2 Terminologia e Definições A fim de estabelecer uma terminologia comum para alguns conceitos correntes em conformação e que normalmente são apresentados em inglês, destaca-se a seguir alguns termos: • grau de deformação (“strain”): unidade de mudança no tamanho ou forma de um corpo
devido à ação de esforços, em relação à sua forma ou tamanho inicial. O grau de deformação é quantificado pela deformação verdadeira ou logarítmica (ε) dada por
h ε = ln 0 h f
A = ln f A 0
onde: 0 - condição inicial e f - condição final, com ε adimensional. • encruamento (“strain-hardening” ou “work-hardening”): aumento na dureza ou
resistência mecânica, devido à deformação plástica realizada abaixo da temperatura de recristalização. • coeficiente de encruamento (“strain-hardnening coefficient”): o coeficiente n
quantifica o aumento da resistência ao escoamento devido ao encruamento. Definido como gradiente da curva de escoamento σ = k.εn, no ponto de carga máxima do ensaio de tração.
dσ n= dε Fmax Nesse ponto, a derivada da força é nula. Com
F = σ.A
Ou diferenciando, dF = Adσ + σ dA = 0
dσ dA =− σ A Da definição de incremento de deformação no ensaio real:
dσ = dε σ ou
dσ =σ dε No ponto de carga máxima, ε = εu. Assim, com σ = k.εn,
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dσ = knε un − 1 = σ = kε un dε Obtendo-se n = εu, ou seja, o coeficiente de encruamento é igual à deformação verdadeira verificada para o ponto de carga máxima. Quando ε =1, a tensão de escoamento iguala-se ao valor de k (coeficiente de resistência). .
• taxa de deformação (“strain-rate”): a taxa ( ε ) é definida como o diferencial do grau de
deformação (ε) em relação ao tempo (t): .
ε=
dε dt
Os valores de taxa de deformação podem variar desde 10-3 s-1 nas máquinas universais de ensaio até 102 s-1 anos martelos para forjamento livre, passando pela faixa mais comum de 10-1 a 10 s-1 para o caso de prensas de forjamento, extrusoras e trefiladoras. Num ensaio de compressão realizado a velocidade constante (v) e com relação linear entre deformação e tempo, tem-se: .
ε=
∆ε ∆t
[1/s]
com
h ∆ε = ln 0 h f
e
∆t =
h0 − h f v
tem-se
h ln 0 h . f ε = v h0 − h f Observa-se que pode-se obter diversas taxas de deformação com os mesmos valores de ∆ε e v, apenas diminuindo os valores de h0 e hf. • sensibilidade à taxa de deformação (“strain rate sensitivity”): relacionada ao aumento .
na tensão de escoamento (σ) devido ao aumento da taxa de deformação ( ε ) para um dado grau de deformação (ε) e temperatura (T). Essa é uma característica de grande parte dos materiais metálicos quando deformados plasticamente acima da temperatura de recristalização. Pode ser quantificado pelo coeficiente m que é o gradiente da tensão de escoamento em relação à taxa de deformação:
dσ m= . d ε ε ,T • temperatura de recristalização: valor específico para cada material sob condicões
específicas de microestrutura e tratamento mecânico prévio. Acima dessa temperatura, 6
ocorrem modificações estruturais (recristalização acompanhada ou não de transformação de fase) que fornecem ao material as melhores características de conformabilidade. A deformação plástica realizada acima dessa temperatura caracteriza-se como trabalho a quente (“hot-forming”) e abaixo dessa temperatura, trabalho a frio (“cold forming”). Há também a denominação de trabalho morno (“warm forming”) no qual a temperatura é próxima da recristalização e que reúne as características vantajosas dos outros tipos de processo. • recozimento (“annealing”): qualquer tratamento térmico realizado com o objetivo de
reduzir ou eliminar os efeitos do trabalho a frio. Assim, cabem os termos recozimento de recuperação (“recovery”) ou de alívio de tensões e o de recristalização (“recrystallization”) ou de nucleação, formação e crescimento de grãos totalmente recristalizados.
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