta da qual se chama agora a atenção. Como verá o leitor, trata-se do descida do espírito na matéria, o ajuste (tanto no sentido místico como no físico) dos dois, e seu mistura para a vindoura grande “luta pela existência”, que aguarda ambas as Entidades. Pensará-se, possivelmente, que “Entidade” é um término estranho para empregá-lo

com referência a um Globo; mas os antigos filósofos, que viam na Terra um enorme “animal”, eram mais sábios em sua geração que na atual nossos modernos geólogos; e Plinio, que llamanba à Terra nossa boa nodriza e mãe, e o único elemento que não é inimigo do homem, falava com mais verdade que Watts, que imaginava ver nela a banqueta de Deus. Pois a Terra não é mais que a banqueta do homem em sua ascensão a regiões mais elevadas, o vestíbulo ... de gloriosas mansões, onde se agita sempre multidão compacta.

Mas isto tão somente mostra quão admiravelmente relaciona a Filosofia Oculta cada uma das coisas da Natureza, e quanto mais lógicos som seus princípios que as especulações hipotéticas e sem vida da ciência física. Tendo aprendido tudo isto, o místico se encontrará melhor preparado para compreender o ensino oculto, embora os que estudam a ciência moderna podem (e provavelmente o farão) considerá-la absurda e sem sentido. O ocultista, entretanto, sustenta que a teoria agora discutida é muito mais filosófica e provável que qualquer outra. É mais lógica, de todos os modos, que a recentemente promulgada, segundo a qual a Lua é a projeção de uma parte de nossa Terra, expelida quando esta última era tão somente um globo em fusão, uma massa plástica fundida. O autor do Modern Science and Modern Thought, Mr. Samuel Laing, diz: As conclusões astronômicas são teorias fundadas em dados tão incertos, que enquanto em alguns casos dão resultado de uma brevidade incrível, como o de 15 milhões de anos para todo o passado processo de formação do sistema solar, em outros dão resultados de uma extensão de tempo quase incrível, como o supor que a Lua foi lançada da Terra, quando esta girava em três horas, enquanto que o máximo atraso observado exigiria 600 milhões de anos para fazê-la girar em vinte e três horas, em lugar de vinte e quatro (21).

E se os físicos persistem em tais especulações, por que têm que rir da cronologia dos indos, tachando a de exagerada? Diz-se, além disso, que as Cadeias Planetárias têm seus Dias e suas Noites, ou seja períodos de atividade ou vida, e de inércia ou morte; e se conduzem nos céus como os homens na terra; engendram a seus semelhantes, envelhecem e ficam pessoalmente extintas, vivendo tão somente em sua prole seus princípios espirituais, a maneira de sobrevivência própria. Sem tentar a dificilísima tarefa de explicar todo o processo com todos seus cósmicos detalhes, pode dizê-lo suficiente para dar uma idéia aproximada dele. Quando uma Cadeia Planetária se encontra em sua última Ronda, seu Globo A antes de morrer por completo, envia toda sua energia e princípios a um centro neutro de força latente, um centro espécie, dando com isso vida a um novo núcleo de substância ou matéria não diferenciada; isto é, o acordada à atividade ou lhe dá vida. Suponhamos que uma evolução semelhante tenha tido lugar na Cadeia Lunar Planetária; suponhamos além disso, em graça do argumento, que a Lua é muito mais velha que a Terra (embora a teoria do Mr. Darwin, citada antes, foi ultimamente arremesso abaixo, e apesar de que o fato não foi ainda determinado pelo cálculo matemático). Imaginemos que evos antes de desembrulhar o primeiro Globo dos sete nossos, permaneciam os seis Globos companheiros da Lua, justamente na mesma posição com relação uns aos outros que a que ocupam na atualidade os Globos de nossa cadeia com respeito a nossa Terra (22). E agora será fácil imaginar ao Globo extremo A da Cadeia Lunar dando vida ao Globo A da Cadeia Terrestre, e morrendo; logo ao Globo B da primeira transmitindo sua energia ao globo B da nova Cadeia; depois ao Globo C da Cadeia Lunar, criando sua produção, a esfera C da Cadeia Terrestre; logo à Lua (nosso Satélite) lançando toda sua vida, energia e poderes ao globo mais inferior de nosso anel planetário, ao globo D, nossa Terra; e havendo-os transferido a um novo centro, converte-se virtualmente em um planeta morto, no qual a rotação há quase cessado do nascimento de nosso Globo. É inegável que a Lua é o satélite da Terra; mas isto não invalida a teoria de que deu tudo a esta menos seu cadáver. Para que a teoria do Darwin se mantenha em pé, exceto a hipótese justamente destruída, tiveram que ser inventadas outras especulações ainda mais incongruentes. Da Lua se diz que se esfriou perto de seis vezes mais rapidamente que a Terra (23). “Se tiverem passado da consolidação da terra quatorze milhões de anos, a Lua tem tão somente onze milhões e dois terços de anos desde

aquele estado...”, etc. E se nossa Lua for só uma salpicadura de nossa Terra, por que não pode estabelecer uma conseqüência semelhante para as Luas de outros planetas? Os astrônomos dizem, “não sabemos”. por que não têm satélites Vênus nem Mercúrio, e, quando existem, o que é o que os formou? Os astrônomos não sabem porque, dizemos nós, a Ciência tem tão somente uma chave (a chave da matéria) para abrir os mistérios da Natureza, enquanto que a Filosofia Oculta possui sete chaves, e explica o que a Ciência não consegue ver. Mercúrio e Vênus não têm satélites, mas sim “pais”, precisamente como os tem a Terra. Ambos os som muito mais antigos que a Terra, e antes de que esta chegue a sua Sétima Ronda, sua mãe, a Lua, haverá-se disolvido em ar sutil, como acontecerá ou não, segundo o caso, com as “Luas” de outros planetas, posto que existem planetas que possuem em várias luas; mistério que ainda não resolveu nenhum Edipo da Astronomia. A Lua é agora o frio resíduo, a sombra, arrastada depois do novo corpo aonde passaram, por transfusão, seus poderes e princípios de vida. acha-se agora condenada a estar perseguindo à Terra durante largas idades; a ser atraída por ela e a atrair a sua vez a sua filha. Constantemente vampirizada por sua filha, venha-se penetrando-a por toda parte com a influência maligna, invisível e envenenada, que emana do lado oculto de sua natureza. Pois é um corpo morto, e entretanto, vive. As partículas de seu corpo corrupto acham-se cheias de vida ativa e destruidora, apesar de que o corpo antes animado por elas, carece de alma e de vida. portanto, suas emanações são ao mesmo tempo benéficas e maléficas; encontrando esta circunstância seu paralelo na terra, no fato de que em nenhuma parte as ervas e as novelo em geral têm tanto suco nem crescem tanto como nas sepulturas; sendo ao mesmo tempo perniciosas suas emanações cadavéricas de cemitério, as quais podem matar. Quão mesmo os vampiros, a Lua é amiga dos bruxos e inimizade do incauto. Das épocas arcaicas e os últimos tempos das feiticeiras da Tesalia, até alguns dos atuais tántrikas de Rojão de luzes, sua natureza e propriedades foram conhecidas por todos os ocultistas; mas permaneceram como livro fechado para os físicos. Tal é a Lua considerada dos pontos de vista astronômico, geológico e físico. Quanto a sua natureza metafísica e psíquica, deve continuar sendo um segredo oculto nesta obra como foi no volume chamado Esoteric Buddhism, não obstante a confiada afirmação que ali se faz de que “agora não existe já muito mistério respeito ao enigma da oitava esfera” (24). À verdade, são estas questões “a respeito das quais os Adeptos se mostram muito reservados em suas comunicações a discípulos não iniciados”; e posto que por outro lado nunca sancionaram ou permitiu a publicação de nenhuma classe de especulações sobre elas, quanto menos se diga, tão melhor. Entretanto, sem entrar no terreno proibido da “oitava esfera”, pode ser útil citar alguns feitos mais em relação às ex-mónadas da Cadeia Lunar (os “Antecessores Lunares”), pois desempenham um papel importante na Antropogénesis, que vem depois. Isto nos leva diretamente à constituição septenaria do homem; e como ultimamente a questão de qual é a melhor classificação que deve adotar-se para a divisão da entidade microcósmica, originou alguma discussão, acrescentaram-se dois sistemas, com objetivo da comparação seja mais fácil. O curto artigo que vem a seguir procede da pluma do Mr. T. Subba Row, sábio vedantino. Ele prefere a divisão brahmánica do Râja Ioga, e olhando as coisas de um ponto de vista metafísico, tem razão por completo. Mas como é assunto de simples eleição e conveniência, adotamos nesta obra a classificação transhimaláyica, sancionada pelo tempo, da “Escola Esotérica Arhat”. A seguinte tabela e seu texto explicativo foram copiados do The Theosophist do Madrás, e também figuram no Five Years of Theosophy (25).

DIVISÃO SEPTENARIA EM DIFERENTES SISTEMAS INDOS A continuacón damos em forma tabular as classificações dos princípios do homem, adotadas pelos instrutores Buddhistas e Vedantinos. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------BUDDHISMO ESOTÉRICO VEDANTINA TÂRAKA RÂJA IOGA ----------------------------------------------------------------------------------------------------------

----------------1. Sthûla Sharira Annamayakosha (29) ---------------------------------------------------------------------------------} Sthûlopâdhi (30) 2. Prâna (26) ---------------------------------------} Prânamayakosha 3. O Veículo da Prâna (27) -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------4. Kâma Rûpa ---------------------------------------} Mânomayakosha } Sûkshmopâdhi a) Volições e sentimentos, etc. 5. Mente { ---------------------------------------------------------------b) Vijnânam Vijnânamayakosha ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------6. Alma espiritual (28) Ânandamayakosha Kâranopâdhi ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------7. Âtmâ Âtmâ Âtmâ ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Na tabela anterior se verá que o terceiro princípio na classificação buddhista não se menciona separadamente na divisão vedantina pois é meramente o veículo da Prâna. Verá-se também que o quarto princípio está incluído no terceiro Kosha (Envoltório), pois o mesmo princípio é tão somente o veículo do poder volitivo, que não é mais que uma energia mental. Débito também observar-se que o Vijnânamayakosha é considerado como distinto do Mânomayakosha; pois depois da morte tem lugar uma divisão entre a porção inferior da mente, que possui maior afinidade com o quarto princípio que com o sexto, e sua porção superior, a qual se une a este último, e é, de fato, a base para a individualidade espiritual mais elevada no homem. Também podemos indicar aqui a nossos leitores que a classificação mencionada na última coluna é a melhor e a mais singela em todas as questões práticas relacionadas com o Râja Ioga. Embora existam sete princípios no homem, são tão somente três os Upâdhis (apóie) distintos, em cada um dos quais, seu Âtmâ pode operar independentemente do resto. Estes três Upâdhis podem ser separados por um Adepto, sem perigo de matar-se; mas não pode separar os sete princípios sem destruir sua constituição.

O leitor se encontrará agora melhor preparado para ver que entre os três Upâdhis do Râja Ioga e seu Âtmâ e nossos três Upâdhis Âtmâ, e as três divisões adicionais, não existe em realidade mais que uma muito pequeno diferencia. Além disso, como todo Adepto na Índia, de um lado ou outro dos Himalayas, das escolas do Patanjali, de Âryâsanga ou da Mahâyâna, tem que converter-se em um Râja Yogi, débito, portanto, aceitar a classificação Târaka Râja em princípio e em teoria, qualquer que seja aquela a que recorra para propósitos práticos e ocultos. Assim é que importa muito pouco que se fale dos três Upâdhis com seus três aspectos e Âtmâ, a síntese eterna e imortal, ou que lhes chame os “Sete Princípios”. Em benefício daqueles que podem não ter lido, ou se o têm feito podem não ter compreendido claramente, nos escritos teosóficos, a doutrina referente às Cadeias septenarias de Mundos no Kosmos Solar, expomos as enseñanzaas, que em resumo são as seguintes: 1ª Todas as coisas, tanto no Universo metafísico como no físico, são septenarias. daqui que a cada corpo sideral, a cada planeta, já visível ou invisível, lhe atribuam seis Globos companheiros. A evolução da vida procede nestes sete Globos ou corpos, desde o Primeiro ao Sétimo, em Sete Rondas ou Sete Ciclos. 2ª Estes Globos se formam por um processo que os ocultistas chamam o “renascimento das Cadeias Planetárias (ou Anéis)”. Quando um de tais Anéis passou a sua Sétima e última Ronda, o primeiro Globo ou mais elevado A, seguido por todos os outros até o último, em lugar de passar por certo período de repouso ou do Obscuración”, como em suas Rondas precedentes, começa a murchar-se. A Dissolução Planetária (Pralaya) acha-se próxima: sua hora soou; cada Globo tem que transferir sua vida e sua energia a outro planeta

(31). 3ª Nossa Terra, como representante visível de seus globos companheiros invisíveis e superiores, seus “Senhores” ou “Princípios”, tem que viver, quão mesmo outros, durante sete Rondas. Durante as três primeiras, forma-se e se consolida; durante a quarta se assenta e se endurece; durante as três últimas, volta gradualmente para sua primeira forma etérea: espiritualiza-se por dizê-lo assim. 4ª Sua humanidade se desembrulha por completo tão somente durante a Quarta Ronda, a nossa presente. Até seu quarto Ciclo de Vida, faz-se referência a ela como “Humanidade”, tão somente a falta de um término mais apropriado. A maneira da larva que se converte em larva e em mariposa, o Homem, ou mas bem o que se converte em homem, passa ao través de todas as formas e reino durante a Primeira Ronda, e ao través de todas as formas humanas durante as duas Rondas seguintes. Uma vez chegado a nossa Terra, ao princípio da Quarta, na série presente de Ciclos de Vida e de Raças, o Homem é a primeira forma que aparece nela, sendo precedido unicamente pelos reino mineral e vegetal; tendo ainda o último que desenvolver-se e que continuar sua evolução ulterior por meio do homem. Isto se explicará nos volúmenes III e IV. Durante as três Rondas que têm que vir, a Humanidade, quão mesmo o Globo em que vive, tenderá sempre a reassumir sua forma primitiva: a de uma Hoste Dhyân Chohánica. O homem tende a converter-se em um Deus, e depois em Deus, quão mesmo todos outros Átomos no Universo. Começando tão remotamente como na Segunda Ronda, a Evolução procede já sob um plano por completo diferente. Tão somente durante a primeira Ronda, é quando o Homem (Celestial) converte-se em um ser humano no Globo A; (converte-se de novo em) um mineral, uma planta, um animal, no Globo B e C, etc. O processo troca por completo desde a Segunda Ronda; mas aprendestes a ser prudentes... e lhes aconselho não digam nada antes que chegue o oportuno momento para isso... (32). 5ª Cada Ciclo de Vida no Globo D (nossa Terra) (33), compõe-se de sete Raças Raízes, que começam com a etérea e terminam com a espiritual em uma dobro linha de evolução física e moral, desde o começo da Ronda terrestre até que conclui. Uma coisa é uma “Ronda Planetária” do Globo A ao Globo G, o sétimo; outra, a “Ronda do Globo”, ou seja a terrestre. Isto está muito bem descrito no Esoteric Buddhism, e não necessita por agora mais elucidações. 6ª A primeira Raça-Raiz, isto é, os primeiros “Homens” na terra (prescindindo da forma), foram a descendência dos “Homens Celestiales”, chamados corretamente na filosofia inda os “Antecessores Lunares” ou os Pitris, dos quais existem sete Classes ou Hierarquias. Como tudo isto será explicado de um modo suficiente nos capítulos próximos e nos volúmenes III e IV, não é necessário dizer mais disso por agora. Mas as duas obras já citadas que se ocupam de assuntos referentes à doutrina ocultista, necessitam menção especial. O Esoteric Buddhism é farto conhecido nos círculos teosóficos, e até pelo público em geral, para que seja necessário nos deter no referente a seus méritos. É um livro excelente, e mais o foram ainda os efeitos que produziu. Mas isto não desvirtua o fato de que contém algumas noções errôneas, e de que tenha feito formar conceitos equivocados, no referente às Doutrinas Secretas, a muitos teósofos e leitores profanos. Além disso, parece possivelmente um tanto materialista. O livro Man (Homem), que se publicou depois, foi uma tentativa para apresentar a doutrina arcaica de um ponto de vista mais ideal, assim para interpretar algumas visões da Luz Astral, e dar forma a algumas ensinos parcialmente recolhimentos dos pensamentos de um Professor, mas desgraçadamente mal compreendidas. Esta obra fala também da evolução das primitivas Raças de homens na Terra, e contém algumas páginas excelentes de caráter filosófico. Mas depois de tudo, não passa de ser um pequeno e interessante poema místico. fracassou em sua missão, por faltar as condições requeridas para a interpretação correta daquelas visões. daqui que não deva maravilhar o leitor se nossos volúmenes contradisserem em diversos pontos estas primeiras descrições. A cosmogonia esotérica em geral, e especialmente a evolução da Mónada humana, diferem de um modo tão essencial nestes dois livros e em outras obras teosóficas escritas

independentemente por principiantes, que é impossível seguir adiante na obra presente, sem fazer menção especial destes dois primeiros volúmenes; pois ambos têm muitos admiradores, especialmente Esoteric Buddhism. chegou já o momento da explicação de alguns pontos neste sentido. Os enganos têm que ser agora confrontados com os ensinos originais, e corrigidos. Se uma de sortes obras está escrita com propensão muito pronunciada para a ciência materialista, a outra é decididamente muito idealista, e às vezes fantástica. As primeiras perplexidades e conceitos errôneos, nasceram a conseqüência da doutrina (incompreensível mais que outra costure para as inteligências ocidentais) que se ocupa das Obscuraciones periódicas e das Rondas sucessivas dos Globos, ao longo de suas Cadeias circulares. Um destes conceitos se refere aos “homens da Quinta Ronda” e até aos da “Sexta”. Os que sabiam que uma Ronda era precedida e seguida de um comprido Pralaya, período de repouso, que cria um abismo infranqueável entre duas Rondas até que chega o tempo para um novo ciclo de vida, não podiam compreender o “sofisma” de falar de “homens da Quinta e Sexta Ronda”, na nossa, a Quarta. sustentava-se que Gautama Buddha era um homem da “Sexta Ronda”; Platón e outros grandes filósofos e gênios, da “Quinta”. Como podia ser isto? Um Professor ensinava e sustentava que ainda agora existiam na Terra homens da “Quinta Ronda”; e embora se compreendeu que dizia que a humanidade ainda se achava “na Quarta Ronda”, em outro lugar parecia dizer que nos achávamos na Quinta. A isto, outro Professor respondeu com uma “resposta apocalíptica”. “Umas poucas gotas de chuva não constituem uma estação chuvosa, embora a pressagiam...” “Não; não nos achamos agora na Quinta Ronda; mas homens pertencentes à mesma podem ter vindo durante os últimos milhares disto anos era pior que o enigma da Esfinge! Os estudantes de Ocultismo submeteram seus cérebros às especulações mais árduas. Durante um tempo considerável trataram de sobrepujar ao Edipo e reconciliar as duas afirmações. E como os Professores se mantinham tão silenciosos como a mesma esfinge de pedra, foram acusados de “inconseqüência”, de “contradição” e de “discrepâncias”. Mas o que faziam era pura e simplesmente deixar às especulações que seguissem seu curso, com objeto de dar uma lição que desgraçadamente necessita a mente ocidental. Em sua presunção e arrogância, tanto como em seu costume de materializar todos os conceitos e términos metafísicos, sem conceder lugar algum à metáfora e a alegoria oriental, os orientalistas têm feito um embrulho da filosofia indo esotérica, e os treósofos faziam então o mesmos com respeito aos ensinos esotéricos. É evidente que até hoje em dia, estes últimos não chegaram a compreender o significado da expressão “Homens das Quinta Rondas e Sexta”. Mas é simplesmente o seguinte: Cada Ronda leva consigo um desenvolvimento novo e até uma mudança completa na constituição mental, psíquica, espiritual e física do homem; evoluindo todos estes princípios em uma escala sempre ascendente. daqui se deduz que os homens, como Confucio e Platón, que pertenciam psíquica, mental e espiritualmente a planos mais elevados de evolução, eram em nossa Quarta Ronda como a generalidade dos homens serão na Quinta Ronda, cuja humanidade se acha destinada a encontrar-se imensamente mais elevada, nesta escala da evolução, que nossa humanidade presente. Do mesmo modo, Gautama Buddha (a Sabedoria encarnada) era ainda mais elevado e maior que todos os homens que mencionamos, a quem se chama da Quinta Ronda; por isso, alegoricamente, a Buddha e a Shankarâchârya lhes chama “Homens da Sexta Ronda”. daqui também a sabedoria oculta da observação, qualificada então como “evasiva”, de que umas poucas gotas de chuva não constituem uma estação chuvosa, embora a pressagiam”. E agora se verá bem clara a verdade da observação feita no Esoteric Buddhism: Quando os fatos complicados de uma ciência por completo desconhecida se expõem por primeira vez a inteligências não preparadas, é impossível apresentá-los com todas suas modificações apropriadas... e desenvolvimentos anormais... Temos que nos contentar em um princípio com as regras gerais, e nos ocupar depois das exceções; e este é especialmente o caso em um estudo cujos métodos de ensino tradicional, geralmente seguidos, vão encaminhados a imprimir na memória ideia novas, provocando a perplexidade da que logo se sai.

Como o autor da observação era, segundo ele mesmo diz, “uma inteligência não educada no Ocultismo”, suas próprias deduções e seu conhecimento mais completo das modernas especulações astronômicas que das doutrinas arcaicas, conduziram-lhe, de modo muito natural e inconsciente para ele, a cometer alguns enganos mas bem de detalhe que não de “regra general”. Um destes se citará agora. É de pouca importância, mas, entretanto, a propósito para conduzir a muitos principiantes a conceitos errôneos; e como os enganos das primeiras edições foram corrigidos nas notas da quinta edição, do mesmo modo poderá ser a

sexta revisão e aperfeiçoada. Existiam várias causas para tais enganos. Foram devidos à necessidade em que se encontravam os Professores de dar as supostas “respostas evasivas”; sendo as perguntas muito insistentes, não podia deixar as passar desapercebidas; enquanto que por outro lado só podiam ser respondidas em parte. Não obstante esta situação, a confissão de que “meio pão é preferível a nenhum”, foi com muita freqüência mau compreendida e logo que apreciada como devia sê-lo. Em conseqüência disso, os chelas laicos europeus se permitiram algumas vezes especulações gratuitas. Entre estas temos o “Mistério da Oitava Esfera”, em sua relação com a Lua; e a afirmação errônea de que dois dos Globos superiores da Cadeia terrestre eram dois de nossos conhecidos planetas; “além da Terra... existem unicamente outros dois mundos de nossa cadeia que sejam visíveis... Marte e Mercúrio...” (34). Esta foi um grande equívoco; mas foi causada, tanto pelo vago ou incompleto da resposta do Professor, como pela pergunta mesma, igualmente vaga e indefinida. Perguntou-se o seguinte: “Que planetas, de entre os conhecidos pela ciência ordinária, além de Mercúrio, pertencem a nosso sistema de mundos?” Agora bem; se por “sistema de mundos se pretendia significar nossa Cadeia ou “Cordão” Terrestre, pelo que fazia a pergunta, em lugar do “Sistema Solar de Mundos”, como deveria ter sido, então, certamente, a resposta era muito provável resultasse mal compreendida”. Porque a resposta foi: “Marte, etc., e quatro planetas mais a respeito dos quais a astronomia nada sabe. Nem A, B nem E, Z são conhecidos nem podem ser vistos por meios físicos, por aperfeiçoados que sejam”. Isto é claro: (a) A Astronomia nada conhece ainda em realidade dos planetas, nem em relação aos antigos nem em relação aos descobertos nos tempos modernos. (b) Nenhum planeta companheiro da Z, isto é, nenhum dos Globos superiores de qualquer Cadeia do Sistema Solar pode ser visto, à exceção, é obvio, de todos os planetas que são as quartas na ordem numérica, como nossa Terra, a Lua, etc. etc. Quanto a Marte, Mercúrio e “os outros quatro planetas”, estão em uma relação com a terra a respeito da qual nenhum Professor nem ocultista elevado falará jamais, nem muito menos explicará a natureza. Nesta mesma carta se expressa claramente tal impossibilidade, por um dos Professores, ao autor do Esoteric Buddhism: “lhes faça cargo de que me estão fazendo perguntas que pertencem à Iniciação mais elevada; que (só) posso-lhes dar uma idéia geral, mas que nem me atrevo, nem quero entrar em detalhes...” Cópias de todas quantas cartas foram recebidas ou enviadas, exceto umas poucas particulares “nas que não existia ensino alguma”, conforme diz o Professor, tem-nas a autora. Como era seu dever, no princípio, responder e explicar certos pontos que não tinham sido tocados, é mais que provável que não obstante as muitas notas naquelas cópias, a escritora, em sua ignorância do inglês, e por temor a dizer muito, tenha podido confundir as notícias dadas. Ela assume a responsabilidade disso em todos os casos. Mas lhe é impossível consentir que os que estudam permaneçam por mais tempo sob impressões errôneas, ou que criam que a falta é do sistema esotérico. Permita me afirmar agora de modo explícito, que a teoria exposta é impossível, com ou sem evidência adicional proporcionada pela Astronomia moderna. A ciência física pode proporcionar evidência corroborativa, embora ainda muito incerta; mas unicamente no referente aos corpos celestes que estejam no mesmo plano de matéria que nosso Universo objetivo. Marte e Mercúrio, Vênus e Júpiter, assim como cada um dos planetas descobertos até a data, ou os que estão por descobrir, são todos, per se, os representantes em nosso plano de tais cadeias. Como claramente afirma uma das numerosas cartas do Professor do Mr. Sinnett: “existem outras inumeráveis Cadeias manvantáricas de Globos habitadas por Seres inteligentes, tão dentro como fora de nosso Sistema Solar”. Mas nem Marte nem Mercúrio pertencem a nossa cadeia. São, quão mesmo outros planetas, Unidades septenarias na grande hoste de cadeias de nosso sistema, e todos eles tão visíveis como são invisíveis seus Globos superiores. Se ainda se objeta que certas expressões nas cartas do Professor eram a propósito para induzir ao engano, a resposta é: Amém; assim eram. O autor do Esoteric Buddhism o compreendeu bem, posto que escreveu que tais são “os métodos tradicionais de ensino..., provocando a perplexidade” da que eles tiram ou não tiram, segundo os casos. De todos os modos, se se pretender que isto podia ter sido ensinado em um princípio, e explicada como agora a natureza verdadeira dos planetas, a resposta é que não se considerou conveniente fazê-lo assim então, pois tivesse aberto o caminho a uma série de outras perguntas que jamais tivessem podido responder-se em razão de sua natureza esotérica, e só tivessem servido de embaraço. declarou-se de um princípio, e repetido muitas vezes após, que: 1º

Nenhum teósofo, nem sequer como chela aceito, não diríamos nada dos estudantes, podia esperar que lhe explicassem perfeita e completamente os ensinos secretos, antes de haver-se comprometido de um modo irrevogável ao serviço da Fraternidade e de ter passado ao menos por uma Iniciação; pois não podem dar-se ao público símbolos nem números, por ser os símbolos e os números a chave do sistema esotérico. 2º Que o que foi revelado era meramente o revestimento esotérico do contido em quase todas as escrituras esotéricas das religiões do mundo -principalmente nos Brâhmanas e nos Upanishads dos Veda, e até nos Purânas. Era uma pequena parte do que se divulga de um modo muito mais completo nos volúmenes pressente; e até isto é muito incompleto e fragmentário. Quando se começou a obra presente, tendo a autora a segurança de que a especulação sobre Marte e Mercúrio era errônea, dirigióse aos Professores por escrito, lhes pedindo uma explicação e uma versão autorizada. Ambas chegaram ao seu devido tempo, e a seguir se dão extratos delas ao pé da letra. “...É por completo correto que Marte se acha agora em um estado de obscuración, e que Mercúrio começa justamente a sair do mesmo. Podem acrescentar que Vênus se acha em sua última Ronda... Se nem Mercúrio nem Vênus têm satélites, é pelas razões... e também porque Marte possui dois satélites a que não tem direito... Phobos, o suposto satélite “interno”, não é tal satélite. Assim, observado-o comprido tempo há pelo Laplace e agora pelo Faye, não concorda; como vêem (leiam “Comptes Rendus”, tomo XC, pág. 569), Phobos possui um tempo periódico muito curto, e portanto, “deve existir algum defeito na idéia mãe da teoria”, como Faye justamente observa... Além disso, ambos (Marte e Mercúrio) são cadeias septenarias tão independentes dos senhores e superiores siderais da Terra, como vocês são independente dos “princípios” do Däumling (Tomasito do Polegar ou Pulgarcillo), os quais eram possivelmente seus seis irmãos, com ou sem gorros de noite... “A satisfação da curiosidade é, para alguns homens, o fim do conhecimento”, disse Bacon, quem estava tão no justo ao formular este aforismo como os que se achavam familiarizados com isso antes que ele, estavam-no ao separar à SABEDORIA do Conhecimento, e ao riscar limites ao que pode dar-se em um tempo determinado... Recordem: ..................................................... o conhecimento reside Em cabeças repletas com pensamentos de outros homens. A Sabedoria, em mentes atentas a si mesmos...

“Jamais conseguirão imprimi-lo muito profundamente nas mentes daqueles a quem comunica algumas dos ensinos esotéricos”. Além disso, hei aqui mais extratos de outra carta escrita pela mesma autoridade. Esta vez foi em resposta a algumas objeções apresentadas ante os Professores. fundavam-se em raciocínios tão extremamente cientistas como fúteis, a respeito da conveniência de tratar de conciliar as teorias esotéricas com as especulações da ciência moderna, e foram escritas por um jovem teósofo a modo de prevenção contra a “Doutrina Secreta” e com referência ao mesmo assunto. Ele tinha declarado que se existiam semelhantes Terras companheiras, “deviam ser tão somente um pouco menos materiais que nosso globo”; como, pois, não podiam ser vistas? A resposta foi: “...Se os ensinos psíquicos e espirituais fossem melhor compreendidas, seria quase impossível até imaginar uma incongruência semelhante. A menos que não haja tanto desejo de reconciliar o irreconciliável (ou seja as ciências metafísicas e espirituais, com a filosofia física ou natural; sendo o “natural” sinônimo para eles (os homens de ciência) da matéria que cai sob a percepção de seus sentidos corporais), nenhum progresso pode realmente alcançarse. Nosso Globo, como se ensinou de um princípio, está no fundo do arco de descida, onde a matéria de nossas percepções se manifesta em sua forma mais grosseira... daqui que seja racional que estejam em planos superiores ao de nossa terra, os Globos que a dominam. Em resumo: como Globos, estão no COADUNACIÓN, mas não no CONSUBSTANCIALIDAD com nossa Terra, e portanto, pertencem a outro estado de consciência por completo distinto. Nosso planeta (quão mesmo tudo que vemos) está adaptado ao estado peculiar de sua população humana, estado que nos permite contemplar a simples vista os corpos siderais coesenciales com nossa plano e substância terrenos, do mesmo modo que seus habitantes respectivos, os do Júpiter, os de Marte e outros, revistam perceber nosso pequeno mundo; porque nossos

planos de consciência, diferenciando-se como se diferenciam em grau, mas sendo os mesmos em espécie, acham-se no mesmo estado de matéria diferenciada... O que eu escrevi foi: “O Pralaya menor se refere tão somente a nossos peueños Cordões de Globos. (Naqueles dias de verbal confusão, às Cadeias as chamávamos “Cordões”...) A um tal Cordão pertence nossa isto Terra devia ter mostrado claramente que outros planetas eram também “Cordões” ou CADEIAS... Para que ele (refiriéndose aos lhe objetem) percebesse sequer a silhueta vaga de um de tais “planetas” nos planos superiores, tem primeiro que desembaraçar-se até das sutis nuvens de matéria astral que se interpõem entre ele e o plano próximo...” Com isto se faz patente por que não podemos perceber, nem mesmo com o auxílio dos melhores telescópios, o que se acha fora de nosso mundo de matéria. Unicamente os chamados Adeptos, que sabem como dirigir sua visão mental e como transferir sua consciência, tanto física como psíquica a outros planos de existência, podem falar com autoridade a respeito de tais assuntos. Eles nos dizem bem claramente: “Levem a vida necessária para a aquisição de semelhante conhecimento e poderes, e a Sabedoria virá a vós naturalmente. Quando forem capazes de pôr a tom sua consciência com qualquer das sete cordas da “Consciência Universal”, com aquelas cordas que se acham em tensão sobre a caixa sonora do Kosmos, vibrando de uma Eternidade a outra; quando tiverem estudado por completo a “Música das Esferas”, então unicamente terão liberdade completa para compartilhar seu saber com aqueles com quem isto possa fazer-se sem temor. Enquanto isso, sede prudentes. Não dêem a nossa geração presente as grandes Verdades que constituem a herança das Raças futuras. Não tentem tirar os véus do segredo do Ser e do Não-Ser, para quem é incapazes de ver a significação oculta da Heptacorde do Apolo, a lira do deus radiante, em cada uma de cujas sete cordas reside o Espírito, a Alma e o Corpo Astral do Kosmos, cuja casca tão somente é o que tem cansado agora em mãos da Ciência moderna... Sede prudentes, dizemos, prudentes e sábios, e sobre tudo, tomem cuidado com o que criam aqueles a quem ensina; não seja que enganando-se a si mesmos enganem a outros... pois tal é o destino de todas as verdades com que os homens não estão ainda familiarizados... Deixem mas bem que as Cadeias Planetárias e outros mistérios supercósmicos e subcósmicos continuem sendo coisas sonhadas para todos aqueles que nem podem ver, nem acreditam que outros vejam...” É sensível que poucos de entre nós tenham seguido este sábio conselho; e que muitas pérolas inapreciáveis, muitas jóias de sabedoria, tenham sido jogadas em um inimigo incapaz de apreciar seu valor, e que voltando-se contra nós nos rasgou. “Imaginemos -escreve o mesmo Professor a seus “dois chelas laicos”, como Ele chamava o autor do Esoteric Buddhism e a outro cavalheiro, seu condiscípulo durante algum tempo-, imaginemos que nossa terra é um de um grupo de sete planetas ou mundos habitados por homens... (Os “Sete planetas” são os planetas sagrados da antigüidade, e todos são septenarios). Agora bem; o impulso de vida chega a, ou mas bem a aquilo que está destinado a converter-se na, e que neste sentido é tão somente pó cósmico (um centro espécie)... etc.” Nestas cartas primeiras em que os términos tinham que se inventar e que cunhá-las palavras, os “Anéis” se convertiam com freqüência em “Rondas”, e as “Rondas” em “Ciclos de Vida”, e viceversa. A um que escreveu chamando uma “Ronda” um “Anel de Mundos”, respondeu o Professor: Acredito que isto conduzirá a maior confusão. conviemos em chamar uma Ronda ao passo de uma Mónada do Globo A ao Globo G ou Z... O “Anel de Mundos” é correto.. Advirta muito eficazmente ao Mr... que convenha em uma nomenclatura antes de passar mais adiante...” Não obstante tal acordo, muitos enganos, devidos a esta confusão, deslizaram-se nos primitivos ensinos. Até as mesmas “Raças” eram em ocasiões confundidas com as “Rondas” e “Anéis”, o que conduziu a enganos semelhantes no livro Man: Fragments of Forgotten Truth. De um princípio tinha escrito o Professor: “Não me sendo permitido comunicar a você toda a verdade ou divulgar o número de frações isoladas... não posso lhe satisfazer”.

Isto foi em resposta às perguntas: “Se estivermos no certo, então a existência total anterior ao período do homem é 637”, etc. A todas as perguntas referentes a números, a resposta foi: “Tratem de resolver o problema de 777 encarnações... Embora esteja obrigado a reservar explicações..., entretanto, se não resolverem o problema por você mesmo, será meu dever o lhes dizer isso Mas nunca foi resolvido, só resultaram perplexidades e enganos incessantes. O ensino mesma a respeito da constituição septenaria dos corpos siderais e do macrocosmo, da que procede a divisão septenaria do microcosmo ou homem, foi que as mais esotéricas até agora. Nos tempos antigos se acostumava participá-la só na Iniciação, junto com os números mais sagrados dos ciclos. Como se há dito em uma das revistas teosóficas (35), não se pensou em revelar agora todo o sistema de cosmogonia, nem por um instante se considerou a coisa possível, no momento em que umas poucas explicações foram dadas com parcimônia em resposta a cartas, escritas pelo autor do Esoteric Buddhism, fazendo infinidade de perguntas. Entre estas as havia referentes a problemas tais, que nenhum PROFESSOR, por elevado e independente que seja, teria direito a responder, divulgando assim ao mundo os mistérios mais arcaicos e venerados ao través dos tempos, nas antigas instituições dos templos. daqui que tão somente umas poucas das doutrinas fossem reveladas em suas linhas gerais, enquanto que os detalhes foram sempre reservados; e todos os esforços feitos para adquirir mais notícias no referente aos mesmos, foram desde o começo sistematicamente evitados. Isto era perfeitamente natural. Dos quatro Vidyâs dos sete ramos do Conhecimento mencionadas nos Purânas, ou seja: Yajna-Vidyâ, a prática de ritos religiosos, com objeto de produzir certos resultados; Mahâ-Vidyâ, o grande saber (mágico) degenerado agora no culto Tântrika; Guhya-Vidyâ, a ciência dos Mantras e de seu verdadeiro ritmo ou canto, dos encantamentos místicos, etc.; Âtmâ-Vidyâ, ou a Sabedoria Divina e verdadeiramente Espiritual; tão somente esta última é a que pode lançar luz final e absoluta sobre os ensinos das três primeiro citadas. Sem o auxílio de Âtmâ-Vidyâ, as outras três não são mais que ciências superficiais, qual magnitudes geométricas com comprido e largo, mas sem nenhuma espessura. São a maneira da alma, membros e mente de um homem que dorme, capaz de movimentos mecânicos, de sonhos caóticos e até de andar como sonâmbulo, de produzir efeitos visíveis, mas estimulados só por causas instintivas, não intelectuais, e menos ainda por impulsos espirituais plenamente conscientes. grande parte das três ciências primeiro nomeadas pode publicar-se e explicar-se. Mas a menos que Âtmâ-Vidyâ propocione a chave para seus ensinos, permanecerão por sempre a maneira de fragmentos de um livro de texto mutilado, com esboços de grandes verdades, vagamente recebidas pelos mais espirituais, mas desnaturalizadas fora de toda proporção, por aqueles que queriam cravar a cada sombra na parede. Originóse também então uma grande perplexidade nas mentes dos que estudavam pela exposição incompleta da doutrina da evolução das Mónadas. Para fazer-se bem carrego, tanto desta evolução como do processo do nascimento dos Globos, devem examinar-se ambos muito mais sob seu aspecto metafísico, que de um ponto de vista em certo modo estatístico; compreendendo figuras e números que poucas vezes é permitido empregar com amplitude. Desgraçadamente, são poucos os que se sentem inclinados a ocupar-se destas doutrinas tão somente no sentido metafísico. Até o melhor escritor ocidental de nossas doutrinas declara em sua obra, ao falar da evolução das Mónadas, que “em semelhante metafísica pura, não estamos agora empenhados” (36). E em tal caso, como observa o Professor em uma carta que lhe dirige: “por que esta predicación de nossas doutrinas, e todo este trabalho penoso, e este nadar “in adversum flumen”? por que o Ocidente tem que... aprender... do Oriente... aquilo que jamais pode satisfazer as exigências dos gostos especiais dos estéticos?” E chama a atenção daquele a quem escreve a respeito “das formidáveis dificuldades com que tropeçamos (os Adeptos) a cada tentativa para explicar nossa metafísica à inteligência ocidental”. E bem pode dizê-lo; pois fora da metafísica, não é possível a Filosofia Ocultista nem o Esoterismo. É o mesmo que tratar de explicar as aspirações e os afetos, o amor e o ódio, o mais íntimo e sagrado das operações da alma e a inteligência do homem vivente, por meio de uma descrição anatômica do peito e do cérebro de seu cadáver. Examinemos agora dois princípios mencionados antes, aos que apenas se feito alusão

no Esoteric Buddhism, e que ampliaremos agora tudo que possamos. FEITOS E EXPLICAÇÕES ADICIONAIS REFERENTES Aos GLOBOS E AS MÓNADAS Terá que ter em conta duas declarações que se fazem no Esoteric Buddhism, devendo citar-se também as opiniões do autor. A primeira de aquéellas é como segue: As Mónadas espirituais... não completam do todo sua existência mineral no Globo A, completamna depois no Globo B, e assim sucessivamente. Passam várias vezes em volto de todo o círculo como minerais, depois várias vezes mais circulam como vegetais, e várias vezes como animais. De propósito nos abstemos por agora de entrar no referente a números, etc. (37).

Esta era, uma conduta prudente em vista do grande secreto mantido respeito a números e cifras. Esta reticência se abandona parcialmente agora; mas tivesse sido possivelmente preferível que os números verdadeiros, no concernente às Rondas e aos giros evolucionarios, tivessem sido então ou divulgados de tudo, ou reservados por completo. Mr. Sinnett compreendeu bem esta dificuldade ao dizer: Por razões não fáceis de adivinhar por um estranho, os possuidores do saber oculto se retraem de um modo especial de comunicar verdades numéricas referentes à cosmogonia, apesar de que é difícil para o não iniciado, o compreender por que devem ser reservadas (38).

Que semelhantes raciocine existiam, é evidente. Entretanto, a esta reticência são devidas a maior parte das idéias confusas de alguns discípulos, tanto orientais como ocidentais. As dificuldades que se interpunham para a aceitação dos princípios de que se trata pareciam grandes, justamente por causa da carência de dados em que fundar-se. Mas aí estava a questão. Pois como os Professores o declararam freqüentemente, as cifras pertencentes aos cálculos ocultos não podem comunicar-se fora do círculo de chelas comprometidos, e nem mesmo estes podem quebrantar as regras. Para esclarecer mais as coisas, sem tocar aos aspectos matemáticos da doutrina, podem ampliá-las ensinos dados e ficar em claro alguns pontos obscuros. Como a evolução dos Globos e a das Mónadas estão tão intimamente entrelaçadas, faremos um dos dois ensinos. Em relação às Mónadas, roga-se ao leitor tenha presente que a filosofia oriental rechaça o dogma teológico ocidental de uma alma novamente criada para cada recém-nascido, dogma tão antifilosófico como impossível na economia da Natureza. Deve existir um número limitado do Mónadas que evoluem e vão sendo mais e mais perfeitas, por meio da assimilação de muitas personalidades sucessivas, em cada novo Manvántara. Isto é absolutamente necessário em vista das doutrinas o Renascimento e do Carma, e da volta gradual da Mónada humana a sua origem -a Deidade Absoluta-. assim, embora as hostes do Mónadas, em maior ou menor progresso, sejam quase incalculáveis, são, entretanto, finitas, como o é tudo neste Universo de diferenciação e finitud. Como se demonstrou no diagrama dobro dos Princípios humanos (39) e dos Globos ascendentes das cadeias de mundos, existe uma concatenação eterna de causas e efeitos, e uma analogia perfeita que corre de um a outro extremo e une junto todas as linhas da evolução. O um engendra o outro: o mesmo os Globos que as Personalidades. Mas comecemos pelo princípio. Fizemos o bosquejo geral da evolução, mediante o qual se formam as Cadeias Planetárias sucessivas. Para acautelar enganos futuros, podem expor-se alguns detalhes mais que arrojarão também luz sobre a história da humanidade em nossa própria Cadeia, a filha da Lua. No diagrama que segue, a Fig. 1ª representa a Cadeia Lunar de sete Globos no começo de sua sétima e última Ronda; enquanto que a Fig. 2ª representa a Cadeia Terrestre que será, mas que ainda não existe. Os sete Globos de cada Cadeia se distinguem em sua ordem cíclica pelas letras A G, estando além disso marcados os Globos da Cadeia da Terra com uma cruz (+), símbolo da Terra. DIAGRAMA II

Agora bem ; deve se ter presente que as Mónadas que circulam em volto de qualquer Cadeia septenaria, acham-se divididas em sete Classes ou Hierarquias, segundo seus respectivos graus de evolução, consciência e mérito. Sigamos, pois, a ordem de sua aparição no Globo A, na primeira Ronda. Os espaços de tempo que medeiam entre as aparições destas Hierarquias em qualquer Globo, estão ajustados de tal modo, que quando a classe 7, a última, aparece no globo A, a classe 1, a primeira, passou justamente ao globo B, e assim sucessivamente, passo a passo, em volto de toda a Cadeia. De igual modo, na Sétima Ronda da Cadeia Lunar, quando a classe 7, a última, abandonada ao Globo A, este, em lugar de sumir-se em sonho, como tem feito nas Rondas prévias, começa a morrer (a entrar em seu Pralaya Planetário) (40); e ao morrer, transfere sucessivamente, como se há dito já, seus princípios ou elementos de vida e energia, etc., um após o outro, a um novo centro espécie, no qual começa a formação do Globo A da Cadeia Terrestre. Um processo semelhante tem lugar para cada Globo ........... do Globo B, e assim sucessivamente, passo a passo, em volto de toda a Cadeia da Cadeia Terrestre. Nossa Lua era o quarto Globo da série, e estava no mesmo plano de percepção que nossa Terra. Mas o Globo A da Cadeia Lunar não “morre” por completo até que as primeiras Mónadas da primeira Classe tenham acontecido do Globo G ou Z, o último da Cadeia Lunar, o Nirvâna que as aguarda entre as duas Cadeias; e o mesmo passa com respeito a outros Globos, conforme se há dito já, dando cada um deles nascimento ao Globo correspondente da Cadeia Terrestre. Logo, quando o Globo A da nova Cadeia está disposto, a primeira Classe ou Hierarquia do Mónadas da Cadeia Lunar se encarnam nele no reino inferior, e assim sucessivamente. O resultado disto é que a primeira Classe do Mónadas é unicamente a que alcança o estado de desenvolvimento humano durante a primeira Ronda, posto que a segunda Classe em cada Globo, chegando depois, não tem tempo de alcançar aquele estado. Assim, as Mónadas da 2ª Classe obtêm o plano humano incipiente tão somente durante a Segunda Ronda, e assim sucessivamente até a metade da Quarta Ronda. Mas neste ponto e nesta Quarta Ronda, em que o estado humano ficará desenvolvido por completo, feche-a “porta” que dá entrada ao reino humano; e após o número do Mónadas “humanas”, ou sejam Mónadas no grau de desenvolvimento humano, está completo. Pois as Mónadas que não tenham alcançado o estado humano neste ponto, encontrarão-se tão atrás por causa da evolução mesma da humanidade, que tão somente alcançarão o estado humano à conclusão da Sétima Ronda e última, Não serão, portanto, homens nesta cadeia, mas sim formarão a humanidade de um Manvántara futuro, e serão recompensadas convertendo-se em “homens” em uma Cadeia Superior em tudo, recebendo assim sua compensação Kármica. A isto unicamente há uma só exceção, fundada em boas razões, da qual falaremos depois. Isto explica as diferenças existentes entre as Raças. Assim se vê quão perfeita é a analogia entre as evoluções da Natureza no cosmos e no homem individual. Este último vive durante seu ciclo de vida, e morre. Seus princípios superiores, que correspondem no desenvolvimento de uma Cadeia Planetária às Mónadas que

circulam nela, passam ao Devachan, que corresponde à a Nirvâna e aos estados de repouso entre duas Cadeias. Os princípios inferiores do Homem se desintegram com o tempo, e são empregados de novo pela Natureza para a formação de novos princípios humanos, tendo lugar o mesmo processo na desintegração e formação de Mundos. A Analogia é, portanto, o guia mais seguro para a compreensão dos ensinos ocultos. Este é um dos “sete mistérios da Lua”, e agora é revelado. Os sete “mistérios” são chamados pelos Yama-booshis japoneses -os místicos da seita do Lao-Tse e os monges ascetas do Kioto, os Dzenodoo- as “Sete Jóias”; só que os ascetas e iniciados buddhistas japoneses, e chineses resistem mais se couber que os indos, a comunicar seus “Conhecimentos”. Mas não devemos permitir que o leitor perca de vista as Mónadas, mas sim temos que lhe ilustrar quanto a sua natureza até o ponto em que possamos fazê-lo, sem entrar no terreno dos mistérios mais elevados, a respeito dos quais não pretende em maneira alguma a escritora conhecer a última palavra. A Hoste Monádica pode ser dividida, em términos gerais, em três grandes classes: 1ª As Mónadas mais desenvolvidas - os Deuses Lunares ou “Espíritos”, chamados na Índia os Pitris-, cuja função é passar na primeira Ronda ao través do triplo e completo ciclo dos reino mineral, vegetal e animal em suas formas mais etéreas, nebulosas e rudimentares, com objeto de revestir-se com elas, e assimilá-la natureza da Cadeia recentemente formada. Eles são os que alcançam primeiro a forma humana -(se é que pode existir alguma forma no reino do quase subjetivo)- sobre o Globo A, na primeira Ronda. São eles, portanto, quem se acha à cabeça do elemento humano e o representam durante as Segunda Rondas e Terceira, e os que finalmente preparam suas sombras, ao princípio da Quarta Ronda, para a segunda Classe, ou seja a dos que vêm detrás deles. 2ª Aquelas Mónadas que são as primeiras em alcançar o grau humano durante as três Rondas e meia, para converter-se em “homens”. 3ª Os atrasados, as Mónadas atrasadas, e que por causa de impedimentos Kármicos não alcançarão o estado humano durante este Ciclo ou Ronda, salvo uma exceção de que se falará mais adiante, conforme se prometeu. Vemo-nos obrigados a empregar aqui a palavra inadequada “homem”, sendo esta uma prova evidente de quão pouco aptas som as línguas européias para expressar estas diferenças sutis. Claro está que estes “homens” não se pareciam com os homens de hoje em dia, nem em forma nem em natureza. por que, pois, lhes chamar “homens”? -pode perguntar-se-. Porque não existe nenhum outro término em nenhuma língua ocidental, que aproximadamente expresse a idéia que se pretende. A palavra “homens” indica pelo menos que estes seres eram “Manus”, entidades pensantes, por muito que se diferenciassem de nós em forma e em inteligência. Mas em realidade era, com respeito à espiritualidade e à inteligência, mas bem “deuses” que “homens”. A mesma dificuldade, devida ao idioma, encontra-se para descrever os “estados”, através dos quais passa a Mónada. Metafisicamente falando é, é obvio, absurdo falar do “desenvolvimento” de uma Mónada, ou dizer que se converte em “homem”. Mas qualquer tento para conservar a exatidão metafísica da linguagem, usando uma língua tal como a inglesa, exigiria pelo menos três volúmenes mais nesta obra, e levaria consigo uma quantidade tal de repetições verbais, que a fariam fatigante em alto grau. É de razão que uma Mónada não pode nem progredir nem desenvolver-se, nem sequer ser afetada pelas mudanças de estado através dos quais passa. Não é ela deste mundo ou plano, e pode ser comparada tão somente a uma estrela indestrutível de luz e fogo divinos, jogada em nossa terra, como tabela de salvação para as personalidades nas quais reside. A estas últimas os touca agarrar-se a ela; e participando assim de sua natureza divina, obter a imortalidade. Abandonada a si mesmo, a Mónada não se uniria a ninguém; mas, quão mesmo a tabela, é arrastada a outra encarnação pela corrente incessante da evolução. Agora bem; a evolução da forma externa ou corpo em volto do astral, é produzida pelas forças terrestres, quão mesmo no caso dos reino inferiores; mas a evolução do Homem interno ou real, é puramente espiritual. Já não é o passo da Mónada impessoal ao través de muitas e variadas formas de matéria -dotadas todo o mais com instinto e consciência em um plano por completo diferente-, como no caso da evolução externa; é uma viagem do “Alma-peregrino” ao través de estados diversos, não só de matéria, mas também de consciência e percepção próprias, ou de percepção da consciência do conhecimento interno. A Mónada emerge de sua estado de inconsciência espiritual e intelectual; e saltando os

dois planos primeiros (muito próximos ao Absoluto para que seja possível correlação alguma com nada pertencente a um plano inferior), lança-se diretamente ao plano da Mentalidade. Mas não existe no Universo inteiro nenhum plano com margem mais ampla, ou com um campo de ação mais vasto, em suas gradações quase intermináveis de qualidades perceptivas e de percepção do conhecimento interno; que este plano, o qual possui a sua vez um plano apropriado mais pequeno para cada “forma”, da Mónada Mineral, até que chega o tempo em que essa Mónada floresce, graças à evolução, na Mónada Divina. Mas durante todo o transcurso do tempo é, entretanto, uma e a mesma Mónada, diferenciando-se somente em suas encarnações ao través de seus ciclos, que continuamente se acontecem, de obscuración parcial ou total do espírito, ou de obscuración parcial ou total da matéria -duas antítese polares- conforme sobe aos reino da espiritualidade mental, ou descende aos abismos da matéria. Voltemos para o Esoteric Buddhism. A segunda declaração se refere ao enorme período existente entre a época mineral no globo A e a época do homem; a frase “época do homem” empregando-se aqui por causa da necessidade de dar um nome a aquele quarto reino que segue ao do animal; embora à verdade, o “homem” no Globo A, durante a Primeira Ronda, não é nenhum homem, a não ser tão somente seu protótipo, ou imagem sem dimensões, das regiões astrais. O que se declara é o seguinte: O pleno desenvolvimento da época mineral no Globo A prepara o caminho para o desenvolvimento vegetal; e logo que este começa, o impulso de vida mineral transborda e alaga ao Globo B. Depois, quando o desenvolvimento vegetal no Globo A é completo, e o desenvolvimento animal começa, o impulso de vida vegetal passa ao Globo B, e o impulso mineral ao Globo C. Logo, por último, chega ao Globo Ao impulso de vida humana (41).

E assim ele continua durante três Rondas, em que diminui e se detém finalmente à soleira de nosso Globo, na Quarta Ronda; porque se chegou então ao período humano (do verdadeiro homem físico que vai ser), o sétimo. Isto é evidente, pois como se há dito: ...Existem modos de evolução que precedem ao reino mineral, e assim é que, uma onda de evolução, melhor dizendo, várias ondas de evolução, precedem à onda mineral em seu progresso em volto das esferas (42).

E agora temos que citar parte de outro artigo “A Mónada Mineral”, do Five Years of Theosophy: Existem sete reino. O primeiro grupo compreende três graus de centros elementares, ou nascentes, de força -do primeiro estado de diferenciação de (desde) Mûlaprakriti (ou mas bem Pradhâna, matéria primitiva homogênea) até seu terceiro grau-; isto é, da plena inconsciência a semipercepción; o segundo grupo mais elevado compreende os reino do vegetal ao homem; formando assim o reino universal o ponto central ou de giro nos graus da “Essência Monádica”, considerada como uma energia que se desdobra. Três estados (subfísicos) no elementar; o reino mineral; três estados no reino do objetivo físico (43); estes são os sete elos (primeiros ou preliminares) da cadeia evolucionaria (44).

“Preliminares” porque são preparatórios, e embora pertencentes de fato à evolução natural, estariam mais corretamente descritos como a evolução subnatural. Este processo faz um alto em suas etapas no terceiro período, nas soleiras do quarto, quando se converte, no plano da evolução natural, no estado primeiro que conduz ao humano realmente, formando assim com os três reino elementares, o dez, o número Sephirotal. Neste ponto começa: Um descida do espírito à matéria, equivalente a uma ascensão na evolução física; um reascenso dos mais profundos abismos da matéria (o mineral) -para seu statu quo ante, com uma dissipação correspondente de organismo concretos- até o Nirvâna, o ponto de desvanecimento da matéria diferenciada (45).

portanto, é evidente por que o que se chama pertinentemente no Esoteric Buddhism “quebra de onda de evolução” e “impulso mineral, vegetal, animal e humano”, detém-se a entrada de nosso Globo em seu Quarto Ciclo ou Ronda. Neste ponto é onde a Mónada Cósmica (Buddhi) enlaça-se ao Raio Átmico e se converte em seu veículo; ou seja que Buddhi acordada a um conhecimento interno daquele (Âtman), entrando assim no primeiro degrau da escala septenaria de evolução, que lhe conduzirá eventualmente ao décimo, contando do mais inferior para cima, da árvore Sephirotal, a Coroa.

Todas as coisas no Universo seguem a lei de analogia. “Como é acima assim é abaixo”; o Homem é o microcosmo do Universo. O que tem lugar no plano espiritual, repete-se no plano cósmico. A concreção segue as linhas da abstração; o mais inferior deve corresponder ao superior; o material ao espiritual. Assim, correspondendo à Coroa Sephirotal ou Tríada Superior, existem os três reino elementares que precedem ao mineral (46), e que, empregando a linguagem dos kabalistas, respondem na diferenciação cósmica aos mundos da Forma e a Matéria, do Super-Espiritual ao Arquétipo. Agora bem: o que é uma Mónada? Que relação tem com um Átomo? A resposta que segue se funda nas explicações dadas a respeito destas questões no artigo antes chamado “A Mónada Mineral”, escrito pela autora. À segunda pergunta se respondeu: Não tem relação de nenhuma classe com o átomo ou molécula tal como esta se compreende atualmente pela ciência. Nem pode ser comparada com os organismos microscópicos, em um tempo classificados entre os infusorios poligástricos, hoje considerados como vegetais e colocados entre as algas; nem é tampouco do todo a macacas dos peripatéticos. Física ou constitucionalmente, a mónada mineral difere, é obvio, da mónada humana, que não é física, nem pode expressar-se sua constituição por meio de símbolos químicos e elementos (47).

Em resumo: assim como a Mónada Espiritual é Uma, Universal, Ilimitada e Indivisa, cujos Raios, entretanto, formam o que nós em nossa ignorância chamamos “Mónadas Individuais” dos homens, do mesmo modo a Mónada Mineral (achando-se na curva oposta do círculo) é também Uma; e dela procederam os inumeráveis átomos físicos, que a Ciência começa a considerar como individualizados. De outra maneira, como podem conceber-se e explicar-se matematicamente os progressos evolutivos e em espiral dos quatro reino? A “Mónada” é a combinação dos dois últimos princípios no homem, o sexto e sétimo, e propriamente falando, o término “Mónada Humana” se aplica exclusivamente à Alma Dual (Âtmâ-Buddhi), e não tão somente a seu princípio mais elevado, espiritual e vivificador, Âtmâ. Mas como a Alma espiritual, divorciada do último (Âtmâ) não pode ter existência nem modo de ser algum, por isso foi chamada assim... Agora bem; a Essência Monádica, ou mas bem Cósmica, se se permitir tal término no mineral, vegetal e animal, embora a mesma ao través da série dos ciclos, do elementar mais inferior até o reino Deva, difere, entretanto, na escala de progressão. Seria muito errôneo imaginar uma Mónada como uma Entidade separada, discorrendo lentamente por um atalho definido ao través dos reino inferiores, e florescendo em um ser humano depois de uma série incalculável de transformações; em resumo, supor que a Mónada de um Humboldt data da Mónada de um átomo de greda. Em lugar de dizer uma “Mónada Mineral”, a fraseología mais correta na ciência física, que diferença cada átomo, teria sido, por de contado, chamá-la-a Mónada manifestando-se naquela forma do Prakriti chamada o Reino Mineral”. O átomo, tal como se representa nas hipótese científicas ordinárias, não é uma partícula de algo, animada por alguma coisa psíquico, destinada a florescer depois de largas épocas em um homem. Mas é uma manifestação concreta da Energia Universal, ainda não individualizada; uma manifestação série da única Universal Mónada. O Oceano da Matéria não se divide em suas gotas potenciais e constituintes até que a corrente do impulso de vida chega ao estado de evolução do nascimento do homem. A tendência para a segregação no Mónadas individuais é gradual, e alcança quase este ponto nos animais superiores. Os peripatéticos aplicavam a palavra Bonitas ao Kosmos inteiro, no sentido panteísta, e os ocultistas, embora por convenientcia ou aceitam esta idéia, distinguem do abstrato os graus progressivos de evolução do concreto, por meio de términos como “Mónada Mineral, Vegetal, Animal”, etc. O término significa meramente que a quebra de onda da marca da evolução espiritual está passando por aquele arco de seu circuito. A “Essência Monádica” começa a diferenciar-se imperceptivelmente para a consciência individual, no reino vegetal. Como as Mónadas são coisas não compostas, como corretamente as define Leibnitz, a essência espiritual que as vivifica em seus diversos graus de diferenciação, é o que propriamente constitui a Mónada -não a agregación atômica que não é mais que o veículo e a substância ao través da qual penetram os distintos graus de inteligência, assim inferiores como superiores (48).

Leibnitz concebeu as Mónadas como unidades elementares e indestrutíveis, dotadas com o poder de dar e de receber com respeito a outras unidades, e de determinar assim todos os fenômenos espirituais e físicos. Ele é quem inventou a palavra apercepción (49), a qual, não com a percepção, mas sim mas bem com a sensação do nervo, expressa o estado da consciência Monádica ao través de todos os reino até o homem. Assim é que pode ser errôneo em sentido estritamente metafísico, o chamar âtmâBuddhi uma Mónada, posto que de um ponto de vista materialista é dual, e, por conseguinte, composta. Mas como a Matéria é Espírito e viceversa, assim como o Universo e a Deidade que lhe anima são inconcebíveis separados o um da outra, o mesmo acontece no caso de Âtmâ-

Buddhi. Sendo o último o veículo do primeiro, Buddhi se acha na mesma relação com respeito a Âtmâ, como Adam-Kadmon, o Logotipos kabalístico, com respeito ao Ain Suph, ou como Mûlaprakriti com referência ao Parabrahman. E agora umas poucas palavras mais sobre a Lua. O que são -pode perguntar-se- as “Mónadas Lunares”, das quais se acaba de falar? A descrição das sete Classes do Pitris virá depois; mas agora podem dar-se algumas explicações gerais. Claro deve resultar para todos que são Mónadas que tendo terminado seu Ciclo da Vida na Cadeia Lunar, que é inferior à Cadeia Terrestre, encarnaram-se nesta última. Mas podem acrescentar-se alguns detalhes mais, mesmo que se acham muito perto do terreno proibido para poder ser explicados por completo. A última palavra do mistério é tão somente divulgada aos Adeptos; mas pode dizer-se que nosso satélite é tão somente o corpo grosseiro de seus princípios invisíveis. Se considerarmos, pois, que existem sete Terras, do mesmo modo devem existir sete Luas, das quais tão somente a última é visível; o mesmo acontece com o Sol, a cujo corpo visível lhe chama um Mâyâ, uma reflexão, justamente como o é o corpo do homem. “O verdadeiro Sol e a Lua verdadeira são tão invisíveis como o homem real” -diz uma máxima oculta. E pode fazer-se observar, de passada, que os antigos que emitiram por primeira vez a idéia das “Sete Luas”, não eram tão néscios depois de tudo. Pois embora este conceito é agora tomado unicamente como medida astronômica do tempo, em uma forma muito materializada, entretanto, sob a casca podem reconhecê-las rastros de uma idéia profundamente filosófica. Em realidade, a Lua é o satélite da Terra só em um sentido, ou seja no de que a Lua gira em volto da Terra. Mas em cada um de outros aspectos, é a Terra o satélite da Lua e não viceversa. Por surpreendente que pareça esta declaração, não deixam de confirmá-la-os conhecimentos científicos. São evidências em favor disso as marés, as mudanças cíclicas em muitas formas de enfermidades que coincidem com as fases lunares; pode observar-se no desenvolvimento das novelo, e é muito marcada sua influência nos fenômenos da concepção e gestação humanas. A importância da Lua e sua influência sobre a Terra eram reconhecidas por todas as antigas religiões, especialmente pelo feijão, e foram notadas por muitos observadores de fenômenos psíquicos e físicos. Mas, segundo tudo que a Ciência conhece, a ação da Terra sobre a Lua acha-se limitada à atração física, que é causa de que gire em sua órbita. E se alguém persistisse em objetar que este fato constitui por si só uma prova suficiente de que a Lua é verdadeiramente o satélite da Terra em outros planos de ação, pode responder lhe perguntando se uma mãe que passeia em volto do berço de seu menino velando por ele, está subordinada a seu filho ou se depender dele. Mesmo que em um sentido ela é seu satélite, entretanto é certamente superior em anos e em desenvolvo ao menino por quem vela. A Lua é, pois, quem representa o papel principal e de maior importância, tanto na formação da Terra mesma, como no referente a povoar a de seres humanos. As Mónadas Lunares ou Pitris, os antecessores do homem, convertem-se em realidade no homem mesmo. São as Mónadas que entram no ciclo de evolução no Globo A, e que passando em volto da Cadeia de Globos, desembrulham a forma humana, tal como se demonstrou antes. Ao princípio do estado humano da Quarta Ronda neste Globo, eles “exsudam” seus dobros astrais, das formas “parecidas com o macaco” que desenvolveram na Ronda III. E esta forma sutil, mais delicada, é a que serve como modelo, em volto do qual, a Natureza constrói ao homem físico. Estas Mónadas, ou Faíscas Divinas, são assim os Antepassados Lunares, os Pitris mesmos; pois estes Espíritos Lunares têm que converter-se em “homens”, com objetivo de seus Mónadas possam alcançar um plano mais elevado de atividade e de consciência própria, ou seja o plano dos Mânasa-Putras, os que dotam de “memore” aos envoltórios “inconscientes”, criadas e animadas pelos Pitris, no último período da Terceira Raça-Raiz. Do mesmo modo, as Mónadas ou Egos dos homens da Sétima Ronda de nossa Terra, depois que nossos próprios Globos A, B, C, D, etcétera, separando-se de sua energia vital, tenham animado, e com isso evocado à vida, a outros centros espécie, destinados a viver e a atuar em um plano de existência superior; da mesma maneira, os Antecessores Terrenos criarão aos que se têm que converter em seus superiores. Claro se vê agora que existe na Natureza um triplo esquema evolucionario, para a formação dos três Upâdhis periódicos; ou mas bem três esquemas separados de evolução, que em nosso sistema se acham confundidos e entrelaçados por toda parte. Estes são a evolução Monádica (ou Espiritual), a Intelectual e a Física. As três são os aspectos finitos, ou as reflexões no campo da Ilusão Cósmica, de Âtmâ, o sétimo, a Realidade Única. 1º A Monádica está, como o nome o implica, relacionada com o desenvolvimento e

desenvolvimento da Mónada em fases de atividade cada vez mais elevada, em conjunção com: 2º A Intelectual, representada pelos Mânasa-Dhyânis (os Devas Revestir, ou os Pitris Agnishvatta), os que “concedem inteligência e consciência” ao homem; e 3º A Física, representada pelos Chhâyâs dos Pitris Lunares, em volto dos quais formou a Natureza o atual corpo físico. Este Corpo serve como de veículo para o “desenvolvimento”, empregando uma palavra errônea, e as transformações (por meio de Emana, e graças à acumulação de experiências), do Finito no Infinito, do Transitivo no Eterno e Absoluto. Cada um destes três sistemas possui suas leis próprias, e é regido e guiado por grupos diferentes dos mais elevados Dhyânis ou Logoi. Cada um deles se acha representado na constituição do homem, o Microcosmo do grande Macrocosmo; e a união destas três correntes nele, é o que dele faz o ser complexo que é na atualidade. A Natureza, o Poder físico evolucionario, não podia nunca desenvolver a inteligência, sem ajuda; ela pode unicamente criar “formas sem sentido”, como se verá em nossa Antropogénesis. As Mónadas Lunares não podem progredir, porque não tiveram ainda o suficiente contato com as formas criadas pela “Natureza”, para obter por seu meio a acumulação de experiências. Os Mânasa-Dhyânis são os que enchem este vazio, e os que representam o poder evolucionario da Inteligência e da Mente; o laço de união entre o Espírito e a Matéria, nesta Ronda. Também deve se ter presente que as Mónadas que entram no ciclo de evolução no Globo A, da primeira Ronda, acham-se em distintos graus de desenvolvimento. daqui que o assunto se complique algo. Recapitulemos. As mais desenvolvidas, as Mónadas lunares, alcançam o estado humano germinal na Primeira Ronda; convertem-se em seres humanos terrestres, embora muito etéreos, para o final da Terceira Ronda, permanecendo no Globo, durante o período de “obscuración”, como gérmenes para a humanidade futura da Quarta Ronda, convertendo-se assim nos precursores da humanidade ao principiar esta, a presente Quarta Ronda. Outras alcançam o estado humano tão somente durante as seguintes Ronda, ou seja na segunda, na terceira ou na primeira metade da Quarta Ronda. E, finalmente, as mais atrasadas de todas, ou sejam as que ocupam ainda formas animais depois de passado o ponto meio de volta da Quarta Ronda, não chegarão a ser homens durante todo este Manvántara. Chegarão à fronteira da humanidade tão somente à conclusão da Sétima Ronda, para ser, a sua vez, introduzidas em uma nova Cadeia, depois do Pralaya, pelos viajantes mais antigos, os progenitores da Humanidade ou Germe Humano (Shishta), isto é, os homens que se acharão à cabeça de todos ao final destas Rondas. Escassamente necessita já o estudante de nenhuma outra explicação com respeito ao papel representado pelo Quarto Globo e a Quarta Ronda no esquema da evolução. Pelos diagramas precedentes, que são aplicáveis, mutatis mutandis, às Rondas, os Globos ou as Raças, verá-se que o quarto membro de uma série ocupa uma posição única. Ao contrário de outros, o quarto não possui nenhum Globo “irmano” no mesmo plano que ele, e forma assim o fiel da “balança” representada pela Cadeia inteira. é a esfera dos ajustes evolucionarios finais, o mundo das balanças Kármicas, o Recinto da Justiça aonde se determina o curso futuro da Mónada durante o resto de suas encarnações no Ciclo. E portanto acontece que, depois de passado este ponto central de volta no Grande Ciclo (ou seja depois do ponto meio da Quarta Raça da Quarta Ronda em nosso Globo), não podem entrar mais Mónadas no reino humano. A porta fica fechada para este Ciclo, e a balança nivelada. Porque se fosse de outra maneira (se para cada um dos inumeráveis milhares de milhões de seres humanos que desapareceram, tivesse havido necessidade de uma alma nova e não tivesse tido lugar reencarnação alguma) seria à verdade difícil encontrar lugar para os “espíritos” desencarnados; nem poderiam nunca explicar a origem e as causas do sofrimento. A ignorância dos princípios ocultos e a imposição de conceitos falsos sob o disfarce da educação religiosa, é o que deu lugar ao materialismo e ao ateísmo, como protesto contra a suposta ordem divina das coisas. As únicas exceções à regra já citada, são as “raças mudas”, cujas Mónadas se acham já dentro do estado humano, em virtude do fato de que estes “animais” são posteriores ao homem e semidescendientes do mesmo; sendo os últimos descendentes destes animais, o antropóide e outros macacos. Estas “apresentações humanas” são, à verdade, tão somente copia desnaturalizadas da humanidade primitiva. Mas disto nos ocuparemos totalmente no volume seguinte. O Comentário diz, em linhas gerais, o que segue:

1º Cada Forma na Terra, e cada Ponto (átomo) no Espaço, trabalha em seus esforços para a própria formação, por seguir o modelo colocado para ele no “Homem Celestial”... Seu (do átomo) involução e evolução, seu desenvolvimento e desenvolvimento externo e interno, têm um e o mesmo objeto, o Homem; o Homem como a forma física mais elevada e última nesta Terra; a “Mónada” em sua totalidade absoluta e condição acordada -como culminação das encarnações divinas na Terra. 2º Os Dhyânis (Pitris) são os que têm desenvolvido seus Bhûta (Dobre) de si mesmos, cujo Rûpa (Forma) converteu-se no veículo do Mónadas (sétimo Princípios e Sexto) que tinham completado seus ciclos de transmigração nos três Kalpas (Rondas) precedentes. Então se convertem eles (os Dobros Astrais) em homens da primeira Raça Humana da Ronda. Mas não estavam completos e se achavam privados de razão. Isto será explicado mais adiante. por agora, basta dizer que o homem, ou mas bem seu Mónada, existiu na Terra desde o começo mesmo desta Ronda. Mas até nossa própria Quinta Raça, as formas externas que cobriam a estes Dobros Astrais divinos, sofreram mudanças e se consolidaram com cada subraza; de uma vez que trocava a forma e estrutura física da fauna, pois tinham que adaptar-se às condições sempre mutáveis da vida neste Globo, durante os períodos geológicos de seu ciclo de formação. E assim continuarão trocando com cada Raça Raiz, e com cada subraza principal, até a última da Sétima nesta Ronda. 3º O homem interno, agora oculto, era então (nos começos) o homem externo. Ele era a produção dos Dhyânis (Pitris); o “filho parecido a seu pai”. A maneira do lótus, cuja forma externa assume gradualmente a figura do modelo dentro de si, de igual modo se desembrulhou a forma do homem em um princípio, de dentro para fora. Depois, no ciclo em que começou o homem a procriar suas espécies, do mundo que tem lugar no presente reino animal, aconteceu o contrário. O feto humano segue agora em suas transformações todas as formas que a estrutura física do homem assumiu ao través dos três Kalpas (Rondas) durante as tentativas para a formação plástica em volto da Mónada, verificadas pela matéria sem sentido, por ser imperfeita, em seus cegos tanteos. na época presente, o embrião físico é uma planta, um réptil, um animal, antes que finalmente se converta em um homem, desembrulhando, a sua vez, de dentro de si mesmo, sua própria cópia etérea. No princípio foi aquele duplicado (o homem astral) o que, carecendo de razão, ficou aprisionado nas malhas da matéria. Mas este “homem” pertence à Quarta Ronda. Como se tem feito ver, a Mónada tinha passado, viajado e sido aprisionada em todas as formas transitivas de cada um dos reino da Natureza, durante as três Rondas precedentes. Mas a Mónada que se converte em humana, não é o Homem. Nesta Ronda -com a exceção dos mamíferos mais elevados depois do homem, os antropóides destinados a extinguir-se nesta nossa raça, quando seus Mónadas sejam libertadas e passem às formas astrais humanas, ou elementos superiores, das Sexta Raças e Sétima, e depois às formas humanas mais inferiores na Quinta Ronda- nenhuma unidade de reino algum é já animada pelo Mónadas destinadas a converter-se em humanas em seu próximo estado, e sim tão somente pelos elementares inferiores de seus reino respectivos. Estes “elementares” se converterão a sua vez no Mónadas humanas, somente no próximo grande Manvántara planetário. De fato, a última Mónada humana encarnou antes do princípio da Quinta Raça-Raiz. A Natureza jamais se repete a si mesmo; portanto, os antropóides de nossos dias não existiram em nenhum tempo até mediados do período Mioceno, quando, como todos os cruzamentos, começaram a mostrar uma tendência mais e mais marcada, à medida que transcorria o tempo, a voltar para tipo de seu primeiro pai, o gigantesco Lemuro-Atlante, amarelo e negro. Procurar o “elo perdido” é inútil. Aos sábios da conclusão da Sexta Raça-Raiz, dentro de milhões e milhões de anos, nossas modernas raças, ou mas bem seus fósseis, parecerão-lhes como de macacos pequenos e insignificantes -uma variedade extinta do genus homo. Semelhantes antropóides constituem uma exceção; pois não foram desejados pela Natureza, mas sim são o produto direto e a criação do homem “sem razão”. Os indos concedem uma origem divina aos macacos, porque os homens da Terceira Raça eram deuses de outro plano, que se tinham convertido em mortais “sem razão”. Este assunto foi tratado já

no Isis Unveiled, faz doze anos, com toda a claridade que era então possível; e ali se diz ao leitor que consulte aos brâmanes, se quer saber a razão da consideração que guardam aos macacos. O leitor aprenderia, possivelmente -se o brâmane lhe considerava digno de uma explicação- que o indo vê no macaco, o que Manu desejava que visse: a transformação de espécies mais diretamente relacionadas com a da família humana; um ramo bastardo enxertado em seu próprio tronco antes da perfeição final deste último. Poderia aprender, além disso, que ante os olhos dos “pagãos” ilustrados, o homem espiritual ou interno é uma coisa, e seu envoltório física e terrestre é outra. Que a natureza física, essa grande combinação de correlações de forças físicas, sempre dirigindo-se para a perfeição, tem que valer-se de quão materiais encontra à mão; ela modelo e remodela à medida que procede, e coroando sua obra com o homem, apresenta a ele unicamente como tabernáculo apropriado para o amparo do Espírito Divino (50).

Além disso, em uma nota ao pé da mesma página, faz-se menção da obra de um sábio alemão. Diz assim: Um sábio hanoveriano publicou recentemente um livro titulado Ueber die Auflösung der Arten durch natürliche Zuchtwahl, no que faz ver, com grande engenhosidade, que Darwin se equivocou por completo ao fazer descender ao homem do macaco. Sustenta, pelo contrário, que é o macaco o que procede do homem. Demonstra que no princípio a humanidade era, moral e fisicamente, o tipo e protótipo de nossa raça presente e de nossa dignidade humana, por sua beleza de forma, regularidade de facções, desenvolvimento cranial, nobreza de sentimentos, impulsos heróicos e grandeza em suas concepções ideais. Isto é pura doutrina brahmánica, buddhista e kabalista. O livro ache-se profusamente ilustrado com diagramas, pranchas, etc. Assegura que a decadência e degradação graduais do homem, tanto moral como física, pode ser facilmente riscada ao través das transformações etnológicas até nossos tempos. E assim como uma porção já degenerou em bonitos, do mesmo modo o homem civilizado do dia presente será acontecido ao fim por descendentes semelhantes, sob a ação da lei inevitável da necessidade. Se tivermos que julgar do futuro pelo atual presente, parece com a verdade possível que uma razão tão antiespiritual e materialista termine mas bem como simia que como do Serafines.

Mas embora os macacos descendem do homem, não é certamente um fato que a Mónada humana, que já alcançou o nível da humanidade, volte a reencarnar-se de novo sob a forma de um animal. O círculo de “metempsicosis” para a Mónada humana está fechado, posto que nos encontramos na Quarta Ronda e na Quinta Raça-Raiz. Tem que fazer-se carrego o leitor, pelo menos o que conhece o Esoteric Buddhism, que as Estadias que seguem neste volume e no seguinte, ocupam-se tão somente da evolução de nossa Quarta Ronda. Esta última é o ciclo do ponto de giro, depois do qual, tendo chegado a matéria a seus abismos mais profundos, começa sua luta para o alto, espiritualizando-se com cada nova raça e com cada novo ciclo. portanto, o estudante deve tomar cuidado de não ver uma contradição onde não existe; pois no Esoteric Buddhism se fala das Rondas em geral, enquanto que aqui não se trata mais que da Quarta, ou seja nossa Ronda presente. Então tinha lugar o trabalho de formação: agora o de reforma e de perfeição evolucionaria. Finalmente, para concluir esta digressão, que se ocupa de enganos vários, mas inevitáveis, devemos fazer referência a uma afirmação do Esoteric Buddhism que produziu uma impressão fatal em muitos teósofos. cita-se constantemente uma desventurada frase da obra mencionada, como prova do materialismo da doutrina. Na pág. 48 diz o autor, refiriéndose aos progressos dos organismos nos Globos: O reino mineral não desembrulhará mais ao vegetal... que a Terra foi capaz de desembrulhar ao homem do macaco, até que recebeu um impulso.

Se esta sentença expressa literalmente o pensamento de seu autor, ou se for tão somente, como acreditam, um lapsus calami, é questão que está por decidir. Realmente com surpresa nos inteiramos que fato de que o Esoteric Buddhism era tão pouco compreendido por alguns teósofos, que chegaram a acreditar que por completo apoiava a evolução do Darwin, e em especial a teoria do descida do homem de um antecessor pitecoide. Um membro escreve: “Suponho se faz você carrego do fato de que as três quartas partes dos teósofos, e até dos que não o são, imaginam que em todo o referente à evolução do homem, o darwinismo e a Teosofía partem juntos”. Nada disto se pretendeu jamais, nem existe grande fundamento para isso no Esoteric Buddhism, pelo menos no que nos alcança.

Repetidas vezes se há dito que a evolução, conforme a ensinavam Manu e Kapila, era a base dos modernos ensinos; mas nem o Ocultismo nem a Teosofía hão sustenido jamais as teorias desatinadas dos darwinistas pressente, e muito menos a do descida do homem do macaco. A respeito disto nos ocuparemos com maior extensão mais adiante. Mas não há mais que dirigirse a pág. 47 da obra mencionada, para ler ali que: O Homem pertence a um reino claramente separado do dos animais.

Com uma afirmação tão clara e inequívoca, é muito estranho que estudantes cuidadosos tenham sido induzidos a semelhante engano, a menos que estejam dispostos a acusar a seu autor de contradição grosseira. Cada Ronda repete em uma escala superior o trabalho evolucionario da Ronda precedente. Com a exceção de alguns antropóides superiores, de que falamos, o influxo monádico ou evolução interna concluiu até o Manvántara seguinte. Nunca se repetirá muito que as Mónadas humanas em pleno desenvolvimento, têm que passar a outras esferas de ação, antes que a nova massa de candidatos apareça neste Globo ao princípio do ciclo próximo. Assim é que tem lugar um período de calma; e por isso é pelo que, durante a Quarta Ronda, aparece o homem na Terra antes que nenhuma criação animal, como se explicará. Mas se insiste, apesar disto, em que o autor do Esoteric Buddhism pregou darwinismo”. Certos parágrafos parecem indubitavelmente dar motivos para esta dedução; além do qual, os ocultistas mesmos estão dispostos a conceder alguma exatidão à hipótese darwinista, no referente a detalhes, a leis secundárias de evolução e depois do ponto meio da Quarta Raça. Quanto ao que teve lugar, a ciência física não pode em realidade saber nada, posto que semelhantes matérias permanecem por completo fora de sua esfera de investigação. Mas o que os ocultistas não admitiram jamais, nem admitirão nunca, é que o homem tenha sido um macaco nesta ou em qualquer outra Ronda, ou que possa jamais converter-se em tal, por muito que tenha sido seu “parecido com o macaco”. Isto se acha confirmado pela mesma autoridade de quem obteve sua notícias o autor do Esoteric Buddhism. Assim para todos aqueles que põem ante os ocultistas estas linhas do volume chamado: Isso é o suficiente para demonstrar que podemos racionalmente -e que devemos, se queremos falar destas matérias, depois de tudo- conceber um impulso de vida dando origem à forma mineral, como pertencendo à mesma espécie de impulso, cuja função é elevar uma raça de macacos a uma raça de homens rudimentares.

A aqueles que citam este parágrafo, como demonstrando “decidido darwinismo”, respondem os ocultistas lhes indicando a explicação do Professor do Mr. Sinnett, que houvesse contradito estas linhas, a estar escritas no espírito que lhes atribui. À autora foi enviada uma cópia desta carta, junto com outras, faz dois anos (1886), com observações adicionadas à margem, para ser citadas na Doutrina Secreta. Começa por considerar a dificuldade experimentada pelo estudante ocidental, para reconciliar alguns feitos jogo de dados previamente a conhecer com a evolução do homem do animal, ou seja dos reino mineral, vegetal e animal; e adverte ao estudante que se guie sempre pela doutrina das analogias e das correspondências. Depois diz algo referente ao mistério dos Devas e até dos Deuses, que têm que acontecer estados que se conveio em chamar de “inmetalización, inherbación, inzoonización, e finalmente, de encarnação”; e explica isto indicando a necessidade de que tenham lugar fracassos até entre as raças etéreas do Dhyân Chohans. com referência a isto diz: “Estes “fracassos” estão muito desenvolvidos e espiritualizados para que possam ser forzosamente lançados atrás do estado Dhyân Chohánico, ao torvelinho de uma nova evolução primitiva ao través dos reino inferiores...” depois do qual, tão somente se faz uma leve alusão sobre o mistério contido na alegoria dos Torra cansados, a qual será ampliada e explicada nos volúmenes III e IV. Quando o Carma lhes alcançou no plano da evolução humana: “Terão que beber até a última gota da amarga taça de retribuição. Então se convertem em uma Força ativa e se mesclam com os Elementares, as entidades desenvolvidas do reino animal puro, para desembrulhar pouco a pouco o tipo perfeito da humanidade”.

Estes Dhyân Chohans, como vemos, não passam ao través dos três reino como os Pitris inferiores, nem se encarnam no homem até a Terceira Raça-Raiz. Veja-o que dizem os ensinos: “Ronda I. O Homem na Primeira Ronda e na Primeira Raça no Globo D, nossa Terra, era um ser etéreo (um Dhyâni Lunar, como homem), não inteligente, a não ser superespiritual, e correspondendo na lei de analogia à Primeira Raça da Quarta Ronda. Em cada uma das raças e subrazas subseqüentes... desenvolve-se mais e mais como ser revestido ou encarnado, mas ainda preponderantemente etéreo... Carece de sexo, e como os animais e vegetais, desenvolve corpos monstruosos correspondentes ao grosseiro de tudo que lhe rodeia. “Ronda II. É ainda o homem gigantesco e etéreo, mas seu corpo aumenta em firmeza e se condensa mais; é um homem mais físico, mas, entretanto, ainda menos inteligente que espiritual*, porque a evolução da mente é mais lenta e mais difícil que a da estrutura física... “Ronda III. Possui agora um corpo perfeitamente concreto ou compacto, ao princípio a forma de um macaco gigantesco, mais inteligente, ou mas bem mais ardiloso, que espiritual. Pois, no arco descendente, chegou agora a um ponto no qual sua espiritualidade primitiva é eclipsada e obscurecida pela mentalidade nascente**. Na última metade da Terceira Ronda, sua estatura gigantesca decresce, seu corpo melhora em textura e se converte em um ser mais racional, embora é ainda mais um macaco que um Deva... (Tudo isto se repete quase exatamente na terceira Raça-Raiz da Quarta Ronda) “Ronda IV. O intelecto tem nesta Ronda um enorme desenvolvimento. As raças (até então) mudas, adquirem nosso (atual) linguagem humana neste Globo, no qual, desde a Quarta Raça, a linguagem se aperfeiçoa e o saber aumenta. Neste ponto meio da Quarta Ronda (como da Quarta Raça-Raiz ou Atlante), passa a humanidade pelo ponto axial do ciclo manvantárico menor... transbordando o mundo com os resultados devidos à atividade intelectual e à diminuição da espiritualidade...” Isto é da carta autêntica; o que segue são observações posteriores e explicações adicionais riscadas pela mesma mão em forma de notas: “*...A carta original continha ensinos gerais -uma exposição a vista de pássaro- e não particularizava nada... O falar do homem físico, limitando a afirmação às primeiras Rondas, equivaleria a retroceder aos milagrosos e instantâneos “trajes de pele”... O que se pretendia significar era: a primeira “Natureza”, o primeiro “corpo”, a primeira “mente” no primeiro plano de percepção, no primeiro Globo, na primeira Ronda. Porque Carma e a evolução hão “...concentrado em nossa constituição tão estranhos extremos De Natureza diferentes (51) maravilhosamente mesclados...”

“** Interpretem: alcançou agora o ponto (por analogia, e como na Terceira Raça-Raiz, na Quarta Ronda) em que seu (do homem-anjo) espiritualidade primitiva é eclipsada e obscurecida pela nascente mentalidade humana, e terá você a verdadeira versão...” Estas são as palavras do Professor; texto, palavras e sentenças entre parêntese e notas explicativas. É de razão que deve existir uma enorme diferencia entre términos tais como “objetividade” e “subjetividade”, “materialidade” e “espiritualidade”, quando os mesmos términos são aplicados a planos diferentes de existência e de percepção. Tudo isto deve ser tomado em seu sentido relativo; e portanto, não terá que maravilhar-se de que um autor abandonado a suas próprias especulações, por grande que tenha sido sua aplicação ao estudo, mas ainda sem a menor experiência em relação a estes ensinos abstrusos, tenha cansado em um engano. Nem tampouco nas cartas recebidas se achava suficientemente determinada a diferença entre “Rondas” e “Raças”, posto que não se estabeleceu nada sobre o particular anteriormente, e qualquer discípulo oriental teria visto a diferença em um momento. Além disso, diz uma carta do Professor: “Os ensinos foram comunicados sob protesto... Eram, por dizê-lo assim, gêneros de

contrabando... e quando fiquei sozinho com um dos correspondentes, o outro, Mr.... tinha confundido de tal modo todas as cartas que pouco era o que pudesse dizer-se, sem infringir a lei”. Os teósofos “a quem isto possa concernir” compreenderão a que se refere. A conseqüência de tudo isto, é que nada foi dito jamais nas cartas que justifique a segurança de que a doutrina oculta tenha ensinado alguma vez, ou acreditado algum Adepto, a menos que seja metaforicamente, na teoria trastrocada moderna do descida do homem de um antecessor comum com o macaco -um antropóide da atual espécie animal. Até hoje em dia existem no mundo muitos mais homens parecidos com bonitos, que nos bosques bonitos parecidos com homens. O macaco é sagrado na Índia porque sua origem é bem conhecida pelos Iniciados, embora esteja oculto sob o denso véu da alegoria. Hanumâna é o filho da Pavana (Vâyu, “o Deus do vento”), pelo Anjanâ, mulher de um monstro chamado Kesari, embora sua genealogia varia. O leitor que tenha isto presente encontrará nos volúmenes III e IV, passim, a explicação completa desta engenhosa alegoria. Os “homens” da Terceira Raça (os que se separaram) eram “Deuses” por sua espiritualidade e sua pureza, embora careciam de sentido, e como homens, estavam ainda desprovidos de razão. Estes “homens” da Terceira Raça, os antepassados dos Atlantes, eram precisamente uns gigantes tão parecidos com bonitos e tão sem sentido intelectualmente, como aqueles seres que durante a Terceira Ronda representaram à humanidade. Estes “homens” da Terceira Raça, moralmente irresponsáveis, foram os que por conexão promíscua com espécies animais inferiores a eles, deram origem a aquele elo perdido, que em épocas posteriores (no período terciário tão somente) converteu-se no antecessor remoto do verdadeiro macaco, tal como o encontramos agora na família pitecoide. Se se encontrar que isto se choca com a afirmação que apresenta ao animal depois que ao homem, então se pede ao leitor reflita que tão somente se faz referência aos mamíferos placentarios. Naqueles dias existiam animais com os que nem sequer hoje sonha a zoologia; e os modos de reprodução não eram idênticos às noções que a fisiologia moderna possui sobre o assunto. Não é conveniente ocupar-se de semelhantes questione em público, mas não existe contradição nem impossibilidade nenhuma nisto, seja qual for. Assim é que os primeiros ensinos, por pouco satisfatórias, vagas e fragmentárias que tenham sido, não expõem a evolução do “homem” do “macaco”, nem o autor do Esoteric Buddhism o assegura com semelhantes palavras em nenhuma parte de sua obra; mas, devido a sua inclinação à ciência moderna, emprega uma linguagem que pode justificar possivelmente tal dedução. O homem que precedeu à Quarta Raça, a Atlante, por grande que tenha sido sua semelhança física com um “macaco gigantesco” -arremedo do homem que não possui a vida humana-, era já, entretanto, um homem que falava e que pensava. A raça “Lemuro-Atlante” era altamente civilizada; e se se aceita a tradição, que como história é superior à ficção especulativo que hoje passa como história, aquela raça alcançou um estado superior ao nosso, apesar de todas nossas ciências e da civilização degradada do dia; de todos os modos, assim era o Lemuro-Atlante, à conclusão da Terceira Raça. E agora podemos voltar para as Estadias.

ESTADIA VI (Continuação) 5. NA QUARTA (a) (52), OS FILHOS RECEBEM ORDEM DE CRIAR SUAS IMAGENS. A TERCEIRA PARTE SE NEGA. AS OUTRAS DOIS (53) OBEDECEM. A MALDIÇÃO SE PRONUNCIA (b): NASCERÃO NA QUARTA (54); SOFRERÃO E FARÃO SOFRER. ESTA É A PRIMEIRA GUERRA (c). O significado completo desta Sloka não pode ser compreendido de tudo a não ser tendo lido já as explicações detalhadas e adicionais que figuram na Antropogénesis e em seus comentários, nos volúmenes III e IV. Entre esta Sloka e a 4 desta mesma Estadia, estendemse largas épocas; e agora resplandece a aurora e o sol nascente de outro evo. O drama representado em nosso planeta, acha-se ao princípio de seu quarto ato; mas para poder

compreender de um modo mais claro toda a representação, terá o leitor que voltar atrás antes que possa seguir. Porque este versículo pertence à Cosmogonia geral que figura nos volúmenes arcaicos, enquanto que nos volúmenes III e IV se dará uma relação detalhada da “criação”, ou mas bem da formação dos primeiros seres humanos, seguidos pela segunda humanidade e depois pela terceira; ou como as denomina, pelas Primeira Raças-raíces, Segunda e Terceira. Assim como a Terra sólida começou por ser uma esfera de fogo líquido, de pó ígneo e seu fantasma protoplasmático, o mesmo aconteceu com o homem. (a) O que se pretende significar com a Quarta palavra”, diz-se é a Quarta Ronda, fundando-se tão somente em autoridade dos Comentários. Pode significar igualmente a Quarta Eternidade, quão mesmo a Quarta Ronda, e até nosso Quarto Globo. Porque, como se mostrará repetidas vezes, este último é a quarta esfera no quarto plano, ou seja o mais inferior da vida material. E assim acontece que nos achamos na Quarta Ronda, em cujo ponto médio deve ter lugar o equilíbrio perfeito entre o Espírito e a Matéria. Neste período ocorreu, como veremos -durante o apogeu da civilização e do conhecimento assim como da intelectualidade humana, da Quarta, Raça Atlante- que devido à crise final da adaptação fisiológico-espiritual das raças, a humanidade se ramificou em dois atalhos diametralmente opostos: os Atalhos da mão Esquerda e da Direita do Conhecimento ou Vidyâ. Como diz o Comentário: Assim foram semeados naqueles dias os gérmenes da Magia Branca e a Negra. Os gérmenes permaneceram latentes por algum tempo, para brotar tão somente durante o primeiro período da Quinta (nossa Raça). Diz o Comentário, explicando a Sloka: Os Santos Jovens (os Deuses) negaram-se a multiplicar e a criar espécies a semelhança dela, e segundo sua classe. “Não são Formas (Rûpas) a propósito para nós. Têm que desenvolver-se”. Rehúsan entrar nos Chhâyâs (sombras ou imagens) de seus inferiores. Assim prevaleceu de um princípio o sentimento egoísta, até entre os Deuses e eles caem sob o olhar dos Lipikas Kármicos. Em nascimentos posteriores tiveram que sofrer por isso. Como lhes chegou o castigo aos Deuses, verá-se nos volúmenes III e IV. É tradição universal que antes da “Queda” fisiológica, teve lugar a propagação da própria espécie, já humana ou animal, pela Vontade dos Criadores, ou de sua origem. Esta foi a Queda do Espírito na geração, não a Queda do homem mortal. Já se há dito que para converter-se em consciente de si mesmo, tem o Espírito que passar por cada um dos ciclos de existência que culminam, em seu mais alto ponto, na terra, no homem. O Espírito per se, é uma abstração inconsciente e negativa. Sua pureza é inerente, não adquirida pelo mérito; daqui, como já se há dito, que para converter-se no mais elevado Dhyân Chohan é necessário para cada Ego alcançar a plena consciência como um ser humano, quer dizer, consciente, que para nós se acha sintetizado no Homem. Ao dizer os kabalistas judeus que nenhum Espírito pode pertencer à Hierarquia divina, a menos que Ruach (o Espírito) uniu-se ao Nephesh (a Alma Vivente), não fazem mais que repetir o ensino Esotérico oriental: Um Dhyâni tem que ser um Âtmâ-Buddhi; uma vez que o Emana se desliga de seu Âtmâ imortal, do qual ele (Buddhi) é o veículo. Âtman passa ao Não-Ser, que é o Absoluto Ser. Isto significa que o estado puramente Nirvánico é um retorno do Espírito para a abstração ideal da Seidad, que não possui relação nenhuma com o plano no qual nosso Universo está cumprindo seu ciclo. (b) “A Maldição se pronuncia”, não significa neste caso que algum Ser Pessoal, Deus ou Espírito Superior, tenha-a pronunciado; significa simplesmente que a causa que só podia produzir maus resultados tinha sido já criada, e que os efeitos desta causa Kármica podiam tão somente conduzir a encarnações desventuradas, e portanto a sofrimentos, aos Seres que, transgredindo as leis da Natureza, punham assim um obstáculo a seu legítimo progresso. (c) “Tiveram lugar muitas Guerras”, todas relacionadas com as diversas lutas de adaptação espiritual, cósmica e astronômica, mas principalmente com o mistério da evolução do homem tal como é agora. Os Poderes ou Essências puras “a quem se disse criassem”, referem-se a um mistério explicado, como já se há dito, em outra parte. O segredo da geração não tão somente é um dos mais ocultos da Natureza (para cuja solução em vão todos os embriólogos hão unidos seus esforços), mas sim é deste modo uma função divina, que leva consigo o mistério religioso ou mas bem dogmático, conhecido com o nome da “Queda” dos Anjos. Uma vez explicado o mistério da alegoria, provará que Satã e sua hoste rebelde se

negaram a criar ao homem físico, tão somente para converter-se nos Salvadores e Criadores diretos do Homem divino. O ensino simbólico, mas bem que mística e religiosa, é puramente científica, como se verá mais adiante. Porque em lugar de ser um mero meio cego, automático, impulsionado e guiado pela Lei insondável, o Anjo “rebelde” reclama e exige seu direito ao julgamento e à vontade independentes; seu direito à liberdade e à responsabilidade, posto que o mesmo o Homem que o Anjo se acham sob a Lei Kármica. Explicando opiniões kabalísticas, o autor de New Aspects of Life, diz dos Anjos Cansados que: Segundo o ensino simbólico, o Espírito de simples agente funcional de Deus, convirtióse em volitivo em sua ação desenvolvida e lhe desembrulhem; e substituyendo sua própria vontade com o Desejo Divino, no que lhe concernia, caiu. daqui que o reino dos espírtus e a ação espiritual, que emanam e são produto da volição do espírito, estejam fora e em contraste, e se achem em contradição com o Reino das Almas e da ação Divina (55).

Até aqui não há nada que dizer; mas o que pretende significar o autor ao dizer: Quando o homem foi criado era humano em constituição, com afecções humanas e esperanças e aspirações humanas. Desde este estado caiu no do bruto e o selvagem.

resulta diametralmente oposto a nossos ensinos orientais, e até à idéia kabalística, em tudo o que nos alcança compreendê-la, e à Bíblia mesma. Isso parece com maneira do Corporrealismo e o Substancialismo, dando cor à filosofia positiva, embora seja algo difícil chegar a estar seguro do que o autor quer dizer. Uma queda, entretanto, “do natural no sobrenatural e no animal” -significando por sobrenatural neste caso o estado puramente espiritual- implica o que nós sugerimos. O Novo Testamento fala de uma destas guerras, assim: E houve guerra no Céu: Miguel e seus anjos lutavam com o Dragão, e lutavam o Dragão e seus anjos, e não prevaleceram; e nunca mais foi achado seu lugar no céu. E foi arrojado fora o Dragão, aquela antiga serpente que se chama o Diabo e Satã, e que engana a todo mundo (56).

A versão kabalística da mesma história figura no Codex Nazaraeus, a escritura dos nazarenos, os verdadeiros místicos cristãos do Juan o Batista e dos Iniciados do Christos. Bahak Zivo, o “Pai dos Gênios”, recebe a ordem de fabricar criaturas -de criar-. Mas como permanece “ignorante do Orcus”, fracassa em sua empresa, e acode ao Fetahil, um espírito ainda mais puro, para que lhe ajude, o qual o faz ainda pior. Esta é uma repetição do fracasso dos “Pais”, os Senhores de Luz que fracassam uns atrás de outros (57). Citemos agora de nossos volúmenes primitivos (58): Entra então no plano da criação o Espírito (59) (chamado da Terra, ou a Alma, Psyche, ao qual Santiago denomina “diabólico”), a porção inferior do Anima Mundi ou Luz Astral. (Veja-a conclusão desta Sloka). Entre os nazarenos e gnósticos, este Espírito era feminino. Assim, o espírito da Terra, percebendo que pelo Fetahil (60), o homem mais novo (o último), o resplendor tinha “trocado”, e que em lugar de resplendor existiam “degeneração e prejuízos”, ela acordada ao Karabtanos (61), “que estava louco e sem sentido nem julgamento”, e lhe diz: “te levante, olhe: o Esplendor (a Luz) do Homem Novísimo (Fetahil) fracassou (em produzir ou criar homens); a diminuição deste Esplendor é visível. te levante, vêem com sua Mãe (o Espírito) e libra lhe dos limites que lhe escravizam, e daqueles mais vastos que o mundo inteiro”. depois do qual segue a união da matéria louca e cega, guiada pelas insinuações do Espírito (não o Fôlego Divino, a não ser o Espírito Astral, que por seu dobro essência se acha já manchado com a matéria); e tendo sido aceito o oferecimento da Mãe, o Espírito concebe “Sete Figuras”, e os Sete Astros (Planetas) que representam também os sete pecados capitais, a produção de uma Alma Astral, separada de sua origem divina (o espírito), e da matéria, o demônio cego da concupiscência. Vendo isto, estende Fetahil sua mão para o abismo da matéria e diz: “Exista a terra, quão mesmo existiu a mansão dos Poderes”. E afundando sua mão no caos que condensa, cria nosso planeta. Então o Codex passa a dizer como Bahak Zivo foi separado do Espírito, e os Gênios ou Anjos dos Rebeldes (62). Então Emano (63) (o maior), que reside com o Supremo Ferho, chama o Kebar Zivo (conhecido também com o nome do Nebat Iavar bar Lufin), Leme e Videira do alimento de Vida (64), sendo ele a terceira Vida, e compadecendo-se dos néscios e rebeldes Gênios, por causa da magnitude de sua ambição, diz: “Senhor dos Gênios (65) (AEones), olhe o que os Gênios (os Anjos Rebeldes) fazem, e a respeito do que se estão consultando (66). Eles dizem: “Façamos surgir ao mundo e chamemos os “Poderes” à existência. Os Gênios são os Príncipes (Princípios), os Filhos da Luz, mas você é o Mensageiro de Vida”.

E com objeto de rebater a influência dos sete princípios “mau dispostos”, a produção do Espírito, Kebar Zivo (ou Cabar Zio), o poderoso Senhor de Esplendor, produz outras sete vistas (as virtudes cardeais) que resplandecem em sua própria forma e luz “do alto” (67) e restabelece assim o equilíbrio entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas.

Aqui se encontra uma repetição dos sistemas dualistas, primitivos e alegóricos, como o do Zoroastro, e se observa um germe das religiões dualistas e dogmáticas do futuro; germe desenvolvido como árvore tão frondosa no Cristianismo eclesiástico. É já o bosquejo dos dois “Supremos” -Deus e Satã-. Mas nas Estadias não existe semelhante ideia. A maior parte dos kabalistas cristãos ocidentais, e sobre tudo Eliphas Lévi, em seu desejo de reconciliar as Ciências Esconde com os dogmas da Igreja, fizeram tudo que puderam para converter a “Luz Astral”, exclusiva e principalmente no Pleroma dos primitivos Pais da Igreja, a residência da Hoste dos Anjos Cansados, dos Archontes e Poderes. Mas a Luz Astral, embora seja tão somente o aspecto inferior do Absoluto, é, entretanto, dual. É o Anima Mundi, e nunca deve ser considerada de outra maneira, exceto quando medeiam propósitos kabalísticos. A diferença que existe entre sua “Luz” e seu “Fogo Vivente”, sempre devem tê-la presente o Vidente e o Psíquico. O aspecto superior desta “Luz” sem o qual só se podem produzir criaturas de matéria, é este Fogo Vivente e seu Sétimo Princípio. No Isis Unveiled se diz em uma descrição completa da mesma, o que segue: A luz Astral ou Anima Mundi é dual e bissexual. A porção masculina (ideal) da mesma é puramente divina e espiritual, é a Sabedoria, é o Espírito ou Purusha; ao passo que a porção feminina (o Espírito dos nazarenos) hallábase manchada, em um sentido, com matéria, é na verdade matéria, e portanto, já é má. É o princípio de vida de cada criatura vivente, e proporciona a alma astral, o periespíritu flúidico, a homens, animais, aves do ar e a todas as coisas vivas. Os animais possuem tão somente o germe latente da alma imortal mais elevada. Esta última se desenvolverá só depois de uma série de evoluções inumeráveis; a doutrina de cujas evoluções se acha contida no axioma kabalístico: “Uma pedra se converte em uma planta; uma planta em um animal, um animal em um homem; um homem em um espírito e o espírito em um deus” (68).

Os sete princípios dos Iniciados orientais não tinham sido explicados quando se escreveu Isis Unveiled, e sim tão somente as três Caras Kabalísticas da Kabalah semiexotérica (69). Mas estas contêm a descrição das naturezas místicas do primeiro Grupo do Dhyân Chohans no regimen ignis, a região e “regra (ou governo) do fogo”, dividido em três classes, sintetizadas pela primeira, com o qual resultam quatro ou a “Tetraktys”. Se se estudarem os comentários atentamente, encontrará-se a mesma progressão nas naturezas angélicas, ou seja: do estado passivo descendendo ao ativo; estando tão próximo o último destes Seres ao Elemento Ahamkâra (a região ou plano no que o reconhecimento da própria individualidade, ou o sentimento de Eu sou eu, começa a definirise), como os primeiros se acham próximos da Essência não diferenciada. Estes são Arûpa, imateriais; aqueles, Rûpa, corpóreos. No volume II da mesma obra (70) trata-se cumplidamente dos sistemas filosóficos dos gnósticos e dos primitivos judeus cristãos, os nazarenos e ebionitas. Estes sistemas apresentam as opiniões que se sustentavam naqueles dias -fora do círculo dos judeus mosaicos- a respeito do Jehovah. Este era identificado por todos os gnósticos, mas bem com o mau princípio que com o bom. Para eles, era o Ilda-Baoth, o “Filho das Trevas”, cuja mãe, Sophia Achamôth, era filha da Sophia, a Sabedoria Divina -o Espírito Santo Feminino dos primeiros cristãos-, Âkâsha; ao passo que Sophia Achamôth personificava a Luz Astral Inferior ou o Éter. A Luz Astral se encontra na mesma relação respeito a Âkâsha e ao Anima Mundi, como Satã em relação à Deidade. São uma e mesma coisa vista baixo dois aspectos: o espiritual e o psíquico -o laço superetéreo ou de conexão entre a matéria e o espírito puro- e o físico (71). Ilda-Baoth -nome composto da Ilda (.....), menino, e Boath, este último de ....., um ovo, e de ..... caos, vazio ou desolação; ou o Menino nascido no Ovo do Caos, quão mesmo Brahmâ- ou Jehovah, é simplesmente um dos Elohim, os Sete Espíritos Criadores, e um dos Sephiroth inferiores. Ilda-Baoth produz de si mesmo outros sete Deuses, “Espíritos Estelares” ou os Antecessores Lunares (72), pois todos são o mesmo (73). Todos são segundo sua própria imagem, os “Espíritos da Face” e as reflexões recíprocas, que se obscurecem e se materializam mais e mais à medida que sucessivamente se separam de sua primeira causa. Eles habitam também sete regiões dispostas a modo de escada, pois seus degraus constituem um descida e ascensão na escala do espírito e a matéria (74). Entre pagãos e cristãos, entre indos e caldeos, tanto para os gregos como para os católicos romanos -com ligeiras variações nos textos referentes a sua interpretação-, todos eles eram os Gênios dos sete planetas, assim

como das sete esferas planetárias de nossa Cadeia septenaria, das quais é a Terra a mais inferior. Isto relaciona os Espíritos “Estelares” e “Lunares”, com os Anjos planetários superiores e com os Saptarshis, os sete Rishis das Estrelas, dos indos -como Anjos ou Mensageiros subordinados a estes Rishis, emanações, em escala descendente, dos primeiros. Tais eram, segundo a opinião dos filósofos gnósticos, o Deus e os Arcanjos na atualidade adorados pelos cristãos! Os “Anjos Cansados” e a lenda da “Guerra nos Céus” são, pois, de origem puramente pagã, e vêm da Índia pela via da Persia e de Esquenta. A única referência que ao anterior existe no canon cristão se encontra no Apocalipse XII, como se citou em páginas anteriores. Assim é que “Satã”, assim que cessa de ser considerado segundo o espírito supersticioso, dogmático e antifilosófico das Iglesias, converte-se na grandiosa imagem de quem tem feito do homem terrestre, um Homem divino; de quem lhe concedeu ao través do comprido ciclo do Mahâkalpa, a lei do Espírito de Vida, e lhe libertou do Pecado da Ignorância, e portanto, da Morte. 6. AS RODAS MAIS ANTIGAS RODAVAM PARA BAIXO E PARA CIMA (a)... A OVA DA MÃE ENCHIA O TUDO (75). HOUVE BATALHAS BRIGADAS ENTRE OS CRIADORES E OS DESTRUIDORES, E BATALHAS BRIGADAS PELO ESPAÇO; APARECENDO E REAPARECENDO A SEMENTE CONTINUAMENTE (b) (76). (a) Tendo concluído aqui já com nossas digressões (que mesmo que interrompam o curso da narração são necessárias para a elucidação do esquema completo), devemos voltar uma vez mais à Cosmogonia. A frase “Roda mais Antigas” se refere aos Mundos ou Globos de nossa Cadeia, tal como eram durante as Rondas anteriores. Esta Estadia, explicada esotéricamente, vê-se que está recolhimento por completo nas obras kabalísticas. Nela se encontrará a história da evolução dos inumeráveis Globos que se desembrulham depois de um Pralaya periódico, reconstruídos baixo novas formas com materiais antigos. Os Globos precedentes se desintegram e reaparecem, transformados e aperfeiçoados para uma nova fase de vida. Na Kabalah, os mundos são comparados a faíscas que saltam sob o martelo do grande Arquiteto -a Lei, a Lei que rege a todos os Criadores menores. O diagrama comparativo da pág. 155, demonstra a identidade entre os dois sistemas: o kabalístico e o oriental. Os três superiores som os três planos de consciência mais elevados, e em ambas as escolas tão somente se revelam e explicam aos Iniciados; os quatro de abaixo representam os quatro planos inferiores, sendo o mais desço de todos o nosso, ou seja o Universo visível. Estes sete planos correspondem aos sete estados de consciência no homem. Ele é o que tem que pôr a seu tom três estados superiores com os três planos superiores no Kosmos. Mas antes que possa tentar fazê-lo, tem que despertar as três “sedes” à vida e à atividade. E quão poucos são capazes de alcançar por si mesmos nem sequer uma compreensão superficial de Âtmâ Vidyâ (o Conhecimento Espiritual), ou seja o que os sufis chamam Rohanee! (77). (b) “Aparecendo e reaparecendo a Semente continuamente”. Aqui “Semente” representa o “Germe do Mundo”, considerado pela Ciência como partículas materiais em uma condição extremamente atenuada; mas na física ocultista como “partículas espirituais”, ou seja matéria suprasensible existente em estado de diferenciação primária. Para ver e apreciar a diferença -o abismo imenso que separa à matéria terrestre dos graus mais sutis da matéria suprasensible- todos os astrônomos, químicos e físicos deveriam ser pelo menos psicómetras; teriam que ser capazes de sentir por si mesmos aquela diferença que se obstinan em não acreditar. Mrs. Elizabeth Denton, uma das mulheres mais ilustradas, assim como também das mais materialistas e céticas de seu tempo -esposa do professor Denton, o bem conhecido geólogo americano, e autor do The Soul of Things-, era, apesar de seu cepticismo, uma das psicómetras mais maravilhosas. Hei aqui o que descreve em um de seus experimentos. Uma partícula de um meteorito foi colocada sobre sua frente dentro de uma coberta, sem saber o que continha, aquela senhora disse: Que diferença entre o que reconhecemos como matéria aqui, e o que parece matéria ali! Na uma, os elementos são tão grosseiros e tão angulosos, que me admiro por como podemos sofrê-la, e mais ainda de que queiramos continuar relacionados com ela; na outra, todos os elementos se acham tão refinações, estão tão livres daquelas grandes e ásperas angulosidades que aqui caracterizam aos elementos, que não posso menos de considerar a aqueles como a existência real com títulos bem superiores a esta (78).

DIAGRAMA

III

Primeiro círculo: Guptâ Vidyâ oriental. D: A Terra. Segundo círculo: Kabalah esquenta. D: A Terra, Malkuth; A: Geburah; B: Hud; C: Yesud; E: Netzach; F: Tiphereth; G: Chesed. * O Arupa ou “sem forma”; aonde a forma cessa de existir, no plano objetivo. + A palavra “Arquétipo” não deve tomar-se aqui no sentido que lhe davam os platônicos; isto é, o Mundo tal como existia na Mente da Deidade; a não ser no sentido de um Mundo feito como primeiro modelo, para ser seguido e aperfeiçoado pelos Mundos que lhe acontecem fisicamente, embora perdendo em pureza. estes $ são os quatro planos inferiores da Consciência Cósmica, sendo os três superiores inacessíveis à inteligência humana em seu presente desenvolvimento. Os sete estados da consciência humana pertencem a outra questão muito distinta.

Na Teogonía, cada Semente é um organismo etéreo, do que se desenvolve mais adiante um Ser celestial, um Deus. No “Princípio”, chamado-o na fraseología mística “Desejo Cósmico”, desdobra-se em Luz Absoluta. Agora bem, a luz sem sombra alguma, seria a luz absoluta: em outras palavras, a escuridão absoluta, como trata de provar a ciência física. Esta “sombra” aparece sob a forma da matéria primitiva alegorizada, se se quiser, na forma do Espírito do Fogo ou Calor Criador. Se, desprezando a forma poética e a alegoria, prefere a Ciência ver nela a “névoa de fogo” primitivo, não há nisso o menor inconveniente. Seja de uma maneira ou de outra, já seja Fohat ou a famosa Força da ciência, sem nome algum e de tão difícil definição como nosso mesmo Fohat, aquele Algo “tem feito mover ao Universo com movimento circular”, como diz Platón; ou como o expresso o ensino ocultista: O Sol Central faz que Fohat recolha pó primitivo em forma de globos, que os impulsione a mover-se em linhas convergentes, e que, finalmente, aproximem-se uns aos outros e se adicionem... Pulverizados pelo Espaço sem ordem nem sistema, os Gérmenes de Mundos entram em colisões freqüentes até seu agregación final, depois do qual se convertem em Vagabundos (Cometas). Então começam os combates e as lutas. Os mais antigos (corpos) atraem aos mais jovens, enquanto que outros os repelem. Muitos perecem, devorados por seus companheiros mais fortes. Os que se salvam, convertem-se em mundos (79). Isto, uma vez analisado e meditado seriamente, verá-se que é tão cientista como podia havê-lo exposto a Ciência, até a mais recente. Nos assegurou que existem várias obras modernas de presunções especulativos a respeito de semelhantes luta pela vida nos espaços siderais, especialmente em língua alemã. Congratulamo-nos disso; pois o que expomos é um ensino oculto perdido na noite das idades arcaicas. dela nos ocupamos totalmente no Isis Unveiled; e a idéia da evolução parecida com a darwinista, da luta pela vida e a supremacia, e da “sobrevivência dos mais aptos”, tanto entre as Hostes de acima como entre as Hostes de abaixo, discorre ao través dos dois volúmenes de nossa obra primitiva, escrita em 1876. Mas a idéia não era nossa; é da antigüidade. Até os escritores puránicos entreteceram engenhosamente a alegoria com os fatos cósmicos e os sucessos humanos. Qualquer simbologista pode discernir suas alusões astronômicas, mesmo que seja incapaz de compreender todo o significado. As grandes “guerras nos céus”, nos Purânas; as guerras dos Titãs, no Hesiodo e em outros escritores clássicos; as “lutas” também no mito egípcio entre o Osiris e Tufão; e até as que figuram nas lendas escandinavas, todas elas se referem ao mesmo assunto. A Mitologia do Norte faz referência a isto na batalha das Chamas, os filhos do Muspel, que combatem no campo do Wigred. Todas estas se referem ao Céu e à Terra, e possuem um significado dobro, e freqüentemente triplo, assim como uma aplicação esotérica a coisas de acima quão mesmo a coisas de abaixo. referem-se separadamente a lutas astronômicas, teogónicas e humanaas; ao ajustamento dos círculos e à supremacia entre as nações e tribos. A “luta pela existência”, e a “sobrevivência dos mais aptos”, reinaram supremas do momento em que o Kosmos se manifestou à existência, e dificilmente podiam escapar ao olhar observador dos antigos Sábios. Desde aí os incessantes combates da Indra, o Deus do Firmamento, com os Torra -degradados de Deuses elevados a Demônios cósmicos- e com a Vritra ou Ahi; as batalhas brigadas entre estrelas e constelações, entre luas e planetas -encarnados depois como reis e mortais. Desde aí também a Guerra nos Céus do Miguel e sua Hoste contra o Dragão -Júpiter e Lúcifer-Vênus- quando um

terço das estrelas da Hoste rebelde foi precipitado às profundidades do espaço, e “seu lugar não foi encontrado mais nos Céus”. Conforme escrevemos comprido tempo há: Esta é a pedra fundamental dos ciclos secretos. Demonstra que os brâmanes e os tanaim... especulam a respeito da criação e desenvolvimento do mundo, de maneira igual a do Darwin, antecipando-se a ele e a sua escola na seleção natural, o desenvolvimento gradual e a transformação das espécies (80).

Existiram antigos mundos que pereceram, vencidos pelos novos, etc. O asserção de que todos os mundos, estrelas, planetas, etc. -logo que um núcleo de substância primitiva em estado espécie (indiferenciado) é animado pelos princípios em liberdade de um corpo sideral que acaba de morrer-, convertem-se primeiro em cometas e logo em sóis, para esfriar-se convertendo-se em mundos habitáveis, é um ensino tão antigo como os Rishis. assim, conforme vemos, os Livros Secretos ensinam claramente uma astronomia, que nem mesmo pela especulação moderna seria desprezada, se esta última pudesse compreender por completo seus ensinos. Porque a astronomia arcaica e as ciências físico-matemática antigas expressavam idéias idênticas às das ciências modernas, e muitas de maior importância. Uma “luta pela vida” e uma “sobrevivência dos mais aptos”, tanto nos mundos acima como aqui em nosso planeta, é o que claramente se acostuma. Este ensino, entretanto, mesmo que não seria desprezada por completo pela Ciência, será certamente repudiada como um todo integral. Pois ela afirma que só há sete “Deuses” primitivos nascidos por si mesmos, emanados do um e gorjeio. Em outras palavras: significa que todos os mundos ou corpos siderais (sempre em estrita analogia) são formados o um de outro depois que teve lugar a manifestação primitiva ao princípio da Grande Idade. O nascimento dos corpos celestes no espaço, compara-se a uma multidão de peregrinos na festa dos Fogos. Sete ascetas aparecem nas soleiras do templo com sete varinhas de incenso acesas. À luz das mesmas, acende a primeira fila de peregrinos suas varinhas de incenso. depois do qual, começa cada um dos ascetas a fazer girar sua varinha no espaço sobre sua cabeça, e proporciona fogo ao resto dos peregrinos. O mesmo acontece com os corpos celestes. Um centro espécie é aceso e despertado à vida pelos fogos de outro “peregrino”, depois do qual, o novo “centro” se lança ao espaço e se converte em um cometa. Tão somente depois de ter perdido sua velocidade, e portanto, sua cauda flamígera, é quando o Dragão de Fogo se estabelece para viver tranqüilo e estável, a maneira de cidadão regular e respeitável da família sideral. portanto, diz-se: Nascido nos abismos insondáveis do espaço, do elemento homogêneo chamado a Alma do Mundo, cada núcleo de matéria cósmica, arrojado súbitamente à existência, começa sua vida sob as circunstâncias mais hostis. Ao través de uma série de épocas inumeráveis, tem que conquistar por si mesmo um lugar nos infinitos. Circula ao redor, entre corpos mais densos e já fixos, movendo-se por impulsos súbitos; dirige-se para algum ponto dado ou centro que lhe atrai, tratando de evitar, a maneira de casco de navio metido em um estreito coalhado de recifes e de escolhos, outros corpos que a sua vez atraem e lhe repelem. Muitos perecem, desintegrando-se suas massas no seio de outras mais potentes, e principalmente nas simas insaciáveis dos Sóis diversos, quando nascem dentro de um sistema. Os que se movem mais lentamente e são impelidos em uma trajetória elíptica, estão condenados à aniquilação mais logo ou mais tarde. Outros, movendo-se em curvas parabólicas, escapam geralmente à destruição, graças a sua velocidade. Imaginarão, possivelmente, alguns leitores de espírito muito crítico, que este ensino referente ao estado cometario, pelo qual todos os corpos celestes passaram, acha-se em contradição com as afirmações que se feito de que a Lua é a mãe da Terra. Possivelmente imaginarão que é necessária a intuição para harmonizar às duas. Mas não faz falta, à verdade, intuição alguma. O que é o que sabe a Ciência quanto aos Cometas, sua gênese, desenvolvimento e maneira final de conduzir-se? Nada, absolutamente nada! E o que tem que impossível em que um centro espécie -um fragmento de protoplasma cósmico, homogêneo e latente-, quando for súbitamente animado ou inflamado, lance-se desde sua jazida ao espaço, e gire em torvelinho ao través dos abismos insondáveis, com objeto de robustecer seu organismo homogêneo, por uma acumulação e adição de elementos diferenciados? E por que um cometa semelhante não tem que poder estabelecer-se, viver e converter-se em um globo habitado?

“As mansões do Fohat são muitas” -há-se dito-. “Ele coloca a seus Quatro Filhos de Fogo (electro-positivos), nos Quatro-Círculos”; estes Círculos são o Equador, a eclíptica e os dois paralelos de declínio, ou os trópicos; para presidir cujos climas, as Quatro místicas Entidades estão colocadas. Além disso: “Outros Sete (Filhos) são comissionados para presidir os sete Lokas quentes e os sete frios (os infernos dos brâmanes ortodoxos), nos dois extremos do Ovo de Matéria (nossa terra e seus pólos)”. Os sete Lokas são também chamados os “Anéis” e os “Círculos”, em outra parte. Os antigos consideravam sete círculos polares, em lugar de dois, como os europeus; pois o Monte Meru, que é o Pólo Norte, diz-se que tem sete degraus de ouro e sete de prata, que a ele conduzem. A estranha afirmação que figura em uma das Estadias, de que: “Os Cantos do Fohat e de seus Filhos eram RADIANTES como a maré de meio-dia e a Lua combinadas”; e a de que os Quatro Filhos do Quádruplo Círculo do meio, “VÊEM os Cantos de seu pai e OUVEM sua Radiação selénico-solar”, é explicada no Comentário com estas palavras: “A agitação das Forças Foháticas nos dois extremos frios (Pólos Norte e Sul) da terra, que se segue em uma radiação multicolorido durante a noite, possui em si várias das propriedades do Âkâsha (Éter), Cor o mesmo que Som”. “O som é a característica do Âkâsha (Éter); ele gera o Ar cuja propriedade é o Tato; o qual (por fricção) converte-se em produtor de Cor e de Luz” (81). Possivelmente será considerado o anterior como um disparate arcaico; mas será melhor compreendido se o leitor tem presente as auroras boreal e austral, as quais têm lugar nos centros mesmos das forças elétricas e magnéticas terrestres. diz-se que ambos os pólos são os depósitos, os receptáculos e mananciais, de uma vez, da Vitalidade cósmica e terrestre (Eletricidade), cujo excesso teria feito estalar à terra em inumeráveis fragmentos comprido tempo há, a não ser por estas duas válvulas de segurança naturais. Ao mesmo tempo, é uma teoria que ultimamente se converteu em axioma, que o fenômeno das luzes polares vai acompanhado e é produtor de intensos sons a maneira de assobios, chiados e rugidos. Vejamnas obras do professor Humboldt a respeito da aurora boreal, e sua correspondência no referente a esta discutida questão. 7. FAZ SEUS CÁLCULOS, LANÚ, SE QUER SABER A IDADE EXATA DE SUA PEQUENA RODA (82). SEU QUARTO RAIO É NOSSA MÃE (a) (83). ALCANÇA O QUARTO FRUTO DO QUARTO ATALHO DO CONHECIMENTO QUE CONDUZ AO NIRVÂNA, E VOCÊ COMPREENDERÁ, PORQUE VERÁ... (b). (a) A “Pequena Roda” é nossa Cadeia de Esferas, e o “Quarto Raio da Roda” é nossa Terra, a quarta da Cadeia. É uma daquelas sobre as quais o “sopro quente (positivo) do Sol” tem um efeito direto. As sete transformações fundamentais dos Globos ou Esferas celestes, ou mas bem, as das partículas de matéria que as constituem, são descritas como segue: 1ª, a homogênea; 2ª, a aeriforme e radiante -refrigerante; 3ª, a coagulosa (nebulosa); 4ª, a atômica, etérea, começo de movimento, e portanto, de diferenciação; 5ª, a germinal, ígnea- diferenciada, mas tão somente composta dos gérmenes dos Elementos, em seus estados primitivos, possuindo sete estados, quando desenvolvidos por completo em nossa terra; 6ª, a quádruplo, vaporosa -a Terra futura; 7ª, a fria- dependente do Sol para a vida e a luz. Calcular sua idade, entretanto, conforme se diz ao discípulo que o faça na Estadia, é bem difícil, do momento em que não nos dão os números representantes do Grande Kalpa, e não nos permite publicar os correspondentes a nossos pequenos Trampa, mais que como duração aproximada destes. “As mais antigas Rodas rodaram durante uma Eternidade e a metade de uma Eternidade”, diz. Sabemos que por “Eternidade” se entende a sétima parte de 311.040.000.000.000 de anos, ou uma Idade do Brahmâ. Mas e o que? Sabemos também que, para começar, se tomarmos como base as cifras anteriores, temos que eliminar acima de tudo dos 100 Anos do Brahmâ, ou 311.040.000.000.000 anos, dois Anos empregados pelos Sandhyâs (crepúsculos), o qual os deixa reduzidos a 98, pois temos que referi-los à combinação mística de 14 x 7. Mas nós não possuímos conhecimento algum quanto ao tempo em que começou precisamente a evolução e formação de nossa pequena terra. portanto, é impossível calcular sua idade, a menos de que se dê a época de seu nascimento - o qual, até a data, negam-se a fazer os Professores. À conclusão do volume II e nos volúmenes III e IV se farão, entretanto, algumas indicações cronológicas. De todos os modos devemos ter presente que a lei de analogia se aplica o mesmo aos mundos que ao homem; e que assim como “O Um (a Deidade) converte-se em Dois (o Deva ou Anjo), e o Dois se converte em Três (ou o

Homem), etc., do mesmo modo nos ensina que os Coágulos (o material para mundos), convertem-se em Vagabundos (Cometas); que estes se convertem em estrelas, e as estrelas (os centros de vórtices) em nosso sol e planetas, em resumo. (Isto não pode ser tão anticientífico, do momento em que Descarte pensou também que “os planetas giravam sobre seus eixos por ter sido em outro tempo estrela luminosas, centros de vórtices”). (b) Existem quatro graus de iniciação mencionados nas obras esotéricas, os quais são respectivamente conhecidos em sânscrito como Srôtâpanna, Sakridâgâmin e Arhat; tendo as mesmas denominações, nesta nossa Quarta Ronda, os Quatro Atalhos que conduzem à a Nirvâna. O Arhat, embora pode contemplar o Passado, o Presente e o Futuro, não é ainda o mais alto Iniciado; pois o Adepto mesmo, o candidato iniciado, converte-se na Chela (discípulo) de um Iniciado mais elevado. Três graus superiores mais ficam por conquistar ao Arhat que queira alcançar a cúspide da escala do Arhatado. Terá-os que até o alcançaram nesta nossa Quinta Raça; mas as faculdades necessárias para obter estes graus mais elevados, tão somente se encontrarão plenamente desenvolvidas no tipo geral do asceta, ao final desta Raça Raiz, e nas Sexta e Sétima. Assim é que existirão sempre Iniciados e Profanos até o final deste Manvántara menor, o presente Ciclo de Vida. Os Arhats da “Névoa de Fogo”, os do sétimo degrau, achem-se tão somente a um passo da Raiz Fundamental de sua Hierarquia, a mais elevada que existe na Terra e em nossa Cadeia Terrestre. Esta “Raiz Fundamental” tem um nome que pode ser traduzido tão somente por meio de várias palavras: o “BanianoHumano sempre Vivente”. Este “Ser Maravilhoso” descendeu de uma “elevada região” -dizemdurante a primeira porção da Terceira Época, antes da separação de sexos na Terceira Raça. A esta Terceira Raça a chama algumas vezes, coletivamente, os “Filhos do Ioga Passivo”; ou seja que foi produzida inconscientemente pela Segunda Raça, a qual, como era intelectualmente inativa, supõe-se permanecia constantemente sumida em uma espécie de contemplação abstrata ou vazia, como a que requerem as condições do estado Ioga. No primeiro tempo da existência desta Terceira Raça, quando se achava ainda em estado de pureza, os “Filhos da Sabedoria”, que, como se verá, encarnaram nesta Terceira Raça, produziram pelo Kriyâshakti uma geração chamada os “Filhos do Ad”, ou “da Névoa de Fogo”, os “Filhos da Vontade e do Ioga”, etc. Eles eram um produto consciente; pois uma porção da Raça se achava animada já com a faísca divina de uma inteligência espiritual e superior. Esta geração não era uma Raça. Era ao princípio um Ser Maravilhoso, chamado o “Iniciador”, e depois dele um grupo de Seres semihumanos, semidivinos. “Escolhidos” na gênese arcaica com certos propósitos, diz-se que neles encarnaram os mais elevados Dhyânis - “Munis e Rishis do Manvántaras anteriores”-, para formar o foco de futuros Adeptos humanos, nesta terra e durante o Ciclo presente. Estes “Filhos da Vontade e do Ioga”, nascidos, por dizê-lo assim, de um modo imaculado, permaneceram, conforme se explica, à parte por completo do resto da humanidade. O “Ser” ao qual se acaba de fazer referência, e que tem que permanecer innominado, é a Árvore do qual, em épocas subseqüentes, ramificaram-se todos os grandes Sábios e Hierofantes historicamente conhecidos, tais como o Rishi Kapila, Hermes, Enoch, Orfeo, etc. etc. Como homem objetivo, ele é o misterioso (para o profano, o sempre invisível, e entretanto sempre presente). Personagem sobre o qual abundam as lendas no Oriente, em especial entre os ocultistas e os estudantes da Ciência Sagrada. Ele é quem troca de forma, e entretanto, permanece sempre o mesmo. E ele, é, além disso, que possui a autoridade espiritual sobre todos os Adeptos iniciados que no mundo inteiro existem. Ele é, como se há dito, o “Sem Nome” que tantos nomeie possui, e cujo nome e natureza são entretanto desconhecidos. Ele é o “Iniciador”, chamado a “GRANDE VÍTIMA”. Porque, sentado nas Soleiras da LUZ, contempla-a do círculo de Trevas que não quer cruzar; nem abandonará seu posto até o Dia último deste Ciclo de Vida. por que permanece o Solitário Vigilante no posto por ele escolhido? por que permanece sentado junto à Fonte da Sabedoria Primitiva, na qual não bebe já, posto que nada tem já que aprender que não saiba, nem nesta terra nem em seus Céus? Porque os solitários Peregrinos cujos pés sangram de volta a seu Lar, jamais se acham seguros, até o último momento, de não perder seu caminho neste deserto sem limites da ilusão e da matéria, chamado a Vida terrena. Porque quer gostoso mostrar o caminho para aquela região de liberdade e de luz, da qual é banido voluntário, a todos quão prisioneiros conseguiram libertarse dos laços da carne e da ilusão. Porque, em uma palavra, ele se sacrificou pela humanidade embora tão somente uns poucos escolhidos poderão aproveitar do GRANDE SACRIFÍCIO. Sob a direção silenciosa e direta deste MAHA-GURU, todos outros Professores e

Instrutores menos divinos da humanidade, converteram-se, do despertar primeiro da consciência humana, nos guias da humanidade primitiva. Graças a estes “Filhos de Deus”, aquela humanidade infantil obteve suas primeiras noções de todas as artes e ciências, quão mesmo as do conhecimento espiritual; e Eles foram quem colocou as primeiras pedras dos alicerces daquelas civilizações que tão cruelmente confundem a nossas gerações modernas de escritores e de eruditos. Quem ponha em dúvida esta afirmação, que nos expliquem com fundamentos igualmente razoáveis o mistério do saber extraordinário poseído pelos antigos, que alguns pretendem se desembrulharam de selvagens abjetos parecidos com animais, os “homens das cavernas” da época paleolítica. Dirijam-se por exemplo a obras tais como as do Vitrubio Polio, da época de Augusto, sobre arquitetura, na qual as regras de proporção são as ensinadas antigamente nas Iniciações, se querem conhecer a arte verdadeiramente divina, e compreender o profundo significado esotérico oculto em cada regra e lei de proporção. Nenhum homem descendente de um habitante das cavernas paleolíticas tivesse podido desenvolver por si só uma ciência semelhante, até ao través de milênios de evolução intelectual e pensante. Foram os discípulos daqueles Rishis e Devas encarnados da Terceira Raça-Raiz, os que transmitiram seu saber, de uma geração a outra, ao Egito e a Grécia, com seu canon de proporção, na atualidade perdido; assim como os discípulos dos Iniciados da Quarta, os atlantes, transmitiram-no a seus Ciclopes, os “Filhos dos Ciclos” ou do “Infinito”, de quem passou o nome às gerações posteriores de sacerdotes gnósticos. Por causa da divina perfeição daquelas proporções arquitetônicas, podiam os antigos construir essas maravilhas de todas as épocas subseqüentes, seus templos, pirâmides, santuários, subterrâneos, cromlechs, cairns, altares, demonstrando que possuíam forças e conhecimento em mecânica ante os quais a ciência moderna resulta jogo de meninos e a cujas obras esta mesma ciência se refere as denominando “obras de gigantes com cem mãos” (84).

Os arquitetos modernos pode que não tenham descuidado por completo aquelas regras, mas lhes acrescentaram o suficiente quanto a inovações empíricas, para destruir aquelas proporções justas. Vitrubio foi quem deu à posteridade as regras de construção dos templos gregos eretos aos deuses imortais; e os dez livros de Marco Vitrubio Polio sobre arquitetura, de um que em resumo era um iniciado, podem ser tão somente estudados esotéricamente. Os Círculos Druídicos, os Dólmenes, os Templos da Índia, Egito e Grécia; as Torres e as 127 cidades que na Europa encontrou como de “origem ciclópeo” o Instituto francês, são todos obra de arquitetos sacerdotes iniciados, os descendentes daqueles que em um princípio foram ensinados pelos “Filhos de Deus”, e chamados com justiça os “Construtores”. Hei aqui a apreciação da posteridade sobre estes descendentes: Não faziam uso de morteiro nem de cimento, nem de ferro, nem de aço para cortar as pedras; e, entretanto, achem-se tão artificiosamente lavradas, que em muitos sítios se percebem muito dificilmente as junturas, apesar de que muitas das pedras, como no Peru, têm 38 pés de comprimento, 18 de largura e seis de espessura, as havendo nos muros da fortaleza do Cuzco ainda de maior tamanho (85).

E também: O poço de Siena, construído faz 5.400 anos, quando aquele lugar se achava exatamente sob o trópico, o qual cessou agora de acontecer, estava construído do modo, que ao meio dia, no momento preciso do solstício, via-se todo o disco do Sol refletido em sua superfície; obra que a ciência reunida de todos os astrônomos da Europa não seria capaz de levar a efeito (86).

Apesar de que estas matérias se acham meramente apontadas no Isis Unveiled, não estará de mais recordar ao leitor o que se diz ali (87) referente a certa Ilha Sagrada no Ásia Central, e lhe indicar para maiores detalhes o capítulo referente “Aos Filhos de Deus e a Ilha Sagrada”, agregado ao volume III, Estadia IX. Entretanto, algumas explicações mais, mesmo que se dêem em forma fragmentária, podem ajudar ao estudante a perceber uma vislumbre do mistério presente. Devemos pelo menos em claras palavras um detalhe com referência a estes misteriosos “Filhos de Deus”: deles, desses Brahmaputras, é de quem os elevado Dvijas, os brâmanes iniciados da antigüidade, pretendiam descender, ao passo que o moderno brâmane queria fazer acreditar literalmente às castas inferiores que eles (os brâmanes) procederam diretamente da boca do Brahmâ. Este é o ensino esotérico, a qual acrescenta, além disso, que

embora aqueles descendiam (espiritualmente é obvio) dos “Filhos da Vontade e do Ioga”, dividiram-se com o tempo em opostos sexos, como fizeram depois seus mesmos progenitores criados pelo Kriyâshakti”; entretanto, até seus degenerados descendentes conservaram, até o dia presente, veneração e respeito para a função procriadora, que ainda olham como uma cerimônia religiosa, enquanto que as nações mais civilizadas a consideram como uma função meramente animal. Comparem-nas opiniões e práticas ocidentais a respeito destas matérias, com as Instituições do Manu, referente às leis do Grihastha ou vida matrimonial. O verdadeiro brâmane é assim, em realidade: “aquele cujos sete antepassados beberam o suco da planta da Lua (Soma)”, e é um “Trisuparna”, posto que compreendeu o segredo dos Veda. E, até hoje em dia, tais brâmanes sabem que estando dormida a inteligência psíquica e física desta Raça durante seus primeiros tempos, e não estando ainda desenvolvida sua consciência, suas concepções espirituais hallábanse por completo desligadas de tudo que fisicamente a rodeava; que o homem divino habitava em sua forma animal, embora humana ao exterior; e que, se existia instinto nele, nenhuma consciência de si mesmo devia iluminar as trevas do Quinto Princípio latente. Quando os Senhores da Sabedoria, impulsionados pela lei de evolução, infundiram nele a faísca da consciência, o primeiro sentimento que despertou à vida e à atividade foi o de solidariedade, o de unidade com seus criadores espirituais. Assim como os primeiros sentimentos do menino se dirigem a sua mãe e nodriza, do mesmo modo as aspirações primeiras da consciência ao despertar no homem primitivo foram para aqueles cujo elemento sentia dentro de si mesmo, e que permaneciam ainda fora e independentes dele. A Devoção brotou daquele sentimento e convirtióse no primeiro móvel e principal de sua natureza; pois é o único que é natural em seu coração, que é inato nele, e que encontramos o mesmo no menino humano que no pequeñuelo do animal. Este sentimento de aspiração instintiva e irresistível no homem primitivo, descreve-o Carlyle de um modo formoso, poderia dizer-se intuitivo: O grande coração antigo, quão infantil em sua simplicidade, quão varonil em sua profundidade e solenidade fervorosa! O céu permanece sobre ele em qualquer lugar que vá esteja na terra; fazendo de toda a terra um templo místico para si, e de todos os assuntos terrenos uma espécie de culto. Fulgores de criaturas resplandecentes brilham na luz do sol; os anjos ainda amparam, levando mensagens de Deus entre os homens... A maravilha e o prodígio acompanham ao homem; vive em um elemento de milagre... (88). Uma grande lei de dever, elevada como estes dois infinitos (o céu e o inferno), diminuindo, destruindo todo o resto -era uma realidade e o é; a vestimenta é quão único morreu; a essência vive através dos tempos e da eternidade inteira!

Vive, é inegável, e se estabeleceu com toda sua potência e energia indestrutível no coração ariano asiático, diretamente da Terceira Raça, por meio de seus primeiros Filhos nascidos da Mente, os frutos do Kriyâshakti. À medida que os tempos transcorreram, a raça Santa dos Iniciados produziu, embora só muito estranha vez e de época em época, semelhantes criaturas perfeitas; seres à parte, interiormente; embora, em seu exterior, são o mesmo que quem os tem produzido. Durante a infância da terceira raça primitiva: Uma criatura de mais exaltada espécie Faltava ainda, e portanto foi tentada Consciente em seus pensamentos, de mais vasto peito Para o império feita e própria para reger às demais.

Foi despertado à existência um veículo perfeito disposto para a encarnação de habitantes de esferas mais elevadas, quem, após, estabeleceram sua residência nestas formas, nascidas da Vontade Espiritual e do poder natural e divino no homem. Era um filho do espírito puro, libere mentalmente de toda mescla de elementos terrenos. Sua constituição física tão somente pertencia ao tempo e à vida; pois derivava sua inteligência diretamente do alto. Era a Árvore Vivente da Sabedoria Divina; e pode, portanto, ser comparado à Árvore Mundana da lenda escandinava, que não pode secar-se e morrer até que se haja renhido o combate último da vida, ao passo que suas raízes são de contínuo roídas pelo dragão Nidhogg. Pois até o primeiro e santo Filho do Kriyâshakti tinha seu corpo roído pelos dentes do tempo; mas as raízes de seu ser interno permaneceram por sempre inalteráveis e robustas, posto que se desenvolviam e estendiam nos céus e não na terra. Ele foi o primeiro do Primeiro, e a semente de todos outros. Houve outros Filhos do Kriyâshakti produzidos por um segundo esforço espiritual; mas o primeiro permaneceu até o dia como Germe do Conhecimento Divino,

o Um e Supremo entre os terrestres “Filhos da Sabedoria”. A respeito deste assunto não podemos dizer mais, exceto em todas as épocas -sim, até na nossa- existiram grandes inteligências que compreenderam com exatidão o problema. Como chegou nosso corpo físico ao estado de perfeição em que lhe encontra agora? Ao través de milhões de anos de evolução, é obvio; mas jamais por meio de, ou graças aos animais, como o materialismo ensina. Pois, como diz Carlyle: ...A essência de nosso ser, o mistério que em nós mesmos se chama “Eu” -ah! que palavras possuímos para coisas semelhantes?- é um hálito dos Céus, o mais elevado dos Seres, que no homem se revela. Este corpo, estas faculdades, esta nossa vida, não é isto tudo a maneira de uma vestimenta para o Innominado?

O “hálito dos Céus”, ou mas bem o sopro de Vida chamado na Bíblia Nephesh, acha-se em cada animal, em cada molécula animada e em cada átomo mineral. Mas nenhum destes tem, como o homem, consciência da natureza da daquele “Ser Elevadísimo” (89), como nenhum possui essa divina harmonia em suas formas que o homem tem. É como diz Novalis, e ninguém o expressou depois melhor, conforme o repetiu Carlyle: Só existe um templo no Universo, e é o Corpo do Homem. Nada é mais santo que aquela forma elevada... Tocamos o Céu quando pomos nossas mãos sobre um corpo humano. Isto soa a modo de mera figura de retórica; mas não é assim. Se nisso se pensa bem, verá-se que é um fato científico; a expressão... da verdade precisa da coisa. Somos o milagre dos milagres, o grande Mistério inescrutável... (90).

ESTADIA VII OS PAIS DO HOMEM NA TERRA 1.

HEI AQUI O PRINCÍPIO DA VIDA RELATÓRIO SENCIENTE (a). PRIMEIRO, O DIVION (b) (1), O UM, QUE PROCEDE DO ESPÍRITO DA MÃE (2); DEPOIS, O ESPIRITUAL (3); (c) (4) OS TRÊS EMANANDO DO UM (d), OS QUATRO EMANANDO DO UM (e), E OS CINCO (f), DOS QUAIS PROCEDEM OS TRÊS, OS CINCO E OS SETE (g). ESTES SÃO OS TRIPLOS E OS QUÁDRUPLOS PARA BAIXO; OS FILHOS NASCIDOS DA MENTE DO PRIMEIRO SENHOR (5), OS SETE RESPLANDECIENLHES (6). ELES SÃO VOCÊ, EU, ELE, OH, LANÚ!, OS QUE VELAM SOBRE TI E SUA MÃE, BHÛMI (7).

(a) A Hierarquia dos Poderes Criadores está dividida esotéricamente em Sete (quatro e três), dentro dos Doze grandes Ordens, que recordam os doze signos do Zodíaco; estando os sete da escala em manifestação, relacionados além com os Sete Planetas. Todos estes se acham subdivididos em grupos inumeráveis de Seres divinos espirituais, semiespirituales e etéreos. A principais Hierarquias entre estas, acham-se ligeiramente apontadas no Grande Quaternário ou os “quatro corpos e as três faculdades”, exotéricamente, do Brahmâ, e o Panchâsya, os cinco Brahmâs, ou os cinco Dhyâni-Buddhas no sistema buddhista. O grupo mais elevado acha-se composto por aquelas a que se dá o nome das Chamas Divinas, das quais se fala também como dos “Leões de Fogo” e dos “Leões de Vida”, cujo esoterismo acha-se com segurança oculto no signo zodiacal de Leão. São o nucléolo do Mundo superior Divino. São os Sopros Ígneos Informe, idênticos em um aspecto à a Tríada Sephirotal superior, que os kabalistas colocam no Mundo Arquétipo. A mesma Hierarquia, com os mesmos números, encontra-se no sistema japonês, nos “Princípios”, tal como o ensinam as seitas shinto e buddhista. Neste sistema, a Antropogénesis precede a Cosmogénesis; pois o Divino se inunda no humano, e cria -a metade de caminho em sua descida na matéria- o Universo visível. Os personagens legendários, observa

reverentemente Omoie, “têm que ser compreendidos como a encarnação estereotipada da doutrina superior (secreta), e de suas verdades sublime”. O expor este antigo sistema por completo, tiraria-nos muita parte do espaço de que dispomos; mas umas poucas palavras com referência ao mesmo não estarão desconjurado. O seguinte é um breve compêndio desta Antropo-Cosmogénesis, e nos demonstra de que modo tão fiel as nações mais apartadas repetiam o mesmo ensino arcaico. Quando tudo era ainda Caos (Kon-tom), três seres espirituais apareceram no plano da criação futura: 1º, Ame não ani naka nushi não Kami, “o Divino Monarca do Céu Central”; 2º, Taka meu onosubi não Kami, “a Produção Exaltada, Imperial e Divina do Céu e da Terra”; e 3º, Kamu meu musubi não Kami, “a Produção dos Deuses”, simplesmente. Aqueles seres careciam de forma ou de substância -nossa Tríada Arûpa-, pois nem a substância celeste nem a terrestre se diferenciaram ainda, “nem a essência das coisas tinha sido formada”. (b) No Zohar -o qual, tal como se acha hoje em dia arrumado e reeditado pelo Moisés de Leão, no século XIII, com o auxílio de cristãos gnósticos de Síria e de Esquenta, e corrigido e revisado depois por muitas mãos cristãs, é tão somente um pouco menos esotérico que a Bíblia mesma-, este “Divino (Veículo)” já não se apresenta como no Livro dos Números esquento. À verdade, Ain Suph, no-costure-a Sem Limites Absoluta, usa também a forma do Um, o “Homem Celeste” manifestado (a Primeira Causa), como seu Carro (Mercabah em hebreu, Vâhana em sânscrito) ou Veículo, para descender e manifestar-se no mundo dos fenômenos. Mas os kabalistas nem dizem claro como pode o Absoluto fazer uso de algo ou exercitar atributo algum, do momento em que, como Absoluto, acha-se desprovido de atributos; nem explicam o que em realidade seja a Primeira Causa (o Logotipos do Platón), a idéia original e eterna, que se manifesta por meio do Adam Kadmon, o Segundo Logotipos, por dizê-lo assim. No Livro dos Números se explica que Ain (Em, ou Aiôr) é o único existente por si mesmo, enquanto que seu “Oceano”, o Bythos dos gnósticos, chamado Propatôr, é tão somente periódico. O último é Brahmâ, como diferenciado do Brahman ou Parabrahman. É o Abismo, a Origem da Luz ou Propatôr, que é o Logotipos Inmanifestado ou a idéia abstrata, e não Ain Suph, cujo Raio emprega Adam Kadmon (“macho e fêmea”) ou o Logotipos Manfiestado, o Universo objetivo, a maneira de Carro com o qual tem que manifestar-se. Mas no Zohar lemos a seguinte incongruência: “Senior occultatus est, et absconditus; Microprosopus manifestus est, et non manifestus” (8). Isto é uma falácia, do momento em que Microprosopus, ou o Microcosmo, pode tão somente existir durante suas manifestações, e é destruído durante os Mahâpralayas. A Kabalah do Rosenroth não serve de guia; antes bem, com muita freqüência é origem de confusão. A Primeira Ordem é o Divino. Quão mesmo no sistema japonês, no egípcio e em cada uma das antigas cosmogonias, nesta Chama divina, o “Um”, acendem-se os Três Grupos descendentes. Tendo sua existência potencial no Grupo superior, convertem-se agora em Entidades determinadas e separadas. Lhes chama as Vírgenes da Vida, a Grande Ilusão, etc., e coletivamente a estrela de seis pontas. Esta última, em quase todas as religiões, é o símbolo do Logotipos como primeira emanação. É o signo do Vishnu na Índia, o Chakra, ou Roda; e o emblema do Tetragrammaton, “o das Quatro Letras”, na Kabalah, ou metaforicamente, “os Membros do Microposopus”, que são dez, e seis, respectivamente. Os últimos kabalistas, e em especial os místicos cristãos, destroçaram que uma maneira lastimosa este magnífico símbolo. À verdade, o Microprosopus -que é, filosoficamente falando, completamente distinto do Logotipos inmanifestado e eterno “um com o Pai”-, depois de séculos de esforços incessantes, de sofismas e de paradoxos, chegou finalmente a ser considerado como um com o Jehovah, o Deus um vivente (!), ao passo que Jehovah não é, depois de tudo, mais que Binah, um Sephira feminino. Nunca se repetirá bastante este fato, para que o leitor se fixe bem nisso. Pois os “Dez Membros” do Homem Celestial são os dez Sephiroth; mas o primeiro Homem Celestial é o Espírito Inmanifestado do Universo, e jamais deveu ser degradado no Microprosopus, a Face ou Aspecto Menor, o protótipo do homem no plano terrestre. O Microprosopus é, como se há dito, o Logotipos manifestado, e destes há muitos. A respeito disto nos ocuparemos depois. A estrela de seis pontas se refere às seis Forças ou Poderes da Natureza, aos seis planos, princípios, etc., todos sintetizados pelo sétimo ou ponto central na Estrela. Todos estes, incluindo as Hierarquias superiores e inferiores, emanam da Virgem dos Céus ou Celeste, a Grande Mãe em todas as religiões, o Andrógino, o Sephira Adam Kadmon. Sephira é a Coroa, Kether, no princípio abstrato unicamente, como uma x matemática, a quantidade desconhecida. No plano da Natureza diferenciada, ela é a

imagem feminina do Adam Kadmon, o primeiro Andrógino. A Kabalah ensina que as palavras “Fiat Lux” (9) referiam-se à formação e evolução dos Sephiroth, e não à luz como oposição às trevas. O rabino Simeón diz: OH, companheiros, companheiros! O homem como emanação, era ao mesmo tempo homem e mulher, Adam Kadmon verdadeiramente, e este é o sentido das palavras “Faça-a Luz, e a Luz foi feita”. Este é o homem dobro (10).

Nesta Unidade, a Luz Primitiva é o sétimo princípio ou mais elevado; Daiviprakriti, a Luz do Logotipos Inmanifestado. Mas nesta diferenciação se converte no Fohat ou os “Sete Filhos”. A primeira se acha simbolizada pelo ponto central no Triângulo Dobro; o segundo, pelo hexágono mesmo, ou os “Seis Membros” do Microprosopus; sendo o sétimo Malkuth, a “Desposada” dos kabalistas cristãos ou nossa Terra. daqui as expressões: O primeiro depois do Um, é o Fogo Divino; o segundo, o Fogo e o Éter; o terceiro está composto de Fogo, Éter e Água; o quarto, de Fogo, Éter, Água e Ar. Um não se acha relacionado com os Globos povoados de homens, a não ser com as Esferas internas invisíveis. O Primogênito é a VIDA, o Coração e o Pulso do Universo; o Segundo é sua MENTE ou Consciência. Estes elementos, Fogo, Água, etc., não são nossos elementos compostos, e esta “Consciência” não tem relação com nossa consciência. A consciência do “Um manifestado”, se não absoluta, é ainda incondicionada. Mahat, a Mente Universal, é a primeira produção do Brahmâ Criador, e também da Pradhâna, a Matéria não diferenciada. (c) A Segunda Ordem de Seres Celestiales, os do Fogo e o Éter, correspondentes ao Espírito e a Alma, ou Âtmâ-Buddhi, cujos nomes são legião, carecem ainda de forma, mas são mais definidamente “substanciais”. Constituem a primeira diferenciação na Evolução Secundária ou “Criação”, que é uma palavra enganosa. Como o nome o indica, eles são os protótipos das Jivas ou Mónadas que se encarnam, e estão constituídos pelo Espírito Ígneo da Vida. Ao través destes passa, a maneira de luz pura, o Raio que eles subministram com seu veículo futuro, a Alma Divina, Buddhi. acham-se diretamente relacionados com as Hostes do Mundo superior de nosso sistema. Destas Unidades Dobre emanam as “Triplos”. Na cosmogonia do Japão, quando saindo da massa caótica aparece um núcleo a maneira de ovo, que contém o germe e a potência de toda vida, tão universal como terrestre, é o Triplo agora chamado o que se diferencia. O princípio (Eu) masculino etéreo ascende; e o princípio feminino mais grosseiro ou mais material (In) precipita-se no universo de substância, quando tem lugar uma separação entre o celestial e o terrestre. De este, o feminino, a Mãe, nasce o primeiro ser objetivo e rudimentar. É etéreo, sem forma nem sexo, e entretanto, de este e da Mãe nascem os Sete Espíritos Divinos, de quem emanará as sete “criações”; exatamente do mesmo modo que no Codex Nazaraeus, do Karabtanos e da Mãe Spiritus, nascem os sete espíritos de “má disposição” (materiais). Seria muito comprido dar aqui os nomes japoneses; mas uma vez traduzidos figuram nesta ordem: 1º O “Celibatário Invisível”, que é o Logotipos Criador do “Pai” que não cria, ou a potencialidade criadora deste último, manifestada. 2º O “Espírito (ou o Deus) dos Abismos sem raios (Caos)”, o qual se converte em matéria diferenciada ou material para mundos; também o reino mineral. 3º O “Espírito do Reino Vegetal”, da “Vegetação Abundante”. 4º O “Espírito da Terra” e o “Espírito das Areias”; Ser de natureza dobro, contendo a primeira a potencialidade do elemento masculino e a segunda a do elemento feminino. Estes dois eram um, até inconscientes de ser dois. Nesta dualidade se achavam contidos: (a) Isu não gai não Kami, o Ser masculino, obscuro e muscular; e (b) Eku gai não Kami, o Ser feminino, branco, mais débil ou mais delicado. Depois 5º e 6º Espíritos que eram andróginos ou de dobro sexo. 7º O Sétimo espírito, o último emanado da “Mãe”, aparece como a primeira forma divina e humana determinadamente varão e fêmea. Foi a sétima “criação”, como nos Purânas, aonde o homem é a sétima criação do Brahmâ. Estes Tsanagi-Tsanami descenderam ao Universo pela Ponte Celestial, a Via Láctea; e percebendo “Tsanagi a grande profundidade uma massa caótica de nuvens e água, jogou nos oceanos sua lança coberta de pedras preciosas, e a terra seca apareceu. Depois separáronse os dois para explorar ao Onokoro, o mundo-ilha novamente criado”. (Omoie). Tais são as fábulas esotéricas japonesas; a casca que oculta o núcleo da mesma

verdade que a Doutrina Secreta. (d) A Terceira Ordem corresponde a Emana: Espírito, Alma, e Inteligência, e é chamado as “Treíadas”. (e) A Quarta Ordem o formam Entidades substanciais. Este é o grupo mais elevado entre os Rûpas (Formas Atômicas). É a escola das Almas humanas, conscientes e espirituais. São chamados os “Jivas Imperecíveis”, e constituem, ao través da ordem inferior ao dele, o primeiro Grupo da primeira Hoste Septenaria -o grande mistério do Ser humano consciente e intelectual. Pois este último é o campo onde jaz oculto, em sua privação, o Germe que cairá na geração. Este Germe se converterá na potência espiritual, na célula física que guia o desenvolvimento do embrião, e que é a causa da transmissão das faculdades hereditárias, e todas as qualidades inerentes no homem. A teoria darwinista, entretanto, a respeito da transmissão das faculdades adquiridas, não é ensinada nem aceita em Ocultismo. Para este último, a evolução procede em linhas por completo distintas; o físico, segundo o ensino esotérico, desembrulha-se gradualmente do espiritual, mental e psíquico. Esta alma interna da célula física -o “plasma espiritual” que domina ao plasma germinal- é a chave que deve abrir um dia as portas da terra incognita do biólogo, chamada agora o obscuro mistério da Embriologia. É digno de observar-se que enquanto a química moderna rechaça como uma superstição do Ocultismo e também da Religião a teoria dos Seres substanciais e invisíveis chamados Anjos, Elementares, etc. (sem haver-se fixado, é obvio, na filosofia destas Entidades imateriais, ou meditado a respeito das mesmas), viu-se obrigada inconscientemente graças à observação e aos descobrimentos, a adotar e reconhecer a mesma razão de progressão e de ordem na evolução dos átomos químicos que o Ocultismo aceita, tanto para seus Dhyânis como para seus Átomos -sendo sua analogia primeira lei-. Como se viu antes, o mesmo primeiro Grupo dos Anjos Rûpa é quaternário, acrescentando um elemento a cada um deles na ordem descendente. De igual modo são os átomos, adotando a nomenclatura química, monoatómicos, diatómicos, triatómicos, tetratómicos, etc., ao progredir para baixo. Tenha-se presente que o Fogo, a Água e o Ar do Ocultismo, ou os chamados “Elementos da Criação primária”, não são os elementos compostos que figuram na terra, a não ser Elementos noumenales homogêneos: os Espíritos daqueles. Seguem depois os Grupos ou Hostes Septenarias. Colocados em um diagrama, em linhas paralelas com os átomos, verá-se que as naturezas destes Seres correspondem de uma maneira matematicamente idêntica, quanto a analogia, em sua escala de progressão para baixo, aos elementos compostos. Isto se refere tão somente, é obvio, a diagramas feitos por ocultistas; pois se a escala de Seres Angélicos fosse colocada paralelamente com a escala dos átomos químicos da Ciência -do hipotético hélio até o urânio- as encontraria certamente diferentes. Porque no Plano Astral, os últimos têm como correspondentes, só os quatro ordens inferiores; sendo os três princípios mais elevados no átomo, ou mas bem a molécula ou elemento químico, perceptíveis unicamente ao olho do Dangma iniciado. Mas se a química desejasse encontrar-se no caminho reto, teria que corrigir seu acerto tabular com arrumo ao dos ocultistas, o qual recusaria fazer. Na Filosofia Esotérica, cada partícula física corresponde e depende de seu nóumeno superior, o Ser a cuja essência pertence; e, acima como abaixo, o Espiritual se desembrulha do Divino, o Psicomental do espiritual -viciado em seu plano inferior pelo astral-, desdobrando-se toda a Natureza animada e a (ao parecer) inanimada em linhas paralelas, e desenhando seus atributos tanto de acima como de abaixo. O número sete, aplicado ao término Hoste Septenaria, acima mencionado, não implica tão somente sete Entidades, a não ser sete Grupos ou Hostes, como se explicou antes. O Grupo mais elevado, torra-os nascidos no primeiro corpo do Brahmâ, que se converteu em “Noite”, são septenarios; isto é, estão divididos, como os Pitris, em sete classes, três das quais são Arûpa (sem corpo) e quatro com corpo (11). São de fato mas bem nossos Pitris (Antepassados), que os Pitris que projetaram o primeiro homem físico. (f) A Quinta Ordem é muito misteriosa, pois se acha relacionado com o Pentágono microcósmico, a estrela de cinco pontas, que representa ao homem. Na Índia e no Egito, estes Dhyânis estavam relacionados com o Crocodilo, e sua mansão está em Capricórnio. Mas estes términos são transmutables na astrologia inda; pois o décimo signo do Zodíaco, que é chamado Makara, traduziu-se livremente por “Crocodilo”. A palavra mesma é interpretada de várias maneiras em Ocultismo, como se fará ver mais adiante. No Egito, o defunto -cujo símbolo é o pentágono ou a estrela de cinco pontas que representam os membros de um homem- era apresentado emblemáticamente transformado em um crocodilo. Sebekh, ou

Sevekh (ou “Sétimo”), como diz Mr. Gerald Massey, mostrando que é o tipo da inteligência é, em realidade, um dragão, não um crocodilo. É o “Dragão da Sabedoria” ou Emana, a Alma Humana, a Mente, o Princípio Inteligente, chamado em nossa filosofia esotérica o Quinto Princípio. Diz o defunto “Osirificado” no Livro dos Mortos ou Ritual , sob o emblema de um Deus multiforme com cabeça de crocodilo: Eu sou o crocodilo que preside no temor. Eu sou o Deus-crocodilo à chegada de sua Alma entre os homens. Eu sou o Deus-crocodilo gasto para a destruição.

Alusão à destruição da pureza espiritual divina, quando o homem adquire o conhecimento do bem e do mal; e também aos Deuses ou anjos “cansados” de todas as teogonías. Eu sou o peixe do grande Horus (como Makara é o “Crocodilo”, o veículo da Varuna). Eu estou submerso no Sekhem (12).

Esta última sentença corrobora e repete a doutrina do “Buddhismo” esotérico, posto que alude diretamente ao Quinto Princípio (Emana), ou mas bem à porção mais espiritual de sua essência, que se inunda em Âtmâ-Buddhi, é absorvida e se identifica com ele depois da morte do homem. Pois Sekhem é a residência, ou Loka, do deus Khem (Horus-Osiris, ou Pai e Filho); daqui o Devachan de Âtmâ-Buddhi. No Livro dos Mortos se vê o Defunto entrando no Sekhem com o Horus-Thot, e “saindo do mesmo como espírito puro”. Assim o defunto diz: Eu vejo as formas de (mim mesmo, como vários) homens transformando-se eternamente... Eu conheço este (capítulo). Aquele que o conhece... assume toda classe de formas viventes (13).

E dirigindo-se com fórmula mágica ao que no esoterismo egípcio se conhece pelo “coração hereditário”, ou o princípio que reencarna, o Eu permanente, diz o Defunto: OH, meu coração, meu coração hereditário, preciso para minhas transformações... não te separe de mim ante o guardião das balanças!” Você é minha personalidade dentro de meu peito, companheiro divino que vela sobre minhas carnes (corpo) (14).

No Sekhem é aonde reside oculta a “Face Misteriosa”, ou seja o homem real sob a falsa personalidade, o triplo crocodilo do Egito, o símbolo da Trindade superior ou Tríada humana: Âtmâ, Buddhi e Emana. Uma das explicações do verdadeiro significado oculto deste emblema religioso egípcio, é fácil. O crocodilo é o primeiro em esperar e receber os fogos ardentes do sol da manhã, e muito em breve chegou a personificar o calor solar. Ao sair o sol, era como a chegada à terra e entre os homens “da alma divina que anima aos Deuses”. Daí o estranho simbolismo. A múmia se revestia com a cabeça de um crocodilo, para mostrar que era uma Alma que chegava da terra. Em todos os antigos papiros, chama-se ao crocodilo Sebekh (Sétimo); a água simboliza também, esotéricamente, o quinto princípio; e como já se há dito, Mr. Gerard Massey demonstra que o crocodilo era a “Sétima Alma, a suprema das sete, o Vidente invisível”. Até esotéricamente, Sekhem é a residência do Deus Khem, e Khem é Horus vingando a morte de seu pai Osiris; portanto, castigando os pecados do homem quando este se converte em uma Alma desencarnada. Assim o defunto “osirificado” se converte no Deus Khem, que “espiga o campo do Aanroo”, ou seja que recolhe seu prêmio ou seu castigo; pois aquele campo é a região celestial (Devachan) aonde ao defunto lhe dá trigo, o alimento da justiça divina. O quinto Grupo dos Seres Celestiales se supõe que contém em si mesmo os dobre atributos de ambos os aspectos do Universo, o espiritual e o físico; os dois pólos, por dizê-lo assim, do Mahat, a Inteligência Universal, e a dobro natureza do homem, a espiritual e a física. daqui que seu número Cinco, duplicado e convertido em Dez, relaciona-o com a Makara, o décimo signo do Zodíaco. (g) Os Sexto Ordens e Sétimo participam das qualidades inferiores do Quaternário. São Entidades conscientes e etéreas, tão invisíveis como o Éter, que brotam a maneira dos renuevos de uma árvore, do primeiro Grupo central dos Quatro, e a sua vez fazem brotar de si inumeráveis Grupos secundários, dos quais, os inferiores são os Espíritos da Natureza ou Elementares, de espécies e variedades infinitas; dos informe e insubstanciales -os

Pensamentos ideais de seus criadores- até os atômicos, organismos invisíveis para a percepção humana. Estes últimos são considerados como os “espíritos de átomos”, pois constituem o primeiro degrau (para trás) do átomo físico (criaturas sencientes, se não inteligentes). Todos eles se acham sujeitos ao Carma, e têm que esgotá-lo em cada ciclo. Pois, segundo a Doutrina ensina, não existem seres privilegiados no Universo, seja no nossos ou em outros sistemas, seja nos mundos externos ou internos (15), tais como os Anjos da religião ocidental e da judaica. Um Dhyân Chohan tem que chegar a sê-lo; não pode nascer ou aparecer súbitamente no plano da vida como um Anjo em pleno desenvolvimento. A Hierarquia Celestial do Manvántara presente se encontrará transportada no seguinte ciclo de vida a Mundos superiores mais elevados, e fará lugar para uma nova Hierarquia composta dos escolhidos de nossa humanidade. A existência é um ciclo interminável dentro da Eternidade Absoluta, em que se movem inumeráveis ciclos internos, finitos e condicionados. Deuses criados como tais, não demonstrariam mérito pessoal algum ao ser Deuses. Uma classe semelhante de Seres (perfeitos unicamente em virtude da natureza especial e imaculada inerente neles), à face de uma humanidade que sofre e luta, e até da criação inferior, seria o símbolo de uma injustiça eterna de caráter por completo satânico, um crime sempre presente. É uma anomalia e uma impossibilidade na Natureza. portanto, os “Quatro” e os “Três” têm que encarnar-se quão mesmo todos outros seres. Este Sexto Grupo, por outra parte, permanece quase inseparável do homem, que deriva dele todos seus princípios, à exceção do mais elevado e do inferior, ou seu espírito e corpo, sendo os cinco princípios humanos intermédios a essência mesma destes Dhyânis. Paracelso os chama os Flagae; os cristãos, os Anjos Custódios; os ocultistas, os Antepassados, os Pitris. Eles são os Dhyân Chohans Séxtuples, que possuem na composição de seus corpos os seis Elementos espirituais; quer dizer, homens de fato, menos o corpo físico. Somente o Raio Divino, o Âtman, procede diretamente do Um. Quando se pergunta: como pode ser isto? Como é possível conceber que estes “Deuses” ou Anjos sejam a um mesmo tempo suas próprias emanações e suas mesmas personalidades? É no mesmo sentido que no mundo material, onde o filho é (em certo modo) seu pai, posto que é seu sangue, o osso de seus ossos e a carne de sua carne? A isto os Professores respondem: assim é, na verdade. Mas tem que haver-se penetrado profundamente no mistério do Ser, antes que possa compreender-se por completo esta verdade. 2. O RAIO ÚNICO MULTIPLICA OS RAIOS MENORES. A VIDA PRECEDE A FORMA, E A VIDA SOBREVIVE AO ÚLTIMO ÁTOMO (16). Através DOS RAIOS INNUMERÁVEIS O RAIO DE VIDA, O UM, PARECIDO A UM FIO QUE TRESPASSA MUITAS CONTAS (17). Esta Sloka expressa o conceito -puramente vedantino, como já se explicou em outra parte- de um Fio de Vida, Sûtrâtmâ, prosseguindo ao través de gerações sucessivas. Como, pois, terá que explicar-se isto? Recorrendo a um símile, a uma ilustração familiar, embora necessariamente imperfeita, como têm que sê-lo todas nossas analogias. antes de recorrer a ela, entretanto, perguntarei se parecer com qualquer de nós antinatural, e menos até “sobrenatural”, o crescimento e desenvolvimento de um feto até ser um menino são, pesando várias libras. Do que se desembrulha? Da segmentação de um óvulo imensamente pequeno e de um espermatozoo! E logo vemos que o menino se desenvolve até ser um homem de grande estatura! Isto se refere à expansão atômica e física, do microscopicamente pequeno até um pouco muito grande; do invisível a simples vista ao visível e objetivo. A Ciência tem resposta para tudo isto, e me atrevo a dizer que suas teorias embriológicas, biológicas e fisiológicas som bastante corretas no que se refere ao que pode alcançar a observação exata do material. Entretanto, as duas dificuldades principais da ciência embriológica (ou seja: quais são as forças que obram na formação do feto, e qual é a causa da “transmissão hereditária” do parecido físico, moral ou mental) não foram resolvidas nunca de um modo apropriado; nem o serão até o dia em que os sábios condescendam a aceitar as teorias ocultas. Mas se este fenômeno físico não assombra a ninguém, exceto no que confundem aos embriólogos, por que nosso desenvolvimento intelectual e interno, a evolução do Humano-Espiritual ao Divino-Espiritual, tem que considerar-se ou tem que parecer mais impossível que o outro? Mal aconselhados estariam os materialistas e evolucionistas da escola do Darwin se aceitassem as recentes teorias ideadas pelo professor Weissmann, o autor do Beiträge zur Descendenzlehre, respeito a um dos dois mistérios da embriologia, tal como antes se especificaram, que ele crie ter resolvido; pois quando tiver a solução completa, terá entrado já

a Ciência nos domínios do verdadeiramente Oculto, e se terá saído para sempre da região do transformismo, tal como o ensina Darwin. As duas teorias são irreconciliáveis, do ponto de vista do materialismo. Considerada desde o dos ocultistas, a nova teoria, entretanto, resolve todos estes mistérios. Os que não estão inteirados do descobrimento do professor Weissmann -em um tempo darwinista fervente- devem apressar-se a fazê-lo. O filósofo-embriólogo alemão faz ver -passando sobre os julgamentos dos grieos Hipócrates e Aristóteles, em linha reta até os ensinos dos antigos arianos- uma célula infinitesimal, entre milhões de outras, trabalhando para a formação de um organismo; determinando sozinha e sem auxílio algum, por meio da segmentação e multiplicação constante, a imagem correta do homem ou animal futuro, com suas características físicas, mentais e psíquicas. Esta célula é a que imprime na face e na forma do novo indivíduo os rasgos dos pais ou de algum antecessor distante; esta célula é também a que lhe transmite as idiossincrasias intelectuais e mentais de seus pais, e assim sucessivamente. Este Plasma é a porção imortal de nossos corpos, desenvolvendo-se por meio de um processo de assimilações sucessivas. A teoria do Darwin, que considera à célula embriológica como a essência ou o extrato de todas as demais células, dá-se de lado; é incapaz de explicar a transmissão hereditária. Só existem dois médios para explicar o mistério da herança: ou a substância da célula germinal se acha dotada da faculdade de cruzar todo o ciclo de transformações que conduzem à construção de um organismo separado, e depois à reprodução de células germinais idênticas, ou estas células germinais não têm em modo algum sua gênese no corpo do indivíduo, mas sim procedem diretamente da célula germinal hereditária, transmitida de pai a filho, ao través de largas gerações. Esta última hipótese é a que Weissmann aceitou e desenvolveu; e a esta célula é a que atribui a porção imortal do homem. Até aqui, bem: e quando esta teoria quase correta seja aceita, como explicarão os biólogos a primeira aparição desta célula eterna? A menos que o homem “cresça” como o imortal “Topsy”, e não tenha nascido, a não ser cansado das nuvens, como nasceu nele aquela célula embriológica? Completem o Plasma Físico mencionado acima, a “Célula Germinal” do homem com todas suas potencialidades materiais, com o “Plasma Espiritual”, por dizê-lo assim, ou o fluido que contém os cinco princípios inferiores do Dhyâni de Seis princípios, e têm o segredo, se forem o suficiente espirituais para compreendê-lo. Agora exponhamos o símile prometido. Quando a semente do homem animal é lançada no terreno abonado da mulher animal, não pode germinar, a menos que tenha sido frutificada pelas cinco virtudes (o fluido ou emanação dos princípios) do Homem Séxtuple Celestial. Esta é a razão por que o Microcosmo é representado como um Pentágono dentro do Hexágono em forma de estrela, o Macrocosmo (18). As funções da Jiva nesta Terra são de um caráter quíntuplo. No átomo mineral se acha relacionado com os princípios inferiores dos Espíritos da Terra (os Séxtuples Dhyânis); na partícula vegetal, com o segundo dos mesmos, o Prana (Vida); no animal, com os anteriores mais o terceiro e o quarto; no homem, débito o germe receber a fructificación de todos os cinco. De outra maneira não nascerá superior a um animal (19). Assim é que tão somente no homem está Jiva completo. Quanto a seu sétimo princípio, é tão somente um dos Raios do Sol Universal; pois cada criatura racional recebe unicamente o empréstimo temporário daquilo que tem que devolver a sua origem . Respeito a seu corpo físico, está formado pelas Vidas terrestres mais inferiores, através da evolução física, química, e fisiológica; “os Bem-aventurados nada têm que ver com as depurações da matéria” -diz a Kabalah no Livro dos Números esquento. Deve ser o seguinte: a Humanidade em sua primeira forma prototípica e de sombra, é a produção dos Elohim de Vida ou Pitris; em seu aspecto qualitativo e físico, é a produção direta dos “Antepassados”, os Dhyâni mais inferiores, ou Espíritos da Terra; e quanto a sua natureza moral, psíquica e espiritual, a débito a um grupo de Seres divinos, cujo nome e qualidades características se darão nos volúmenes III e IV. Coletivamente, são os homens a obra manual de Hostes de espíritos vários; distributivamente são o tabernáculo destas Hostes; e em ocasiões, e individualmente, os veículos de algum deles. Em nossa Quinta Raça presente, por completo materializada, o Espíreitu terreno da Quarta é ainda forte em nós; mas estamos nos aproximando dos tempos em que o pêndulo da evolução dirigirá decididamente sua propensão para cima, conduzindo à humanidade ao nível espiritual da primitiva Terceira Raça-Raiz. Durante sua infância, hallábase a humanidade constituída por completo por aquela Hoste Angélica, os Espíritos que residiam e que animavam aos monstruosos e gigantescos

tabernáculos de barro da Quarta Raça, construídos e compostos de milhares incontáveis de Vidas, como o são agora nossos corpos também. Isto será explicado depois no Comentário presente. A ciência, percebendo vagamente a verdade, pode encontrar bactérias e outros animais microscópicos no corpo humano, e ver neles tão somente visitantes casuais e anormais, a quem se atribui as enfermidades. O Ocultismo -que distingue uma Vida em cada átomo e molécula, seja no corpo humano ou no mineral, no ar, no fogo e na água- afirma que nosso corpo inteiro se acha construído por tais Vistas; sendo, comparativamente em tamanho, a mais diminuta bactéria visível ao microscópio, como um elefante respeito ao mais pequeno infusorio. Os “tabernáculos” antes mencionados melhoraram em textura e em simetria de forma, crescendo e desenvolvendo-se com o Globo que os leva; mas o aperfeiçoamento físico teve lugar a gastos do Homem Interno espiritual e da Natureza. Os três princípios médios na terra e no homem se fizeram mais materiais com cada Raça, retrocedendo a Alma para fazer lugar à Inteligência Física; e convertendo-a essência dos Elementos, nos elementos materiais e compostos que hoje conhecemos. O homem não é, nem poderia nunca ser, o produto completo do “Senhor Deus”; mas é o filho dos Elohim, tão arbitrariamente postos no gênero masculino e no número singular. Os primeiros Dhyânis, comissionados para “criar” o homem a sua imagem, podiam unicamente projetar suas sombras a maneira de um modelo delicado, sobre o qual pudessem trabalhar os Espíritos naturais da matéria. Sem dúvida alguma, o homem se acha formado fisicamente pelo poeira, mas seus criadores e formadores foram muitos. Nem pode tampouco dizer-se que o “Senhor Deus infundiu em seus narizes o Sopro de Vida”, a menos de que Deus seja identificado com a “Vida Uma”, onipresente, embora invisível; e a menos que a mesma operação seja atribuída a “Deus”, com referência a cada “Alma Vivente”, a qual é a Alma Vital (Nephesh), e não o Espírito Divino (Ruach) que só ao homem assegura um grau divino de imortalidade, que nenhum animal como tal pode alcançar neste ciclo de encarnação. Se o “Sopro de Vida” foi confundido com o “Espírito” imortal, deve-se ao inadequado das expressões empregadas pelos judeus e agora por nossos metafísicos ocidentais, os quais são incapazes de compreender e, portanto, de aceitar mais que um homem gorjeio e um: Espírito, Alma e Corpo. Isto se aplica também diretamente aos teólogos protestantes, que ao traduzir certo versículo do Quarto Evangelho (20), perverteram por completo seu significado. Esta errônea tradução diz: “o vento sopra aonde lhe ouça”, em lugar do espírito vai aonde quer”, como no original e também na tradução da Igreja grega oriental. O ilustrado e filosófico autor do News Aspects of Life trata de sugerir a seus leitores que o Nephesh Chiah (Alma Vivente), segundo os hebreus: Procedeu ou foi produzido pela infusão do Espírito ou Fôlego de Vida no corpo em desenvolvimento do homem, e teve que invalidar e substituir a aquele Espírito no Eu assim constituído; de modo que o Espírito entrou, perdeu-se de vista e desapareceu.

O corpo humano, segundo aquele autor pensa, tem que ser considerado como uma matriz na qual e da qual, a Alma, que ele parece colocar em lugar mais elevado que o Espírito, desenvolve-se. Considerada funcionalmente e do ponto de vista da atividade, é inegável que a Alma está mais elevada, neste mundo do Mâyâ finito e condicionado. A Alma -diz ele- “é ultimamente produzida do corpo animado do homem”. Assim é que o autor identifica o “Espírito” (Âtmâ) simplesmente com o “Sopro de Vida”. Os ocultistas orientais farão objeções a esta afirmação, pois está fundada no errôneo conceito de que Prâna e Âtmâ, ou Jivâtmâ, são uma mesma coisa. O autor apóia o argumento mostrando que entre os antigos hebreus, gregos e até latinos, Ruach, Pneuma e Spiritus significavam Vento -entre os judeus indubitavelmente, e muito provavelmente entre os gregos e romanos; existindo uma relação suspeita entre a palavra grega anemos (vento) e a latina animus (alma). Isto é muito gasto pelos cabelos. Mas é difícil encontrar um campo de batalha a propósito para resolver esta questão, do momento em que, conforme parece, o Dr. Pratt é um metafísico prático, uma espécie de kabalista positivista, enquanto que os metafísicos orientais, em especial os vedantinos, são todos idealistas. Os ocultistas são também da escola esotérica vedantina extrema; e embora chamem à Vida Uma (Parabrahman), o Grande Hálito e o Torvelinho, separam o sétimo princípio por completo da matéria, e negam que tenha relação ou conexão alguma com ela. Assim é que na filosofia das relações entre o psíquico, espiritual e mental, e as funções físicas no homem, reina uma confusão quase inextricable. Nem a antiga psicologia ária nem a

egípcia som na atualidade compreendidas de um modo apropriado; nem podem ser assimiladas, sem aceitar o septenario esotérico, ou pelo menos, a quíntuplo divisão vedantina dos princípios humanos internos. Faltando isto, será sempre impossível compreender as relações metafísicas e as puramente psíquicas e até fisiológicas entre os Dhyân Chohans ou Anjos em um plano, e a humanidade no outro. Obras esotéricas orientais (árias) não foram até a data publicadas; mas temos os papiros egípcios que falam claramente dos sete princípios ou das “Sete Almas do Homem”. O Livro dos Mortos dá uma lista completa das “transformações” que cada Defunto sofre enquanto vai despojando-se um por um de todos aqueles princípios (materializados, para maior claridade, em entidades ou corpos etéreos). Devemos recordar além a todos os que pretendem provar que os antigos egípcios não ensinavam a Reencarnação, que a “Alma” (o Ego ou Eu) do Defunto, diz-se que vive na Eternidade; que é imortal, “coetánea com a Barco Solar”, ou seja com o Ciclo de Necessidade, com a que desaparece. Esta “Alma” surge do Tiaou, o Reino da Causa da Vida, e se une com os viventes na Terra durante o dia, para voltar para o Tiaou cada noite. Isto expressa as estoque periódicas do Ego (21). A sombra, a Forma astral, é aniquilada, “devorada pelo Uraeus” (22), emane-os serão aniquilados; os dois Gêmeos (os Quarto princípios e Quinto) serão dissipados; mas a AlmaPássaro, “a Andorinha Divina e o Uraeus de Chama” (Emana e Âtmâ-Buddhi) viverão na eternidade, pois são os maridos de sua mãe. Outra analogia significativa entre o esoterismo ariano ou brahmánico e o egípcio, é que o primeiro chama os Pitris os “Antepassados Lunares” dos homens, e os egípcios faziam do Deus-Lua, Taht-Esmun, o primeiro antecessor humano. Este Deus Lua “expressava os Sete poderes da natureza, que eram anteriores a ele e que se achavam nele sintetizados como suas sete almas, das quais era ele o expositor como o Oitavo. (daqui a oitava esfera). Os sete raios do Heptakis ou Iao... esquento nas pedras gnósticas, indicam o mesmo septenario de almas... A primeira forma do místico Sete, a via figurada no céu pelas sete grandes estrelas da Vas Maior, a constelação atribuída pelos egípcios à Mãe do Tempo, e dos sete Poderes Elementares” (23).

Como sabe muito bem tudo indo, esta mesma constelação representa na Índia os Sete Rishis, e é chamada Riksha e Chitrashikandin. Cada coisa produz unicamente seu semelhante. A Terra dá ao Homem seu corpo, os Deuses (Dhyânis), seus cinco princípios internos, a sombra psíquica, do qual com freqüência aqueles Deuses são o princípio animador. O espírito (Âtman) é um e indistinto. Não está no Tiaou. Mas, o que é o Tiaou? A alusão freqüente ao mesmo no Livro dos Mortos contém um mistério. Tiaou é o caminho do Sol noturno; o hemisfério inferior ou a região infernal dos egípcios, colocada por eles no lado oculto da Lua. Em seu Esoterismo, o ser humano saía da Lua -um triplo mistério astronômico, fisiológico e psíquico a um tempo-, cruzava o ciclo inteiro da existência, e voltava depois para lugar de seu nascimento antes de sair dele outra vez. Por isso se apresenta ao Defunto chegando ao ocidente, sendo julgado ante o Osiris, ressuscitando como o Deus Horus e descrevendo círculos em volto dos céus siderais, o qual é uma assimilação alegórica a Ra, o Sol; havendo então cruzado o Nut, o Abismo Celestial, volta uma vez mais ao Tiaou; a semelhança do Osiris, o qual, como o Deus da vida e da reprodução, reside na Lua. Plutarco (24) apresenta aos egípcios celebrando uma festa chamada “O Ingresso do Osiris na Lua”. No Ritual (25) é prometida a vida depois da morte; e a renovação da vida é colocada sob o patrocínio do Osiris-Lunus, porque a Lua era o símbolo das renovações da vida ou reencarnações, devido a seu crescimento, míngua, morte e reaparecimento cada mês. No Dankmoe (26) diz-se: “OH, Osiris-Lunus!, aquilo te renova sua renovação”. E Sabekh diz ao Seti I (27); “Você renova a ti mesmo como o Deus Lunus quando menino”. Isto se acha ainda melhor explicado em um papiro do Louvre (28). “Emparelhamentos e concepções abundam quando (Osiris-Lunus) é visto nos céus naquele dia”. Osiris diz: “OH, raio único e resplandecente da Lua! Eu saio das multidões (de estrelas) que descrevem círculos... me abra o Tiaou, pelo Osiris N. Eu sairei de dia e farei o que tenho que fazer entre os viventes” (29), ou seja dar lugar a concepções. Osiris era “Deus manifestado na geração”, porque os antigos conheciam muito melhor que os modernos as verdadeiras influências ocultas do corpo lunar sobre os mistérios da concepção. Nos sistemas mais antigos nos encontramos sempre à Lua com gênero masculino. Assim, Soma, segundo os indos, é uma espécie de Dom Juan sideral, um “Rei”, e o pai,

embora ilegítimo, da Buddha -a Sabedoria. Isto se refere ao Conhecimento Oculto, a sabedoria adquirida graças a um conhecimento completo dos mistérios lunares, incluindo os da geração sexual. Posteriormente, quando a Lua foi relacionada com Deusas femininas, com Diana, Isis, Artemisa, Juno, etcétera, aquela conexão foi devida também a um conhecimento completo da fisiologia e da natureza feminina, tanto física como psíquica. Se em lugar de ensinar nas escolas dominicais inúteis lições da Bíblia às multidões de esfarrapados e mendigos, lhes ensinasse astrologia -pelo menos no referente às propriedades ocultas da Lua e a suas influências com respeito à geração-, então haveria pouca necessidade de temer o aumento de população, nem terei que recorrer a questionável literatura dos Malthusianos para detê-lo. Porque a Lua e suas conjunções é o que regula as concepções, e todo astrólogo na Índia sabe. Durante as Raças anteriores, e pelo menos ao princípio da presente, os que se permitiam relações maritais durante certas fases lunares que as faziam estéreis, eram considerados como feiticeiros e pecadores. Mas agora mesmo, estes pecados da antigüidade, que originava o abuso do conhecimento oculto, seriam preferíveis aos crímenes de hoje em dia, que são perpetrados por causa da completa ignorância de tais influências ocultas. Mas em um princípio, o Sol e a Lua eram as únicas deidades visíveis, e por seus efeitos, por dizê-lo assim, tangíveis, psíquicas e fisiológicas -o Pai e o Filho-, ao passo que o espaço ou o Ar em geral, ou aquela expansão dos Céus chamada Nut pelos egípcios, era o espírito oculto ou Fôlego dos dois. O Pai e o Filho alternavam em suas funções, e obravam juntos harmonicamente em seus efeitos sobre a natureza terrestre e a humanidade; daqui que fossem considerados como um, embora sendo dois como Entidades personificadas. Os dois eram masculinos, e ambos possuíam sua função distinta, embora colaboradora, na causal geração da humanidade. Tudo isto, com referência aos pontos de vista astronômico e cósmico considerados e expressos em linguagem simbólica, o qual se converteu em teológico e dogmático em nossas últimas raças. Mas detrás deste véu de símbolos cósmicos e astrológicos, achavam-se os mistérios ocultos da antropografía e da primitiva gênese do homem. E quanto a isto, nenhum conhecimento de símbolos, nem sequer o da chave da linguagem simbólica postdiluviano dos judeus, poderá nos servir de auxílio, se não ser com referência ao consignado nas escrituras nacionais para usos esotéricos; todo o qual, por muito habilmente velado que estivesse, era tão somente a mínima parte da história real e primitiva de cada povo, refiriéndose com freqüência, além disso, como nas escrituras hebréias, meramente à vida humana terrestre daquela nação, e não a sua vida divina. Aquele elemento psíquico e espiritual pertencia ao MISTÉRIO e à INICIAÇÃO. Existiam coisas que jamais eram consignadas em papiros ou pergaminhos, a não ser gravadas em rochas e em criptas subterrâneas, como na Ásia Central. Entretanto, houve um tempo em que o mundo inteiro só tinha “uma língua e um conhecimento”, e então sabia mais o homem, na referente a sua origem, que agora; e sabia que o Sol e a Lua, por muito grande que seja o papel que representem na constituição, crescimento e desenvolvimento do corpo humano, não eram os agentes diretos de sua aparição na Terra; pois estes agentes, à verdade, são os Poderes vivos e inteligentes que os ocultistas chamam Dhyân Chohans. Respeito a isto, um admirador muito ilustrado do esoterismo judaico, diz-nos que: A Kabalah diz expressamente que Elohim é uma “abstração geral”; o que chamamos em matemática “um coeficiente constante” ou “uma função geral”, não particular, e que entra em toda construção; isto é, pela razão geral de 1 a 31415 as cifras Elohísticas (e astro Dhyânicas).

A isto responde o ocultismo oriental: Conforme; são uma abstração para nossos sentidos físicos. Para nossas percepções espirituais, entretanto, e para nosso olho espiritual interno, os Elohim ou Dhyânis não são mais abstração que para nós nossa alma e nosso espírito. Desprezem o um e terão que desprezar o outro, posto que o que constitui em nós a Entidade que sobrevive, é em particular a emanação direta daquelas Entidades celestiales, e em parte também elas mesmas. Uma coisa é certa; os judeus conheciam perfeitamente a feitiçaria e várias forças maléficas; mas, à exceção de alguns de seus grandes profetas e videntes, como Daniel e Ezequiel -pertencendo Enoch a uma raça muito distante e não a nenhuma nação, a não ser a todas, como um caráter genérico-, conheciam muito pouco o Ocultismo realmente divino, nem tivessem querido usá-lo; sendo seu caráter nacional contrário a tudo que não estivesse diretamente relacionado com seus próprios benefícios étnicos de tribo e individuais, como o testemunham seus próprios profetas, e as maldições por eles lançadas

sobre a “raça dura de nuca”. Mas até a Kabalah mostra claramente a relação direta entre os Sephiroth, ou Elohim, e os homens. portanto, quando nos demonstrar que a identificação kabalísticza do Jehovah com o Binah, um Sephira feminino, possui ainda em si outra significação suboculta, então, e só então, estarão dispostos os ocultistas a entregar a palma da perfeição ao kabalista. Enquanto isso, sustenta-se que, como Jehovah é, no sentido abstrato de “um Deus vivente”, um número singelo, uma ficção metafísica, e unicamente uma realidade quando lhe coloca em seu lugar apropriado como emanação e como Sephira, temos o direito de afirmar que o Zohar, segundo disso é testemunha em todo caso o Livro dos Números, expressava em sua origem, antes que os kabalistas cristãos o tivessem desfigurado, e expressa ainda, a mesma doutrina que nós; ou seja a de que o Homem emana, não de um Homem celeste, mas sim de um Grupo Septenario de Homens Celestes ou Anjos, quão mesmo no Pymander, o Pensamento Divino. 3. QUANDO UM SE CONVERTE EM DOIS, APARECE O TRIPLO (a), E OS TRÊS (30) SÃO UM; E ESTE É NOSSO FIO, OH, LANÚ!, O CORAÇÃO DO HOMEM PLANTA, CHAMADO SAPTAPARNA (b). (a) “Quando um se converte em Dois, o Triplo aparece”; ou seja quando o Um eterno lança seu reflexo na região da Manifestação, aquele reflexo, o Raio, diferencia à água do espaço, ou segundo as palavras do Livro dos Mortos: “O Caos cessa graças ao fulgor do Raio de Luz Primitiva dissipando a total escuridão, com o auxílio do grande poder mágico da Palavra do Sol (Central)”. O Caos se converte em andrógino; a Água é incubada pela Luz, e o Ser Triplo brota como seu “Primogênito”. “Ra (Osiris-Ptah) cria seus próprios membros (como Brahmâ), criando os Deuses destinados a personificar suas fases” durante o Ciclo (31). O Ra egípcio, saindo do Abismo, é a Alma Divina Universal em seu aspecto manifestado, e o mesmo é Nârâyana, o Purusha “oculto no Âkâsha, e presente no Éter”. Esta é a explicação metafísica, e se refere ao princípio mesmo da Evolução, ou como diríamos mas bem, da Teogonía. o significado da Estadia, quando se explica desde outro ponto de vista, em sua referência ao mistério do homem e sua origem, é ainda mais difícil de compreender. Com objeto de formar um conceito claro do que significa um convertendo-se em Dois e transformando-se depois no Triplo, tem o estudante que inteirar-se primeiro perfeitamente do que nós chamamos Rondas. Se se dirigir ao Esoteric Buddhism (primeira tentativa para riscar um bosquejo aproximado da Cosmogonia arcaica), verá que se entende por Ronda a evolução em série da Natureza material nascente, dos sete Globos de nossa Cadeia (32) com seus reino mineral, vegetal e animal, estando o homem incluído no último e à cabeça do mesmo, durante o período inteiro de um Ciclo de Vida, ao que mais tarde chamariam os brâmanes um “Dia do Brahmâ”. É, em resumo, uma revolução da “Roda” (nossa Cadeia Planetária), a qual está composta de sete Globos ou sete “Rodas” separadas, esta vez em outro sentido. Quando a evolução descendeu na matéria do Globo A ao Globo G ou Z, isto é uma Ronda. Ou a metade da Quarta revolução, na qual nossa Ronda presente “a evolução alcançou o cúmulo de seu desenvolvimento físico, coroou sua obra com o homem físico perfeito e, desde este ponto, começa sua volta para o espírito”. Todo isto quase não precisa repetir-se; pois se acha bem explicado no Esoteric Buddhism. Pelo que nele apenas se tratava, e o pouco que em ele se diz conduziu a muitos ao engano, é da origem do homem, e em relação a este ponto pode fazer-se agora um pouco mais de luz, o suficiente para fazer mais compreensível a Estadia; pois o assunto não será explicado de um modo completo mais que em seu lugar devido, nos volúmenes III e IV. Agora bem; cada Ronda no arco descendente, é tão somente uma repetição em forma mais concreta da precedente; assim como cada Globo até nossa Quarta Esfera, a Terra atual, é uma cópia mais corpórea e densa da Esfera menos material que a precede, em sua ordem sucessiva nos três planos superiores (33). Em seu caminho para cima pelo arco ascendente, a Evolução espiritualiza e etereiza, por dizê-lo assim, a natureza geral de tudo, levando-o a um nível com o plano em que se acha colocado no arco oposto o Globo gêmeo; sendo o resultado que quando se chega ao sétimo Globo em qualquer Ronda, a natureza de tudo o que evolui, volta para a condição em que se achava em seu ponto de partida, com a adição, cada vez, de um grau novo e superior nos estados de consciência. Assim resulta claro que a chamado “origem do homem” nesta nossa Ronda presente, ou Ciclo de Vida neste Planeta, deve ocupar o mesmo lugar na mesma ordem -salvo detalhes fundados em condições locais e de tempoque na Ronda precedente. Além disso, deve explicar-se e recordar-se que, assim como a obra

de cada Ronda se diz que corresponde a um Grupo diferente dos chamados Criadores, ou Arquitetos, o mesmo acontece com cada Globo, ou seja que se acha sob a vigilância e direção de Construtores e Vigilantes especiais: os diferentes Dhyân Chohans. “Criadores” é uma palavra incorreta; pois nenhuma religião, nem sequer a seita dos Visishthadvaitis na Índia (que antropomorfiza ao Parabrahman mesmo), acredita na criação e ex-nihilo, como os cristãos e judeus, a não ser na evolução de materiais preexistentes. O Grupo da Hierarquia a cujo cargo se acha a “criação” dos homens é, pois, um Grupo especial; e desembrulhou o homem-tipo neste Ciclo; precisamente como um Grupo ainda mais elevado e espiritual, desembrulhou-o na Terceira Ronda. Mas como é o sexto, na escala descendente de Espiritualidade (sendo o último e sétimo o dos Espíritos terrestres (Elementares), que formam, constróem e condensam gradualmente seu corpo físico), este Sexto Grupo não desembrulha mais que a forma-sombra do homem futuro, uma cópia de si mesmo, sutil, transparente, apenas visível. À Quinta Hierarquia (os seres misteriosos que presidem sobre a constelação de Capricórnio, Makara ou “o Crocodilo”, na Índia e no Egito) corresponde a obra de animar à forma animal, vazia e etérea, e fazer dela o Homem Racional. Este é um dos assuntos de que muito pouco pode dizer-se ao público em geral. É um mistério verdadeiramente; mas tão somente para quem se acha preparado a desprezar a existência de Seres Espirituais, conscientes e intelectuais no Universo, limitando a Consciência plena só ao homem, e isto unicamente como uma “função do cérebro”. Muitas são aquelas das Entidades Espirituais que se encarnaram corporalmente no homem, desde o começo de sua aparição, e que, entretanto, existem tão independentes como antes no infinito do Espaço. Para dizê-lo com maior claridade, uma Entidade invisível semelhante, pode estar corporalmente presente na terra sem abandonar, entretanto, suas estado e funções nas regiões suprasensibles. Se isto necessitar explicação, nada melhor podemos fazer que recordar ao leitor casos análogos no chamado “Espiritismo”, embora são muito estranhos, ao menos no referente à natureza da Entidade que se encarna ou toma posse temporalmente de um médium. Pois os chamados “espíritos” que podem em ocasiões apoderar-se dos corpos dos médiums, não são as Mónadas ou Princípios Superiores de personalidades desencarnadas. Semelhantes “espíritos” podem ser tão somente Elementarios, ou Nirmânakâyas. Precisamente, assim como certas pessoas, seja em virtude de uma organização peculiar, ou graças ao poder do saber místico adquirido, podem ser vistas em seu “dobro” em um sítio, enquanto seu corpo se acha a muitas milhas de distância; do mesmo modo pode acontecer um fato análogo, tratando-se de Seres superiores. O homem, filosoficamente considerado, é, em sua forma exterior, simplesmente um animal, apenas mais perfeito que seu antecessor, parecido ao pitecoide, da Terceira Ronda. É um Corpo vivo, não um Ser vivente, posto que para dar-se conta da existência, o “Ego Sum” necessita consciência de si mesmo; e um animal pode possuir tão somente conscientiza direta, ou instinto. Tão bem compreendido era isto pelos antigos, que até o kabalista considerou à alma e ao corpo como duas vistas, independentes uma de outra. Em New Aspects of Life, o autor expõe este ensino kabalísica: Sustentam eles que, funcionalmente, Espírito e Matéria, de correspondente opacidade, tenderam a unir-se; e que os Espíritos criadas resultantes estavam constituídas, no estado desencarnado, por uma gama em que se achavam reproduzidas as diferentes opacidades e transparências do Espírito elementar ou increado. E que estes Espíritos, em estado desencarnado, atraíram, apropriaram-se, dirigiram e assimilaram o Espírito elementar e a Matéria elementar, cuja condição se achava conforme com a sua própria... Eles ensinam, portanto, que existia uma grande diferencia na condição dos Espíritos criados; e que na íntima associação entre o mundo do Espírito e o mundo da Matéria, os Espíritos mais opacos, no estado desencarnado, eram arrastados para as partes mais densas do mundo material, e tendiam portanto, para o centro da Terra, aonde encontravam condições mais apropriadas a seu estado; ao passo que os Espíritos mais transparentes passavam à aura que rodeia ao planeta, encontrando os mais rarefeitos sua residência no satélite daquele (34).

Isto se refere exclusivamente a nossos Espíritos Elementares, e nada tem que ver com as Forças Inteligentes Planetárias, Siderais, Cósmicas ou interetéricas, ou “Anjos”, como lhes chama a Igreja Romana. Os kabalistas judeus, em especial os ocultistas práticos que se ocupam de magia cerimoniosa, tão somente tiveram em conta os Espíritos dos Planetas e os chamados “Elementares”. portanto, o exposto abrange só uma parte dos ensinos esotéricos. A Alma, cujo veículo corpóreo é o envoltório astral, etéreo-substancial, pode morrer, e entretanto, continuar o homem vivendo na terra. Isso, pode a alma libertar do tabernáculo e abandoná-lo por várias razões, tais como a loucura, a depravação espiritual e física, etc. A

possibilidade de que a Alma (quer dizer, o Ego Espiritual eterno) resida nos mundos invisíveis, enquanto seu corpo vive na Terra, é uma doutrina eminentemente oculta, em especial na filosofia buddhista e China. Muitos som os homens sem alma entre nós; pois este caso se sabe que tem lugar entre os extremamente materializados e perversos, assim como entre pessoas “que adiantam em santidade e não voltam mais”. portanto, o que os homens viventes (Iniciados) podem fazer, mais facilmente o podem verificar os Dhyânis, quem se acha livres de todo corpo físico que lhes estorve. Esta era a crença dos antediluvianos, e hoje ganha rapidamente terreno também na moderna sociedade inteligente, entre os “espíritas”, assim como nas Iglesias grega e romana, as quais ensinam a ubicuidad de seus Anjos. Os zoroastrianos consideravam a seus Amshaspends como entidades dobre (Ferouers), aplicando este dualismo -em filosofia esotérica pelo menos- a todos os habitantes espirituais e invisíveis dos mundos, inumeráveis no espaço, visíveis para nossos olhos. Em uma nota do Damascio (século VI) a respeito dos oráculos caldeos, temos uma ampla evidência da universalidade desta doutrina, pois diz: “Nestes oráculos, os sete Cosmocratores do Mundo (“As Colunas do Mundo”), mencionados igualmente por São Pablo, são duplos; uma série estava designada para reger os mundos superiores, espirituais e siderais, e a outra para vigiar e guiar os mundos materiais”. Tal é também a opinião do Jámblico, quem estabelece uma distinção evidente entre os Arcanjos e os Archontes (35). O que antecede pode aplicar-se, é obvio, à distinção feita entre os graus ou ordens dos Seres Espirituais, e neste sentido, a Igreja Católica Romana trata de interpretar e de ensinar a diferença, porque, ao passo que os Arcanjos são, segundo seus ensinos, divinos e Santos, seus “Dobre” são denunciados por ela como Demônios. Mas a palavra Ferouer não tem que compreender-se neste sentido, pois significa simplesmente o reverso ou o lado oposto de algum atributo ou qualidade. Assim é que, quando o ocultista diz que o “Demônio é o inverso de Deus” -o mal, o reverso da medalha-, não pretende significar duas realidades separadas, a não ser os dois aspectos ou facetas da mesma Unidade. Agora bem: o melhor dos homens viventes, posto ao lado de um Arcanjo (tal como os descreve a Teologia), apareceria como este infernal. daqui que haja certa razão para rebaixar a um “dobro” inferior, que se acha muito mais profundamente sumido na matéria que seu original. Mas, entretanto, existe bem pouco motivo para lhes considerar como demônios, e isto é precisamente o que os católicos romanos fazem contra toda razão e lógica. Esta identidade entre o Espírito e seu “Dobro” material -no homem é o reverso- explica ainda melhor a confusão, a que já se aludiu nesta obra, nos nomes e individualidades, assim como nos números, dos Rishis e os Prajâpatis, especialmente entre os do Período do Satya Trampa e o período Mahâbhâratiano. Também arroja mais luz sobre o que insígnia a Doutrina Secreta com respeito aos Manus-Raiz e os Manus-Semila. Nos ensina que não somente estes Progenitores de nossa humanidade possuem seu protótipo nas Esferas Espirituais, mas também cada ser humano, cujo protótipo é a essência mais elevada de seu Sétimo Princípio. Assim os sete Manus se convertem em quatorze, o “Manu-Raiz” sendo a Primeira Causa e o Manu-Semente seu efeito; e do Satya Trampa (o primeiro período) até o Período Heróico, estes Manus ou Rishis se convertem em vinte e um em número. (b) A sentença final desta Sloka demonstra quão antigas som a crença e a doutrina de que o homem é séptuple em sua constituição. O “Fio” do Ser que anima ao homem e que acontece través de todas suas personalidades ou renascimentos nesta Terra -alusão ao Sûtrâtmâ-, o Fio, além disso, no qual todos seus “Espíritos” se acham engastados, foi fiação da essência do Triplo, do Quádruplo e do Quíntuplo, que contêm todo o precedente. Panchâshikha, segundo o Padma Purâna (36), é um dos sete Kumâras que vão a Shveta-Dvipa a adorar ao Vishnu. Veremos mais adiante que conexão existe entre os “celibatários” e castos Filhos do Brahmâ, que se negam a “multiplicar”, e os mortais terrestres. enquanto isso, é evidente que “o Hombre-planta, Saptaparna”, refere-se deste modo aos sete princípios, e que o homem é comparado a esta planta de sete folhas, tão sagrada para os buddhistas. A alegoria egípcia no Livro e os Mortos, que se refere ao “prêmio da Alma”, é tão significativa em relação a nossa Doutrina Septenaria, como poética. Concede-se ao Defunto um lote de terra no campo do Aanroo, onde os Emane, as sombras divinizadas dos mortos, recolhem, como colheita das ações que semearam em vida, o trigo de sete cotovelos de alto, que cresce em um território dividido em quatorze e sete porções. Este trigo é o alimento com que viverão e prosperarão, ou que lhes matará no Amenti, um reino do qual o campo do Aanroo é só um domínio. Porque, como se diz no hino (37), o Defunto ali, ou é destruído, ou se converte em um espírito puro para a Eternidade, a conseqüência das “sete vezes setenta e

sete vistas” acontecidas ou por passar na Terra. A idéia do trigo, colhido como “fruto de nossas ações”, é muito gráfica. 4. ELE É A RAIZ QUE JAMAIS PERECE; A CHAMA DE TRÊS LÍNGUAS E DE QUATRO PAVIOS (a). OS PAVIOS SÃO AS FAÍSCAS QUE PARTEM DA CHAMA DE TRÊS LÍNGUAS (38) PROJETADA PELOS SETE -DE QUEM É A CHAMA- RAIOS DE LUZ E FAÍSCAS DE UMA LUA QUE SE REFLETE NAS MOVIENTES ONDAS DE TODOS OS RIOS DA TERRA (b) (39). (a) A “Chama de Três línguas que jamais morre” é a Tríada espiritual imortal: o ÂtmâBuddhi e Emana, ou mas bem o fruto do último assimilado pelos dois primeiros, depois de cada vida terrestre. Os “Quatro Pavios” que saem e se extinguem, são o Quaternário, os quatro princípios inferiores, incluindo o corpo. “Eu sou a Chama de Três Pavios e meus Pavios são imortais” diz o Defunto. “Eu entro no domínio do Sekhem (o Deus cuja mão semeia a semente da ação produzida pela alma desencarnada), e entro na região das Chamas que destruíram a seus adversários (ou seja que se desembaraçaram dos Quatro Pavios criadores de pecado)” (40). “Chama-a Trilingüe dos Quatro Pavios” corresponde às quatro Unidades e os três binários da árvore sephirothal. (b) Assim como milhares de brilhos resplandecentes espumam nas águas de um oceano em cuja superfície resplandece uma mesma lua, do mesmo modo nossas efêmeras personalidades -os envoltórios ilusórios do imortal Ego-Mónada- dançam e faíscam nas ondas do Mâyâ. Aparecem e duram, a maneira dos milhares de cintilações produzidos pelos raios da lua, tão somente enquanto a Reina da Noite radia seu resplendor sobre as “Águas Correntes” da Vida, o período de um Manvántara; e depois desaparecem, sobrevivendo só os “Raios” -símbolos de nossos Egos eternos espirituais- que voltaram para a Fonte-Mãe e voltam a ser, como antes eram, uns com ela. 5. A FAÍSCA PENDE DA CHAMA PELO MAIS TÊNUE FIO DO FOHAT. ELA VIAJA Através DOS SETE MUNDOS DO MÂYÂ (a). DETÉM-se NO PRIMEIRO (41), E É UM METAL E UMA PEDRA; PASSA AO SEGUNDO (42), E GELA FEITA UMA PLANTA; A PLANTA GIRA Através DE SETE MUDANÇAS, E DEVE SER UM ANIMAL SAGRADO (b). DOS ATRIBUTOS MISTURAS DE TODOS ELES, FORMA-se MANU (44), O PENSADOR QUEM O FORMA? AS SETE VISTAS E A VIDA UMA (c). QUEM O COMPLETA? O QUÍNTUPLO LHA. E QUEM APERFEIÇOA O ÚLTIMO CORPO? PEIXE, PECADO E SOMA... (d) (45). (a) A frase “através dos sete Mundos do Mâyâ” se refere aqui aos sete Globos da Cadeia planetária e às sete Rondas, ou as quarenta e nove estações de existência ativa que se encontram ante a “Faísca” ou Mónada ao princípio de cada Grande Ciclo de Vida ou Manvántara. O “Fio do Fohat” é o Fio de Vida de que se feito menção anteriormente. Isto se refere ao maior dos problemas filosóficos; à natureza física e substancial da Vida, cuja natureza independente é negada pela ciência moderna por ser incapaz de compreendê-la. Os reencarnacionistas e os crentes no Carma são quão únicos percebem vagamente que todo o segredo da vida jaz na série ininterrupta de suas manifestações, seja no corpo físico ou além dele. Porque até se: A vida, a maneira de cúpula de cristais de múltiplos cores, tinge a branca radiação da Eternidade. Shelley - (Adonais).

é, entretanto, ela mesma parte e partícula daquela Eternidade; pois unicamente a Vida pode compreender à Vida. O que é aquela “Faísca” que “pende da Chama”? É Jiva, a Mónada em conjunção com Emana, ou mas bem seu aroma, aquilo que fica de cada Personalidade quando é meritória, e que pende de Âtmâ Buddhi, chama-a, pelo Fio de Vida. De qualquer maneira que se interprete, e seja qual for o número de princípios em que se divida ao ser humano, facilmente pode demonstrar-se que esta doutrina é sustentada por todas as antigas religiões, da védica até a egípcia, desde a do Zoroastro até o feijão. No caso desta última, as obras kabalísticas nos oferecem provas abundantes de tal afirmação. Todo o sistema dos números kabalísticos está

baseado no Septenario divino, pendente da Tríada, formando assim a Década, e suas permutações 7, 5, 4 e 3, que, finalmente, somem-se todos no A gente mesmo; um Círculo interminável e sem limites. O Zohar diz: A Deidade (a Presença sempre invisível) testemunhas radiantes. É a Deidade a maneira Sabedoria, cujas águas caem em um lago que se de sete canais os Sete Sephiroths... Porque dez é Binários.

se manifesta por meio dos dez Sephiroths, que são do Mar, do qual transborda uma corrente chamada chama Inteligência. Deste recipiente saem, a maneira igual a sete; a Década contém quatro Unidades e três

Os Dez Sephiroths correspondem aos membros do Homem. Quando eu (os Elohim) formei ao Adam Kadmon, o Espírito do Eterno saiu arrojado de seu corpo, a maneira de relâmpago, e radiou a um mesmo tempo sobre os ondulações dos Sete milhões de céus, e meus dez Esplendores foram seus Membros.

Mas nem a Cabeça nem os Ombros do Adam Kadmon lemos no Siphra Dzenioutha, o “Livro do Mistério Oculto”:

podem ser vistos; portanto,

No princípio do Tempo, depois que os Elohim (os “Filhos de Luz e de Vida”, ou os Construtores), tiveram formado da Essência eterna os Céus e a Terra, formaram os mundos de seis em seis.

Sendo o sétimo Malkuth, o qual é nossa Terra (46) em seu plano, o mais inferior de todos os estados de existência consciente. O Livro dos Números esquento contém uma explicação muito detalhada de tudo isto. A primeira tríada do Corpo do Adam Kadmon (os três planos superiores dos sete) (47) não pode ser vista antes que a alma se encontre na presença do Ancião dos Dias.

Os Sephiroths desta Tríada superior são: 1º, “Kether (a Coroa), representada pela frente do Macroprosopus; 2º, Chokmah (a Sabedoria, Princípio masculino), representado por seu ombro direito; e 3º, Binah (a Inteligência, Princípio feminino), pelo ombro esquerdo”. Vêm logo os sete Membros, ou Sephiroths, nos planos da manifestação, estando representada a totalidade destes quatro planos pelo Microprosopus, a Face Menor ou Tetragrammaton, o Mistério de “quatro letras”. “Os sete Membros manifestados os três ocultos constituem o Corpo da Deidade”. Assim nossa Terra, Malkuth, é ao mesmo tempo o sétimo Mundo e o quarto. É o primeiro quando se conta do primeiro Globo de acima, e o segundo se se contar pelos planos. É gerado pelo sexto Globo ou Sephira, chamado Yezud, “Fundação”, ou como se diz no Livro dos Números, “por meio do Yezud, Ele (Adam Kadmon) fecunda à a Heva primitiva (Eva ou nossa Terra)”. Expressa em linguagem mística, é esta a explicação de por que Malkuth, chamado a Mãe Inferior, Matrona, Reina, e o Reino da Fundação, é apresentado como a desposada do Tetragrammaton ou Microprosopus (o Segundo Logotipos), o Homem Celestial. Quando se livrar de toda impureza, unirá-se com o Logotipos Espiritual, ou seja na Sétima Raça da Sétima Ronda, depois da regeneração, o dia do “Sábado”. Pois nos “Sétimo Dia” possui além disso uma significação oculta em que não sonham nossos teólogos. Quando Matronitha, a Mãe, é separada e gasta cara a cara com o Rei na excelência do Sábado, todas as coisas se convertem em um corpo (48).

Converter-se em um corpo, significa que tudo é reabsorvido uma vez mais no Elemento Um, convertendo-os espíritos dos homens no Nirvânis, e voltando outra vez os elementos de todas as coisas ao que eram antes: ao Protilo ou Substância não diferenciada. “Sábado” significa Repouso, ou Nirvâna. Não é o “sétimo dia” depois de seis dias, a não ser um período cuja duração iguala ao dos sete “dias”, ou a qualquer período constituído de sete porções. Assim, um Pralaya é de duração igual a um Manvántara, ou uma Noite do Brahmâ é igual a seu Dia. Se os cristãos querem seguir os costumes judias, devem adotar o espírito e não a letra morta das mesmas. Deveriam trabalhar durante uma semana de sete dias, e descansar sete

dias. Que a palavra “Sábado” há poseído uma significação mística, demonstra-o o desprezo do Jesus por volta do dia de Sábado, e pelo que se diz no Lucas (49), Na sábado se entende ali pela semana inteira. Veja o texto grego em que à semana a chama “Sábado”. Literalmente: “Eu jejum duas vezes em Na sábado”. Pablo, um Iniciado, sabia bem quando se referia como à Sábado, ao repouso e felicidade eterna nos céus (50); “e sua felicidade será eterna, pois eles serão sempre (um) com o Senhor, e gozarão um Sábado eterno” (51). A diferença entre a Kabalah e a Vidyâ Esotérica arcaica -tomando a Kabalah tal como se acha contida no Livro dos Números esquento, e não falsificada conforme está em sua cópia desfigurada, a Kabalah dos místicos cristãos- é muito pequena à verdade, estando limitada a divergências de forma e de expressão pouco importantes. Assim o Ocultismo oriental se refere a nossa Terra como ao Quarto Mundo, o inferior dos da Cadeia, em cima do qual se lançam para cima em ambas as curvas os seis Globos, três em cada lado. O Zohar, por outra parte, chama à Terra o inferior ou o sétimo; acrescentando que dos seis dependem todas as coisas que se acham nele (o Microprosopus). A “Face Menor (menor por ser manifestada e finita), está formada de seis Sephiroths” -diz a mesma obra-. “Sete Reis vêm e morrem no Mundo três vezes destruído (Malkuth, nossa Terra, destruída depois de cada uma das Três Rondas pelas que passou); e seu reino (o dos Sete Reis) será quebrantado” (52). Isto se refere às Sete Raças, cinco das quais apareceram já, e dois mais que têm ainda que aparecer nesta Ronda. As narrações alegóricas Shinto, a respeito da cosmogonia e a origem do homem, no Japão, aludem à mesma crença. O capitão C. Pfoundes, que estudou perto de nove anos, nos monastérios do Japão, a religião que existe sob as distintas seitas do país, diz: A idéia Shinto de criação, é como segue: Saindo do Caos (Kon-tom) a Tiera (In) era o sedimento precipitado, e os Céus (Eu), as essências etéreas que ascenderam; o Homem (Jim) apareceu entre os dois. O primeiro homem foi chamado Kuni -to tatchino-mikoto, e lhe deram outros cinco nomes, e então a raça humana apareceu, varão e fêmea. Isangi e Isanami engendraram ao Tenshoko doijin, o primeiro dos cinco Deuses da Terra.

Estes “Deuses” são simplesmente nossas Cinco raças, sendo Isanagi e Isanami as duas classes de “Antecessores”, as duas Raças precedentes que deram nascimento ao homem animal e ao racional. Nos volúmenes III e IV se demonstrará que o número sete, quão mesmo a doutrina da constituição septenaria do homem, foi preeminente em todos os sistemas secretos, e desempenha um papel tão importante na Kabalah ocidental, como no Ocultismo oriental. Eliphas Lévi chama o número sete “a chave da criação mosaica e dos símbolos de toda religião”. Apresenta a Kabalah seguindo fielmente a mesma divisão septenaria do homem; pois o diagrama que ele dá em seu Clef dê Grands Mystères (53), é septenario. Pode ver-se isto com apenas uma olhada, por muito habilmente que se ache velada a idéia exata. É preciso também olhar o diagrama, “a formação da Alma”, na Kabbalah Unveiled do Mathers (54), da mencionada obra do Lévi, para encontrar o mesmo, embora com interpretação diferente. Hei aqui como aparece com os nomes kabalísticos e com os ocultos: DIAGRAMA IV

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

Imagem dos Criadores. Corpo Físico. Sthûla Sharira. Imagem do Homem. Corpo Astral. Linga Sharira. Mikael. O princípio Solar. Vida. Prâna. Samael. Sede das Paixões e Desejos animais. Kâma. Nephesh. Mediador Plástico. Emana. Ruach. Alma Espiritual. Buddhi. Neshamah. Espírito puro. Âtmâ.

Lévi chama Nephesh ao que nós chamamos Emanam, e viceversa. Nephesh é o Sopro de Vida (animal) no homem, o Sopro de Vida instintivo no animal; e Emana é a Terceira Alma -humana em seu aspecto luminoso, e animal em sua relação com o Samael ou Kâma- Nephesh é, em realidade, o “Sopro de Vida” (animal) insuflado no Adão, o Homem de Barro; por conseguinte, é a Faísca Vital, o Elemento animador. Sem Emana, a “Alma Razonadora” ou Mente -a qual, no diagrama do Lévi, é chamada erroneamente Nephesh-, Âtmâ-Buddhi é irracional neste plano, e não pode atuar. Buddhi é o Mediador Plástico; e não Emana, o meio inteligente entre a Tríada Superior e o Quaternário Inferior. Mas muitas som as transformações estranhas e curiosas que se encontram nas obras kabalísticas; prova convincente de que esta literatura se converteu em um deplorável embrulho. Nós não aceitamos a classificação a não ser só em sua relação, para mostrar os pontos de acordo. Vamos agora a expor em forma tabular o que o muito precavido Eliphas Lévi diz em explicação de seu Diagrama, e o que a Doutrina Esotérica ensina; comparando ambas as coisas. Lévi faz também uma distinção entre a Pneumática oculta e a kabalística. Diz Eliphas Lévi, o kabalista:

Dizem os teósofos:

PNEUMÁTICA KABALÍSTICA

PNEUMÁTICA ESOTÉRICA

1. A Alma (ou Ego) é uma luz velada, e esta luz é triplo. 2. Neshamah. - O Espírito puro.

2. O mesmo (56).

3. Ruach. - A Alma ou Espírito.

3. A Alma Espiritual.

4. Nephesh. - O Mediador Plástico (57). 5. A vestimenta da Alma é a casca (corpo) da Imagem (Alma Astral). 6. A imagem é dupla, porque reflete o bem e o mal.

1. O mesmo; porque é Emana.

4. O Mediador entre o espírito e o Homem, o Assento da Razão, a Mente, no homem. 5. Exato. 6. Isto é inutilmente muito apocalíptico. por que não dizer que o astral reflete o meusmo ao homem bom que ao mau; ao homem que ou sempre tende para seu Tríada-

perior, ou se não, desaparece com o CuaternaRio? 7. (Imagem; Corpo). PNEUMÁTICA OCULTA (Segundo Eliphas Lévi) 1. Nephesh é imortal, pois renova sua vida pela destruição das formas. (Mas Nephesh, o “Sopro de Vida”, é um nome errôneo e uma confusión inútil para o estudante). 2. Ruach progride pela evolução de as idéias (!?).

7. A Imagem Terrestre. PNEUMÁTICA OCULTA (Segundo os ocultistas) 1. Emana é imortal, porque depois de cada nova encarnação, acrescenta a Âtmâ-Buddhi algo de si mesmo; e assim, assimilando-se à Mónada, participa de sua imortalidade.

2. Buddhi se converte em consciente, por isso assimila-se de Emana, à morte do homem, depois de cada nova encarnação.

3. Neshamah é progressivo, sem esquecimento 3. Âtmâ, nem progride, nem esquece, nem recorda. Não nem destruição. pertence a este plano: é tão somente o Raio de Luz eterna que brilha e atravessa as trevas de a matéria, quando esta última se inclina a isso. 4. A Alma possui três mansões.

5. Estas mansões são: o Plano de os Mortais, o Éden Superior e o Éden Inferior.

4. A Alma -coletivamente como Tríada Souberior- vive em três planos, além disso do quarto, a esfera terrestre; e existe eternamente no mais elevado dos três. 5. Estas mansões são: a Terra para o homem físico, ou Alma animal; Kâma-Loka (Hades, o Limbo) para o homem desencarnado, ou seu envoltório; o Devachán, para a Tríada Souberior.

6. A Imagem (o homem) é uma esfinge que apresenta o enigma do nascimento.

6. Exato.

7. A Imagem fatal (a Astral) dota a Nephesh com suas aptidões; mas Ruach é capaz de substitui-la com a Imagem conquistada com arrumo às inspirações do Neshamah.

7. O Astral, por meio da Kâma (o Desejo), arrasta de contínuo a Emana à esfera de as paixões e desejos materiais. Mas se o Homem melhor, ou Emana, procura escapar a a atração fetal, e dirige suas aspirações a Âtmâ (Neshamah), então Buddhi (Ruach) vence, e se leva consigo a Emana ao reino do Eterno Espírito.

É evidente que o kabalista francês, ou não conhecia o bastante a verdadeira doutrina, ou a desnaturalizou por razões particulares e para o objeto que se propunha. Assim, ocupando do mesmo assunto, diz o que segue; ao que nós ocultistas respondemos ao defunto kabalista e a seus admiradores o que com contraposição expomos. 1. O corpo é o molde do Nephesh; 1. O corpo segue os impulsos, bons ou maus, Nephesh, o molde do Ruach; Ruach de Emana; Emana trata de seguir a Luz de o molde as vestimentas do Neshamah. Buddhi, peo com freqüência fracassa. Buddhi é o molde as “vestimentas” de Âtmâ; pois Âtmâ não é corpo algum, nem forma, nem coisa, e Bud-

dhi é tão somente seu veículo em sentido figurado. 2. A Luz (a Alma) personifica-se ré2. A Mónada se converte em um Ego pessoal vestindo-se (com um corpo); e a quando se encarna; e algo fica daquela personalidade possui duração únicapersonalidade por meio de Emana, quando mente quando a vestimenta é perfeita. este último é o suficientemente perfeito para assimilar Buddhi. 3. Os Anjos aspiram a converter-se em homens; um Homem perfeito, um Homem Deus, acha-se por cima do esquecimento.

3. Exato.

4. Cada 14.000 anos a alma se rejuve14 nece, e repousa no sonho ou jubileu do esquecimento.

4. Em um grande período ou Dia do Brahmâ reinam Manus; depois do qual vem o Pralaya quando todas as Almas (Egos) repousam em Nirvâna.

Tais são as cópias desnaturalizadas da Doutrina Esotérica na Kabalah. Mas voltemos agora para a Sloka 5 da Estadia VII. (b) O bem conhecido aforismo kabalístico diz: “Uma pedra se converte em uma planta; uma planta em um animal; o animal em um homem; o homem em um espírito, e o espírito em um deus”. A “Faísca” anima a todos os reino por turno, antes de penetrar e animar ao homem divino, entre quem e seu predecessor, o homem animal, existe uma diferença radical. A Gênese começa sua antropologia pelo extremo errôneo -evidentemente para velar a verdadee não conduz a nenhuma parte. Os primeiros capítulos da Gênese jamais pretenderam representar nem a mais remota alegoria da criação de nossa Terra. Marcam um conceito metafísico de algum período indefinido na eternidade, quando a lei de evolução leva a efeito intentos sucessivos para a formação de universos. A idéia se acha claramente expressa no Zohar: Houve antigos mundos que pereceram logo que entraram na existência; eram informem e os chamava Faíscas. Do mesmo modo, quando o ferreiro golpeia ao ferro, saltam as faíscas em todas direções. As Faíscas são os mundos primitivos, os quais não podiam continuar, porque o Sagrado Ancião (Sephira) não tinha assumido ainda sua forma (de andrógino, ou de sexos opostos) de Rei e Rainha (Sephira e Kadmon); e o Professor não havia se poso ainda à obra (58).

Se a Gênese tivesse começado como devia, encontraríamos nele, primeiro o Logotipos Celestial, o “Homem Celeste”, que se desembrulha como uma Unidade Múltiplo de Logotipos, cujos Logotipos aparecem em sua totalidade -como o primeiro “Andrógino” ou Adam Kadmon, o “Fiat Lux” da Bíblia, como já vimos- depois de seu sonho praláyico, sonho que reúne em Um a todos os Números pulverizados no plano mâyâvico, a maneira dos glóbulos de mercúrio que em um prato se confundem em uma só massa. Mas esta transformação não teve lugar em nossa Terra nem em nenhum plano material, a não ser nos abismos do Espaço, aonde se efectúa a primeira diferenciação da Matéria original eterna. Em nosso Globo nascente, as coisas procederam que distinto modo. A Mónada ou Jiva, como se diz no Isis Unveiled (59), é, acima de tudo, precipitada pela Lei de Evolução na forma mais inferior da matéria: o mineral. depois de um séptuple giro, encerrada na pedra ou no que se converterá em mineral e em pedra na Quarta Ronda, desliza-se fora da mesma, por dizê-lo assim, como um líquen. Passando de ali, ao través de todas as formas de matéria vegetal, ao que se chama matéria animal, chegou agora ao ponto em que deve converter-se no germe, digamo-lo assim, do animal que se transformará em homem físico. Todo isso, até a Terceira Ronda, é disforme, como matéria, e insensível como consciência. Pois a Mónada ou Jiva, per se, não pode ser chamada nem sequer espírito; é um Raio de luz, um Sopro do Absoluto, ou mas bem de LA ABSOLUTIDAD (60); e não tendo a Homogeneidade Absoluta relação nenhuma com o finito, condicionado e relativo, é inconsciente em nosso plano. portanto, além disso do material que necessita para sua futura forma humana, requer a Mónada (a) um modelo espiritual ou

protótipo, para que aquele material possa assumir sua feitura; e (b) uma consciência inteligente para guiar sua evolução e seu progresso; nenhuma de cujas coisas possuem nem a Mónada homogênea nem a matéria vivente, embora privada de sentido. O Adão de pó necessita lhe seja inspirada a Alma de Vida; os dois princípios médios, que são a vida senciente do animal irracional e a Alma Humana, pois a primeira é irracional sem esta última. Só quando de andrógino potencial se converteu o homem em varão e fêmea, será dotado com esta Alma consciente, racional e individual (Emana), “o princípio, ou a inteligência, dos Elohim”, para cuja recepção tem que comer o fruto da Ciência da Árvore do Bem e do Mal. Como tem que obter tudo isto? A Doutrina Oculta ensina que, enquanto descende a Mónada em seu ciclo para a matéria, estes mesmos Elohim, ou Pitris -os Dhyân Chohans inferioresestão desembrulhando-se par passu com ela, em um plano mais elevado e mais espiritual, descendendo também relativamente à matéria em seu próprio plano de consciência, até chegar a um certo ponto onde se encontrarão com a mónada insensível lhe encarnem, sumida na matéria mais ínfima; e enlaçando-as duas potências, Espírito e Matéria, produzirá sua união aquele símbolo terrestre do “Homem Celestial” no espaço, o HOMEM PERFEITO. Na filosofia Sânkhya se fala da Purusha (o Espírito) como de algo impotente, a menos de subir sobre os ombros do Prakriti (Matéria), a qual, abandonada a si mesmo, é insensível. Mas na Filosofia Secreta lhes considera como separados por graus diversos. O Espírito e a Matéria, embora uma e mesma coisa em sua origem, uma vez no plano de diferenciação, começam seus progressos evolucionarios em direções contrárias: o Espírito, caindo gradualmente na matéria, e a última subindo a sua condição original, a de uma Substância espiritual e pura. Ambos são inseparáveis, e entretanto, sempre separados. No plano físico, dois pólos iguais se rechaçarão sempre um a outro, ao passo que o negativo e o positivo se atraem mutuamente; na mesma situação se encontram o Espírito e a Matéria, os dois pólos da mesma Substância homogênea, o Princípio Raiz do Universo. portanto, quando soa para a Purusha a hora de subir sobre os ombros do Prakriti para a formação do Homem Perfeito -o Homem rudimentar das duas e meia Raças primeiras, sendo tão somente o primeiro, que se desembrulha gradualmente para o mais perfeito dos mamíferos-, os Antecessores Celestiales (Entidades de Mundos anteriores, chamados na Índia os Shishta) entram neste nosso plano e encarnam no homem físico ou animal, do mesmo modo que os Pitris tinham entrado antes que eles para a formação do último. Assim é que ambos os desenvolvimentos para as duas criações (a do homem animal e a do divino) diferem em grande maneira. Os Pitris lançam de si mesmos seus corpos etéreos como semelhanças seus até mais etéreas e espectrais que eles, ou o que chamaríamos agora “duplas” ou “formas astrais”, a sua própria imagem (61). Isto proporciona à seu Mónada primeira residência, e à matéria cega um modelo sobre o que construir no sucessivo. Mas o Homem é ainda incompleto. Em todas as escrituras arcaicas, esta doutrina deixou seus rastros desde a Svâyambhuva Manu (62), de quem descenderam os sete Manus ou Prajâpatis primitivos, cada um dos quais deu origem a uma Raça primitiva de homens, até o Codex Nazaraeus, no qual Karabtanos, ou Fetahil (a matéria cega concupiscente), engendra em sua Mãe, Spiritus, sete Figuras, representando cada una o progenitor de uma das sete raças primitivas. “Quem forma ao Manu (o Homem), e quem forma seu corpo? A Vida e as Vistas. Pecado (63) e a Lua”. Aqui Manu representa ao homem espiritual e celeste, ao Ego real que não morre em nós, o qual é a emanação direta da “Vida Uma” ou a Deidade Absoluta. Quanto a nossos corpos físicos exteriores, a mansão ou tabernáculo da Alma, insígnia a Doutrina uma estranha lição; tão estranha, que embora se explique por completo e a compreenda como é devido, tão somente a Ciência exata do futuro vindicará a plenitude da teoria. Já se há dito antes que o Ocultismo não aceita nada inorgânico no Kosmos. A expressão “substância inorgânica” empregada pela Ciência significa simplesmente que a vida latente, dormindo nas moléculas da chamada “matéria inerte”, é incognoscible. TUDO É VIDA, e cada átomo, embora seja de pó mineral, é uma VIDA, embora se acha fora de nossa compreensão e percepção, posto que está fora do limite das leis conhecidas por quem despreza o Ocultismo. Os “Átomos mesmos -diz Tyndall- possuem ao parecer um instinto do desejo de vida”. De onde, pois -perguntaríamos nós-, procede a tendência “a lançar-se para a forma orgânica?” Acaso resulta isto explicável de algum outro modo que segundo os ensinos da Ciência Oculta? Os mundos, para o profano, estão construídos com os Elementos conhecidos. Segundo o conceito de um Arhat, estes Elementos são, coletivamente uma Vida Divina; distributivamente, no plano das manifestações, são os inumeráveis e incontáveis crores de vidas. O Fogo somente é UM, no plano da Realidade Única; no da Existência manifestada, e

portanto ilusória, suas partículas são Vistas ígneas, que vivem e existem a gastos de cada uma das demais Vistas que consomem. portanto, as chama os “DEVORADORES”... Cada coisa visível neste Universo, acha-se constituída por semelhantes VISTAS, do homem primitivo, divino e consciente, até os agentes inconscientes que elaboram a matéria... da VIDA UMA relatório e increada, procede o Universo de Vidas. Primeiro manifestóse do Abismo (Caos) o Fogo frio e luminoso (luz refrigerante?), o qual formou os Coágulos no Espaço (nebulosas irresolubles, possivelmente?)... Estes combateram, e um grande calor se desenvolveu por causa dos encontros e colisões, o qual produziu a rotação. Veio então o primeiro Fogo MATERIAL, manifestado, as Chamas ardentes, os Vagabundos nos Céus (Cometas). O calor gera vapor úmido; aquele forma água sólida (?), depois névoa seca, logo névoa líquida, aquosa, que apaga o luminoso resplendor dos Peregrinos (Cometas?), e forma Roda sólidas aquosas (Globos de MATÉRIA). Bhûmi (a Terra) aparece com seis irmãs. Estas produzem com seu movimento contínuo o fogo inferior, o calor e uma névoa aquosa, que dá lugar ao terceiro Elemento do Mundo - a ÁGUA; e do fôlego de tudo nasce o AR (atmosférico). Estes quatro são as quatro Vistas dos quatro primeiro Períodos (Rondas) do Manvántara. Os últimos três seguirão. O Comentário fala primeiro dos “inumeráveis e incontáveis crores de Vida” Estará, então, Pasteur dando inconscientemente o primeiro passo para a Consciência Oculta, ao declarar que, se se atrevesse a expressar por completo sua idéia sobre o assunto, diria que as células orgânicas se acham dotadas de uma potência vital que não cessa sua atividade ao acabá-la corrente de oxigênio que lhes lança, e por esta razão não rompe suas relações com a vida mesma, a qual se acha sustentada pela influência daquele gás? “Acrescentaria eu -continua dizendo Pasteur- que a evolução do germe se verifica por meio de fenômenos complicados entre os quais temos que incluir processos de fermentação”; e a vida, segundo Claudio Bernard e Pasteur, não é mais que uma fermentação. Que existem na Natureza Seres ou Vidas, podendo viver e desenvolver-se sem ar, até em nosso globo, foi demonstrado pelos mesmos homens de ciência. Pasteur encontrou que muitas das vidas inferiores, tais como vibriones e outros micróbios e bactérias, podem existir sem ar, o qual, pelo contrário, mata-os. Derivam o oxigênio necessário para sua multiplicação, das substâncias diversas que lhes rodeiam. Ele lhes chama aeróbicos, que vivem das malhas de nossa matéria, quando esta última cessou que formar uma parte de um todo integral e vivente (chamado neste caso pela Ciência, e de um modo muito anticientífico, “matéria morta”), e anaeróbios. Os primeiros se apoderam do oxigênio, e em grande maneira contribuem à destruição da vida animal e das malhas vegetais, proporcionando à atmosfera materiais que entram depois na constituição de outros organismos; os segundos destroem, ou mas bem, aniquilam finalmente às chamadas substâncias orgânicas, sendo impossível a decadência última sem sua participação. Certas células-gérmenes, tais como as da levedura de cerveja, se desarrrollan e multiplicam no ar; mas quando privadas dele, adaptam-se por si mesmos à vida sem ar e se convertem em fermentos, absorvendo oxigênio das substâncias que com eles ficam em contato, e com isto as destruindo. As células nos frutos, quando os falta o oxigênio necessário, obram como fermentos e estimulam a fermentação. “portanto, a célula vegetal manifesta neste caso sua vida como um ser anaeróbio. por que, pois, deve neste caso ser uma exceção a célula orgânica?” -pergunta o professor Boglubof. Pasteur faz ver que nas substâncias de nossas malhas e órgãos, a célula, não encontrando oxigênio suficiente para si mesmo, estimula a fermentação do mesmo modo que a célula do fruto; e Claudio Bernard acredita que a idéia do Pasteur, a respeito da formação de fermentos, encontrou sua aplicação e corroboração no fato de que a uréia aumenta no sangue durante o estrangulamento; a VIDA ache-se, portanto, em todas partes no Universo, e segundo insígnia o Ocultismo, também existe no átomo. “Bhûmi aparece com seis irmãs” -diz o -Comentário. É um ensino védico que “existem três Terras correspondentes a três Céus, e nossa Terra (a quarta) é chamada Esta Bhûmi é a explicação dada por nossos orientalistas ocidentais esotéricos. Mas a significação esotérica e a alusão à mesma nos Veda, é que se refere a nossa Cadeia Planetária: “três Terras” no arco descendente, e “três Céus”, que são três Terras ou Globos também, mas muito mais etéreos, no arco ascendente ou espiritual. Pelos três primeiros descendemos à matéria, pelos outros três subimos ao Espírito; constituindo o inferior Bhûmi, nossa Terra, o ponto de giro, por dizêlo assim, e contendo potencialmente tanto Espírito como Matéria. Disto nos ocuparemos depois. O ensino geral do Comentário é, pois, que cada nova Ronda desenvolve um dos Elementos compostos, como os conhece agora a Ciência, a qual despreza a primitiva

nomenclatura, prefiriendo subdividi-los em constituintes. Se a Natureza no plano manifestado é o “Eterno dever ser”, neste caso aqueles Elementos têm que ser considerados do mesmo ponto de vista: têm que desembrulhar-se, progredir e aumentar até o final manvantárico. Assim, segundo nos ensina, a Primeira Ronda desdobrou tão somente um Elemento, uma natureza e uma humanidade, no que pode chamar um aspecto da Natureza; denominado por alguns, de modo muito anticientífico, embora possa ser assim de fato, “espaço de uma dimensão”. A Segunda Ronda manifestou e desenvolveu dois elementos, o Fogo e a Terra; e sua humanidade adaptada a esta condição da Natureza (se é que podemos dar o nome de humanidade a seres vivendo sob condições desconhecidas para os homens), era “uma espécie de duas dimensões”, usando de novo uma frase familiar em um sentido estritamente figurado, único meio de podê-la empregar corretamente. O curso de desenvolvimento natural que estamos agora considerando, elucidará de um modo completo, e desacreditará o costume de especular a respeito dos atributos do espaço de dois, três e quatro ou mais dimensione; mas embora seja de passagem, merece a pena indicar o significado real da intuição verdadeira, mas incompleta, que sugeriu (entre os espíritas, teósofos e vários grandes homens de ciência, nesta questão) (64), o emprego da expressão moderna “a quarta dimensão do espaço”. Para principiar, não tem, é obvio, importância alguma o absurdo superficial de que o Espaço possa ser medido em nenhum sentido. Esta frase familiar pode tão somente ser uma abreviação da mais completa, a “Quarta dimensão da matéria no Espaço” (65). Mas até nesta forma é uma expressão desventurada, posto que, embora é perfeitamente certo que o progresso da evolução pode nos fazer conhecer novas qualidades características da matéria, aquelas com que nos achamos já familiarizados são, em realidade, mais numerosas que as correspondentes às três dimensões. As faculdades, ou possivelmente em términos mais próprios, as qualidades características da matéria, devem sempre ter uma relação direta e clara com os sentidos do homem. A matéria possui extensão, cor, movimento (movimento molecular), sabor e aroma, que correspondem aos sentidos existentes no homem, e a próxima qualidade que desenvolva, que chamaremos no momento “Permeabilidade” corresponderá ao próximo sentido no homem, que poderemos chamar “Clarividência Normal”. Assim é que quando alguns audazes pensadores estiveram desejando uma quarta dimensão para explicar o passo da matéria ao través da matéria, e a produção de nós em uma corda sem fim, o que realmente lhes faltava era uma sexta qualidade característica da matéria. As três dimensões pertencem em realidade tão somente a um atributo ou qualidade da matéria, à extensão; e o sentido comum popular, com justiça se rebela contra a idéia de que, sob qualquer condição das coisas, possam existir mais de três dimensões semelhantes à longitude, largura e espessura. Estes términos, e a mesma palavra “dimensão”, pertencem a um estado de pensamento, a um grau de evolução, a uma qualidade característica da matéria. Enquanto existam unidades de medida entre os recursos do cosmos, para ser aplicadas à matéria, não será possível medi-la mais que de três modos e nada mais; quão mesmo dos tempos em que a idéia de medida por primeira vez ocupou o entendimento humano, não foi possível aplicar as medidas mais que em três sentidos. Mas estas considerações não militan em maneira alguma contra a certeza de que, no progresso do tempo, à medida que as faculdades da humanidade se multipliquem, multiplicarão-se também as características da matéria. Pelo resto, a expressão é ainda muito mais incorreta que a familiar de que o Sol “sai” ou fica”. Voltemos agora para considerar a evolução material ao través das Rondas. A matéria na Segunda Ronda, como já se há dito, pode em sentido figurado ser considerada como de duas dimensões. Mas terá que advertir aqui outra coisa. Aquela expressão livre e figurada pode considerar-se -em certo modo, conforme vimos- como equivalente à segunda característica da matéria, e correspondendo à segunda faculdade perceptiva ou sentido no homem. Mas estas duas escalas enlaçadas da evolução, acham-se relacionadas com os processos correntes dentro dos limites de uma só Ronda. A sucessão dos aspectos primários da Natureza, com que a sucessão das Rondas se acha relacionada, tem que ver, como já se indicou, com o desenvolvimento dos Elementos (no sentido oculto): Fogo, Ar, Água, Terra. Encontramo-nos tão somente na Quarta Ronda, e nosso catálogo não passa deste ponto. A ordem em que estes elementos se mencionam na anterior contagem, é o exato para fins esotéricos e nos Ensinos Secretos. Milton estava no justo ao falar dos “Poderes do Fogo, do Ar, da Água e da Terra”; a Terra, tal como a conhecemos nós agora, não existia antes da Quarta Ronda, faz centenares de milhões de anos, ao princípio de nossa Terra Geológica. O Globo era, diz o Comentário, “ígneo,

frio e radiante, quão mesmo seus homens e animais etéreos, durante a Primeira Ronda” (expressando uma contradição ou paradoxo, segundo a opinião de nossa ciência presente): “luminoso e mais denso e pesado durante a Segunda Ronda; aquoso durante a Terceira”. assim, estão os Elementos trastrocados. Os centros de consciência da Terceira Ronda destinados a desenvolver-se na humanidade, tal como a conhecemos nós, chegaram à percepção do terceiro Elemento, a Água. Se tivéssemos que deduzir nossas conclusões com arrumo aos dados que os geólogos nos subministram, diríamos então que não existia verdadeira água, nem mesmo durante o período carbonífero. Nos diz que massas gigantescas de carbono, nos primeiros tempos difundidas na atmosfera como ácido carbônico, foram absorvidas pelas novelo, enquanto que uma grande parte daquele gás estava mesclada com a água. Agora bem; se isto for assim, e se devemos acreditar que todo o ácido carbônico que aconteceu formar parte de aquellaas planta que formaram o carvão betuminoso, o linhito e demais, e que contribuiu à formação das calcárias, etc.; que tudo isto se achava naquele período na atmosfera em forma refrigerante, devem ter existido, então, mares e oceanos de ácido carbônico líquido! Mas, como pôde então ser precedido o período carbonífero pelos períodos devoniano e siluriano -os dos Peixes e Moluscos-, dada aquela teoria? Além disso, a pressão barométrica deve ter sido então vários centenares de vezes superior à pressão de nossa atmosfera presente. Como podiam resisti-la organismos tão singelos como os de certos peixes e moluscos? Existe uma obra curiosa do Blanchard, sobre o Origem da Vida, na qual faz ver algumas estranhas contradições e confusões nas teorias de seus colegas, e a recomendamos à atenção do leitor. os da Quarta Ronda acrescentaram a Terra como estado de matéria, aos outros três elementos em sua transformação presente. Em resumo, nenhum dos chamados Elementos era como são agora, nas três Rondas precedentes. no que nos alcança, o FOGO pode ter sido puro Âkâsha, a Primeira Matéria do “Magnum Opus” dos Criadores e Construtores, aquela Luz Astral a que o paradoxal Eliphas Lévi chama um mesmo tempo “Corpo do Espírito Santo”, e a seguir “Baphomet”, o “Andrógino caibro do Mendes”; o AR simplesmente nitrogênio, o “Fôlego dos Sustentadores da Cúpula Celestial”, como lhe chamam os místicos maometanos; a ÁGUA, aquele fluido primitivo que foi requerido, segundo Moisés, para constituir uma “Alma Vivente”. E isto pode explicar as discrepâncias flagrantes e as asserções anticientíficas que se encontram na Gênese. Separe o primeiro capítulo do segundo; leia o primeiro como escritura dos elohistas, e o segundo como dos jehovistas, muito posteriores a aqueles; e, entretanto, se a gente ler entre linhas, encontra a mesma ordem em que as coisas criadas apareceram; ou seja, Fogo (Luz), Ar, Água e Homem (ou Terra). Pois a sentença do primeiro capítulo (o elohístico): “No princípio, Deus criou os céus e a terra”, é uma falsa tradução; não são os céus e a terra, a não ser o Céu duplicado ou dobro, os Céus superior e inferior, ou seja a separação da Substância Primitiva, que era luminosa em sua porção superior e obscura na inferior (o Universo manifestado), em sua dualidade do invisível (para os sentidos), e o visível para nossas percepções. “Deus separou a luz das trevas”, e depois fez o firmamento (Ar). “Faça um firmamento em meio das águas, e separe as águas das águas”, ou seja, “as águas que estavam sob o firmamento (nosso Universo manifestado visível) das águas sobre o firmamento” (os planos de existência invisíveis, para nós). No segundo capítulo (o jehovístico), as novelo e as ervas são criadas antes que a água, quão mesmo no primeiro, a luz é produzida antes que o sol. “Deus fez a terra e os céus e todas as novelo do campo, antes que as houvesse na terra, e cada erva do campo antes que crescesse; pois o Senhor Deus (os Elohim) não tinha feito que chovesse sobre a terra, etc.” -um absurdo a menos que se aceite a explicação esotérica-. As novelo foram criadas antes das haver em terra, porque então não existia terra alguma tal como é agora; e a erva do campo existia antes que crescesse tal como o faz agora, na Quarta Ronda. Discutindo e explicando a natureza dos Elementos invisíveis e do “Fogo Primitivo” mencionado antes, Eliphas Lévi lhe chama invariavelmente a “Luz Astral”; para ele é o “Grand Agent Magique”. Indubitavelmente que o é, mas tão somente no referente à Magia Negra e aos planos mais inferiores do que nós chamamos o Éter, cujo nóumeno é o Âkâsha; e até isto seria considerado como inexato pelos ocultistas ortodoxos. A “Luz Astral” é, simplesmente, a mais antiga “Luz Sideral” do Paracelso; e o dizer que “tudo que existe foi desenvolvido da mesma, e que conserva e reproduz todas as formas”, como ele escreve, é enunciar a verdade tão somente no referente à segunda proposição. A primeira é errônea; porque, se tudo que existe foi desenvolvido por meio (ou por via) deles, isto não é a Luz Astral, posto que esta último não é a que contém todas as coisas, a não ser no máximo, o refletor deste tudo. Eliphas Lévi a

apresenta, com muita razão, como “uma força da Natureza”, por meio da qual, “um homem só que a dominasse..., poderia sumir ao mundo em confusão e transformar sua face”; pois é o “Grande Oculto da Magia transcendente”. Ao citar o dito pelo grande kabalista ocidental na forma em que se traduziu (66), podemos possivelmente explicá-lo melhor com a adição eventual de uma palavra ou dois, para fazer ver a diferença entre as explicações ocidentais e as orientais do mesmo assunto. Diz o autor, no referente ao grande Agente Mágico: Este fluido ambiente e omnipenetrante, este raio destacado do esplendor do Sol (Central ou Espiritual)... fixado pelo peso da atmosfera (?!) e pelo poder da atração central... a Luz Astral, este éter eletromagnético, este calórico vital e luminoso, é representado nos antigos monumentos pelo cinturão do Isis que se enrosca ao redor de dois pólos..., e nas antigas teogonías pela serpente devorando sua própria cauda, emblema da prudência e de Saturno (emblema do infinito, da imortalidade e do Kronos -o Tempo-, não o Deus ou o planeta Saturno). É o dragão alado da Medea, a serpente dobro do caduceo e o tentador da Gênese; mas é também a cobra de bronze do Moisés rodeando a Tau...; por último, é o diabo do dogmatismo esotérico, e é realmente a força cega (não é cega e Lévi sabia), que deve vencer as almas para desprender-se das cadeias da Terra; porque de não fazê-lo, serão absorvidas pelo mesmo poder que primeiro as produziu, e voltarão para fogo central e eterno.

Este grande Archaeus foi agora publicamente descoberto por e para um só homem (J. W. Keeley, da Filadelfia). Para outros, está, entretanto, descoberto, embora deve permanecer quase inútil. “Até aqui chegará...” Todo o anterior é tão prático como exato, salvo um engano, que já explicamos. Eliphas Lévi comete um grande equívoco ao identificar sempre a Luz Astral com o que nós chamamos Âkâsha. O que é realmente, explicará-se no volume IV. Eliphas Lévi escreve mais adiante: O grande Agente Mágico é a quarta emanação do princípio de vida (nós dizemos é primeira no Universo interno, e a segunda no externo (o nosso)), do qual o Sol é a terceira forma... porque o astro do dia (o Sol) é tão somente a reflexão e sombra material do Sol Central de verdade, o qual ilumina ao mundo intelectual (invisível) do Espírito, sendo ele mesmo só um fulgor emprestado do Absoluto.

Até aqui é bastante exato. Mas quando a grande autoridade dos kabalistas ocidentais acrescenta que, entretanto, “não é o Espírito imortal como imaginaram os Hierofantes indos”, respondemos nós que calunia a ditos Hierofantes, porque não hão dito semelhante coisa; pois até as mesmas escrituras puránicas esotéricas contradizem por completo o asserção. Jamais indo algum confundiu ao Prakriti com o “Espírito imortal”; a Luz Astral está tão somente por cima do plano inferior do Prakriti, o Kosmos Material. Prakriti é sempre chamado Mâyâ , Ilusão, e se acha condenado a desaparecer com o resto, inclusive os Deuses, à hora do Pralaya. Como se tem feito ver, Âkâsha não é nem sequer o Éter, e portanto, menos ainda, como podemos imaginar, pode ser a Luz Astral. Os incapazes de penetrar além da letra morta dos Purânas, confundiram em ocasiões a Âkâsha com o Prakriti, com o Éter, e até com o céu visível. Certo é também que aqueles que traduziram invariavelmente a palavra Âkâsha por “Éter” -Wilson, por exemplo-, vendo que lhe chamava “a causa material do som”, possuindo, além disso, esta única e só propriedade, imaginaram, em sua ignorância, que era “material” no sentido físico. Certo, além disso, que se as qualidades características têm que ser aceitas literalmente, então, do momento em que nada material ou físico, e, portanto, condicionado e temporário, pode ser imortal (segundo a metafísica e a filosofia), a conseqüência seria que Âkâsha não é nem infinito nem imortal. Mas tudo isto é errôneo, posto que Pradhâna, a Matéria Primitiva, e o Som, como propriedade, foram mal compreendidos; sendo o primeiro término (Pradhâna) certamente sinônimo do Mûlaprakriti e de Âkâsha, e o segundo (o Som), sinônimo do Verbo, a Palavra ou o Logotipos. Isto é fácil de demonstrar, pois se vê nas frases seguintes do Vishnu Purâna (67): “Não existia nem dia nem noite, nem céu nem terra, nem trevas, nem luz, nem nenhuma outra coisa, a não ser tão somente Uma, inapreciável para a inteligência ou aquilo que é Brahman, e Pums (Espírito) e Pradhâna (Matéria Primitiva)...” Agora bem, o que é Pradhâna, se não ser Mûlaprakriti, a Raiz de Tudo sob outro aspecto? Pois embora se diz depois que Pradhâna se inunda na Deidade, como todas as coisas, para deixar tão somente ao Um absoluto durante o Pralaya, é, entretanto, considerado como infinito e imortal. A tradução literal se dá como segue: “Um Espírito Brahma Prâdhânika: AQUILO era”; e o comentarista interpreta a palavra composta como essencial, e não como uma palavra derivada, empregada atributivamente, ou seja como “um pouco unido a Pradhâna”. Deve se ter em conta, além disso, que o sistema puránico é dualista, não

evolucionario; e que com respeito a isto, encontrará-se muito mais de um ponto de vista esotérico, no Sânkhya, e até no Mânava-Dharma-Shâstra , por muito que este último difira do primeiro. portanto, Pradhâna, até nos Purânas, é um aspecto do Parabrahman, não uma evolução, e deve ser quão mesmo o Mûlaprakriti vedantino. “Prakriti, em seu estado primário, é Âkâsha” -diz um sábio vedantino (68)-. É quase Natureza abstrata. Âkâsha, pois, é Pradhâna em outra forma, e como tal, não pode ser o Éter, o agente sempre invisível, cortejado até pela mesma ciência física. Nem é a Luz Astral. É, como se há dito, o nóumeno do séptuple Prakriti diferenciado (69), a sempre imaculada “Mãe” do “Filho” órfão de pai, que se converte em “Pai” no plano inferior manifestado. Pois Mahat é o primeiro produto da Pradhâna ou Âkâsha; e Mahat -a Inteligência Universal, “cuja propriedade característica é Buddhi”- não é outro que o Logotipos, posto que lhe chama Îshvara, Brahmâ, Bhâva, etc. (70). Ele é, em resumo, o “Criador” ou a Mente Divina em operação criativa, “a Causa de todas as coisas”. Ele é o “Primogênito”, de quem nos dizem os Purânas, que “a Terra e Mahat são as fronteiras externa e interna do Universo”, ou em nossa linguagem, os pólos positivo e negativo da Natureza dual (abstrata e concreta); pois o Purâna acrescenta: Desta maneira -como foram as sete formas (princípios) do Prakriti contadas desde o Mahat à Terra-, assim na dissolução (elementar) ( pratyâhâra), estas sete voltam a entrar sucessivamente uma em outra. O Ovo do Brahmâ (Mande-a-mandala) dissolve-se com suas sete zonas (dvîpa), sete oceanos, sete regiões, etc. (71).

Estas são as razões pelas que os ocultistas recusam dar o nome de Luz Astral ao Âkâsha, ou lhe chamar Éter. “Na casa de meu Pai há muitas moradas”, pode ser posto em comparação com o provérbio ocultista: “Em casa de nossa Mãe existem sete mansões” ou planos, o inferior dos quais está por cima e em volto de nós: a Luz Astral. Os elementos, sejam simples ou compostos, não podem ter permanecido os mesmos desde o começo da evolução de nossa cadeia. Todas as coisas no Universo progridem constantemente durante o grande Ciclo, ao mesmo tempo que vão de um modo incessante acima e abaixo nos ciclos menores. A Natureza jamais permanece estacionária durante o Manvántara, pois sempre está devendo ser (72), não simplesmente sendo; e as vistas mineral, vegetal e humana sempre estão adaptando seus organismos aos Elementos reinantes à maturação e, portanto, aqueles Elementos eram então apropriados para elas, como o são agora para a vida da humanidade presente. Tão somente na próxima Ronda, a Quinta, será quando o quinto Elemento, o Éter, o corpo grosseiro do Âkâsha (se é que mesmo assim pode chamar-se o converterá-se em um fato familiar da Natureza para todos os homens, como o ar nos é familiar agora, e cessará de ser como à presente, hipotético, e um “agente” para tantas coisas. E tão somente durante aquela Ronda serão suscetíveis de completa expansão os sentidos mais elevados, cujo desenvolvimento e evolução favorece o Âkâsha. Como já se indicou, pode esperar-se, no período apropriado durante esta Ronda, o desenvolvimento de um conhecimento familiar parcial da propriedade característica da matéria -Permeabilidade-, cujo desenvolvimento se deve verificar ao mesmo tempo que o sexto sentido. Mas com o seguinte Elemento acrescentado a nossos recursos, na Ronda próxima a Permeabilidade se converterá em uma característica tão manifesta da matéria, que as formas mais densas desta Ronda não aparecerão mais obstrutoras às percepções do homem, que hoje uma espessa névoa. Voltemos agora para Ciclo de Vida. Sem nos estender muito na descrição dada das VIDAS Superiores, devemos dirigir agora nossa atenção simplesmente aos Seres terrenos e à Terra mesma. Esta última, nos diz, é construída para a Primeira Ronda pelos “Devoradores”, que desintegram e diferenciam os gérmenes de outras Vistas nos Elementos; e pode suporo verificam de um modo muito parecido a como o fazem no estado presente do mundo, os aeróbicos quando minam e desorganizam a estructua química de um organismo, transformando a matéria animal e gerando substâncias que variam em suas constituições. Assim considera o Ocultismo à chamada idade azoica pela Ciência, pois mostra que jamais em nenhuma época há pemanecido a Terra sem vida sobre ela. Em qualquer lugar que exista um átomo de matéria, uma partícula ou uma molécula, até em sua condição mais refrigerante, ali há vida, por latente e inconsciente que seja. Qualquer coisa que abandone o Estado Espécie se converte em Vida ativa; ela é arrastada ao torvelinho do MOVIMENTO (o Dissolvente Alquímico da Vida); Espírito e Matéria são os dois Estados do UM, que não é nem Espírito nem Matéria, sendo ambos a Vida Absoluta, latente... O Espírito é a primeira diferenciação de (e em) o ESPAÇO; e a Matéria, a primeira diferenciação do Espírito. O que não é nem Espírito nem Matéria, é ISSO - a CAUSA

sem Causa do Espírito e da Matéria, que são a Causa do Kosmos. E a AQUILO o chamamos a VIDA UMA ou o Fôlego Intracósmico (73). Uma vez mais dizemos: cada coisa deve produzir seu semelhante. A Vida Absoluta não pode produzir um átomo inorgânico, seja simples ou complexo; e até em Espécie existe a vida, do mesmo modo precisamente que um homem sumido em um estado profundamente cataléptico, é um ser vivente, embora mostre todas as aparências de um cadáver. Quando os “Devoradores” - nos que os homens de ciência são convidados a ver, com algum indício de razão, átomos da Névoa de Fogo, ao ocultista objeção alguma-, quando os Devoradores, dizemos, diferenciaram “os Átomos de Fogo”, por um processo peculiar de segmentação, estes últimos se convertem no Gérmenes de Vida, que se adicionam com arrumo às leis da coesão e da afinidade. Então os Gérmenes de Vida produzem Vistas de outra classe, que atuam sobre a estrutura de nossos Globos. Assim, na Primeira Ronda, tendo sido o Globo construído pelas primitivas Vidas de Fogo (ou seja formado em esfera), não possuía solidez, nem qualidades, salvo um resplendor frio, sem forma, sem cor; tão somente para o final da Primeira Ronda desenvolve um Elemento, o qual, de Essência simples, e por dizê-lo assim, inorgânica, converteu-se agora, em nossa Ronda, no fogo que conhecemos em todo o Sistema. A Terra estava em seu primeiro Rûpa, cuja essência é o Princípio âkâshico, chamado ***, que agora se conhece por Luz Astral (denominação completamente errônea), a qual Eliphas Lévi chama “Imaginação da Natureza”, provavelmente fugindo lhe dar seu verdadeiro nome, como fazem outros. Falando dela, em seu Prefácio a Histoire da Magie, Eliphas Lévi diz: Por meio desta força, todos os centros nervosos comunicam secretamente entre si; dela nascem a simpatia e a antipatia; dela provêm nossos sonhos, e têm lugar os fenômenos da segunda vista e as visões extranaturales... A Luz Astral (obrando sob o impulso de vontades poderosas)... destrói, coagula, separa, quebranta e se acumula em todas as coisas... Deus a criou aquele dia em que disse “Fiat Lux”... É dirigida pelos Egrégores, ou sejam os chefes das almas, que são os espíritos da energia e da ação (74).

Eliphas Lévi deveu ter acrescentado que a Luz Astral, ou Substância Primitiva, se for matéria alguma é o que, chamado Luz, Lux explicado esotéricamente, é o corpo daqueles Espíritos mesmos e sua mesma essência. Nossa luz física é a manifestação em nosso plano, e a radiação refletida, da Luz Divina que emana do corpo coletivo dos que são chamados as “Luzes” e as “Chamas”. Mas nenhum outro kabalista há poseído como Eliphas Lévi o talento de amontoar uma contradição sobre outra, e de fazer que em uma mesma frase se contradiga uma paradoxo à outra com tal fluidez de linguagem. Ele conduz ao leitor ao través dos vales mais belos, para lhe deixar, depois de tudo, em uma rocha estéril e deserta. Diz o Comentário: Por meio das radiações dos sete Corpos dos sete Ordens do Dhyânis, nascem as sete Quantidades Discretas (Elementos), cujo movimento e união harmoniosa produzem o Universo manifestado da Matéria. A Segunda Ronda faz que se manifeste o segundo Elemento -o AR-, cuja pureza asseguraria a vida contínua a quem dele fizesse uso. Só existiram na Europa dois ocultistas que o têm descoberto, e até em parte aplicado à prática, embora sua composição foi conhecida sempre entre os mais elevados Iniciados orientais. O ozônio dos químicos modernos é veneno comparado com o verdadeiro Dissolvente Universal, sobre o que jamais se pôde pensar, a menos de existir na Natureza. Desde a segunda Ronda, a Terra -até então um feto na matriz do Espaço- começou sua existência real: ela tinha desenvolvido já a Vida individual senciente, seu segundo Princípio. O segundo corresponde ao sexto (Princípio); o segundo é Vida contínua; o outro, temporário. A Terceira Ronda desenvolveu o terceiro Princípio -a ÁGUA-, ao passo que a Quarta transformou a forma plástica gasoso-fluídica de nosso Globo, na esfera grosseiramente material, dura e incrustada, na qual vivemos agora. “Bhûmi” obteve seu quarto Princípio. A isto pode objetar-se que fica quebrantada a lei de analogia, a respeito da qual tanto se insiste. Nada disso. A Terra alcançará sua forma verdadeiramente última -seu corpo concha-, à inversa nisto do homem, tão somente para o final do Manvántara, depois da Sétima Ronda. Tinha razão Eugenio Philalethes ao assegurar a seus leitores, “sob sua palavra de honra”, que ninguém tinha visto ainda a “Terra”, isto é, a Matéria em sua forma essencial. Nosso Globo se acha até a data em seu estado Kâmarûpico, o Corpo Astral de desejos do Ahamkâra, o cego Egotismo, a produção do Mahat, no plano inferior. Não é a matéria constituída molecularmente, e menos ainda o corpo humano Sthûla

Sharira, o mais grosseiro de todos nossos “Princípios”, a não ser em realidade o Princípio médio, o verdadeiro centro animal; ao passo que nosso corpo é tão somente seu envoltório, o fator e instrumento irresponsável, por meio do qual atua a besta em nós. Todo teósofo inteligente compreenderá o que quero dizer. Assim é que a idéia de que o tabernáculo humano está construído por Vistas inumeráveis, o mesmo precisamente que a casca rochosa de nossa Terra, não tem nada de repulsiva em si para o místico verdadeiro. Não pode a Ciência opor-se ao ensino ocultista pois não porque o microscópio não obtenha jamais descobrir a vida última ou o último átomo vivente, pode rechaçar a doutrina. (c) Ensina-nos a Ciência que nos organismos do homem e do animal, o mesmo vivos que mortos, formigam as bactérias de um centenar de diversas espécies; que nos vemos ameaçados desde fora com a invasão de micróbios a cada uma de nossas inspirações, e de dentro por leucomainas, aeróbicos, anaeróbios e muitas mais costure. Mas a Ciência não foi ainda tão longe como a doutrina oculta, a qual assegura que nossos corpos, quão mesmo os dos animais, novelo e pedras, estão por completo construídos de semelhantes seres, aos que, excetuando suas maiores espécies, nenhum microscópio pode observar. No que se refere às porções puramente animal e material no homem, ache-a Ciência em caminho de descobrimentos, que irão muito longe, corroborando esta teoria. A Química e a Fisiologia são os dois grandes magos do futuro, que estão destinados a abrir os olhos da humanidade às grandes verdades físicas. Cada dia se demonstra mais e mais claramente a identidade entre o animal e o homem físico, entre a planta e o homem, e até entre o réptil e sua toca, a rocha, e o homem. Uma vez comprovada a identidade dos constituintes físicos e químicos de todos os seres, pode muito bem dizer a ciência química que não existe diferença alguma entre a matéria de que se forma um boi e a que forma ao homem. Mas a doutrina oculta é muito mais explícita. Ela diz: Não somente os constituintes químicos são os mesmos, mas sim as mesmas Vistas invisíveis infinitesimais formam os átomos dos corpos da montanha e da margarida, do homem e da formiga, do elefante e da árvore que lhe resguarda do sol. Toda partícula (já a chamem orgânica ou inorgânica) é uma Vida. Todo átomo e molécula no Universo é ao mesmo tempo doador de vida e doador de morte para as formas, por quanto constrói por agregación universos, e os efêmeros veículos dispostos para receber a alma que transmigra; assim como do mesmo modo destrói e troca eternamente as formas, e expele as almas de suas mansões temporárias. Cria e arbusto; gera e destrói por si; traz para a existência, e aniquila, a esse mistério dos mistérios, o corpo vivente do homem, animal ou planta, a cada segundo no tempo e no espaço; gera igualmente a vida e a morte, a beleza e a fealdade, o bem e o mal, e até as sensações agradáveis e desagradáveis, as benéficas e as maléficas. É essa VIDA misteriosa, representada coletivamente por milhões inumeráveis de Vidas, a que segue, em seu caminho próprio e esporádico, a lei do atavismo até o presente incompreensível; a que cópia parecidos de família, como deste modo os que encontra impressos no aura dos geradores de cada ser humano futuro; um mistério, em resumo, ao qual se concederá maior atenção em outra parte. por agora, pode citar um exemplo como ilustração. A ciência moderna começa a descobrir que a tomaína, o alcalóide venenoso gerado pela matéria em decomposição e pelos cadáveres -uma vida também-, extraída com auxílio do éter volátil, produz um aroma tão forte como o das mais viçosas flores de flor-de-laranja; e que privados de oxigênio, estes alcalóides, ou produzem o mais repugnante e desagradável dos aromas, ou o mais agradável dos aromas, que recorda o das flores mais delicadas; e se suspeita que essas flores devem seu agradável perfume à venenosa tomaína. A essência venenosa de certos cogumelos é quase idêntica ao veneno da cobra da Índia, a mais mortífera das serpentes. Os sábios franceses Arnaud, Gautier e Villiers encontraram na saliva de homens vivos o mesmo alcalóide venenoso que na do sapo, a salamandra, a cobra e o trigonocéfalo do Portugal. provou-se que o veneno mais mortal, chame-se tomaína, leucomaína ou alcalóide, é gerado pelos homens, animais e novelo viva. O mesmo sábio Gautier tem descoberto um alcalóide na carne fresca e nos miolos de um boi, e um veneno ao qual chama xanthocreatinina, semelhante à substância extraída da saliva venenosa dos répteis. As malhas musculares, os órgãos mais ativos na economia animal, suspeita-se que são os geradores ou fatores de venenos que têm a mesma importância que o ácido carbônico e a uréia nas funções da vida, e são os produtos últimos da combustão interna. E embora não se determinou ainda por completo se os venenos podem ser gerados pelo sistema animal dos seres viventes, sem a participação e intervenção dos micróbios, viuse, entretanto, que o animal produz substâncias venenosas em seu estado fisiológico ou vivo. Assim, tendo descoberto os efeitos, tem a Ciência que procurar suas causas primárias, e jamais poderá as encontrar sem o auxílio das antigas ciências, a alquimia, a física e a

botânica ocultas. nos ensina que cada mudança fisiológica, além dos fenômenos patológicos, enfermidades (até mais, a vida mesma, ou mas bem os fenomenais objetivos da vida, produzidos por certas condições e mudanças nas malhas do corpo, que permitem e forçam à vida a que atue naquele corpo), que tudo isto é devido a esses invisíveis “Criadores” e “Destruidores” chamados micróbios de um modo tão vago e geral. Pudesse supor-se que estas Vistas Ígneas e os micróbios da ciência são idênticos. isto não é verdade. Vista-las Ígneas constituem a sétima e mais elevada subdivisão do plano da matéria, e correspondem no indivíduo à Vida Una do Universo, embora unicamente naquele plano de matéria. Os micróbios da Ciência são a primeira subdivisão e mais inferior no segundo plano, o do Prâna material ou Vida. O corpo físico do homem sofre uma completa mudança de estrutura cada sete anos, e sua destruição e conservação são devidas às funções alternadas das Vidas Ígneas, como Destruidores e Construtores, São Construtores sacrificando-se elas mesmas, em forma de vitalidade, para conter a influência destruidora dos micróbios; e proporcionando a estes o que é necessário, obrigam-lhes baixo essa restrição a construir o corpo material e suas células. Também são elas Destruidoras, quando aquela restrição desaparece; e lhes faltando aos micróbios a energia vital construtora, ficam em liberdade para converter-se em agentes destruidores. Assim, durante a primeira metade da vida do homem, os primeiros cinco períodos de sete anos, achemas Vistas Ígneas indiretamente dedicadas a contruir o corpo material do homem; a Vida se acha em uma escala ascendente, e se emprega a força na construção e o aumento. depois de passado este período, principia a idade de retrocesso, e esgotando sua energia, a obra das Vidas Ígneas, começa também a obra da destruição e da decadência. Pode encontrar-se aqui uma analogia entre os sucessos cósmicos no descida do Espírito para a matéria, durante a primeira metade de um Manvántara (o mesmo planetário que humano), e sua ascensão, a gastos da matéria, na segunda metade. Estas considerações têm que ver tão somente com o plano da matéria; mas a influência restritiva das Vidas Ígneas na subdivisão mais inferior do segundo plano (os micróbios) é confirmada pelo fato descrito na teoria do Pasteur antes mencionada, de que as células dos órgãos, quando não encontram o oxigênio suficiente para si mesmos, adaptam-se a aquela condição e formam fermentos, os quais, absorvendo oxigênio das substâncias com que ficam em contato, destroem-nas. Assim começa o processo de destruição pela célula que priva a sua vizinha da fonte de sua vitalidade quando é insuficiente o fornecimento; e uma vez começada a ruína deste modo, progride constantemente. Experimentadores tais como Pasteur são os melhores amigos e auxiliares dos Destruidores, e os piores inimigos dos Criadores, se os últimos não fossem ao mesmo tempo destruidores também. Seja como fosse, uma coisa há certa nisto: o conhecimento destas causas primárias e da última essência de cada Elemento, de suas Vidas, suas funções, propriedades e condições de mudança, constitui a base da MAGIA. Paracelso foi, possivelmente, o único ocultista na Europa, durante os últimos séculos da Era Cristã, que estava versado neste mistério. Se uma mão criminal não tivesse posto fim a sua vida anos antes do tempo que a Natureza lhe tinha concedido, a Magia fisiológica teria muitos menos secretos para o mundo civilizado, que os que agora tem. (d) Mas, o que tem que ver a Lua com tudo isto? -nos pode perguntar-. O que têm que fazer, em companhia dos micróbios de vida, “Peixe, Pecado e Soma (a Lua)”, na frase apocalíptica da Estadia? Com os micróbios nada, exceto estes se servem do tabernáculo de barro preparado por eles; com o Homem perfeito divino, tudo, posto que “Peixe, Pecado e Lua” constituem unidos os três símbolos do Ser imortal. Isto é tudo que pode dar-se. Nem pretende a autora saber mais a respeito deste estranho símbolo, que o que pode inferir-se sobre eles das religiões esotéricas (do mistério possivelmente existente sob o Avatâra Matsya (Peixe) do Vishnu, o Oannes esquento, o Homem-Peixe, representado no signo imperecível do Zodíaco, Peixes, que se encontra nos dois Testamentos na pessoa do Josué, “Filho do Num (o Peixe)” e Jesus; do alegórico “Pecado” ou Queda do Espírito na Matéria; e da Lua), no que se refere a sua relação com os Antecessores Lunares, os Pitris. por agora, pode convir recordar ao leitor que, ao passo que as Deusas Lunares se achavam relacionadas em todas as mitologias, especialmente na grega, com os nascimentos, por causa da influência da Lua sobre as mulheres e a concepção, a conexão real e oculta de nosso satélite com a fecundação, é hoje em dia por completo desconhecida para a fisiologia, que considera como superstições grosseiras a todas as práticas populares relacionadas com a

mesma. Como é inútil as discutir em todos seus detalhes, quão único podemos fazer como de passagem será tão somente apresentar o simbolismo lunar, para mostrar que dita superstição pertence às mais antigas crenças, e até ao Judaísmo -base do Cristianismo-. Para os israelitas, a principal função do Jehovah era a de conceder filhos; e o esoterismo da Bíblia, interpretado kabalísticamente, amostra de um modo indubitável que o “Sanctasantórum”, no Templo, era simplesmente o símbolo da matriz. Isto se acha demonstrado hoje em dia, fora de toda dúvida, pela leitura numérica da Bíblia em geral, e a da Gênese especialmente. Esta idéia deveram tomá-la claramente os judeus dos egípcios e indos, cujo “Sanctasantórum” está simbolizado pela Câmara do Rei na Grande Pirâmide, e pelos símbolos Yoni do hinduísmo esotérico. Para dar maior claridade ao assunto, e para mostrar ao mesmo tempo a enorme diferencia existente entre o espírito da interpretação e o significado original dos mesmos símbolos entre os antigos ocultistas orientais e os kabalistas judeus, remetemos ao leitor à Seção do Sanctasantórum”, no IV volume. O culto fálico desarrollóse tão somente com a perda das chaves da significação verdadeira dos símbolos. Foi a última e mais fatal separação do caminho real da verdade e do saber divino, para o atalho lateral da ficção, elevada à categoria de dogma mercê à falsificação humana e à ambição hierárquica. 6. DO PRIMEIRO NASCIDO (75), O FIO ENTRE O SILENCIOSO VIGILANTE E SEU SOMBRA SE FAZ MAIS E MAIS FORTE E RADIANTE A CADA MUDANÇA (76). A LUZ DO SOL DA MANHÃ SE TROCOU NA GLÓRIA DO MEIO-DIA... Esta frase: “O Fio entre o Silencioso Vigilante e sua Sombra (o Homem) faz-se mais e mais forte a cada Mudança”, é outro mistério psicológico que encontrará sua explicação nos volúmenes III e IV. por agora bastará dizer que o “Vigilante” e suas “Sombras” (estas no mesmo número que reencarnações tenha a Mónada), são um. O Vigilante, ou o Divino Protótipo, acha-se no degrau superior da Escala do Ser: a sombra, no inferior. Por outra parte, a Mónada de cada ser vivente, a menos que a depravação moral de este quebrante a conexão e se precipite perdido pelo “Atalho Lunar” -empregando a expressão oculta-, é um Dhyân Chohan individual, distinto de outros, e com uma espécie de individualidade espiritual própria, durante um Manvántara especial Seu Primário, o Espírito (Âtman), é um, é obvio, com o Espírito Universal Único (Paramâtmâ); mas o Veículo (Vâhan), que é seu tabernáculo, o Buddhi, é parte e componente daquela Essência Dhyân-Chohánica; e nisto é no que radica o mistério daquela ubicuidad, que foi discutida umas quantas páginas atrás. “Meu Pai que está nos ciclos e eu, somos um” -diz a Escritura Cristã; e nisto é, de todos os modos, o eco fiel do dogma esotérico. 7. “ESTA É SUA RODA ATUAL” -DISSE A CHAMA À FAÍSCA-. “VOCÊ É EU MESMA MINHA IMAGEM E MINHA SOMBRA. EU ME REVESTI QUE TI, E VOCÊ É MEU VÂHAN (77), ATÉ O DIA “SEI CONOSCO”, EM QUE TEM QUE VOLTAR A SER EU MESMA E OUTROS, VOCÊ MESMA E EU (a)”. ENTÃO OS CONSTRUTORES, TERMINADA SEU PRIMEIRA VESTIMENTA, DESCENDEM SOBRE A RADIANTE TERRA, E REINAM SOBRE OS HOMENS, QUE SÃO ELES MESMOS... (b). (a) O dia em que a Faísca se volte a converter na Chama; quando o homem se confunda com seu Dhyân Chohan, “eu mesmo e outros, você mesmo e eu”, como diz a Estadia, significa que na Paranirvâna (quando o Pralaya tenha reduzido não só os corpos materiais e psíquicos, a não ser até os mesmos Egos espirituais, a seu princípio original), passada-las, pressente-as e até as Futuras Humanidades, assim como todas as coisas, serão um e o mesmo. Tudo haverá reingresado no Grande Fôlego. Em outras palavras: “tudo será submerso no Brahman” ou a Divina Unidade. É isto a aniquilação como alguns pensam? É ateísmo como outros críticos -os adoradores de uma deidade pessoal e crentes em um paraíso antifilosófico- inclinam-se a acreditar? Nem o um nem o outro. É mais que inútil voltar para a questão de um suposto ateísmo no que é espiritualismo do caráter mais refinado. O ver aniquilação no Nirvâna, equivale a dizer também que é aniquilado um homem sumido em sonho profundo, sem sonhos, que não deixa impressão nenhuma nem na memória nem no cérebro físico, por acharse então o “Eu Superior” do adormecido em seu estado original de Consciência Absoluta. Mas este exemplo responde tão somente a um aspecto da questão - o mais material; posto que

reabsorção não é, em maneira alguma, tal “sonho sem sonhos”, a não ser ao contrário, Existência Absoluta; uma unidade incondicionada ou um estado, para cuja descrição é a linguagem humana absoluta e desesperadamente inadequada. A única aproximação a um pouco parecido a um conceito do mesmo, pode tentar-se unicamente nas visões panorâmicas da Alma, através das ideaciones espirituais da Mónada divina. Nem se perde a Individualidade, nem sequer a essência da Personalidade, se é que fica alguma, por ser reabsorvida. Pois por ilimitado que seja, com arrumo ao conceito humano, o estado paranirvánico, tem, entretanto, um limite na Eternidade. Uma vez alcançado, a mesma Mónada ressurgirá dali como um ser ainda mais perfeito, em um plano muito mais elevado, para voltar a começar seu ciclo de atividade aperfeiçoada. A mente humana não pode, em seu estado atual de desenvolvimento, transcender e logo que pode alcançar a estas alturas de pensamento. Vacila ante o bordo do Absoluto e da Eternidade incompreensíveis. (b) Os “Vigilantes” reinam sobre os homens durante todo o período do Satya Trampa e os Trampa subseqüentes menores, até o princípio da Terceira Raça-Raiz; depois da qual o verificam os Patriarcas, os Heróis e os Emane, como nas Dinastias egípcias enumeradas pelos sacerdotes ao Solón, os Dhyânis encarnados de uma ordem inferior, até o Rei Menes e os reis humanos de outras nações. Todos estavam cuidadosamente cotados. Em opinião dos simbologistas, esta idade mito-poética deve, é obvio, considerar-se tão somente como um conto de fadas. Mas do momento em que as tradições e até as crônicas de semelhantes dinastias de Reis Divinos, dos Deuses reinando sobre os homens, seguidos por dinastias de Heróis ou Gigantes, existem nos anais de todas as nações, é difícil compreender como todos os povos que existem sob o sol, alguns dos quais estão separados por vastos Oceanos e pertencem a diferentes hemisférios, tais como os antigos peruanos e mexicanos, assim como os caldeos, podem ter composto os mesmos “contos de fadas”, com igual ordem nos sucessos (78). Seja como for, de qualquer maneira que a Doutrina Secreta ensina história -a qual, não por ser esotérica e tradicional, deixa de ser menos digna de fé que a história profana-, temos tantos títulos a nossas crenças como o que mais, seja religioso ou cético. E aquela Doutrina diz que os Dhyâni-Buddhas dos dois Grupos superiores, ou seja, os Vigilantes ou os Arquitetos, proporcionam às múltiplos e diversas Raças, reis e chefes divinos. Estes últimos são os que ensinaram à humanidade suas artes e ciências, e os primeiros os que revelaram as grandes verdades espirituais dos mundos transcendentes às Mónadas encarnadas que acabavam de desprender-se de seus Veículos pertencentes aos Reino inferiores, e que haviam, portanto, perdido toda lembrança de sua origem divina, as grandes verdades espirituais dos Mundos transcendentes. Deste modo, como se expressa na Estadia, “descendem os Vigilantes sobre a radiante Terra e reinam sobre os homens, que são eles mesmos”. Os Reis reinantes terminaram seu ciclo na Terra e em outros Mundos, nas Rondas precedentes. Nos Manvántaras futuros, ascenderão eles a Sistemas mais elevados que nosso Mundo planetário; e os Escolhidos de nossa humanidade, os Precursores no duro e difícil caminho do Progresso, são os que ocuparão o lugar de seus predecessores. O próximo grande Manvántara contemplará aos homens de nosso próprio Ciclo de Vida, convertidos nos instrutores e guias de uma humanidade cujas Mónadas pode que se achem agora aprisionadas -semiconscientes- no mais inteligente do reino animal, ao passo que seus princípios inferiores estarão animando, possivelmente, aos exemplares mais elevados do mundo vegetal. Assim procederam os ciclos da evolução septenaria, na Natureza Séptuple: a espiritual ou divina; a psíquica ou semidivina; a intelectual, a passional, a instintiva ou cognicional; a semicorporal e a puramente material ou física. Todas estas se desembrulham e progridem cíclicamente, passando de uma a outra, em um dobro sentido, centrífugo e centrípeto, um em sua essência última e sete em seus aspectos. o mais inferior é, é obvio, que depende de nossos cinco sentidos, e que se acha sujeito aos mesmos, os quais verdadeiramente são sete, como se demonstrará mais adiante, com a autoridade dos Upanishads mais antigos. Isto no referente às vidas individual, humana, senciente, animal e vegetal, cada uma delas microcosmo de seu macrocosmo superior. O mesmo quanto ao Universo, o qual manifesta periodicamente ao objeto dos progressos coletivos das Vidas inumeráveis, as expirações da Vida Uma; a fim de que, por meio do constante Voltar a ser, cada átomo cósmico neste Universo infinito, passando do relatório e o intangível, ao través das naturezas complexas do semiterrestre, à matéria em plena geração, e voltando depois atrás, reascendiendo a cada novo período a estados mais elevados e mais próximos à meta final; a fim de que, repetimos, possa cada átomo alcançar, por meio de esforços e méritos individuais, aquele estado em que

volta a converter-se no TUDO UM e Incondicionado. Mas entre o Alfa e a Omega discorre o “Caminho” entristecedor, bordeado de espinhos, que primeiro se dirige para baixo, e depois ...serpenteia o atalho para o alto da colina; Sim, até a mesma cúpula.

Partindo imaculado para o comprido viaje, descendendo mais e mais na matéria pecadora, e havendo-se relacionado com cada um dos átomos do Espaço manifestado, o Peregrino (depois de ter lutado e sofrido ao través de cada uma das formas de vida e de existência), tão somente no fundo do vale da matéria, e na metade de seu ciclo é quando chega a identificarse com a humanidade coletiva. Esta, tem-na feito segundo sua própria imagem. A fim de progredir para o alto e para sua pátria, tem o “Deus” agora que ascender o atalho fatigante e escarpado do Gólgota da Vida. É o martírio da existência consciente de si mesmo. Como Vishvakarman, tem que sacrificar-se a si mesmo para redimir a todas as criaturas, para ressuscitar de entre as Muitas à Vida Uma. Então ascende, na verdade, aos céus; aonde, sumido na incompreensível Existência e Bem-aventurança Absolutas do Paranirvâna, reina incondicionalmente, e de onde voltará a descender no próximo “Advento”, que uma porção da humanidade espera, segundo o sentido da letra morta, como o “segundo Advento”, e a outra como o último “Kalki Avatâra”.

R E S Ou M E N “A História da Criação e a deste Mundo, desde seu principio até o tempo presente, está composta de sete capítulos. O sétimo capítulo não foi escrito ainda”. T. SUBBA ROW (1).

O primeiro destes “sete capítulos” foi tentado, e está agora concluído. Por muito incompleto e débil que seja como exposição, de todos os modos se aproxima -falando em sentido matemático- ao que constitui a base mais antiga de todas as cosmogonias subseqüentes. Atrevida é a tentativa de expressar em uma língua européia o grande panorama da Lei que eterna e periodicamente se manifesta; Lei impressa nas mentes plásticas das primeiras Raças dotadas de Consciência, por quem a refletia da Mente Universal; é empresa atrevida, porque nenhuma linguagem humana, salvo o sânscrito -que é o dos Deuses-pode fazê-lo com algum grau de exatidão. Mas tendo em conta a intenção, devem perdoar-se a nossa obra seus defeitos. Como conjunto, nem o anterior nem o que segue se encontrará em sua totalidade em parte alguma. Não se acostuma em nenhuma das seis escolas indas de filosofia, posto que pertence à síntese das mesmas, à sétima, que é a Doutrina Oculta. Não se acha esboçado em nenhum papiro egípcio carcomido, nem gravado em nenhum tijolo, ou muro de granito assírio. Os Livros da Vedanta -a “última palavra do saber humano”- dão tão somente o aspecto metafísico desta cosmogonia do mundo; e seu tesouro inapreciável, os Upanishads -sendo Upa-nem-shad uma palavra composta que significa o domínio da ignorância pela revelação do conhecimento secreto e espiritual- requerem hoje a posse de uma chave professora, para que o estudante possa fazer-se carrego de sua significação plena. A razão disto me aventuro a expô-la aqui, tal como a aprendi de meu Professor. O nome Upanishad é traduzido em geral como “doutrina esotérica”. Estes tratados formam parte do Shruti ou Conhecimento “revelado”, a Revelação, em resumo, e estão geralmente unidos à porção brâhmana dos Veda, como sua terceira divisão. (Agora bem) veda-os possuem uma significação distinta e dobro: uma expressa pelo sentido literal das palavras; a outra indicada pelo metro e o svara (entonação), que são como a vida dos Veda... Sábios pandits e filólogos negam, é obvio, que o svara tenha nada que ver com a filosofia ou as antigas

doutrinas esotéricas; mas a conexão misteriosa entre svara e luz é um de seus segredos mais profundos (2).

Existem 150 Upanishads enumerados pelos orientalistas, que consideram os mais antigos como escritos provavelmente 600 anos antes de nossa Era; mas quanto a textos genuínos, não existem nem a quinta parte daquele número. Os Upanishads são aos Veda o que a Kabalah é à Bíblia judia. Expõem e explicam a significação secreta e mística dos textos védicos. Falam da origem do Universo, da natureza da Deidade e do Espírito e a Alma, assim como também da conexão metafísica entre a Mente e a Matéria. em resumo: CONTÊM o princípio e o fim de todo Buddha. Desde não ser assim, não poderiam os Upanishads ser chamados esotéricos, do momento em que se encontram hoje em dia bem à vista, unidos aos Livros Sagrados brahmánicos; que em nossos tempos se feito acessíveis, até para os Mlechchhas (os sem casta) e para os orientalistas europeus. Uma coisa há neles -e se encontra em todos os Upanishads-, a qual invariável e constantemente indica sua antiga origem, e prova: (a) que algumas de suas partes foram escritas antes que o sistema de castas se convertesse na instituição tirânica que hoje existe; e (b) que a metade de seus conteúdos foi eliminada, de uma vez que alguns deles foram voltados a escrever, e abreviados. “Os grandes Professores do Saber superior e os brâmanes são sempre representados como indo aos reis Kshatriyas (casta militar), para converter-se em seus discípulos”. Segundo o professor Cowell observa pertinentemente, os Upanishads “respiram um espírito completamente diferente (de outros escritos brahmánicos); uma liberdade de pensamento desconhecida em nenhuma obra mais antiga, exceto nos hinos mesmos do Rig Veda”. O segundo fato se explica por uma tradição registrada em um dos manuscritos sobre a vida da Buddha. Diz que os Upanishads foram originalmente unidos a seus brâhmanas, desde o começo de uma reforma que conduziu ao exclusivismo do presente sistema de castas entre os brâmanes, poucos séculos depois da invasão da Índia pelos “Duas vezes nascidos”. Naqueles dias estavam completos, e se empregavam para a instrução dos Chelas que estavam preparando-se para a Iniciação. Isto durou enquanto os Veda e os Brâhmanas permaneceram sendo única e exclusiva propriedade dos brâmanes do templo; enquanto ninguém mais tinha o direito de estudá-los nem sequer de lê-los, fora da casta sagrada. Veio então Gautama, o Príncipe do Kapilavastu. depois de ter aprendido a totalidade da sabedoria brahmánica nos Rahasya ou os Upanishads, e visto que os ensinos diferiam muito pouco ou nada das dos “Professores da Vida” residentes nas nevadas cordilheiras dos Himalayas (3), indignado o Discípulo dos brâmanes de que a Sabedoria Sagrada fosse negada a todos menos a estes, decidiu salvar ao mundo inteiro, popularizando-a. Então foi quando vendo quão brâmanes seus Conhecimentos Sagrados e Sabedoria Oculta foram caindo em mãos dos mlechchhas, abreviaram os textos dos Upanishads, que continham em sua origem três vezes a matéria dos Veda e Brâhmanas juntos, sem alterar, entretanto, uma palavra dos textos. Arrancaram simplesmente dos manuscritos as partes mais importantes, que continham a última palavra no referente ao Mistério da Existência. Após, a chave do código secreto brahmánico ficou em posse dos iniciados tão somente, e os brâmanes estiveram assim em situação de poder negar publicamente a exatidão dos ensinos da Buddha, apelando a seus Upanishads, sossegados para sempre a respeito das questões principais. Tal é a tradição esotérica, além dos Himalayas. Sri Shankarâchârya, o maior Iniciado vivente nos períodos históricos, escreveu muitos Bhâshyas (Comentários) a respeito dos Upanishads. Mas seus tratados originais, como há razões para supor, não têm cansado ainda em mãos dos filisteus; pois se acham conservados com zelo excessivo em seus monastérios (mathams). E existem ainda razões muito mais importantes para nos fazer acreditar que os inapreciáveis Bhâshyas a respeito da Doutrina Esotérica dos brâmanes, pelo maior de seus expositores, permanecerão sendo ainda, durante séculos, letra morta para a maior parte dos indos, exceto para os brâmanes Smârtava. Esta seita, fundada pela Shankarâchârya, que é ainda muito capitalista na Índia Meridional, na atualidade é quão única produz estudantes com os conhecimentos suficientes para compreender a letra morta dos Bhâshyas. A razão disto é, segundo me há dito, que eles unicamente são os que têm em ocasiões verdadeiros iniciados a sua cabeça, em seus mathams, como por exemplo, no Shringa-giri nos Ghâts ocidentais do Mysore. Por outra parte, não existe nenhuma seita nessa casta dos brâmanes tão desesperadamente exclusiva, que o seja mais que a Smârtava; e a reticência de seus membros em dizer o que sabem, quanto às ciências ocultas e à Doutrina Esotérica, é tão somente igualada por sua altivez e conhecimentos. portanto, a escritora destas afirmações tem que achar-se preparada de antemão para

encontrar grande oposição, e até a denegação do que apresenta nesta obra. Não é que exista pretensão alguma à infalibilidade ou à exatidão perfeita em todos os detalhes de quanto se diz nela. Os fatos à vista estão, e dificilmente podem ser negados. Mas, devido às dificuldades intrínsecas das matérias que se tratam e às limitações quase insuperáveis da língua inglesa, como de todos outros idiomas europeus, para a expressão de certas idéias, é mais que provável que a autora não tenha conseguido apresentar as explicações em sua forma melhor e mais clara; embora tudo que podia fazer-se, sob as mais adversas circunstâncias, foi feito, e isto é o mais que pode exigir-se a qualquer escritor. Recapitulemos e, pelo vasto dos assuntos expostos, demonstrará-se quão difícil, se não impossível, é lhes fazer plena justiça. 1º A Doutrina Secreta é a Sabedoria acumulada das Idades e, somente sua cosmogonia, é o mais assombroso e acabamento dos sistemas, até velado como se encontra no exoterismo dos Purânas. Mas tal é o poder misterioso do simbolismo oculto, que os fatos que ocuparam a gerações inumeráveis de videntes e profetas iniciados para ordená-los, consigná-los e explicá-los ao través das intrincadas séries do progresso evolucionario, achamse todos registrados em umas poucas páginas de signos geométricos e símbolos. A contemplação luminosa daqueles videntes penetrou no centro mesmo da matéria, e analisou a alma das coisas, ali onde um profano ordinário, por sábio que fosse, tão somente tivesse percebido a atuação externa da forma. Mas a ciência atual não acredita na “alma das coisas”, e portanto, desprezará todo o sistema da antiga cosmogonia. Inútil quer dizer que o sistema em questão não é fantasia de um ou de vários indivíduos isolados; que é o arquivo não interrompido durante milhares de gerações de videntes, cujas experiências respectivas se levavam a efeito para comprovar e verificar as tradições, transmitidas verbalmente de uma raça antiga a outra, a respeito dos ensinos dos Seres superiores e mais exaltados que velaram sobre a infância da humanidade; que durante largas idades, os “Homens Sábios” da Quinta Raça, pertencentes aos restos salvos e liberados do último cataclismo e alterações dos continentes, passaram suas vidas aprendendo, não ensinando. Como o faziam? responde-se: comprovando, examinando e verificando em cada um dos departamentos da Natureza as antigas tradições, por meio das visões independentes dos grandes Adeptos; isto é, dos homens que aperfeiçoaram até o maior grau possível suas organizações físicas, mentais, psíquicas e espirituais. Não era aceita a visão de nenhum Adepto até ser confrontada e comprovada pelas visões de outros Adeptos, obtidas de modo que se apresentassem como evidência independente e por séculos de experiência. 2º A Lei fundamental nesse sistema, o ponto central do que tudo surgiu ao redor e para o qual tudo gravita, e de que depende toda sua filosofia, é o PRINCÍPIO SUBSTANCIAL, Um, Homogêneo e Divino: a Causa Radical Única. ... Uns poucos, cujos abajures resplandeciam mais, foram guiados De causa em causa ao manancial secreto da Natureza, E têm descoberto que deve existir um primeiro Princípio...

É chamado “Princípio Substancial”, porque se converte em “Substância” no estado do Universo manifestado: uma ilusão, enquanto continua sendo um “Princípio” no ESPAÇO visível e invisível, sem começo nem fim, abstrato. É a Realidade onipresente; impessoal, porque o contém tudo e cada uma das coisas. Sua impessoalidade é o conceito fundamental do sistema. Está latente em todos os átomos do Universo, e é o Universo mesmo. 3º O Universo é a manifestação periódica desta Essência Absoluta e desconhecida. Chamá-la “Essência” é, entretanto, pecar contra o espírito mesmo da filosofia. Porque embora o nome possa ser derivação neste caso do verbo seja-se, “ser”, não obstante não pode identificar-se com um “ser” de nenhuma espécie concebível pela humana inteligência. Descreve-se melhor AQUILO como não sendo Espírito nem Matéria, a não ser ambas as coisas de uma vez. Parabrahman e Mûlaprakriti são UM em realidade, embora Dois no conceito Universal do Manifestado, até no conceito do Logotipos UM, a primeira “Manifestação”, ao qual (como demonstra o sábio autor das “Notas sobre o Bhagavad-Gitâ), “AQUILO” aparece do ponto de vista objetivo, como Mûlaprakriti, e não como Parabrahman; como seu Véu, e não como a Realidade Uma oculta depois de do mesmo, a qual é incondicionada e absoluta. 4º O Universo, com cada uma das coisas que contém, é chamado Mâyâ, porque tudo nele é temporário, da vida efêmera de uma mosca de fogo, até a do sol. Comparado com a eterna imutabilidade do UM, e com a imutabilidade daquele Princípio, o Universo, com suas formas efêmeras em troca perpétua, não deve ser necessariamente, para a inteligência de um

filósofo, mais que um fogo fátuo. Entretanto, o Universo é o suficientemente real para os seres conscientes que nele residem, os quais são tão ilusórios como o é ele mesmo. 5º Cada uma das coisas no Universo, ao través de todos seus reino, é consciente; isto é, acha-se dotada de uma consciência de sua espécie própria e em seu próprio plano de percepção. Devemos ter presente que só porque nós não percebamos sinal alguma de conscientiza nas pedras, por exemplo, não por isso temos direito para dizer que nenhuma consciência existe ali. Não existe semelhante coisa como matéria “morta” ou “cega”, como tampouco existe nenhuma Lei “cega” ou “inconsciente”. Tais idéias não encontram lugar algum entre os conceitos da Filosofia Oculta. Esta jamais se detém ante aparências superficiais, e para ela possuem mais realidade as essências noumenales que seus contrapartes objetiva; parecendo-se nisto aos nominalistas da Idade Média, para quem os universais eram as realidades, e os particulares existiam tão somente de nome e na imaginação humana. 6º O universo é elaborado e dirigido de dentro fora. Tal como é acima é abaixo, assim nos céus como na terra; e o homem, o microcosmo e a cópia em miniatura do macrocosmo, é o testemunho vivente desta Lei Universal e de sua maneira de obrar. Vemos que cada movimento externo, ação, gesto, seja voluntário ou mecânico, orgânico ou mental, é precedido e produzido por um sentimento ou emoção internos, pela vontade ou volição, e pelo pensamento ou mente. Pois nenhum movimento ou mudança exterior, quando é normal, no corpo externo do homem, pode ter lugar a menos que seja provocado por um impulso interno, comunicado por uma das três funções citadas; e o mesmo acontece com o Universo externo ou manifestado. Todo o Kosmos é dirigido, vigiado e animado por séries quase intermináveis de Hierarquias de Seres sencientes, tendo cada um deles uma missão que cumprir, e quem (já lhes chame por um nome ou por outro, Dhyân-Chohans ou Anjos) são “Mensageiros” no sentido tão somente de ser agentes das Leis Kármicas e Cósmicas. Variam até o infinito em seus graus respectivos de consciência e de inteligência; e o chamá-los a todos Espíritos puros, sem mescla alguma terrena, “sobre a que o tempo fará presa algum dia”, é tão somente tomar uma licença poética. Pois cada um destes Seres, ou foi ou se prepara para converter-se em um homem, se não no presente Manvàntara, em um dos passados ou em um dos futuros. Quando não são homens incipientes, são homens aperfeiçoados; e em suas esferas superiores menos materiais, diferem moralmente dos seres humanos terrestres tão somente em que se acham livres do sentimento da personalidade e da natureza emocional humana: duas características puramente terrenas. Os primeiros, ou seja os “aperfeiçoados”, ficaram livres daqueles sentimentos, porque (a) já não possuem corpos carnais, carga sempre entorpecedora para a Alma; e (b) não encontrando obstáculos o elemento espiritual puro, ou estando mais livre, acham-se menos influídos pelo Mâyâ que o homem, a menos que este seja um Adepto que sua conserva duas personalidades (a espiritual e a física), separadas por completo. As Mónadas incipientes, não tendo tido ainda corpos humanos, não podem ter nenhum sentimento de personalidade ou de Ego-ísmo. Sendo o que se pretende significar por “personalidade” uma limitação e uma relação, ou como o definiu Coleridge, “a individualidade existente em si mesmo, mas com uma natureza como base”; a palavra não pode aplicar-se, é obvio, a entidades não humanas; mas como feito sobre o qual insistem gerações de Videntes, nenhum destes seres, elevados ou ínfimos, possui individualidade ou personalidade como Entidades separadas, ou seja no sentido em que o homem diz “Eu sou eu e ninguém mais”; em outras palavras, não têm consciência de tão manifesta separação como existe na terra entre os homens e entre as coisas. A Individualidade é a característica de suas respectivas Hierarquias, não de suas unidades; e estas características variam tão somente com o grau do plano a que essas Hierarquias pertencem; quanto mais próximo se ache à região da Homogeneidade e ao Divino, quanto mais pura e menos acentuada será a individualidade daquela Hierarquia. São finitas sob todos seus aspectos, com a exceção de seus princípios mais elevados, as faíscas imortais que refletem a Chama Divina Universal, individualizadas e separadas tão somente nas esferas da Ilusão por uma diferenciação tão ilusória como o resto. Elas são “Os Viventes”, posto que são as correntes projetadas da Vida Absoluta sobre o tecido cósmico da Ilusão; Seres em quem a vida não pode ficar extinta antes que o fogo da ignorância seja extinto naqueles que sentem estas “Vidas”. Tendo brotado à existência sob o poder lhe vivifiquem do Raio increado -reflexão do grande Sol central que radia sobre as bordas do Rio da Vida-, o Princípio Interno neles é o que pertence às Águas da imortalidade, ao passo que sua vestimenta diferenciada é tão perecível como o corpo do homem. portanto, razão tinha Young ao dizer que Os anjos são homens de uma espécie superior...

e nada mais. Não são os Anjos “ministros” nem “protetores”, nem são tampouco “Arautos do Muito alto”, e ainda menos os “Mensageiros da Cólera” de nenhum Deus, tal como os criados pela imaginação humana. Apelar a seu amparo é uma necedad tão grande como a de figurarse que se pode alcançar sua simpatia graças a qualquer espécie de propiciación; pois eles, quão mesmo o homem, são os escravos e criaturas da Lei Kármica Cósmica imutável. A razão para isso é evidente. Não possuindo elemento algum de personalidade em sua essência, não podem estar dotados de qualidades pessoais nenhuma, tais como as que os homens, em suas religiões esotéricas, atribuem a seu Deus antropomórfico (um Deus ciumento e exclusivo que se regozija e sente cólera, que sente prazer com sacrifícios e que é mais despótico em sua vaidade que qualquer homem frívolo e finito). O homem, sendo um composto das essências de todas estas Hierarquias celestiales, pode, como tal, conseguir fazer-se superior, em um sentido, a qualquer Hierarquia ou Classe, e até a uma combinação das mesmas. “O homem não pode nem propiciar nem mandar aos Devas” -há-se dito-. Mas, paralisando sua personalidade inferior, e chegando com isso ao pleno conhecimento da não-separatividad de seu Próprio Superior e Absoluto SER, pode o homem, até durante sua vida terrestre, chegar a ser como “Um de Nós”. Assim, alimentando do fruto do saber que dissipa a ignorância, é como o homem se converte em um dos Elohim, ou Dhyânis; e uma vez em seu plano, o Espírito do Solaridad e de Harmonia perfeita que reina em cada Hierarquia deve estender-se sobre ele e lhe proteger em todos sentidos. A dificuldade principal que impede aos homens de ciência acreditar nos espíritos divinos, assim como nos da Natureza, é seu materialismo. O principal obstáculo que ante si encontra o espírita, e que lhe impede de acreditar no mesmo, conservando de uma vez uma crença cega nos “Espíritos” dos defuntos, é a ignorância geral em que se acha todo mundo (exceto alguns ocultistas e kabalistas) em relação à verdadeira essência e natureza da Matéria. Na aceitação ou não aceitação da teoria da Unidade de tudo na Natureza, em sua última Essência, é no que principalmente se apóia a crença ou a incredulidade na existência em nosso torno de outros seres conscientes, além dos Espíritos dos mortos. Na justa compreensão da Evolução primitiva do Espírito-Matéria, e de sua essência real, é no que tem o estudante que apoiar-se para a melhor elucidação da Cosmogonia Oculta, e para obter a única chave segura que pode lhe guiar em seus estudos subseqüentes. À verdade, conforme se acaba de mostrar, cada um dos chamados “Espíritos” é ou um homem descarnado ou um homem futuro. Assim como do Arcanjo mais elevado (Dhyân Chohan) até o último Cosntructor consciente (a classe inferior de Entidades Espirituais), todos eles são homens que viveram evos há, durante outros Manvántaras, nesta ou em outras Esferas; deste modo os Elementares inferiores, semiinteligentes e não inteligentes, são todos homens futuros. O fato tão somente de que um Espírito se ache dotado de inteligência, é uma prova para o ocultista de que aquele Ser deve ter sido um homem, e adquirido seu saber e inteligência ao través do ciclo humano. Só existe uma Onisciência e Inteligência indivisível e absoluta no Universo, e esta vibra ao través de cada um dos átomos e dos pontos infinitesimais de todo o Kosmos, que carece de limites, e ao que as gente chamam Espaço, considerado independentemente de qualquer das coisas que nele se acham contidas. Mas a primeira diferenciação de sua reflexão no Mundo manifestado é puramente Espiritual, e os Seres gerados na mesma não se acham dotados de uma consciência que tenha relação com aquela que nós concebemos. Não podem possuir consciência ou inteligência humanas antes que a tenham adquirido pessoal e individualmente. Pode ser isto um mistério; entretanto, é um fato para a Filosofia Esotérica, e muito aparente por certo. Toda a ordem da Natureza demonstra uma marcha progressiva para uma vida superior. Existe intuito na ação das forças, ao parecer mais cegas. A evolução completa com suas adaptações intermináveis, é uma prova disso. As leis imutáveis que fazem desaparecer às espécies débeis, para fazer lugar às fortes, e que asseguram a “sobrevivência dos mais aptos”, embora resultem tão cruéis em sua ação imediata, obram todas em direção da grande coloque final. O fato mesmo de que têm lugar adaptações; de que os mais aptos são os que sobrevivem na luta pela existência, demonstra que o chamado “Natureza inconsciente” é, em realidade, um conjunto de forças manipuladas por seres semiinteligentes (Elementares), guiados por Elevados Espíritos Planetários (Dhyân Chohans), cuja agregación coletiva forma o Verbo manifestado do Logotipos Inmanifestado e constitui de uma vez a Mente do Universo e sua Lei imutável. A Natureza tomada em seu sentido abstrato, não pode ser “inconsciente”; pois é a emanação da Consciência Absoluta, e portanto, seu aspecto no plano da manifestação. Onde

está o atrevido que negue à vegetação e até aos minerais uma consciência própria especial? Tudo que pode dizer, é que esta consciência se acha além dos limites de sua compreensão. Três distintas representações do Universo, em seus três distintos aspectos, imprime em nosso pensamento a Filosofia Esotérica: a lhe Preexistam, desenvolvida da Sempre existente, e a Fenomenal - o mundo da ilusão, a reflexão, a sombra da anterior. Durante o grande mistério e drama da vida, conhecido com o nome da Manvántara, o Kosmos real é como os objetos colocados detrás de um tecido branco, sobre o qual projetam sombras. As figuras e coisas verdadeiras permanecem invisíveis, enquanto os fios da evolução são dirigidos por mãos também invisíveis. Os homens e as coisas são, assim, só as reflexões no campo branco das realidades que se acham depois das armadilhas do Mahâmâyâ ou a Grande Ilusão. Isto era ensinado em toda filosofia e em toda religião, tão antes como depois do Dilúvio, na Índia e na Esquenta; tanto pelos Sábios chineses como pelos gregos. Nos dois primeiros países eram estes alegorizados três Universos, nos ensinos esotéricos, pelas três Trindades, emanando do Germe eterno central, e constituindo com ele uma Unidade Suprema: a Tríada inicial, manifestada-a e a criadora, ou os Três em Um. A última é tão somente o símbolo, em sua expressão concreta, das dois primeiras ideais. daqui que a Filosofia Esotérica passe por cima do obrigado desta concepção puramente metafísica, e que chame só à primeira a Sempre Existente. Esta é a opinião de cada uma das seis grandes escola da filosofia inda; os seis princípios daquele corpo unido da Sabedoria, do qual a Gnosis, o Saber oculto, é o sétimo. Quem estas linhas escreve, espera que, por muito levianamente que se comentaram as Sete Estadias, há-se dito já o suficiente nesta parte cosmogónica da obra para demonstrar que os ensinos arcaicos são, em sua própria esfera, mais científicas (no moderno sentido da palavra) que qualquer outra das antigas Escrituras, consideradas e julgadas por seus aspectos esotéricos. Entretanto posto que, como se declarou antes, a obra presente reserva muito mais que expõe, convida-se ao estudante a que empregue sua própria intuição. Nosso principal desejo é elucidar o que já foi dado, e muito incorretamente em ocasiões, o qual deploramos; suprir com matérias adicionais quando e como é possível, os conhecimentos sugeridos antes, e proteger nossas doutrinas dos ataques muito violentos do sectarismo moderno, e mais especialmente do Materialismo dos últimos tempos, com muita freqüência chamado erroneamente Ciência, enquanto que, em realidade, tão somente as palavras “sábios” e “semisabios” deveriam assumir a responsabilidade das muitas teorias ilógicas oferecidas ao mundo. Em sua grande ignorância, o público, ao passo que aceita cegamente cada uma das coisas emanadas de “autoridades”, e considera como um dever olhar cada dictum procedente de um homem de ciência como um fato provado; ao público, dizemos, lhe ensina a burlar-se de tudo que se apresenta como procedente de orígenes “pagãos”. portanto, como aos sábios materialistas só pode combater-se os com suas próprias armas (as da controvérsia e o argumento), inclui-se um Addendum a cada volume, contrastando as respectivas opiniões, e demonstrando como, até as grandes autoridades, podem errar com freqüência. Acreditam que isto pode ser eficaz, fazendo ver os pontos débeis de nossos contrários, e provando que seus sofismas farto freqüentes, que se fazem acontecer como dita científica, são inexatos. Nos atenemos ao Hermes e a sua “Sabedoria”, em seu caráter universal; eles, ao Aristóteles, contra a intuição e da experiência dos tempos, imaginando que a verdade é propriedade exclusiva do mundo ocidental. daqui a desavença. Como diz Hermes: “O conhecimento difere muito do sentido; porque o sentido é de coisas que lhe sobrepujam; mas o conhecimento é o fim do sentido”, isto é, da ilusão de nosso cérebro físico e de sua inteligência; marcando assim fortemente o contraste entre o saber laboriosamente adquirido dos sentidos e da mente (Emana), e a onisciência intuitiva da Alma Espiritual e Divina (Buddhi). Qualquer que seja o destino que o futuro remoto reserve a estes escritos, esperamos ter provado os fatos seguintes. 1º A Doutrina Secreta não ensina Ateísmo algum, exceto no sentido que encerra a palavra sânscrita Nâstika, não admissão dos ídolos, incluindo a todo Deus antropomórfico. Neste sentido, todos os ocultistas são Nâstikas. 2º Admite um Logotipos ou um “Criador” Coletivo do Universo; um Demiurgo no sentido que se implica ao falar de um “Arquiteto” como “Criador” de um edifício, embora o Arquiteto não há meio doido jamais uma pedra do mesmo, mas sim tendo proporcionado o plano, deixa todo o trabalho manual aos operários; em nosso caso, o plano foi proporcionado pela Ideación do Universo, e o trabalho de construção ficou a cargo das Hostes de Forças e de

Poderes inteligentes. Mas aquele Demiurgo não é uma deidade pessoal, isto é, um Deus extracósmico imperfeito, a não ser só a coletividade dos Dhyân Chohans e das demais Força. 3º Os Dhyân Chohans são dobrem em seus caracteres, estando compostos de (a) a Energia bruta irracional, inerente na Matéria, e (b) a Alma inteligente, ou Consciência cósmica, que guia e dirige a aquela energia, e é o Pensamento Dhyân Chohánico, refletindo a Ideación da Mente Universal. O resultado é uma série perpétua de manifestações físicas e de efeitos morais na Terra, durante os períodos manvantáricos, estando todo subordinado a Carma. Como este processo não é sempre perfeito; e posto que por muitas que sejam as provas que exiba de uma Inteligência diretora depois de do véu, não por isso deixam de apresentar-se brechas e gretas, e até com muita freqüência fracassos evidentes, portanto, nem a Hoste coletiva (o Demiurgo), nem individualmente nenhum dos Poderes que atuam, são temas a propósito para o culto ou honras divinas. Todos têm direito, entretanto, à reverência agradecida da Humanidade; e o homem deve esforçar-se sempre em favorecer a evolução divina das Idéias, convertendo-se, em tudo o que possa, em cooperador da Natureza, em seu trabalho cíclico. Só o sempre ignorado e incognoscible Kârana, a Causa sem Causa de todas as causas, é quem deve possuir seu tabernáculo e seu altar no recinto santo e jamais pisado de nosso coração; invisível, intangível, não mencionado, salvo pela voz tranqüila e fica” de nossa consciência espiritual. Quem lhe rende culto, devem fazê-lo no silêncio e na solidão santificada de suas Almas; fazendo a seu Espírito único mediador entre eles e o Espírito Universal, sendo suas boas ações os únicos sacerdotes, e suas intenções pecaminosas as únicas vítimas visíveis e objetivas sacrificadas à Presença. “E quando orar, não seja como os hipócritas... a não ser entra em sua câmara interna, e fechada a Porta, ora a seu Pai em segredo” (4). Nosso Pai se acha dentro de nós “em nosso segredo sétimo Princípio na “câmara interna” da percepção de nossa alma. “O Reino de Deus” e dos Céus se acha dentro de nós -diz Jesus- e não fora. por que permanecem os cristãos tão absolutamente cegos ao significado de seu evidente das palavras de sabedoria que sentem prazer em repetir mecanicamente? 4º A Matéria é Eterna. É o Upâdhi ou Base Física, para que nela construa a Mente Universal e Infinita, seus ideaciones. portanto, sustentam os esoteristas que não existe na Natureza nenhuma matéria “morta” ou inorgânica, sendo a distinção que entre as duas estabeleceu a Ciência, tão infundada como arbitrária e desprovida de razão. Seja o que queira o que a Ciência pense -e a Ciência exata é mulher volúvel, como todos sabemos por experiência-, o Ocultismo sabe e insígnia o contrário, como o tem feito desde tempo imemorial, desde o Manu e Hermes até o Paracelso e seus sucessores. Assim Hermes, o Três vezes Grande, diz: OH meu filho! a matéria chega a ser; primeiro era; porque a matéria é o veículo para a transformação. O dever ser é o modo de atividade do Deus increado ou previdente. Tendo sido dotada a matéria (objetiva) com os gérmenes da transformação, é conduzida ao nascimento; pois a força criadora a molda de acordo com as formas ideais. A Matéria, ainda não engendrada, não tinha forma; ela chega a ser quando é posta em ação (5).

A isto, a difunta Anna Kingsford, a hábil tradutora e compiladora dos Fragmentos Herméticos, disse em uma nota: O Dr. Menard faz observar como em grego a mesma palavra significa nascer e dever ser. A idéia é aqui, que o material do mundo é em sua essência eterno, mas que antes da criação ou do “dever ser” se acha em uma condição passiva ou imóvel. Assim é que “era”, antes de ser posto em operação; agora “chega a ser”, isto é, é móvel e progressivo.

E acrescenta ela a seguinte doutrina, puramente vedantina, da filosofia hermética: A Criação é, portanto, o período de atividade (Manvántara) de Deus, quem segundo o pensamento hermético (ou o que segundo o vedantino) possui dois modos: Atividade ou Existência, Deus desenvolvido (Deus explicitus); e Passividade do Ser (Pralaya), Deus envolto (Deus explicitus). Ambos os modos são perfeitos e completos, como o são os estados de vela e de sonho no homem. Fichte, o filósofo alemão, distinguia o Ser (Sein) como Um, que conhecemos só por meio da existência (Dasein), como o Múltiplo. Esta opinião é inteiramente hermética. As “Formas Ideais”... são as idéias arquetípicas ou formativas dos neoplatónicos; os conceitos eternos e subjetivos das coisas subsistentes na Mente Divina antes da “criação” ou chegar a ser.

Ou, como na filosofia do Paracelso: Todas as coisas são o produto de um esforço universal criador... Nada existe morto na Natureza. Todas as coisas são orgânicas e vivas, e portanto o mundo inteiro parece ser um organismo vivente (6).

5º O Universo foi desenvolvido de seu plano ideal, sustentado ao través da Eternidade na Inconsciência do que os vedantinos chamam Parabrahman. Isto é virtualmente idêntico às conclusões da filosofia ocidental mais elevada, “as Idéias inatas, eternas e existentes por si mesmos” do Platón, refletida agora pelo Von Hartmann. O “Incognoscible”, do Herbert Spencer, só tem um parecido muito fraco com aquela Realidade transcendente em que acreditam os ocultistas, aparecendo com freqüência tão somente como a personificação de uma “força detrás dos fenômenos” (uma Energia infinita e eterna, da qual todas as coisas procederam); ao passo que o autor da Filosofia do Inconsciente se aproximou tanto (neste sentido unicamente) à solução do grande Mistério, como pode fazê-lo um mortal. Poucos foram, já seja na filosofia antiga ou na da Idade Média, os que se atreveram a tratar da questão ou sugeri-la sequer. Paracelso a menciona incidentalmente, e suas idéias se acham de modo admirável sintetizadas pelo Dr. F. Hartmann, M. S. T., em seu Paracelsus, que acabamos de citar. Todos os kabalistas cristãos compreenderam bem a idéia oriental fundamental. O Poder ativo, o “Movimento Perpétuo do grande Fôlego” acordada o Cosmos à aurora de cada novo Período, pondo-o em movimento por meio das duas Forças contrárias, a centrípeta e a centrífuga, que são o masculino e o feminino, positivo e negativo, físico e espiritual, constituindo as duas a Força Primitiva uma, e sendo deste modo causa de que se objetive no plano da Ilusão. Em outras palavras, este movimento dobro transfere o Cosmos do plano do Ideal eterno ao da manifestação finita, ou do Noumenal ao Fenomenal. Todas as coisas que são, eram e serão, SÃO eternamente, até as mesmas Formas inumeráveis, que são finitas e perecíveis tão somente em seu aspecto objetivo, mas não em sua forma ideal. Elas existiram como Idéias na Eternidade, e quando desaparecerem, existirão como reflexões. O Ocultismo ensina que não pode dar-se a nada nenhuma forma, seja pela Natureza ou pelo homem, cujo tipo ideal não exista já no plano subjetivo. Mais ainda: que nenhuma forma ou figura é possível que entre na consciência do homem, ou se desembrulhe em sua imaginação, que não exista em protótipo, ao menos como uma aproximação. Nem a forma do homem, nem a de nenhum animal, planta ou pedra, foi jamais “criada”; e tão somente neste nosso plano é onde começou a “dever ser”, isto é, a objetivar-se em sua estado material presente ou expansionarse de dentro para fora: da essência mais sublimada e suprasensible, até seu aspecto o mais denso. portanto, nossas formas humanas existiram na Eternidade como protótipos astrais ou etéreos: com arrumo a cujos modelos, os Seres Espirituais ou Deuses, cujo dever era as trazer para a existência objetiva e vida terrestre, desenvolveram as formas protoplásmicas dos Egos futuros, de sua própria essência. depois do qual, quando este Upâdhi ou molde fundamental humano esteve disposto, as Forças terrestres naturais começaram a atuar sobre aqueles moldes suprasensibles, que continham, além de seus elementos próprios, os de todas as formas passadas vegetais e futuras animais deste Globo. portanto, o envoltório exterior do homem passou por cada um dos corpos vegetais e animais, antes de assumir a forma humana. Como isto será plenamente descrito nos volúmenes III e IV, nos Comentários, não é necessário falar mais aqui a respeito disso. Segundo a filosofia hermético-kabalística do Paracelso, o Yliaster ou proto-matéria primitiva -o antecessor precisamente do Protilo recém-nascido, introduzido na química pelo Mr. Crookes- é o que de si mesmo desembrulhou o Cosmos. Quando a criação (evolução) teve lugar, o Yliaster se dividiu; fundiu-se e se dissolveu, por dizê-lo assim, desenvolvendo (de dentro) de si mesmo o Ideos ou Caos (Misterium Magnum, Iliados, Limbus Major ou Matéria Primitiva). Esta Essência Primitiva é de uma natureza monística e se manifesta não só como atividade vital ou força espiritual, poder oculto incompreensível ou indescritível, mas também como matéria vital de que se compõe a substância dos seres viventes. Neste Limbus ou Ideos de matéria primitiva..., única matriz de todas as coisas criadas, acha-se contida a substância de todas as coisas. Os antigos a descrevem como o Caos... do qual surgiu à existência o Macrocosmo, e depois cada ser separadamente, por divisão e evolução na Mysteria Specialia (7). Todas as coisas e todas as substâncias elementares estavam contidas nele, in potentia, mas não in actu (8).

Isto faz observar com justiça o tradutor, Dr. F. Hartmann, que “parece como se

Paracelso se antecipou ao moderno descobrimento da “potência da matéria” faz trezentos anos”. Este Magnus Limbus ou Yliaster do Paracelso é, pois, simplesmente, nosso antigo amigo “Pai-Mãe”, dentro, antes de que aparecesse no Espaço. É a Matriz Universal do Cosmos, personificada no caráter dobro do Macrocosmo e Microcosmo, ou o Universo e nosso Globo (9), pelo Aditi-Prakriti, a Natureza espiritual e física. Pois vemos explicado no Paracelso que: O Magnus Limbus é o foco do qual todas as criaturas se desenvolveram, do mesmo modo que de uma semente diminuta se desenvolve uma árvore; com a diferença, entretanto, de que o grande Limbus tem sua origem na Palavra de Deus, ao passo que o Limbus menor (a semente ou esperma terrestre) tem-no na terra. O grande Limbus é o germe do qual todos os seres procederam, e o pequeno Limbus é cada um dos seres últimos em reproduzir sua forma, e que foi a sua vez produzido pelo grande. O pequeno possui todas as qualidades do grande, no mesmo sentido que um filho tem uma organização similar a de seu pai... Quando... Yliaster se dissolveu, Are, o poder divisor, diferenciador e individualizador (Fohat, outro antigo amigo)... começou a obrar. Toda produção teve lugar a conseqüência da separação. Do Ideos foram produzidos os elementos do Fogo, Água, Ar e Terra, cujo nascimento, entretanto, não teve lugar de um modo material ou por simples separação, a não ser espiritual e dinamicamente (nem sequer por combinações complexas, isto é, mescla mecânica como oposta a combinação química), assim como pode brotar o fogo de um pederneira, ou uma árvore de uma semente, embora não existam originalmente nem fogo no calhau, nem árvore na semente. “O Espírito é vivente, e a “Vida é Espírito”; e Vida e espírito (Prakriti-Purusha (?)) produzem todas as coisas, mas são essencialmente um e não dois...”. Os elementos também têm cada um seu próprio Yliaster, porque toda a atividade da matéria em cada forma, é tão somente um eflúvio da mesma fonte. Mas assim como da semente se desenvolvem as raízes com suas fibras, depois o tronco com seus ramos e suas folhas, e por fim as flores e sementes; do mesmo modo nasceram todos os seres dos Elementos, e se compõem de substâncias elementares, da que outras formas podem vir à existência, apresentando os caracteres de seus pais (10). Os elementos, como mães de todas as criaturas, são de uma natureza invisível, espiritual, e têm alma (11). Brotam todos do Mysterium Magnum.

Compare-se isto com o Vishnu Purâna: Da Pradhâna (a Substância Primitiva), presidida pela Kshetrajna (“o espírito encarnado” (?)), procede o desarriollo desigual (Evolução) daquelas qualidades... Do grande Princípio (Mahat) Inteligência (Universal, ou Mente)... procede a origem dos elementos sutis e dos órgãos do sentido... (12).

Pode demonstrar-se deste modo que todas as verdades capitais da Natureza eram universais na antigüidade; e que as idéias fundamentais referentes ao Espírito, à Matéria e ao Universo, ou a respeito de Deus, da Substância e do Homem, eram idênticas. estudando as duas filosofias religiosas mais antigas do mundo, o hinduísmo e o hermetismo, nas escrituras da Índia e do Egito, observa-se facilmente a identidade das duas. Isto resulta claro para o que leoa a última tradução e versão dos “Fragmentos Herméticos” antes mencionados por nossa amiga a Dra. Anna Kingsford, cuja perda deploramos. Desfigurados e torturados como foram, durante seu passo por mãos sectárias gregas e cristãs, a tradutora, com muito engenho e intuição, tomou os pontos débeis e procurou remediá-los por meio de explicação e de notas. Diz ela: A criação do mundo visível pelos “deuses ativos” ou Titãs, como agentes do Deus Supremo (13), é uma idéia completamente hermética, que se pode reconhecer em todos os sistemas religiosos, e em harmonia com as modernas investigações científicas (?), as quais nos apresentam em todas partes ao Poder Divino operando por meio das forças naturais.

E citando da tradução: Aquele Ser Universal que é e contém tudo, põe em movimento a alma e o Mundo, tudo que a Natureza compreende. Na múltiplo unidade da vida universal, as individualidades inumeráveis distinguidas por suas variações, estão, entretanto, unidas de tal maneira, que o conjunto é um, e que tudo procede da Unidade (14).

E de outra tradução, tomamos: Deus não é uma mente a não ser a causa de que a Mente exista; não um espírito , a não ser a causa do espírito; não é luz a não ser a causa da Luz (15).

O anterior demonstra claramente que o “Divino Pymander”, por muito desfigurado que

tenha sido em alguns parágrafos com “polimentos” cristãos, foi, entretanto, escrito por um filósofo, ao passo que a maior parte dos chamados “Fragmentos Herméticos” são produção de sectários pagãos, com tendência para um Ser Supremo antropomórfico. Entretanto, ambos os som o eco da Filosofia Esotérica e dos Purânas indos. Comparem-se duas invocações, uma ao “Supremo Tudo” hermético, a outra ao “Supremo Tudo” dos arianos posteriores. Diz um Fragmento Hermético chamado pelo Suidas: Eu te imploro, OH Céu!, obra Santa do grande Deus; eu te imploro, Voz do Pai pronunciada no princípio, quando o mundo universal foi formado; eu te imploro pela Palavra, Filho único do Pai, que sustenta todas as coisas; sei favorável, sei favorável (16).

Isto vem depois do que segue: Assim, a Luz Ideal era antes que a Luz Ideal, e a luminosa Inteligência da Inteligência era sempre, e sua unidade não era mais que o Espírito envolvendo ao Universo, Fora de Quem (do qual), não há nem Deus, nem Anjos, nem nenhum outros essenciais, porque Ele (Isso) é o Senhor de todas as coisas, e o Poder e a Luz; e tudo depende Dele (Isso), e está nele (Isso).

Isto se contradiz pelo mesmo Trismegisto, a quem se faz dizer: Falar de Deus é impossível. Pois o corpóreo não pode expressar o imaterial... O que não possui corpo nem aparência, nem forma, nem matéria, não pode ser compreendido pelos sentidos. Eu compreendo, Tatios, compreendo, que o impossível de definir, isso é Deus (17).

A contradição entre ambos parágrafos é evidente; e isto demonstra (a) que Hermes era um pseudônimo genérico, usado por uma série de gerações de místicos de toda espécie; e (b) que é necessário grande discernimento antes de aceitar um Fragmento como ensino esotérico, tão somente porque seja inegavelmente antigo. Comparemos o anterior com a invocação Aparecida nas Escrituras indas -tão antigas, indubitavelmente, se não muito mais que aquelas-. Parâshara, o “Hermes” ariano, instrui a Maitreya, o Asclepios indo, e invoca ao Vishnu em seu triplo hipóstasis: Glorifica ao imutável, ao santo, ao eterno e supremo Vishnu, de natureza universal, o capitalista sobre tudo; a aquele que é Hiranyagarbha, Hari e Shankara (Brahmâ, Vishnu e Shiva), o criador, o conservador e o destruidor do mundo; a Vâsudeva, o libertador (de seus adoradores); a aquele cuja essência é de uma vez, simples e múltiplo; que é a um tempo sutil e corpóreo, contínuo discreto; ao Vishnu, causa da emancipação final; glorifica ao Vishnu, supremo, causa da criação da existência e do fim desse mundo; que é a raiz do mundo e que está formado pelo mundo (18).

Esta é uma grande invocação, enche no fundo de significação filosófica; mas, para as massas profanas, sugere tanto um Ser antropomórfico como a oração hermética. Devemos respeitar o sentimento que ditou às duas; mas não podemos menos das encontrar em completo desacordo com sua significação interna, e até com o que se acha no mesmo tratado hermético, em que se diz: Trismegisto: A Realidade não existe sobre a terra, meu filho, e não pode existir ali... Nada é real sobre a terra; tão somente existem aparências... O (Homem) não é real, meu filho, como homem. O real consiste unicamente em si mesmo, e permanece o que é... O homem é transitivo; portanto, não é real; ele é tão somente aparência e aparência é a ilusão suprema. Tatios: Então, os mesmos corpos celestes não são reais, meu pai, posto que também variam? Trismegisto: O sujeito a nascimento e à mudança não é real...; existe neles certa falsidade, porque também eles são variáveis... Tatios: E o que é, pois, a Realidade primitiva, OH meu Pai? Trismegisto: Quem (O que) é único e sozinho, OH Tatios! Quem (O que) não está constituído pela matéria, nem está em corpo algum. Quem (O que) não tem nem cor nem forma, nem troca, nem é irradiado, mas que sempre É (19).

Isto está por completo de acordo com os ensinos vedantinas. O pensamento principal é oculto; e muitos som os parágrafos nos Fragmentos Herméticos que pertencem à Doutrina Secreta. Esta última insígnia que todo o Universo está regido por Forças e Poderes inteligentes e semiinteligentes, como se sentou desde o começo. A Teologia cristã admite e até impõe a crença neles, mas estabelece entre os mesmos uma divisão arbitrária, chamando-os “Anjos” e

“Demônios”. A Ciência nega a existência de ambos, e ridiculariza até a idéia. Os espíritas acreditam nos “Espíritos dos Mortos”, e fora destes, negam a existência de nenhuma outra espécie ou classe de seres invisíveis. Os ocultistas e kabalistas são, portanto, os únicos expositores racionais das antigas tradições, que culminaram agora em fé dogmática por uma parte, e em negações dogmáticas, pela outra. Pois ambas, crença e incredulidade, compreendem tão somente uma muito pequeno parte dos horizontes infinitos das manifestações espirituais e físicas; e portanto ambas têm razão desde seus pontos de vista respectivos, e ambas se acham no engano ao acreditar que podem circunscrever a totalidade dentro de seus próprios estreitos limites especiais, pois jamais poderão fazê-lo. Neste ponto a Ciência, a Teologia e até o Espiritismo mostram bem pouca mais sabedoria que a avestruz, quando oculta a cabeça na areia a seus pés, acreditando que nada pode existir além de seu próprio ponto de observação e da área limitada que ocupa sua estúpida cabeça. Como as únicas obras que na atualidade existem sobre o assunto em questão, ao alcance do profano pertencente às raças “civilizadas” do Ocidente, são os livros ou mas bem Fragmentos Herméticos anteriormente mencionados, podemos, no caso presente, contrastá-los com os ensinos da Filosofia Esotérica. Fazer outras entrevistas com este objeto seria inútil, do momento que o público nada sabe a respeito das obras esquenta traduzidas à árabe que se acham em posse de alguns Iniciados sufis. portanto, terá que recorrer, para a comparação, às “Definições do Asclepios”, tal como foram ultimamente compiladas e glosadas pelo Mrs. Anna Kingsford, M. S. T., algumas de cujas sentenças coincidem de uma maneira notável com a Doutrina Esotérica oriental. Embora não são poucos os parágrafos que apresentam a impressão marcada de uma mão cristã posterior, entretanto, em conjunto, as qualidades características dos Gênios e dos Deuses são as dos ensinos orientais, embora no referente a outras coisas existem parágrafos que diferem ampliamente de nossas doutrinas. Quanto aos Gênios, os filósofos herméticos chamavam Theoi (Deuses), Gênios e Daimones a aquelas entidades que nós chamamos Devas (Deuses), Dhyân Chohans, Chitkala (o Kwan-Yin dos buddhistas) e outros vários nomes. Os Daimones são (no sentido socrático até no sentido teológico, oriental e latino) os espíritos guardiães da raça humana; “os que residem na vizinhança dos imortais, velando de ali sobre os assuntos humanos” -como diz Hermes-. Esotéricamente são chamados Chitkala, alguns dos quais são os que proporcionaram ao seu homem quarto Princípios e quinto de sua própria essência; e outros são os chamados Pitris. Isto será explicado quando chegarmos à produção do homem completo. A raiz do nome é Chit, “aquilo pelo qual as conseqüências das ações e as espécies de conhecimento são escolhidas para o uso da alma” ou consciência, a voz interna no homem. Entre os Yogis, Chit é sinônimo do Mahat, a primeira Inteligência e divina; mas na Filosofia Esotérica, Mahat é a raiz do Chit, seu germe; e Chit é uma qualidade de Emana em conjunção com o Buddhi; uma qualidade que atrai a si, por afinidade espiritual, a um Chitkala, quando se desenvolve suficientemente o homem. Por isso se diz que Chit é uma voz que adquire vida mística e se converte no Kwan-Yin. EXTRATOS DE UM COMENTÁRIO PRIVADO, ATÉ O PRESENTE SECRETO (20) XVII. A Existência Inicial no primeiro Crepúsculo do Mahâmanvantara (depois do Mahâpralaya que segue a cada idade do Brahmâ) é uma QUALIDADE ESPIRITUAL CONSCIENTE. Nos mundos manifestados (Sistemas Revestir) existe, em sua Subjetividade Objetiva, a maneira do véu de um Sopro Divino, ante o olhar do vidente extasiado. difunde-se assim que sai de Espécie (21) ao través do Infinito, como um fluido espiritual incolor. Acha-se no Sétimo plano, e em seu Sétimo estado, em nosso Mundo Planetário (22). XVIII. É Substância para NOSSA visão espiritual. Não pode ser chamada assim pelos homens em sua estado de vigília; e portanto, em sua ignorância, denominaram-na “Espírito de Deus”. XIX. Existe em todas partes e forma o primeiro Upâdhi (Alicerce) sobre o qual nosso Mundo (Sistema Solar) está construído. Fora deste último, só pode encontrar-se em sua antiga pureza entre (os Sistemas Revestir o) as Estrelas do Universo, os mundos já formados ou formando-se; permanecendo enquanto isso em seu seio os que se acham ainda em Espécie. Como sua substância é de uma espécie diferente da conhecida na Terra, e os habitantes desta última vêem O TRAVÉS DELA, acreditam, em sua ilusão e ignorância, que é um espaço vazio.

Não existe nem o grosso de um dedo (angula) de Espaço vazio, em todo o Ilimitado (Universo)... XX. A Matéria ou Substância é septenaria em nosso mundo, como o é mais à frente do mesmo. Além disso, cada um de seus estados ou princípios está graduado em sete filas de densidade. Sûrya (o Sol), em sua reflexão visível, exibe o primeiro ou estado mais inferior do sétimo, a ordem mais elevada da PRESENÇA Universal, o puro do puro, o primeiro Hálito manifestado do Sempre Inmanifestado Sat (Seidad). Todos os Sóis centrais físicos ou objetivos são em sua substância o estado mais inferior do primeiro princípio do Hálito. Nenhum deles é mais que a Reflexão de seus Primários, que estão ocultos aos olhares de todos menos às dos Dhyân Chohans, cuja substância corpórea pertence à quinta divisão do sétimo princípio da Substância Mãe, e é, portanto, quatro graus mais elevada que a substância solar refletida. Assim como existem sete Dhâtu (substâncias principais no corpo humano), do mesmo modo existem sete Forças no Homem e na Natureza inteira. XXI. A essência real do Oculto (Sol) é um núcleo da Substância Mãe (23). É o Coração e a Matriz de todas as Forças viventes e existentes em nosso Universo Solar. É a Semente da qual começam a desdobrar-se em suas jornadas cíclicas todos os Poderes que põem em ação aos Átomos, em seus deveres funcionais, e o Foco dentro do qual se reúnen de novo em sua Sétima Essência cada décimo primeiro ano. Aquele que te diga que viu ao Sol, ri dele (24), como se houvesse dito que o Sol se move realmente em seu curso diurno... XXIII. Em razão de sua natureza septenaria, falam os antigos do Sol como de que é miserável por sete cavalos iguais aos metros dos Veda; ou também, que, mesmo que lhe identifica com os sete Vontade (Classes de Seres) em seu círculo, é distinto deles (25), como o é na verdade; assim como também que tem Sete Raios, como os tem verdadeiramente. XXV. Os Sete Seres que estão no Sol, são os Sete Santos, nascidos por si mesmos do poder inerente na Matriz da Substância Mãe. Eles são quem envia as sete Forças principais, chamadas Raios, que ao princípio do Pralaya se concentrarão em sete novos Sóis para o próximo Manvántara. A energia, da qual eles surgem à existência consciente em cada Sol, é o que alguns chamam Vishnu, que é o Fôlego do ABSOLUTO. Nós lhe chamamos a Vida Única Manifestada - em si uma reflexão do Absoluto... XXVII. A este último jamais lhe deve mencionar em palavras ou discursos, NÃO SEJA QUE ARREBATE ALGUMAS DE NOSSAS ENERGIAS ESPIRITUAIS, que aspiram para ISSO, como gravita, cósmicamente, todo o universo físico para SEU centro manifestado. XXVIII. A primeira (a Existência Inicial), que pode denominar-se, durante este estado de existência, a VIDA UMA, é, conforme se explicou, um véu para propósitos criativos ou formativos. Se manifesta em sete estados, os quais, com suas subdivisões septenarias, constituem os Quarenta e Nove Fogos mencionados nos livros sagrados. XXIX. O primeiro é a... “Mãe” (MATÉRIA PRIMA). Separando-se por si em seus sete estados primários, procede cíclicamente para baixo; quando se consolida em seu ÚLTIMO princípio como MATÉRIA DENSA (26), gira em volto de si mesmo, e anima com a sétima emanação do último, ao primeiro elemento e mais inferior (a serpente mordendo-se sua própria cauda). Em uma Hierarquia, ou Ordem de Existência, a sétima emanação de seu último princípio, é: (a) No Mineral, a Faísca que nele se acha latente, e é chamada a sua vida transitiva pelo Positivo despertando ao Negativo (e assim sucessivamente)... (b) Na Planta, é aquela Força vital e inteligente que anima à semente e a desembrulha na folha de erva, ou a raiz e ao renovo. É o germe que se converte no Upâdhi dos sete princípios do ser em que reside, lançando-os ao exterior à medida que o último cresce e se desenvolve. (c) Em todos os Animais, faz o mesmo. É seu Princípio de vida e seu poder vital; seu instinto e qualidades; suas características e idiossincrasias especiais... (d) Ao Homem, dá-lhe tudo que concede às demais unidades manifestadas na Natureza; mas desenvolve além nele, a reflexão de todos seus “Quarenta e nove Fogos”. Cada um de seus sete princípios é um herdeiro universal e um partícipe dos sete princípios da “Grande Mãe”. O hálito de seu primeiro princípio é seu Espírito (Âtmâ). Seu segundo princípio é Buddhi (Alma) . Nós lhe chamamos, erroneamente, o sétimo. O terceiro lhe provê da Matéria Cerebral no plano físico e da Mente que a move (que é a Alma Humana -H. P. B.)- segundo suas capacidades orgânicas. (e) É a Força diretora dos Elementos cósmicos e terrestres. Reside no Fogo tirado de seu estado latente à existência ativa; pois a totalidade das sete subdivisões do... princípio,

reside no Fogo terrestre. Gira na brisa, sopra com o furacão e põe ao ar em movimento, o qual elemento participa também de um de seus princípios. Procedendo cíclicamente, regula o movimento da água, atrai e repele às ondas (27) de acordo com leis fixas, das quais seu sétimo princípio é a alma animadora. (f) Seus quatro princípios superiores contêm o Germe que se desenvolve convertendose nos Deuses Cósmicos; seus três inferiores produzem as Vistas dos Elementos (Elementares). (g) Em nosso Mundo Solar, a Existência Uma é os Céus e a Terra, a Raiz e a Flor, a Ação e o Pensamento. Está no Sol, e está do mesmo modo presente na vaga-lume. Nem um átomo pode escapar à mesma. portanto, os antigos Sábios a chamaram, acertadamente, o Deus manifestado na Natureza... Pode ser interessante em relação com isto, recordar ao leitor o que diz T. Subba-Row a respeito das referidas Forças, definidas místicamente: Kanyâ (o sexto signo do Zodíaco, ou Virgem) significa uma virgem e representa ao Shakti ou Mahâmâyâ. O signo em questão é o sexto Râshi ou divisão, e indica que existem seis forças primárias na Natureza (sintetizadas pela Sétima)...

Estas Shakti são como segue: 1ª Parâshaki. - Literalmente a força ou poder grande ou supremo. Significa e inclui os poderes da luz e do calor. 2ª Jnânashakti. - Literalmente o poder da inteligência, da sabedoria ou conhecimento verdadeiro. Tem dois aspectos: I. O que segue são algumas de suas manifestações, quando está colocada sob a influência ou o domínio de condições materiais: a) o poder da mente para interpretar nossas sensações; b) seu poder para recordar idéias passadas (memória), e para originar esperas futuras; c) seu poder tal como se exibe no que chamam os psicólogos modernos “as leis de associação”, que lhe permite formar relações persistentes entre vários grupos de sensações e de possibilidades de sensações, gerando assim a noção ou idéia de um objeto externo; d) seu poder para relacionar nossas idéias por meio do laço misterioso da memória, gerando assim a noção do eu ou individualidade. II. As seguintes são algumas de suas manifestações quando se libertam dos laços da matéria. a) Clarividência; b) Psicometría. 3ª Ichchhâshakti. - Literalmente o poder da vontade. Sua manifestação mais ordinária é a geração de certas correntes nervosas, que põem em movimento os músculos que se requerem para levar a efeito o fim desejado. 4ª Kriyâshakti. - O poder misterioso do pensamento que lhe permite produzir resultados externos perceptíveis, fenomenais, graças a sua própria energia inerente. Sustentavam os antigos que qualquer idéia se manifestará ao exterior, se a atenção de um se acha profundamente concentrada sobre ela. Do mesmo modo uma volição intensa será seguida pelo resultado gostado. Um Iogue geralmente verifica suas maravilhas por meio do Ichchahâshakti e do Kryâshakti. 5ª Kundalini Shakti. - O poder ou força que se move em forma serpentina ou em curvas. É o Princípio Universal de vida, manifestando-se em todas partes na Natureza. Esta força inclui as duas grandes força de atração e de repulsão. A eletricidade e o magnetismo são tão somente manifestações da mesma. Este é o poder que leva a efeito aquela “continuidade contínua das relações internas com as relações externas”, que é a essência da vida segundo Herbert Spencer, e “a conformidade contínua das relações externas com as relações internas”, que é o fundamento da transmigração das almas, Punarjanman (Renascimento), nas doutrinas dos filósofos indos. Um Iogue deve subjugar por completo este poder ou força, antes de que possa alcançar Moksha. 6ª Mantrikâshakti. - Literalmente a força ou poder das letras, a linguagem ou a música. Todo o antigo Mantra Shâstra se ocupa, como assunto, desta força em todas suas manifestações... A influência de sua música é uma de suas manifestações ordinárias. O poder maravilhoso do nome inefável é a coroa desta Shakti. A ciência moderna investigou tão somente em parte a primeira, segunda e quinta das forças anteriormente citadas; mas se acha por completo na escuridão no referente aos poderes restantes. As seis forças são representadas em sua unidade pela Luz Astral. (Dvaiviprakriti, a Sétima, a luz do

Logotipos) (28).

Cita-o anterior para fazer ver as verdadeiras idéias indas sobre o assunto. Todo isso é esotérico embora não compreende nem a décima parte do que poderia dizer-se. Por exemplo os seis nomes das seis forças mencionadas são os das seis Hierarquias do Dhyân Chohans, sintetizadas por sua Primária, a sétima, que personifica ao Quinto Princípio da Natureza Cósmica, ou a “Mãe” em seu sentido místico. A contagem tão somente dos Poderes do Ioga exigiria dez volúmenes. Cada uma destas Forças possui a sua cabeça uma Consciente Entidade vivente, da qual é uma emanação. Mas comparemos as palavras do Hermes, o Três Vezes Grande, com o Comentário chamado antes: A criação da vida pelo sol é tão contínua como sua luz; nada a detém nem a limita. Em volto dele, a maneira de um exército de satélites, existem inumeráveis coros de Gênios. Estes residem na vizinhança dos Imortais, e de ali velam sobre os assuntos humanos. Eles cumprem a vontade dos Deuses (Carma), por meio de temporários, calamidades, transições de fogo e terremotos, igualmente por meio de fomes e guerras, para o castigo da impiedade... (29). O sol é quem conserva e alimenta a todas as criaturas; e assim como o Mundo Ideal que rodeia ao mundo sensível enche a este último com a plenitude e variedade universal das formas, do mesmo modo o sol, compreendendo-o tudo em sua luz, leva a efeito em todas partes o nascimento e o desenvolvimento das criaturas... “Sob suas ordens se acha o coro dos Gênios, ou mas bem os coros, pois ali há muitos e diversos, e seu número corresponde ao das estrelas. Cada estrela possui seus Gênios, bons e maus, por natureza, ou mas bem por sua ação; pois a ação é a essência dos Gênios...”. Todos estes Gênios presidem sobre os assuntos mundanos (30); eles sacodem e derrubam a constituição dos estados e dos indivíduos; eles imprimem seu parecido em nossas almas, eles estão presentes em nossos nervos, em nossa medula, em nossas veias, em nossas artérias e em nossa substância cerebral... No momento em que um de nós recebe vida e ser, fica a cargo dos Gênios (Elementares) que presidem sobre os nascimentos (31), e que se acham classificados sob os poderes astrais (Espíritos astrais sobrehumanos). Eles trocam perpetuamente não sempre de um modo idêntico, a não ser girando em círculos (32). Eles impregnam, por meio do corpo, duas porções da Alma, para que possa receber de cada una a impressão de sua própria energia. Mas a parte racional da Alma não se acha sujeita aos Gênios; acha-se designada para a recepção de (o) Deus (33), que a ilumina com um raio de sol. Iluminado-los assim são poucos em número, e os Gênios se abstêm deles; pois nem os Gênios nem os Deuses possuem poder nenhum em presença de um só raio de Deus (34). Mas todos outros homens, tanto em corpo como em alma, são dirigidos por Gênios a quem se adere, e a cujas ações afetam... Os Gênios possuem, pois, o domínio das coisas mundanas, e nossos corpos lhes servem de instrumentos (35).

O anterior, salvo alguns pontos sectários, representa o que foi crença universal, comum a todas as nações, até faz um século pouco mais ou menos. É ainda igualmente ortodoxo em suas linhas e rasgos gerais tanto entre os pagãos como entre os cristãos, à exceção de uns poucos materialistas e homens de ciência. Pois já se chame os gênios do Hermes e a seus “Deuses” “Poderes das Trevas” e “Anjos”, como nas Iglesias grega e latina; ou “Espíritos dos Mortos”, como no Espiritismo; ou Bhûts, Devas, Shaitan e Djin, como são ainda chamados na Índia e nos países muçulmanos -todos eles são uma e a mesma coisa- ILUSÃO. Entretanto, não quiséssemos que o dito se compreendesse erroneamente, no sentido em que a grande doutrina filosófica dos vedantinos foi ultimamente alterada por escolas ocidentais. Tudo que é, emana do ABSOLUTO, que, por razão desta qualificação tão somente, permanece como única realidade; daqui que cada uma das coisas estranhas a este Absoluto, o Elemento causativo e gerador, deve ser uma ilusão sem gênero algum de dúvida. Mas isto é assim só do ponto de vista puramente metafísico. Um homem que se considera são mentalmente, e que por tal é tido por outros, chama deste modo desvarios e ilusões às visões de um irmão louco (alucinações que podem fazer à vítima muito feliz ou em extremo desgraçada, segundo o caso). Mas, onde se acha o louco para quem as sombras horríveis de sua transtornada mente, suas ilusões, não sejam para ele então tão efetivas e reais como as coisas que possam ver seu médico ou seu enfermeiro? Tudo é relativo neste Universo; tudo é ilusão. Mas a experiência de qualquer plano é efetiva para o ser que percebe, e cuja consciência pertence a aquele estado; apesar de que dita experiência, olhar de um ponto de vista puramente metafísico, pode considerar-se que não tem nenhuma realidade objetiva. Mas não é contra os metafísicos, a não ser contra os físicos e materialistas, contra quem o ensino Esotérico tem que combater; e para estes últimos, a Força Vital, a Luz, o Som, a Eletricidade e até a força tão objetivamente marcada do Magnetismo, não possuem existência alguma

objetiva, e se diz que existem unicamente como “modos de movimento”, “sensações e afecções da matéria”. Nem os ocultistas em geral, nem os teósofos, desprezam, como acreditam alguns erroneamente, as opiniões e teorias dos sábios modernos, só porque suas opiniões estejam em oposição com a Teosofía. A primeira regra de nossa Sociedade é dar ao César o que é do César. Os teósofos, portanto, são os primeiros em reconhecer o valor intrínseco da Ciência. Mas quando seus supremos sacerdotes resolvem a consciência em uma secreção da matéria cinza do cérebro, e cada uma das coisas que na Natureza existem em um modo de movimento, protestamos contra a doutrina por antifilosófica, contraditória em si mesmo, e simplesmente absurda, olhar de um ponto de vista científico, tanto e até mais que do aspecto oculto do saber esotérico. Porque à verdade a Luz Astral dos tão ridicularizados kabalistas, possui segredos estranhos e misteriosos para quem pode ver nela; e os mistérios ocultos no interior de suas ondas incesantemente perturbadas, ali permanecem, apesar da coletividade inteira de materialistas e de zombadores. A Luz Astral dos kabalistas é muito inexactamente traduzida por alguns como “Éter”; confundindo ao último com o Éter hipotético da Ciência; e a ambos fazem referência alguns teósofos, apresentando-os como sinônimos de Âkâsha. Isto é um grande engano. O autor da o Rational Refutation escreve o seguinte, auxiliando assim inconscientemente ao Ocultismo: Um rasgo característico do Âkâsha servirá para demonstrar quão erroneamente é representado pelo “éter”. Em dimensão é... infinito; não se acha constituído de partes; e a cor, o sabor, o aroma e a tangibilidad não lhe pertencem. Até este ponto corresponde exatamente ao tempo, ao espaço, a Îshvara (o “Senhor”, mas mas bem a potência criadora e a alma- Anima mundi), à alma. Sua especialidade comparada com a anterior, consiste em ser a causa material do som. A não ser por isso, poderia considerar-se como a vacuidade (36).

É vacuidade, sem dúvida alguma, especialmente para os racionalistas. De todos os modos, o Âkâsha, é seguro que produz a vacuidade no cérebro de um materialista. Entretanto, embora o Âkâsha não é o Éter da Ciência (nem sequer o Éter do ocultista, que o define só como um dos princípios do Âkâsha), é certamente, junto com seu primário, a causa do som; causa psíquica e espiritual, não causa material. As relações do Éter ao Âkâsha podem ser definidas aplicando a ambos, Âkâsha e Éter, as palavras usuais do Deus nos Veda: “Assim ele mesmo era à verdade (seu próprio) filho”; um sendo a produção do outro, e entretanto, ele mesmo. Pode ser isto um difícil enigma para o profano, mas muito fácil de compreender para qualquer indo, embora não seja místico. Estes segredos da Luz Astral, junto com muitos outros mistérios, permanecerão como não existentes para os materialistas de nossos tempos, do mesmo modo que a América era um mito sem realidade para os europeus durante os primeiros tempos da Idade Média, apesar de que escandinavos e noruegueses tinham chegado a aquele antiquísimo “Novo Mundo”, fazia vários séculos, e se tinham estabelecido. Mas, assim como nasceu um Colombo para redescobrir e para obrigar ao Antigo Mundo a que acreditasse nos países dos antípodas, do mesmo modo nascerão sábios que descobrirão as maravilhas que hoje pretendem quão ocultistas existem nas regiões do Éter, com seus vários e multiformes habitantes e Entidades conscientes. Então, nolens volens, a Ciência terá que aceitar a antiga “superstição”, como o tem feito com várias outras. E uma vez se viu forçada a aceitá-la, seus sábios professores, segundo toda probabilidade -a julgar pela experiência passada, como no caso do Mesmerismo e Magnetismo, agora rebatizado como Hipnotismo-, apadrinharão a coisa e rechaçarão o nome. A eleição do nome novo dependerá, a sua vez, dos “modos de movimento” (o novo nome dos muito antigos “processos físicos automáticos entre as fibrillas nervosas do (cientista) cérebro” do Moleschott), e é também muiy provável que dependa de quão último tenha comido quem inventa o nome, do momento em que, segundo o fundador do novo Esquema HyloIdealista, “cerebración é genericamente quão mesmo quilificación (37). Assim, se tivesse que acreditar-se nesta proposição descabelada, o nome novo da verdade arcaica dependeria da inspiração do fígado do lhe batizem, e só então teriam estas verdades uma possibilidade de converter-se em científicas! Mas por desagradável que seja às maiorias, geralmente cegas, a VERDADE teve sempre seus campeões, dispostos a morrer por ela, e não são os ocultistas quem protestará contra sua adoção pela Ciência sob qualquer nome novo. Mas até que sejam absolutamente impostas ao

conhecimento e aceitação dos homens de ciência, muitas verdades ocultas serão rechaçadas, como o foram os fenômenos dos espíritas e outras manifestações psíquicas, para ser finalmente apropriadas por seus ex-caluniadores sem o menor reconhecimento e sem dar as obrigado. O Nitrogênio teve grande importância para os conhecimentos químicos; mas ao Paracelso, seu descobridor, chamam-lhe hoje “enganador”. Quão profundamente certas som as palavras do H. T. Buckle, em seu admirável History of Civilization, quando diz: devido a circunstâncias ainda desconhecidas (provisão Kármica), aparecem de tempo em tempo grandes pensadores que, consagrando suas vidas a um propósito único, são capazes de antecipar-se aos progressos da humanidade e de produzir uma religião ou filosofia, por meio da qual se produzem eventualmente efeitos importantes. Mas se jogarmos uma olhada à história, claramente veremos que, mesmo que a origem de uma opinião nova possa ser devida assim a um só homem, o resultado que a nova opinião produz dependerá da condição das gente entre quem se propague. Se se tratar de uma religião ou de uma filosofia que esteja muito por cima de uma nação, não pode lhe emprestar nenhum serviço contemporâneo; necessita seu tempo (38) até que as inteligências se achem amadurecidas para sua recepção... Cada ciência, cada crença teve suas mártires. Segundo o curso ordinário das coisas, algumas gerações desaparecem, e vem depois um período no qual estas verdades mesmas se contemplam como feitos vulgares, e pouco depois vem outro período durante o qual as declara necessárias, e até as inteligências mais obtusas se admiram por que possam ter sido negadas alguma vez (39).

É muito possível que as mentes das gerações atuais não estejam de tudo amadurecidas para a recepção das verdades ocultas. Tal será, possivelmente, a visão retrospectiva, que contemplarão os pensadores avançados da Sexta Raça Raiz, da história da aceitação plena e incondicional da Filosofia Esotérica. Enquanto isso, as gerações de nossa Quinta Raça continuarão extraviadas por seus prejuízos e preocupações. As ciências ocultas se encontrarão com o dedo do desprezo que as assinala, e todos procurarão as ridicularizar e as esmagar, em nome e para major glorifica do Materialismo e de sua chamada Ciência. Estes volúmenes, entretanto, apresentam como resposta antecipada a várias das objeções científicas futuras, as posições respectivas e verdadeiras do acusador e do acusado. A teósofos e ocultistas lhes acusa a opinião pública, que mantém ainda içada a bandeira das ciências indutivas. Estas últimas têm, pois, que ser examinadas; e deve mostrar-se até que ponto seus adiantamentos e descobrimentos no reino das leis naturais se opõem, nem tanto ao que pretendemos, como aos fatos da Natureza. soou já a hora de ver se os muros da Jericó moderna são tão inexpugnáveis, que nenhum são da trompetista ocultista pode fazê-los derrubar. Deve examinar-se cuidadosamente tudo o que se refira às chamadas “Forças”, principalmente a Luz e a Eletricidade, e a constituição do globo solar, assim como também as teorias referentes à gravitação e às nebulosas. A natureza do Éter e de outros elementos deve ser discutida, contrastando os ensinos científicos com as ocultistas, e revelando ao mesmo tempo alguns dos princípios do Ocultismo, até a data secretos. Fará uns quinze anos, quem estas linhas escreve era primeira em repetir, como os kabalistas, os sábios Preceitos do Catecismo Esotérico: Fecha sua boca, não seja que fale disto (o mistério), e seu coração, não seja que pense em alta voz; e se seu coração te escapou, ponha outra vez em seu lugar, porque tal é o objeto de nossa aliança (40).

E também, das Regras da Iniciação. Este é um segredo que dá a morte; fecha sua boca, não seja que o revele ao vulgo; comprime seu cérebro, não seja que algo escape do mesmo e vá aos profanos. Poucos anos depois, uma ponta do Véu do Isis teve que levantar-se; e agora se feito nele outro rasgão maior. Mas os antigos enganos sancionados pelo tempo -esses que se fazem cada dia mais claros e evidentes- permanecem formados em batalha o mesmo agora que então. Dirigidos por um conservadorismo cego, pela vaidade e pelas preocupações, achem-se constantemente em espreita, dispostos a estrangular a qualquer verdade que, despertando de seu comprido sonho de séculos, comercial a admissão. Tal foi o caso sempre, desde que o homem se há animalizado. Que isto, em toda ocasião, dá a morte moral a quão reveladores manifestam à luz qualquer destas antigas, muito antigas verdades, é tão certo quanto dá a Vida e a

Regeneração a aqueles que se acham dispostos a aproveitar até o pouco que na atualidade lhes revela.

FIM DO TOMO I

GLOSSÁRIO DE TÉRMINOS EMPREGADOS NAS SETE PRIMEIRAS ESTADIAS DO LIVRO DO DZYAN ESTADIA I AH-HI. - Hierarquia de seres espirituais. Em sua totalidade são as Forças ou Potestades inteligentes que presidem as chamadas “leis da natureza”. GRANDES CAUSA DA DESDITA. - As doze nidânas ou causas de existência, segundo a filosoía buddhista. SETE SENHORES SUBLIME. - Os sete Logotipos planetários. As divindades presidentes das cadeias planetárias. Os criadores arcanjos dos cristãos. Os ameshaspentas dos zoroastrianos. PARANISHPANNA. - A absoluta perfeição ou paranirvâna. O estado que se alcança ao fim de um grande período de atividade ou mahâmanvantara. OLHO ABERTO DO DANGMA. - Chamado na Índia o “Olho da Shiva”. Significa a intensa visão espiritual do adepto ou jivanmukta. Não é a ordinária clarividência, a não ser a faculdade de intuição espiritual por cujo meio se obtém direto e seguro conhecimento. ALAYA. - A alma do universo, a superalma, segundo Emerson. PARAMÂRTHA. - Consciência e existência absolutas, que são Inconsciência e Não-Ser absolutos. ANUPÂDAKA. - Sem pais, nascido sem progenitores. É o nome que em terminologia teosófica se dá ao segundo plano cósmico, aonde a mónada humana tem sua verdadeira morada. Na Estadia se emprega para designar o universo em seu eternal condição arrúpica, antes que o modelaran os Construtores. ESTADIA II CONSTRUTORES. - Os arquitetos de nossos sistemas planetários. Hierarquias de inteligências espirituais relacionadas com a formação da matéria dos diferentes planos e o modelado das formas. (Veja-se Genealogia do homem pelo A. Besant). DEVAMÂTRI. - A “Mãe dos Deuses”. Aditi ou espaço cósmico. SVABHÂVAT. - A plástica essência que enche o universo. É sinônimo de mûlaprakriti, ou seja a raiz da matéria, mas não a mesma matéria. Na Estadia, Devamâtri e Svabhâvat se descrevem como se ainda não estivessem comovidos pelo vibratório poder dos Construtores.

MÂTRIPADMA. - Literalmente, Mãe-Lótus. É o lótus um antigo símbolo oriental do Cosmos, popularizado por causa de que a semente do lótus contém a perfeita miniatura da futura planta, denotando com isso que os espirituais protótipos de todas as coisas existem no mundo invisível antes que se materializem na terra. REGAÇO DO MÂYÂ. - A grande ilusão. A manifestação ou aparência detrás da qual está a única Realidade. OS SETE. - Veja-os “Sete Senhores Sublime” na Estadia I. ESTADIA III SÉTIMA ETERNIDADE. - Quão mesmo eón ou grande época. - Manvántara. OVO VIRGEM. - Ovo eterno, do mundo ou do universo. Antigo símbolo típico da origem do universo procedente da indeferenciada matéria do espaço. Como com o fecundado germe do ovo, assim com despertada energia criadora cósmica começa a ação e reação e surgem do “arrúpico vazio”, as formas do Cosmos. O processo que se observa no desenvolvimento da célula germinal é o que melhor ideia dá da obra dos invisíveis construtores que atuam nos rádios do ovo do mundo. OEAOHOO. - Místico nome de sete vocais que significa o Um; o Pai-Mãe dos deuses, o “Seis em Um”, ou a Raiz septenaria, da qual tudo procede. Em outra acepção é o nome da manifestada Vida Única, da eterna Unidade vivente. LANÚ. - Estudante ou discípulo. OEAHOO O MAIS JOVEM. - Parece referir-se ao Îshvara de nosso universo, o Logotipos do sistema solar. O PAI-MÃE TECE UM TECIDO. - Em relação com a sloka 10, advertimos ao leitor que observe o microscópico processo do desenvolvimento da célula e o tecido tecido entre os dois corpos polares (negativo e positivo) de uma célula viva. OS FILHOS. - As Potestades, Inteligências ou Deuses dos elementos. FOHAT. - A Doutrina Secreta o define dizendo que é a força inteligente que enlaça o Espírito com a Matéria. É a ponte pelo que as idéias da Mente divina passam a imprimir-se na substância cósmica como leis da natureza. Fohat é a energia dinâmica da “ideación cósmica”. Nos demais ensinos é Fohat a “eletricidade cósmica”, e a este efeito convém recordar a relação entre a eletricidade e a atividade cerebral. (Veja-a sloka 2 da Estadia V). NOTA. - diz-se que a sloka 7 desta Estadia alude ao desenvolvimento das forças criadoras com arrumo à primária lei de números; o ressurgimento das hostes de entidades cuja consciência se sumiu na do Logotipos solar durante a noite do pralaya ou período de inmanifestación.

ESTADIA IV FILHOS DO FOGO. - Em outros tratados lhes denomina As Chamas, Filhos da Mente, Pitris Agnishvatta, etc. São os que moldam a mente do homem; os Doadores do Fogo Divino. Em todas as religiões e mitologias, o Fogo simboliza a Divindade. (Veja-as Estadias IV e VII do terceiro volume e consulte-a Genealogia do Homem, do A. Besant). OI-HÁ-HOU. - A Doutrina Secreta o define dizendo que é “a permutação do Oeaohoo, e entre os ocultistas da Índia setentrional significa literalmente um torvelinho ou ciclone; mas na Estadia denota o incessante e eterno movimento... É o eterno Kârana, a sempre ativa causa”.

ADI-SANAT. - Literalmente ancião primieval. Este término corresponde ao cabalístico “Ancião dos Dias”. OS FILHOS, OS SETE COMBATENTES, O UM, O OITAVO EXCLUÍDO. - Refere-se à formação do sistema solar, não segundo a hipótese do Laplace, mas sim pela condensação da matéria cometaria, de cuja giratória massa se desprendeu primeiro nosso sol. OS LIPIKAS. - Literalmente tabeliães ou registradores do Carma; os ajustadores ou “assessores” do destino que cada homem se forja. NOTA. - Nas slokas 3 e 4 desta Estadia se enumera a ordem de emergência dos diversos graus e hierarquias das Potestades espirituais. As Esferas, Triângulos, Cubos, Linhas e Modeladores se referem aos ordens da matéria elementar, ou sejam os tattvas da filosofia hindu (Veja-se: Evolução da Vida e da Forma, do A. Besant, e As Forças sutis da Natureza, de Ramo Prasad.

ESTADIA V O TORVELINHO DE FOGO. - Fohat ou Mensageiro dos Deuses. DZYU SE CONVERTE NO FOHAT. - O verdadeiro conhecimento ou oculta sabedoria se converte no Fohat ou ativa energia criadora do pensamento. TRÊS E CINCO E SETE PASSOS Através DAS SETE REGIÕES SUPERIORES E DAS SETE INFERIORES. - refere-se aos planos e subplanos do cosmos solar. FAÍSCAS. - Átomos. RODAS. - Centros de força em torno dos quais se forma a matéria cósmica que, passando por sucessivos estados de consolidação, acaba por constituir globos. DIVINO ARÛPA. - O universo de Pensamento sem forma. CHÂYÂ LOKA. - O mundo nebuloso de forma primária. QUATRO Santos. - Os quatro mahârâjas, devas, anjos ou regentes que presidem e governam as forças cósmicas dos quatro pontos cardeais. A cristandade romana mantém esta crença em consonância com o ocultismo oriental. Os governantes dos quatro pontos cardeais, segundo a tradição cristã são: Norte: Este: Sul: Oeste:

Arcanjo Gabriel. “ Miguel. “ Rafael. “ Uriel.

O ANEL “NÃO SE PASSA”. - Tem vários significados ocultos. Na Estadia se pode interpretar exatamente, dizendo que significa o limite de consciência de todas as entidades pertencentes a nosso sistema. Se considerarmos a vasta área do sistema solar coextensiva com o aura do Logotipos solar, a superfície desta grande esfera seria o “Anel Não se Passa” ou extremo limite da consciência de todas as entidades evolucionantes no sistema, porque nesta aura “vivemos, movemo-nos e temos nosso ser”. KALPA. - Período de manifestação. O GRANDE DIA “SEDE CONOSCO”. - O descanso de pralaya ou paranirvâna, que corresponde ao Dia do Julgamento segundo os cristãos. ESTADIA VI

KWAN -YIN, KWAN-SHAI-YIN, KWAN-YIN-TIEN. - H. P. Blavatsky dikce que esta Estadia está traduzida de um texto chinês, e os nomes citados não têm equivalente nos idiomas europeus, sem que esteja permitido publicar a verdadeira nomenclatura esotérica. TÊMPORA TCHAN . - Nosso Universo. O VELOZ E RADIANTE UM. - Fohat. CENTROS DE ESPÉCIE. - Pontos ou núcleos em que principia a diferenciação. GÉRMENES ELEMENTARES. - Os átomos segundo os cientistas. DOS SETE. - Os “Elementos” necessários para completar os sentidos. TSAN. - Fração. NA QUARTA. - Significa a quarta raça ou raça atlante. (Veja-a Doutrina Secreta, volume III, para maior informação). AS RODAS MAIS ANTIGAS. - refere-se aos mundos ou globos desta cadeia planetária em seus primitivos períodos de manifestação. BATALHAS BRIGADAS. - As antigas cosmogonias e mitologias nos falam da guerra no céu”. O comentário ocultista diz assim: “Pulverizados pelo espaço, sem ordem nem sistema, os gérmenes dos mundos entrechocaron freqüentemente até seu final agregación e depois vagaram (cometas). Então começaram as batalhas e brigas. Os mais velhos (corpos) atraíram aos mais jovens, enquanto que outros os rechaçavam. Muitos pereceram devorados por seus fortes companheiros. Os que escaparam converteram em mundos”. Todo isto pode considerarse cuidadosamente em relação com certos problemas astronômicos não resolvidos ainda. PEQUENA RODA. - Nossa cadeia de globos. NOTA. - A fraseología da sloka 4 desta Estadia deve ser cuidadosamente considerada à luz dos modernos conceitos astronômicos, que estão invalidando a hipótese do Laplace sobre a formação do sistema solar. Neste ponto difere o argumento das Estadias. Os restantes versículos contidos no primeiro volume de La Doutrina Secreta se referem unicamente à evolução de nossa Terra e seus habitantes.

ESTADIA VII QUARTO RAIO. - Nossa Terra; o quarto globo de cadeia. ESPÍRITO-MÃE. - Atman. ESPIRITUAL. - Atma-Buddhi. PRIMEIRO SENHOR. - Îshvara ou Logotipos solar. SETE RESPLANDECENTES. - Os sete Logotipos planetários ou Logotipos criadores. BHÛMI. - A Terra. SAPTAPARNA. Uma sagrada planta de sete folhas que simboliza ao homem como ser constituído por sete princípios. CHAMA DE TRÊS LÍNGUAS. - A imortal Tríada espiritual: Emana. OS PAVIOS E FAÍSCAS. - As Mónadas humanas.

SETE MUNDOS DO MÂYÂ. - Os sete globos da cadeia planetária, e também as sete rondas. QUÍNTUPLO LHA. - Os Filhos da Mente ou Pitris Agnishvâtta. PEIXE, PECADO E SOMA. - Três ocultos “símbolos do Ser imortal”, do que não dá maior explicação o comentário. PRIMEIRO NASCIDO. - O homem primitivo. Pode significar também a primeira raça. SILENCIOSO VIGILANTE. - A Mónada. O interno deus do homem. SOMBRA. - Os transitivos veículos da Mónada. MUDANÇA. - Reencarnação ou renascimento. VÂHAN. - Veículo. CONSTRUTORES. - Nesta passagem são os seres celestiales que encarnaram entre as primeiras raças humanas para as governar e as instruir em qualidade de reis divinos, sacerdotes ou caudilhos. NOTA. - A sloka I desta Estadia se refere às Hierarquias do Potestades criadoras. (Para o estudo desta Estadia será muito conveniente consultar a obra do A. Besant, Genealogia do homem).

A DOUTRINA SECRETA VOLUME I NOTAS AO LEITOR 1) O Índice de referência não foi traduzido ainda a nosso idioma (N. do E.). Francisco Montoliu e do Togores, primeiro presidente do “Ramo da Sociedade Teosófica” em Madrid, traduziu uma grande parte de LA DOUTRINA SECRETA da segunda edição inglesa. A sua morte, em 1892, e quando já tinha aparecido a terceira edição de dita obra, vários teósofos empreenderam uma nova tradução, a qual foi publicada em dois tomos (Madrid, 1895 e 1898) e completada pela senhora A. Besant com documentos inéditos deixados pelo H. P. B., os que foram traduzidos logo pelo Federico Climent Terrer e publicados em um terceiro tomo pela Biblioteca Orientalista do R. Maynadé (Barcelona, 1911). Entre os teósofos que se ocuparam da tradução dos dois primeiros tomos figuraram os senhores Melián, Dorestes, Díaz Pérez, Xifré, Treviño, irmãos Molano e González Branco. (Dados tirados da obra Simbologia Arcaica do Mario Roso de Lua, editorial Pueyo, Madrid, 1921). (N. do E.) PREFÁCIO DA TERCEIRA EDIÇÃO REVISÃO 1) Para a transliteración castelhana do sânscrito se seguiu a pauta adotada para o Glossário Teosófico do H. P. Blavatsky, o qual permitirá encontrar facilmente o significado de numerosas palavras sânscritas que figuram na presente obra. (N. dos Tradutores.) 2) O estudante pode recorrer ao Glossário Teosófico, publicado em espanhol pelo erudito Dr. José Roviralta Borrell, como fator auxiliar e eficaz para o proveitoso estudo da presente obra. (N. do E.) 3) O Índice de referência não foi traduzido ainda a nosso idioma. (N. do E.)

H. P. BLAVATSKY: UM ESBOÇO DE SUA VIDA 1) Veja o prefácio à edição de 1888. 2) Originalmente, no Cap. 11 dos Estatutos. 3) No Preâmbulo original. COMO FOI ESCRITA A DOUTRINA SECRETA 1) Coronel Olcott, Diary. 2) Ibid. 24 de maio. 3) Ibid. 4) Ibid. Veja-se também Old Diary Leaves, II, pág. 90. 5) The Letters of H. P. Blavatsky to A. P. Sinnett, editado pelo A. T. Barker, pág. 64 (1925). 6) Reminiscences of H. P. Blavatsky and the “Secret Doctrine”, pela Condessa C. Wachtmeister e outros, pág. 96 (1893 ). 7) The Letters of H. P. Blavatsky to A. P. Sinnett, páginas 87-9. 8) Reminiscences, pág. 102. 9) Figura seu criptograma unicamente no Diary. 10) Oakley era Mr. A. J. Coper-Oakley. Veja-se também Old Diary Leaves, III, págs. 199-200. 11) The Theosophist, março 1925, pág. 784. 12) Letters from the Masters of Wisdom (Segunda Série). Transcripta e cotada pelo C. Jinarâjadâsa, pág. 126 (1925). 13) “O Professor e Kashmiri lhe ditavam por turno”, H. P. B. ao H. S. O., 6 de junho de 1886. 14) Reminiscences, pág. 23. 15) Ibid., pág. 24. “Ela copia tudo”, escreveu H. P. B. ao H. S. O. em 6 de janeiro de 1886. 16) Ibid., pág. 33. 17) Ibid., pág. 35. Veja-se Lúcifer, pág. 355 (1888). 18) Ibid., pág. 41. 19) Ibid., pág. 48. 20) Ibid., pág. 55. 21) H. P. B. ao H. S. O., 25 de novembro de 1885. 22) Publicada no The Theosophist, de agosto 1931, págs. 664-8. 23) Letters of H. P. B. to A. P. S., págs. 194-5. 24) Ibid., pág. 244. 25) Ibid., pág . 294. 26) H. P. B. ao H. S. O., reproduzida no The Theosophist, maio 1908, pág. 756. 27) George Redway, Editores, Londres. 28) Mr. Judge aconselhou ao H. P. B. protegesse sua DOUTRINA SECRETA nos Estados Unidos; tendo em conta que ela era cidadã norte-americana, isto podia ser feito. (Ela se naturalizou em 1879.) Letters of H. P. B. to A. P. S., pág. 244. 29) Letters of H. P. B. to A. P. S., pág. 221. 30) The Theosophist, março 1909, pág. 588. “Echoes from the Past”. 31) O “Velho Senhor” era o Professor Júpiter, o Rishi Agastya. Carta do H. P. B. ao H. S. O. de 21 de outubro de 1886. 32) Diary. 33) General Report, 1886, pág. 8. 34) Old Diary Leaves, III, pág. 385. 35) Edição de 1888, pág. XVII; edição de 1893, pág. 1. Veja-se The Theosophist, agosto 1931, págs. 601-7, onde se reproduz esta parte do primitivo bosquejo. 36) Edição de 1888, pág. XIII; 1893, pág. 25. 37) The Theosophist, julho 1931, pág. 429. Uma série ulterior foi publicada no The Theosophist, LIV (1), 1932-33, págs. 27, 140, 265, 397, 538 e 623. 38) Veja-se The Theosophist, março 1925, págs. 781-3, onde C. Jinarâjadâsa se refere ao conteúdo do manuscrito.

39) The Theosophist, janeiro 1887, Suplemento, pág. XVIII. 40) General Report, 1886, pág. 8. 41) Reminiscences, págs. 94-7. 42) Reproduzido no The Theosophist, agosto 1931, pág. 683. 43) Letters of H. P. B. to A. P. S., págs. 226-7. 44) Ibid., pág. 224. 45) Reminiscences, pág. 73. 46) Ibid., pág. 75. 47) Ibid., págs. 96-7. 48) Reminiscences, págs. 92-3. (Veja-se também The Theosophist de setembro 1931. pág. 708, “Reminiscences of H. P. B.” pelo Bertram Keightley.) 49) Ibid., pág. 94. 50) A. Keightley, The Theosophist, julho 1889, pág. 598. 51) The Theosophist, outubro 1887, pág. 62. 52) General Report, 1887, pág. 9. 53) De uma carta existente nos Arquivos, datada em 24 de fevereiro de 1888. 54) The Path, fevereiro 1888, págs. 354-5. 55) The Path, junho 1888, págs. 97-8. 56) The Theosophist, maio 1888, Suplemento, pág. XXXVII. 57) THE SECRET DOCTRINE, Vol. II, edição de 1888, pág. 441. Na edição de 1893, nota ao pé da página 460. 58) Reproduzido no Letters from the Masters of the Wisdom, compilado pelo C. Jinarâjadâsa, pág. 54 (1919). 59) H. P. B. no My Books”, Lúcifer, maio 1891, pág. 246. 60) Reminiscences, pág. 94. 61) The Theosophist, novembro 1888, pág. 69. 62) Reminiscences, pág. 85. 63) Na edição de 1888 pág. XVII; na de 1893, pág. 29. 63) The Theosophist, dezembro 1888, Suplemento, pág. XXX. 65) Chamado em Lúcifer, dezembro 1888, pág. 346. 66) Volume I, pág. VII. Na edição de 1893 esta última frase é omitida, pág. XIX. Vejase também pág. 369 da edição de 1888 e pág. 386 da de 1893, para uma referência mais ampla ao Volume III. 67) Volume II, pág. 437, edição de 1888. 68) Volume I, pág. 52 na edição de 1888. Veja o Volume III, 1893, pág. 376 e seguintes. 69) Volume III, pág. 359 e seguintes. 70) Reminiscences, pág. 68. 71) Volume II, págs. 797-8, edição de 1888. 72) G. R. S. Mijem em Lúcifer, julho 1897, pág. 353. 73) Março 1890, pág. 7. 74) G. R. S. Mijem em Lúcifer, julho 1897, pág. 354. 75) Veja-se The Vahan, dezembro 1891, pág. 8; The Theosophist, dezembro, Suplemento, pág. XXXII; e The Path, dezembro 1897, pág. 296. 76) G. R. S. Mijem em Lúcifer, julho 1897, pág. 353. 77) Prefácio à Terceira Edição Revisão, 1893. 78) Junho 1896, pág. 273. 79) Julho 1896, pág. 361. 80) Agosto 1896, pág. 449 e seguintes. 81) Veja-se The Theosophist, setembro 1897, pág. 766. 82) Agosto 1931, pág. 560. 83) The Theosophist, março 1922, pág. 534. 84) Declarações do James Morgan Pryse no The Canadian Theosophist, setembro 1926, págs. 140-1. Pryse teve a seu cargo The Theosophical Publishing Company Ltd., que publicou A DOUTRINA SECRETA e outra literatura teosófica. 85) Maio 1895, págs. 179-81. INTRODUÇÃO

1) Veja-se The Theosophist de junho de 1883. 2) Prefácio da edição original. 3) Mudanças ou modificações. (N. dos Tradutores). 4) Dão, na moderna fonética a China e tibetana Chhan, é o nome geral das escolas esotéricas e sua literatura. Nos antigos livros, a palavra Janna se define como “a reforma da gente mesmo por meio da meditação e o conhecimento”, um segundo nascimento interno. daqui Dzan Djan foneticamente, o Livro do Dzyan. Veja-se Edkins, Chinese Buddhism, pág. 129, nota. 5) Mr. Beglor, engenheiro chefe na Buddha Gâya e arqueólogo distinto, foi o primeiro em descobri-la, conforme acreditam . 6) Veja-se Ísis sem Véu, vol. II. 7) Introduction to the Science of Religion, pág. 23. 8) Ain i Akbâri, traduzido pelo Dr. Blochmann, chamado pelo Max Müller, ob. cit. 9) Tao-lhe-King, pág. XXVII. 10) Max Müller, ob. cit., pág. 114. 11) Eusebio. 12) Encontradas e demonstradas unicamente agora, mercê aos descobrimentos verificados pelo George Smith (veja-se seu Chaldean Account of Genesis); e que, graças a aquele falsificador armênio, extraviaram a todas as “nações civilizadas” durante 1.500 anos, lhes fazendo aceitar as derivações judias como direta Revelação Divina. 13) Egypt’s Agrada in History, I, 200. 14) Spence Hardy: The Legends and Theories of the Buddhists, pág. 66. 15) E. Schlagintweit: Buddhism in Tibet, pág. 77. 16) Lassen : (Ind. Altertumskunde, II, 1072), fala de um monastério buddhista ereto nos Montes Khilâs o ano 137 antes de nossa era; e o General Cunningham, de outro anterior. 17) Rev. J. Edkins: Chinese Buddhism, pág. 87. 18) Vejam-se como exemplo os discursos do Max Müller. 19) Ob. cit., pág. 118. 20) Ob. cit., pág. 318. 21) Asiatic Researches, I, pág. 272. 22) Estrangeiros, não pertencentes à raça ária. (N. dos Tradutores.) 23) Veja-se Max Müller, ob. cit., pág. 288 e sig. Isto se refere a hábil falsificação em folhas inseridas em um antigo monastério puránico, escritas em sânscrito arcaico e correto, de tudo que os panditas tinham ouvido o Coronel Wilford a respeito do Adam e Abraham, Noé e seus três filhos, etc. 24) De uma conferência do N. M. Prjevalsky. 25) Lün-Yü (- I. A.), Schott: Chinesische Literatur, pág. 7, chamado pelo Max Müller. 26) Life and Teachings of Confucius, pág. 96. 27) Na edição de 1888 dizia: “no Volume III desta obra”. 28) Ob. cit., pág. 257. 29) Da primeira edição inglesa. 30) O nome é usado no sentido da palavra grega ánthropos. 31) O rabino Jeshoshua Ben Chananea, que morreu por volta do ano 72 de nossa Era, declarou abertamente que tinha feito “milagres” por meio do livro Sepher-Yetzirah, e desafiava aos céticos. Franck, citando o Talmud babilônico, fala de outros dois taumaturgos, os rabinos Chanina e Oshoi. (Veja-se Jerusalem Talmud, Sanhedrín, cap. VII, &; e Franck, Die Kabalah, págs. 55, 56.) Muitos dos ocultistas, alquimistas e kabalistas da Idade Média pretenderam o mesmo, e até o último mago moderno, Eliphas Lévi, assegura-o publicamente em suas obras sobre magia. 32) Publicóse a primeira edição original de LA DOUTRINA SECRETA em 1888 . (N. do T.) PRÓLOGO PÁGINAS DE UNS ANAIS PRÉ-HISTÓRICOS 1) Quase não é necessário recordar ao leitor que as expressões Pensamento Divino, Mente Universal não devem considerar-se determinando nem mesmo vagamente um processo

intelectual parecido ao que se manifesta no homem. O “Inconsciente”, segundo von Hartmann, chegou ao vasto plano da criação, ou mas bem da evolução, “por meio de uma sabedoria clarividente superior a toda consciência”, a qual, na linguagem vedantino, significa Sabedoria absoluta. Unicamente os que conhecem o muito que se remonta a intuição sobre os lentos procedimentos do raciocínio, poderão formar o mais débil conceito daquela absoluta Sabedoria, que transcende as idéias de Tempo e Espaço. A mente, tal qual a conhecemos, resolve em uma série de estados de consciência, cuja duração, intensidade, complexidade e demais qualidades são variáveis, fundados todos na sensação, em último término, a qual a sua vez é Mâyâ. A sensação, além disso, implica necessariamente limitação. O Deus pessoal do Deísmo ortodoxo, percebe, pensa e é afetado pela emoção; arrepende-se e experimenta “fera cólera”. Mas a noção de semelhantes estados mentais leva claramente consigo o inconcebível postulado da exterioridade dos estímulos excitantes, por não dizer nada da impossibilidade de atribuir a imutabilidade a um ser cujas emoções fluctúan com os sucessos que têm lugar nos mundos que preside. O conceito de um Deus Pessoal como imutável e infinito, é, portanto, antipsicológico, e o que é pior, antifilosófico. 2) Platão demonstra ser um Iniciado quando diz no Cratylus, que ... é derivado do verbo ...., mover, correr, porque os primeiros astrônomos que observaram os movimentos dos corpos celestes, chamaram os planetas ...., deuses. Mais tarde a palavra produziu outra .... - o fôlego de Deus. 3) Os nominalistas, argüindo com Berkeley que “é impossível... formá-la idéia abstrata do movimento independentemente do corpo que se move” (Principles of Human Knowledge, Introdução, parágrafo 10), podem perguntar: O que é o corpo produtor de tal movimento? É uma substância? Então criem em um Deus Pessoal?, etc. A isto se responderá depois, em parte avançada deste livro; enquanto isso reclamamos nossos direitos de concepcionalistas como opostos às opiniões materialistas do Roscelini, respeito ao Realismo e ao Nominalismo. “revelou algo a ciência -diz Edward Clodd, um de seus mais hábeis defensores- que debilite ou se oponha às antigas palavras em que se encontra expressa a essência de todas as religiões passadas, pressente ou futuras; isto é, conduzir-se com retidão, ser compassivo e permanecer humilde ante Deus?” E estamos de acordo com tal que entendamos pela palavra Deus, não o cru antropomorfismo, que é ainda a coluna vertebral de nossa teologia corrente, a não ser o simbólico conceito daquilo que é Vida e Movimento do Universo, conhecer o qual, na ordem física, é conhecer o tempo passado, presente e futuro, na existência das sucessões de fenômenos; e conhecer o qual, na ordem moral, é conhecer o que foi, é e será, dentro da humana consciência. (Veja-se Science and the Emotions. Discurso pronunciado na South Agrada Chapel, Finsbury, London, dezembro 27, 1885). 4) Ísis Unveiled, II, págs. 264-65. 5) Rig Veda. 6) Os matemáticos ocidentais e alguns kabalistas americanos dizem que também na Kabalah “o valor do nome Jehovah é o do diâmetro de um círculo”. Acrescente-se a isto que Jehovah é o terceiro dos Sephiroth, Binah, palavra feminina, e se terá a chave do mistério. Este nome, que é andrógino nos primeiros capítulos da Gênese, converte-se por meio de certas transformações kabalistas, em masculino, cainita e fálico. A eleição de uma deidade entre os deuses pagãos, o constitui-la em um deus nacional para invocá-la como ao “Deus Um Vivo”, o “Deus dos Deuses”, e o proclamar este culto monoteísta, não pode converter a tal deidade no Princípio Um, cuja “Unidade não admite multiplicidade, mudança, nem forma”, nem muito menos no caso de uma deidade priápica, como hoje se demonstrou que é Jehovah. 7) Veja-a muito significativa obra The Source of Measures, aonde o autor explica a significação verdadeira da palavra Sacr’, da qual se derivam “sagrado”, “sacramento”, palavras que vieram a ser sinônimos de santidade, embora sejam puramente fálicas. 8) Mândûkya Upanishad, I, 28. 9) Bodhimür: Livro II. 10) Veja o Vedânta Sâra, pelo Maior G. A. Jacob, assim como também The Aphorisms of Shândilya, traduzidos pelo Cowell, página 42. 11) Aitareya Upanishad. 12) Entretanto, orientalistas cristãos cheios de prejuízos, e mas bem fanáticos que outra coisa, pretendem provar que isto é puro ateísmo. Como prova disto, veja-se Vedânta Sâra, do Maior Jacob. E, entretanto, a antigüidade inteira repete este pensamento: Omnis enim per se divom natura necesse est

Immortali aevo summa cum pasta fruatir conforme diz Lucrecio; - um conceito puramente vedantino. 13) Os mesmos nomes das duas principais deidades, Brahmâ e Vishnu, faz tempo que deviam ter sugerido suas significações esotéricas. Brahman ou Brahm, é derivado por alguns da raiz brih, crescer ou desdobrar (veja-se Calcutta Review, vol. LXVI, pág. 14); Vishnu, da raiz wish, penetrar, entrar na natureza da essência; sendo assim Brahmâ-Vishnu o Espaço infinito, do qual os Deuses, os Rishis, os Manus e tudo neste Universo, são simplesmente as potências (Vibhûtayah). 14) Veja-se no Manu a relação do Brahmâ separando seu corpo em macho e em fêmea; esta última a fêmea Vâch, em quem cria ao Virâj; e compare-se isto com o esoterismo dos capítulos II, III e IV da Gênese. 15) O Ocultismo, certamente, acha-se “na atmosfera” ao final deste nosso século. Entre outras muitas obras recentemente publicadas, recomendamos especialmente uma aos estudantes do Ocultismo teórico que não queiram aventurar-se além da esfera de nosso plano humano particular. Seu título é: New Aspects of Life and Religion, pelo Henry Pratt, M. D. Está cheia de dogmas e filosofia esotéricos; esta última mas bem limitada em seus capítulos finais, por isso parece um espírito de positivismo condicionado. Entretanto, o que diz do espaço, como “Primeira Causa Desconhecida”, merece citar-se: “Este um pouco desconhecido, reconhecido assim como forma corpórea primária da Unidade Simples, e identificado com ela, é invisível e impalpável” (como espaço abstrato, concedido); e posto que é invisível e impalpável, é, portanto, incognoscible. E esta incognoscibilidad conduziu ao engano de supor que é um simples vazio, uma mera capacidade receptiva. Mas até considerado como vazio absoluto, tem que admitir-se que o espaço é, ou já existente por si mesmo, infinito e eterno, ou que tenha tido uma primeira causa fora dele, detrás e além dele mesmo”. “E entretanto, mesmo que tal causa pudesse encontrar-se e definir-se, isto equivaleria tão somente a transferir os atributos que de outra maneira correspondem ao espaço, não fazendo-se assim mais que rechaçar a dificuldade da origem um passo mais atrás, sem obter nenhuma luz mais quanto à primeira causa”. (Ob. cit., pág. 5). Isto é precisamente o que têm feito os crentes em um Criador antropomórfico, posto no lugar de um Deus intracósmico. Muitos, e até podemos dizer que a maior parte dos assuntos tratados pelo Dr. Pratt, são antigas idéias e teorias kabalistas que apresenta em uma forma completamente nova: “Novos Aspectos” do Oculto na Natureza, certamente. O espaço, entretanto, considerado como uma Unidade Substancial (a Fonte vivente da Vida), é, como a causa sem causa Desconhecida, o mais antigo dogma do Ocultismo, milhares de anos mais antigo que o Pater-AEther dos gregos e latinos. Assim são a “Força e a Matéria, como Potências do Espaço, inseparáveis e reveladoras incógnitas do desconhecido”. Todas elas se encontram na filosofia ária, personificadas pelo Vizvakarman, Indra, -Vishnu, etc., etc. Entretanto, estão expressas, muito filosoficamente e baixo muitos aspectos não comuns, na obra anteriormente citada. 16) Em oposição ao Universo manifestado da matéria, a palavra Mûlaprakriti (de mûla, raiz, e prakriti, natureza), ou a matéria primitiva não manifestada -chamada pelos alquimistas ocidentais Terra do Adam- é aplicada pelos vedantinos ao Parabrahman. A matéria é dual na metafísica religiosa, e septenaria nos ensinos esotéricos, como toda outra costure no Universo. Como Mûlaprakriti, é não diferenciada e eterna; como Vyakta, deve ser diferenciada e condicionada segundo o Shvetâshvatâra Upanishad, I, 8, e o Devî Bhâgavata Purâna. O autor das quatro conferências sobre o Bhagavad Gitâ, diz falando do Mûlaprakriti: “Desde seu (do Logotipos) ponto de vista objetivo, Parabrahman lhe aparece como Mûlaprakriti... É obvio, que este Mûlaprakriti é material para ele, como qualquer objeto material o é para nós... Parabrahman é uma realidade incondicionada e absoluta, e Mûlaprakriti é uma espécie de véu jogado sobre aquele”. (Theosophist, vol. VII, pág. 304). 17) Considerando a filosofia esotérica como Mâyâ (ou a ilusão da ignorância), todas as coisas finitas, débito necessariamente olhar do mesmo modo todos os corpos e planetas intracósmicos, vendo que são um pouco organizado, e portanto, finito. assim, a expressão “procede de fora dentro, etc.”, refere-se na primeira cláusula à aurora do Mahâmanvantara, ou grande nova evolução, depois de uma das dissoluções periódicas completas de todas as formas compostas da natureza em sua última essência ou elemento, do planeta à molécula; e em sua

segunda cláusula, à a Manvántara parcial ou local, o qual pode ser solar ou tão somente planetário. 18) Por Centro se entende um centro de energia ou um foco cósmico: quando a chamada “Criação”, ou formação de um planeta, é verificada pela força que os ocultistas designam como Vida, e a ciência como Energia, então o processo tem lugar de dentro fora, considerando-se que todos os átomos contêm em si mesmos a energia criadora do Fôlego divino. Assim é que, enquanto depois de um Pralaya Absoluto, quando o material te preexistam consiste só de Um Elemento e o Fôlego “está em todas partes”, este último obra de fora dentro, depois de um Pralaya Menor, tendo permanecido tudo em statu quo -em um estado de esfriamento por dizê-lo assim, como a lua- ao primeiro estremecimento do Manvántara, o planeta ou planetas começam sua volta à vida de dentro fora. 19) É curioso observar como, nos céus evolucionarios das idéias, o pensamento antigo parece refletir-se na especulação moderna. Tinha lido e estudado Mr. Herbert Spencer aos antigos filósofos indos, quando escreveu certa passagem em seus First Principles (pág. 482) ? Ou é, acaso, um relâmpago independente de percepção interna, o que lhe faz dizer semicorrectamente: “Estando fixados em quantidade (?) o movimento quão mesmo a matéria, parece que ao chegar a um limite em qualquer direção a mudança da distribuição da matéria levado a cabo pelo movimento (?), este último elemento indestrutível teria que necessitar uma distribuição em sentido inverso. Ao parecer, as forças universalmente coexistentes de atração e de repulsão, que, como vimos, atuam ritmicamente em tudas as mudanças menores do Universo inteiro, atuam também ritmicamente na totalidade de suas mudanças, produzindo umas vezes um período incomensurável durante o qual, preponderando as forças repulsivas, causam a difusão universal -eram alternas de evolução e dissolução”. 20) Quaisquer que sejam as opiniões da ciência física sobre este assunto, a ciência oculta ensinou durante compridos períodos que Âkâsha (do qual o Éter é a forma mais grosseira), o quinto Princípio Cósmico universal -ao qual corresponde, e do qual procede o Emana humano- é, cósmicamente, uma matéria radiante, fria, diatérmana e plástica, criadora em sua natureza física, correlativa em seus aspectos e criadora é chamada a Sub-Raiz; e em conjunção com o calor radiante, “volta para a vida mundos mortos”. Em seu aspecto superior, é a Alma do Mundo; em seu aspecto inferior, é o Destruidor. 21) Hypoth, 1675. 22) Seidad: neologismo que nos vimos obrigados a introduzir para traduzir a palavra inglesa B-ness, que é também um neologismo. Indica o algo que faz que o Ser seja; a qualidade do Ser. (N. do T.) 23) “Primeira”, pressupõe necessariamente algo que “é o primeiro aparecido”, “o primeiro em tempo, espaço e categoria”; e, portanto, finito e condicionado. O “primeiro” não pode ser o Absoluto, porque é uma manifestação. assim, o Ocultismo oriental chama ao Tudo Abstrato a Causa Uma sem Causa, a Raiz sem Raiz, e aplica o Primeira nome Causa” aos Logotipos, no sentido que Platão dá a esta palavra. 24) Vejam-nas quatro eruditas conferências do T. Subba Row, sobre o Bhagavad Gitâ, no The Tehosophist de fevereiro de 1887. 25) Chamados Arcanjos, Serafines, etc., pela Teologia cristã. 26) “Peregrino” é o nome dado a nossa Mónada (os Dois em um) durante seu ciclo de encarnações. É o único Princípio imortal e eterno que existe em nós, sendo uma porção indivisível do todo integral, o Espírito Universal, do qual emana, e no qual é absorvida ao final do ciclo. Quando se diz que emana do Espírito Um, emprega-se uma expressão tosca e incorreta, por falta de palavras próprias. Os vedantinos a chamam Sûtrâtmâ (Alma-fio); mas suas explicações diferem algo das dos ocultistas; explicar estas diferenças é assunto dos vedantinos. 27) Não são os organismos físicos os que permanecem em statu quo, e menos ainda seus princípios psíquicos, durante os grandes Pralayas Cósmicos ou os Revestir, a não ser unicamente suas fotografias, âkâshicas ou astrais. Mas durante os Pralayas Menores, os planetas, uma vez sumidos na “Noite”, permanecem intactos, até que mortos, à maneira de um enorme animal que, sepultado nos gelos polares, conserva-se o mesmo durante compridos períodos. 28) Isto é: Brahmâ, Vishnu e Shiva. (N. dos Tradutores). 29) Spencer, apesar de que quão mesmo Schopenhauer e que von Hartmann, unicamente refletiu um aspecto dos antigos filósofos esotéricos, e, portanto, conduz a seus leitores a lúgubre arremata do desespero gnóstica, reverentemente formula assim o grande

mistério: “o que permanece imutável em quantidade, embora sempre trocando de formas baixo estas aparências sensíveis que o Universo nos apresenta, é um poder desconhecido e incognoscible, ao que nos vemos obrigados a reconhecer como ilimitado no Espaço, e sem princípio nem fim no Tempo”. Só a Teologia pretensiosa se atreve a medir o Infinito e a abrir o véu que cobre ao Insondável e Incognoscible; jamais o faz a Ciência nem a Filosofia. PRIMEIRA PARTE A EVOLUÇÃO CÓSMICA A EVOLUÇÃO CÓSMICA NAS SETE ESTADIAS DO LIVRO DO DZYAN ESTADIA I 1) Na tradução inglesa do sânscrito, os números se citam nesta linguagem: Eka, Chatur, etc. Se acreditou preferível dá-los em espanhol. (N. do T.) COMENTÁRIOS ESTADIA I A NOITE DO UNIVERSO 1) O Espaço. 2) No livro II, C. VIII do Vishnu Purâna, declara-se: “Por imortalidade se entende a existência até o fim do Kalpa”; e Wilson, seu tradutor, observa em uma nota: “Isto, segundo os Veda, é tudo o que deve compreender-se da imortalidade (ou eternidade) dos deuses; estes perecem ao final da dissolução universal (ou Pralaya)”. E a Filosofia Esotérica diz: “Eles não ‘perecem’, mas sim são reabsorvidos”. 3) Seres celestiales. 4) E, portanto, para manifestá-la. 5) Nirvâna, Nippang na China; Neibban na Birmania; Moksha na Índia. 6) Nidâna e Mâyâ. As Doze” Nidânas (em tibetano Tenha-brel Chug-nyi) são as causas principais da existência, efeitos engendrados por um encadeamento de causas produzidas. 7) Veja-se Wassilief: Der Buddhismus, págs. 97-128. 8) O término “Roda” é a expressão simbólica para um mundo ou globo, o qual demonstra que os antigos se davam conta de que nossa Terra era um globo que girava, e não um quadrado imóvel como ensinaram alguns Pais cristãos. A “Grande Roda” é a duração completa de nossa Cadeia especial de sete Globos ou Esferas desde o começo até o fim; as “Pequenas Rodas” significam as Rondas, das quais existem também sete. 9) A perfeição Absoluta, Paranirvâna, que é Yong-Grub. 10) Veja-se Dzungarian Mani Kumbum, o “Livro dos 10.000 Preceitos”. Consulte-se também Der Buddhismus do Wassilief, págs. 327 e 357, etc. 11) Para expressá-lo com maior claridade: Tem um que adquirir a verdadeira Consciência de Si mesmo, para compreender Samvriti ou a “origem da ilusão”. Paramârtha é o sinônimo do término Svasamvedanâ, ou a “reflexão que se analisa a si mesmo”. Existe uma diferença na interpretação do significado da Paramârtha entre os Yogâchâryas e os Madhyamikas, nenhum dos quais, entretanto, explica o sentido real, verdadeiro e esotérico da expressão. 12) Na Índia lhe chama “O Olho da Shiva”; mas além da grande cordilheira é conhecido na fraseología esotérica pelo “Olho Aberto da Dangma”. Dangma significa alma desencardida, um que se converteu na Jivanmukta, o adepto mais elevado, ou mas bem aquele a quem lhe dá o nome da Màhâtma Seu “Olho Aberto” é o olho interno e espiritual do vidente; e a faculdade que por meio do mesmo se manifesta, não é a clarividência como a compreende geralmente, ou seja o poder de ver distância, mas sim mas bem a faculdade de intuição espiritual, por cujo meio se pode obter o conhecimento direto e certo. Essa faculdade se acha

intimamente relacionada com o “terceiro olho”, atribuído pela tradição mitológica a certas raças de homens. 13) Vishnu Purâna, I, 21. 14) E, entretanto, uma pretendida autoridade, ou seja, Sir Monier Williams, catedrático numerário de sânscrito em Oxford, negou precisamente este fato. Hei aqui o que ensinava a seu auditório em 4 de junho de 1888, em seu discurso anual ante o Instituto Vitória da GrãBretanha: “Em sua origem, o Buddhismo se opõe a todo ascetismo solitário... para alcançar as sublime alturas do conhecimento. Não tinha nenhum sistema de doutrina, nem oculto nem esotérico... afastado dos homens vulgares”. (!!) E além disso: “... Quando Gautama Buddha começou sua carreira, a última e inferior forma de Ioga parece ter sido pouco conhecida”. E logo, contradizendo-se a si mesmo, o sábio conferencista diz em seguida a seu auditório: “Sabemos pelo Lalita-Vistara que as diversas formas de tortura corporal, de própria maceração e de austeridade, eram comuns em tempo da Gautama”. (!!) Mas o orador parece desconhecer por completo que esta espécie de tortura e de própria maceração, é precisamente a forma inferior de Ioga, Hatha Ioga, a qual era “pouco conhecida”, e, entretanto, tão “comum” em tempo da Gautama. 15) Pretende-se igualmente que todas as Seis Darshanas (escolas de filosofia) apresentam rastros da influência da Buddha, estando, ou tiradas do buddhismo, ou sendo devidas a ensinos gregos. (Veja-se Weber, Max Müller, etc.) Nos achamos baixo a impressão de que Colebrooke, “a autoridade maior” em semelhantes matérias, faz comprido tempo que resolveu a questão, demonstrando que “os indos eram neste caso os professores e não os discípulos”. 16) Alma, como base de tudo, Anima Mundi. 17) Absoluto Ser e Consciência, os quais são Absoluto Não-Ser e Inconsciência. 18) “Paramârthasatya” é própria consciência; Svasamvedanâ, ou a reflexão que se analisa a si mesmo; de duas palavras, parama por cima de todas as coisas, e artha compreensão; significando satya o ser verdadeiro e absoluto, ou seja-se. Em tibetano, Paramârthasatya é Dondampaidenpa. O oposto a esta realidade absoluta, é Samvritisata -a verdade relativa somente-; pois Samvriti significa “falso conceito”, e é a origem da ilusão, Mâyâ; em tibetano Kundzabchidenpa, “aparência criadora de ilusão”. 19) Aphorisms of the Bhodhisattvas. 20) Âryâsanga foi um Adepto precristiano e fundador de uma escola esotérica buddhista, apesar de que Csoma do Koros lhe coloca, por razões que ele saberá, no sétimo século da Era Cristã. existiu outro Âryâsanga que viveu durante os primeiros séculos de nossa Era, e o mais provável é que o sábio húngaro os confunda. 21) Vishnu Purâna, I, pág. 20. 22) Vishnu Purâna, Wilson, I, 21; chamado do Vayu Purâna 23) Quero dizer Própria Consciência Finita. Porque, como pode o Absoluto alcançá-la a não ser simplesmente como um aspecto, dos quais, o mais elevado dos que conhecemos, é a consciência humana? 24) Espírito Absoluto. (N. dos Tradutores). 25) Veja-se Handbook of the History of Philosophy do Schwegler na tradução do Sterling, pág. 28. 26) Vajrapâni ou Vajradhara significa possuidor do diamante; em tibetano Dorjesempa, sempa, significando a alma; e sua qualidade diamantina se refere a sua indestrutibilidade no futuro. A explicação com respeito “à Anupâdaka” dada no Kâla Chakra, o primeiro na divisão Gyut do Kanjur, é semiesotérica. conduziu aos orientalistas a especulações errôneas em relação aos Dhyâni-Buddhas, e suas correspondências terrenas, os Mânuchi-Buddhas. A significação verdadeira acha-se indicada em um volume subseqüente, e será explicada com maior extensão em seu lugar devido. 27) Citando de novo ao Hegel que, com o Schelling, aceitou virtualmente o conceito panteísta dos Avatâras periódicos (encarnações especiais do Espírito do Mundo no Homem, como se vêem no caso de todos os grandes reformadores religiosos): “A essência do homem é o espírito... unicamente despojando-se de seu modo de ser finito e rendendo-se por própria vontade à pura consciência de si mesmo, é como alcança a verdade. Cristo-homem, como homem em quem a Unidade de Deus-homem (identidade da consciência individual com a universal, conforme o ensinado pelos vedantinos e alguns adwaitis) manifestava-se, apresentou em sua morte e em sua história em geral, a história eterna do Espírito, história que

cada homem tem que levar a prática em si mesmo, com objeto de existir como Espírito”. Philosophy of History. Tradução inglesa do Sibree, pág. 340. ESTADIA II A IDÉIA DE DIFERENCIAÇÃO 1) Chohánico, Dhyâni-Búddhico. 2) Rûpa. 3) Arûpa. 4) “Mãe dos Deuses”, Aditi ou Espaço cósmico. No Zohar, é chamada Sephira, a Mãe dos Sephiroth, e Shekinah em sua forma primitiva in abscondito. 5) Por isso, Não-Ser é “Absoluto Ser”, na filosofia esotérica. Segundo seus princípios, até Âdi-Buddha (Primeira sabedoria ou primitiva), é em um sentido Ilusão ou Mâyâ enquanto está manifestada, posto que todos os deuses, incluindo o Brahmâ, têm que morrer ao fim da Idade do Brahmâ; sendo a abstração chamada Parabrahman unicamente, a Realidade Uma e Absoluta, já a chamemos Ain Suph, ou já, como Herbert Spencer, o Incognoscible. A Existência Uma sem segundo é Advaita “Que não tem Segundo”, e todo o resto é Mâyâ, segundo insígnia a filosofia advaita. 6) Movimento. 7) Wilson, I, iV. 8) Mãe-Lótus. 9) Expressão antipoética, mas, entretanto, muito gráfica. 10) Gross: The Heathen Religion, pág. 195. 11) Precepts for Ioga. 12) Um vedantino da filosofia Visishthadvaita diria que, apesar de ser a única Realidade independente, Parabrahman é inseparável de sua trindade. Que Ele é três: “Parabrahman, Chit e Achit”; sendo as duas últimas, Realidades dependentes incapazes de existir separadamente; ou para expressá-lo com maior claridade; Parabrahman é a Substância -imutável, eterna e incognoscible- e Chit (Âtmâ), e Achit (Anâtmâ) são suas qualidades, como a forma e a cor são as qualidades de qualquer objeto. Os duas são a vestimenta ou corpo, ou mas bem aspecto (sharira) do Parabrahman. Mas um ocultista encontraria muito que dizer quanto a esta opinião, e o mesmo um vedantino advaiti. ESTADIA III O DESPERTAR DO KOSMOS 1) Man é Homem em inglês, e igual som com leves variantes tem a mesma palavra em várias outras línguas. (N. do T.) 2) Simultaneamente. 3) Movem-se. 4) Periódico. 5) Wilson, Vishnu Purâna, I, 40. 6) Triângulo. 7) Quaternário. 8) Hiranyagarbha. 9) As três hipóstasis do Brahmâ ou Vishnu, os três Avasthâs. 10) O Número verdadeiramente; mas jamais o Movimento. O Movimento é o que dá origem aos Logotipos, o Verbo em Ocultismo. 11) As “Quatorze coisas preciosas”. A narração ou alegoria acha-se no Shatapatha Brâhmana e em outras obras. A Ciência Secreta japonesa dos místicos buddhistas, o Yamabushi, tem “sete coisas preciosas”. Mais adiante nos ocuparemos delas. 12) “O original para Entendimento é Sattva, que Shankara traduz pela Antaskarana. “Desencardido” -diz- “por sacrifícios e outras obras santificantes”. No Katha, na página 148, diz Shankara que Sattva significa Buddhi: acepção geral da palavra” (Bhagavad-Gitâ, etc., traduzido pelo Kâshinath Trimbak Telang, M. A.; chamado pelo Max Müller, página 193).

Qualquer que seja a significação dada pelas diversas escolas ao término Sattva é o nome dado pelos ocultistas da escola Âryâsanga à a Mónada dual, ou Âtmâ-Buddhi; e Âtmâ-Buddhi neste plano corresponde ao Parabrahman e Mûlaprakriti no plano superior. 13) Amrita. 14) Anciens Fragments, do Cory, pág. 314. 15) On Rosenkranz. 16) I, 2. 17) Juan, I, 4. 18) Lanú é um aluno, um chela que estuda Esoterismo prático. 19) “A quem você conhece agora como Kwan-Shai-Yin”.-Coment. 20) “Tridasha”, ou trinta, três vezes dez, é uma alusão às deidades Védicas, em números redondos, ou com maior precisão 33, um número sagrado. São os 12 Âdityas, os 8 Vasus, os 11 Rudras e 2 Ashvins, os filhos gêmeos do Sol e do Céu. Este é o número fundamental do Panteão Indo, o qual enumera 33 “crores”, ou trezentos e trinta milhões de deuses e deusas. 21) Estrelas. 22) O espaço Superior. 23) Elemento. 24) A Sophia dos gnósticos, “a Sabedoria”, que é “a Mãe” da Ogdóada (Aditi, em certo sentido, com seus oito filhos), é o Espírito Santo e o Criador de tudo, como nos antigos sistemas. O Pai” é uma invenção muito posterior. O primeiro dos Logotipos manifestados era feminino em todas partes; a mãe dos sete poderes planetários. 25) Veja-se Chinese Buddhism, pelo Reverendo Joseph Edkins, que sempre cita feitos exatos, embora suas conclusões são com muita freqüência errôneas. 26) “Eka” é Um, em sânscrito. Como algumas vezes no transcurso desta obra se citam os números em sânscrito, é conveniente que o leitor os conheça: eka um, dvi ou dvá dois, tri lhes, châtur quatro, páñchan cinco, xaz seis, sáptan sete, áxtan cozido, návan nove, dázan dez. (N. do T.) 27) Livro do Sarparâjni. 28) “Deus o Pai” significa indubitavelmente aqui o sétimo princípio no Homem e no Kosmos, sendo este princípio inseparável em sua Seja-se e Natureza, do sétimo princípio cósmico. Em um sentido é o Logotipos dos gregos e o Avalokiteshvara dos “Buddhistas” esotéricos. 29) Edição do Fitzeward Hall na Biblioteca Índica, pág. 16. 30) Anugitâ, cap. XXVI, tradução do K. T. Telang, pág. 333. 31) Eu-ísmo ou Ego-ísmo; da voz sânscrita aham, eu. 32) Veja-se Abydos do Mariette, II, 63, e III, 413, 414, Nº 1.122. 33) Livro do Dzyan, III. 34) Od é a Luz pura que dá a vida, ou fluido magnético; Ob, o mensageiro de morte usado pelos feiticeiros, o fluido daninho e mau; Aour é a síntese dos dois, propriamente a Luz Astral. Podem dizer os filólogos por que Od, término usado pelo Reichenbach para denominar o fluido vital, é também uma palavra tibetana que significa luz, resplendor, brilhantismo? Também significa “céu” em um sentido oculto. De onde vem, pois, a raiz da palavra? Mas Âkâsha não é por completo o Éter, a não ser algo muito mais elevado que este, como se mostrará. 35) Isto é também parecido às doutrinas do Fichte e dos panteístas alemães. O primeiro concha ao Jesus como ao grande professor que inculcou a unidade do espírito do homem com o Espírito de Deus ou Princípio Universal (a doutrina Advaita). Difícil é encontrar uma só especulação na metafísica ocidental que não tenha sido antecipada pela filosofia arcaica oriental. Desde o Kant ao Herbert Spencer, tudo se reduz unicamente a um eco mais ou menos desnaturado das doutrinas Dvaita, Advaita e vedantinas em geral. 36) Veja o Dictionary of Hindu Mythology , do Dowson, pág. 57. 37) Que o gênero do ave seja cygnus, anser ou pelicanus importa pouco, pois é um ave aquática flutuando ou nadando sobre as águas a maneira do Espírito, e saindo depois daquelas águas para dar nascimento a outros seres. A verdadeira significação do símbolo do Grau Dezoito da Rosa-Cruz, é esta precisamente, embora foi mais tarde poetizado no sentimento maternal do pelicano que se rasga o peito para alimentar com seu sangue a seus sete pequenos.

38) A razão pela que proíbe Moisés comer o pelicano e o cisne (Deuteronomio, XIV, 16, 17), classificando a ambos entre as aves impuras, e permite comer “lagostas, escaravelhos, cigarras e os de sua espécie (Levítico, XI, 22), é puramente fisiológica, e tem que ver com o simbolismo místico tão somente no que se refere a que a palavra “impura”, quão mesmo qualquer outra, não deve ser compreendida literalmente; pois é esotérica igual ao resto, e pode significar o mesmo “santo” como não significá-lo. É um véu muito significativo em conexão com certas superstições, por exemplo, a do povo russo que não come pombinhos; não por ser “impuros”, mas sim porque se atribui ao “Espírito Santo” o haver-se aparecido em forma de pomba. 39) O caos. 40) Não os alquimistas da Idade Média, a não ser os Magi e adoradores do Fogo, de quem os rosacruzes ou os filósofos per ignem, os sucessores dos teurgistas, tomaram todas suas idéias referentes ao Fogo, como elemento místico e divino. 41) Ísis Unveiled, I, 146. 42) “Para” tem o sentido de além de, fora de. 43) Purusha. 44) Prakriti. 45) I, I, 7. 46) O Tecido. 47) O Pai. 48) A Raiz da Matéria. 49) Os Elementos com seus respectivos Poderes ou Inteligências. 50) Popular Astronomy, págs. 507, 508. 51) American Journal of Science, julho, 1870. 52) World Life, Winchell, págs. 83-5. 53) Dos átomos. 54) O Universo. 55) A Luz Primitiva. 56) Isto se diz no sentido de que a chama de um fogo é inesgotável, e de que as luzes do Universo inteiro poderiam ser acesas em uma lamparina de noite sem diminuir a chama. ESTADIA IV AS HIERARQUIAS SEPTENARIAS 1) Tradução do Telang, cap. VIII, pág. 80. 2) Deuteronomio, IV, 24. 3) Tesalonicense, i, 7, 8. 4) Feitos, II, 3. 5) Apocalipse, XIX, 13. 6) Tradução do Telang, Sacred Book of the East, VIII, 278. 7) Os Dhyân Chohans. 8) Sem forma. 9) Com Corpos. 10)Os Pitris. 11) O quatro, representado nos números ocultos pela Tetraktys, o Quadrado Sagrado ou Perfeito, é um Número Sagrado entre os místicos de todas as nações e raças. Tem a mesma significação no Bramanismo, no Buddhismo, na Kabalah e nos sistemas numéricos egípcio, esquento e outros. 12) Na Kabalah, os mesmos números, isto é, 1065, são um valor do Jehovah, posto que os valores numéricos das três letras que compõem seu nome -Jod, Vau e dois Hei- são respectivamente 10 (...), 6 (...) e 5 (...); ou também três vezes sete, 21. “Dez é a Mãe da Alma, porque a Vida e a Luz estão nele unidas” -diz Hermes-. “Pois o número um nasceu que Espírito, e o número dez da Matéria (o Caos feminino); a unidade tem feito o dez, o dez a unidade” (Book of the Keys). Por meio da Temura, o método anagramático da Kabalah, e o conhecimento do 1065 (21), pode obter uma ciência universal no referente ao Cosmos e a seus mistérios (Rabbi Yogel). Os rabinos consideram os números 10, 6 e 5 como os mais sagrados de todos.

13) Terá que dizer ao leitor que um kabalista americano tem descoberto agora o mesmo número para os Elohims. Os judeus o receberam de Esquenta. Veja-se “Meteorologia Hebréia” na Masonic Review, julho 1885, McMillan Lodge, Nº 141. 14) No Egito encontramos a mesma expressão. Mout significa por um lado “Mãe”, e apresenta o caráter que lhe era atribuído na Tríada daquele país. Era tanto a mãe como a esposa do Ammon, sendo um dos principais títulos do Deus o de “marido de sua mãe”. À deusa Mout, ou Mut, a invoca como “Nossa Senhora”, reina-a dos Céus” e da Terra”, compartilhando assim estes títulos com a outra mãe deusa, Ísis, Hathor, etc. (Maspero). 15) As Faíscas. 16) A permutação do Oeaohoo. O significado literal da palavra é, entre os ocultistas orientais do Norte, um vento circular, um torvelinho; mas neste caso é um término que expressa o incessante e eterno Movimento Cósmico, ou mas bem, a Força Motriz, aceita tacitamente como a Deidade, mas jamais nomeada. É a eterna Kârana, a Causa sempre ativa. 17) VI, 15. O Anugitâ forma parte do Ashvamedha Parvan do Mahâbhârata. O tradutor do Bhagavad-Gitâ, editado pelo Max Müller, considera-a como uma continuação do BhagavadGitâ. Seu original é um dos Upanishads mais antigos. 18) Isto demonstra que os modernos metafísicos, somados a todos os passados e pressente Hegels, Berkeleys, Schopenhauers, Hartmanns, Herbert-Spencers, e até os HyloIdealistas modernos, não são mais que os pálidos copistas da antigüidade venerável. 19) O conhecimento desta lei ajuda ao Arhat e lhe permite verificar seus Siddhis ou fenômenos diversos, tais como a desintegração da matéria, o transporte de objetos de um lugar a outro, etc. 20) Estes são antigos Comentários acrescentados com glosas modernas às Estadias; pois aqueles, com sua linguagem simbólica, são em geral tão difíceis de compreender como as Estadias mesmas. 21) Em uma obra científica de polêmica, The Modern Genesis (pág. 48), o Reverendo W. B. Slaughter, criticando a posição assumida pelos astrônomos, diz: “É de sentir que os defensores desta teoria (a nebular) não tenham entrado mais na discussão deste assunto (o princípio da rotação). Nenhum condescende a nos dar a razão disso. De que modo comunica à massa um movimento rotatório o esfriamento e a contração da mesma?” (Chamado pelo Winchell, World-Life, pág. 94). Não é a ciência materialista quem pode resolvê-lo. “O Movimento é eterno no inmanifestado, e periódico, no manifesto” -diz um ensino oculto-. “Acontece que quando o calor, causado pelo descida da Chama na matéria primitiva, faz mover suas partículas, esse movimento se converte em Torvelinho”. Uma gota de líquido assume uma forma esferoidal, por mover-se seus átomos em volto de si mesmos em sua essência última, irresoluble e noumenal; irresoluble de todos os modos para a ciência física. Mais adiante se tratará amplamente deste assunto. 22) A x, a quantidade desconhecida. 23) O qual faz Dez, ou o número perfeito, aplicado ao “Criador”, o nome dado à totalidade dos Criadores fundidos em Um pelos monoteístas, quão mesmo os “Elohim”, Adam Kadmon ou Sephira, a Coroa, são a síntese andrógina dos dez Sephiroth que constituem o símbolo do Universo manifestado na Kabalah vulgar. Os kabalistas esotéricos, entretanto, seguindo aos ocultistas orientais, separam do resto ao triângulo superior Sephirotal (ou Sephira, Chokmah e Binah), com o que ficam sete Sephiroth. Quanto ao Svabhâvat, os orientalistas explicam o término como significando a matéria plástica universal difundida através do espaço, notando-se talvez algo no Éter da Ciência. Mas os ocultistas o identificam com “o Pai-Mãe”, no plano místico. 24) Arûpa. 25) Círculo sem limites. 26) Subjetivo, sem forma. 27) Bhâskara. 28) Isto se refere ao Pensamento abstrato e à Voz concreta ou a manifestação daquele, o efeito da causa. Adam Kadmon ou o Tetragrammaton é o Logotipos na Kabalah. portanto, esta Tríada responde na última ao Triângulo mais elevado do Kether, Chokmah e Binah, sendo esta uma potência feminina, e ao mesmo tempo o Jehovah varão, como participando da natureza do Chokmah ou a Sabedoria masculina. 29) A Doutrina Secreta ensina que o Sol é uma estrela central, e não um planeta. Mas os antigos conheciam e reverenciavam sete grandes deuses, excluindo o Sol e a Terra. Qual era aquele “Deus do Mistério” que eles punham à parte? Não Urano, é obvio, descoberto pelo

Herschel em 1781. Mas, não podia ser conhecido por outro nome? Ragón diz: “Tendo descoberto as ciências ocultas, por meio dos cálculos astronômicos, que o número de planetas tinha que ser sete, os antigos foram levados a introduzir ao Sol na escala das harmonias celestiales, e a lhe fazer ocupar o lugar vacante. Assim é que cada vez que percebiam uma influência que não correspondia a nenhum dos seis planetas conhecidos, atribuíam-na ao Sol... O engano parece importante; mas não era assim nos resultados práticos, se os antigos astrólogos substituíam Urano pelo Sol, que... é uma Estrela central relativamente imóvel, que excursão unicamente sobre seu eixo, e regula o tempo e a medida; e a qual não pode ser se separada de suas verdadeiras funções”. (Maconnerie Occulte, pág. 447). A nomenclatura dos dias da semana é também errônea. “O dia do Sol deve ser o dia de Urano (Urani dies, Urandi)” - acrescenta o erudito escritor. 30) O Sistema Planetário. 31) “O Sol gira sobre seu eixo sempre na mesma direção em que os planetas giram em suas órbitas respectivas”, ensina-nos a astronomia. 32) Veja o Anugitâ, Telang, X, pág. 9; e o Aitareya Brâhmana, Hang, pág. 1. 33) Esta essência da matéria cometaria, segundo insígnia a Ciência Oculta, é completamente diferente de todos os caracteres químicos ou físicos que conhece a ciência moderna. É homogênea em sua forma primitiva além dos Sistemas Revestir, e se diferencia por completo assim que cruza as fronteiras da região de nossa Terra; viciada pelas atmosferas dos planetas e pela matéria já composta do material interplanetário, é heterogênea unicamente em nosso mundo manifestado. 34) Emana, o Princípio Memore ou a Alma Humana. 35) Buddhi, a Alma Divina. 36) Veja-se Correlation of Physical Force, 1943, pág. 81; e Address to the B ritish Association, 1866. 37) Existem idéias muito parecidas no The Fuel of the Sun, do Mr. W. Mattieu Williams, e no On the Conservation of Solar Energy, do Dr. C. William Siemens (Nature, XXV, págs. 440444, março 9, 1882); assim como também as expressou o Dr. P. Martín Duncan em um discurso que pronunciou como Presidente da Sociedade Geológica em Londres, maio 1877. Veja-se World-Life, pelo Alexander Winchell, L. D., pág. 53 e seguintes. 38) Quando falamos de Netuno, não o fazemos como ocultista, mas sim como européia. O verdadeiro ocultista oriental sustenta que ao passo que existem ainda muitos planetas sem descobrir em nosso sistema, Netuno não pertence ao mesmo não obstante sua aparente conexão com nosso Sol e a influência deste último sobre ele. Esta conexão é mayávica, imaginária, dizem. 39) Verbo, Voz e Espírito. 40) Estes são os quatro “Imortais” que se mencionam no Atharva Veda como os “Vigilantes” ou Guardiães dos quatro quartos do céu. (Veja-se capítulo LXXXVI, 1-4 e sig.). 41) Conflict between Religion and Science, págs. 132 e 133. 42) Principles of Science, II, 455. 43) Eles Mystères de l’Horoscope, O Star, pág. XI. ESTADIA V FOHAT, O FILHO DAS HIERARQUIAS SEPTENARIAS 1) Salmos, CIV. 2) Não deve perder-se de vista a diferença entre os Construtores, os Espíritos Planetários e os Lipika. (Vejam-nas Slokas 5 e 6 deste Comentário). 3) Isto é: acha-se baixo a influência de seu pensamento diretor. 4) Névoas Cósmicas. 5) O Mundo que vai ser. 6) Os Átomos. 7) Veja-se Esoteric Buddhism, do A. P. Sinnett; quinta edição com notas, págs. 171173. 8) O primeiro e maior Reformador tibetano, que fundou os “Gorros Amarelos”, Gelupkas. Nasceu no distrito do Amdo, no ano 1355 de nossa Era, e era o Avatâra da Amitâbha, o nome celestial da Gautama Buddha.

9) T. Subba Row, ao parecer, identifica-o com o Logotipos e o chama assim. (Vejam-se seus Lectures on the Bhagavad-Gitâ, no The Theosophist, vol. IX). 10) Faraday Lecture, 1881. Halmholtz. 11) É bem sabido que, quando se coloca areia sobre uma placa de metal em vibração, assume uma série de figuras regulares e curvas de várias formas. Pode a Ciência dar uma explicação completa deste fato? 12) Veja-se The Masonic Cyclopoedia, do Mackenzie, e The Pythagorean Triangle, do Oliver. 13) Ormuzd é o Logotipos, o “Primogênito”, e o Sol. 14) Contra Apiom I, 25. 15) Veja-se Ísis Unveiled, II, 430, 438. 16) Veja-se Hindu Classical Dictionary, do Dowson. 17) Os átomos minerais. 18) Nuvens refrigerantes. 19) Veja-se Kabbalah Denudata “De Anima”, pág. 113. 20) “A doutrina da rotação da terra sobre um eixo era ensinada pelo Hicetas o pitagórico provavelmente 500 anos antes de nossa Era. Também a ensinavam seu discípulo Ecphantus e Heráclides, discípulo de Platão. A imobilidade do Sol e a rotação orbital da terra foram expostas pelo Aristarco de Sejamos em 381 antes de nossa Era, como hipóteses de acordo com feitos observados. A teoria heliocêntrica era ensinada coisa de 150 anos antes de nossa Era, pelo Seleuco da Seleucia, à beira do Tigris. (Foi ensinada 500 anos antes de nossa Era por Pitágoras. - H. P. B.). Diz-se também que Arquímedes, em uma obra titulada Psammites, inculcava a teoria heliocêntrica. A forma esférica da terra foi claramente ensinada pelo Aristóteles, quem apelava à prova da figura da sombra da terra sobre a Lua nos eclipses (Aristóteles, De Cai-o, livro II, cap. XIV.) A mesma idéia foi defendida pelo Plinio. (História Natural, II, 65). Estas opiniões parecem ter estado perdidas para o conhecimento durante mais de um milhar de anos... (Winchell, World Life, 551-2). 21) On Vortex Atoms. 22) Ob. cit., 567. 23) Resumido de Principia Rerum Naturalium. 24) Os Lipika. 25) Isto é: o Primeiro é agora o Segundo Mundo. 26) O Universo Relatório do Pensamento. 27) O Mundo Umbroso da Forma Primitiva, ou o Intelectual. 28) No Rig Veda encontramos os nomes do Brahmanaspati e Brihaspati, alternando e equivalente um a outro. Veja-se também Brihadâranyaka Upanishad; Brihaspati é uma deidade chamada “o Pai dos Deuses”. 29) Logic, II, 125. 30) Havendo já dado os três primeiros. 31) Os quatro Aspectos são o corpo, sua vida ou vitalidade, e o “dobro” do corpo -a tríada que desaparece com a morte da pessoa- e o Kâma Rûpa que se desintegra na KâmaLoka. 32) On Amos, IV. 33) Theol. Cir., I, VII. 34) Veja-se The Occult World, págs. 89 e 90. 35) Assim, a sentença “Natura Elementorum obtinet revelationem Dei” (na Stromata de Clemente, IV, 6), é aplicável a ambas as coisas ou a nenhuma. Consulte o Zends, vol. II, pág. 228, e Plutarco. Do Iside, como comparado pelo Lavard. Acadèmie dê Inscriptions, 1854, vol. XV. 36) Êxodo, XXVI, XXVII. 37) Antiquities, I, VIII, cap. XXII. 38) Chinese Buddhism, pág. 216. 39) O “Homem” foi aqui substituído pelo “Dragão”. Comparem-nos Espíritos ofitas. Os Anjos reconhecidos pela Igreja Católica Romana, que correspondem a estas “Caras”, eram entre os ofitas: o Dragão, Raphael; o Leão, Michael; o Touro ou Boi, Uriel e a Águia, Gabriel. Os quatro formam companhia com os quatro Evangelistas, e prefaciam os Evangelhos. 40) Ezequiel, I. 41) Os judeus, à exceção dos kabalistas, não possuindo nomes para designar o Oriente, o Ocidente, o Sul e o Norte, expressavam a idéia com palavras que significavam diante, detrás,

direita e esquerda, e com muita freqüência confundiam Exotéricamente os términos, fazendo assim até mais confusos os véus da Bíblia e sua interpretação mais difícil. Acrescente-se a este fato o que dos quarenta e sete tradutores da Bíblia na Inglaterra, em tempo do Rei Jaime, unicamente três compreendiam o hebreu, e destes morreram dois antes de concluir a tradução dos Salmos” (Royal Masonic Cyclopoedia), e se compreenderá facilmente a confiança que pode inspirar a versão inglesa da Bíblia. Nesta obra se segue em geral a versão Católico-Romana do Douay. 42) A linha vertical ou número I. 43) Círculo. 44) Como também para os que, etc. 45) O Mundo Relatório e o Mundo de Formas. 46) The Theosophist, fevereiro 1877, pág. 303. 47) A estas reencarnações voluntárias se refere nossa Doutrina nos Nirmânakâyas, os princípios espirituais superviventes dos homens. 48) Sûkshma-Sharira, corpo ilusório, “corpo de sonho”, de que se acham revestidos os Dhyânis inferiores da Hierarquia celestial. 49) Compara-se este princípio esotérico com a doutrina gnóstica do Pistis-Sophia (Conhecimento-Sabedoria), em cujo tratado se apresenta a Sophia (Achamôth) como perdida nas águas do Caos (matéria), em seu caminho para a Luz Suprema, e ao Christos libertando-a e ajudando-a no bom Atalho. Tenha-se em conta que “Christos”, entre os gnósticos, significa o Princípio Impessoal, o Âtman do Universo e o Âtmâ dentro da alma de cada homem, não Jesus; embora no antigo manuscrito copto do Museu Britânico, a palavra “Christos” se acha substituída pelo Jesus” e por outros términos. 50) Catechism of the Visishthadvaita Philosophy, pelo N. Bhâshyacharya, M. T. S., Pandita que foi da Biblioteca do Adyar, págs. 50-1 (1890). 51) Träume eines Geistersehers, chamado pelo C. C. Massey em seu prefácio ao Spiritismus do Von Hartmann. 52) O Livre dê Morts, Paul Pierret, cap. XVII, pág. 61. 53) Veja-se também como dado, em relação a esta expressão peculiar, o Dia de “Vêem nós”. The Funerary Ritual of the Egyptians, pelo Visconde do Rougé. ESTADIA VI NOSSO MUNDO, SEU CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 1) O Caos. 2) Nosso Universo. 3) The Theosophist, fevereiro 1887, pág. 305. 4) Ob. cit., pág. 306. 5) Madhya se diz de algo cujo princípio e cujo fim são desconhecidos, e Para significa infinito. Estas expressões se referem ao infinito e à divisão do tempo. 6) Ob. Cit., pág. 307. 7) Do sânscrito Espécie, o ponto de matéria aonde cessou toda diferenciação. 8) Five Years of Theosophy: artigo “Deus Pessoal e Impessoal”, pág. 200. 9) Elementos. 10) Fração. 11) Discurso presidencial ante a Sociedade Real de Químicos, março 1888. 12) Mundos. 13) Um período de 311.040.000.000.000 anos, segundo os cálculos brahmánicos. 14) Veja-se Scientific Areia, revista mensal dedicada aos ensinos filosóficos correntes e a sua influência sobre as idéias religiosas da época. New York, A. Wilford Hall, Ph. D., LL. D., editor (julho, agosto e setembro, 1886). 15) Tal é, conforme acreditam, o nome dado pelo Mr. J. W. Keely, da Filadelfia, inventor do famoso “Motor”, aos que também chama “Centros Etéricos”; destinados, como esperaram seus admiradores, a revolucionar a força motriz do mundo. 16) A lua está morta tão somente no referente a seus “princípios” internos - isto é, psíquica e espiritualmente, por muito absurda que a afirmação possa parecer. Fisicamente é

tão somente o que pode ser um corpo semiparalizado. A ela se faz referência, e com razão, no Ocultismo como à “Mãe Insana”, a grande lunática sideral. 17) Possuindo os ocultistas a mais perfeita confiança na exatidão de seus próprios anais, astronômicos e matemáticos, calculam a idade da humanidade e asseguram que os homens (em sexos separados) existiram nesta Ronda há precisamente 18.618.727 anos, como o declaram os ensinos brahmánicas e até alguns dos calendários indos. 18) Reatam-se os Comentários sobre as Estadias na página 218. 19) No Esoteric Buddhism, 1883, e no Man; Fragments of Forgotten History, pelo Two Chelas, 1885. 20) Citam-se muitos mais planetas nos Livros Secretos que nas obras astronômicas modernas. 21) Pág. 42 (da edição anterior). 22) Veja-se no Esoteric Buddhism: “The constitution of Man” e “The Planetary Chain”. 23) World-Life do Winchell. 24) Pág. 113 (5ª edição). 25) Págs. 185-6. 26) A Vida. 27) O Corpo Etéreo ou Linga Sharira. 28) Buddhi. 29) Kosha é “Envoltório” literalmente; o envoltório de cada princípio. 30) Sthûla-upâdhi ou base do princípio. 31) Veja o Diagrama II, pág. 202. 32) Extrato de cartas do Professor a respeito de vários assuntos. 33) Nesta obra não nos ocupamos de outros Globos mais que incidentalmente. 34) Esoteric Buddhism , pág. 136. 35) Lúcifer, maio 1888. 36) Esoteric Buddhism (5ª edição), pág. 46. 37) Ob. cit., pág. 49. 38) Ob. cit., pág. 140. 39) Veja-se pág. 187. 40) O Ocultismo divide os períodos de Repouso (Pralaya) em várias classes: há o Pralaya individual de cada Globo, ao passar a humanidade e a vida ao próximo - sete Pralayas menores em cada Ronda; o Pralaya Planetário, quando se completaram sete Rondas; o Pralaya Solar, quando todo o sistema conclui, e, finalmente, o Pralaya Universal, Mahâ ou Brahmâ Pralaya, à conclusão da Idade do Brahmâ. Estes são os principais Pralayas ou “períodos de destruição”. Existem muitos outros menores, mas estes não nos importam agora. 41) Págs. 48 e 49. 42) Ibid. 43) “Físico” significa aqui diferenciado para propósitos e trabalhos cósmicos; aquele “aspecto físico”, entretanto, bem que objetivo para a percepção interna de seres de outros planos, é, porém, completamente subjetivo para nós em nossos planos. 44) Pág. 276 e seguintes. 45) Ibid. 46) Veja o diagrama, ob. cit., pág. 277. 47) Ob. cit., págs. 273 e 274. 48) Ob. cit., págs. 274 e 275. 49) Apperception, percepção do conhecimento interior. - Diccinario. (J. G. R.). 50) II, págs. 278-9. 51) As Naturezas das sete Hierarquias ou classes do Pitris e Dhyân Choans que compõem nossa natureza e corpos, é o que aqui se significa. 52) Ronda, ou revolução da Vida e a Existência em volto das sete Rodas mais pequenas. 53) Terceiras partes. 54) Raça. 55) Pág. 235. 56) Apocalipse, XII, 7-9. 57) Veja-se vol. II, Sloka 17. 58) Ísis Unveiled, I, 299-300. Compare-se também com o Dunlap, Sod: the São of the Man, págs. 51 e seguintes.

59) Baixo a autoridade do Ireneo, do Justino Mártir e do Códex mesmo, demonstra Dunlap que os nazarenos olhavam ao “Espírito” como um Poder mau feminino, em sua conexão com nossa Terra. 60) Fetahil é idêntico à hoste dos Pitris que “criaram ao homem” só como um “envoltório”. Era entre os nazarenos o Rei da Luz e o Criador; mas neste caso é o desventurado Prometeo, que não consegue apoderar do Fogo Vivente necessário para a formação da Alma Divina; pois ignora o nome secreto, o nome inefável e incomunicável dos kabalistas. 61) O Espírito da Matéria e a Concupiscência; Kâma-Rûpa menos Emana, a Mente. 62) Codex Nazaroes, II, 233. 63) Este Mão dos nazarenos se parece de modo estranho ao Manu indo, o Homem Celestial do Rig Veda. 64) “Eu sou a verdadeira Videira e meu pai é o lavrador”. (Juan, XV, 1). 65) Entre os gnósticos, Cristo, quão mesmo Miguel, que é idêntico a ele baixo alguns de seus aspectos, era o “Chefe dos AEones”. 66) Codex Nazaroes, I, 135. 67) Veja-a Cosmogonia do Ferecides. 68) I, 301, nota. 69) Encontrem-se, entretanto, no Livro dos Números esquento. 70) Ob. cit., II, 183 e seguintes. 71) A respeito da diferença entre nous, a Sabedoria divina superior, e psyche, a inferior e terrestre, veja-se Santiago, III, 15-17. 72) A relação do Jehovah com a Lua na Kabalah, é bem conhecida dos estudantes. 73) A respeito dos nazarenos, veja-se Ísis Unveiled, II, 131 e 132. Os verdadeiros partidários do verdadeiro Christos eram todos nazarenos e cristãos, e foram os contrários dos cristãos posteriores. 74) Veja o diagrama da Cadeia Lunar de sete mundos, em que, como na nossa e em qualquer outra cadeia, os mundos superiores são espirituais, ao passo que o mais inferior, seja a Lua, a Terra ou qualquer outro planeta, é obscuro pela matéria. 75) O Kosmos inteiro. Adverte-se ao leitor que Kosmos, com fecuencia, significa nas Estadias tão somente nosso próprio Sistema Solar, não o Universo Infinito. 76) Isto é puramente astronômico. 77) Para uma explicação mais clara do de acima veja-se “Saptaparna” no Índice. 78) Ob. cit., III, 346. 79) Livro do Dzyan. 80) Ísis Unveiled. 81) Vishnu Purâna. 82) Cadeia. 83) A Terra. 84) Kenealy, Book of God, pág. 118. 85) Deita, VI, 14. 86) Denealy, ibid. 87) I, 587-93. 88) A que era natural aos olhos do homem primitivo, converteu-se unicamente agora em milagre para nós; e o que era para ele um milagre, jamais poderia ser expresso em nossa linguagem. 89) Não existe nação alguma no mundo em que o sentimento de devoção ou de misticismo religioso se ache mais desenvolvido ou apareça de um modo mais proeminente que no povo indo. Veja-o que diz Max Müller em suas obras a respeito desta idiossincrasia e rasgo nacional. Isto é herança direta dos homens primitivos conscientes da Terceira Raça. 90) Lectures on Heroes. ESTADIA VII OS PAIS DO HOMEM NA TERRA 1) Veículo. 2) Âtman.

3) 4) 5) 6) Maior.

Âtmâ-Buddhi, Alma Espiritual. Isto se relaciona com os princípios cósmicos. Além disso. Avalokiteshvara. Construtores. Os sete Rishis criadores, relacionados agora com a constelação da Vas

7) A Terra. 8) Ronsenroth, Liber Mysterii, IV, I. 9) Gênese, I. 10) Auszüge aus dem Zohar, págs. 13-15. 11) Veja-se Vishnu Purâna, libero I. 12) Cap. I, XXXVIII. 13) Cap. LXIV, 29-30. 14) Ibid., 34-35. 15) Quando a um Mundo lhe denomina “Mundo superior”, não é por causa de sua colocação, mas sim porque é superior em qualidade ou essência. Entretanto, um Mundo tal, é em geral compreendido pelo profano como o “Céu” e colocado em cima de nossas cabeças. 16) Da forma, o Sthûla Sharira, o Corpo externo. 17) Pérolas, no MS. de 1886. 18) ..... uma obra sobre Embriologia oculta, libero I. 19) Isto é, idiota de nascimento. 20) Juan, III, 8. 21) Cap. CXLVIII. 22) Ibid., CXLIX, 51. 23 The Seven Souls of Man, pág. 2; conferencia pelo Gerald Massey. 24) Do Iside et Osiride, XLIII. 25) Cap. XLI. 26) IV, 5. 27) Abydos, do Mariette, lâmina 51. 28) P. Pierret. Etudes Egyptologiques. 29) Ritual, cap. II. 30) Unidos em. 31) Ob. cit., XVII, pág. 4. 32) Vários críticos hostis se mostram ansiosos de provar que em nossa primeira obra Ísis Unveiled não se acostumavam nem os Sete Princípios do homem, nem a constituição septenaria de nossa Cadeia. Embora naquela obra a doutrina podia ser tão somente ligeiramente indicada, existem, entretanto, muitos parágrafos em que se faz menção expressa da constituição septenaria, tanto do Homem como da Cadeia. Falando dos Elohim (vol. II, pág. 420), diz-se: “Eles permanecem sobre o sétimo céu (ou mundo espiritual); pois são quem, segundo os kabalistas formaram sucessivamente os seis mundos materiais, ou mas bem tentativas de mundos, que precederam ao nosso próprio, que segundo eles dizem, é o sétimo”. Nosso Globo é, é obvio, no diagrama que representa a Cadeia, o sétimo e o mais inferior; embora, como a evolução nestes Globos é cíclica, é o quarto no arco descendente na matéria. E além disso (II, 367), diz-se: “Segundo as noções egípcias, quão mesmo nas de todas as demais crenças fundadas na filosofia, não era o homem meramente... uma união de alma e corpo; era uma trindade quando lhe acrescentava o espírito. Além disso, aquela doutrina o fazia consistir... de corpo..., forma astral ou sombra... alma animal..., alma superiora... e inteligência terrestre... (y) de um sexto princípio, etc., etc.”: o sétimo - o ESPÍRITO. Tão claramente se acham mencionados estes princípios, que até no Índice (II, 683) encontram-se “Os Seis Princípios do homem”, sendo o sétimo, em estrita verdade, a síntese dos seis e não um princípio, a não ser um cintilo de TUDO Absoluto. 33) Veja o diagrama III, pág. 225. 34) Páginas 340-351: “Genesis of the Soul”. 35) Do Mysteriis, II, 3. 36) Asiatic Researches, XI, 99-100. 37) Cap. XXII,9. 38) Seu Tríada Superior. 39) Bhumi ou Prithivi. 40) Book of the Dead, I, 7. Comárese também Mysteries of Rostan. 41) Reino.

42) Reino. 43) A primeira Sombra do Homem Físico. 44) O Homem. 45) A Lua. 46) Veja-se Mantuan Codex. 47) A formação da “Alma Vivente” ou Homem expressaria a idéia com maior claridade. “Uma Alma Vivente” é na Bíblia um sinônimo do Homem. Estes são nossos sete “Princípios”. 48) Há Idra Zuta Kadisha, XXII, ág. 746. 49) XVIII, 12. 50) Hebreus, IV. 51) Cruden, sub voce. 52) Livro dos Números, L, VIII, 3. 53) Pág. 389. 54) Lâmina VII, pág. 37. 55) Esta tríada está separada do Quaternário inferior, pois se desliga por si mesmo, depois da morte. 56) Eliphas Lévi confundiu os números, seja de propósito ou por qualquer outra causa; para nós, seu núm. 2 é núm. 1 (o Espírito); e fazendo do Nephesh de uma vez, o Mediador Plástico e a Vida, faz que em realidade resultem tão somente seis princípios, porque repete os dois primeiros. 57) O Esoterismo ensina o mesmo. Mas Emana não é Nephesh; nem este último é o princípio astral, a não ser o Quarto Princípio, e também o Segundo, Prana; pois Nephesh é o “Sopro de Vida” no homem, assim como no animal e no inseto; da vida física e material, a qual não possui espiritualidade alguma em si mesmo. 58) Zohar, “Idra Suta”, livro III, pág. 292, B. 59) I, 302. 60) Neologismo para expressar a qualidade de absoluto (Absoluteness). - (Nota do Tradutor). 61) Leia-se em Ísis Unveiled (vol. II, págs. 297-303) a doutrina do Codex Nazaraeus; todos os princípios de nossos ensinos se encontram ali baixo uma forma e alegoria diferentes. 62) Manu, Libero I. 63) A palavra “Pecado”(Sem) é curiosa, mas possui uma relação oculta particular com a Lua, sendo, além disso, seu equivalente esquento. 64) A teoria do professor Zöllner foi muito bem recebida por vários sábios, que são também espíritas; os professores Butlerof e Wagner, de São Petersburgo, por exemplo. 65) “O conceder realidade às abstrações é o engano do Realismo. O Espaço e o Tempo são, com freqüência, considerados como além de todas as experiências concretas da mente, em lugar de ser generalizações destas em certos aspectos”. Bain, Logic, parte II, página 389. 66) The Mysteries of Magic, pelo A. E. Waite. 67) Wilson, I, 23-24. 68) Five Years of Theosophy, pág. 169. 69) Na filosofia Sânkhya, as sete Prakritis ou “produções produtivas” são Mahat, Ahamkâra e os cinco Tanâtras. Veja-se Sânkhya Kârikâ, III, e o Comentário da mesma. 70) Veja-se Linga Purâna, Primeira Seção, LXX, 12 e seguintes, e Vâyu Purâna, cap. IV; mas especialmente o primeiro Purâna, Primeira Seção, VII, 67-74. 71) Vishnu Purâna, livro VI, cap. IV. Não há para que dizê-lo aos indos, que se sabem seus Purânas de cor; mas sim é útil recordar a nossos orientalistas e a quão ocidentais consideram como autoridade as traduções do Wilson, que em sua tradução inglesa do Vishnu Purâna, ele é culpado das contradições e enganos mais ridículos. Assim é que neste mesmo assunto dos sete Prakritis, ou as sete zonas do Ovo do Brahmâ, as duas narrações diferem por completo. No vol. I, pág. 40, diz-se que o Ovo se acha exteriormente investido por sete envoltórios. Wilson diz assim: “por Água, Ar, Fogo, Éter e Ahamkâra, cuja última palavra não existe nos textos sânscritos. E no vol. V, pág. 198, do mesmo Purâna, vê-se escrito: “desta maneira foram as sete formas da Natureza (Prakriti) contadas do Mahat à terra” (?) . Entre o Mahat ou Mahâ-Buddhi e “Água, etc.”, a diferença é muito considerável. 72) Também é assim para o grande metafísico Hegel. Para ele a Natureza era um perpétuo dever ser. O conceito é puramente esotérico. A Criação ou Origem, no sentido cristão da palavra, é absolutamente inconcebível. Como diz o pensador antes chamado: “Deus (o Espírito Universal) faz-se objetivo como Natureza, e de novo se levanta dela”.

73) Book of Dzyan, Com. III, par. 18. 74) Pág. 19. 75) O Homem Primitivo ou Primeiro. 76) Reencarnação. 77) Veículo. 78) Veja-se, por exemplo, Sacred Mysteries among the Maias and the Quiches, pelo Auguste o Plongeon, que mostra a identidade entre os ritos e crenças egípcios e os do povo que descreve. Os antigos alfabetos hieráticos dos maias e dos egípcios som quase idênticos. RESUMO 1) The Theosophist, 1881. 2) T. Subba Row: Five Years of Theosophy, pág. 154. 3) Chamados também nos Anais chineses “os Filhos de Sabedoria” e da “Névoa de Fogo”, e os “Irmãos do Sol”. Se-dzang (Tibet) é mencionado nos manuscritos da biblioteca sagrada da província do Fo-Kien, como a grande sede da sabedoria oculta, desde tempo imemorial, épocas antes da Buddha. o Imperador Yu, o “Grande” (2.207 anos antes de nossa Era), místico piedoso e grande Adepto, diz-se que obteve seu Saber dos “Grandes Professores da Cordilheira Nevada”, em Se-dzang. 4) Mateus, VI, 5-6. 5) The Virgin of the World, pág. 134-5. 6) Paracelsus, Franz Hartmann, M. D. pág. 44. 7) Esta palavra é explicada pelo Dr. Hartmann, segundo os textos originais do Paracelso que tinha ante ele, como segue: Segundo este grande Rosacruz. “Mysterium é todo aquilo do qual possa desembrulhar-se algo que está tão somente germinalmente contido nisso. Uma semente é o Mysteium de uma planta, um ovo o de um pássaro, etc.”. 8) Ob. cit., págs. 41-42. 9) Tão somente os kabalistas da Idade Média, seguindo aos judeus e a um ou dois neoplatónicos, foram os que aplicaram a palavra Microcosmo ao homem. A antiga filosofia chamava à Terra o Microcosmo do Macrocosmo, e ao homem o produto dos dois. 10) “Esta doutrina apresentada faz trezentos anos” -observa o tradutor- “é idêntica a que pôs em revolução ao pensamento moderno, depois de ter sido transformada e elaborada pelo Darwin. Mais elaborada ainda o está pela Kapila na filosofia Sânkhya”. 11) O ocultista oriental diz que são guiados e animados por Seres Espirituais, os Operários nos mundos invisíveis, e depois de do véu da Naturezas Oculta, ou Natureza in abscondito. 12) Wilson, I, II (vol. I, pág. 35). 13) Expressão freqüente em ditos “Fragmentos”, a qual nos opomos. A Mente Universal não é um Ser ou “Deus”. 14) The Virgin of the World, pág. 47; “Asclepios”, primeira parte. 15) Divine Pymander, IX, pág. 64. 16) The Virgin of the World, pág. 153. 17) Ob. cit., págs. 139-140. Fragmento do “Phsical Eclogues” e “Florilegium” do Stobaeus. 18) Vishnu Purâna, I, II, Wilson, I, págs. 13-15. 19) Ob. cit., págs. 135-138. 20) Este ensino não se refere ao Prakriti-Purusha além dos limites de nosso pequeno universo. 21) O estado último de quiescencia; a condição Nirvánica do Sétimo Princípio. 22) Tudo este ensino é dado desde nosso plano de consciência. 23) Ou seja o “sonho da Ciência”, a matéria primitiva realmente homogênea, que nenhum mortal pode fazer objetiva nesta Raça nem nesta Ronda. 24) “Vishnu, na forma de sua energia ativa, nem se levanta nem fica, e é a um mesmo tempo o Sol séptuple e distinto dele”, diz o Vishnu Purâna, II. XI. (Wilson, II, 296). 25) “Assim como um homem quando se aproxima de um espelho colocado sobre um suporte contempla nele sua própria imagem, do mesmo modo a energia (ou reflexão) do Vishnu (o Sol), não se divide jamais, mas sim permanece no Sol (como em um espelho), que ali se acha estacionado” (Ibid, loc. cit.).

26) Compare a “Natureza” hermética descendendo cíclicamente à matéria quando encontra ao “Homem Celeste”. 27) Os autores do anterior conheciam perfeitamente bem a causa física das marés, das ondas, etc. Neste ponto se faz referência ao espírito que anima ao corpo solar cósmico inteiro, e isso se significa quando se faz uso de tais expressões do ponto de vista místico. 28) Five Years of Theosophy, págs. 110-111, art. “Ls Doze Signos do Zodíaco”. 29) Vejam-nas Estadias III e IV e os Comentários das mesmas, e especialmente os Comentários à Estadia IV, referentes aos Lipika e aos quatro Mahârâjahs, os agentes do Carma. 30) E os “Deuses” ou Dhyânis também, não somente os Gênios ou “Forças dirigidas”. 31) A significação disto é que, como o homem se acha composto de todos os Grandes Elementos (Fogo, Ar, Água, Terra e Éter), quão elementares pertencem respectivamente a estes Elementos, sentem-se atraídos ao homem em razão de seu coesencia. O Elemento que prepondera em uma constituição dada, será o regulador ao través da vida.. Por exemplo: se em um homem prepondera o Elemento terreno, gnómico, os Gnomos lhe conduzirão para a asimilaión de metais, moedas, riquezas, etc. “O homem animal é o filho dos elementos animais, dos quais sua Alma (Vida) nasceu, e os animais são os espelhos do homem” -diz Paracelso. (De Fundamento Sapientiae). Paracelso era prudente, e necessitava que a Bíblia coincidisse com tudo que dizia, e portanto, não o dizia tudo. 32) Progressos cíclicos em desenvolvimento. 33) O Deus no homem, e com freqüência a encarnação de um Deus, um Dhyân Chohan altamente espiritual nele, além da presença de seu próprio Sétimo Princípio. 34) Agora bem; que “Deus” é o que se pretende significar aqui? Não Deus o “Pai”, a ficção antropomórfica; pois esse Deus é a coletividade dos Elohim, e não possui existência além da Hoste. Além disso, um deus tal é finito e imperfeito. Os altos Iniciados e Adeptos são a quem se faz referência com aqueles “homens poucos em número”. E som precisamente estes homens os que acreditam em “Deuses”, e que não conhecem mais “Deus” que uma Deidade Universal não relacionada nem condicionada. 35) The Virgin of the World, págs. 104-105. “The Definitions of Asclepios”. 36) Pág. 120. 37) National Reformer, janeiro 9 de 1887. Artigo “Phreno-Kosmo-Biology”, pelo Dr. Lewin. 38) Esta é a lei Cíclica; mas esta lei mesma é com freqüência desafiada pela teima humana. 39) Vol. I, pág. 256. 40) Sepher Yetzirah.

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