CBIJTURA E ALCOOLISAC~O DA BBTATA DOCE lLHA DE S. MIGUEL
A0
CONSELAO ESCOLAR DO INSTITUT0 DE AGRONOHIA E YETERINARIA DE LISBOA POH
José Canavarro de Faria' e Maia
LISBOA
TYPOGRAPHIA ~ A T T O SFOREIRA 37 PINHE~RO
Aos seus paes e irmaos
Testemunho de verdadeira amizade
Aos seiis parentes
Ue btlos os assuinplos agricolas clc iiiteresse clLie se ilos apresentava~u,escolliernos para tl-iese tia disserla(5o que serve de termo ao nosso eurso, o (ln C/rltura e alcoolisa~aodu batata drîce na ilhm de S. LMiyz~el,1150 sO por tcr importancia em solo pori:igilez, aiiida quc esquecicio rio Oceano Atlantico, inas Iambern porque este rtirrio da açriculturS;i c (fa intlustria agricola esta intiinamente 3igado coiit iirri de principal riqireza iiacioiial, a viticiiltura, ;ilkm tlr que é aintla (l'onde provém par;) o Estado iririii tl;\s suas boas lontes de receita. E' este imi cstiido bastaiite coinplexo para ser devictamerltc: tralado, e seria para isso preciso cliirk possiiisscmos, alérn de aptidoes especiaes, teml~o sill'tirieiite para as investigaqoes sricntificas iiecessarias; porém, faltariclo-nos amhas ;rç coiisas, ser$
humilde esboço, este, que ternos a 1ioiii.a de ;ipresentar ao mui digno Conselho Escolar do Instiluto de Agronomia e Veterinaria, na certeza de qiie nos rclevari as faltas que 1120 pOde deixar de rommetter aquelle que pela primeira vez se inicia un trabalhos tl'estc geriero. Fazer ü L-iistoria e clcscr.ij)(;30 botaiiica da planta, tlescrever o mot10 dc cirltiira seguido na ilha de S. Miguel, cstiid;ir iis silas doenças, tratar da sua 1)arte econoinica, criti(:;rr as praticas culturaes ali seguidas em face dos ~)rincipiosagronomicos, e est~idarde iirn modo ger:il :i alcoolisaç5o do tiiberc*iilo 6 trido O qiicl nos ]?ropomos eshocar. IIHI
Historia e descripçao botanica da planta Ai I)alat~(Jûce, ou Cor/col~xlusbutchtus L., r1 iiiii;i plairta c'uja origciii :iiiitl;t ri5o es16 hoje riri (lia I ~ ~ r i i determiilad a . Alguris aiic.lorc1s dao-liie uii~;iorigcliil ;isiatica, I: citari1 v;iiaios i'ticLiospara a cornprovarcm ; poraérir, da partc tic oirtros, 1120 ha menos argclnientos para a coiisiderareni proreriieritcb da ,imcrica. De toclas css;is silpl)osics6es,o qilc potlcnios coricluir, i l (lut: tlcii ci~tradalia Europa pela Penirisul;~ITispanica, seticIo cullivacla en1 1Iesl)arilia a partir do srciilo XI-1. Rulihiiis diz qilc hi trazitla da Amcri(.;r 1)ar;i Maiiilltt e Molucas, d'criitle os poi.ti~giiczcs;i I(lv;riaairi1);ir.a o archil)ela;o iridiario. Ern Fra~ica c>iisaioii-se pcla prinir'ir;~ cssl:i pl;iilta, 110 ~ P ~ I I : I ( ] IO~ PIJuiz Ky, tO111iilldO. ])OréIN,
pouce desenvolviinerilo como plarita f~orticola,porque o gosto assucarado (los tuberculos desagradava ao consumidor. Foi, por este motivo, completamente posta de parte jio fim d'arlu~llcreinatlo, apparecerido novameilte iio Imperia., EJII 1834, n Societl;ic!e tht horticultur;~t h 1 Paris ciitaarou-a coiiio pl;iiit;r ii)rragiriosa, a partii. (l'esta epocha, foi cultivatl;i por varios agricnltores, sem comtudo tirareiii os ~.csiiltatfosqiic esperavarn, por causa tlo cSliiila. Conio planta dc 1~;iizescliit~ittcs,t~iicaootra-seeiri lutla a costa occideiital clil Africa, errl &l;rlaga, Giiatl;tlupe, Martinica, L)crner;rr;i, Aiistr;ili;i il ~i'oiiEros ])ontos de clima ideritico. N:r parle contiileiit;il do riosso paiz, cultiva-se solmioi~teno Ilçarvc como planta horiicol;~: poréin, liri clnsaiads como l~laiitit iiidiistri;~liro anno de 1895, em Coildeixa ; inas ri30 cstariios ao EtasIo de ci~iaesos resultados cl'aqixella tentativa. Prosper;~brlni, csta plailta, ila illia da Yarteii.a, porèm, 1130 toma a siia culturit desenvolvimento tal, r4ue a empregueiil cwi grande escala para usos indixstriaes. E' nos Aqôres. lia illia Terceira e principalmente ria de S. Jliguel, onde se explora industrialmente, empreganclo-a como inateria prima para a eatrac$30 tlo alcool. N3o potlciiios l)ra<:c'isara d i ~ tcla ; ~ sua introducqlao n'aquelle ;ircliipclaço, iiem rnesmo a sua proveniencia : iio eintanto, A C P ~ C d'esta ~ iiltima, sômos (l,
levndos a suppo~.cpie fosse arneiiçaiia, vislo que i:rom este norne roino tanibem colitieçcni virlgar'
iiienle a balata. A~itigamentecra poiico c.i~ltivada, sU a ciiiprrgavani para usos culinarios, cstracq5o de feci~l;! ou alimciil;1t:5o tic gatlo ; 1)oia6~ii, ac.1iinlmeiilc, 11r11cttrz-se, lia illia tlc S. Rligilel, ni;~lci.i;i~)rirri;\sufficieiitc para ;iliiiic~i~t;ri~ tluirs iriipor.l;~iitc.;Inhricas (11. cJistillaq5o. O tzaide tl'esla ~)l;riitae Irci#l)acco,~ o l i i \ c cl litcalcscerite, pro:liiziritlo al)iiiitl;~til(~s raizcs ;idveiiticias, cspecialincritc cluaii(Po rasl(3,iailtc. As hlhas sgo rordifoiarncs, ou alahai2tli~i;ts,conSorinc ;rs vai.iclrlatlcs, loi~g;iniciii(~ pcciol;itl;ts e g1;il)ras. .\s s i i ; ~f1ôi.c.; G o rôr t ! ~i80b;i, tlisposlas eni i)airiciil;c, e ihninly;i~irilatias ~~oiiio loil;is lis ri;is coilvolvulac.c;is. Sos paizes <jueiiles li.rit-!iiicri i b 1)roclul: serrientcs corn :\l)iiildaiicia; porém. il;l Rui20pa, sd em çasos cxcepcioaars. Toriia-sr, esla 1)lant;i notavcl pela 1)rorl11cciiodl1 i.;iiï.es tiibcro>;is, feculeiitas P assilcaradas. E' .\.ifraz, e tios ~)iiizcscl~rcritc~~, ;ic~ilti(~ \.rgela clilasi seri1 a$datlos, iiilrie;i :t iacno\-;lm poi. chso i n o t i ~ o ; somentc a forlia111 a plarif;rr tlc>lic~i.: i l i l Seita a collieita (los tiibcrculos. Mixltiplica-se gcrahriciitc ])or iiieio t Ici ( l h ( ; ~ c ; ~ , rliler uhteiirlo-as dos rchcnlos (los Iiil)crc.iilos, (,II 410 pryjl~rio(>:~~il~b (LI ~ ) ! ; I I I ~ : I: I ~ O I I I ~ I K ~LOJ, ~ ~ : ~ J1111I!~o ir1er.o dr! variedaiics qtw tiojc exjsleï~i,trlriii sitlo obfit1:is por seinciitcs. Eiii lIespnnlja iis:iiii cÏsl?cII
cialmente cortai, ;t rama en1 estacas tlo comprimento de Om,20,obtenclo assim O plantio. Vegeta bem em toclos os terrerios, preferii~do, no emtanto, os leves, de ho3 O X P O S ~ C e, ~dreiiados ~ ; r aquclles que, ;rlém t l iiriia ~ prrcentagem regular dr iisote, sao ricos ( b i i ~;r<.i(lophosphorico e potass;]. Conlioc2ein-segrailtle ~iiirrlrr-o tle variedades, sendo comtudo as mais prekritl;rs as scgiiirites : a Verme!ha e Anmrella cotnl~ritla,1?1.o\tbiiientes da ilinencd septer~ti.iori;il; ;i Verrr,ell~ntlr AWalcrga; a braiica da Ilha dr 8'roirg.u ; ;i Ii;rl:it ii Iynaîlt~,prot'eniente d;l Guadaliipe, branca c rnu i l(J productiva ; a ITiokta, cle c h * vcrmelho escuro c unia das mais apreciadas, e muitas outras. ils rrrais çi~lti\radasiia illia do S. Miguel teeni sido a Vermelha conzpridu e a Roxa de fbrrna variavel ; porem, iiltimamente, teem ailtivado em graiide escala a Anzarella conzprida. Existeni alli ainda algumas outras variedades, destacando-se, entre ellas, uma, de côr amarello esbranquiçado, comprida, de folhas partidas, distinguindo-se, principalmente, pela partieularidade de n3o se produzirem raizes adventicias no seu caule, vantagenk esta, grande, para a cixltura, como veremos. Todas estas variedades teein um valor industrial differcnte, reprrsentado pela percentagem drl assucar e amido que encerram os seus tuberculos : mas, como as fabriças recebem a materia priuiir a pezo, :t cilltiira desenvolve-se mais no seiitidn d;i
variedade que rnais prodiiz e que menos amaiihos necessita. Damos em seguida a composic%o das duas variedades, Amlrrella con~pridae Roxa, que ensajbrnos diiraiite o nosso tirocinio pratico lia Estac30 Cliimico-Agricola de Belem :
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Humidade .......................... Cinzas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Materin azotada. .................... Assucar reductor .................... Saccharose . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Amido.. ........................... Lenhoso ........................... Gorduras ............................. Indeterminados. ....................
1 Todas as analyses que apresentasos foram repetidas para verificacao dos ensaios. Nào podemos deixar de testemunhar a boa direcçilo que tivemos n'esses ensaios, da parte dos ex.mO"rs. drs. Mastbauma e Otto Klein, o que bastante concorreu para que os resultados pahissem deveras concordantes, pelo que lhes sornos verdadeiramente gratos. 2
Processos cnltnraes N'esbr (*;ii>itiilo tiescbrcverilos O sjstcir~i:10 culiura srguitlo en1 S. Migiirl, reservaiiclo ;i siia aprecsia(lao par;i iirn oiii ro especial. .ii~tes, [ ) O I ' ~ P I I ,(IP el~tr;~rnios v~~r~L;~~leiranlente no assurnpto, ciimpre-rios tlar uma itlla $er;il da c~oiistitiiiciio2eologica c orograp1iic;i dos ferrenos tl'essa regiao, c do seil dima, bcm como das zonas aondc sc cultiva ern grande escala a hatata tioct,.
Ccnstiiuiçio geologicz e orographica dos terrrenos e climatologia
clos e cornplesos conforme as rocl~asde que derivam. Ph! sicaiiiciitc, 1 ariam desde os argillosos coml)actos até aos de pedra pomes e biscoito O solo é geralrnerite p r o h r ~ d o ,asseiitar~do sobre um sub-solo pcrrrira\-el, variado, mas em graiide parte de pozzolaiia. Sao de lima c.oml~osicaoc11irriic.a conipl~xa,prcdomiilando, c ~ i l r e os princilîios fertilisantes, o azote e a potassa. seiiclo, comtudo, l~obresem acido p1iosl)liorico e esl,~c*ialnieritecal. S5o niiiito abuildaiites em o x dos ~ de ferro, a que devenl na maioria a sua côr cscilrta. Obedecendo larii1)eiil au pcriotlo con~ulsivoda sua for~iiaqao, s;o csscs tcrrcnos, or;i ahruptamente iiicliiiados, o:.a planos e suaves, forrnaiido ravinas r)rofiiricias, oii ~iloiitcs{Se altitude variada. Seiido a illia dc fiirma aloilgatla, k seçiindo o maior eixo que sc orienta o seu rclero orographico, compos to de duas csadeias tie iiloii taillias mais caracteristicas ; lima, que se eleva a leste da villa da Lagôa, começaiido na Serra de Agua de Pau, (930m), e que, pelo cruzamento d'esta corn o prolonçameilto das cumieiras das Fztrrras e Achatla, vae terrninar no porito rnnis alto (la illia, o Pico da T'ara (1:080m);a outra, letailta-se jurito de I>oiita Delgada, ria Serra Gol-da, prolor~gaildo-se,
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1 Xome que dao aos terrenos formados pela lava vulcanica.
para oeste, até encontrar as cumieiras das Sete Cidades. Estao estas duas cadefis principaes liçadas entre si por montes de menor altitude, situados na parte mais baixa da ilha, seiido tambem ahi onde se acliam dispersos os priilcipaes cbnes vul(:anicos que, outr'ora, quando em actividade, cobriram, em grande parte, de lava, o solo, que o trabalho incessante do tempo e do homem tem restitiiido A ciiltura. Todos os morites mais elerados que, pela sua situaçao e qualidacle dos terrenos, nZo sao susceptiveis de cixltura, estao cobertos de matto mais ou lnenos abundante, o qixe concurre um taiito para (lue as aguas das chuvas se iilfiltrem mais facilinente, iiido alimciitar varios nascentes, em lugar (le escorrerem completamente para os talwes. As roclias predominaiitcs s5o os basaltos, as tracha tes e dioritrs, appareceiido esta iiltima esperie princil~ilrnei~te lia Serra de hgixa do Pau. Além d'estas priricipaes, abuiidarn : as Ilvas vulcanicas, formando os terrenos cliarilados (le biscoito, que predominam na parte mais baixa (la ilha eiitre a Serra de Agiia (te Pau e a Serra Gorda ; os tiifos, r a pedra pomes, mais frequente rias rcgioes que ticam a oeste tltl Porita Delgada, a leste (la villa (la 1,agôa e no iiorte (la ilha. Nau apparecem rochas calcareas nem graiiiticas, ou fosseis animaes ; sbmente se teem encontrado, em algumas escavac5es, troncos de arvores, na
rnaioria de cedros, que cm tempos remotos teriam sido derrubadas por alguma erupçao. O clima é bastailte tcmperado e humido, coino os da maioria (los iilçularcs. Para se fazer ixma idka das ~ariaqoesclimatericas d'esta regiso, aprcsentainos a seçilinte taltella relati~aau aiiiio de 4894 e extraliitla clos l~oleliiisdo l'osto nieteoro1ogic.o de I>oiita 1)elçacla :
As chuvas sao geralmente rniudas, o que coiicorre, por urn lado, para manter sempre o solo sufficientemente humido e produzirido iima vegetaçao luxuriante, mas, prejudicaiido bastarite, por outro, as culluras, i'avorecendo o desenvolvimento de grande iiuniero de cryptogamicas parasitarias.
Regiôes culturaes As regioes aonde se cultiva em grande a M a t a dôce, estao situadas em volta das tres fabricbas de distillaçao. Sao : a de I'oilta Dclgada, a da villa da Lagôa e a da Ribeira Graride. POde calcular-se approxiinaciarnente em 2:300 liectares a area (le terreno cultivado nas trcs regioes. A regiiio de Ponta Delgada pOde dizer-sc que é a que possue melliores terrerios para esta cultura. Sao no geral, a r g i l l ~ - s i l i c i ~ ~l eo~s e~s de , boa exposicao e por riatureza bem drenados. A da Lagôa, possuindo terrerios tambern bastante proprios para a csultura, sao caomtudo en] perceritagem iriferior aos cle Ponta Delgada, seiido os de melhor qualidade mais freqiieiites na localiclade cliamada Termo da Lagôa e na Villa Franca do Caa~po,que, apezar de distar duas leguas da villa da Lagôa, envia, aiiida assii~i,hastante batata para a fabrica.
A regiao (la \-illa da Ribeira Criiiitie einaricipou-se, por assirrl tiizer, este anno ; visto que si, agora é que se furidou ali a ïahrica tle distillacao ; 110 emtanto jti esta regino procli~zi;i],astailte batata que ia para a fabrica da Laçôa. Os seus terreilos parecein-nos rnenos proprios para a cultura do que os das outras duas regioes, porque sZo iio geral inais planos, e, por isso, mais humitlos, alerri de que, pela sua composi!.2o plrjsica, s5o mais apertados : porém, tambem os lia eguaes aos das outras regiôes. Cultura
Os mirharlerises, gralas fertilidade iiatiiriil do seil solo, 1130 si) niiritsa deixam tcrrcno nlgurir (Ir i1;1 iilaiopoisio, rnas tambem ri30 se ('orltt~rita~~l, ria, em oI)ter i ~ omesnio aiiiio urna u11ic.a cultusa. Assim, a c8~ilturada batata dôce H fcita, OU si), solteira l, or1 associada 3 outras caltixras, (111 niixta. ITarnos consitlerar erii sep;rrndo estes (lois systemas de cultura. Batala so ou cultura solteira As opera(l8es feitas n'este systema tle cultura sao : onlonznncuo ou seme~iteira de leguriiiriosas,
1 Termo porcliic ~ulgnrnienteé conhecido este s! stema (le cultnra
geralmerite tremoqo para atlubo em verde ; criapZo da planta ou brolho ;enterrar o trmriogo e preparar o tmreno; plantngcïo; saclras; levantar a rama ou .tiesa/~ormr,e finalmeilte tirco. a batata.
So mez de iiovend)ro, logo a seguir-se as coliieitas, procede-se ti semciiteira do tremoco para a adiibaq3o em vertle. Para isso, principia-se por lavrar o terreno rnuito siil~erficialrnei~te corn um arado comrnum, operaq3o ;{ que chamarn riscar, teiitio 1trevi:imeilte deitado, ;t lai~[o,48 litros cle trerrioqu por algrleire de terra, ou sejarn 336 litros por liechtare.O tremoço desenvolve-se, e cluaililo corneCa a tlorir e que t: enterrado. Rluitas vezes 1120 serneani s6rneriie tremoyo, mas juiitam tamhem aveia ou crvada, que é aproveitada pelo gado quaildo se enterra o treinoco. To(los us laviatlores segixem a risca esta pratica, e s6 deixam de a executar quarido ii2o teem os tcrreiios cle.;pacliados a tenipo, ou o trernoco attinge um preco rriiiito elevtrdo.
1 O alqueire da terra é a nicdida agraria niais volgar nos Açôres e corresponde n 1:3Q3metros quadrados.
Criaçko da planta Como j i vimos, a hatata dôce cultivatla eiit grande, mtlltiplica-se piiraineilte por estaca, o qirt? ila illia da Madeira se Paz rniiito siriil)lesmente cortaildo a rama ou caule (la 1)laiila eiri seccoes tic: Om,30de comprimeisto, ou obteiido-as, como iisanl em S. Miguel, (los rf~bcritosque os tiilrerc~iiloslaiiCam, a qtlr c11;iniain b ~ o l l ~ o . Para isso 6 iieccssario collocar os tuherciilos eru callteiros especiaes, operacao a que cllamam deitara batata cc b~oll~ar-. E' clo rneiado de ja11eii.o cm diaiite que se prinr:ipia a exeçiitar este servico, para o que se escollle um logar ahriçaclo, geralinei~tejuilto das povoa@es. A I~alata destiiiada Ilara este fim é tirada corn totl:i a mutela, cscoll~eildo-secm seguida ;r de tamaiiho reçular e s9, c e transportada corn cixititrtlo, ern ccstos, para o local j i escolhiclo. Procede-sc ciit2o ao estabelecimento dos cairleirus, l)riilcipiaiido por abrir uma ralla de compriniento variado, coiiforme a quantidade de batata para que e dcstiiiada, e tle im,80 a 2 metros (le largura por 0"',20 a Om,30de profulldidade. Fcita a valla, deita-se no fuiido uma primeira camada composta de rnillieiros s ~ c c o s(palha de millio), ou de ramada de arvores, de tremoço verde ou de haracos da propria batata; e, assim disposta, deila-se uma outra, de iim decimetro de altura, de estrmne de ciirral por ciirlir, preferiiido-se o de
cavallo. Geralmentc cl30 a esta ultima camada a forma abahulada, cobrindo-a com 5 centimetros de terra bem piilverisada. Feito isto, procedc-se d collocag50 dos tuberculos, ponclo-os rautelosaincate, e de modo que n3o se toquem, Iicanclo quasi seriipre parallelameilte a si mesmos, iio seiitido transversal. S5o em seguida c:obertos rom [mi decimetro de terra pillverisada, :i que miiitas vezes jiiiitarn estriinie hem rurtido, or1 mais gcralincilte, tcrra cle estrrfo. Taml~emé vulgar formar esta camatla corn 2 a 3 ceritimetros tle areia preta posta ein i~ltimolixgar. Os cantciros, clliaildo promptos, ficarn a Om,20 ou Om,30 a rinia tlo cli50, r, com lima superficie ;irialoga tt de um b;rliii, p;ira cllie as agias da c l i u ~ a uscocin f;rcilmcnte. E' gcralmerite urrl mez depois tle concliiiilos, qixe princjpiaiil ri :rpparwer a sixperficie as novas l11;iiitas. Qixailclo cstas cornecam a ;ipontar é ruiivciiit:ntc clticbrai. coiri a m5o a crostra do terrcrio para llies ser inais Facil a sahida. Logo qiie tccm 3 oii 4. follias, t h iirn;r rerta resislencia, procc(1e-se ;io ;rrranclixe, O (lue 6 feito por Iiorilriis cxpcrimcntatlos, col1oc;iiiiio a rrl5o esqixerda sobre o tcrrcilo tlo c;iiiteii.o, c 1,iirliarido caatelos;rmeiite rom a outra mao o hrollio que sc tlcspreiide assirn do tiil)crcaiilo,viritlo j;i silfficit~iite. mente rnraizatlo.
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Terra vcgetal formada pela decornpcrsi~$iorio matto.
Quasi seiripre, :iiites dc sci. exl)rititlo, ;iiiida se executa unia oiilra ol)era~;lto,esprc'iitlriic~iitr.cliiaiido é plantio 1)ai.a verider, cluc coiisistr ii;t coiitiigem, que é kit;i aos ceritos ou ;los inillic~ii30s.Lin c'iiriteiro pGde r>rocluzir niiiitas carnailas dr I)roltio, iiumero qiir \.aria bastaiito tle iirii para oiltro anno. Qi~aiicbo estrume fermenta milito rayidamentei protlixz-sc uma caniada de I-~rolhoiniiito compacta, devicto ao grailde calor deseiivolvido, o qilr é çeralmciite l)rrjiitlic:ial, 1150 si, porqiie essa carnad;) é tle m6 qrlalidade visto qiie as plantas ficani estioladtts, rnas t;rml)e~n,porquc, nao se proloiigaildci en1 seguida il fermenlaçao, as outras camad;ts s20 Sracns, c1lcg;iiitlo mesmo os rariteiros a alttuar, o tlur c'orisistc eni demorarem-se bastailte a rebeiltar iiokarnelite. N'este iiltirno caso costuinam Eeea?itar os cariteiros ; isto é, desinancllam-11'0s tirandollies a 11;itati1, reforçaiiilo-os corn cstriirne ilovo, c collocantlo ein seguida os tuberculos nos seus 10gares. Uepois dc cada operacao, de arraiique de brolho, é necessario compor os cariteiros, yiier juntaiido terra, 0x1 tirando alguma hatata que apodreca e siihstituiiido-a por outras. U'acliii cm diante as operacoes succèdem-se, accrescendo, shmente, durailtr os mezcs de maio e parte d r jiriiho, regar os cailteiros se acaso soffrem de secca. 0 agricultor em grande produz geralmente todo o plantio necessario para o seu terreno, porém os outros compram-ii'o iquelles que
negoceiam n'este genero, que em determinados casos da grandes lucros. Esta calculado que cada 5 arrobas deve produzir o plaiitio temporao necessario para um alqueire de terra, ou 10 milheiros ; serido, portanto, precisas 35 arrobas para cad;, hectare. O preço por que k vendiclo o brolho è muitas vezes elevado, sobrecarregando muito a cultura ; porem, nos ultimos arinos, a fabrica de Santa Clara, i:m Ponta Delgada, teriî posto milita batata a brolhar com o fim tle ,foriiec.rr plantio mais barato ;los agricultores meiios ab;istadus, pagando-lhe estes corn batata na lahoraciio correspoiidente. Obtida d'este niotfo a planta, procede-se paralI~lanieiite;i prepara(;%o do terreno para a rcrrber.
Enterrar
O
t r ~ m o ~eo preparar
O
terreno
50 iniJz cie riiarco, logo 11ii(~o Iremort, tem i i t tiiigido Om,8 n 1 iiietro, e coiliecn a fior;i(::o, priricipia-se a preparar o terreno, eriterraiido O trernoco. ilrites, porem, de esecutarem esta operaçao, teem por costume fazer pastar o çado a corda, para que comam a avein on cevada que se criou, ou s0riieiite ;i pai*tc i~inistei~i*;itlo trenioço.
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1 Systerna de fazer pastar O gado amarrado por um pé ,-, uma estaca e riliiito eiripregado nos Afôres.
O gado permanece no campo de dia e noite, percorrendo-O successivamente, e, a medida que oi vae fazendo, segnem atraz uns homeiis, que com uma especie de espadas cortam o tremoco em duas ou tres partes conforme O seu comprimerito, ficando assim cahido sobre O solo. Esta operacao 6 co-nhecida corn O nome de rocar o tremoco. Feito isto, 6 o terreno lavrado, ou com o arat30 de p i u usiial, oii corn uni charrueco americano, enterrando-se assim O tremoco e qixacsquer oiitras plantas que existarn. O terreno fica por gradar tlilrante 4 5 (lias, para apotlrecq melhor o trcino'.o e nitrificar O terreiio, operac.50 a que vulgarmei~tc c.fiam;irn ii~ixaro t n w n o ,!P SCSSUO. Passaclo estck tempo t: que o gradam, e iazern iini;r ~crtlatleir;~ l a ~ o u r a de prelnraçao, emprcgaildo taiii1,rm O cliarriic~ro,oix, lia n~aioria,o arado da terra. F,' ein seguitla gradado, fic;rn(lo cl'cste moclo 11ronil)to1Inr;i a planta~ao. Sc ncaso, o (lue iizo 6 mixito f r ( l ~ I ~ ~ ~ririljrebilîe, gam ~ s t r u mde~ ciirr;il, costiimarii ciilt1rral-o n'cst;i la\ oura.
-1 plaiitaqlo do hrollio l!btlc scr feita erri itlriacilc~ plan0 on ti raze, conforme ficoii depois da lavoi~rn de preparaqZo, oii sobre ixn~espigoado de Om,20 (le altiira lior 0,60 (le largo. Qiiando C feit;i r n ~terrciio lilniio coiîicc~n-siipoi*
alinhar o terreno com uiii aiicinlio de tres dentes, collocando-os a Om,60de distançia, operaçao qiie 6 feita, passarido o appareil10 sobre o terreno, em linha recta, e ila tlirec~aomais ;ippropriada, e operarido segiiiilamciite tle rnoclo, rliie i i ~ ndos cleiites lateraes siga sobre a ultima luiha j i traçada; ohtriido-se assim, em cada operacao, duas linhas que iridicani oncle se ha-de collocar a planta. hlinbado o terreno, procecle-se ti distribuil30 da planta, o que 6 feito ernpi.egarido rapazes ou muIlieres, illie a vZo collo~iiiidosobre cada liiiha, e a t1ist;riicia tie Om,30. Atraz d'estes segiiem uns 110nieiis, que, empiiiihando uns pequeiius sachos especiaes dc cabo ciirtt~,plantam successivamerite O brollio distrihuiclu. Para isso. introduzem o gociüo do sacho 110 t(krrerio,e, apoiaiido-se sirlbre o cabo, abrem iirna fciitla suficiente para 1-rrcber o systema radicular da planta, collorariclu-a ali com a mZo esquerda, e, tiraildo em seguida o saclio e fazendo press50 no terreno coin o pé direito junto tia plaiita, filam-n'a assiin ao solo. Qiiaiido a plaiitaçao é feita em espigoado pro cede-se do mesmo modo distribuicao e plantac20 clo hrollio, collocsiido-o, porém, ilas nrestas do c.anialh5o. h ahertiira (Io esl~igoadoé feita com o :t1'3t10 de phu, pori'ln ;11gtii1s 1avr;tdores esperimentaram iinia ch;iribnti cspeci;rl, ori amo~itoador., mas corn poucos resilllndos ecoiion~icos. AAl;iins la~ratloresque tecm cnipreg;itlo adit1)os riiiniicos. enibora muito pouros, cSostii~ii;rmfazt.1-i)
n'esta occasiao, quando levaiitam O espigoado. Lançam d'este modo o adubo na pestaiia do espigoado aberto, e, empregando novamente O arado, tornam a ahrir um iiovo espigoacto, racliando o jh formado, e enterraildo o aduho a meio do camalhao. O adubo que particularmeilte sabemos que empregavam, era composto segundo a seyuinte formula: Nitrato de sodio.. ..................26 kilos Phosphato de calcio.. .............. 52 Chloreto de potassio.. ............... 38 r Sulfato de calcio. .................... 34 ))
))
A (luailtidadc empregada yor alqueire de terrerio era de 100 kilos, ou 700 kilos para urn Iiectare. Com este adubo obtiveram-se bons resultados, malitendo-se a producçzo. N5o eiltramos agora na aprecia~ioda formula, riem no modo de o ministrar, pois trataremos do assiimpto em outro capitulo. O systema usado, de pôr o terreilo em camalhao, tem ~railtageils,apezar de ser mais dispeildioso, e ila cultnra niais aperfeiqoada k qixasi sempre seguido. A planta fica, assim, fOra da ac@o da humidade excessiva do terreno, em epoclias de graildes cliiivas, e recebe melhor a acc5o dos raios solares, tanto na sua parte aerea como ila parte radicular; além de que, para certas variedades de batata, como para a Amarella con~prida e Vermelha com3
prida, torna-se quasi necessario proceder assim, para que os tuberculos cresçam coilvei~ieiltemente. A !plantaçao corneCa geralmeilte de meldos de março cm diante, até fins de maio oii principios de juiiho; poréin, os plantios que melliores resultados dao, s5o os temporoes, nao so. porque completani mellior o seu l~eriodovegetati~o,mas tambem porque, qulindo apparecem as larvas que destroem a rama da batata, tendo os tixberculos ja um certo desewolvimento, iiüo sao tao prejiidicados coilio os que ii'aquella occasiao os comecain a formar. Rern totia a planta cmpregada pega da primeira vez, por isso lorna-se riecessario replantar O terreiio, o clne i! feito (luando se prorede a primeira sacha. Ha ailnos em que é grailde o Iiumero de falhas, clcvidas n1ixit;is vezes ao ripor do tempo ou i abiiiîdaiicia de lagartas, especialmente um;i esperie, que é vulg:irinente conhecida com O nome de rosca, que traqain as plailtas, oii aiilda a qualidade do plaiitio. Rao julgamos que os agricultores procedam com o cuidado necessario ilo transporte do brolho para o campo onde ileve ser plantado, e miiito menos lia maneira como o tratam ali. É um facto muito coilhecido de todos, que uma planta pega tanto melhor quanto menos tempo medeia entre O arranque e a sua nova collocaç5o no terreno, e isto, porque as raizes perdem a sua actividadc ao ar, desorganisando-se. Siiccede, po-
rém, que as plantas de batata, ainda bastante tenras e com um numero limitado de radiculos, tamhem bastante tenues, sao tiradas dos ceir6es ou cestos, aonde foram transportadas, e postas, geralmente, Sem mais cuidados, sobre o terreno, sujeitas a acçio do vento e sol. Dentro em pouco teem as suas radiculas desorçariisadas, e, muitas vezes, completamente seccas. Mettidas essas plantas iio terreno, um certo numero pega porque lançaram ilovamente raizes adventicias ;outro, inferior iquelle, consegue Mver, pelas raizes que levaram, e, por fim, aqiiellas, que, pela sua debil coiistitiiic,5o 1120 puderam lançar. raizes ailtes de seccarem comldetamente, n5o chegam a virigar. Seria de toda a coiiveiiieiicia que as preservassem dos agentes externos, conservaiido-lhes O systema radicular hiimido, e transportando-as no campo por qilalquer systema apropriado para aquelle fim, o que, aliis, n5o é dificil de imaginar. A percentagem de plantas pegadas sera, Sem duvida, muito maior, augmentaildo assim o producto final, nio s6 porque se pouparh lias despezas de replantaçio, mas principalmente, porque a producçao seri maior. Depois da plantaçao segiiem-se as sachas, de que passamos a tratar.
Entre as culturas sachadas que conhecemos, é esta uma das mais caracteristicas, pois que, para o bom desenvolvimeilto da planta e, portanto, para o bom resultado final, torna-se necessario fazer sachas repetidas e em epodias apropriadas. Teem estas sachas por fim, como na maioria das culturas, fazer desapparecer a vegetaç5o espontanea, e conservar, em certos casos, a humidade no terreno. S2o geralmente tres o numero de sachas que se fazem n'esta cultiira ; mas ha casos em que se elevam a 4 e mais, conforme o aniio é mais ou menos humido, ou o terreno culti~adoproveiu de uma outra cultura nao sachada. A primeira começa logo depois da planta pegada, e quando principia a apparecer Iierva, aproveitando-se esta occasiao para replantar as falhas. Quando a planta tem j$ lançamentos de Om,30a Om,40, e ha novamente herva, di-se uma segunda sacha. As outras fazem-se quando o terreno O exige. Desde a segunda sacha em (liante é preciso fazer essas operaqUes com certa cautela, para que se n5o cortem as raizes que h5o-de ser os futuros tuberculos, e que comecam a apparecer d'aquella occasi2o em diante. Logo qiie a planta cobre corn ;i sua rama o terreno, (leixa este de criar h e m , e portanto termiiiam as saclias. Convem notar que
o sadio empregado nos Açiires 6 de um formato especial : compoe-se de uma lamina de ferro acerado, trapezoidal, de Om,18 e OW,29, nas bases, por On1,13de alto, applicada A estremidade de um cabo de madeira de Om,78de comprido e formando um certo angulo com o mesmo. Alguns lavradores mais emprehendedores tentaram empregar umas sachadeiras meclianicas, algumas de sua invençao, outras jmportadas, mas n5o tiraram o resultado desejado, e por isso em breve toram postas de parte n'este serviqo.
Desalporcar a rama A planta da batata dôce fixa-sc! ao solo por meio de grande numero de raizes adveiiticias, d'eiilre as quaes algumas se tuberifieam, o que concorre bastante para que a planta ri20 sh fOrme menos tuberculos no seii devido logar, mas lambem alimente menos devidamente os formados. Tor~ia-se por esta razgo necessario levantar a rama para impedir que isso succeda, operaçao a que chamani desalfiorcar ou tlesunhar a raqwa. E' esta opera~aofeita, logo que tendo os lançamentos um certo comprimento, começam a criar raizes ; para isso empreçam-se rapazes ou mulheres, que vao entre as linhas da plantaça0 levantando a rama e virando-a para o lado opposto. As raizes, em virtude da acqao (10 ar e sol, mor-
rem, evitando-se que a planta se torne de novo a fixar por meio das mesmas. Este serviço faz-se geralmente tres vezes, mas tleve repetir-se sempre que se note que a planta tende a fixar-se novamente, O que se da frequentes vezes nos annos humidos. Aproveita-se tambem esta occasiao para conjuntamente mondar a mao alguma herva que apparela, por ser em muitos (:asos ja perigoso fazel-O com O sacho. Quando apparece grande abundancia de larvas, das que roem (:ompletamente a folha da planta e de que fallarernos mais adiante, costumam destruil-as tambem smquanto desalporcam a rama. Empregam-se n'este serviço do desalporque grande nurnero de rapazes ou mulheres, O que concorre para que os salarios attinjam um preço elevado. Como serviço cultural e este O que precede O arranque da batata, e por isso, logo que a planta esta madura, deixa-se de executar. A batata tempora amadurece, geralmente, a partir dos principios de outubro, O que se reconhece, no geral, pela mudança do verde glaiico para um de tom amarellado.
Arranquo da batata Teem tentado empregar varios arados para arrancar a batata, mas ainda nao conseguiram obter um que completasse bem O serviço ; por isso e esta operaçao feita sbmente a sacho.
Antes cie comecar o arrailyue procedt:-se ao çorte da rama, servico que i! executado rom 1'3pazes ou rnulheres que a desligam (Io tcrreiio, pondo-a en1 rolos a uma certa dis tan ci;^ iiiis clos outros. Feito isto comeca o arrailcIuc, executado por homeiis, qiic sc distribuem (le iiiodo, que trabalhaildo c2;idaiim ria sua 1iiili;l c segiiiiitlo atraz uns dos outros, 150 laiiçai~doa 1,;ilat;i qiie cada grupo de qiititro tira para o mesmo sitio, formaildo assim uma especie de belyas (le batata, o qixe tem por fim faci1it;ti' o transporte para as carrocas, Fica assim sobre o terreiio (iiiraiitc alpiini tempo para perder a rnaior parte da terra, e e em seguida col1ocatl;t ern cestos e traiisportada para carroças, qiie a seil turilo as coiiduzem para as fabricas. S5o essas rarroças geralmrnte puxadas por bois ou muarcs r transportam catla rima eillre 60 a 70 arrobas. -1lém d'estas, aiiida s5o bastailte usados os celehres carros tlc madeira, pi~xados por duas juiitas de bois, ao so11-1 tla clliadeira tradicional. Estes ultimos transportes geralmente levam 100 arrob;ts. h l ~ r o d u c ~ aregula, o em media, ilara terre~ios boiis, por 240 arrobas por alqueire de terra, ou oii 1:680 por Iicbctare, o que equirale a 25:200 kilos. Ha rio emtaiito terrenos que tecm produzido 300 arrobas por alqueire oii 2:100 por hectare (31 :b00 kilos). Termina aqui o labutar coiltiiiiio do lavrador qiie luctaildo corn ixm grailde niimei'o de probabi-
lidades, lia maior parte das vezes, sO recebe uma parca recompensa, e passa a materia prima para o domiriio do industrial, que explorando com dados mais fixos, obtem sempre grandes lucros. Cultura mixia Este systema de cultura acha-se bastante generalisado e tem tomado grande desenvolvimento estes ultimos ahnos, o que bastarite yrejudica O agricultor em grande, pois que é O pequeno agricultor que lhe d i prefereiicia, porque, n5o fazendo contas e 1120 valorisando o seu trabalho, julga obter assim maiores lucros, e logo que obtem, na primeira colheita, a reilda da terra e pouco mais, vende em seguida a balata as fabricas por uma bagatella. S5o principalmente o millio e a f a n as culturas com que a batata anda mais associada, porkm, tambem é vulgar cnltival-a coi~juntamerite coin o triço, tremoço ou cevada. As operaçocs culturaes seguidas com a batata, na cultixra mixta, s5o idenlicas as j i descriptas, e por isso, sO descreveremos o modo especial de combinar a cultura com a das plantas associadas.
Bztata e milho Quarido dao o prin~eirosaclio no iiiilho aproveitam esta occasiao para plantar a batata, collocando lima liilha tic hatata a meio (las do milho. O desenvolvimento da plailta é lento, t: sb depois de apailliado o inillio é que completa O seu crescirnento, 1150 cheganclo, no geral, a produzir mais tlo que a metade do que produz qaaiido so. Este systema de cultura é hastailte lire,judic;ial para a cultura em maior. escala da batata so ; porque, muitas vezes, parecseiido que nao liaveria materia prima sufficiente Ilara a laboraçao aturada das fabricas, existe, iio entanto, espalhada por entre O grailde riumero tlc millieiraes cultivados, r é offerecida por ixm preco mais baiso ao fabricante, que, aprovcitaiitlo-se da occasi507 nao si) deixa de gastar em primeiro loçar a dos oiitros terrenos, mas tambem offerece pouco por ella.
Batata e fava Da ciiltura niixta, e esta, a i ~ ~ dassim, a a mais :~(lmissivel;pois que, sendo ;\ colheita da fava eita iniiito alites da do millio, a batata fica miiito mais cedo desassombrada ; c, como costumam adubar acluella cultura, esta, participando airida da adubaqao, produz 110 geral rasoavelmeiite.
A plailtaçao da batata começa nos fiils de março, collocando-se uma linha de plantio eritre duas de favas, ficando assim distariciadas de Om,80. Quando a planta esta bem pegada da-se o primeiro sacho, e um segundo quarido se arranca a fava, procedendo-se em seguida (:Omo se fosse batata s6. Empregam-se em cada alqueire de terra 5 a 6 milheiros de brolho, ou sejam 35 a 42 milheiros por hectare. A producçao approxinia-se As vezes da media das producçoes de hatata cultivada SU. Batatd
e trigo ou cbvada
Quando se destina o lerreiio para esta cultura semeia-se o cereal ao reço e a distailcia de Om,60, plantando-se a batata a partir do meiado de abril, conforme o processo segiiido para a fava. Alguns lavradores, em logar de semeiarem somente trigo, semeiam um reço de trigo e um de tremoço, eilterrando este a sacho, em abril, e plaiitando em seguida a batata. Este processo é muito empregado (batata e trigo) em Villa Franca do Campo, onde a cultura do trigo esta mais generalisada. Logo que a plailta peçou dao-lhe um primeiro sacho, guardando O segundo para quando se colhe o trigo, O que e feito arraileaildo-o. Depois fazem somente os servigos ja conhecidos para a batata.
Batata e tremoço A sementeira do tremoço é feita ao rego ; chegado O mez de abri1 ou mai0 enterram-se a sa(:ho tres regos consecutivos, e substituem-se por batata, ficando por este modo um rego de tremoço por tres de batata. Este systema nao é dos mais prejudiciaes para a producçao, porque comquanto a batata soffra com O tremoço, no emtanto a diminuiçao no prodiicto sempre é compensada pela oixtra colheita.
CAPITULO III
Doenças cryptogamicas e parasitas animaes N o sZo as doeilqas cryytogamiças que pi-oduzem na ilha de S. Mipel maiores estragos n'esta cultura; sBo, sem duvida, as larvas de algiins insectes, e muito principalmerite de uma especie, as que causam verdadeiros damnos. Citam-se algumas cryptoçamicas çomo atacarido a Conuolculzis batatas, entre ellas a Phytophotora infestans, a Phylostycta batatae e a Dematophotora necatrix; inas neiihuina d'estas tenl importailcia na regiao considerada. Diz 31. Gasparin que jillgava a batata (Iôce isenta da pliytonose tia Solanum tuberosum, mas cllie a sua collicita (le 1886 foi atacada d:t doeilra, rausando-lhe grandes prejuizos. P6de muito bem ser que em S. Migiel isso se
dê, pois que O clima é dos melhores para O seu desenvolvimento ; mas, sendo bastante frequeiites os estragos por ella produzidos n'aquella solanacea, e por isso, nao faltando germens para a transmittirem a outra especie, no emtanto, os prejuizos sao apparentemente nullos. O facto que temos notado e O apparecimento, ria epocha do arranque, de alguns tuberculos corn a polpa denegrida *, e em parte corn a apparencia cpe tomam as batatas communs quando estao atacadas da doença ; mas, como nao tivemos occasizo de verificar a existencia do mycelio, ou a formaçao dos seus conidios, nada podemos a r m a r , e s6inente apresentamos esta observaç50 como base de estudos posteriores. Emquanto a qualquer outro estrago importante, nenhum nos prendeu a attençzo digno de relatar, a n5o ser, em alguns terrenos bastante humidos, o apparecimento da Dematophotora, que, no emtanto, poucb damno faz a esta cultura. Vamos em seguida occuparrno-nos da lavra que mais a prejudica. E' esta lavra pertencente a um insecto da familia dos lepidopteros e do genero Sphinx. Este genero abrange pouco numero de especies, das quaes existem tres na Europa : O S. pinastri, S. ligzistri e O S. convolvuli.
1
A que chamam vulgarmente pedrada.
Pelas descripfles dos zoologistas que consultamos, pertence esta larva A terceira especie ou Sphinx conuoluuli, L. Esta longe do nossso intento descrever cada uma das tres especies, e mesmo d'aquella que nos interessa daremos s6mente uma idea geral. Sphinx con~olvuli
As larvas d'este insecto apresentam grande numero de varjedades, resumindo-se, comtudo, em dois typos principaes : as de fundo verde e as de fundo escirro. Pertenccm a estes dois typos as larvas de que tratamos ; mas, pelas descripfles de cada uma das variedades correspoiidentes, 1120 as podémos classen30 nas intermediarias.
(Fig. 1)
As larvas que mais abuilclam pertencem ao typo das de fundo cscuro (fig. 4). SZo caracterisadas por uma côr quasi preta, con1 duas listas longitudiilaes amarellas dispostas de cada lado ; a inferior, situada jiiiito da insercZo das patas, ainda que con-
tinua, e ondulada, com a parte concava de cada ondulac50 voltada para cima, onde est50 situados, quasi nos vertices, os estigmas, escuros, orbiculares e em numero de nove. A lista superior e continua, notando-SC, comtudo, uma colora~30mais rarregada entre a juncçao dos anneis. Entre estas duas listas existem, a partir do segundo di~nele a contar da l~artecaudal, umas ban(las ve1 iicaes formadas por pontuaçties amarellas, e em numero de sete. Em algumas larvas ha tamhem uma lista dorsal, (la côr das outras, continua em algumas, ou formadn yor ilma série de pontiiaç6es ii'oiltras. A cabeça 6 de um aniarello escuro, com cinco riscas pretas verticaes, tlividindo-se a central em (tuas, a partir do meio, e formanclo assim um Vj invertido. As patas examosas, em iiumero de tres, sa0 ltretas e inscrcm-se nos tres primeiros anneis que seguem a cabeça. As membraiiosas sZo tambem escuras, tendo, porém, a corôa levemente amarellada; sao em numero de quatro pares, inserindo-se a partir do qilinto annel. No decimo primeiro e ultimo annel existe um corniculo, amarello-alaranjado, liso, ponte-agudo, rom a extremidadc preta e voltado para haixo. As larvas de fundo rerde assemelham-se a estas, com a differença de que a côr principal e verde, e as listas s3o mais ou menos escuras.
Todas estas larvas se metrirnorpi~oseiamsem formar casulo, enterrando-se pore111 no solo.
As çrysalidas (fig. 2) sao de iirn anlarello torrado, çoni a hainha da tramp I)astai~tecomprida, destaçada do peito, arrluencl;~c serr~i-eiiroladalia exlrernidade.
(Fig. 31
O inseeto perfeito (fiç. 3) ilasce iio rnez de setom4
bro do mesmo anno, quando as larvas sZio temporas, isto e, se metamorphosearam proximo dos mezes de julho ou agosto ; porem, a maioria, sb apparece nos mezes de maio e junho do anno seguinte. Os insectes teem um vôo rapido e saem ao anoitecer, encontrando-se com ahundancia junto dos calices das flores, onde com a sua trompa sugam o nectar. Nos nlezes (le julbo e agosto é que se comefa ;i notar OS ~ s t r a g o snos batataes. Vivem essas larvas sobre as folhas, roendo-as completamente e deixanclo-lhes unicameilte os peciolos. Nos annos mais quentes, e qiianilo o iiiveriio foi meilos rigoroso, é qile abimdarn mais. Quando a invas30 6 forte lcvarri ixrn battital a seguir, e, acabando de o devastar, emigram para os que lhe ficam proximos. n'Go e pouco frecjuerite ~ ê iIm r batatal que se riiostrava (lias antcs ~rrdejante,completamente devastado e da côr do tcrreno. -1s plantas, privadas assim de folhas, ilgo podem elaborar principios n~xtritivos,e principalmente formar amiclo e assucar para niitrir os tuberculos; e, por isso, as procliicç6es recentem-se bastante.
Ieios de tratamento Os tratamentos feitos en1 S. Miguel resumem-se em destruir as l a r ~ a s mao, oix em deitar para o campo a criacüo: geralmentc gallinhas ou patos
marrecos, que, sendo bastante hvidos por este alim e n t ~ ,limpam assim as plantas das larvas. Sao os marrecos a especie qiie mclhores resultados dao, porque, prorurando hem as larvas, nZo prodixzem damno algum nos tuberculos, o que succede com as gallinhas e principalmente com os perus. As crysalidas sao tambem bastante destruidas pelos ratos, que, fazendo enormes prejuizos nas culturas, no emtanto fazem este beneficio. Seria de toda a vantaçem que se estudasse un1 processo para prevenir mais o desenvolvimento d'este mal; e parece-nos que, se da parte de todos os interessados se coiiseguisse, por meio de uiri systema apropriado, destruir um grande numero d o insectos, a iilvasao dimirluiria dc nnno para (ri~no. E caso este para cxl~~riencias:por isso, seni prevermos hem o r~s~xltado, jixlgamos, comtixdo, que alçuma cousa se consrguiria cmpreçando ao anoutecer um peqixeno apparelho onde existisse ilma liiz para attraliir os insertos, c um liquido qualquer apropriado para os prender. Assim, por cada insecto qixe se clcstriiisse, dava-se conta indirectamente de alpuns c ~ n t o soii inilhares de larvas. Ultimaineiite tambem tivcmos occasi2o de obsérvar os estragos produzidos por uma outra larva dr que 1150 clieçtimos a conheccr o insecto. Pelo qrle vimos, caracterisa-se a invasao pela descoloracao das folhas, parecendo A primeira vista ser o resixlt;ido de qixalqiier cryptogamica, tanto qil" tiisiial-
[riente, dizem que a planta esta alforrada; porkm, observando mais detidamente, nota-se que é O effeito de urna pequeiia larva, de tres millimetros (le comprimento, que se jntroduz entre os dois limbos da folha, destruindo-lhe completamente O parenchyma. As folhas atacadas, apparentemente, parecem estar seccas c intactas. A localidade onde pela primeira vez notamos estragos foi no Termo da Lagôa, e chamou-nos para isso a attençao a apparencia pouco commum que uma extensao de terra relativamente grande apresentava. Como, porem, nos faltasse o tempo para obtermos os insectes, por isso iiada mais podemos dizer
Estndo economico da coltnra Teem sido varias as crises agricolas que os niichaelenses teem atravcssado, 1150desanimando, cointudo, em as debellar, empreçando para isso, nao si, bastante actividade, mas tambem aproveitando-se das condicties favoraveis do clima e solo com que a natureza os dotou. Peiia e serem sempre ciirtos os periodos de relativa prosperidade que sr llies teem seguido ; pois que, muitas vezes, ou porque novos flagellos se nZo tenham feito esperar, ou porque um tarit0 imprevidentes nio tenham attendido As exigeilcias da cultura substituidora, restituindo ao solo os priilcipios de que ella mais gasta, ou mesmo porque, jà bastante sobrecarregados, sejam obrigados n satisfazer mais impostos, acham-se a braqos con1
iiovas dificuldades quanclo ilau teem ainda sido compeiisados de grandes exforcos. Foi a cultura da larangeira que marcou o yeiiodo de maior riqucza michaelei~se; mas foi tambem a ella que se succedeu uma (las maiores crises. Os aritigos laranj aes tein sido completamerite iirrancados e os que existem pouco produzem. RIuitos dos terreiios pobres, que tinhain sido ;thrados aos retallios ao campoiiio, teem sido abaildoilados ao directo seriliorio, visto ficarem im~)roductivos,e o empliytcuta vê-se na iiecessidade (te emigrar, protliizindo-se o quasi despovoarneiito (le algumas localidades que tinham certa importançia pclo trnbalho que aquella cultura requeria. Estabelecicla a correrite da emigraçao, animada, tle yez em quaiido, pelo regresso (le alçum mais feliz, tem tomado, nos ultimos ailnos, enormes l)roporç6es, ja pelas saliidas clandestinas dos que lbgem ao serviço militar, ja pela dos que sao illutiidos por promessas teritadoras, e que, ila maior parte das vezes, vao açabar os seus dias miserainente longe da patria. A consequeiicia immediala tem sido o salario irttingir uni preqo fabuloso, luctando-se com falta tie braços para os trabalhos agricolas. A perda d'aquella preciosa cultura ainda trouxe comsigo a depreciaçao da grande massa florestal existente, e pr>iilcipalmeilte,o pouco valor d'aquella que se creou ils esperailça da sua contiiluaç50. A cultura da batata dôce veiu em parte substi-
tuir a famosa aurantulacea, mas, 1120 sendo tao remiiileradora iiem apropriada a todos os terreilos clas antigas quintas 1, nao lem tornado egualmeiltc prospero o periodo que atravessamos. (:on10 cultura interisiva necessita de grande riiimero de capitaes, o que nao succedia com o da larangeira. Nao é, deçerto, a grailde cultura a que pre(loiniiia na ilha de S. Niguel, porqiie a Iorina (la pro1)rietlüde ri30 llie & a mais apropriacia, mas, aqiiella mesnio que nos ultimos annos existia, trm dimiriuido, nao sO pelo enrarecimento do salario, que por rnotiros cspeciaes iiâo b tao seiisivel A 1Ieclucn;i c;iiltiira, inas, priiicipalmeiite, pelo regimeii agricolo-industrial, que tem levado a tornar-se quasi inil~ossivela eultura, j i pela dinlinuiçiio de prodiic@es, jh pelas reducçoes que os fabricailtes teeni feito no preço da materia prima. Formulamos em seçuida as contas de cada un1 dos tres systemas principaes de ciiltura aiiteriormente descriptos, tomando como hase, para calciilar as despezas e o producto briito, as medias correspondentes so salario, renda da terra e protliicç6cs ; serido, no entanto, airida assim, bastarito razoaveis, pois que coilliecemos grande niimero (Ica c;isos, em que pela grande elevaçao do salario r tliminuiçao das producçfies, sao, lioje em dia, essas medias favorecidas, para se considerareni como reaes. l
Chamam quintas ao terreno cultivado de larangeiras.
Batata
1l)eapezas por hectare : (21 alqueires de trernoço a 400 réis.. .. Outcxmnar.. .. R.iscar e gradar.. .................... jl;arcar O trernoeo, urn homern
........
88400 2.8625 $300
Cortar O trernoço, 21 homens a 300 réis Lavrar, tres arados e rneio. radar, unia grade.. ................
..........
68300 34500 8875
......... ........................... .. Pôr em carnalhao ...................
34600 8700 14750
Lavrar. tres arados e meio..
.....
Plantaçao, 11 jornaes a 300 réis.. 34300 Idem 7 jornaes de rapazes a 160 Plantaçao .... rkis .......................... 481W Planta, 77 milheiros a 400 réis O mi, lheiro 308800
........................... ( i: saclia, 28 jornaes a 160 rbis.. ...... Sachas.. .... (2.. dita J........ (3: dita
9
P
1)
B
P
..B........
1.O desalporque, 16 rapazes a 160 réis. . Desalporque . 2.0 » » r .
13:
:
»
B
P
B
. ..
88400 86400 81400 24560 26650 28560
Arranque da rama e conducçiio da hatata para as carroças.. .. Arranque da batata, 35 hûmens a 300 réis.. ................. Importancia de cestos para transporte da batata. ............ Transporte da batata para a fabrica a 10 réie a arroba.. ....... Renda da terra ProdugcZo por hectare : 1:680 arrobas a 140 réis a arroha ................. Suldo lzquido u fuçor ...........
.........................................
--
Despezas
Hocda insulana
Moeda continental
118325
98060
101675
8a54.0
51950
4&760
358220
28&176
25&200
208160
-
1
-
A -
78680 3 $600 10JR(lO $800 166800 638000
............. 448450 2358200
Producto bruto -A
Moeda insulana Moeda continental
--
68144 26880 88 400 8640 131440 001400 . . . . . . . . . . . S . .
356560 1888160
2358200
1888160
2358200
188ki60
Batata e Fava i
Despezas por hectare : Lavoura, 3,s arados .................
1 38500
__.
Despezas . _
Moeda 1-continental -
~iMoeds niuana
Gradar, uma grade.. ................. 6S75 148373 Estrume, 77 cargas a 260 rois.. ........ 198250 Conducçào do estrume.. .............. 6 ~5 0 0 / 2:5&750 Fava para semente, 18 alqueires a 500 réis ..... 98000 Lançar estrurne e sernear, 16 jornaes a 300 réis.. 4.8500 Sachar as favas e derrubar, 30 jornaes a 300 réis 9h000 Malhar, 16 jornaes a 300 réis.. ................ 46800 Renda da terra ............................ 638000 Culturn da batata : Despeza da cultura segundo a conta anterior. 948200 Accrescimo de despeea pela conducçào de mais 600 arrobas.. .........................-66000 - 100&200 Produoto por hectare : Cultuva da fcva : - 210 alqueires a 450 rkis.. ....... -$Faveiras cpalha). .............. -6Batata :- i:400 arrolias a 140 réis a arroba.. ...... -8Producto liquida.. .................... 728.375 2934000
/
I
Produelo bruio +
A
Moeda
Moeda insuiana
continental
941500 PB500 1961000 -82938000
758600 24500 1588800 -62348400
34500 208600 7 $200 33600 7&200 31840 60Li00
808160
-6-4- -
/
578900 2346400
Deprel~ende-se das contas anteriores, que, dc todos estes systemas de cultura, O que da mais resultado é o da batata e faoa, porém, exami~iandohem, conclue-se que n5o e tanto assim. A cultura da fava faz-se quasi sempre associada ;i outra cultura para que dê interesse, pois que, d'este modo, n5o sO a renda da terra fica dividida por ambas as culturas, mas tambem s5o egualmente divididas as despezas de alguns amaiîhos communS. Facilmente se verifica isto ila conta que se segiie, derivada da anterior.
Obtem-se por este modo urn lucro attribuido a rultixra da batata, de 644300 reis por hectare, sixperior em 1961850 reis ao que se obteria se cixltivassemos o terreilo sbmente de batata, com a dift'erenca de ter sido a cultura feita em terreno que, chmbora teilha o mesmo valor, no entanto, figura pela metade da renda. Se atteildermos ;r que a cultura da fava 6 baste precaria, ja pelas doencas cryptoçamicas que i clima t -ao favoravel ao seix desenvolvimeilto ;i a t m com freqixencia, ja pelos grandes estragos $r8.dyizidos pelo orobanche o @gante, ou ainda pelo pq&io, concluiremos que este systema de cultiira nacf è tao economico como & primeira vista parece. A producg50 de 210 alqueires por hectare, qixe calciilamos, é bastante exaggerada para se considerar como mèdia, e hasta que desca de 10 alqueires por alyzieir~de terreno, o que equivale a 70 l'or hectare, para que o resultado figurado na conta corrcspondente seja eqixiparado ao obtido quai-ido se c n l t i ~ asdmente batata. E' isto o que se d i lia maioria dos casos, nao sendo poilco frcqiieiite chegar mesrno a producq5o da fava a ser metade, e menos ainda, do quo o que calculimos. Jiilgamos, portante, este systema de ciiltura ante-economico, pois que, n3o havendo uma constancia nos resultados que o levem a ser preferido, pelo maior lucro, ao da cultura solteir-a, nZo operamos tamhem uma modificaqgo na cultiira cllie o justifique.
6a
Emquanto h ciiltura cla batata e milho, o resultado bem prova que é pouco remuneradora, e sOmente o pbde ser qilando augmeiitem as produc@es de ambas as culturas, o que é cousa provavel e ilao frequente. As coiidiç6es ecoiiomiras cspeciaes dos lavradores é que, na maioria, os levam a empregar estes systemas de cultura, porclue se embolsam mais cedo de parte do capital empregado, o que n'aquella occasi%o lhes faz conta para aciidir a outras despezas ci~lturaes. Algiins lîrocedem ;~ssinifazendo mesmo coiitas, porém outros, que sao ;1 maioria, julgam sempre obter inaiorcs lixcros corn aquelles systemas cultiiraes. Seri;\ iniiito mais prel'erivel adiibar hem os terrerios, r.cstitixiiido os elenieiltos qixe lhes tirani pela exlîortacao do procliicto, o que se traduziria n'uma melhoria de producxc50, do que o continuar a empohrecel-os coin duas cixltnras egualmente exgotaiites ilos principios fertilisantes que mais exportam, 1120 tendo certcza de ~ i arobter melhorea lucros. A rotacao dc cultixras é pouco comnlum lias regiGes aonde sc cultiva iiidiistrialmente a batata ; pois clixe, ou a cu1tiv;im siiccessiramente no mesmo terrcilo, e sG com iriterriip(6es muito affastadas, ou sobrecarregam O trrre~iocorn duas culturas ciltrarido quasi sempre a batata Phde, por ventura, sustentar-se economicamente
este systema cultural quaildo iio Dece da conta (;orrente augmentam as parcellas e no Hacer diminuem progressi~ameiite? Sb quem n5o fizer contas poderi respoiider affirmati~amente.O reçimeil cultural ta1 como actualmente se encontra, longe de ser vantajoso para a regiiio, è bastante prejudicial, 1150 sO porque se exgotam os terrenos e por isso a cultura da balata vae desüpparerendo continuadanlente como cultura mais remuiieradora, mas tambem, porque as fabricas pbdem repeiitiilameiite achar-se sem ter materia prima para laborarem, immobilisando-se por isso grandes capitaes, e aiilda, como consequeiicia (l'esse regimem, ficar50 os terreilos menos aptos para outras culturas iio futuro. E' o fabricante que obtem lucros inais certos, porque nao sb tem dados mais seguros, mas tainbem eilcoritraildo da parte da maioria dos lavratlores malea1)ilidade suficiente para se amoldarem a todas as suas exiçencias, iiiiilra se desciadam dos seus interesses. Os proprietarios, uns s3o tambem fabricantes, e esses, largamente compeiisados pelos bons luCros das suas accoes, n5o olham como deviam para o dia de amanha ; outros, que teem os seus terrerenos arrendados por preços bastante altos, que nunca tinham attingido n'outros tempos, julgam-se tambem felizes pelo accrescimo de rendimento : por fim, aquelles que sao agricultores em grande escala, ou se acham compensados indirectamente
corn os interesses da industria, oix rluer,endo nielhorar de condic6es, e eiicontrado grande forcg de i~iercia a vericer da parte dos oiitros e da graridc massa (10 pequeno aprieultor, vêein-se ohrigados a coiitemporisar, collocaiido-se rni circumslancias identicas aos primeiros. Ha comtiidn agricultores, qiie ~xplorandoos seuh terrenos devidamente, conseguem ohter bons 111cros, nZo os deisando exgotados para o futtiro. A poiica protecçao que a industria da alcoolisa~ $ 0 tem prestado it agricultura pUde vir a ser-lhtb bastante prejiidicial. Quando dizernos protecqao, nZo rios qiierpmos referir sbmente i rnaior valoris a @ ~da materia prima, mas tanllrern ao iiiteresstl que deviam ter em indicar nos agricixltorrs 0s melhores processos a seguir para mailler ecoriomicamente a cultura, ou mesmo fornecerem-lhes adiihos mediante eontracto especial para serem embolsados no fornecimeilto da materia prima, ou eederem-lhes plaritio ou os reziduos que lanqam ao mar. Ja alguma cousa teem feito ultimamente n'este sentido, quer fori~ecendoplantio mais barato, quer projectando fazer largos estudos sobre a cultiira, e modo de a trazer As i~ntigasprodiic~fics,para O que, segimdo lenios, j6 contrat ararri iim chimico analysta na Allemanha. .Ii~lg;imosixma medida dereras acc>r.tatla,P qiiil se deve tradiizir economirameilte na regiao : porem, achnmos que O facto do enipd~rec.imentodos 5
terrerios era previsto, e qiie pur isso lia mais tempo se deveria ter evitado, pois que, nao sera0 shmerite os estudos de caracter piiramente de laboratorio, embora indispensaveis c princiliaes para O caso, aiilda que executados por Pessoa bastarite competelite como decerto sera o contratado, cllie habilitarao ;I rclsol~erimnieiiiatamente o assiliiipto, seiri c*oilhc~t~~i. hem a ieçiiio riein a cirltirra. E' Ii.;tl~~lllo que iiccrssil;r ljastante (le experierici;\, tb, (-01110 tal, dciiiorado iios seixs rrsiiltados. Par;i c.oi~eliiinnoseste csaljitulobllaremos alguina coiis;~tlo motlo coirio s5c~feitas as trnnsaccoes entrct o lti'orliietor. e O fabricalite. As fabricas tliie :rc.tnal~uriiteestao rni 1ahorat;ao s2o ;a tlc Santa Clara, riii Poilta I)elçada, qiie lem irove niirios C ~ P cxistr~i(.i;l,e a da Lagôa, situada na villn tlo niesrrio i~oino,clor jii tral~altiaha treze ansos. Estas htbricas t.oiisornem diariamerite urn terino iriedio (le 15:000 arrobas cada tirna, e COmecam ;\ sila labora~aoiios priiicipios tle outubro, ;icabaiiilo geralmei~tec i i l fevereiro. No principic) da plaritasao ahrem essas fahricas conlrnc.tos rlsptlciaes c50rii os lavradores para o foriiec.iinriito tla ba tata. Geralmeiite silecede, que O pret:o proiiiettido i: b;iixo, e, portairto, ficarn muitos 1;wr;rdores do f4r.n; isto 6, sern fazerem contracta, fiados em o1)terem depois melhores precos. Os coiitr;~clos sao fritos de modo, que o agricultor SV obriga a fornocer iim c-crto numero de
drrobas por um determinado preço e seçurido a praça qiie os fabricantes lhes derem nas qiiinzerias dos mezes (le lahora~ao,nao se responsabilisando os fabricantes por qu~lquercaso de força rriaior que os ot~rigile a iiao trabalhar, caducando por isso o c30rrtracato. D'aqui rrsiilta, que km o fabricante toclas as regalias, porclue n2o sU firma o coritraactopelo preqo minimo por que o la\ rador pbde foriiecer a batata, mas tiispoe do mesmo conforme entende, rigo l h ~ offerclceii(1o garaiilia alguma rio caso de 1120 1;iboraiaern, c.orreircto estes, por isso, o risco de ficSareni corn a batata 11;) terra sem terem que Ille dtir oiitra applica~aoaléni tio sustento do gado. (:liegacla a clpocha da lalroraçao estabcllerem qii;rsi semprt3, priricil~alrnenlea fabrica da Lag6a, iini jogo es1)etLitilfcito por tprceiras prssoas, que compram por poiico dintieiro a materia prima aos pequenos lavradores, mas por iIm preço quasi sempro superior ao que lhes tinha sido calailadamente offerecido nas fabricas. Como a ci~lturaesta distribuida por um grande iiiimero, na maioria, de peqiienos açricultores, estes ounca percebem o modo como s5o illudidos, mas, pelo contrario, desconfiam sempre do lavrador em grande qiie Ih'o quer explicar; por isso succedcl que nunca é possivel obter melhoria de preços oix garantias mais solidas. Eis em breves traços como se encontra actualmente a cultura da batata perante O industrial, e, (I
coirio ilos ilicrecri ifccerto mais sjuip;itl~iasa prinieira, nd\og:imol-;i (le niellior grado, ilois que é represeiitatla por iiiii grirpo lahorioso, geralmentcl rnal conipeiisado, 1)craiite um oiitro, alias t a m b e ~ i traballiadoi~,nias que, olhando szrflciente~)wntepara os scris iiitei*esses, 1120 prcsta a tlrvida atten~ao tiyiiell~tl'aoiide Ilies proveeiil. Urge, portliiito, l);ir;l tli~r ;I c+iiltnr;t 1130 seja complt~lanieliteal~;riitlr~i~adü, aléni (las ~nodificaçoes riccessari;is rio sqsteril;~cbiiltiirnl,que os interesses sejürn niais Iiem clivididos ; e isto 1120 se consegiiira, scJrii que o l;ivi.;id~rse conveilla que elle é qiie lcrn a f i ~ r l a ,que sbmeiite s r açlia muito dividitla, nias qile a campaiitia sera vic2toriosalogo qiie se uiiam.
Critica de algoas dos processos culturaes A phase !)or que vae 1)assaiiclu a i'ullura da balata clôce tein prendido a atteiiçao dos agriciiltores inais illiistrados tla ilha de S. Migiiel, e comeqa-se ;i estabeleçer iiriiil correiitc iio seiititlo (le estudar i~iial o rneio ec.oiiornico c pralico de a inailter re~niilieradora. Ora, seiitlo u fim l)raii~cipal (la u!j?.o?zor)liaohter caum i nieilor (1isl)eiidio o masirno (le proclucç20, temos que O [)rol)lema a resolver se resixme em toriiar 3 ciiltilra o mais ecoiiomica possivel, ein!)regando, coiijuntaniente, os meios de exocuçZo pratica, que a sciencia iios ensina para obter inaiores prodiic$i3es. Nada mais Sacil lia, emqiiailto ao prirneiro caso, ;I eeonoinia, do cIne fazer siipposiçi3es; pois rliie,
,
ou reduzirido certos amarihos, ou inventando processos extra-ecoiiomicos, ohteremos sempre o que temos em vista; porern, n'uma cultura que e intensiva, como a da batata dôce, a economia vae, yor isso mesmo, ate a um certo poilto, pois que, passado elle, sigilifica o contrario. JA n3o apresenta a mesma facilidatle o segundo poiito, e por isso rnesmo tem elle importancia capital lia resoluçao do problema. Deisamos completamei~teeiitregue a cada agricultor ser o mais economico possi~el,pois que, coiihecidos, como vimos de fdzer, os processos culturaes, reconhecernos que a parte essencialmente pratica de os executar esta de accordo corn as condiç6es da regiao. Faremos, porem, sbmeiite urnas observaç8es sobre alguns processos seguidos, e occupar-nos~hemos de preferencia das adiibac6es.
Lavouras PoderA ou nio influir sobre a cullura uma lavoura mais ou menos profuiida ou mais completa ? Dizem-nos alguns auctores fraiicezes que a batata dôce, para produzir mellior, necessita que O solo inerte esteja duro, porque n'este cas0 se formam menos raizes fibrosas e por isso maior numero de tuberculos. E' este um facto de observaç3o, mas que tal-
vez se explique pela maior fac*ilitiadeque as raizes, em um solo inais revolto, ter50 em profuiidar e em se desenvolverein mais seiii se modificarem : pois que o tnherciilo, iio raso considerado, iiao 1: mais tlo qiie a tiil)eriticJnc50 clas raizes, ou, por outra, a sua Iiyl!ertrol~lija. D'csle facto (tevernos conclilii., que uma lavour;~ profullda nao é varitajosa para a producçao, embora o possa ser para a ~egetaçao; porém, emquarito a ser hem com~jeta,isto é, ficar o terreno bem pulverisado, iielihnma diivitia ilos resta a seii favor. N'este caso nao yamos de eiicontro ao oiitro priiicipio admittitio, porque a pulverisaçZo do solo acti~o,tendo por fim furnecer o maior numero dc principios assirnilaveis ii planta, produzira tanto melhor resultado quûato mais cornpleta fôr. Para que isso se da sera pois necessario que sc empreguem os apparelhos iriais adquados. Usualmente a lavoura e feita corn o arado de pau, e este, como se sabe, nuaca completa bem o serviyo. El portarito, muito mais admissivel a lavoura com o arado (le ferro ou o charrueco america~io, que jh alguns lavradores empreçam, e ii3o deve i r a lavoura a uma profundidade superior a Om,25.
PlantalcCo. - A distancia de 0 ~ ~ 3 a0 ,que collocam as plantas, parece-nos devéras apertada para que ellas se desenvolvam como deve ser ; pois que
o cubo de terra iiecessario para cada planta, na0 fica completo. Sera talvez este o motivo porque niuitas vezes ao arraiicar a hatata se nota grande desegualdade na prodilccao de cada planta, e para isso deve infliiir a maior façilidade como cacla uma se apodera do terreiio. Seria, portaiito, preferivel auginentar a distailvia, porque, a par rla ecoriomia, parece-nos logico qiie a protluccao sera mais regiilar e melhor. .iproceita~t?rrlto (lu ratrla.-A rama que esta planta produ;! constitue, quer ilo estado rerde ou secco, um aliiiieiito de alto valor para o gado, porém n3o a aljroveitam como d e ~ l a m .Limitam-se ;r susteiitar con1 ella o gado de trabalho, empresado no trailsportc da batata ou ila sementeira do ireüloqa, e yoiico mais, cornendo-a no mesmo terreiio d'oi~tlefoi tiratla. Este systema, embora seja c~voilonlicaiileiite~*oiicIemna\el,se atteridermas ao inell.ior*aprojeitanieiito ci'este aliiilento, é, comtu(10, justifica~el erriqiiaiito i cultura ; porque, ~ o l taiido 3 r;lin;l para o iliesnio terreiio, qiier represeiitatla iios rrstos que os ailinlaes deixaiti, oii rios heiis excarerileiitos, 1120 exportariios os l)riiieipios f;~rlilisantesqiie rll;i eiicerra. B'iima exploraç30 en1 rliie se attendesse devidaineiite ao valor (l'este aliriieitto, seria, iio emtaiito, rnais ecoiiomico trarisforinal-O ri'iima especie de teno, e eiîfai*dal-o en1 scgiiida, p;ira siisteiitar o
gacio em epochas de carestia, restituindo 11or outro lado ao terreno os elernentos exportat.los. Ernquaiito as outras praticas, serao, ria ~ e r d a d e , siisceptiveis de se modificarem economicamente ; rnas sO no campo experirnental e que se poderi deduzir O melhor modo de O fazer, lJor isso de il ad:^ valem supposir6es. O que mais importante se torna actaalmente L; estudar O modo de manter as proclucq6es. Para que se possa saber o que um dado terreno necessita para uma cultura, e necessario primeiramerite conhecer, pela analyse chimica do mesmo, o seu valor, e depois c.alcular o que lhe é preciso jimtar dos l)ri~ic.iliiosfertilisantes, conhecida ta'mI~ema ailalj se cahirriica (la plarita que se pretend(3 ciiltivar. l? ainda :ictualrneiite urn poiito (le estudo, o saber-se a riyiieza cffectira de um terre110 em priilcaipios fertilis?iltes imniediatametite assimilaveis pelas plantas : porque nao se coiihecc ainda, (le uin modo positive, yiial o acido capaz (le solixbilisar a rnesrnii quaiitidade de priiicipios, que os que as raizes possiiem sol~ibilisam. Sobre este assuml~tovarios sahios agronornos teem feito grande numero de esperiencias, espec*i:ilnieilte em Iiigiaterra. O que actualmeilte uma analyse de terras iios Sornece 6 o valor em principios tlircctainente assirnillaveis, conjixnctameiite coin outros que se v3o solubilisarido. Como tratamos da cultura da batata tlôce, pro-
t:uramos obter exemplares de terrenos aonde a planta produzisse bem ha bastante tempo, quer sem adubos ou adubados, para reconhecermos, pela analyse, quaes as relatoes em que estavam os prinvipios fertilisantes. Ohtivemos para este fim algumas amostras, das quaes analysamos duas das mais importantes : umn, perteneente a uiri terreno da localidade chamadn (kotinl~a,junto de Ponta Delgada, e que esta protluzindo batata ha 13 annos, com uma prodiicq50 (le 300 arrobas por alqueire (4:100 por hectare) Sem levar outro adilbo alkm 110 tremoqo, t: uma oiiIra, proveniente cl;i freguezia da Relra, que tanit~emproduz ha bastante tempo batata, com resultado identico, con1 a clifferença, que tem sido baslante adiibado. Damos em seguida as analyses d'esses terreiios. I)em corno de alguns outros de varios poiitos da ilha.
Analyses que fizemos A
Terrenos que h a 12 anTerrono nos produzem batata das com uma producçao Amoreiriconstante de perto de T~~~~~~dos nhas 300 arrobas 1 por al- ~ ~ ~ - d queirc de terra. Agua da de Terreno da Terreno Pau da Grolinlia Relia sem adubaN.O 4 adubado $60 -CC_
Analyse physica:
Agua hygroscopica.. . . . 5,531 Areia ................. 74,916 Materia organica 4 . . .... 1,475 Argilla.. .............. 18,058 Carbonato de calcio .
".
19,537 59:670 1,048 19,745
13,783 71,117 1,532 13,568
22,866 67,837 1,320 7,977
1
-
Analyses de differentes chimicos A
Outra Terreno terreno ~ da ~ -da grota mesma loealidade Fjg,$ira N.@2
22,442 68,163 1,797 7,298
-
Terrano dos Arrifes 9
___
-
Media de varios terrenos
'
-
-
p p p p -
Analyse &iuiica :
Azote'. ................ Acido phosphorico.. .... Potass;~............... Cal.. ................. Ferro (F e ? O 3). ....... Magnesia.. ............ Silica. ................ Nota 4: 3l:500 kilos por hectare -Kota 8: Analyses feiias na h lemaiiha pelo si*.Pfeiffcr, direclor da estaçao de Got1engen.-Nota 3: Analyse feila por H. Joulie.-Nota 4: Acidqs negros.-N:ta 8:Godos os terrenos aprosentavam, pelo calcimetro, vestigios d este elcmrnlo. O ataque dc tddos os tcrrcnos que analysAmos foi fcit, con1 acido chlorl~ydricoe duraute meia liora d'ebuli(50.
Comparaildo os resultados da analyse dos dois primeiros terrenos, vê-se que, apezar de serem amhos bastailte ricos em principios fertilisantes, tem no cnltailto o terreno adubado conservado uma percei~tagem mesmo cxcessivamente elevada de prii~cipiosfertilisantes, emquanto que O outro ja se acha rriais depauperado. Assim, para a potassa, tem 0,184 O/o, quantidade que ja é um tanbo inferior i admittida para um terreno typo (0,250 ('/II). A prodiicî3o de ambos os terreilos, pelo conheciment0 que temos d'elles, é completamente comparavel. Por outro lado, coilhecemos tamhem O valor mineral da hatata pelas analyses que fizemos e por lima outra que eticontrimos, e que apresentamos em seguida. -Analyses que iizemos
.$
;
-
*L=
j7ariedaae
amarel la romprida
Azote .................... Aeido phosphorico. ........ Potassa. .................... Cal.. ..................... Magnezia.. .............. Siliea .....................
0.280 0,089 0 562 0,058 0.032 0,066
I
30'OxJ
-2 a $
3 x
0,lB 0,064 0,48Y 0,023
0026 0,092
1
Estes rcsiiltados refcrern-se a 100 de materia fresca. 1
Erli'aliiàa d o jornal agi'iccila
O
Agriez~ltor,Ilicliaelè?ise.
O
Resta-nos agora conhecer o valor do adubo mais empregado, O tremoço. Analyse segundo Woolfe: Azote.. ..................... Acido phos1)horico Potassa. ..................... Cal .........................
...........
0,50 0,11
0,15 0,16
É pois este adixbo principalmente rico em azote,
e: é par isso que se toriia riotavel. Os adiibos verdes s5o (le grande importantLia; porque, escollien(1o-separa esse fim plantas que as suas raizes profunclem hastante, trarisl)ortam por isso tlo solo inerte miiitos dos prinripios cllie a (.IIItura 1150 aproveitaria. Alem d'isso, e apezar de i15o fornecerem ao terreno priiicipios extraiitios :ilém do azote, concentram ri'um dado ponto outros que estavam muito espalhados, offerecendo assim ;i. planta uma assimilayao mais facil. Teein tambcnl graiides vantagens porclue cariservarn mais himiclade no terreno pela materia organiça que Ihe fori~ece,e ainda porque a plaiita encontra os priiicipios fertilisarites n'um estado de mais facil assimilaç2o. Reconliecidas estas vantagens, devernos, por yentrira, 1120 empregar outros adubos differentes? 011 devemos coiidemiiar este systema dc adu-
haçao no estado actual da agricultura michaelense ? De modo algum a sciencia nos jndica que os devamos empregar exclusivamente, ou ahandonal-os por completo. Os agricultores ligam-lhe grande importancia, O que alias merecem, mas, O que elles n5o se conyencem, e qiie empreprido scimente O tremoçp, embora adubem rasoa~elnientea cultura, v5o no emtanto empobcecendo O terreno. Se atteiidermos as analyses apresentadas, vemos c[ue sao os terrerios michaelenses bastante ricos em azote para que O adubo verde nao seja mais do que uma siiperaburidaqcia d'aquelle elemento. Portanto, produzindo este adubo, como8ate aqui tem produzido, bons resultados, tem sido isso devido, especialmente, ;i concentraçao dos oiitros elementos fertilisantes : porém, como esses principios provém do proprio terreno, e somente os concentramos mais n7um datlo ponto, O empobrecimento vae sendo progressivo e egual aos elementos fertilisantes que exportamos. Deduz-se por isso, que para procedermos racionalmente, devemos lançar ao terreno todos os annos proximamente aquella quantidade de principios fertilisantes. Vejamos qua1 e esse numero. Servindo-nos dos resultados das tres analyses da batata, que apresentamos, calculhmos a seguinte media de priilcipios fertilisantes por cento de materia fresca :
Azote ............................... 0,249 Acido phosphorico.. ................... 0,092 Potassa.. ........................... 0,533 Cal.. ............................... 0,047
O iluc tlti 1131'3 uma prodiicqao de 25:000 kilos por hcc8t;irch,os seguintes principios : Azote ............................. Acido ~)liosyliorico.................. Potassa ............................ Cal ...............................
62k7748 23k,184 1345,316 Ili",l2O
Siil)poritlo que uin l~ectarccultivado de treirioc;~ protliiï. iirnir inassa de atlubo ~ e r t l eegual a 20:000 kilos, tcbirios (lue por este motlo lailcarnos ao solo as sepiiii~fes quantidades tlc elririeritos fertilisantes : ,Szote ............................ -4c.iilo ~)l~osl))iorico ................. Potassa ........................... Cal ...............................
100 1$ilos 22 D 30 D 32 P
YS-se, ~)ort:into,que este aduho esta bem çonstiir batata necessita, oscepto en1 potassa, de que nlaior gasto faz a cullui8;i : e podemos considerar, que todos estes eleirientos li)ram tirados do solo, escepto O azote, que iiiitlo rm todos os principios que
a planta ahsorve quasi na totalidade da atmosphera. Porta~ito.pela applicafao coritinuada d'este adubo, vanlos enriqiiccenrlo o solo em azote, e empobrecentlo-o en1 totlos os outros principios que a batata roiiba 30 terreno, e, por isso, nZo s6 as produc@es filt~lrassefio menorrs, mas tambem o ljrotlucto itlr;i nienos rico em princil~iosalcoolisa\-eis, e aind;~,o ~)i'ol)riotremoço que serve de adul~o, vira mais 1)ohr.ecm principios fertilisantes. Vejanios n irifliiencia que poderà ter uma excessiva qiiantid;~tie(le azote sobre a formacao do amido e iissiiccir lia planta da batata. Tem Iin~idovarias tlieorias para esplicar a formaçlio (10 ;inlido e assucar nas plantas, porém é um ponto assente, que esse phenorneno se da nas folhas pela arc50 cjsy~ecialdos raios solares. M. Emé Girard, foi quem, co~tinuandoestiidos tle oiltros iilr-estigatlor~srlistinctos, e por experiencias (Pitas lia beterraba de assucar, concliliu, 1150 sO que é lin folha oncle se dit a formacao do assixcar, l~eladeconiposiqlao do anhydrido-carbonico e agila tla atniosphera, mas tambem, que a especie do assucar fi)rmaclo era a saccharose, produzindo-sr esta em (paiitidade proporciorial à abundancia de luz. Analysando as folllas da beterraba colhidas ao anoixtecer e no amanhecer, encontrou sempre, nas primeiras, quantidades de saccharose e assucar reductor muito superiores acpellas encontradas nas
segundas; do que concluiu, que a formaç,3o da saccharose se dava sbmente em virtude da ac@o da luz solar, e que O assucar reductor 6 O producto da sua transformaçao. Egual theoria admitte para a formaçZo do amido. Assirn, diz-se que a sacçliarose decompoe-se em glticose e le~ulose, sendo esta para formar a cellulose dos tecidos, c aquella para îormar O aniido. Por outro lado, sabemos que na batata o amido e assucar existentes nos tuberculos sZo elementos de reserva, formados pelos principios hydro-carbonados que exccdem ti quantidadc precisa para ;I formacZo dos tecidos Pelos principios de pliysiologia vegetal, sabemos tambem, que a planta absorve o azote pelas raizes, ilo estado dc ammoniac0 ou azote nitrico, que, trarisportado para as folhas, se cornhina ahi con1 a glucose, para formar varios corpos quaternarios ou de composiq20 mais complexa. Ora, a quantidade (le glucose que se accumula nos tuberculos, debaixo da forma de amido, é ;t que excedeu as rombinac6cs Sormadas na follia, assini como a saccharose, que tanlbem se encontra nos mesmos, sera egual quai~tidaded'esst~ assucar que 1150 solTreu desdohraniciito. Havendo uma quailticlade ex ces si^;^ de azote, a percentageni de glucose combinada sera maior, c, portanto, as quantidades de amido e saccharose accixmuladas sera0 menores ; e n'este caso, a vegetaq2o da plailta G
pOde ser exuberarite, porém a producqao de tuberculos ser diminuta. Ha grande deseiivolvimento vegetativo, pois que n2o faltam os priiicipios necessarios para a forma$20 e nutrila0 dos novos tecidos, mas a quaiitidade de elemcntos tle reserva é menor, e com ella o protlucto que mais nos interessa. Na pratica é isto hem visivel, pois ilue muitos batataes, que actualmente produzem muito menos, quasi semprt: aprcscntam iIm grande desen~olvimeiito foliar. Portaiito, torila-sr, iiec'essnrio equilibrar melhor os tcrrenos iios seus princi~~ios fertilisantes, e para isso, tleveirios rrnpreçar adiibos em que entrem conio ~~rincipaes rlementos ac~uellesque o terreno mais nrcessite. l'ara terreiios rni que abimda o azote, como os coiisidcrados, chhc'erto que nao sera preciso cmpregal-o ; s6nieiite devernos tornar aquelle que existe mais assirriilavel, empregando como corrertivo iirn rlem~iito c;ilcarco, por faltar este elemento i i n rluniititlacle necessaria para completar essas trarisforrna(i5es. Qua1 s r r i ;ictiinlnicnte a melhor fbrma de ntliib a ~ a o: os atlabos de curral ail chiniicos ? Nao è possi~elres1)oiider de ante-mao, porquth ri30 conlieccnios resriltados experimeritaes ; porrni somos levados a proniinciar-nos pelos adubos chimicos, pois que sb com estes poderemos equilibrar ;i quaritidatle (le principios fertjlisaiites no ter-
reno, visto lançarmos aquelles que queremos nas proporçoes devidas, o que n3o succede com os oiltros. h formula do adubo a empregar tlevera ser poi' hectare :
........
133 kilos Phospliato (le calcio (a 20 010) Chloreto de potassio (a 50 ('10) ...... 270 Sulfato de calcio.. ................. 200 u Esta formula seri ilara urn terreiio rico em azote e rasoavelmente co~lstituidoilos outros priricipios, tlevenclo ser alterada conforme a riqiieza do terrerio, recorihecida pela analyse. A forini~laqiic alguns agrieultor*esernpregavani, como ja ~ i r n o sila l);lr'ttL caiiltixral, vra a seguinte por hcctare : Nitrato tle sodio. ................. Pliospliato de caal(io............... Cliloreto de potassio .............. Sulfato de calcio .................
227,s liilo~ 166.5 n 157,s 148,s w ))
700,O
u
O modo como este adubo era miiiistrado na!: era dos mais racionaes. O iiitrato empregado, na occasizo da plantaça0 do bollio, sera facilmente
1
Ou
O
seu equivalente em sulfato de potassio.
arrastado pelas chuvas para camadas aonde i13o aproveitarh a planta. Emquanto i potassa foriiecida debaixo da forma de chloreto tamhem iïao e a melhor occasiao de a empregar, poryue, no çeral, as plantas soffrem com a acçao caustica do sal, e nao sO sao atrazadas iio seu desenvolvimento, mas tambem deixani de al~roveitarcomplctamerite esse principio fertilisante. Por isso, os saes de potassio, excepto o carbonato, lari~ados 11'aquella occasiao iio terreno, lo~ige de protlirzireiri I~oiis resultados sao pelo contrario 1)rejudici;les. E' i~c~çessarioque O sa1 se clecompoillia, trarisformando-se ern carhoiialo, a melhor forma de set8 assimilatlo pela planla sem a prejudicar. A rnellior epoclia de lailcar o chloreto de potassio 11o solo, ou o ~iitratoe sulfato, e quaiido n2o lia vegetacao; ~orclue,seiido estes saes bastaiïtr solil~eis,facilmeiitc sc espalham iïo terreno, traiisformalido-se pur dupla dccomposiç2o em carboiiato, que é cornpletaineiitr: retido, e que, apezar clti ser causticao, nZo exerce essa acçao sobre as plantas por causa de combinaç6es especiaes que forma. Na cultura da batata, a melhor epocha de o fazer sera, portailto, na occasiao da sementeira d o tremoqo, havendo rio emtanto a cautela de deitar os saes algum tempo antes de se proceder a essa operaqao ; el 1)or isso, parece-110s conveiliente alterar o systema seçuido; isto e, empregar o sa1 depois dc riscar o terreno, e deixar qiie umas pri-
meiras chuvas o solubilisem, procedendo entao a semeriteira. Julgamos que o cllloreto dc potassio sera substituido corn vantagem pelo sulfato, porque este iiltimo transforma-se em sulfatos (principalmente (le calcio) que sao mais retidos pelo terreno, emquanto que o chloreto de calcio e caustico e e arrastado pelas chuvas, O que, apezar de impedir que a sua causticidade prejudique a cultura, concaorre comtudo, para empobrecer o terrcno n'um elemerito em qixe ja n3o e rico. Com os terreilos bastante pobres em carbonato (le calcio, como os de S. RIiguel, na0 s6 se empoI~receraocada vcz mais n'esse elemento, mas tambem o chloreto empregado, 1130 se transformando completarnerite em carbonato, sera arrastado pelas c*hwas sen1 proclilzir .effeito. hlçuris agrici~ltoresque coiil~ecemosqueixam-se (le n5o obterem ~nelllores resixllactos com O empreçu (lu cl-lloreto, porem parece-rios que encontrar5o explica(3o d'isso no rnotio como O emprcgarii. Ecoilomiza~iieiiteinerece prcfereiic'ia o emprego tlo cliloreto ; mas, se attei~derrnosa constituiçio especial (los terrenos, talvez deva cmpreçar-se com vantagem o sulfato; porèm, so faze~ldoexperienrias n'este sentido é que se poderi com mais segurança aconselhar um ou outro. Tambem ha certa coiiveniencia em empregar os phospliatos no acto da sementeira do tremoço, por-
que esta cultura ~acceberia acçao do adubo restituindo-O depois quaiitlo eiiterrada. O emprego da cal, bastantc necessario nos terrenos considerados, deve ser feito lia occasi2o de eiiterrar o tremoqo, porque facilitari a decomposiçao da materia orgaiiica o 3 iiitrificaçao. E' este elemerito tanlbeni de grailde vantaçem, porque favorece a solubilisac2o (la potassa substituindo-a ilos silicates. A terra de estufa que algumas vezes empregain, tendo, coilro Imse (Sa sila composiçao, ;r inateria organica e azote, tambem lucraria bastaiite em Ille jiiiltareni uin elemento calcareo. Uni estudo de iml~ortailcia,e que bastailte interessaria as fahrbicas, rr;i o coiiliecer-se a influencia ilo adilho sobre ;iforrriacZo (los priiicipios alcoolisaveis da batala, i semelliaii~nclo que se tem feito lia Allemanha e oixtr-os l~aizrscom a beterraba e batata cornmilm. Nas ;riialjses das duas variedades que fizemos, riotanios clac ayuella mais rica em elementos alcoolizavéis, é ;t que lem msnor perceiltagem de cinzas e priilcij~ios~iobres,o que facilmeiite se vê lia tabella (pag. 76) que ayreseiltamos. Ao mesmo tempo qtir era dc ~ailtagenigrande para a iildustria, t;imljenl 1120 era dc menor importancia para o agricultor, pois que, se este conseguisse obter ixm prodii(*toque roilbasse o menos possivel de priilcipios fertilisantes ao terreno, emhora fosse mais rico em liydratos de carbone, ecoiloinisava hastante em adub;rqoes, e empohrecia menos o terreno.
SZo os reziduos da distilla@o irin adiibo de :ilto valor e que nao sao a1,roveitatlos para a cultlir;~. As fabricas veilclem-ii'os para :iliilic3iitaçao (le ;iiiiinacs, porém, a niaior parte vae l1ar;i o inar st1iii ;il~plicaçaoalgurna, porqiie, 1150 sO os prrcos, coiiio tamheni o diffiril traiisl~orte,ini1)etlem (~iios ~ j ; ~ n i empregados como adril~o. E' na verdade um ~ ~ r o b l r n iecorioiiiico a irii11oi.tante a resolver, pois qiic s2o csscs rcziduos, l~oi' siia c~oiistituiçlTo,o atlii1,o in;iis proprio 1)ar;i ;i ciilt11i.a ; porérn, ;t difficiil(lade tlc os coiireiltrnr eco~ioniicanicntcsem l~erdade rlemeiitos fertilisailtes, c20ricorreri senipre l)ar;t o seii limitado emprepo. A caoiic>eritraç3omais fhïil, e que usiialmeiite se ftiz Ilara os tiproveitar como nlimento para O gado, i: esrciitadn, por assiin dizcr, 1101.fillraçao, . ahriirdo i m ; t cov;i iio terreno para rccohcr os rezitluos. Por rste systema perdeirl-se iinr;i gr;iride parte (los priiiripios Sertilis;iiites, principaliileiitc a ~~otass;r, no l i ( ~ ~ ~ ique ( i o filtra. Crna conceiitra(5io a Sogo s e r i bastante dispciidiosa, a 1120 sclr que se emIjr'rgiiem app;trellios pnrirmatiros. Portante, sO rest;i rmprepar os rezitiiios tacs iAoniosaem das fabricas, e d'este niodo, apezar de ser vantajoso o seu emprego para a vegetaçao, sb se podem lançar em terrenos 1150 muito distarites das fabricas ou de facil commiinicaçao. O valor dos reziduos lançados ao mai. todos os annos é enorme, e portanto merece o assiimpto importaricia para ser estudado.
Apresentainos todas estas iilsiçilificaiites consideraçoes, ilüo com a pretençao de resolvermos a crise da prollucç5o, mas como simples priilcipios para um mais completo estudo sobrc esse probleina por ilatureza complicado.
CAPITULO VI
Alcûolisaçio da batata dôce At6 aqni tratamos da hatata dôce como sendo um producto puramente agricola; agora, que a passamos a estudar como materia prima de uma industria agricola, a alcoolisa@io, temos de examinar as differentes transformacijes que soffre ate chegar ao produçto final, o alcool. Chamam-se substancias alcoolisaveis todas aquellas que s5o capazes de soffrer a fernientaç50 alcoolica quer directa oix indirectameilte. Agrupamos essas substancias em 3 classes : 1. d Substancias que possuem assucares directamente fermentesciveis. 2." Substancias que possuem assucares que antes de fermentarem necessitam ser invertidos. 3." Substancias amylaceas que para fermentarem precisam ser saccharificadas. Pertencem a primeira classe todas aquellas subs-
tancias que possuem assucares da formula C6 HiB O6 t: \que se transformarn iinmediatameiite em alcool pela fermentaçao. As suhstailcias da seçunda classe sZio as que teem assucares da formula Cl2 H2%O i 4 e que para soffrerem a fermeiltaciio alcoolica precisam ser investidas ; isto e , traiishrmadas em assucares direchmente fermeiltesciveis. A iiirers3o di-se quer pelos acidos diluidos quri. 1)clos fermentos solureis. As substaiicias anq laceas süo ;ts rel3resentadas pela formula C6 H I u O5 e que para fermeiltarem precisam sof'frer uma s;tcc.liarificacao. N'esta ultima classe aiilda podemos distiiiguir dois griipos; isto é : aqiiellas substaiicias que possuem iim germeil cllie pela sen deseiivokimeilto segrega a diastase capaz de ;is saccl-iarificar completamente, e aquellas que s2o despro~idas dc germen capaz de segregar a diastase e, por isso, para serem saccharificadas precisam do auxilio de substancias extraiilias. Estao ilo primeiro grupo os cereaes e algixns outros çrüos farinaceos, e no seguildo as materias fecixleiltas. A batata dôce pertencc i terceira classe das substancias alcoolisaveis; comtudo , coiitém uma percentagem importailte de assucares, especialmente da formula ClZ H2WOL4,que concorrem em alto grau para a produccao total do alcool. As transforma~fies que soffre s3o identicas i s da batata commum, com a differença de que, pela
sua composiçiio especial, requer cautelas cliie esta ultima 1130 necessita. A sua composiç30 ein elementos alcoolisaveis varia muito, nao so com o clinla, variedade cultivada, solo e systema cultural, mas tambenl coin :I epocha em que a apreciamos. Damos em seguida um resumo de algun1:is analyses de tuberculos estrançeiros e dos de S. Miguel, que bem provam como variain esses el?mentos :
--Humidade ......... 76,9P Materia azotada .... 1,75 Assucar reductor ... 3,32 Assucar crystallisavel ............. 5,23 Feeula ........... 8,PP Gorduras.. ........ 0,1% Lenboso .......... 0,8P Cinzas ......... 7 Eatrato nào azotado Substancias indeter-i niinadas ........ 2,11
69:97 74,552 1,ii 3,318 5,93 1,780 7,31 8,3l/ 0,2P 0,771 1,lk.l
--
Y,21
-
10,160 0,162 0.600 1,280 8,148
-
' Extrahidas do bolctini n.O 8 do inno de 1891 da Direcçao Geral de .4gricultura. Do diccionario Rarral.
A quantidade de assucar reductor que encontramos e excessivamente elevada comparada com os resultados das outras analyses; mas, attendendo 3 epocha em que fizemos os ensaios, fins de Abril, facilmente se conclue O motivo, que nao phde deixar de ser uma saccharificaçiio de amido c inversa0 de saccharose motivadas pelo despertar da vegetaçao, phenomeno que se da antes da batata produzir os rebentes. Ora, como O amido e saccharose s3o elementos de reserva, que para entrarem na circulac30 formando os tecidos tias novas plantas teem de ser transformados em glucose, a natureza organisou as plantas de modo a operarem essas modificaçoes 3 medida das suas iiecessidades. Logo que O tuberculo analysado 1150 tenlia aiilda produzido rebentos, O seu valor ilidustrial representado pela analyse em elementos alcoolisaveis em iiada ficou alterado, feito um pequeno desconto relativameilte ao amido consumido pela respiraçao. Resumirnos em seguida as operaçoes feitas para ii alcoolisaç3o da batata, e passaremos depois a (:onsideral-as em separado. Sa0 essas operaçoes as seguintes : pezagerrz do tuberculo, lavagern, cozeclura, saccharificagüo da massa, resfviamento do mosto, acidificagao, ferwzentagao e por fim distilla@~.
Pezagem A batata e comprada ao agricultor pelo seu pezo, e nao pelo seu valor em substancias alcoolisaveis ;
por isso, a primeira operaçao a que e siibmettida quando entra nas fabricas e a pezaçem. E' feita em balaiiças proprias, ccntessiinaes, e dispostas (le modo, que tarito os vehicillos como os aiiiniaes qiie os condiizem possam ser pezados. Logo que se procedeu ;i pezagem o 1)ortatlor recebe urna seiiha ilumcrarla para entregar isahida, tlepois de deisar ;i batata, com o fim de tomar a tara correspoiidciltc, e (lctcrniinar-se assirrn o pezo liqnido de cada c;lrrada. Geralmente fazem aiiida uni descoiito a csse pezo por vausa da terra que a I~ntatatraz a(ll~ei+entt~; porbni, nZo Iiaveiido irnia Inse rigoros;~qiie levo a eslabelecer a perceiltaçem do desc,oilto, succetlc quc militas vezes é siiperior realidadc, ficarido O lavrador zun tcrnto 1cs;ido. Coiiriria 1)nstante qiirest;rbelecessem iim processo pratico e expedito p;ir,i avaliar tiquella perceiitapem ; pois que assirr~iiat) seriam tao injustos os dcscontos, que, lia verdado, pelo syslema seguido, iiunca podem ser faavoraveis, ou, pela meilos, justos para a maioria dos 1nvr;idores. Ras grandes fabricas de assucar de beterrab;] tambem ha necessidade de se fazer um desconto
pela mesma causa ; porém, esta isso estabelecido d'outro modo. Assim, quando descarregam a beterraba tiram A mao uns vinte kilos de raizes sujas e collocam-n'as n'um cesto tarado; acham em seguida o pezo bruto e por differeiica determinam O pezo liquido. Limpam ilepois as beterrabas, tirando-llies n%o sO a terra como tarnbem algumas raizes n outras substai~ciasextranhas para o fabrico do ;issucar, e tomam novamente o pezo. Estabelecem assirn O que charnam tara, que é a relaçao entre o peso das substancias extranllas para O das beterrabas sujas. Seja P o pezo clas beterrabas sujas, e o pezo das mesmas beterrabas limpas, temos que ossa relaçao é representada por : P-P'
Este factor multiplicado pelo pezo de beterrabas sujas d i o pezo liquido final. Este processo iiao tem, ainda assim, grande rigor; porque sO no caso das beterrabas serem descarregadas a mZo, e de ser iiovamente pezada a terra que ficou no fundo do vehiculo, quando elle sahe, é que e vertiadeiro. N'uma industria em grande, como e a da alcoolisaçao da batata em S. Miguel, ilgo se poderia fa-
zer isto completamei~te;porem, açhamos que este processo, aiilda que i13o fosse executado lia çeneralidade, deveria ser f;~(~ultado ao l a ~ r a d o rqiie O cluizesse arloptar ; puis que t i r a ~ aassim melhor as suas d u ~ i d a si c ~ r c atlos descorrtos que ltie fazem. A batata fica crli segiiitla disposta em graildes pilhas ate que scia c.oiisixrnida, O que, no geral, nao dernorn 111ais (ie 11111 ;I (lois dias.
Teiii est;] oljer;~[;topor fiin ri30 sb limpas as hatatas (le totla ;t terra qixc leci~i,mas tambcm separal-as (le algiimas pr(lr;is oii outras impilrezas con1 qixe semort: \ rorri ;iïonipanlindas, É frit;\ rin lins l;r~n(lorrl!:mc>chanicos ;rpropriados cliir 40 2c~ralnieiitc1( 1 ~(lojs typos: oii cylindricos oii cl(: 1)allict;is. Os c~1iilclsic.o~ sao caoi~slriiitlosdc modo, que a agua mais lirnpa est3 srirnl)re ein coiitaçto corn a batata tarnl)em ;r mais liinl~a.Os de pallietas s5o formüdos por um;i cspciaic cle calha, com o fuiido crivado para limpar as pedras e oixtsas impurezas, tendo iio ceiltro iim eixo com palhetas, que por iml rno~imeiitodc rotacao lavam os tuberciilos, e os ernpilrram para urna (las extremidades do appnrclllo, aoiide sGo recel)idos, ja lavados, por uni systema de alcatriizes qiic os condixzem para a casa da cozedura. Emprega-se n'esta operaqao bastailte açua, que
S geralmeiite proporcioilal ao pezo do tuherculo a lavar, variaildo tamheni com a es'pecie dos apparelhos.
Cozedura Como jh vimos, o principal elemeilto alcoolisavel da h;itata dôce e a f'eciila, que para ser saceharificada precisa nao sh estar completameilte l i ~ r e (las cellixlas que a encerram, rnas tambem absorver agixa a lima temy~eraturaclevada. h cozetlura, ta1 conio era feita pelo aritigo processo, tiilha coino priiicip fin1 llrdratar a fecula ou formar a gonima de a ido ; porém, pelos processos rnocleriios 1120 sh se t*oilscgixe;\clililIo, mas tambem ficarn as cel1ul;rs tlespcdaqadas, libertarido-se o amido, dispeiisaildo por isso apparelhos especiaes que o aiitigo 1)rot:essn rerlueria. Actualnierite a rozcdiira fax-se ein vasos Sechados sob mria prcssao (le trcs oix quatro atmosplieras. Comprchelide-se que par este systeiria, as cellulas (la batata, soffrciitlo a rncsnia press% ern todos os sci~tidos, so eilcliarn dc liquido seni se despedaçarem ; porérn, yuaildo acabada a cozedixra, se t i r a m o s rapidarnente a rn;tssa para o exterior, como dirrri~iue a 11rcss3o, o liquido que aquellas cellulas coiitinha, estaiido a uma alta temperatura, transforma-se rapidadameiite em vapor, que pela sua tells30 despeda~aas paredes cias mesmas cellulas, j i um tanto modificadas pela temperattira
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que sofïreram ; por este motivo a massa que se obtem sae homogenea. Maerclcer ilao concorda completamente corn esta theoria, fuiidando-se, para isso, no aspecto microscopico que apresentam as cellulas depois de sahirem dos appareil-ios em que se operou a cozedura. Diz este auctor, que as cellulas, em logar de se apresentarem despedacadlis, coiiservam a sua fbrma primiliva, e que s0me1ite as paredes, ein virtude da acçao proloiigada do uapor, se teem modificado, tornando-se assim mais facil o atac~ueda diastase. Este modo de encctrar ;i yuestao, fundado n'um facto de obs~i.vaç%o,parece-ilos absolutamente verdadeiro : porem, iiao abaritloriamos c*oilipletameilte a outrti theoria. Iliz Maerckvr que o v;ipor suh préssao solubilisa o amido, tornaildo-o mais atacavel pela diastase, Logo que a saccharitjcac3o se opere antes de rcsfriar a massa, porqilc n'este caso di-se uma sohre-saturaciio (la solix(;5o, yrecipitando-se o amido o tornaiido-se por isso inais demorada a acqiio da diastase. Nao é meilos imlmrtarrte a ac@o que o vapor solr press%o exerce sobre as rnaterias azotadas, soliibilisa~idoo azote, e ptirticularmente transI'ormando as nlaterias albiiminoides em amidas. O primeiro que teve a lembrança de fazer a cozedura por este processo foi Hollefretmd, porem deve-se a Henze O aperfeiçoameiito dos apparelhos primitivos. 7
Actualmente constam estes apparelhos de uma panella de ferro construida de modo a resistir a urna press20 de 3 ou 4 atmospheras, deveildo por isso offerecer çarantia por causa das explosoes a que estao suçeitas. Teern seralmeilte urna fdrma cylindro-coiiica oii coilica, corn o vertice voltatlo para baixo, tendo urna abertura lia parte sixl~erioryarn as encher, e um;i em baixo para se dcscarregarcm. Alkm d'isso, teerri algumas imi agitador ineclianico, destinado a misturar as siibstailcias, para que o vapor mais facilmcnte as coza sen1 caramellisar o iirnido, o que succede priiicipalmente con1 os cercacs. Estc ;igitatlor é siil)slituido coin vaiitaçcni por um sjstrnia esperial de tubos por oiidc entra O vapor, pondo assirn erri niovin~eiitoa rnass:i. Esta n'este caso o apparelho tic Ky11. Cada apparelho possixe iini iîraiionictro, valvi~las (le scgurailca e ixma sahidn especial para o vapor condeilsado, além das elilradas especiaes do vapor. Nas Sabricas iml~ortantesha uma bateria d'essas panellas, dispostas çeralmerite de modo que commuiiiqi~emixmas con1 as outras, para se aproveitar melhor o vapor e economisar tempo, poderido no emtanto isolarem-sc f'acilmeiite quando seja preciso. O modo de fuiiccionarem e extremamente facil. Iiltroduzem-se os tuberculos pela abertura propria até se encher o apparelho ; fecha-se este em seguida liermeticamente, e faz-se entrar o vapor
pelas torneiras apropriadas, tendo o cuidado de abrir a torneira do vapor condensado. Por este modo o vapor, encontraildo os tuberculos frios, condensa-se, e sae pela torneira correspondente. Logo que deixa de sahir agua, ou que esta arraste algum amido, fecha-se a torneira, e eleva-se a pressao a 3 atmospheras, operando-se assim a cozedura que deve durar 50 minutos. Para que a cozedura se dê com toda a regiilaridade, e coilveniente manter a valvula de segurança ixm pouco leve para dar sahida a algum vapor, pois que, por esta disposiçao, estabelece-se iim certo movimento na massa, o que 6 conveniente, especialmente quando se trata de cereaes. Como existe na batata uma notavel quantidade de assucar, cluc por uma alta temperatura se destruiria, é necessario qixe esta se regule de modo que se nao eleve muito, o que se consegiie nZo sO pela quantidade de wpor que entra, mas tambem pela sixa clistribuiçao especial no apparelho. Feita a cozedura descarrega-se O apparelho abrindo a torneirtr propria e aproveitando a press5o sob qiie esteve. A massa sac com grande forca, e a uma temperatura de 13Ci0 a 4/10', que baixa em contacto com a atmosphera, rapidxnente, a 100°, produzindo-se grande cliiantidade de vapores. Esta tempcratixra é ainda hastante alta para se operar a saccharificaçZo : por isso, forna-se neces-
sario, ainda, fazel-a baixar, para que a diastase do malt nao seja destruida. Consegue-se isto por meio de uma disposiçao especial do macerador, que consiste n'uma chaminé de tiragem çollocada na tampa do apparelho, junto da entrada da massa. O principio d'este aspirador funda-se no facto da rarefacçao do ar produzida por un1 j;icto de vapor que entra ria chaminé iim poiico acima do tubo de descarga, dando assim logar 6 entradn de uma corrente de a r frio crn scntido inverso ii sahida da massa. Por estc proccsso consegue-se fazer baixar a temperatura a 62Qoii 6k0 C. qualido termina o exgotamento complet0 da massa, para o que concorre o modo (le reçular a sua sahida, pois que, (1iianto nleilos porçao sac, niais se baixa a temperatura.
Opcracla 3 c*ozc.(luratein a massa de ser sacc'harific;id;i para poder ferrneiitar. Esta operaça'o faz-se çeralmciiie pelo ni;ilt, parque 113o sb se obtem poll3as proprias para a alimentacao do gado, mas tamhem a operaçao cSorremiiito mais rapidamente. Como jh vimos, a massa depois de cozida cntra no macerador para se toriiar mais homogenea, e principalmente ser saccharificada,
Este apparelho é formado por um reservatorio circular, de ferro, onde gira um systema de palhetas que teem por fim inisturar a massa com o malt ou niesmo destruir os grumos yiie ella por acaso coiitenha. Alguils teem lima disposic.5o especial para arrefecer a massa depois de saccharificada levando-a i lemperatura propria para se çomecar a fermentaçao. Teem tamben~estes apparelhos un1 moiilho especial collocado no filildo, destinado a rriisturar hem o malt com ;isiihstancia, ou ainda terminar melllor o esmagamcbiito mmpleto do malt. Os apparelhos mais moderilos 1130 tcem palhetas, mas sbineiitc um orgao especial coni movimeilto (le rotacao, em alçuiis coin a fbrma de espiral, e situado de modo que a massa que sae coni grailde força da pariella, incidiildo sobre elle, reflete-se, e vae eritrar por eiitrc 3s laminas do moinho, noilde é completameiite triturada, sahiiido novameilte l~claparte superior do mesmo or@) r seguiildo depois o mesrno inovimeiito. Como a saccliarifica~~o é feita na illia de S. Miguel por meio do innlt, seri sbinciite d'este systema de que ilos occixparemos ; e, por isso, passamos a estudar, de um modo geral, aquillo que se chama malt, e as traiisformaç6es por elle operadas iio amiilo durailte 11 saccharificaçao.
O malt obtem-se liela germiiia~2o(le um determiiiado nuniero de grdos f~rinaceos. O priilcipio activo do malt é a diastase ou fermeiito soluvel, segregado pelo germen durailte a çerminaç2o. Na natureza tem este fermcnto por fiin solubilisar os elementos dc: reserva do gr30 ilara coristituirem os tecidos da iiova planta. Os grTios que maior cluanticiade de tiiastasc proclixzeiri, e por isso mais se empregam, s2o : a cevada, ceriteio, triço e aveia; corntudo, o rnill~o,110s coiidic5es especiaes da sua germinaçdo, é riluilas vezes prelerido aos outros. De todos o mais emprcgatlo é a cevada. A preparardo tio malt tcm tanibern por fim forrnar materias i~iitriti~as para o deseiivolvimeilto (las levedixras. Varios chimicos se teem occixpatlo das trailsfor~naçoes do arnido. Foi hi'r*c.llhofr O prinieiro que tratou clo assumpto, admiltiiido cluc o amido se transformava c*oniy~lctamcilte em assucar ferveiido-o caom acido sullilrico diluido, iiotarido mais tarde (lue a a1humiil;r dos grdos de trigo tiiiha o mesmo 1)oder. Outros chimicos, contiriuaildo este estudo, acharam que O assucar produzido era ideiltico ao das iivas, e que se formava tarrihem um producto intermediario : a destriila. Por muito tempo Iiouve duvidas sohre se a dex-
trina era um corpo determinado, produzido em quantidade coiistante pela acçao da diastase, e se se transformaria em assucar pela acçao coiitiiiuada da mesma. Depois dos traballlos de Payen e Dztbrfcnfaut, n5o liavia davida que a dextrina era um l~roducto normal da acçao da diastase, sdmente nao estava bem detcrmiiiada a l~roporçaoem que estava com relaçao ao assucar formado. Assim, Musçulos atlmittia que da reacçao da (liastase sobre o amido shmente se obtinha duas partes de dextrina para uma de assucar, e apresentava a seguiilte equaçao :
Outros çliimicos, porem, achavam quantidades variaclas de dexlriiia; ate que Schtoarzer concluiu que a temperatura (le 60°, ooix d'ahi para baixo ate O", se formavam semlîre partes eçuaes de dextrina e assucar, traduzindo a reacçao do seguinte modo :
As formulas yile traduzem os resultados aiiteriormente mencionados estao, actualmente, longe da verdade, apezar de estarem esses resiiltados comprovados por experieiicias posteriores. Foi Dzcbrunfazct quem iiotoii differeilças entre o assu-
car forinado pela diastase e a dextrose; e por isso chamou a esse assucar maltose. Schulze recoilheceu a differeilça da sua acçao sobre os licores cupricos, determinando que 100 partes d'esse assucar reduzem somente uma p e r ceiitagem de oxydo de cobre egual a que sesseilta e sete partes de dextrose rediiziria, dando-lhe a seguinte formula :
Maercke~*verificou as inesmas exljerieiicias e notou que a nialtose era directanieilte fermeiltescivel coilIorrne a asserf20 de Diib~*ln~faut. A acf2o da diastase sobre o ainido produz, port a n t ~ maltose , e varias especies de dextrina; a uma teml1e~ati1r.asuperior a 75' a diastase perde a sua accZo sobre o arriido. Entre 55 a GO0 a percentagem de maltose e dextriiia e ideiitica, e d'essa temperatura para cima, até 70°, a quantidade de maltose prodtuida vae cada vez seildo menor em relaç3o ii de dextriiia, embora a saccharificaç5o se opere mais rapidanieilte. A ac@o da diastase toriia-se mais eilergica sobre os mostos mais diluidos do que ilos conceiltrados, operarido-se tanlbem melhor nos leverneilte acidos do que nos alcaliilos. A diastase tambem continua a sua acçZo durailte a fermeiltaqao, transformando a dextrii~aem dextrose. A transformaçao do amido pelos acidos diluidos
da como resultado a formaçao de dextrose e destrina. Conhecida assim de um modo geral a acçgo da diastase sobre o ainido, passaremos em seguida uma revista pelas clifferentes especies de malt. Malt de cevada.-Alguiis requesitos precisam ter as cevadas para servirem de malt, pois que, 1150 si> a qualidade, mas tambem a edade da cevada, alem de outras condiçoes especiaes, influenl ila sua força diastasica ; comtudo, o mais importailte de todos é aquelle que se fuiida nas propriedades germiriativas. As operac6es a fazer para obtermos malt resumem-se ilas seguirites : lavagern, molhngenz do grao, gerr~iinagaoP disseccagao do grao. A lavagem tem por fim separar a cevada das substa~lciasextranlias, taes como germens de fermentos, poeira, etc., e faz-se em apparellios proprios. A molhag~rn é destii~adaa hydratar a cevada para que comece a germiilar mais facilmerite ; e faz-se em cubas especiaes empregaildo-se uma agua pura. Esta opera@o dura 110 geral eiitre triilta e tantas lioras ate quatro dias, iio inverno, 1180 devendo, comtudo, passar além de certos limites para nlo prejudicar a germinaçao. Esta ultima faz-se em casas especiaes que devem ser frescas, ventiladas, de uma temperatura constaiite e coin o chao guariiecido de cimeiito polido, assim como as paredes até a uma certa altura.
A cevada, depois de bem emriebida em agua, é posta no çerminadouro em camadas de Om,30. Uma vez alli disposta a temperatura eleva-se e caomeça a germiila~ao,sendo necessario padejal-a para distribiiir o calor na sua massa. A temperatura da casa influe hastanle n'esta operaçao ; no geral, deve lcvar um certo tempo a germinar para que teilha o maxinio valor diastasico, pois que se é rnixito rtrpida a germinaçao, o que succede se a temperatura se eleva demasiado, a quailtidade dc diastase clirnii~ue. E' por esta raz20 que k preciso diminuir a espessura (la camada 1);rra que o calor tenha sahida inais rapida e a çermiil:iç5o dilre rnais tempo, o (lue se faz (luando começnrn a appürecer as radiculas, ficando eritao arluclla ctimatla com uma espessura de Om,5. Quando as radiculas attiilgem ixm certo comprimerito, geralmente vez e rrieia O do grzo, r s t i O malt prorn1)to para se empregar, se acaso sc traballia coin malt verde, o que e mais vulgar em distillaç2o. Em S. Miguel as l?ralteries sao casas esljafosas, construidas ilo sub-solo e corn todas as condicoes exigidas para o firn ;I que s2o destinadas. O malt que a1i empreçam é no estado verde, e por isso dispoem as cousas de mode, que tei~ham todos os dias a cluniîtidade necessaria para o serviço da fabrica. O rendimento do malt verde varia, seguildo Maercker, entre 135 a 145 kilos por 100 kilos de
cevada empregada, teiido este malt um valor diastasico egual ao do mesm'o peso de malt secco. Muitas vezes ha necessidade de conservar o malt verde por algum tempo; para se coiiseguir isto colloca-se O malt n'uma camadg pouco espessa mexendo-se com cuidado. Por este modo paralysa-se a germinaçilo, mas conserva-se a diastase com toda a sua actividade. dntes de empregar o malt ainda costumam alguns distilladores desinfectal-o, ou com o aiihydrido sulfuroso, como recommenda Auenar.zls, ou com o sulfito de cal ;i "210,como diz iWerclier, ou aiiida com outros iiisecticidas meiios empreçados. Na saccharificaç3o (la batata regula empregar-se Ei kilos de malt verde para 100 kilos de tuberculos. De todos os outros graos que mais uso se faz para obter i> malt, nerihum rios offerece importanria, a 11% ser o millio, (lue, por causa das temperatiiras rclativameiite elevad~is de S. Miguel um tailto prejudiciaes ri germinaçao da cevada, tem sobre ella vantagem, pois qiic em nada e prejudicada a sua germinayao, além de que se obtem na localidadc por um lîreqo razoavel. Por estas razoes ernprega-se em S. Miguel o malt de milho, com vantagem, preferindo-se a variedade coiihecida com o nome de dente de cavallo ou gigante, porque germiiia melhor, e tem um valor para a industria superior ao milho iildigeila. No geral, considera-se que este malt tem uma rnergia de 36 "/O do de cevada.
O malt de trigo e eiiipregado esl)ecialmei~tena Belgica, e tem um valor comparavel corn O de cevada, porcni ria0 se torria mais geral O seu emprego porclue 112o e iitida ecoiiomico. O de aveia offerece vailtagens sohre o de cevada, porclue, nao é tao susceptivel i s variaçoes cla temperatura e tem o eii\olucro liso, o que concorre ilara clue irZo seja tao atacado pelos bolores c.omo O dos outros graos. E' tanibenl mais ùarato do que o de cevada, e coliteildo inais azote do que ella, é, por isso, mais proprio ilara a fornlacao de fermeritos, 11orém o valor diastasico é iiiferior. Conhecido assim, de rirn inodo g ~ r a l ,o malt e os seus effeitos sobre o amido varnos acabar de tratar da saccharificacao (la massa. O malt para actuar completamente sobre o arnido necessita estar bcni dividido, o que se coiisegue com apparelhos cspeciaes que o despedacam, 071 que preparam o cliarnado leite de malt. Estes apparelhos podem ser, ou uns simples aterqoadores, ou moiiillos especiaes. Preparado o leite (le inalt, deita-se 110 macerador algiim tempo alites de comecar a dcscarga da massa, e 11a quantidade necessaria. illguns maceradores teem un1 orgao especial aonde se prepara O leite de malt, que l ~ o rum systema de bombas e levado para o apparelho. Como ja vimos, a massa quando entra no saccliarificador produz uma grande quantidade de vapor, concorrerido para que fique concentrada demais o que é inconveiliente para
a saccharificaç2o. Para remediar este inconveninte junta-se ao apparelho a agua necessaria para tornar a massa mais fluida. Para se dar lima cornpleta saccharificaç50 é necessario que a brassagem da massa seja bem feita. A temperatura a que se deve dar a saccharificaçao é d e 55" a 60' CC.; ainda que, como jA vimus, a melhor tempcratilra para obter nlaior percentagem de maltose seja mais baixa. Procedc-se assim, e n20 i tempcratura de 52O a 5Ci0 C . , por que, n2o sO o amido contido no malt, n5o cstaildo ainda transformado em gomma, precisa para isso de uma temperatura mais elevada, mas tambcni porque os fermentos secundarios sO a essa temperatura é que sao destrixidos. A distrihiiiq3o (la temperatura durante a saccha-
1 O empreço do acido fluorhydrico na preparaçiio do leite de malt, como se faz actualmente, paralysa completamente a acçG d'esses fermentos, deixando a diastase actuar livremente, O que concorre para que ella exerça sobre O amido todo O seu poder saccharificador. O systema empregado consiste em misturar O malt corn tres vezes o seu volume de agua fria, e juntar por cada 100 Iitros de mosto, 20 grammas d'aeido fluorliydrico a 20 por centn. O malt depois de assim preparado, e depois de algum tempo de repouso, p6de juntar-se ao mosto que se'pretende saccharificar. Para as leveduras emprega-se O rnesmo systema de desinfecçao; isto 6, junta-se por cada hectolibro de levedura liquida, 20 gramrnas de acido, deixando-as estar assim misturadas algurnas huras.
rificaçao deve fazer-se de modo que se obteilha o maximo de assucar e se colloque O mosto nas melhores condiçoes de nao ser atacado pelos fermentos prejudiciaes. O mosto assim preparado contém no geral 80 a 81 O / o de maltose e 19 a 20 O / o de dextrina. Depois de saccliarificado A levado para os refrigeradores, para qiie a temperatura baixe até 1 8 O C., para seguir entao para as cubas de fermentaçao.
Resfrianento do mosto O resfriamento tem por fim levar o mosto a temperatura mais adecjuada para a fermentaçao, tornando-O ao mesmo tempo livrc dc a l p n s fermentos secundarios. Teem sido empregados varios processos para o conscçuir, mas actualmente, nas fabricas em graride, empreçam-se sdmeilte os que se fundam no resfriamento por contra corrente, j i por ser este processo mais economico e, principalmente, porque o mosto sae menos alterado. O que se torna mais importante n'esta operaçao é evitar que o mosto adquira germens extranhos fermentaçao alcoolica. Antigamente, pelo systema de resfriamento ao ar, os mostos chegavam a formar lgm,b de acido lactico por litro, pois que as cubas empregadas continham sempre os fermentos correspondentes.
aia
Os apparelhos mais modernos sao formados por uma serie de feixes de tubos dispostos horisontalmente e communicando entre si, circujando por elles O mosto, que é banhado exteriormente por agua que caminha em sentido inverso. A agua mais fria e a que banha os tubos onde O mosto esta tambem a uma temperatura mais baixa. SZo exemplares de apparelhos d'esta especie os dos systemas Venzcleth e Ellemberger, Ky11 e Pa?!cksch. A quantidade de agua para resfriar um kilo de mosto a temperatura de 18" C. varia entre '12 litro até 2 litros. Torna-se necessario sempre que se termina uma operaçilo limpar bem O apparelho para que nilo adquira fermentos prejudiciaes. Resfriado O mosto è levado por meio de hembas especiaes para as cubas de fermentaçao.
Fermentaçlo
NZo cabe n'um estudo geral como este occupai.mo-nos detalhadamente do phenomeno da fermentaçao, iiem tratar dos seres que O produzem, porque teem a importancia sufficiente para constituir por si sO um trabalho especial. Estudaremos levemente O modo como hoje em dia se encara O phenomeno. Nilo e , actiialmente, pela simples fercura que elle
ilos prende a attençiio ; mas, pelo modo especial de vida de grande numero de seres inferiores, que appa~entementenada nos impressionam. Foi O veneraiido sabio Pasteur quem determinou os verdadeiros agentes das fermentaçoes. E' pois a fermentaçao um phenomeno byologico que a chimica tradixz por formulas fixas. O fermento alcoolico, conhecido com O nome generico de levedura, pertence ao reino vegetal eomo os outros seres, agentes das fermentaçoes, e vive por isso como qualqixer celliila absorveiido oxygenio para combust;ir os priilcipios hydro-carbonados. E' fundado n'este phenomeno geral da respira(;go que a levedura, vivendo n'um meio aonde ilgo existe oxygeilio livre, O absorve dos hydratos (le carbone existentes (assucares fermentesciveis), formando por desassimilaçao alcool e acido carbonico. Nao sao s6mente as leveduras os uilicos seres capazes de operar esta transformaçao; outros seres inferiores clo reino vegetal, e a propria cellula, de qualquer de organisac,?io mais complexa, produzem tambem o mesmo phenomeno, quando collocados ao abrigo do ar. A differença esta, sOmente, em que a vida normal d'estes ultimos e ii'um ambiente onde existe oxygenio livre, e a dos outros e , para alguns, completamente ao abrigo do ar. O fermento alcoolico tem uma phase em que ne-
cessita de grande quantidade de oxygenio para se vitalisar, e, por isso, absorve-o do ar ; porem logo que se deu a vitalisaçilo, nilo pOde continuar a absorvel-o com a mesma energia, e entilo procura-o onde O obtenha a medida das suas necessidades. A transformaçao da glucose em alcool pelas leveduras é tanto mais completa quanto O phenomeno se da ao abrigo do ar, ainda que n'este caso a prolificaçilo do fermento seja meilor. Sobre a vida da levedura tem bastante iiifluencia a temperatura, obteiido por isso o maximo de vitalidade de 2s0 a 30"C. ; porém em distillaçâo nilo devemos deixar o mosto aproximar-se dos 30°,nilo sb porque ha assini mais perdas d'alcool por evaporaçao, mas tambem porque o fermento dos 30° para cima e prejudicado. Um mosto leveirie~itcacido tambein é mais vanta.joos para a vida da le~edurado que um alcalino; e, por isso, antes cle l a n ~ a iio r mosto os fermentos trriios que acidifical-o. Faz-se geralmente vsta operaç5o juirtando acido chlorhydrico ao mosto lia proporcSo suficiente para que cada litro fiyur coni 1%' cle acido computado em acido sulfurico. h conceiltrac30 do iiiosto, a mais favoravel para :I vida da levedura, c de iiez a quinze por ceiito: porém pOde coriseguii*-se fazer fermentar mostos mais coiicentrados enipregaiido leveduras mais activas ou resfriaiido o mosto. 8
As leveduras alcoolicas perteiicem a diversas especies de sachar.omnyces, poréin, cm distillacgo O mais empregado é o sacharonlyces cericisice. Durante a fermeiltaç5o a temperatura eleva-se bastante, e p6de attiilgir um alto grau se O mosto a fermentar esta bastaiite conceiitrado ; n'este caso empregam-se refrigerantes para baixar a temperatura. As cubas de fermentaçiio einpregadas em S. Miguel s5o de grande capacidade e construidas ou de madeira, geralmente carvallio, ou entao de alveilaria revestida corn uinn camada de cimento polido. A fermentaçao principal deve principiar vinte e quatro horas depois de junta a levedura; a partir da 50." hora cornela a fermeiitaçZio complementar caracterisada pela diminuicao de produc@o de açido carbonico. N'esta phase acaba-se de transformar o assucar restante em alcool e acido carbonico, e a diastase completa a traiisformaç5o da dextrina em maltose, que tambem se transforma em alcool. Esta esta fermentacgo complementar concluida no fim de 70 horas. Durante esta phase da fermentaça0 é necessario mailter o mosto a uma temperatura elevada, para que a diastase transforme completameilte a dextrina, e ainda para que sr dê a involuçao da levedura. As leveduras empregadas para a fermentacgo do
mosto sao obtidos a parte n'um mosto 4 formado de malt e centeio. O
Relativamente d producçao em alcool da batata dôce, n5o pudémos colher dados precisos dos fabricantes de S. Miguel; poreni, lllaercker diz que em Portugal é de 12' de alcool puro por 100 kilos dc tuberculos. Sobre este assurripto fizemos urna experiencia lia Estagüo Chimico-ag~.icolade Belem. Tomamos urn tuberculo da variedade A~narelln conzprida e saccharificamos 120s' de substancia corn fi O/, do seu pezo de acjdo chlorhydrico diluido em 200" C. de agua. Tirainos do mosto formado o equivaleilte a 11gr, de substancia para determinar o assucar, e empregimos para a fermentac50 o restailte, ou 1098' h levedura empregada foi um sacharomyces ely-
1 A saccharificaç5o faz-se i temperatura de 6.50 a 68O para destruir os fermentos secundarios. O mosto vae ern seguida para iima cuba especial aonde se deve manter a uma ternperatura de 500, e fiça ahi durante 13 horas, a descoberto, para receber germens da fermentaçio lactica e acidificar-se por esse motivo. Liitigarnente dizia-se que O acido lactico solubilisava as materias albrimiiioides e pliosplïatos, porém, hiaertker diz que a sua acç5o é impedir o desenvolvimento do ferment0 butyrico preparando ao mesrno tempo uni meio apropriado ao desenvo!vimento da levedura.
psoidetls, puro . Vitalizlimos o fermento n'um mosto formado i parte de extracto de malt; e, depois de completa a fermentaçao do mesmo, tiramos por decantal50 o liquido para obtermos os fermentos precipitados. LavBmol-os repetidas vezes para fazer desapparecer clualquer vestigio de alcool e depois e que os eml~regamosno mosto da batata. A qua~itidadede mosto, clepois de saccharificada a substancia e neutralizado, era de um litro. ilcidificimol-o com Igr.,Ej de aciilo sulfurico deitaiidolhe em seguida os fermelitos. A fermentac50 fez-se ao ahrigo do ar n'um bal50 proprio, e cornecou a mnnifestar-se a partir da quinta h o p , &&ando terminada no fim de 60 horas. Ileterminamos lîelo ehuIliometro a perceiltageni (le alcool existerite iio liquido fermentado depois de termos igualado a 1:25OoC.o volunie do mesmn liquido. hssim, achirnos pela analyse, que a hatata empregada tinlia 13,087 O/o dc glucose total, o que erluivale a 14gr.,P4 tlc gliicosr no mosto fermeritado. ilformula s o b r ~O resultado tla fermentaçao dada por Pasteur e :
'
1
A mesma variedade tiiilia sido analysada passado un1
mez, porérn, pqrdeii pela respiraça0 elementos alcoolisaveis, carno era de prever; pois que n'aquella occasiao accusava 18,214 O/, de glucose.
-+2 (CO" +0 C6 HI2 O6 (assimilada pelo fermento)
Segundo esta formula 100gr. de glucose produzem, segundo os calculos feitos em varios tratados de alcoolisag50, 61 litros de alcool ; portant0 :
Pela determiilaçao do alcool achamos que os 1:2CiOLc.de liquido tinham 0,68 por cento de alcool : OU : 1250 X 0,68 = 8,s 100
D'aqui concluimos que a pro&cçZo seria de 81,s de alcool por 109 kilos de batata, ou 8 litros por 100 kilos. Se fizermos O calculo para tuberculos que tenham 22,87 O/o de glucose total, como os da variedade rosa que analysamos, teremos :
Na industria decerto que nao se obtem estas
percentagens ; mas, sendo as operaçoes hem conduzidas, nao devem ir rnuito longe.
Depois de fermentado, o niosto e levado por bombas especiaes para uns depositos ti'aonde e c*oilduzidopara o agparelho distillatorio. Os apparelhos de distilla~aoempregados em S. Miguel sao formatlos por ilma columna de pratos, de um metro de cliarnetro, com unla organisaçao especial pela yual o liquido fermentado, entrando pelos pratos super.iores, yae perdeildo os vapores alcoolicos até que quaildo cliega aos ultimos jb se acha exgotado. O vapor segue no apparelho a marcha inversa do liquido que se distilla. Os vapores alcoolicos vao-se, rectificando cada vez mais, a medida que passam pelos analysadores, até que saem condeiisados con1 uma graduatao de 90". Nao nos occupamos da organisaqao especial d'esses apparelhos, porque nao sO isso seria longo, mas, principalmente, por nos f'altarem os dados sufficientes para o fazermos. O alcool assim distillado vae para grandes depositos de ferro e depois é rectificado em apparelhos proprios, passando assim de fleugnias para alcool desnaturado conforme entra no mercado. Os rectificadores empregados s i o do systema Sa-
valle.
O movimento de qualquer fabrica das que existern em S. Miguel é iml~ortante; porque em cada dia consomem approsimadamente 15:000 arrobas de batata. Ni30 possuimos dados sufficientes para calcularmos a qiiantidatle e o valor do alcool produzido ; porém jiilgamos que as duas fabricas devem produzir perto de 6.000:000 de litros, o que eqiiivale a 1:440 contos de réis. O valor, hoje em dia, da fabrica de Santa Clara é de 375:tOOdUOO réis (moeda insulana), divididos por 3:754 accties ; e calculamos que a da Lagôa estara por egual quantia. Teem sido varias as leis para regularisarem o imposto lançado sobre o alcool ; porém, ou seja esse imposto de um tanto por litro, oii seja obtido por uma avenla, ou mc3smo este,jam as fabricas sugeitas aos regillamentos dos moiiopolios, tem sido sempre o agriciiltor que indirectamente mais tem soffrido ; pois que, até aqui, nenhuma das fabricas teem deixacio, 1301. esse motivo, de darem bons dividendos. NZo entramos na apreciacao dos regimens do alcool que teem Iiavido, nem na d'aquelle que rege actiialmente a indiistria, pois que seria isso deveras longo ; porem o que nos parece é que qualquer modificaçZo que haja a fazer-se deveria ter como base attender ao agricultor, para que o imposto nao fosse completamente pago por elle Sem ao menos saber como.
O alcool produzido é exportado prii~cipalmente para O contineiite e einpregado lia inaior parte nas adubaçoes dos iiossos vinlios de exportaç5o. Temos visto muitas vezes alguns jornaes insurgirem-se contra o empreço dos alcools industriaes nos vinhos ; porem, decerto que os leva a dizerem isso, 1120 a sua ignorancia, mas talvez qualquer outro fim especial, pois que, sendo esses alcools competeiitemei~terectificados, sao as mais das vezes superiores, mesino para os viiilios, do que muitas aguardeiites obtidas Ilor processos primitivos, de vinhos mal fabricatlos ou cte bagacos. Decerto qiie nao e a vitjciiltura o assiinipto de qiie iios occupamos, mas 1130 podemos cieixar de fazer. este reparo, pois que e uina siq1posiç8o que muitos jornalistas illz~stradosno assztmpto levantam cominiimmente, e que n3o deve passar. Terminamos aqui, aiilda que de uni modo ])astante incompleto, este estudo, que represeiita, quando muito, algumas lloras de trabalho e a boa vontade da iiossa p r t e iio cumprimeiito de iima obrigacao.
comme azote et comme potasse, seuls éléments dont on ait à tenir compte dans ce cas. En ce qui concerne les autres analyses que l'on peut avoir à effectuer en distillerie, sur le calcaire, les eaux, le charbon, etc. nous ne pouvons, sous peine de nous étendre par trop, que renvoyer le lecteur au travail spécial déjà mentionné.
L'alcoométrie a pour but, gomme son nom l'indique, de mesurer l'alcool dans les solutions alcooliqiies dont on cherche la ricliesse. L a métliode qu'on emploie est basée sur la différence de poids spécifique de l'eau et de l'alcool, en tenant compte de la contraction qyi se produit par le mélange des deux liquides. Mais, pour que cette méthode soit exacte, il faut que le mélange alcoolique ne renferme que de lieau et de l'alcool, car toutes les autres matières solubles ou en suspension qui influenceraient le poids spécifique, fausseraient les indications de l'alcoomètre. Nous ne nous occuperons donc ici que des mélanges d'eau et d'alcool tels qu'on les trouve dans le commerce sous le nom d'alcool, d'eau-de-vie, etc. La faible proportion de matières colorantes, d'huiles et d'éthers qui se trouvent dans les rhums et cognacs authentiques n'exercent pas une influence hien grande sur le poids spEcifique, et,l'on peut ne pas en tenir compte, les erreurs qui en résultent n'étant pas appréciables. L'alcoomètre employé en France est celui de Gay-Lussac; les deux points extrêmes de cet instrument, O et 100, indiquent, le premier l'eau pure, le second l'alcool absolu; les degrés intermédiaires indiquent le volume d'alcool, autrement dit le nombre de centimètres cubes d'alcool absolu que renferment i0OC%ubesdu liquide à essayer. L'instrument étant gradué à 45"C., ses indications ne sont justes qu'autant que le liquide mis en expérience est à cette température. S'il en est autrement, la table de correction que nous donnons ci-après permet de ramener au degré réel le degré l u sur l'alcoomètre plongé dans une solution alcoolique d'une température différente. Cette~tableporte aussi le nom de Table de la Régie.
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CONTROLE DU TRAVAIL ET ANALYSE DES MATIÈRES PREMIERES.
Comparaison des alcoométres Gay-Lussac et' Cartier avec les degrés Baumé et densimétriques ii. 15O C.
NOTA.- Si la température est 15O + n, il faat retrancher (0,4)n degrés alcoométriques pour avoir la richesse alcoolique. Il faut, au contraire, les ajouter si T = 15"-n.