2000.04.11 - Motorista Fica Em Estado Grave - Estado De Minas

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GERAIS/POLÍCIA

11 de abril de 2000 Terça-feira



Policiais suspeitos de roubar cargas Falsas ocorrências levantam hipótese de ligação com quadrilha carioca

LIMA DUARTE CLÁUDIA PIRES SUCURSAL MATA

P

oliciais civis e militares são suspeitos de integrar uma quadrilha de roubo de cargas de cervejas na região de Juiz de Fora. Foram cinco casos registrados na delegacia de Lima Duarte e duas ocorrências da PM falsificadas em Matias Barbosa. A quadrilha, cuja base seria no Estado do Rio, forja os assaltos para justificar o su-

miço da carga. Para isto, pagam aos motoristas e contam com a ajuda de policiais, que fazem o registro do suposto roubo, sempre na BR 040, entre as cidades de Matias Barbosa, Juiz de Fora e Lima Duarte. Com a ocorrência nas mãos, os motoristas justificam para as transportadoras o sumiço da carga, entregues num depósito pertencente a quadrilha. As cargas são avaliadas entre R$ 20 mil e R$ 40 mil cada uma. As investigações correm nas delegacias de Lima Duarte, Juiz de Fora e Matias Barbosa e também na Polícia Militar, através de sindicância. Segundo o delegado de Lima Duarte, Eurico da Cunha Neto, todos os cinco re-

gistros dos roubos foram feitos por um detetive, cujo nome está sendo mantido em sigilo. As suspeitas começaram a surgir devido a semelhança entre os casos. Os supostos assaltos sempre ocorriam na mesma rodovia, uns na área de Matias Barbosa e outros na região de Juiz de Fora. As histórias dos motoristas eram sempre as mesmas, de que tinham sido abordados por três ou quatro homens. A justificativa para registrarem o roubo em Lima Duarte era a de que tinham sido deixados pelos assaltantes próximo aquela cidade. O primeiro registro é do dia cinco de novembro do ano passado. Depois vieram os suspos-

tos assaltos ocorridos nos dias 4, 9, 26 e 29 de dezembro de 99. O surgimento, na mesma época, de duas ocorrências da PM falsificadas aumentaram as suspeitas também contra policias militares. Segundo o delegado, os relatórios de ocorrência foram desviados da PM de Lima Duarte e preenchidos em Matias Barbosa, com a notícia dos suspostos roubos. Bastou uma consulta na Delegacia de Matias, para confirmar a falsificação do documento. O delegado de Matias, Luis Barbosa Pusiol crescentou que, além do caso das ocorrências, dois inquéritos de supostos roubos estão em andamento na sua delegacia.

Nomes dos envolvidos mantidos sob sigilo O principal problema para chegar aos chefes da quadrilha, explica o delegado Eurico Cunha, é localizar os motoristas. Dos sete casos, apenas um prestou depoimento, confirmando o roubo da carga. Com medo de ser morto, o motorista está escondido e, segundo o delegado, o seu nome também está sendo preservado. Os demais motoristas serão ouvidos por carta precatória, um procedimento demorado. Há suspeitas de que além destes cinco casos, outros roubos de cargas também tenham sido forjados na região de Juiz de Fora. O delegado de Lima Duarte, Eurico da Cunha Neto já pediu a quebra do sigilo bancário do detetive suspeito. Já na PM, o capitão Almir Cassiano de Almeida está à frente da sindicância que apura o envolvimento de policiais militares, cujos nomes também estão sendo mantidos em sigilo.

A firma Buturi Transportes Rodoviários, com filial em Queimados, no Rio de Janeiro, teve duas cargas de cerveja roubadas na região. O gerente da empresa, Amauri dos Santos, confirmou que, à época, houve suspeitas quanto ao assalto, ocorrido na mesma área e registrado em Lima Duarte. Segundo Amauri, a empresa contrata carreteiros autônomos e a carga é segurada. A própria seguradora cuida de obter informações sobre o caminhoneiro que vai transportar a carga e libera a viagem. Com esta liberação, a transportadora se insenta de qualquer problema com a carga. Nos dois casos, o seguro cobriu o prejuízo de cerca de R$ 40 mil e cabe à seguradora buscar junto à polícia, a apuração dos casos. A escolha do tipo de carga, no caso bebidas, se deve ao fato de ser uma mercadoria de fácil comercialização.(CP)

Polícia caça assassinos de Elisângela DALILA ABELHA Policiais da Delegacia do Palmital, em Santa Luzia, tentam identificar os homens que atendem pelos apelidos “Preto” e “Capeta”, apontados por testemunhas como dois dos integrantes do grupo que matou a menor Elisângela Aparecida Silva, 17 anos, na madrugada de sábado. Ontem cedo, o delegado Wesler Francisco Ferreira pôs em campo seus detetives para tentar qualificar os suspeitos. Segundo o delegado, os dois seriam traficantes naquela região. A dificuldade na investigação, conforme o policial, é que as pessoas da comunidade não se dispõem a ajudar a polícia, aparentemente temendo represálias. “Eu gostaria de pedir a quem tiver informações sobre os criminosos, que ligue para a delegacia do Palmital, sem precisar se identificar”, solicita. O delegado suspeita que até mesmo a família da menina está escondendo o que sabe sobre a morte dela. Wesler ressalta que podem haver várias pessoas com esse apelido no Palmital. Ele acha que a menor foi vítima de um confronto de gangues e ela foi alvo de vingança. Elisângela foi morta a tiros perto da casa de uma tia, no bairro Palmital, sendo ainda agradida a facadas e pauladas. A maioria dos tiros foi dada no rosto, que ficou desfigurado. A mãe dela, Leci da Cruz Silva, 42, foi avisada por telefone, na tarde de sexta-feira, que a filha estava em poder de uma gangue que iria matá-la. A mãe tentou impedir a morte da filha, acionando a polícia, mas por volta de meia-noite eles a espancaram e a mataram.

■ JUIZ DE FORA

Jornalistas agredidos em baile funk A violência dos bailes funks, no Clube Olímpico, em Juiz de Fora, não poupou nem a equipe de jornalismo da TV Alterosa da cidade. O jornalista Ricardo Beghini e o cinegrafista Marcos Fagundes estavam fazendo uma reportagem no interior do clube, quando começou uma briga entre galeras rivais. Ao tentarem filmar o fato, os dois foram supreendidos pela atitude de Ederson Antônio do Nascimento (Timão), que incitou os participantes a interromper a filmagem. O próprio Timão tomou e destruiu a fita, quebrou com um soco o suporte da câmara, roubou duas baterias e deu um chute em Márcio Fagundes. Timão alega que a equipe não tinha autorização para entrar no local e que as fitas lhe foram entregues espontaneamente, no entanto, elas desapareceram. Foi preciso acionar um reforço da polícia militar para que a equipe pudesse deixar o clube, em segurança.

■ POUPA GANHA

Justiça suspende devassa O vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 1ªRegião, em Brasília, Tourinho Neto, cancelou no domingo à noite, a pedido dos advogados do bingo Poupa Ganha, a devassa fiscal nos documentos da empresa que vem sendo realizada há uma semana por fiscais da Receita Federal e Polícia Federal. O bingo vem sendo investigado pela Procuradoria da República, sob suspeita de sonegação fiscal, formação de contabilidade paralela (caixa 2), fraude no INSS e até remessa ilegal de dinheiro ao exterior. Conforme relato do juiz, a devassa fica cancelada temporarimente, até o julgamento do pedido do Poupa Ganha para reaver todos as cinco toneladas de documentos apreendidos na sede do bingo, no bairro Santa Efigênia, e que vinha sendo analisado pelos fiscais.

Trágica morte de menina de seis anos Foi sepultada ontem em Montes Claros, a menina Ana Torres Ribeiro, 6 anos. Ela teve morte trágica no final da tarde de domingo. A garota estava festa de aniversário, numa chácara, no bairro Melo, área de classe média da cidade. Ela brincava com outras crianças num campo de futebol na mesma chácara. Suas coleguinhas subiram na trave de um dos gols. A trave virou e caiu sobre a cabeça de Ana. A morte da garota serviu como alerta para o perigo que as traves móveis representa para

DELEGADO EURICO da Cunha Neto diz que os registros dos cinco roubos foram feitos por um detetive. Pelo menos duas ocorrências da PM são falsas

D O

Á G U A

aconteceu e acabou errando sobre a localização correta onde cada um foi morto, reforçando as dúvidas da polícia de que ele possa não estar contando a verdade ou talvez nem tenha estado no local naquela noite de domingo, quando aconteceu a tragédia.

Psicólogo Outro detalhe observado pelo delegado é que Valdevino afirma que viu os quatro jovens na mata a uma distância que ela não poderia visualizá-los, em razão da distância e da falta de iluminação na mata. Segundo o delegado, em algumas vezes o vigia diz que também

NADSON ALVES

ANA MORREU quando a trave caiu sobre sua cabeça as crianças. Em setembro, um adolescente de 15 anos morreu em circunstâncias semelhantes na quadra de uma escola estadual localizada no bairro Santa Rita, em Montes Claros. O garoto era goleiro e pendurou na trave, que virou sobre ele.

■ CAMPANHA

Objetivo é conter aumento da violência B R A N C A

Vigia cai em contradição Sem provas contra os dois travestis que continuam presos como suspeitos da chacina dos quatro adolescentes, no bairro Água Branca, o titular da Delegacia de Homicídios admite estar descrente da versão apresentada pelo vigia Valdevino, que foi preso com quatro travestis no dia seguinte ao encontro dos corpos dos quatro jovens na mata Darcy Vargas. Valdevino, que reconheceu dois dos travestis como suspeitos do crime, admitindo às vezes seu envolvimentio, continua mudando a versão sempre que narra as circunstâncias do crime, segundo o delegado. Ontem, o vigia foi levado à mata Darcy Vargas pelo delegado para recontar como tudo

GIROGERAIS POLÍCIA

MONTES CLAROS

FOTOS VANESKA DIAS

C H A C I N A

ESTADO DE MINAS Página 29

participou do crime, mas em outras ocasiões garante que não. Diante de tanta informação desencontrada, hoje a polícia deverá levar Valdevino a um psicólogo, para ser avaliada sua saúde mental. O temor do delegado Hermilino Moura é estar perdendo tempo na investigação, dando atenção ao vigia enquanto os verdadeiros criminosos estão ganhando tempo. O delegado diz que não tem outros suspeitos em vista e que a partir de hoje sua equipe vai checar todos álibis dos dois travestis que continuam presos. Se forem confirmados, o delegado deverá reiniciar do zero as investigações da chacina. (DA)

Será lançada na próxima quinta-feira, a Campanha Estadual de Combate à Violência Doméstica e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes. Está previsto o lançamento de uma cartilha de orientação para profissionais e aqueles que queiram intervir para romper o ciclo da violência e a criação de um serviço 0800 para denúncias e informações. O telefone 0800 31 20 31, será disponibilizado à população a partir do dia 15 de maio. Em Belo Horizonte, somente no Conselho Tutelar Noroeste, foram registrados, em 1998, 129 casos de violência contra crianças e adolescentes. No ano passado, esse número cresceu 36,48%. A campanha é uma iniciativa dos conselhos estadual e municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e Secretaria do Trabalho.

ESTEVAM MUSSO

CARRO DE RONALD ficou completamente destruído

■ ACIDENTE

Motorista fica em estado grave

Patrão dá prejuizo de milhões SAMUEL VARGAS Estima-se que o montante do prejuízo causado pelo empresário Ângelo Magno Gonçalves Mateletto a empresas de factoring, bancos, empresas públicas, privadas e a cerca de 800 trabalhadores seja de milhões de reais. Ele era dono de quatro empresas, – duas prestadoras de serviços, um abatedouro e uma de produção de bolsas, que usava os cheques de seus funcionários para fazer uma ciranda financeira. Só que o círculo quebrou no princípio de março, quando Ângelo Mateletto antecipou o recebimento de uma fatura da PreviMinas pelos serviços prestados pela Lai Serviços Gerais Ltda, e sumiu. Como o empresário fazia uma jogada com cheques nas empresas de factoring e bancos, os funcionários administrativos da Lai, que funcionava no Caiçara, começaram a ser cobrados pelos cheques sem fundos que não foram cobertos pelo patrão. “No princípio ele pegava os cheques,

fazia os depósitos e não dava problemas, mas parece que não deu conta de pagar agora”, conta Patrícia de Oliveira Alves, 30 anos, auxiliar administrativa, que forneceu dezenas de cheques e emprestou R$ 4.000,00 ao patrão. Segundo disse, Mateletto fazia coação para obter os favores – todos poderiam ficar desempregados se a firma falisse. “No princípio não conseguimos localizá-lo porque tanto ele quanto a empresa haviam mudado de endereço”, afirma a procuradora do Trabalho, Elaine Noronha Nassi, que conduz o processo contra o empresário. Ontem, foram ouvidos 6 dos 40 funcionários administrativos. O restante dos funcionários estão prestando serviços em empresas de grande porte do setor público e privado. “O que acontece é que pessoas inescrupulosas como este homem fazem preços incapazes de serem cumpridos só para ganhar um processo de licitação e depois não dão conta de sobreviver”, observa o presidente do Sindicato dos Empregados em Conserva-

O funcionário da Editoria Saraiva, Ronald da Silva Oliveira, 35 anos, ficou gravemente ferido em um acidente ontem de manhã no km 434 da BR 381, que liga Belo Horizonte a João Monlevade. Ele dirigia a Parati placa CBE 9937, de São Paulo, quando rodou na pista e bateu contra o caminhão Mercedes-Benz placa GLE 0361, dirigido por Dimas Camilo Reis, 51, que seguia na direção contrária. Segundo testemunhas, tudo indica que Ronald perdeu o controle do carro, quando tocou na traseira de uma carreta. Ele foi socorrido em estado grave para o Hospital de Pronto Socorro de Belo Horizonte.

■ MISTÉRIO

Polícia investiga morte de mulher

PAULO FILGUEIRAS

PATRÍCIA DE Oliveira ção, Paulo Roberto da Silva. Ângelo Mateletto tinha como parceira a mulher, Cleide Fortuna Mateletto, que emprestou o seu sobrenome para as empresas Abatedouro Fortuna Mateletto, localizado em Pará de Minas e com ponto de venda em Betim, e Criações Fortuna Mateletto. A reportagem tentou entrar em contato com o empresário em sua casa, na rua 8,356, no bairro Recreio dos Caiçaras, em Betim, mas ele não foi localizado.

A Delegacia de Homicídios está investigando a misteriosa morte da dona de casa Gleice Nara Caetano Junqueira, 31 anos, encontrada morta com um tiro na boca, ontem de madrugada. Gleice era casada com o soldado-PM Mauro, que trabalha no Hospital Militar. Segundo os parentes, ela estava desesperada com a descoberta de que o marido tinha outra e queria a separação. O casal tem três filhos menores, o que estava dificultando uma solução. O militar disse que dormia quando a mulher teria se matado, mas policiais da Delegacia de Homicídios suspeitam que ela foi assassinada pelo marido.

BREVES ● Tales Ângelo Saraiva,

18 anos, levou um tiro na testa e outro no pênis, ontem à tarde, na favela do Cafezal. Testemunhas informaram que o rapaz está envolvida com o tráfico de drogas e que ele foi vítima de um confronto de gangues. Tales está inter-

nado no Hospital João XXIII, em estado grave. ● Orlando da Silva Santos, 19 anos, foi assassinado ontem de madrugada com um tiro nas costas. O crime ocorreu no bairro Parque Novo Progresso, em Contagem. O criminoso fugiu. Ocorrência registrada na 6ª Seccional.

● O cabo Alexsandro Egídio, 26 anos, lotado no 22º Batalhão da PM, foi baleado anteontem à noite no bairro Gutierrez. Os atiradores fugiram em um Jeep. ● O cabo esta internado em estado grave no HPS. Ocorrência na Seccional Centro.

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